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Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região

Poder Judiciário - Justiça do Trabalho

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 1000512-13.2017.5.02.0705


em 23/04/2018 15:12:21 - 15d9654 e assinado eletronicamente por:
- DANIEL BATTIPAGLIA SGAI

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usando o código:18042315094246700000102921958
EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA 5ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP – ZONA SUL

PROCESSO Nº 1000512-13.2017.5.02.0705

ATENTO BRASIL S.A., por seus advogados infra-assinados, nos autos da Reclamação Trabalhista
postulada por CAROLINE JULIANA SIQUEIRA, em face da vista que lhe foi concedida, vem, respeitosa e
tempestivamente, requerer a V.Exa. que se digne de autorizar a juntada das anexas CONTRARRAZÕES ao
Recurso Ordinário interposto, requerendo sejam as mesmas juntadas ao processo, para que produzam
todos os seus jurídicos efeitos, como de direito.

Desta forma, requer sejam inclusas as contrarrazões processadas e encaminhadas ao Tribunal


Regional do Trabalho da 2ª Região, para os fins e efeitos de direito, depois de cumpridas as formalidades
de estilo.

A reclamada requer que sejam as futuras publicações na Imprensa Oficial efetuadas


EXCLUSIVAMENTE em nome do advogado DR. DANIEL BATTIPAGLIA SGAI, inscrito na OAB/SP n. 214.918,
bem como todas as intimações referentes à presente ação, sejam enviadas para seu escritório, na Av.
Aggeo Pio Sobrinho, 84 - 3º andar - Buritis, Belo Horizonte - MG, 30575-834, sob pena de nulidade, nos
moldes da SÚMULA 427/TST.

Nestes termos, pede deferimento,

São Paulo, 23 de abril de 2018.

DR. DANIEL BATTIPAGLIA SGAI


OAB/SP 214.918

PAMELA ANDRESSA CORREA


OAB/MG 146.689

DANIELLA MOREIRA AVELAR


OAB/MG 183.167

São Paulo Belo Horizonte Rio De Janeiro


Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830 Av. Aggeo Pio Sobrinho, 84, 3º andar Av. Treze de Maio, 41, 11º andar
Bloco 2 - Itaim Bibi – São Paulo SP Buritis – Belo Horizonte – CEP 30575-834 Rio de Janeiro CEP 20031-007
CEP 04543-900 Tel. 55 11 - 3879-2777 Tel. 55 31 – 2515-4745
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO Nº 1000512-13.2017.5.02.0705
RECORRENTE: ATENTO BRASIL S/A
RECORRIDO: CAROLINE JULIANA SIQUEIRA

Egrégia Turma,

Ínclitos Julgadores,

DOS LIMITES DO RECURSO

O recurso ordinário interposto pela recorrente tem como objeto pontos específicos: o
pagamento dos honorários sucumbenciais.

Isto posto, em sede recursal, não deve sequer ser analisado o recurso ordinário e suas razões
além das matérias acima, sob pena de estar-se proferindo decisão extra petita bem como implicar em
ofensa direta aos artigos artigo 141 e 492, ambos do CPC.

PRELIMINARMENTE
DA TEMPESTIVIDADE

Próprio e tempestivo o apelo, tendo em vista que a intimação foi publicada no dia 13/04/2018
(sexta-feira). Iniciou-se a contagem do prazo para a interposição da presente Contrarrazão ao Recurso
Ordinário, no dia 16/04/2018 (segunda-feira), findando-se, pois, o octídio legal, em 25/04/2018 (quarta-
feira).

Demonstrada, portanto, a tempestividade das contrarrazões aviadas.

DO NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO – AUSENCIA DE FUNDAMENTAÇÃO

Nos termos do art. 1.010, II e III, do CPC, aplicado subsidiariamente a esta Especializada, é
pacifico que todo recurso deve ser fundamentado com as razões pertinentes para a apreciação e possível
reforma da decisão proferida pelo douto Juízo a quo.

No caso em tela, verifica-se serem as mesmas inexistentes, haja vista que tese recursal apenas
reproduziu as alegações iniciais, não atacando os fundamentos da decisão recorrida, tampouco
apresentando fundamentação com base nas provas e na sentença as razões de recorrer!

A falta de fundamentação do recurso implica em não conhecimento do mesmo, haja vista que
ausentes os seus requisitos, quais sejam, fundamentação e pretensões recursais. Desta forma, a ausência
de tais pressupostos, prejudica a apresentação pela Recorrida, das devidas contrarrazões,
impossibilitando sua ampla defesa e, até mesmo, o reexame da matéria pelo Tribunal. A matéria encontra-
se pacificada pelo TST pela edição da a Súmula 422 do TST:
Súmula nº 422 do TST
RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO
(redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT
divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicado no DEJT divulgado
em 01.07.2015
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões
do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos
em que proferida.
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à
motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de
admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática.
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da
competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja
motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença.

No mesmo sentido, cabe aqui mais uma jurisprudência, vejamos:

EMENTA: RECURSO INTERPOSTO DE MODO GENÉRICO, SEM ATACAR OS


FUNDAMENTOS DA SENTENÇA. DESATENDIMENTO AO ART. 514, INC. II, DO
CPC. NÃO-CONHECIMENTO - Nos termos do art. 514, inc. II, do CPC, para que o
recurso seja admitido, exige-se que ele seja devidamente fundamentado. A
previsão de que os apelos serão interpostos por simples petição (artigo 899 da
CLT) não revela isenção do dever que cabe à parte de expor as razões
justificadoras da sua pretensão, sendo indispensável que os pontos questionados
sejam indicados de forma clara e objetiva. Ao interpor o recurso, compete à
parte identificar precisamente os temas e os fundamentos respectivos de seu
inconformismo, pois, da mesma forma que não se admite a contestação por
negativa geral, não se pode conceber o recurso genérico, sendo esta, inclusive,
a orientação do C. TST (Súmula 422). Destarte, não merece ser conhecido o
recurso que não impugna os fundamentos da decisão recorrida. (TRT 3ª Região
- RO/ 00465-2007-031-03-00-7 – 2ª Turma -– Desembargadora Relatora Maria
Cecília Alves Pinto – Data de Publicação: 19/12/2007).

Como no caso em tela, não se encontra fundamentação específica contrária aos fundamentos
que motivaram o convencimento do Magistrado de 1ª Instância, forçoso decretar o não conhecimento do
apelo interposto pela obreira, posto que não há, em qualquer parte do presente recurso, qualquer
fundamentação que ampare ou aponte qualquer contrariedade aos termos da r. sentença, o que impede
o seu conhecimento.

Nesse sentido é a jurisprudência do E. Tribunal Regional da 3ª Região:

EMENTA: PEDIDO GENÉRICO. NÃO CONHECIMENTO. Não pode ser conhecido,


por falta de objeto, o pedido de reforma da decisão de primeiro grau, para a
condenação da ré ao pagamento de todas as verbas e parcelas solicitadas na
peça de ingresso. Isto, porque é inadmissível, na apelação, pedido genérico de
reforma do julgado recorrido, sem a existência de razões recursais, porquanto é
indispensável que a parte demonstre os motivos pelos quais não concorda com
a decisão recorrida. O fato do artigo 899 da CLT dispor que a apresentação do
recurso pode se dar por simples petição não autoriza a realização de pedido
genérico, eis que o mencionado dispositivo legal se refere, tão somente, à forma
de apresentação da peça, não afastando os requisitos mínimos em relação ao
seu conteúdo e a indicação, induvidosa, dos pontos que são objeto de
impugnação. (TRT 3ª Região – Processo: RO/00199-2006-044-03-00-8 – 3ª
Turma -– Desembargador Relator Bolívar Viégas Peixoto – Data de Publicação:
21/04/2007).

Assim, sob pena de afronta ao princípio da ampla defesa, do contraditório (art. 5º, LIV e LV da
CR/88), da legalidade (art., 5º, II da CF/88), e da fundamentação das decisões (art. 93, IX da CF/88), o
presente Recurso Ordinário não pode ser conhecido, haja vista que carece de argumento específico de
contrariedade à r. sentença, nos termos em que fora proferida.

DA IMPUGNAÇÃO GENÉRICA - DO ÔNUS DA PROVA - DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ

Conforme amplamente demonstrado, inexiste interesse recursal da Recorrente, haja vista a


impugnação genérica das contestações e dos documentos trazidos ao longo da instrução processual.

Por certo, nesta especializada, não se admite impugnação genérica, ante o princípio da
dialeticidade. No mesmo sentido é a conclusão de CLITO FORNACIARI JÚNIOR:

Todavia, o silêncio do autor sobre o fato extintivo deduzido pelo réu implica o
mesmo efeito que se tem a partir do silêncio do réu acerca do fato constitutivo
do direito do autor. O fato torna-se incontroverso e não precisa ser provado. A
previsão de direito de manifestação ao autor sobre o fato novo, não fora para
lhe trazer efeito negativo diante do silêncio, seria inócua e até quebraria o
princípio da igualdade, isso porque, até esse instante, as partes falaram nos
autos igual número de vezes, de modo que a nova oportunidade conferida ao
autor não é de ser vista como uma simples homenagem, mas um ônus
processual, que carrega efeitos, se não for atendido. (26)

A pretensão recursal fere, o que preceitua os artigos 322 e 492 do CPC, pois, o julgador não está
obrigado a suprir omissões das partes, constantes da inicial e defesa. Ora Exa., a Recorrente não debate
as questões abarcadas na r. sentença, não cabendo qualquer reforma neste sentido, sob pena de
vulneração aos artigos 322, 141 e 492 do CPC e art. 5º, LIV e LV da CF.

Impondo assim o não conhecimento do autor!

Ad cautelam, os artigos 818 da CLT e 373, I, do CPC, este aplicado subsidiariamente, assim
preceituam:

“Art. 818. A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.”


“Art. 373 - O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;”

O ônus probatório é estabelecido para as partes, e, aquele que alega possuir um direito deve,
antes de mais nada, demonstrar a existência dos fatos em que tal direito se alicerça.

A palavra ônus, se origina do latim “ônus (carga, peso, obrigação), na significação técnico-
jurídica, entende-se todo encargo, dever, ou obrigação que pesa sobre uma coisa ou pessoa, em virtude
do que está obrigada a respeitá-los ou a cumpri-los”.

Ora e. Julgadores, o “ônus probandi”, é, pois, o encargo que têm os litigantes de provar, pelos
meios admissíveis, a veracidade dos fatos, conforme for a distribuição de tal imposição”.

Quando o legislador imputou ao autor o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito,
possibilitou que este estruturasse os fatos nos moldes da essência que visa demonstrar, fazendo, assim,
que a própria ligação direito-fato se constitua, nasça para o mundo jurídico.

Segundo Carnelutti, “O ônus de provar recai sobre quem tem o interesse em afirmar”.

No caso em tela, o Recorrente, sofrendo as consequências de sua inércia, e, em uma busca


desesperada por um direito inexistente, requer seja reformada a r. sentença.

Neste ponto, o ônus da prova competia a Autora, vez que não é possível imputar à Reclamada,
prova negativa. Ao contrário do que deseja fazer crer o Recorrente, não existem dúvidas que a finalidade
da prova é convencer o juiz da veracidade dos fatos; pode-se dizer então que ele é o destinatário da prova,
não se desincumbindo o mesmo do ônus que lhe foi imposto.

O que se verifica no caso em tela é que não foi o mesmo capaz de comprovar os fatos
constitutivos de seu direito, cujo ônus, conforme a distribuição prevista no art. 818 da CLT e at. 373, I, do
Código de Processo Civil, não se desincumbiu, se limitando a meras alegações desprovidas de elementos
de convicção.

Este é o entendimento jurisprudencial:

“INTEIRO TEOR: porque, em impugnação (id 02e4d7b), o autor nem sequer


alegou ausência de recibos. Da mesma forma, houve impugnação genérica dos
apontamentos, aliás
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011780-79.2014.5.03.0084 (ROPS); Disponibilização:
03/02/2015; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Paulo Chaves Correa Filho)
DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO CAUSAL. AUSÊNCIA DE PROVA. LAUDO PERICIAL.
O Juiz não está adstrito ao laudo pericial, nos termos do artigo 436 do CPC.
Todavia, a decisão contrária à manifestação técnica do perito depende da
existência de outros elementos de prova que fundamentem tal entendimento,
sem os quais se deve prestigiar o conteúdo da prova técnica produzida. Não
havendo nos autos prova apta a ilidir a conclusão do laudo pericial no sentido de
que não há nexo causal entre o trabalho e as lesões auditivas sofridas pelo
reclamante, não restou caracterizada a responsabilidade civil da reclamada.
INTEIRO TEOR: faz impugnação genérica quanto ao referido documento trazido
pela ré, e não produz outra prova que invalide tal documento. Pelo exposto, dou
provimento.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010706-77.2013.5.03.0131 (RO); Disponibilização:
30/01/2015; Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator: Convocado Vitor Salino de
Moura Eca)

INTEIRO TEOR: , "não há apontamento específico das diferenças em seu favor,


mas somente impugnação genérica dos controles de ponto naquilo em que lhe
era conveniente
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011062-39.2013.5.03.0142 (RO); Disponibilização:
30/01/2015; Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator: Convocada Maria Cecilia
Alves Pinto)

Insta ainda ressaltar que, vigora no sistema processual brasileiro o Princípio do Livre
Convencimento Motivado, ou da Persuasão Racional, consubstanciados no art. 131, do CPC, de aplicação
subsidiária na esfera trabalhista, consoante o art. 769, da CLT, através do qual ao Julgador cabe valorar
livremente os elementos das partes, desde que suficientemente fundamentada a decisão, com ocorreu
na r. sentença recorrida.

Os fatos alegados em juízo, em especial os controvertidos, necessitam de provas para serem


admitidos como verdadeiros. Com efeito, de acordo com os critérios estabelecidos na lei, a prova do fato
incumbirá a quem a ele aproveite e, segundo Manoel Antônio Teixeira Filho “A necessidade está em que
o Juiz não se pode deixar impressionar com meras alegações expendidas pelas partes”.

Conforme amplamente demonstrado, a Recorrente não produziu provas dos pleitos


vindicados, o que, por si só, já é mais do que suficiente para que não haja reforma da r. sentença com
a finalidade de alcançar o adicional de periculosidade e, consequentemente, se desincumbir do
pagamento dos honorários sucumbenciais. Ora e. Julgadores, entendimento diverso, violaria o
entendimento imposto nos artigos 5º, XXXVI da CR, 422 do CC, 818 da CLT, 373, I do CPC.

Diante de todo exposto, deve ser mantida a r. sentença, haja vista que proferida de forma
coerente com as demais provas produzidas nos autos, e ainda por restar fundamentada nos arts. 131 e
436 do Código de Processo Civil.

DO MÉRITO DAS RAZÕES DE RECURSO


DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS

Requer a Reclamante que seja reformada a sentença no tocante à condenação ao pagamento


dos honorários sucumbenciais, alegando que o processo fora interposto antes da reforma trabalhista.
Todavia, tal pleito não merece guarida, eis que, conforme previsto no artigo 14 do CPC, aplicado
de forma subsidiária, a lei processual possui aplicação imediata no tempo, respeitados os atos já
praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Senão vejamos:

Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.

Por tudo isso e por esses fundamentos, merece a r. sentença permanecer inalterada no tocante
a este pedido.

CONCLUSÃO

POR TODO O EXPOSTO, confia a recorrida em que, apreciando a espécie e, certamente,


trazendo à mesma doutos e jurídicos subsídios, esta Egrégia Turma Julgadora NEGARÁ PROVIMENTO ao
Recurso Ordinário ora contrarrazoado, e mantendo-se o julgado nos pontos defendidos nestas contra
razões recursais, com o que estará fazendo a costumeira JUSTIÇA.

Nestes termos,
Pede deferimento,

São Paulo, 23 de abril de 2018.

DR. DANIEL BATTIPAGLIA SGAI


OAB/SP 214.918

PAMELA ANDRESSA CORREA


OAB/MG 146.689

DANIELLA MOREIRA AVELAR


OAB/MG 183.167

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