‘Miltongrafia’
O geógrafo e
intelectual Milton
Santos (1926-2001)
ganha mostra no
Itaú Cultural EU&
Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Ano 24 | Número 5797 | R$ 6,00
www.valor.com.br
Maioria das empresas abertas deve
o
mostrar resultados fracos no 2 tri
Balanços Exportadoras vão sofrer o impacto da apreciação do real, mas varejo
de alta renda, shoppings e setor sucroenergético podem trazer bons números
Felipe Laurence
De São Paulo
A temporada de balanços do 2 o tri-
mestre deve manter o tom dos três pri-
meiros meses do ano, com resultados
magros das empresas listadas em bolsa,
como reflexo das dificuldades no cená-
rio econômico do período. Pesquisa do
Bank of America (BofA) mostra que 65%
dos gestores entrevistados consideram
que boa parte dos desempenhos fracos
já está embutida nos preços das ações.
A Ativa, porém, destaca os setores de
Impasses com o
Centrão podem
atrasar trocas
em ministérios
De Brasília
Lideranças do governo e do Centrão
intensificaram negociações para a mi-
nirreforma ministerial, com o objetivo
de consolidar a base aliada do Executi-
vo no Congresso Nacional. No entan-
to, impasses podem atrasar as mudan-
ças na Esplanada, previstas para agos-
to. O PP, por exemplo, rejeita um Mi-
nistério do Desenvolvimento Social
esvaziado, sem o Bolsa Família, e neste
caso exige espaço com igual relevân-
cia. Por sua vez, o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, pretende seguir
atuante na articulação política e man-
ter a relação próxima que construiu
nos últimos meses com o presidente
da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cons-
ciente da influência do deputado so-
bre seus pares. Páginas A8 e A12
Destaques
Dados de bolsonaristas nas redes
Juristas e parlamentares de diferentes orien-
tações ideológicas criticaram o pedido da
Procuradoria-Geral da República (PGR) para
que o ministro Alexandre de Moraes, do STF,
solicite às redes sociais a identificação de
usuários apoiadores do ex-presidente Bol-
sonaro. Para eles, há desrespeito à privacida-
de e afronta a direitos fundamentais. A7
Mortes caem, mas não entre minorias
As mortes provocadas por crimes vio-
lentos no Brasil em 2022 chegaram ao
menor número em 12 anos: 47.508
ocorrências, segundo o anuário do Fó-
rum Brasileiro de Segurança Pública.
No entanto, aumentaram os casos de
feminicídio, crimes sexuais e os relacio-
nados a racismo e homotransfobia. A4
Indicadores
Ibovespa 20/jul/23 0,45 % R$ 20,6 bi
Selic (meta) 20/jul/23
Selic (taxa efetiva) 20/jul/23
Dólar comercial (BC) 20/jul/23
Dólar comercial (mercado) 20/jul/23
Dólar turismo (mercado) 20/jul/23
Euro comercial (BC)
Euro comercial (mercado)
20/jul/23
20/jul/23
Euro turismo (mercado) 20/jul/23
INÊS249
saúde, com menor pressão de custos, e
construção civil, com aumento de lança-
mentos, como dois segmentos que po-
dem surpreender. Varejo de alta renda e
bens de capital também podem ter núme-
ros fortes, de acordo com avaliação da XP.
WEG e Romi, que abriram a temporada,
mostraram números distintos, mesmo
sendo do setor de energia. A WEG teve re-
sultados expressivos, com expansão de
margens e custos menores. A Romi, por sua
vez, viu suas ações derreterem após o fatu-
ramentoeaentradadepedidoscaírem,an-
te os desafios nos setores em que atua.
Novos desafios
ANA PAULA PAIVA/VALOR
O advogado Sergio Spinelli, que participou de centenas das maiores transações do mercado de capitais brasileiro, conta por que decidiu desacelerar e
investir no setor de energia. “O Brasil devia abraçar o net zero como uma política de Estado. É a melhor coisa que pode acontecer.” EU& fim de Semana
.
Argentina PAE
investe R$ 3 bi
em eólicas na BA
Kariny Leal
Do Rio
A argentina Pan American Energy
(PAE) vai investir R$ 3 bilhões na cons-
trução de um complexo eólico em seis
municípios da Bahia. Do total, R$ 1,8 bi-
lhão será em recursos próprios, R$ 900
milhões devem vir do BNDES e R$ 300
milhões do Banco do Nordeste. A com-
panhia, controlada por Bridas Corpora-
tion e BP, já atua em cinco países da
América Latina: Argentina, Bolívia, Mé-
xico, Paraguai e Uruguai. Página B1
Minerais estratégicos são desafio
13,75% ao ano
13,65% ao ano
4,7882/4,7888
4,8017/4,8023
Marcos de Moura e Souza
4,8106/4,9906 De São Paulo
5,3317/5,3328
5,3449/5,3455 Todos os dias, partem dos portos de Vi-
5,3911/5,5711
tória, São Luís e do Rio cargueiros com
minério de ferro, que o ocupa o topo da
pauta de exportações brasileira. Agora,
porém, a corrida mundial está na busca
por minerais estratégicos, usados em ba-
Música clássica
O que tem (ou não)
sido feito para
acabar com a imagem
esnobe e renovar
as plateias EU&
Segundo Jennie Li, estrategista da XP,
as commodities se mantiveram com pre-
ços praticamente estáveis, mas a valoriza-
ção do real deve reduzir o ganho das em-
presas que atuam na exportação, como
mineradoras, siderúrgicas e papeleiras.
A Vale apresentou anteontem aumento
na produção do 2 o trimestre, mas a avalia-
ção dos bancos é que o número não deve se
traduzir em grandes ganhos financeiros,
com analistas mantendo as estimativas de
Ebitda (lucro antes de juros, impostos, de-
preciação e amortização) em torno de
US$ 4 bilhões, sobretudo devido à aprecia-
Dupuy, diretor no país, e Lusso, VP internacional: “Brasil é um player global na transição energética”
terias de carros elétricos, painéis solares,
turbinas eólicas e processos ligados à
transição energética. Para um país como
o Brasil, rico em recursos naturais, há
uma janela para atrair investimentos.
Mas ampliar a pauta e tornar-se exporta-
dor relevante de lítio, cobalto, cobre e ní-
quel exige avanços no mapeamento geo-
lógico, considerado subdimensionado.
ção do real e ao ritmo menor de vendas.
Varejo de alta renda — pela capacidade
da classe A de consumir — e shoppings de-
vemterresultadosexpressivos,assimcomo
osetorsucroenergético.Empresascomala-
vancagem elevada (aéreas e locadoras de
veículos) devem ter resultados pressiona-
dos. Para Li, supermercados também de-
vem sofrer com inflação menor.
Para Fernando Ferreira, estrategista-
chefe da XP, a valorização recente das
ações, com a expectativa de queda dos ju-
rose melhora daatividade, ainda não será
corroborada pelos balanços. Página B1
ANNA CAROLINA NEGRI/VALOR
O governo criou em 2021 política de
apoio aos processos de licenciamento de
projetos na área, mas só 19 foram habilita-
dos. Sabe-se, hoje, haver potencial para co-
bre, lítio, níquel, cobalto, terras raras e gra-
fita. Mas é preciso enfrentar gargalo de fi-
nanciamento e falta de política para o seg-
mento, diz Raul Jungmann, do Instituto
Brasileiro de Mineração. Página A14
‘Soft power’
Retomada da questão
ambiental recupera a
imagem do país, mas
só isso não basta, diz
Sergio Vale EU&
Desempenhos
discrepantes
entre bancos
Mariana Ribeiro
De São Paulo
Os balanços dos bancos no 2 o trimes-
tre serão novamente marcados por dis-
crepâncias nos resultados das principais
instituições de capital aberto. A expecta-
tiva de analistas é que Itaú e Banco do
Brasil sejam destaques positivos, en-
quanto Santander e Bradesco devem vol-
tar a exibir resultados fracos. Levanta-
mento do Valor com seis casas mostra
que, na média, os quatro bancos devem
ter lucro combinado de R$ 23,99 bilhões,
alta de 3% ante o 1 o trimestre, mas queda
de 10% na comparação com o 2 o trimes-
tre de 2022. A maior parte dos bancos te-
rá alta moderada na inadimplência, di-
zem os analistas do UBS BB. Página C1
Transferências
pessoais para
o exterior
são recorde
Anaïs Fernandes
De São Paulo
As remessas de dinheiro entre pessoas
físicas estão no patamar mais alto da sé-
rie histórica do Banco Central. De janeiro
a maio, foram quase US$ 909 milhões,
um aumento de cerca de US$ 2 milhões
em relação ao mesmo período do ano
passado, que já havia sido de recupera-
ção após o choque da pandemia. Desde
fevereiro, os envios mensais têm cresci-
do, chegando a US$ 193 milhões em
maio, último dado informado pelo BC.
Tiveram altas no recebimento de transfe-
rências pessoais a partir do Brasil: Bolívia
(13,4%, para US$ 33 milhões), Reino Uni-
do (11,7%, para US$ 65 milhões) e Esta-
dos Unidos (7,1%, para US$ 209 milhões).
EUA, Canadá e Portugal são principais
destinos, com 56% do total. Página A3
‘Pix dos EUA’,
FedNow estreia
somente agora
Joshua Franklin
Financial Times
O Federal Reserve (Fed), o banco cen-
tral americano, lançou sistema de paga-
mentos em tempo real, similar ao Pix, o
maior avanço em décadas na antiquada
rede de transferências de recursos nos
EUA. O FedNow permitirá movimento de
dinheiro eletronicamente em segundos,
passo significativo para um país onde pa-
pel moeda e cheques seguem populares,
e as transferências bancárias podem de-
morar dias. Os EUA estavam muito atra-
sados na implantação de redes de paga-
mentos instantâneos, usadas no Brasil,
Índia, Reino Unido e vários outros países.
Alguns críticos chamam o FedNow de
“FedYesterday” (FedOntem). Página C1
Disputas geopolíticas
globais chegaram aos
minerais estratégicos
Geoberto Espírito Santo A12
A2 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Brasil
Senado fica
responsável
por corrigir
eventuais
equívocos
da reforma
Claudia Safatle
Área social Em lançamento de programa de alimentação, presidente critica gastos militares europeus
Dinheiro da guerra acabaria com a fome, diz Lula
Caetano Tonet e Renan Truffi
De Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sancionou nesta quinta-feira
(20) a lei que reorganiza o Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA) e
institui o Programa Cozinha Solidá-
ria. Em uma cerimônia realizada no
Palácio do Planalto e em clima de
campanha, Lula criticou os gastos
dos países em recursos para a guerra
e sugeriu que as nações europeias
troquem as dívidas dos países mais
pobres por um compromisso de
maior investimento em programas
de combate à fome.
“O mundo gastou, desde 2022
até agora, US$ 2,2 trilhões em ar-
Investir nas mulheres negras pode
mudar as empresas e a sociedade
Laura Ignacio
De São Paulo
Investir na diversidade e inclu-
são de mulheres negras no merca-
do de trabalho é possível e pode
transformar tanto as empresas co-
mo a sociedade. Esse é o cenário
que apontam Daniele Jesus, head
de RH da agência de publicidade
Wieden Kennedy-SP, e Carola Oli-
veira, gerente de estratégia de ati-
vação da Globo, convidadas que
participaram ontem da Live do Va-
lor + Valor Social — área de respon-
sabilidade social da Globo – sobre
“Mulheres negras na liderança”.
Nos últimos dez anos, o número
de mulheres no país ocupando a
função de responsável da família
cresceu, segundo dados da FGV/Ibre,
mais de 70%. Porém, o rendimento
salarial e a ocupação em cargos de li-
derança não acompanham, propor-
cionalmente, esse crescimento.
“Tenho a convicção de que as mu-
lheres não avançam por conta da es-
trutura patriarcal que vivemos”, diz
Daniele. Mas ela projeta que as mu-
lheres terão papel fundamental no
futuro das organizações. “Pensando
na próxima revolução do trabalho,
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
ACG Acquisition Banco Daycoval A3
Company A16 Banco do Brasil C1
Americanas B5 Banco do Nordeste B1
Amoco B1 Bank of America B1
Anglo American A16 Blackstone C3
Aroeira Salles A16 BNDES A16, B1
Ativa Investimentos B1 BP B1
Auren Energia B1 Bradesco C1
B3 C2 Bridas B1
INÊS249
O
Senado terá uma
responsabilidade
tremenda de
consertar eventuais
equívocos da
proposta de emenda
constitucional (PEC 45), da
reforma tributária, aprovada na
Câmara. De pouco adianta
simplesmente ignorar os
aspectos colocados pelos
signatários do texto que trata a
proposta de reforma como uma
das piores da história do Brasil,
tal como fez o relator, deputado
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ao
referir-se aos críticos como
“vozes do passado”, que
contribuíram com o aumento
da carga de impostos.
Assinaram o texto Everardo
Maciel, Jorge Rachid, Marcos
Cintra, ex-secretários da Receita
Federal; José Roberto Afonso,
professor do IDP e da
Universidade de Lisboa, Felipe
Salto, ex-secretário de Fazenda
de Planejamento de São Paulo e
economista-chefe da Warren
Rena, Fernando Rezende,
professor da FGV, Selene Peres
Nunes, secretária de Economia
de Goiás.
As críticas estão centradas
sobre aspectos que formam o
núcleo da proposta e que, ao
contrário do que é esperado,
não simplificaria o sistema,
mas de guerra. Imagina se a gen-
te pegasse US$ 2,2 trilhões e in-
vestisse em alimentação? A gente
acabaria com a fome dos 735 mi-
lhões que estão passando fome”,
argumentou. “Todos os países
depositam seus recursos em paí-
ses europeus e não recebem nada
de juros. Imagina se os países eu-
ropeus não cobrassem dívidas
dos países pobres, mas exigissem
que eles gastassem esse dinheiro
em alimentação? ”, complemen-
tou o presidente.
A lei sancionada por Lula prevê
um orçamento de R$ 500 milhões
para o PAA em 2023, bem acima
dos cerca de R$ 2 milhões de 2022.
O texto também determina que no
da sensibilidade, o cuidado será
olhado como essencial para os ne-
gócios e as mulheres já fazem isso.”
As empresas que têm investido
em diversidade e inclusão, muitas
vezes, fazem isso para ter o selo ESG
(do inglês Enviromental, Social
and Governance) de quem adota
práticas com essas preocupações.
“Se for honesta a intenção dessas
empresas que têm esse selo ESG de
deixar como legado um mundo
mais diverso e confortável, para
que pessoas de várias realidades se-
jam escutadas, a gente consegue
garantir que a inclusão aconteça ao
mesmo passo da diversidade”, diz.
A head de RH lembrou que,
atualmente, estudos de institui-
ções sérias confirmam que a diver-
sidade impacta no resultado fi-
nanceiro das companhias. “Quan-
to mais pessoas diferentes dentro
de uma empresa, mais ela conse-
gue conectar o propósito de marca
com essas pessoas e afetar a socie-
dade como um todo”.
Um dos meios para se chegar a
esse resultado é a adoção da meto-
dologia do “currículo oculto” para
recrutamento e seleção, desenvol-
vida por Daniele. “Quando eu tive
Brookfield B2
Brookfield Properties B2
BTG Pactual B5
CGC A13
CNOOC Limited B1
Copastur B2
CPPIB B1
Eneva B1
Fiat Chrysler A16
conhecido como “manicômio
tributário”, não induziria ao
crescimento econômico e traz o
risco de elevar a já tão pesada
carga tributária.
A Federação, resguardada por
cláusula pétrea na Constituição
de 1988, estaria, também,
ameaçada por um Conselho
Federativo, com amplos poderes
na gestão de impostos estaduais
e municipais e com competência
para submeter projetos de lei
complementar ao Congresso.
É indiscutível que o sistema
tributário brasileiro tem muitos
problemas. Para Maciel, a grande
maioria dos problemas não são
causados pelos impostos, mas
sim pelos processos. “Nós
criamos os problemas que
geraram a guerra fiscal”,
completou Maciel, que citou dois
fatos: Quando fizeram a reforma
administrativa do governo Collor
de Mello, havia, no ministério da
Fazenda, uma secretaria de
Economia e Finanças, que era de
onde se coordenava o ICMS.
“Acharam aquele nome esquisito
e acabaram tanto com a
secretaria quanto com a
coordenação”. Outro exemplo foi
o descaso do Congresso Nacional
com o que dizia a Constituição de
88, no seu artigo 155, parágrafo
2° do inciso XII, alínea “g”, que
uma lei complementar
mínimo 30% das compras públicas
de gêneros alimentícios seja dire-
cionada à agricultura familiar. A
matéria, que foi aprovada em ju-
lho no Congresso, permite que o
governo federal, Estados e municí-
pios possam comprar alimentos
sem licitação de agricultores fami-
liares, desde que os produtos aten-
dam prerrogativas como preços
competitivos e requisitos de con-
trole de qualidade.
O presidente afirmou que os
programas vão precisar de mais re-
cursos. Porém, aconselhou os mi-
nistros Wellington Dias, do Desen-
volvimento Social, e Paulo Teixeira,
do Desenvolvimento Agrário, a
não pedirem mais verba para a mi-
sucesso de trazer para empresas os
talentos que elas precisavam é
quando vi o que não está no currí-
culo formal”, explica.
Na prática, trata-se de enxergar e
considerar, as habilidades desenvol-
vidas nas vivências de cada pessoa,
como poder de adaptação, criativi-
dade e o talento para fazer conexões.
Na Wieden, ela lidera um programa
que levou para trabalhar na agência
dez jovens da periferia, sendo oito
mulheres, a maioria preta, e a sele-
ção foi feita por meio do currículo
oculto.
A diversidade nas equipes tam-
bém incentiva a criatividade. É o
que se vê na novela da Globo “Vai
na fé”, cujas personagens princi-
pais são mulheres pretas mi-
croempreendedoras. “Nessa nove-
la a gente vê protagonistas negros
e uma leitura de mobilidade ra-
cial”, diz Carola. “A gente tem um
profissional negro líder de advoca-
cia, um dono de estabelecimento,
trazendo as narrativas que refle-
tem o país, que quer se enxergar e
quer sonhar”, acrescenta.
A diretora da novela, Rosane
Svartman, traz isso desde fora das te-
las. “Até para a construção ser genuí-
FSB B4 Klaros Group C1
Fulwood B2 LCA Consultores A16
GE Renewable Energy B3 Luz Soluções
Genoa Capital C6 Financeiras C6
Globo A2 Master B4
Itaú Asset Mattel B4
Management C6 McKinsey B2
Itaú Unibanco C1 MTR Solar B3
JLL B2 Newmark B2
disciplinaria os incentivos fiscais
do ICMS, concedidos pelos
estados. Tal lei nunca chegou a
ser votada.
Em 2012, quando foi relator
em uma comissão presidida
por Nelson Jobim, sobre pacto
federativo. Maciel preparou um
projeto tratando dessa
legislação, para por um fim à
guerra fiscal. “Não me esqueço
o que disse Luiz Henrique,
ex-senador por Santa Catarina,
já falecido, quando leu a
proposta: ‘Mas isso vai acabar
com a guerra fiscal! Não vai ser
aprovado!’”, contou o
ex-secretário da Receita Federal.
Há um mar de contenciosos
tributários. De um lado tem o
Fisco, com poderes ilimitados e,
do outro, o contribuinte que
pode questionar questões
constitucionais na primeira
instância. Dá uns 19 anos para
questionar na primeira
instância até o STF. Se o
contribuinte perder, vai pagar
com juros simples, o que é um
bom negócio.
Contencioso vem do processo
e ninguém trata disso. Tem como
resolver quase tudo por
legislação infraconstitucional e
boa parte tem projeto pronto no
Senado e ninguém olha. De cada
dez parlamentares que votaram a
favor da reforma, nove não deve
nistra do Planejamento e Orça-
mento, Simone Tebet, neste mo-
mento. “Eu disse para os meninos:
‘Não peçam mais agora para a Si-
mone, deixa as coisas acontecerem
que a gente vai choramingando
ali, ali, e termina saindo um pouco
mais’”, pontuou.
A proposta estabelece critérios
“É preciso lembrar
que a cozinha popular
ganhou força
durante a covid”
Lula
Daniele Jesus e Carola Oliveira, na Live do Valor: mulheres terão papel fundamental no futuro das organizações
na,elatemautoresLGBT,negros,pes-
soas de diversos Estados, regiões e o
núcleodediretorestambémtrazesse
reflexo social e regional”, diz Carola.
A publicitária ganhou três Can-
nes este ano, um deles relacionado à
pouca visibilidade de mulheres che-
fes de cozinha. “Nesse projeto, de-
senvolvido quando eu ainda estava
em uma agência de publicidade, tí-
nhamos o objetivo de lançar luz so-
Oceana A14
Pan American Energy B1
Peugeot-Citröen A16
Rabobank B7
Rede Evolua B4
Rio Tinto A16
Risen B3
Romi B1
Santander B5, C1
ter ideia do que votou. Foi
liberado o dinheiro da emenda
do deputado, ele vota a favor.
O professor Eurico Santi diz,
em vídeo que circula na internet,
que o Centro de Cidadania Fiscal
(CCif) é um think tank
(responsável pela elaboração da
PEC 45) independente, mas
“temos os nossos financiadores
que nos controlam e controlam a
qualidade do nosso trabalho.”
Quando chegaram com a
proposta para eles
(empresários), pediram que
fosse de implementação bem
gradual, até porque tem
empresas que acabaram de
fazer investimentos com
incentivo fiscal.
São 12 as empresas que
financiam o CCiF. . Segundo
Maciel, quem assistiu ficou
estarrecido com a sinceridade
do professor. “Foi um acordo
com o setor produtivo de que
queremos a reforma, mas
vamos fazê-la devagarzinho”,
explicou Santi.
Para José Roberto Afonso,
“não há uma reforma
tributária. Não se desenha um
novo sistema que supõe olhar
para o futuro e para uma
economia cada vez mais verde,
inclusiva e digital”. Ao
contrário, “tenta-se repetir o
que mundo fez décadas atrás,
de acesso ao programa para gru-
pos prioritários, como famílias
incluídas no Cadastro Único (Ca-
dÚnico) para programas sociais
do governo federal, povos indí-
genas, negros, assentados da re-
forma agrária, pescadores, mu-
lheres, juventude rural, idosos e
pessoas com deficiência.
No novo formato do PAA, o go-
verno aumentou o valor indivi-
dual que pode ser comercializa-
do pelos agricultores familiares
de R$ 12 mil para R$ 15 mil.
E elevou de 40% para 50% a
participação mínima de mulhe-
res na execução do programa.
A lei também cria o Programa
Cozinha Solidária, que será coor-
bre as principais barreiras que fa-
ziam com que chefes femininos não
tivessem tanto espaço como chefes
masculinos”, explica. “Às vezes, elas
são arrimo de família,têmdupla jor-
nada, nem sempre conseguem fazer
curso e, sem investimento externo,
vendem para pagar a produção, co-
mo a Sol e a Bruna da novela”, diz.
Nesse projeto liderado por Caro-
la, dez chefes mulheres como Bel
Siemens Gamesa B3 Uniesp B4
Sigma Lithium A15, A16 Universidade Brasil B4
Stellantis A16 Vale B1
Sumitomo A16 Virgo B5
Telecom Argentina A13 Vórtx B5
Tesla A16 Votorantim B1
The Dow Chemical A13 Warren Rena A2
Travelex Confidence A3 WEG B1
Ulbra B4 Wieden Kennedy A2
quando ainda predominavam
bens, apareciam alguns
serviços, e mal se sabia o que era
a economia doconhecimento”.
A PEC 45 simplificaria a
maçaroca dos tributos se fosse
adotado um único IVA
(Imposto sobre valor
adicionado) nacional. ”Já a
Câmara aprovou três tributos
sobre bens e serviços, mais um
seletivo, fora dois provisórios,
sobre produtos
industrializados e sobre
algumas exportações estaduais.
Mesmo no imposto base, tem
um regime normal, outro com
alíquota reduzida, diferentes
regimes especiais
desconhecidos, mais o Simples,
nacional ou parcial”.
Da proposta que está nas
mãos do Senado, resultam dois
danos centrais: Primeiro,
aumenta o espaço para
questionamentos judiciais,
inclusive os mais longos,
porque só o STF decide.
Segundo, engessa as mudanças
legais justamente quando
economia e sociedade passam
por transformações estruturais
radicais, argumenta Afonso.
Claudia Safatle é jornalista da equipe de
criou o Valor Econômico e escreve às
sextas-feiras
E-mail claudia.safatle@valor.com.br
denado pelo Ministério do De-
senvolvimento Social. A inciativa
visa fornecer alimentação gratui-
ta e de qualidade às populações
mais vulneráveis.
No caso do Cozinha Solidária, su-
gestão do deputado federal Guilher-
me Boulos (Psol-SP), relator do pro-
jeto na Câmara dos Deputados, o
texto prevê que 30% do valor para a
aquisição de alimentos seja destina-
do a pequenos produtores. “Não sei
se vocês perceberam que tem uma
novidade que é a Cozinha Popular.
Ela entrou e terá que ser transforma-
da em política pública, essa é uma
boa novidade. É preciso lembrar que
a cozinha popular ganhou força du-
rante a covid”, defendeu Lula.
GABRIEL REIS/VALOR
Coelho, Katia Barbosa e Bela Gil cria-
ram um menu com pratos que tra-
ziam essas discussões para a mesa,
por meio de nomes provocativos co-
mo:Lagostimdaprosperidade,Nem
tudo são flores, Beleza oculta, Baião
de todas, Mousse quebrando as bar-
reiras e Escada da resistência. Ela ga-
nhou na categoria que premia pro-
jetos de marca capazes de gerar im-
pacto na sociedade.
WNT Capital B4
XP A12, B1
YPF A13

Brasil
Conjuntura Transferências de pessoas físicas para EUA, Reino
Unido e Bolívia aumentam de janeiro a maio; Europa perde fôlego
Remessas pessoais ao exterior
crescem com real mais forte
Anaïs Fernandes
De São Paulo
As remessas entre pessoas físi-
cas (transferências pessoais) estão
no patamar mais alto da série his-
tórica do Banco Central. De janeiro
a maio, foram quase US$ 909 mi-
lhões, um avanço de cerca de US$ 2
milhões em relação ao mesmo pe-
ríodo de 2022, que já havia sido de
recuperação após os choques da
pandemia. Desde fevereiro, os en-
vios mensais vêm crescendo, pas-
sando de US$ 157 milhões para
US$ 193 milhões em maio, último
dado disponibilizado pelo BC.
“Vimos um aquecimento nos
últimos três meses, em torno de
50% para alguns países, de 35%
para outros”, diz Alexandre Fia-
lho, diretor da Cotação, empresa
do Rendimento. “A queda do dó-
lar abaixo de R$ 5 potencializou
esse crescimento”, afirma.
Na pandemia, o dólar se fortale-
ceu globalmente, em meio à incer-
teza sanitária, e muitas pessoas no
Brasil aproveitaram para repatriar
valores, trazendo dinheiro de volta
para o país, lembra Jorge Arbex, di-
retor do Grupo Travelex Confiden-
ce. “Hoje, o cenário é bem diferen-
te, porque a taxa de câmbio caiu.
Vemos um crescimento dos envios
de dinheiro para fora”, afirma.
Levantamento exclusivo da Tra-
velex Confidence, considerando a
classificação para operações intro-
duzida pela Nova Lei Cambial, no
fim de 2022, mostra que as “doa-
ções ou transferências sem contra-
partida” — destinadas à manuten-
ção financeira de residentes no ex-
C oordenar estudos de
tendências tecno-
lógicas, definir a carteira
de projetos de pesquisa da
companhia e captar recur-
sos financeiros junto às
agências de fomento. Estes
foram os objetivos estabe-
lecidos pela Companhia
de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo
(Sabesp), em 2010, ao criar
a superintendência de
Pesquisa, Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação
(PD&I). Quase 13 anos
depois, a iniciativa forta-
leceu a área, possibilitou
a melhoria de processos
operacionais e permitiu
que a empresa ampliasse
seu portfólio de tecnolo-
gias a serem oferecidas
ao mercado.
Com essa estratégia, a
companhia passa a lide-
rar uma série de ações em
inovação para a área de
saneamento básico. Um dos
exemplos é a parceria com
a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp). A Sabesp
já lançou três chamadas
com o objetivo de selecio-
nar projetos no âmbito
do Programa de Apoio à
Pesquisa em Parceria para
InovaçãoTecnológica(Pite)
e uma chamada no âmbito
do Programa de Pesquisa
Inovativa em Pequenas
Empresas (Pipe). Este
último, inclusive, é voltado
a pesquisadores vincula-
dos a empresas com até 250
empregados com unidade
de P&D no Estado de São
Eduardo Campos: brasileiros aproveitam para enviar quantia maior para fora
terior, por exemplo — explicam a
maior parte das operações no se-
gundo trimestre deste ano. Elas re-
presentaram 38% da média do vo-
lume total operado, uma acelera-
ção em relação à participação de
33,4% do primeiro trimestre.
“Percebemos aumento das re-
messas dos próprios brasileiros,
que enviam dinheiro para investi-
mentos, comprar imóveis, manter
um filho no exterior. Essas pessoas
aproveitam o câmbio mais atrati-
vo para mandar uma quantia
maior”, diz Eduardo Campos, dire-
tor de câmbio do Banco Daycoval,
que oferece o serviço de remessas
expressas DayPay.
Registram alta como destino de
transferências pessoais do Brasil,
em relação ao mesmo período de
2022, a Bolívia (13,4%, para US$ 33
milhões), o Reino Unido (11,7%,
Inovação e pesquisa impulsionam
o saneamento básico
Sabespatuadeformapioneiraeminiciativasqueincentivamacriação,
a adoção e a difusão de soluções com foco na geração de valor
Paulo e disponibiliza recur-
sos que podem chegar a
R$ 1 milhão.
AÇÕES COMPLEMENTARES
A companhia desenvolve
uma série de outras ações
em busca da inovação, que
está em sua cultura empre-
sarial e em sua estrutura
organizacional, estimu-
lando a criação, adoção e
difusão de soluções com
foco na geração de valor.
Entre elas, incluem-se
os contratos de perfor-
mance, que garantem
ROGERIO VIEIRA/VALOR
para US$ 65 milhões) e os Estados
Unidos (7,1%, para US$ 209 mi-
lhões). Para alguns países da Euro-
pa, como Portugal, Espanha, Itália,
França e Alemanha, no entanto,
houve queda das remessas.
Apesar disso, na Cotação, Fialho
afirma que o fluxo de remessas pa-
ra Portugal, por exemplo, segue re-
levante. Considerando apenas as
“doações ou transferências sem
contrapartida”, o levantamento da
Travelex Confidence junto ao BC
“Queda do dólar
abaixo de R$ 5
potencializou esse
crescimento”
Alexandre Fialho
CONTEÚDO PATROCINADO POR
iniciativas de automação de estações
de tratamento de água e esgoto e de
desenvolvimento de equipamento para
maior agilidade na execu-
ção, permitem unir vários
serviços em um mesmo
contrato e estimulam o
mercado a atuar com foco
em resultado.
A companhia se destaca
como pioneira ao esta-
belecer as renomadas
Normas Técnicas Sabesp,
definindo um padrão de
excelência que não apenas
orienta as práticas internas
da empresa, mas também
serve como referência para
todo o setor de saneamento
no país. Essas normas têm
aponta EUA, Canadá e Portugal co-
mo os principais destinos, repre-
sentando, do volume operado,
25%, 17% e 14%, respectivamente,
no segundo trimestre.
Entre abril e maio, a Travelex
Confidence observou um aumen-
to de cerca de 40% nas remessas
pessoais em geral, com a Bolívia e o
Reino Unido também apresentan-
do crescimento próximo disso, se-
gundo Arbex. “Como estamos fa-
lando de movimentações entre
pessoas físicas, está muito ligado a
países onde existe maior fluxo de
turistas ou imigrantes no Brasil”,
diz. “Percebemos que países como
Bolívia e outros mais próximos do
Brasil mostram crescimento.”
Além do câmbio favorável, a
melhora do mercado de trabalho
brasileiro é um fator que ajuda a
impulsionar especialmente as re-
messas de imigrantes para familia-
res no país de origem, observa Fia-
lho. Em abril (último levantamen-
to do Observatório das Migrações
Internacionais - OBMigra), pelo
quarto mês seguido, a criação de
postos formais de trabalho para
imigrantes sustentou crescimento,
com quase 3.400 novas vagas.
O valor médio das remessas de
pessoas físicas na Cotação é de
US$ 1.000 a US$ 1.500, segundo
Fialho. No DayCâmbio, serviço de
lojas físicas do Daycoval e que aca-
ba sendo bastante usado por imi-
grantes, o “ticket médio” é mais
baixo e concentrado, sobretudo,
em africanos (cerca de US$ 80 por
envio) e sul-americanos (US$ 200 a
US$ 300), segundo Campos. “Esses
imigrantes ganham em reais. Com
© GETTY IMAGES
A companhia vem investindo em
redução de perdas de água
desempenhado um papel
fundamental ao impulsio-
nar a inovação no mercado,
incentivando a busca por
soluções cada vez mais
avançadas e eficientes.
E, além disso, implemen-
tou sistemas de monitora-
mentoecontroleviasatélite,
para levar eficiência e agili-
dadeaodesafiodegarantira
manutenção e o controle de
estruturas de saneamento.
No âmbito da despoluição
do Rio Pinheiros, houve a
implantação de Sistema de
Oxigenação,comtecnologia
Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | A3
Dinheiro para fora
Valorização do real sustenta remessas do Brasil em nível elevado
Despesas com transferências pessoais acumuladas de janeiro a maio - em US$ mi
1.000 907 909
800
600
400 292
200
45 55
1995 2003 2008 2018 2023
Principais destinos das transferências pessoais do Brasil
Acumuladas de janeiro a maio
Variação ante 2022 (%) Despesas (US$ mi)
Bolívia 13,4 32,9
Reino Unido 11,7 64,7
EUA 7,1 208,8
Espanha -0,6 34
Itália -2,9 26,8
Portugal -4,9 161
Canadá -6,4 58,6
Peru -7,4 12,5
França -12,4 17
Alemanha -19,6 25,1
Haiti -20,3 29
China -21,6 13,8
Fonte: Banco Central
a queda do dólar, principalmente tivas observando um movimento
depois de fevereiro, o poder de de reemigração de haitianos pa-
compra deles aumentou. Então, ra outros países, conforme mos-
foi um crescimento mais em fun- trou também matéria do Valor.
ção do ‘ticket médio’ em dólar.” “Não há como tratar de remes-
As remessas do Brasil para o sas sem a mobilidade de pessoas. A
Haiti, outro tradicional destino re- queda está relacionada à reemi-
lacionado à imigração, porém, re- gração de haitianos principalmen-
gistram queda de cerca de 20% de te para os Estados Unidos e o Cana-
janeiro a maio de 2023, em relação dá. Tem a ver também com a situa-
ao ano passado. ção de desemprego provocada pe-
Leonardo Cavalcanti, professor la pandemia”, diz Handerson Jose-
da Universidade de Brasília (UNB) ph, professor na Universidade Fe-
e coordenador do OBMigra, pon- deral do Rio Grande do Sul
dera que, pelas informações do BC, (UFRGS) e pesquisador de dinâmi-
os contratos de câmbio identifi- cas de mobilidade dos haitianos.
cam os países de origem e destino Ele observa que, no caso dos haitia-
imediatos dos fluxos. Ou seja, se nos, por exemplo, mesmo com a
uma pessoa no Brasil efetua uma melhora recente do mercado de
transferência para outra no Haiti trabalho brasileiro, há marcadores
via uma empresa de remessas que sociais da diferença em jogo na in-
usa um banco intermediário ame- tegração, como os raciais.
ricano, por exemplo, a estatística
vai capturar como destino os EUA
À frente, a tendência é que o flu-
xo de transferências pessoais do
e não o Haiti. Brasil para o exterior continue
Apesar da cautela, Cavalcanti crescendo, segundo representan-
aponta que há pesquisas qualita- tes do setor de câmbio.
os 100 mil maiores consu-
midores da Sabesp na
Região Metropolitana de
São Paulo, com condições
de reduzir perdas, contri-
buir com o meio ambiente e
melhorar o relacionamento
com o cliente.
Outro foco está na cria-
ção de soluções em busca
de diversif icar fontes
energéticas. Em Franca
(SP), a empresa mantém
inédita na América Latina, um programa pioneiro
que melhora significa- de produção de biogás no
tivamente a qualidade processo de tratamento
das águas do rio, além de de esgoto. Em 2018, com a
eliminar o mau odor no implementação do projeto,
entorno. Ainda em relação o biometano passou a ser
ao rio, no final de 2022, a utilizado para abastecer
Sabesp inaugurou as cinco toda a frota de veículos
UnidadesRecuperadorasda da companhia.
QualidadedasÁguas(URs), A Sabesp também vem
que integram o programa investindoemusinasdegera-
Novo Rio Pinheiros. çãofotovoltaica,começando
pelomunicípiodeOrindiúva,
TECNOLOGIA E onde desde 2021 opera uma
ENERGIAS RENOVÁVEIS unidade de geração de ener-
A companhia, que em gia solar com capacidade
2023 completa 50 anos de 1 megawatt (MW), com
de existência, também potencial de geração de 1,9
implementa uma série de milhão de quilowatt-hora
iniciativas que colocam (kWh) ao ano, suficiente
a tecnologia a serviço do para abastecer44% da popu-
saneamento. Assim, vem lação da cidade.
investindo em iniciativas de É importante mencio-
automação de estações de nar também o Programa
tratamento de água e esgoto de Geração de Energia
e de desenvolvimento de Fotovoltaica por Geração
equipamento para redução Distribuída da companhia
de perdas de água. contacomfinanciamentodo
Também aposta em BID Invest, na ordem de R$
sistemas inteligentes de 250 milhões, com o objetivo
sensoriamento e gestão de de implementar 33 usinas
redes de água e hidrôme- fotovoltaicas em áreas da
tros que utilizam Internet companhia próximas das
das Coisas (IoT), capazes instalações operacionais,
de levar a telemedição para principalmente no interior.
PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM
A4 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Brasil
Segurança País vê redução em Retrato da violência
homicídios, apesar do aumento Números do Fórum Nacional de Segurança Pública
no número de armas, diz anuário Brasil armado
Registro de armas de foto, em milhões
Morteviolenta
cai,masgolpee
crimecontra
minoriassegue
emexpansão
Folhapress, de São Paulo
As mortes violentas no Brasil
chegaram ao menor número em
12 anos. A queda desacelerou en-
tre 2021 e 2022, mas mantém
uma tendência verificada desde
2018. Foram 47.508 vidas perdi-
das pelos crimes de homicídio
doloso, latrocínio, lesão corporal
seguida de morte e mortes por
intervenção policial.
Os dados, divulgados nesta
quinta-feira, 20, são do 17 o
Anuário de Segurança Pública,
organizado pelo Fórum Brasilei-
ro de Segurança Pública.
A taxa proporcional de mortes
a cada 100 mil habitantes no Bra-
sil diminuiu de 24 para 23,4.
Mesmo assim, o Brasil ainda con-
centra cerca de um quinto dos
homicídios no mundo.
A taxa de homicídios dolosos
ficou em 19,5, com queda de
2,2% entre 2021 e 2022.
Já as mortes por intervenção
de agentes policiais chegaram a
6.430, com redução de 1,4%. A
Amazônia Legal, que havia regis-
trado aumento em homicídios
na edição anterior da publica-
ção, concentrou, no ano passado,
uma em cada cinco mortes vio-
lentas intencionais.
As informações são colhidas
nas secretarias de Segurança Pú-
blica dos Estados. Para os cálcu-
los de população são usadas esti-
mativas e o número indicado em
2022 pelo Censo Demográfico.
O Estado mais violento do
país é o Amapá, com uma taxa
de 50,6 mortes violentas inten-
cionais a cada 100 mil habitan-
tes, mais que o dobro da nacio-
nal, de 23,4 mortes.
A região Norte apresentou re-
dução de 2,7% no indicador. O
Nordeste viu as mortes violentas
caírem 4,5% em um ano. O Sudes-
te teve queda de 2%, com São Pau-
lo mantendo a menor taxa do
país: 8,4 mortes a cada 100 mil
habitantes. Sul e Centro-Oeste ti-
veram, respectivamente, aumen-
tos de 3,4% e 0,8% nas mortes.
Entre os crimes que compõem
o indicador de mortes violentas
intencionais, o único que regis-
Racismo e homotransfobia também crescem
Folhapress, de São Paulo
Casos de racismo tiveram au-
mento de 68% em 2022, segundo o
Anuário de Segurança Pública. Fo-
ram registradas 2.458 ocorrências.
Em 2021, houve 1.464. Rio de Ja-
neiro, Bahia e Santa Catarina lide-
ram o crescimento das notifica-
ções. No Rio, o total de casos saltou
de 127 para 312 em um ano.
Cárcereseriaa18 ‘cidade’maispopulosadoBrasil
Folhapress, de São Paulo
A população prisional no Brasil
bateu novo recorde e chegou a
832.295 pessoas no fim do ano
passado, segundo o 17 o Anuário
Brasileiro de Segurança Pública. O
número é mais que o dobro dos
habitantes de Boa Vista e equivale
à população de João Pessoa.
Se essas pessoas vivessem em
Menos homicídios
Mortes violentas intencionais, em mil
trou aumento no país foi o de le-
são corporal seguida de morte,
que passou de 517 casos em 2021
a 610 no ano passado.
Segundo o Fórum Nacional de
Segurança Pública, a explicação
para a queda de mortes violen-
tas encontra alguns paralelos fo-
ra do país, como o envelheci-
mento da população, mas a aná-
lise se divide em várias hipóteses
para a redução.
Um dos principais questiona-
mentos é sobre a ampliação do
acesso a armas no governo Jair
Bolsonaro (PL), que creditou a
queda de homicídios ao aumen-
to do armamento e a repasses de
recursos a estados por meio do
Ministério da Justiça.
O presidente do Fórum Brasilei-
ro de Segurança Pública, Renato
Sérgio de Lima, refuta a tese e diz
que não há, no Brasil, uma política
nacional de segurança pública.
“Bolsonaro fazia defesa de ili-
citude, de a ‘polícia ir para cima’,
do ‘bandido bom é bandido
morto’, mas não fez nada em ter-
mos concretos de política públi-
ca. Atrasou o desenvolvimento
do Sistema Único de Segurança
Pública e do Plano Nacional de
Segurança Pública, além de re-
presar repasses”, disse.
Armas de fogo
Em 2022, três em cada quatro
assassinatos no país foram come-
tidos com arma de fogo.
O número de armas de cida-
dãos comuns mais que dobrou
ao longo de grande parte da ges-
tão de Jair Bolsonaro (PL), de
acordo com o Anuário.
O total de armas com registro
ativo no Sinarm (Sistema Nacio-
nal de Armas, da Polícia Federal)
chegou a 1,5 milhão em 2022,
crescimento de 47,5% em relação
a 2019, primeiro ano do governo
Bolsonaro, quando foi concedi-
do acesso a mais calibres.
A quantidade de armas entre
cidadãos comuns foi de 803 mil
em 2022, um crescimento de
116% no mesmo período. Com is-
so, essa categoria passou de um
terço do total de armas registra-
das no país para 51%.
Em menor proporção, as noti-
ficações por injúria racial tam-
bém aumentaram: 10.990 em
2022 ante 10.814 em 2021.
O levantamento não conse-
guiu todos os dados solicitados
juntos às secretarias públicas de
Bahia, Espírito Santo, Tocantins,
São Paulo e Rio Grande do Sul.
Casos de homotransfobia, en-
quadrados na lei do racismo,
a
uma cidade, ela seria a 18 a na lista
das mais populosas do país, à frente
de Natal, Cuiabá e Aracaju. A maior
parte dos presos é negra (68,2%) e
tem de 18 a 19 anos (43,1%).
O total de presos no país é a so-
ma de pessoas nos regimes fecha-
do, semiaberto e aberto, em medi-
da de segurança e em tratamento
ambulatorial (para aqueles consi-
derados inimputáveis por doenças
2,5
2,0
1,5 1,23
1,06
1,0
0,64
0,5
0,0
2017 2019 2020
Patrimônio ameaçado
Ocorrência de furtos e roubos, em mil
Furto Roubo
660
560,6
473,9
495 434,8
330
165
0 0,0
2018 2019
Fonte: Secretarias estaduais de Segurança Pública e/ou Defesa Social; Fórum Nacional de Segurança Pública
Outra hipótese para a redução
de mortes é a migração do crime.
Os números de roubos de cargas,
em casas e em estabelecimentos
comerciais caíram, estelionatos
cresceram. Foram 208 a cada hora
no país em 2022. O total chegou a
1,8 milhão de casos. Isso indica, se-
gundo Lima, que quadrilhas estão
preferindo modalidades com me-
nos riscos e mais ganhos.
Uma das razões que também
pode contribuir para a redução de
mortes é a dinâmica do crime or-
ganizado. A Amazônia se tornou
um campo de disputa, com au-
mento da violência nos últimos
anos em regiões como Norte e
Nordeste. Isso porque facções co-
mo o PCC (Primeiro Comando da
Capital) e o CV (Comando Verme-
lho) buscam expandir seus ciclos
de domínio de produção e escoa-
mento de drogas, com um rompi-
mento agravado entre 2016 e 2017
e consequência nas mortes.
“Bolsonaro fazia
defesa de ilicitude,
de a ‘polícia ir para
cima’, do ‘bandido
bom é bandido
morto’, mas não fez
nada em termos
concretos de
política pública”
Sérgio de Lima
Roubo de celular
Bahia e Rio de Janeiro puxa-
ram a alta de furtos e roubos de
telefones celulares, aponta o
anuário. O Brasil registrou um
crescimento de 16,6% neste tipo
de crime no período de um ano,
saindo de 853 mil casos em 2021
para 999,2 mil ocorrências no
ano passado. A média é de 114
celulares roubados por hora no
país, cerca de 2 a cada minuto.
cresceram 54%. Foram 488 ocor-
rências em 2022, ante 316 no
ano anterior.
Agressões contra a população
LGBTQIA+ são penalizadas como
crimes raciais desde junho de
2019 por decisão do STF.
Rio Grande do Sul, Distrito Fe-
deral e Goiás lideram o aumento.
O Rio Grande do Sul teve 119 ca-
sos registrados com alta de 77%.
psiquiátricas). Também entra na
conta quem está em prisão domi-
ciliar, com tornozeleira ou não.
O relatório aponta que 2.453
pessoas presas morreram em
2022. A maior causa está relacio-
nada a problemas de saúde, com
1.430 óbitos, seguida por 400
mortes ainda sem causa esclare-
cida e 390 vítimas de um crime.
O levantamento apontou ainda
2,3 80
1,99
55,8 59,7
60 54,7
47,2
40
20
0
2021 2022 2011 2012 2013 2014
579,5
478,9 482,9 490,9 508,3
370,1
347
2020 2021 2022
Roubo e furto de veículos
Os roubos e furtos de veículo,
também considerados crimes
contra o patrimônio, cresceram
8% entre 2021 e 2022, com
373.225 ocorrências registradas
no ano passado.
Violência em escolas
As aulas de 669 escolas públi-
cas do país foram interrompidas
por episódios de violência em
2021. Tiroteio no entorno, rou-
bo, vandalismo, ameaça e ataque
estão entre os motivos pelos
quais as unidades tiveram de pa-
rar as atividades letivas. O núme-
ro de escolas com aulas inter-
rompidas em decorrência de vio-
lência representa 0,9% do total.
“É muito alarmante que 669 es-
colas tiveram de parar suas ativi-
dades, isso significa que milhares
de estudantes não puderam estu-
dar por risco de serem vítimas de
violência. É uma violação muito
grave dos direitos dessas crianças
e adolescentes”, diz Cauê Martins,
consultor do Fórum.
Estelionato dispara
O estelionato passou de 1,8
milhão de casos, com crescimen-
to de 37,9% entre 2021 e o ano
passado. Já o estelionato eletrô-
nico acelerou, com aumento de
65,2% e chegou a 200,3 mil ocor-
rências, segundo o Fórum.
Morte causada por policiais
O número de mortes causadas
por policiais civis e militares em
2022 foi semelhante ao registrado
no ano anterior: 6.430 pessoas
morreram pelas mãos dos agentes
públicos, 1% menor que em 2021.
O levantamento aponta que a
maioria das vítimas é do sexo mas-
culino (99%), negra (83%), jovem
(45% tem de 18 a 24 anos) e foi
morta por arma de fogo (99%).
Já Bahia e Rio de Janeiro fica-
ram mantiveram na liderança
das mortes policiais, com 1.464 e
1.330 casos respectivamente.
Crianças
Todos os tipos de violência
contra crianças e adolescentes
cresceram no país em 2022. Hou-
O Fórum computou também
os crimes contra a comunidade
LGBT+ não inseridos como racis-
mo. Lesão corporal é o mais re-
corrente, com 2.324 casos so-
mente no último ano. Depois, há
homicídio doloso (163 relatos) e
estupro (199 ocorrências).
Pernambuco é o estado com
mais registros de lesão corporal.
No último ano, foram 540. Este
que o país tinha 596,1 mil vagas
para presos. Ou seja, o sistema ti-
nha no fim do ano passado um dé-
ficit de mais de 236 mil vagas. Isso
indica uma diminuição de 40 mil
vagas em relação ao ano anterior.
Segundo o Fórum, parte dessa
queda aconteceu devido a uma
mudança na contagem de vagas
de alguns estados. No Paraná, por
exemplo, não foram contabiliza-
64,1
58,5 61,6 57,6
47,8 50,4 48,4 47,5
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Escalada de golpes
Ocorrência de estelionato, em milhões
2,0
1,5 1,31
0,93
1,0
0,52
0,43
0,5
2018 2019 2020 2021
ve aumento de casos de abando-
no, maus tratos, lesão corporal e
de crimes sexuais. Ao todo são
mais de 102 mil menores de ida-
de vítimas de violência no país.
Os crimes sexuais foram os que
tiveram maior aumento propor-
cional em 2022. O estupro é o ti-
po de crime com o maior número
de registros contra menores de
18 anos no Brasil e teve um au-
mento de 15,3% no ano passado,
chegando a 51.971.
As denúncias de exploração se-
xual cresceram 16,4%, passando de
764 para 889, no mesmo período.
Também houve aumento de 7%
nos registros de pornografia in-
fanto-juvenil, que foi de 1.523 para
1.630. Maus-tratos teve crescimen-
to de 13,8%. Os registros passaram
de 19.799 para 22.527. Também
houve aumento de 14% nos casos
de abandono de incapaz, passan-
do de 8.197 registros para 9.348.
Locais mais violentos
A Bahia concentra seis das dez
cidades grandes e médias que tive-
ram maior taxa de mortes violen-
tas intencionais em 2022. O levan-
tamento revela que Jequié (a 370
km de Salvador) foi a cidade brasi-
leira com maior média de assassi-
natos proporcional à sua popula-
ção, atingindo um patamar de
88,8 mortes por cada 100 mil habi-
tantes. Outras três cidades baianas
aparecem na sequência encabe-
çando a lista: Santo Antônio de Je-
sus, Simões Filho e Camaçari.
Completam a relação das cida-
des mais violentas, na ordem, Cabo
de Santo Agostinho (PE), Sorriso
(MT), Altamira (PA), Macapá (AP),
Feira de Santana (BA) e Juazeiro
(BA). O levantamento leva em con-
ta os municípios brasileiros com
mais de 100 mil habitantes, o que
inclui cidadesgrandese médias,se-
gundo tipologia usada pela ONU.
Uma a cada cinco mortes violen-
tas intencionais no Brasil em 2022
ocorreram nos nove estados da
Amazônia Legal. O índice é o mais
alto do país, embora a região res-
ponda só por 13,6% da população
brasileira, conforme o Censo 2022.
Ver também página A5
valor, no entanto, é menor em
relação aos atentados lá regis-
trados em 2021, quando houve
655 casos.
Já homicídios dolosos com
LGBTQIA+s vitimados também
tiverem seu ápice no Nordeste. O
Ceará teve 32 casos em 2022. Isso
não é novidade naquela região,
já que houve 31 assassinatos nos
12 meses anteriores.
dos os presos no regime de patro-
nato, que presta assistência a
quem cumpre pena em regime
aberto ou é egresso do sistema
carcerário e dorme em albergues.
A porção de presos provisórios
(sem condenação), caiu 3,2% entre
2021 e 2022. O número ainda é al-
to. Cerca de um em cada quatro
presos no Brasil está nessa situa-
ção, ou seja, 210.687 pessoas.
Registro de
agressão
sexual bate
recorde
Folhapress, de São Paulo
2022
Os casos de agressão sexual
cresceram no Brasil em 2022. O
ano teve o maior número de casos
de estupro registrados da série his-
tórica, iniciada em 2011, segundo
1,82
o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. Foram 74.930 vítimas, um
aumento de 8,2% na comparação
com 2021. A taxa é de 36,9 casos
para cada 100 mil habitantes. Os
números levam em conta só casos
denunciados às autoridades e in-
cluem estupro (18.100 casos) e es-
tupro de vulnerável (58.820).
2022
Um estudo do Ipea divulgado
em março apontou que apenas
8,5% dos crimes de estupro são
reportados à polícia e 4,2%, ao
sistema de saúde.
As maiores altas em relação a
2021 foram no Amazonas (com
crescimento de 37,3%), em Rorai-
ma (28,1%), no Rio Grande do
Norte (26,2%), no Acre (24,4%) e
no Pará (23,5%). Apenas quatro
estados registraram queda de
notificações: Minas Gerais (redu-
ção de 8,4%), Mato Grosso do Sul
(2,1%), Ceará (2%) e Paraíba (1%).
O levantamento indica cresci-
mento no número de casos de as-
sédio sexual, importunação sexual,
perseguição, violência psicológica
e divulgação de cenas sexuais sem
consentimento. Em 2022 foram re-
gistrados 6.114 casos de assédio se-
xual, alta de 49,7%.
O Brasil teve 27.530 notificações
de importunação sexual em 2022,
com aumento de 37% em relação
ao ano anterior. Entre os crimes se-
xuais, a perseguição, também co-
nhecida como stalking, foi a que
teve o maior aumento: 74,2%, indo
de cerca de 30 mil casos em 2021
para mais de 53 mil em 2022.
Assim como a perseguição, a
violência psicológica também
passou a ser crime em 2021 e te-
ve aumento de casos em 2022:
cresceram 35,6%.
Feminicídio
aumenta no
país e dispara
em São Paulo
Folhapress, de São Paulo
O Estado de São Paulo regis-
trou 195 casos de feminicídio em
2022, 43,3% mais do que no ano
anterior, quando foram 136 as-
sassinatos de mulheres causados
pela condição de gênero, segun-
do o 17 o Anuário Brasileiro de
Segurança Pública.
O Brasil teve 1.400 feminicí-
dios em 2022, número que re-
presentou alta de 6,6% em rela-
ção a 2021 (1.300 casos).
São Paulo lidera o registro de
ocorrências deste indicador crimi-
nal. Na sequência, aparecem Mi-
nas Gerais (171), Rio de Janeiro
(111) e Rio Grande do Sul (110),
que respectivamente tiveram altas
de 10,3%, 30,5% e 14,5% ante 2021.
No país, três em cada dez assassi-
natos de mulheres são feminicídios.
Em São Paulo, a proporção é de 46%
dos homicídios de mulheres.
Para Juliana Martins, coorde-
nadora institucional do Fórum
de Segurança Pública, os dados
confirmam uma tendência de al-
ta em todos os tipos de violência
contra a mulher no país, como os
estupros e a lesão corporal dolo-
sa por agressão doméstica.
A alta de casos se soma ao
maior registro de ocorrências
que não tinham um tipificação
até 2015, quando foi aprovada lei
federal que incluiu o feminicídio
como qualificador de homicídio,
e o assassinato de mulheres em
que a condição de gênero foi mo-
tivação da ocorrência passou a
ser considerado crime hediondo
com penas maiores.
Entre as causas para o cresci-
mento da violência contra a mu-
lher, Martins cita a pandemia co-
mo elemento que ainda reverbera
nessas estatísticas.
 Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | A5

Brasil

Indústria Programa europeu inaugura escritório no país; perda com pirataria passa dos R$ 300 bilhões

UE reforça ação contra pirataria no Brasil

Marcos de Moura e Souza
De São Paulo
Uma iniciativa da União Euro-
peia para apoiar o combate a
produtos falsificados ganhou re-
forço no Brasil. O programa de-
nominado IP Key, ligado ao setor
de propriedade intelectual do
bloco, inaugurou um escritório
no Rio de Janeiro com o objetivo
de intensificar a troca de expe-
riências e boas práticas com au-
toridades e empresas.
Produtos falsificados são um pe-
sadelo global para grandes corpo-
rações. Estimativas citadas pelos
europeus apontam que em nível
Propriedade Intelectual da
União Europeia (EUIPO).
A programa começou a operar
na Ásia. O primeiro escritório foi
instalado em Bancoc e o segundo,
em Pequim. A próxima etapa foi a
América Latina. Os primeiros escri-
tórios na região foram instalados
no México, Equador e desde o iní-
cio do mês, no Brasil — com vistas a
atuar no Mercosul e Chile.
No Brasil, em 2022, segundo es-
timativas da Associação Brasileira
de Combate à Falsificação, as per-
das relacionadas à falsificação che-
garam a R$ 345 bilhões. Parte dos
artigos piratas que chega ao con-
sumidor brasileiro é produzida lo-
calmente, parte chega pela frontei-
ra com o Paraguai.
Azorín diz que uma das tarefas
do IP Key é ajudar no intercâm-
bio de práticas entre autoridades
do Brasil e de outros países. O ob-
jetivo final é dar mais proteção
para empresas europeias atua-
rem. “Quando ajudamos a me-
lhorar o nível de proteção em ter-
ceiros países [de fora da UE], per-
mitimos que empresas europeias
tenham mais segurança em rela-
ção à propriedade intelectual”,
disse Azorín ao Valor.
“Há duas semanas, fizemos um
seminário para juízes. Esta sema-
na, com o pessoal das aduanas e
estamos pensando em outro se-
minário, com policiais”, disse ele.
O encontro desta semana, entre
quarta-feira e hoje, é realizado em
Foz do Iguaçu para agentes alfan-
degários da Argentina, Brasil e Pa-
raguai. O objetivo foi partilhar mé-
todos e ferramentas usados na UE.
O IP Key já tinha iniciativas no
Brasil desde 2017, que foram re-
forçadas no ano passado e agora
mais ainda com a presença de um
escritório no Rio, na sede do Insti-
tuto Nacional da Propriedade In-
dustrial (INPI), órgão ligado ao Mi-
nistério do Desenvolvimento, In-
dústria, Comércio e Serviços.
Azorín diz que além de encon-
tros para promover colaboração
com autoridades brasileiras e
dos países da região, outra tarefa
do IP Key será produzir uma cam-
panha para alertar consumido-
res que compram, consciente-
mente ou não, produtos piratas.
Além de contribuírem com
grupos criminosos, consumido-
res podem expor a própria saú-
de, diz Azorín. É o caso, cita ele,
de medicamentos ou, por exem-
plo, cremes para pele, falsos.
“Não é um problema que se vê só
pelos números. É, muitas vezes,
uma ameaça à saúde.”

LIVE
global, 2,5% do comércio interna-
cional é ocupado por produtos fal-
sificados ou piratas, o que significa
mais de US$ 400 bilhões.
Entre os itens que são alvo fre-
quente das organizações crimi-
nosas dedicadas a falsificações
em larga escala — e que atingem
diversas marcas europeias — es-
tão roupas e acessórios de luxo,
brinquedos e medicamentos.
O coração mundial da indús-

Regulação das
tria da falsificação, com destaque
para artigos de moda, é China e
Hong Kong, diz Carlos Azorín, lí-

plataformas digitais
der do Projeto IP Key América La-
tina e integrante do Escritório de

“Permitimos que
empresas
europeias tenham
mais segurança ” Conhecido como PL das Fake News, o PL 2630/2020 busca instituir a Lei de
Carlos Azorín Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. Entre outras medidas,
estipula mecanismos de fiscalização contra notícias falsas e discurso de ódio, além de

Governo prever a responsabilização de plataformas de redes sociais, ferramentas de busca e

de mensagens instantâneas. Em maio, a votação do PL foi adiada na Câmara, mas o
decide tema segue em discussão no Brasil e no mundo. Não perca esse debate!

restringir
armas
Fabio Murakawa e Renan Truffi
De Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da

Silva decidiu retomar a restrição
do uso de pistolas 9 mm no decre-
to de armas que será editado pelo
governo em breve. A decisão foi to-
mada após reunião no Palácio do
Planalto com os ministros Rui Cos-
ta (Casa Civil), José Múcio (Defesa)
e Flávio Dino (Justiça). FLAVIO ORLANDO ROSE MARIE
O tema opunha os ministros
Múcio, contra a restrição, e Dino, a
DINO SILVA SANTINI
favor. Entretanto, segundo fontes Ministro da Relator do Projeto Diretora do NetLab
com quem o Valor conversou, fi- Justiça de Lei 2630/2020 (Laboratório de Estudos de
cou decidido que os Caçadores,
Atiradores e Colecionadores (PL das Fake News) Internet e Redes Sociais da UFRJ)
(CACs) que já possuem esse tipo de
armas poderão continuar com ela,
MEDIAÇÃO
bem como adquirir munições; os
demais ficarão proibidos. MERVAL
Dino e sua equipe ainda traba- FERNANDO
PEREIRA
lhavam no texto final do decreto EXMAN
na noite de ontem. Segundo fon- Colunista
tes, pode haver mais exceções pa- Chefe da Redação
do GLOBO
ra o porte das pistolas 9 mm. O do Valor Econômico
decreto será assinado por Lula em Brasília
em solenidade nesta sexta no Pa-
lácio do Planalto, contendo vá-
rios atos normativos ligados à Se-
gurança Pública.
A minuta do decreto previa a re-
tomada dos parâmetros pré-Jair
Bolsonaro de 2018, quando o uso
desse armamento era restito às
Forças de Segurança. Houve nos 24 DE JULHO | 10H ÀS 12H
últimos meses tratativas de Dino
com a chamada bancada da bala.
Eles manifestaram preocupação
com as consequências das restri-
ções para a indústria de armas. Eles
ouviram de Dino que o objetivo
não era quebrar a indústria, mas
evitar o desvio de armas para o cri-
me organizado e também acabar
com o "oba-oba" em que, na visão
da atual gestão, se transformou o
comércio de armas no país. Realização Patrocínio
Nesse sentido, o decreto estabe-
lecerá o fim da autorização para o
funcionamento de clubes de tiro
24 horas. Além disso, ficará proibi-
do o porte de armas munciadas
em trânsito. Isso evitará que pes-
soas andem pelas ruas com armas
carregadas sob a proteção de uma
carteirinha de clube de tiro que es-
teja aberto todas as horas do dia.
A6 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Brasil

Ambiente Governo deve enviar ao Congresso Nacional projeto para regulamentar o tema, diz Marina

Proposta para mercado de carbono sai em agosto

WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
Murillo Camarotto sar suas contribuição em algum dos de 12 milhões de hectares. O iní- ços e condições da transação
De Brasília dois projetos citados. cio dos investimentos depende, com proprietários de terras na
Ao mencionar o processo de entre outras coisas, de uma refe- Amazônia, por exemplo. Na Eu-
A ministra do Meio Ambiente, tramitação, a ministra fez ques- rência sobre o valor que poderá ropa, que já conta com um mer-
Marina Silva, disse nesta quinta- tão de ressaltar que, apesar de ser recuperado com o plantio. cado regulado, os parâmetros de
feira, 20, que o governo pretende sua importância estratégica, o No Brasil, o mercado de carbo- negociação e precificação dos
encaminhar em agosto ao Con- mercado de créditos de carbono no ainda funciona de forma vo- créditos são mais transparentes.
gresso Nacional a sua proposta de não deve ser visto como a “bala luntária, ou seja, empresas que As discussões sobre o desenho
regulamentação do mercado de de prata” que vai garantir o cum- precisam compensar suas emis- final da proposta do governo en-
créditos de carbono. Segundo ela, primento dos compromissos de sões negociam diretamente pre- volvem, além da Fazenda e do
a proposta foi desenhada pelo Mi- carbono zero do governo Lula. Meio Ambiente, o Ministério do
nistério da Fazenda e será alinhada A regulamentação é aguarda- Desenvolvimento, Indústria e
com as demais pastas envolvidas.
Marina disse ainda que a ideia do
da com grande expectativa pelo
setor privado. Uma série de ações
Créditos não devem Comércio Exterior. Na semana
passada, o vice-presidente, Ge-
governo é tentar contemplar ao má- de empresas e do próprio gover- ser vistos como raldo Alckmin, que também co-
ximo o conteúdo de dois projetos de no dependem do estabelecimen- manda o MDIC, disse que o pro-
lei que tratam do tema e já estão em to de um mercado confiável para “bala de prata” dos jeto já estava “quase pronto”.
tramitação no Congresso, sendo um
na Câmara dos Deputados e outro,
os créditos de carbono.
Um exemplo é o programa de
compromissos A expectativa é que a matéria
ganhe prioridade no Congresso
no Senado. Ainda não há decisão so- recuperação de terras degrada- ambientais após a conclusão das votações da
bre se o governo vai apresentar uma das, pelo qual o governo preten- reforma tributária, do novo arca-
proposta separada ou será irá apen- de viabilizar o reflorestamento Marina Silva bouço fiscal e do voto de desem-
pate no Conselho Administrati-
vo de Recursos Fiscais (Carf).
Marina participou da instalação
EDITAL DE LEILÃO EXTRAJUDICIAL e INTIMAÇÃO da Comissão Temática de Meio Am-
PRESENCIAL E ELETRÔNICO biente e Desenvolvimento Sustentá-
1º. Público Leilão – 31/07/2023 às 11:00 hs
2º. Público Leilão – 10/08/2023 às 11:00 hs vel do Conselho de Desenvolvimen-
Local: Avenida João Cabral de Mello Neto nº 850, bloco 03, sala 1614, no CEO Corporate Executive Offices, Barra da Tijuca, Rio de to Econômico e Social, o Conselhão.
Janeiro/RJ e na modalidade eletrônica através do site: www.bspleiloes.com.br
Durante a reunião, foi anunciado
BIANCA SOARES PAIS DE CARVALHO, Leiloeira Oficial, mat. Jucerja nº. 156, com escritório na Av. João Cabral de Mello Neto nº 850, bloco 03, sala
1614, Barra da Tijuca/RJ, autorizada pela Comissão de Representantes do Condomínio em Construção ETEHE RESIDENCIAL - CNPJ nº
que o colegiado terá um grupo dedi-
42.741.716/0001-90, conforme instrumentos abaixo especificados; venderá em 1º ou 2º Público Leilão, nas datas, horários, local e endereço eletrônico cado à discussão do mercado regu-
acima referidos, de acordo com o art. 63 e parágrafos da Lei nº. 4.591/64 c/c Lei 4.864/65 e cláusula 3.9.5 da Escritura Pública de Contrato de Construção por
administração e Outros Pactos, abaixo especificados, os direitos aquisitivos das frações ideais de terreno, acessões e benfeitorias em construção, a seguir: 1 lado de créditos de carbono. Marina Silva: proposta foi desenhada pela Fazenda e ainda será alinhada
– Fração ideal de terreno 0,0016949, que corresponderá a futura unidade 108 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA
12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato
de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirentes devedores: HELOISA ANDRADE LIMA DA
SILVA e ANTONIO JOSE DA SILVA, notificados através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a

Micro e pequena indústria de SP

R$ 144.037,69, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 85.078,42, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 163.312,16, ressalvadas as
atualizações; 2 – Fração ideal de terreno 0,0021469, que corresponderá a futura unidade 202 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do
PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de
Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedora:
RENATA SANTOS FONTES DE MENDONÇA, notificada através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor

elevam procura por empréstimos

não inferior a R$ 162.869,22, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 95.077,42, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 225.146,75, ressalvadas
as atualizações; 3 - Fração ideal de terreno 0,0021577, que corresponderá a futura unidade 302 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do
PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de
Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedora:
ROBERTA SANTOS FONTES DE MENDONÇA, notificada através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor
não inferior a R$ 163.633,74, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 95.519,07, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 226.331,74, ressalvadas
as atualizações; 4 - Fração ideal de terreno 0,0017934, que corresponderá a futura unidade 409 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do
PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de
Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedora: ANA
Rafael Vazquez nem 13,75%. Isso é só o valor re- “Somente 8% das empresas
LIGIA OLIVEIRA DA SILVA, notificada através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ De São Paulo ferencial da Selic. Na prática, [das micro e pequenas indústria
149.745,49, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 91.803,62, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 176.260,32, ressalvadas as atualizações;
5 - Fração ideal de terreno 0,0020265, que corresponderá a futura unidade 501 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do qualquer financiamento está co- do Brasil] estão em posição con-
PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do
Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedora: ADRIANA DA SILVA
O número de micro e peque- meçando em 20%, 30%. Se cair fortável hoje. Do restante, 47% es-
BENEDICTO, notificada através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 131.396,44, e em 2º nas indústrias que fizeram con- num cartão de crédito é mais de tão com capital de giro insufi-
Leilão por valor não inferior a R$ 100.786,33, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 243.158,97, ressalvadas as atualizações; 6 - Fração ideal
de terreno 0,0018112, que corresponderá a futura unidade 609 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na sultas para obter empréstimos e 400%”, comenta. ciente e 45% já estão penduradas
Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de financiamento aumentou de A queixa do presidente do em bancos. Portanto, para 8% a
Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirentes devedores: TRANSPORTES SANTA ELLENA
LTDA., LUIZ AFFONSO MOTTA MENDES DE FARIAS MELLO e HEITOR MONTALVÃO FIGUEIRO ELLENA, notificados através do Instituto dos 11% para 17% entre o bimestre Simpi é amparada pelos dados escalada da taxa de juros não foi
Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por
valor não inferior a R$ 79.667,35, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 69.693,97, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 232.183,95,
de fevereiro e março e abril e da pesquisa feita pelo Datafolha. mortal, mas para 92% está sen-
ressalvadas as atualizações; 7 - Fração ideal de terreno 0,0018379, que corresponderá a futura unidade 910 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via maio, segundo dados da 7ª ro- Os dados apontam que 39% dos do”, declara Couri.
Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura
Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente dada da pesquisa Simpi/Datafo- entrevistados apontam o pata- Diante da perspectiva de que a
devedor: PAULO IFALEYE AKALA ROGERIO DA COSTA, notificado através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão
por valor não inferior a R$ 112.703,23, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 82.095,79, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 225.541,45,
lha, que mede a atividade e as mar da taxa de juros como o taxa Selic comece a ser reduzida
ressalvadas as atualizações; 8 - Fração ideal de terreno 0,0019795, que corresponderá a futura unidade 1003 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via expectativas do setor. Contudo, principal obstáculo para conse- pelo Banco Central a partir de
Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura
Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirentes 46% dessas empresas tiveram os guirem empréstimos, pois nas agosto, o presidente do Simpi diz
devedores: LL SANTOS LANCHES LTDA., LUIS GUILHERME FERNANDES DOS SANTOS e LEONARDO DOS SANTOS MORGADO, notificados seus pedidos rejeitados. condições que a grande maioria que pode ser a reversão de um ci-
através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 165.297,79, e em 2º Leilão por valor não
inferior a R$ 100.976,12, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 194.540,67, ressalvadas as atualizações; 9 - Fração ideal de terreno Na avaliação do presidente do se encontra já não conseguiria clo que se provou prejudicial pa-
0,0019795, que corresponderá a futura unidade 1004 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de
Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por
Simpi (Sindicato das Micro e Pe- pagar pelo financiamento. A se- ra a indústria, mas diz que o rit-
Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirentes devedores: LL SANTOS LANCHES LTDA., LUIS quenas Indústrias de São Paulo), gunda maior queixa é que fal- mo de cortes previsto está longe
GUILHERME FERNANDES DOS SANTOS e LEONARDO DOS SANTOS MORGADO, notificados através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do
imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 165.297,79, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 100.976,12, assumindo o arrematante um Joseph Couri, há uma série de tam linhas de crédito adequadas do considera ser o ideal.
saldo a vencer de R$ 194.540,67, ressalvadas as atualizações; 10 - Fração ideal de terreno 0,0019477, que corresponderá a futura unidade 1405 do
bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de
elementos que contribuíram pa- para o porte das micro e peque- Para ele, com o Índice Nacio-
Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º ra que o acesso ao crédito dessas nas indústrias. nal de Preços ao Consumidor
Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedora: ANDRESA GABRIEL DA SILVA CARNEIRO, notificada através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do
imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 123.213,70, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 102.168,84, assumindo o arrematante um empresas tenha ficado restrito. Joseph Couri comenta, por (INPC) em 3% no acumulado de
saldo a vencer de R$ 236.871,89, ressalvadas as atualizações; 11 - Fração ideal de terreno 0,0018823, que corresponderá a futura unidade 1410 do Um deles é a onda de pedidos de exemplo, que em junho somen- 12 meses até julho, o ideal para a
bloco 01, situada no Lote 2 do PAL 49764, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos
termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros recuperação judicial de grandes te 3% das empresas conseguiram micro e pequena indústria seria
Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirentes devedores: BUDA EMPREENDIMENTOS LTDA e MEGUERRY MOTA
BERTOLOCCI, notificados através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 129.042,35, e
empresas, com destaque para a acessar o Programa Nacional de que a Selic não demorasse muito
em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 36.961,03, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 210.286,87, ressalvadas as atualizações; 12 - Fração Americanas, o que desencadeou Apoio às Microempresas e Em- para cair até 6%, cenário impro-
ideal de terreno 0,0018913, que corresponderá a futura unidade 1509 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604,
na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de problemas para a toda a cadeia presas de Pequeno Porte (Pro- vável já que, segundo apontam
Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedor: ARNON JORGE DE OLIVEIRA
RAMOS MAIO, notificado através do Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida
produtiva. A inadimplência nampe), que foi o recurso mais as expectativas do mercado no
fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 134.794,56, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 63.936,67, assumindo o crescente, tanto de consumido- buscado entre as empresas do Boletim Focus, do Banco Central,
arrematante um saldo a vencer de R$ 208.467,19, ressalvadas as atualizações; 13 - Fração ideal de terreno 0,0018312, que corresponderá a futura
unidade 1708 do bloco 01, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da res quanto de empresas, é outro setor que representa. a perspectiva majoritária é a de
Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada fator. “Mas a causa raiz é o fato A pesquisa aponta ainda que a que Selic feche o ano em 12% e
pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirentes devedores: MAGNO DE OLIVEIRA SOARES e JULIANA VARGAS GONÇALVES, notificados
através do Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será da Selic ter galopado de 2% para terceira causa mais apontada pa- caia para 9,50% em 2024. Mesmo
vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 147.747,40, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 80.185,77, assumindo o arrematante um saldo a vencer
de R$ 183.605,58, ressalvadas as atualizações; 14 - Fração ideal de terreno 0,0029018, que corresponderá a futura unidade 1710 do bloco 01, situada
13,75% em curto espaço de tem- ra a dificuldade em acessar crédi- em 2025 a aposta é que caia so-
no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem po”, afirma. to em abril e maio é a restrição mente até 9%.
como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ.
Adquirente devedora: RAFAELLE CRISTINA TEIXEIRA MACHADO, notificada através do Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos/RJ, Para Couri, a manutenção da por causa de outras dívidas e a “O plano do governo [federal]
conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 222.554,35, e em 2º
Leilão por valor não inferior a R$ 116.251,49, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 299.740,47, ressalvadas as atualizações; 15 - Fração ideal
Selic em 13,75% está matando a quarta se deve as garantias exigi- para colocar os consumidores
de terreno 0,0019318, que corresponderá a futura unidade 201 do bloco 02, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na capacidade das micro e peque- das pelos bancos e instituições fi- negativados novamente no mer-
Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de
Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedor: FABIO AQUINO, notificado através do nas indústrias manterem plena- nanceiras para conceder o em- cado interno, o Desenrola, lança
Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º mente as operações. “O mote préstimo. Isso se comunica com o medidas para aliviar o que foi
Leilão por valor não inferior a R$ 161.200,07, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 82.907,61, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$
189.862,11, ressalvadas as atualizações; 16 - Fração ideal de terreno 0,0022900, que corresponderá a futura unidade 306 do bloco 02, situada no Lote principal deste cenário difícil é fato de 47% das empresas consul- causado pelo Banco Central, mas
2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como
Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ.
indiscutivelmente a taxa de ju- tadas terem assumido que não tampouco não resolvem o pro-
Adquirente devedor: ROBERTO PEREIRA RODRIGUES, notificado através do Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme cópia ros. Porque quando se toma o possuem capital de giro suficien- blema de vez. Só joga mais para
custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 201.440,61, e em 2º Leilão por valor não
inferior a R$ 92.096,10, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 205.900,29, ressalvadas as atualizações; 17 - Fração ideal de terreno empréstimo do dinheiro, não é te para fechar o mês. frente”, conclui Couri.
0,0018471, que corresponderá a futura unidade 1005 do bloco 02, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de
Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por
Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedora: BRUNA RAUTA ESTEVES, notificada através do
Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º
Leilão por valor não inferior a R$ 128.182,07, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 76.127,99, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$
210.045,20, ressalvadas as atualizações; 18 - Fração ideal de terreno 0,0023721, que corresponderá a futura unidade 1006 do bloco 02, situada no
Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem
como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ.
Adquirente devedor: RODRIGO MARTINS DOS SANTOS, notificado através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão
por valor não inferior a R$ 199.640,89, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 139.591,23, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 260.676,49,
ressalvadas as atualizações; 19 - Fração ideal de terreno 0,0019245, que corresponderá a futura unidade 1104 do bloco 02, situada no Lote 2 na Via
Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura
Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirentes
devedores: MARCO ANTONIO SOARES DE SOUZA e JOSLEINE SILVA FLORENTINO DE PAULA DE SOUZA, notificados através do Instituto dos
Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por
valor não inferior a R$ 129.961,90, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 88.310,93, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 219.329,04,
ressalvadas as atualizações; 20 - Fração ideal de terreno 0,0021882, que corresponderá a futura unidade 1202 do bloco 02, situada no Lote 2 na Via
Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura
Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente
devedora: LARISSA DI CARLANTONIO MARTINS DE OLIVEIRA, notificada através do Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos/RJ,
conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 148.989,37, e em 2º
Leilão por valor não inferior a R$ 55.028,55, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 268.747,96, ressalvadas as atualizações; 21 - Fração ideal
de terreno 0,0017043, que corresponderá a futura unidade 109 do bloco 03, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na
Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de
Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirentes devedores: LUIZ SAINT CLAIR DA SILVEIRA
NETO e ROBERTA GARDINO SAINT CLAIR DA SILVEIRA, notificados através do Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme
cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 112.086,07, e em 2º Leilão por valor
não inferior a R$ 71.957,01, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 200.467,74, ressalvadas as atualizações; 22 - Fração ideal de terreno
0,0017395, que corresponderá a futura unidade 509 do bloco 03, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de
Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por
Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedor: FABIO AQUINO, notificado através do Instituto dos
Registradores de Títulos e Documentos/RJ, conforme cópia custodiada no 4º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por
valor não inferior a R$ 144.538,11, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 67.556,30, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 170.960,22,
ressalvadas as atualizações; 23 - Fração ideal de terreno 0,0019151, que corresponderá a futura unidade 1004 do bloco 03, situada no Lote 2 na Via
Projetada 5 do PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura
Pública de Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente
devedor: MILTON LOPES DOS SANTOS, notificado através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não
inferior a R$ 146.726,50, e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 106.373,24, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 204.827,81, ressalvadas as
atualizações; 24 - Fração ideal de terreno 0,0017259, que corresponderá a futura unidade 1208 do bloco 03, situada no Lote 2 na Via Projetada 5 do
PAL 49764 do PAA 12.604, na Freguesia de Jacarepaguá/RJ, nos termos da Escritura Pública de Compra e Venda, bem como Escritura Pública de
Rerratificação do Contrato de Construção por Administração e outros Pactos, lavrada pelo Cartório do 15º Ofício de Notas/RJ. Adquirente devedor: JOSE
BOULHOSA NETO, notificado através do 3º Ofício de RTD/RJ. A referida fração do imóvel será vendida em 1º Leilão por valor não inferior a R$ 123.791,45,
e em 2º Leilão por valor não inferior a R$ 104.088,73, assumindo o arrematante um saldo a vencer de R$ 212.910,18, ressalvadas as atualizações. Cientes os
interessados que no ato da arrematação ou remição, será devido a comissão da Leiloeira de 5% sobre o valor da venda do bem arrematado e despesas
efetuadas com os leilões. Ficam os arrematantes cientificados de que como se trata de construção pelo regime de administração, não estão provisionadas
como “parcelas a vencer” as demais despesas referentes ao “custo da obra”, bem como impostos e taxas referentes ao imóvel e ao empreendimento, além de
cotas da obra e cotas condominiais que eventualmente venham a ser aprovadas em futuras assembleias. O arrematante pagará o valor do lanço à vista,
assumindo, conforme o caso, as parcelas vincendas referentes aos encargos da construção, sub-rogando-se nos direitos e obrigações dos Títulos
originários, seus anexos e eventuais aditivos, assim como ficará responsável por todas as despesas cartorárias, ITBI(s) e eventual(is) Laudêmio(s). Para
participar do leilão oferecendo lances pela internet, deverão previamente (no prazo de 24 horas antes do início do pregão) efetuar o seu cadastro pessoal no
site da Leiloeira (www.bspleiloes.com.br) e também solicitar sua habilitação para participar do Leilão na modalidade on line, sujeito a aprovação após
comprovação dos dados cadastrais pela análise de documentação exigida na forma e no Prazo previsto no Contrato de Participação em Pregão Eletrônico
(disponível no site da Leiloeira). Todos os lances efetuados por usuários certificados não são passíveis de arrependimento. A Comitente, em condições de
igualdade com terceiros, terá preferência na aquisição do bem (§ 3º, art. 63, Lei 4591/64). Rio de Janeiro, 18 de julho de 2023. (ass.) Bianca Soares Pais
de Carvalho – Leiloeira Pública Oficial.

Política
Judiciário Identificação de usuários seguidores
de Bolsonaro é desrespeito à privacidade e afronta
a direitos fundamentais, alertam especialistas
Parlamentares e
juristas criticam
pedido da PGR
Marcelo Ribeiro, Caetano Tonet,
Lucas Ferraz e Adriana Aguiar
De Brasília e São Paulo
Parlamentares de diferentes
orientações ideológicas e juristas
criticaram nessa quinta-feira
(20) o pedido da Procuradoria-
Geral da República (PGR) para
que o ministro Alexandre de Mo-
raes, do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF), solicite junto às redes
sociais a identificação de usuá-
rios seguidores do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL). Para eles, há
desrespeito à privacidade e
afronta a direitos fundamentais.
A solicitação, assinada pelo sub-
procurador-geral Carlos Frederico
Santos, foi feita sob a alegação de
analisar o alcance de uma posta-
gem do ex-presidente, no âmbito
da investigação sobre a responsa-
bilidade de Bolsonaro nas invasões
golpistas aos prédios dos três Po-
deres, em 8 de janeiro.
“Não conheço a petição, mas
eu considero ser importante pre-
servar a privacidade das pessoas.
Alguém seguir outra pessoa em
uma rede social é normal. Eu não
vejo lógica em vigilantismo. Não
me parece que cabe na agenda de
Brasil”, disse ao Valor o deputado
Orlando Silva (PCdoB-SP), relator
do projeto de lei das “fake news”.
“Não me parece lógico que você
procure informações de tercei-
ros, que nada têm a ver com atos
praticados por atores eventual-
mente de crime. Minha preocu-
pação é onde nós vamos parar.”
O senador Alessandro Vieira
(MDB-SE) estendeu a crítica ao
procurador-geral da República,
Augusto Aras, que nos últimos me-
ses tem se movimentado para ser
reconduzido ao cargo. “Precisa-
mos observar a conduta do Judi-
ciário com relação a essa medida.”
Interlocutores do Ministério
Público Federal argumentam
que, por ser assinada por outro
profissional, Aras não pode ser
responsabilizado.
Também houve reação no meio
jurídico. Ex-ministro do STF, Mar-
co Aurélio Mello chamou o pedi-
do da PGR de “incompreensível”,
referindo-se a ele como “uma ver-
dadeira devassa”. “Fiquei pasmo.
Do Val agora diz que
Silveira idealizou reunião
Isadora Peron
De Brasília
O senador licenciado Marcos
do Val (Podemos-ES) e o ex-presi-
dente Jair Bolsonaro (PL) apresen-
taram versões diferentes à Polícia
Federal (PF) sobre uma reunião
realizada no Palácio da Alvorada,
em 8 de dezembro do ano passa-
do, em que teria se discutido uma
suposta trama golpista para anu-
lar o resultado das eleições.
Em um novo depoimento nessa
quarta-feira, o parlamentar afir-
mou que o ex-deputado Daniel Sil-
veira foi o “idealizador” do encon-
tro e que, enquanto ele falava com
Bolsonaro sobre uma possível filia-
ção ao PL, Silveira interrompeu a
conversa para tratar de um plano
para gravar Alexandre de Moraes,
ministro do Supremo Tribunal Fe-
deral (STF) e presidente do Tribu-
nal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o relato de do Val,
Bolsonaro “apenas ouviu a pro-
posta e não se manifestou”. Para
ele, as pautas do ex-presidente e
Silveira “pareciam desconexas” e
que, pela “expressão de surpre-
sa” de Bolsonaro, ele não sabia
do que seria tratado na reunião.
O senador, no entanto, defen-
Marco Aurélio: “Todo cidadão tem direito de interagir com o ex-presidente”
Todo cidadão tem o direito de in-
teragir com o ex-presidente. E
não só com ele, com qualquer
pessoa. Quando se parte para a
quebra de privacidade generali-
zada, está se vivenciado um mo-
mento extravagante”, disse.
Ministro da Suprema Corte de
1990 até julho de 2021, quando
se aposentou, Marco Aurélio res-
saltou que, ainda no tribunal, elo-
giou o trabalho de Augusto Aras à
frente da Procuradoria-Geral da
República, considerando-o
“equilibrado”. Mas, agora, diz que
o pedido enviado ao STF é “im-
pensável até mesmo para racio-
nalizar os dados”, já que o ex-pre-
sidente tem cerca de 50 milhões
de seguidores nas redes sociais. “A
regra, sempre, tem que ser a de
preservar a liberdade. Qualquer
tentativa de inibi-la não se coadu-
na com o Estado Democrático de
Direito”, afirmou o ex-ministro,
que na eleição do ano passado
declarou voto em Jair Bolsonaro.
O advogado Pedro Estevam Serra-
no, professor de direito constitucio-
nal da PUC-SP, ponderou que não
viu os fundamentos do pedido for-
mulado pela PGR, mas ressaltou que
é legítimo investigar o golpismo de
parte dos apoiadores do ex-presi-
dente, sobretudo quando esse tipo
de crime é uma ameaça à democra-
cia. A complexidade, conta, está na
extensão e no tom genérico do pedi-
deu que Silveira tinha a intenção
de “gravar e sabotar” Moraes e que,
na reunião, ele afirmou que, se do
Val aceitasse participar do plano,
ele poderia se tornar um “herói
brasileiro”. Na sua avaliação, Silvei-
ra estava tentando convencer tanto
a ele quanto ao ex-presidente a
aderirem a essa “missão”.
Na semana passada, Bolsonaro
também prestou depoimento so-
bre o caso. Após deixar a sede da
PF, porém, ele disse à imprensa
que não tratou da possibilidade
de gravar o ministro do STF na reu-
nião, realizada em 8 de dezembro,
e que o nome de Moraes sequer foi
mencionado durante o encontro.
O ex-presidente também afir-
mou que não tinha intimidade
com do Val, e que costumava
atender “a todos que solicitas-
sem uma audiência”.
O senador passou a ser investi-
gado em fevereiro, a pedido de
Moraes, após revelar o caso em
uma entrevista à revista “Veja” e,
na sequência, dar diversas versões
sobre o mesmo episódio, sempre
com informações desencontradas.
No depoimento desta semana,
do Val disse que resolveu dar a
entrevista porque vinha sendo
criticado nas redes sociais por
CRISTIANO MARIZ/O GLOBO
do. “Se tiver sentido para a investiga-
ção, tudo bem. Mas se é só para se ter
a informação, não me parece consti-
tucional. Não se pode correr o risco
deterumarquivopolíticodeparcela
da cidadania”, disse.
Segundo a advogada constitu-
cionalista Vera Chemim, o pedi-
do afronta direitos fundamen-
tais, cláusulas pétreas previstas
no artigo 5 o da Constituição, ao
restringir o direito à privacidade
e dignidade humana. “Ele está
praticamente pedindo uma lista
de todos que são a favor da direi-
ta. Por serem apenas seguidores
do ex-presidente poderiam ser
expostos, o que é uma ameaça ao
Estado Democrático de Direito”,
afirma. Vera diz que, a despeito
de toda a violência que ocorreu
nos atos golpistas, que devem ter
uma investigação séria e impar-
cial e responsabilizar quem os
cometeu, o pedido pode ser in-
terpretado como abuso de poder
no exercício do cargo.
Por meio de nota, a PGR infor-
mou na terça-feira que “essas
pessoas não estão sendo investi-
gadas nem terão seus dados ex-
postos. O objetivo do pedido é
obter informações que permi-
tam avaliar o conteúdo e a di-
mensão alcançada pelas publica-
ções do ex-presidente em relação
aos fatos ocorridos em 8 de janei-
ro nas redes sociais”.
não apoiar o candidato de Bolso-
naro à presidência do Senado e
que, inclusive, a sua filha rece-
beu ameaças por conta disso.
Segundo ele, esse foi “gatilho”
que o fez declarar que o ex-presi-
dente, derrotado nas urnas por
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), es-
taria envolvido em uma trama
golpista. O senador, no entanto,
disse ter percebido que havia fei-
to “acusações infundadas”, em
um “momento de raiva”, e que,
por isso, resolveu desdizê-las em
várias manifestações posteriores,
em declarações a diferentes
meios de comunicação.
Procurada, a assessoria de Bol-
sonaro afirmou que não iria se
manifestar, porque não teve aces-
so ao novo depoimento de do Val.
Já a defesa de Silveira disse que
o senador “não possui qualquer
[sic] credibilidade para acusá-lo,
uma vez que já expeliu uma deze-
na de versões sobre o mesmo fato”.
Segundo o advogado Paulo Fa-
ria, foi do Val quem procurou Sil-
veira, para que ele o levasse ao
então presidente, dizendo que
tinha informações que “abala-
riam a República”. “Aguardemos
a décima primeira versão do
mesmo fato”, disse.
CONTEÚDO PATROCINADO POR
Kovr transforma setor de
seguros com proteção ao
Pix e a carteiras digitais
Grupo registra crescimento de 190% no primeiro
semestre do ano com produtos sob medida
Os experts que comandam a Kovr: Renato Rennó, CCO, Thiago Leão de Moura, CEO, e Eduardo Viegas, COO da seguradora
I
novação e tecnologia se
tornaram dois concei-
tos inegociáveis na Kovr
Seguradora. Nos últimos
três anos, Thiago Leão
de Moura, CEO, Eduardo
Viegas, COO, e Renato
Rennó, CCO, responsáveis
pelo dia a dia operacional e
peladefiniçãodeestratégias
da seguradora, colocaram
esses temas no topo da lista
de prioridades do negócio.
“Nesse novo posiciona-
mento, vimos não apenas
que existia uma dor que
precisava ser suprida como
a oportunidade de criarmos
demandas, mostrando que
seguro é um benefício. Isso
passa pela atenção perma-
nente às necessidades que
surgem a todo momento”,
analisa o CEO.
A decisão do grupo de
pôr em prática uma nova
forma de criar seguros
tem se mostrado acerta-
da e impactado o mercado,
como mostram os princi-
pais números da Kovr. No
ano passado, o faturamen-
to do Grupo Kovr passou
de R$ 1,6 bilhão e, apenas
no primeiro semestre de
2023, o crescimento da Kovr
Seguradora chegou a 190%.
De janeiro até agora, a segu-
radora negociou mais de um
milhão de apólices.
Como explica Leão de
Moura, desde que a nova
gestão assumiu a Kovr,
todas as áreas da empresa
passaram por uma espécie
depente-finoparaquefosse
possívelidentificarosgarga-
los, rever fluxos e implantar
melhorias com a ajuda de
ferramentas tecnológicas e
soluções inovadoras.
Segundo Viegas, apesar
de a seguradora ter mais
de 40 anos, a mudança de
comando na mesma época
do início da pandemia, que
gerou uma série de restri-
ções à população, acabou
servindo como um estímu-
lo para acelerar os projetos
digitais. “O novo momento
do nosso negócio permitiu
que nascêssemos grandes
e estruturados para ter a
tecnologia e a inovação
como principal base para
atender a novas caracterís-
ticas de consumo”, explica
o COO da Kovr.
Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Kovr Seguradora
em números
+ de 1 milhão:
número de apólices
emitidas só em 2023
+ de R$ 1,6 bilhão:
faturamento do
Grupo Kovr em 2022
190%:
crescimento da Kovr
Seguradora no primeiro
semestre de 2023
Fundada há quase 50 anos,
seguradora chega ao terceiro
ano sob a nova gestão
A QUATRO MÃOS
Outra premissa da Kovr é
desenvolver seus produ-
tos com a participação dos
clientes, a quatro mãos.
“Nós vamos na contramão
de muitos concorrentes e
não oferecemos os chama-
dos ‘produtos de prateleira’,
com propostas unilaterais”,
diz o CEO.
Rennó complementa:
“Nós suprimos demanda,
não criamos. Acreditamos
que a tecnologia não tem
um papel impor tante
apenas no processamento,
mas também como ferra-
menta de conexão dos
nossos clientes pessoa jurí-
dica com seus clientes. Sem
essa conexão, não adianta
ter um excelente produto”.
SERVIÇO DE CONCIERGE
Um dos clientes do setor
financeiro, por exemplo,
identificou o aumento dos
casos de clonagem da conta
do aplicativo de mensagens.
Como relata Viegas, coube
ao time da Kovr desenvolver
PRODUZIDO POR
| Valor | A7
© Leo Orestes/GLab
uma solução de orientação
ágil do usuário final, que
passou a contar com um
serviço de concierge para
resolver de forma persona-
lizada a fraude e interrom-
per a ação criminosa.
“Em casos como esse,
muitas vezes as vítimas
querem simplesmente
poder contar com alguém
que as ajude rapidamen-
te a resolver o problema, o
que nem sempre acontece”,
salienta Viegas. O COO
completa: “Isso é pensar de
fora para dentro”.
Essa observação sobre
as necessidades do clien-
te levou a Kovr a desenvol-
ver uma série de produtos
pioneiros. A seguradora
criou uma proteção, contra-
tada apenas online, dentro
do ambiente de navegação
do usuário de um banco
digital, para casos de saques
via Pix sob coação ou furto
do celular. Além disso, criou
um produto para proteção
da carteira digital, mirando
ciberataques.
OPEN FINANCE
COM PROTEÇÃO
Mais recentemente, esse
mesmo banco digital lançou
um seguro criado em parce-
ria com a Kovr para prote-
ger o Pix feito com o saldo
em carteira e com outros
bancos conectados via
Open Finance — cobertu-
ra inédita no mercado local.
“Situações como essas
exemplificam qual é o papel
que a tecnologia e a inova-
ção têm na vida dos nossos
clientes. Nós buscamos dar
ao cliente um serviço que
vai muito além do tradicio-
nal. Entregamos um paco-
te completo, com o suporte
desde a implementação,
passando pelo processa-
mento, pelo atendimento e
pelo pós-venda”, diz Rennó.
A agilidade em criar segu-
ros sob demanda conta
com o trabalho do time da
Kovr e o apoio de startups.
Segundos os executivos
da seguradora, esse tipo
de parceria dá ainda mais
agilidade. Em janeiro, por
exemplo, o grupo anunciou
um acordo com a Autoday,
insurtech do setor de segu-
ros automotivos.
GLAB.GLOBO.COM
A8 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Política

Congresso Ministro da Fazenda afirma estar otimista e vê o atual ambiente como de reconstrução

Reformas devem ajudar economia, diz Haddad

Juliana Schincariol gar seu jogo, se cada agência jo- “Não adianta termos ilusão a Para a reforma sobre o Im- candidatos à presidência incor- zenda, Marcos Pinto, a aplicação
e Alessandra Saraiva gar o seu jogo, não tem como [dar respeito da melhoria do bem-es- posto de Renda, há muita caute- poraram aos programas de go- de Imposto sobre Valor Agrega-
Do Rio errado]”, disse nessa quinta-feira tar, do crescimento do PIB. Se la, e será necessário amadureci- verno a reforma de Bernard Ap- do (IVA), nova modalidade de
(20), no Rio, na divulgação da não fizemos as reformas, a ten- mento da sociedade, na visão py, secretário extraordinário da tributo prevista na reforma tri-
A economia brasileira pode Agenda de Reformas Financeiras são vai se acirrar novamente”, do ministro. Por ser complexa, reforma tributária. butária, será muito positiva a
“deslanchar” com a aprovação de ciclo 2023-2024. ponderou Haddad. merece ser amplamente discuti- Haddad afirmou que as pro- longo prazo no mercado finan-
propostas de reformas do gover- Na segunda-feira (17), o bole- Ainda segundo o ministro, a da com a sociedade. A reforma postas do governo foram aprova- ceiro. Para Pinto, o IVA vai dimi-
no no Congresso Nacional, de- tim Focus, do Banco Central, reforma tributária sobre o con- em curso, sobre consumo, vem das antes do esperado e rebateu nuir possíveis dificuldades resul-
fendeu, na quinta-feira (20), o projetou um Produto Interno sumo, aprovada pela Câmara e sendo falada há anos, por diver- críticas de que a proposta para a tantes do nível de complexidade
ministro da Fazenda, Fernando Bruto (PIB) um pouco maior pa- prestes a ser analisada pelo Se- sos governos, e pelo menos dois reforma tributária poderia ser atual dos tributos no mercado fi-
Haddad, no Rio. “As medidas co- ra 2023 e nessa quinta-feira a Fa- nado, e a do Imposto de Renda, melhor: “Tudo pode ser um pou- nanceiro: “Pagar impostos de
meçam a gerar um novo horizon- zenda reviu os números para ci- que deverá ser realizada futura- co melhor, mas tem algum mar- renda variável no Brasil é muito
te”, afirmou Haddad. ma. Enquanto no Focus a media- mente, não podem ter como ob- “Se cada poder co fiscal melhor do que o brasi- complicado e distorce decisões
O ministro disse estar otimista na das projeções do mercado jetivo o ajuste fiscal, o que vem leiro neste momento?”, questio- de investimento”, comentou. No
com a aprovação da reforma tri- para o crescimento da economia sendo feito de outra maneira, jogar seu jogo, nou. O Congresso Nacional tem entendimento do secretário, ain-
butária e citou o atual ambiente
como de “reconstrução do país”.
brasileira em 2023 subiu de
2,19% para 2,24%, no caso da Fa-
com a eliminação de “penduri-
calhos”, acrescentou. “Renúncias
não tem como demonstrado maturidade sobre
o assunto e deve ser aplaudido,
da não existe um bom sistema de
IVA em mercado financeiro no
Ele defendeu a união entre as ins- zenda a projeção para a expan- e desonerações que foram feitas [dar errado]” concluiu. mundo. E o Brasil poderia sair na
tituições do país para efetuar essa são da economia neste ano pas- estão sendo revistas à luz do im- Para o secretário de reformas frente nesse tema ao criar um
reconstrução: “Se cada poder jo- sou de 1,9% para 2,5%. pacto social.” Fernando Haddad econômicas do Ministério da Fa- modelo eficiente.

Ministro vai a Lira por pautas de interesse do governo MARINA RAMOS/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Marcelo Ribeiro cia da Casa, em uma agenda que Há ainda um entendimento te”. A avaliação é que a proximi-
De Brasília não estava prevista no início da- de que Lira acompanhará de dade tem surtido efeito, já que
quele dia. Nas palavras de fontes perto a tramitação da reforma pautas prioritárias avançaram
De olho nas pautas de interes- a par do que foi tratado, alinha- tributária no Senado. A ideia é no plenário da Câmara.
se da Fazenda, o ministro Fer- ram expectativas e definiram garantir que o texto construído Segundo uma fonte próxima
nanda Haddad (PT) retomou an- prioridades. pelo relator na outra Casa, sena- ao ministro da Fazenda, Haddad
tes mesmo do fim do recesso “Falamos de projeto de garan- dor Eduardo Braga (MDB-AM), teria compreendido que Lira “é
parlamentar os contatos com o tias e de reforma tributária”, dis- contemple o que pensa a maio- um homem de acordos” e “con-
presidente da Câmara dos Depu- se Lira ao Valor ao ser indagado ria dos deputados. segue garantir votos importan-
tados, Arthur Lira (PP-AL). Na sobre a reunião. “É fundamental que essa cons- tes”. Lira, por sua vez, já fez elo-
equipe econômica, sabe-se que a No encontro, ambos concor- trução seja feita coletivamente gios públicos ao chefe da equipe
reforma tributária será alterada daram com o cronograma se- para evitar que a reforma fique econômica e reclamações do nú-
no Senado, o que a levará de vol- gundo o qual prevê que o marco em um eterno pingue-pongue cleo político do Palácio do Pla-
ta à Câmara. legal de garantias, aprovado pe- entre as duas Casas”, avaliou um nalto.
Outra pauta que será nova- los senadores dias antes do re- deputado próximo de Lira. Por Um dos acordos fechados via-
mente analisada pelos deputa- cesso informal do Legislativo, saber que a reforma tributária bilizou, por exemplo, a aprova-
dos no segundo semestre é o deve ser apreciado pelos deputa- será alterada no Senado e voltará ção da proposta com mudanças
marco legal das garantias de em- dos novamente já em agosto. para uma nova apreciação na Câ- nos julgamentos do Conselho
préstimos, aprovado pelos sena- mara, o ministro quer manter Li- Administrativo de Recursos Fis-
dores no dia 5 de julho. O proje- ra “o mais dentro do diálogo que cais (Carf).
to tem, entre seus objetivos, re- “Falamos de for possível” para evitar surpre- Em outra frente, o governo
duzir o custo do crédito. sas mais adiante. conseguiu aprovar na Câmara o
As duas propostas já foram projeto de Interlocutores de Haddad des- novo arcabouço fiscal. O projeto
tratadas pelos dois durante uma
reunião na quarta-feira (19).
garantias e de tacam que, em poucos meses do
governo de Luiz Inácio Lula da
foi alterado no Senado e tam-
bém retornou à Câmara dos De-
Haddad deixou o gabinete da Fa- reforma tributária” Silva (PT), o ministro e o chefe do putados. A conclusão da sua tra-
zenda e foi ao encontro de Lira Legislativo consolidaram uma mitação é considerada prioritá-
na residência oficial da presidên- Arthur Lira “relação institucionalmente for- ria pela equipe econômica. Lira: reunião com Haddad serviu para alinhar expectativas e prioridades

Atividade econômica Atualize suas contas

Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 fev/23 jan/23 dez/22 nov/22 out/22 set/22 Em % Em R$
Índice de atividade econômica - IBC-Br (%) (1) - -2,0 0,8 -0,3 3,0 0,2 0,8 -1,3 -0,3 -0,3 Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
Indústria (1) dez/21 0,0488 0,5490 0,4902 0,7191 0,77 0,4473 0,4026 0,2955 0,22 23,54 1.100,00
jan/22 0,0605 0,5608 0,5608 0,7609 0,73 0,5096 0,4146 0,3073 0,35 23,55 1.212,00
Produção física industrial (IBGE - %) fev/22 0,0000 0,5000 0,5000 0,7272 0,76 0,4601 0,4249 0,2466 0,18 23,55 1.212,00
Total - 0,3 -0,6 1,1 -0,2 -0,3 0,0 0,2 1,3 -1,3
mar/22 0,0971 0,5976 0,5976 0,8678 0,93 0,5096 0,4265 0,3440 0,25 23,55 1.212,00
Indústria de transformação - -0,1 -0,6 1,4 -0,4 -0,8 -0,1 1,0 -0,1 -1,3
abr/22 0,0555 0,5558 0,5558 0,8159 0,83 0,5513 0,4416 0,3023 0,71 23,59 1.212,00
Indústrias extrativas - 1,2 -0,9 0,2 4,1 3,7 -1,8 -6,4 6,1 0,9
mai/22 0,1663 0,6671 0,6671 0,9776 1,03 0,5697 0,4424 0,4133 4,13 23,59 1.212,00
Bens de capital - 4,2 -11,8 8,9 -0,5 -4,6 -1,7 3,2 -3,7 -4,2
jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
Bens intermediários - 0,1 0,3 1,1 0,4 -0,8 -0,6 0,6 2,1 -0,5
jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Bens de consumo - -0,8 1,3 -1,3 -0,2 0,2 1,9 -0,1 0,1 -2,0
ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Faturamento real (CNI - %) - 0,9 -1,2 1,8 0,6 0,2 0,2 0,8 0,2 -1,2
set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - 2,7 -1,3 0,9 -0,8 0,0 0,8 0,3 -1,4 -1,3
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Comércio
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 0,15 23,81 1.212,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - -2,1 -1,5 2,9 -0,7 3,3 -0,6 -0,5 0,2 0,1
dez/22 0,2072 0,7082 0,7082 1,0489 1,12 0,6005 0,4670 0,4543 0,17 23,81 1.212,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - -1,0 -0,1 0,6 -0,3 3,9 -2,7 -0,7 0,2 1,0
jan/23 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 1,12 0,6142 0,4812 0,4552 -0,06 23,93 1.302,00
Serviços
fev/23 0,0830 0,5834 0,5834 0,8536 0,92 0,5546 0,4931 0,3298 0,00 23,93 1.302,00
Receita nominal de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - -0,5 -0,9 1,4 2,1 -0,6 1,9 -0,9 0,3 0,3 mar/23 0,2392 0,7404 0,7404 1,0912 1,17 0,6142 0,4986 0,4864 -0,18 23,93 1.302,00
Volume de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - 0,9 -1,5 1,3 0,8 -3,4 2,7 0,0 -0,2 0,5 abr/23 0,0821 0,5825 0,5825 0,8527 0,92 0,5873 0,4907 0,3289 0,29 24,06 1.302,00
Mercado de trabalho mai/23 0,2147 0,7158 0,7158 1,0465 1,12 0,6070 0,4812 0,4619 1,44 24,06 1.320,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) - 8,3 8,5 8,8 8,6 8,4 7,9 8,1 8,3 8,7 jun/23 0,1799 0,6808 0,6808 1,0014 1,07 0,5873 0,4622 0,4270 0,64 24,06 1.320,00
Emprego industrial (CNI - %) (1) - -0,3 -0,1 0,0 -0,4 0,4 0,1 0,1 0,2 -0,2 jul/23 0,1581 0,6589 0,6589 0,9694 1,07 0,5843 0,4464 0,4051 - 24,17 1.320,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (1)(3) 2,2 -0,4 -1,4 1,7 0,8 -0,8 1,6 -6,7 -4,0 1,5 2023 1,17 4,77 4,77 7,06 7,64 4,22 3,40 2,93 2,14 1,51 8,91
Balança comercial (US$ milhões) Em 12 meses * 2,11 8,41 8,41 12,57 13,59 7,32 5,83 5,18 3,18 2,11 8,91
Exportações 30.094 33.035 27.109 32.831 20.259 22.826 26.342 27.652 26.852 28.587 2022 1,63 7,90 7,90 11,71 12,39 6,88 5,51 4,68 9,12 1,15 10,18
Importações 19.502 21.689 19.164 22.072 17.684 20.529 21.809 21.452 23.477 24.893 Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Saldo 10.592 11.346 7.945 10.759 2.575 2.297 4.533 6.200 3.375 3.695 (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
Fontes: Banco Central, CNI, FGV, IBGE e SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Metodologia com ajuste sazonal. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para julho projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 1º Tri/23 4º Tri/22 2023 (1) 2022 2021 2020 Dívida líquida do setor público mai/23 abr/23 mai/22
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.557 2.584 10.156 9.915 7.610 7.610 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 486 491 1.962 1.905 1.649 1.476 jul/23 jun/23 2023 2022 12 meses jul/23 jun/23 dez/22 jul/22
Dívida líquida total 5.935,7 57,78 5.826,1 57,00 5.338,3 57,71
Taxa de Variação Real (%) 1,9 -0,1 3,3 2,9 -3,3 -3,3 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização 11,8 0,12 13,0 0,13 5,9 0,06
Agropecuária 21,6 -0,9 6,0 -1,7 4,2 4,2 IPCA - -0,08 2,87 5,79 3,16 - 6.659,95 6.474,09 6.411,95
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -750,1 -7,30 -741,7 -7,26 -685,1 -7,41
Indústria -0,1 -0,3 2,4 1,6 -3,0 -3,0 INPC - -0,10 2,69 5,93 3,00 - 6.886,37 6.706,15 6.645,74
Dívida fiscal líquida 6.674,0 64,96 6.554,8 64,12 6.017,5 65,06
Serviços 0,6 0,2 3,9 4,2 -3,7 -3,7 IPCA-15 - 0,04 3,16 5,90 3,40 - 6.547,15 6.346,64 6.340,06
Formação Bruta de Capital Fixo (%) -3,4 -1,3 2,7 0,9 -1,7 -1,7 IPCA-E - 0,04 3,16 5,90 3,40 - 6.547,15 6.346,64 6.340,06 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 17,7 18,9 18,6 18,8 16,6 16,6 Dívida interna líquida 6.667,2 64,90 6.542,3 64,00 6.038,7 65,29
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -731,4 -7,12 -716,2 -7,01 -700,5 -7,57
IGP-DI - -1,45 -4,96 5,03 -7,44 - 1.086,47 1.143,23 1.169,43
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 1º trim de 2023, nos últimos 12 meses
Núcleo do IPC-DI - 0,16 1,81 6,16 3,54 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI - -2,13 -7,78 4,70 -11,21 - 1.268,86 1.375,86 1.424,53 Governo Federal e Banco Central 5.006,3 48,73 4.915,0 48,08 4.486,9 48,51
IPA-Agro - -3,81 -12,16 3,38 -15,14 - 1.768,81 2.013,57 2.087,94 Governos Estaduais 827,5 8,06 812,0 7,94 748,4 8,09
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. - -1,49 -6,03 5,24 -9,66 - 1.068,79 1.137,41 1.176,94 Governos Municipais 40,2 0,39 38,1 0,37 55,9 0,60
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI - -0,10 2,38 4,28 2,22 - 725,34 708,49 701,10 Empresas Estatais 61,7 0,60 60,9 0,60 47,1 0,51
INCC-DI - 0,71 2,27 9,28 3,93 - 1.075,54 1.051,63 1.043,76
Salário de Base de cálculo* Alíquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público mai/23 abr/23 mai/22
IGP-M - -1,93 -4,46 5,45 -6,86 - 1.109,23 1.161,01 1.193,34
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M - -2,73 -6,95 5,27 -10,34 - 1.315,07 1.413,36 1.469,85
Até 1.320,00 7,50 Até 2.112,00 0,0 0,00 IPC-M - -0,25 2,36 4,30 2,38 - 709,20 692,88 690,75 Total nominal 656,5 6,39 603,3 5,90 380,6 4,11
De 1.320,01 até 2.571,29 9,00 De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40 INCC-M - 0,85 2,19 9,40 4,29 - 1.074,29 1.051,25 1.042,03 Governo Federal** 471,1 4,59 469,6 4,59 502,9 5,44
De 2.571,30 até 3.856,94 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 370,40 IGP-10 -1,10 -2,20 -5,20 6,08 -7,89 1.123,94 1.136,43 1.185,56 1.220,20 Banco Central 110,2 1,07 76,0 0,74 -42,3 -0,46
De 3.856,95 até 7.507,49 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73 IPA-10 -1,54 -3,14 -7,92 6,08 -11,51 1.339,16 1.360,08 1.454,37 1.513,31 Governo regional 68,5 0,67 51,0 0,50 -77,9 -0,84
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 884,96 IPC-10 0,02 -0,18 2,53 4,40 2,24 714,60 714,44 696,93 698,93 Total primário -39,0 -0,38 -56,2 -0,55 -119,9 -1,30
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 0,01 1,19 2,12 9,55 3,44 1.060,64 1.060,50 1.038,60 1.025,40 Governo Federal -268,4 -2,61 -283,7 -2,78 -254,6 -2,75
Fonte: Receita Federal. Elaboração: Valor Data
cia jul/23. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de *Valores consideram o desconto simplificado de R$ 528,00 Banco Central 0,5 0,00 0,4 0,00 0,6 0,01
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional -21,5 -0,21 -35,6 -0,35 -128,7 -1,39
IPC - -0,03 2,06 7,32 3,96 - 668,11 654,64 643,66
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 2º trimestre = 1,12%, IGP-M 2ª prévia jul/23 = -0,72% e IPC-FIPE = 2ª quadrissemana jul/23 = -0,01%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de maio*
Discriminação Janeiro-maio Var. maio Var.
Discriminação Janeiro-maio Var. maio Var.
2023 2022 % 2023 2022 % Imposto de Renda Pessoa Física 2023 2022 % 2023 2022 %
Receita Federal
Imposto de renda total 329,3 293,4 12,22 58,6 54,4 7,76
Pagamento das quotas - 2023 Receita total 987,9 999,5 -1,16 186,4 179,7 3,72
Receita Adm. Pela RFB** 626,4 630,4 -0,64 106,7 105,6 1,07
Imposto de renda pessoa física 25,1 25,4 -1,03 15,3 13,6 12,44 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 231,6 218,7 5,88 47,8 43,7 9,30
Imposto de renda pessoa jurídica 150,3 141,0 6,64 16,2 16,2 0,17 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 130,0 150,4 -13,58 31,9 30,4 4,86
Imposto de renda retido na fonte 153,8 127,1 21,06 27,1 24,6 10,16 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 195,4 205,0 -4,69 41,4 52,8 -21,62
Imposto sobre produtos industrializados 24,6 27,6 -10,89 4,9 4,8 1,91 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 792,6 794,5 -0,25 144,9 126,8 14,27
Imposto sobre operações financeiras 24,6 23,4 4,90 4,5 4,8 -5,62 1ª ou única 31/05/2023 - Campo 7 Despesa Total 789,2 750,5 5,15 190,0 167,7 13,26
Imposto de importação 22,4 24,0 -6,35 4,6 4,7 -2,15 2ª 30/06/2023 1,00% Benefícios Precidenciários 345,8 351,2 -1,52 82,4 92,5 -10,89
Cide-combustíveis 0,0 1,0 -99,33 0,0 0,2 -99,08 3ª 31/07/2023 2,07% + Pessoal e Encargos Sociais 137,6 136,8 0,56 28,7 26,2 9,61
Contribuição para Finsocial (Cofins) 132,6 130,0 2,00 27,4 25,3 8,34 4ª 31/08/2023 Valor da declaração Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 127,5 126,7 0,68 39,6 18,6 112,34
CSLL 76,3 76,5 -0,25 8,7 8,9 -2,59 5ª 29/09/2023 Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 178,2 135,9 31,15 39,3 30,4 29,20
PIS/Pasep 37,3 36,4 2,41 7,5 7,0 6,89 Resul. Primário do Gov. Central (1) 3,4 44,0 -92,27 -45,0 -40,9 10,15
6ª 31/10/2023 +
Outras receitas 315,5 296,3 6,49 60,6 55,2 9,73 Discriminação mai/23 abr/23 mai/22
7ª 30/11/2023 Campo 9
Total 962,5 908,6 5,94 176,8 165,3 6,94 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 28/12/2023
mai/23 abr/23 mai/22
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos -0,2 -26,62 -0,3 26,72 -0,5 10,71
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística 2,0 37,08 1,5 - -0,2 -
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 53,7 -7,34 58,0 12,94 58,7 -1,90 Result. Primário do Gov. Central (2) -43,2 - 16,9 - -41,6 -
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
mai/23 abr/23 mai/22 de junho/23 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -59,7 55,94 -38,3 -33,08 -28,4 -62,81
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data. Result. Nominal do Gov. Central -102,9 381,30 -21,4 -68,10 -70,0 54,07
INSS 47,8 4,34 45,8 0,76 42,0 -2,02 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha
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Camil Alimentos S.A.

Companhia Aberta - CNPJ/ME nº 64.904.295/0001-03 - NIRE 35.300.146.735
Ata da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária Realizada em 30 de Junho de 2023
1. Data, Hora e Local: Realizada às 10 horas do dia 30 de junho de 2023, de modo exclusivamente digital, totalidade dos acionistas na Assembleia Geral.”. (iii) Incluir o novo parágrafo sexto no artigo 16 do Estatuto
por meio de videoconferência no sistema eletrônico “Microsoft Teams” (“Sistema Eletrônico”), nos termos do Social da Companhia, com o objetivo de esclarecer as práticas de conflito de interesses relacionadas às UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
artigo 124, parágrafo 2º-A da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei das S.A.”) e do artigo 28 da atividades da Companhia, o qual passará a vigorar com a seguinte nova redação: “Artigo 16 - O Conselho
Resolução CVM nº 81, de 29 de março de 2022 (“Resolução CVM 81”), sendo considerada como realizada de Administração será composto por um mínimo de 5 (cinco) membros e máximo de 9 (nove) membros,
PROCESSO SELETIVO VESTIBULAR 2024 DA UNIVERSIDADE
na sede social da Camil Alimentos S.A. (“Companhia”), localizada na Cidade de São Paulo, Estado de todos eleitos e destituíveis pela Assembleia Geral, com mandato unificado de 2 (dois) anos, permitida a
São Paulo, na Avenida Rebouças, nº 3.970, Ed. Eldorado Business Tower, 12º andar, Pinheiros, reeleição. (...) Parágrafo Sexto - O membro do Conselho de Administração não poderá ter acesso a ESTADUAL DE LONDRINA - UEL
CEP 05402-918. 2. Convocação: O edital de convocação foi (i) publicado na forma do disposto no artigo 124 informações ou participar de reuniões de Conselho de Administração, relacionadas a assuntos sobre os
OBJETO: Processo Seletivo Vestibular 2024 da Universidade Estadual de Londrina. A inscrição
da Lei das S.A., no jornal “Valor Econômico”, nas versões física e digital das edições dos dias 30 e 31 de maio quais tenha ou represente interesse conflitante com a Companhia.”. (iv) Alterar a redação dos parágrafos
e 1º de junho de 2023, nas páginas C5, C3 e B7, respectivamente, e nos links: https://publicidadelegal.valor. terceiro e sexto do artigo 20 e dos parágrafos terceiro, sexto e sétimo do artigo 25 do Estatuto Social da deverá ser feita no endereço eletrônico www.cops.uel.br de 24 de julho (a partir das 17h) a 5 de
com.br/valor/2023/05/30/CAMIL1569727930052023.pdf; https://publicidadelegal.valor.com.br/valor/2023/05/31/ Companhia se forma a atualizar as regras e competências para realizações de reuniões do conselho de setembro de 2023 (até as 23h59min), mediante recolhimento do preço público de R$ 176,00,
CAMIL1569727931052023.pdf; https://publicidadelegal.valor.com.br/valor/2023/06/01/CAMIL156972790106 administração e da diretoria, tendo em vista as novas possibilidades de reuniões e assinaturas por meio de por intermédio da guia de arrecadação bancária/PIX, emitidos no sistema de inscrição, via In-
2023.pdf; e (ii) divulgado, no dia 30 de maio de 2023, nas páginas eletrônicas da CVM, da B3 S.A. - Brasil, plataformas eletrônicas, o qual passará a vigorar com a seguinte nova redação: “Artigo 20 - O Conselho de
Bolsa e Balcão (“B3”) e de Relações com Investidores da Companhia, junto com a Proposta da Administração, Administração realizará reuniões ordinárias trimestrais e extraordinárias sempre que necessário, mediante ternet. DATAS DAS PROVAS: - PHE de Música: 24/09/2023 - 8h às 11h e 14h às 18h; - 1ª Fase
sendo que ambos os documentos foram disponibilizados para consulta na sede social da Companhia. convocação pelo Presidente do Conselho ou do Vice-Presidente do Conselho, quando aplicável, ou por 2 – 29/10/2023 – 14h às 18h; - 2ª Fase – 26/11 e 27/11/2023 – 14h às 18h; - PHE de Arquitetura
3. Publicações: O Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras, os Pareceres do Conselho (dois) Conselheiros. As reuniões deverão ser convocadas por meio de notificação escrita, inclusive e-mail, e Urbanismo, Artes Visuais, Design de Moda e Design Gráfico: 28/11/2023 – 8h às 11h e 14h às
Fiscal, dos Auditores Independentes, e do Comitê de Auditoria da Companhia, todos relativos ao exercício com antecedência mínima de 2 (dois) dias, e com a apresentação da pauta dos assuntos a serem tratados. 18h. DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA INGRESSO NA SALA DE PROVA- Documento de Identifi-
social encerrado em 28 de fevereiro de 2023, foram publicados no jornal “Valor Econômico”, nas versões (...) Parágrafo Terceiro - Será considerado presente às reuniões do Conselho de Administração, o
física e digital da edição do dia 12 de maio de 2023, nas páginas A9 a A12, e no link https://publicidadelegal. conselheiro que: (a) nomear qualquer outro conselheiro como seu procurador para votar em tal reunião, cação original: Cédula de Identidade Civil (RG) ou Carteiras de Identificação das Forças Armadas
valor.com.br/valor/2023/05/12/CAMIL1569387312052023.pdf. O Manual para Participação da Assembleia e desde que a respectiva procuração seja entregue ao Presidente do Conselho de Administração ou ao (Aeronáutica, Exército ou Marinha) ou Carteira Nacional de Habilitação com fotografia (na forma
a Proposta da Administração, bem como todos os demais documentos referidos acima ou relacionados à presidente da reunião antes da sua instalação; (b) enviar seu voto por escrito ao presidente da reunião antes da Lei nº 9503/97) ou Carteira de Identidade de Estrangeiros (emitida por autoridade brasileira).
Assembleia foram colocados à disposição dos acionistas na sede da Companhia e nos websites de Relações da sua instalação; ou (c) participar das reuniões do Conselho de Administração por meio de vídeo conferência
com Investidores da Companhia (https://ri.camil.com.br/), da CVM e da B3, com pelo menos 1 (um) mês de ou conferência telefônica, caso em que a reunião será considerada realizada no local onde estiver o
CARTÃO DE INSCRIÇÃO DA PHE DE MÚSICA (via Internet): 18/09/2023 – 17h.
antecedência da presente data, nos termos da Lei das S.A. e da regulamentação aplicável. 4. Quórum de Presidente da reunião. (...) Parágrafo Sexto - Ao término da reunião, deverá ser lavrada ata, a qual deverá RESULTADO DA PHE DE MÚSICA: 29/09/2023 - 17h.
Instalação: Em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária: presentes acionistas titulares de 299.773.394 ser assinada por todos os conselheiros presentes à reunião, e posteriormente transcrita no Livro de Registro CARTÃO DE INSCRIÇÃO DA 1ª FASE (via Internet): 20/10/2023 – 17h.
ações ordinárias representando 86,287% do capital social total e votante da Companhia, desconsideradas as de Atas do Conselho de Administração da Companhia. Os votos proferidos por conselheiros que participarem RESULTADO DA 1ª FASE: 13/11/2023 – 17h.
ações em tesouraria, conforme se verifica: (i) pela habilitação e participação por meio do sistema eletrônico remotamente da reunião do Conselho de Administração ou que tenham se manifestado na forma do
de participação; e (ii) pelos boletins de voto a distância válidos recebidos por meio da Central Depositária da parágrafo terceiro, alínea “c” deste artigo, deverão igualmente constar no Livro de Registro de Atas do CARTÃO DE INSCRIÇÃO DA 2ª FASE (via Internet): 20/11/2023 – 17h.
B3, do agente escriturador das ações de emissão da Companhia ou diretamente pela Companhia, nos Conselho de Administração. As atas das reuniões do Conselho de Administração da Companhia poderão ser RESULTADO DO VESTIBULAR 2023: 16/01/2024 – 12h.
termos da regulação da CVM, ficando, desta forma, constatada a existência de quórum legal para a instalação divulgadas na forma de extrato da ata lavrada no Livro de Atas de Reuniões do Conselho de Administração.”. OBSERVAÇÃO: Todos os detalhes das provas, normas, cursos e vagas, bem como os critérios
e realização das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária. Presentes, ainda, para fins do disposto no “Artigo 25 - A Diretoria reunir-se-á sempre que convocada pelo Diretor Presidente ou por quaisquer dois
de avaliação, constam da Resolução CEPE nº 049/2023 e poderão ser consultados no endereço
artigo 134, parágrafo 1º, da Lei das S.A., o Sr. Flavio Jardim Vargas, Diretor Financeiro e de Relações com Diretores, em conjunto, sempre que assim exigirem os negócios sociais, com antecedência mínima de 2
Investidores da Companhia, a Sra. Maria Elena Cardoso Figueira, Presidente do Conselho Fiscal da (dois) dias úteis, e a reunião somente será instalada com a presença da maioria de seus membros. Será eletrônico www.cops.uel.br.
Companhia, o Sr. Renato Postal, representante da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes Ltda., considerada regular a reunião de Diretoria em que todos os Diretores compareçam, independentemente de Londrina, 13 de julho de 2023.
empresa responsável pela auditoria das Demonstrações Financeiras do exercício social encerrado em 28 de convocação prévia. (...) Parágrafo Terceiro - No caso de ausência temporária de qualquer Diretor, este Profa. Dra. Sandra Regina de Oliveira Garcia,
fevereiro de 2023 (“Demonstrações Financeiras”), o Sr. Carlos Roberto de Albuquerque Sá, Coordenador do poderá, com base na pauta dos assuntos a serem tratados, manifestar seu voto por escrito, entregue
Comitê de Auditoria da Companhia, e, ainda o Sr. Rafael Lopes Rodrigues, controller da Companhia. 5. Mesa: ao Diretor Presidente, na data da reunião, ou ainda, por correio eletrônico digitalmente certificado. (...)
Coordenadora da Cops/UEL.
Assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. Flavio Jardim Vargas, que convidou a Sra. Gyedre Palma Carneiro Parágrafo Sexto - As reuniões da Diretoria poderão ser realizadas por meio de teleconferência,
de Oliveira para secretariá-los. 6. Ordem do Dia: Em Assembleia Geral Ordinária: (i) tomar as contas dos videoconferência ou outros meios de comunicação. Tal participação será considerada presença pessoal em
administradores, examinar, discutir e votar o Relatório da Administração e as Demonstrações Financeiras da referida reunião. Parágrafo Sétimo - Ao término de cada reunião deverá ser lavrada ata, que deverá ser
Companhia, acompanhadas do parecer do Conselho Fiscal, do parecer dos auditores independentes e do assinada por todos os Diretores presentes à reunião, e posteriormente transcrita no Livro de Registro de Atas
relatório do Comitê de Auditoria da Companhia, referentes ao exercício social encerrado em 28 de fevereiro da Diretoria. Os votos proferidos por Diretores que participarem remotamente da reunião da Diretoria ou que
de 2023; (ii) destinação do resultado do exercício social encerrado em 28 de fevereiro de 2023; (iii) orçamento tenham se manifestado na forma do parágrafo 6 deste artigo, deverão igualmente constar no Livro de
de capital para o exercício social a se encerrar em 29 de fevereiro de 2024; (iv) a remuneração global dos Registro de Atas da Diretoria. As atas das reuniões da Diretoria da Companhia a serem registradas na Junta
administradores e membros dos comitês de assessoramento ao Conselho de Administração da Companhia Comercial poderão ser submetidas na forma de extrato da ata lavrada no Livro de Atas de Reuniões da
para o exercício social a se encerrar em 29 de fevereiro de 2024; (v) instalação do Conselho Fiscal da Diretoria, assinado pelo Secretário da Mesa da Reunião da Diretoria.” (v) Atualizar a redação do artigo 21,
Companhia; (vi) eleição membros efetivos e suplentes para compor o Conselho Fiscal da Companhia; e alínea “(xvi)” do Estatuto Social da Companhia, que trata da aprovação das transações com partes
(vii) fixação da remuneração dos membros do Conselho Fiscal para o exercício social a se encerrar em 29 relacionadas, que deverão ser submetidas às regras constantes da Política de Transação com Partes COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO
de fevereiro de 2024; e, em Assembleia Geral Extraordinária: deliberar sobre a (i) reforma do Estatuto Social Relacionadas da Companhia, bem como excluir os parágrafos primeiro a terceiro deste mesmo artigo. O DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP
para (1) atualizar a redação do artigo 5º do Estatuto Social da Companhia para refletir a nova quantidade de artigo 21, alínea “(xvi)” do Estatuto Social passará a vigorar com a seguinte nova redação: “Artigo 21 - Além Companhia Aberta
ações de emissão da Companhia em razão do cancelamento de ações em tesouraria aprovado pelo das atribuições que lhe confere a Lei das Sociedades por Ações, as seguintes matérias deverão ser CNPJ Nº 43.776.517/0001-80 - NIRE 35.3000.1683-1
Conselho de Administração da Companhia, em reunião realizada em 12 de janeiro de 2023; (2) simplificar a aprovadas pelo Conselho de Administração da Companhia: (...) (xvi) a aprovação das transações entre
redação do parágrafo primeiro do artigo 11, com relação à convocação e instalação de assembleias gerais partes relacionadas à Companhia que sejam de sua competência, conforme o disposto na política de
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
da Companhia, para evitar qualquer divergência de interpretação com relação aos prazos legais; (3) incluir o transação com partes relacionadas da Companhia.” 8.9. Aprovar, por unanimidade dos votos dos acionistas
novo parágrafo sexto no artigo 16, com o objetivo de esclarecer as práticas de conflito de interesses presentes que manifestaram seus votos, sem qualquer emenda ou ressalva, conforme o mapa de votação ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
relacionadas às atividades da Companhia; (4) atualizar regras e competências para realizações de reuniões constante do Anexo I à presente ata, a consolidação do Estatuto Social da Companhia, para refletir as
do conselho de administração e da diretoria, tendo em vista as novas possibilidades de reuniões e assinaturas alterações aprovadas acima, o qual passa a vigorar conforme redação constante do na forma do Anexo III à Ficam convocados os senhores Acionistas da Companhia de Saneamento Básico do
por meio de plataformas eletrônicas; (5) atualizar a redação do artigo 21, alínea “(xvi)”, referente à aprovação presente ata. 9. Encerramento, Lavratura, Aprovação e Assinatura da Ata: Nada mais havendo a ser Estado de São Paulo - Sabesp (“Companhia”), nos termos do disposto no artigo 5º,
das transações com partes relacionadas, que devem ser submetidas às regras constantes da Política de tratado, foi lavrada a presenta ata em forma de sumário, nos termos do parágrafo 1º do artigo 130 da Lei das parágrafo 1º, do Estatuto Social, a participarem da Assembleia Geral Extraordinária
Transação com Partes Relacionadas da Companhia; e (ii) consolidação do Estatuto Social da Companhia. S.A., a qual foi lida, aprovada e assinada pela Mesa e pelos acionistas, por meio do Sistema Eletrônico e via
(“AGE” ou “Assembleia”) da Companhia, situada na Rua Costa Carvalho, nº 300, na
7. Lavratura da Ata e Publicação: Dispensada a leitura do mapa de votação consolidado dos votos Boletim de Voto a Distância, nos termos do artigo 47, §§ 1º e 2º, da Resolução CVM 81. Acionistas
proferidos por meio de boletins de voto à distância e do Edital de convocação, os quais ficaram à disposição presentes na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária: Nº - Acionista - Procuradores: 1 - THIAGO cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, que se realizará no dia 22 de agosto
para consulta dos acionistas presentes, consoante o disposto na Resolução CVM 81. Nos termos do art. 130, MAGGI QUARTIERO - Nicolle Farias Oliveira; 2 - JACQUES MAGGI QUARTIERO - Nicolle Farias Oliveira; 3 de 2023, às 11 horas, de modo exclusivamente digital, na Plataforma Zoom, com
§§ 1º e 2º, da Lei das S.A. e do art. 13, § 1º, do Estatuto Social, a ata foi lavrada na forma de sumário dos fatos - JAIRO SANTOS QUARTIERO - Nicolle Farias Oliveira; 4 - LUCIANO MAGGI QUARTIERO - Nicolle Farias base na Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 81, de 29 de
ocorridos e deverá ser publicada com omissão das assinaturas dos acionistas. 8. Deliberações: Após exame Oliveira; 5 - CAMIL INVESTIMENTOS S.A. - Nicolle Farias Oliveira; 6 - QUELUZ VALOR FUNDO DE março de 2022, conforme alterada (“Resolução CVM 81/22”), para deliberarem sobre
e discussão dos assuntos constantes da ordem do dia, os acionistas presentes deliberaram, ressalvadas as INVESTIMENTO EM AÇÕES - Luis Eduardo Schiavinato Junior; 7 - LUCIANO DECOURT - N/A; 8 - IT NOW a seguinte ordem do dia:
abstenções dos legalmente impedidos, o seguinte: Em Assembleia Geral Ordinária: 8.1. Aprovar, por IGCT FUNDO DE INDICE - Livia Beatriz Silva do Prado; 9 - IT NOW SMALL CAPS FUNDO DE INDICE - Livia
unanimidade dos votos dos acionistas presentes que manifestaram seus votos, conforme o mapa de votação Beatriz Silva do Prado; 10 - ITAU GOVERNANCA CORPORATIVA ACOES FI - Livia Beatriz Silva do Prado; I. Destituir membro do Conselho de Administração.
constante do Anexo I à presente ata, as contas dos administradores, o Relatório da Administração e as 11 - ITAU IBOVESPA ATIVO MASTER FIA - Livia Beatriz Silva do Prado; 12 - ITAU SMALL CAP MASTER II. Eleger membro do Conselho de Administração para cumprir o restante do
Demonstrações Financeiras individuais e consolidadas da Companhia, acompanhadas dos pareceres do
FUNDO DE INVESTIMENTO EM ACOES - Livia Beatriz Silva do Prado; 13 - ITAÚ IBRX ATIVO MASTER FIA mandato até a Assembleia Geral Ordinária de 2024.
Conselho Fiscal, dos auditores independentes e do Comitê de Auditoria, relativas ao exercício social
- Livia Beatriz Silva do Prado; 14 - ITAÚ SIRIUS FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES - Livia Beatriz Silva
encerrado em 28 de fevereiro de 2023. 8.2. Aprovar, por unanimidade dos votos dos acionistas presentes que III. Ampliar o número de membros que irão compor o Conselho Fiscal com mandato
do Prado; 15 - QUANTAMENTAL HEDGE MASTER FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO - Livia
manifestaram seus votos, sem qualquer emenda ou ressalva, conforme o mapa de votação constante do até a Assembleia Geral Ordinária de 2024.
Beatriz Silva do Prado; 16 - AMERICAN BAR ASSOCIATION MEMBERS/MTC COLLECTIVE TRUST -
Anexo I à presente ata, a destinação do lucro líquido do exercício social encerrado em 28 de fevereiro de
Boletim de Voto a Distância; 17 - CITY OF LOS ANGELES FIRE AND POLICE PENSION PLAN - Boletim de IV. Eleger membro efetivo e respectivo suplente do Conselho Fiscal com mandato até
2023, no montante de R$353.421.226,27 e do saldo de realização do custo atribuído, no montante de
Voto a Distância; 18 - DIMENSIONAL EMERGING MKTS VALUE FUND - Boletim de Voto a Distância; 19 -
R$4.118.156,00, da seguinte forma: (i) R$62.683.431,13 para a constituição da Reserva Legal nos termos
FID TR I OF THE S AS TR OF T INT SM COMP FUND - Boletim de Voto a Distância; 20 - NORGES BANK
a Assembleia Geral Ordinária de 2024.
dos §§ 1º e 2º do artigo 193 da Lei das S.A.; (ii) R$100.000.000,00 foram destinados à declaração de juros
sobre capital próprio, conforme aprovados em reuniões do Conselho de Administração da Companhia
- Boletim de Voto a Distância; 21 - PRUDENTIAL TRUST COMPANY - Boletim de Voto a Distância; 22 - V. Incrementar o montante da remuneração global anual dos administradores, dos
PUBLIC EMPLOYEES RETIREMENT SYSTEM OF OHIO - Boletim de Voto a Distância; 23 - STATE ST GL membros do comitê de auditoria e do conselho fiscal para o exercício social de
realizadas em 19 de maio de 2022, 25 de agosto de 2022, 24 de novembro de 2022 e 15 de fevereiro de 2023
ADV TRUST COMPANY INV FF TAX EX RET PLANS - Boletim de Voto a Distância; 24 - TREASURER OF
(“JCP”), cujo valor líquido foi imputado ao dividendo mínimo obrigatório, não restando pendente o pagamento 2023, aprovada na Assembleia Geral de 28/04/2023.
THE ST.OF N.CAR.EQT.I.FD.P.TR. - Boletim de Voto a Distância; 25 - JOHN DEERE PENSION TRUST -
de qualquer valor aos acionistas a esse título; e (iii) R$180.319.061,38 serão destinados à conta de Reserva
Boletim de Voto a Distância; 26 - FIREMEN S ANNUITY AND BEN. FD OF CHICAGO - Boletim de Voto a Informações aos Acionistas:
de Lucros, na forma do artigo 196 da Lei das S.A., conforme orçamento de capital da Companhia, para o
Distância; 27 - INTERNATIONAL MONETARY FUND - Boletim de Voto a Distância; 28 - TEACHERS
exercício social a se encerrar em 29 de fevereiro de 2024 referido no item 8.3 abaixo; (iv) Adicionalmente, fica
RETIREMENT SYSTEM OF THE STATE OF ILLINOIS - Boletim de Voto a Distância; 29 - THE BOARD
A Assembleia será realizada de modo exclusivamente digital, nos termos da Resolução
ratificada a distribuição de dividendos intermediários aprovada na Reunião do Conselho de Administração da CVM 81/22, sendo permitido aos Acionistas participar (i) pessoalmente ou se fazendo
OF.A.C.E.R.S.LOS ANGELES,CALIFORNIA - Boletim de Voto a Distância; 30 - ILLINOIS MUNICIPAL
Companhia realizada em 19 de maio de 2022, no valor total de R$30.000.000,00, aos acionistas titulares de representar por procurador, via sistema eletrônico no momento da realização da AGE,
RETIREMENT FUND - Boletim de Voto a Distância; 31 - THE PUBLIC INSTITUITION FOR SOCIAL
ações de emissão da Companhia, à conta de Reserva de Retenção de Lucros, com base nas demonstrações
financeiras da Companhia referentes ao exercício encerrado em 28 de fevereiro de 2022, aprovadas na
SECURITY - Boletim de Voto a Distância; 32 - UTAH STATE RETIREMENT SYSTEMS - Boletim de Voto a ou (ii) mediante o envio de instrução de voto previamente à realização da AGE, via
Distância; 33 - CHEVRON MASTER PENSION TRUST - Boletim de Voto a Distância; 34 - THE REGENTS Boletim de Voto à Distância (“BVD”).
Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da Companhia realizada em 30 de junho de 2022. 8.3. Aprovar,
OF THE UNIVERSITY OF CALIFORNIA - Boletim de Voto a Distância; 35 - EMER MKTS CORE EQ PORT
por unanimidade dos votos dos acionistas presentes que manifestaram seus votos, sem qualquer emenda ou As regras e os procedimentos para participação dos acionistas na Assembleia
DFA INVEST DIMENS GROU - Boletim de Voto a Distância; 36 - ALASKA PERMANENT FUND - Boletim de
ressalva, conforme o mapa de votação constante do Anexo I à presente ata, o orçamento de capital da
Voto a Distância; 37 - CITY OF NEW YORK GROUP TRUST - Boletim de Voto a Distância; 38 - VICTORIAN encontram-se detalhados no Manual de Participação na Assembleia, e as
Companhia para o exercício social a se encerrar em 29 de fevereiro de 2024, conforme Anexo II à presente
ata. 8.4. Aprovar, por maioria dos votos dos acionistas presentes que manifestaram seus votos, sem qualquer
FUNDS MAN C A T F V E M T - Boletim de Voto a Distância; 39 - ISHARES PUBLIC LIMITED COMPANY - informações a respeito das matérias a serem deliberadas na Assembleia encontram-
Boletim de Voto a Distância; 40 - KAISER FOUNDATION HOSPITALS - Boletim de Voto a Distância; 41 - THE se detalhadas na Proposta da Administração, ambas disponíveis no site de Relações
emenda ou ressalva, conforme o mapa de votação constante do Anexo I à presente ata, a remuneração
METHODIST HOSPITAL - Boletim de Voto a Distância; 42 - NEW YORK STATE TEACHERS RETIREMENT com Investidores da Companhia (https://ri.sabesp.com.br/), bem como nos sites da B3
global dos administradores da Companhia (Conselho de Administração e Diretoria) para o exercício social de
2023/2024, no montante de até R$17.297.000,00 e a remuneração dos membros dos comitês de SYSTEM - Boletim de Voto a Distância; 43 - COUNTY EMPLOYEES ANNUITY AND BENEFIT FD OF THE (www.b3.com.br) e da Comissão de Valores Mobiliários (https://www.gov.br/cvm/pt-br).
assessoramento ao Conselho de Administração para o mesmo período no montante de até R$642.000,00. COOK COUNTY - Boletim de Voto a Distância; 44 - JOHN HANCOCK FUNDS II EMERGING MARKETS
8.5. Aprovar, por maioria dos votos dos acionistas presentes que manifestaram seus votos, sem qualquer FUND - Boletim de Voto a Distância; 45 - JOHN HANCOCK VARIABLE INS TRUST EMERGING MARKETS I. Participação por meio da plataforma eletrônica
emenda ou ressalva, conforme o mapa de votação constante do Anexo I à presente ata, a instalação do VALUE TRUST - Boletim de Voto a Distância; 46 - STATE STREET E M S CAP A S L QIB C TRUST FUND Os Acionistas que desejarem participar da Assembleia pela plataforma digital
Conselho Fiscal da Companhia, com funcionamento até a Assembleia Geral Ordinária que aprovar as contas - Boletim de Voto a Distância; 47 - WISDOMTREE EMERGING MARKETS SMALLCAP DIVIDEND FUND - disponibilizada pela Companhia deverão enviar os documentos necessários à
do exercício social a se encerrar em 29 de fevereiro de 2024. 8.6. Foram eleitos para ocupar os cargos de Boletim de Voto a Distância; 48 - COLLEGE RETIREMENT EQUITIES FUND - Boletim de Voto a Distância;
membros do conselho fiscal da Companhia para um mandato de 1 (um) ano, a encerrar-se na data de 49 - SPDR SP EMERGING MARKETS SMALL CAP ETF - Boletim de Voto a Distância; 50 - SSGATC I. F. F.
participação, indicados no Manual de Participação na Assembleia, até às 11 horas
realização da Assembleia Geral Ordinária que aprovar as contas do exercício social a se encerrar em 29 de T. E. R. P. S. S. M. E. M. S. C. I. S. L.F. - Boletim de Voto a Distância; 51 - 4UM SMALL CAPS FUNDO DE do dia 20 de agosto de 2023, para a sede da Companhia, na Rua Costa Carvalho,
fevereiro de 2024, conforme o mapa de votação constante do Anexo I à presente ata: (i) Em votação em INVESTIMENTO EM ACOES - Boletim de Voto a Distância; 52 - VANGUARD TOTAL WORLD STOCK INDEX nº 300, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP: 05429-900 ou para o
separado, como representantes da maioria dos acionistas minoritários presentes, o Sr. Marcos Silveira, FUND, A SERIES OF - Boletim de Voto a Distância; 53 - ISHARES III PUBLIC LIMITED COMPANY - Boletim e-mail (sabesp.ri@sabesp.com.br), aos cuidados da Superintendência de Relações
brasileiro, economista, portador da carteira de identidade RG nº 13.454.569-2 - SSP/SP, inscrito no CPF sob de Voto a Distância; 54 - NTGI-QM COMMON DAC WORLD EX-US INVESTABLE MIF - LENDING - Boletim com Investidores.
o nº 073.561.798-81, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço de Voto a Distância; 55 - ST ST MSCI EMERGING MKT SMALL CI NON LENDING COMMON TRT FUND
comercial na Avenida Doutora Ruth Cardoso, 8.501, 12º andar, Pinheiros, CEP 05425-070, para ocupar o - Boletim de Voto a Distância; 56 - LSV GLOBAL CONCENTRATED VALUE FUND, LP - Boletim de Voto a Destaca-se que os dados pessoais e documentos solicitados para credenciamento
cargo de membro efetivo do Conselho Fiscal; e o Sr. Fernando Cruchaki de Andrade, brasileiro, Distância; 57 - VANECK VECTORS BRAZIL SMALL-CAP ETF - Boletim de Voto a Distância; 58 - e participação na Assembleia serão utilizados exclusivamente para esta finalidade e
administrador, portador da carteira de identidade RG nº 26.756.931-2 - SSP/SP, inscrito no CPF sob o CLEARWATER INTERNATIONAL FUND - Boletim de Voto a Distância; 59 - KAISER PERMANENTE seu tratamento é justificado nos termos do art. 7º, II, Lei nº 13.709/2018 (cumprimento
nº 263.015.618-48, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço GROUP TRUST - Boletim de Voto a Distância; 60 - UPS GROUP TRUST - Boletim de Voto a Distância; 61 - de obrigação legal), com fundamento na Lei das S.A. e normas correlatas.
comercial na Avenida Doutora Ruth Cardoso, 8.501, 12º andar, Pinheiros, CEP 05425-070, como seu LSV EMERGING MARKETS SMALL CAP EQUITY FUND, LP - Boletim de Voto a Distância; 62 - ISHARES
suplente. (ii) Como representantes dos demais acionistas presentes: (ii.a) a Sra. Maria Elena Cardoso MSCI BRAZIL SMALL CAP ETF - Boletim de Voto a Distância; 63 - UNITED FOOD AND COM WORKERS Após a análise e validação da documentação, a Companhia enviará, para o e-mail
Figueira, brasileira, economista, portadora da carteira de identidade RG nº 06.999.925-8, expedida pelo INT UNION-IND PENSION F - Boletim de Voto a Distância; 64 - SSGA SPDR ETFS EUROPE I PLC - Boletim informado pelo Acionista, o link de acesso à AGE, acompanhado das instruções
Detran-RJ, inscrita no CPF sob o nº 013.908.247-64, residente e domiciliada na cidade de São Paulo, Estado de Voto a Distância; 65 - MERCER QIF FUND PLC - Boletim de Voto a Distância; 66 - FIRST TRUST específicas de acesso. O acesso à AGE será restrito ao Acionista e/ou seus
de São Paulo, com endereço comercial na Avenida Doutora Ruth Cardoso, 8.501, 12º andar, Pinheiros, CEP EMERGING MARKETS SMALL CAP ALPHADEX FUND - Boletim de Voto a Distância; 67 - ISHARES CORE representantes ou procuradores que se credenciarem dentro do prazo, os quais
05425-070, para ocupar o cargo de membra efetiva do Conselho Fiscal; e a Sra. Maria Cecília Rossi, MSCI EMERGING MARKETS ETF - Boletim de Voto a Distância; 68 - NORTHERN TRUST COMPANY
receberão convite individual com instruções específicas para acesso à plataforma
brasileira, administradora, portadora da carteira de identidade RG nº 10.615.437-0 - SSP/SP, inscrita no CPF SUB-ADVISED COLLECTIVE FUNDS TRUST - Boletim de Voto a Distância; 69 - CCL Q MARKET NEUTRAL
sob o nº 038.192.128-09, residente e domiciliada na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com FUND - Boletim de Voto a Distância; 70 - TEACHERS RETIREMENT SYSTEM OF THE CITY OF NEWYORK digital.
endereço comercial na Avenida Doutora Ruth Cardoso, 8.501, 12º andar, Pinheiros, CEP 05425-070, como - Boletim de Voto a Distância; 71 - NORTHERN TRUST COLLECTIVE EAFE SMALL CAP INDEX FUND-NON II. Participação por meio do BVD
sua suplente; e (ii.b) o Sr. Eduardo Augusto Rocha Pocetti, brasileiro, administrador e contador, portador LEND - Boletim de Voto a Distância; 72 - ENSIGN PEAK ADVISORS,INC - Boletim de Voto a Distância; 73 -
da carteira de identidade RG nº 5610378 - SSP/SP, inscrito no CPF sob o nº 837.465.368-04, residente e STATE STREET GLOBAL ALL CAP EQUITY EX-US INDEX PORTFOLIO - Boletim de Voto a Distância; 74 Caso o Acionista opte por participar da AGE por meio de boletim de voto a distância,
domiciliado na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Avenida Doutora Ruth - PGIM FUNDS PUBLIC LIMITED COMPANY - Boletim de Voto a Distância; 75 - STATE STREET G. A. L. o Acionista deverá (a) enviar instruções de preenchimento do BVD para prestadores
Cardoso, 8.501, 12º andar, Pinheiros, CEP 05425-070, para ocupar o cargo de membro efetivo do SICAV - S. S. E. M. S. C. ESG S.E. F. - Boletim de Voto a Distância; 76 - JUNTO PARTICIPACOES FIA - Boletim de serviço de coleta e transmissão de instruções de preenchimento de tal documento
Conselho Fiscal; e o Sr. Ademir José Scarpin, brasileiro, administrador, portador da carteira de identidade de Voto a Distância; 77 - CC AND L Q 140-40 FUND - Boletim de Voto a Distância; 78 - CCL U.S. Q MARKET (agentes de custódia ou escriturador das ações de emissão da Companhia), desde
RG nº 4.958.308-6 - SSP/SP, inscrito no CPF sob o nº 479.407.518-91, residente e domiciliado na cidade de NEUTRAL ONSHORE FUND II - Boletim de Voto a Distância; 79 - MERCER DIOCESE OF BROOKLYN que referidas instruções sejam recebidas no prazo de até 7 (sete) dias antes da data
São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Avenida Doutora Ruth Cardoso, 8.501, 12º GROWTH STRATEGY - Boletim de Voto a Distância; 80 - MERCER DIOCESE OF BROOKLYN LAY
andar, Pinheiros, CEP 05425-070, como seu suplente. 8.6.1. Os acionistas minoritários que indicaram os PENSION INVESTMENT TRUST - Boletim de Voto a Distância; 81 - CCL MULTI-STRATEGY FUND - Boletim
da Assembleia; ou (b) encaminhar o BVD diretamente à Companhia, desde que as
Srs. Marcos Silveira e Fernando Cruchaki de Andrade e os acionistas que indicaram as Sras. Maria Elena de Voto a Distância; 82 - EMERGING MARKETS SMALL CAPITALIZATION EQUITY INDEX FUND - Boletim instruções sejam recebidas em até 7 (sete) dias antes da data da AGE, ou seja, até 15
Cardoso Figueira e Maria Cecília Rossi, e Srs. Eduardo Augusto Rocha Pocetti e Ademir José Scarpin, de Voto a Distância; 83 - EMERGING MARKETS SMALL CAPIT EQUITY INDEX NON-LENDABLE FUND - de agosto de 2023, observado que eventuais BVD recebidos pela Companhia após
apresentaram cópia da declaração de desimpedimento que trata o artigo 147, §4º da Lei das S.A. e o quanto Boletim de Voto a Distância; 84 - EMERGING MARKETS SMALL CAPITALIZATION EQUITY INDEX FUND esse prazo serão desconsiderados.
disposto no Anexo K da Resolução CVM nº 80/2022. 8.6.2. Os membros do Conselho Fiscal ora eleitos B - Boletim de Voto a Distância; 85 - VANGUARD EMERGING MARKETS STOCK INDEX FUND - Boletim de
tomarão posse em seus respectivos cargos no prazo de até 30 (trinta) dias contados da presente data Voto a Distância; 86 - VANGUARD ESG INTERNATIONAL - Boletim de Voto a Distância; 87 - LSV EMERGING O envio do BVD ao custodiante ou ao escriturador deverá observar as regras e
mediante assinatura do respectivo termo de posse a ser lavrado no livro próprio da Companhia, acompanhado MARKETS EQUITY FUND USA - Boletim de Voto a Distância; 88 - VANGUARD FIDUCIARY TRT COMPANY procedimentos aplicáveis indicados por estes prestadores de serviços, enquanto
das declarações de desimpedimento previstas na lei e regulação aplicáveis, incluindo a sujeição à cláusula INSTIT T INTL STK MKT INDEX T - Boletim de Voto a Distância; 89 - 4UM ACOES FUNDO DE os BVD enviados diretamente à Companhia deverão estar acompanhados da
compromissória, conforme previsto nos artigos 39 e 40 do Regulamento do Novo Mercado e no artigo 39 do INVESTIMENTO EM ACOES - Boletim deVoto a Distância;90 - JMALUCELLI 18 FUNDO DE INVESTIMENTO documentação indicada no Manual de Participação na Assembleia e ser endereçados
Estatuto Social. 8.7. Aprovar, por unanimidade dos votos dos acionistas presentes que manifestaram seus RENDA FIXA CP - Boletim de Voto a Distância; 91 - WELLINGTON TRUST COMPANY, NATIONAL à sede da Companhia, na Rua Costa Carvalho, nº 300, na Cidade de São Paulo,
votos, sem qualquer emenda ou ressalva, conforme o mapa de votação constante do Anexo I à presente ata, ASSOCIATION MUL - Boletim de Voto a Distância; 92 - AMERICAN CENTURY ETF TRUST - AVANTIS
Estado de São Paulo, ou para o e-mail (sabesp.ri@sabesp.com.br), aos cuidados da
a remuneração global anual dos membros do Conselho Fiscal da Companhia para o exercício social de EMERGING MARK - Boletim de Voto a Distância; 93 - AMERICAN CENTURY ETF TRUST - AVANTIS
2023/2024, no montante de até R$703.000,00, devendo, para cada membro em exercício, corresponder a EMERGING MARK - Boletim de Voto a Distância; 94 - VANGUARD F. T. C. INST. TOTAL INTL STOCK M. Superintendência de Relações com Investidores.
10% (dez por cento) da que, em média, for atribuída a cada Diretor, nos termos do artigo 162, §3º, da Lei das INDEX TRUST II - Boletim de Voto a Distância; 95 - VANGUARD INVESTMENT SERIES PLC/VANGUARD O Acionista que enviar o BVD poderá participar da Assembleia por meio do sistema
S.A. Em Assembleia Geral Extraordinária: 8.8. Aprovar, por unanimidade dos votos dos acionistas ESG EMER - Boletim de Voto a Distância; 96 - DIMENSIONAL EMERGING CORE EQUITY MARKET ETF digital. No entanto, caso este Acionista exerça o direito de voto em tempo real na
presentes que manifestaram seus votos, sem qualquer emenda ou ressalva, conforme o mapa de votação OF DIM - Boletim de Voto a Distância; 97 - NORTHERN TRUST COLLECTIVE EMERGING MARKETS EX
respectiva Assembleia, o seu BVD será integralmente desconsiderado e os votos
constante do Anexo I à presente ata, a reforma do Estatuto Social para: (i) Atualizar a redação do artigo 5º do CHIN - Boletim de Voto a Distância; 98 - NEPC COLLECTIVE INVESTMENT TRUST - Boletim de Voto a
Estatuto Social da Companhia para refletir a nova quantidade de ações de emissão da Companhia em razão Distância; 99 - NEPC INVESTMENT LLC - Boletim de Voto a Distância; 100 - FUNDO DE INVESTIMENTO proferidos durante a Assembleia serão considerados válidos.
do cancelamento de ações em tesouraria aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia, em MULTIMERCADO CP IE - 3102 - Boletim de Voto a Distância; 101 - ISHARES CORE MSCI EMERGING
reunião realizada em 12 de janeiro de 2023, o qual passará a vigorar com a seguinte nova redação: “Artigo MARKETS IMI INDEX ETF - Boletim de Voto a Distância; 102 - VANGUARD FUNDS PLC/VANGUARD ESG São Paulo, 20 de julho de 2023.
5º - O capital social da Companhia, totalmente subscrito e integralizado, é de R$950.373.789,63 (novecentos EMERGING MARKETS - Boletim de Voto a Distância; 103 - CC&L ALTERNATIVE CANADIAN EQUITY
e cinquenta milhões, trezentos e setenta e três mil, setecentos e oitenta e nove reais e sessenta e três FUND - Boletim de Voto a Distância; 104 - ALLIANZ GL INVESTORS GMBH ON BEHALF OF ALLIANZGI- Karla Bertocco Trindade
centavos), dividido em 350.000.000 (trezentas e cinquenta milhões) de ações, todas ordinárias, escriturais, FONDS DSPT - Boletim de Voto a Distância; 105 - AUSTRALIANSUPER PTY LTD AS TRUSTEE FOR
Presidente do Conselho de Administração
nominativas e sem valor nominal.”. (ii) Simplificar a redação do parágrafo primeiro do artigo 11 do Estatuto AUSTRALIASUPER - Boletim de Voto a Distância; 106 - ISHARES EMERGING MARKETS IMI EQUITY
Social da Companhia com relação à convocação e instalação de assembleias gerais, para evitar qualquer INDEX FUND - Boletim de Voto a Distância; 107 - NEW YORK STATE COMMON RETIREMENT FUND -
divergência de interpretação com relação aos prazos legais, o qual passará a vigorar com a seguinte nova Boletim de Voto a Distância; 108 - SHELL TR (BERM) LTD AS TR O SHELL OV CON P F - Boletim de Voto
redação: “Artigo 11 - As Assembleias Gerais serão ordinárias e extraordinárias. As Assembleias Gerais a Distância; 109 - STATE OF NEW MEXICO STATE INV. COUNCIL - Boletim de Voto a Distância; 110 -
ordinárias realizar-se-ão nos 4 (quatro) meses seguintes ao término do exercício social e, as extraordinárias, STICHTING DEPOSITARY APG EMERGING MARKETS EQUITY POOL - Boletim de Voto a Distância; 111
sempre que houver necessidade, observados os dispositivos legais referentes à convocação, instalação, - STICHTING SHELL PENSIOENFONDS - Boletim de Voto a Distância; 112 - TEMPLETON GLOBAL
deliberações e prescrições legais pertinentes. A Assembleia Geral será instalada e presidida pelo Presidente SMALLER COMPANIES FUND (US) - Boletim de Voto a Distância; 113 - TEMPLETON INSTITUTIONAL
do Conselho de Administração. Na hipótese de ausência ou impedimento do Presidente do Conselho de FUNDS FOR SMALLER COMPANIES SERIES - Boletim de Voto a Distância; 114 - THE SHELL
Administração, a Assembleia Geral será instalada e presidida por qualquer membro do Conselho de CONTRIBUTORY PENSION FUND - Boletim de Voto a Distância; 115 -VANGUARDTOTAL INTERNATIONAL
Administração ou, ainda, na ausência destes, por qualquer diretor da Companhia presente escolhido pelos STOCK INDEX FD, A SE VAN S F - Boletim de Voto a Distância. Certificamos que a presente confere com a
acionistas. Caberá ao Presidente da Assembleia Geral, em qualquer caso, escolher o Secretário da Mesa, o original lavrada no livro próprio. São Paulo, 30 de junho de 2023. Flavio Jardim Vargas - Presidente; Gyedre Companhia de Eletricidade do
qual poderá ser acionista ou não da Companhia. Parágrafo Primeiro - A Assembleia Geral será convocada Palma Carneiro de Oliveira - Secretária. JUCESP nº 273.353/23-8 em 14/07/2023. Maria Cristina Frei - Estado da Bahia - COELBA
e instalada de acordo com a legislação vigente. Será dispensada a convocação se verificada a presença da Secretária Geral. CNPJ/MF Nº 15.139.629/0001-94 - NIRE Nº 29.300.003.816
COMPANHIA ABERTA - RG.CVM 1.452-4
ATA DA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA COMPANHIA
UFV PE I Equipamentos Fotovoltaicos Ltda. DE ELETRICIDADE DO ESTADO DA BAHIA – COELBA, REALIZADA EM 03 DE JULHO DE 2023
DATA, HORA E LOCAL: Aos 03 (três) dias do mês de julho do ano de 2023 (dois mil e vinte e três),
CNPJ/ME: 29.030.706/0001-88 NIRE: 26202438386
às 10h00min, por meio do Microsoft Teams. PRESENÇA: Presente os Conselheiros da Companhia,
Ata de Reunião de Sócios realizada em 31 de maio de 2023. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE LONDRINA os senhores(as) Elena León Muñoz, Fulvio da Silva Marcondes Machado, Leonardo Pimenta Gadelha,
Aos 31/05/2023, à 13h, na sede social, na Cidade de São José Belmonte/PE, no Sítio AVISO DE LICITAÇÃO – CONVITE Solange Maria Pinto Ribeiro, Edison Antonio Costa Britto Garcia, Dailton Pedreira Cerqueira (Conselheiro
Serrotinho, S/N, Zona Rural, CEP 56950-000, com a totalidade. Presença: Albioma Representante dos Empregados). Tendo como convidado, o Diretor de Pessoas e Organização,
O Hospital Universitário de Londrina-HU, em atendimento a Lei Estadual 15.608/2007, Sr. Fábio Folchetti. CONVOCAÇÃO: Convocações endereçadas aos senhores Conselheiros da
Solar Brasil Ltda., CNPJ/ME sob o n.º 46.731.060/0001-85, neste ato representada por artigo 31, torna público aos interessados: Companhia por meio de correio eletrônico nos termos do Estatuto Social. MESA: Elena León Muñoz
Christiano Forman Villaça, RG nº 10626835-2 (IFP/RJ), CPF/ME nº 072.394.237-43. - Presidente e Marcela Veras - Secretária. ORDEM DO DIA: Informações e deliberações acerca dos
CONVITE Nº. 012/2023–HU
Mesa: Christiano Forman Villaça - Presidente; Secretário: Paulo Fernando Schmidt. seguintes assuntos: (1) Eleição de Diretoria; (2) Suplementação da Remuneração Global 2023; e (3)
E. PROTOCOLO Nº 20.763.899-4/2023 Programa ILP 2023-2025 – Administração. DELIBERAÇÕES: Dando-se início aos trabalhos, sendo
Deliberações Unânimes: A redução do capital social da Companhia sem o cancela-
mento de ações, no valor total de R$ 1.750.000,00, tendo em vista que este valor é OBJETO: A Contratação de empresa para execução sob regime de empreitada por preço global, abordado o item (1) da Ordem do Dia, os senhores Conselheiros aprovaram, por unanimidade, a
eleição do Sr. Thiago Freire Guth, brasileiro, casado, graduado em engenharia, portador da cédula de
excessivo em relação ao objeto social, nos termos do artigo 1.082, II, do Código Civil serviço de cercamento de aproximadamente 40m² em tela do gerador do Pronto-Socorro do identidade nº 0868696803, expedida pela SSP/BA, inscrito no CPF/MF sob o nº 694.710.021-68, com
brasileiro. São Jose do Belmonte, 31/05/2023. Sócia: Albioma Solar Brasil Ltda. - Hospital Universitário de Londrina. PRAZO: Os envelopes 1 e 2 de (Proposta de Preços e Habili- endereço comercial na Av. Edgard Santos, 300. Narandiba, Salvador – BA, em substituição ao Sr. Luiz
Por: Christiano Forman Villaça - Cargo: Diretor Presidente. tação) respectivamente, deverão ser entregues na Divisão de Material do Hospital Universitário Antonio Ciarlini, para exercer o cargo de Diretor Presidente, com posse em 10 de Julho de 2023, pelo
período de 3 anos, com vencimento de seu mandato em 10 de julho de 2026. A partir de 10 de Julho
até às 17h do dia 01 de agosto de 2023. DATA DE ABERTURA: 02 de agosto de 2023, às 09h. de 2023, o Sr. Luiz Antonio Ciarlini, brasileiro, casado, engenheiro, portador da cédula de Identidade nº
PREÇO MÁXIMO: R$ 25.629,32. 1596575, inscrito no CPF/MF sob nº 217.464.944-68, com endereço comercial na Av. Edgard Santos,
300. Narandiba, Salvador – BA, passará a ocupar o cargo de Diretor, sem designação específica, com
Edital no site https://sistemas.uel.br/sicor/public/licitacao/consultaLicitacoes e demais esclare- mandato até 06 de novembro de 2023. Os Diretores ora eleitos declaram para fins do disposto no
cimentos pelo telefone (43) 3371-2307. Londrina, 20 de julho de 2023. Enfª. Drª Vivian Biazon El parágrafo 1º do Artigo 147 da Lei nº 6.404/76, não estar incursos em qualquer dos crimes previstos
Redá Feijó – Diretora Superintendente. em lei que os impeçam de exercer a atividade mercantil e tomarão posse mediante assinatura dos
respectivos termos de posse. O Conselho de Administração registra seus sinceros agradecimentos
ao Sr. Luiz Antonio Ciarlini pelos serviços prestados à Companhia como Diretor Presidente. Quanto
ao item (2) da Ordem do Dia, os senhores Conselheiros aprovaram, por unanimidade, a convocação
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - SESA PREGÃO ELETRÔNICO BINACIONAL da Assembleia Geral Extraordinária para deliberação, com manifestação favorável deste Conselho, da
proposta de suplementação da remuneração anual global dos administradores e do Conselho Fiscal
AF 1005-23 para o exercício social de 2023, líquida de encargos sociais, no valor de até R$ 10.757.066,36 (dez
PUBLICAÇÃO DE EDITAL milhões, setecentos e cinquenta e sete mil, sessenta e seis reais e trinta e seis centavos), da seguinte
Os interessados poderão acessar os editais nos sites: https://www.gov.br/compras/pt-br e http://www. forma: (i) Remuneração da Diretoria Executiva Estatutária: até R$ 10.169.627,75 (dez milhões, cento
Objeto: aquisição de equipamentos, componentes e acessórios de informática. e sessenta e nove mil, seiscentos e vinte reais e setenta e cinco centavos). (ii) Remuneração dos
administracao.pr.gov.br/Compras e os autos do processo. membros do Conselho de Administração: até R$ 235.950,00 (duzentos e trinta e cinco mil, novecentos
Condição de participação: empresa legalmente estabelecida no Brasil ou no
COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO Fone 41 3360 6749 Paraguai. e cinquenta reais). (iii) Remuneração dos membros do Conselho Fiscal: até R$ 351.488,61 (trezentos
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 150/2023 – SESA. A presente licitação tem por objeto a prestação de serviço e cinquenta e um mil, quatrocentos e oitenta e oito reais e sessenta e um centavos). A remuneração
continuado de LOCAÇÃO DE IMPRESSORAS MULTIFUNCIONAIS COM SOFTWARES DE BILHETAGEM Caderno de bases e condições: disponível nos sites dos membros do Conselho Fiscal foi fixada nos termos no § 3º do artigo 162 da Lei das S.A. Referente
https://compras.itaipu.gov.br ou ao item (3) da Ordem do Dia, os senhores Conselheiros aprovaram, por unanimidade, a convocação
E DE MONITORAÇÃO (outsourcing de impressão) para atender a demanda da Secretaria de Estado da https://compras.itaipu.gov.py. da Assembleia Geral Extraordinária para deliberação, com manifestação favorável deste Conselho,
Saúde do Paraná. ABERTURA: 07/08/2023 às 09:30 horas – VALOR MÁXIMO: R$R$ 16.161.901,80. da proposta de adesão ao Programa de Incentivo de Longo Prazo referente ao Ciclo 2023-2025,
Protocolo: 20.101.232-5. Autorização do Secretário de Estado da Saúde em 17/07/2023, identificador Recebimento das propostas: até as 9h (horário de Brasília) de 8 de agosto de observados os moldes e o Regimento do Programa. ENCERRAMENTO E ASSINATURA DA ATA:
2023. Fica registrado que os materiais pertinentes aos itens da Ordem do Dia encontram-se arquivados
no http://www.administracao.pr.gov.br/Compras (GMS) nº 150/2023. na sede da Companhia. Foi, então, declarada como encerrada a reunião e lavrada a presente ata
Curitiba, 21 de julho de 2023. no livro próprio, a qual foi lida e assinada pelos senhores Conselheiros presentes. Salvador, 03
Coordenadoria de Licitações Daniele Tassi Simioni Gemael Marino Esteban Navarro Noguera de julho de 2023. Confere com original lavrado em livro competente. Marcela Veras - Secretária.
Superintendente de Compras Superintendente-adjunto de Compras JUCEB. Certifico o registro sob o nº 98393720 em 19/07/2023. Companhia de Eletricidade do Estado
Caetano da Rocha da Bahia - COELBA. Tiana Regila M. G. de Araújo - Secretária Geral.
 Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | A11

70 anos e muita história. Casa e Jardim é o

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A12 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Política

Sem perdas
H
á exatos cinco anos àquele dos beneficiados pelo criação de estímulos para que o renda que recebe até dois sobre o conceito e a plataforma
o então candidato a Auxílio Brasil durante a setor privado aderisse ao salários mínimos, com aval do necessária para a medida, o que
presidente Ciro pandemia, o que significa que programa. Bancos públicos Tesouro. Neste caso a taxa de também ocorreu durante a
para Gomes (PDT)
prometia em sua
programa governamental
nenhum irá atingir tantos em
seriam usados para forçar as
demais instituições a serem
juros proposta é de 1,99%
mensal, o que anualmente
transição e até o presente
momento”.

arbitrar no
terceira tentativa frustrada em tão pouco tempo. generosas nas concessões. representaria um juro acima de O programa Desenrola
chegar ao Palácio do Planalto O propósito tanto de Lula Como se tratava de uma 20%, segundo Marconi. confirma um padrão já
“tirar as pessoas do SPC”. O quanto de Ciro era o mesmo: promessa de campanha e não Este crédito presumido observado no primeiro governo

Desenrola pedetista foi o primeiro a jogar

luz sobre o tema em uma
campanha eleitoral. O
favorecer uma renegociação de
dívidas que devolvesse grande
parte deste contingente para o
de um programa de governo,
impossível saber se seria essa a
forma de implementação. Se
configura um benefício fiscal
entre os maiores da atualidade
e tem uma vertente inovadora.
de Lula que se reafirma agora; o
lulismo concebe propostas
orientadas para todo mundo
programa Desenrola que por mundo do crédito. Nas palavras fosse, não se pode descartar que “É inusual renúncia fiscal para ganhar, tanto a base como a
coincidência começou a de Lula nessa terça-feira: “Vai se produzisse muita espuma e atividades financeiras. Nunca cúpula da pirâmide social. O
funcionar nesta semana parece aproximando o fim do ano, o pouca água. observamos algo parecido”, crédito consignado, quando foi
ser livremente inspirado na Dia da Criança, é muito No programa do petista que afirmou o advogado concebido em 2003, assim foi
promessa de campanha do importante que as pessoas já começou a funcionar há uma tributarista Fernando Zilveti, apresentado. O Fies também.
pedetista, mas com uma estejam libertas de suas clara parceria com os bancos. E diretor do Instituto Brasileiro Definitivamente não é do
diferença essencial: a proposta pequenas dívidas para fazer se oferece um grande atrativo de Direito Tributário (IBDT). feitio de Lula arbitrar perdas.
de Ciro sinalizava para a outra dívida”. Este objetivo por para eles se envolverem. Não à toa a financeira XP Face ao momento que o Brasil
imposição da força do governo si só amplia a base de O Desenrola tem duas etapas: divulgou na terça-feira atravessa, não haverá muitas
sobre o sistema financeiro. Já o potenciais clientes do sistema a que começou nesta semana relatório em que técnicos da ocasiões como a proporcionada
programa de Lula 3 conta com financeiro. De quebra, retira cria um incentivo fiscal para instituição afirmam ver o pelo Desenrola. Um sinal nesta
o endosso explícito do créditos que estavam no que bancos privados aceitem Desenrola com “bons olhos”. direção pôde ser observado essa
César Felício mercado. passivo das instituições renegociar dívidas de pessoas A parceria entre o governo semana. Havia a previsão de que
As dimensões do problema financeiras como com renda até R$ 20 mil. Cada federal e o mercado para a reforma do Imposto de Renda
que Ciro se propôs a enfrentar e irrecuperáveis. real de desconto na dívida vira impulsionar o Desenrola tramitasse de forma
que Lula está enfrentando são A promessa de Ciro um real de crédito tributário começou ainda durante a concomitante à reforma
espantosas. Em maio de 2018, sinalizava, contudo, para um presumido. A estimativa do campanha. Em posicionamento tributária no Senado, mas não
dados do Serasa apontavam possível conflito com o governo é que 30 milhões de divulgado em abril, a Febraban será mais assim. O adiamento
para uma massa de 61,4 mercado. O então candidato negativados possam ser deixou claro: a instituição e para o fim do ano da proposta
milhões de CPFs inadimplentes, falava em “utilizar a força do beneficiados, o que significaria seus associados estavam que deverá trazer a tributação de
o que por si só já abarcava 40,3% governo federal para negociar um total de crédito presumido “diretamente envolvidos na dividendos, é eloquente sobre a
da população adulta do Brasil. essas dívidas com os credores”. máximo de R$ 50 bilhões. concepção e no delicadeza da arbitragem.
Em maio deste ano eram 71,9 Conforme relembra o antigo A próxima etapa, que deve desenvolvimento do programa
milhões de pessoas com o coordenador dos programas de entrar em vigor em setembro, Desenrola desde o período da César Felício é repórter especial de
nome sujo, ou 44% dos governo de Ciro, Nelson promove leilões de dívidas campanha eleitoral, quando foi Política em Brasília. Escreve às
brasileiros maiores de idade. É Marconi, o entendimento era financeiras e não financeiras procurada pelo atual governo sextas-feiras
um contingente superior que seria desnecessária a até R$ 5 mil, para a faixa de para auxiliar tecnicamente E-mail cesar.felicio@valor.com.br

.
Governo PP reage a articulações para esvaziar MDS e avisa que não aceitará pasta sem o Bolsa Família

Impasses podem atrasar minirreforma

ZECA RIBEIRO / CÂMARA DOS DEPUTADOS
Marcelo Ribeiro, Renan Truffi, lho (Republicanos-PE), escolhi- Ainda nesse campo de possibi-
João Valadares, Fabio Murakawa dos pelas siglas como prováveis lidades, um cargo de segundo es-
e Edna Simão representantes na equipe minis- calão importante pode ficar vago
De Brasília terial, tenham sido bem recebi- nas próximas semanas. Está em
dos, os auxiliares de Lula refor- estudo a migração de Miriam
Em meio às negociações em çam que a palavra final sobre os Belchior, hoje na secretaria-exe-
torno da minirreforma ministe- cargos que serão ocupados pelos cutiva da Casa Civil, para o co-
rial prevista para agosto, inte- parlamentares é do presidente. mando da Caixa. Ela entraria no
grantes do governo e lideranças Além da possibilidade de tirar lugar de Rita Serrano, que vem
do Centrão intensificaram a troca atribuições do MDS antes de ofe- sendo criticada. Miriam Belchior
de recados para tentar avançar em recê-lo ao bloco, uma ala do go- só deixaria a pasta de Rui Costa
um novo desenho para a Esplana- verno defende que a pasta deve- após o lançamento do novo Pro-
da dos Ministérios. Os impasses ria ser oferecida a Costa Filho, grama de Aceleração do Cresci-
podem determinar, na avaliação que, apesar de ser do Republica- mento (PAC), o que deve ocorrer
de expoentes do grupo político nos, é mais próximo de Lula do em agosto.
do presidente da Câmara, Arthur que Fufuca. Nessa quinta-feira, o governo
Lira (PP-AL), o atraso na dança das Nessa configuração, a pasta a nomeou Alexandre Ribeiro Mot-
cadeiras do primeiro escalão. ser oferecida ao líder do PP na Câ- ta para exercer, interinamente, o
Diante das movimentações do mara seria ainda menos robusta, cargo de presidente da Funda-
entorno do presidente Luiz Iná- cenário que não agrada a Lira e ção Nacional de Saúde (Funasa),
cio Lula da Silva (PT) para entre- Silvio Costa Filho: uma ala do governo defende que MDS seja oferecida a deputado, apesar de ele de ser do Republicanos seus correligionários. cargo que também está na mira
gar um Ministério do Desenvol- Apesar das indefinições, Lula do Centrão.
vimento Social mais esvaziado ao “Pneu vazio não anda”, expli- fiando do Centrão”. de Cida Gonçalves por Luciana deve conversar ainda hoje com o Ribeiro deve permanecer no
bloco, o PP fez chegar ao Palácio cou uma liderança do PP ao ser Segundo apurou o Valor, caso Santos, hoje no Ministério de presidente da Câmara para apre- posto até que o bloco político co-
do Planalto o recado de que só indagada se a legenda aceitaria o esvaziamento do MDS se confir- Ciência e Tecnologia. Se Mulheres sentar os desenhos da Esplanada mandado por Lira apresente um
aceitará a pasta “com o pacote assumir um MDS esvaziado. me, ainda não está claro onde os receber novas atribuições e ficar que estão em estudo. No encon- nome de “consenso” para co-
completo”, mantendo entre suas A resistência do Palácio do Pla- programas seriam acomodados, uma pasta mais robusta, poderia tro, Lira passará suas impressões mandar a estrutura.
prerrogativas a coordenação do nalto em entregar a pasta com a mas Fazenda, Casa Civil e Mulhe- ficar mais fácil a transferência da sobre as sugestões. Uma nova Sem conseguir emplacar um
Bolsa Família. Se essa alternativa estrutura que está hoje, sob o co- res seriam algumas alternativas dirigente do PCdoB sem que a reunião, envolvendo líderes par- nome para o comando do Minis-
não for viável, o partido espera mando de Wellington Dias (PT), consideradas. Este último, aliás, aliada se sentisse desprestigiada. tidários, deve ocorrer no início tério da Saúde no lugar de Nísia
ser contemplado com um espaço também sustenta o sentimento também pode passar por mudan- Ainda que os nomes de André da próxima semana, caso os im- Trindade, a Funasa foi incluída
“com a mesma robustez”. de que o governo “confia descon- ças, com a possível substituição Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Fi- passes sejam superados. na lista de desejos do Centrão.

COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A.

Tarcísio recua de deslocar cracolândia
CNPJ Nº 04.368.898/0001-06 FELIPE MARQUES/ZIMEL PRESS/AGÊNCIA O GLOBO
REGISTRO CVM Nº 2680-8 Carolina Freitas e disse que não havia debatido Há cerca de duas semanas, uma
SUBSIDIÁRIA INTEGRAL DA COMPANHIA Cristiane Agostine com o governador. “Me parece operação liderada pela Guarda Ci-
PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL De São Paulo que houve um mal-entendido”, vil Metropolitana e pela Polícia Mi-
afirmou Nunes. Depois de ter si- litar tentou deslocar os dependen-
EXTRATO DA ATA DA 87ª ASSEMBLEIA GERAL
O governador de São Paulo, Tar- do informado sobre a estratégia, tes químicos para debaixo de uma
EXTRAORDINÁRIA DA COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A.
císio de Freitas (Republicanos), re- o prefeito disse ter se reunido por ponte que dá acesso à Marginal
1. LOCAL: Rua José Izidoro Biazetto, 158, Curitiba - PR. 2. DATA E HORÁRIO: 20.06.2023
- 14h. 3. CONVOCAÇÃO: a publicação do edital foi dispensada nos termos do artigo 124, § 4º, cuou nessa quinta-feira (20) da cerca de 1h20 com Tarcísio. Tietê, também na região central da
da Lei nº 6.404/76. 4. QUORUM: 100% do capital social, conforme assinatura constante do Livro proposta lançada por ele próprio, Nessa quinta, o governador afir- capital, mas a estratégia não foi
de Presença de Acionistas de nº 02, na pág. 15 5. MESA DIRIGENTE: DANIEL PIMENTEL um dia antes, para a cracolândia e mou que a ideia não vingaria. “Não bem sucedida. No dia seguinte, os
SLAVIERO - Presidente; e AMILTON PAULO DE OLIVEIRA - Secretário. 6. DELIBERAÇÃO: I.
Eleito como membro do Conselho de Administração, para o mandato de abril de 2021 a abril de 2023, desistiu de tentar transferir cerca vai funcionar, vou voltar atrás, sou usuários de drogas voltaram para
Luiz Claudio Maia Vieira. 7. ASSINATURAS: DANIEL PIMENTEL SLAVIERO - Representante de mil usuários de drogas da Santa humano e não tenho problema de a cracolândia, na Santa Ifigênia.
da Acionista Controladora, Presidente da Assembleia e Diretor Presidente da Copel; MAXIMILIANO Ifigênia para o Bom Retiro, bairros corrigir o caminho”, disse Tarcísio, Nunes vêm falando com mais
ANDRES ORFALI - Diretor Geral da Copel Distribuição S.A.; ANA LETÍCIA FELLER - Representante
da Acionista Controladora e Diretora de Finanças e de Relações com Investidores da Copel em Exer-
no centro da capital paulista. em entrevista à CNN Brasil. assertividade sobre a possibilida-
cício; e AMILTON PAULO DE OLIVEIRA - Secretário. A ata da 87ª Assembleia Geral Extraordinária A proposta criou divergência Em nota, o governo estadual de de usar a internação forçada
da Copel Distribuição S.A., de 20.06.2023, foi lavrada à pág. 35 do livro próprio nº 05, registrada na com o prefeito da capital, Ricardo disse que depois de “novas avalia- de usuários na cracolândia. “Che-
Junta Comercial do Estado do Paraná - Jucepar sob o nº 20234218657, em 24.06.2023, e publica- Nunes (MDB), que afirmou não ter ções a estratégia de direcionar o gou a hora de debater esse tema e
da na íntegra no endereço https://valor.globo.com/valor-ri/atas-e-comunicados/, nos termos da Lei
Federal nº 6.404/1976 e da Instrução Normativa - IN DREI ME nº 11/2022. ---------------------------------- sido avisado nem discutido a me- fluxo para o Complexo Prates será entender que é inaceitável. Se a
dida anunciada por Tarcísio. Os revista”. “Novas possibilidades pa- pessoa está lá prejudicando a co-
dois governos divulgaram no fim ra solucionar o problema da craco- “Não vai letividade, prejudicando a saúde
de janeiro uma parceria e um pla- lândia estão sendo estudadas e se- dele, [se] ele vai acabar morren-
no conjunto para tentar enfrentar rão divulgadas em breve”, afirmou funcionar, vou do de tanto usar crack, e temos
o problema na região central.
Ao anunciar a transferência da
o governo Tarcísio. Horas depois,
as equipes da prefeitura e do go-
voltar atrás, sou que tomar atitude como poder
público de fazer com que ele se
COPEL COMERCIALIZAÇÃO S.A.
CNPJ Nº 19.125.927/0001-86 cracolândia, na quarta-feira (19), o verno estadual se reuniram nova- humano” trate e salve sua vida”, disse. “Che-
governador havia dito que a ideia mente para discutir ações. gou a hora do divisor de águas.”
NIRE 41300088284
SUBSIDIÁRIA INTEGRAL DA COMPANHIA seria deixar as pessoas mais próxi- O prefeito tentou minimizar as Tarcísio de Freitas O prefeito afirmou ainda que
PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL mas de serviços públicos de aten- divergências e disse que os dois go- os “65% das pessoas” que estão na
EXTRATO DA ATA DA 65ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DO
dimento no Bom Retiro. No bairro vernos atuarão em conjunto. “Co- fecção e venda de vestuário fre- cracolândia são egressos do siste-
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA COPEL COMERCIALIZAÇÃO S.A. está instalado o Complexo Prates, mo é um tema tão complexo, a quentado por comerciantes do ma prisional. “A sociedade preci-
com equipamentos públicos para gente vai fazendo ajustes o tempo Brasil todo. Atualmente, os usuá- sa saber disso”, disse.
1. LOCAL: Rua José Izidoro Biazetto, 158, Curitiba - PR. 2. DATA: 30.06.2023. 3. MESA atender pessoas em situação de inteiro”, disse Nunes. “Uma coisa a rios concentram-se na Santa Ifigê- Tarcísio já deu declarações de
DIRIGENTE: DANIEL PIMENTEL SLAVIERO - Presidente; e AMILTON PAULO DE OLIVEIRA - rua e dependentes químicos. Na gente tem compromissada com o nia — que já foi reduto de comér- que, dentro de um pacote de medi-
Secretário da Reunião. 4. DELIBERAÇÃO: I. O Conselho de Administração elegeu, para comple-
tar o mandato 2022-2023, como Diretor Geral, MOACIR CARLOS BERTOL. 5. ASSINATURAS: mesma entrevista em que falou so- governo do Estado: não haverá cio e manutenção de eletrônicos, das, reconhece a necessidade de
DANIEL PIMENTEL SLAVIERO - Presidente; CASSIO SANTANA DA SILVA; MOACIR CARLOS bre a medida, Tarcísio levantou dú- ação individual da prefeitura não mas tem registrado o fechamento pontualmente recorrer a interna-
BERTOL; MAXIMILIANO ANDRES ORFALI e AMILTON PAULO DE OLIVEIRA - Secretário. A ata vidas sobre a eficácia da proposta. haverá ação individual do Estado.” de lojas por conta da presença de ção compulsória. “Tem aquele que
da 65ª Reunião Extraordinária do Conselho de Administração da Copel Comercialização S.A., de
30.06.2023, foi lavrada à pág. 28 do livro próprio nº 04, registrada na Junta Comercial do Estado
“Vamos ver se a estratégica vai dar A possibilidade de migração da usuários de drogas. Na quarta-fei- vamos ter que internar compulso-
do Paraná - Jucepar sob o nº 20234711566, em 07.07.2023, e publicada na íntegra no endereço certo. Não sei, é tentativa e erro”. cracolândia gerou protestos de ra, houve protestos também na riamente porque perdeu o livre ar-
https://valor.globo.com/valor-ri/atas-e-comunicados/, nos termos da Lei Federal nº 6.404/1976 e da No mesmo dia, o prefeito foi moradores e comerciantes do Bom cracolândia, com fogueiras e barri- bítrio, perdeu a capacidade de to-
Instrução Normativa - IN DREI ME nº 11/2022. ----------------------------------------------------------------------
questionado sobre a proposta e Retiro. O bairro é um polo de con- cada feita por usuários de drogas. mar decisão”, disse em março.
 Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | A13

Internacional

Retorno PP é favorito para conquistar maior bancada no domingo,

mas deve ter de levar a gabinete grupo mais direitista desde Franco Massa prepara anúncio de
novo pacote cambial;
Extrema direita pode medidas têm o aval do FMI
voltar ao poder na Espanha Fernanda Simas
De São Paulo

O governo da Argentina deve di-

Roberto Lameirinhas
De São Paulo
A direita espanhola, represen-
tada pelo Partido Popular (PP), de
Alberto Nuñez Feijóo, chega co-
mo favorita às eleições parlamen-
tares deste domingo, segundo in-
dicam a maior parte das pesqui-
sas. É pouco provável, porém, que
o PP consiga formar uma maioria
sem ter que formar uma coalizão
com o partido de extrema-direita
Vox. Isso porque, mesmo em bai-
xa, o Partido Socialista Operário
Espanhol (PSOE), do atual premiê
Pedro Sánchez, deve obter a se-
gunda maior bancada.
As pesquisas indicam que o go-
verno socialista de Sánchez, que
chegou ao poder em 2018, sofrer-
pa uma dura derrota nas urnas,
apesar da economia espanhola ter
se recuperado fortemente desde a
pandemia de covid-19, com índi-
vulgar hoje uma série de medidas
oferta de grãos e diminuir as im-
portações e, assim, arrecadar
mais dólares. A curto prazo dá
um fôlego ao Banco Central e ao
Tesouro. No entanto, impacta ne-
econômicas como parte das nego- gativamente em nível de ativida-
Raio x - Espanha Recuperação pós-covid na UE ciações com o Fundo Monetário de produtiva e inflação”, afirma o
Dados socioeconômicos Índice 100 = 4º trimestre/2019 Internacional (FMI). O Fundo exige analista político e consultor eco-
Espanha Zona do euro Alemanha França Itália
a elevação da cotação do dólar ofi- nômico Gustavo Marangoni.
FRANÇA
cial em 25%, que as reservas sejam O ministro da Economia, Sergio
ANDORRA 10
ampliadas e o país adote uma polí- Massa, candidato governista às
Madri 5
tica monetária restritiva. eleições presidenciais, acompanha
10
PORTUGAL Segundo a imprensa argenti- tudo de Buenos Aires e, na quarta-
ESPANHA 0 na, o governo planeja um tipo de feira, realizou uma reunião virtual
95 câmbio com dólar mais alto para com a titular do FMI, Kristalina
90 o agronegócio ou um imposto Georgieva. No fim do mês, a Ar-
MARROCOS
ARGÉLIA
85 que desencoraje as importações, gentina precisa pagar ao Fundo
mas essa última medida não US$ 2,6 bilhões, mas está sem re-
População total 47,615 milhões 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T 4º T 1ºT
2019 2020 2021 2022 2023
agrada totalmente ao Fundo. servas, por isso luta para conseguir
Taxa de desemprego* 12,87%
Uma das medidas que serão o desembolso de US$ 4 bilhões.
Inflação* 8,3%
Fonte: Eurostat
anunciadas, de acordo com o site O FMI alertou que as reservas ar-
Território atual 505.990 km2
“Ámbito”, é a definição de um dó- gentinas são “precariamente bai-
PIB per capita
IDH em 2021
US$ 33.170
0,899 (28º)
Alta de preços dos alimentos na Espanha lar específico, provavelmente no xas” e o dólar oficial, atrasado, de-
Em % valor de 350 pesos, para as eco- vendo passar dos 267 pesos atuais
Fontes: Eurostat, FMI, INE e ONU. Elaboração: Valor Data
Índice Paella Bloomberg* Inflação dos alimentos Inflação geral da Espanha
nomias regionais e o milho, que (segundo a cotação do dólar
*Dados de 2022
valeria para a exportação e não o mayorista) para 333 pesos. De
20
mercado interno. quarta para ontem, o Banco Cen-
Feijóo tem buscado atrair eleitores 15
“Se trata de uma desvaloriza- tral da Argentina perdeu US$ 320
de centro para que não ter de for- ção seletiva para impulsionar a milhões de suas reservas.
mar um governo com a extrema- 10

ces de emprego em níveis recor- direita”, acrescentou.

5

Empresas correm para

des. Porém, a queda acentuada na Em um esforço para “baixar o
renda real devido à inflação recor- preço político” de uma possível 0
de no último ano — chegou a mais coalizão com o Vox, Feijóo, nesta

captar dólar na expectativa

de 10% na metade de 2022 — tem última semana da campanha, pro- Jan Jun Nov Abr Set Fev Jul Dez Mai Out Mar ago Jan Jun
prejudicado os socialista, segundo curou persuadir eleitores inde- 2018 2019 2020 2021 2022 2023

analistas. Embora a inflação na Es- pendentes a “votar estrategica- Fonte: INE, Bloomberg. *Cálculo mensal do custo de ingredientes para fazer a paella

panha tenha recuado para 1,9%
em junho, abaixo da meta de 2% do
Banco Central Europeu, os preços
dos alimentos seguem corroendo
o poder de compra dos espanhóis.
O Índice Paella Bloomberg, que
leva em conta o aumento no custo
dos ingredientes necessários para
fazer o clássico prato espanhol,
acelerou novamente em junho pa-
ra 14,5%, com o azeite 31% mais ca-
ro do que no ano anterior.
Eleitores insatisfeitos com a
queda nos padrões de vida já im-
puseram uma amarga derrota aos
socialistas nas eleições regionais
de maio, quando perderam àreas
importantes do país para o PP e pa-
ra o Vox. Um dia após a eleição re-
gional, Sánchez anunciou a anteci-
pação das eleições gerais, previstas
para 2024, para este domingo.
“A estratégia era a de tentar
impedir que, com o controle das
máquinas políticas das regiões, a
direita crescesse ainda mais até a
votação do ano que vem”, disse
uma fonte do governo, sob con-
dição de anonimato.
O avanço paralelo do Vox, que já
tinha se aliado com o PP em maio,
criou um novo paradoxo no cená-
rio político do país. “Há um temor
de que Feijóo vença com o PP, mas
seja obrigado a fazer muitas con-
cessões ao Vox para formar um go-
verno”, disse essa fonte. “Com isso
Xi Jinping recebe Kissinger em Pequim
HUANG JINGWEN/XINHUA/AP
mente” para lhe dar a maioria ab-
soluta — e evitar um cenário em
que o Vox faça exigências inaceitá-
veis de ocupar ministérios impor-
tantes. “O Vox provocaria tensões
desnecessárias. Sua ideologia me
deixa muito inquieto”, disse Feijóo
ao jornal on-line “El Español”.
A necessidade de abraçar o Vox
em um coalizão, tornaria o PP res-
ponsável por levar a extrema direi-
ta ao poder na Espanha pela pri-
meira vez desde o fim da ditadura
de Francisco Franco, em 1975. A
plataforma do partido — criado há
dez anos por dissidentes do pró-
prio PP — é tida como radical.
O Vox é contrário, por exemplo,
à ampliação das regras de autono-
mia de regiões como a Cataluña, o
País Basco e a Galícia — origem po-
lítica de Feijóo. O movimento tam-
bém defende o aumento de penas
de prisão para ativistas de grupos
separatistas, a saída da Espanha do
Acordo Climático de Paris e o au-
mento de taxas de importação pa-
ra a proteção das empresas locais.
No campo dos costumes, de-
fende o endurecimento de leis
antiimigração, a proibição total
do aborto e a revogação da legis-
lação de proteção à minorias
LGBTQIAP+ e a transformação de
uma norma que amplia a puni-
ção por violência doméstica por
uma legislação menos rígida de
Renda entre grandes economias da UE
Índice 100 = 4º trimestre/2019
Espanha Zona do euro
105
100
95
90
4º T 1º T 2º T 3º T
2019 2020
Fonte: Eurostat
“violência intrafamiliar”.
Após as eleições de maio, o Vox
prometeu em comunicado elimi-
nar órgãos de conselhos regio-
nais dedicados à promoção da
igualdade de gêneros, acusando-
os de “esbanjar” dinheiro.
Para formar um governo sem a
necessidade de uma coalizão, o
PP precisaria conquistar 176 as-
sentos no Parlamento de 350 as-
sentos, mas a pesquisa mais re-
cente, do instituto espanhol
GAD3, mostra que ele deve alcan-
çar cerca de 151 assentos. O Vox,
pela mesma sondagem, deve ele-
ger ao menos 28 deputados.
Por seu lado, o PSOE ficaria —
segundo o GAD3 — com até 117
cadeiras, enquanto a coligação
Alemanha França Itália
4º T 1º T 2º T 3º T 4º T 1º T 2º T 3º T
2021 2022
de esquerda Sumar-Unidas Po-
demos ficaria com 25 assentos.
Bancadas de movimentos meno-
res e partidos regionais também
comporiam o Legislativo.
Nenhum premiê espanhol
conquistou sozinho a maioria
em 12 anos, desde a vitória de
Mariano Rajoy, do PP, em 2011.
Feijóo, que governou a Galícia
por 13 anos, é considerado um po-
lítico favorável a programas de
austeridade fiscal e de privatiza-
ções. Mas sua campanha deixou
muitas perguntas sem respostas
sobre qual seria sua agenda econô-
mica — sobretudo sobre como ele
reduzirá a crescente dívida pública
do país, hoje ao redor de 115% do
PIB. (Com agências internacionais)
Pequim recebeu dois ex-secretários
de Estado americanos nesta semana
que foram tratados como amigos da
China. Mas a recepção para um deles
foi definitivamente mais calorosa.
Ontem, o presidente Xi Jinping se
reuniu com o ex-secretário de
Estado de Richard Nixon, Henry
Kissinger, que fez 100 anos em maio.
O líder chinês chamou o americano
de “velho amigo” e o agradeceu pelo
papel na normalização das relações
entre as duas potências econômicas
mundiais há 50 anos. Um vídeo
divulgado pela China mostrou os
dois na mesma sala onde, em 1971,
Kissinger e o então premiê chinês,
Zhou Enlai, tiveram conversas
secretas pela reaproximação dos
países. O Departamento de Estado
de desvalorização do peso
Scott Squires
Bloomberg
Empresas na Argentina estão
correndo para aproveitar a chance
de refinanciar suas dívidas a taxas
de juro mínimas, enquanto os in-
vestidores se preparam para o au-
mento da volatilidade financeira
4º T 1ºT às vésperas das eleições primárias
2023
decisivas do próximo mês.
Nas últimas semanas foram
registradas um grande número
de transações, desde a estatal pe-
trolífera YPF até a Telecom Ar-
gentina e as maiores geradoras
de energia limpa do país.
O grande volume de emissões
mostra o quanto os investidores
buscam por algo — qualquer coisa
— para proteger suas reservas de
uma desvalorização quase certa
do peso enquanto o governo esgo-
ta suas reservas em dólar para de-
fender a moeda argentina. As em-
presas buscam se aproveitar dessa
preocupação para vender títulos
que rendem juros próximos a 0% e
pagam aos investidores pela taxa
de câmbio à vista no vencimento.
Os controles de capital da Ar-
gentina restringem o acesso de in-
vestidores e empresas a dólares e
por isso a emissão de títulos de dí-
vidas em pesos atrelados ao dólar
é uma maneira de as empresas ar-
gentinas conseguirem financia-
mento barato. Segundo Francisco
Schumacher, analista empresarial
do BancTrust & Co, isso é especial-
mente importante porque o custo
da emissão de dívida no exterior
continua alto com a elevação dos
juros nos EUA pelo Federal Reser-
ve (Fed, o banco central america-
no) para conter a inflação.
“A diferença entre o financia-
mento interno em dólar e o inter-
nacional está em um nível que
nunca vi antes”, disse Schumacher.
“As empresas argentinas estão em
uma situação em que os custos do
financiamento internacional são
muito altos e o risco de desvalori-
zação da moeda é palpável, mas o
custo do financiamento interno é
relativamente baixo.”
tado das Paso em um cenário de
inflação anual acima de 115% e de
renegociação do programa de res-
gate de US$ 44 bilhões do Fundo
Monetário Internacional (FMI). O
governo argentino precisa pagar
cerca de US$ 2,6 bilhões ao FMI até
o fim do mês para evitar o risco de
inadimplência.
Um resultado surpreendente
nas Paso em 2019 — o candidato
peronista Alberto Fernández ven-
ceu o então presidente Mauricio
Macri por mais de 20 pontos de
vantagem — desencadeou uma
onda dramática de venda de ati-
vos e, em consequência, uma crise
de crédito que impediu o acesso
de empresas aos mercados de dívi-
da externo e interno.
O risco de
desvalorização da
moeda é palpável,
enquanto que o
juro interno é baixo
“O mercado local tem oferecido
taxas muito baixas para empresas
que de forma geral foram expulsas
do mercado de câmbio oficial”,
disse o executivo-chefe da CGC,
Hugo Eurnekian. “É aqui que está
a oportunidade, ainda que o mer-
cado local tenha suas limitações.”
As emissões de empresas chega-
ram a um ponto crítico em março,
quando venderam cerca de 130 bi-
lhões de pesos (US$ 325 milhões)
em títulos atrelados ao dólar, a
maior onda de emissões em mais
de dois anos, segundo os últimos
dados disponíveis da agência regu-
ladora de valores mobiliários da
Argentina. Os dados mostram que
neste ano até maio as empresas na
Argentina emitiram cerca de US$
1,4 bilhão em dívida. No início de
2021, as empresas argentinas —
como a YPF — passaram por uma
série de reestruturações quando o
banco central determinou que re-
financiassem suas dívidas para po-
der ter acesso a dólares.

Curtas
Reforma na França
O presidente da França, Emma-
nuel Macron, trocou ontem oito
ministros, em uma reforma minis-
terial para dar ao seu segundo
mandato maior estabilidade após
meses de protestos. A premiê, Éli-
sabeth Borne, foi mantida.
Petróleo russo para China
A China importou um volume
recorde de petróleo da Rússia no
primeiro semestre deste ano: em
média 11,4 milhões de barris por
dia, uma alta de 11,7% em termos
anuais e um aumento de 15,3% aos
níveis pré-pandemia.
dos EUA informou saber da viagem
de Kissinger, mas ressaltou que sua
ida a Pequim não foi em nome do
governo americano. Na foto,
Kissinger (à esq.) e Xi conversam no
Grande Salão do Povo.
Protestos no Quênia Lítio na Bolívia
A alta no custos de vida desen- O total de recursos confirmados
cadeou uma onda de protestos no de lítio da Bolívia aumentou 2 mi-
Quênia, com crescente violência lhões de toneladas para 23 mi-
nos confrontos entre a polícia e lhões de toneladas, anunciou on-
manifestantes. Na capital Nairóbi, tem o governo boliviano. Os depó-
ao menos três pessoas morreram e sitos de lítio estão no Salar de Coi-
centenas foram presas ontem. pasa, 280 km ao sul de La Paz.
A Compañia General de Com-
bustibles (CGC) embarcou nessa
onda na semana passada, quando
vendeu US$ 200 milhões em títu-
los para unidades locais da The
Dow Chemical, que serão usados
para cancelar dívidas existentes.
Os títulos, que não rendem juros,
melhoraram a liquidez da empre-
sa e reduziram seu custo médio de
capital para pouco mais de 2,5% ao
ano, diz a S&P Global Ratings.
Empresas como a CGC têm
aproveitado a demanda, com os
argentinos se preparando para a
volatilidade às vésperas das elei-
ções Primárias, Abertas, Simultâ-
neas e Obrigatórias (Paso), marca-
das para 13 de agosto. Há uma
grande incerteza quanto ao resul-
Os investidores têm comprado
títulos atrelados ao dólar em uma
aposta de que o governo se verá
obrigado a desvalorizar o peso por
volta das Paso. A expectativa de
economistas também é de que a
Argentina desvalorize sua taxa de
câmbio oficial — de ao redor de
270 pesos para 400 pesos por dó-
lar até o fim do ano. Mas desta vez
as empresas não serão pegas des-
prevenidas, na avaliação de Paula
La Greca, analista da TPCG Valores
em Buenos Aires. “As empresas es-
tão tirando proveito desse boom
do mercado local”, disse La Greca.
“Elas têm vendido dívida com cu-
pom próximo a 0% e, se lhes so-
bram pesos, vão e recompram
suas dívidas mais caras.”
A14 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Opinião

Conselho de Administração
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Um viés de investimento é uma publicação da Editora Globo S/A

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ualquer ser humano, na hora de tomar suas mudam para pior. Além disso, estão sujeitos a tributação, inclusive Catherine Vieira Stela Campos Marcos de Moura e Souza
decisões financeiras, já tem que lidar com seus pelo come-cotas, que penaliza em 15% o retorno das aplicações de (catherine.vieira@valor.com.br) (stela.campos@valor.com.br) (marcos.souza@valor.com.br)
Fernando Torres Editor de Cultura Maria Cristina Fernandes
vieses psicológicos e cognitivos, conforme o investidores não multimilionários a cada seis meses (lembrando (fernando.torres@valor.com.br) Hilton Hida (mcristina.fernandes@
campo da psicologia econômica vem que os fundos exclusivos ainda escapam desta tributação antes do Robinson Borges (hilton.hida@valor.com.br) valor.com.br)
(robinson.borges@valor.com.br) Editor de Legislação Marli Olmos
documentando há algumas décadas. Estamos resgate). Esse diferencial competitivo das LCIs e LCAs, embora não Sergio Lamucci & Tributos (marli.olmos@valor.com.br)
falando de comportamentos como efeito manada, Fomo seja novo, se mostra ainda maior em um ambiente de taxa de juros (sergio.lamucci@valor.com.br) Arthur Carlos Rosa Mônica Scaramuzzo
(arthur.rosa@valor.com.br) (monica.scaramuzzo@
(fear of missing out), excesso de confiança e outros que, mais elevada – e hoje com alcance facilitado pelas plataformas Zinia Baeta
(zinia.baeta@valor.com.br) Editora Visual valor.com.br)
como se sabe, podem levar os indivíduos a tomar decisões digitais de investimento. É uma questão matemática. Os 15% de IR Sucursal de Brasília Multiplataformas Correspondente
Luciana Alencar internacional
ineficientes ou pouco racionais na hora de investir. que na melhor das hipóteses incidem sobre o ganho em fundos de Fernando Exman
(luciana.alencar@valor.com.br) Assis Moreira (Genebra)
(fernando.exman@valor.com.br)
Aqui no Brasil, porém, há outro viés que interfere na decisão renda fixa podem representar 0,3 ponto percentual ao ano se a Sucursal do Rio Editora Valor Online (assis.moreira@valor.com.br)
Paula Cleto
das pessoas na hora de decidir o que fazer com suas aplicações Selic estiver a 2%, como ocorreu no auge da pandemia, ou mais de Francisco Góes
(paula.cleto@valor.com.br)
Correspondentes nacionais
Cibelle Bouças (Belo Horizonte)
(francisco.goes@valor.com.br)
financeiras, que é a assimetria regulatória entre os produtos. 2 pontos percentuais com a Selic nos atuais 13,75% ao ano. Editora do Núcleo de
Editora Valor PRO (cibelle.boucas@valor.com.br)
Roberta Costa
Dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Apenas trocando a aplicação de um produto menos eficiente Política e Internacional
roberta.costa@valor.com.br
Marina Falcão (Recife)
(marina.falcao@valor.com.br)
Fernanda Godoy
Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram uma do ponto de vista tributário por outro mais favorecido, mas (fernanda.godoy@valor.com.br)
Coordenador Valor Data
William Volpato
retirada vultosa de recursos de fundos de investimento, numa permanecendo na mesma classe de ativos, o investidor já Editor de Brasil
(william.volpato@valor.com.br)
Eduardo Belo VALOR INVESTE
soma que alcançou R$ 379 bilhões nos últimos 12 meses até ganha mais 2 pontos de retorno no ano. De quebra, ainda (eduardo.belo@valor.com.br)
Editora de Projetos
Editora: Daniele Camba
Especiais
junho. Sem olhar os dados no detalhe, alguém poderia escapa de ver seu investimento oscilar durante a jornada – e aí a Editora de Tendências
Célia Rosemblum(celia. (daniele.camba@valor.com.br)
imaginar que, numa época de Selic elevada, os investidores psicologia econômica explica essa relutância em se encarar a & Consumo e Tecnologia
rosemblum@valor.com.br) PIPELINE
Cynthia Malta
brasileiros estão fugindo do risco de aplicações mais voláteis realidade. Há que se dizer que provavelmente fez uma escolha (cynthia.malta@valor.com.br)
Repórteres Especiais
Adriana Mattos
Editora: Maria Luíza Filgueiras
(maria.filgueiras@valor.com.br)
em um período de incerteza nos mercados globais, e que certa o investidor que fez essa troca, a depender do seu Editor de Indústria (adriana.mattos@valor.com.br)
e Infraestrutura VALOR INTERNATIONAL
tiraram os recursos que estavam em fundos multimercados e horizonte de investimento, de sua necessidade de liquidez — já Ivo Ribeiro
Alex Ribeiro (Brasília)
(alex.ribeiro@tvalor.com.br) Editor: Samuel Rodrigues
de ações. Mas embora isso também seja verdade, o fato é que a que muitas LCIs e LCAs só podem ser resgatadas no (ivo.ribeiro@valor.com.br) César Felício (samuel.rodrigues@valor.com.br)
Editor de Agronegócios
maior parte dos resgates se concentra em fundos de renda fixa. vencimento —, e do seu apetite a risco de crédito (lembrando Patrick Cruz
(cesar.felicio@valor.com.br)
Daniela Chiaretti
Foram sacados R$ 256 bilhões em 12 meses. E isso justo quando que nem todo emissor honra seus compromissos e que o patrick.cruz@valor.com.br (daniela.chiaretti@valor.com.br) NOVA GLOBO RURAL
Editora de Finanças
a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano, nível que tanto Fundo Garantidor de Créditos tem cobertura limitada a R$ 250 Talita Moreira
Fernanda Guimarães Editor-executivo:
Cassiano Ribeiro
(fernanda.guimaraes@
incomoda o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e gera atritos mil).Mas há que se pensar se é isso que se deseja do ponto de (talita.moreira@valor.com.br) valor.com.br) cassianor@edglobo.com.br
recorrentes com o presidente do BC , Roberto Campos Neto. vista regulatório. Que um investimento tenha vantagem sobre
Valor PRO / Diretor de Negócios Digitais Tarcísio J. Beceveli Jr. (tarcisio.junior@valor.com.br)
Com uma remuneração tão alta na renda fixa, por que os o outro não pela sua qualidade em si, mas pela diferença de Para assinar o serviço em tempo real Valor PRO: falecom@valor.com.br ou 0800-003-1232
investidores estão resgatando suas aplicações? E a resposta é que regras a que está sujeito. Para citar mais um exemplo, Diretora Editorial de Marcas e Projetos Especiais Sandra Boccia (sboccia@edglobo.com.br)
não estão resgatando. Mas migrando os recursos para outro tipo recentemente o Tesouro Nacional tomou a iniciativa de lançar Filiado ao IVC (Instituto Verificador de Comunicação) e à ANJ (Associação Nacional de Jornais)
de aplicação de renda fixa, que tem regulação diferente. Outro títulos públicos desenhados para os brasileiros programarem Valor Econômico Av. 9 de Julho, 5229 – Jd. Paulista – CEP 01407-907 – São Paulo - SP. Telefone 0 xx 11 3767 1000

dado recém-divulgado, desta vez pela B3, aponta que as Letras de
Crédito imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio
(LCAs) foram os produtos de maior destaque de captação também
no período de 12 meses até junho. Foram R$ 273 bilhões em
dinheiro novo entrando nessas aplicações nesse intervalo, com o
estoque investido nesses dois produtos saltando 61% em um ano,
para mais de R$ 722 bilhões. Não que seja uma novidade, mas as
LCIs e LCAs gozam de duas importantes diferenças ante os fundos
de investimento. Elas não têm marcação a mercado e, portanto, o
valor que o cliente vê aplicado na conta não oscila diariamente, e
são isentas de Imposto de Renda sobre o ganho. Já os fundos de
investimento precisam registrar seus investimentos, tanto em
títulos públicos quanto em corporativos (inclusive os feitos em
papéis de captação bancária), pelo valor de mercado, o que faz o
preço de suas cotas sacudir quando as condições de mercado
sua aposentadoria. Chamado de Tesouro Renda+, o produto é Departamentos de Publicidade Impressa e On-line
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de previdência. Com a perspectiva de que a discussão sobre a Tel./Fax: (71) 3043-2205 Tel./Fax: (41) 3019-3717 Tel./Fax: (48) 3333-8497 /
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quais desses incentivos tributários criados há bastante tempo Call center: 0800 7018888, whatsapp e telegram: (21) 4002 5300. Portal do assinante:
portaldoassinante.com.br. Para assinaturas corporativas e-mail: corporate@valor.com.br
atingiram os objetivos inicialmente esperados, e se há ajustes a Aviso: o assinante que quiser a suspensão da entrega de seu jornal deve fazer esse pedido à
serem feitos, seja com sua revisão ou com possível equiparação central de atendimento com 48 horas de antecedência
à de outros produtos, para que a tributação seja neutra na Preço de nova assinatura anual (impresso + digital) para as regiões Sul e Sudeste: R$ 1.618,80
ou R$ 134,90 mensais. Demais localidades, consultar o Atendimento ao Assinante.
tomada de decisão dos indivíduos. Tel: 0800 7018888. Carga tributária aproximada: 3,65%

.
Produtoresdepetróleoapostamnoplásticoparacompensarquedanavendadocombustível.PorAdemilsonZamboni

Brasil e o tratado global contra a poluição plástica

Q
uando o tema é poluição
por plásticos, o Brasil se
destaca por ser um rele-
vante produtor e consu-
midor desse material, e por se-
guir profundamente emaranha-
do nesse problema. Com uma
produção anual de 500 bilhões
de itens descartáveis de plástico e
ínfimas taxas de reciclagem, o
país ainda insiste em políticas
públicas ineficientes que basica-
mente transferem a responsabi-
lidade, tanto dos impactos como
da mitigação, para consumido-
res e municípios.
Com esse posicionamento, até
aqui, na pauta da poluição por
plástico, o Brasil não passa nem
perto do protagonismo que con-
quistou tempos atrás em impor-
tantes lutas globais. Na Conferên-
cia das Nações Unidas sobre Mu-
danças Climáticas (COP-15) em
Copenhague, em 2009, por exem-
plo, fomos bastante ousados ao es-
tabelecer metas voluntárias de re-
dução de emissões de gases de efei-
to estufa. Também ganhamos re-
conhecimento internacional pelos
esforços empenhados para reduzir
o desmatamento na Amazônia. No
entanto, o posicionamento retró-
grado e destrutivo na arena am-
biental dos últimos quatro anos
transformou um líder em pária.
Com 10.900 quilômetros de cos-
ta e despejando pelo menos 325
mil toneladas de plásticos no ocea-
no todos os anos, o Brasil não pode
mais fugir de sua responsabilida-
de. Resolver esse tipo de poluição
vai muito além de delegar a correta
separação do lixo ao consumidor,
promover limpezas de praia ou
propagar o consumo consciente. É
preciso um compromisso alinhado
com o tamanho do problema e da
relevância do nosso país.
Diante da crise ambiental, so-
cial e econômica que essa ques-
tão tomou, em março de 2022, a
Organização das Nações Unidas
(ONU) anunciou que pretende
consolidar, até o final de 2024,
um Tratado Global Contra a Po-
luição Plástica. Com um prazo
bastante ambicioso, a intenção é
que ele seja juridicamente vincu-
lante, ou seja, ratificado pelos
países com força de lei.
Após o início dos debates, no
Uruguai, em novembro passado, a
segunda reunião do Comitê de Ne-
gociação Intergovernamental
(INC) ocorreu em Paris, entre 29 de
maio e 2 de junho e contou com a
presença de 167 Estados-Membros
da ONU e mais de 900 represen-
tantes de organizações da socieda-
de civil. O principal resultado do
encontro foi a definição de um
mandato para a elaboração de um
“rascunho zero” do Tratado que
dará início às negociações no pró-
ximo encontro, em novembro de
2023, em Nairóbi, no Quênia. Tam-
bém foram avaliadas as obrigações
de cada país e os meios
para a implementação delas,
como a eliminação de plásticos
de uso único problemáticos, me-
tas de reuso, mecanismos de mo-
nitoramento e financiamento.
A reunião em Paris já revelou a
queda de braço no jogo interna-
cional que vem por aí. Países co-
mo China, Arábia Saudita, Rússia
e Estados Unidos apresentaram
resistência a dispositivos mais
restritivos, como a eliminação de
itens de plástico desnecessários e
problemáticos. Grandes produ-
tores de petróleo, esses países
apostam no aumento da produ-
ção de plásticos diante da dimi-
nuição da demanda por petró-
leo, gás e carvão e maior foco na
transição energética.
Por outro lado, a High Ambi-
tion Coalition, coalizão formada
por mais de 50 países, demanda
o fim da poluição plástica até
2040 com disposições obrigató-
rias para restringir plásticos des-
necessários, evitáveis ou proble-
máticos, além de investimento
na Economia Circular. Apesar de
hábil negociador e com longa
tradição no campo diplomático,
o papel que o Brasil vai ter na
questão ainda não está claro.
Sem integrar essa coalizão, o
Brasil sequer faz parte da lista de
mais de 100 países que imple-
mentaram legislações restritivas
a pelo menos um item de plásti-
co descartável. Essa é a realidade
de Quênia, Chile, Índia e Canadá,
dentre tantos outros do Norte e
Sul globais. Chegamos atrasados
para a discussão e, se pretende-
mos ter algo a dizer, precisamos
reverter a situação doméstica
com celeridade.
É preciso considerar que a
pressão e a expectativa para o en-
frentamento dessa crise so-
cioambiental e econômica têm
aumentado no cenário interna-
cional e encontram respaldo
também na população brasileira.
Uma pesquisa de opinião, desen-
volvida pela Oceana em parceria
com o Ipec e divulgada em 2022,
apontou que 68% dos brasileiros
atribuíam ao Congresso Nacio-
nal a responsabilidade de adotar
MÁRCIA FOLETTO / AGÊNCIA O GLOBO
Ao contrário, segundo dados
da Fundação Ellen MacArthur, a
transição para uma Economia
Circular poderia reduzir em até
80% o volume global anual de
plástico que vai para os oceanos
até 2040, poderia gerar uma eco-
nomia de US$ 200 bilhões por
ano e, ainda, criar 700 mil em-
pregos adicionais.
O Projeto de Lei 2524/2022 ofe-
rece uma singular oportunidade
de negócios verdes para o país, im-
pulsionando inovação, tecnologia
e sustentabilidade, além de remu-
nerar o trabalho dos catadores e
das catadoras de materiais reciclá-
veis ao mesmo tempo em que re-
duz custos com o gerenciamento
de resíduos. A proposta dialoga
com os esforços do Ministério da
Fazenda e do Ministério do Desen-
volvimento, Indústria e Comércio
para a reindustrialização do país
com base em princípios de susten-
tabilidade e Economia Circular.
A construção do Tratado Glo-
bal Contra a Poluição Plástica é,
portanto, um convite para que os
países reduzam a produção de
itens plásticos desnecessários e
descartáveis e caminhem em di-
reção a soluções concretas. E co-
medidas em prol da proteção dos mo em qualquer convite, chegar
oceanos e contra a poluição cau- atrasado é falta de educação, isso
sada pelo plástico. precisa ser feito antes de chegar-
O Projeto de Lei (PL) mos a um ponto de não retorno.
2524/2022, que já tramita no Se- Caberá ao Brasil, que atual-
nado Federal propõe um marco mente está sob os holofotes in-
regulatório para a Economia ternacionais, escolher o lugar
Circular do Plástico, pode ser a que quer ocupar na história.
nossa credencial na discussão de Esperamos que nosso país se
um Tratado desse porte. Esse PL posicione de forma ambiciosa,
foge da dicotomia difundida há faça a lição de casa e não espere
décadas de que não é possível a conclusão de um Tratado pa-
adaptar a produção no Brasil, ra só então avançar com políti-
porque reduzir a oferta dos pro- cas públicas que ataquem o
dutos plásticos mais problemá- problema na raiz.
ticos para a poluição, como os
descartáveis, destruiria econo- Ademilson Zamboni é oceanólogo e
micamente o setor. diretor-geral da Oceana Brasil

Opinião
Primeira-infância e educação
Naercio Menezes
Filho
O minerais críticos”
s resultados da última
avaliação internacio-
nal de aprendizado de
crianças (PIRLS- Estu-
do Internacional de Progresso
em Leitura) acenderam mais um
sinal de alerta para a educação
brasileira. As crianças brasilei-
ras tiveram um desempenho
bastante ruim na avaliação, o
que significa que muitas delas
terão dificuldades para concluir
o ensino médio e chegarão ao
mercado de trabalho sem a pre-
paração necessária. O que preci-
samos fazer para melhorar a
educação do país e salvar gera-
ções de jovens nascidos em fa-
mílias mais pobres?
A objetivo do exame PIRLS é
avaliar se as crianças do quarto
ano do ensino fundamental têm
as habilidades necessárias para
compreender um texto completo
e se estão prontas para aprender
as demais disciplinas. O exame
mostrou que uma grande parcela
das nossas crianças (38%) está
muito longe de alcançar estas ha-
bilidades, tendo ficado abaixo do
básico. A maioria delas (49%) fi-
A corrida para o lítio foi acelerada pela produção de carros elétricos. Por Geoberto Espírito Santo
A Opep do lítio
A
estratégia econômica
mundial do aqueci-
mento global, segu-
rança climática, tran-
sição energética e segurança
energética chegou aos minerais
estratégicos. Já vinham sendo
utilizados nos celulares, tablets,
laptops e agora, em maiores
proporções, nas bicicletas, car-
ros e ônibus elétricos e no arma-
zenamento de energia. Temos lí-
tio e cobalto nos computadores,
celulares e baterias, onde tam-
bém o níquel e o grafite melho-
ram o desempenho e a longevi-
dade. Nos painéis solares, o telú-
rio e o silício. Numa eólica, aço,
zinco, alumínio, carbono, vidro,
níquel e ferro. Terras raras são
utilizadas em semicondutores,
catalizadores e lâmpadas LED.
Se o gás natural foi considera-
do o combustível da segurança
energética, o lítio agora é a maté-
ria-prima essencial para o arma-
zenamento da transição energé-
tica. Basicamente, um carro con-
vencional usa o cobre e o manga-
nês, por causa do aço. Num carro
elétrico, além do cobre e do man-
ganês, são utilizados lítio, níquel,
zinco, grafite, cobalto e terras ra-
ras. Relatório da Agência Interna-
cional de Energia (IEA, sigla em
inglês) diz que, em 2022, as ven-
das de carros elétricos ultrapassa-
ram 10 milhões de unidades, re-
gistrando um aumento de 60%
em relação a 2021. O lítio tam-
bém está presente nos grandes
armazenamentos de energia elé-
trica, que servem, dentre outras
finalidades operacionais, de base
para o despacho de renováveis.
A quantidade de carbonato
de lítio num celular é de 3g, ta-
blet 20g, laptop 30g, bicicletas
elétricas 300g, nos carros elétri-
cos 50 kg e num ônibus elétrico
200 kg. O consumo de lítio, que
em 2021 era de 95 mil toneladas
passou em 2022 para 134 mil.
Seu preço nos EUA em 2021 era
de US$ 14.000 por tonelada, pas-
sando para US$ 37.000 em 2022.
Segundo projeções do Serviço
Geológico dos EUA e Secretaria
de Mineração da Argentina, a
demanda por milhares de tone-
ladas de carbonato de lítio, que
no ano passado era 427, passará
para 1.793 em 2030.
No período 2017 a 2022, o se-
tor de energia fez a demanda por
lítio aumentar 300%, a de cobalto
70% e a do níquel em 40%. A corri-
cou no nível básico ou interme-
diário e somente 13% alcançou o
nível elevado ou avançado.
Assim, não surpreende que
muitas crianças tenham dificul-
dade para aprender as matérias
do segundo ciclo do fundamen-
tal, acabem repetindo de ano em
algum momento, e saiam da es-
cola ao chegarem mais velhas no
ensino médio. Além disto, mes-
mo as que concluem o ensino
médio geralmente não têm as
habilidades necessárias para te-
rem bom desempenho no mer-
cado de trabalho, para ganha-
rem independência financeira e
romperem o ciclo intergeracio-
nal da pobreza.
Para agravar a situação, os
empregos que requerem baixa
qualificação, como caixa de su-
permercado ou atendentes em
“call centers” estão sendo paula-
tinamente substituídos por má-
quinas. Assim, a redução de en-
gajamento dos jovens no merca-
do de trabalho que estamos veri-
ficando desde o início da década
passada reflete a crescente difi-
culdade que eles têm para en-
contrar um emprego decente,
mesmo aqueles que concluíram
o ensino médio. A alternativa
disponível atualmente para es-
tes jovens é dirigir carros e bici-
cletas para aplicativos. Mas, no
futuro, mesmo estas tarefas se-
rão automatizadas.
Como podemos fazer para que
nossas crianças consigam rom-
per este ciclo de pobreza? As evi-
dências científicas mostram o ca-
minho a seguir, mas para isso
Esses materiais,
principalmente o lítio,
cobalto, níquel e cobre
estão sendo vistos pelos
investidores como
matéria crítica e
estratégica para a
chamada energia limpa
das próximas décadas.
China e Estados Unidos
claramente já duelam por
esses minerais essenciais
precisaremos reorganizar nosso
sistema de bem-estar social. Pro-
gramas multisetoriais intensivos
na primeira infância têm muitos
efeitos no longo prazo. Dois pro-
gramas extensivamente analisa-
dos por James Heckman, um dos
economistas mais influentes do
mundo, são o “Perry Preschool” e
o “ABC/Care”. Esses programas
apresentam taxas de retorno de
até 13% ao ano, que acumulam
ao longo do tempo, produzindo
um benefício até 6 vezes o seu
custo inicial. Mas, o que estes
programas têm de tão especial?
Para salvar gerações de
crianças da pobreza e
informalidade é preciso
investir muito no
desenvolvimento infantil
O “ABC/CARE” foi um progra-
ma que atuava com crianças ne-
gras de famílias vulneráveis des-
de o nascimento até os cinco anos
de idade. Seu currículo envolvia
nutrição, acesso à saúde e apren-
dizado, com o objetivo de dotar
as crianças de habilidades cogni-
tivas, socioemocionais e saúde
para o seu desenvolvimento futu-
ro. Sua equipe incluía educado-
res, especialistas em desenvolvi-
mento infantil e enfermeiras.
Sempre que a equipe detectava
algum problema sério com as
crianças, elas eram encaminha-
das para médicos especialistas.
O retorno econômico do pro-
grama “ABC/Care” foi maior do
da para o lítio foi acelerada pela
produção de veículos elétricos,
motivada pelo tamanho médio
das baterias nos principais merca-
dos. Em 2022, esse mercado de
minerais de transição energética
tem recebido da indústria global
de mineração uma maior atenção,
tendo atingido US$ 320 bilhões.
Esses materiais, principalmente o
lítio, cobalto, níquel e cobre estão
sendo vistos pelos investidores co-
mo matéria crítica e estratégica
para a chamada energia limpa
das próximas décadas. China e Es-
tados Unidos, as duas grandes su-
perpotências mundiais do mo-
mento, claramente já duelam por
esses minerais essenciais, mas a
Europa está se posicionando.
A China é líder em terras raras,
detém 60% das reservas de grafite
e possui relevante reserva de lí-
tio, produzindo cerca de 75% das
baterias de íon-lítio no mundo.
No Plano Nacional de Recursos
Minerais da China, além dos re-
cursos energéticos tradicionais
como o carvão, petróleo, gás na-
tural e gás de xisto, estão incluí-
dos 24 minerais estratégicos,
dentre eles o alumínio, cobre, co-
que o do “Perry-Preschool” por-
que este começou apenas aos 4
anos de idade, tarde demais para
impactar as habilidades cogniti-
vas das crianças. As desigualda-
des de oportunidades começam
a se ampliar logo após o nasci-
mento. Mesmo assim, o progra-
ma Perry teve impacto nas habili-
dades socioemocionais, dimi-
nuindo o envolvimento dos jo-
vens com atividades criminosas.
E um artigo recente de Heckman
mostrou que ele impactou inclu-
sive os filhos das crianças que
participaram do estudo original.
Que lições podemos aprender
com estes programas? A princi-
pal é que uma das únicas manei-
ras realmente efetivas de salvar
gerações de crianças brasileiras
da pobreza, informalidade e cri-
minalidade é investir pesada-
mente no seu desenvolvimento
infantil. Mas, para isso, é necessá-
rio que este investimento seja
multisetorial, envolvendo saúde
física e mental, habilidades cog-
nitivas e socioemocionais. Assim,
as políticas têm que englobar
creches de qualidade, visitação
domiciliar focada em desenvol-
vimento infantil, estratégia saú-
de da família, atenção básica e
transferências de renda para eli-
minar a pobreza.
Estas políticas já existem no
Brasil, mas são implementados
por ministérios diferentes e não
conversam entre si. As creches
estão sob responsabilidade do
Ministério da Educação, os pro-
gramas Criança Feliz e Bolsa-Fa-
milia são do ministério de assis-
balto, ferro, lítio, níquel, ouro e
terras raras. Mas, no caso do lítio,
poderá ficar com um alto grau de
dependência externa desse mi-
neral indispensável porque é lá
que está a maior concentração
do seu processamento.
Os Estados Unidos planejam
recuperar parte da sua indepen-
dência energética e o lítio apare-
ce como elemento chave para es-
sa competição tecnológica e geo-
política com a China. Atualmen-
te, os chineses estão levando van-
tagem porque seu governo está
investindo na América Latina na
produção de baterias, em mine-
ração e montando fábricas. Os
Estados Unidos estão mais foca-
dos na aquisição das maté-
rias-primas para as empresas
americanas construírem suas
próprias tecnologias ecológicas.
Um olhar geopolítico nos leva a
República Democrática do Con-
go, um país com conflitos inter-
nos onde se concentram as jazi-
das de cobalto. Certamente os
norte-americanos vão recuperar
esse atraso e o Brasil vai estar in-
cluído nessa disputa.
Temos no mundo 98 milhões
Sexta-feira, 21 de julho de 2023
tência social, enquanto a saúde
física e mental das crianças está
à cargo do Ministério da Saúde.
E não há uma identificação úni-
ca de cada criança que nos per-
mita saber quais delas partici-
pam de quais programas.
Programas como o “Perry” e o
“ABC/Care” são pequenos e caros.
Mas, nós já gastamos muito com
cada um dos nossos programas
sociais separadamente. Agora,
temos que combinar estes pro-
gramas de maneira mais efetiva,
para que cada criança pobre bra-
sileira receba todos eles simulta-
neamente. Para isto, temos que
usar a nova carteira de identida-
de nacional (ou CPF) para identi-
ficar as crianças que participam
de mais de um programa e com-
binar a intensidade ótima de ca-
da política de acordo com o per-
fil de cada criança.
Assim, quando chegarem na
escola, as crianças estarão pron-
tas para aprender a ler textos, in-
terpretá-los e adquirir a base ne-
cessária para aprender as disci-
plinas subsequentes. Mas, de-
pois, para isto realmente ocorra
será necessário ter professores
capacitados e currículos direcio-
nados para a leitura de textos
complexos no início do ensino
fundamental. Utopia?
Naercio Menezes Filho, é professor
titular da Cátedra Ruth Cardoso no
Insper, professor associado da FEA-USP
e membro da Academia Brasileira de
Ciências e diretor do CPAPI, escreve
mensalmente às sextas-feiras.
naercioamf@insper.edu.br
de toneladas de lítio identifica-
das, sendo 21 milhões de tonela-
das na Bolívia, 20 milhões na Ar-
gentina e 20 milhões no Chile.
Temos ainda 12 milhões nos
EUA, 8 milhões na Austrália, 7
milhões na China, um milhão
no Brasil e 11 milhões no restan-
te dos países. Na América do Sul,
está o Triângulo do Lítio, com
62% de suas reservas mundiais,
localizada em Salar de Uyuni, na
Bolívia, Salinas Grandes, Salar
Hombre Muerto e Salinas Ariza-
ro, na Argentina e Salar Ataca-
ma, no Chile. Apesar das maio-
res reservas estarem na América
do Sul, não fomos os maiores
produtores mundiais de carbo-
nato de lítio em 2022: na Austrá-
lia foram produzidas 52%, no
Chile 25%, na China 13%, na Ar-
gentina 6%, no Brasil, EUA, Por-
tugal e Zimbábue 1% cada e 0,1%
nos demais países.
A empresa canadense Sigma
Lithium, já tem licença para ini-
ciar suas operações em Minas Ge-
rais, numa mina chamada Grota
do Cirilo, projeto de R$ 3 bilhões
com a produção do lítio endere-
çada à exportação. Nossa deman-
da de carbonato de lítio em 2020
era de 327 quilotoneladas (kt) e
espera-se que seja de 2.114 kt em
2030, portanto, um crescimento
anual de 2,1%. A meta do Brasil
para 2026 é estar produzindo 5%
do lítio do mundo e, segundo o
Serviço Geológico do Brasil
(SGB), nossas reservas de lítio es-
tão no Ceará, no eixo Rio Grande
do Norte/Paraíba, no sul de To-
cantins com o nordeste de Goiás,
na Bahia e em Minas Gerais, no
conhecido médio Jequitinho-
nha, região leste e São João del
Rei. É claro que a exportação é
um bom caminho, mas precisa-
mos mesmo é fazer a transforma-
ção da matéria-prima.
Os desafios nessa cadeia de
produção são muitos, desde a
concentração em poucos países
até os impactos ambientais da
mineração e o consumo de ener-
gia, visualizando que, após a vida
útil, as baterias poderão se tornar
um lixo perigoso. Hoje é feita re-
ciclagem na China, EUA e Euro-
pa, mas deve mudar na próxima
década porque as baterias dos
veículos elétricos vão chegar aos
10-15 anos de vida útil.
Geoberto Espírito Santo GES
Consultoria, Engenharia e Serviços
| Valor | A15
Frase do dia
“Essa é uma
janela
extraordinária
para o Brasil e
nós não temos
um plano
nacional de
Raul Jungmann, diretor do
Instituto Brasileiro de Mineração
Cartas de
Leitores
PGR
Na matéria “ANPR tem lista trí-
plice para sucessão de Aras à es-
pera de Lula”, publicada na edi-
ção de ontem, a afirmação gené-
rica de que “a lista traz nomes
alinhados ao ex-procurador-ge-
ral Rodrigo Janot” está equivoca-
da ao induzir ao entendimento
de que todos os candidatos da
lista são ou foram alinhados a Ja-
not (já que não excepciona ne-
nhum dos nomes). Nunca fui ali-
nhado a Janot. Em 2015, concor-
ri à lista tríplice contra a recon-
dução dele. Sempre atuei de mo-
do independente e frequente-
mente crítico em relação a sua
gestão. Dada a relevância do te-
ma para as discussões em torno
da escolha do nome do futuro
Procurador-Geral da República,
cargo com relação ao qual sou
candidato, solicito essa correção.
Mario Bonsaglia
Candidato a Procurador-Geral da
República
IA
Ao que tudo indica, o avanço galo-
pante da Inteligência Artificial
(IA) vem com potencial de trans-
formar os modelos tradicionais de
emprego globalmente, com a in-
sólita previsão de eliminação de
um grande número deles. Exem-
plo impactante é a recente crise,
seguida de greve, desencadeada
pelos roteiristas e autores nor-
te-americanos. Tais profissionais
manifestaram temor pela redução
das respectivas atividades em face
da utilização da poderosa ferra-
menta para gerar ensaios, textos e
trilhas sonoras. Mas não é esta a
única categoria que corre o risco
de ter a ocupação afetada. CEO's
de gigantes como a IBM já declara-
ram que a IA pode suprimir milha-
res de colocações nos próximos
anos e os economistas da Gold-
man Sachs estimam que cerca de
300 milhões de postos de trabalho
no mundo podem ser automatiza-
dos pela revolucionária tecnolo-
gia. Será que os burocratas brasi-
leiros dedicados à inovação e ao
avanço industrial estão pelo me-
nos começando a se preocupar
com a avassaladora e irresistível
onda? Procuram influenciar os
políticos no sentido de criar dispo-
sitivos legais capazes de evitar que
o país perca mais este bonde de
mudanças? Previnem-se das situa-
ções de crise que fatalmente advi-
rão? Esperemos que sim.
Paulo Roberto Gotaç
pgotac@gmail.com
Correção
Na matéria “PSD quer prioridade em
negociação por segundo escalão”, na
página A6 da edição de ontem, foi pu-
blicada erroneamente a foto do deputa-
do Valmir Assunção (PT-BA) como sen-
do do líder do PSD, Antonio Brito (BA).
Segue abaixo a fotografia correta:
BRUNO SPADA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
 A16 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Mineração País desconhece reservas de materiais ‘do futuro’ para economia ‘verde’
Pesquisa é chave para romper fronteira
da tecnologia com minerais críticos
Marcos de Moura e Souza
De São Paulo
Todos os dias partem dos por-
tos de Vitória, São Luís e do Rio de
Janeiro, cargueiros com tonela-
das e toneladas de minério de
ferro. É o bem mineral que há
tempos ocupa o topo da pauta de
exportações brasileira e cujas
vendas, no ano passado, rende-
ram quase US$ 30 bilhões.
Mas ainda que o apetite global
por minério de ferro continue qua-
se intocável, as atenções agora es-
tão em outras riquezas do subsolo.
Os chamados minerais estraté-
gicos, ou minerais críticos —
principalmente aqueles usados
em baterias para carros elétricos,
painéis solares, turbinas eólicas e
em outros equipamentos e pro-
cessos ligados à transição ener-
gética — se tornaram agenda
obrigatória para economias de-
senvolvidas e para países ricos
em recursos minerais.
Para os que estão no segundo
grupo, como o Brasil, o momento
é visto como o início de uma ja-
nela de possibilidades para mais
atração de investimentos, mais
arrecadação, empregos, novas
pesquisas minerais e para a di-
versificação das exportações.
Passar, no entanto, de grande
exportador de minério de ferro pa-
ra um grande exportador também
de lítio, de cobalto, de cobre, de ní-
quel — alguns dos considerados
estratégicos e ligados transição pa-
ra energias limpas — é um desafio
que demanda avanços cobrados
há muito pelo setor mineral.
O primeiro é responder algo
que parece simples. O que existe
debaixo do solo brasileiro?
Enquanto o conhecimento
geológico sobre minério de ferro
e ouro, por exemplo, já está bem
estabelecido pelo país, muito
ainda a fazer em relação a mine-
rais que apenas recentemente
passaram a ser olhados com inte-
resse econômico.
“O Brasil ainda tem seu poten-
cial mineral subdimensionado,
em especial para os grupos dos
minerais críticos”, diz o geólogo
Roberto Perez Xavier, diretor-
executivo da Agência para o De-
senvolvimento e Inovação do Se-
tor Mineral Brasileiro (Adimb),
que reúne mineradoras, entida-
des e órgãos governamentais.
Xavier continua: “O conheci-
mento geológico do território
nacional ainda está em escala
não compatível para a pesquisa
mineral eficiente: o mapeamen-
to geológico no Brasil está 60%
na escala de 1:250.000”. É uma
escala que permite conhecer
apenas as grandes unidades geo-
lógicas, mas sem detalhes que
ofereçam uma visão mais deta-
lhada sobre essa faixa extensa do
território. Ainda assim, as infor-
mações que estão disponíveis
mostram um quadro positivo so-
bre o potencial geológico do país
para os minerais estratégicos, en-
tre eles cobre, lítio, níquel, cobal-
to, minerais de terras raras e gra-
fita, diz o geólogo.
Em 2021, o Ministério das Mi-
nas e Energia publicou uma reso-
lução que definiu 25 minerais co-
mo estratégicos para o país.
São três categorias. Uma com
aqueles que são vitais para a eco-
nomia, mas que são importados
em grande quantidade. Estão
nesse grupo, fosfato e potássio,
usados como fertilizantes. Outra
categoria inclui os minerais es-
senciais e que geram superávit na
balança comercial. Entre eles,
ferro, ouro e manganês.
A maior categoria é a de mine-
rais usados em produtos e pro-
cessos de alta tecnologia, muitos
deles diretamente relacionados à
transição energética. São 16 ao
todo (ver tabela).
Numa tentativa de viabilizar
com mais rapidez empreendi-
mentos dedicados a minerais es-
Finanças tratégicos, o governo criou uma
política de apoio aos processos de
Blackstone bate licenciamento ambiental desses
projetos. A iniciativa foi lançada
US$ 1 trilhão de no governo Jair Bolsonaro e man-
ativos em marco tida no governo Lula. Mas apenas
19 projetos foram até agora habi-
para o private litados pelo programa.
Raul Jungmann, diretor do
equity Instituto Brasileiro de Mineração
(Ibram), diz que além de apoio
C3 ao licenciamento e além de in-
Críticos e futuristas
Minerais classificados como estratégicos pelo Brasil para processos de alta tecnologia
Minério de
Cobalto
Minério
de cobre
Minério
de estanho
Minério
de grafita
Minérios
do grupo
da platina
Minério
de lítio
Minério
de nióbio
Minério
de níquel
Fontes: Ministério das Minas e Energia, Ipea, Abcobre e U.S. Geological Survey
cremento no mapeamento geo-
lógico, o Brasil tem outros garga-
los a resolver se quiser aproveitar
melhor as chances desse novo
segmento de minerais.
“Nós temos imensas possibili-
dades, mas existe o gargalo na
pesquisa, existe um gargalo em
termos de financiamento ao se-
tor e existe um gargalo que é a
ausência de uma política nacio-
nal de minerais estratégicos”, diz
ele. “Essa é uma janela extraordi-
nária para o Brasil e nós não te-
mos um plano nacional de mine-
rais críticos”, afirma Jungmann.
Uma resolução do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Co-
mércio e Serviços, republicada on-
tem com alguns ajustes no “Diário
Oficial”, lista diretrizes do que o
governo tem chamado de nova po-
lítica industrial. Essas diretrizes fo-
ram discutidas no dia 6 em reu-
nião do Conselho Nacional de De-
senvolvimento Industrial (CNDI).
A que trata de descarbonização
tem entre os objetivos “expandir a
capacidade produtiva da indústria
brasileira por meio da produção e
da adoção de insumos, inclusive
materiais e minerais críticos, tec-
nologias e processos de baixo car-
bono, com eficiência energética”.
O Banco Nacional de Desen-
volvimento Econômico e Social
(BNDES) é um dos órgãos que
participam desse debate. Um
grupo está trabalhando para ava-
liar ferramentas de crédito para
incentivar o segmento dos mine-
rais críticos.
A frase sempre repetida quan-
do o assunto é transição para
economia de baixo carbono é
que essa meta só será atingida
como o aumento da produção de
minerais críticos.
Agência Internacional de
Energia (IEA) estima que, a de-
pender do cenários, a demanda
por minerais que são usados em
tecnologias de energia limpa vai
dobrar ou quadruplicar em
2040. A agência sintetizou em
um quadro alguns dos minerais
críticos mais demandados por
tecnologias de energia limpa.
Cobre, por exemplo, aparece co-
mo chave em painéis solares, tur-
binas eólicas e baterias. Níquel,
para geração de energia por
meio de hidrogênio. Cromo, pa-
ra energia geotermal.
Carros elétricos e baterias re-
Raul Jungmann: “Temos imensas possibilidades, mas existe o gargalo na pesquisa”
Usado em baterias recarregáveis, em Minério
motores a jato (como superligas) de silício
Usado em fios, cabos e ligas com aplicações Minério
varidas, entre elas paineis solares, usinas de tálio
eólicas e baterias
Usado em revestimentos protetores Minério
e ligas para o aço de tântalo
Minério
Usado para lubrificantes, baterias de terras
recarregáveis e em células combustíveis raras
Minério
Usados em catalisadores
de titânio
Usado em baterias recarregáveis e em ligas Minério de
de alumínio-lítio para indústria aeroespacial tungstênio
Usado principalmente na fabricação de aço e
Minério
de superligas, em diversos setores, de defesa
de urânio
à infraestrutura
Usado na fabricação de aço inoxidável Minério
superligas e baterias recarregáveis de vanádio
“O Brasil pode Pesquisa mineral
se beneficirar
Alguns dos minerais que mais receberam aval para pesquisa em 2022
não só com a
produção de
minerais
críticos, mas
também
MT
investindo na
produção de
Lista dos minerais
Lítio
itens com Cobre
Grafita
maior valor Níquel
Terras Raras
agregado”
Nióbio
Bráulio Borges
Fonte: Agência Nacional de Mineração
carregáveis são as apostas com
maiores dependências de mine-
rais críticos, segundo o resumo
da agência: alumínio, terras ra-
ras, níquel, cobalto, cobre e lítio.
No início do mês, o Conselho
Administrativo de Defesa Econô-
mica (Cade) aprovou a venda de
duas minas no Brasil (Santa Rita,
em Minas Gerais, de níquel; e Ser-
rote, na Bahia, de cobre) para a
ACG Acquisition Company, com
ações na bolsa de Londres . Entre
os grandes acionistas da ACG es-
tá o grupo Stellantis (que reúne
Fiat Chrysler, Peugeot-Citröen e
outras montadoras). A aquisição
foi avaliada em US$ 1 bilhão.
No Brasil, investidores e mine-
radoras também apostam no
potencial de área para explora-
ção de lítio. A Sigma Lithium,
empresa canadense com opera-
ção no Vale do Jequitinhonha,
em Minas Gerais, é a companhia
do setor do lítio cujo empreen-
dimento está em estágio mais
avançado no Brasil. Outros pro-
jetos, também em Minas, ten-
tam avançar com vistas a aten-
der ao novo mercado de baterias
e de carros elétricos.
Baterias com lítio para veícu-
los elétricos já foram chamadas
por Elon Musk, da Tesla, como “o
novo petróleo”. As maiores reser-
vas do mineral estão no Chile
(57,1%), Austrália (19,3%) e Ar-
gentina (14,3%), segundo dados
SILVIA ZAMBONI/VALOR
do Serviço Geológico dos EUA
compilados em um relatório da
OCDE sobre matérias-primas crí-
ticas para a transição energética
divulgado em abril.
O Brasil, no mesmo relatório,
aparece entre os países com
maiores reservas mundiais de ní-
quel (12,4%), manganês (13,6%),
terras raras (18,3%).
Uma amostra do interesse do
potencial do Brasil em minerais es-
tratégicos foi vista em Londres, em
junho. Um evento sobre o tema
ocorrido na Embaixada do Brasil
mineradoras como Rio Tinto e An-
glo American, empresas de tra-
ding, como a Sumitomo, investi-
dores como a Universities Supe-
rannuation Scheme (com 82,2 bi-
lhões de libras esterlinas de fundos
sob gestão), além de empresas de
tecnologia, fornecedores de equi-
Usado pela indústria eletrônica,
de vidros e em paineis solares
Usado na medicina nuclear
Usado em componentes eletrônicos
principalmente em capacitores e em superligas
Usadas em setores diversos, entre eles
em equipamentos para orientação
espacial, laser e fibra óptica
Usado como pigmento branco
ou em ligas metálicas
Usado principalmente em metais resistentes
ao desgaste, como em ferramentas de corte,
e também em catalisadores e motores a jato
Usado em aplicações nucleares
e em aplicações médicas
FOTOS:WIKIPEDIA
Usado em processos siderúrgicos para
tornar o aço mais forte e leve
PA CE
RN
PI PB
TO
SE
BA
GO
MG
MS
pamentos especializados, acadê-
micos e consultores com expertise
em minerais críticos.
“O interesse foi tanto que tive-
mos uma lista de pessoas que
queriam participar”, lembra a
advogada do escritório Aroeira
Salles em Londres e presidente
da Câmara de Comércio brasilei-
ra no Reino Unido. “A percepção
aqui é que o Brasil tem um gran-
de potencial na área de minerais
críticos, mas talvez seja necessá-
ria mais divulgação”, diz Vera.
Bráulio Borges, economista-sê-
nior é economista-sênior da área
de macroeconomia da LCA Con-
sultores e pesquisador-associado
do FGV Ibre vê a demanda por mi-
nerais estratégicos como uma ja-
nela e um impulso renovado para
o setor mineral brasileiro. Uma
janela que tem relação direta
com a eletrificação dos carros,
mas também com a ideia de
neoindustrialização que o gover-
no tem tentando impulsionar e,
de forma mais ampla, com as
perspectivas pós-pandemia e por
conta da guerra na Ucrânia de
grandes economias buscarem
fornecedores mais próximos de
seus mercados. É o conceito de
nearshroring que, ao menos em
tese, daria vantagens ao Brasil co-
mo fornecedor para indústria
americana e europeia em detri-
mento de países da Ásia.
Borges traça um cenário otimis-
ta. “O Brasil pode se beneficirar
não só com a produção de mine-
rais críticos, mas também investin-
do na produção de itens com
maior valor agregado baseados
nesses minerais.”
Ampliar o conhecimento geoló-
gico, criar mais ferramentas de fi-
nanciamento, tornar mais ágeis
processos de licenciamentos e dar
saltos tecnológicos com recursos
minerais são os velhos desafios do
setor mineral que valem para o no-
vo mercado dos minerais críticos.
Apesar do cenário otimista,
Borges anota uma dose ceticismo
em relação à capacidade o país
surfar bem essa nova onda. “A
gente tem uma boa oportunida-
de pela frente. Mas ao mesmo
tempo a gente sabe que o Brasil
não perde a oportunidade de
perder oportunidades.”
Varejo Ensino Laje corporativa Reestruturação
Noel Prioux, ex- CEO Avaliada em O mercado de Plano de
do Carrefour no R$ 700 milhões, escritórios em recuperação
Brasil, vem a São medicina da São Paulo teve da Americanas
Paulo para olhar Ulbra tem leilão alta na vacância recebe 121
operação de perto B5 paralisado B4 com estoques B2 objeções B5
Valor B
Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Balanços Projeção é de números melhores nos próximos meses

DIVULGAÇÃO

Economia instável mantém

o
resultados do 2 tri fracos
Felipe Laurence
De São Paulo
A temporada de resultados do
segundo trimestre deve manter
o tom dos três primeiros meses
de 2023, sem grandes surpresas,
com o mercado já esperando
uma série de balanços mais fra-
cos das empresas listadas em
bolsa, ainda refletindo o cenário
econômico desafiador. O impor-
tante, segundo analistas ouvidos
pelo Valor, será a sinalização
que essas companhias vão dar
para a sequência do ano.
“A percepção geral que temos
é que a melhora que vimos nos
preços das ações nos últimos
meses, com a expectativa de re-
dução nos juros e melhora na
atividade econômica, não será
corroborada pelos resultados”,
afirma Fernando Ferreira, estra-
tegista-chefe da XP. Ele aponta
que os indicadores macroeconô-
micos fracos mostrados nas últi-
mas semanas reduziram expec-
tativas dos analistas.
A taxa básica de juros do Bra-
sil ainda se mantém em 13,75%
ao ano, patamar próximo ao de
12 meses atrás, e deve se tradu-
zir em um aumento menos ro-
busto nos resultados financeiros
das companhias. O alto custo de
dívidas, no entanto, ainda terá
forte impacto na última linha
dos balanços. A queda de 2% na
atividade econômica em maio,
apontada pelos dados do IBC-Br
divulgados no início da semana,
também cobrará seu preço.
“Os resultados das empresas
devem surpreender pouco o mer-
cado, o primeiro trimestre teve
mais esse papel de ajustar expec-
tativas sobre o que estava aconte-
cendo e os números divulgados
nas próximas semanas devem se
manter bem parecidos com o dos
primeiros meses do ano”, diz Pe-
dro Serra, diretor de pesquisa da
Ativa Investimentos.
Pesquisa feita pelo Bank of
America (BofA) mostra que 65%
dos gestores entrevistados consi-
deram que boa parte do cenário
de resultados mais fracos já se re-
flete nos preços das companhias,
o que reduz as possibilidades de
surpresas negativas e aumenta o
potencial de valorização das
ações caso alguma empresa supe-
re as expectativas para o período.
Para Ferreira, os movimentos
recentes feitos pelas empresas,
como renegociação de dívidas e
oferta de ações para reforçar o ba-
lanço, mostra ao mercado que
elas próprias já esperam uma
continuidade no cenário atual.
“Ainda foi um trimestre desafia-
dor em termos de fundamentos e
a grande questão é se o investidor
vai relevar isso em função do que
vem no segundo semestre.”
Há uma expectativa generali-
zada do mercado de que o Ban-
co Central deve iniciar um pro-
cesso de corte de juros no segun-
do semestre, com o arrefecimen-
to da inflação, o que vai ajudar
diretamente os resultados futu-
ros das companhias. A atividade
econômica mais robusta, com
bancos revisando para cima suas
estimativas de geração do Pro-
duto Interno Bruto (PIB), tam-
bém aumenta perspectiva de
números mais favoráveis nos
próximos trimestres.
Apesar de a maioria dos resul-
tados de segundo trimestre já
estarem precificados, alguns se-
tores podem se destacar positi-
vamente. A Ativa chama atenção
para as empresas de saúde —
que registram menor pressão de
custos — e de construção civil —
dado resultados operacionais
robustos com o aumento de lan-
çamentos e vendas — como dois
exemplos que podem surpreen-
der o mercado. Varejo de alta
renda e bens de capital podem
ter números fortes também, na
avaliação da XP.
WEG e Romi, as empresas que
abriram a temporada de resulta-
dos do segundo trimestre, mos-
traram números distintos, mes-
mo sendo do mesmo setor in-
dustrial. A primeira teve resulta-
dos novamente robustos, com
expansão de margens ao ver
seus custos diminuindo. A Romi,
por sua vez, viu as ações derrete-
rem após faturamento e entrada
de novos pedidos caírem.
“Poucos setores devem mos-
trar aquela resiliência que vimos
no primeiro trimestre por conta
do macroeconômico turbulen-
to”, afirma Jennie Li, estrategista
da XP. Ela lembra que as com-
modities se mantiveram com
preços praticamente estáveis,
mas houve uma valorização ex-
pressiva do real que deve reduzir
ganhos das empresas que atuam
com exportação, como minera-
doras, siderúrgicas e papeleiras.
A Vale apresentou na quarta-fei-
ra uma evolução sequencial na
produção do segundo trimestre,
mas a avaliação dos bancos é que
isso não deve se traduzir em gran-
des ganhos financeiros, com ana-
listas mantendo estimativas de
Ebitda em torno de US$ 4 bilhões
para a companhia, muito por con-
ta da apreciação do câmbio e me-
nor ritmo de vendas no período.
O varejo ligado a alta renda e
shoppings deve manter resulta-
dos robustos no segundo trimes-
tre. Ambos conseguiram retomar
rapidamente o desempenho pré-
pandemia e repassar a alta nos
custos para produtos e aluguéis.
Alguns setores do agro, como o li-
gado a açúcar e álcool, também
devem registrar bom desempe-
nho no período, de acordo com a
estrategista da XP.
Empresas de setores com ala-
vancagem financeira elevada,
como companhias aéreas e loca-
doras de veículos, devem ter re-
sultados mais pressionados. Su-
permercados devem sofrer com
menor inflação, pontua Li.
“Poucos setores
devem mostrar
aquela resiliência
que vimos no
primeiro trimestre
por conta do
macroeconômico
turbulento”
Jennie Li

Pan American investe R$ 3 bi em parques eólicos na Bahia

ANNA CAROLINA NEGRI/VALOR

Renováveis zo de até cinco anos, a partir do iní-

Kariny Leal
Do Rio
A argentina Pan American Energy
(PAE) decidiu entrar no Brasil para
implantar o maior complexo eólico
do portfólio da companhia. Com
atuação em cinco países da América
Latina — Argentina, Bolívia, México,
Paraguai e Uruguai —, a PAE vai in-
vestir R$ 3 bilhões na construção de
parques eólicos que vão ocupar
áreas em seis municípios no centro
do Estado da Bahia: Novo Horizonte,
Boninal, Brotas de Macaúbas, Ibitia-
ra, Oliveira dos Brejinhos e Piatã.
Do total dos aportes, R$ 900 mi-
lhões deverão vir de empréstimos
do Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico e Social (BN-
DES), R$ 300 milhões de financia-
mentos do Banco do Nordeste e
R$ 1,8 bilhão serão aportados com
recursos próprios. O BNDES infor-
mou que o apoio foi aprovado,
mas ainda não desembolsado por
faltarem termos da negociação.
Procurado, o BNB não respondeu.
O investimento da PAE será
aplicado nos parques eólicos e na
infraestrutura do entorno, como a
construção de estradas, melhoria
de vias existentes e contrapartidas
socioambientais — caso da con-
tratação de mão de obra local, ca-
pacitação técnica e educação am-
biental, além de cursos de forma-
ção e qualificação profissional.
A PAE atua na exploração e pro-
dução de petróleo e gás e em refi-
“O Brasil é um no, distribuição e venda de produ-
tos derivados na Argentina e ou-
player global forte tros países da região onde está pre-
sente. Passou a olhar também pro-
na transição jetos de energias renováveis, seg-
energética, com mento que inclui o projeto no Bra-
sil. A companhia nasceu fruto da
muitos recursos fusão da empresa argentina Bridas
— a qual, anos depois, foi incorpo-
naturais e um rada à chinesa CNOOC Limited —
com a Amoco, hoje da BP. Hoje os
grande mercado. acionistas da PAE são a Bridas Cor-
Este é um bom poration e a BP, com 50% cada.
A companhia informa que co-
momento” meçou a estudar a possibilidade de
atuar no Brasil em 2020: “O Brasil é
Enrique Lusso um player global forte na transição
energética, com recursos naturais e
um grande mercado”, diz Enrique
Lusso, vice-presidente de desenvol-
vimento internacional da PAE.
“Acreditamos que este é um bom
momento para começar a atuar no
país pelo nível de expertise da pró-
pria empresa. Nosso mandato no
país é para crescer em renováveis
por cerca de 30 a 40 anos. O primei-
ro investimento é na Bahia, mas
não é o último. Acreditamos que
temos conhecimento para atuar
em outros mercados.”
A PAE assinou acordos comer-
ciais para fornecer ao menos 70
megawatts (MW) médios por pra-
cio das operações na Bahia, que re-
cebeu o nome de Complexo Eólico
Novo Horizonte. A previsão é que
as instalações estejam operando
por completo em 2024. A PAE já
vendeu 36% da energia que o par-
que eólico vai produzir. Segundo a
companhia, foram assinados con-
tratos com a Auren Energia, de Vo-
torantim e CPPIB, e Eneva. A Eneva
confirmou a contratação enquan-
to a Auren, procurada pela repor-
tagem, não quis comentar.
A capacidade instalada será de
423 MW, maior do portfólio de re-
nováveis da PAE. Entre os outros
cinco países em que atua, o único
que tem ativos eólicos é a Argenti-
na: o parque eólico Garayalde,
com sete aerogeradores e 24 MW
de capacidade instalada; e os par-
ques eólicos Chubut Norte III e IV,
com 32 aerogeradores e 140 MW
de capacidade instalada.
No cronograma, a expectativa é
que os 94 aerogeradores da Bahia
comecem a ser entregues em agos-
to. A primeira fase deve iniciar a
geração no fim de 2023. Até março
de 2024 todos os parques devem
estar em operação. Sem divulgar
valores, Alejandro Catalano Du-
puy, diretor-geral da PAE no Brasil,
diz que a estimativa de retorno se-
rá de acordo com a indústria e ali-
nhada ao investimento empenha-
do. “É um investimento de longo
prazo, com vendas de longo prazo.
Vamos começar a vender quando
começarmos a produzir.”
O projeto contempla ainda uma
subestação própria de elevação de
tensão, 79 km de linhas de trans-
missão (500 kV) e ampliação de
uma subestação existente para co-
nectar os parques eólicos ao Siste-
ma Interligado Nacional (SIN).
Segundo Dupuy, a PAE planeja
construir mais parques na mesma
região, mas ainda não tem previ-
são de datas ou investimentos. A
companhia deu início ao processo
de adesão à Câmara Comercializa-
dora de Energia Elétrica (CCEE),
que permitirá a comercialização
de energia no mercado livre. A PAE
também não descarta a entrada no
mercado de eólicas offshore quan-
do este estiver regulamentado no
Brasil. “Temos expertise offshore
em óleo e gás, que poderíamos
aplicar nas eólicas. Estamos aten-
tos, não descartamos isso no futu-
ro”, afirma Enrique Lusso.
Luso ressalta que a companhia
tem acompanhado com atenção
a agenda bilateral que tem sido
desenvolvida entre os presiden-
tes do Brasil, Luiz Inácio Lula da
Silva, e da Argentina, Alberto Fer-
nández: “É necessário desenvol-
ver o potencial de Vaca Muerta,
por exemplo, que pode exportar
o gás para o Brasil”, diz. Desde
que assumiu a presidência, em ja-
neiro, Lula tem dito que avalia
utilizar recursos do BNDES para
financiar exportações e subsidiar
produtos destinados à constru-
ção do gasoduto Presidente Nés-
tor Kirchner, que ligará a reserva
de gás de Vaca Muerta, na Patagô-
nia, à Província de Buenos Aires.
B2 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Empresas Infraestrutura
Imóveis Cidade teve absorção líquida positiva no
segundo trimestre, mas insuficiente para
balancear novas entregas de lajes corporativas
Vacância de escritórios
cresce em São Paulo
com novo estoques
Ana Luiza Tieghi
De São Paulo
O mercado de escritórios em
São Paulo terminou junho com
um pequeno aumento na vacân-
cia. Para especialistas, o movimen-
to ocorreu por causa da nova área
entregue na cidade no segundo
trimestre, que diluiu a demanda.
A consultoria Newmark calcula
a vacância em São Paulo em
24,75% no segundo trimestre, alta
de 0,75 ponto percentual sobre o
primeiro trimestre deste ano. Para
a JLL, outra consultoria do setor, a
vacância subiu 2,4 pontos percen-
tuais em três meses, para 25,6%.
A Newmark estima uma absor-
ção líquida de 42 mil m2 no tri-
mestre, ante uma absorção nega-
tiva 10,8 mil m2 no início do ano.
No entanto, foram 107,5 mil m2
de novos escritórios de alto padrão
entregues na cidade entre abril e
junho, ante zero no primeiro tri-
mestre. “Desde o terceiro trimestre
de 2021 que não batia 100 mil m2
Galpões logísticos seguem com vacância reduzida no país
De São Paulo
O mercado de condomínios lo-
gísticos e industriais segue em toa-
da aposta ao de lajes corporativas
no país. Enquanto o segundo teve
aumento da vacância, os galpões
reduziram em 1,4 ponto percen-
tual a taxa no trimestre, para 9,4%.
O dado é da consultoria JLL.
André Romano, gerente de Ii-
dustrial e logística da consultoria,
afirma com surpresa que o setor
mantém comportamento similar
ao do ano passado, quando ainda
sentia os efeitos da pandemia so-
bre o ecommerce e a demanda por
área de logística. “Estávamos espe-
rando até um pouco mais de esta-
bilidade na vacância”, diz, mas a
demanda continuou similar à do
Braskem investe para melhorar imagem do plástico
Petroquímica
Stella Fontes
De São Paulo
Como parte das iniciativas para
promover a economia circular e o
uso e descarte consciente do plás-
tico, a Braskem, maior produtora
de resinas termoplásticas das
Américas, se lançou no universo
dos parques e de grandes festivais
de música para chegar mais perto
do consumidor final. A aposta, que
está sob o pilar de educação am-
biental da plataforma Wemove,
também responde ao ambicioso
plano da companhia de chegar a 1
milhão de toneladas de produtos
com conteúdo reciclado até 2030 e
outras metas ESG estabelecidas pa-
ra as próximas décadas.
Grandes marcas que falam di-
retamente ao consumidor final,
como Natura e Heineken, já ex-
ploram essa rota há algum tempo
e vêm colhendo resultados positi-
vos. Foi justamente uma expe-
riência de sucesso nesse terreno,
que logo mais chega às pratelei-
ras das lojas da Natura na forma
de embalagens plásticas a partir
de entrega”, diz Mariana Hanania,
diretora de pesquisa de mercado
da companhia. A empresa conta
quatro novos prédios no trimestre,
na Barra Funda, Chácara Santo An-
tônio, Berrini e Vila Olímpia.
A JLL captou a mesma tendência
de alta da absorção líquida. Para
Yara Matsuyama, diretora de loca-
ção de escritórios, esse é um dos
destaques do trimestre. “Sinaliza
uma reação do mercado”, afirma.
Ela ressalta o fato de duas re-
giões que vinham sofrendo mais
para atrair locações depois da
pandemia, Alphaville e Barra
Funda, terem registrado boa ab-
sorção, de 13 mil m2 e 7 mil m2.
Dados da Newmark também
apontam aumento do preço mé-
dio pedido pela locação dos es-
critórios de alto padrão, de R$
91,77/m2. “Não saíamos do pata-
mar de R$ 87 a R$ 89 há dois
anos”, diz Hanania.
Ela explica que não há, ao me-
nos por ora, tendência de aumento
de preço, mas uma combinação de
primeiro trimestre. Parte dos no-
vos espaços que seriam entregues
também foram adiados.
Houve entrega de 311,8 mil
metros quadrados de galpões
no período, com absorção líqui-
da — diferença entre o que é lo-
cado e o que é devolvido — de
653,8 mil metros quadrados.
Romano destaca que essa ab-
sorção foi quase o dobro do regis-
trada no primeiro trimestre. “Esta-
mos vendo algumas grandes loca-
ções demorando para sair, mas
saindo”. Segundo o gerente, as in-
dústrias de autopeças e de alimen-
tos e bebidas têm feito locações
importantes, enquanto o varejo
ainda realiza algumas devoluções.
Gilson Schillis, fundador e
CEO da Fulwood, que desenvolve
Ana Laura Sivieri, da Braskem: no momento de lazer, consumidor aprende e se engaja mais em relação ao destino dos resíduos
de resíduo plástico gerado de fes-
tival de música, que levou a Bras-
kem, uma empresa do circuito
B2B (“business-to-business”), a
patrocinar o Rock in Rio.
“O patrocínio a parques e festi-
vais muda, de fato, o comporta-
mento do consumidor em relação
novo estoque com preço mais alto
e devoluções em edifícios nobres,
que voltaram ao mercado com
preços elevados. É o caso de pré-
dios ocupados por bancos na Faria
Lima, que tiveram devoluções no
primeiro trimestre, por exemplo.
“São prédios boutique que cobram
R$ 350 o m2, mas que são rapida-
mente absorvidos”, diz.
A canadense Brookfield, maior
proprietária de escritórios no país,
com 640 mil m2 prontos e 120 mil
em desenvolvimento, tem dois
projetos para serem entregues em
São Paulo no mês, o Passeio Paulis-
ta, na Consolação, e O Parque, na
região da Chucri Zaidan. O primei-
ro já tem uma área pré-locada de 6
mil m2. Segundo a JLL, o locatário é
a operadora de turismo Copastur.
Roberto Perroni, CEO da Brook-
field Properties no Brasil, diz que o
ano começou “melhor do que o es-
perado” para a companhia. “Após
eleição, normalmente começa
muito lento, mas para nós tem si-
do bastante movimentado”.
e loca condomínios industriais e
logísticos, também nota uma
volta de demanda no segmento
de autopeças e de metalurgia.
Sua companhia entregou no fi-
nal de junho um condomínio lo-
gístico próximo de São Roque (SP)
com 61 mil metros quadrados de
área locável, e tem um milhão de
metros quadrados sob gestão.
Segundo ele, o mercado está
“com giro muito baixo”, mas as
áreas devolvidas estão sendo re-
locadas. A empresa trabalha hoje
com 4,5% de vacância.
Roberto Perroni, CEO da Bro-
okfield Properties no Brasil, afir-
ma que o primeiro trimestre foi o
melhor da história para a empre-
sa no segmento de condomínios
logísticos em São Paulo, e a per-
ao destino dos resíduos. No mo-
mento de lazer, ele aprende e se
engaja mais”, disse ao Valor a dire-
tora de Marketing da Braskem,
Ana Laura Sivieri. “O plástico tam-
bém tem atributos positivos e não
estamos buscando, necessaria-
mente, um reconhecimento da
Yara Matsuyama, diretora de locações de escritórios da JLL, apesar do aumento na vacância, há reação do mercado
Ele afirma que a empresa já fe-
chou 20 mil m2 em locações neste
ano e que tem outros 35 mil em fa-
se de minuta de contrato. Ainda
que a demanda esteja aquecida, o
tempo de decisão está mais lento,
segundo o executivo. “Não vemos
urgência em assinar, como antes”.
A empresa tem sentido em seus
próprios prédios evolução da ocu-
pação dos escritórios. Segundo
Perroni, a presença estava em 70%
no começo do ano, na compara-
ção com 2019, e passou para 80%,
chegando a 100% ou 120% de ter-
cepção é de que o segundo tri-
mestre também será positivo. A
companhia tem 94% de ocupação
em seus espaços. São 260 mil me-
tros quadrados de condomínios
logísticos em operação e outros
610 mil em desenvolvimento.
Há, no entanto, uma mudança
de comportamento. Antes empre-
sas de comércio eletrônico loca-
vam prédios que ainda levariam
um ano e meio para ficarem pron-
tos. “As locações não estão aconte-
cendo mais com tanta antecedên-
cia, mas quando está próximo de
ser entregue, é locado”, diz.
Tanto a Fulwood quanto a Bro-
okfield têm projetos em Extrema
(MG), que atraiu diversos empre-
endimentos industriais e de logís-
tica nos últimos anos. Um dos seus
LEONARDO RODRIGUES / VALOR
marca”, acrescentou. De fato, a pe-
renidade do negócio da Braskem
depende da imagem junto ao con-
sumidor final, mesmo que ele des-
conheça que o que consome se ori-
ginou de uma de suas resinas.
A partir dessa constatação, do
foco em educação e na mudança
ça a quinta-feira, pico presencial
para o trabalho híbrido.
Marina Cury, presidente da
Newmark no Brasil, conta que
empresários já consultam a em-
presa pensando em viabilizar a
volta completa ao modelo pre-
sencial, cinco dias por semana.
Enquanto isso, pesquisa da
McKinsey divulgada neste mês,
com dados de 24 cidades dos Esta-
dos Unidos, Alemanha, França, Es-
panha, Reino Unido, Japão e Chi-
na, aponta que a presença nos es-
critórios caiu 30% entre 2019 e ou-
atrativos são benefícios fiscais do
governo mineiro. A reforma tribu-
tária pode modificar essa situação,
mas Schillis e Perroni afirmam que
a região deve continuar um hub.
“Não tem como acabar, quem
está lá, está em um eixo entre
Campinas e o acesso ao Rio, pró-
ximo de Guarulhos, a 400 km da
região de Belo Horizonte, a área
se justifica por si só”, diz Schillis.
Para Romano, se os incentivos
forem reduzidos ou acabarem,
pode haver impacto na cidade,
mas a reforma também gera ga-
nhos ao setor. “Vamos ter defini-
ção sobre os impostos, e os grin-
gos, principalmente, gostam mui-
to disso”, diz. “Temos clientes es-
trangeiros se movimentando para
aumentar sua área aqui”. (ALT)
de hábitos e de uma pesquisa feita
junto com a Ipsos, a petroquímica
reavaliou sua carteira de patrocí-
nios e nasceram novas parcerias,
como as com a Urbia no Parque
Ibirapuera, em São Paulo, e com o
próprio Rock in Rio — que chega
em breve ao The Town, produzido
pelos mesmos organizadores do
icônico festival carioca. No primei-
ro evento paulistano, a expectativa
é de deixar de gerar 10 toneladas
de resíduo plástico por dia.
Na frente dos parques há, por
enquanto, um único parceiro, po-
rém de peso, com 1,3 milhão de
visitantes por mês. Desde o ano
passado, a Braskem se juntou ao
Ibirapuera em seus esforços para
se tornar aterro zero e parque
mais sustentável da América Lati-
na até 2025. Até maio deste ano, a
parceria resultou na destinação
de 102 toneladas de resíduos pa-
ra reciclagem, das quais 56 tone-
ladas de plástico. Por mês, são 7
toneladas de recicláveis, ou 4 to-
neladas de plásticos, desviadas
dos aterros. No parque, foi mon-
tada uma central de reciclagem
para diferentes materiais e os or-
gânicos viram adubo.
CLAUDIO BELLI/VALOR
tubro do ano passado. Em um ce-
nário moderado, a consultoria
projeta uma demanda por escritó-
rios 13% menor em 2030 do que
antes da pandemia, o que levaria a
uma perda de valor de US$ 800 bi-
lhões para o setor. No pior cenário,
a queda de demanda seria de 38%.
Em São Paulo, já é esperado que
a vacância suba um pouco no ano,
por causa das novas entregas, que
devem seguir nos próximos tri-
mestres. A expectativa da JLL é de
que ao menos mais 100 mil m2
cheguem ao mercado paulistano.
SILVIA ZAMBONI/VALOR
“As locações não
estão acontecendo
mais com tanta
antecedência, ”
Roberto Perroni
No The Town, contou Ana Laura,
o foco da Braskem segue na educa-
ção e no incentivo ao consumo
consciente, descarte correto e reú-
so dos materiais de plástico. Mas
com uma inovação em relação a
outros festivais: a reutilização do
copo de plástico. A proposta é que
o público use o mesmo copo, feito
de plástico mais rígido, ao longo
do evento, substituindo os descar-
táveis, na compra de bebidas de
determinadas marcas. “Vamos in-
centivar atitudes sustentáveis, seja
o consumo consciente, seja o des-
carte correto”, acrescentou.
De acordo com Rodolfo Medi-
na, um dos sócios e filho do
idealizador do Rock in Rio, Ro-
berto Medina, a experiência já
foi feita em Portugal e também
deve gerar resultados no Brasil.
“Somos um canal de comunica-
ção importante e temos cons-
ciência disso”, ressaltou.
No The Town, os participantes
deverão atrelar a compra inicial do
copo e da bebida ao seu CPF, por
meio de um cadastro em um es-
tande da Braskem. Após receber a
alça para o copo, haverá desconto
na compra da bebida e sorteios.
 Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | B3

Empresas Indústria

Energia Brasileira e chinesa firmaram um acordo para fornecimento de equipamentos fotovoltaicos

MTR e Risen fazem parceria em módulo solar

Energia comercializou no primeiro semes-
tre mais de 750 MW em equipa-
no desenvolvimento de novos pro-
jetos no país, o que fez crescer mui-
até janeiro estão dentro da lei an-
tiga. Ou seja, há um pipeline de
DIVULGAÇÃO

Robson Rodrigues
De São Paulo
A comercializadora de equipa-
mentos para usinas de geração so-
lar MTR Solar e a fabricante chine-
sa de módulos fotovoltaicos Risen
anunciaram parceria para forneci-
mento de equipamentos. Ao todo
serão 2 milhões de módulos sola-
res destinados a atenderem usinas
de minigeração de 1 a 5 megawatts
(MW) de capacidade instalada.
Do total, cerca de 600 mil mó-
dulos serão fabricados com estru-
tura de liga de aço, de maior resis-
tência em relação às estruturas de
alumínio. A MTR já é distribuidora
da Risen na América Latina e agora
firma novo contrato de equipa-
mentos com as novas estruturas.
Ao Valor, o CEO da MTR Solar,
Thiago Rios, disse que a empresa
mentos solares, crescimento de
45% em relação ao mesmo período
do ano anterior. A meta para 2023
é gerar negócios que cheguem a
1,5 GW em equipamentos.
“A previsão é de 2 milhões de
módulos, que representam cerca
de 1,5 GWp, sendo que esta tecno-
logia [com estrutura de aço] repre-
senta 30% da venda, ou seja, 600
mil módulos (...). Estamos falando
em US$ 400 milhões”, diz Rios.
Ele diz que os clientes são fun-
dos de investimentos, bancos e
comercializadoras que investem
em projetos de geração distri-
buída e se capitalizam no mer-
cado de modo que os aportes es-
tão atrelados a estes parceiros.
A sanção do marco legal da ge-
ração distribuída pelo ex-presi-
dente Jair Bolsonaro, em janeiro de
2022, criou um senso de urgência
to a demanda por equipamentos.
Isso ficou conhecido no setor co-
mo uma “corrida pelo sol” para ga-
rantir o subsídio com gratuidade
da cobrança da tarifa de uso da re-
de das distribuidoras, a Tusd.
As empresas que protocola-
ram os pedidos de acesso à rede
até 6 de janeiro de 2023 estão
isentos da cobrança, mas preci-
sam correr, já que após emissão
das concessionárias do docu-
mento técnico informando as
condições de acesso à rede de
distribuição (parecer de acesso,
no jargão do setor), as empresas
têm prazo determinado para
operacionalizar os projetos, sob
pena de perderem o benefício.
Segundo Rios, os equipamen-
tos chegam ao Brasil para colocar
de pé estes projetos previstos.
“Todos os projetos protocolados
projetos semi-implantados ainda
antes do marco legal. Por isso o
mercado está aquecido”, afirma.
A lei instituiu a cobrança gra-
dual até chegar a 29% em 2029. O
executivo acredita que o merca-
do deve continuar movimentado
por conta da queda do dólar, re-
dução dos preços dos equipa-
mentos e queda no frete. E mes-
mo com a estruturação de finan-
ciamento alta por conta da taxa
Selic, ele crê que o retorno ainda
compensará aos consumidores.
“Os projetos
protocolados até
janeiro ainda estão
dentro da lei antiga”
Thiago Rios

Renováveis precisam de uma política industrial verde

De São Paulo
Diante de um forte movimen-
to global na busca de uma econo-
mia de baixo carbono, o Brasil
precisa de uma política indus-
trial verde que dê sinais claros
para o desenvolvimento do setor.
No tabuleiro de transição
energética, para presidente da
Associação Brasileira de Energia
Eólica (Abeeólica), Elbia Gan-
noum, importa ao Brasil se apre-
sentar como peça-chave, uma
vez que possui abundância de
recursos naturais necessários
em comparação com as demais
economias do mundo. Entretan-
to, segundo ela, a indústria de
renováveis vive um paradoxo: ao
passo que cresce com força com-
petitividade, esse mesmo setor
está fadado a ciclos de crises, se
alguns ajustes não forem feitos.
“Por ser uma indústria de capi-
tal intensivo, ela é uma indústria
de longo prazo. As decisões de
hoje trazem resultados depois
de anos. Se quisermos ter uma
indústria perene, é preciso ali-
mentar e retroalimentar essa ca-
deia de inovação”, alerta.
60%
da capacidade eólica
industrial é chinês
Nas palavras da dirigente, o
meio para evitar ciclos de investi-
mentos seguidos de crises, é neces-
sário um “braço forte de políticas
de renováveis nas economias” di-
recionando ao segmento. Europa
e China implementaram pacotes
verdes com políticas para o setor.
O mais notável destes projetos es-
teja acontecendo nos EUA, com o
Inflation Reduction Act (IRA), que
garante investimentos na agenda
climática voltado a atrair recursos
para o segmento de energia limpa.
Especificamente no setor de
energia eólica, em que Gannoum
atua, o mundo comemorou recen-
temente a marca de 1 terawatt de
capacidade instalada. Entretanto,
dados da Agência internacional de
energia mostram que para o mun-
do atingir o NET Zero em 2050, os
investimentos precisam quadru-
plicar em 2030. O fato é que a ca-
deia produtiva tem sido muito
pressionada nos últimos anos.
O relatório do Conselho Global
de Energia Eólica chegou a conclu-
são de que se o ocidente não en-
tender que a indústria de renová-
veis precisa de apoio, a China deve
dominar a cadeia de produção.
Hoje, 60% da capacidade indus-
trial do setor está no país asiático,
19% na Europa e apenas 4% na
América Latina. Os reflexos da
pandemia, a alta demanda global,
a inflação de commodities, entre
outras coisas, têm impactado os
fabricantes do setor.
EUA e Europa devem enfrentar
falta de equipamentos para ener-
gia eólica em 2025 e 2026. Neste
contexto, o Brasil tem um papel
fundamental, já que é o sexto país
do planeta com mais potência.
No entanto, a decisão da GE
Renewable Energy de suspender
a produção de novas turbinas
eólicas e a paralisação da produ-
ção da Siemens Gamesa deixou o
setor em estado de atenção.
Numa fotografia de curto pra-
zo, a percepção de Gannoum é que
o país passa por uma desindustria-
lização da energia eólica. Entre os
fatores que explicam isso está o
baixo crescimento da economia e
a fraca demanda por energia.
“Temos muitos problemas de
mercado. Estamos vivendo uma
crise conjuntural na indústria de
renováveis no Brasil. Os geradores
não estão assinando contratos,
porque não tem leilão regulado. O
mercado livre não está assinando
contratos porque o PLD [referên-
cia de preço no curto prazo] está
muito baixo. Não há mercado no
Brasil no curto prazo”, explica.
No horizonte, o setor quer a re-
gulamentação da atividade de eó-
licas em offshore (alto-mar) e um
projeto de lei para o hidrogênio
gerado a partir de fontes linhas. Pa-
ra isso, não há necessidade de sub-
sídios, mas, sim, de produzir um
marco regulatório que atraia in-
vestimentos para iniciar o proces-
so de “neoindustrialização”. (RR)
B4 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Empresas Serviços&Tecnologia
EnsinoFundo ligado ao banco Master é o maior credor da universidade e candidato a ficar com o ativo
Avaliada em R$ 700 milhões, faculdade de
medicina da Ulbra tem leilão paralisado
Beth Koike
De São Paulo
Vendida no começo do ano
passado, quando já estava em re-
cuperação judicial, a Universida-
de Luterana do Brasil (Ulbra) está
leiloando sua faculdade de medi-
cina, avaliada em cerca de R$ 700
milhões. O ativo, considerado a
joia da coroa da instituição de
ensino gaúcha, já tem pratica-
mente um dono definido, o fun-
do Calêndula, ligado ao banco
Master.
O fundo, único inscrito no lei-
lão, pretende pagar a faculdade
de medicina com os créditos ad-
quiridos, com deságio de cerca de
90%, dos detentores das dívidas
da Ulbra, nos últimos anos.
Atualmente, o Calêndula é o
maior credor da Ulbra, com cerca
de R$ 2 bilhões (valor de face) da
dívida da instituição de ensino
que tem um passivo total estima-
do em R$ 9 bilhões. Deste total,
aproximadamente R$ 5 bilhões
são débitos tributários e a outra
fatia são dívidas financeiras, tra-
balhistas e com fornecedores.
No entanto, o leilão que deve-
ria ter sido concluído na terça-
feira está paralisado. Isso porque
a transação está sendo questio-
nada pelo empresário Fernando
Pinto Costa, fundador da Univer-
sidade Brasil e Uniesp. Costa foi
acusado — e chegou a ser preso —
de cometer fraudes envolvendo a
venda de vagas de cursos de me-
dicina e no Fies (programa de fi-
nanciamento estudantil do go-
verno federal), em operações da
Polícia Federal, nos últimos anos.
Na semana passada, Costa en-
trou com ação judicial pleiteando
o cancelamento do leilão da facul-
dade de medicina, alegando que é
o verdadeiro dono da Ulbra e que a
venda do ativo não poderia ser rea-
lizada. “Tal deliberação ocorreu
sem a anuência, consulta ou con-
cordância dos reais sócios da recu-
peranda”, diz trecho da petição,
protocolada na 4ª Vara de Canoas,
no Rio Grande do Sul.
FSB se divide em duas
holdings e abre espaço
para novos sócios
Comunicação
André Ítalo Rocha
De São Paulo
A FSB, maior agência de comu-
nicação corporativa do país, agora
é uma holding. A companhia, que
abarca outras nove marcas, vai se
dividir em duas outras holdings,
uma para clientes do setor privado
e outra para o setor público, em
uma estrutura que abre mais espa-
ço para que talentos em ascensão
se tornem sócios, reduzindo aos
poucos a participação do funda-
dor Francisco Soares Brandão.
A holding vai manter o nome FSB,
e a agência de comunicação vai se
transformar em RP Brasil. “Decidi-
mos subir a marca porque é a que es-
tá mais exposta aos clientes, com re-
conhecimento e credibilidade. Se o
cliente usar qualquer um dos nossos
serviços, saberá que está bem, por-
que está embaixo da holding FSB”,
diz o CEO, Marcos Trindade.
Embora a FSB seja mais conheci-
da pelo seu trabalho em relações
públicas, a companhia tem se di-
versificado. Atua, por exemplo, em
redes sociais, treinamento, com-
pliance e análise política. Também
fez pesquisas eleitorais para o BTG
Pactual em 2018 e 2022.
Entre as marcas que fazem parte
do grupo estão nomes como Lou-
res, Giusti e JotaCOM, incorpora-
das por meio de aquisições. E há
dois negócios que a FSB está ava-
liando comprar.
DIVULGAÇÃO
Calêndula e a WNT Capital injeta-
ram cerca de R$ 300 milhões no
negócio, considerando a soma dos
aportes de ambas. Se o Calêndula
conseguir comprar a faculdade de
medicina no leilão, usando os cré-
ditos comprados dos credores, o
plano é vender o ativo por R$ 700
milhões, no mínimo.
O Calêndula começou a com-
prar as dívidas da Ulbra há cerca
de três anos e ao, longo desse pe-
ríodo, tornou-se o maior credor.
Em dezembro, o plano de recu-
peração judicial foi aprovado
prevendo o uso de créditos de dí-
vida para aquisição de ativos da
instituição — um formato de
operação legal adotado por ou-
tras empresas do mercado.
Fundada há 50 anos, a Ulbra en-
frenta dificuldades há mais de
duas décadas. Entre 1999 e 2009,
perdeu o certificado de filantropia
o que a levou a acumular passivos
tributários. Em paralelo, houve
acusações de gestão fraudulenta.
A polêmica mais recente ocor-
reu há dois meses, envolvendo a
tentativa da Ulbra, já sob a gestão
dos novos donos, de abrir quase 1
mil vagas de medicina via liminar e
sem qualquer aval do MEC. A
União conseguiu derrubar a medi-
da antes do início das aulas.
O leilão da faculdade de medicina da Ulbra, sediada em Canoas (RS), está sendo contestado por Fernando Pinto Costa, fundador da Universidade Brasil e Uniesp Procurados pelo Valor, a Aelbra
[mantenedora da Ulbra] infor-
A Ulbra foi vendida em janeiro Ulbra, em conjunto com o Mas- memorando de entendimento faculdades de medicina em crise mou que “refuta todas as alega-
de 2022 à Rede Evolua, uma em- ter, instituição financeira espe- (MOU), no qual Costa e Melke financeira. Na época, havia cerca ções” de Costa. Em nota, diz ainda
presa que também comprou o co- cializada em comprar empresas (ex-advogado de Costa) figuram de oito instituições de ensino que “todas as acusações foram te-
légio Palmares e a escola Equilí- em crise, segundo fontes. como intervenientes anuentes. nessa situação — uma delas era a cidas por uma pessoa totalmente
brio, de São Paulo. Estas duas aqui- Costa, fundador da Universi- “O senhor Fernando [Costa] vem universidade gaúcha. alheia à recuperação judicial e
sições ainda não foram quitadas dade Brasil, afirma na petição a ser o controlador final da A ideia inicial era unir essas fa- que, por haver sido investigada e
integralmente, apurou o Valor. que a Ulbra foi adquirida por Uniesp , no nível da pessoa física, culdades às escolas de medicina presa recentemente, busca retor-
A Evolua é controlada por R$ 40 milhões e que esses recur- que adquiriu a Aelbra [controla- da Universidade Brasil, controla- nar ao mercado com a repetição
Carlos Melke, advogado que foi sos vieram de um financiamento dora da Ulbra] e figura como in- da por Costa. Porém, esse plano de práticas passadas, totalmente
braço direito de Costa por mais de R$ 60 milhões, cujo garanti- terveniente anuente no MOU”, não foi adiante devido aos pro- rejeitadas pelos novos controla-
de 20 anos. Como o empresário dor do empréstimo foi seu filho, diz o texto da petição cessos judiciais contra o empre- dores da Aelbra. Por quanto mais
estava impedido legalmente de Sthefano Pinto da Costa. O em- A aquisição da Ulbra faz parte sário. Ele foi inocentado da Ope- não sejam absurdas as colocações
assinar documentação como préstimo veio da gestora WNT de um projeto que começou a ser ração Vagatomia (vagas de medi- feitas, o histórico de fraudes desse
comprador da Ulbra devido às Capital, que tem entre seus co- desenhado há cerca de quatro cina), da PF, em dezembro de agente já o afastaria de qualquer
acusações da Polícia Federal, tistas o banco Master, seu dono anos, com a participação de Cos- 2022, mas ainda responde judi- negócio com a Aelbra.”
Melke assumiu essa tarefa. Ocor- Daniel Vorcaro, entre outros in- ta, Melke e Master. Além deles, o cialmente por fraudes no Fies. Procurados pelo Valor, o Master
re que o empresário e seu advo- vestidores. empresário Nelson Tanure tam- A Ulbra é a primeira aquisição informou não ter envolvimento no
gado tiveram desentendimentos Na ação, o empresário alega bém demonstrou interesse, mas feita, seguindo o plano de adquirir litígio em questão, Costa não quis
e romperam relações. Melke ainda que, em 16 de fevereiro de acabou não entrando no negó- faculdades de medicina em crise comentar e Tanure diz que não
continuou a tocar a operação na 2022, a Rede Evolua celebrou um cio. O plano previa a aquisição de financeira. Estima-se que o fundo participa do projeto da Ulbra.
Marketing cor-de-rosa
A fabricante de brinquedos Mattel
aposta em uma campanha de
marketing massiva para “Barbie”, filme
que estreou nesta quinta-feira nos
cinemas do Brasil. Foram fechados
contratos com dez marcas no país, com
um portfólio variado, de roupas a um
hambúrguer com molho cor-de-rosa. A
companhia informa que lançará
“A holding FSB será uma gestora produtos licenciados de pelos menos
de portfólio, fazendo a gestão da re- outras cem marcas ainda neste mês de
putação dos clientes. Esse é o nosso julho. A própria Mattel lançou uma
posicionamento”, diz Trindade. linha especial de bonecas para o filme,
“Nosso objetivo é fazer da reputação
das empresas e das organizações
com preços a partir de R$ 349,99. As
varejistas Renner, C&A e Riachuelo
uma geradora de resultados.” lançaram linhas de roupas exclusivas,
Com uma equipe de 1,4 mil pes- com peças nas categorias feminina,
soas, aFSBtem330clientes— 300do masculina e infantil. A Riachuelo lançou
setor privado e 30 do setor público. itens de cama, mesa e banho, incluindo
A projeção de receita para este ano é utensílios de cozinha, toalhas, jogos de
de R$ 510 milhões, uma alta de 20% lençol e capas de almofada. O Burger
em relação aos R$ 420 milhões de King apostou em um molho cor-de-rosa
RUBENS CAVALLARI/FOLHAPRESS
2022. Cerca de 70% do faturamento em seu hambúrger temático da Barbie,
vem de clientes privados. vendido a R$ 36,90. A ação da Mattel
A holding que cuida da área subiu 1% nesta quinta, para US$ 21,20,
privada está sendo comandada na Nasdaq. Nos últimos 12 meses, a
por Alexandre Loures. Já a parte queda é de 5,2%. (Ana Luiza de
pública fica sob os cuidados de Carvalho, de São Paulo)
Renato Salles. Os dois, junto com
Trindade, fazem parte dos 11 só-
cios da FSB, um número que ten-
Curta
de a aumentar, uma vez que a
holding tem um programa que
incentiva talentos da casa a cres-
Sinqia aceita proposta de R$ 2 bi
cerem internamente a ponto de GPA recusa oferta
entrarem na sociedade.
O programa de sócios da FSB já
Software ferenciais mandatoriamente res-
gatáveis classe A (PNA) e classe B
taxa Selic, calculada sobre o valor
base de R$ 27,50, entre esta data e a
O conselho de administração
do GPA recusou nesta quinta-feira
conta com 110 pessoas, dos quais Victoria Netto (PNB) da Evertec BR. data da conclusão da operação. O (20), por unanimidade, a nova
20 estão logo abaixo das hol- De São Paulo O acordo também prevê o res- valor da atualização não poderá oferta feita pelo empresário co-
dings e outros 90 estão espalha- gate da totalidade dessas novas ultrapassar R$ 1,00 por ação PNA, lombiano Jaime Gilinski para
dos pelas unidades operacionais. O conselho de administração da ações preferenciais da Evertec BR exceto em situações específicas. aquisição de 51% de participação
A expectativa é que a participa- Sinqia, provedora de softwares pa- mediante pagamento em dinheiro A Evertec também se compro- da companhia no Grupo Éxito por
ção do fundador vá caindo com o ra o sistema financeiro, firmou e da entrega de BDRs Nível I admi- meteu a promover um programa US$ 586,5 milhões. Os conselhei-
tempo. Hoje, está em 50%. Daqui nesta quinta-feira um acordo com tidos à negociação na B3. de recompra de BDRs admitidos à ros entenderam que o preço ofer-
a dois anos, deve ser reduzida a a Evertec, sediada em Porto Rico. O Cada ação PNA da Evertec BR se- negociação na B3 após o fecha- tado “não atende parâmetros ade-
30%. “A holding dá a oportunida- plano prevê a combinação de ne- rá resgatada no fechamento da mento da operação. quados de razoabilidade financei-
de para que nossos sócios e exe- gócios com a Evertec BR por meio operação por R$ 24,47, enquanto O fechamento da operação está ra para uma transação visando a
cutivos tenham possibilidade da incorporação das ações da com- cada ação PNB será resgatada por sujeito à aprovação pelos acionistas uma participação de controle e,
também de atingir novos pata- panhia. O negócio deve movimen- meio da entrega de BDRs lastrea- daSinqia,àobtençãode“waiver’dos portanto, não atende o melhor in-
mares de carreira”, diz Brandão. tar mais de R$ 2 bilhões. dos em 0,014354 ações de emissão titulares de debêntures, bem como teresse do GPA e de seus acionis-
As partes concordaram com a da Evertec, cujo valor nesta data registro dos BDRs Nivel I patrocina- tas”. O GPA reforçou que a segre-
Este texto foi originalmente venda de 100% das ações da Sinqia equivale a R$ 2,72. dospelaEvertecjuntoàComissãode gação dos negócios do GPA e do
publicado pelo Pipeline, o site de à Evertec, com a atribuição aos Ao valor do resgate das ações Valores Mobiliários (CVM) para ne- Éxito, conforme já anunciada ao
negócios do Valor Econômico acionistas da Sinqia de ações pre- PNA será acrescida a variação da gociação na B3. mercado, continua em evolução.

Empresas Serviços&Tecnologia
VarejoNão houve avanço na definição de alíquota intermediária de imposto entre Fazenda e empresas
Taxa para importados fica em banho-maria
Adriana Mattos
De São Paulo
O ministro da Fazenda, Fernan-
do Haddad, precisa de tempo para
ver se o ambiente político abre es-
paço para a negociação de uma
nova alíquota de imposto de im-
portação de remessas internacio-
nais. Essa foi a conclusão de repre-
sentantes presentes em reunião na
quarta-feira (19), entre Haddad, a
Confederação Nacional da Indús-
tria (CNI) e o Instituto para o De-
senvolvimento do Varejo (IDV).
Não houve avanço na definição
de uma alíquota intermediária,
que fica zerada para envios de até
US$ 50 ao país a partir de 1 o de
agosto para plataformas estran-
geiras que se adequarem a um pro-
grama de conformidade. Na práti-
ca, não é um cenário confortável
para redes e fabricantes nacionais,
que defendem uma isonomia tri-
butária e se opõem à posição das
plataformas, favoráveis à isenção.
Não foram apresentadas alí-
quotas pelos setores no encontro,
Americanas tem
121 objeções
contra seu plano
Rodrigo Carro
Do Rio
O prazo para apresentação de
objeções contra o plano de recu-
peração judicial protocolado pe-
la Americanas terminou na quar-
ta-feira (19) com alguns de seus
principais credores financeiros
se manifestando contra a pro-
posta de pagamento da varejista.
BTG Pactual, Santander e mais de
30 gestoras e fundos de investi-
mento, além da Virgo Compa-
nhia de Securitização e da Vórtx
DTVM, registraram objeções na
Justiça no último dia de prazo. Ao
todo, ao longo do prazo de 30
dias corridos — contados a partir
da publicação de edital previsto
na lei de recuperação de empre-
sas e falências — foram apresen-
tadas 121 objeções contra o pla-
no de recuperação judicial, se-
gundo apurou o Valor.
Basta uma única objeção para
que seja convocada Assembleia
Geral de Credores (AGC) para
deliberar sobre o plano. Na mais
recente lista de credores da
Americanas, o banco BTG Pac-
tual aparece com R$ 3,5 bilhões
a receber. O Santander é deten-
tor de outros R$ 3,5 bilhões em
créditos contra a varejista, de
acordo com relação protocolada
na Justiça em junho.
A Virgo Companhia de Securi-
tização é listada como credora
da Americanas em R$ 204,4 mi-
lhões. Na verdade, a empresa é
agente fiduciário (“trustee”) que
representa um grupo de aproxi-
madamente 200 detentores de
títulos do Hortifruti Natural da
Terra. A rede de varejo alimentar
foi adquirida pela Americanas
em 2021 por R$ 2,1 bilhões e é
um dos ativos colocados à venda
como parte do plano de reestru-
turação da companhia.
Além das petições do BTG Pac-
tual, do Santander e da Virgo, fo-
ram apresentadas também na
quarta-feira contestações da
Vórtx Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários; de um gru-
po de dez gestoras de recursos; e
da Oliveira Trust Distribuidora
de Títulos e Valores Mobiliários
— agente fiduciário responsável
pela emissão de R$ 2,16 bilhões
de debêntures — em conjunto
com mais de 20 fundos de inves-
timento e gestoras. A Vórtx, nes-
te caso, também representa de-
benturistas da Americanas.
Na visão da Vórtx, assessorada
pelo escritório Felsberg Advoga-
dos, o plano de recuperação ju-
dicial da Americanas contém
“ilegalidades” como, por exem-
plo, “a proibição de litigar contra
as recuperandas [Americanas],
empresas do grupo, acionistas e
administradores.”
mas há estudos em andamento
por parte do IDV. Ainda foram en-
tregues relatórios que preveem o
fechamento de lojas e a perda de 2
milhões de empregos no varejo e
de 500 mil na indústria, como re-
flexo da alíquota zero.
Ao fim da reunião, o secretário-
executivo do Ministério da Fazen-
da, Dario Durigan, foi questionado
por repórteres se haveria espaço
para mudanças nas regras válidas
a partir de agosto, e ele disse ape-
nas que esse é um programa “vivo”,
sinalizando que pode passar por
ajustes, mas sem citas aspectos.
Segundo fontes, Haddad apoia
a criação de uma alíquota interme-
diária, mas o presidente Luiz Iná-
cio Lula da Silva e outros membros
do PT são favoráveis à isenção, atre-
lada à adequação a um programa
que normatiza as importações, o
Remessa Conforme.
No cenário atual a ideia de defi-
nir uma nova alíquota vai ficar em
banho-maria por alguns meses,
apurou o Valor. “Achamos que o
assunto não avança agora, mas até
Manifestação apresentada pe-
los administradores judiciais na
semana passada informa que o
valor atualizado dos créditos de-
tidos pelos debenturistas do
Grupo Americanas é superior a
R$ 5,25 bilhões. Os detentores de
bônus, por sua vez, têm pouco
mais de US$ 1 bilhão em créditos
contra a Americanas.
“A estrutura do plano deixa
muito a desejar em vários aspec-
tos”, comenta Thomas Felsberg,
sócio fundador do Felsberg Ad-
vogados, que representa deben-
turistas com cerca de R$ 2,5 bi-
lhões em créditos a receber da
Americanas. “As opções [de pa-
gamento] oferecidas não se
ajustam ao mercado de capi-
tais”, acrescenta o advogado, re-
ferindo aos prazos de pagamen-
to e aos percentuais de deságio
propostos.
Em sua petição, o BTG Pactual
requer que seja convocada as-
sembleia geral de credores
(AGC) e manifesta sua discor-
dância em relação a sete pontos
previstos no plano de recupera-
ção. Dentre os itens destacados
negativamente estão a “previsão
de aumento de capital apenas na
ordem de R$ 10 bilhões” e o “de-
ságio não inferior ao percentual
de 60% previsto para as modali-
dades de pagamento dos credo-
res quirografários [aqueles sem
garantia real].”
Já os advogados do Santander
argumentam que o estudo de
viabilidade econômico-financei-
ra do plano elaborado pela con-
sultoria Apsis a pedido da Ame-
ricanas “limita-se a descrever o
contexto geral da economia bra-
sileira e do mercado de comércio
eletrônico/varejo”.
A crítica do Santander na ob-
jeção é de que o estudo da con-
sultoria não explicita “as razões
pelas quais seria numericamente
razoável esperar que as soluções
propostas no plano de recupera-
ção judicial levariam ao soergui-
mento das recuperandas e/ou se-
riam as menos gravosas ao patri-
mônio de seus credores.”
“As opções de
pagamento
oferecidas no
plano não se
ajustam ao
mercado de
capitais”
Thomas Felsberg
o fim do ano, então se vier uma alí-
quota, será mais para frente”, diz
uma pessoa a par das conversas.
“Haddad entende, e nós concor-
damos, que é preciso de uma base
de informações das remessas, para
que se tenha uma maior inteligên-
cia de dados e, com isso, se possa
melhorar os controles. Além disso,
depois que se coloca todas as pla-
taformas para dentro do ‘Remessa
Conforme’, se pode discutir uma
alíquota com as empresas já den-
tro do novo sistema. Por essa lógica
faz sentido ir aos poucos”, diz um
outro representante setorial.
Na prática, não havia expectati-
va entre indústrias e o comércio de
que Haddad saísse do encontro
ontem com abertura para a defini-
ção de uma alíquota nova — o vare-
jo vê uma taxa em torno de 35% a
40% como aceitável, mais ICMS de
17%. Porém, para alguns empresá-
rios ouvidos, ficou a percepção de
que é preciso criar um ambiente
político mais favorável para o
avanço do tema, obrigando o setor
a “calibrar as expectativas”.
Noel Prioux, que já presidiu a operação brasileira e hoje é um dos conselheiros diretos de Alexandre Bompard, CEO global, passará ao menos cinco dias no país
Em fase de integração, Carrefour
recebe visita de executivos da matriz
De São Paulo
Dias antes da publicação dos re-
sultados do segundo trimestre do
Carrefour Brasil, na próxima terça-
feira, executivos da matriz chegam
ao país em visitas e reuniões com a
equipe, apurou o Valor.
O francês Noel Prioux, presi-
dente da operação no Brasil de
2017 a 2021, antes do atual CEO,
Stéphane Maquaire, estará no
Brasil neste fim de semana e deve
passar, ao menos, cinco dias por
aqui. Prioux é um dos conselhei-
ros diretos de Alexandre Bom-
pard, CEO global, e é ouvido
principalmente quando se abor-
da o desempenho de operações
internacionais. Ele viaja a outros
países após essa passagem.
Depois dele, já na segunda-fei-
ra, chegam Jérôme Nanty, diretor
executivo de recursos humanos do
grupo no mundo, e Elodie Per-
thuisot, chefe da área de comércio
digital — negócio que no Brasil re-
presenta cerca de 5% das vendas de
supermercados e hipermercados.
Prioux tem uma agenda que
passa por visitas às lojas do Carre-
four, na próxima terça-feira e
quarta-feira, e também deve se
reunir com membros do conselho
de administração, além do CEO.
Ontem, o Valor noticiou que o
acionista e membro de conselho
de administração Abilio Diniz
vem atuando de forma mais pró-
xima à empresa e esteve em con-
tato com analistas em encontros
“Deixem instalar o ‘Remessa
Conforme’ primeiro e depois ve-
mos a alíquota”, disse Haddad, se-
gundo fonte a par das conversas.
Procurado, o Ministério da Fazen-
da não comentou o assunto.
Perguntado se há o risco de a
medida temporária de isenção vi-
rar permanente, esse empresário
crê que esse risco é baixo.
“Primeiro, vamos ter gente de-
mitindo se isso acontecer, e muita
lojinha pequena sentindo a entra-
da dos produtos chineses. Isso vai
gerar um efeito muito negativo na
imagem do governo”, diz ele. “E há
um compromisso da Fazenda de
normatizar a questão, não acredi-
to que iriam mudar de postura,
mesmo com pressões contrárias
dentro do governo”, diz essa fonte.
“Sabemos que toda essa questão
é política. A gente acredita na boa
fé do ministro [Haddad] e estamos
dando um voto de confiança”, diz.
Com isso, as importações com
imposto zerado começam em 10
dias, com entrada de 1 milhão de
pacotes por dia no país, sendo 98%
para captar a percepção do mer-
cado sobre o grupo.
Visitas de executivos de peso em
subsidiárias relevantes são natu-
rais — a filial brasileira é a segunda
em vendas entre todas do grupo —
mas a movimentação chama a
atenção na própria rede pelo mo-
mento que a operação atravessa.
A companhia passa por um
processo de reorganização de es-
truturas e de equipes após a
aquisição do Big, autorizada em
maio de 2022. A unificação de
negócios (é a maior integração
do setor no ano) e a necessidade
de melhorar margens de ex-lojas
do Big, acelerar vendas e gerar
economias ainda são parte de
um plano em andamento.
Essa discussão sobre os avanços
esperados neste ano deve fazer
parte da teleconferência de resul-
tados do Carrefour, dia 26. Tam-
bém devem ser abordadas as des-
pesas do Big — assunto já mencio-
nado em relatórios de analistas.
O Valor apurou que as despesas
da matriz do Big no país vieram
menores do que se projetava com
a compra da rede, mas as despesas
totais das lojas vieram superiores,
e por isso, afetaram a margem
operacional de forma inicialmen-
te não prevista, dizem duas fontes
O comando da empresa já tem
mencionado a investidores, há al-
guns meses, que espera que as uni-
dades convertidas do Big tragam
margem positiva, dentro de uma
curva de maturidade ao longo do
Sexta-feira, 21 de julho de 2023
com valores abaixo de US$ 50.
A Fiesp, a federação das indús-
trias de São Paulo, foi convidada
pelo Ministério da Fazenda para
participar da reunião, mas cance-
lou a presença. O Valor apurou
que o presidente da Fiesp, Josué
Gomes, informou por mensagem
que não iria ao encontro por conta
de mudanças na agenda.
Gomes comanda a empresa de
têxteis Coteminas, e no dia 29 de
junho, um dia antes do anúncio da
portaria que zerava o imposto, o
presidente Lula esteve com Gomes.
Naquela tarde, Shein e Coteminas
anunciaram detalhes do acordo
para a produção de roupas da
Shein em parceria com a Cotemi-
nas em Natal (RN).
A Shein e outras plataformas
asiáticas têm posição diferente de
indústrias e varejistas brasileiras, e
são favoráveis à isenção pois acre-
ditam que isso traz regras mais cla-
ras às importações
Dois representantes da indús-
tria e do comércio ouvidos ontem
acreditam que a Fiesp pode ter en-
tempo. E que a queima de caixa
das lojas de Big convertidas se re-
duza na segunda metade do ano.
Ações vêm sendo tomadas pela
direção para mostrar melhores
números, apurou o Valor — há a
expectativa de que a companhia
passe a ser mais pressionada pela
entrega de margens na segunda
metade de 2023.
Entre as medidas, há a redu-
ção de custos administrativos e
de pessoal. Nas últimas semanas,
vêm sendo eliminadas posições
de diretores regionais, e unifi-
cando áreas e funções. Isso foi
feito no Todo Dia, por exemplo.
A diretoria financeira enviou
comunicado a diretores em junho
para cortar gastos visando a “sus-
tentabilidade financeira” da rede.
Analistas e gestores de investi-
mentos ainda esperam que os nú-
meros de abril a junho venham
com efeitos da deflação de alimen-
tos e da integração com Big — des-
pesas de reestruturação devem
afetar a rentabilidade. A EQI Re-
search, em suas projeções divulga-
das ontem, entende que Carrefour
pode ter um desempenho de mar-
gem e lucro mais fraco do que As-
saí e Mateus de abril a junho — isso
129
lojas do Big tiveram
troca de bandeiras
| Valor | B5
trado numa posição de conflito so-
bre esse tema, o que tem gerado
desconforto e compromete o seu
envolvimento nessa discussão.
As fontes levantam a questão do
conflito porque a federação de in-
dústrias é representada por Go-
mes, que lidera a Coteminas num
acordo de produção com uma pla-
taforma beneficiada pela isenção.
Sobre esse assunto, Marcelo
Claure, o presidente do conselho
para América Latina da Shein,
disse, na semana passada, que
há uma parceria de negócios
não exclusiva com a Shein, e
afirmou desconhecer a relação
de Gomes com o governo. Disse
que “Josué é uma pessoa muito
dinâmica” e é “um bom empre-
sário brasileiro, que traz uma
boa solução e uma boa parceria
para a Shein, e nada mais”.
A Fiesp foi procurada para co-
mentar, no início de julho, a porta-
ria do governo e não se manifestou
na ocasião. Ontem, a federação foi
novamente procurada sobre o te-
ma e não se pronunciou.
SILVIA ZAMBONI/VALOR
já ocorreu no primeiro trimestre.
Além disso, a equipe de analis-
tas acredita que os níveis de ala-
vancagem de Assaí e Carrefour de-
vem permanecer como ponto de
atenção no segundo trimestre,
apesar do atual processo de alon-
gamento nas dívidas das redes.
O Carrefour anunciou, nas úl-
timas semanas, reperfilamento
de dívidas e conclusão da con-
versão de 129 lojas do Big.
A discussão de analistas tam-
bém deve se concentrar no tema
de canibalização de pontos no ata-
carejo em geral, após forte onda
de aberturas e conversões de ban-
deiras nas redes Assaí e Carrefour.
Essa unificação de negócios de
Big e Carrefour, e ganhos de escala
e economias, tem efeito em proje-
ções internas. Entre 2024 e 2025, o
Carrefour estima atingir vendas de
R$ 150 bilhões, ao se somar o bra-
ço de varejo e o Atacadão, apurou
o Valor (foram R$ 108 milhões em
2022), se mantendo na liderança
do varejo local, por conta dos ga-
nhos gerados com aquisições e
com Atacadão, principalmente.
Procurado, o Carrefour infor-
mou que as visitas ao país fazem
parte de uma rotina comum de
executivos. Afirma que, por ser o
segundo maior mercado para o
grupo, o Brasil recebe rotineira-
mente as visitas — o CEO global es-
teve no país duas vezes em 2022.
Sobre os dados de balanço, empre-
sas em período de silêncio não co-
mentam projeções. (AM)
B6 | Valor
Especial Valor&Auto
Em outros países, o SUV já é vendido com motor 2.4 de 131 cv associado a outros dois motores elétricos, que oferecem uma autonomia de 675 km
MitsubishiA nova geração do modelo foi apresentada em
2021 usando plataforma e conjunto mecânico da Nissan
Outlander híbrido deve ser
lançado no Brasil em 2024
Vitória Drehmer e André Paixão
Da Autoesporte
Pouca gente se lembra, mas a
Mitsubishi foi a primeira fabri-
cante a vender um carro híbrido
plug-in no Brasil. Foi em 2014,
com a geração anterior do Ou-
tlander. Dez anos depois, em
2024, a marca vai trazer de volta
o SUV que combina um motor a
gasolina com outro elétrico que
pode ser recarregado na tomada.
“Autoesporte” apurou que o
novo Outlander PHEV chegará ao
país na metade de 2024. Durante
o seminário “Conduzindo o Futu-
ro da Eletrificação no Brasil”, em
Brasília, Mauro Correia, o presi-
dente da fabricante, disse que a
Mitsubishi voltaria a oferecer um
híbrido no Brasil, mas não deixou
Mustang Mach E-Rally é elétrico para trilhas
Emily Nery
Da Autoesporte
Um dos próximos lançamentos
da Ford no Brasil, o Mustang Mach-
E surgiu no último fim de semana
no Festival de Velocidade de Go-
odwood, na Inglaterra, na sua iné-
dita versão aventureira. O modelo
é o primeiro SUV elétrico da marca
voltado para ralis e recebeu o so-
brenome de Mach E-Rally.
A grande surpresa é que o elé-
trico não se trata apenas de um
protótipo, mas será uma versão
oferecida nos Estados Unidos e
Europa a partir deste trimestre.
Mesmo sob camuflagem leve,
nota-se que o design pouco difere
do Mustang Mach-E convencional.
Portanto, na dianteira os faróis são
afilados e a grade oval é toda fecha-
da, com o símbolo do cavalo ao
centro, mas recebe dois faróis re-
NO TRÂNSITO, ESCOLHA A VIDA!
| Sexta-feira, 21 de julho de 2023
claro qual era o modelo. Agora o
mistério foi acabou.
No Brasil, o Mitsubishi Outlan-
der foi vendido até 2022, quando
teve apenas 1.087 unidades em-
placadas no ano. O SUV de sete
lugares era oferecido na versão
HPE 2.0 de 160 cv de potência. Es-
sa configuração ainda trazia tra-
ção 4x2, câmbio automático de
seis marchas e alcançava 193
km/h de velocidade máxima.
Só que essa geração já de-
monstrava os sinais da idade, já
que foi lançada no exterior em
2012 e teve apenas uma atualiza-
ção visual em 2015. Além disso,
uma nova geração do Outlander
foi apresentada em 2021 usando
como base o Nissan X-Trail. Vale
lembrar que as fabricantes japo-
nesas fazem parte de uma alian-
Primeiro SUV elétrico off-road da marca foi apresentado no Festival de Goodwood
dondos em suas extremidades.
Além disso, o carro é equipado
com um novo para-choque, gan-
cho de reboque vermelho e spoi-
lers na dianteira e nas laterais. Na
traseira, há um grande aerofólio
com desenho do cavalo nos la-
dos. As rodas brancas são maio-
res do que na versão convencio-
ça, que também inclui a Renault.
Agora, a ideia da marca é que o
Mitsubishi Outlander retorne ao
Brasil, mas com uma configura-
ção híbrida plug-in.
Em outros lugares do mundo, o
SUV já é vendido nessa versão com
um motor 2.4 de 131 cv e 19,9
kgfm de torque associado a outros
dois motores elétricos. Desta for-
ma, e com a bateria de 20 kWh, a
fabricante promete um alcance
combinado de 675 km. Por outro
lado, o Outlander é capaz de rodar
US$42mil
É o preço inicial do
Outlander nos EUA
DIVULGAÇÃO
nal e têm perfil off-road.
O interior é quase idêntico ao
da versão a combustão, mas é re-
vestido com materiais ainda
mais nobres, como alcantara e fi-
bra de carbono, e recebe detalhes
no tom branco creme.
A Ford não divulga a motoriza-
ção que equipa o SUV aventurei-
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DIVULGAÇÃO
87 km só no modo elétrico.
O que não é possível confirmar
é qual será a exata versão que se-
rá vendida no Brasil. Isso porque
o SUV é oferecido em sete confi-
gurações. É também por isso que
não é possível ter ideia de qual
será o preço do carro por aqui.
Nos Estados Unidos, por exem-
plo, os valores do Outlander par-
tem de US$ 42.080, o equivalente
a R$ 203 mil na conversão direta.
É importante ressaltar que o
Eclipse Cross também deve che-
gar ao Brasil com configurações
híbridas. No entanto, a Mitsu-
bishi ainda não tem previsão de
quando o SUV começará a ser
vendido por aqui. A única certe-
za é de que vai ser depois da me-
tade de 2024, quando o Outlan-
der será lançado.
ro, mas em termos de compara-
ção, o elétrico é oferecido atual-
mente em quatro versões, com
potências variando entre 266 cv e
487 cv — esta última disponível
na versão de topo GT. Da mesma
forma, a autonomia também
muda conforme a configuração.
O menor alcance é de 340 km,
mas pode chegar a 505 km no ci-
clo WLTP, o padrão na Europa.
A versão mais cara consegue
acelerar de 0 a 100 km/h em 3,7 s —
índice quase que no mesmo pata-
mar de uma Ferrari e muito mais
rápido que o Mustang GT.
A Ford também não revelou a
tração do carro, mas pelo apelo
aventureiro é muito provável que
seja integral. O Mustang Mach-E
é vendido em configurações de
tração traseira e integral. Para o
Brasil, podemos esperar a versão
mais esportiva do SUV, a GT.
Experiência
stuttgartporsche
Como a reforma
tributária pode afetar
o mercado de carros
Fernando Pedroso
Da Autoesporte
A reforma tributária em discus-
são no Senado, após aprovação na
Câmara dos Deputados, pode me-
xer no mercado automotivo, mas o
cenário ainda é nebuloso. Isso por-
que ainda não há definição de alí-
quotas e regras para cada setor.
Em linhas gerais, a reforma
aprovada até agora substitui cinco
impostos pelo chamado IVA Dual
(Imposto sobre Valor Agregado)
em duas esferas: nos impostos fe-
derais, substitui IPI, PIS e Cofins pe-
la CBS (Contribuição sobre Bens e
Serviços); nos Estaduais e munici-
pais, troca ICMS e ISS pelo IBS (Im-
posto sobre Bens e Serviços). Tam-
bém é criado o imposto seletivo so-
bre produtos prejudiciais à saúde
ou ao meio ambiente.
Além disso, a reforma cria cré-
ditos de impostos já pagos ao
longo da cadeia produtiva, elimi-
nando a prática que é conhecida
como impostos em cascata.
Usando como exemplo um pa-
rafuso usado na fabricação de
uma peça de carro que tenha alí-
quota de 10%: um produtor de
aço vende o insumo por R$ 100
para uma fábrica e a fábrica reco-
lhe R$ 10 em imposto; depois,
vende o parafuso por R$ 200 para
a empresa que produz a peça,
que recolhe imposto de R$ 20.
Destes, R$ 10 ficam como crédito,
pois R$ 10 já foram recolhidos na
fase anterior. Então, o consumi-
dor compra a peça por R$ 300 e
paga R$ 30 de imposto. A loja
tem R$ 20 de crédito.
Hoje, alguns tributos acumu-
lam, pois não geram créditos.
As regras para cada setor serão
criadas depois por leis comple-
mentares. Hoje, o mercado auto-
motivo tem particularidades, co-
mo faixas de impostos conforme a
motorização, que varia de 7% para
carros até 1.0 até 25% para carros a
gasolina com motor acima de 2.0.
Sem a definição das alíquotas,
é difícil saber se a reforma vai ou
não baixar os preços dos carros.
O discutido hoje é que essas fai-
xas passem a ser estabelecidas
pelo consumo energético, ou se-
ja, carros que poluem menos, pa-
gam menos. Mas, saindo do cam-
po da especulação, seria necessá-
rio esperar ao menos até 2025
para ter alguma definição.
O certo é que a reforma diminui
a burocracia, e isso é comemorado
por fabricantes e economistas.
“Tudo vai depender da alíquota.
Ainda não se tem, então trabalha-
mos com diversos cenários. Tem al-
gum segmento que perde e outro
que ganha, mas, no geral, não se
espera uma redução da carga tri-
butária, mas sim nos gastos admi-
nistrativos”, diz Márcio de Lima
Leite, presidente da Associação
Nacional dos Fabricantes de Veícu-
los Automotores (Anfavea).
Pelas contas da entidade, 1,2%
do faturamento da indústria au-
R$ 4 bi
É o gasto da indústria
automotiva com a
burocracia fiscal
tomotiva é gasto com burocracia
tributária, o que giraria em torno
de R$ 4 bilhões. “Isso poderia ser
revertido em investimento e for-
mação das pessoas”, diz Leite.
“A redução do tempo que você
vai perder para poder pagar im-
postos é um ganho de produtivi-
dade. Um dos pilares [da refor-
ma] é a simplificação. A arreca-
dação fica mais simples, a cadeia
produtiva vai perder menos tem-
po. Esse é o grande foco”, diz Car-
la Beni, professora da Fundação
Getúlio Vargas (FGV).
A economista antecipa, no en-
tanto, um cenário positivo para o
setor. “Existe a reforma ideal e a
possível. Estamos vendo uma ex-
tremamente positiva, mas tam-
bém dentro do possível.”
A associação dos fabricantes
também vê na reforma uma por-
ta para investimentos externos.
“Acreditamos, sim, em aumento
dos investimentos, com previsi-
bilidade e amadurecimento do
país. De uma forma geral, esta-
mos celebrando a aprovação. Is-
so é um sinal de amadurecimen-
to do Brasil e da sociedade”, disse
o presidente da Anfavea.
Apesar do otimismo, há inde-
finições também no segmento
de carros usados. Segundo Alci-
des Wilhelm, assessor jurídico da
Federação dos Revendedores de
Veículos Usados (Fenauto), ainda
não dá para saber o reflexo que a
reforma terá no setor. “Pela for-
ma que está sendo desenhado o
CBS, se o setor de veículos usados
não estiver contemplado com a
possibilidade de ter créditos pre-
sumidos haverá um aumento
significativo nos preços”, disse.
Wilhelm defende que o setor
seja tratado de forma diferente
do mercado de novos. “Como a
PEC 45 está posta, vejo que a car-
ga deve ficar mais alta.”
“Seria importante o segmento
pressionar os nossos legisladores
para que contemplem alguma
forma de tributação diferencia-
da para evitar um aumento de
carga tributária. A gente não po-
de deixar que a reforma trate to-
dos os contribuintes de forma
igualitária, sendo que cada seg-
mento econômico tem as suas
particularidades”, conclui.
Outro ponto da reforma tribu-
tária que interessa aos donos de
carros é a mudança no Imposto
sobre Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA), que passa a
ser progressivo. O discutido é
que a base de cálculo leve em
conta dois pontos: a eficiência
energética e o valor dos carros.
Se passar dessa forma, veículos
elétricos e híbridos pagariam me-
nos, e carros a combustão mais ca-
ros teriam alíquotas mais altas. As
taxas serão fixadas posteriormen-
te, por meio de lei complementar.
Atualmente, há iniciativas pon-
tuais de Estados nesse sentido.
Com a mudança, pode haver uma
única regra para todo o país.
Também foi aprovada a co-
brança do imposto para embar-
cações e aeronaves, mas já há
projetos de isenção para veículos
usados na agricultura e na pesca,
o que abriria brechas para outras
categorias. Ou seja, até o início da
implementação, prevista para
2025, muita água ainda vai rolar.
Tradição

Agronegócios
ConflitoUE vê atitude “bárbara” de Moscou, uma vez que ataques atingem suprimentos de alimentos
Rússia bombardeia silos de grãos da Ucrânia
Roman Olearchyk,
Henry Foy e Leslie Hook
Financial Times, de Kiev, Bruxelas e
Londres
A Rússia bombardeou as cida-
des portuárias da Ucrânia pela
terceira noite consecutiva, após
alertar que trataria embarcações
de transporte de grãos como al-
vos militares, numa ameaça que,
segundo a União Europeia (UE),
demonstra a “atitude bárbara”
de Moscou em seus ataques a su-
primentos de alimentos.
Os ataques à cidade portuária
de Odessa, no mar Negro, e à vizi-
nha Mikolaiev, nas primeiras ho-
ras de quinta-feira, mataram pe-
lo menos três pessoas, e ao me-
nos 23 ficaram feridas, segundo
autoridades ucranianas.
As três noites de ataques aé-
reos aos portos da Ucrânia ocor-
reram após Moscou ter dito, na
segunda-feira, que se retiraria
de um acordo que permitia à
Ucrânia enviar seus grãos aos
mercados globais.
Andriy Yermak, o chefe de ga-
binete do presidente Volodymyr
Zelensky, disse que constituíam
“uma tentativa de destruir a ca-
pacidade de fornecer alimentos
aos países do Sul Global”.
A decisão de Moscou de se re-
tirar da Iniciativa de Grãos do
Mar Negro, que desde agosto
passado permitiu que 33 mi-
lhões de toneladas de grãos fos-
sem exportadas por mar, e seu
anúncio de que daria a quais-
quer embarcações que tivessem
a Ucrânia como destino o trata-
mento de ameaças militares, pu-
xaram para cima os preços dos
alimentos. A cotação do trigo
para entrega em setembro subiu
12% na última semana na bolsa
dos Estados Unidos.
A Ucrânia anunciou ontem
que também trataria os navios
russos como alvos. Em notifica-
ção formal, disse que todas as
embarcações no Mar Negro com
destino a portos na Rússia e em
território ocupado pela Rússia
“poderão ser consideradas pela
Ucrânia como...transportando
carga militar, com todos os ris-
cos associados”.
Autoridades ucranianas e oci-
dentais examinam possibilida-
des de manter as remessas marí-
timas, apesar das ameaças da
Rússia. Uma graduada autorida-
.
Agricultura orienta os Estados a
adotarem emergência zoossanitária
Gripe aviária
De São Paulo
O Ministério da Agricultura
orientou ontem todos os Estados
brasileiros adotarem o status de
emergência zoossanitária, para
que as medidas de combate à gri-
pe aviária de alta patogenicidade
sejam efetivadas.
A Pasta declarou estado de
emergência zoossanitária em todo
o território nacional em 22 de
maio. Desde então, os casos da
doença vêm aumentando no país.
Ontem, o ministério confirmou
mais três focos de gripe aviária em
aves silvestres. Os casos foram
identificados em Itanhaém (SP), e
nos municípios de Macaé e Maricá,
ambos no Rio de Janeiro.
Com esses novos casos, já são
67 no total. Desses, dois focos fo-
ram registrados em aves de cria-
ção de subsistência, nas cidades
de Serra (ES) e de Maracajá (SC).
O ministro da Agricultura,
Carlos Fávaro, reuniu-se ontem
com governadores e represen-
tantes dos Estados e Distrito Fe-
deral e orientou os governos a
declararem estado de emergên-
cia zoossanitária, reforçando, as-
sim, as ações de contenção para
impedir o avanço da doença.
“Para que as medidas de enfren-
tamento à gripe aviária sejam efeti-
vadas, é necessário que os Estados
também adotem medidas seme-
lhantes, reforçando o alerta mes-
mo nas localidades onde não há
de militar ocidental disse: “Trata-
mos o Mar Negro, metade do
qual é margeado por países da
Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan), como se
fosse território ocupado pela
Rússia, como o leste da Ucrânia”.
Ele disse que navios ucrania-
nos transportadores de grãos
poderiam navegar o Mar Negro
passando pelos litorais da Ro-
mênia e da Bulgária, enquanto
suas Forças Armadas pressiona-
riam as embarcações navais da
Rússia com mísseis lançados a
partir de bases terrestres. Mas
não deu detalhes.
Serhii Kuzan, presidente do
instituto de análise e pesquisa
Centro Ucraniano de Segurança
e Cooperação, de Kiev, disse que
uma reação internacional prote-
geria os portos ucranianos e neu-
tralizaria as ameaças russas aos
suprimentos alimentares.
“Se unirmos as capacidades
que temos com as da ONU, a Tur-
quia e outros aliados ocidentais,
poderemos manter essas rotas de
transporte marítimo abertas”,
disse Kuzan, destacando que a
Rússia não controla militarmen-
te a faixa noroeste do Mar Negro,
pelas quais passam as rotas de
transporte marítimo.
Negociações diplomáticas sobre
grãos migraram agora para “deter
[a] escalada”, segundo pessoa que
acompanha as conversações.
Os negociadores preveem que
o presidente da Turquia, Recep
Tayyip Erdogan, que manteve la-
ços estreitos com o russo Vladi-
mir Putin mesmo após a invasão
plena da Ucrânia pela Rússia, te-
rá de se encarregar do “trabalho
pesado” de convencer seu colega
russo a voltar a se comprometer
“Se esse grão
for também
destruído...
isso criará
uma enorme
crise alimen-
tar no mundo”
Josep Borrel
Carlos Fávaro irá ao Japão na próxima semana, onde irá tratar da suspensão ao frango de SC e do ES por Tóquio
qualquer registro de foco de gripe
aviária. Isso porque a ocorrência de
um caso em ave comercial afetaria
todo o país”, disse o Ministério da
Agricultura, em nota.
Ainda segundo a Pasta, o esta-
do de emergência zoossanitária
possibilita a mobilização de ver-
bas da União e a articulação com
outros ministérios e organiza-
ções no enfrentamento à doença.
“Contudo, os Estados e muni-
cípios precisam adotar medidas
semelhantes para acessar e dis-
em manter o corredor de grãos,
disse a fonte.
Erdogan disse prever falar com
Putin por telefone nesta semana,
quando voltar à Turquia após
compromissos internacionais.
Espera-se também que Putin visi-
te a Turquia em agosto.
Josep Borrell, o titular de rela-
ções exteriores e de defesa da UE,
disse que 60.000 toneladas de
grãos tinham sido queimadas,
em decorrência do bombardeio,
pela Rússia, de instalações de ar-
mazenagem na infraestrutura
portuária ucraniana. “Se esse
grão não for apenas retido, como
[também] destruído... isso criará
uma enorme crise alimentar no
mundo”, disse ele na quinta-feira.
“Trata-se de uma situação mui-
to grave. Essa informação de que
qualquer navio [será considera-
do] um navio de guerra e, por-
tanto, um alvo das atividades mi-
litares da Rússia é um passo a
mais no sentido de continuar im-
pedindo a Ucrânia de exportar
seus grãos”, afirmou, antes de
uma reunião de ministros das re-
lações exteriores da UE que dis-
cutirá a crescente crise.
Josep Borrell disse que “os
enormes ataques aéreos” revela-
ram a “atitude bárbara [da Rús-
sia], que será considerada pelo
Conselho [de ministros das rela-
ções exteriores] hoje”.
“Os ministros terão de discu-
tir como proceder, mas há ape-
nas uma solução: aumentar o
apoio militar à Ucrânia. Se eles
estão sendo bombardeados, te-
mos de fornecer potencial an-
tiaéreo”, acrescentou.
A Força Aérea da Ucrânia dis-
se que os ataques na noite na
quarta-feira e na madrugada de
quinta-feira “tiveram como alvo
portos, píeres, prédios residen-
ciais e redes comerciais” nas re-
giões do sul do país.
Antes da guerra, a Ucrânia res-
pondia por cerca de 10% das ex-
portações de trigo globais. Os
mais recentes ataques aéreos in-
dicam que a Rússia não hesitará
em atacar diretamente infraes-
trutura de exportações e esto-
ques de trigo, segundo analistas.
“Mesmo se o acordo [sobre
Grãos do Mar Negro] for renova-
do agora, ele não será tão eficaz
quanto era antes, devido aos da-
nos sofridos pelos portos”, disse
Carlos Mera, analista do setor
ponibilizar os recursos a serem
aplicados nas ações necessárias,
tais como assegurar a força de
trabalho, logística, recursos ma-
teriais e tecnológicos para a con-
tenção da gripe aviária”.
Apesar do Brasil não ter registro
de gripe aviária em plantéis co-
merciais, o Japão suspendeu as im-
portações de produtos avícolas de
Santa Catarina e do Espírito Santo,
após o registro da enfermidade em
aves de criação de subsistência.
Na próxima semana, Fávaro
Edifício destruído nas proximidades do porto de Odessa, na Ucrânia, após bombardeio da Rússia na quinta-feira (20)
agrícola do Rabobank. Embora a
Ucrânia tenha rotas de exporta-
ção alternativas para seus grãos,
elas envolvem custos de transpor-
te significativamente mais altos.
Em reação aos ataques russos,
Annalena Baerbock, ministra das
Relações Exteriores da Alema-
nha, disse que estão sendo envi-
dados esforços para garantir que
os grãos não apodreçam na Ucrâ-
nia em decorrência dos ataques.
“Centenas de milhares de pes-
soas — para não dizer milhões —
precisam urgentemente dos
grãos da Ucrânia, e é por isso que
estamos trabalhando ao lado de
todos os nossos parceiros inter-
nacionais para que os grãos da
Ucrânia não apodreçam nos silos
no próximo período de poucas
semanas, e sim que cheguem até
as pessoas do mundo [inteiro]
que precisam deles urgentemen-
te”, acrescentou. Colaborou Adam
Samson, em Ancara
Tradução: Rachel Warszawski
ANTONIO ARAUJO/MAPA
estará em missão oficial na Ásia e
vai se reunir com representantes
do governo japonês para reafir-
mar as medidas de segurança sa-
nitária na produção brasileira.
A decisão do Japão de suspen-
der o frango dos dois Estados con-
traria as orientações da Organiza-
ção Mundial de Saúde Animal
(Omsa) que prevê embargos só
quando plantéis comerciais são
afetados. Isso não ocorreu no Bra-
sil, que segue com o status de livre
da doença perante a Omsa. (PS)
Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Trigo e milho caem na bolsa
apesar de escalada na guerra
Paulo Santos
De São Paulo
A escalada do conflito entre Rús-
sia e Ucrânia não influenciou preços
do trigo e do milho na bolsa de Chi-
cago ontem, dia em que o pregão foi
dominado por um movimento téc-
nico. Os contratos do trigo para se-
tembro fecharam em baixa de
0,10%, a US$ 7,27 por bushel. Já os
papéis para dezembro subiram
0,10%, para US$ 7,4625.
No caso do milho, os contratos
de dezembro caíram 1,22%, para
US$ 5,4625 por bushel, refletin-
do uma melhora nas condições
do solo nos Estados Unidos, após
chuvas recentes.
Ainda que os ataques em zonas
portuárias de Odessa persistam, a
Movimento falimentar
Falências Requeridas
Requerido: Auto Kit Distribuição e Comércio de
Auto Peças Ltda. - CNPJ: 31.416.491/0001-80 -
Endereço: Rua José Versolato, 111, Bloco B, Sala
1102, Condomínio Business, Centro - Requerente:
Banco Sofisa S/A - Vara/Comarca: 5a Vara de São
Bernardo do Campo/SP
Requerido: Clean Air Comércio e Transporte de
Gases e Gelo Ltda. - CNPJ: 36.474.857/0001-90 -
Endereço: Rua Santa Vitória, 270 C, Cidade Indus-
trial Satélite de São Paulo - Requerente: Inoxil In-
dústria e Comércio Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara
de Guarulhos/SP
Requerido: Koni Engenharia Ltda. - CNPJ:
27.023.197/0001-30 - Endereço: Rua Ezequiel Frei-
re, 192, Cjto. 509, Bairro de Santana - Requerente:
Evolut Fundo de Investimento em Direitos Creditó-
rios Multissetorial - Vara/Comarca: 2a Vara de Fa-
lências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP -
Observação: Pedido redistribuído.
Requerido: Peeqflex Consultoria e Serviços em
Embalagens Ltda. - CNPJ: 11.081.091/0001-53 -
Endereço: Rua Herbert Alfred Landsberger, 72,
Bairro Santo Amaro - Requerente: Mega Ambiental
Eireli - Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e Re-
cuperações Judiciais de São Paulo/SP
Requerido: Reviva Construção e Pavimentação
Ltda. ME - CNPJ: 28.842.713/0001-11 - Endereço:
Rua Clélia, 2208, Cjto. 305, Bairro Água Branca - Re-
querente: Disbra Diesel Comércio de Derivados de Pe-
tróleo Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e
Recuperações Judiciais de São Paulo/SP - Observa-
ção: Pedido redistribuído.
Requerido: Sylan Empreendimentos e Adminis-
tração Ltda. - CNPJ: 57.036.246/0001-30 - Ende-
reço: Rua Herbert Alfred Landsberger, 72, Sala 01,
Bairro Santo Amaro - Requerente: Mega Ambiental
Eireli - Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e Recu-
perações Judiciais de São Paulo/SP
Requerido: Vito Leonardo Frugis Ltda. - CNPJ:
61.365.151/0001-38 - Endereço: Rua Antonio de Na-
poli, 150, Bairro Parada de Taipas - Requerente: Na-
zareth Indústria e Comércio de Papel e Papelão Ltda.
-Vara/Comarca:2aVaradeFalênciaseRecuperações
Judiciais de São Paulo/SP
Falências Decretadas
Empresa: Omni Comércio de Móveis Ltda. -
CNPJ: 28.972.763/0001-13 - Endereço: Av. Manoel
Ribas, 1924, Bairro Vista Alegre - Administrador
Judicial: Brasil Trustee Assessoria e Consultoria Lt-
da., Representada Pelo Dr. Filipe Marques Mange-
rona - Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e Recu-
perações Judiciais de Curitiba/PR
Processos de Falência Extintos
Requerido: Raul Amaral da Costa Epp - CNPJ:
30.887.698/0001-70 - Endereço: Av. Das Bordadei-
ras, 623, Bairro Jardim Dos Bordados - Requerente:
Kavicom Indústria e Comércio de Plásticos e Ferra-
mentaria Eireli - Vara/Comarca: 1a Vara de Ibitin-
ga/SP - Observação: Desistência homologada.
Recuperação Judicial Requerida
Empresa: Norte Amazônia Comércio de Metais e
Transportes Ltda. - CNPJ: 17.166.691/0001-09 -
Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a Agenda tributária.
| Valor | B7
LIBKOS/AP
alta de 8,5% no trigo na sessão an-
terior (19/7) foi o gatilho para a
queda de ontem. Como é comum
na bolsa de Chicago, um dia após
valorizações expressivas, fundos
de investimento disparam ordens
de venda de papéis futuros. O mes-
mo acontece quando os preços
caem de forma acentuada.
No milho, além do movimento
técnico, a queda foi resultado do
cenário mais favorável às lavouras
dos EUA. O índice de plantas que
enfrentam algum grau de seca
caiu de 64% para 55% em uma se-
mana, segundo o Departamento
de Agricultura local (USDA).
Mesmo com a queda nos pre-
ços em Chicago, os ataques em
zonas portuárias da Ucrânia de-
vem manter os preços voláteis.
Endereço: Av. Joaquim Pereira de Queiroz, 10, Km 23
daRodoviaBr316,BairroCanutama-Vara/Comarca:
2a Vara Empresarial de Benvides/PA
Recuperação Judicial Deferida
Empresa: Centro Sportivo Alagoano - CNPJ:
12.183.299/0001-46 - Endereço: Rodovia Br Al
405, S/nº, Cidade Universitária - Administrador Ju-
dicial: Evandro Jucá Filho Administração Judicial e
Consultoria em Recuperação Judicial Ltda., Repre-
sentada Pelo Dr. Evandro Jucá Filho - Vara/Comar-
ca: 3a Vara de Maceió/AL
Empresa: Mcm Controles Eletrônicos Ltda., No-
me Fantasia Mcm Tecnologia Industrial - CNPJ:
25.312.273/0001-00 - Endereço: Rua Fini, 501, Blo-
co 02, Bairro Boa Vista - Administrador Judicial: Idet
Serviços Especializados Ltda., Representada Pelo Dr.
Claudinei Ferreira Moscardini Chavasco - Vara/Co-
marca: 1a Vara de Santa Rita do Sapucaí/MG
Empresa: Mcm Montagens Eletrônicas Ltda. -
CNPJ: 03.600.207/0001-95 - Endereço: Rua Ara-
guaia, 346, Bairro Boa Vista - Administrador Judicial:
Idet Serviços Especializados Ltda., Representada Pe-
lo Dr. Claudinei Ferreira Moscardini Chavasco - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Santa Rita do Sapucaí/MG
Empresa: Vale Plack Montagens e Prestação de
Serviços Ltda. Epp - CNPJ: 02.047.570/0001-62 -
Endereço: Rua Fini, 501, Bloco 01 B, Bairro Novo Ho-
rizonte - Administrador Judicial: Idet Serviços Espe-
cializados Ltda., Representada Pelo Dr. Claudinei Fer-
reira Moscardini Chavasco - Vara/Comarca: 1a Vara
de Santa Rita do Sapucaí/MG
Cumprimento de Recuperação
Judicial
Empresa: A. F. Barison Eireli, Nome Fantasia Afb
Artefatos de Cimento - CNPJ: 17.769.349/0001-
95 - Endereço: Rua K, Nº 757, Quadra 09 Lotes 12 e
13, Distrito Industrial Ii - Vara/Comarca: 2a Vara de
Primavera do Leste/MT - Observação: Face ao cum-
primento do plano aprovado pela assembleia geral
de credores.
Empresa: Construtora Alfer Ltda. - CNPJ:
03.009.104/0001-55 - Endereço: Rua São Paulo,
590, Loja, Distrito Industrial - Vara/Comarca: 2a
Vara de Primavera do Leste/MT - Observação: Face
ao cumprimento do plano aprovado pela assem-
bleia geral de credores.
Empresa: M. C. Terraplanagem e Locações Ltda.
ME - CNPJ: 09.532.232/0001-65 - Endereço: Rua
São Paulo, 590, Sala A, Distrito Industrial - Vara/Co-
marca: 2a Vara de Primavera do Leste/MT - Obser-
vação: Face ao cumprimento do plano aprovado pela
assembleia geral de credores.
Empresa: Rr Asset Indústria de Embalagens Fle-
xíveis Ltda. - CNPJ: 08.787.726/0001-28 - Endere-
ço: Rua Andradina, 481, Bairro Jardim Salgado Filho
- Vara/Comarca: 9a Vara de Ribeirão Preto/SP - Ob-
servação: Face ao cumprimento do plano aprovado
pela assembleia geral de credores.
Recuperações Judiciais Concedidas
Empresa: Armando Bianchessi - CNPJ:
33.693.316/0001-65 - Endereço: Não Consta - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Chapadão do Sul/MS - Ob-
servação: Face à homologação do plano aprovado
pela assembleia geral de credores.
B8 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Agronegócios
Sustentabilidade Grupo de trabalho sugere ações para o Plano de Transição Ecológica da agropecuária
Governo analisa 12 propostas ‘verdes’ para o agro
Rafael Walendorff
De Brasília
A agropecuária sustentável é
um dos sete setores incluídos no
Plano de Transição Ecológica
que está em construção em Bra-
sília e deverá ser lançado até se-
tembro pelo presidente Luiz Iná-
cio Lula da Silva. Ao menos 12
propostas para o campo são dis-
cutidas por um grupo que auxi-
lia o governo na elaboração do
programa, apurou o Valor.
Entre as ações prioritárias estão
medidas como o aumento do li-
mite de crédito rural para quem
tem seguro rural, a implementa-
ção de selo ambiental para pro-
dutos alimentícios e a criação de
um marco regulatório para pro-
dução e uso de bioinsumos.
As propostas avaliadas para o
agronegócio no plano incluem
ações para capacitação no campo,
incentivos econômicos, boas práti-
cas de produção e combate ao des-
matamento. Algumas já estão em
fase de implementação, como a
“fusão” do Plano Safra com o Plano
ABC+, agora renomeado para Re-
novAgro, com linhas de apoio à
agricultura de baixa emissão de
carbono. A novidade já foi anun-
ciada no lançamento das linhas de
crédito para a agricultura empre-
sarial em junho deste ano.
Na lista de ações de incentivo
econômico, o grupo de apoio ao
governo avalia a concessão de cré-
dito para a conversão de pastagens
degradadas. A indicação é que o fi-
nanciamento deve ser dado em
conjunto com a recuperação das
pastagens e medidas de manejo.
Outra sugestão é aumentar o limi-
te de crédito rural de custeio agro-
pecuário com recursos controla-
dos para fazendas que possuem
Produção de grãos deve ter salto de 24% em dez anos
Projeções
De Brasília
Puxada pela expansão no cul-
tivo de soja, principalmente no
Mato Grosso e no Matopiba
(confluência entre os Estados do
Maranhão, Tocantins, Piauí e Ba-
hia), a produção brasileira de
grãos deverá dar um salto de
24,1% nos próximos dez anos e
chegar a quase 390 milhões de
toneladas na safra 2032/33.
A projeção do Ministério da
Agricultura, divulgada ontem,
considera que a área plantada
com as principais culturas de
grãos terá incremento de 19,1%,
passando dos atuais 77,5 mi-
lhões de hectares para 92,3 mi-
lhões de hectares no ciclo
2032/33. Consideradas as pro-
duções de frutas, hortaliças, café
e cana-de-açúcar, a área ocupa-
da por lavouras passará para
105,8 milhões de hectares.
Segundo a Pasta, a produção
brasileira de soja será de 186,7 mi-
lhões de toneladas na safra
2032/33, alta de 20,6% em relação
à produção de 154,8 milhões de
toneladas na temporada 2022/23.
A expectativa é que as exportações
do grão cheguem a 121,4 milhões
de toneladas em dez anos, com
participação prevista de 60,6% nos
embarques mundiais. O consumo
doméstico é estimado em 61 mi-
lhões de toneladas em 2033.
De acordo com a projeção, 78%
da expansão da área de grãos em
Ministério vê cenário favorável à exportação de carnes
De Brasília
A produção de carnes bovina,
suína e de frango no Brasil deve-
rá aumentar 22,4% nos próximos
dez anos. A projeção do Ministé-
rio da Agricultura é que o setor
irá produzir 36,2 milhões de to-
neladas dessas proteínas ani-
mais na temporada 2032/33.
A produção de carne de fran-
go deverá crescer 28,1% no perío-
do, de acordo com estudo da
Pasta, com incremento médio
Proposta inclui elaboração de agenda comum para incorporar técnicas de baixa emissão de carbono na implementação da Política Nacional de Irrigação
apólice de seguro rural vigente.
Esses temas têm feito parte das
discussões do ministro da Agricul-
tura, Carlos Fávaro. Um dos focos
dele é buscar recursos internacio-
nais, em parcerias com países co-
mo Japão e Arábia Saudita, para fi-
nanciar a conversão das pastagens
degradadas. A Pasta mantém diá-
logo também com tradings e mul-
tinacionais na mesma linha.
O grupo de apoio à elaboração
do plano discute a ampliação do
alcance da Política Nacional de Pa-
gamento por Serviços Ambientais
e a requalificação de agentes que
geral no país deverá ocorrer com
o cultivo da soja, com acréscimo
de 12 milhões de hectares para o
plantio da oleaginosa. Com isso,
as lavouras de soja deverão au-
mentar 27,5% em todo o país, de
43,8 milhões de hectares para
55,8 milhões de hectares.
Essa expansão puxará o aumen-
to de 17,1% da área plantada de
milho, principalmente na segunda
safra em sucessão à soja, passando
de 21,9 milhões de hectares para
25,7 milhões de hectares. Na com-
paração com as áreas cultivadas na
safra 2011/12, os avanços são de
123,2% e 62,5%, respectivamente.
A projeção para o produção to-
tal de milho para a safra 2032/33 é
159,8 milhões de toneladas, alta
de 27% em relação à produção de
2022/23, de 125,5 milhões de to-
neladas. As exportações e a de-
manda do cereal para a produção
de etanol vão estimular o cultivo. A
Pasta espera o embarque de 65,8
milhões de toneladas do cereal em
dez anos, alta de 37,2% ante as
atuais 48 milhões de toneladas.
As projeções para o algodão
em pluma indicam produção de
3,6 milhões de toneladas no fim
do próximo decênio, expansão
de 26,8%, com aumentos de pro-
dutividade impulsionados por
melhoramento genético, novas
tecnologias e agricultura de pre-
cisão. Em 2030, o Brasil deverá
responder por 12,5% da produ-
ção mundial de algodão. A esti-
mativa do ministério é que as ex-
portações cheguem a 2,3 milhões
anual de 2,2%. A projeção é que
sejam produzidas 19,5 milhões
de toneladas em 2033 ante 15,2
milhões de toneladas neste ano.
A carne suína deverá ter expan-
são de 23,2% na produção, saindo
de 5,3 milhões de toneladas em
2023 para 6,5 milhões em 2033,
com alta de 2,2% ao ano.
Já a produção de carne bovina
deve crescer 12,4%. O Brasil vai
continuar liderando o mercado
internacional, suprindo 28,5% do
consumo mundial, disse o minis-
fazem assistência técnica e exten-
são rural. A intenção é melhorar o
atendimento de setores que serão
impulsionados com a transição
para uma economia de baixo car-
bono. É cogitado também o uso de
recursos dos Fundos Constitucio-
nais para apoiar a capacitação téc-
nica, com a possibilidade de dire-
cionar investimentos para entida-
des como o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar).
Uma das propostas sugere a
criação de um selo ambiental para
produtos alimentícios. A ideia é, a
médio prazo, criar estratégias edu-
Produção em alta...
Projeções para a agropecuária
Grãos
Área Produção
(milhões de ha) (milhões de ton.)
100 92,3 450
77,5
80
300
60
40
150
20
0 0
2022/23 2032/33
Fonte: Ministério da Agricultura
...exportações também
Projeções para embarques (em milhões de toneladas)
Grãos
2022/23 2032/33
130
104
78
52 37,8
29,8
26
1,7 2,3
0
Açúcar Algodão
em pluma
Fonte: Ministério da Agricultura *em sacas de 60 kg
de toneladas na safra 2032/33, al-
ta de 37% sobre as 1,7 milhão de
toneladas desta temporada.
O estudo mostra ainda a ten-
dência de redução das áreas de cul-
tivo de arroz e feijão, na contra-
mão do que o governo tem incen-
tivado para expandir a produção
tério. A expectativa é que sejam
produzidas 10,1 milhões de tone-
ladas da proteína em 2033 ante 9
milhões de toneladas agora.
De acordo com o estudo do Mi-
nistério da Agricultura, deverá ha-
ver um esforço de crescimento em
infraestrutura, investimento em
pesquisa e financiamento para o
setor em decorrência do aumento
da demanda por proteínas ani-
mais no país e no mundo.
O cenário no próximo decênio é
favorável para as exportações das
ADI LEITE/VALOR
em áreas urbanas em parceria
com as principais metrópoles do
país. A intenção é promover o
cultivo de alimentos orgânicos,
com logística facilitada, e a gera-
ção de “empregos verdes”.
Outra proposta em discussão
envolve os tributos pagos pelos
produtores. A sugestão é passar
aos municípios a arrecadação e a
gestão do Imposto Territorial Ru-
ral (ITR) e das Contribuição de In-
tervenção no Domínio Econômico
(Cide) de Uso do Solo.
As sugestões também miram a
redução do desmatamento atrela-
do à produção de alimentos. A
proposta é estabelecer um sistema
de rastreabilidade para o gado, co-
mo forma de impedir a comerciali-
zação de animais oriundos de ter-
ras desmatadas. Medidas pareci-
das, como o protocolo anunciado
recentemente pela Federação Bra-
sileira de Bancos (Febraban), têm
sido criticadas por integrantes do
setor produtivo.
O conjunto de medidas para
tornar a economia mais verde é
avaliado pelo ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, como uma das
potenciais marcas da terceira ges-
tão do presidente Lula. Como o Va-
Entre as
cacionais de crianças para consu- lor mostrou nesta semana, o Plano
mo dos alimentos com o selo e in- de Transição Ecológica será basea-
sugestões está
dicadores de impacto ambiental do em seis grandes eixos (finanças
para tais produtos. sustentáveis, adensamento tecno-
a indicação
Na lista das boas práticas agrí- lógico do setor produtivo, bioeco-
colas, a proposta do grupo inclui a nomia, transição energética, eco-
para
elaboração de agenda comum pa- nomia circular e nova infraestru-
ra incorporar técnicas de baixa tura e serviços públicos para adap-
desenvolver
emissão de carbono no contexto tação ao clima) e pode ter mais de
da implementação da Política Na- cem ações ao todo.
a produção
cional de Irrigação. Outro marco Fontes que acompanham as
regulatório demandado é a cria- discussões dizem que as propos-
agrícola em
ção de normas para a produção de tas para o agro estão em linha
bioinsumos on-farm. com o que o governo quer anun-
áreas urbanas
Também há indicação para de- ciar, mas não garantem que elas
senvolver a produção agrícola estarão no documento final.
hectares. A colheita da leguminosa
deve recuar 5%, de 3 milhões de to-
neladas para 2,9 milhões de tone-
Carnes ladas ao fim do período. A área pa-
Produção (milhões de ton.) ra cultivo do trigo deverá crescer,
2022/23 2032/33
55,8 saindo de 3,3 milhões de hectares
para 3,9 milhões de hectares.
389,3
25
19,5
milhões O ministério diz que o aumento
de hectares deverá
313,8
1 20 da produção deverá se basear na
15,2 ser a área plantada
melhoria de produtividade, o que
15 de soja na safra
10,1 2032/33. A cultura demandará mais investimentos
9,0
10
6,5 ocupou 43,8 em pesquisa e inovação. O estudo
5,3
5 milhões de hectares aponta que a adição de 14,7 mi-
em 2022/23 lhões de hectares até o fim do pe-
ríodo precisa se concentrar em
0
2022/23 2032/33 Carne de frango Carne bovina Carne suína
áreas de pastagens degradadas pa-
ra não gerar pressão por novos
desmatamentos nem passivo am-
biental de maior impacto.
A projeção aponta, por exem-
Carnes
plo, que o aumento mais forte,
em termos proporcionais, de área
2022/23 2032/33 plantada (32,1%) e de produção
121,3 8 de grãos (36,3%) no Brasil nos
6,3 próximos dez anos ocorrerá no
95
6
4,8 Norte do país, com destaque para
65,8 Tocantins, Pará e Rondônia. Se-
3,7
4
48 2,8 gundo o ministério, o cenário vai
32 36
1,6 exigir cuidados especiais dos go-
2 1,2
vernos para estimular formas de
Milho Soja Café*
0
Carne Carne bovina Carne suína ocupação da terra “ambiental-
de frango mente adequadas” na Amazônia.
“Se tal crescimento ocorrer às
custas de áreas novas, os impactos
de “alimentos de verdade” que hectares em 2022/23 para 489 mil ambientais poderão ser expressi-
chegam à mesa do consumidor. hectares em 2032/33. Com isso, a vos, pois afetarão inevitavelmente
No Plano Safra 2023/24, por exem- produção pode ser reduzida em o bioma amazônico do ponto de
plo, produtores têm juros reduzi- 2%, de 9,9 milhões de toneladas vista climatológico”, diz o estudo.
dos no custeio desses produtos. para 9,7 milhões de toneladas. “Serão necessárias ações governa-
As projeções apontam queda de Para o feijão, o cenário é de di- mentais efetivas para estimular
65% na área plantada de arroz de- minuição dos atuais 2,7 milhões formas de ocupação da terra am-
verá cair, dos atuais 1,4 milhão de de hectares para 1,7 milhão de bientalmente adequadas”. (RW)
proteínas animais. Os embarques para a carne de frango (30,9%), 14,8% no mercado interno.
de carne bovina devem aumentar passando de 4,8 milhões de tone- Os brasileiros deverão consu-
29,7%, saindo de 2,8 milhões de to- ladas para 6,3 milhões de tonela- mir 6,5 milhões de toneladas de
neladas para 3,7 milhões de tone- das. A maior alta percentual é para carne bovina em 2033, aumento
ladas. O incremento é parecido a carne suína, com elevação proje- de 4,8% sobre as 6,2 milhões de to-
tada de 33,5% nas vendas externas: neladas atuais. Já para as carnes de
de 1,2 milhão de toneladas para frango e suína o crescimento per-
12,4%
1,6 milhão de toneladas em 2033. centual esperado é maior.
O estudo projetou ainda o cená- O consumo interno de carne
rio de consumo doméstico das suína deverá crescer 23,9%, che-
é a alta projetada proteínas. Cerca de 35,5% da pro- gando a 5,1 milhões de toneladas
dução de carne de frango será des- em dez anos. Para a carne de fran-
para a produção de tinada ao mercado interno. A par- go a alta prevista é de 24,7%, para
carne bovina ticipação da carne suína será de 12,9 milhões de toneladas. (RW)
Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | B9
B10 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Investimentos
Em três anos, Genoa,
de Codogno, bate
R$ 19 bi e coloca
fundo sistemático
na rua C6
Valor C
Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Balanços Itaú e BB devem ser destaques positivos novamente; qualidade dos ativos permanece no radar
Bancos seguem com resultados desiguais no 2 tri
Mariana Ribeiro
De São Paulo
A temporada de balanços dos
bancos no segundo trimestre de-
ve ser novamente marcada por
discrepâncias nos resultados das
principais instituições financei-
ras de capital aberto do país. As-
sim como no início do ano, ana-
listas esperam que Itaú Unibanco
e Banco do Brasil (BB) sejam os
destaques positivos, enquanto
Santander e Bradesco devem vol-
tar a exibir resultados mais fra-
cos. A qualidade dos ativos conti-
nuará no radar no período e a ex-
pectativa é para identificar se a
inadimplência já atingiu seu pico
e qual cenário está se desenhan-
do para o segundo semestre.
Levantamento feito pelo Valor
com seis casas mostra que os qua-
tro bancos devem ter um lucro
combinado médio de R$ 23,99 bi-
lhões entre abril e junho, alta de 3%
sobre o trimestre anterior. As pro-
jeções indicam uma queda de 10%
na comparação com o segundo tri-
mestre de 2022. Como de costu-
me, a filial do banco espanhol se-
rá a primeira a divulgar seus nú-
meros, na próxima quarta-feira.
O Itaú BBA avalia que, durante
as divulgações, investidores es-
tarão em busca de “pistas” para
entender se o primeiro semes-
tre foi ou não um ponto baixo
para a indústria e como o cená-
rio está se configurando para o
‘PixdosEUA’,FedNowestreia
comdesafiodemudarcultura
Joshua Franklin
Financial Times
O Federal Reserve (Fed, o banco
central americano) lançou um no-
vo sistema de pagamentos em
tempo real, o maior avanço em dé-
cadas na antiquada rede de trans-
ferências de dinheiro dos EUA.
O FedNow (“FedAgora”) permi-
tirá que os americanos movimen-
tem dinheiro eletronicamente em
segundos, um passo significativo
para um país onde cheques e di-
nheiro em papel continuam popu-
lares e transferências bancárias po-
dem levar dias para ser concluídas.
Este é o primeiro sistema novo de
pagamentos, ou “plataforma”, res-
paldado pelo governo desde a cria-
ção da rede da Câmara de Compen-
sação Automatizada (ACH, na si-
gla em inglês), nos anos 1970.
O presidente do Fed, Jerome
Powell, disse que o serviço ajuda-
rá a tornar “os pagamentos diá-
rios mais rápidos e convenientes
ao longo dos próximos anos”.
“Com o tempo, à medida que
mais bancos optem por usar esta
nova ferramenta, os benefícios pa-
ra pessoas físicas e empresas in-
cluirão permitir que uma pessoa
receba imediatamente um cheque
de pagamento ou que uma empre-
sa tenha acesso imediato aos re-
cursos quando uma fatura for pa-
ga”, acrescentou em comunicado.
Os EUA são um caso atípico em
termos internacionais por não te-
rem um sistema de pagamentos
em tempo real generalizado. Do
Faster Payments System (sistema
de pagamentos mais rápidos), do
Banco da Inglaterra, até a Unified
Payments Interface (Interface Uni-
ficada de Pagamentos), da Índia, e
o Pix, do Brasil, países em todo o
Lucro dos bancos
Projeções para o segundo trimestre de 2023
Projeções - em R$ bilhões*
25
20
15
8,56 8,66
10
4,38
5 2,39
Itaú BB Bradesco
Fonte: Valor. Previsão média dos analistas do UBS BB, Goldman Sachs, Citi, Itaú BBA, XP e Santander
segundo semestre e para 2024.
A maior parte dos bancos terá
alta moderada na inadimplência
no período, com sinais mais fre-
quentes de que o pico está próxi-
mo, dizem os analistas do UBS BB.
“Acreditamos que a temporada de
resultados do segundo trimestre
pode dar convicção aos partici-
pantes do mercado de que a quali-
dade dos ativos melhorará duran-
te o segundo semestre”, afirmam.
As projeções médias coletadas
apontam para um lucro de
R$ 8,56 bilhões do Itaú e de
R$ 8,66 bilhões do BB, ambos
praticamente estáveis em rela-
ção ao trimestre passado e com
alta anual de 11%. No caso do
Bradesco, a estimativa é de
R$ 4,38 bilhões (alta trimestral
de 2% e queda anual de 38%). Pa-
ra o Santander, a projeção é de
mundo desenvolveram redes de
pagamentos instantâneos. Al-
guns críticos chamam o FedNow
de “FedYesterday” (FedOntem).
“Ninguém mais no mundo vai
entender por que algo como o
FedNow não existia uma década
atrás. Então, não é que isso seja
uma inovação sem precedentes”,
disse Brian Graham, sócio da em-
presa de consultoria de serviços
financeiros Klaros Group.
O FedNow está em desenvolvi-
mento desde 2019 e permitirá a
transferência instantânea de até
US$ 500 mil. Esse valor é bem infe-
rior aos cerca de US$ 5 milhões que
correspondem à transação média
no principal serviço de transferên-
cia de dinheiro do Fed, o Fedwi-
re, usado por bancos, empresas e
agências governamentais.
De qualquer forma, apenas
uma fração dos mais de 4 mil
bancos dos EUA se registrou no
FedNow, entre eles grandes ban-
cos como J.P. Morgan Chase e
Wells Fargo, além dos provedo-
res de serviços Fiserv e Jack Hen-
ry. O Fed informou que espera
aumentar esse número de forma
expressiva ao longo do tempo.
Dadas as restrições de valor das
transferências e a rede limitada de
instituições financeiras, a expecta-
tiva de executivos do setor é que a
aceitação inicial do FedNow seja
lenta. Eles veem algum espaço pa-
ra que o sistema seja usado como
alternativa a cheques e dinheiro,
assim como para pagamento de
seguros e contas domésticas.
“O sistema existente está muito
consolidado. Isso não significa que
não há problemas para transações
com dinheiro, débito ou cheques”,
disse um executivo da área de pa-
gamentos de um banco dos EUA.
Variações - em %
Trimestal
23,99
20
11
10
2 1
0
-10
-20
-30
-40
Santander Total Itaú
R$ 2,39 bilhões (alta trimestral
de 12% e recuo anual de 42%).
“BB e Itaú, apesar das duras ba-
ses de comparações, devem apre-
sentar uma manutenção da recen-
te trajetória positiva de crescimen-
to da carteira de crédito e incre-
mento marginal da inadimplên-
cia. Por outro lado, prevemos mais
um trimestre difícil para Santan-
der e Bradesco. Ambos ainda afeta-
dos por maiores provisões e menor
margem de lucro com o mercado”,
dizem os analistas da XP.
A casa espera que as provisões
continuem significativas, afetan-
do negativamente os resultados
dos bancos no período. Nova-
mente, no entanto, o cenário de-
ve ser assimétrico, com impacto
menor sobre Itaú e BB devido a
maior seletividade na concessão
de crédito nos últimos meses.
Com o tempo, uma plataforma
de pagamentos em tempo real
também poderia abrir as portas
para o aumento da concorrência
no lucrativo setor dos cartões de
crédito dos EUA, que gera bi-
lhões de dólares em lucros a cada
ano para bancos, redes de cartões
e empresas de tecnologia que
ajudam a facilitar as transações.
O desenvolvimento do Fed-
Now foi um dos motivos que le-
varam o J.P. Morgan a lançar um
sistema de pagamentos de con-
ta para conta no ano passado.
Mas especialistas do setor não
veem muitas possibilidades de que
o FedNow se torne uma ameaça
imediata para os cartões de crédito.
Embora as tarifas de transação pa-
ra compras com cartão sejam caras
para os comerciantes, que às ve-
zes repassam esse custo aos clien-
tes, os consumidores americanos
são fãs dos programas de recom-
pensas e conhecem bem os siste-
mas contra fraude existentes.
“A cultura do uso dos cartões de
crédito está bem incorporada nos
EUA. Já está provado que a gera-
ção do milênio e mesmo a geração
Z gostam desse modelo. Ele é rápi-
do e conveniente”, disse Nathan
Hilt, diretor administrativo da
empresa de consultoria Protiviti.
A principal plataforma de paga-
“Ninguém no mundo
vai entender por
que algo como o
FedNow não existia
uma década atrás”
Brian Graham
Mercados
Empresas listadas
terão de seguir
novas regras
de diversidade
da B3 C2
Anual
11 12
2 3
-10
-38
-42
BB Bradesco Santander Total
O Goldman Sachs avalia que o
nível de rentabilidade deve se
manter saudável na maior parte
das instituições, mas enquanto
no Itaú e no BB o retorno sobre o
patrimônio líquido (ROE, na si-
gla em inglês) deve ficar na casa
de 20%, no Bradesco e no San-
tander o indicador seguirá
pressionado. A projeção é de
11% e 12%, respectivamente. Di-
nâmica similar deve ser vista
quando considerada a margem
financeira. A previsão da casa é
R$ 24 bi
é a projeção para o
lucro combinado dos
bancos no 2º tri
Powell: FedNow ajudará a tornar ‘os pagamentos diários mais rápidos e convenientes ao longo dos próximos anos’
mentos nos EUA é a rede da Câma-
ra de Compensação Automatiza-
da, que em 2021 processou mais
de US$ 90 trilhões em pagamentos
que não foram feitos em dinheiro
vivo. É muito difícil mudar os há-
bitos dos consumidores com re-
lação a pagamentos e já faz tem-
po que a ACH é alvo de reclama-
ções de que é pesada e pouco efi-
ciente. A câmara funciona há dé-
cadas com proteções claras para
lidar com fraudes e uso indevido.
Embora os serviços populares
de transferência de dinheiro por
meio de aplicativos de celular, co-
mo o Venmo do PayPal, passem
uma impressão de pagamento em
tempo real, na verdade eles são re-
des fechadas que geralmente ope-
ram sobre a plataforma ACH.
Private equity
Blackstone
atinge marca
histórica de
US$ 1 trilhão
em ativos C3
de um crescimento anual de
30% no BB e 13% no Itaú. Já para
Bradesco, a estimativa é de alta
de 4% e, para Santander, de 3%.
Para o Itaú BBA, Bradesco e
Santander devem ter resultados
fracos novamente devido a pres-
sões persistentes na margem fi-
nanceira, despesas operacionais
e provisões de crédito. O primei-
ro, afirma, continua enfrentan-
do desafios no negócio de crédi-
to. Pressões na margem com
clientes devem ofuscar melhores
margens com o mercado, en-
quanto a inadimplência deve
subir no varejo e nos pequenos
e médios negócios. “No entan-
to, esperamos que o banco con-
firme que o segundo trimestre
foi o pico da inadimplência.”
O Santander tende a ser outro
ponto fraco, com ganhos ligeira-
mente melhores, mas com cartei-
ra de crédito lenta, margem fi-
nanceira fraca e inadimplência
crescente, acrescenta o Itaú BBA.
O BB deve voltar a reportar re-
sultados trimestrais saudáveis e as
atenções vão estar voltadas para
um possível aumento das provi-
sões, avaliam os analistas do San-
tander CIB. Isso pode vir na esteira
de uma inadimplência acima do
antecipado devido à espera dos
clientes pelo lançamento do De-
senrola e o cenário macroeconô-
mico desafiador, completam.
Para a XP, o BB deve apresentar
mais um trimestre de crescimen-
“O sistema de pagamentos é
como uma rede de esgoto. Nin-
guém quer saber como funciona
até que o banheiro fique entupi-
do”, disse um executivo do setor.
A Câmara de Compensação
Automatizada, que pertence a
um consórcio de grandes ban-
cos, lançou a primeira rede de
pagamentos em tempo real dos
EUA em 2017. Mas sua adoção
tem sido lenta, principalmente
entre os bancos menores nos
EUA, que prefeririam um siste-
ma que não fosse controlado
por seus rivais maiores.
“A promessa [do FedNow] gira
em torno de dar mais escala
dentro do sistema dos EUA e de
chegar a instituições que, de
outra forma, não se disporiam,
o
to robusto da carteira de crédito,
provavelmente em linha com o li-
mite inferior do “guidance” (que
vai de 8% a 12%) e impulsionado
novamente pelo crédito rural. Já a
inadimplência deve seguir me-
nor que a dos pares, refletindo o
perfil defensivo da carteira.
Sobre o Itaú, a XP espera que
apresente crescimento de dois
dígitos na carteira de crédito, pu-
xado pelas linhas relacionadas
ao consumo. “Além disso, preve-
mos um aumento marginal na
inadimplência, atingindo um
nível ainda saudável de 3,5%.”
O UBS BB diz que o Itaú conti-
nuará apresentando resultados
sólidos, embora a “barra já este-
ja elevada” para o banco. A ex-
pectativa é de crescimento mo-
derado da carteira de crédito, li-
geiramente melhor que os pa-
res, sem problemas significati-
vos na qualidade dos ativos.
A casa diz não ter certeza se
Itaú e Bradesco irão formalmen-
te revisar o “guidance” forneci-
do, mas esperam que as institui-
ções ao menos indiquem que al-
gumas das expectativas não se-
rão alcançadas. A instituição
acrescenta, no entanto, que o
mercado já está projetando vá-
rias linhas abaixo do estimado
pelos bancos e possíveis revisões
não devem afetar os resultados
esperados para o ano. Santander
não divulga “guidance”, e o UBS
BB não faz projeções para o BB.
FED/DIVULGAÇÃO
ou não poderiam, ou não opta-
riam por participar”, disse Hilt.
A forma como o FedNow lida
com fraudes será um fator determi-
nante e crucial para sua adoção de
maneira mais ampla. Grandes ban-
cos já foram criticados por parla-
mentares em Washington por não
fazerem o suficiente para prote-
ger os usuários de seu serviço Zel-
le, que permite que clientes usem
seus celulares para fazer transfe-
rências rápidas de dinheiro.
“Acho que a fraude vai au-
mentar”, disse Graham, da Kla-
ros. “Isso não significa que não
seja solucionável. Muitos países
em todo o mundo resolveram a
questão das fraudes com rela-
ção aos pagamentos em tempo
real.” (Colaborou Colby Smith)
C2 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Finanças
Ibovespa
Em pontos
120,000
119,325
118.082
118,650
117,975
118.087
117,300
30/jun/23
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Mercados Nasdaq é destaque negativo com perdas de 2%, pior resultado desde
fevereiro; dólar sobe, enquanto Ibovespa termina com valorização de 0,45%
Indicador e balanços afetam Wall Street
Gabriel Caldeira, Gabriel Roca e
Arthur Cagliari
De São Paulo
Dados mais fortes que o consen-
so do mercado nos Estados Unidos
e o recrudescimento do conflito
entre Rússia e Ucrânia impactaram
os ativos globais na sessão de on-
tem, o que reverberou localmente
na alta dos juros futuros e no en-
fraquecimento do real. Houve ain-
da pressão negativa por parte das
bolsas americanas, impactadas
por resultados abaixo do esperado
por analistas de Netflix e Tesla.
A taxa do contrato de Depósito
Interfinanceiro (DI) para janeiro
de 2025 subiu de 10,78% para
10,795% e a do DI para janeiro de
2027 avançou de 10,225% para
10,285%. Lá fora, o retorno da T-
note de dois anos teve alta de 9
pontos-base, a 4,866%, e o da T-no-
te de dez anos avançou 9,9 pontos-
base, a 3,853%. O índice DXY, que
acompanha a variação da divisa
americana em relação a seus prin-
Pesquisa prevê último
aumento de juros
pelo Fed em julho
Steve Matthews e Sarina Yoo
Bloomberg
A maioria dos economistas es-
pera que o Federal Reserve (Fed)
eleve os juros mais uma vez na se-
mana que vem, encerrando um
ciclo de aperto monetário de 16
meses que marca a batalha mais
agressiva contra a inflação nos
Estados Unidos em 40 anos.
O Comitê Federal de Mercado
Aberto (Fomc) deve subir a taxa
básica em 0,25 ponto percentual
na reunião de 25 a 26 de julho,
para um intervalo entre 5,25% e
5,5%, o maior nível desde 2001,
segundo economistas consulta-
dos pela Bloomberg. Com as
pressões de preços em queda no
mês passado, quase todos os eco-
nomistas não esperam mudan-
ças nos juros na reunião de se-
tembro e apenas 20% do grupo
consultado prevê outro aumen-
to na reunião de novembro.
O presidente do Fed, Jerome
Powell, e outras autoridades da
instituição sinalizaram planos pa-
ra elevar ainda mais as taxas após
uma pausa em junho, destinada a
desacelerar o ritmo do aperto à
medida que se aproximam de um
nível considerado restritivo o sufi-
ciente para trazer a inflação de vol-
ta à meta de 2%. A projeção media-
na do Fomc em seu resumo tri-
mestral de projeções econômicas
em junho mostrou que mais duas
altas são esperadas este ano.
“É quase certo que o Fomc au-
mentará as taxas na próxima se-
mana”, disse Kathy Bostjancic,
economista-chefe da Nationwi-
de Life Insurance. “A coletiva de
imprensa do presidente Powell é
o foco. Powell e o Fomc confun-
diram com sua mensagem aos
mercados. Ele tem a oportunida-
de de fornecer orientações mais
claras na semana que vem.” A
pesquisa com 45 economistas
foi realizada de 13 a 18 de julho.
“Os cortes nas
taxas de juros não
acontecerão antes
do fim deste ano”
James Knightley
Bolsas internacionais
Variações no dia 20/jul/23 - em %
Dow Jones 0,47
S&P 500 -0,68
alta de
Euronext 100
0,45%
0,29
DAX 0,59
CAC-40 0,79
Nikkei-225 -1,23
20/jul
SSE Composite -0,92
cipais pares, marcou alta de 0,55%.
E, ante o real, o dólar registrou um
ganho de 0,35%, para R$ 4,8023.
A aparente força do mercado de
trabalho americano fez com que
investidores voltassem a tomar po-
sição mais cautelosa em relação à
política monetária do Federal Re-
serve (Fed). O Departamento de
Trabalho dos EUA divulgou que o
país somou 228 mil pedidos por
seguro-desemprego na semana
passada, ante 240 mil solicitações
esperadas. Já levantamento do Fed
da Filadélfia mostrou o setor ma-
nufatureiro da região em baixa,
mas com perspectiva de cresci-
mento nos próximos seis meses.
Para Nancy Vanden Houten,
economista-chefe para EUA da
Oxford Economics, o número de
pedidos de seguro-desemprego é
consistente com a visão de que o
mercado de trabalho está desace-
lerando lentamente, sem mostrar
volumes significativos de demis-
sões. Por isso, o Fed deve seguir no
caminho de subir os juros.
“O Fed quase certamente vai su-
bir em 0,25 ponto em julho, mas o
relatório favorável do CPI reforça-
rá as vozes no Fomc argumentan-
do que a alta de julho deve ser a fi-
nal — o que corresponde à nossa
linha de base. A Bloomberg Eco-
nomics espera que o Fed faça uma
pausa prolongada após um au-
mento de 0,25 ponto percentual
em julho”, dizem Anna Wong e
Stuart Paul, economistas para
EUA da Bloomberg Economics.
Os economistas entrevistados
projetam que o Fed vai manter as
taxas em seu nível máximo até o
fim do ano. Estão divididos se o
primeiro corte ocorrerá em janeiro
de 2024, sendo que mais de 25%
dos economistas preveem redução
nessa época. A mediana do grupo
vê o primeiro corte em março, com
queda dos juros para 4,75% até ju-
nho de 2024 e encerrando o ano
que vem em 4,25%. As projeções
são um pouco mais altas do que
na pesquisa do mês passado.
Por outro lado, em junho, as
autoridades do Fed previam uma
queda mais gradual dos juros,
para uma faixa entre 4,5% a 4,75%
até o fim de 2024. Os mercados
precificam em quase 100% uma
alta em julho, com o primeiro
corte de 0,25 ponto percentual
em março e uma queda da taxa
para 3,9% até o fim de 2024.
“A inflação ainda deve desace-
lerar muito, mas os cortes nas ta-
xas de juros, que esperamos há
muito tempo, provavelmente
não acontecerão antes do final
deste ano”, disse James Knigh-
tley, economista-chefe interna-
cional do ING Financial Markets.
Pouco a pouco, os economistas
se tornam mais otimistas em re-
lação à evolução da economia
dos Estados Unidos: 58% deles
preveem uma recessão nos próxi-
mos 12 meses, frente 63% na pes-
quisa de junho e 67% em abril.
Embora Powell tenha dito que
vê um caminho estreito para um
“pouso suave” da economia, a
equipe do Fed previu uma reces-
são nos EUA, de acordo com as
atas de reuniões recentes do
Fomc. Entre os economistas pes-
quisados, a maioria dos que não
espera uma recessão formal
aguarda expansão contínua e não
vê crescimento zero ou negativo.
Juros
DI-Over futuro - em % ao ano
Jan/2025 Jan/2026
10,77
10,12
30/jun/23
Ademais, anunciada na semana
passada, a retirada da Rússia do
acordo internacional que permitia
à Ucrânia escoar sua produção de
grãos pelos portos do Mar Morto
levanta novamente a preocupação
sobre uma alta do preço de com-
modities agrícolas — a Ucrânia é
produtora de trigo e milho.
O mau humor visto nas taxas
também se fez presente nas bolsas
de Nova York em reação ao balan-
ço da Netflix e ao “guidance” da
Tesla. O S&P 500 caiu 0,68%, en-
quanto o Nasdaq recuou 2,05%, na
pior baixa diária do índice de
ações de tecnologia desde feverei-
ro. Já o Dow Jones fechou em alta
de 0,47%, aos 35.225,18 pontos.
A Tesla divulgou seu balanço do
R$ 4,80
foi a cotação de
fechamento do dólar
. com dívidas de até R$ 100 recupe-
Medidas foram aprovadas pela CVM e começam a valer a partir de 2025; novas regras não serão obrigatórias
Empresa listada terá novas
regras de diversidade da B3
Juliana Schincariol
Do Rio
As empresas listadas brasilei-
ras terão de seguir novas regras
de diversidade da B3 a partir de
2025. As mudanças não são obri-
gatórias, mas companhias que
não adotarem as novas medidas,
aprovadas pela Comissão de Va-
lores Mobiliários (CVM), terão de
explicar as razões ao mercado.
O objetivo é estimular a repre-
sentatividade de gênero e a pre-
sença de grupos sub-representa-
dos em cargos de alta liderança, as-
sim como o reporte de boas práti-
cas ambientais, sociais e de gover-
nança pelas companhias listadas.
As informações serão incluídas no
formulário de referência, docu-
mento que compila as principais
informações de empresas abertas.
De acordo com as medidas pro-
postas pela B3, as companhias bra-
sileiras listadas em bolsa devem
eleger ao menos uma mulher e um
integrante de comunidade sub-re-
presentada — pessoas pretas, par-
das ou indígenas, integrantes da
comunidade LGBTQIA+ ou com
deficiência, além de indígenas,
que foram incluídos no texto final
— para o conselho de administra-
ção ou diretoria estatutária.
Dólar comercial
Cotação de venda - em R$/US$
10,77
10,85
10,30
10,11
4,7889
11/jul 20/jul 30/jun/23
segundo trimestre na quarta à noi-
te. Apesar de registrar alta anual de
20% no lucro, a ação da empresa foi
prejudicada por um alerta de exe-
cutivos, durante teleconferência
com investidores, de que a produ-
ção de veículos deve desacelerar
no terceiro trimestre. Os papéis da
companhia desvalorizaram 9,74%.
E a Netflix não ficou muito
distante ao fechar em queda de
8,41%, após os resultados do se-
gundo trimestre virem piores
que o esperado. Esse movimento
piorou as expectativas para os
resultados de outras “big techs”,
e as ações despencaram: Ama-
zon caiu 3,88%, Microsoft per-
deu 2,31%, Alphabet teve queda
de 2,24%, Nvidia desvalorizou
3,22% e a Meta Platforms, 4,25%.
John Higgins, economista-che-
fe de mercados da Capital Econo-
mics, caracteriza a temporada de
balanços do segundo trimestre
como positiva até aqui, e cita que
as perdas nos lucros do ano passa-
do — menores do que em outros
Um levantamento da B3 aponta
que 55% das empresas não têm ne-
nhuma mulher entre seus direto-
res, e 36% não possuem participa-
ção feminina no conselho de ad-
ministração. Os dados constam
dos formulários de referência de
mais de 300 companhias. A parti-
cipação de pessoas pretas na alta
liderança é ainda menor: elas não
ocupam cargos de diretoria esta-
tutária em 336 companhias e não
estão nos conselhos de adminis-
tração de 327 empresas.
O modelo proposto pela B3 pa-
ra aplicação do chamado “Anexo
ASG” é conhecido como “prati-
que ou explique”. Por meio dele,
as companhias precisam dar
transparência ao mercado sobre
as ações adotadas ao atendimen-
to das medidas ou explicar os mo-
tivos da não adoção. O objetivo
não é interferir na administração
das empresas, e, segundo a B3, é
uma forma de dar maior transpa-
rência aos investidores, além de
promover um “avanço escalona-
do” na diversidade das compa-
nhias brasileiras. As companhias
têm um prazo de até dois anos a
partir da vigência do Anexo ASG.
A eleição do primeiro membro
deverá ser comprovada até 2025
e a do segundo, em 2026.
Índice de Renda Fixa Valor
Base = 100 em 31/12/99
alta de
0,35%
4,8023 em relação
ao real
20/jul
períodos de crise econômica — já
apresentam sinais de reversão.
Como consequência, o mercado
acionário em Wall Street não está
preparado nem para uma recessão
moderada nos EUA, cenário-base
da consultoria, alerta ele. “Nossa
expectativa de que uma leve desa-
celeração econômica nos EUA es-
teja chegando nos leva a prever
que o mercado de ações recuará no
segundo semestre de 2023”, proje-
ta Higgins, em relatório a clientes.
O Ibovespa operou sem viés de-
terminante durante boa parte da
sessão, mas fechou em alta de 0,45%,
aos 118.082 pontos. Entre as ações
mais representativas do índice, Pe-
trobras ON subiu 0,77%, Itaú PN teve
alta de 1,86% e Ambev ON avançou
1,98%. Natura ON foi a maior alta do
dia, 4,96%, após Itaú BBA e Bradesco
BBI reafirmarem seu otimismo em
relação ao papel. Na outra ponta,
Locaweb ON e Totvs ON recuaram
3,70% e 1,65%, respectivamente,
em dia de queda firme das ações
de tecnologia em Nova York.
LEO PINHEIRO/VALOR
As empresas que fizerem seu IPO
após a vigência das novas medidas
terão prazo de um ano após a lista-
gem para a primeira pessoa diversa
(ou a explicação correspondente);
e o ano seguinte, para a segunda
(ou explicação correspondente).
O texto prevê também a inclu-
são, nas políticas de remunera-
ção variável da administração
das companhias (quando houver
esse tipo de remuneração), de in-
dicadores de desempenho liga-
dos a temas ou metas ASG.
Outra medida aprovada no
Anexo ASG diz respeito às políticas
de indicação das companhias. Se-
gundo a B3, esses documentos de-
verão contemplar critérios de di-
versidade (gênero, orientação se-
xual, cor ou raça, faixa etária ou in-
clusão de pessoa com deficiência)
como requisitos para a eleição de
membros do conselho de adminis-
tração e diretoria estatutária.
A mudança na remuneração va-
riável dos administradores e a in-
clusão de requisitos ASG para indi-
cação de conselheiros de adminis-
tração e diretores estatutários de-
verão ser praticadas ou explicadas
a partir de 2025, para as empre-
sas já listadas, e, no caso de em-
presas que ainda abrirão capital,
no ano subsequente à listagem.
1.951,26 1.953,23
1.945,22
30/jun/23 11/jul 19/jul
Renegociação
de dívida
cresce com
Desenrola
Estevão Taiar
De Brasília
Os pedidos realizados por pes-
soas físicas para renegociar dívidas
com instituições financeiras au-
mentaram de três a quatro vezes
desde o lançamento do Desenrola,
afirmou ontem ao Valor o secretá-
rio de política econômica do Mi-
nistério da Fazenda, Guilherme
Mello. “[Houve um] aumento
grande, entre três e quatro vezes
maior, da procura por renegocia-
ção”, disse Mello, destacando que
os números não são “dados for-
mais”. “São informações que rece-
bemos de algumas instituições.”
A primeira etapa do Desenrola,
programa implantado pelo Minis-
tério da Fazenda para renegociar
dívidas contraídas por pessoas físi-
cas, entrou em vigor na segunda-
feira. Nesta fase inicial, será atendi-
da apenas a faixa 2 do programa,
que engloba pessoas com dívidas
bancárias e renda mensal entre
dois salários mínimos e R$ 20 mil.
Esta etapa prevê que pessoas
rem o acesso ao mercado de crédi-
to, embora o débito continue em
vigor. A medida pode beneficiar
2,5 milhões de pessoas físicas, nos
cálculos do Ministério da Fazenda.
Na quarta-feira, durante en-
trevista coletiva concedida para
comentar o Boletim Macrofiscal,
Mello já tinha afirmado que as
informações preliminares que o
Ministério da Fazenda possuía a
respeito do Desenrola aponta-
vam que o programa vinha sen-
do “um grande sucesso”.
Na segunda, em entrevista à
“GloboNews”, o secretário de polí-
tica econômica disse que a progra-
mação do governo federal prevê
que as faixas 1 e 2 do Desenrola es-
tejam “atuando conjuntamente
em setembro”. A faixa 1 permitirá
que pessoas com renda mensal de
até dois salários mínimos ou inscri-
tas no Cadastro Único do governo
federal renegociem dívidas bancá-
rias e não bancárias, desde que, so-
madas, não ultrapassem R$ 5 mil.
Nos cálculos do Ministério da
Fazenda, todo o programa tem
potencial de renegociar R$ 50 bi-
lhões em dívidas contraídas por
70 milhões de pessoas físicas. A
Secretaria de Política Econômica
(SPE) da pasta também conside-
ra que o Desenrola é um dos fato-
res que podem fazer com que o
crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) neste ano fique aci-
ma da projeção oficial de 2,5%.
Procurada, a Federação Brasi-
leira de Bancos (Febraban) afir-
mou que ainda não possui balan-
ço sobre os primeiros dias de
funcionamento do Desenrola.
Curta
Tesouro Direto em junho
O Tesouro Direto teve emissão
líquida de R$ 1,18 bilhão em ju-
nho, segundo a Secretaria do Te-
souro Nacional (STN). O estoque
do programa fechou o mês em
R$ 118,2 bilhões, alta de 1,7% em
relação a maio. Houve resgates
de R$ 2,64 bilhões, enquanto as
emissões somaram R$ 3,81 bi-
lhões. O número de investidores
ativos no Tesouro Direto subiu
pouco mais de 36 mil na compa-
ração mensal, atingindo 2,246
milhões. As aplicações de até
R$ 1 mil representaram 60,5% do
total no mês, enquanto o valor
médio das operações alcançou
R$ 6.299,28. Os títulos com
maior demanda no mês de ju-
nho foram os indexados à taxa
básica Selic, que somaram 62,1%
do total. (Estevão Taiar)
 Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | C3

Finanças

Negócios Empresa estreou em 1985 com US$ 400

GABRIEL DE PAIVA/ AGÊNCIA O GLOBO

mil; estratégia de expansão para investimentos

alternativos impulsionou crescimento vertiginoso

Blackstone bate US$ 1 tri

de ativos em marco
para o private equity Haddad, da Fazenda: “Pagamos 10% de juros [reais] ao ano, o que precisa ser endereçado. O Brasil não suporta mais”
DAVID DEE DELGADO/BLOOMBERG
Dawn Lim e Dave Merrill O amplo alcance da Blacksto-

Haddad diz esperar ‘reação

Bloomberg ne aumentou seu status junto a
reguladores e legisladores, e seu
A Blackstone acaba de atingir império abrange desde imóveis
um marco que nenhuma outra residenciais até o negócio de

empresa de private equity alcan-
çou: US$ 1 trilhão em ativos. A
empresa reportou o valor de um
US$ 1,001 trilhão em ativos sob
sua gestão, acima dos US$ 940,8
bilhões do ano anterior. É um sal-
to e tanto em relação aos US$ 400
mil de sua estreia em 1985, uma
das transformações mais dramá-
ticas no mundo financeiro.
As firmas de private equity se
tornaram motores de importan-
tes setores da economia america-
na e mundial. A Blackstone se
tornou a maior de todas, ao se ex-
pandir além de suas raízes de
aquisições, com todo tipo de pro-
duto financeiro fora de ações e tí-
tulos, e liderar a mudança do pri-
vate equity rumo ao vasto mun-
do dos chamados investimen-
tos alternativos. Essa estratégia
impulsionou um crescimento
vertiginoso, com a Blackstone
praticamente dobrando seus
ativos nos últimos cinco anos.
“Começamos com um único
fundo de private equity”, afir-
mou o bilionário Steve Schwarz-
man, CEO e cofundador da Bla-
ckstone. “Agora, fazemos umas
60 coisas diferentes.” O marco da
“Começamos
com um único
fundo de
private equity”
Steve Schwarzman
Blackstone inaugura uma nova
era. Empresas que cresceram du-
rante um boom de M&A (fusões e
aquisições) e políticas de dinhei-
ro fácil enfrentam juros mais al-
tos, concorrência mais acirrada
e mais escrutínio público.
limpeza de frigoríficos. As cerca
de 250 empresas que ela apoia
devem colocá-la no centro de
um debate sobre as consequên-
cias de mais empresas permane-
cerem com capital fechado.
Seus negociadores ocupam car-
gos importantes nos conselhos e
controlam empresas nos EUA in-
teiro. Eles moldam negócios que
ajudam as pessoas a encontrarem
um par romântico, achar uma casa
e manter as luzes acesas. Como a
maior proprietária de imóveis co-
merciais do país, a Blackstone fe-
chou capital de outros fundos
imobiliários de uma só vez, ga-
nhando rapidamente bilhões de
dólares em apartamentos, data
centers e moradias estudantis.
O presidente Jon Gray, provável
sucessor de Schwarzman, enfren-
tará o desafio de administrar a
crescente influência da empresa.
Com o enfraquecimento do boom
do private equity, ele enfrentará a
pressão dos acionistas para conti-
nuar desenvolvendo um negócio
cada vez mais complicado em
mercados implacáveis. “Não é a
empresa de capital fechado de sua
mãe e de seu pai”, disse Gray.
compatível’ do Copom
Juliana Schincariol e
Alessandra Saraiva
Do Rio
O ministro da Fazenda, Fernan-
do Haddad, disse ontem esperar
do Comitê de Política Monetária
(Copom), do Banco Central, uma
“reação compatível” com o traba-
lho que vem sendo feito pelos po-
deres Legislativos e Judiciário pa-
ra “arrumar a casa”. “Há algum
tempo temos espaço para redu-
ção de juros”, afirmou ontem no
Rio. A próxima reunião do comi-
tê está programada para os dias
1 o e 2 de agosto e o mercado pro-
jeta um corte na taxa de juros.
O atual patamar da Selic, de
13,75% ao ano, é criticado pelo
governo federal desde o começo
do ano e a expectativa é a de que
possa haver uma redução neste
segundo semestre, principal-
mente devido ao atual patamar
da inflação e às recentes refor-
mas aprovadas no Congresso.
“Pagamos 10% de juros [reais] ao
ano. Isso vai ter que ser endere-
çado em algum momento. O
Brasil não suporta mais”, disse.
O ministro esteve no Rio de Ja-
neiro para o lançamento da
Agenda de Reformas Financeiras
do ciclo 2023-2024, versão am-
pliada do projeto antes conheci-
do como “IMK”. O objetivo é dis-
cutir com a iniciativa privada
propostas de ajustes tributários
e de aprimoramento regulató-
rio para estimular o avanço não
só do mercado de capitais, co-
mo também dos setores bancá-
rio e de seguro e previdência.
“Desde que eu acompanho eco-
nomia, não lembro de um semes-
tre tão produtivo dos dois pode-
res [Legislativo e Judiciário]. En-
tão, se espera um retorno desse es-
forço que foi feito, que haja uma
reação compatível da autoridade
monetária”, afirmou o ministro.
Para as reformas financeiras,
foram escolhidos 18 temas den-
tre 120 propostas recebidas de
40 associações convidadas. Os as-
suntos serão distribuídos em
grupos de trabalho, que serão
discutidos nos próximos meses.
O objetivo é produzir propostas
que serão encaminhadas ao Con-
gresso Nacional. “As reformas
microeconômicas ficaram aban-
donadas durante muito tempo”,
disse Haddad. Segundo o minis-
tro da Fazenda, uma série de te-
mas vão avançar ainda no segun-
do semestre, incluindo progra-
mas sendo trabalhados por Caixa
e a Serpro (Serviço Federal de
Processamento de Dados) e que
terão “impacto muito grande”.
Presente no evento, o diretor de
regulação do BC, Otávio Damaso,
falou sobre as perspectivas de
crescimento da “tokenização” de
ativos. “Estamos no processo de
conhecer e temos postura aberta
para instituições que tragam ini-
ciativas de tokenização que es-
tão desenvolvendo”, afirmou.

SEMINÁRIO

CIGARROS
ELETRÔNICOS ABERTURA
REDUÇÃO DE RISCOS E A IMPORTÂNCIA DA REGULAMENTAÇÃO

A regulamentação dos cigarros eletrônicos pode trazer não apenas uma alternativa de risco
reduzido para adultos fumantes, como também um cenário com regras definidas para
fabricação, fiscalização e comunicação, além de coibir o crescente mercado ilegal e
arrecadar impostos no Brasil. Neste seminário, vamos reunir especialistas para Lauro Anhezini Jr.
debater a regulamentação no país. Chefe de Assuntos
Científicos e Regulatórios
da BAT Brasil

MESA 1 MESA 2

Alessandra Bastos Márcia Cavallari Nunes Miguel Okumura Carolina Fidalgo Erika Suzigan João Gabriel Pio
Farmacêutica e CEO Inteligência em Consumidor e fundador Advogada especialista Médica fisiatra e Economista-chefe da
ex-diretora da Anvisa Pesquisa e Consultoria - Ipec do projeto Vaporacast em regulação sanitária acupunturista Fed. das Indústrias de MG
Evento destinado a maiores de 18 anos.

MEDIADOR
Para participar e fazer sua Edward Pimenta
pergunta, inscreva-se na Jornalista e diretor do G.Lab,
landing page do evento. estúdio de branded content
da Editora Globo

Patrocínio Realização

BRASIL

Vaporizadores e produtos de tabaco aquecido são produtos destinados a maiores de 18 anos. Estes produtos não são isentos de riscos. A redução de riscos de vaporizadores
e produtos de tabaco aquecido é baseada nas evidências científicas mais recentes disponíveis e desde que haja a substituição completa do consumo de cigarros tradicionais.
C4 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Finanças Indicadores

IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 20/07/23 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 20/07/23 19/07/23 18/07/23 17/07/23 14/07/23 13/07/23
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 20/07/23 19/07/23 1 semana junho 1 mês 12 meses 03/07 a 03/08 0,2202 0,7213 0,7213 1,0621 Índice 1.953,23 1.954,43 1.955,33 1.952,44 1.949,27 1.950,69
IRF-M 1* 14.414,4542730 0,04 0,64 7,36 Selic - meta ao ano 13,75 13,75 13,75 13,75 13,75 13,25 04/07 a 04/08 0,2150 0,7161 0,7161 1,0568 Var. no dia -0,06% -0,05% 0,15% 0,16% -0,07% -0,07%
IRF-M 1+** 18.758,4706380 -0,21 0,06 11,49 Selic - taxa over ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 13,15 05/07 a 05/08 0,2176 0,7187 0,7187 1,0594 Var. no mês 0,41% 0,47% 0,52% 0,37% 0,21% 0,28%
IRF-M Total 16.921,3440820 -0,13 0,23 9,87 Selic - taxa over ao mês 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,4711 06/07 a 06/08 0,1923 0,6933 0,6933 1,0139 Var. no ano 9,10% 9,17% 9,22% 9,06% 8,88% 8,96%
IMA-B 5*** 8.597,1962910 -0,02 0,32 7,38 Selic - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 13,15 07/07 a 07/08 0,1553 0,6561 0,6561 0,9666 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 11.116,6045700 0,07 -0,57 14,26 Selic - taxa efetiva ao mês 1,0720 1,0720 1,0720 1,0720 1,0720 1,0349 08/07 a 08/08 0,1551 0,6559 0,6559 0,9664
IMA-B Total 9.488,0251090 0,03 -0,20 11,15 CDI - taxa over ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 13,15 09/07 a 09/08 0,1910 0,6920 0,6920 1,0126
IMA-S Total 6.059,0165740 0,05 0,69 7,38 CDI - taxa over ao mês 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 1,4711 10/07 a 10/08 0,2170 0,7181 0,7181 1,0588
IMA-Geral Total 7.548,9624030 0,00 0,35 9,01
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 13,65 13,65 13,65 13,65 13,65 13,15 11/07 a 11/08
12/07 a 12/08
0,2185
0,2175
0,7196
0,7186
0,7196
0,7186
1,0603
1,0593
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 1,0720 1,0720 1,0720 1,0720 1,0720 1,0349
maior que 5 anos 13/07 a 13/08 0,1900 0,6909 0,6909 1,0116
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - 12,06 11,81 12,94
14/07 a 14/08 0,1599 0,6607 0,6607 0,9712 Em 20/07/23
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - 0,9535 0,9344 1,0192 Em US$ * Em R$ **
15/07 a 15/08 0,1611 0,6619 0,6619 0,9724
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - 12,49 12,37 11,05 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - 0,9853 0,9768 0,8772
16/07 a 16/08
17/07 a 17/08
0,1873
0,2236
0,6882
0,7247
0,6882
0,7247
1,0189
1,0655 Baht (Tailândia) 34,2300 34,2500 0,13980 0,13990
Taxa de juros de referência - B3 18/07 a 18/08 0,2234 0,7245 0,7245 1,0653 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 4,7882 4,7888
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 13,20 13,21 13,28 13,38 13,52 13,67 19/07 a 19/08 0,2236 0,7247 0,7247 1,0655 Bolívar Soberano (Venezuela) 28,8067 28,8789 0,1658000 0,1662000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 12,64 12,64 12,75 12,85 13,07 13,91 Boliviano (Bolívia) 6,8600 7,0100 0,6831 0,6981
Linhas - pessoa jurídica 06/07 05/07 semana junho mês meses Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Taxas referenciais de Swap - B3 a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 Colon (Costa Rica) 536,2300 542,3800 0,008828 0,008931
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 33,55 33,21 29,89 30,41 30,82 32,91 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 13,45 13,46 13,53 13,65 13,64 13,42 Coroa (Dinamarca) 6,6909 6,6917 0,7155 0,7157
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 26,25 26,55 24,92 24,72 26,19 26,56 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 13,34 13,35 13,42 13,50 13,57 13,54 Coroa (Islândia) 131,2300 131,5500 0,03640 0,03649
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
47,92
28,64
48,79
28,32
50,17
27,14
52,07
26,69
52,47
28,63
47,24
25,01
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 13,21 13,22 13,29 13,38 13,49 13,66 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
10,0889
21,5380
10,0952
21,5480
0,4743
0,2222
0,4747
0,2223
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 13,05 13,06 13,14 13,23 13,38 13,77
Vendor pré - a.a. 19,59 18,73 19,19 19,43 19,75 17,59 Coroa (Suécia) 10,3470 10,3500 0,4626 0,4628
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 21,10 20,40 19,09 20,79 22,35 21,07
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 12,66 12,67 12,78 12,87 13,07 13,91 Índices de ações em 20/07/23 Dinar (Argélia) 134,1400 135,4820 0,03534 0,03570
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 16,59 16,98 18,27 18,81 19,94 18,95 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 11,56 11,55 11,68 11,72 11,98 14,08
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3069 0,3070 15,5967 15,6038
Conta garantida pós - a.a. 26,32 26,11 27,14 26,68 27,92 28,18 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,7247 4,7484 1,0084 1,0136
ACC pós - a.a. 8,26 8,23 8,49 8,32 7,91 6,06 Direitos Especiais de Saque *** 1,3511 1,3511 6,4693 6,4701
Factoring - a.m. 3,52 3,53 3,58 3,56 3,55 3,72 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6730 3,6732 1,3036 1,3038
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 118.082 0,45 0,00 7,61 20,14 Dirham (Marrocos) 9,7580 9,7630 0,4904 0,4908
IBrX 49.642 0,46 0,05 6,65 18,39 Dólar (Austrália)*** 0,6777 0,6779 3,2450 3,2463
Em 20/07/23 IBrX 50 19.486 0,52 0,33 5,31 19,17 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 4,7882 4,7888
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
88.968
2.248
-0,46
-0,04
-2,33
-1,18
13,08
11,93
13,21
15,23
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,3550 2,3966
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3184 1,3185 3,6316 3,6323
ISE 3.514 0,34 -2,22 11,28 8,23 Dólar (Cayman) 0,8200 0,8300 5,7689 5,8400
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em ago/23 99.594,62 13,650 37.197 13,648 13,652 13,650 IMOB 932 -0,41 1,72 41,41 43,55 Dólar (Cingapura) 1,3273 1,3274 3,6072 3,6079
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em set/23 98.464,43 13,405 15.228 13,408 13,424 13,408 IDIV 7.784 0,20 -0,44 8,82 18,60 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 4,7882 4,7888
20/07/23 19/07/23 semana junho mês meses Vencimento em out/23 97.505,42 13,295 566.968 13,278 13,314 13,284 Dólar (Hong Kong) 7,8129 7,8131 0,6128 0,6129
IFIX 3.173 -0,03 0,58 10,69 13,77
SOFR - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em nov/23 96.529,79 13,158 7.739 13,140 13,170 13,140 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,6223 0,6224 2,9797 2,9805
Atual - 5,0500 5,0600 5,0900 5,0500 1,5300 Vencimento em dez/23 95.645,44 12,970 10.408 12,935 12,995 12,935 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7122 6,7806 0,7062 0,7134
1 mês - 5,0687 5,0679 5,0653 5,0666 1,5116 Vencimento em jan/24 94.801,42 12,763 618.435 12,745 12,785 12,745 Ibovespa 24.658 0,69 0,63 17,25 36,20 Euro (Comunidade Européia)*** 1,1135 1,1136 5,3317 5,3328
3 meses - 5,0488 5,0316 4,9957 4,9664 0,9742 Vencimento em fev/24 93.895,75 12,575 1.392 12,560 12,600 12,560 IBrX 10.366 0,69 0,69 16,20 34,22 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,6309 2,6836
6 meses - 4,8653 4,8397 4,7834 4,7406 0,5587
Vencimento em mar/24 93.146,86 12,404 5 12,400 12,400 12,400 IBrX 50 4.069 0,76 0,97 14,74 35,09 Franco (Suíça) 0,8672 0,8673 5,5208 5,5221
€STR - empréstimos interbancários em euro **
Vencimento em abr/24 92.391,43 12,218 96.286 12,190 12,235 12,190 IEE 18.578 -0,23 -1,71 23,20 28,33 Guarani (Paraguai) 7270,1800 7278,9900 0,0006578 0,0006587
Atual - 3,4000 3,4010 3,4000 3,1440 -0,5820
Vencimento em mai/24 91.586,32 12,028 402 12,005 12,035 12,005 SMLL 469 0,19 -0,56 21,92 30,62 Hryvnia (Ucrânia) 36,8910 36,9340 0,1296 0,1298
1 mês - 3,3885 3,3374 3,2238 3,1521 -0,5805
Vencimento em jun/24 90.847,30 11,850 2.432 11,840 11,865 11,845 ISE 734 0,58 -1,58 21,24 22,69 Iene (Japão) 140,3700 140,4000 0,03410 0,03412
3 meses - 3,1806 3,1472 3,0726 3,0096 -0,5826
IMOB 195 -0,19 2,39 54,09 62,80 Lev (Bulgária) 1,7559 1,7567 2,7257 2,7273
6 meses - 2,8277 2,7773 2,6637 2,5792 -0,5801 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - 1,8120 1,7454 1,6011 1,4911 -0,5749 IDIV 1.625 0,44 0,18 18,57 34,46 Libra (Egito) 30,7500 30,8500 0,1552 0,1557
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor *** IFIX 663 0,20 1,21 20,59 28,97 Libra (Líbano) 15000,0000 15020,0000 0,000319 0,000319
Vencimento em ago/23 4.809,81 0,35 219.965 4.778,00 4.820,50 4.807,50 Libra (Síria) 2511,0000 2514,0000 0,00191 0,00191
1 mês 3,455 3,455 3,446 3,399 3,383 -0,259 Vencimento em set/23 4.838,52 - 0 0,00 0,00 0,00 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses 3,646 3,646 3,663 3,577 3,587 0,125 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,2848 1,2849 6,1519 6,1531
Vencimento em out/23 4.859,56 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 789,5100 792,5100 0,00604 0,00607
6 meses 3,937 3,937 3,945 3,900 3,892 0,635
Vencimento em nov/23 4.881,43 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 26,7908 26,8289 0,1785 0,1787
1 ano 4,121
Taxas referenciais no mercado norte-americano
4,121 4,174 4,134 4,082 1,164
Vencimento em dez/23 4.899,32 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 31,1620 31,1720 0,15360 0,15370
Prime Rate 8,25 8,25 8,25 8,25 8,25 4,75 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,5888 3,5916 1,3332 1,3344
Federal Funds 5,25 5,25 5,25 5,25 5,25 1,75 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 268,8000 268,8500 0,01781 0,01782
Taxa de Desconto 5,25 5,25 5,25 5,25 5,25 1,75 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 805,2000 806,2000 0,005939 0,005947
Vencimento em ago/23 5.354,04 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Colômbia) 3976,2700 3982,2700 0,001202 0,001204
T-Bill (1 mês) 5,27 5,27 5,27 5,14 5,11 1,84 Vencimento em set/23 5.394,43 - 0 0,00 0,00 0,00 20/07/23 19/07/23 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 5,41 5,41 5,39 5,30 5,21 2,47 Geral 373 374 -1,0 -17,0 -2,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,1995 0,1995
Vencimento em out/23 5.426,95 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 54,5300 54,5500 0,08778 0,08782
T-Bill (6 meses) 5,48 5,49 5,48 5,44 5,40 3,00 África do Sul 402 403 -1,0 -33,0 9,0
T-Note (2 anos) 4,87 4,77 4,64 4,90 4,69 3,23 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 2.039 2.055 -16,0 2,0 -157,0 Peso (México) 16,8364 16,8469 0,2842 0,2844
T-Note (5 anos) 4,11 4,00 3,95 4,16 3,95 3,17 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 217 220 -3,0 -13,0 -39,0 Peso (Rep. Dominicana) 55,8700 56,3500 0,08497 0,08571
T-Note (10 anos) 3,85 3,75 3,77 3,84 3,72 3,03 Vencimento em ago/23 119.109 0,36 143.890 118.440 119.480 119.325 Colômbia 319 321 -2,0 -40,0 -41,0 Peso (Uruguai) 38,0000 38,0300 0,12590 0,12600
T-Bond (30 anos) 3,91 3,84 3,90 3,86 3,81 3,16 Vencimento em out/23 121.389 - 0 0 0 0 Filipinas 88 93 -5,0 -6,0 13,0 Rande (África do Sul) 17,9632 17,9780 0,2663 0,2666
Fontes: ECB, EMMI, FRBNY e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa baseada em transações de empréstimos overnight garantidos por títulos do México 176 172 4,0 -4,0 -27,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7511 3,7513 1,2764 1,2766
Vencimento em dez/23 123.312 - 0 0 0 0 Peru 126 125 1,0 3,0 -21,0
Tesouro EUA. ** A taxa reflete os custos de empréstimos overnight sem garantia. ***Taxas da BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42005,0000 0,0001140 0,0001140
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 396 411 -15,0 -57,0 -17,0 Ringgit (Malásia) 4,5400 4,5460 1,0533 1,0548
Venezuela 39.469 38.686 783,0 2.556,0 -5.451,0 Rublo (Rússia) 90,5455 90,5545 0,05288 0,05289
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 82,0584 82,0732 0,05834 0,05836
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 14985,0000 14990,0000 0,0003194 0,0003196
Rúpia (Paquistão) 284,0000 286,0000 0,01674 0,01686
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,6098 3,6148 1,3246 1,3266
Mês Acumulado Em 20/07/23 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1278,8800 1279,3800 0,003743 0,003745
Renda Fixa jul/23* jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 fev/23 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 7,1761 7,1790 0,6670 0,6673
Selic 0,71 1,07 1,12 0,92 1,17 0,92 7,26 13,54 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 3,9949 3,9962 1,1982 1,1987
CDI 0,71 1,07 1,12 0,92 1,17 0,92 7,26 13,54 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 4,7882 4,7888 -0,23 -0,63 -8,22 -11,79
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) - 0,86 0,86 0,91 0,77 0,91 5,35 11,09 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 4,8017 4,8023 0,35 0,28 -9,01 -12,06 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) 0,66 0,68 0,72 0,58 0,74 0,58 4,77 8,42 Dólar Turismo (R$/US$) 4,8106 4,9906 0,26 0,40 -8,89 -11,99 nov/22 335.505 10/07/23 343.001
Poupança (3) 0,66 0,68 0,72 0,58 0,74 0,58 4,77 8,42 Euro (BC) - (R$/€) 5,3317 5,3328 -0,77 1,33 -4,25 -3,85 Dólar Ouro 1968,41 0,01580 303,0506 303,0886
dez/22 337.703 11/07/23 343.475
IRF-M 0,23 2,12 2,20 1,10 2,15 0,86 9,87 16,74 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,3449 5,3455 -0,30 2,31 -5,14 -3,80 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B -0,20 2,39 2,53 2,02 2,66 1,28 11,15 13,52 Euro Turismo (R$/€) 5,3911 5,5711 -0,49 2,33 -5,01 -3,64 jan/23 343.622 12/07/23 345.494 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 0,69 1,14 1,21 0,86 1,15 0,96 7,38 13,80 Euro (BC) - (US$/€) 1,1135 1,1136 -0,54 1,98 4,33 8,99 fev/23 338.098 13/07/23 346.776 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* mar/23 345.620 14/07/23 346.975 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa 0,00 9,00 3,74 2,50 -2,91 -7,49 7,61 19,84 abr/23 347.725 17/07/23 346.675 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap -1,18 8,17 13,54 1,91 -1,73 -10,53 11,93 19,79 B3 (R$/g) ** - 299,100 -0,30 1,57 -0,96 1,60 mai/23 344.489 18/07/23 347.431 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 0,33 8,78 2,92 1,65 -3,51 -7,54 5,31 17,68 Nova York (US$/onça troy) - 1.969,33 -0,42 2,61 8,00 16,16 jun/23 343.620 19/07/23 346.849 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE -2,22 9,00 9,02 3,23 -1,22 -8,15 11,28 13,09 Londres (US$/onça troy) - 1.981,50 0,17 4,09 9,33 15,70
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB 1,72 9,62 17,11 6,84 -0,70 -4,66 41,41 48,82 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Última cotação. ** Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV -0,44 8,78 0,84 3,89 -2,02 -7,55 8,82 17,73
IFIX 0,58 4,71 5,43 3,52 -1,68 -0,47 10,69 12,87
Dólar Ptax (BC) -0,63 -5,43 1,90 -1,57 -2,45 2,13 -8,22 -8,00
Dólar Comercial (mercado) 0,28 -5,60 1,72 -1,61 -2,98 2,99 -9,01 -8,48 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) 1,33 -3,06 -1,67 -0,07 0,00 -0,26 -4,25 -4,04
Euro Comercial (mercado) (4) 2,31 -3,66 -1,31 -0,05 -0,57 0,32 -5,14 -4,73 Em 12 meses
Ouro B3 1,57 -6,21 0,00 -0,95 4,28 -2,00 -0,96 -1,90 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 20/07/23 19/07/23 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA - -0,08 0,23 0,61 0,71 0,84 2,87 3,16 Índice 20/07/23 19/07/23 jun/23 dez/22 dia mês Ano Américas
IGP-M - -1,93 -1,84 -0,95 0,05 -0,06 -4,46 -6,86
Valor-Coppead Performance 157.014,39 156.133,97 158.260,39 154.559,59 0,56 -0,79 1,59 EUA Nova York Dow Jones 35.225,18 35.061,21 0,47 2,38 6,27 10,51 28.725,51 35.225,18
Fontes: Anbima, BC, B3, IBGE e Valor PRO . Elaboração: Valor Data
* Rendimento até o dia 20/jul/23. ** Até jun/23. (1) rendimento bruto do 1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos Valor-Coppead Mínima Variância 83.006,01 82.893,90 84.495,00 80.469,68 0,14 -1,76 3,15 EUA Nova York Nasdaq-100 15.466,09 15.826,35 -2,28 1,89 41,37 24,33 10.679,35 15.841,35
até 03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir de 04/05/12. (4) Variação sobre o Real Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 14.063,31 14.358,02 -2,05 2,00 34,37 18,20 10.213,29 14.358,02
EUA Nova York S&P 500 4.534,87 4.565,72 -0,68 1,90 18,11 14,52 3.577,03 4.565,72
Canadá Toronto S&P/TSX 20.436,87 20.491,17 -0,26 1,40 5,43 7,45 18.206,28 20.767,38
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
53.561,37
Feriado
53.740,16
1.173,75
-0,33
-
0,07
3,54
10,52
-8,73
13,64
-9,92
44.626,80
1.092,64
55.534,68
1.342,91
Venezuela Caracas IBVC 37.062,79 37.255,00 -0,52 4,65 76,93 395,23 7.119,60 37.473,67
Análise diária da indústria - em 14/07/23 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA 6.322,92 6.320,61 0,04 9,26 20,16 22,85 4.936,57 6.322,92
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General 22.984,90 23.077,62 -0,40 2,93 7,76 23,28 18.445,53 23.236,32
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 459.107,99 453.206,90 1,30 7,70 127,19 329,28 106.949,06 459.107,99
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2023 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 2.990.872,27 -1.944,62 31.535,02 -43.278,76 -247.870,76 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 147.769,26 -0,10 0,00 7,97 12,38 1,52 -7.030,23 -5.988,81 -24.672,52 Aegea 06/05/22 20/05/29 85 500 7 - 413,7 Euro - Euronext 100 1.381,64 1.377,67 0,29 0,57 12,18 14,62 2.995,33 3.693,60
RF Duração Baixa Soberano (2) 579.890,17 0,05 0,47 6,58 12,64 -673,80 17.508,07 29.109,38 -90.959,80 Braskem 08/02/23 08/02/33 120 1.000 7,25 7,25 365,1 Alemanha Frankfurt DAX 16.204,22 16.108,93 0,59 0,35 16,38 22,00 11.975,55 16.357,63
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 701.743,18 0,05 0,53 6,53 13,19 746,30 1.151,96 -51.884,32 -61.119,92 República Federativa do Brasil 13/04/23 20/10/33 126 2.250 6 6,15 285,4 França Paris CAC-40 7.384,91 7.326,94 0,79 -0,20 14,07 19,41 5.676,87 7.577,00
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 90.138,58 0,05 0,05 6,07 12,65 52,53 116,37 -7.766,76 -4.025,52 Banco do Brasil 11/04/23 18/04/30 84 750 6 6,5 302,0 Itália Milão FTSE MIB 28.815,75 28.712,31 0,36 2,07 21,55 34,98 20.352,98 28.815,75
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 160.722,38 -0,01 0,15 5,51 7,06 37,23 1.622,80 -1.973,21 -5.208,52 Vale 12/06/23 12/06/33 120 1.500 6,125 6,245 245,0 Bélgica Bruxelas BEL-20 3.776,22 3.751,40 0,66 6,58 2,03 0,06 3.313,82 3.954,16
RF Duração Livre Soberano (2) 225.680,82 0,01 0,33 7,00 12,23 -361,65 6.718,20 7.596,82 -9.192,95 Petrobras 03/07/23 03/07/33 120 1.250 6,5 6,625 290,1 Dinamarca Copenhague OMX 20 2.057,89 2.018,18 1,97 0,86 12,13 18,33 1.516,18 2.148,56
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 626.352,66 0,03 0,38 6,84 12,53 -1.468,72 2.285,83 -21.047,49 -57.442,82 Azul 20/07/23 20/07/28 60 800 11,93 12,25 829,1 Espanha Madri IBEX-35 9.519,60 9.451,80 0,72 -0,77 15,68 18,57 7.261,10 9.644,80
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 205.542,34 -0,01 0,40 7,07 12,75 -378,68 1.047,35 -8.209,73 6.085,45 Grécia Atenas ASE General 1.338,03 1.331,62 0,48 4,65 43,91 64,11 788,46 1.338,03
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 20/07/23. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 769,62 775,03 -0,70 -0,56 11,70 10,83 630,58 778,93
Ações 532.998,60 -106,24 422,37 -37.672,30 -19.741,81 mesmo prazo
Ações Indexados (2) 10.400,30 -1,36 -0,36 7,14 21,62 -7,39 -70,75 37,36 -470,46 Hungria Budapeste BUX 53.175,92 52.662,59 0,97 5,29 21,42 29,26 37.035,79 53.175,92
Ações Índice Ativo (2) 33.205,11 -1,46 -0,30 7,25 19,97 -15,24 27,12 -4.773,95 -9.477,54 Polônia Varsóvia WIG 71.377,56 71.636,20 -0,36 6,09 24,22 32,84 45.621,39 71.636,20
Ações Livre 209.226,74 -1,45 -0,31 11,21 20,46 -67,30 -448,35 -15.361,11 -28.793,15 Portugal Lisboa PSI-20 6.163,69 6.111,47 0,85 4,11 7,64 3,76 5.190,28 6.269,69
Fechados de Ações 94.688,06 -0,60 -0,58 4,94 7,40 0,00 0,72 -621,14 46.462,53 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 1.016,53 1.015,13 0,14 3,42 4,73 -14,50 906,71 1.288,03
Multimercados 1.681.384,68 1.070,91 -2.174,63 -51.378,53 -75.286,53 Suécia Estocolmo OMX 2.224,52 2.235,75 -0,50 -3,70 8,86 13,42 1.794,39 2.322,64
Multimercados Macro 187.462,94 -0,26 0,14 3,96 10,03 -36,00 -1.301,97 -14.756,23 -14.029,95 Em 20/07/23 Suíça Zurique SMI 11.201,55 11.120,15 0,73 -0,70 4,40 1,28 10.072,62 11.595,25
Multimercados Livre 615.179,72 -0,27 -0,22 5,07 10,10 179,71 1.902,97 -12.087,93 -26.895,95 Turquia Istambul BIST 100 6.682,11 6.571,28 1,69 16,03 21,29 164,62 2.511,37 6.682,11
Multimercados Juros e Moedas 61.222,72 0,03 0,46 6,79 12,76 922,11 -618,56 -6.771,34 -13.405,96 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 1.903,42 1.920,91 -0,91 7,20 4,97 -3,06 1.702,14 2.116,16
Multimercados Invest. no Exterior (2) 738.055,61 -0,30 0,22 3,37 7,80 15,66 -2.040,28 -12.270,58 -6.664,38 Índice 20/07/23 19/07/23 30/06/23 30/12/22 20/07/22 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share 77.016,83 77.080,97 -0,08 1,30 5,43 13,84 63.263,94 80.791,36
Cambial 6.409,63 -0,03 0,31 -6,41 -7,19 11,00 -323,42 -1.243,92 -2.135,29 S&P BNY 157,75 158,63 154,54 141,56 136,80 -0,56 2,08 11,43 15,31 Ásia e Pacífico
Previdência 1.260.557,17 183,55 1.774,48 -1.153,79 10.079,92 S&P BNY Emergentes 300,10 305,31 293,11 271,49 280,59 -1,70 2,39 10,54 6,96 Japão Tóquio Nikkei-225 32.490,52 32.896,03 -1,23 -2,10 24,51 17,38 25.716,86 33.753,33
ETF 42.576,11 763,15 2.024,04 2.416,94 4.415,78 S&P BNY América Latina 206,18 206,38 205,89 181,83 168,30 -0,10 0,14 13,39 22,51 Austrália Sidney All Ordinaries 7.541,90 7.538,20 0,05 1,90 4,43 8,12 6.656,40 7.771,80
Demais Tipos 1.778.532,09 257,31 10.685,99 -6.714,32 -33.007,74 S&P BNY Brasil 205,76 204,89 206,91 190,33 176,16 0,42 -0,56 8,10 16,80 China Shenzhen SZSE Composite 2.015,65 2.037,08 -1,05 -1,64 2,03 -8,81 1.870,50 2.242,45
Total Fundos de Investimentos 6.514.798,46 -22,25 33.257,85 -132.310,36 -330.538,68 S&P BNY México 324,32 328,33 326,43 246,74 230,03 -1,22 -0,65 31,44 40,99 China Xangai SSE Composite 3.169,52 3.198,84 -0,92 -1,02 2,60 -4,09 2.893,48 3.395,00
Total Fundos Estruturados (3) 1.338.827,63 796,08 8.355,16 37.159,21 -8.174,81
S&P BNY Argentina 158,88 157,90 157,73 106,49 56,07 0,62 0,72 49,19 183,38 Coreia do Sul Seul KOSPI 2.600,23 2.608,24 -0,31 1,40 16,27 8,94 2.155,49 2.641,16
Total Fundos Off Shore (4) 43.427,69 - - - -
S&P BNY Chile 186,76 189,17 174,21 171,62 171,12 -1,27 7,20 8,82 9,14 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 18.928,02 18.952,31 -0,13 0,06 -4,31 -9,39 14.687,02 22.688,90
Total Geral 7.897.053,79 773,83 41.613,01 -95.151,14 -338.713,49
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.916,64 2.957,68 2.835,78 2.841,98 2.660,61 -1,39 2,85 2,63 9,62 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 67.571,90 67.097,44 0,71 4,41 11,06 21,98 55.268,49 67.571,90
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 180,76 183,46 175,82 162,47 167,85 -1,47 2,81 11,25 7,69 Indonésia Jacarta JCI 6.864,19 Feriado 0,50 3,04 0,20 -0,15 6.565,73 7.318,02
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de maio de 2023 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos regidos S&P BNY China 336,97 338,12 314,08 338,39 371,89 -0,34 7,29 -0,42 -9,39 Tailândia Bangcoc SET 1.521,18 1.536,64 -1,01 1,20 -8,84 -1,18 1.466,93 1.691,41
pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da representatividade S&P BNY Rússia 343,12 346,19 369,31 221,34 174,41 -0,89 -7,09 55,02 96,73 Taiwan Taipé TAIEX 17.164,89 17.116,44 0,28 1,47 21,41 16,50 12.666,12 17.334,98
da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não informaram o PL S&P BNY Turquia 19,84 20,11 17,02 20,63 11,65 -1,31 16,59 -3,79 70,35 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid e Zurique. Elaboração: Valor Data
na data de emissão do relatório. Obs.: Análise diária do dia 17/07/23 não disponível até o fechamento desta edição Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares

Secretaria de
Saúde Pública
AVISO DE ABERTURA DO
PREGÃO ELETRÔNICO SRP
Nº 037/SESPA/2022
A Secretaria de Estado de Saúde Pública, através
de sua Pregoeira, comunica que realizará
licitação na modalidade Pregão Eletrônico SRP
do tipo “MENOR PREÇO POR ITEM”, conforme
abaixo:
OBJETO: Aquisição de bombas injetoras de
contraste e cardiodesfibriladores, com a
finalidade de renovação e aparelhamento do
parque tecnológico dos Hospitais Regionais do
Estado do Pará.
DATA DA ABERTURA: 02/08/2023
HORÁRIO: 09h:00min. (Horário de Brasília)
LOCAL: Portal de Compras do Governo Federal –
www.comprasgovernamentais.gov.br
UASG: 925856.
ENTREGA DO EDITAL: Os interessados poderão
retirar o edital nos sítios: www.comprasnet.gov.
br ou www.compraspara.pa.gov.br.
OBSERVAÇÃO: Dúvidas poderão ser dirimidas
diretamente com a pregoeira responsável,
através do e-mail cpl@sespa.pa.gov.br.
Belém (PA), 20 de julho de 2023
CÉLIA PUGA
PREGOEIRA/CPL/SESPA
Secretaria de
Saúde Pública
AVISO DE ABERTURA DO
PREGÃO ELETRÔNICO SRP
Nº 043/SESPA/2023
A Secretaria de Estado de Saúde Pública, através
de seu Pregoeiro, comunica que realizará
licitação na modalidade Pregão Eletrônico do
tipo “MENOR PREÇO POR ITEM”, conforme
abaixo:
OBJETO: Registro de Preços para futura e
entual aquisição de Equipamentos Médicos
Hospitalares, com a finalidade de renovação
do parque tecnológico dos Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde - EAS do Estado do
Pará, por intermédio da Secretaria de Saúde do
Estado do Pará - SESPA, em conformidade com
as normas da ANVISA, ABNT, INMETRO E RDC,
por um período de 12 (doze) meses, conforme
condições, quantidades, exigências e estimativas
estabelecidas no Termo de Referência, anexo I
do Edital.
DATA DA ABERTURA: 03 de Agosto de 2023
HORÁRIO: 09h:00min. (Horário de Brasília).
LOCAL: Portal de Compras do Governo Federal –
www.comprasgovernamentais.gov.br
UASG: 925856.
ENTREGA DO EDITAL: Os interessados poderão
retirar o edital nos sítios: www.comprasnet.gov.
br ou www.compraspara.pa.gov.br.
OBSERVAÇÃO: Dúvidas poderão ser dirimidas
diretamente com a pregoeira responsável,
através do e-mail cpl@sespa.pa.gov.br.
As especificações dos itens a serem ofertadas
encontram-se descritas no Anexo I-B do Termo
de Referência do Edital.
Belém (PA), 20 de julho de 2023
JOVELINA MARIA SOUSA MATOS
PREGOEIRA/CPL/SESPA
Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | C5
JUÍZO DE DIREITO DA 34ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL
EDITAL DE LEILÃO E INTIMAÇÃO com prazo de 05 (cinco) dias, extraído dos autos da AÇÃO DE
EXECUÇÃO em que ESPÓLIO DE LOTARIO CAMPELLO VECCHI move em face de JB
ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA, ESPÓLIO DE LEDA MARINA DO NASCIMENTO
BRITO e ESPÓLIO DE MANOEL FRANCISCO DO NASCIMENTO BRITO na forma abaixo.
Processo n° 0128372-52.2006.8.19.0001. Ao Dr. João Marcos de Castello Branco Fantinato, Juiz
Titular de Direito na 34ª Vara Civil da Comarca da Capital, FAZ SABER, por este Edital com prazo de 05
dias, aos interessados e aos devedores JB ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES LTDA,
ESPÓLIO DE LEDA MARINA DO NASCIMENTO BRITO e ESPÓLIO DE MANOEL FRANCISCO
DO NASCIMENTO BRITO que no dia 26 (vinte e seis) de julho de 2023, o IMÓVEL 01 com início às
11h00min e término às 11h20min, e o IMÓVEL 02 com início às 11h40min e término às 12h00min,
serão levados a Leilão Público, pelo Leiloeiro Público LEONARDO SCHULMANN, matriculado na
JUCERJA nº 116 e/ou sua preposta GLACE DI NAPOLI, com escritório na Travessa do Paço, nº 23 -
sala 812 - Centro, CEP.: 20010-170, leilão este que se realizará na forma online no endereço eletrônico
www.schulmannleiloes.com.br, por lances superiores ao valor da avaliação, os bens penhorados às
fls.639 e avaliados às fls.837 e fls. 997-1006, e descritos como segue: LAUDO DE AVALIAÇÃO:
IMÓVEL 01: IMÓVEL: Situado na Rua General Dionísio, nº 53 – Humaitá – RIO DE JANEIRO – RJ.
Devidamente registrado, dimensionado e caracterizado no 3º Ofício do Registro Geral de Imóveis, sob
a matrícula nº 34.347, e pela inscrição municipal de nº 0110625-1 (IPTU), idade: 1938, área edificada
de 847m², conforme fotocópia da certidão que acompanhou o mandado e faz parte integrante deste
laudo. CASA: Prédio no alinhamento da via pública, natureza residencial, com fachada em argamassa,
e com arquitetura clássica e janelas com vitrais, portão de entrada de ferro, escadaria em mármore,
varanda com piso em cerâmica, 01 elevador, salão com piso de tábua corrida. 1º ANDAR: 05(cinco)
cômodos, todos com piso em tábua corrida, 02 (dois) banheiros sociais com piso em cerâmica e azulejo
até a metade da parede, cozinha com piso em cerâmica e azulejo até metade da parede, copa com piso
em cerâmica e azulejo até o teto, área de serviço com piso em cerâmica e azulejo até a metade da
parede, quintal com uma edificação em anexo a casa contendo 01 quarto com piso em cimento, 01
cozinha com piso em cimento e parede com azulejo até a metade, 01 banheiro com piso em cerâmica e
parede com azulejo até a metade. 2º ANDAR: Corredor de acesso aos cômodos com piso em tábua
corrida, varandão com piso em cimento; 06 (seis) cômodos, todos com piso em tábua corrida, um dos
cômodos com varanda com piso em ardósia, 01 banheiro com piso em ladrilho e parede com azulejo
pela metade, 01 banheiro com piso em mármore e parede de mármore até o teto. SÓTÃO: 01 sala com
piso em ardósia, 03 quartos com piso em ardósia. 01 Porão. DA REGIÃO: Área encontra-se servida por
alguns dos melhoramentos públicos do município como distribuição de energia elétrica, rede telefônica,
iluminação pública, asfaltamento, rede de água e esgotos, diversas linhas de ônibus que servem o
bairro, táxis, transporte de aplicativos, e amplo comércio. METODOLOGIA AVALIATÓRIA: Foi
utilizado nesta avaliação o método comparativo em que se assemelha com o valor de mercado atual.
Avalio o imóvel acima descrito em R$8.000.000,00 (Oito Milhões de Reais). Rio de Janeiro, 02 de
setembro de 2022. Constam débitos de IPTU no valor de R$752,22. Não constam débitos de
FUNESBOM e os outros possíveis débitos serão informados até o leilão. LAUDO DE AVALIAÇÃO:
IMÓVEL 02: IMÓVEL localizado na Avenida Koeler, 144, Centro, Petrópolis, RJ, e demais
confrontações e confrontações e especificações constantes da Matrícula nº 10431 do 2º Oficio de
Registro de Imoveis da 1ª Circunscrição de Petrópolis., nesta cidade, no perímetro urbano do 1º distrito
deste Município, com superfície de 3.0267,00bm2 e área construída de 1.041,00m² (segundo espelho
do IPTU) Cadastrado na PMP, Secr De Faz – Inscrição nº 4423, atribuindo a este bem o valor
R$6.050.000,00 (SEIS MILHÕES E CINQUENTA MIL REAIS). Esclareço que a vistoria local, foi
realizada no dia 10 de abril, ressaltando que, o mesmo se encontra em ótimo estado de conservação,
contendo no aludido terreno: uma casa principal, uma anexa e a casa do caseiro. A casa principal é
composta de 2 andares, sendo que o térreo possui: uma sala de jantar, sala de estar 1, sala de estar 2,
sala de TV, hall, ante-sala, pequeno quarto contendo rouparia de mesa, lavabo, cozinha, copa,
dispensa e saleta de refeições. No segundo andar: 7 (sete quartos, sendo um com mezanino), 3 (três)
banheiros, closet de rouparia; entre a casa um e a casa anexa observa-se um jardim e uma piscina.
Casa anexa: térreo: sala de jogos, varandão, dois banheiros, garagem, lavanderia, quarto de passar,
andar superior: sete acomodações para empregados e banheiro. Casa do caseiro: sala, 3 quartos, sala,
cozinha e banheiro. Considerado ainda como base para a avaliação o valor médio do mercado, o valor
tributável do IPTU da PMP R$2.077.581,86), a área e a localização do imóvel. Constam também como
documentos que instruem este mandado: a averbação do tombamento pelo Iphan e o termo de penhora
(17 de setembro de 2021). O imóvel é conhecimento como a Casa do Barão de Petrópolis. VALOR DO
IMÓVEL: R$6.050.000,00 (seis milhões, e cinquenta mil reais). Petrópolis, 20 de abril de 2023. Não
constam débitos de IPTU e outros possíveis débitos serão informados até a data do leilão. Sendo
infrutífero o primeiro leilão, será vendido no dia 02 (dois) de agosto de 2023 no mesmo local e
horário, para IMÓVEL 01 e para o IMÓVEL 02, pela oferta acima de 50%, de acordo com o art. 886,
V, do CPC/2015. IMÓVEL 01 - Consta no 3º OFICIO DE REGISTRO DE IMÓVEL: MATRICULA
34.347: Lote nº 1 da 4ª Categoria PA 40453 onde figura o prédio nº 53 como existente, na freguesia da
Lagoa, medindo o terreno: 19,00m de frente pela Rua General Dionísio, nos fundos mede: 2,15m mais
0,17m aprofundando o terreno mais 26,25m alargando o terreno, a direita partindo do alinhamento da
Rua General Dionísio, mede: 22,70m mais 9,40m alargando o terreno mais 5,80m aprofundando o
terreno, 28,67m a esquerda, confrontando frente para o logradouro público pela direita com o imóvel nº
49 da mesma Rua de propriedades de R.B.G. Confecções Ltda, ou sucessores, pela esquerda com o nº
57 da mesma rua de propriedade de Maria Maylesky Pereira da Cunha Fezzer e nos fundos com o nº 68
da Rua Capitão Salomão (CL 07253-8 Inscrição 0110625-1). PROPRIETÁRIOS: LEDA MARINA DO
NASCIMENTO BRITO, brasileira, do lar, CPF nº 004.286.127-68, casada com Manoel Francisco do
Nascimento Brito. REGISTRO ANTERIOR 2-S-2-MM- 32.362- fls.237 e 2-S-2-M-32.372- fls.238. Rio
de Janeiro, 23 de dezembro de 1985. AV-1-M-34.347: - TOMBAMENTO PROVISÓRIO DE BENS
CULTURAIS:- De acordo com o Ofício nº 12 C/CMPC/88 da Secretaria Municipal de Cultura datado de
02-03-1988, nos termos do decreto nº 6934 de 09-09-1987 fica tombado provisoriamente o imóvel
desta matrícula nos termos do artigo 5 da Lei nº 166 de 27-5-1980. Rio de Janeiro, 20 de abril de 1988.
AV-8 M-34.347 – INDISPONIBILIDADE: (Protocolo nº 324.399 de 29/05/2017). De acordo com o
Protocolo CNIB – Central Nacional de Indisponibilidade de Bens nº 201705.2615.00292987-IA-290 de
26/05/2017, consulta feita em 26/05/2017, fica averbada a indisponibilidade em nome de MANOEL
F R A N C I S C O D O N A S C I M E N TO B R I TO, C P F nº 004.286.127-68, Processo nº
02286009119975010004 – Instituição: TST – Tribunal Superior do Trabalho – RJ – Tribunal Regional do
Trabalho da 1ª Região – Fórum/Vara: RJ – NITERÓI -> RJ – 2ª VARA DO TRABALHO DE NITERÓI.
Foram encontradas, também, as seguintes indisponibilidades: 1- Protocolo CNIB – Central Nacional de
Indisponibilidade de Bens nº 201512.1013.00096351- IA-780 de 10/12/2015, consulta feita em
31/05/2017, fica averbada a indisponibilidade em nome de MANOEL FRANCISCO DO
NASCIMENTO BRITO, CPF nº 004.286.127-68, Processo nº 00257007420025030106 – Instituição:
TST – Tribunal Superior do Trabalho -MG- Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região – Fórum/Vara:
MG – Belo Horizonte; e, 2- Protocolo CNIB – Central Nacional de Indisponibilidade de Bens nº
201407.0811.00032987- IA-490 de 15/07/2014, consulta feita em 31/05/2017, fica averbada a
indisponibilidade em nome de MANOEL FRANCISCO DO NASCIMENTO BRITO, CPF nº
004.286.127-68; e, LEDA MARINA DO NASCIMENTO BRITO, CPF nº 092.673.437-77, Processo nº
001427000420025150093 – Instituição: TST – Tribunal Superior do Trabalho -> TRT 15E – Tribunal
Regional do Trabalho da 15E REG – Fórum/Vara: CAMPINAS -> 6E VARA DO TRABALHO DE
CAMPINAS. Rio de Janeiro, 31 de maio de 2017. AV-11 M-34.347 – CANCELAMENTO DE
INDISPONIBILIDADE PARCIAL (AV-8): (Protocolo nº 336.041 de 25/01/2019). De acordo com o
Protocolo CNIB – Central Nacional de Indisponibilidade de Bens nº 201901.2413.00698810-TA-740,
data do pedido 15/07/2014, consulta feita em 24/01/2019, fica cancelada a indisponibilidade objeto da
AV-8, ítem 2, em nome de LEDA MARINA DO NASCIMENO BRITO, CPF nº 092.673.437-77; e,
MANOEL FRANCISCO DO NASCIMENTO BRITO, CPF nº 004.286.127-68. Data do cancelamento:
24/01/2019. Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2019. AV-12 M-34.347 – CANCELAMENTO DE
INDISPONIBILIDADE PARCIAL (AV-8): (Protocolo nº340.145 de 18/09/2018). De acordo com o
Protocolo CNIB – Central Nacional de Indisponibilidade de Bens nº 201909.1608.00931475-TA-480,
data do pedido 26/05/2017, consulta feita em 16/09/2019, fica cancelada a indisponibilidade objeto as
AV-8, em nome de MANOEL FRANCISCO DO NASCIMENTO BRITO, referente ao Processo nº
02286009119975010004. Data do cancelamento: 16/09/2019. Rio de Janeiro, 23 de setembro de 2019.
AV.13 M-34.347 – INDISPONIBILIDADE: (Protocolo nº 342.642 de 29/01/2020). Com base no
Provimento nº 39/2014 da Corregedoria Nacional de Justiça, e de acordo com o Protocolo CNIB –
Central Nacional de Indisponibilidade de Bens nº 202001.2815.01046887-IA-650 de 28/01/2020,
consulta feita em 28/01/2020, fica averbada a indisponibilidade em nome de MANOEL FRANCISCO
DO NASCIMENTO BRITO, CPF nº 004.286.127-68, Processo nº 00644014419974025101 –
Instituição: RJ – RIO DE JANEIRO -> TRF2 – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA SEGUNDA
REGIÃO – Fórum/Vara: RJ – RIO DE JANEIRO -> RJ – 5ª VARA FEDERAL DE EXECUÇÃO
FISCAL DO RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 2020. AV-14 M-34.347 –
INDISPONIBILIDADE: (Protocolo nº 353.474 de 04/10/2021). Com base no Provimento nº 39/2014
da Corregedoria Nacional de Justiça, e de acordo com o Protocolo CNIB – Central Nacional de
Indisponibilidade de Bens nº 202109.2118.01827868-IA-830 de 21/09/2021, consulta feita em
30/09/2021, fica averbada a indisponibilidade em nome de: 1) LEDA MARINA DO NASCIMENTO
BRITO, CPF nº 092.673.437-77; e, 2) MANOEL FRANCISCO DO NASCIMENTO BRITO, CPF nº
004.286.127-68, Processo nº 01692009820025010028 – Instituição: TST – TRIBUNAL SUPERIOR
DO TRABALHO -> RJ – TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO – Fórum/Vara: RJ –
RIO DE JANEIRO -> RJ – 28ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro, 20 de
outubro de 2021. R-15 M-34.347 – PENHORA: (Protocolo nº 353.345 de 29/09/2021). TÍTULO:
Certidão datada de 18/08/2021 da 34ª Vara Cível desta Cidade, assinada pela Responsável pelo
Expediente Mariana da Silva Pinho Nogueira, Matrícula 01/29949, e Termo de Penhora de 17/08/2021 –
em conformidade com o artigo 845, §1º do CPC – hoje arquivados. JUIZ(A): Dr. João Marcos de
Castello Branco Fantinato. VALOR DA EXECUÇÃO: R$4.462.753,93. AUTOR: ESPÓLIO DE
LOTARIO CAMPELLO VECCHI. RÉU(S)/EXECUTADO(s): ESPÓLIO DE MANOEL FRANCISCO
DO NASCIMENTO BRITO, CPF nº 004.286.127-68 e ESPÓLIO DE LEDA MARINA DO
NASCIMENTO BRITO, CPF nº 092.673.437-77. PROCESSO Nº: 0128372-52.2006.8.19.0001
(2006.001.134267-5). DEPOSITÁRIO: O representante legal dos executados. Rio de Janeiro, 23 de
novembro de 2021. IMÓVEL 02: CARTÓRIO DO 2º OFICIO – REGISTRO DE IMOVEIS DA 1ª
CIRCUNSCRIÇÃO PETRÓPOLIS – MATRÍCULA 10.431: IMÓVEL: Prédio situado na Avenida
Koeler nº 144, nesta cidade, no perímetro urbano do 1º distrito deste município, e o respectivo terreno,
constituído pelo domínio útil do prazo de terra nº 211 do quarteirão Vila Imperial, foreiro à Companhia
Imobiliária de Petrópolis, com a superfície de 3.267,00m², fazendo testada para a Avenia Koeler, onde
mede 22,00m – 42ºNE; do lado esquerdo, mede 147,40m – 48ºSE; aos fundos, mede 22,00m – 42ºSO
e finalmente do lado restante, mede 147,40m – 48ºNO. O imóvel está está cadastrado na P. M. P., Secr.
de Paz., Logr. 020 – Lote 010 – S/Lote 000 – Inscrição nº 4.423 – DV 0. Proprietária: Maurina Duneshee
de Abranches Pereira Carneiro, brasileira, viúva, residentes da rua Gal. Dionísio nº 53, na cidade do Rio
de Janeiro, RJ. Registro anterior: 17.613, fls. 69, do livro 3-AB, desta 1ª Circunscrição. R-1-10.431 –
Prot. 23.031 – 13 de fevereiro de 1985. Transmitente: Espólio de Maurine Dunshee de Abranchee
Pereira Carneiro, CPF/MF nº 002.473.917/00. Adquirente: LEDA MARINA DO NASCIMENTO
BRITO, brasileira, do lar, casada pelo regime da comunhão universal de bens com Manoel Francisco
do Nascimento Brito, residente e domiciliada na cidade do Rio de Janeiro, RJ, na rua Prefeito João
Felipe nº 685, ela cart. de ident. Nº 558.166 do IFP, de 22.01.1980, inscrita no CPF/MF sob o nº
004.286.127-68. LEGITIMA MATERNA. Público. Carta de Adjudicação, de 09.11.1984 do Juízo de
Direito da Quarta Vara de Órfãos e Sucessões da cidade do Rio de Janeiro, RJ, Cartório do 1º Ofício.
Sentença de 05.11.1984. Objeto: O imóvel matriculado. Valor: Cr: 90.500.000 (noventa milhões e
quinhentos mil cruzeiros). O imposto de transmissão foi recolhido em 05.12.84 na agência Banerj,
através do Darj, nº 105, Cód. 100,7, na importância de Cr: 3.620.000, conforme a guia de Informação nº
25/4097. AV – 2. AVERBAÇÃO DE TOMBAMENTO Prot. 68.820. 30 de Julho de 2009. Procedemos
a presente averbação em conformidade com Ofício nº 196/2008, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional – IPHAN, 6ª Superintendência Regional, Escritório Técnico II, Petrópolis, pelo qual
se verifica que de acordo com o Art. 13 do Decreto Lei nº 25/37, e, ainda, atendendo a determinação do
Ministério Público Federal, o imóvel objeto da presente matrícula, faz parte do Conjunto Tombado pelo
IPHAN, constante do Processo nº 662-T-62, Inscrição nº 84, no Livro de Tombo Arqueológico,
Etnográfico e Paisagístico, fls. 24/28 de 14.01.1982. (CUSTAS: ISENTO). Petrópolis, 21 de Setembro
de 2009. R – 03 PENHORA – Prot. 95.511 – 17 de Setembro de 2021. Procedemos o presente registro
em conformidade com o Termo de Penhora expedido, em 17.08.2021, pelo Douto Juízo de Direito da
34ª Vara Cível da Cidade do Rio de Janeiro, extraído dos autos do processo nº 0128372-
52.2006.8.19.0001, no qual é Autor/Exequente: Espólio de Lotário Campello Vecchi; e
Réus/Executados: JB Administração e Participações Ltda; Espólio de Leda Marina do Nascimento
Brito; e, Espólio de Manoel Francisco do Nascimento Brito. Objeto: o imóvel matriculado. Valor da divida
R$4.462.753,93 (quatro milhões, quatrocentos e sessenta e dois mil, setecentos e cinquenta e três
centavos). Certifico que o representando legal dos executados foi nomeado Depositário do bem posto
em garantia. Petrópolis, 26 de Outubro de 2021.As certidões transcritas acima e as demais
certidões na íntegra estarão anexadas aos autos a disposição dos interessados. Para que os
interessados tomem conhecimento deste edital, o mesmo foi afixado no local de costume,
ficando assim os Réus intimados da Hasta Pública, por intermédio deste edital, suprindo assim
a exigência contida no art. 887 do CPC/2015. A arrematação ou adjudicação, salvo pronunciamento
judicial em sentido diverso (art. 885 do CPC/2015), far-se-á a vista e imediato por depósito judicial ou
meio eletrônico (art. 892, caput, do CPC/2015), 5% de comissão do leiloeiro no ato e 1% de custas de
cartório até o máximo permitido por lei, será paga pelo arrematante. Ficando ciente o arrematante em
caso de desistência sem que haja erro do leiloeiro constatado pelo juízo não será devido o reembolso
da comissão. Rio de Janeiro 28 de junho de 2023. Eu, ________________ chefe de serventia, mandei
digitar e subscrevo. (Ass.) João Marcos de Castello Branco Fantinato, Juiz Titular, MM Dr Juiz _______.
C6 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Gestão de recursos Estratégia
sistemática macro ganha vida
própria com potencial de R$ 2 bi
Em três anos,
Genoa bate
os R$ 19 bi e
coloca novo
fundo na rua
Adriana Cotias
De São Paulo
A Genoa Capital, fundada há
três anos por um trio que inte-
grava a equipe do multimercado
Hedge Plus, da Itaú Asset Mana-
gement, chegou a um patrimô-
nio de R$ 19 bilhões, caso raro de
crescimento na indústria num
período de retração do investi-
dor para as classes consideradas
de maior risco. Agora, a estraté-
gia sistemática macro, que inte-
gra desde o início o processo de
gestão, vai ganhar vida própria.
A gestora, nos primeiros meses de
vida, levantou R$ 7 bilhões no multi-
mercado Radar, resultado do histó-
rico de André Raduan, Emerson Co-
dogno e Mariano Steinert na antiga
casa. Fechou para novos aportes, a
fim de dosar o crescimento no pe-
ríodo de farta liquidez que suce-
deu o início da pandemia de co-
vid-19 e rápida redução da Selic.
Entre reaberturas e a criação de
uma versão de previdência e de
uma estratégia de ações, a asset
saiu de R$ 11 bilhões para o tama-
Efeito ‘Faria Lima’ leva a concentração de gestoras em SP
Sérgio Tauhata
De São Paulo
A cidade de São Paulo tem um
“centro gravitacional financeiro”
que acaba por criar uma supercon-
centração de fundos de investi-
mentos e gestoras sediadas na ca-
pital paulista, indica uma pesquisa
da Comdinheiro, plataforma de
dados que pertence à Nelogica,
grupo especializado em softwares
para a indústria financeira. Segun-
do o levantamento, 78,3% dos
portfólios se localizam no Estado
de São Paulo — principalmente
na maior metrópole do país. “O
mundo das finanças tem na ave-
nida Faria Lima [em São Paulo],
um ‘centro gravitacional’ que pu-
xa os gestores”, afirma o diretor
da Comdinheiro, Filipe Ferreira.
A pesquisa, divulgada com ex-
clusividade pelo Valor, revela
que 96,1% dos fundos têm domi-
Transparência
adicional em
derivativos
de crédito
Palavra do
gestor
Daniel Gregório
Chagas
nho atual, num intervalo de um
ano e meio. “Sempre houve preo-
cupação com o ‘capacity’ [o patri-
mônio no qual a gestão mantém a
eficiência], a gente fechou o fun-
do com alguma sobra com a ideia
de, aos poucos, consolidar a prin-
cipal estratégia”, diz Raduan.
Ao longo do tempo, a asset au-
mentouaequipe—hojesão62pes-
soas —, o número de economias co-
bertas e pôde capturar a demanda
reprimida. Com o fundo sistemáti-
co, esse problema de tamanho não
existe porque o portfólio, batizado
de Genoa Capital Sagres, atua em
mercados muito líquidos. Stei-
nert afirma que a intenção não é
crescer rápido demais. Ele estima
que dê para atingir de R$ 1 bilhão
a R$ 2 bilhões sem comprometer
a boa relação de risco/retorno.
A modelagem desenvolvida an-
tes mesmo de o principal fundo da
casa começar a rodar rastreia va-
riáveis macroeconômicas, com da-
dos do setor externo, contas públi-
cas, PIB e inflação, bem como as de
mercado, com a performance rela-
tiva de moedas e de taxas de ju-
cílios no eixo Rio-São Paulo. No
entanto, enquanto o território
paulista abrange 19,3 mil dos 25
mil fundos existentes no país, o
Rio de Janeiro, reúne 4,4 mil veí-
culos do gênero. O levantamento
mostra também que, dos 26 Esta-
dos, 15 unidades da federação
não contam com a presença de
nenhuma gestora de recursos.
O terceiro colocado em quan-
tidade de fundos domiciliados,
o Rio Grande do Sul, exibe 323
CNPJs, o que representa apenas
1,3% do total. O quarto coloca-
do, Minas Gerais, reúne 246. De
acordo com a Comdinheiro, ne-
nhum outro Estado contribui
com 1% ou mais de participação.
Em termos de patrimônio ge-
rido, o Rio de Janeiro mostra ser
um mercado que compete com
São Paulo. Apesar de ter apenas
17% dos fundos do país, as casas
fluminenses reúnem R$ 2,2 tri-
A
busca da
transparência das
operações
financeiras é um
caminho sem
volta. Nos últimos anos, os
reguladores do sistema
financeiro nacional avançaram
em diferentes frentes para
tornar o nosso mercado mais
transparente e acessível.
Conduzidos pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN),
de modo geral, muitas das
normativas editadas nos
últimos anos, seja pelo Banco
Central do Brasil, pela Comissão
de Valores Mobiliários
(CVM), Superintendência
de Seguros Privados (Susep)
ou Superintendência Nacional
de Previdência Complementar
(Previc) caminharam na
mesma direção. Obviamente,
cada uma com as suas
particularidades, mas, no fundo,
com um propósito maior.
Para citarmos alguns
exemplos recentes, podemos
destacar o início da marcação a
Emerson Codogno, da Genoa Capital, vê espaço para o real se valorizar mesmo com queda da Selic, com melhora da conta corrente e fluxo para portfólios
ros. A ideia de ter uma estratégia
fora da original tem o objetivo de
não mudar um estilo de gestão
que tem funcionado há 15 anos,
diz Steinert. Hoje, as ideias cria-
das pelos algoritmos ocupam de
5% a 10% do risco do Radar.
Questionado se nesse tempo de
laboratório, os robôs se saíram
melhor do que a gestão tradicio-
nal, Codogno diz que são os profis-
sionais de carne e osso que fazem a
diferença. Mas o apelo é que o re-
“Tem muito
potencial, tem
valor e ajuda
na gestão
discricionária”
Mariano Steinert
lhões sob gestão, o que repre-
senta 34% dos valores investidos
no país. Já São Paulo responde
por 61% dos recursos ou R$ 3,9
trilhões, mostra a pesquisa.
No quesito quantidade de ges-
toras de recursos, o Estado de São
Paulo concentra 67,4% das casas
e 61,3% do total de cotistas, ou
3,1 milhões de investidores. Já o
Rio de Janeiro reúne 22,6% dos
cotistas, com 1,1 milhão de in-
vestidores, e 20,4% das assets.
Na avaliação de Ferreira, exis-
tem diversos fatores que contri-
buem para a concentração de
96,1%
é a taxa de
concentração de
fundos no eixo Rio-SP
mercado de ativos de crédito
como CRI, CRA e debêntures e
os movimentos da indústria de
fundos, com a instrução CVM
175. Agora, os holofotes estão
direcionados para as operações
de derivativos de crédito.
No final de abril deste ano, o
CMN publicou a Resolução
5.070, que já entrou em vigor no
início de junho. De modo geral,
o documento regulamenta e
define alguns parâmetros — até
então não muito claros — para
as negociações de contratos
derivados de operações de
crédito.
O primeiro ponto que
merece destaque é a definição
do que é um derivativo de
crédito. Também vale destacar
as definições de quem são os
agentes que operam neste
mercado, as modalidades, as
condições e os procedimentos
para a realização de uma
operação como esta.
Resumidamente, define-se
como derivativo de crédito todo
instrumento financeiro que
sultado da estratégia sistemática
tem baixa correlação com o mer-
cado, roda sem interferência hu-
mana e não se compara aos fundos
quantitativos do mercado, que se-
guem tendências ou que fazem
operações de alta frequência.
“Tem muito potencial, tem valor
e ajuda na gestão discricionária”,
diz Steinert. “Se está otimista com
real e com o peso mexicano e o mo-
delo dá o sinal contrário, a gente
tenta investigar os fatores que es-
tão gerando isso. Se estiver dando
menos peso à posição do que deve-
ria, pode reavaliar o tamanho.”
Uma situação política ou a
provável aprovação de uma re-
forma no Congresso são temas
que os algoritmos não conse-
guem ler. “É como se a gente esti-
vesse contradizendo os fatores e
os fundamentos o tempo todo”,
diz Codogno. “Tem um alerta ali,
se tiver razões adicionais que o
gestoras e fundos entre Rio e São
Paulo. “Existe um fator compor-
tamental, o ‘medo de ficar de fo-
ra’, ou seja, de não estar perto de
outros gestores para saber quais
os principais comentários do
mercado. Além disso, a proximi-
dade ajuda no ‘networking’ e na
possibilidade de fechar acordos
comerciais, como negociação de
cotas para fundos de fundos.”
O diretor da Comdinheiro
aponta ainda a dificuldade de se
contratar novos talentos fora das
duas maiores cidades do país.
“Os principais centros de forma-
ção estão nas capitais paulista e
fluminense. Uma gestora de San-
tos, no litoral paulista, relatou
uma dificuldade de atrair as me-
lhores cabeças, por exemplo.”
Regiões com grande disponi-
bilidade de recursos, devido ao
agronegócio, como os Estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do
deriva de uma operação de
crédito e que tem o seu valor
negociado e variável de acordo
com riscos de crédito e de
mercado. A resolução define que
este contrato de derivativo tem
de trazer, entre outras
informações, o valor e os
critérios de apuração dos
pagamentos e a identificação de
uma agente de cálculo destes
valores. Todas as operações
também devem estar
devidamente registradas nas
entidades autorizadas pela CVM.
Assim como nos títulos de
crédito, nos quais cada um
possui particularidades e
condições específicas, nos
contratos de derivativos de
crédito o dilema é o mesmo.
Cada contrato tem uma
especificidade que deve ser
considerada na hora do
apreçamento.
Para ajudar neste ponto, a
resolução do CMN trouxe mais
um avanço: a definição da
função de um agente de cálculo
para estes valores. Definir
modelo não captura, a posição
se justifica no discricionário.”
Ao longo desses três anos, o que
mudou na gestão foi o aumento da
parcela internacional no portfólio.
A expansão de cobertura — hoje
são mais de 20 países — foi feita
com reforço de profissionais e de
inteligência de dados. Desde o iní-
cio, em junho de 2020, o Radar ga-
nha 47,5%, ante 26,2% do CDI. Nes-
te ano (alta de 8,33%, ante 6,5% do
CDI), a maior contribuição veio de
ativos internacionais. Em junho,
ganhou com posições no real e em
ações, e vendidas em inflação.
Raduan diz que parte daquela
inflação exagerada do pós-pande-
mia perdeu força com a normali-
zação de cadeias de produção, po-
líticas de aperto monetário e pelo
consumo do excesso de poupança.
O Brasil não fica fora disso. Ele es-
pera que o BC reduza a Selic em
0,50 ponto percentual na reunião
Sul, não têm nenhuma gestora de
recursos. Segundo o executivo,
“ainda não identificamos iniciati-
vas de casas independentes de
abrirem escritórios nesses bol-
sões de riqueza, não vemos ne-
nhum indício de uma tendência
de mudança da concentração”.
Conforme Ferreira, “nessas re-
giões, o atendimento fica mais na
mão dos bancos”. A instituição fi-
nanceira que tem relacionamen-
to acaba absorvendo clientes em
mercados como o de gestão de
patrimônio, por exemplo, diz.
O especialista aponta ainda
para o modelo de distribuição de
fundos por meio de plataformas
digitais como um fator que de-
sestimula a abertura de endere-
ços físicos em outros Estados. “As
gestoras ganham a capilaridade
de distribuição das plataformas
e ficam cada vez mais centradas
na gestão e menos na interlocu-
preços e acompanhar a
movimentação requer
metodologias robustas e deve
ser feita por entidade neutra,
independente, ou seja, sem
conflitos de interesse entre o
agente que define o preço e
aquele que possui o papel na
sua carteira.
Um ponto, no entanto, que
ainda não foi definido com a
resolução, mas que também
ajudaria na questão da
transparência é a busca pela
padronização destes contratos.
Um exemplo de como a
padronização pode ser positiva
é o histórico do chamado Credit
Default Swap (CDS) no
mercado americano. No início
dos anos 2000, a International
Swaps and Derivatives
Association (ISDA) ajudou a
definir um modelo e conjunto
de boas práticas para a
negociação de CDS no mercado
de balcão. Esta padronização
foi essencial para que o CDS
mantivesse volumes de
negociação razoáveis mesmo
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
de agosto, com a taxa chegando a
9% no ano que vem. “A atividade se
mostrou resistente no início do
ano, mas já dá sinais de acomoda-
ção, com a desaceleração do crédi-
to à pessoa física e à pessoa jurídica
e uma desinflação mais forte por
conta da super safra de alimentos
que começa a bater nos núcleos.”
Mesmo com a queda de juros,
Codogno diz ver espaço para o real
se apreciar. “Essa flexibilização
monetária vem no momento cer-
to, não vai ser interpretada como
erro.” Ele diz também haver boas
surpresas do lado da balança co-
mercial, sendo um dos países que
vai ter melhora significativa na
conta corrente. “Somado a isso,
tem tido algumas operações de
bolsa que passaram a trazer chan-
ce de um fluxo para portfólio. Mes-
mo olhando para a renda fixa, ain-
da com um nível de juros altos,
tem um fluxo positivo por aí.”
ção com o cliente”, aponta. “O
que tem acontecido é que os es-
critórios de administração de
recursos ligados às plataformas
começam a fazer essa ponte e es-
tar mais presente em territórios
como o Centro-Oeste”, diz.
Na avaliação de Ferreira, “os
escritórios maiores, que traba-
lham com sistema de filiais, po-
dem, eventualmente, criar bra-
ços de gestão de recursos e de
patrimônio, com oferta, por
exemplo, de fundos exclusivos e
fundos de fundos”. Essa seria, na
análise do diretor, a “semente”
para um futuro movimento de
desconcentração. “Mas é um ce-
nário para um horizonte de
mais de dez anos, pelo menos.”
.com
Leia reportagens sobre investimentos
e finanças pessoais no site
www.valorinveste.com
durante a crise do subprime,
em 2008.
Se o mercado doméstico
caminhar para a definição de
padrões de negociações,
certamente o
acompanhamento e a possível
identificação de situações de
risco ficarão mais fáceis e
rápidas. O mercado ganharia,
além de mais transparência,
confiabilidade de dados e
agilidade no mapeamento.
Considerando a movimentação
e a crescente preocupação dos
reguladores, este tema pode
ganhar força nas próximas
discussões.
Daniel Gregório Chagas é analista de
pesquisa de desenvolvimento da Luz
Soluções Financeiras
E-mail contato@luz-ef.com
Este artigo reflete as opiniões do autor, e
não do jornal Valor Econômico. O jornal não
se responsabiliza e nem pode ser
responsabilizado pelas informações acima
ou por prejuízos de qualquer natureza em
decorrência do uso destas informações.

Como salvar a
música clássica?
Entretenimento O que tem (ou não) sido feito
para acabar com a imagem esnobe associada ao
gênero e renovar suas plateias. Por Hilton Hida,
de São Paulo
É provavelmente um exagero sugerir
que a música clássica precise ser salva.
Bach, Mozart e Beethoven estão aí há sé-
culos e nada indica que deixarão de es-
tar nas próximas centenas de anos.
Também é de se imaginar que uma em-
presa tão preocupada em ser cool como
a Apple não gastaria 18 meses desen-
volvendo um serviço de streaming es-
pecífico — seu único, aliás — para um
gênero em risco de extinção.
Mas o fato é que o mundo da música
clássica, apesar do respeito que costuma
inspirar, convive há muito com uma
percepção de crise. O envelhecimento
do público é uma preocupação antiga. A
ela se somaram os muitos assentos va-
zios nos auditórios desde o fim das res-
trições da pandemia e os anúncios de
cortes nos orçamentos de orquestras e
casas de ópera em importantes centros
musicais, como o Reino Unido. Mesmo
uma notícia que deveria ser positiva, co-
mo a decisão do metrô de Los Angeles
de tocar música clássica numa estação,
tem seu lado negativo: é para afugentar
pessoas em situação de rua.
Como quase todas as atividades cul-
turais, a música clássica depende de pa-
trocínio ou dinheiro público. Tome-se
como exemplo a Filarmônica de Minas
Gerais, uma das melhores orquestras do
país. A bilheteria cobre apenas 6% de seu
orçamento anual de cerca de R$ 40 mi-
lhões. A maior parcela, R$ 17,5 milhões,
vem de repasses diretos do governo mi-
neiro — que não têm acompanhado a
inflação. Patrocínios, programa de doa-
ções de pessoas físicas e aluguel da Sala
Minas Gerais compõem o resto.
Além da ameaça dos apertos fiscais, a
dependência da vontade política impli-
ca a necessidade de se buscar a renova-
ção constante do público, como forma
de mostrar relevância e justificar o rece-
bimento de verbas. Nisso mesmo o fácil
acesso à música pode ser um obstáculo,
já que as milhares de gravações disponí-
veis por streaming de áudio e vídeo,
com a possibilidade de se ver concertos
da mais prestigiosa orquestra do mun-
do, a Filarmônica de Berlim, no momen-
to em que ocorrem, oferecem concor-
rência. Para quem precisa do público ao
vivo, o que fazer?
Não há consenso, mas um tema fre-
quente é o elitismo, a imagem de que a
música clássica é para os ricos, intelec-
tualizados, esnobes e principalmente
brancos — ainda que seu grande mer-
cado hoje seja de asiáticos. No Brasil,
tampouco ajuda o pretensioso termo
alternativo que se usa para descre-
vê-la: música erudita — o argumento
de quem o prefere é de que clássico é o
estilo de um período, o de Mozart e
Haydn, enquanto Bach, por exemplo,
é barroco; mas isso não seria mais ou
menos como dizer que a forma literá-
ria conhecida como romance só deve-
ria ter temas românticos?
“A sala de concerto pode ser natural-
mente intimidadora”, diz o composi-
tor paulistano Leonardo Martinelli,
que já dirigiu os programas educacio-
nais do Theatro Municipal de São Pau-
lo, onde sua ópera “Navalha na carne”
estreou ano passado.
Sintomático disso é que o post em
redes sociais mais curtido da Sinfôni-
ca do Estado de São Paulo, a Osesp, te-
nha sido sobre “como se vestir na Sala
São Paulo” (resposta: do jeito que a
pessoa quiser).
Há diversas tentativas de atrair um
público mais amplo para a sala de
concertos e afugentar a pecha de eli-
tista. O detalhe é que várias não envol-
vem exatamente música clássica. O re-
gente carioca Carlos Prazeres tem sido
um grande expoente desses esforços
com a Sinfônica da Bahia, a Osba. Mês
passado, interpretou sucessos juni-
nos. Em dezembro, celebrou o brega
num programa que incluía canções
como “Fogo e Paixão”, de Wando. A or-
questra, disse Prazeres à época, “não
pode ser um disco vienense pousando
em terras baianas”. A Osba também
tem uma série chamada CineConcer-
to, dedicada a trilhas sonoras.
Cinema é um mote comum nos pro-
gramas mais populares de orquestras,
até porque muitas trilhas são composi-
ções orquestrais. No ano passado, o
maestro Roberto Minczuk, ao reger a
Sinfônica Municipal de São Paulo num
concerto dedicado ao compositor
John Williams, chegou a trocar a batu-
ta por uma varinha mágica para o te-
ma de “Harry Potter” e por um “sabre
de luz” para o de “Star Wars”, com di-
reito ainda a máscara de Darth Vader.
Wagner Polistchuk também se vestiu
de Darth Vader para dirigir um bis em
concerto da Osesp com trilhas de cine-
ma, além de ter encarnado Sephiroth,
personagem de “Final Fantasy VII”,
num programa com música de games.
Se há dúvidas de que esse tipo de
apresentação cria público para o reper-
tório regular das orquestras, uma ideia
que move algumas propostas é justa-
mente a de eliminar distinções. “Nossa
programação está sendo pensada para
cada vez mais diluir as barreiras entre os
gêneros e promover um fluxo entre os
públicos — ou seja, não acreditamos
mais no ‘público da música clássica’,
mas no público que procura música de
qualidade, sem se ater aos rótulos”, diz
Gioconda Bordon, vice-presidente da
Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Ano 24 | Número 1168
Privatização Mercado
Sérgio Advogado
Lazzarini fala Sergio
sobre papel Spinelli está
do governo ‘À Mesa com
3 o Valor’ 6
MARK ALLAN/DIVULGAÇÃO
Nicholas Collon rege
os músicos
mascarados da
Aurora na “Sinfonia
Fantástica” de
Hector Berlioz
LARISSA GREGIO/DIVULGAÇÃO
Sociedade de Cultura Artística, respon-
sável por várias das principais atrações
internacionais em São Paulo.
O maestro Isaac Karabtchevsky, um
dos grandes difusores da música clás-
sica no Brasil por meio do extinto pro-
grama de TV “Concertos para a Juven-
tude” e do Projeto Aquarius, de con-
certos em praças, acredita que haja es-
paço para atrair público sem recorrer
a outros gêneros. “Sim, nós temos que
inovar todo o processo de comunica-
ção”, afirma. “Sem perder de vista, po-
rém, a grandeza da linguagem.”
Tentativas de inovar têm se multi-
plicado. Há, por exemplo, os concer-
tos imersivos do regente húngaro Iván
Fischer, que faz apresentações à
meia-noite, voltadas para um público
“A sala de concerto jovem, em que os espectadores podem
sentar-se em pufes entre os músicos
pode ser naturalmente (vestidos informalmente) de sua Or-
intimidadora” questra do Festival de Budapeste.
Pôr o público no centro da ação foi
Leonardo Martinelli também o que a britânica Orquestra Au-
rora fez em uma das mais concorridas
baladas londrinas, na casa noturna
Printworks. Ela tocou sinfonias de Bee-
thoven com os músicos distribuídos em
plataformas ao longo do amplo galpão
e as pessoas circulando à vontade.
A Aurora, que foi fundada em 2004,
ganhou fama pelo que chama de “tea-
tro orquestral”. Em suas participações
nos BBC Proms, um festival de verão
que reúne audiências de até 6 mil pes-
soas no Royal Albert Hall de Londres, o
regente Nicholas Collon e os músicos
da orquestra não só tocam obras icôni-
cas de memória como fazem um mer-
gulho nas peças em introduções que
ajudam o público a entendê-las me-
lhor. As pessoas são convidadas, por
exemplo, a cantarolar um tema da Sin-
2 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
fonia “Eroica” de Beethoven e acompa-
nhar como ele se desenvolve pelos di-
ferentes grupos de instrumentos. Ou
veem um ator contracenar com os mú-
sicos, mascarados ao final, para contar
como Berlioz verteu paixão e angústia
na “Sinfonia Fantástica”.
“Vivemos numa era da distração, as
pessoas têm uma incrível variedade de
opções culturais”, diz o presidente da
Aurora, John Harte. O uso de recursos
teatrais foi uma maneira de a orques-
tra se destacar nesse ambiente. “Com a
música clássica, acho que há um risco
de que as pessoas vejam o concerto co-
mo um espetáculo de produção pouco
elaborada, por isso o que tentamos
com a Aurora, e você vê isso com ou-
tros grupos também, é criar uma sen-
sação de aventura, de surpresa, talvez
um pouco de provocação.”
O diretor executivo da produtora cul-
tural carioca Dellarte, Steffen Dauels-
berg, acredita que iniciativas do tipo se-
rão mais comuns. “O mercado fatalmen-
te vai evoluir para um formato de con-
certo não tão formal”, diz. A mudança
pode vir pela troca de gerações. Dauels-
berg observa que em projetos de or-
questras estudantis de que a Dellarte
participa há tolerância até para o tão vi-
lipendiado celular: em um concerto, os
músicos chegaram a pedir que o públi-
co usasse o telefone para aumentar o
número de curtidas da orquestra.
É uma aceitação que ainda parece
distante do mundo profissional da
música clássica. Se o celular já incomo-
da num cinema, causa ainda mais dis-
túrbio numa sala de concerto, onde até
a queda no chão de um folheto pode
ser ouvida por todos. De fato, o diretor
musical da Osesp, o regente suíço
Thierry Fischer, diz que seria ótimo se
auditórios ao redor do mundo pudes-
sem adotar os bloqueadores de sinal
utilizados em algumas salas do Japão.
Fischer reconhece que a orquestra pre-
cisa estar sintonizada com os tempos
atuais, mas pondera que todos os am-
bientes têm seus padrões de etiqueta.
Não se grita numa partida de tênis co-
mo numa de futebol, por exemplo.
De todo modo, vários profissionais da
música, Fischer entre eles, se mostram
menos presos a alguns rituais que po-
dem ser vistos como hostis ao público
não familiarizado. Um deles diz respeito
ao aplauso. No caso de obras divididas
em várias partes, convencionou-se bater
palmas apenas ao final da última delas,
mesmo que alguma anterior termine de
maneira arrebatadora. Não é incomum
que os espectadores que extravasem seu
arrebatamento “fora de hora” sejam si-
lenciados pelo chiado de alguns mem-
bros da plateia — ou às vezes por algum
gesto do músico ou regente.
Dauelsberg lamenta tais reprimen-
das. Ele lembra com satisfação como o
maestro britânico Benjamin Zander,
da Filarmônica de Boston, certa vez
reagiu a tais chiados num concerto no
Rio: voltou-se para o público para
agradecer pelos aplausos e comentou
como eles eram importantes econo-
micamente, porque sugeriam a pre-
sença de pessoas que talvez estivessem
ali pela primeira vez.
Leonardo Martinelli observa que a
noção de uma hora certa para aplaudir
não tem fundamento histórico, foi algo
que se estabeleceu em meados do século
XX — e curiosamente não pegou em
óperas, onde aplausos depois de algu-
mas árias são comuns mesmo quando
no meio da ação. Ele entende que algu-
mas pessoas prefiram ouvir a obra toda
sem distrações e considera que a impo-
sição do silêncio até seja uma conquista
dos músicos. Mas diz que essa não era a
realidade nos tempos em que boa parte
do repertório foi escrita.
Martinelli vê uma postura bastante
passiva de muitas organizações musi-
cais, que apenas continuam fazendo o
que se tornou tradicional. “É preciso
‘contemporaneizar’ a música”, argu-
menta. Isso passa por mais variedade
nas formas de apresentação e no re-
pertório. “Nenhum museu é tão mu-
seu como a sala de concerto”, afirma.
Música contemporânea foi por dé-
cadas um espanta público, associada a
aridez e experimentalismo, o que le-
vou a maioria dos gestores artísticos a
concentrarem os programas em peças
mais antigas. Uma nova geração de
compositores parece ter mudado um
pouco o quadro.
O Municipal de São Paulo teve casa
cheia ano passado para as récitas de
“Navalha na carne”, de Martinelli, num
programa duplo com “Homens de pa-
pel”, de Elodie Bouny, assim como para
as de “Café”, de Felipe Senna. Martinelli
também teve seu Concerto para Orques-
tra no programa inaugural da atual
temporada da Filarmônica de Minas Ge-
rais, que está comemorando 15 anos. A
Filarmônica de Nova York — uma or-
questra durante muito tempo acusada
pela imprensa nova-iorquina de exces-
sivamente conservadora — teve outra
peça de um brasileiro, Marcos Balter, no
programa que reinaugurou seu auditó-
rio, o David Geffen Hall.
“Acho que uma das coisas impor-
tantes que tento fazer é não diferen-
ciar entre música de 200 anos atrás e
música de hoje”, diz o empresário An-
drew Ousley, que criou uma elogiada
série de música de câmara em Nova
York cujo repertório vai de Bach
(1685-1750) e Beethoven (1770-1827)
a Caroline Shaw (nascida em 1982) e
Carlos Simon (1986).
A série, que tem o sugestivo título
Death of Classical, ou “morte dos clássi-
cos”, é ainda mais peculiar pelos locais
que Ousley escolheu para os concertos:
cemitérios, criptas e catacumbas. “Sem-
pre pensei em como a música clássica
poderia atrair uma audiência maior”,
conta o empresário, que é presidente da
Unison Media, uma firma de relações
públicas e marketing para artistas. Dea-
th of Classical surgiu quando um amigo
o levou para conhecer a cripta da Igreja
da Intercessão no Harlem, que ele vis-
lumbrou como local apropriado para
uma experiência íntima. “Estes concer-
tos são uma tentativa de mudar o que
cerca a música sem de maneira nenhu-
ma fazer concessões”, diz.
Como há certas regras para a entrada
nos locais, os programas sempre in-
cluem uma recepção com comida, bebi-
da e bate-papo, para que os espectado-
res (entre 49 e 74 pessoas, dependendo
do local) possam descer todos juntos à
cripta ou caminhar pelo cemitério até a
catacumba. Celulares são colocados em
plásticos selados, reabertos na saída.
Combinar música e comida é uma
das ideias que o pianista e compositor
britânico Stephen Hough, que esteve
recentemente com a Osesp para tocar
obras concertantes de Rachmaninov e
retorna em setembro para completar
o ciclo, propõe como forma de reno-
var o formato dos concertos.
Hough é um artista celebrado tanto
por suas interpretações quanto por
seus escritos, sejam artigos ou livros.
Num de seus textos que tiveram mais
repercussão, ele chegou a sugerir a eli-
minação do intervalo. Isso de fato se
tornou regra durante um tempo por
causa das limitações impostas pela
pandemia, mas não perdurou. Não
que ele ache ruim: “Estou tão feliz por
estarmos de volta a uma vida normal
que de certa maneira fico contente
por tudo ser o mesmo de antes”. O que
ele de fato queria era expressar a ideia
de que o concerto não deveria seguir
sempre uma mesma fórmula — por
exemplo, em São Paulo eles em geral
começam às 20h30 e duram duas ho-
ras, com um intervalo de 20 minutos.
É claro que há restrições práticas — o
trânsito, a carga de trabalho dos músi-
cos —, mas Hough especula que, se os
DIVULGAÇÃO
Um concerto da concertos começassem mais cedo e fos-
série Death of sem mais curtos, as pessoas poderiam
Classical na ter tempo de continuar a noite com um
catacumba do jantar. Ou os músicos poderiam fazer
cemitério uma segunda apresentação na mesma
Green-Wood, em
noite, talvez com pequenas variações,
Nova York. Série foi
criada pelo para aqueles que só conseguem chegar
empresário Andrew mais tarde, ou mesmo para quem quei-
Ousley ra a experiência dobrada. Restaurantes
nas salas poderiam se beneficiar.
Hough é realista em relação aos li-
mites do apelo da música clássica. “Al-
gumas pessoas simplesmente não res-
pondem a esta forma de arte que tanto
amamos — e não há nada de errado
nisso”, escreve em seu livro “Rough
Ideas”. Ele acredita que a quantidade
de pessoas que podem apreciar o gê-
nero é muito maior do que a atual,
mas acha que não se deve diluí-lo para
agradar a um paladar mais geral.
Por isso, Hough crê que talvez pro-
mover a música como algo desafiador
possa ser uma maneira de seduzir a ju-
ventude. “Não acho que devemos dizer
às pessoas que a música clássica não é
difícil”, diz ao Valor. “É séria, é difícil,
mas acho que há algo no ser humano
que nos faz querer ser desafiados.”
Esse é um ponto que o maestro Fabio
Mechetti, diretor artístico da Filarmôni-
ca de Minas Gerais, também enfatiza. “A
gente tem que entender que a música
clássica, a ópera, mesmo literatura de
qualidade, nunca foi cultura de massa”,
afirma. “Não digo que ela tenha necessa-
riamente esse cunho elitista do ponto de
DIVULGAÇÃO vista de classe social, mas ela exige uma
certa predisposição, que é cultivada.”
Mechetti acredita que variações na
forma do concerto não mexem no bá-
sico: “Para gostar de música, você pre-
cisa aprender a ouvir”. Ele faz uma
comparação culinária: oferecer um
sushi de fruta e cream cheese a alguém
que não gosta de peixe cru vai fazer
com que a pessoa passe a apreciar o
sushi de peixe cru? “Eu acho que a so-
lução é expor as pessoas à música clás-
sica o mais cedo possível.” Ele diz que a
Filarmônica de Minas Gerais procura
fazer isso com concertos didáticos pa-
ra o público jovem, apresentações em
praças e no interior do estado.
Thierry Fischer, da Osesp, diz acredi-
tar que o melhor que a orquestra pode
A questão da música fazer é perseguir constantemente a ex-
celência, de maneira que se torne uma
“tem a ver com o que a embaixadora cultural da cidade: “Para
que, mesmo que as pessoas não ve-
cultura significa para a nham, elas sintam orgulho por saber
que a excelência existe”.
comunidade e os Ele considera que as dificuldades da
indivíduos” música clássica não podem ser consi-
deradas como apenas dela, são partes
Thierry Fischer de algo maior, relacionado à educa-
DIVULGAÇÃO
“Não acreditamos mais
no ‘público da música
clássica’, mas no
público que procura
música de qualidade”
Gioconda Bordon
RAFAEL MOTTA/DIVULGAÇÃO
“As pessoas precisam
descobrir a música
clássica, porque muitas
vezes elas nem sabem
que gostam”
Fabio Mechetti
ção. “Tem a ver com a visão de comuni-
dade, do que a cultura significa para a
comunidade e os indivíduos”, afirma.
Em Manaus, o diretor artístico da
Amazonas Filarmônica, Luiz Fernando
Malheiro, acredita que foi possível es-
tabelecer um laço com a comunidade
porque a orquestra se desenvolveu
junto com o público. O grupo foi cria-
do em 1997, assim como o festival de
ópera realizado anualmente no histó-
rico Teatro Amazonas, um cartão-pos-
tal de Manaus. “Antes disso não havia
nada de música clássica aqui”, diz Ma-
lheiro. Ele acrescenta que vários dos
músicos que formaram a orquestra, al-
guns vindos do Leste Europeu, passa-
ram a lecionar na cidade, o que deu im-
pulso à educação musical na região.
O Festival Amazonas de Ópera tor-
nou-se um destaque no calendário artís-
tico do estado apresentando uma gama
variada que vai de obras superpopulares
como “La traviata”, de Verdi, a mais difí-
ceis, como “Lulu”, de Berg, passando por
títulos raros de se ver mesmo em gran-
des centros, como a tetralogia do “Anel
dos Nibelungos”, de Wagner. Malheiro
diz que a casa sempre fica cheia e o pú-
blico da Amazonas Filarmônica é bas-
tante jovem. Ajuda os ingressos serem
gratuitos para os concertos da orquestra
e entre R$ 5 e R$ 60 para óperas.
Não que apresentações de música
clássica sejam particularmente mais
caras do que de outros gêneros. Mes-
mo no caso de atrações internacionais,
diz Dauelsberg, da Dellarte, os preços
hoje são comparativamente mais bai-
xos do que há décadas. Isso sugere que
um dos principais desafios é provavel-
mente de marketing, de fazer com que
as pessoas saibam que a música clássi-
ca é uma opção e acessível. “As pessoas
precisam descobrir a música clássica,
porque muitas vezes elas nem sabem
que gostam”, diz Mechetti.
A ascensão de nomes como Caroli-
ne Shaw ou TwoSet Violin talvez con-
tribua para essa descoberta. Shaw,
compositora americana que em 2013,
aos 30 anos, foi a pessoa mais jovem a
ganhar o Prêmio Pulitzer de Música,
trafega por diversos ambientes, tendo
colaborado com rappers como Kanye
West. Segundo a revista “The Atlantic”,
ela “está fazendo a música clássica ser
cool”. O TwoSet Violin, canal do duo
de violinistas australianos Brett Yang e
Eddy Chen, tornou-se um fenômeno
do YouTube, com mais de 4 milhões de
inscritos e 1,4 bilhão de visualizações,
ao abordar o gênero de maneira
bem-humorada, falando a linguagem
das novas gerações. Eles estão fazendo
a música clássica ser divertida. ■

O governo competente como atributo
Gestão pública Em “A privatização certa”,
Sérgio Lazzarini, do Insper, diz que o
sucesso na administração do Estado
depende de governantes capazes. Por
Francisco Góes e Rodrigo Carro, do Rio
A discussão sobre o tamanho ideal do
Estado perpassa diferentes economias e
países, inclusive o Brasil. Mas, seja qual
for o arranjo que o gestor público encon-
trar, com mais ou menos presença estatal
na administração, o importante é garan-
tir que existam governos capazes, diz Sér-
gio Lazzarini, professor do Insper e da
Ivey Business School, no Canadá. Lazzari-
ni acaba de lançar no Brasil, pela Compa-
nhia das Letras, o livro “A privatização
certa - Por que as empresas privadas em
iniciativas públicas precisam de gover-
nos capazes” (408 págs., R$ 139,90).
No texto, o terceiro de uma trilogia so-
bre privatizações e seus efeitos, Lazzarini,
um engenheiro com especialização em
administração, aborda o tema de forma
técnica e diz que a decisão de privatizar
uma empresa precisa ser analisada caso a
caso. Mas a característica definidora de su-
cesso, em termos de gestão pública, afir-
ma, é ter bons governos, definição enqua-
drada em algumas dimensões, entre as
quais: foco em programas corretos, boa
execução, o que se vincula à reforma do
Estado;transparênciaeexistência de obje-
tivos estáveis ao longo do tempo. O que
mais preocupa Lazzarini agora é a tentati-
va de deterioração de avanços institucio-
nais no país, caso da Lei das Estatais e do
marco dosaneamento,que têmsidoques-
tionados pelo atual governo. A seguir, os
principais pontos da entrevista ao Valor:
Valor: Qual foi a ideia que motivou o li-
vro “A privatização certa”?
Sérgio Lazzarini: O livro fecha uma trilo-
gia que começa com “Capitalismo de laços”,
publicado em 2010 e que pega todo esse
movimento das privatizações [dos anos
1990]. Peguei dados de empresas em geral,
no Brasil, umas privatizadas, outras não, e
tentei ver quem eram os proprietários, como
participavam nas empresas. Constatei que o
Estado permaneceu influente na economia
a partir de vários instrumentos. As grandes
estatais, que foram privatizadas, acabaram
sendo substituídas pelo que chamamos de
estatais “minoritárias”, com [participação
do] BNDES, fundos de pensão e da própria
União. Fiquei surpreso porque havia essa
ideia de que “vendemos tudo para o estran-
geiro”. “Capitalismo de laços” tenta dar um
panorama relativamente neutro, mas o rela-
to traz também uma visão um pouco pessi-
mista na linha de que essa permanência pú-
blica pode levar ao aumento [da participa-
ção] do Estado e em condições que podem
não ser boas para a economia.
Valor: E o segundo livro?
Lazzarini: O segundo livro foi “Reinven-
tando o capitalismo de Estado”. Esse segun-
do livro foi publicado em 2014 e pegou a ex-
pansão [do governo] Dilma [Rousseff]. O
texto aprofunda a análise nas grandes esta-
tais, no BNDES, naquela discussão dos “cam-
peões nacionais”. Falamos ali que há um no-
vo capitalismo em que o Estado está presen-
te. Tem aspectos positivos e negativos. Algu-
mas coisas estão melhorando e outras piora-
ram. As pessoas me perguntam: “O que você
recomenda? Uma nova rodada de privatiza-
ções?Mudarasestatais?”.Saioumpoucope-
la tangente. Eu dizia: “Não é objetivo do tra-
balho discutir tamanho de Estado ótimo,
mas reportar o fenômeno”. Achei que preci-
saria fechar o ciclo com a “A privatização cer-
ta”, livro mais conceitual, que tenta revisar
argumentosdeprósecontras,darexemplos,
e, efetivamente, analisar o que precisamos
olhar nesse processo quando se quer repen-
sar o tamanho do Estado.
Valor: No novo livro o senhor afirma que
governos competentes fazem que a decisão
de privatizar perca a importância. Por quê?
Lazzarini: Estou dizendo assim: “O tema
do livro é irrelevante se tiver um bom gover-
no”.Tivemosesseinsightnumprojetoquefi-
zemos com a Accenture, uma análise de ca-
sos de inovações públicas no Brasil, na Índia
e na África do Sul. Vimos que tem casos de
sucesso com mais participação privada, ou-
tros feitos pelo setor público. A característica
definidora de sucesso é ter bons governos.
Governos que tentam combater a corrup-
ção, transparentes, que coletam dados e ge-
renciamprojetosdeformaadequada.Quan-
do tem um bom governo, ele pode conside-
rar, por exemplo, a participação privada no
sistema educacional. Pode fazer um proje-
to-piloto e comparar para depois aumentar
a escala. Entre querer buscar agenda de pri-
vatização total, que será conflituosa e vai exi-
gir capital político, e criar uma agenda de re-
forma do Estado, de competências governa-
mentais, eu, se fosse governo, investiria nes-
sa. Nos dois vai ter briga, mas a reforma do
Estado vai colher mais frutos.
Valor: O objetivo foi pensar quando a pri-
vatização deve se dar e em que condições?
Lazzarini: Gostaríamos de dar uma res-
posta sim ou não. Tem muita gente que me
diz: “Fala logo, Sérgio! Privatizar é bom ou
não é?”. Não posso dar uma resposta sim-
ples porque o tema é complexo. Existem
nuances e variações. A resposta varia de-
pendendo da atividade, das condições do
país, do momento, de como vai conduzir e
desenhar o processo. O livro diz que há vá-
rias opções, com prós e contras, um menu
que inclui privatizar totalmente, privati-
zar mantendo participação do Estado, pri-
vatizar na forma de um contrato públi-
co-privado, não privatizar mas reforman-
do as estatais com melhoria de governan-
ça ou manter as empresas estatais. O livro
gasta tempo revisando conceitualmente o
que as participações públicas e privadas
trazem. Como pode se buscar uma solução
intermediária, com apoio público mas
com participação privada, quais são os ris-
cos. Mas uma conclusão que posso respon-
der categoricamente é: qualquer uma des-
sas opções, seja manter mais o Estado, seja
privatizar mais, depende de ter governo
capaz, competente. Porque se o governo é
incompetente e se privatiza, [o modelo]
vai ser malfeito, vai ter denúncia de cor-
rupção, terá empresas privatizadas — so-
bretudo em caso de monopólios naturais
— sendo questionadas depois. Não vão en-
tregar um bom serviço e, depois, [o poder
público] vai querer reestatizar. Muitas ve-
zes falamos: “No Brasil, nunca vai dar certo
porque o governo é ruim. Na Inglaterra,
tem de dar certo porque o governo é me-
lhor que o do Brasil”. Não é assim. Tem va-
riações dentro dos governos. Pode ter va-
riações em governos federal, estadual e
municipal. E pode ter dentro do mesmo
governo um departamento que é melhor
que o outro. No Brasil, temos boas expe-
riências de gestão pública de escolas no
Ceará, por exemplo. Houve boas experiên-
cias de parcerias público-privadas em es-
tados, mas em outros, não. Prisões, que é
um caso com o qual começo o livro. Há ex-
periências positivas que ocorreram no Pa-
raná. Mas não ocorreram no Amazonas.
Então varia [em função] de quanto cada
unidade do governo está bem preparada,
com técnicos, com boas condições para
acompanhar o serviço e tudo mais.
Valor: O que é um governo competente?
Lazzarini: Tem várias dimensões. Uma
delas é a formulação de política e, em parti-
cular, colocar foco nos programas corretos.
Alguém pode ter uma “boa ideia” de dar ta-
blets para alunos das escolas, mas as esco-
las não terem internet. Também considero
[como requisito] a capacidade de lideran-
ça, de mobilização, e me preocupa essa
questão do ciclo político. Por que em So-
bral [CE] a educação continua a dar certo
independentemente da mudança de go-
verno e em outros lugares não? Outro pon-
to é execução, se as pessoas têm incentivos
para executar a atividade, o que se relacio-
na com a reforma do Estado, com avaliação
de desempenho do funcionário. Pela Cons-
tituição, a estabilidade do funcionalismo é
condicionada ao desempenho, mas isso
nunca foi regulamentado. Tem também a
prestação de contas. No caso das prisões do
Paraná, os dados estavam abertos. Existe a
lei de acesso à informação, mas há órgãos
que demoram a passar os dados. Há ainda
o comprometimento com um mandato,
no sentido de ter objetivos estáveis [no
tempo]. E os atores públicos têm que saber
dialogar com outros atores da sociedade
para criar bons projetos.
Valor: O senhor diz que privatizar não é
maneira de se livrar de governo ruim. Pode
explicar melhor?
Lazzarini: Porque governo ruim privati-
za e vai ter corrupção, não vai atender ca-
mada vulnerável [da sociedade] que esta-
va sendo atendida de maneira não ideal,
mas estava. Já um governo eficiente vai ga-
rantir que variáveis de efetividade e inclu-
são estão sendo observadas.
Valor: O Brasil saiu de um governo que
queria privatizar tudo, mas pouco fez, para
outro que tem viés antiprivatista...
Lazzarini: No PT a agenda de colabora-
ção de parcerias público-privadas tem
chances. Privatização de grandes estatais,
esquece, mas dá para avançar em outras
dimensões. Estou mais preocupado com
as deteriorações ocorridas em alguns ga-
Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | 3
Sérgio Lazzarini, do nhos, como a Lei das Estatais e tentativas
Insper: é preciso de alterar marcos, como o do saneamento.
que variáveis de Preocupa também as tentativas de “co-
efetividade e mer”, gradualmente, partes dos avanços
inclusão sejam institucionais que tivemos. Os estados po-
observadas
dem continuar com agendas de colabora-
ção na área de PPPs e de privatizações, co-
mo no caso da Copel [PR]. Também pode
haver ganhos em concessões, sobretudo
em estados e municípios. E espero que ha-
ja alguma reforma administrativa, sobre-
tudo na área de avaliação de desempenho.
Valor: No livro, o senhor compara a expe-
riência de privatização de presídios no Pa-
raná e nos Estados Unidos e os resultados
foram diferentes. Como explicar?
Lazzarini: Você pode perguntar: ‘Como
nos Estados Unidos não vai dar certo e,
aqui no Brasil, vai?’. Porque o que estou
chamando de governos competentes é [o
governo] em nível mais micro. Cria-se um
departamento, uma unidade, uma secreta-
ria ou uma agência com gente muito boa e
eles acabam tocando bons projetos. O que
é uma má e uma boa notícia. Má porque
criar essas competências é difícil. E muito
em função do ciclo político: chega um go-
vernador, um prefeito e cria uma boa uni-
dade, com gente [competente], e aí tem um
ciclo político, essa pessoa não é reeleita, e aí
vem um outro e destrói tudo. Mas é tam-
bém uma boa notícia porque indica que
não é uma questão de reformar o Brasil in-
teiro. É estimular boas práticas, boas uni-
dades e garantir que fiquem mais protegi-
das [das interferências políticas].
Valor: Um edital de privatização bem
desenhado seria suficiente para garantir o
êxito da operação?
Lazzarini: A regulação contratual que
pode se fazer vai ser, invariavelmente, im-
perfeita. Porque está lidando com variáveis
sociais complexas, com dimensões que
têm vários atributos. Pode monitorar essas
coisas, ter um painel de indicadores. Pode
colocar determinados pontos nos contra-
tos, mas tem que haver um acompanha-
mento posterior, um aprendizado. Nas pri-
sões do Paraná tinha uma supervisão pú-
blica relativamente forte em que eles [os
gestores] disponibilizavam dados técnicos
para análise de forma transparente. E tinha
também muito monitoramento externo,
que também é um fator importante. O mo-
nitoramento social externo inclui organi-
zações sem fins lucrativos, a mídia.
Valor: Nos casos de privatização, o papel
do Estado seria regular e fiscalizar?
Lazzarini: Precisa observar dois fatores.
O primeiro é garantir a entrega de qualida-
de [do serviço] em dimensões sociais que
são difíceis de contratar. Voltando ao caso
do presídio. Vou ficar marcando quanto
vai ter de prato de alimentação para o pre-
so?Isso é difícil,mas preciso ver, no todo, se
a prisão está garantindo bom tratamento,
seestáfazendoaçõesderessocialização. Es-
colas, a mesma coisa. Tenho de assegurar se
o aprendizado está bom, adequado. Essa
variável chamo de efetividade. O serviço es-
tá sendo efetivo nas dimensões em que se
espera a um custo razoável? Tem outra di-
mensão que é a inclusão. Precisa garantir
queoserviçoatendeapopulaçãoe,empar-
ROGERIO VIEIRA/VALOR
ticular, as populações mais vulneráveis.
Valor: Como estender a ideia de inclusão
a outros serviços fora da área educacional?
Lazzarini: Tempos atrás o Insper fez estu-
do sobre possível privatização da Caixa
Econômica Federal. Vamos pensar a ação
da Caixa como banco comercial, que tem
agências. Podemos pensar também na ati-
vidade de crédito imobiliário para a baixa
renda. Quem vai suprir esse crédito se não
tiver a Caixa? No Chile, existe um cenário
alternativo segundo o qual o governo re-
passaria subsídios para os bancos empres-
tarem para [a população] de baixa renda
adquirir os imóveis. Poderia privatizar a
Caixa e dizer: ‘Vai ter agora esse mecanis-
mo’. Quem vai acompanhar os emprésti-
mos? Quem vai garantir que vai haver me-
tas para que esses bancos privados efetiva-
mente acompanhem essas populações de
baixa renda? E se for implementar esse
modelo quem vai ser a unidade que vai
acompanhar isso? São perguntas impor-
tantíssimas para o desenho do negócio.
Valor: No caso da educação poderia se
pensar em modelo público-privado?
Lazzarini: O modelo para a educação é
interessante. A ferramenta favorita dos li-
berais são ‘vouchers’. Faz um pagamento,
uma transferência para famílias de baixa
renda colocarem os filhos em escola priva-
da. No Chile, eles implementaram esse me-
canismo. As famílias iam lá com o recurso
para matricular filhos nas escolas privadas
e as escolas faziam uma seleção. Tentavam
colocar um pessoal com um pouquinho
mais de renda, cobravam mais. No Chile, o
‘voucher’ acabou se movendo [em direção]
a um sistema um pouco mais regulado on-
de há mais metas de que tipo de aluno, fa-
mília vai ter de incluir. E acabou ficando
um mecanismo até mais contratual, na li-
nha que tem sido testada em alguns países,
as ‘charter schools’. Nada mais são do que
um contrato público-privado no qual uma
escola privada recebe um financiamento
do governo para matricular determinados
alunos. Isso só funciona se tiver governo
competente porque vai ter de ir lá e colocar
no contrato que precisa ter esse alvo, de
alunos de baixa renda, e monitorar o que
está acontecendo, avaliar o desempenho.
Valor: Críticos das privatizações dizem
que essas operações levam ao aumento de
preços nos serviços. É isso mesmo?
Lazzarini: Não necessariamente, porque
tem dois efeitos ocorrendo nessa transição.
O primeiro é que em geral o privado corre
maisatrásdoprejuízo.Elevailá,cortacustoe
o faz porque senão está deixando dinheiro
em cima da mesa. O outro efeito é que o pri-
vado vai ser mais orientado para o lucro. Ele
pode ter uma tendência, se não houver mui-
ta competição, a colocar mais margem. En-
tão precisa de regulação. E nesse ponto há
um debate. Como regula preços? Cria um
padrão de custo e vai ajustando com a infla-
ção?Mas precisatomarcuidadoporquepre-
cisa evitar, sobretudo em caso de monopó-
liosnaturais,queaempresapuxeopreçopa-
ra cima. Por outro lado, se não aumentar
quando precisa, não vai ter investimento. É
linha tênue. Tem literatura, toda uma enge-
nharia, de como regula esses preços. ■
4 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Geografia
para o futuro
História Quem foi Milton Santos, renomado
intelectual brasileiro que ganha exposição no
Itaú Cultural. Por Márcio Ferrari, para o Valor,
de São Paulo
“Estamos condenados a conhecer o
mundo não pelo que ele já é, mas tam-
bém, e sobretudo, pelo que ainda não é.
Nossa âncora é o futuro.” A declaração é
do geógrafo Milton Santos (1926-2001)
e está em um dos vídeos que compõem
a Ocupação Milton Santos, que começa
nesta semana no Itaú Cultural, em São
Paulo, e vai até 8 de outubro. Com essas
palavras, o homenageado expõe a revo-
lução, até no sentido físico, que ele ope-
rou nos métodos e objetivos do conhe-
cimento geográfico.
Para isso, o conceito privilegiado é
o de “lugar” ou “território”, de onde
parte todo o repertório de pesquisa
de Santos. “Dar importância ao lugar
como produtor de histórias é a gran-
de tarefa do geógrafo hoje em dia”,
disse ele. “Fases precedentes não per-
mitiam a realização de utopias, mas
atualmente, com o progresso científi-
co e técnico, o mundo nos garante
formas viáveis de construir futuros.”
Apesar da ênfase na renovação e na
intencionalidade, o geógrafo não se
considerava um militante político.
“Sou militante de ideias”, dizia.
“Metodologicamente, seu projeto
criativo é examinar as múltiplas cama-
das de um determinado território, sua
densidade, a circulação de mercado-
rias, seus mecanismos sociais, com
pontos de vista globais mas também
periféricos”, diz Jader Rosa, gerente do
Observatório Itaú Cultural, responsável
Coluna Social
Marco
temporal,
o Brasil do
impasse
José de Souza Martins
O julgamento do caso
acabará se tornando um
julgamento de brancos:
os valores subjacentes às
leis são majoritariamente
os de um direito que
reflete os interesses das
categorias sociais
politicamente
dominantes
pela curadoria da Ocupação. Ele obser-
va que o conceito de “periferia” é bas-
tante expandido, não sendo só espa-
cial, mas contrapondo, por exemplo, as
relações planetárias entre Norte e Sul,
com seus contrastes e interseções.
Rosa descreve os cinco eixos que
orientam a mostra: o pensamento de
Milton Santos, baseados nas cerca de
40 publicações deixadas por ele, de-
senvolvendo ideias “críticas e proposi-
tivas”; um diagrama de conceitos que,
partindo da ideia de território, disseca
as estruturas sociais e econômicas e as
possibilidades do exercício da cidada-
nia; um painel biográfico em que se
destaca sua experiência do exílio e seu
périplo forçado por diversos países; a
questão racial, mostrando que a “peri-
feria hoje se apropria das ideias de Mil-
ton Santos; e seu legado, que se funda-
menta sobretudo na possibilidade de
exercício da cidadania, que o geógrafo
considerava incompleto, mais ainda
para as pessoas pretas, como ele.
Santos era cauteloso ao tratar o ra-
cismo por não “ter propriedade” para
opinar sobre um tema que não esteve
no centro de suas pesquisas, mesmo o
experimentando pessoal e diaria-
mente. A questão racial orienta as ati-
vidades de dança e artes visuais da
Ocupação, que inclui ainda a exibição
do documentário “Encontro com Mil-
ton Santos: O Mundo Global Visto do
Lado de Cá”, do diretor Silvio Tendler,
É esclarecedora a entrevista que a
ministra dos Povos Indígenas, Sonia
Guajajara, deu a João Valadares, do
Valor. Ficam claros os impasses e in-
decisões, relativos à questão do cha-
mado marco temporal para invalida-
ção do direito dos indígenas ao seu
território de ocupação imemorial.
Este é o país dos crimes conexos.
Não só em relação aos territórios in-
dígenas, mas também em relação
aos problemas sociais relativos a
pendências históricas quanto aos di-
reitos das populações originárias.
Ainda temos escravidão e trabalho
escravo. O Brasil ainda é, portanto, o
país do atraso. É no marco desse
atraso que foi criado o problema do
marco temporal.
A entrevista é expressão de cons-
ciência social, da unidade na diferen-
ça dos povos indígenas brasileiros. E
das dificuldades políticas e partidá-
rias a que se faça valer o seu direito de
posse imemorial das terras que são
parte da sua cultura territorial. Eles
têm sido saqueados impunemente
com base no falso pressuposto de
que “índio não tem querer”, como
me disse um notório grileiro de terra
indígena no Mato Grosso.
No entanto, esse saque antissocial
e anticapitalista encontrará pela
frente as populações que foram lesa-
das em algum momento da história
do país pelos autores dessa modali-
dade violenta, na acumulação primi-
tiva de capital, de saque do patrimô-
nio dos frágeis.
Indígenas, quilombolas e sem-ter-
ra, excluídos e lesados desenvolveram
uma significativa consciência de
identidade e de vítimas da privação
injusta que lhes compromete a sobre-
vivência social e a devida participação
na definição dos destinos do país. A
questão fundiária, no seu amplo sen-
tido, vem se tornando cada vez mais
uma questão política e cada vez mais
uma questão de confronto de direitos
que compromete a possibilidade da
que tem como fio condutor uma en-
trevista com o geógrafo e depoimen-
tos de Ailton Krenak, Eduardo Galea-
no, José Saramago e Joseph Stiglitz,
entre outros. Em um vídeo na exposi-
ção, o poeta Sérgio Vaz, criador da
Cooperifa, declama seu poema “Mil-
tongrafia”. A mostra em si reúne mais
de 150 peças, entre fotos, audiovi-
suais, textos e livros.
Milton Santos nasceu em Brotas do
Macaúba, na Bahia, filho de professo-
res primários, e era, segundo sua viú-
va, Marie-Hélène Tiercelin, “um baia-
no de raízes profundas”. Formou-se
em direito na Universidade Federal
da Bahia e começou a vida profissio-
nal como jornalista do diário “A Tar-
de”, de Salvador, onde chegou a edi-
tor-chefe, além de diretor da Impren-
sa Oficial do estado. Como geógrafo,
tornou-se professor da Universidade
Católica da Bahia e em 1959 apresen-
tou sua tese de doutorado, com o tí-
tulo “O centro da cidade Salvador –
Estudo de geografia urbana”, uma
análise das finanças, da estrutura e da
paisagem da capital baiana.
Em 1964, na sequência do golpe de
Estado, Santos foi preso e acusado de
comunista, sem ser filiado ao partido, e
depois de “inocente útil”. No quartel
em que estava preso, teve uma isque-
mia cerebral, o que levou os militares a
temer que ele morresse no cativeiro.
Ao ser solto, concluiu que não era mais
democracia e a de um pacto viável pe-
lo desenvolvimento econômico com
desenvolvimento social.
Os historicamente beneficiários da
concentração da propriedade e da
distribuição desigual de poder e ren-
da dificilmente conseguirão manter
seus privilégios. Cada vez mais consi-
derados pelas vítimas e por aqueles
que se identificam com sua causa co-
mo usufrutuários da iniquidade.
O julgamento do caso acabará se
tornando um julgamento de bran-
cos: os valores subjacentes às leis são
majoritariamente os de um direito
que reflete os interesses das catego-
rias sociais politicamente dominan-
tes. A menos que os juízes encon-
trem nele brechas que permitam jul-
gar com base na realidade social-
mente pluralista do Brasil.
Se isso não ocorrer, se confirmará
que os indígenas brasileiros não são
Milton Santos, o
“baiano de raízes
profundas”, numa
viagem ao Japão
CARVALL
juridicamente iguais, mas desiguais
e socialmente inferiores. A proprie-
dade capitalista da terra será social-
mente superior à condição humana
dos que dela carecem para sobrevi-
ver com dignidade.
Pode-se ver indícios de que a con-
cepção de marco temporal poderá se
tornar legal sem ser legítima. Quem
legitima o direito do indígena é o in-
dígena, ainda que dependa do reco-
nhecimento de legitimidade de ou-
tras categorias sociais.
Numa sociedade cuja luta social
pelo direito à diferença e, portanto, à
legitimidade e legalidade da dife-
rença, está ela no centro da tensa
agenda política do país. Reduzir à
concepção branca de terra-mercado-
ria o direito imemorial do índio ao
seu território é uma violência a mais
na deplorável história de violências
contra as populações originárias.
ARQUIVO PESSOAL
possível trabalhar no Brasil. O cônsul
francês organizou a saída do país.
Na França, deu aulas em Toulouse e
Paris e em seguida passou por Toron-
to (Canadá), Cambridge (EUA), Lima,
Caracas e Dar Es-Salam (Tanzânia).
Santos voltou em 1977, deu aulas em
Salvador e depois se fixou no Depar-
tamento de Geografia da Universida-
de de São Paulo.
Nos 22 anos decorridos desde sua
morte, a obra de Santos se consolidou
em termos sociais e políticos, especial-
mente no movimento negro. “Tudo o
que ele projetou vem se concretizan-
do a pequenos passos, em um movi-
mento que provoca mudanças”, diz
em vídeo o escritor Itamar Vieira Ju-
nior, autor de “Torto arado”. ■
Penso que a decisão do STF incidirá
sobre o conjunto da questão agrária,
envolvendo suas vítimas não indíge-
nas, na medida em que pesa sobre o
direito de propriedade da terra um
conjunto acumulado de indefinições
decorrentes de violações históricas
de direitos das populações subalter-
nas. Exatamente em relação à inter-
pretação formal do direito à terra por
parte dos que tinham poder e domi-
nação sobre seus agregados e servos.
Quando alternativas de direito, na
questão da terra, foram escamoteadas
com a fragilização das vítimas de sujei-
ção em formas degradadas de traba-
lho. O poder da força na sujeição dos
subalternos como fator de lesão de di-
reitos contidos nas leis é uma questão
também pendente, subjacente a uma
concepção de direito baseada na su-
posta legitimidade da privação de di-
reito dos socialmente frágeis.
O tema do marco temporal con-
tém a possibilidade de legalizar uma
fraude contra tradições e costumes
do indígena, a “lei do índio”, com ba-
se na “lei do branco”, a de apenas
uma parcela da população, a dos
que concebem a terra como mera
mercadoria.
Agora, porém, as vítimas se torna-
ram novos sujeitos de vontade polí-
tica e de direito. O STF se defronta,
portanto, com um momento social e
politicamente decisivo da história
do Brasil. Terá que decidir o que deve
ser cidadania: privilégio de alguns
ou direito de todos.
José de Souza Martins é sociólogo. Pro-
fessor Emérito da Faculdade de Filoso-
fia da USP. Professor da Cátedra Simón
Bolivar, da Universidade de Cambridge,
e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pes-
quisador Emérito do CNPq. Membro da
Academia Paulista de Letras. Entre ou-
tros livros, é autor de "As duas mortes
de Francisca Júlia – A Semana de Arte
Moderna antes da semana" (Editora
Unesp, 2022). ■

Res Publica
Recuperar a
As eleições presidenciais de 2022 de-
ram vários recados, mas um não rece-
beu a atenção necessária no debate pú-
burocracia é blico: Bolsonaro não foi reeleito porque
fracassou no campo das políticas públi-
cas e o eleitorado preferiu a memória
estratégico dos governos Lula, bem mais efetivos na
provisão de direitos e serviços públicos,
especialmente para os mais pobres. O
fracasso bolsonarista começou quando
decidiu sucatear a burocracia, perdendo
as condições de gerar respostas adequa-
das às demandas do país. Essa lição pre-
cisa também ser assimilada pela nova
gestão lulista, que, além de evitar o ca-
minho desastrado de seu antecessor,
precisará dar passos a mais para melho-
rar a administração pública.
É impossível produzir políticas pú-
blicas adequadas sem uma burocracia
qualificada, engajada, com capacidade
e autonomia básicas para tomar deci-
sões técnicas e controladas por parâ-
metros democráticos. Esse receituário
Fernando Luiz Abrucio reconhecido internacionalmente, com
Ela é importante para a múltiplas evidências científicas, foi ne-
gligenciado pela gestão bolsonarista.
qualidade das políticas Quatro fatores levaram a esse equivo-
cado projeto de enfraquecer a profis-
públicas e para a garantia sionalização da gestão pública.
O primeiro foi uma percepção libe-
da democracia ral infantil ou extremamente ideolo-
gizada que imaginava que o mercado
resolveria os mais importantes dile-
mas coletivos do país. O condutor
desse modelo foi o ministro Paulo
Guedes, alguém que nunca tinha ti-
do experiência como gestor público
e, como um amador que era, preferiu
ideias à realidade. Resultados: piora-
ram os principais problemas sociais
do país e o seu chefe, o presidente
Bolsonaro, não se reelegeu.
Uma segunda fonte dessa visão foi a
crença de que a digitalização do setor
público resolveria todas as questões ge-
renciais e de produção de serviços. A li-
teratura tem mostrado a importância
do governo eletrônico em vários cam-
pos, desde a melhoria de processos até
o aumento da transparência governa-
mental — este último ponto não era o
forte da proposta bolsonarista, por
exemplo. Só que ele não será capaz de
dar conta de várias ações governamen-
tais que precisam de gente qualificada,
a não ser num cenário completamente
distópico no qual a inteligência artifi-
cial substitui todos os humanos. A tec-
nologia é fundamental em áreas como
educação, saúde, meio ambiente, mas
não substituirá o professor, o médico e
muito menos o fiscal do Ibama — quem
tinha dúvidas disso, os números do de-
sastre florestal enterraram essa concep-
ção essencialmente antiburocratas.
Mas nem só de ideários vivia o des-
monte bolsonarista da burocracia.
Duas de suas motivações relacionam-
se mais com seu projeto político de ex-
trema direita e de perpetuação no po-
der. O primeiro era destruir todas as
políticas públicas ancoradas no espíri-
to da Constituição de 1988, de amplia-
ção de vários direitos. Assim, houve o
ataque à burocracia ambiental, educa-
cional, sanitária, assistencial e mesmo
a quem garantia o alicerce básico do
Estado, como o pessoal do Itamaraty.
Neste sentido, a motivação aqui não
era um liberalismo despreparado, nem
uma visão ingênua sobre tecnologia,
que ampararam a meta de enfraqueci-
mento do serviço civil — e vale aqui se-
pará-los dos militares, que ganharam
benesses e cargos, sem que tivessem
competência para lidar com várias de
suas novas responsabilidades. Foi um
projeto de redução da cidadania de-
mocrática, de destruição ambiental, de
política externa isolacionista e ligada
aos grupos de extrema direita interna-
cionais. Havia um conteúdo político-
ideológico por trás da proposta de en-
fraquecimento da burocracia.
O círculo motivacional contra a bu-
rocracia completava-se com o projeto
bolsonarista de autocracia, de criar um
governo sem controle democrático, al-
go que esperava que se aprofundaria
com a reeleição. Para tanto, havia vá-
rios “inimigos institucionais” que de-
veriam ter seus poderes limitados, co-
mo a Federação e o STF, e entre os quais
estava também a burocracia federal.
Controlar os burocratas era não só
uma forma de evitar que tomassem de-
cisões técnicas em prol de políticas pú-
blicas odiadas pelo bolsonarismo, mas
era, ainda, um instrumento para gerar
obediência total a decisões autocráti-
cas e, por vezes, ilegais, como no caso
das joias sauditas ou na maracutaia da
vacina de Bolsonaro.
Já surgiram alguns estudos mostran-
do como a burocracia federal foi fun-
damental para controlar os arroubos
autoritários do governo Bolsonaro,
com destaque para os trabalhos de Ga-
briela Lotta. Se não fossem os funcioná-
rios públicos de carreira, talvez o estra-
go do bolsonarismo teria sido ainda
maior, com mais mortes pela covid-19,
mais desmatamento, menos oportuni-
dades educacionais para cotistas, mais
corrupção e maior arbítrio dos “rei e
seus amigos”. Recuperar a burocracia
federal é sair desse buraco gerencial e
democrático em que o Brasil entrou.
O governo Lula começou a trilhar es-
sa reconstrução com o anúncio de vá-
Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | 5
NELSON PROVAZI
rios concursos para áreas que estavam
sucateadas. Os pontos nevrálgicos de
apagão de pessoal começaram a ser ata-
cados, com processos seletivos para o
IBGE — que quase não conseguiu fazer
o Censo —; para as agências regulado-
ras, CVM e Banco Central, que estão a
ponto de paralisia em algumas de suas
atividades; para o Ibama e outra áreas
ambientais, fundamentais para a políti-
ca de preservação da Amazônia; para o
INSS, cuja vergonhosa fila não se resol-
verá apenas com a digitalização; além
de outros postos fundamentais para
formulação, monitoramento e avalia-
ção das principais políticas sociais.
A contratação de pessoal qualifica-
do é o primeiro passo dessa recupe-
ração da burocracia, processo que
não deve mirar apenas para trás, mas
precisa igualmente se voltar para o
futuro da administração pública. Se-
guindo esse raciocínio, será preciso
ter uma agenda mais ampla de refor-
mas para se ter um Estado adequado
às necessidades do século XXI.
Isso passa, primeiramente, pela
mudança do modelo homogêneo e
meramente conteudista de concurso
público que vigora no Brasil. Já há um
grupo no governo federal pensando
neste assunto, e é importante frisar
que os funcionários públicos preci-
sam de competências e habilidades
que vão além do sentido enciclopédi-
co das provas que têm sido sua porta
de entrada. Ademais, os processos se-
letivos devem abarcar toda a estrutu-
ra burocrática, incluindo os cargos
em comissão e modelos mais flexíveis
de contratação, obviamente com re-
gras diferenciadas para cada uma
dessas camadas governamentais.
A formação continuada da buro-
cracia é outro aspecto essencial para
prepará-la para os desafios desse
mundo cada vez mais cambiante.
Nesta linha, é fundamental fortalecer
as escolas de governo federais, em
particular a Escola Nacional de Admi-
nistração Pública (Enap), que pode
ser não só a executora e/ou parceira
de outras instituições nessa enorme
tarefa formativa, mas deve ser um
centro de reflexão e difusão sobre as
competências necessárias ao Estado
do século XXI. Vale frisar aqui um pa-
pel-chave do governo federal no cam-
po da profissionalização da adminis-
tração pública brasileira: ele precisa
atuar como um indutor e apoiador da
melhoria das capacidades estatais
nos estados e municípios brasileiros.
O fato é que a recuperação do apara-
to burocrático brasileiro vai depender
de uma aliança federativa colaborativa
entre a União e os governos subnacio-
nais. A maioria dos entes locais, espe-
cialmente (mas não só) os municípios
até 50 mil habitantes, tem baixas capa-
cidades de produzir e implementar po-
líticas públicas, num quadro marcado
ainda por grandes desigualdades terri-
toriais no plano das qualificações polí-
tico-administrativas.
Por essa razão, o governo Lula deve-
ria recuperar a burocracia federal para
que ela seja cumpridora de suas fun-
ções específicas e atue, ao mesmo tem-
po, como instrumento de melhoria
mais ampla do Estado brasileiro. Sem-
pre é bom repetir que não será possí-
vel resolver todos os problemas do
país o gerenciando de Brasília, de mo-
do que, dada a descentralização de
grande parte das políticas públicas, o
quadro altamente qualificado de bu-
rocratas federais deve ser parceiro da
modernização das administrações pú-
blicas estaduais e municipais.
Há um conjunto grande de refor-
mulações da gestão pública brasileira
que devem ser enfrentadas nos próxi-
mos anos, em temas como a coorde-
nação governamental, o incentivo à
inovação gerencial, a maior flexibili-
zação organizacional, a melhoria dos
instrumentos de responsabilização
da administração pública, o melhor
uso dos mecanismos de governo ele-
trônico, entre os principais assuntos.
Não obstante essa lista extensa que
deve ser objeto de debate para futura
modificação, se o governo Lula conse-
guir recuperar a autonomia e a digni-
dade da burocracia federal, trazendo
como novidade mudanças nos pro-
cessos seletivos, reforço das políticas
de formação continuada (interligada
com os grandes temas contemporâ-
neos) e, com grande destaque, cons-
truir uma parceria estratégica para
fortalecer as capacidades estatais dos
estados e municípios, já terá feito
uma enorme transformação.
Para que os que só pensam pela ló-
gica partidária ou da polarização, va-
le ressaltar: recuperar a burocracia fe-
deral é estratégico para o longo pra-
zo, para além dos governos de oca-
sião. Isso vale para a qualidade das
políticas públicas e para a garantia da
democracia. Essa é uma das maiores
lições do desastre bolsonarista.
Fernando Abrucio, doutor em ciência
política pela USP e professor da Funda-
ção Getulio Vargas, escreve neste espaço
quinzenalmente
E-mail: fabrucio@gmail.com ■
6 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Resolvedor
de
problemas
À Mesa com o Valor
Sergio Spinelli
Advogado que participou de
centenas das maiores transações
do mercado de capitais brasileiro
conta por que decidiu desacelerar
e investir no mercado de energia.
Por Talita Moreira, de São Paulo
Às 12h30 em ponto, o salão princi-
pal do Varanda Grill fervilha ao som
de pratos, talheres e vozes de executi-
vos em almoços de negócios. É ali na
avenida Faria Lima que se desenham
as mais importantes fusões, aquisi-
ções, aberturas de capital e demais en-
genharias financeiras do país. Numa
mesa encostada à parede está Sergio
Spinelli Jr., advogado que, nas últimas
três décadas, atuou em grande parte
dessas operações e ajudou a moldar o
mercado de capitais brasileiro.
Da privatização da Vale, em 1997, à
fusão das administradoras de shop-
ping centers brMalls e Aliansce Sonae,
no ano passado, Spinelli calcula ter
participado de mais de 200 transa-
ções. Algumas delas foram emblemá-
ticas, como a pulverização do capital
da Embraer e da Lojas Renner na bol-
sa, e nenhuma mais ruidosa que a des-
tituição do banqueiro Daniel Dantas
do comando da Brasil Telecom (hoje
parte da Oi), há quase 20 anos. O caso
fez o advogado deixar temporaria-
mente de lado sua habitual discrição e
encarar entrevistas e assumir a presi-
dência do conselho de administração
da concessionária de telefonia.
“O que mais adoro como advogado
é ter um desafio e achar soluções para
esse desafio. E aí a gente vai fazendo a
arquitetura jurídica”, afirma Spinelli,
que encontrou no direito societário,
mais especificamente no mercado de
capitais, o lugar certo para colocar es-
se gosto em prática.
Spinelli foi o primeiro advogado em
uma família de professores universitá-
rios — o pai, de odontologia; a mãe, de
física e matemática. O ambiente aca-
dêmico de casa favoreceu a formação
humanista que o levou ao direito. Mas
foi o tio paterno dono de corretora — a
Spinelli, atual Necton — que o apresen-
tou ao universo que o encantaria. “Me
lembro de, nas férias, sentar à mesa de
operações e ficar anotando ordem. Pus
na cabeça que queria fazer direito liga-
do a mercado de capitais pelo fascínio
do mundo das corretoras”, diz.
O começo não foi bem assim. O pri-
meiro estágio foi num pequeno escri-
tório tributarista, uma espécie de ate-
liê do advogado Gastão Lobo D’Eça e
do filho dele, Fernando. Em seguida,
Spinelli foi estagiar no departamento
jurídico da então Bolsa de Mercado-
rias de São Paulo, a “bolsinha”.
Até que um dia encontrou na rua Fer-
nando Stracchini, um amigo dos tem-
pos de Colégio Santa Cruz, onde haviam
estudado. Também estudante de direito,
Stracchini contou que estavam procu-
rando estagiário no escritório em que
trabalhava. O dono, disse ele, era o con-
selheiro legal da Bovespa e da BM&F, Ary
Oswaldo Mattos Filho. “Você o conhe-
ce?”, perguntou o amigo. “Não, mas te-
nho todo interesse”, respondeu Spinelli.
Assim começou uma história que du-
rou 32 anos, na qual Spinelli se tornou
um dos sócios mais relevantes e longe-
vos do Mattos Filho, referência no direi-
to societário, empresarial e de mercado
de capitais. Só saiu de lá no fim de 2017,
quando decidiu que era hora de dimi-
nuir o ritmo e abrir seu próprio escritó-
rio, o Spinelli Advogados.
O escritório fica alguns andares aci-
ma do restaurante, no mesmo edifício
na Faria Lima. Spinelli é frequentador
assíduo e, portanto, não tem muita
dúvida quando o garçom vem retirar
os pedidos, iguais para todos: “asado
de tira” e salada mista. “O Jorge sabe o
molho que eu ponho na salada mista,
fala que é o Sergio”, explica. Legumes
assados e banana frita são as escolhas
de complementos.
Acompanham a entrevista o asses-
sor de imprensa Wellington Silva, ou-
tro veterano no mundo do mercado
de capitais, e a fotógrafa Ana Paula
Paiva. A essa altura, já estamos em ou-
tra mesa, num salão menor e mais pro-
pício para a sessão de fotos.
Os anos no Mattos Filho foram in-
tensos, e Spinelli se refere sempre ao
escritório e a seus antigos sócios com
carinho. Foi lá que encontrou espaço
para fazer o que mais gosta — “desen-
volver soluções” para empresas, algo
que repete com entusiasmo várias ve-
zes ao longo desta conversa.
Nas três décadas em que o advogado
permaneceu na casa, o Brasil passou por
uma transformação econômica profun-
da, do Plano Real a um país de inflação
novamente controlada após os excessos
dos anos Dilma. Com altos e baixos, o
mercado de capitais floresceu nesse am-
biente de maior previsibilidade, empur-
rado por homens (e algumas poucas
mulheres) que viravam noites nos ban-
cos de investimento e escritórios de ad-
vocacia para colocar as operações em pé.
Foi uma espécie de revolução quase si-
lenciosa, e Spinelli estava lá.
“O primeiro caso marcante em que
trabalhei foi quando, em 1989, teve a
quebra da Bolsa do Rio com o caso do
Naji Nahas. Tinha me formado em 88 e
fiquei 90 dias sem conseguir ir ao es-
critório, trabalhando para as correto-
ras e distribuidoras”, recorda.
O episódio foi um baque para o
mercado brasileiro. Depois disso, Spi-
nelli foi para uma temporada em Lon-
dres e Mattos Filho tornou-se presi-
dente da Comissão de Valores Mobi-
liários (CVM) no governo Collor. Foi
nesse período que se forjaram as re-
gras para atrair o investidor estrangei-
ro ao Brasil, o que nos anos seguintes
mudaria o mercado local de patamar.
De volta ao país, o advogado começou
a trabalhar na estruturação dos pro-
cessos de privatização nos anos FHC,
como a Vale e o sistema Telebras.
Depois, veio a onda de ofertas iniciais
de ações (IPOs, na sigla em inglês) que
marcou o início dos anos 2000 e teve seu
auge em 2007. “ Fiz algumas aberturas
de capital icônicas, da Natura, da Gol,
em que a gente conseguiu montar uma
estrutura para a CVM para viabilizar,
porque, na época, estrangeiros não po-
diam comprar ações votantes de aé-
Foto: Ana Paula Paiva/Valor
reas”, diz. “Começou uma história com o
mercado de capitais e as companhias
abertas que nunca mais parou.”
Um dos casos que Spinelli conta
com mais orgulho é o da pulverização
do capital da Embraer, anunciada em
2006. A operação fez com que a fabri-
cante de aviões — até então controlada
pelo grupo Bozano e pelos fundos de
pensão Previ e Sistel — deixasse de ter
um bloco de acionistas majoritários. “A
empresa precisava acessar o mercado
Cardápio de equity [ações] para continuar seu
Varanda Grill, São Paulo plano de desenvolvimento. Não tinha
condição de os controladores coloca-
Água com gás 3 30
rem mais capital na companhia”, diz.
Coca Zero 2 22
A costura exigiu a migração da com-
Suco de melancia 1 16
panhia para o Novo Mercado da bolsa,
Couvert 4 156
deixando de ter ações preferenciais
Asado de tira 3 525
(sem direito a voto) e ficando só com
Legumes salteados 1 36
Banana milanesa 1 32
as ordinárias (votantes). E um detalhe
Fruta do dia: manga 1 26
fundamental para o plano ir adiante: a
Café 3 27
criação de uma “golden share”, dando
Capuccino 1 9,80
direito de veto à União em questões
Gorjeta - 114,37 estratégicas. Essa exigência fez advo-
Total bruto - 994,17 gados e banqueiros de investimento
Desconto - 87,98 rebolar, já que ia contra uma premissa
Total - 906,19 do Novo Mercado, a de equalizar o tra-
tamento dado a todos os acionistas. A
ginástica exigiu conversas com os en-
tão presidentes da Bovespa (atual B3),
Raymundo Magliano Filho, e da CVM,
Marcelo Trindade. Para evitar conflitos
na troca de PNs por ONs, os até então
controladores só votariam a proposta
se ela já tivesse sido aprovada pelos
minoritários. “A decisão seria da maio-
ria da minoria, primeira vez em que is-
so foi feito”, lembra.
Para chegar ao desenho final, o time
foi se consultar com o advogado José
Luis Bulhões Pedreira, que era uma es-
pécie de mestre da profissão. “Toda vez
que surgia uma coisa muito complica-
da, meu sócio Pedro Marrey falava: ‘va-
mos falar com o pai da matéria, o pro-
fessor Bulhões’. Que não era professor,
mas que era o professor de todos nós
advogados”, diz. “Lá fomos nós para o
Rio, e ele disse que dava para fazer.”
À Embraer seguiram-se centenas de
transações nos anos seguintes, com
frequência e intensidade que oscila-
vam ao sabor do risco-Brasil e do hu-
mor dos investidores. O “boom” do
mercado implicava um ritmo frenéti-
co de trabalho. Eram 15, muitas vezes
16 horas de batente por dia, muitas
noites em claro e boa parte dos fins de
semana comprometidos.
Spinelli gostava, apesar disso. Mas, à
medida que o aniversário de 50 foi se
aproximando (está com 57 agora),
sentiu que era hora de começar a pen-
sar no próximo passo. “Já tinha falado
para os meus sócios, havia muito tem-
po, que quando chegasse a essa idade
eu queria mudar minha atuação pro-
fissional, mas não sabia como. Quan-
do fiz 50, esse negócio começou a pin-
gar na minha cabeça”, afirma. “Estava
claro para mim que eu precisava ser
mais dono da minha agenda.”
A mulher de Spinelli, Ana Paula, du-
vidou. “Quando disse que ia sair do es-
critório, ela falou: ‘para quê? Você é vi-
ciado em trabalho!’. E eu falei: preciso
mudar de vida. Ela dizia: ‘é bobagem,
aposto que daqui a três anos vai ter um
escritório com 300 pessoas’. E eu falei:
não vai acontecer, se for para fazer a
mesma coisa continuo no escritório. E
vou me sentir uma pessoa extrema-
mente fracassada”, diz o advogado.
Até agora, não aconteceu mesmo.
Spinelli manteve-se fiel ao propósito
de ter um ateliê de advocacia — for-
mato que conheceu em seu estágio
com os Lobo D’Eça. O escritório tem
dez advogados, incluindo Spinelli, e a
 Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | 7

ANA PAULA PAIVA/VALOR ARQUIVO PESSOAL

regra é que não passe desse número.
“É um modelo de ‘legal boutique’, e
tem sido bem gostoso.”
Mas Ana Paula tinha razão de achar
que o marido não iria desacelerar tan-
to assim. Além das atividades do escri-
tório, que tem sido atuante em proces-
sos de fusões e aquisições e em consul-
toria a empresários em processo de
IPOs, Spinelli tem participado de pro-
cessos de arbitragens e mediações, e
integra diversos conselhos, como os
do Fundo Garantidor de Créditos
(FGC), do Masp, da Bienal e do Centro
de Liderança Pública (CLP). Também
apoia “endowments” de faculdades de
direito e o RenovaBR, projeto de for-
mação de lideranças políticas.
Neste momento, Luiz Felipe, um dos
quatro filhos do casal, se aproxima da
mesa. “Só vim dar um oi para o meu
pai. Já estava com saudades”, diz.
Na semana anterior, os dois haviam
estado juntos na formatura de Luiz Fe-
lipe na Babson College, nos Estados
Unidos. Ele quis ser economista, mas a Spinelli em Paris: ele
família agora tem mais advogados: voltou a correr uma
Catarina e João Pedro seguiram os pas- maratona na capital
sos do pai, enquanto Maria Eduarda francesa depois de
estuda medicina. ter sido internado
por causa da covid
Depois do filho, quem chega para
cumprimentar Spinelli é Nicola Calic-
chio, ex-presidente da McKinsey no
Brasil. “Esse cara sabe tudo o que
acontece, mas não fala muito”, diz ao
se aproximar.
A consultoria prestava serviços para
o Mattos Filho e para empresas que
eram clientes do escritório e, nessa in-
teração, os dois se tornaram amigos.
Calicchio, conta o advogado, teve um mundo de taxas elevadas. Na avaliação “OBrasildevia ARQUIVO PESSOAL

papel importante em sua decisão de do advogado, o número de pedidos de

mudar de vida. “Honestamente, mi- recuperação judicial ainda vai aumen- abraçaronetzero
nha decisão nasceu de um fim de se-
mana caminhando com ele na casa de
tar no país, especialmente no varejo.
“Você trabalhava com juros de 2% e de
comoumapolítica
um amigo”, afirma. “Ele me falou ‘so-
mos de 1966, da mesma safra. Cara,
repente teve uma estilingada de mais
de dez pontos em um ano”, lembra.
deEstado”
você também fez 50. Preciso começar a A boa notícia, ressalta, é que o Brasil SergioSpinelli
pensar no que fazer da minha vida’. E está “no início do fim do ciclo de aper-
aquilo ficou na minha cabeça.” to monetário”, e só o fato de essa ten-
Assim como na McKinsey, o Mattos dência existir já dá algum alento à si-
Filho tem um sistema de “partnership” tuação de crédito das companhias.
que induz ao rejuvenescimento da O restaurante já está quase esva-
equipe. Spinelli diz ter ajudado o sócio ziando quando Spinelli conta que está
Pedro Marrey a ter criado o sistema se preparando para correr a maratona
adotado pelo escritório, que depois vi- de Nova York, modalidade à qual co-
rou caso de estudo em universidades meçou a se dedicar alguns anos atrás.
americanas. “Os fundadores e sócios, Será a segunda prova deste ano, mas
quando saem do escritório, não têm dificilmente será mais emocionante
‘equity ownership’ [participação acio- que a anterior em Paris. A corrida na Spinelli, de camisa
nária] nenhuma. Quando saí, não ti- França foi a primeira desde que ven- branca, com os
irmãos e pais.
nha nada para receber. É uma demo- ceu a covid-19, em 2021. “Não tem co-
Abaixo, com a
cracia completa, todo sócio tem voto mo esquecer, fui internado no meu equipe que ele
independentemente da quantidade de aniversário, em abril”, recorda. comandava no
cotas”, diz. “É preciso dar espaço para Foram três semanas no hospital Sí- Mattos Filho, onde
os mais jovens florescerem.” rio-Libanês. Spinelli afirma que sem- trabalhou mais de
O garçom chega para uma nova roda- pre achou que sairia dali, apesar de se- 30 anos
da de salada e “asado de tira” quando quer dar conta de abrir os braços na fi- ARQUIVO PESSOAL
Spinelli fala sobre a nova paixão que sioterapia respiratória. Porém, quan-
descobriu na vida após os 50. A transi- do a médica entrou no quarto às 3h da
ção energética tem dominado boa parte manhã, viu que a coisa realmente não
das leituras e do interesse do advogado. estava boa. “Ela disse que, se eu não
“Li um paper da Bill & Melinda Gates melhorasse nas próximas quatro ho-
[Foundation] e aquele negócio me pe- ras, ia me intubar. Falei para ela: vou
gou... Acabei entrando em contato com melhorar”, diz. “Mas a sensação, eu
o mundo da energia renovável, e é um nunca mais vou esquecer. Você fica na
tema que tenho estudado muito.” cama, isolado, e aí sua cabeça pensa
Para Spinelli, o Brasil está diante de em tudo. Foi muito marcante. Eu tinha
uma oportunidade ímpar, porque o certeza de que ia dar certo, e deu.”
mundo precisa caminhar para a des- Às 15h33, não resta mais nenhum
carbonização e o país tem tudo para cliente no restaurante. Funcionários
protagonizar essa agenda. “Temos 50 ajeitam um piano no salão e prepa-
anos de liderança em biocombustíveis, ram as mesas para o jantar. Spinelli se
temos o que ensinar”, diz. “Num mun- despede e pega o elevador. Alguns
do marcado pela polarização, essa é andares acima, vai atrás de mais desa-
uma agenda que une. Tinha que pegar fios para resolver. ■
essa agenda e colocar o Brasil no lugar
de protagonismo que ele merece.”
A matriz energética brasileira, res-
salta, já é 84% oriunda de fontes reno-
váveis e tem capacidade de chegar per-
to de 100% se, entre outros passos, a
indústria e o agronegócio aproveita-
rem os resíduos orgânicos para gerar
biogás. “Se essa capacidade desse lixo
for aproveitada para energia elétrica,
o Brasil tem, só de algo que é jogado
fora, outra Itaipu. São 14 gigawatts”,
ressalta. O entusiasmo o levou a inves-
tir, com amigos, numa empresa do se-
tor, Geo Biogás & Tech, o que tem au-
mentado sua dedicação ao assunto.
“Você tem condições de mudar a ma-
triz energética brasileira e fazer algo
que não vai ser dolarizado. Esse é o
grande pulo do gato, porque vai utili-
zar indexador de inflação, IPCA.”
Spinelli vê a legislação florestal bra-
sileira como uma das melhores e mais
rigorosas do mundo, o que falta é apli-
cá-la melhor. Segundo ele, o agronegó-
cio profissional já “não está derruban-
do nada de árvore”, o problema está
nos produtores ilegais e no desmata-
mento que ocorre em terras da União,
incapaz de monitorar essas áreas. O
governo atual, diz, está se inteirando
dessa agenda e uma das ações positivas
foi restabelecer metas do programa
RenovaBio, voltado à redução da emis-
são de gases de efeito estufa. “O Brasil
devia abraçar o net zero como uma po-
lítica de Estado. É a melhor coisa que
pode acontecer para o Brasil.”
A conversa deriva agora para a situa-
ção de crédito das empresas brasilei-
ras, que se endividaram a juros baixos
e ficaram com a conta a pagar num
8 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Por que as redes
sociais não são
mais tão sociais
Comunicação Aplicativos como o
Threads, de Zuckerberg, são palco para
marcas e celebridades, não para amigos
se conectarem. Por Elaine Moore, do
Financial Times
Entre uma trolada e outra contra Elon
Musk e uma foto e outra sem camiseta na
internet, Mark Zuckerberg passou o verão
americano compartilhando suas ideias
sobre o futuro das redes sociais. Tendo em
vista que ele acaba de lançar o aplicativo
de crescimento mais rápido na história,
as pessoas estão prestando atenção.
O Threads, nova rede social da Meta, teve
100 milhões de inscritos nos primeiros cin-
co dias. Nada mal para uma versão simpli-
ficada do Twitter. De acordo com Zucker-
berg, a ideia é criar um aplicativo de con-
versas públicas para 1 bilhão de pessoas.
Ouvir 1 bilhão de pessoas conversan-
do entre si parece um pesadelo. Não é
exatamente isso, porém, que Zuckerberg
quer. O Threads é mais um palco do que
uma praça pública. Ele não quer que nós
todos façamos parte da conversa, ele
quer que estejamos na plateia.
As redes sociais não são mais tão sociais
assimnosdiasdehoje.Osfluxosdeconteú-
do que aparecem para o usuário são algo-
rítmicos, de forma que você vê apenas
aquilo que os aplicativos querem mostrar.
Depoisdeentrarno Threads,pudever mui-
tas marcas e celebridades. Não conseguiria
dizeroquemeusamigosestãopublicando,
mas posso dizer o que Bethenny Frankel,
uma estrela de programas de TV da vida
real, acha do novo filme da Barbie.
Era uma vez uma internet em que as
Vinho
Existe pinot
noir fora da
Borgonha
Jorge Lucki
Alguns produtores
chilenos se destacam por
buscar zonas e manejos
mais adequados para
produzir vinhos que
expressem com mais
fidelidade o verdadeiro
caráter da casta
pessoas se juntavam às redes sociais para
poderem se conectar umas às outras. Eu
me inscrevi no Facebook em 2007 para
ver o que meus amigos estavam fazendo
online. É difícil lembrar por que era tão
interessante ficar olhando para várias fo-
tos desfocadas de alguma saída à noite,
mas passei muito tempo fazendo isso.
Isso agora foi suplantado pelo conteú-
do de estranhos. Ainda tenho todas as mi-
nhas contas de redes sociais, mas rara-
mente publico algo. Para muitos de nós, o
objetivo do TikTok, Instagram, YouTube e
Twitter não é mais colocar nossas pró-
prias publicações ou ver o que nossos
amigos estão fazendo, mas assistir a um
pequeno número de criadores de conteú-
do populares. Em vez de conversar uns
com os outros, nos tornamos, em grande
medida, observadores silenciosos.
Isso é resultado da “tiktokificação” das
redes sociais. No TikTok, os vídeos não são
elaborados para conectar contatos existen-
tes. Eles consistem no conteúdo que será
consumido pelo maior público possível.
Um resultado estranho disso é que o algo-
ritmo pode criar uma forma estranha de
anonimato. Às vezes, você verá os criadores
do TikTok começarem vídeos particular-
mente pessoais com: “Se você me conhece
— não, você não me conhece”. A audiência
almejada é de estranhos.
O que isso tudo significa é que as em-
A (certa) facilidade de se adaptar a di-
ferentes condições de solo e clima e o fato
de estarem associadas a regiões de prestí-
gio — cabernet sauvignon e merlot a Bor-
deaux, chardonnay à Borgonha, syrah ao
Rhône, o mesmo acontecendo com a sau-
vignon blanc, que já tinha boa reputação
no Vale do Loire e explodiu no mercado
com os sedutores brancos da Nova Zelân-
dia — foram fatores decisivos para a pro-
liferação do que se convencionou cha-
mar de “uvas internacionais”, grupo for-
mado pelas variedades mais plantadas
mundo afora nestes últimos 30 anos. Por
ser muito sensível e caprichosa, com difi-
culdade para se adaptar para fora da Bor-
gonha, por um bom tempo a pinot noir
não entrou nessa lista.
Qualquer resquício de pudor caiu por
terra com os efeitos provocados pelo (óti-
mo) filme “Sideways”, lançado em 2004,
que ressaltava as virtudes dos vinhos com
ela elaborados. Num mercado tão influen-
ciável como o dos Estados Unidos, tal men-
ção fez com que a busca por pinot noir ex-
plodisse — 30% de imediato — sem que
houvesse produção de vinho suficiente pa-
ra atender a demanda. Produtores das
mais variadas procedências implantaram,
às pressas, novos vinhedos para não perder
o bonde que estava passando. Daria para
chamá-los de pinot noir?
“É inapelável, não existe pinot noir fora
da Borgonha”, afirmou certa vez a geniosa
(mas competente) Lalou Bize-Leroy, pro-
prietária das celebradas casas borgonhe-
sas, a Maison e o Domaine Leroy. Os tintos
da Borgonha são imbatíveis no que se refe-
re a preservar o conjunto de características
que a casta confere — finesse, fruta elegan-
te, taninos finos e frescor.
As incessantes tentativas de implantá-
la em outros locais não conseguiram ge-
rar vinhos com todas essas virtudes. São
pinots, em ampla maioria, mais robustos,
com mais cor e álcool, e baixa acidez, que
os deixa com sensação meio adocicada
no final e, em geral, com taninos vegetais.
É bem o estilo que os americanos apre-
ciam — jammy (derivativo de geleia, em
inglês). Com raras exceções (Nova Zelân-
dia), foi para eles, os americanos, que
produtores dos mais diversos lugares do
planeta direcionaram seus “pinots”.
Allen Meadows, um crítico americano
bastante respeitado (inclusive por pro-
dutores borgonheses), ressaltou, tempos
atrás, em sua publicação trimestral, a
Elon Musk e Mark
Zuckerberg
concorrem cada vez
mais por criadores
de conteúdo
populares
Francisco Baettig: capacidade técnica e competência para alcançar um bom pinot noir
“Burghound”, majoritariamente focada
na Borgonha, que “os pinots noirs (bor-
gonhas e californianos) são diferentes e
devem ser vistos como tal”, e que “embo-
ra as comparações sejam inevitáveis, em
última análise é um desserviço à indivi-
dualidade de ambas as regiões”. Tenho
dúvidas. Ainda que deva ser respeitada a
individualidade de cada região, poucos
lugares têm mostrado vocação para pro-
por pinots noirs que se aproximem do
padrão borgonha, e, dentro deles, nem
todos os produtores abraçam essa causa.
Há luz no fim do túnel. Em se tratando
de América do Sul, alguns produtores
chilenos diferenciados procuraram sair
dessa mesmice, buscando zonas e mane-
jos mais adequados para produzir vi-
nhos que expressassem com mais fideli-
dade o verdadeiro caráter da pinot noir.
Prova incontestável são os dois vinhos
premiados no último Decanter World
Wine Awards, realizado em abril passa-
do, onde o Viña Morandé Black Series
2021 obteve 97 pontos, a tão almejada
medalha de platina, patamar reservado
para muito poucos rótulos do concurso,
e o Viña Undurraga T.H. Series 2021,
pontuado com 95 pontos, levando uma
merecida medalha de ouro. Sobre isso,
na época, cheguei a comentar aqui, nesta
minha coluna: “Elegantes e sem aquele
BEATA ZAWRZEL/NURPHOTO VIA GETTY
presas de redes sociais não dependem
mais do “efeito de rede” dos relaciona-
mentos da vida real, que tornou o Face-
book tão atraente em primeiro lugar.
Quem se importa se seus amigos não se
juntaram a uma rede social em particu-
lar? Não é no conteúdo deles que você es-
tá interessado mesmo.
Na teoria, isso deveria abrir o setor a
mais competição. Sem dúvida, houve
uma enxurrada de novos aplicativos nos
últimos anos, de empresas como Hive e
Post. Mas há um porém: para atrair públi-
co, você precisa de nomes de peso.
É por isso que o Threads é do jeito que
é, com marcas e contas populares sendo
promovidas intensamente. É a razão pela
qual Musk dividiu a linha do tempo do
Twitter em duas partes quando comprou
a empresa e adicionou um fluxo de con-
teúdo “Para Você” baseado em um algo-
ritmo. É por isso que o Snapchat adicio-
nou conteúdo de criadores em mais par-
tes do aplicativo, incluindo o mapa, e por
isso que um fluxo de publicações crono-
lógicas não é mais o padrão no Facebook.
Essa mudança alterou a dinâmica en-
JORGE LUCKI
estilo over-ripe, que se encontra por to-
do lado, me fizeram rever a tese de que
pinot noir é só na Borgonha”.
Ambos são produzidos em Traiguén,
no Valle do Malleco, cerca de 650 quilô-
metros ao sul de Santiago, no paralelo
38°. A região finalmente começa a des-
pontar, depois de ficar anos sem grande
expressão no mapa vitivinícola chileno. O
pioneiro foi Felipe de Solminihac, copro-
prietário da Viña Aquitania no Vale de
Maipo, que, em meados da década de
1990, iniciou uma experiência no terreno
de seu sogro, após uma viagem à Nova Ze-
lândia, onde conheceu particularidades
do cultivo de vinhas em climas frios. A
partir dessa base e contando com as con-
dições naturais extremamente favoráveis
do lugar, Felipe não precisou de grandes
firulas tecnológicas para alcançar expres-
sivas recompensas em prazo muito curto.
Daí saiu o premiado Sol de Sol Chardon-
nay. A primeira safra, experimental, foi
2000 (a primeira comercializada foi
2001), vindo logo depois o pinot noir.
Embora alcance temperaturas mais
elevadas no verão, que duram poucas se-
manas, Traiguén tem um clima relativa-
mente frio, devido à latitude e por estar
protegido das influências marítimas pe-
la serra de Nahuelbuta, condições que
permitem às uvas alcançarem bons índi-
tre usuários de redes sociais e empresas.
Conteúdos que antes eram gratuitos es-
tão ficando mais caros. Se você quer que
o MrBeast deixe seus 167 milhões de as-
sinantes no YouTube para se juntar à sua
plataforma de mídia social, você preci-
sará torná-la valiosa para ele. Por isso, os
esquemas de compartilhamento de re-
ceita e de “fundos para criadores” se tor-
naram mais comuns.
À medida que os criadores se tornam
mais poderosos, sua influência se expan-
de para mais áreas, inclusive a de notícias.
No passado, as redações tentaram ajudar
jornalistas a se tornarem estrelas das re-
des sociais, com resultados ambíguos.
Transformar criadores em jornalistas sig-
nifica mais visualizações.
As redes sociais tiveram um relacio-
namento conturbado com o universo
das notícias, culpando-o por um tom de
negatividade e controvérsias indeseja-
das. A Meta criou o Projeto de Jornalis-
mo do Facebook em 2017, mas constan-
temente divulga que poderia optar por
remover as notícias. O executivo Adam
Mosseri, responsável pelo Threads, diz
que o novo aplicativo não fará nada pa-
ra encorajar assuntos políticos e “notí-
cias importantes”.
Outras plataformas desejam incorpo-
rar notícias em seus próprios termos,
mais propícios para os criadores. Recen-
temente, visitei o escritório em Londres
do “The News Movement”, uma startup
de notícias cofundada pelo antigo presi-
dente da Dow Jones Will Lewis. Eles têm
uma parceria com o Snapchat que oferece
treinamento rudimentar em jornalismo
para jovens criadores, ajudando-os, por
exemplo, a identificar o que é parcial ou
desinformação. Em seguida, incentiva-se
os criadores a adicionar o Snapchat à lista
de plataformas que eles usam.
Micaiah Miles, um jovem americano
com mais de 58 mil seguidores no Tik-
Tok, obteve 1 milhão de visualizações no
Snapchat para seu vídeo explicando o
desaparecimento do submersível Titan.
Jornalistas de carreira podem torcer o
nariz. Mas um alto engajamento signifi-
ca que os anunciantes ficarão satisfeitos.
Em 2022, a desaceleração do cresci-
mento publicitário motivou declarações
de que era o fim da era das redes sociais.
Na verdade, estamos apenas testemu-
nhando o fim da criação de redes de
contatos pessoais. Esta é a era dos cria-
dores. O papel das redes sociais no en-
tretenimento de mídia digital está ape-
nas começando. ■
ces de maturação e álcool moderado,
mantendo o frescor, elementos necessá-
rios para se chegar a um bom pinot noir.
Necessário, mas não suficiente. Falta
um componente fundamental: o fator
humano. Um bom pinot noir significa,
como citei acima, abraçar a causa, ou se-
ja, apresentar a elegância e o equilíbrio
que caracteriza estes vinhos, e, para tan-
to, o produtor tem que ter isso como
objetivo principal e ter talento e sensibi-
lidade para alcançar.
É um dom que Francisco Baettig de-
monstra ter de sobra no projeto pessoal
que desenvolveu em Traiguén. A capacida-
de técnica e a competência de Baettig são
amplamente conhecidas por seu trabalho
na Errázuriz, vinícola chilena de ponta, on-
de é diretor técnico desde 2003, sendo res-
ponsável pelos estrelados Seña e Viñedo
Chadwick, dois dos melhores tintos do
país. Em paralelo, ele, em sociedade com
Carlos de Carlos, que era diretor comercial
da Errázuriz, começaram em 2013, numa
área que fazia parte de uma propriedade
maior pertencente a seu primo.
Baettig elegeu uma parcela de 22 hecta-
res no topo de um planalto, onde, depois
de uma série de estudos de solo, plantou
nove hectares de pinot noir e 6,4 hectares
de chardonnay. Com clones franceses e
porta-enxertos apropriados, sem irrigação
e sem utilização de defensivos agrícolas,
produziu os primeiros vinhos, denomina-
dos Los Parientes, em 2017. No ano seguin-
te, identificando melhor as parcelas, con-
cebeu os Los Primos, branco e tinto, lança-
dos oficialmente em 2019.
Durante a visita de Francisco Baettig a
São Paulo em julho do ano passado para
comandar uma “vertical” comemorativa
da 25 a safra do Seña, provamos, num en-
contro exclusivo, os Los Parientes 2021 e
os Los Primos 2020. Mais recentemente,
há um mês, ele trouxe os das colheitas
seguintes. O que já era bom ficou ainda
melhor, em particular o Los Primos Pinot
Noir 2021, safra mais fresca que a ante-
rior que ensejou um vinho puro, com
13,5% de álcool, ótimo frescor, vibrante,
taninos finos e boa concentração — pro-
duzidas só 3.309 garrafas (importado
pela World Wine). Chapeau!
Jorge Lucki escreve neste
espaço semanalmente
E-mail: Colaborador-jorge.lucki@valor.com.br ■

Os 150 anos de
um inventor
Memória Santos Dumont foi
muito mais do que um aviador.
Por Marcus Lopes, para o Valor,
de São Paulo
Na infância, o menino franzino e com-
penetrado fazia os amigos darem risadas
durante as brincadeiras ao dizer que o
homem poderia voar, numa época em
que isso sequer passava pela mente das
pessoas. Mas o pequeno Alberto Santos
Dumont, leitor voraz das obras do ficcio-
nista francês Jules Verne (1825-1905),
não se incomodava com as críticas dos
colegas. Anos mais tarde provou o que
dizia ao tirar do papel o sonho de colocar
a humanidade no ar, algo que já havia si-
do idealizado muitos séculos antes por
outro personagem também conhecido
por suas múltiplas habilidades: Leonar-
do da Vinci. Entre invenções e projetos, o
artista renascentista florentino deixou
estudos e desenhos de máquinas voado-
ras e helicópteros.
“Não é exagero comparar Santos
Dumont com Leonardo da Vinci, pois
ambos foram pessoas que pensavam
muito à frente do seu tempo”, diz o fí-
sico aposentado Henrique Lins de Bar-
ros, considerado um dos maiores pes-
quisadores do país sobre Santos Du-
mont, que completa 150 anos de nas-
cimento nesta semana.
Para Barros, o título de “pai da avia-
ção” é muito restrito diante da sua obra,
que conquistou o mundo e tornou o
aviador a primeira celebridade interna-
cional brasileira, na virada do século XX.
Santos Dumont (ou Santos-Du-
mont, como ele mesmo escrevia, para
valorizar tanto seu lado brasileiro
quanto francês) nasceu em Palmira, no
interior de Minas Gerais, que hoje leva
o seu nome, em 20 de julho de 1873.
Autodidata, nunca obteve diploma
universitário e tampouco precisou se
preocupar com questões financeiras,
apesar de ter ganhado muitos prêmios
em dinheiro com as suas realizações.
Filho de um rico produtor de café que
tinha uma ferrovia particular dentro da
sua propriedade para escoamento da
produção, desde cedo dedicava-se ao
conserto de maquinários na fazenda da
família, na região de Ribeirão Preto (SP).
Da máquina de costura da mãe e brin-
quedos dos irmãos ao equipamento pa-
ra beneficiar o café da propriedade ru-
ral, o jovem Santos Dumont procurava
sempre entender como as coisas funcio-
navam e dava um jeito de desmontar e
consertar quando elas quebravam.
Aos 19 anos, já morando em Paris e de
posse da herança deixada pelo pai, dedi-
cou-se às suas experiências com balões e
dirigíveis. Uma de suas primeiras gran-
des invenções foi o hangar. “Ele criou o
hangar como conhecemos hoje, ou seja,
um local para manter um aparelho abri-
gado em condições seguras, com oficina
e manutenção”, diz Barros.
Em 1901, ganhou um prêmio de 100
mil francos ao contornar com o seu di-
rigível a Torre Eiffel, em uma rota e
Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | 9
REPRODUÇÃO
tudo que saía na imprensa, inclusive
um jornal russo”, explica Luciana Gar-
bin, autora do livro “Albertinho e suas
Incríveis máquinas voadoras”, dedica-
do a contar a saga do brasileiro em
uma linguagem para as crianças.
Garbin, que já organizou exposi-
ções dedicadas ao brasileiro voador,
lamenta que a história de Santos Du-
mont ainda seja pouco divulgada,
principalmente para as novas gera-
ções. Segundo a jornalista, infeliz-
mente a vida do aviador ainda é mui-
to enfocada no seu suicídio, ocorrido
em 1932 em um hotel no litoral de
São Paulo, sua sexualidade, já que,
contrariando os costumes da época,
ele nunca se casou, e se merece ou
não o título de “pai da aviação”, pois
os irmãos Wright teriam colocado
uma máquina no ar, nos Estados Uni-
dos, três anos antes do voo do 14-Bis.
Os argumentos brasileiros em favor
de Santos Dumont sempre foram de
que, enquanto ele teve seu voo homo-
logado, divulgado e registrado para as
autoridades na época, os americanos
não fizeram qualquer registro ou cha-
maram testemunhas para o seu feito.
Além disso, eles teriam contado com a
ajuda de trilhos e catapulta para con-
seguirem voar. O 14-Bis, não. Defenso-
res dos irmãos Wright refutaram tais
alegações dizendo que houve teste-
munhas em alguns voos dos Wright, e
nem sempre eles recorriam a catapul-
tas. Para todos os efeitos, a controvér-
sia só existe no Brasil. Mesmo na Fran-
ça os americanos são reconhecidos co-
mo os verdadeiros pais da aviação.
REPRODUÇÃO
Para os especialistas, a discussão e a
polêmica sobre a paternidade devem
ser superadas. “Tanto os irmãos Wright
como Santos Dumont foram geniais e
pioneiros na aviação”, diz Barros, que
também lamenta a pouca divulgação
do legado do mineiro de Palmira. Uma
sina de esquecimento que, segundo
ele, persegue grandes personalidades
brasileiras e com reconhecimento in-
ternacional. Barros cita o físico para-
naense César Lattes, cujas pesquisas
com o átomo foram fundamentais pa-
ra que o britânico Cecil Frank Powell
conquistasse o Prêmio Nobel, em
1950. Para muitos cientistas nacionais
e internacionais, o Nobel deveria ter si-
do concedido ao brasileiro. ■
REPRODUÇÃO
tempos programados. Mais do que o
dinheiro pago pelo cobiçado Prêmio
Deutsch, grande parte dele doada aos
pobres de Paris, Santos Dumont mos-
trava ao mundo que era possível o con-
trole e a condução dos voos, um feito
considerado por muitos tão importan-
te como o voo do 14-Bis. “Ele inaugu-
rou a era da navegação aérea”, destaca
Barros, autor de livros que contam a
trajetória do aeronauta brasileiro.
Não satisfeito, Santos Dumont conti-
nuou suas pesquisas e projetos e, três
anos depois, em 23 de outubro de 1906,
levantaria voo com o 14-Bis no campo
de Bagatelle, em Paris, mostrando ao
mundo que era possível voar com um
aparelho mais pesado do que o ar. Foi
um voo curto, de 60 metros, a pouco
mais de três metros de altura. Mas o sufi-
ciente para a multidão vibrar, conforme
relatos da imprensa na época. Mais tar-
de, em 1907, ele concebeu o Demoiselle, No alto, o
desenvolvendo diversas versões até Demoiselle; no meio,
1907. Foi seu melhor modelo, conside- o 14-Bis; e Santos
rado o primeiro ultraleve. Dumont na cesta do
“Santos Dumont foi, talvez, o ho- dirigível que
contornou a Eiffel
mem mais prestigiado de Paris nos
primeiros anos do século XX. Sua ima-
gem elegante estampava caixas de
charutos, de fósforos e aparelhos de
jantar”, afirma o pesquisador Paul
Hoffman em “Asas da loucura: A ex-
traordinária vida de Santos Dumont”,
que está sendo relançado pela Editora
Record por ocasião dos 150 anos.
Em terra, o legado do homem fran-
zino de 1,55 metro de altura, que ra-
ramente sorria, não foi menor. Sem-
pre metido com máquinas e gerin-
gonças, inventou objetos desde o
chuveiro de água quente, instalado
em sua casa em Petrópolis, na região
serrana do Rio, até o avião em série,
passando por um estranho aparelho
para ajudar as pessoas a subirem as
montanhas para a prática de esqui.
Uma das histórias mais famosas refe-
re-se ao relógio de pulso. Como as ope-
rações de voo eram complexas e exi-
giam muito controle das mãos, o avia-
dor encomendou ao amigo e joalheiro
francês Louis Cartier um relógio que fos-
se mais prático do que os tradicionais
modelos de bolso. Cartier seguiu as
orientações do amigo e estava criado o
primeiro relógio de pulso masculino.
Santos Dumont nunca se interessou
em patentear suas invenções, inclusive
as aeronáuticas, pois dizia que eram pro-
jetos feitos para a humanidade. Mas se
preocupava muito em divulgar com an-
tecedência e registrar suas experiências,
que eram sempre acompanhadas por re-
pórteres e fotógrafos chamados previa-
mente, além de um grande público.
“Ele tinha uma noção de comunica-
ção e marketing muito grande para a
época. Além disso, reunia e guardava
10 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Reabilitação de luxo
Saúde O que uma
das clínicas mais
caras do Brasil
oferece a pacientes
que buscam se
recuperar de
problemas
mentais. Por Maria
da Paz Trefaut, para
o Valor, de São
Paulo
Quando o engenheiro Maurício
Barbosa, fundador da Bionexo, em-
presa de tecnologia de saúde, teve um
episódio de depressão, perguntou a
seu psiquiatra, Carlos Cais, que opções
existiriam no Brasil caso precisasse ser
internado. Foi informado de que não
havia nenhuma adequada. “Eu estava
longe de precisar de internação, mas
farejei ali um negócio e passei a me in-
teressar pelo tema. Propus ao Carlos
estudarmos o assunto profundamen-
te. Ter pacientes internados com ques-
tões mentais é um problema para os
hospitais gerais.”
O resultado foi uma clínica butique,
de luxo, com uma arquitetura pensada
para que a claridade de um dia de sol
atravesse o teto de vidro e entre pelas
janelas para iluminar o ambiente.
A Elibré, inaugurada em dezembro
do ano passado, chegou ao mercado
para tentar mostrar que uma clínica
psiquiátrica pode ter um clima dife-
rente das que vemos nos filmes. Talvez
seja a clínica mais cara do Brasil, atual-
mente. É difícil precisar, pois cada
hospital tem sua maneira de cobrar os
extras fora da diária.
A Elibré ocupa uma área de mil me-
tros quadrados e está albergada numa
unidade do Hospital São Camilo, na
Granja Viana, próximo a São Paulo. O
hospital fica num terreno de aclive,
num casarão cercado por verde, com
horta e pomar, e é um local para doen-
tes de longa permanência, não neces-
sariamente terminais, mas que não
necessitam de equipamentos de alta
complexidade. O acesso à clínica é pe-
la entrada principal do hospital, que
dá para um jardim com bancos e ala-
medas. Depois de atravessar o jardim,
do lado esquerdo, fica a Elibré. Não há
nenhuma placa, apenas uma porta de
correr de vidro opaca, com acesso blo-
queado. A partir dali, é preciso cartão
para abrir qualquer porta.
A entrada do Valor na clínica se deu
com o compromisso de não entrevis-
tar ou fotografar qualquer interno.
Pudemos visitar os quartos, falar com
funcionários, mas sem entrar em am-
bientes onde estivessem pacientes.
Nosso percurso é guiado pelo diretor,
o cardiologista carioca Ary Ribeiro.
A recepção poderia ser a de um ho-
tel. Há livros de arte nas mesas, o piso é
cor de laranja e as cadeiras são estofa-
das em cores chamativas. Numa ban-
cada de madeira, dois atendentes uni-
formizados com calças compridas
brancas e camisa terracota fazem a
triagem. Quem chega vem sempre
acompanhado e após um agendamen-
to telefônico prévio. Muitos dos que te-
lefonam após pesquisa em sites de
busca desistem. O preço da diária inti-
mida: R$ 3.750, e a permanência média
é de 15 dias. Fora essa soma há os ex-
tras. Exames simples, como de sangue,
estão incluídos. Os mais caros, como
tomografia ou ressonância, não.
A filosofia médica que comanda a
Elibré defende a recuperação através
de atividades, terapia e exercícios físi-
cos. Os internos podem utilizar a aca-
demia do São Camilo, passear nos jar-
dins ou usar a quadra poliesportiva
apenas se estiverem acompanhados.
Três vezes por semana fazem ioga e
meditação. Outras atividades como
aulas de tênis, piano, massagem, cabe-
leireiro e manicure também podem
ser requisitadas, mas pagas à parte.
Após a recepção há uma porta com
entrada controlada que dá para um
salão com várias mesas, onde são fei-
tas as refeições e outras atividades em
conjunto. Ao fundo, junto à janela, se
avista um piano de cauda preto. No to-
tal são 16 suítes que, à primeira vista,
lembram o quarto de um spa. Há uma
cama de casal com lençóis e edredom
brancos, as paredes e os batentes das
portas combinam amarelo, azul e lilás.
É um quarto alegre, com uma grande
janela branca que traz o jardim para
dentro. Mas tudo muda por um deta-
lhe: há grades na janela.
A partir daí você compreende, ver-
dadeiramente, onde está. Há uma
grande televisão embutida na parede,
cujo conteúdo é liberado pelos médi-
cos. O banheiro tem bancada de már-
more clara, xampu, sabonete e cremes
da Granado, a mesma marca nacional
que está presente no Copacabana Pala-
ce. Mas o chuveiro é embutido e o box
vai até o teto, “para que não exista ne-
nhum acesso que permita o enforca-
mento”, explica o diretor. Ele também
chama atenção para o espelho que não
estilhaça, caso seja quebrado, e para o
suporte de toalhas horizontal, sem ne-
nhuma ponta, muito mais próximo ao
chão do que o habitual. “Só usamos
materiais que não oferecem risco e fa-
zemos contagem diária de talheres.”
O uso de celular é proibido, salvo
em raríssimas exceções e com controle
médico. No centro do salão há uma
ilha com um monitor e uma poltrona
confortável para que os pacientes pos-
sam se conectar por Zoom ou outros
aplicativos de vídeo para falar com
privacidade com familiares ou médi-
cos particulares. Desde que abriu, a
clientela tem sido de pessoas com ida-
de média de 35 anos.
O paradoxo é que o nome da clínica
vem da junção de equilíbrio com a pa-
lavra francesa libre, que significa livre.
Ali, estão todos presos. Ao explicar a
escolha do nome, Ribeiro diz que os
fundadores “não acreditam em liber-
dade sem equilíbrio”. Cardiologista
com experiência em gestão, Ribeiro
tem verificado que a psiquiatria é “ou-
tro universo”, e que para gerir uma clí-
nica assim é preciso ter um número de
pessoas adequado. “A maior tecnolo-
ANA PAULA PAIVA/VALOR
gia da psiquiatria é gente adequada e
disponibilidade de tempo. Todo o en-
torno do problema psiquiátrico não é
só o indivíduo, é o meio e o sofrimento
que causa às pessoas próximas.”
O investimento para a Elibré foi de
R$ 15 milhões. O fato de estar alber-
gada num hospital, com um contrato
de aluguel, reduziu despesas em in-
fraestrutura, já que podem ser usa-
dos, além da área externa, equipa-
mentos hospitalares e a cozinha. Os
pratos seguem receitas de nutricio-
nista própria, mas são executados na
cozinha do hospital e apenas finaliza-
dos na clínica.
Depois do episódio de depressão
em que Barbosa vislumbrou uma
oportunidade de negócio, começa-
ram as reuniões com um grupo de es-
pecialistas da Unicamp, universidade
da qual Cais foi professor até se afastar
para se dedicar à Elibré. Depois veio
Ribeiro, especialista em gestão, o ter-
Aulas de piano ceiro cofundador. Há um mês, o psi-
fazem parte das quiatra especialista em álcool e dro-
opções da Elibré, gas Arthur Guerra juntou-se ao grupo.
dirigida por (a No total são dez investidores e parte
partir da esq.) Ari significativa do dinheiro veio da Apus
Ribeiro, Mauricio
Capital, fundo familiar de Barbosa.
Barbosa e Arthur
Guerra Guerra e Barbosa se conheceram no
Sírio-Libanês. “Quando o Maurício me
mostrou o projeto, não tive dúvida”,
conta Guerra. “Eu já tinha uma pres-
são de muitos anos de meus pacientes
que sempre reclamaram das clínicas
onde eram internados: lugares cin-
zentos e depressivos. Aqui ninguém fi-
ca curado, a gente trata e a pessoa vai
precisar de ajuda a distância. Ficar
perto de São Paulo é uma vantagem.”
A clínica atende a quatro tipos de
problemas mentais. Distúrbios afeti-
vos: ansiedade, depressão e risco de
suicídio. Dependência a substâncias:
álcool, drogas ilícitas e fármacos como
opioides e hipnóticos. Desorganiza-
ções psíquicas: esquizofrenia e bor-
derline. Psicogeriatria: demência e Al-
zheimer. Muitas vezes existe combina-
ção entre os problemas. Os casos mais
comuns desde a inauguração são dis-
túrbios afetivos e dependência quími-
ca: 90% dos casos combinam os dois.
Disputando com álcool e cocaína,
atualmente, está o uso abusivo de re-
médios para dormir, como o Zolpi-
dem, que é tarja vermelha, mas que
pode ser comprado no mercado para-
lelo até em alguns aplicativos de en-
trega de comida.
“Em vez de tomar um comprimido
por dia, as pessoas chegam aqui quan-
do estão tomando 30 ou mais. Na clas-
se social que atendemos, o Zolpidem
se tornou um risco equivalente à cocaí-
na e ao álcool”, diz a psicóloga Aman-
dine Sauze, que acompanha os pacien-
tes diariamente. Guerra conta que em
seu consultório particular tem uma
equipe de 15 médicos e que nenhum
ANA PAULA PAIVA/VALOR
está autorizado a prescrever Zolpidem,
“porque a dependência é gigantesca”.
“É uma adição como nunca se viu. A
pessoa começa a tomar para dormir e
depois passa a usar direto durante o
dia, até para trabalhar, para evitar o
desprazer da falta do remédio.”
Nos melhores centros psiquiátricos
do mundo, é considerado um índice sa-
tisfatório de reabilitação de dependên-
cias químicas recaída de 50%. A interna-
ção só é recomendada para pacientes
que não tiveram sucesso em tratamento
ambulatorial. Mas é a primeira reco-
mendação para pacientes gravíssimos.
O Brasil está na contracorrente do
mundo no que diz respeito aos núme-
ros de suicídio, o desfecho de um sofri-
mento mental insuportável. Em ter-
mos internacionais, nos últimos 20
anos, houve uma queda de 30% nas
mortes por suicídio. No mesmo perío-
do, o Brasil teve um aumento de 20%.
“Estamos acelerando na contramão
em termos de prevenção do suicídio”,
diz Carlos Cais, especialista no assun-
to. “E o pior: o aumento foi maior en-
tre jovens e adultos jovens, onde é
maior o impacto social e econômico.”
Outro número assustador, segundo
Cais, é que entre 9% e 10% da população
brasileira sofre de transtornos de ansie-
dade. A média mundial é de 4,8%. “Esta-
mos no pódio. O Brasil não é o país do
Carnaval e da alegria. É o país da ansie-
dade.” Num recorte mais amplo, 28%
dos brasileiros se enquadram num diag-
nóstico psiquiátrico. Desse número, 13%
em função do uso nocivo de álcool.
Especialista em prevenção de suicí-
dio desde que se formou, Cais tinha o
desejo de ter um lugar de excelência
para internar seus pacientes. “Mas um
médico não tem recursos para isso.
Então, as internações eram feitas sem-
pre num esquema de puxadinho. Era
uma angústia para mim não ter para
onde enviar meus pacientes, mesmo
aqueles com recursos, para uma clíni-
ca como acho que deve ser. Ninguém é
hipócrita, a Elibré é um negócio e pre-
cisa dar lucro. Mas tem ambições além
de ganhar dinheiro”, diz ele.
Internar uma pessoa querida é mo-
tivo de muito sofrimento para a famí-
lia. Para os médicos, também, a inter-
nação precisa se apoiar em diagnósti-
cos bem fundamentados. Na Elibré,
além da avaliação da equipe, há uma
validação externa para internação que
é dada pelo Núcleo de Estudos e Pes-
quisas em Psiquiatria Forense e Psico-
logia Jurídica (Nufor), do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas,
da Faculdade de Medicina da USP.
Ao resumir seu propósito, Barbosa
diz: “Não é uma hotelaria bonita, mas
o paciente não tem a sensação de es-
tar internado, embora esteja. Faze-
mos uma internação respeitosa, com
boas práticas”. ■

Pequenos
grandes
produtos
Vídeo Marcas infantis
impulsionadas pelo
YouTube se integram à
rotina doméstica das
crianças em diferentes
formatos. Por Dirceu
Alves Jr., para o Valor, de
São Paulo
O personagem Bita, um apresentador
de circo, gorduchinho e de bigode laran-
ja, deveria ser um brinquedo exclusivo
da pequena Anabel. Ele foi desenhado
pelo artista gráfico pernambucano Lean-
dro Viana de Melo, o Chaps, para decorar
a parede do quarto da filha que estava a
caminho no começo de 2010.
Só que a despretensiosa criação ga-
nhou a simpatia dos sócios da produ-
tora de Chaps, a Mr. Plot, e, em um
primeiro momento, se imaginou
transformar Bita em tema de livro.
Depois, veio a ideia de um aplicativo
de celular e, com a criatividade a mil,
o idealizador compôs canções, como
“Fazendinha”, “O Fundo do Mar” e
“Como É Verde a Floresta”, em torno
do personagem e de sua turma, que
conta ainda com os meninos Dan, Ti-
to e Lila. A fórmula estava pronta.
O “Mundo Bita” virou um fenômeno
entre as crianças brasileiras, principal-
mente aquelas que contam até três
anos de idade, com videoclipes colori-
dos e vibrantes. No canal do YouTube,
lançado em 2011, são mais de 12 mi-
lhões de inscritos que assistem aos fil-
mes, que ultrapassaram 16 bilhões de
visualizações e, aos poucos, começam
a expandir fronteiras. De olho na Amé-
rica Latina, o canal “Mundo Bita Espa-
ñol”, no ar desde 2019, reúne 65 mil
inscritos e teve 22 milhões de acessos, e
o “Mundo Bita Portugal” contabilizou,
em quatro anos, 255 mil assinaturas.
“Como sempre fomos intuitivos, per-
cebemos que o guarda-chuva do perso-
nagem era muito maior, e o Bita, tão li-
vre, podia ser qualquer coisa, música, li-
vro, aplicativo e brinquedos”, afirma
Chaps, de 43 anos, que, além de Anabel,
de 13, também é pai de Martina, de 9.
Além disso, são mais de 30 produtos
licenciados, como acessórios, artigos
de festas e decoração, calçados e ves-
tuário. “Um projeto especial é a ‘Rádio
Bita’, que já contou com as participa-
ções dos cantores Milton Nascimento,
Caetano Veloso e Gilberto Gil, de
quem vamos lançar versões das can-
ções ‘Realce’ e ‘Barato Total’.”
Com o avanço da tecnologia e as di-
ferentes formas de acesso, o entreteni-
mento e a comunicação infantil muda-
ram muito nas últimas duas décadas.
Os programas das apresentadoras Xu-
xa, Angélica e Mara Maravilha, que ti-
nham horário fixo nas grades de TV
aberta nos anos 80 e 90, parecem in-
compatíveis com o comportamento
das crianças de hoje, habituadas às
plataformas de streaming e ao próprio
YouTube, prontos para disponibilizar
as atrações no momento desejado.
Tamanha oferta, muitas delas de
qualidade, é benéfica para a formação
dos pequenos, mas é necessário esta-
belecer um acompanhamento e um li-
mite para o consumo, segundo a peda-
goga Taís Bento, especialista na relação
de família-escola e uma das fundado-
ras do projeto digital S.O.S. Educação.
“Esses canais são muito valorosos pa-
ra o desenvolvimento infantil, mas não
se pode perder a conexão com o mundo
real”, alerta. Para ela, um detalhe impor-
tante é que esses vídeos devem, prefe-
rencialmente, ser assistidos na televisão
e evitados em celulares e tablets.
“O celular é individual, deixa a crian-
ça acelerada, enquanto ver os conteú-
dos na TV da sala, junto da família, po-
de estimular brincadeiras na sequên-
cia, como desenhar os personagens ou
inspirar uma contação de história”, diz
Bento, que reforça a importância da
disponibilidade dos pais. “O tempo de
Leandro Viana de
Melo e o
personagem Bita,
originalmente
criado como
brinquedo da filha
Anabel
exposição à tela deve ser
mediado de acordo com
outras atividades prati-
cadas pela criança, co-
mo exercícios físicos,
momentos de leitura e
brincadeiras longe do
mundo digital.”
A dupla de músicos
paulistas Sandra Peres e Paulo Tatit,
criadores do Palavra Cantada em
1994, resistiram bastante ao ambiente
da internet. Depois de uma década de
dedicação aos shows e discos, só cede-
ram ao YouTube em 2004, uma fase
em que seus videoclipes já faziam su-
cesso na programação da TV Cultura e
os shows tinham público cativo.
“Sempre buscamos pegar nossos
pequenos pelo ouvido e não pela ima-
gem, porque criança é energia, dança,
corpo”, justifica Peres. Com um públi-
co que vai de recém-nascidos até os 6
anos, a dupla acumula 2,5 milhões de
inscritos no YouTube e oferece canções
ligadas aos ritmos brasileiros, como
cirandas, carimbós e sambas, apoia-
dos no universo lúdico.
Às vésperas de celebrar três déca-
das, o Palavra Cantada não se preocu-
pa com uma reinvenção e confia na re-
novação constante de seus fãs. “Não
envelhecemos porque toda criança
que nasce recebe as nossas criações co-
mo uma novidade”, diz Peres.
Tatit, porém, reconhece que, diferen-
temente do começo dos anos 2000, tem
evitado compor músicas com longas in-
troduções e prefere entrar mais rápido
na história que será contada na letra. “A
criança nos dá um crédito e precisamos
aproveitar essa chance de conquistá-la o
mais rápido possível”, defende.
Para 2024, a dupla prepara uma li-
nha de produtos, como cadernos, bo-
necos, instrumentos musicais, roupas
e mochilas. “Queremos entrar na casa
das pessoas de forma contundente e
não com produtos que a criança logo
queira se desfazer”, explica Peres.
Explosão inesperada no YouTube foi
o que conheceu a Galinha Pintadinha,
um dos fenômenos infantis pioneiros
da internet. Seus criadores, Juliano
Prado e Marcos Luporini, conceberam
a personagem, em meados da década
de 2000, visando a televisão e as fitas
de VHS ainda em voga.
Para facilitar a apresentação do proje-
to em uma reunião, eles postaram um
vídeo no então emergente YouTube em
dezembro de 2006 e, cinco meses de-
pois, caíram para trás ao descobrirem
que o material alcançara meio milhão
de visualizações e uma infinidade de co-
mentários elogiosos. “O YouTube foi a
Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | 11
DI
VU
LG
AÇ
ÃO
distribuição gratuita, mas começa-
mos a ganhar algum dinheiro com
a comercialização de DVDs e o apli-
cativo”, declara Prado.
Hoje, a Galinha Pintadinha chegou à
adolescência com fôlego estratosférico
e segue a aposta em mídias emergen-
tes, como o TikTok, em que são posta-
dos vídeos que contêm desde danci-
nhas até dicas de maternidade. São
mais de 33 milhões de inscritos nos
dois canais nacionais e 17 milhões de
downloads do aplicativo, números que
alavancam as vendas dos mais de 400
produtos licenciados e a frequência nos
espetáculos teatrais que circulam pelo
Brasil. Os conteúdos estão disponíveis
em nove idiomas, entre eles o alemão, o
japonês e o mandarim.
A próxima área a ser ciscada pela Gali-
nha Pintadinha é o cinema. Previsto pa-
ra chegar às telas em 2005, o filme deve-
rá ser produzido em 3D e envolverá a
personagem em uma situação dramáti-
ca: ela vai chocar o seu primeiro ovo e,
devido a uma confusão da cegonha, o
ovo será entregue ao gavião. “Queremos
uma história independente que alcance
GAB
RIE
espectadores que não sejam íntimos do
universo da Galinha e amplie a faixa etá-
ria do público, que, em média, vai até os
três anos”, antecipa Prado.
Foi como uma grande brincadeira
que os irmãos Maria Clara e JP viraram
estrelas. Hoje, ela tem 11 e ele, João Pe-
dro, 14, mas sete anos atrás, os pais da
dupla carioca, Ana Carolina Melo e
Gibson Amaral, começaram a filmar
os garotos, muito espontâneos apesar
da pouca idade, na rotina da própria
casa. Incentivados por amigos, eles
criaram um canal no YouTube que, em
um ano, chegou a 1 milhão de acessos
e, agora, ultrapassa os 36 milhões de
inscritos.
Os vídeos mostram brincadeiras da
dupla no ambiente doméstico — há
três anos, eles vivem em Orlando, nos
Estados Unidos — e, mesmo depois do
sucesso de audiência, são os pais que
continuam encarregados da produ-
ção, desde o roteiro e a filmagem até a
edição e a postagem.
Maria Clara e JP têm três canais —
em português, espanhol e inglês — e
gravam apenas dois vídeos por sema-
na. “A única preocupação dos pais é
não interferir na rotina das crianças e
continuar fazendo com que elas se di-
virtam sem a pretensão de transfor-
má-las em uma empresa”, afirma Cin-
tia Medvedovsky, agente de licencia-
mento da dupla.
Em dois anos, quase 10 milhões de
produtos foram vendidos, como
mochilas, calçados, jogos, massi-
nhas de modelar e artigos de fes-
tas. O maior sucesso do licencia-
mento, com 2 milhões comercia-
lizados, são os bonecos da du-
pla. “As crianças entravam nas
lojas e só viam representações da
Disney e dos grandes estúdios”, co-
menta Cintia. “A Maria Clara e o JP
viraram personagens, mas conti-
nuam sendo vistos pelo público
como os meninos comuns que
realmente são.”
Uma verdadeira transformação
quem atravessou foi o youtuber
carioca Luccas Neto, de 31 anos.
Se ele começou a chamar aten-
ção da internet, em 2014, como
“hater sincero”, soltando o ver-
bo em polêmicos vídeos dedi-
cados aos adultos, desde 2018,
o foco foi direcionado para as
crianças e a mudança surtiu
grande efeito.
Naquele ano, ele criou a
Luccas Toon Studios, empre-
sa que atua em diferentes
vertentes, como tecnologia,
filmes, livros, licenciamento
de produtos e shows, sem
deixar de lado, claro, o seu ca-
nal no YouTube, que beira os
40 milhões de inscritos e con-
tinua como seu principal
meio de comunicação.
“Essa migração foi orgânica e
sinto que tem muitas das minhas refe-
rências de criança, como aquele uni-
verso lúdico do Walt Disney”, diz ele.
“Mas quando percebi que os pequenos
se identificaram entendi que precisava
de profissionais que me auxiliassem
para, além do entretenimento, levar
mensagens educativas e de valor.”
Luccas Neto montou uma equipe
especializada em conteúdo infantoju-
venil, trazendo pedagogos para auxi-
liá-lo em todas as etapas. Pai de Luke,
de 2 anos, e Anakin, de 4 meses, ele diz
que boa parte da motivação e do cui-
dado se deve aos filhos, tanto que
criou um canal dedicado à primeira
infância, o Luccas Toon Kids, capaz de
apoiar os pais e as mães no desenvolvi-
mento das crianças.
Uma nova investida é a estreia do fil-
me “Aventureiros – A Origem”, que es-
treou nos cinemas neste mês, com um
elenco conhecido de quem acompa-
nha os vídeos de Neto. “Eu percebi que
nada semelhante tinha sido criado no
Brasil desde o Didi [personagem do
Renato Aragão] e a Xuxa, então virou
meu objetivo marcar uma geração e
participar da infância das crianças, co-
mo o Pokémon participou da minha”,
justifica o ambicioso youtuber. ■
L BO
IER
AS/
DIV
ULG
AÇÃ
O
Sandra Peres e
Paulo Tatit, a dupla
de músicos que
criou Palavra
Cantada em 1994
12 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Barbie num mundo

DIVULGAÇÃO

menos cor-de-rosa
Cinema Greta Gerwig põe seu olhar feminista na
produção que leva às telas a boneca que desperta a
paixão de colecionadoras ao redor do mundo. Por
Elaine Guerini, para o Valor, de São Paulo

Barbie não precisa se desculpar por
ser quem é. E muito menos na sua pri-
meira produção live-action, ainda que
a boneca mais famosa de todos os
tempos seja motivo de piada aqui.
Principalmente por endossar a dita-
dura da beleza, da magreza e da per-
feição e ao celebrar a cultura do con-
sumo, alguns dos aspectos mais con-
troversos da queridinha de plástico,
com mais de 2,9 milhões de seguido-
res na sua conta oficial no Instagram.
Como “Barbie”, que está chegando aos
cinemas, é escrito e dirigido por Greta
Gerwig, conhecida por dar voz a uma ge-
ração de mulheres que questionam o seu
lugar no mundo, a situação não é diferen-
te nessa adaptação. O que se vê é a jornada
de descoberta e, consequentemente, de
amadurecimento da boneca de propor-
ção corporal inatingível lançada pela Mat-
tel, em 1959. É quase uma redenção do
brinquedo, ao aceitar e superar as limita-
ções que fizeram dela um símbolo antife-
minista — incluindo a imagem plástica
(com o perdão do trocadilho).
“O fato de Barbie despertar sentimen-
tos tão fortes, seja amor ou ódio, foi o
que me encorajou a pensar em uma his-
tória para a boneca”, disse Gerwig ao Va-
lor, enquanto ainda trabalhava na
pós-produção do filme. “Ao mergulhar
na complexidade de Barbie, sem fugir
das questões mais espinhosas, o roteiro
nasceu organicamente”, contou a dire-
tora de 39 anos, coautora da trama com
o marido, o cineasta Noah Baumbach.
A Barbie tão criticada pelo padrão de
beleza irreal (imune a rugas, celulites,
estrias ou gordurinhas) e pela existência
fútil, muitas vezes consagrada ao luxo, à
diversão e à troca de roupa constante,
vai precisar cair na real. Assim que ela
passa a ter inseguranças e dilemas exis-
tenciais, seu mundo cor-de-rosa desmo-
rona, o que a obriga a visitar a Barbie Es-
tranha (Kate McKinnon), encarregada
de lidar com os “defeitos” das colegas.
Mas não há nada que a especialista
possa fazer por ela na Barbielândia. Os
questionamentos sobre a morte, o apa-
recimento de celulite nas coxas e a perda
do formato do pé de salto alto são sinais
de que a protagonista (vivida impeca-
velmente por Margot Robbie) precisa
procurar a sua dona no mundo lá fora.
Mais precisamente, em Los Angeles.
Ela só pode estar canalizando o so-
frimento da garota que não está feliz,
algo que Barbie não consegue enten-
der. Afinal, a boneca nasceu para “em-
poderar” as meninas, para que elas
pudessem ser o que quisessem na vi-
da. E não apenas esposas e mães, como
as bonecas de colo sempre sugeriram,
por precisarem de cuidados.
Ao caçar a sua dona, Barbie acaba, mes-
mo sem querer, em busca da própria iden-
tidade. Ao mostrar que a boneca não pre-
cisa ser necessariamente o que esperam
dela, o filme ganha um olhar feminista,
não muito diferente do concedido a ou-
tras heroínas de Gerwig. Como a protago-
nista de “Lady Bird: A Hora de Voar”
(2017), ao passar da adolescência à fase
adulta de modo mais honesto (e menos
cor-de-rosa) do que Hollywood costuma
apresentar. Ou como as personagens de
“Adoráveis Mulheres” (2019), o quarteto
de irmãs que clama por liberdade, ainda
que a condição financeira precária da fa-
mília aponte o casamento com um ho-
mem rico como a única solução.
“Não podemos esquecer que, no iní-
cio dos anos 60, o papel da Barbie foi
muito importante na emancipação fe-
minina”, diz a alemã Bettina Dorf-
mann, de 61 anos, a maior coleciona-
dora da boneca do mundo. É esse o seu
título no “Guinness”, o livro dos recor-
des, por ser dona de uma coleção com
mais de 15 mil Barbies. “Na verdade, já
são 18 mil. Eu já enviei a nova docu-
mentação ao Guinness, que agora pre-
cisa atualizar a minha página no site.”
Autora de seis livros sobre a Barbie,
dona de um “pronto-socorro” para bo-
necas quebradas e organizadora de
exposição itinerante com as peças de
sua coleção, Dorfmann sempre viu o
seu objeto de desejo como um símbo-
lo do empoderamento feminino. Exa-
tamente o oposto da imagem de dona
de casa, que imperava na época.
“Barbie surgiu como um exemplo
de mulher universitária que tinha vá-
rias profissões, de professora a astro-
nauta, mostrando à geração de meni-
nas que elas podiam sonhar alto”,
afirma Dorfmann, por Zoom, de sua
casa em Dusseldorf, onde mantém
parte da sua coleção.
A outra parte está sempre circulando
pela Alemanha e por outros países da
Europa, na exposição “Busy Girl - Barbie
Fazendo Carreira”, concebida há quase
20 anos para celebrar a independência
da boneca, que já adotou mais de 200
profissões. “Inclusive a de presidente”,
destaca Dorfmann, impedida de revelar
o valor de sua coleção pela empresa de
seguro que ela contratou. A última esti-
mativa dada pelo mercado de colecio-
nadores, quando os itens somavam 17
mil, foi de US$ 250 mil.
Sua coleção inclui a primeira Barbie
negra. Chamada de Francie e lançada
em 1967, esse primeiro modelo ainda
apresentou traços caucasianos, apesar
da tez escura, o que só foi alterado no
ano seguinte, com a primeira Barbie
afro-americana, batizada de Christie.
O mesmo esforço da Mattel em abrir
o leque, diversificando a oferta de ra- Margot Robbie é Alguns bonecos de Ken, o namora-
ças e biotipos da Barbie, é incorporado identificada como do da Barbie (criado em 1961), tam-
no longa-metragem — feito com a Barbie bém integram a sua coleção. “São pou-
benção da fabricante, claro. Todas as Estereotipada no cos porque eu os vejo apenas como
etnias, todos os tamanhos e até repre- filme de Greta um acessório da Barbie. Só compro o
Gerwig
sentantes de minorias (como a Barbie boneco se for para fazer par com ela,
cadeirante) são vistos no mundo dos como o Ken Glamour, feito sob medi-
brinquedos. Para diferenciá-la, a Bar- da para a Barbie Glamour”, afirma Lye,
bie de Margot Robbie é definida aqui reforçando o aspecto descartável do
como a Barbie Estereotipada. namorado, que também é explorado
“Quando era criança, eu não conse- no filme, com muito humor.
guia me ver na Barbie. Eu também Na Barbielândia, enquanto a boneca
queria ser loira e alta”, conta a paulis- pode ser tudo o que quiser, Ken (inter-
tana de ascendência japonesa Patty pretado por Ryan Gosling) é apenas
Lye. Com cerca de 700 bonecas, a in- Ken. Não é à toa que o boneco, ao se
fluenciadora de moda e beleza de 43 sentir valorizado em Los Angeles, sim-
anos é uma das maiores colecionado- plesmente por ser do sexo masculino,
ras da marca no Brasil. “Uma das mi- quer vingança ao voltar para casa. E se
nhas preferidas é a inspirada em Vera Barbie aprendeu alguma coisa ao pisar
Wang”, diz, referindo-se à estilista de no mundo real, dominado pelos ho-
origem chinesa, homenageada pela mens, ela saberá o que fazer para que
Mattel com um item colecionável ven- Ken não precise desesperadamente de-
dido por cerca de R$ 500. la para justificar a sua existência. ■

Série relembra tragédia em Realengo

DIVULGAÇÃO

TV ‘Massacre na Escola’ busca fazer

estudo social de chacina ocorrida em
2011. Por Luciano Buarque de Holanda,
para o Valor, de São Paulo

Sete de abril de 2011. Era uma quin-
ta-feira como qualquer outra na Escola
Municipal Tasso da Silveira, no bairro de
Realengo, Rio de Janeiro, quando, por
volta das 8h15 da manhã, um homem de
23 anos invadiu uma das salas de aula e
sacou da mochila dois revólveres calibre
38 e 32. Posteriormente identificado co-
mo um ex-aluno, ele saiu atirando à quei-
ma-roupa, tendo as meninas como alvo
preferencial. Usava um carregador do ti-
po “jetloader”, que lhe permitia a troca
de munições num só movimento. Em
cerca de 15 minutos, o invasor efetuou
mais de 60 disparos, até ser interceptado
pelo sargento da PM Márcio Alves, o pri-
meiro policial a chegar ao colégio.
A tragédia deixou 13 mortos, in-
cluindo o próprio atirador, que se sui-
cidou ao se ver encurralado. Dez das ví-
timas eram meninas, e todas eram
crianças entre 13 e 15 anos. Foi a pri-
meira chacina do tipo ocorrida no Bra-
sil — e permanece como a mais letal,
embora a prática tenha se tornado
mais comum desde então. Só neste ano
de 2023 foram registrados seis ataques
escolares no país, o último há cerca de
um mês. Culpe a cultura do bullying
por isso, mas, sobretudo, a dupla de
atiradores de Columbine, nos EUA,
que inspirou uma legião de “copycats”
(imitadores, no jargão criminal).
Revisitando o caso, a docussérie
“Massacre na Escola: A Tragédia das
Meninas de Realengo” é aberta com
uma legenda explicando a omissão
do nome e do rosto do assassino, “um
compromisso ético e moral assumido
com a sociedade”. Ao mesmo tempo
que não se priva de fórmulas do gê-
nero “true crime”, construindo toda
uma atmosfera de terror, a série pro-
move um estudo social do caso, bus-
cando compreender não apenas as
motivações do assassino, mas os pa-
drões de um fenômeno que se repete
no Brasil e no mundo.
Vítima de bullying na infância, o ati-
rador de Realengo é descrito como um
solitário patológico, cujos vínculos so-
ciais se limitavam a jogos de tiro onli-
ne e obscuros fóruns da deep web. Es-
paços onde a prática de crimes, o racis-
mo e a misoginia são encorajados —
um dos sites visitados pelo assassino
ensinava como fazer uma mistura áci-
da para atirar em feministas. O ódio de
gênero é um tópico central: a despeito
das duas vítimas do sexo masculino,
A tragédia do Realengo deixou 13 mortos, incluindo o atirador. Na série da HBO Max, depoimentos de sobreviventes são o ponto mais tocante
Massacre na Escola: A Tragédia das
Meninas de Realengo Brasil - 2023. Dir.:
Bianca Lenti. Onde: HBO Max ★★★★
testemunhas afirmaram que o atira-
dor mirava na cabeça das meninas, en-
quanto os meninos eram “poupados”
com tiros nos braços e nas pernas.
Paralelamente, questiona-se a pró-
pria saúde mental do assassino, um
sujeito obcecado por atos terroristas,
que disparava desconexos discursos
religiosos e citava Osama bin Laden
como herói. A série, porém, tem o cui-
dado de não incitar estigmas. Dife-
rentes teorias são rebatizadas e nada
é visto por um único ângulo.
O elenco de entrevistados inclui psi-
cólogos; ex-professores; o policial Már-
cio Alves, que descreve em pormenores
sua abordagem; Adriana Silveira, mãe
de uma das vítimas fatais e fundadora
da Associação Anjos de Realengo, de-
dicada ao combate ao bullying; além
de sobreviventes do ataque — ponto
mais tocante da docussérie.
Entre eles, Alan Mendes conta como,
mesmo com um tiro no rosto e outro
na clavícula, conseguiu correr até uma
blitz da polícia na vizinhança e pedir
socorro; Thayane Tavares, hoje paraplé-
gica em decorrência do atentado, re-
lembra todo o trauma de ver as melho-
res amigas morrendo e a difícil readap-
tação à rotina. “Massacre na Escola” é
dividida em quatro episódios de 45 mi-
nutos cada um e tem direção de Bianca
Lenti, mesma autora de “Apenas Meni-
nas” (HBO Max), sobre a realidade dos
casamentos infantis no Brasil. ■
 Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | 13

Crítica e ironia na forma musical

DIVULGAÇÃO

Janela Crítica Longa português e curta

brasileiro formam uma boa sessão
conjunta. Por Pedro Butcher, para o
Valor, do Rio

Algumas convenções da indústria ci- filme, contracenam a revelação Den-

nematográfica, cristalizadas nas primei-
ras décadas de sua formatação, pratica-
mente retiraram os filmes curtos, predo-
minantes nos primeiros anos do cinema,
dos circuitos comerciais. No entanto, eles
nunca deixaram de ser produzidos, con-
sumidos e apreciados. Mesmo com a di-
gitalização tendo facilitado a programa-
ção das salas e a distribuição de obras de
durações e formatos diferentes, cur-
tas-metragens continuam sendo presen-
ça rara nas salas de cinema, a não ser em
mostras e festivais.
A Vitrine Filmes tem sido uma das ra-
ras exceções como uma distribuidora
que abraça curtas em sua cartela de lan-
çamento. A estreia do longa português
“Fogo Fátuo”, de João Pedro Rodrigues
(que tem apenas 67 minutos de dura-
ção), vem acompanhada do curta brasi-
leiro “Fantasma Neon” (com 20 minu-
tos), de Leonardo Martinelli (que não é o
compositor paulistano homônimo).
Uma semana depois da notícia de que
Martinelli estará de volta ao Festival de
Locarno, na Suíça, com “Pássaro Memó-
ria”, seu novo curta, “Fantasma Neon”,
premiado no mesmo evento em 2021,
ganha chances de ampliar seu público
no Brasil com o lançamento em salas.
Depois de sua bem-sucedida estreia em
Locarno, “Fantasma” circulou intensa-
mente por festivais e foi escolhido o me-
lhor curta do ano pela Associação Brasi-
leira de Críticos de Cinema.
Os reconhecimentos são merecidos.
O curta de Martinelli é uma crítica à
precarização do trabalho na era da
“economia gig”, mas escolhe um for-
mato incomum para o tema: um musi-
cal. As falas e situações vividas por en-
tregadores são rigorosamente ence-
nadas, sem que perca a credibilidade.
No elenco, um dos pontos fortes do
nis Pinheiro e o veterano Silvério Pe-
reira. Os — ótimos — números musi-
cais, por sua vez, permitem um escape
das armadilhas da estigmatização
sempre à espreita dos documentários
sociais de formato convencional, que
seriam a escolha mais evidente para
abordar o tema. O título, “Fantasma
Neon”, é uma referência à invisibilida-
de social desses trabalhadores em
contraste com as cores coloridas e cha-
mativas das caixas que carregam.
Há pouco em comum entre “Fantas-
ma Neon” e “Fogo Fátuo” a não ser o fa-
to de que João Pedro Rodrigues apre-
sente seu longa como uma “fantasia
musical” (e, ocasionalmente, também
como sua “primeira comédia”). Dife-
rentemente do curta de Martinelli, no
entanto, os números musicais explíci-
tos são escassos. Há, notadamente, um
belo número de dança protagonizado
por bombeiros ao som da música
“Ctrl+C Ctrl V”, da banda portuguesa
Ermo. Mas Rodrigues nunca se apro-
pria dos gêneros de forma literal. Ainda
que nem sempre acompanhados de
música, seus personagens se movimen-
tam de maneira coreografada e seus
corpos, como nos números musicais, se
misturam e adquirem novas formas.
João Pedro Rodrigues é um dos ci-
neastas mais interessantes e idiossin-
cráticos do cinema português. Em “Fo-
go Fátuo” — destaque da Quinzena
dos Realizadores do ano passado —,
ele exercita outra vez seu desejo de
reinvenção, ainda que permaneça
com um estilo reconhecível, marcado
pelo distanciamento, uma recusa ao
realismo e elementos de uma estética
“queer”. Vemos neste novo longa, tam-
bém, um esforço de atualização. A co-
lonização e o racismo, presentes de
DIVULGAÇÃO
“Fogo Fátuo”,
acima, é uma
“fantasia musical”.
“Fantasma Neon”,
ao lado, também usa
números musicais
para criticar a
precarização do
trabalho
forma subjacente em trabalhos ante- abandona seu destino aristocrático
riores, ganham proeminência. para se tornar bombeiro. Na corpora-
Logo na primeira sequência, que se ção, se apaixona pelo jovem negro
passa em 2069, vemos o corpo de um Afonso (André Cabral). A trajetória de
homem velho diante de uma pintura Alfredo é narrada em fragmentos não
que mostra figuras da realeza, imen- cronológicos, e a relação entre Alfredo
sas, cercadas por escravizados negros, e Afonso será marcada por tensões ra-
apequenados. Esse mesmo quadro ciais e sociais que se expressam em
aparecerá no passado, quando somos diálogos provocadores, que expres-
apresentados ao jovem príncipe Alfre- sam as contradições de Portugal.
Fogo Fátuo Portugal, 2022
do (Mauro da Costa) e à sua família. Mesmo tão diferentes, “Fantasma
Dir: João Pedro Rodrigues
O exercício da comédia se dá por Neon” e “Fogo Fátuo” trazem vários pon-
Dist.: Vitrine. Em cartaz ★★★★★ seu viés mais difícil, sobretudo nos tos de contato interessantes, formando
dias de hoje. A ironia, talvez a figura de uma bela sessão conjunta. Talvez não se-
Fantasma Neon Brasil, 2021
linguagem que mais sofra na era das ja mera coincidência que o primeiro
Dir: Leonardo Martinelli
redes sociais, atravessa as situações e longa de João Pedro Rodrigues se chame
Dist.: Vitrine. Em cartaz ★★★★★
os diálogos de “Fogo Fátuo”. Alfredo “O Fantasma” (2000). ■

É tudo verdade

O novo
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
É como um novo faroeste: o deep-
fake invadiu o universo audiovisual
em polêmica e desregrada expansão.

faroeste do Simplificadamente, um vídeo deep-

fake substitui o rosto de uma pessoa
pelo de outra, capturada de grava-

deepfake ções e retrabalhada digitalmente

com inteligência artificial (IA).
Apenas nas últimas semanas, para fi-
car em dois exemplos de imensa popu-
laridade, Elis Regina ressurgiu cantan-
do, quatro décadas após sua morte,
com a filha, Maria Rita, num filme pu-
blicitário de automóvel e a Netflix lan-
çou mundialmente o reality espanhol
“É Amor ou Falsidade?”, em que a cren-
ça na fidelidade de parceiros e parcei-
ras é posta à prova pela exibição de gra-
vações, algumas tecnologicamente
manipuladas, para cinco casais de na-
morados separados em mansões-estú-
dios à moda “Big Brother”.
No campo da ficção, a mesma Netflix
se inseriu metalinguisticamente na
Amir Labaki discussão com o episódio de abertura,
A repulsa apocalíptica no mês passado, da nova temporada
da série distópica “Black Mirror”, cria-
não fará os realizadores e da por Charlie Brooker. “Joan É Péssi-
ma” aborda a utilização de deepfake na
o público dominar e criação de uma série em que um avatar
em computação gráfica de Selma
compreender melhor a Hayek interpreta o cotidiano de uma
jovem profissional de informática. Tu-
nova ferramenta do sem qualquer consentimento explí-
cito de nenhuma delas, devido a cláu-
audiovisual propiciada sulas contratuais que ninguém lera.
A situação assim dramatizada tra-
pela inteligência artificial duziu em momento certeiro um dos
itens centrais da fracassada negocia-
ção entre produtores e atores, envol-
vendo os direitos inalienáveis de ima-
gem frente ao potencial recurso à in-
teligência artificial (IA), que levou a
categoria à primeira greve desde os
anos 1980. Somando-se à paralisia
dos roteiristas americanos, que têm
também entre os catalisadores ques-
tões referentes ao uso da IA na escrita
dramática, é uma paralisação simul-
tânea inédita desde a década de 1960.
Abrirá o deepfake uma nova caixa de
Pandora para a indústria audiovisual?
Fechemos o foco por hoje em sua utili-
zação em produções não ficcionais.
Além do comercial de carros e do reali-
ty amoroso, a polêmica foi encorpada,
“É Amor ou Falsidade” põe à prova crença na fidelidade dos parceiros e parceiras pela exibição de gravações manipuladas digitalmente
em janeiro passado, com a atribuição
do Prêmio Especial do Júri para Inova-
ção em Narrativa Documental do Sun-
dance Festival a “Another Body” (Outro
Corpo, inédito no Brasil), de Sophie
Compton e Reuben Hamlyn.
A dupla de estreantes investiga no
filme a utilização não autorizada do
rosto de uma jovem britânica em ví-
deos pornográficos online, prática que
se disseminou na internet vitimando
celebridades e anônimos. Compton e
Hamlyn recorrem à mesma tecnologia
para demonstrar o vácuo legal do abu-
so já tornado epidêmico e como “uma
pessoa comum não questionaria a au-
tenticidade se não informada que é ar-
tificial”, como alertou o crítico Cole-
man Spilde em “The Daily Beast”.
Assim como “Another Body” lança
mão do deepfake por razões didáticas
e metalinguísticas, outro documentá-
rio recente recorreu à mesma tecnolo-
gia por motivos nobres distintos. Fina-
lista ao Oscar em 2020, “Bem-Vindo à
Chechênia”, de David France, alterou
artificialmente a identidade de vítimas
que depõem sobre a perseguição à co-
munidade LGBTQIA+ na Rússia. Como
Compton e Hamlyn, France cumpre a
obrigação ética de transparência quan-
to à ferramenta utilizada.
Um dos principais teóricos con-
temporâneos do documentário, o
britânico Brian Winston (1941-
2022) foi pioneiro na problematiza-
ção da imagem, fotográfica e cine-
matográfica, como evidência do real
nos filmes de não ficção, já desde pio-
neiros como Robert Flaherty (“Nano-
ok, o Esquimó”, 1922) e John Grier-
son (“Drifters”, 1929). Na aurora do
debate sobre a manipulação da ima-
gem e do som por IA, Winston já lan-
çava luzes que ecoam as lições de
John Berger em “Modos de ver” (“to-
da imagem implica um modo de
ver”) discutidas certeiramente neste
mesmo caderno há duas semanas
por Tatiana Salem Levy em torno da
“obra de arte na época da IA”.
“Na era do digital, deve-se admitir
que fotografias podem mentir”, argu-
mentou Winston. “Entretanto, reco-
nhecendo ao contrário que ‘o valor do-
cumental’ depende da ‘relação entre
filme e público’, uma questão mais cri-
ticamente de recepção do que de pro-
dução, significa que o documentário
pode sobreviver à destruição da foto-
grafia como evidência”. O autor de
“Claiming the Real” (2005) reequilibra
assim a discussão combinando a ética
do documentarista e a ativa percepção
do espectador (como ensina Berger).
A eclosão do deepfake eleva a novo
patamar a ênfase no questionamento
explícito e minucioso, por cineastas
para seu público, das condições de
produção de todo material bruto uti-
lizado em documentários, marcante
em realizadores como Chris Marker
(1921-20212) e Eduardo Escorel, Ha-
run Farocki (1944-2014) e João Mo-
reira Salles. A repulsa automática e
apocalíptica não nos fará, atrás da câ-
mera ou diante da tela, dominar e
compreender melhor a nova ferra-
menta audiovisual propiciada pelo
desenvolvimento da IA, por mais fu-
nesta possa ser potencialmente sua
utilização. Não é questão de alarme,
mas seguramente é de alerta.
Amir Labaki é diretor-fundador do
É Tudo Verdade — Festival Internacional
de Documentários.
E-mail: labaki@etudoverdade.com.br
Site do festival: www.etudoverdade.com.br ■
14 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

CLAUDIO BELLI/VALOR

Os limites do aliada a uma larga experiência no

mercado, como sócio e economis-
ta-chefe da MB Associados, desde
ca, visto que culpados e suas motivações
morais e religiosas não representam ne-
nhum mistério a ser solucionado.
soft power 2006, Vale decidiu fazer um doutora-
do em outra área do conhecimento
São novas facetas acerca do que tem
lançado corpos dissidentes e de mu-

brasileiro por acreditar que “as relações interna-

Sergio Vale analisa
importância do ambiente
econômico. Por Amilton
Pinheiro, para o Valor, de
São Paulo
Impacto da economia e das instituições
no soft power e hard power
Sergio Vale. Appris, 140 págs., R$ 46,00
Travessia sem fim: Economia e política
em transformação no mundo e no Brasil
Sergio Vale. Appris, 195 págs., R$ 59,00
A renovada preocupação do governo
com a questão ambiental, depois dos
quatro anos de descaso na administra-
ção do presidente Jair Bolsonaro, ajuda
a reverter a deterioração do soft power
brasileiro, afirma o economista-chefe
da consultoria MB Associados, Sergio
Vale. “Mas o país precisa fazer conjun-
tamente o seu dever de casa, melhoran-
do o ambiente econômico e voltando a
crescer sem volatilidade”, acrescenta.
Vale lançou recentemente dois li-
vros, um deles sobre a questão da in-
fluência que os países exercem sem o
uso da força militar ou de políticas res-
tritivas, como sanções econômicas.
“Impacto da economia e das institui-
ções no soft power e hard power” é fru-
to da sua tese de doutorado em rela-
ções internacionais pela Universidade
de São Paulo, defendida em 2019. O
outro título é “Travessia sem fim”, no
qual reúne artigos que publicou na im-
prensa desde 2016.
A questão ambiental é importante
para atrair mais investimentos, princi-
palmente os de longo prazo. Por isso,
segundo Vale, o governo Lula tem a
oportunidade de reverter a imagem ne-
gativa criada nos quatro anos da gestão
Bolsonaro, diminuindo o ritmo de cres-
cimento do desmatamento. Isso seria
Vale: “Vai ser difícil ver o Brasil conseguir alavancar seu soft power nas próximas décadas”
“essencial não apenas para a questão
climática, pois tem o potencial de tor-
nar o país mais atrativo para investi-
mentos estrangeiros. Cada vez mais as
empresas querem investir em países
com preocupação ambiental”, explica.
“A qualidade ambiental ajuda na me-
lhoria do soft power, mas ela só irá se
consolidar quando o país voltar a se de-
senvolver com instituições fortes e cres-
cimento com estabilidade. Crescer com
tanta volatilidade como temos feito
também não ajuda no soft power, Há
um longo caminho a percorrer, vai ser
difícil ver o Brasil conseguir alavancar
seu soft power nas próximas décadas.”
Como a questão ambiental se tornou
incontornável por causa das mudanças
climáticas, isso afetará cada vez mais os
investimentos no mundo, entende Va-
le, que está fazendo seu pós-doutorado
no Instituto de Estudos Avançados
(IEA) na USP. Um dos artigos que escre-
veu em coautoria com a professora
Lourdes Sola, sua orientadora, será
apresentado no Encontro da Associa-
ção Internacional de Ciência Política
(IPSA, sigla em inglês), em Buenos Ai-
res, e diz respeito à agenda ESG (concei-
to que reúne a políticas ambiental, res-
ponsabilidade social e governança).
“Países que não cuidam de seu meio
ambiente poderão ter menos presença
de investimento, como se pode ver pela
expansão da ideia do ESG. Levar a dis-
cussão do ESG, que hoje é basicamente
empresarial, para um ponto de vista de
governança mundial”, diz Vale.
Com uma formação acadêmica em
economia, tendo mestrados pela
FEA-USP e pela Universidade de Wis-
consin-Madinson, nos Estados Unidos,
cionais têm um foco de juntar econo-
mia, política e história, e por ser inter-
disciplinar acaba se tornando natural-
mente interessante para quem é de
economia que, em geral, tem visão
mais focada de fato nos assuntos eco-
nômicos sem levar em conta a neces-
sária relação entre essas diversas
áreas, especialmente política e geopo-
lítica, a qual se tornou ainda mais re-
levante depois da guerra da Ucrânia”.
Em relação à guerra na Ucrânia, Vale
argumenta que o governo Lula perde
tempo em querer mediar na seara mun-
dial o conflito, o que vai além de sua ca-
pacidade diplomática de negociação
nesta área, e cita como exemplo a malfa-
dada tentativa no passado do Brasil de
articular uma solução na crise entre Esta-
dos Unidos e Irã pela questão nuclear.
“O foco do governo Lula na seara in-
ternacional tem que ser na economia em
torno de fazer o acordo comercial com a
União Europeia e entrar na OCDE. Esse
seria o maior legado internacional que o
governo Lula poderia deixar”, afirma.
Se a melhoria constante no soft power
passa pelo fortalecimento da economia
e das instituições, o Brasil precisa conti-
nuar implementando as reformas neces-
sárias e permanentes para que o país vol-
te a crescer com estabilidade, assuntos
que Vale aborda em “Travessia sem fim”.
“A última década no Brasil foi parti-
cularmente difícil, começando com os
movimentos de junho de 2013. É como
se tivéssemos vivendo um looping ne-
gativo desde então, sem conseguir sair,
e o resultado são anos de crescimento
muito baixo e piora na qualidade de
vida da população”, diz.
Além das dificuldades internas, o
mundo também passou por inúmeras
desafios, culminando com a guerra na
Ucrânia. “Crescer em mar tão revoltoso
não será nunca simples e dependerá
cada vez mais de um esforço domésti-
co que vimos acontecer de forma mui-
to lenta no Brasil”, afirma.
Enquanto o governo Lula aguarda que
o Congresso vote o Arcabouço Fiscal, a
rápida e ampla aprovação da reforma
tributária pela câmara dos deputados
criou as condições para que o país cresça
um pouco acima do que era esperado.
“Com os bons ventos que o agronegócio
está trazendo para a economia este ano,
há chances reais de o governo terminar o
ano em um patamar bem melhor do que
começou. Não há reformas suficientes e
lheres na fogueira (inclusive a literal)
em todo tempo e lugar, mas com as
especificidades de um cafundó bem
brasileiro, embora fictício, submetido
aos interesses de uma empreitada
neoevangelizadora.
“Todos os olhos se voltam para o
centro do terreiro como se pudessem
pertencer ao mesmo organismo.” Esta
frase de abertura serve de anúncio de
certa escolha formal da autora.
Composto pelos capítulos “Celeste” (a
própria vítima); “Delegacia”; “Lourença”
e “Ismênio” (mãe e pai responsáveis pelo
crime); “Francisca e Tércio” (depoentes);
“Antecedentes” e “A perita”, o livro carre-
ga uma fragmentação de pontos de vista
que, ainda que levante acontecimen-
tos-chave capazes de elucidar aspectos
em torno da tragédia central, não são na-
da conclusivos e trazem à tona ainda ou-
tras, corpos tanto abatidos quanto ainda
vivos via memória e materialidade de tu-
do o que se renova enquanto natureza e
sociedade (se é que cabe essa separação
entre uma coisa e outra).
Esse recurso que recorre a diferentes
narradores, a polifonia, em “Cami-
nhando com os mortos”, parece, mais
que apelar para a escuta dessas vozes
diversas, sobretudo, através delas, dar
a ver tudo aquilo que se busca apagar,
converter em cinzas e que, inclusive,
seja da ordem do invisível, como a di-
mensão sagrada em meio a um jogo de
interesses em que o que está longe do
centro precisa ser conquistado como
estratégia de dominação.
A menção ao “mosaico” e ao “que-
bra-cabeças”, palavras caras ao léxico do
romance, assim como a imagem da visão
das moscas, podem soar como pistas fal-
sas, visto que “ninguém consegue ter
uma visão total que explique o que acon-
teceu”. Já a manipulação da fé para a ob-
tenção de prosperidade, com suas rou-
pagens contemporâneas — “o que o pa-
dre disse no catecismo e o pastor depois
confirmou” — salta aos olhos de modo
tão escancarado que fragiliza os nítidos
esforços de um não maniqueísmo.
Há ainda na nomenclatura das sub-
divisões da maioria desses capítulos
mencionados o uso de numerais ordi-
nais que à primeira vista podem sugerir
uma sequência progressiva do tempo
em relação ao(s) crime(s) cometidos,
mas que em verdade estão ali para de-
molir qualquer noção de calendário.
Em “Lourença”, temos o “primeiro dia”,
mas duas vezes o “segundo dia”. Já em

Lançamentos novas nem um mundo em forte expan-

são para justificar expectativas muito
animadoras para os próximos anos, mas
distintos capítulos se dá a ocorrência
dos tão simbólicos “primeiro dia” e
“terceiro dia”, que em contexto bíblico
a chance de um crescimento na casa dos aludem respectivamente ao princípio
Como a China escapou da terapia de Depois de Piketty Heather Boushey etc. 2% é razoável. Mais do que isso vai de- da criação e a ressurreição de Cristo. Em
choque Isabella M. Weber Trad.: Alexandre Hubner, Luciano V. mandar um esforço maior do governo “A perita”, um tríptico “segundo dia” é
Trad.: Diogo Faia Fagundes Machado e Marcelo J. F. Ferreira em seguir nas pautas certas”, diz. alternado com o que se chama “antes”.
Boitempo, 472 págs., R$ 97,00 Estação Liberdade, 752 págs., R$ 139,00 Tempo e lugar em Saco de Tapuio, dis-

O livro de estreia da economista We-

ber trata das reformas econômicas que
definiram o caminho da China nas últi-
mas décadas, além das ações que leva-
ram o país à reindustrialização e a se tor-
nar potência mundial. A obra explica o
sucesso das reformas de mercado no
país reforçando seu caráter plural e si-
tuando concepções na história do pen-
samento econômico chinês e ocidental.
Ainda aborda o controle estatal de pre-
ços — na história chinesa e nas tentativas
em outros países, no contexto da Segun-
da Guerra Mundial. Quanto à encruzi-
lhada econômica dos anos 80, Weber
mostra o trajeto chinês a partir da não
adesão à “terapia de choque” neoliberal.
As homicidas
Alia Trabucco Zerán
Trad.: Silvia Massimini Felix
Fósforo, 232 págs., R$ 74,90
Quatro crimes de autoria de quatro mu-
lheres abalaram o Chile no século XX. Os
fatos geraram comoção pública por se tra-
tar de mulheres homicidas. Zerán uniu
pesquisa documental e impressões pes-
soais para entender as motivações dos cri-
mes, expor o tratamento dado pela Justiça
às rés e revelar como as ações e suas execu-
toras foram representadas. Por darem lu-
gar ao ódio, tais crimes subverteram o que
se esperava do comportamento feminino.
Diz a autora: “no corpo das mulheres, a rai-
va costuma ser adjetivada como desmedi-
da, irracional ou de origem histérica, de-
nominações que cumprem a função de
deslegitimar as causas dessa raiva e de apa-
gar seu responsável”.
Aqui o tema é a desigualdade econô-
mica vista sob o prisma do francês
Thomas Piketty, autor de “O capital no
século XXI”. Organizado por Heather
Boushey, J. Bradford DeLong e
Marshall Steinbaum, o livro traz 22 en-
saios de economistas e cientistas so-
ciais que analisam teses de Piketty so-
bre as formas como a economia se rela-
ciona com temas diversos — de tecno-
logia, política, geografia e gênero —,
com ênfase para o crescimento do ca-
pital em detrimento da renda. Entre os
ensaístas estão os prêmios Nobel Paul
Krugman e Robert Solow e figuras pú-
blicas como Elisabeth Jacobs. Piketty
assina uma réplica no fim do livro.
Coração das trevas (quadrinhos)
Joseph Conrad. Trad.: Érico Assis
Companhia das Letras
160 págs., R$ 69,90
O clássico moderno de Conrad
(1857-1924) em poderosa adaptação
para quadrinhos de Peter Kuper, pre-
miado cofundador da revista “World
War 3 Illustrated” e autor de mais de
50 livros. “Coração das trevas” — publi-
cado em 1889, em 3 partes, na “Bla-
ckwood’s Magazine”, e três anos depois
em livro — foi adaptado para o cinema
em 1979 como “Apocalypse Now”, com
direção de Francis Ford Coppola. A HQ
retoma a história do inglês Charles
Marlow, que desembarca no Congo
Belga para transportar marfim num
barco a vapor e que, conforme se em-
brenha rio adentro, sente a atmosfera
cada vez mais estranha e hostil. ■
Feminicídio
sob diferentes
vozes e tempos
Micheliny Verunschk trata
da violência contra a
mulher no Brasil. Por
Luciana Araujo Marques,
para o Valor, de São Paulo
Caminhando com
os mortos
Micheliny
Verunschk
Companhia das
Letras. 144 págs.,
R$ 59,90
Mal adentramos o espaço por onde
as primeiras linhas de “Caminhando
com os mortos” nos conduzem e já to-
pamos com uma cova rasa ainda aber-
ta. Ali jaz o que restou do corpo de uma
jovem queimada viva por sua própria
família em um rito de desobsessão.
De modo que, embora se possa esta-
belecer uma relação direta entre os no-
mes dos capítulos do mais novo roman-
ce de Micheliny Verunschk e a investiga-
ção desse assassinato brutal, talvez o que
menos importe seja sua faceta policiales-
trito localizado na zona rural do municí-
pio de Alta Vista do Redondo, onde tudo
se passa, mas também reside o que não
passa porque da ordem do traumático,
são trançados e alargados a partir de
seus supostos limites e fronteiras. Onde
“o passado não acaba nunca”, como se lê
a certa altura, que poderia ser qualquer
outra, e “os dias mudaram de lugar e o
fio dos anos há muito se perdeu e não se-
gue o curso que antes seguia”.
Desde “Nossa Teresa – Vida e morte
de uma santa suicida” (2014, romance
vencedor na categoria estreia do Prê-
mio São Paulo de Literatura), passando
pela trilogia “Aqui, no coração do infer-
no” (2016), “O peso do coração de um
homem” (2017) e “O amor, esse obstá-
culo” (2018), e por seu recente livro de
contos, “Desmoronamentos” (2022),
Micheliny Verunschk trata da violência
contra a mulher envolta em contextos
que têm longo lastro em nosso país.
Na especificidade do feminicídio tra-
tado em “Caminhando com os mortos”,
mas também em todos esses outros li-
vros, a despeito de sua cronologia, ecoa
mais uma vez o que lemos em “O som do
rugido da onça” (2021, vencedor do Ja-
buti), isto é, “morrer era só uma parte
muito pequena daquilo tudo”. Estamos
diante de um projeto autoral em si mes-
mo ouroboros (uma serpente que engo-
le a própria cauda, símbolo e significado
que não passam despercebidos nas pági-
nas desse novo lançamento da escritora),
em favor da literatura em seus insisten-
tes passos contra o que é urgente acabar.
Luciana Araujo Marques é mestre em teoria
literária e literatura comparada (USP) e doutoranda
em teoria e história literária (Unicamp)
 Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | 15

GABI DI BELLA/NATIONAL GEOGRAPHIC/DIVULGAÇÃO

Uma jovem sua terceira obra, conta essa passagem

vivenciada com a família para ilustrar
a relação com o pai, o famoso navega-
prefere os perigos visíveis aos invisíveis;
entretanto, em seu livro, confessa que
esse sentimento está presente o tempo
poeta em dor Amyr Klink. Assim como alguns fi-
lhotes precisam aprender a voar entre
todo. E que foi isso que a fez chegar in-
teira em seus destinos, enquanto a co-

alto-mar o alto do penhasco e o mar para não

Tamara Klink conta sua
jornada pelo Atlântico
sozinha. Por Gílson
Yoshioka, para o Valor, de
São Paulo
Nós: O Atlântico
em solitário
Tamara Klink
Cia das Letras
224 págs., R$ 69,90
Os filhotes de albatrozes das ilhas
subantárticas precisam alçar voo e
partir ao fim do verão. Após meses
abrindo e fechando as asas na terra,
ensaiando e imitando a dança dos
adultos no ar, eles devem seguir o pró-
prio rumo e, se algum filhote não tiver
decolado por conta própria, os pais o
empurram do ninho.
Autora do livro “Nós: O Atlântico em
solitário”, a escritora Tamara Klink, em
morrerem, a jovem teve de entender
que não ser ajudada pelo pai seria a
melhor maneira de ser auxiliada em
suas navegações e voos.
De sua mãe, Tamara aprendeu a usar
o diário como uma ferramenta para
acreditar em si mesma, salvar a razão e
se manter serena durante a viagem. É
nesse formato que a escritora narra a
travessia solitária pelo mar da França
até a costa brasileira em cerca de três
meses. Em contatos restritos pelo tele-
fone celular, teve o apoio da família, de
um conselheiro, dos amigos, dos se-
guidores nas redes sociais e até de um
psicólogo em uma sessão, além da
companhia de livros.
Em capítulos curtos, Tamara descreve
a aventura e a viagem interna de auto-
descoberta, incluindo a transcrição de
diálogos por mensagens com os princi-
pais interlocutores, alguns poemas, fo-
tos e um glossário de termos náuticos.
Tamara não contou com o apoio fi-
nanceiro do pai e, inicialmente, nem
com o apoio moral da mãe, no entan-
to teve a liberdade para fazer o pró-
prio caminho. A princípio não sabia
velejar, porém sabia que precisava co-
meçar de algum ponto para que o so-
nho se tornasse possível. Em sua traje-
tória teve vários aprendizados não
apenas a respeito das navegações:
“Às vezes, numa equipe, a vontade de
fazer vale mais do que a experiência. A
Tamara Klink descreve a aventura e a viagem interna de autodescoberta ao cruzar o Atlântico
amizade nasce da afinidade, mas ama-
durece na necessidade”; “Nada como um
susto na cara da chegada para trazer a
humildade de volta”; “Sozinha, exploro o
limite da força de cada músculo. Sozi-
nha, aprendo a orquestrar os pensamen-
tos. Sozinha, conheço a companhia que
eu mesma me faço — e estar sozinha ali-
menta o desejo de um novo abraço”.
Preferiu preservar o silêncio e culti-
var a vontade do reencontro a escrever
ao namorado em algumas ocasiões.
Renunciou às relações urgentes e, a
distância, entendeu melhor os seus
vínculos e descobriu as cartas como
um meio de comunicação, em alguns
momentos muito melhor do que as
mensagens pelo telefone. Devido à ex-
pectativa e à demora para a chegada
de muitos textos pelo comunicador
por satélite, esses escritos mais longos
acabavam ganhando contornos mais
românticos e poéticos.
Para Tamara, em outros momentos
a chegada em terra firme parecia mais
cansativa do que a navegação por ter
de resolver questões práticas da vida,
como responder a e-mails e atender a
um mar de demandas. Por outro lado,
também teve tempo para novas ami-
zades e estabelecer novas conexões
antes de uma nova partida.
Quando questionada sobre o medo,
Tamara responde a entrevistadores que
ragem a fez seguir em frente, “mesmo
quando a razão trazia novos motivos
para desistir”. Voltando à terra, a auto-
ra sentiu que as pessoas ouvem sem es-
cutar, olham sem enxergar e vivem
constantemente atrasadas para o ama-
nhã. Aponta também, contudo, que to-
do barco precisa de um porto de onde
partir e para onde voltar.
Em meio a questionamentos em re-
lação à profissão, ao endereço, à vida —
em meio a ondas, ventos e mares — , Ta-
mara passa também pela infância,
quando acordava entre baleias de pe-
lúcia e cobertores de cavalos-mari-
nhos, ouvia histórias do pai, dava os
primeiros passos na escola de vela e
nas competições e começava a sonhar
com suas próprias navegações.
“Como ficará a imagem da nossa
marca se essa menina morrer no
mar?”, alguns anos depois, era a per-
gunta à qual Tamara inicialmente não
estaria preparada para responder a po-
tenciais patrocinadores. Com o tempo,
entendeu que jamais teria certeza de
que saberia fazer um caminho que
nunca fez. Àqueles que dizem que está
seguindo os passos de seu pai, Tamara
escreve que seria mais prático ter pega-
das para orientá-la, todavia não nasce-
mos na mesma época e “o mar, sempre
em movimento, nos obriga a criar per-
petuamente novos caminhos”. Isso diz
muito — não somente — a respeito de-
la. Mas também sobre todos nós. ■

Outros Escritos

Um mundo
CRIS BIERRENBACH
No último 29 de junho, uma quinta- que elas sofrem apenas por terem nas-
feira, dia de Oxóssi, a feminista negra e cido mulheres negras. São, no Brasil e
escritora Djamila Ribeiro entrou no au- fora, associadas à mulher sexualizada;

possível ditório da Fundação Gulbenkian — um

respeitado centro cultural em Lisboa —
para falar diante de um público de
mais de mil pessoas. Estava lotado não
apenas o auditório onde ela estava, mas
todos os outros, com projeção da con-
ferência, e ainda os corredores do edifí-
cio. Foi o evento mais requisitado da
história da fundação.
E foi também a primeira vez que
Djamila veio falar em Portugal, este
território incômodo mas necessário.
Incômodo porque daqui veio a colo-
nização, a escravização de antepassa-
dos da escritora; necessário porque,
justamente por isso, é um país que
precisa ouvir o pensamento produzi-
Tatiana Salem Levy do em suas antigas colônias, se qui-
A força das palavras e da ser se repensar. E, se depender de
quem ali estava, este movimento co-
trajetória de Djamila meça a se fazer. Djamila foi ovaciona-
da ao entrar, aplaudida durante lon-
Ribeiro go tempo — no início e no fim de sua
apresentação. Foi muito bonito ver
tanta gente ali para ouvi-la.
Eu conhecia Djamila Ribeiro de seus
livros “Lugar de fala”, “Quem tem medo
do feminismo negro?”, “Pequeno ma-
nual antirracista” e de suas colunas na
“Folha de S. Paulo”. Mas, assim como a
maioria das pessoas ali presentes, nun-
ca a tinha ouvido falar ao vivo. Fiquei
emocionada de verdade. Deixei a Gul-
benkian sentindo que ela havia conse-
guido algo especial: sua fala era ao
mesmo tempo emocionante, inteli-
gente, bem articulada e cativante. Acho
que todo mundo ali se emocionou,
aprendeu e começou, ou continuou, a
pensar de forma diferente.
Percebi que muito do que ela havia
falado ali estava no seu último livro,
“Cartas para minha avó” (Companhia
das Letras), que eu havia deixado es-
capar. Corrigi o erro e fui atrás dele. E
era exatamente isso. O livro faz o mes-
mo movimento que ela havia feito na
sua fala: a partir da sua história parti-
cular — sempre em relação com a his-
tória da sua mãe, da sua avó, do seu
pai, dos seus irmãos — ela pensa os
males de uma sociedade moldada pe-
lo colonialismo, o machismo e o ra-
cismo. Sua trajetória, desde a infância
até a mulher que se tornou, é uma das
muitas formas de resistência, de um
mundo possível que se abre com as
histórias de mulheres como ela.
Pensar o macro a partir do micro é
uma tendência cada vez maior nas
novas teorias — e que traz muito do
feminino e do feminismo, já que as
mulheres passaram os séculos da
nossa história condenadas aos pe-
queníssimos feitos: cozinhar, lavar,
cuidar dos filhos, limpar a casa. E o
pequeníssimo ficou sempre invisível
ao lado das grandes histórias dos he-
róis que saíam para conquistar o
mundo. Não foi diferente com Dona
Antônia, avó de Djamila, nem com
sua mãe, Dona Erani. Se Djamila teve
que ser dura tantas vezes na vida para
enfrentar o racismo e o machismo —
isto é, a terrível combinação dos dois
— , neste livro ela retorna a um lado
afetivo, emocional, numa conversa
com suas ancestrais. Mais particular-
mente, com a sua avó, a quem as car-
tas são dirigidas — “com essas cartas
quero lhe contar quem me tornei”,
diz a escritora.
Ela cresceu pensando que não que-
ria se tornar uma mulher como elas,
no sentido de ficar presa à casa. Seu
pai, Joaquim, um estivador do porto
de Santos, filiado ao Partido Comu-
nista, vivia dizendo que não queria fi-
lha sua dependendo de homem — e,
por isso, sempre incentivou os estu-
dos, a vida cultural e a consciência po-
lítica. Neste livro, ela faz as pazes com
o feminino, com as mulheres funda-
mentais em sua vida — afinal, quem
lavou a sua roupa? Quem penteou o
seu cabelo? Quem a defendeu nos
momentos de sufoco? Nada de quem
Djamila é existiria sem a presença e o
afeto dessas mulheres — uma, afetuo-
sa na doçura; outra, na autoridade.
“Lembro também, vó, de seu colo
quente e amoroso, das suas mãos rápi-
das que benziam meu corpo enquanto
sussurrava rezas quase incompreensí-
veis”, diz Djamila. De Dona Antônia,
que na abertura do livro aparece numa
fotografia vestida de branco, veio tam-
bém a entrega ao candomblé. Dela e da
mãe, que, quando Djamila tinha oito
anos, disse que ela deveria ser iniciada.
Um chamado que não aconteceu aos
seus irmãos. Mas um chamado que
precisou de anos para ser respondido
com a potência que merecia.
Ao voltar para a escola depois de ter
sido iniciada no candomblé, Djamila
foi alvo de muito preconceito. Ela es-
tudava no Colégio Moderno dos esti-
vadores, onde a maioria dos estudan-
tes era branca. Foi discriminada ao
aparecer com um turbante, arranca-
do por um menino para que zombas-
sem de sua cabeça careca, fruto da ini-
ciação. Por muitos anos, teve vergo-
nha de dizer que era do candomblé e
quis negar a sua religião de origem —
algo muito frequente na nossa socie-
dade, fruto do colonialismo.
Só depois de ter sido mãe, de ter se
formado em filosofia, de ter percorri-
do um trajeto considerável, aos 33
anos, Djamila conseguiu voltar para as
suas raízes. Movimento fundamental
para a pensadora que é hoje. Para fa-
zer as pazes com suas mulheres. Para
compreendê-las melhor. Aliás, com-
preensão é uma boa palavra para a es-
cuta e a leitura de Djamila — que nos
proporcionam, através de sua história,
uma compreensão do que é ser mu-
lher negra no Brasil, as dificuldades
ou à dona de casa, empregada domés-
tica, trabalhadoras de serviços consi-
derados menores. Nunca uma filósofa,
nunca uma agente de pensamento.
A compreensão vem junto com a
produção da escrita, com o enfrenta-
mento dos fantasmas e das dores que
se mantêm mesmo com o passar dos
anos. “Evitei essa conversa por muito
tempo. Confesso que sucessivos lutos
— meu pai morreu um ano após a mi-
nha mãe — me fizeram agir no auto-
mático”, afirma a autora. Agir no au-
tomático significa sucumbir à “obri-
gação de fortaleza insuportável”, não
chorar, ser forte, seguir caminhando,
enfrentando todos os olhares envie-
sados, as palavras que ferem. Quando
decidiu prestar vestibular e cursar fi-
losofia na Unifesp, Djamila ouviu
barbaridades do tipo: “Você vai aban-
donar seu filho com o pai?”. Ou, de
seu chefe, que não quis demiti-la: “É
um sonho sem sentido. (...) Nem sem-
pre se pode fazer o que se quer”.
Não foi pouca coisa que Djamila Ri-
beiro enfrentou até se tornar umas das
100 mulheres mais influentes do mun-
do na lista da BBC, vencedora de um Ja-
buti para ensaio, eleita “Personalidade
do amanhã” pelo governo francês. Se já
não é fácil para ninguém, imaginem
para uma mulher negra nascida no
Brasil? “Preto tem que andar arruma-
do”, dizia Dona Erani — pois precisa
provar que não é sujo. E isso se estende
a tudo — pretos e, sobretudo, pretas
precisam provar o tempo todo que são
quem são, e não o estereótipo que as
definem. Mas “Cartas para minha avó”
é também uma tentativa de poder des-
cansar desse lugar tão exigente, exaus-
tivo. Tendo perdido a avó aos 13 anos e
a mãe aos 20, Djamila declara: “Acredi-
to que contar minha própria história é
um modo de revivê-las”.
Ao relatar várias frases absurdas
que ouviu na vida, a autora cita a se-
guinte: “Pare com essa história de ra-
cismo, eu sou branca e sou sua amiga.
Racismo é coisa do passado, acho vo-
cê um pouco paranoica”. Ainda bem
que ela não parou — pois, se o racis-
mo começa no passado, se estende
até hoje. E sem mulheres como Dja-
mila fica difícil acreditar que possa
haver um mundo sem ele.
Tatiana Salem Levy, escritora e pesquisa-
dora da Universidade Nova de Lisboa,
escreve neste espaço quinzenalmente
E-mail: tatianalevy@gmail.com ■
16 | Valor | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Os animais fantásticos de Letrux

Música Cantora enfatiza o bom humor
em novo álbum, criado em meio ao
otimismo da retomada pós-pandemia.
Por Camilo Rocha, para o Valor,
de São Paulo
Em “Letrux Como Mulher Girafa”, ter-
ceiro álbum da cantora carioca Letrux,
animais aparecem como alegorias para
comportamentos humanos. Há lou-
va-deusas que devoram e dispensam
seus parceiros, zebras que perambulam
com elegância e serenidade e aranhas de-
dicadas a consertar a teia da vida. E há a
girafa, brincadeira com um apelido que a
artista ganhou em outro momento da vi-
da por causa do seu 1,85m de altura.
A fauna reunida por Letrux começou
a tomar corpo em um dos períodos mais
sombrios da pandemia. Em agosto de
2020, nasceu a primeira composição,
“Formiga”. A letra enfatiza a frase em in-
glês “this is so full of shit” (isso é tão sem
sentido, em tradução livre) para expres-
sar a revolta e a perplexidade que mar-
caram aquele período. “Era um momen-
to delicado. Não tinha Ministério da
Saúde, não tinha vacina”, lembra Letrux,
41, que falou ao Valor pelo telefone de
seu apartamento em Copacabana.
A pandemia levou a cantora a bus-
car refúgio na casa da família em São
Pedro da Aldeia, Região dos Lagos, li-
toral do Rio de Janeiro. Foi nessa casa
que Letrux passou muitas das férias de
sua infância, cercada de primos e tios,
como registra o documentário “Letrux
- Viver É um Frenesi”, dirigido por
Marcio Debelian e lançado em 2022.
A cantora diz que ainda não consegue
avaliar completamente as sequelas causa-
das pelo período pandêmico. Como acon-
teceu com tantos outros artistas, as possi-
bilidades de renda foram reduzidas com a
suspensão das apresentações ao vivo. Le-
trux tinha lançado seu segundo álbum,
“Aos Prantos”, em 13 de março de 2020,
dois dias depois que a OMS (Organização
Mundial da Saúde) decretou a pandemia.
Ao mesmo tempo, morar perto da na-
tureza fez a artista questionar a necessi-
dade de viver no eixo Rio-São Paulo. “Tal-
vez agora ainda tenha que viver, mas da-
qui a pouco talvez não”, especula. “Pode
ser possível passar de segunda a quinta
em um lugar perto da natureza.”
A confecção do novo trabalho res-
pondeu ao otimismo da retomada dos
anos de 2021 e 2022. Com a recupera-
ção da esperança, “o álbum foi dando
uma guinada”, de acordo com Letrux.
Foi nesse percurso que a cantora deci-
diu convidar o DJ e produtor João Bra-
sil, autor de hits como “Baranga” e
“Michael Douglas”, para trabalhar no
álbum. O resultado pode ser ouvido
em batidas dançantes e arranjos sola-
res. “Depois de tanta tragédia, de qua-
tro anos de desgoverno e de horror, eu
precisava me encaminhar para a luz.”
Letrux diz que o projeto foi um es-
forço pessoal. “Foi tudo investimento
do meu bolso. Eu até agradeço no
show quem compra merchan porque a
maioria do dinheiro veio da venda do
comércio de camisas, produtos etc.”
Para a cantora, a comicidade é um
componente essencial do novo traba-
DIVULGAÇÃO
“Depois de tanta lho. “Capricorniana engraçada, desde
tragédia, eu criança”, em sua própria definição, Le-
precisava me trux diz que a linguagem a atrai mais do
encaminhar para a que cantar ou fazer show. “Eu tenho te-
luz”, diz Letrux são por palavras”, diz, complementando
que embora muitos tenham destacado
o caráter dançante do álbum, seu objeti-
vo foi acima de tudo buscar “uma poéti-
ca que esbarra no bom humor”.
Filha de professora, Letrux foi in-
centivada pela mãe a ler livros e escre-
ver um diário, desenvolvendo o gosto
pelo texto. “Busco muitas palavras,
edito. Mas tem coisas que são um raio,
o raio que vem e corta”, descreve a ar-
tista sobre seu processo criativo. “A pa-
lavra pode vir de um livro ou de uma
criança que passa na rua gritando.”
Ainda conhecida como Letícia Pinheiro
de Novaes, Letrux formou em 2008 a ban-
da Letuce com o músico Lucas Vasconcel-
los, com quem manteve um relaciona-
mento amoroso. Com o fim do Letuce e a
separação de Lucas, Letrux lançou seu pri-
meiroálbumsolo,“LetruxemNoitedeCli-
mão”. Viabilizado por meio de financia-
mento coletivo, o álbum foi um dos maio-
res êxitos de uma geração de artistas inde-
pendentes brasileiros que ampliou seu al-
cance e reconhecimento no cenário musi-
cal dos anos 2010.
O primeiro álbum trazia um tom li-
bertário, onde Letrux cantou sobre ex-
periências e perspectivas que ecoaram
entre públicos urbanos habituados a
um olhar irônico, à sexualidade sem
culpa e à assertividade feminina. Se-
gundo a cantora, ela recebe uma “ava-
lanche” de mensagens de fãs elogian-
do sua capacidade de expressar os
pensamentos das pessoas.
“É a glória para um artista. Sempre ti-
ve a sensibilidade de captar atmosferas,
sempre fui meio esponjinha”, afirma.
“Isso pode ser ruim, mas em algum mo-
mento despertei para como utilizar esse
dom para uma coisa boa, que é a arte, é a
transformação. Não ser apenas sugada
por uma atmosfera, mas transformá-la
numa canção e botar isso pra fora.”
Entre seus admiradores está o cantor
Lulu Santos, que participa da faixa “Zebra”
no novo disco. A relação entre os dois co-
meçou há mais de uma década, quando o
cantor de “Tempos Modernos” publicou
um elogio ao Letuce no Twitter. Os dois
passaram a se seguir nas redes sociais. Na
pandemia, Lulu convidou Letrux para
atuar em um clipe seu. “A voz dele é sexy, é
chique, sou muito fã. Ele consegue ser pop
e sofisticado ao mesmo tempo. É algo
muito raro de se conseguir. Se eu puder
chegar algum dia nesse lugar, é um bom
lugar para se estar”, conclui. ■

especial teatro

música palestra exibição

Mawaca – Concerto Curtas em
Inquilinos Comentado - Concerto:
do Mundo Por que Buster Keaton
Participação de Fran Estudar Com Mauro Tanaka e
Castellar (Venezuela) e Música? Guta Roim
música Chadas Ustuntas (Turquia) Com Franz Ventura 23/7. Domingo, 11h.
21/7. Sexta, 21h. 22/7. Sábado, 18h. Consolação
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Você Vai Acreditar?”. instalação oficina bordar
21a23/7.Sextae Instalação Música e Com Coletivo
sábado,20h. Domingo,18h. Sonora Bebe - Água Som a Fio Senteacena - Vaca A Inquilina
Guarulhos Com Grupo Com Badalu Musical 25 a 28/7. Pagu 360º Direção, atuação e Com Carolyna Aguiar e
sescsp.org.br/vem Experimental 22 a 30/7. Terça a Concepção, direção e dramaturgia: Luisa Thiré
Deafkids de Música - GEM Sábados e sexta, 14h30. atuação: Laís Marques Bruna Betito Dir.: Fernando Philbert
Lançamento LP 22 e 23/7. Sábado e domingos, 10h. Consolação 18 a 22/7. Terça a Até 23/7. Até 6/8. Quinta a
“Ritos do Colapso” domingo, 10h até 18h. Guarulhos sábado, 18h e 20h. Sextas e sábado, 20h.
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Avenida Paulista Domingos, 18h30. Bom Retiro
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21/7. Sexta, 20h. 21/7 a 20/8. O Lar das Nhur e Alex Bartelli.
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domingos, 18h30. Texto, direção e Até 20/8. Sextas e
BK Ipiranga interpretação sábados, 20h.
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21 e 22/7. Sexta e sábado, 20h30. Zebra Sem do Mundo: A Última Até 29/7. Consolação
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TJSP
Empresa de
rastreamento deve
ressarcir donos de
veículo roubado
valor.globo.com/legislacao
Valor E
Sexta-feira, 21 de julho de 2023
Tributário União defende a exclusão para tentar
reduzir a conta de bilhões de reais gerada com o
julgamento da chamada “tese do século”
Justiça permite inclusão
de ICMS em cálculo de
créditos de PIS e Cofins
Arthur Rosa e Beatriz Olivon
De São Paulo e Brasília
Os contribuintes conseguiram
dois importantes precedentes na
discussão que promete se tornar a
nova “tese do século”. Duas senten-
ças, uma proferida em São Paulo e
outra no Rio de Janeiro, autorizam
a inclusão do ICMS no cálculo dos
créditos de PIS e Cofins.
Uma das decisões beneficia uma
indústria de gases industriais. A ou-
tra, uma distribuidora de bebidas.
Ambas recorreram à Justiça quando
ainda estava em vigor a Medida Pro-
visória (MP) 1.159, editada em janei-
ro, que determinava a exclusão do
ICMS do cálculo dos créditos. No fim
de maio, a medida foi incluída na Lei
nº 14.592, fruto da conversão de ou-
tra MP, de nº 1.147/2022, que trata
do Programa Emergencial de Reto-
mada do Setor de Eventos (Perse).
A União adotou essa medida pa-
ra tentar reduzir a conta de bilhões
de reais gerada com o julgamento
pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) da então chamada “tese do sé-
culo” (Tema 69). Quando estabele-
ceu a mudança por meio da MP, o
Ministério da Fazenda anunciou es-
timativa de arrecadação adicional,
para este ano, de R$ 31,8 bilhões.
Para 2024, de R$ 57,9 bilhões.
Com a edição da MP, tributaristas
começaram a preparar ações judi-
ciais, com a expectativa de que a tese
passe a ter a mesma importância da-
da à da retirada do ICMS do cálculo
das contribuições sociais. Na Justiça,
as empresas alegam que a base dos
créditos é diferente da utilizada para
Destaques
Falsidade ideológica
A 5ª Câmara Criminal do Tribunal
de Justiça de Santa Catarina (TJSC)
reconheceu a prática de falsidade
ideológica de uma mulher que,
em 2018, assumiu estar no co-
mando de motocicleta — na ver-
dade, presente que dera ao filho
— quando duas infrações de trân-
sito foram registradas na mesma
data e local, em um pequeno mu-
nicípio do Vale do Itajaí. Tratavam
de dirigir o veículo sem calçado
seguro e pilotar com apenas uma
das mãos. Ela subscreveu as infra-
ções mesmo que, no documento
oficial, constasse que o veículo era
pilotado por um homem. A diver-
gência de sexo do condutor cha-
mou a atenção do funcionário
responsável pela análise das infra-
ções de trânsito no município,
tanto que registrou boletim de
ocorrência a esse respeito. O
agente de trânsito que confeccio-
nou o auto de infração garantiu
que o condutor da moto era um
homem, pois era um dia de verão
e ele vestia bermuda e camiseta,
com capacete que tinha apenas
viseira, “sem a queixeira”, de for-
ma que foi possível constatar per-
feitamente que se tratava de um
“masculino”. O rapaz, acrescen-
tou, já era conhecido dos agentes
de trânsito locais por outras situa-
ções de risco (processo nº
00008157120188240050).
a apuração do PIS e da Cofins.
A decisão que beneficia a dis-
tribuidora de bebidas foi conce-
dida pela 2ª Vara Federal de Mogi
das Cruzes (SP). Na sentença, o
juiz Paulo Bueno de Azevedo des-
taca que em nenhum momento a
decisão do STF trata da base de
cálculo dos créditos das contri-
buições sociais, muito menos da
inclusão do ICMS (processo nº
5001361-70.2023.4.03.6133).
“Exclusão do ICMS
aumenta de modo
relevante e
substancial a carga
tributária”
Frana E. Mendes
“O crédito no PIS e Cofins não le-
vava em consideração o efetivo va-
lor pago na tributação. Assim, não
existe uma correlação necessária
entre a exclusão do ICMS da base de
cálculo do PIS e da Cofins e a sua in-
clusão no direito de crédito”, afir-
ma o juiz. “A exclusão do ICMS do
cálculo dos créditos do PIS e da Co-
fins viola a não cumulatividade.”
Ele destaca na sentença que essa
previsão estava em MP, que perdeu
a validade, e acabou incluída na Lei
do Perse. “Vê-se a completa ausên-
cia de pertinência temática, atuan-
do o Congresso no que o Supremo
Tribunal Federal chamou de ‘con-
Carf autoriza benefício fiscal a produtor rural
Beatriz Olivon
De Brasília
A 1ª Turma da Câmara Superior
do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf) autorizou o
enquadramento do cultivo de ca-
na-de-açúcar no benefício de “de-
preciação acelerada” — que permi-
te a dedução antecipada de custos.
É a primeira decisão de que se tem
notícia nesse sentido desde uma
mudança na norma contábil em
2009. Os conselheiros, por maioria
de votos, levaram em consideração
o fato de a plantação de cana não
se extinguir a cada corte.
A depreciação acelerada é pre-
vista no artigo 6º da Medida Provi-
sória nº 2.159-70/2001 — que alte-
rou a legislação do Imposto de
Renda. Estabelece que “os bens do
ativo permanente imobilizado, ex-
ceto a terra nua, adquiridos por
pessoa jurídica que explore a ativi-
dade rural, para uso nessa ativida-
de, poderão ser depreciados inte-
gralmente no próprio ano da aqui-
sição”. A medida gera redução
imediata do lucro a ser tributado.
Em 2009, porém, houve mudan-
ça na legislação. Passou a valer re-
gra do Comitê de Pronunciamen-
tos Contábeis que classifica os re-
cursos naturais como ativos bioló-
trabando legislativo’ com a intro-
dução de matéria estranha em me-
dida provisória inicialmente pro-
mulgada com outra temática”, diz.
De acordo com Felipe Mano Mon-
teiro do Paço, sócio do FAV Advoga-
dos, representante da empresa na
ação, o juiz acatou tanto o ponto do
mérito, de que o crédito de PIS e Co-
fins é auferido pelo método “base
contra base”, diferente do que acon-
tece no ICMS, quanto a alegação do
“contrabando legislativo”.
No Rio de Janeiro, a sentença fa-
vorável à indústria de gases indus-
triais foi concedida pela 26ª Vara
Federal. Para a juíza Frana Elizabe-
th Mendes, a exclusão do ICMS do
cálculo dos créditos de PIS e Cofins
“aumenta de modo relevante e
substancial a carga tributária do
contribuinte” (processo nº
5005005-17.2023.4.02.0000).
A magistrada acrescenta que o
STF se posicionou, inúmeras vezes,
no sentido de que o método de apu-
ração do PIS e da Cofins se diferencia
daquele de apuração do IPI e do
ICMS, e que haveria autorização, em
razão da não cumulatividade, para
inclusão dos custos e despesas na
aquisição de mercadorias. “Estaria
neste conceito incluída a despesa
advinda com o ICMS na aquisição da
mercadoria, para a aferição da base
de cálculo de tais contribuições.”
Apesar da decisão favorável,
houve desistência do processo. Co-
mo foi ajuizado com base na MP nº
1.159, explica o advogado do con-
tribuinte, Ricardo Cosentino, sócio
do Mattos Filho Advogados, op-
tou-se por ajuizar uma nova ação
DIVULGAÇÃO
“Além da questão
jurídica, é
necessária a
análise técnica em
relação à parte
biológica da cana”
Henrique Erbolato
TST
Correios devem
reintegrar
funcionária
valor.globo.com/
legislacao
Advogado Felipe Mano Monteiro do Paço: juiz acatou tanto o ponto do mérito quanto a alegação de contrabando legislativo
tratando de toda a discussão. E a
mesma juíza, acrescenta, irá julgar
novamente a questão.
Além da sentença, Cosentino des-
tacaaimportânciadevotoproferido
pelo desembargador William Dou-
glas, relator de um outro caso sobre
o tema no Tribunal Regional Federal
da 2ª Região (TRF-2), que “não é exa-
tamente um tribunal muito favorá-
vel ao contribuinte”. O caso envolve
uma fabricante de canetas. “Está su-
percompleto. O julgador estudou
muito bem o tema.”
Para o desembargador, o ICMS é
um custo de aquisição e deve com-
por a base de crédito do PIS e da Co-
fins, com fundamento no princípio
da não cumulatividade. E acrescen-
ta: “Por mais que se entenda a preo-
cupação com as contas públicas, e
com a lógica adotada, efetuar alte-
rações legislativas é um ato que
precisa ser visto com cautela. One-
rar o contribuinte é prejudicar a
atividade daqueles que podem
contribuir para o crescimento e
equilíbrio econômico do país.”
Nesse caso, o contribuinte havia
gicos — e não mais como ativos
imobilizados. A divergência entre
contribuinte e Receita Federal se
dá justamente sobre quais ativos
dariam direito ao benefício.
Na autuação julgada pelo Carf, a
Receita Federal apontou que, em
2013 e 2014, a Santa Luzia Agrope-
cuária deduziu do lucro líquido, a
título de depreciação incentivada
acelerada, além dos bens do ativo
permanente (caminhões, tratores,
máquinas e equipamentos agríco-
las), custos com a formação das la-
vouras de cana-de-açúcar registra-
dos em suas contas do ativo.
A fiscalização apontou infração
ao regulamento do Imposto de
Renda. Na autuação fiscal, afirma
que o Parecer Normativo Cosit nº
18, de 1979, indica a submissão
das lavouras de corte ao processo
de exaustão, e não de depreciação.
No julgamento, realizado no dia
11, o advogado da empresa, Pedro
Soares Marquesini, disse, em sus-
tentação oral, que a lei não utiliza
o termo fruto, mas fala em perda
de valor. “A cada colheita a produ-
tividade do canavial é diminuída,
segundo o laudo técnico, mas a
planta não é extinta”, explicou.
Prevaleceu no julgamento o
voto da relatora, conselheira Lí-
via de Carli Germano. De acordo
& Tributos SP
obtido liminar no TRF-2. Foi con-
cedida pelo desembargador Wil-
liam Douglas, da 3ª Turma. Porém,
como a sentença foi desfavorável,
o julgamento do recurso (agravo
de instrumento) pelo colegiado
perdeu o objeto. O contribuinte
vai recorrer da sentença.
Douglas Campanini, da Athros
Auditoria e Consultoria, destaca o
fato de a Justiça estar levando em
consideração também, nessa tese, o
chamado “contrabando legislativo”.
“O processo legislativo não seguiu
de maneira adequada, ferindo a Lei
Complementar nº 95/98. Se não tem
conexão com a matéria, não poderia
“Em nenhum
momento a decisão
do STF trata da
base de cálculo dos
créditos”
Paulo B. de Azevedo
com ela, a cana-de-açúcar não
produz frutos no sentido bioló-
gico do termo, mas produz algo
constantemente e o que se retira
é o que cresce de novo.
“É um bem mais próximo de
depreciação que de exaustão”, dis-
se a representante dos contribuin-
tes, acrescentando que os bens
submetidos à depreciação têm vi-
da útil, já ativos submetidos à
exaustão são os que perdem valor
em razão da própria exploração e
não em função do tempo.
A divergência foi aberta com o vo-
to da conselheira Edeli Pereira Bessa,
indicada pela Fazenda. “Sempre vo-
teinosentidodequecana-de-açúcar
sesujeitaàexaustão.Nãofuiconven-
cida a mudar esse entendimento”,
afirmou. Ainda segundo a conse-
lheira, o legislador usou o termo de-
preciação e nunca alterou o disposi-
tivo. “A lavoura não se beneficia da
depreciação acelerada.”
Na sessão, a relatora afirmou que
a Câmara Superior em diversas com-
posições já discutiu se a lavoura ca-
navieira está sujeita à exaustão ou
depreciação para fins do benefício
fiscal do Imposto de Renda.
No ano passado, os contribuintes
obtiveram um outro precedente im-
portante sobre a questão. A 1ª Tur-
ma da Câmara Superior reconheceu
Opinião Jurídica
Reforma e o
Código de
Defesa do
Contribuinte
E2
DIVULGAÇÃO
ter sido incluída naquela outra MP.”
Em nota, a Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional (PGFN) in-
forma que vai recorrer da decisão
da 2ª Vara Federal de Mogi das
Cruzes e destaca que o TRF da 3ª
Região “tem se posicionado de
forma favorável ao pleito fazen-
dário”. Cita alguns precedentes,
entre eles, agravo de instrumento
de relatoria do desembargador
Johonsom di Salvo, da 6ª Turma
(nº 5013529-73.2023.4.03.0000).
A PGFN entende que, “com base
na regra definida no Tema 69 da Ju-
risprudência do STF, a MP nº 1.159,
de 2023, redimensionou não só a
base de cálculo das contribuições
para o PIS/Cofins sob a ótica da co-
brança do tributo, mas também do
ponto de vista da higidez da técnica
de não cumulatividade e do equilí-
brio orçamentário da Seguridade
Social, por intermédio da exclusão
da possibilidade de descontar crédi-
tos calculados em relação ao ICMS
que tenha incidido na operação de
aquisição, sem que haja qualquer le-
são ao princípio da legalidade”.
a possibilidade de abatimento do
IRPJ e da CSLL de despesas com aqui-
sição de ativos naturais que se esgo-
tam na exploração da atividade, co-
mo florestas. Com isso, os conselhei-
ros estenderam o benefício fiscal da
depreciação acelerada para todos os
ativos do produtor rural (processo
nº 10680.726808/2012-12).
De acordo com o advogado
Henrique Munia e Erbolato, do
SNA Advogados, as decisões do
Carf sobre depreciação acelera-
da, até 2015, eram contrárias às
empresas. Passaram a ser favorá-
veis em 2019, acrescenta, e então
voltaram a ser contrárias.
Além da questão jurídica, diz,
é necessária a análise técnica em
relação à parte biológica da cana,
já que a planta não é extinta e re-
plantada todo ano. “Essa discus-
são com base na análise da plan-
tação tem vindo à tona”, afirma.
Rafael Serrano, sócio do CSA
Advogados, explica que a depre-
ciação acelerada garante a inte-
gral dedução do gasto, como se
houvesse uma antecipação da
perda de valor que vai ocorrer.
No caso, o Carf analisa se a perda
de valor com a lavoura de cana é
depreciação ou exaustão — o que
define se é possível deduzir tudo
de uma vez ou não.
E2 | Valor | São Paulo | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

Legislação&Tributos SP

Reforma e o
A
s notícias em geral Esta “Reforma Tributária” nasce, evitamos um sistema tributário solução de conflitos (arbitragem, observados por estes, bem como
trazem a em nossa visão, incompleta, e não que tenha como norte a mediação, transação), a necessidade de cooperação
informação de que pelo fato de depender, quase que sanha arrecadatória a todo aperfeiçoamento e padronização com o Fisco, reforçando sua
Código de a tão sonhada
“Reforma
por inteiro, da regulamentação
por Leis Complementares, mas por
custo e que tem sido, em
nossa visão, a bússola há
de processos administrativos
(defesa, recursos, etapas, prazos,
importância e a inexistência de
proteção ao “sonegador”, tido

Defesa do
Tributária” foi aprovada pela existir a necessidade, já antiga e décadas em nosso país. provas), maior observância dos como devedor contumaz, o qual
Câmara dos Deputados e incontroversa, de estabelecer um Não se trata de instituir o precedentes, prazos para se utiliza reiteradamente de
seguirá ao Senado com o pacto jurídico para concretizar a “Código dos Sonegadores” como decisões administrativas e fraudes para não pagar tributos

Contribuinte provável acolhimento,

inaugurando mudanças
significativas no sistema
segurança jurídica. Existe uma
sede inigualável por se beber de
um sistema que seja previsível,
dizem, indevidamente, por aí,
mas, conhecendo que o
contribuinte é parte vulnerável
restituições (“mora da
administração pública”),
procedimentos para
devidos, gerando, a partir deste
artifício, uma concorrência
desleal em comparação
tributário brasileiro, confiável e estável, permitindo que da relação jurídica tributária, dar imputação de responsabilidade e aqueles que agem dentro da
Opinião Jurídica especialmente, quanto à
tributação do consumo.
os contribuintes possam realizar
suas condutas sabendo dos seus
efetividade aos direitos e
garantias, hoje em dia,
solidariedade de
terceiros, limites às sanções,
legalidade e boa-fé.
Se há disposição política e
Este artigo não pretende tratar efeitos positivos e negativos, vilipendiados com frequência e, entre outros temas. boa vontade para se “reformar”
exatamente deste texto aprovado sem nenhuma surpresa no por ausência de clareza e Dentro das previsões o sistema tributário a fim de
Fábio P. Calcini que, em uma análise detida, percorrer do caminho. determinação, na legislação, estabelecidas, inclusive, cabe favorecer o desenvolvimento do
apesar de alguns pontos Se o momento é de mudança vaticinados até mesmo pelo destacar a necessidade de ajustar país e da sociedade em geral,
positivos, revela um objetivo do sistema tributário e de Poder Judiciário, o qual deveria o tema da mora da nada mais adequado e justo,
muito mais voltado ao Estado — disposição política para atender ter a missão de proteger. administração pública a fim de para chancelar este momento,
como entidade — do que a este pleito de “reforma”, Revelaria, portanto, uma realizar o do que termos a aprovação do
efetivamente resguardar e pensando no “bem da sociedade medida para concretizar e ressarcimento/restituição dos Código de Defesa do
aperfeiçoar os direitos e e da nação”, nos parece coerente aperfeiçoar os direitos e créditos, por exemplo, que Contribuinte, contribuindo um
garantias dos contribuintes. Isto e indispensável, o breve e urgente garantias estabelecidos no decorrerão da não pouco para se concretizar a tão
porque, em resumo, teremos três aperfeiçoamento dos Projetos de próprio texto constitucional, cumulatividade prevista para o desejada segurança jurídica,
novos tributos e um longo Lei Complementar nº 17/2002 e que é o ponto de partida para CBS e IBS, especialmente, para pilar fundamental do Estado
período de transição convivendo 125/2022, para que seja todo o sistema jurídico. exportações e da cadeia do Democrático de Direito.
com todos os demais já aprovado o Código de Tais projetos resguardam e agronegócio e alimentos, sendo
existentes, sem contar a Defesa do Contribuinte. confirmam diversos direitos e completamente inviável a espera Fábio Pallaretti Calcini é sócio do Brasil
constitucionalização da O Código de Defesa do garantias dos contribuintes, do período de 360 dias, cabendo Salomão e Matthes Advocacia, doutor
aberração jurídica das Contribuinte, embora não seja sendo um resgate à legalidade e o ajuste para um prazo célere e em Direito pela PUC/SP e professor da
contribuições estaduais panaceia para todos os males segurança jurídica, trazendo não razoável de até 60 dias ou mesmo FGV Direito SP e Ibet.
destinadas aos fundos, gerando, que assolam o dia a dia nas somente princípios, direitos e procedimentos onde a devolução
ao menos por este período, mais questões fiscais, consiste em deveres gerais à interpretação e seja imediata com posterior Este artigo reflete as opiniões do autor,
complexidade do que importante veículo normativo aplicação das leis tributárias, fiscalização e cobrança. e não do jornal Valor Econômico.
simplificação. Quiçá o de proteção dos direitos e como também consagram Importante lembrar que, O jornal não se responsabiliza e nem
Senado realize ajustes e garantias constitucionais e direitos processuais e embora o ponto central sejam os pode ser responsabilizado pelas
aperfeiçoamentos, legais do cidadão comum e do substanciais de grande direitos e garantias dos informações acima ou por prejuízos
entre eles, excluindo setor produtivo, impedindo ou importância para o cotidiano, contribuintes, o código também de qualquer natureza em decorrência
referida contribuição. reduzindo abusos. Com isso, como métodos preventivos de apresenta deveres que devem ser do uso dessas informações

CRT4 – Central de Registro de Títulos e Ativos S.A. Aviso de Licitação

CNPJ nº 31.836.472/0001-02 - NIRE 35300526937
Ata da Reunião do Conselho de Administração Realizada em 28 de fevereiro de 2023
Data, Hora, Local: 28.02.2023, às 11 horas, por meio eletrônico. Convocação: convocada pelo Sr. Jorge Lauriano
Nicolai Sant´Anna, na qualidade de presidente do Conselho de Administração por meio eletrônico, no dia 24.02.2023.
Presença: Os conselheiros Srs. André Jafferian Neto, João Ayres Rabelo Filho, Jorge Lauriano Nicolai Sant´Anna, Mar-
celo Andrade Clara, Nelson Rocha Augusto e Ricardo Gelbaum. Mesa: Presidente: Jorge Lauriano Nicolai Sant´Anna,
Secretário: André Jafferian Neto. Deliberações Aprovadas: o aumento do capital social, dentro do limite do capital
autorizado, nos termos do Estatuto Social, de R$83.000.000,00, para R$109.000.000,00, representando um aumento
de R$26.000.000,00, mediante a emissão de 26.000.000 novas ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, ao
preço de R$1,00 cada (“Aumento de Capital”), a ser integralizado na forma conforme descrito abaixo. (i) A integraliza-
ção das novas ações emitidas no contexto do Aumento de Capital, deverá ser realizada em 8 parcelas mensais conse-
cutivas, devidas sempre nos dias 15 de cada mês, sendo que a primeira parcela será devida em 15.04.2023, e as demais
parcelas serão devidas em cada uma das respectivas datas de integralização, de acordo com as datas e montantes in-
dicados na tabela a seguir: Parcela - Data de Integralização - Montante a ser Integralizado: 1ª, 15.04.2023,
R$6.000.000,00; 2ª, 15.05.2023, R$5.000.000,00; 3ª, 15.06.2023, R$5.000.000,00; 4ª, 15.07.2023, R$2.000.000,00;
5ª, 15.08.2023, R$2.000.000,00; 6ª, 15.09.2023, R$2.000.000,00; 7ª, 15.10.2023, R$2.000.000,00; 8ª, 15.11.2023,
R$2.000.000,00. (ii) Adicionalmente, de acordo com o disposto no item 2.3.3 do “Protocolo e Justificação de Incor-
poração das Ações de Emissão da CRT4 – Central de Registro de Títulos e Ativos S.A. pela CIP S.A.” celebrado em
29.12.2022, pelas administrações da Companhia e da CIP S.A.,S/A, com sede em São Paulo/SP, CNPJ 44.393.564/0001-
07 (“CIP”) e aprovado pelas respectivas assembleias gerais em 27.02.2023 (“Protocolo e Justificação”), e sujeito à
verificação de determinadas condições suspensivas, a CIP ficará responsável pela integralização de eventuais novas
ações emitidas no contexto do Aumento de Capital que não estejam totalmente integralizadas até a Data da Consuma-
ção da Operação (conforme definido no Protocolo e Justificação), respondendo integralmente por quaisquer perdas e
danos incorridos pelos atuais acionistas da Companhia em razão de eventual aplicação do artigo 108 da Lei 6.404/76,
conforme alterada. (iii) Ainda, nos termos do item 2.3.2 do Protocolo e Justificação, o montante efetivamente integra-
lizado pelos atuais acionistas da Companhia decorrentes do Aumento de Capital até a Data da Consumação da Ope-
ração, deverão ser ressarcidos pela CIP por meio de ajuste proporcional ao Resgate Base (conforme definido no Proto-
colo e Justificação), com base real por real, deduzido de quaisquer custos devidos pela Companhia a quaisquer de seus
assessores financeiros ou jurídicos em conexão com ou como consequência da assinatura ou consumação da Opera-
ção (conforme definido no Protocolo e Justificação), sendo certo que tal valor estará sujeito a um limite máximo de
R$10.000.000,00, podendo ser acrescido em até R$10.000.000,00, nos termos do Protocolo e Justificação. (iv) Os bo-
letins de subscrição assinados devem ser enviados à Companhia, em 3 vias, até o dia 30.03.2023. (v) Eventuais sobras
serão rateadas entre os acionistas que manifestarem a intenção de subscrevê-las, conforme disposto no próprio bole-
tim de subscrição, para integralização a ser realizada na forma conforme estabelecida acima. (vi) Os Srs. Conselheiros
ratificam que o capital social passa a ser de R$109.000.000,00, representado por 108.834.400 ações ordinárias, no-
minativas e sem valor nominal. Encerramento: Nada mais. São Paulo, 28.02.2023. Presentes: Srs. André Jafferian
Neto, João Ayres Rabelo Filho, Jorge Lauriano Nicolai Sant´Anna, Marcelo Andrade Clara, Nelson Rocha Augusto e Ri-
cardo Gelbaum. JUCESP nº 282.163/23-2 em 14.07.2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
OUTBACK STEAKHOUSE RESTAURANTES BRASIL S.A.
CNPJ nº 17.261.661/0001-73 - NIRE 35.300.463.412
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA - EDITAL DE CONVOCAÇÃO
São convocados os acionistas da OUTBACK STEAKHOUSE RESTAURANTES BRASIL S.A.
(“Companhia”), na forma prevista no Artigo 124 da lei nº 6.404/76, para se reunirem em Assembleia
Geral Extraordinária a ser realizada no dia 31 de julho de 2023, às 10:00 horas, na sede da
Companhia, localizada na Capital do Estado de São Paulo, na Av. das Nações Unidas, 12.901,
Torre Oeste, Bloco C, 4º andar, Conjunto 401, Dep 12 e 13, Tipo G 4SS G4, Brooklin, CEP 04578-
000, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: (i) ratificar e aprovar a aquisição, pela
Companhia, e subsequente cancelamento de suas próprias ações preferenciais, sem redução do
capital social, das classes MP-AB01, MP-AB06, MP05, MP80 e JVPa44; (ii) ratificar e aprovar a
criação das novas classes de ações preferenciais MP-AB21, MP156, MP158, JVPd156 e JVPd158
de acordo com o plano de expansão da Companhia; (iii) aprovar o aumento do capital social no valor
de R$ 314.982,00, mediante a emissão de novas ações preferenciais nominativas, sem direito a voto
e sem valor nominal, com prioridade na distribuição de dividendos fixos; (iv) aprovar a alteração do
Estatuto Social para remover a previsão de comunicação via fac-símile; e (v) aprovar a alteração
dos Artigos 4º e 10º e a consolidação do Estatuto Social da Companhia para refletir as deliberações
aprovadas pelos acionistas. Os documentos pertinentes às matérias a serem debatidas encontram-
se à disposição dos acionistas, a partir desta data, na sede da Companhia. O acionista que desejar
ser representado por procurador constituído na forma do Artigo 126, §1º, da Lei nº 6.404/76 deverá
depositar o respectivo mandato na sede da Companhia até 24 horas antes da realização da
Assembleia. São Paulo, 21 de julho de 2023. Pierre Albert Berenstein - Diretor.
COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E URBANO
DO ESTADO DE SÃO PAULO - CDHU
C.N.P.J. 47.865.597/0001-09 - NIRE 3530003189-0
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Ficam convocados os Senhores Acionistas da Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU, a reunirem-se em
Assembleia Geral Extraordinária, a realizar-se no dia 27 de Julho de 2023, às
11:00 horas, na sede social, à Rua Boa Vista, n.º 170, 13º andar, nesta Capital, a
fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia:
1. Eleição de membro para o Conselho de Administração;
2. Outros assuntos de interesse da Companhia.
LAIR ALBERTO SOARES KRÄHENBÜHL
Presidente do Conselho de Administração
A PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA CAMPINA Torna Público que se encontra aberta a Licitação, na Modalidade
PREGÃO ELETRÔNICO - Tipo Menor Preço por Item, tendo como Objeto: AQUISIÇÃO DE PLAYGROUND, conforme
melhor especificado no Edital do Pregão Eletrônico nº 055/2023 – Proc. Adm. Nº 2851/2023. Data e horário do
recebimento das propostas: até às 09h do dia 17/08/2023. Data e horário do início da disputa: 09h01 do dia
17/08/2023; através da Licitanet - licitações on line. Edital na integra disponível no Endereço Eletrônico https://
www.novacampina.sp.gov.br/ e www.licitanet.com.br, outras informações por meio do Fone (15) 3535-6100 -
Sessão de Licitações.
FUNDAÇÃO AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ
CNPJ nº 11.513.961/0001-16
AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 004/2023
Comunicamos que está aberta a Licitação (Pregão Eletrônico nº 004/2023) pelo tipo Menor Preço Global. Objeto: contratação de empresa
para prestação de serviços para desenvolvimento de site/portal na internet dos Comitês PCJ. Esta licitação será realizada nos dias 24 de
julho de 2023 e 04 de agosto de 2023 pelo sistema eletrônico e-licitações do Banco do Brasil, com acesso em www.licitacoes-e.com.br.
O Edital completo encontra-se à disposição no site www.agencia.baciaspcj.org.br e no site www.comitespcj.org.br.
Tony Douglas Segatto - Pregoeiro.
Sergio Razera - Diretor-Presidente.
EDITAL
Processo Digital nº: 1001228-17.2021.8.26.0047
Classe: Assunto: Desapropriação - Desapropriação por Utilidade Pública / DL 3.365/1941
Requerente: Entrevias Concessionária de Rodovias S.A.
Requerido: Augusto Gonçalves da Motta e outro
EDITAL PARA CONHECIMENTO DE TERCEIROS INTERESSADOS, COM PRAZO
DE 10 (DEZ) DIAS, EXPEDIDO NOS AUTOS DO PROC. Nº 1001228-17.2021.8.26.0047.
O(A) MM. Juiz(a) de Direito da Vara da Fazenda Pública, do Foro de Assis, Estado de São Paulo, Dr(a).
Paulo André Bueno de Camargo, na forma da Lei, etc. FAZ SABER A TERCEIROS INTERESSADOS NA LIDE
que o(a) ENTREVIAS CONCESSIONÁRIA DE RODOVIAS S.A., CNPJ n. 26.664.057/0001-89, move uma
ação de Desapropriação - Desapropriação por Utilidade Pública / DL 3.365/1941 em face de Augusto Gon-
çalves da Motta, CPF n. 532.374.638-68 e Elizabeth Holzhausen da Motta, CPF n. 042.943.248-80,
objetivando a desapropriação da área de 591,42 m2, devidamente caracterizadas em Memorial Descritivo
e Planta Individual de Desapropriação, a ser destacada da matrícula de n. 4.476 do Cartório de Registro
de Imóveis da Comarca de Assis, declarados de utilidade pública conforme Decreto Estadual nº 51.796,
datado de 09.05.07. Para o levantamento dos depósitos efetuados, foi determinada a expedição de edital
com o prazo de 10 (dez) dias a contar da publicação no Órgão Oficial, nos termos e para os fins do Dec. Lei
nº 3.365/41, o qual, por extrato, será afixado e publicado na forma da lei. NADA MAIS. Dado e passado
nesta cidade de Assis, aos 30 de maio de 2023.
OPEA SECURITIZADORA S.A. - CNPJ nº 02.773.542/0001-22
(sucessora legal da Planeta Securitizadora S.A., CNPJ nº 07.587.384/0001-30)
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA ESPECIAL DE TITULARES DOS CERTIFICADOS
DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS DAS 180ª, 181ª E 182ª SÉRIES DA 4ª EMISSÃO
(IF 21D0733766, 21D0733780 e 21D0733947) DA OPEA SECURITIZADORA S.A.
Ficam convocados os Srs. titulares dos Certificados de Recebíveis Imobiliários das 180ª, 181ª e 182ª Séries da 4ª Emis-
são da Opea Securitizadora S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 02.773.542/0001-22 (“Titulares dos CRI”, “CRI” e “Emisso-
ra”, respectivamente), nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários para Emissão de Certificados de
Recebíveis das 180ª, 181ª e 182ª Séries da 4ª Emissão, celebrado em 22 de abril de 2021, conforme aditado (“Termo
de Securitização”), a reunirem-se em Assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”), a realizar-se no dia 10
de agosto de 2023, às 11:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft Teams, sendo
o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI devidamente habilitados, nos termos
deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 60, de 23 de de-
zembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da Ordem do Dia: (i) Aprovar
a inclusão da Cláusula 7.1.1 no Termo de Securitização, para prever a aceleração da Amortização dos CRI Seniores, para
que, a partir da data de realização da Assembleia, caso aprovada a presente matéria (“Data Aceleração CRI Seniores”),
os recursos disponíveis na Conta Centralizadora, após o pagamento dos itens “a”, “b” e “c” da Cascata de Pagamen-
tos, indicados na Cláusula 7.1 do Termo de Securitização, sejam utilizados da seguinte forma: (i) se o índice de seniori-
dade for superior a 75% (setenta e cinco por cento) exclusivamente para: (a) pagamento da Remuneração dos CRI Se-
niores; (b) Amortização Programada dos CRI Seniores; e (c) Amortização Extraordinária dos CRI Seniores; e (ii) se o ín-
dice de senioridade for inferior a 75% (setenta e cinco por centos), exclusivamente para: (a) pagamento da Remunera-
ção dos CRI Seniores; (b) Amortização Programada dos CRI Seniores; (c) pagamento da Remuneração dos CRI Subor-
dinados; e (d) Amortização Extraordinária dos CRI Seniores, sendo certo que referida matéria somente será deliberada
pelos Titular(es) do(s) CRI Seniores, se aprovada a matéria pelos Titular(es) do(s) CRI Subordinados, de acordo com o
previsto na Cláusula 12.8.3 do Termo de Securitização; (ii) A concessão de anuência prévia para realização da venda
dos imóveis cuja propriedade foi consolidada em nome da Emissora, no âmbito da Emissão, após realização do primei-
ro e segundo leilões, sem arrematante, por quantia inferior ao saldo devedor do respectivo Crédito Imobiliário, limita-
do ao valor da venda forçada a ser apurado, em cada caso, em laudo de avaliação a ser elaborado por uma das seguin-
tes empresas: (a) FBC Engenharia de Avaliação Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 47.416.706/0001-00; ou (b) M2G2 Imó-
veis Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 20.665.151/0001-76; ou (c) Galache Engenharia Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº
02.358.652/0001-28; ou (d) EEMOVEL Serviços de Informações Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº 21.519.937/0001-48
(“Empresas Avaliadoras”), sendo que os custos da avaliação serão arcados com recursos do Patrimônio Separado, de
forma que os recursos provenientes da eventual venda dos Imóveis, deverão ser utilizados pela Emissora, para a reali-
zação da Amortização Extraordinária dos CRI Seniores, conforme Cascata de Pagamentos prevista na Cláusula 7.1 do
Termo de Securitização, observada a alteração a ser eventualmente implementada em decorrência do item (i) da Or-
dem do Dia, se aprovado; (iii) O pagamento dos Créditos Imobiliários inadimplentes em que a razão entre o valor da
dívida e o valor do imóvel (“LTV”) seja superior à 100% (cem por cento), por meio de dação em pagamento do imó-
vel, nos termos do artigo 26, § 8º da Lei 9.514 de 20 de novembro de 1997 (“Lei 9.514”), sendo certo que qualquer
imóvel recebido em dação em pagamento deverá ser vendido pela Emissora, inclusive por meio de terceiros por ela
contratados com recursos do Patrimônio Separado, de acordo com os procedimentos previstos nos Documentos da
Operação, de forma que os recursos provenientes da eventual venda do imóvel, deverão ser utilizados pela Emissora
para a realização da Amortização Extraordinária dos CRI, observada a Cascata de Pagamentos, passando a vigorar a
Cláusula 13.1 do Contrato de Cessão, com a seguinte redação: “13.1 Forma de Pagamento: Todos os pagamentos de-
vidos nos termos deste Contrato de Cessão deverão ser feitos em moeda corrente nacional e em recursos imediata-
mente disponíveis, da seguinte forma: (i) se devidos à Cedente, por meio de realização de depósito de recursos imedia-
tamente disponíveis na Conta de Livre Movimentação; e (ii) se devidos à Cessionária, por meio de depósito de recur-
sos imediatamente disponíveis na Conta Centralizadora 13.1.1. Os Créditos Imobiliários inadimplentes, em que a razão
entre o valor da dívida e o valor do imóvel (“LTV”) seja superior à 100% (cem por cento) poderão ser pagos por meio
de dação em pagamento do Imóvel, nos termos do artigo 26, § 8º da Lei 9.514, desde que previamente informado pela
Cedente à Cessionária.” As matérias acima indicadas deverão ser consideradas pelos Titulares dos CRI de forma inde-
pendente no âmbito da Assembleia, de modo que a não deliberação ou a não aprovação a respeito de qualquer uma
delas, não implicará automaticamente a não deliberação ou não aprovação de qualquer das demais matérias constan-
tes da ordem do dia. A Assembleia será realizada de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft
Teams e seu conteúdo será gravado pela Emissora. O acesso à plataforma será disponibilizado pela Emissora indivi-
dualmente para os Titulares dos CRI que enviarem à Emissora e ao Agente Fiduciário, por correio eletrônico para
ri@opeacapital.com, agentefiduciario@vortx.com.br e jma@vortx.com.br, a confirmação de sua participação na As-
sembleia, acompanhada dos Documentos de Representação (conforme abaixo definidos) impreterivelmente até 2
(dois) dias úteis antes da realização da Assembleia, para validação de sua participação. Para os fins da Assembleia, con-
sidera-se “Documentos de Representação”: a) participante pessoa física: cópia digitalizada de documento de
identidade do Titular dos CRI; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da res-
pectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos
para sua representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identi-
dade do procurador; e b) demais participantes: cópia digitalizada do estatuto/contrato social (ou documento
equivalente), acompanhado de documento societário que comprove a representação legal do Titular dos CRI (i.e. ata
de eleição da diretoria) e cópia digitalizada de documento de identidade do representante legal; caso representado
por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou as-
sinatura eletrônica com certificado digital, com poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorga-
da há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento de identidade do procurador. Os Titulares dos CRI poderão
optar por exercer seu direito de voto, sem a necessidade de ingressar na videoconferência, enviando à Emissora e ao
Agente Fiduciário a correspondente manifestação de voto à distância, nos correios eletrônicos ri@opeacapital.com,
agentefiduciario@vortx.com.br e jma@vortx.com.br, respectivamente, conforme modelo de Manifestação de
Voto à Distância anexo à Proposta da Administração, disponibilizada pela Emissora na mesma data de divulga-
ção deste Edital de Convocação em seu website (www.opeacapital.com) e no website da CVM. A manifestação
de voto deverá estar devidamente preenchida e assinada pelo Titular dos CRI ou por seu procurador, conforme
aplicável e acompanhada dos Documentos de Representação. Os votos recebidos até o início da Assembleia por
meio da Manifestação de Voto à Distância serão computados como presença para fins de apuração de quórum e
as deliberações serão tomadas pelos votos dos presentes na plataforma digital, observados os quóruns previstos
no Termo de Securitização. Contudo, em caso de envio da manifestação de voto de forma prévia pelo Titular dos
CRI ou por seu procurador com a posterior participação na Assembleia via acesso à plataforma, o Titular dos CRI,
caso queira, poderá votar na Assembleia, caso em que o voto anteriormente enviado deverá ser desconsiderado.
Os termos ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não estiverem aqui definidos têm o significado que
lhes foi atribuído nos Documentos da Operação. São Paulo, 20 de julho de 2023. OPEA SECURITIZADORA S.A.
Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune - Cargo: Diretora de Relações com Investidores

PREFEITURA DE ROSANA
RESUMO DO EDITAL DE LICITAÇÃO
Processo nº 0070/2023 - Pregão (Presencial) nº 055/2023.
Objeto: registro de preços para aquisição e instalação de 04 (quatro) Playgrounds, para a mu-
nicipalidade, em atendimento a solicitação da Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura, com
entrega parcelada, pelo período que corresponde até 12 (doze) meses, conforme Anexo I.
A Prefeitura de Rosana faz saber que acha-se aberta a licitação na modalidade
Pregão(Presencial) nº 055/2023, tendo por objeto o supra-citado, a ser realizado às 08:00
horas do dia 04/08/2023. O edital e seus anexos, poderão ser retirados na Prefeitura de
Rosana, sito na Av. José Laurindo, nº 1540, em Rosana - SP, mediante o recolhimento de
taxa de emolumentos no valor de R$ 18,50 (dezoito reais e cinquenta centavos) referente
ao custo reprográfico, que deverá ser efetuada através de guia própria emitida pelo Setor de
Licitações e recolhida na rede bancária ou poderão ser retirados na íntegra, no endereço
eletrônico https://www.rosana.sp.gov.br e/ou https://www.rosana.sp.gov.br/portal-da-
transparencia, sem qualquer custo para o licitante, neste último caso deverá preencher o
recibo, assinar e encaminhar via e-mail licitacoes@rosana.sp.gov.br. Maiores informações
poderão ser obtidas pessoalmente ou pelo telefone (18) 3288-8210, nos dias úteis, no horário
das 08:00 às 11:00 e das 13:00 às 17:00 horas (Brasília). Publique-se. Rosana, 20 de julho
de 2023. Jair Francisco Camargo - Secretário de Licitações e Compras.
Ez Inc Incorporações Comerciais S.A.
CNPJ nº 35.727.157/0001-06 - NIRE 35.300.561.384 - Companhia Aberta
Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 19 de Junho de 2023
Data, Hora e Local: Em 19/6/23, às 10h, na sede social da Companhia. Presença: Totalidade dos membros
do Conselho de Administração. Mesa: Presidente: Flavio Ernesto Zarzur; Secretário: Roberto Mounir Maa-
louli. Deliberações: Por unanimidade: (i) a prestação e constituição, pela Companhia, em caráter solidário
com a Emitente, do Aval, em favor dos titulares das Notas Comerciais, representados pelo Agente Fiduciário,
em garantia do fiel, integral e pontual pagamento e cumprimento de todas as obrigações pecuniárias, princi-
pais e acessórias, presentes e futuras, assumidas pela Emitente e decorrentes da emissão das Notas Comer-
ciais e do Termo de Emissão, incluindo o Valor Nominal Unitário, a Atualização Monetária, a Remuneração,
os Encargos Moratórios (conforme definidos no Termo de Emissão), e os custos e despesas incorridos e a
serem incorridos em relação à Emissão, a penas convencionais, honorários advocatícios, custas e despesas
judiciais ou extrajudiciais, que sejam de responsabilidade da Emitente e/ou dos Avalistas, assumidas pela
Emitente no âmbito da Emissão das Notas Comerciais, as quais serão objeto da Oferta Restrita, nos termos
do Termo de Emissão; (ii) a autorização e delegação de poderes à diretoria da Companhia para, direta ou
indiretamente, por meio de procuradores, tomar todas as providências e praticar todos os atos necessários
e/ou convenientes à realização da Emissão e/ou da Oferta Restrita, bem como à prestação e constituição
do Aval, incluindo mas não se limitando a discussão, negociação e definição dos termos e condições, bem
como a celebração do Termo de Emissão e seus eventuais aditamentos, do Contrato de Distribuição e seus
eventuais aditamentos e/ou de quaisquer outros instrumentos, contratos, aditamentos e documentos rela-
cionados à Emissão, à Oferta Restrita e/ou ao Aval; e (iii) ratificação de todos e quaisquer atos já praticados
pela diretoria da Companhia, direta ou indiretamente, por meio de procuradores, para a realização da Emis-
são e/ou da Oferta Restrita, bem como para a prestação e constituição do Aval. Encerramento: Não havendo
mais nada a ser tratado, a reunião foi encerrada, a ata lida, achada em ordem, aprovada e assinada por
todos os presentes. JUCESP nº 284.429/23-5 em 18/7/23. Maria Cristina Frei - Secretária-Geral. Aviso: O
texto acima é um resumo da respectiva ata. O inteiro teor desse documento poderá ser consultado na versão
digital do jornal: “https://valor.globo.com/valor-ri/” desta data.
J.P. Morgan S.A. - Distribuidora de Títulos
e Valores Mobiliários
CNPJ/ME nº 33.851.205/0001-30 - NIRE 35.300.129.113
Extrato da Ata das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária Realizadas em 27/04/2023
Aos 27/04/2023, às 18:20h, na sede social, com a totalidade do capital social. Mesa: Os trabalhos foram
presididos pelo Sr. Jorge Constantino Bernardes dos Santos e secretariados pela Sra. Karina Kazue
Perossi. Deliberações Unânimes: I. Em AGO: (a) Tendo tomado as contas dos administradores, aprovar,
integralmente, o relatório da administração, o balanço patrimonial e as demais demonstrações financeiras da
Cia. referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2022, auditados pela PricewaterhouseCoopers
Auditores Independentes, conforme publicados no jornal “Valor Econômico”, na edição de 29/03/2023, às
folhas E39 e E40, com divulgação simultânea da íntegra dos documentos na página do mesmo jornal na
internet. (b) Aprovar a dispensa da presença do representante dos auditores independentes, conforme faculta
o disposto no §2º do art. 134 da LSA. (c) Aprovar, nos termos do art. 202 da LSA, a destinação do lucro líquido
no valor de R$148.895.255,12 da seguinte forma: (i) R$ 7.444.762,76 para constituição de reserva legal, nos
termos do artigo 20, §1º do Estatuto Social da Cia.; (ii) R$30.000.000,00 a título de distribuição de juros sobre
capital próprio, conforme deliberado na AGE realizada em 20/12/2022, não cabendo a distribuição de recursos
adicionais; e (iii) o saldo de R$111.450.492,36 para a conta de Reserva de Lucros - Estatutária. (d) Aprovar a
reeleição dos membros da Diretoria da Sociedade, com mandato até a posse dos diretores eleitos na AGO de
2026 da Sociedade, a saber: Diretor Presidente: Daniel Darahem de Souza Coelho, RG nº 22.733.327
SSP/SP, e CPF nº 181.188.848-80; e Diretores sem designação específica: Azarias de Castro Feitosa
Junior, RG nº 19.781.914-X SSP/SP, e CPF nº 161.984.218-13; Decio Ramos Porchat de Assis, RG nº
26.248.401-8 SSP/SP e CPF nº 197.540.678-80; Elizabeth Hinden D’Elia, RG nº 38.627.627-4 SSP/SP, e
CPF nº 014.071.147-35; Flávia Rocha Lima de Almeida Prado, RG nº 29.356.608-2 SSP/SP, e CPF nº
222.982.048-61; Jorge Constantino Bernardes dos Santos, RG nº 24.891.042-5 SSP/SP e CPF n
203.851.118-78; e Mariana Plass Rizzo, RG nº 40.694.836-44 SSP/RS, e CPF nº 808.262.100-15. Os
Diretores ora eleitos serão empossados em seus cargos após o cumprimento das formalidades legais,
incluindo a homologação de suas eleições pelo D. Banco Central do Brasil (“BCB”), e a assinatura dos Termos
de Posse que permanecerão arquivados nos livros da Cia., sendo que a eles foram dados amplo conhecimento
dos preceitos estipulados na Resolução CMN nº 4.970/2021 e Instrução Normativa BCB nº 299/2022, cujos
requisitos são preenchidos pela mesma, bem como das demais disposições legais aplicáveis. Em razão das
eleições acima indicadas, ratificam-se as responsabilidades técnicas desempenhadas pelos Diretores da
Sociedade nesta data, conforme descrito a seguir: Perante o Banco Central do Brasil: (a) Azarias de
Castro Feitosa Junior é responsável por (i) Empréstimo e Troca de Títulos (Resolução nº 3.197/2004), (ii)
Operações Compromissadas (Resolução nº 3.339/2006), (iii) Assuntos do Selic (Resolução BCB nº 55) e (iv)
Apuração e Remessa das Informações de Risco de Liquidez (Resolução BCB nº 207); (b) Daniel Darahem
de Souza Coelho é responsável pela Política de Relacionamento com Clientes (Resolução nº 4.949/2021);
(c) Elizabeth Hinden D’Elia é responsável pela Política de Responsabilidade Socioambiental (Resolução
CMN nº 4.945/2021); (d) Flávia Rocha Lima de Almeida Prado é responsável pela Prevenção à Lavagem de
Dinheiro (Circular nº 3.978/2020); (e) Jorge Constantino Bernardes dos Santos é responsável por (i)
Apuração e Remessa de Patrimônio de Referência de Nível I e de Capital Principal (Resolução BCB nº
100/2021), (ii) Fornecimento de Informações (Circular nº 3.504/2010), (iii) Contabilidade (Resolução nº
4.924/2021 e Resolução BCB nº 120/2021), (iv) Sistema de Risco de Créditos (SCR) (Circular nº 3.870/2017),
(v) Política de Segurança Cibernética (Resolução nº 4.893/2021 e Resolução BCB nº 85/2021), (vi) Cadastro
de Clientes no Sistema Financeiro Nacional - CCS (Resolução BCB nº 179), (vii) Contas de Depósito
(Resolução nº 4.753/2020), e (viii) elaboração e remessa no Sistema de Informações de Valores a Receber
(SVR) (Resolução BCB nº 98); e (f) Mariana Plass Rizzo é responsável por (i) Atualização de Dados no
Unicad (Resolução BCB nº 209), (ii) Ouvidoria (Resolução nº 4.860/2020) e (iii) Atendimento das Demandas
do Cidadão Registradas - RDR (Resolução nº 222). Perante a Comissão de Valores Mobiliários: (a) Daniel
Darahem de Souza Coelho é responsável pelo Cumprimento das normas estabelecidas nos termos das
Resoluções CVM 30/21, 32/21 e 35/21; (b) Flávia Rocha Lima de Almeida Prado é responsável por
Prevenção à Lavagem de Dinheiro, nos termos da Resolução CVM 50/2021; (c) Jorge Constantino
Bernardes dos Santos é responsável por Controles Internos nos termos das Resoluções CVM 35/2021 e
32/2021; e (d) Mariana Plass Rizzo é responsável pela Ouvidoria nos termos da Resolução CVM 43/2021.
Perante a B3 Brasil Bolsa Balcão: (a) Daniel Darahem de Souza Coelho é responsável junto à B3,
Relações com Mercado - DRM, Cumprimento da Resolução CVM 32/2021 e pela Guarda Física dos Ativos
Cartulares; e (b) Jorge Constantino Bernardes dos Santos é responsável por Controles Internos da
Resolução CVM 32/2021; e II. Em Assembleia Geral Extraordinária: (a) Fazer constar que não haverá fixação
de remuneração para os Diretores para o exercício social de 2023, uma vez que os mesmos recebem
compensação unificada, paga pelo Banco JP Morgan S.A., em virtude de sua atuação em outras empresas
do grupo. (b) Aprovar a alteração do Artigo 6º do Estatuto Social, para excluir o Parágrafo 2º, tendo em vista
que o Capítulo VIII do Estatuto Social já trata da destinação do lucro líquido do exercício social. (b.1) Em razão
da deliberação acima a Acionista aprova a alteração do artigo 6 do Estatuto Social, que passa a vigorar da
seguinte forma: “Artigo 6º - O Capital Social é de R$ 350.500.000,00 ações ordinárias nominativas, sem valor
nominal. § Único - As ações não serão representadas por títulos.” (c) Por fim, tendo em vista a deliberação
acima, é aprovada a nova redação do Estatuto Social, que passará a vigorar na forma consolidada
anexa (Anexo I). Nada mais. São Paulo, 27/04/2023. Mesa: Jorge Constantino Bernardes dos Santos -
Presidente; Karina Kazue Perossi - Secretária. JUCESP nº 271.052/23-5 em 06/07/2023. Maria Cristina Frei -
Secretária Geral.
2º Vara Judicial do Foro da Comarca de Mairiporã/SP
EDITAL DE 1º E 2º LEILÃO e de intimação dos executados DARIO ALBU-
QUERQUE PASSARELLA, inscriito no CPF/MF sob b o nºº 060.2289.5
585-772;
SUELY ALBUQUERQUE PASSARELLA, inscrita no CPF/MF sob o nº 130.403.078-43. A Dra. Juliana Maria
Maccari Gonçalves, MM. Juíza de Direito da 2º Vara Cível do Foro da Comarca de Mairiporã/SP, na forma
da lei, FAZ SABER, aos que o presente Edital de 1º e 2º Leilão do bem imóvel, virem ou dele conhecimento
tiverem e interessar possa, que por este Juízo processam-se os autos do Cumprimento de Sentença que
move MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE SAO PAULO em face de DARIO ALBUQUERQUE PASSARELLA
e outra - Processo nº 0000673-28.1995.8.26.0338, Controle nº 412/1995, e que foi designada a venda
do bem descrito abaixo, de acordo com as regras expostas a seguir: DO IMÓVEL - O imóvel será vendido
em caráter “AD CORPUS” e no estado em que se encontra, sem garantia, constituindo ônus da parte inte-
ressada verificar suas condições antes das datas designadas para as alienações judiciais eletrônicas. DA
PUBLICAÇÃO DO EDITAL - O edital será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do Leiloeiro
www.megaleiloes.com.br, em conformidade com o disposto no art. 887, § 2º, do CPC, inclusive as fotos e a
descrição detalhada do imóvel a ser apregoado. DA VISITAÇÃO - Os interessados em vistoriar o bem deverão
enviar solicitação por escrito ao e-mail visitacao@megaleiloes.com.br. Cumpre esclarecer que cabe ao res-
ponsável pela guarda do bem autorizar o ingresso dos interessados, sendo que a visitação nem sempre será
possível, pois alguns bens estão em posse do executado. Independente da realização da visita, a arrematação
será por conta e risco do interessado. DO LEILÃO - O Leilão será realizado por MEIO ELETRÔNICO, através
do Portal www.megaleiloes.com.br, o 1º Leilão terá início no dia 04/08/2023 às 15:00 h e se encerrará dia
07/08/2023 às 15:00 h, onde somente serão aceitos lances iguais ou superiores ao valor da avaliação; não
havendo lance igual ou superior ao valor da avaliação, seguir-se-á sem interrupção o 2º Leilão, que terá
início no dia 07/08/2023 às 15:01 h e se encerrará no dia 28/08/2023 às 15:00 h, onde serão aceitos lances
com no mínimo 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação. DO CONDUTOR DO LEILÃO – O Leilão será
conduzido pelo Leiloeiro Oficial Sr. Fernando José Cerello Gonçalves Pereira, matriculado na Junta Comercial
do Estado de São Paulo – JUCESP sob o nº 844. DO VALOR MÍNIMO DE VENDA DO BEM – No 2º Leilão,
o valor mínimo para a venda do bem corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação
judicial, que será atualizada até a data da alienação judicial. DOS LANCES – Os lances poderão ser ofertados
pela Internet, através do Portal www.megaleiloes.com.br. DOS DÉBITOS – Eventuais ônus sobre o imóvel
correrão por conta do arrematante, exceto eventuais débitos de IPTU/ITR e demais taxas e impostos que
serão subrogados no valor da arrematação nos termos do Art. 130, “caput” e parágrafo único, do CTN, bem
como os débitos de condomínio (propter rem) que também serão subrogados no preço da arrematação,
conforme Artigo nº 908, § 1°, CPC. DO PAGAMENTO - O arrematante deverá efetuar o pagamento do preço
do bem arrematado, no prazo de até 24h (vinte e quatro horas) após o encerramento do leilão através de guia
de depósito judicial em favor do Juízo responsável, sob pena de se desfazer a arrematação. DO LANCE PAR-
CELADO – Caso o arrematante opte pelo pagamento parcelamento, deverá efetuá-lo da seguinte forma: 25%
na entrada após o encerramento do leilão e o remanescente em 30 dias após o pagamento da referida entra-
da, em 12 parcelas mensais e consecutivas ualizadas pela tabela do TJSP. DA COMISSÃO – O arrematante
deverá pagar ao Leiloeiro, a título de comiss , o valor correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o preçço
de arrematação do imóvel. A comissão de
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Leiloeiro n uíd
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lor do lance e não será de-
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I - o il ir r al a até 4 i )a
r n r r e as
e cond ç es o ei o es esn e Proces o ivvil
e Resolução nº 236 do CNJ. alquer não se realizar
por meio de seus advogados ou pelo ender o constante dos autos, será intimado através do próprio edittal
de leilão nos termos do art. 889, I, do CPC. ELAÇ ÇÃO DO BEM: MATRÍCULA Nº 34.900 DO CARTÓRIO DE
REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMARCA DE MAIRIPORÃ/SP - IMÓVEL: Um terreno designado por gleba “0 02”,
desmembrado de maior área, no local denominado “Granja Montanhesa”, perímetro urbano deste distrito,
município e comarca de Mairiporã-SP, com a seguinte descrição: tem início no marco “M-1ª” cravado no
alinhamento da Estrada Dr. Alípio Leme, marco este de divisa de propriedade de Lamartine A. Passarella. Daí
segue o alinhamento da Estrada Dr. Alípio Leme na distância de 260,00 metros até o marco “M-2”; daí segue
à direita com o rumo 42º52’SE na distância de 38,21 metros até o marco “M-3”, onde confronta com Cabeú-
va Empreendimentos Imobiliários S.A, daí segue com rumo de 20º05’SE na distância de 67,88 metros até o
marco M-4, onde confronta com propriedade de Eduardo Fazzi. Daí segue com rumo 22º48’SE na distância
de 15,73 metros até atingir o marco “M-5”, onde confronta com propriedade de Cabreúva Empreendimentos
Imobiliários S/A, daí segue com rumo 55º53’SW na distância de 30,68 metros até o marco “M-6”; daí segue
com rumo de 35º22’NW na distância de 9,90 metros até atingir o marco M-7; daí segue com rumo 49º31’SW
na distância de 21,56 metros até atingir o marco M-8; daí segue com rumo 44º30’SW na distância de 8,27
metros até atingir o marco M-9; daí segue com rumo de 36º23’SW na distância de 18,80 metros até atingir
o marco M-10; daí segue com rumo 31º56’SW na distância de 8,13 metros até atingir o marco “M-11”; daí
segue com o rumo 29º32’SW na distância de 21,50 metros até atingir o marco “M-12”; daí segue com o
rumo 29º17’SW na distância de 14,10 metros até atingir o marco “M-13”; daí segue com o rumo 26º23’SW
na distância de 14,62 metros até atingir o marco “M-14”; daí segue rumo 20º09’SW na distância de 16,83
metros até atingir o marco M-15; daí deflete à direita com rumo 51º11’13”SW na distância de 80,68 metros
até atingir o marco M-01º, onde confronta com o remanescente da mesma área (Gleba 01), encerrando a
área total de 21.590,69m2, contendo em dita área a Casa Residencial (de caseiro – 2) com 73,50m2, caixa
d’água enterrada com 24,00m2, deposito e galinheiro com 60,00m2, totalizando 157,50 metros quadrados
de área construída. Que a gleba ora descrita corresponde a 70% do terreno descrito na matrícula 21.568,
da qual foi destacada. Consta na Av.02 desta matrícula que foi julgada a Ação Civil Pública, Processo nº
413/95, em trâmite na 2º Vara Judicial e da Infância E Juventude da Comarca de Mairiporã/SP, requerida por
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO contra DARIO ALBUQUERQUE PASSARELLA. Consta na
Av.03, 04 e 06 desta matrícula a penhora exequenda do imóvel desta matrícula, sendo nomeado depositário
o executado. Valor da Avaliação do Imóvel: R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) para janeiro de
2019, que será atualizado até a data da alienação conforme tabela de atualização monetária do TJ/SP.
Mairiporã, 19 de junho de 2023.
Eu, _____________________, diretora/diretor, conferi.
Dra. Juliana Maria Maccari Gonçalves
Juíza de Direito
Banco J.P. Morgan S.A.
CNPJ/ME n 33.172.537/0001-98 - NIRE 35.300.129.792
Extrato da Ata das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária Realizadas em 27/04/2023
Aos 27/04/2023, às 18h, na sede social, com a totalidade do capital da Cia.. Mesa: Os trabalhos foram
presididos pelo Sr. Jorge Constantino Bernardes dos Santos e secretariados pela Sra. Karina Kazue
Perossi. Constituída a mesa, o Presidente declarou regularmente instalada a assembleia, dando início à
discussão dos itens da ordem do dia. Deliberações Unânimes: I. Em AGO: (a) Tendo tomado as contas dos
administradores, aprovar, integralmente, o relatório da administração, o balanço patrimonial e as demais
demonstrações financeiras da Cia. referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2022, auditados pela
PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, conforme publicados no jornal “Valor Econômico”, na
edição de 29/03/2023, às folhas E33 a E36, com divulgação simultânea da íntegra dos documentos na página
do mesmo jornal na internet. (b) Aprovar a dispensa da presença do representante dos auditores
independentes, conforme faculta o disposto no parágrafo segundo do art. 134 da LSA. (c) Aprovar, nos termos
do art.202 da LSA, a destinação do lucro líquido da Cia., apurado no exercício social encerrado em 31/12/2022,
no valor total de R$ 1.524.921.126,41, da seguinte forma: (i) R$76.246.056,32 para a constituição de reserva
legal, nos termos do Artigo 24, §1 , do Estatuto Social da Cia.; (ii) R$ 400.000.000,00 a título de distribuição
de juros sobre o capital próprio, conforme deliberado na AGE realizada em 20/12/2022, não cabendo a
distribuição de recursos adicionais; e (iii) o saldo de R$ 1.048.675.070,09 para a conta de Reserva de Lucros
- Estatutária. (d) Aprovar a reeleição dos membros da Diretoria da Sociedade, com mandato até a posse dos
diretores eleitos na AGO de 2026 da Sociedade, a saber: Diretor Presidente: Daniel Darahem de Souza
Coelho, RG n 22.733.327 SSP/SP, e CPF n 181.188.848-80; e Diretores sem designação específica:
Azarias de Castro Feitosa Junior, RG n 19.781.914-X SSP/SP, e CPF n 161.984.218-13; Daniel Costa
Barreto, RG n 82.090.291 IFP-RJ, e CPF n 011.283.017-09; Decio Ramos Porchat de Assis, RG n
26.248.401-8 SSP/SP e CPF n 197.540.678-80; Eduardo Pera Silva, RG n 32.555.855 SSP/SP, e CPF n
219.857.458-60; Elizabeth Hinden D’Elia, RG n 38.627.627-4 SSP/SP, e CPF n 014.071.147-35; Fabio
Jorge Resegue, RG n 25.601.504-1 SSP/SP e CPF n 115.689.158-29; Flávia Rocha Lima de Almeida
Prado, RG n 29.356.608-2 SSP/SP, e CPF n 222.982.048-61; Jorge Constantino Bernardes dos Santos,
RG n 24.891.042-5 SSP/SP e CPF n 203.851.118-78; Landulpho Borges da Fonseca Tutzer Profili, RG
n 21.512.750 SSP/SP e CPF n 173.340.148-20; Mariana Plass Rizzo, RG n 40.694.836-44 SSP/RS, e
CPF n 808.262.100-15; Paulo Coimbra de Souza, RG n 56.286.971-2 SSP/SP, e CPF n 926.250.885-91;
Pedro Carlos Ramos Ribeiro Junior, RG n 30.297.060-5 SSP/SP, e CPF n 280.995.618-99; e Pedro Clark
Juliano, RG n 19.841.163-7 SSP/SP, e CPF n 186.772.388-32. Os Diretores ora eleitos serão empossados
em seus cargos após o cumprimento das formalidades legais, incluindo a homologação de suas eleições pelo
D. Banco Central do Brasil (“BCB”), e a assinatura dos Termos de Posse que permanecerão arquivados nos
livros da Cia., sendo que a eles foram dados amplo conhecimento dos preceitos estipulados na Resolução
CMN n 4.970/2021 e Instrução Normativa BCB n 299/2022, cujos requisitos são preenchidos pelos mesmos,
bem como das demais disposições legais aplicáveis. Em razão das eleições acima indicadas, ratificam-se as
responsabilidades técnicas desempenhadas pelos Diretores da Sociedade nesta data, conforme descrito a
seguir: Perante o Banco Central do Brasil: (a) Azarias de Castro Feitosa Junior é responsável por (i)
Empréstimo e Troca de Títulos (Resolução n 3.197/2004), (ii) Operações Compromissadas (Resolução n
3.339/2006), (iii) Assuntos do Selic (Resolução BCB n 55) e (iv) Apuração e Remessa das Informações de
Risco de Liquidez (Resolução BCB n 207); (b) Daniel Costa Barreto é responsável por Operações de
Câmbio (Resolução BCB n 277); (c) Eduardo Pera Silva é responsável por (i) Crédito Rural (Resolução n
4.883/2020), (ii) Contas de Depósito (Resolução n 4.753/2020), (iii) Compartilhamento Open Banking
(Resolução Conjunta n 1/2020), (iv) Testes de Homologação de Arranjo (Resolução BCB n 264 e Resolução
n 4.734/2019), (v) Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) e da Conta Pagamentos Instantâneos (Conta
PI) (Resolução BCB n 195/2022), (vi) Questões relacionadas à participação no PIX (Instrução Normativa
BCB n 291/2022), (vii) Procedimentos para a Autorização e Cancelamento de Autorização de Débitos em
Conta de Depósitos e em Conta Salário (Resolução CVM n 4.790/2020), (viii) participação no Sandbox
Regulatório (Resolução n 4.865/2020 e Resolução BCB n 29/2020), e (ix) elaboração e remessa no Sistema
de Informações de Valores a Receber (SVR) (Resolução BCB n 98); (d) Elizabeth Hinden D’Elia é
responsável pelo (i) Gerenciamento de Riscos - CRO (Resolução n 4.557/2017) e (ii) Política de
Responsabilidade Socioambiental (Resolução n 4.945/2021); (e) Flávia Rocha Lima de Almeida Prado é
responsável pela Prevenção à Lavagem de Dinheiro (Circular n 3.978/2020); (f) Jorge Constantino
Bernardes dos Santos é responsável por (i) Limite Máximo para a aplicação no Ativo Permanente (Resolução
CMN n 4.957/2021), (ii) Divulgação de Informação de Requerimentos Prudenciais (Resolução n 4.557, art.
56-A), (iii) Gerenciamento de Capital (Resolução n 4.557/2017), (iv) Apuração e Remessa de Patrimônio de
Referência de Nível I e de Capital Principal (Resolução BCB n 100/2021), (v) Apuração de limites e padrões
mínimos (Resolução BCB n 69/2021), (vi) Cumprimento de Limites Máximos de Exposição (Resolução n
4.677/2018), (vii) Fornecimento de Informações (Circular n 3.504/2010), (viii) Contabilidade (Resolução n
4.924/2021 e Resolução BCB n 120/2021), (ix) Sistema de Risco de Créditos (SCR) (Circular n 3.870/2017),
(x) Política de Segurança Cibernética (Resolução n 4.893/2021 e Resolução BCB n 85/2021), (xi) Cadastro
de Clientes no Sistema Financeiro Nacional - CCS (Resolução BCB n 179), (xii) Procedimentos Relativos ao
Requerimento de Margem de Garantia de Operações de Derivativos (Resolução n 4.662/2018), (xiii) Assuntos
Relativos ao Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB ou Conta de Liquidação (Resolução BCB n 105), (xiv)
Sistema de Controles Internos (Resolução n 4.968/2021 e Resolução BCB n 260/2022) e (xv) Operações no
Cadip (Resolução BCB n 196), e (xvi) apuração e remessa de informações (Resolução BCB n 208/2022);
(g) Mariana Plass Rizzo é responsável por (i) Atualização de Dados no Unicad (Resolução BCB n 209), (ii)
Ouvidoria (Resolução n 4.860/2020) e (iii) Atendimento das Demandas do Cidadão Registradas - RDR
(Resolução n 222); (h) Paulo Coimbra de Souza é responsável por (i) Operações de Derivativos de Crédito
(Resolução n 2.933/2002), (ii) Acordo para Compensação no SFN (Resolução n 3.263/2005), (iii) Emissão,
Distribuição ou Negociação do COE (Resolução n 4.263/2013) e (iv) Operações de SWAP - Derivativos
Mercado de Balcão (Resolução n 3.505/2007); e (i) Pedro Clark Juliano é responsável por (i) Política de
Relacionamento com Clientes (Resolução n 4.949/2021), (ii) Carteira Comercial (Resolução n 2.212/1995),
(iii) Crédito, Financiamento e Investimento (Resolução n 2.212/1995) e (iv) Carteira de Investimentos
(Resolução n 2.212/1995). Perante a Comissão de Valores Mobiliários: (a) Daniel Darahem de Souza
Coelho é responsável pelo cumprimento do disposto na Resolução CVM 32/2021; (b) Flávia Rocha Lima de
Almeida Prado é responsável por Prevenção à Lavagem de Dinheiro, nos termos da Resolução CVM
50/2021; (iii) Jorge Constantino Bernardes dos Santos é responsável por Controles Internos nos termos
das Resoluções CVM 35/2021, 32/2021 e 161/2022; (c) Mariana Plass Rizzo é responsável pela Ouvidoria,
nos termos da Resolução CVM 43/21; (d) Paulo Coimbra de Souza é responsável pelo Cumprimento das
normas estabelecidas nos termos das Resoluções CVM 30/21 e 35/21; e (e) Pedro Clark Juliano é
responsável pela atividade de intermediação de ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários, nos
termos da Resolução CVM 161/2022. Perante a B3 Brasil Bolsa Balcão: (a) Daniel Darahem de Souza
Coelho é responsável pelo cumprimento do disposto na Resolução CVM 32/21; (b) Jorge Constantino
Bernardes dos Santos é responsável pelas Relações com Mercado - DRM, e Controles Internos da
Resolução CVM 32/2021 e Resolução CVM n 35/21; e (c) Paulo Coimbra de Souza é responsável junto à
B3, Cumprimento da norma e guarda física de ativos cartulares, nos termos da Resolução n 35/2021. II. Em
AGE: Fixar a remuneração anual global dos membros da Diretoria para o exercício social de 2023, no
montante de R$ 146.000.000,00, a qual será distribuída nos termos do artigo 13 do Estatuto Social. Nada
mais. São Paulo, 27/04/2023. Jorge Constantino Bernardes dos Santos - Presidente; Karina Kazue Perossi -
Secretária. JUCESP nº 282.728/23-5 em 13/07/2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
São Paulo | Sexta-feira, 21 de julho de 2023 | Valor | E3
37ª Vara Cível do Foro Central da Capital/SP
EDITAL DE 1º E 2º LEILÃO e de intimação dos executados JOSÉ CARLOS
BOLZAN, inscriito no CPF/MF sob b o nºº 896.7735.2
228-0
04; bem como sua
mulher VERA LÚCIA PIO BOLZAN, inscrita no CPF/MF sob o nº 273.511.278-08; JOÃO ALBERTO BOLZAN,
inscrito no CPF/MF sob o nº 755.591.708-44; FBA FUNDIÇÃO BRASILEIRA DE ALUMÍNIO LTDA, inscrita no
CNPJ/MF sob o nº 03.889.440/0001-30; RONTAN ELETRO METALURGICA LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o
nº 62.858.352/0001-30; da coproprietária ANA CAROLINA BOLZAN, inscrita no CPF/MF sob o nº
222.145.298-45; da locatária TECAR TRIÂNGULOS PEÇAS E SERVIÇOS LTDA, inscrito no CNPJ/MF sob o
nº 22.046.318/0001-46; e do interessado CONDOMINIO EDIFÍCIO ACRÓPOLIS, inscrito no CNPJ/MF sob o
nº 11.136.858/0001-02. O Dr. Paulo César Batista dos Santos, MM. Juiz de Direito da 37ª Vara Cível do Foro
Central da Capital/SP, na forma da lei, FAZ SABER, aos que o presente Edital de 1º e 2º Leilão do bem imóvel,
virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possa, que por este Juízo processam-se os autos da EXE-
CUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL ajuizada por BANCO PAN S/A em face de JOSÉ CARLOS BOLZAN E
OUTROS - Processo nº 1089485-63.2015.8.26.0100 – Controle nº 1668/2015, e que foi designada a venda
dos bens descritos abaixo, de acordo com as regras expostas a seguir: DO IMÓVEL - O imóvel será vendido
em caráter “AD CORPUS” e no estado em que se encontra, sem garantia, constituindo ônus da parte interes-
sada verificar suas condições antes das datas designadas para as alienações judiciais eletrônicas. DA PUBLI-
CAÇÃO DO EDITAL - O edital será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do Leiloeiro www.
megaleiloes.com.br, em conformidade com o disposto no art. 887, § 2º, do CPC, inclusive as fotos e a des-
crição detalhada do imóvel a ser apregoado. DA VISITAÇÃO - Os interessados em vistoriar o bem deverão
enviar solicitação por escrito ao e-mail visitacao@megaleiloes.com.br. Cumpre esclarecer que cabe ao res-
ponsável pela guarda do bem autorizar o ingresso dos interessados, sendo que a visitação nem sempre será
possível, pois alguns bens estão em posse do executado. Independente da realização da visita, a arrematação
será por conta e risco do interessado. DO LEILÃO - O Leilão será realizado por MEIO ELETRÔNICO, através
do Portal www.megaleiloes.com.br, o 1º Leilão terá início no dia 04/08/2023 às 15:00 h e se encerrará dia
07/08/2023 às 15:00 h, onde somente serão aceitos lances iguais ou superiores ao valor da avaliação; não
havendo lance igual ou superior ao valor da avaliação, seguir-se-á sem interrupção o 2º Leilão, que terá
início no dia 07/08/2023 às 15:01 h e se encerrará no dia 29/08/2023 às 15:00 h, onde serão aceitos lances
com no mínimo 60% (sessenta por cento) do valor da avaliação. DO CONDUTOR DO LEILÃO – O Leilão será
conduzido pelo Leiloeiro Oficial Sr. Fernando José Cerello Gonçalves Pereira, matriculado na Junta Comercial
do Estado de São Paulo – JUCESP sob o nº 844. DO VALOR MÍNIMO DE VENDA DO BEM – No 2º Leilão, o
valor mínimo para a venda do bem corresponderá a 60% (sessenta por cento) do valor da avaliação judicial,
que será atualizada até a data da alienação judicial. DOS LANCES – Os lances poderão ser ofertados pela
Internet, através do Portal www.megaleiloes.com.br. DA PREFERÊNCIA – Nos termos do artigo 843, §§ 1º e
2º, do CPC, a quota parte da coproprietária/cônjuge alheia a execução recairá sobre o produto da alienação
do bem, sendo que a mesma terá a preferência na arrematação, devendo concorrer no leilão, em igualdade
de condições, visando possibilitar a livre concorrência. DOS DÉBITOS – Eventuais ônus sobre o imóvel
correrão por conta do arrematante, exceto eventuais débitos de IPTU/ITR e demais taxas e impostos que
serão subrogados no valor da arrematação nos termos do Art. 130, “caput” e parágrafo único, do CTN, bem
como os débitos de condomínio (propter rem) que também serão subrogados no preço da arrematação,
conforme Artigo nº 908, § 1°, CPC. DO PAGAMENTO - O arrematante deverá efetuar o pagamento do preço
do bem arrematado, no prazo de até 24h (vinte e quatro horas) após o encerramento do leilão através de guia
de depósito judicial em favor do Juízo responsável, sob pena de se desfazer a arrematação. DA PROPOSTA
- Os interessados na aquisição do bem de forma parcelada, deverão apresentar proposta enviando de forma
detalhada sua intenção no e-mail proposta@megaleiloes.com.br (Art. 895, I e II, CPC). As referidas propos-
tas serão ap presentadas ao M.M Juízo resp pectivo,, caso o leilão se encerre neggativo. No entanto caso o leilão
se encerre positivo, as propostas apresenta s serão desconsideradas, vez que o pagamento à vista preva-
lece sob o pagamento parcelado. Em resu o interessado em adquirir o bem realizando o pagamento à
vista, deve confirmar o lance em leilão, já que tem a re pagamento de forma paar-
i r r - n t f i s s do 9 º C.
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O inadimplemento autoriza o nte a p e face do arre-
matante, a execução do valor devido, deven ambos os pedidos serem formulados nos autos da execuçãão
em que se deu a arrematação (Art. 895, § 4 5º do CPC). DA COMISSÃO – O arrematante deverá pagar ao
Leiloeiro,, a título de comissão,, o valor corresppondente a 5% (cinco por cento)) sobre o preçço de arremataçção
do imóvel. A comissão devida ao Leiloeiro não está incluída no valor do lance e não será devolvida ao arre-
matante em nenhuma hipótese, salvo se a arrematação for desfeita por determinação judicial ou por razões
alheias à vontade do arrematante e, deduzidas as despesas incorridas. DO PAGAMENTO DA COMISSÃO - O
pagamento da comissão do Leiloeiro deverá ser realizado em até 24h (vinte e quatro horas) a contar do en-
cerramento do leilão, através de guia de depósito que será enviada por e-mail. OBS: O exequente, se vier a
arrematar o imóvel, não estará obrigado a exibir o preço, mas, se o valor do bem exceder o seu crédito, de-
positará dentro de três (3) dias a diferença, sob pena de ser tornada sem efeito a arrematação e, neste caso,
o bem será levado a nova praça à custa do exequente, conf.fls.1554 dos autos. Todas as regras e condições
do Leilão estão disponíveis no Portal www.megaleiloes.com.br, no Código de Processo Civil e Resolução
nº 236 do CNJ. Por qualquer motivo caso a intimação pessoal do executado não se realizar por meio de seus
advogados ou pelo endereço constante dos autos, será intimado através do próprio edital de leilão nos ter-
mos do art. 889, I, do CPC. RELAÇÃO DO BEM: MATRÍCULA Nº 108.788 DO 1º CARTÓRIO DE REGISTRO DE
IMÓVEIS DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP - IMÓVEL: Apartamento nº 261 (duzentos e sessenta e um), lo-
calizado no 25 pavimento, do “Edifício Acrópolis”, situado na Rua Doutor Rafael de Barros nº 500, e Rua
Octávio Nébias, no 9º Subdistrito - Vila Mariana, com a área privativa total de 315,15m2, sendo 310,15m2
correspondente ao apartamento, e 5,00m2 correspondente ao depósito nº 19, a área de garagem de
53,23m2, correspondente as vagas de garagem nºs 65G, 115M, 116M, 117M e 118M, e a área de uso co-
mum de 181,81m2, com a área total de 550,19m2, correspondendo-lhe a fração ideal de terreno de
3,6718%. Consta no R.08 desta matrícula que JOSÉ CARLOS BOLZAN e sua mulher VERA LÚCIA PIO
BOLZAN doaram 90% do imóvel a ANA CAROLINA BOLZAN. Consta na Av.10 desta matrícula que nos autos
da Ação de Execução Civil, Processo nº 1094135 22.2016.8.26.0100, em trâmite na 22ª Vara Cível do Foro
Central da Capital/SP, requerida por BANCO FIBRA S.A. contra ANA CAROLINA BOLZAN e outros, foi arres-
tado o imóvel desta matrícula, sendo nomeado depositário os executados. Consta na Av.11 desta matrícula
que nos autos da Ação de Procedimento Comum, Processo nº 1000135-05.2019.8.26.0624, em trâmite na
1ª Vara Cível de Tatuí/SP, requerida por BANCO FIBRA S.A contra JOSÉ CARLOS BOLZAN e outros, foi con-
signado a ocorrência do protesto contra a alienação do imóvel pertencente a ANA CAROLINA BOLZAN.
Consta na Av.13 desta matrícula a penhora exequenda 90% do imóvel desta matrícula, sendo nomeado
depositário o executado (Há o reconhecimento de fraude a execução para tornar ineficaz a doação de 90%
do imóvel, conf.fls.3432-3437). Contribuinte nº 036.017.0271-1 (Conf.Av.05). Consta no site da Prefeitura
de São Paulo/SP débitos inscritos na Dívida Ativa no valor de R$ 16.967,20 e débitos de IPTU para o exercí-
cio atual no valor de R$ 18.177,00 (19/06/2023). Consta as fls.4819 dos autos que o imóvel encontra-se
locado a TECAR TRIÂNGULOS PEÇAS E SERVIÇOS LTDA. Valor da Avaliação do Imóvel: R$ 5.587.611,50
(cinco milhões quinhentos e oitenta e sete mil seiscentos e onze reais e cinquenta centavos) para junho de
2023, que será atualizado até a data da alienação conforme tabela de atualização monetária do TJ/SP.
Débitos desta ação as fls.4341 no valor de R$ 42.827.832,47 (novembro/2022). Consta Agravos de Instrumen-
to nºs 2145630-53.2023.8.26.0000 e 2085558-37.2022.8.26.0000, pendente de julgamento definitivo.
São Paulo, 03 de julho de 2023.
Eu, _____________________, diretora/diretor, conferi.
Dr. Paulo César Batista dos Santos
Juiz de Direito
AVISO DE PREGÃO ELETRÔNICO
A CDHU comunica às empresas interessadas a abertura da seguinte licitação:
P.G 31.48.009 – Pregão Eletrônico 009/2023 – Registro de preços visando a
contratação de serviços gerais de limpeza de terrenos, desfazimento de
construções precárias, cercamento de áreas, transporte de mobiliário, apoio
profissional, equipamentos e demais serviços gerais necessários para atender
às necessidades da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do
Estado de São Paulo e partícipes COHAB-Companhia Metropolitana de
Habitação de São Paulo e a Prefeitura de São Sebastião, em áreas e imóveis
objeto de ação no âmbito da política pública habitacional e interesse social.
Início do prazo para envio da proposta eletrônica: 24/07/2023 – Abertura:
03/08/2023 às 09h – OC: 253101250952023OC00012.
A abertura da sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será
realizada por intermédio do Sistema Pregão Eletrônico de Contratação –
BEC/SP; www.bec.sp.gov.br.
O edital estará disponível nos sítios www.bec.sp.gov.br e
www.cdhu.sp.gov.br.
SAÚDE
AVISOS DE ABERTURA DE LICITAÇÃO
A SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE torna público as licitações abaixo. Os pregões serão realizados
pela plataforma COMPRAS.GOV. Os editais poderão ser consultados e/ou obtidos pelo WWW.COMPRAS.GOV.BR
ou pelo Painel de Negócios da PMSP, endereço https://diariooficial.prefeitura.sp.gov.br/md_epubli_controlador.
php?acao=negocios_pesquisar
Processo: 6018.2022/0006459-6 - Pregão Eletrônico Nº 458/2023-SMS.G, do tipo menor preço,
Objeto: LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS VIDEOCIRÚRGICOS E RESPECTIVOS SERVIÇOS DE
INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA PARA REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS VIDEOCIRÚRGICOS NA
ESPECIALIDADE DE CIRURGIA GINECOLÓGICA, PARA USO NO HOSPITAL MUNICIPAL MATERNIDADE
ESCOLA DR. MÁRIO DE MORAES ALTENFELDER SILVA. A abertura/realização da sessão pública do pregão
ocorrerá a partir das 09h00 do dia 07 de agosto de 2023, a cargo da 9ª CPL/SMS.
Processo: 6018.2023/0034645-3 - Pregão Eletrônico Nº 457/2023-SMS.G, do tipo menor preço
Objeto: REGISTRO DE PREÇOS PARA O FORNECIMENTO DE FIOS CIRÚRGICOS. A abertura/realização da
sessão pública do pregão ocorrerá a partir das 09h00 do dia 02 de agosto de 2023, a cargo da 5ª CPL/SMS.
Processo: 6018.2023/0037990-4 - Pregão Eletrônico Nº 455/2023-SMS.G, do tipo menor preço
Objeto: REGISTRO DE PREÇOS PARA O FORNECIMENTO DE FIOS CIRÚRGICOS. A abertura/realização da
sessão pública do pregão ocorrerá a partir das 09h00 do dia 01 de agosto de 2023, a cargo da 11ª CPL/SMS.
Processo: 6110.2021/0016980-9 - Pregão Eletrônico Nº 456/2023, do tipo menor preço
Objeto: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DE ENGENHARIA COM FORNECIMENTO DE MATERIAL E MÃO DE
OBRA, PARA EXECUTAR REFORMA DA PAVIMENTAÇÃO NA ÁREA DE CARGA E DESCARGA COMO TAMBÉM
DAS CALÇADAS, GUIAS, SARGETAS, PONTO DE VISITA, CAIXA DE INSPEÇÃO E SUAS TUBULAÇÕES NO
HOSPITAL MUNICIPAL PROF. WALDOMIRO DE PAULA PERTENCENTE À SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE.
A abertura/realização da sessão pública do pregão ocorrerá a partir das 09h00 do dia 03 de agosto de 2023,
a cargo da 14ª CPL/SMS.
Processo: 6018.2023/0035425-1 - Pregão Eletrônico Nº 454/2023-SMS.G, do tipo menor preço
Objeto: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA EM LOCAÇÃO DE INSTRUMENTAIS PARA
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS, ACONDICIONADOS EM CAIXAS CIRÚRGICAS NO FORMATO DE
CONTAINERS, COM A COMPOSIÇÃO ESPECÍFICA DE CADA ESPECIALIDADE MÉDICA, CONTEMPLANDO
MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRETIVA, LOGÍSTICA, GESTÃO DE ATIVOS E A DEVIDA REPOSIÇÃO DE
PERDAS POR QUEBRAS OU POSSÍVEIS EXTRAVIOS PARA AS UNIDADES VINCULADAS À SECRETARIA
MUNICIPAL DA SAÚDE. A abertura/realização da sessão pública do pregão ocorrerá a partir das 10h30min do dia
03 de Agosto de 2023, a cargo da 1ª CPL/SMS.
E4 | Valor | São Paulo | Sexta-feira, 21 de julho de 2023

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