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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA SEÇÃO DE

DIREITO PRIVADO DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Recurso Especial no. xxxxx


XXXXXXXXXXX., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, AÇÃO MONITÓRIA, em
face de XXXXXXXXXXXXXX, por seu advogado subscritor, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, com fulcro no§ 2º do Art. 1021 do Có digo de Processo Civil,
apresentar, tempestivamente, suas apresentar suas Contrarrazões Ao Agravo Contra
Despacho Denegatório De Recurso Especial, requerendo que, apó s as formalidades
legais, seja recebida e regularmente processada, para fins de inadmitir o Agravo Contra
Decisã o Denegató ria de Recurso Especial.
Termos em que,
Pede deferimento.
Sã o Paulo, 17 de setembro de 2018.
Carilene Ribeiro Barreto
OAB/SP no. 392.864

CONTRARRAZÕES AO AGRAVO CONTA DESPACHO DENEGATÓRIO DE RECURSO


ESPECIAL
Recorrente: XXXX

Recorrido: XXXXX.
Processo de origem: autos nº xxxxxxxxx, em trâ mite na 6ª Vara Cível - Foro de Barueri.

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA,
ÍNCLITOS JULGADORES,
I. SÍNTESE DOS FATOS
Trata-se de Agravo Contra Despacho Denegató rio em Recurso Especial, o qual fora
inadmitido por nã o reunir os requisitos de admissibilidade, nã o restando comprovado a
contrariedade a tratados ou lei federal ou negar-lhes vigência e ainda por nã o restar
caracterizada a similitude de situaçõ es com soluçõ es jurídicas diversas entre os vv.
Acó rdã os recorrido e paradigma, conforme preconiza o Art. 105, III, a da Constituiçã o
Federal.
Irresignada a Recorrente persiste na alegaçã o de que nã o restou efetivamente comprovado
a sua qualidade de devedora do montante de R$ 27.436,93. Alegando por fim interpretaçã o
divergente em casos idênticos.
Inconformada pela negativa do seguimento do seu apelo excepcional a Recorrente alega
por fim que o V. despacho denegató rio, trata-se de mero despacho modelo, desprovido de
qualquer fundamentaçã o específica, razã o pela qual deixa de impugnar especificamente
todas as fundamentaçõ es da decisã o. Eis a sínese.
II. PRELIMINAR: DA AUSÊ NCIA DE REGULARIDADE FORMAL DO AGRAVO INTERNO
É cediço que para o juízo de admissibilidade de qualquer modalidade recursal faz-se
necessá rio o preenchimento de determinados requisitos, dentre os quais o da regularidade
formal. Esta constitui ô nus implicado à parte de atacar os fundamentos do acó rdã o
combatido e de expor as razõ es de fato e de direito que fundamentam o pedido de nova
decisã o, observando-se a forma legal segundo a qual o recurso deve se revestir.
Tal exigência é comum a todas as espécies de recursos no processo civil, mormente quando
se está a tratar de irresignaçã o endereçada aos Tribunais Superiores, em face da natureza
excepcional de ditos apelos extremos.
Tanto é assim que, em relaçã o ao Agravo do art. 1.021, do CPC, o Egrégio Superior Tribunal
de Justiça - STJ editou a Sú mula nº 182, cujo enunciado é a afirmaçã o da inviabilidade do
recurso que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisã o agravada.
A mencionada regra também é de observâ ncia obrigató ria no Agravo que impugna decisã o
que inadmite Recurso Especial e/ou Extraordiná rio, nã o sendo digno de acolhimento o
recurso que deixa de refutar os fundamentos que serviram de base para o pronunciamento
da inadmissibilidade no Tribunal a quo. Senã o vejamos:
“AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. NÃO
IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO QUE INADMITIU O RECURSO
ESPECIAL. DECISÃ O DE ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM QUE NÃ O VINCULA ESTA CORTE.
AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. HONORÁ RIOS RECURSAIS. DESNECESSIDADE DE
TRABALHO ADICIONAL DO ADVOGADO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Para se
viabilizar o conhecimento do agravo em recurso especial, é necessá rio que a parte
agravante impugne especificamente todos os fundamentos da decisã o de inadmissã o, o que
nã o ocorreu na hipó tese em exame. 2. A ausência de impugnação específica, na petição
de agravo em recurso especial, dos fundamentos da decisão que não admite o apelo
especial atrai a aplicação do artigo 932, III, do Código de Processo Civil de 2015. 3. É
dispensada a configuraçã o do trabalho adicional do advogado para a majoraçã o dos
honorá rios na instâ ncia recursal, que será considerado, no entanto, para quantificaçã o de
tal verba. Precedente. 4. Agravo interno a que se nega provimento.” (STJ - AgInt nos EDcl no
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.217.489 - MS (2017/0312672-7), julgado em 07 de
agosto de 2018).
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
NEGATIVO. NECESSIDADE DE IMPUGNAÇÃ O DE TODOS OS FUNDAMENTOS DO TRIBUNAL
DE ORIGEM. SÚ MULA N. 182 DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃ O PROVIDO. 1. É ônus do
agravante impugnar as causas específicas de inadmissão do recurso especial, sob
pena de incidência da Súmula n. 182 do STJ. 2. Na hipó tese, o agravante nada
argumentou sobre a ausência de prequestionamento da matéria, ou seja, nã o demonstrou
especificamente que a questã o foi objeto de debate pelo Tribunal de origem, à luz da
legislaçã o federal indicada, com emissã o de juízo de valor acerca do dispositivo legal
apontado como violado. A simples oposiçã o de embargos de declaraçã o, à época, nã o supria
a falta de prequestionamento. 3. Agravo regimental nã o provido.” (STJ - AgRg no AGRAVO
EM RECURSO ESPECIAL Nº 808.133 - SP (2015/0286291-5),julgado em 22 de março de
2018)
Ora, por simples aná lise no Agravo contrarrazoado resta claro que a Agravante limitou-se
apenas e tã o somente a repetir os argumentos deduzidos nas razõ es do recurso especial,
sem contestar os motivos que levaram o Douto Presidente da Seçã o de Direito Privado da
Egrégia Corte Bandeirante a negar seguimento ao apelo excepcional, quais sejam, a
incidência da sú mula nº 07 do STJ e a ausência de similitude fá tica entre o acó rdã o
paradigma e o recorrido.
Vejam Ínclitos julgadores, preferiu a recorrente afirmar que “data vênia, trata-se de nítido
modelo carente de fundamentação...” ao invés de combater especificamente cada
fundamentaçã o do v. despacho denegató rio.
Notem nobres Desembargadores que a Agravante praticamente reapresenta a minuta do
Recurso Especial, com as mesmas alegaçõ es de inconformismo, desprovida de quaisquer
fundamentaçõ es.
É notó ria que a Agravante nada mais pretende que o embaraço do processo, visto que
claramente confessa seu inconformismo, buscando a reanalise das provas ao dispor:
“Entretanto, não pode ser admitido que a juntada de vultosa documentação, 501/790
seja capaz de comprovar a efetiva prestação de serviço como firmado pelas partes no
contrato.”
Desse modo, por nã o ter a Agravante atacado especificamente os fundamentos da r. decisã o
recorrida, nã o há que ser conhecido o Agravo interposto, em face da ausência de
regularidade formal.
III. DO MÉ RITO
Na hipó tese remota de ultrapassada a preliminar arguida, também no mérito nã o merecem
ser acolhidos os argumentos da Agravante, senã o vejamos:
A decisã o ora recorrida inadmitiu o Recurso Especial sob os seguintes fundamentos:
a) Nã o restou demonstrado a vulneraçã o dos dispositivos arrolados (369 e 373 I do CPC),
tendo em vista que as questõ es de fato e de direito foram atendidas pelo acó rdã o, portanto
nã o houve configuraçã o do cerceamento de defesa, item amplamente fundamentado em
jurisprudência consolidada e ainda com Sú mula da Corte Superior – STJ, analisar
novamente as provas como pretende a Agravante implica no revolvimento da matéria
fá tico-probató ria, providência vedada em face do enunciados das sú mulas 7, do pró prio
STJ;
b) Nã o restou demonstrado a similitude de soluçõ es com decisõ es judiciais diversas ente os
acó rdã os guerreados e o paradigma, o que foi fundamentado em diploma normativo, CPC, e
com jurisprudência. Assim nã o existe similitude fá tica entre o acó rdã o recorrido e o
acó rdã o paradigma a autorizar a admissã o do apelo extremo com base na alínea c do
permissivo constitucional.
Conforme será adiante demonstrado, a r. decisã o aplicou corretamente as disposiçõ es
constitucionais e legais referentes ao recurso Especial, devendo ser mantida pelos seus
pró prios e jurídicos fundamentos.
Da ausência de demonstraçã o de violaçã o aos dispositivos arrolados (artigos 360 e 373, I
do CPC)
No que tange a suposta alegaçã o de violaçã o aos dispositivos normativos a Agravante nã o
logrou êxito em demonstrar tal vulneraçã o, o Douto Relator constatou a ausência da
demonstraçã o de violaçã o, apontando-a, e esclarecendo que a simples alegaçã o de violaçã o
por si só nã o tem o condã o de admitir apelo excepcional. Decisã o acertada e amplamente
fundamentada.
O que se verifica de forma clara e inequivocamente, inclusive a Agravante assim confessa é
a pretensa e descabida reanalise das provas. “Entretanto, não pode ser admitido que a
juntada de vultosa documentação, 501/790 seja capaz de comprovar a efetiva
prestação de serviço como firmado pelas partes no contrato.” Seu inconformismo é
desguarnecido de qualquer fundamentaçã o ou lastro legal, jamais devendo prosperar.
A jurisprudência da Corte Superior é inconteste, visto que encontra-se sumulada, no
sentido de nã o se admitir a simples reanalise de provas em sede de Recurso Especial,
conforme se depreende da Sú mula 7 do STJ. É exatamente o que ocorre no presente caso,
configurando verdadeiro atentado à dignidade da justiça.
Da ausência de similitude de soluções com decisões judiciais diversas ente os
acórdãos guerreados e o paradigma
A Recorrente, além de alegar ofensa à disposiçã o de lei federal, argumenta a ocorrência de
divergência entre a interpretaçã o dada ao acó rdã o recorrido com aquela dada por outro
Tribunal Pá trio.
O recurso especial, interposto com fundamento na alínea c, do inciso III, do artigo 105, da
CR/88, exige, para comprovaçã o do dissídio jurisprudencial, a observâ ncia dos requisitos
previstos pelos arts. 1.029, § 1º, do CPC, e 255, pará grafos 1º e 2º[1] do RISTJ.
In casu, com relaçã o ao dissídio pretoriano, constata-se que a Recorrente nã o atentou para
a exigência prevista no Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça e da legislaçã o
processual civil, mormente no que tange à necessidade da transcriçã o de trechos dos
acó rdã os e o consequente cotejo com a decisã o recorrida, destacando as circunstâ ncias que
identifiquem ou assemelhem os casos confrontados, limitando-se tã o somente a apresentar
quadro com a citaçã o das emendas, sem de fato apontar a similitude.
Com efeito, a simples transcrição da ementa do acórdão paradigma e a afirmação de
que ocorreu divergência entre os arestos não delimita o cerne da impugnação e, por
conseqüência, permite concluir pela inexistência do necessário cotejo analítico.
No escó lio de Fredie Didier Jr. e Leonardo José Carneiro da Cunha, “... deve o recorrente
prosseguir no cotejo analítico, transcrevendo trechos do voto do acórdão paradigma e trechos
do voto do acórdão recorrido para, então, confrontá-los, demonstrando que foram adotadas
teses opostas”. (in Meios de impugnaçã o à s decisõ es judiciais e processo nos tribunais,
2006, p. 213).
Desse entendimento nã o discrepa a jurisprudência:
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊ NCIA
JURISPRUDENCIAL. DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. NÃ O-CONFIGURAÇÃ O.
AÇÃ O CIVIL PÚ BLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE BENS.
PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA MEDIDA RECONHECIDA PELO
TRIBUNAL DE ORIGEM. REEXAME DE MATÉ RIA FÁ TICO-PROBATÓ RIA. IMPOSSIBILIDADE.
SÚ MULA 7/STJ. LIMITES DA CONSTRIÇÃ O. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL
PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, DESPROVIDO.
1. É inviável a apreciação de recurso especial fundado em divergência
jurisprudencial quando o recorrente não demonstra o suposto dissídio pretoriano
por meio: (a) da juntada de certidão ou de cópia autenticada do acórdão paradigma,
ou, em sua falta, da declaração pelo advogado da autenticidade dessas; (b) da citação
de repositório oficial, autorizado ou credenciado em que o acórdão divergente foi
publicado; (c) do cotejo analítico, com a transcrição dos trechos dos acórdãos em que
se funda a divergência, além da demonstração das circunstâncias que identificam ou
assemelham os casos confrontados, não bastando, para tanto, a mera transcrição da
ementa e de trechos do voto condutor do acórdão paradigma 5. Recurso especial
parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido."(STJ, REsp 762.894/GO, Rel. Ministra
DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24.06.2008, DJe 04.08.2008).
Pelo exposto, requer o nã o conhecimento do presente recurso especial.
IV. DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer digne-se Nobre Julgadores:
a) Que seja acolhida a preliminar suscitada, para que nã o seja conhecido o agravo
interposto.
b) Na hipó tese remota de ser conhecido o Agravo, requer que seja negado provimento ao
mesmo, em face da inexistência de violaçã o à legislaçã o infraconstitucional ou de dissídio
jurisprudencial, para que seja mantida incó lume a decisã o que negou seguimento ao
recurso especial interposto pela Requerente.
Termos em que,
Pede deferimento.
Sã o Paulo, 17 de setembro de 2018.
Carilene Ribeiro Barreto
OAB/SP no. 392.864

[1] RISTJ - Art. 255, § 2º. Em qualquer caso, o recorrente deverá transcrever os trechos dos
acó rdã os que configurem o dissídio, mencionando as circunstâ ncias que identifiquem ou
assemelhem os casos confrontados.

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