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Órgão Consultivo
Categoria: Informações em Processos de Consulta
Número: 027/2023 – CDCR/SUCOR
Data da Aprovação: 31-01-2023
Assunto: CONAB/CFP
Milho
Operação Interna
Produtor Rural
Cooperativas
Diferimento
Nota Explicativa :
Nota: " Os documentos contidos nesta base de dados têm caráter meramente informativo. Somente os
textos publicados no Diário Oficial estão aptos à produção de efeitos legais."
Texto
INFORMAÇÃO N° 027/2023 – CDCR/SUCOR
É a consulta.
Ainda em preliminar, ressalta-se que a consulta foi protocolizada em ....., desta forma a
resposta se sustentará na legislação vigente à época e levando-se em conta a
condição da consulente na data do protocolo.
Em síntese, pelos relatos, infere-se que a principal dúvida, suscitada pela consulente,
refere-se aos procedimentos a serem adotados nas operações mencionadas na
exordial, portanto, obrigações acessórias. No entanto, também faz questionamentos
quanto à interpretação da legislação no que se refere à obrigação principal, que será o
objeto desta informação, sendo posteriormente desmembrado o processo para
resposta aos demais questionamentos pela área competente.
Cumpre mencionar que o RICMS trata das operações realizadas pela Companhia
Nacional de Abastecimento no Capítulo I do Título VII da sua Parte Geral, nos artigos
712 a 731. No entanto, observa-se que grande parte dos dispositivos estavam
fundamentados nas regras previstas no Convênio ICMS 49/95, que foi expressamente
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revogado pelo atual Convênio ICMS 156/2015, que dispõe sobre a concessão de
regime especial à Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB.
A Constituição Federal, em seu artigo 155, § 2°, inciso XII, alínea g, estabelece que
cabe à lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedi
Tal norma é verdadeira limitação à autonomia dos entes federativos, pois impõe a
estes, nos termos da Lei Complementar n° 24/75, recepcionada pelo Texto
constitucional, a prévia obrigação de celebrar convênios para concessão de benefícios
fiscais do ICMS.
No entanto, tal autonomia também encontra limites, pois o ente federativo que
internalizar em seu território a autorização acordada entre os Estados fica adstrito às
regras pactuadas no ato convenial, não podendo alterá-las conforme sua conveniência,
sob pena de legislar sobre benefícios fiscais sem o pressuposto de eficácia
estabelecido no artigo 155, § 2°, inciso XII, alínea g, da Constituição Federal.
O ICMS, embora de competência estadual, tem contornos nacionais, pois seus efeitos,
sobretudo em razão do princípio da não-cumulatividade, extrapolam os limites
territoriais dos entes instituidores. Desta forma, a harmonização das suas regras é
imprescindível, tanto que as regras gerais da exação estadual, por expressa
determinação constitucional, são definidas por lei complementar federal e as suas
alíquotas pelo Senado Federal.
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Patente, destarte, que os convênios ICMS não fazem nascer direito, sendo apenas
pressupostos de eficácia para a instituição de benefícios fiscais do ICMS, no entanto, é
cristalino, também, que as unidades federativas quando, por meio do Poder Legislativo,
implementam o tratamento diferenciado autorizado devem fazê-lo nos moldes
ajustados, suportando o ônus decorrente, do contrário, perde-se a razão de existir de
qualquer acordo.
No entanto, por vezes, os Estados se reúnem e celebram convênios que não tratam
especificamente de concessão de benefícios fiscais, mas tão somente de regras
procedimentais para aplicação em determinas operações de interesse de todos os
entes Federados.
Este é o escopo do atual Convênio ICMS 156/2015, assim como era do Convênio
ICMS 49/95, pois ambos dispõem sobre a concessão de regime especial à Companhia
Nacional de Abastecimento – CONAB, que nada mais é do que especificar os
procedimentos a serem adotados pela referida empresa pública, quanto às suas
obrigações relacionadas ao ICMS.
Por outro lado, havendo divergências entre as novas regras trazidas pelo referido
Convênio e as regras do RICMS, que apesar de não revogadas expressamente no
regulamento, se foram fundamentadas em Convênio anterior já revogado, deverão ser
aplicadas aquelas previstas no novo ato convenial.
Veja que nas operações de saída de milho em palha, em espiga ou em grão poderão
ser diferidas, ou seja, o lançamento do imposto incidente nas referidas operações
poderá ser postergado, desde que atendidas as condições previstas nas regras gerais
do diferimento, que se encontram nos artigos 573 a 586 das disposições permanentes
do RICMS.
Assim, contribuintes que são optantes pelo diferimento, ainda que o produto esteja
depositado em armazém geral deste Estado, terão a operação de saída albergadas
pelo diferimento.
Note-se que o artigo 580 do RICMS trata das hipóteses em que ocorre a interrupção do
diferimento, cabendo o respectivo lançamento e recolhimento devido pela operação
diferida.
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Neste contexto, ressalta-se o inciso III do artigo transcrito, que prevê que em qualquer
saída que impossibilite o lançamento do imposto, ocorre a interrupção do diferimento,
portanto, deverá ser efetuado o recolhimento. No entanto, o § 2º do mesmo artigo
excetua as seguintes situações:
Assim, ao realizar a aquisição do milho, com diferimento, via de regra na sua saída, em
qualquer das hipóteses previstas nos incisos I a IV do artigo 580 do RICMS, ocorre a
interrupção do diferimento, cabendo o respectivo recolhimento.
deverá ser recolhido pela CONAB no prazo indicado. No entanto, no caso de aquisição
com diferimento, o imposto diferido está postergado para o momento em que ocorra
uma das hipóteses de interrupção, nos termos do artigo 580 do RICMS.
Por fim, registra que não produzirá os efeitos legais previstos no artigo 1.002 e no
parágrafo único do artigo 1.005 do RICMS a consulta respondida sobre matéria que
esteja enquadrada em qualquer das situações previstas nos incisos do caput do artigo
1.008 do mesmo Regulamento.
Assinala-se que esta resposta não se enquadra nas hipóteses das alíneas do inciso I
do § 2° do artigo 995 do RICMS, conforme redação dada pelo Decreto n° 1.076, de 24
de agosto de 2021, logo, não se submete à análise da Câmara Técnica pertinente.
DE ACORDO.
APROVADA.
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