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Exmo(a). Sr(a). Dr(a). Juiz(a) Federal da 18ª Vara do Trabalho de SÃO PAULO/SP

PROCESSO Nº 1001759-24.2016.5.02.0718

ATENTO BRASIL S/A, por seus advogados infra-assinados, nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por
SIMONE TRISTÃO DE OLIVEIRA, vem, respeitosamente, perante V. Ex.ª, manifestar-se sobre o Laudo Pericial
apresentado.

Em ID nº c188127 fora disponibilizado o seguinte despacho:  

"Nos termos do art. 879 da CLT, fica V. Sa. intimado para, no prazo de 10 (dez) dias,
manifestar-se sobre os cálculos de liquidação apresentados pela autora, incluindo
valores do INSS (rcte e rcda) e do IRRF.".

Entretanto, antes de nos manifestarmos sobre a intimação referida, cumpre esclarecer a situação da representação
processual da Executada nos presentes autos.

O procurador, ao proceder com o cumprimento do prazo estipulado para impugnação aos cálculos de liquidação, se
deparou com a ausência de sua habilitação nos autos.

Ademais, ao tentar se habilitar, foi surpreendido com a seguinte mensagem do sistema.

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Outrossim, ao realizar a pesquisa pública nos autos, constatou a habilitação da Dra. Maria Mercedes Oliveira Fernandes
de Lima integrante do escritório Arnor Serafim Jr Advogados Associados.

Ocorre que os procuradores destacados pela Executada Atento Brasil S/A para atuarem no presente caso são os
integrantes do escritório Coelho & Morello Advogados Associados representados pela pessoa de seu sócio Daniel
Battipaglia Sgai nos termos dos documentos de representação em anexo.

Ademais, caso este Juízo julgue necessário a título de esclarecimentos, o presente peticionário sugere que a atual
procuradora cadastrada, Dr. Maria Mercedes Oliveira Fernandes de Lima, seja intimada a se manifestar sobre os fatos
ora narrados.

Feitas tais considerações, seguem a razões para impugnação aos cálculos da Reclamante/Exequente.

- DO CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIA:

Quanto às contribuições previdenciárias da reclamada: Os valores de Contribuição Previdenciária Cota Parte


empregadora encontram-se majorados. Isto porque, de acordo com a Lei 12.546/11, foi inaugurado o projeto do
Governo Federal de desoneração da tributação sobre a folha de pagamento, passando a ser essa substituída pela
contribuição sobre a receita bruta.

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Isto porque, de acordo com a Lei 12.546/11, foi inaugurado o projeto do Governo Federal de desoneração da tributação
sobre a folha de pagamento, passando a ser essa substituída pela contribuição sobre a receita bruta.

A referida lei trata, entre outras providências, da desoneração da folha de pagamento para determinadas atividades
econômicas, ou que fabricarem certos tipos de produtos industriais.

Acontece que, após novas alterações, com a edição da Lei 12.546/11, o Governo Federal estendeu a vigência da
substituição da nova contribuição social para dezembro de 2014 e fez incluir as empresas de Call Center, no rol das
empresas que estão submetidas ao novo regime de tributação, a saber: 2% sobre a receita bruta.

Entre as novas determinações, destacaram-se, ainda que:

a)                as contribuições previdenciárias incidentes sobre a receita bruta, das empresas


abrangidas pela medida, têm caráter impositivo;

b)         as empresas que se dedicam exclusivamente às atividades desoneradas, nos meses em


que não auferirem receita, não recolherão as contribuições previdenciárias de 20% sobre a
folha de pagamento;

Nesse contexto, com o objetivo de suprimir eventuais dúvidas, a Receita Federal publicou as Soluções de Consulta n.º
160 e 161, sendo que a de nº. 161 versam especificamente sobre a regra de incidência no pagamento de condenação
trabalhista.

Assim, a partir dessa orientação, fixou-se que: Se a prestação de serviço, a que se refere à condenação trabalhista
ocorrer em período anterior a vigência contributiva substituta, o valor do pagamento será tributado pela contribuição
previdenciária sobre a remuneração, nos termos do artigo 22 da Lei nº 8.212/91;

Por outro lado, se a prestação laboral, ocorrer em período em que já vigente a regra de contribuição substitutiva, não
haverá a tributação sobre a remuneração, apenas da parte patronal, já que a base de cálculo passou a ser a receita bruta.

Ora, considerando que compete à autoridade administrativa constituir o crédito tributário, verificando-se o fato gerador,
determinar a matéria tributável, nos termos do artigo 142 do Código Tributário Nacional o qual é regido pela lei vigente
na mesma época do Fato Gerador, nos termos do artigo 144 do mesmo código.

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E, sabedor de que nas ações judiciais, em virtude da regra do caput do artigo 43 da Lei nº 8.212/91, o lançamento ex
officio (incisos I e II artigo 149 CTN) da contribuição previdenciária é feito pela sentença judicial, quando condena o
empregador ao pagamento de parcelas de natureza jurídica salarial ou homologa termo de acordo.

E, sobretudo, de que o fator gerador das contribuições sociais decorrentes da sentença, nesta Justiça Especializada é o
pagamento do salário de contribuição, e que somente a partir daí, é que caberá o recolhimento de qualquer pagamento
pertinente desta verba de natureza tributária.

Logo, não há em falar em qualquer cobrança de contribuição previdenciária, parte patronal, pelo fato de que no presente
momento, posto que a lei, atualmente em vigor, modificou a forma de tributação, a qual passou desde abril/2012, a ser
recolhida com base no faturamento.

Ademais, o pagamento de direito reconhecido em sentença, não importa em "atraso". Este só acontece quando, ao
efetuar um pagamento (fato gerador), o tributo devido não é repassado aos cofres públicos no prazo legal. Se não houve
pagamento, não houve fato gerador da obrigação tributária.

Esclarecida a questão quanto à base de cálculo de contribuição previdência, e, sabedor de que a empresa reclamada é
ligada ao ramo de Call Center, a qual está introduzida na nova forma de contribuição substitutiva, a partir da receita
bruta de serviços, requer que este MM Juízo, e, sabedor ainda que o fator gerador das contribuições sociais decorrentes
da sentença é o pagamento do salário de contribuição, que, no presente caso, ocorrerá com o pagamento do crédito do
reclamante, sendo que somente caberá a incidência de juros e multa a partir deste prazo legal.

Determine a exclusão da cobrança do INSS da parte patronal, sobre os títulos deferidos na presente lide, posto que não
condizente com a legislação atual aplicável à espécie.

Feitas a exclusão da cobrança do INSS patronal a Executada não se opõem aos demais elementos do cálculo
apresentado pelo Reclamante sendo essa a única divergência.

Nestes termos,

Pede deferimento,

Belo Horizonte, 11 de novembro de 2020.

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DANIEL BATTIPAGLIA SGAI

OAB/SP 214.918

FELIPE SOBREIRA LACERDA

OAB/MG 96.623

Assinado eletronicamente por: [DANIEL BATTIPAGLIA SGAI] - a55c599


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