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1) Os dispositivos encartados no art. 758-A, § 2.o, incs. I e II c/c o art. 758-B, §1.o, inc.
I e art. 543-V, § 1º do RICMS/ES, aprovado pelo Decreto Estadual de n.o 1.090-R de
25/10/2002, abaixo transcritos, materializam o exercício de que tipo de
competência-tributária? Explique.
Todavia, outra parcela da doutrina (incluindo a Prof.ª Cristiane Mendonça), entende que tal
conceito - ou outro de caráter semelhante - não pode ser utilizado para abarcar o que venha
a ser compreendido por “competência tributária”. Nesse sentido, estes defendem a divisão
da competência tributária em dois subconceitos: a “competência tributária em sentido
amplo” e a “competência tributária em sentido estrito”.
Assim, a competência em sentido amplo (lato sensu) seria a que designaria quais entes
seriam os competentes para o disciplinamento de certas espécies tributárias. Nessa
perspectiva, ela abarca todas as funções necessárias ao poder de tributar - inclusive a
criação de obrigações tributárias acessórias, sem se restringir apenas à instituição do
tributo. Paulo de Barros Carvalho, em melhor explicação, menciona que o sentido amplo
“consiste na edição de normas tributárias que não incidam sobre a regra-matriz”, de modo a
versar sobre matéria tributária de forma mais abrangente, sem instituir ou aumentar algum
tributo.
Em outras palavras, o amplo poder concedido não será para apenas instituir/criar um
tributo, mas também para fiscalizar seu cumprimento, arrecadar seus valores e, se
necessário, executar as normas para cobrança. Rafael Novais, nesse ponto, dispõe que a
competência em sentido amplo se desdobra no exercício de quatro pilares:
instituição/criação, fiscalização, arrecadação e execução de normas do direito tributário.
A competência tributária em sentido estrito, por sua vez, se reduziria apenas ao pilar da
"instituição/criação", e estuda a competência tributária apenas no que tange à instituição
daquele tributo por um Ente Político competente. Portanto, por tal conceito, não se busca
estudar todas as consequências posteriores à criação do tributo, mas apenas aquela etapa
inicial.
Compreendendo a diferença entre esses institutos à luz da previsão estampada no art. 119
do CTN, perceberemos que o sujeito ativo dessa relação tributária não necessariamente
será o detentor de toda a competência em sentido amplo, mas apenas aquele que tenha o
poder de exigência, ou seja, bastará a atribuição da capacidade tributária ativa. No reiterado
exemplo, o Município estaria figurando com sujeito ativo do ITR Federal, vez que teria
realizado a opção pela fiscalização, execução e arrecadação desse imposto - isto é, a
capacidade tributária ativa.
Posto isso, e analisando as normas destacadas pela questão, é de se dizer que a legislação
em comento materializa o exercício da competência tributária em sentido amplo, pois não
busca a instituição de um tributo (in casu, o ICMS), mas apenas a criação de obrigações
tributárias acessórias.
R: Por se tratar de crédito fictício, que não diz respeito à norma-matriz, mas mera
liberalidade do Estado de origem (posto que, inclusive, sequer foi autorizado pelo CONFAZ),
entendo ser o caso do exercício de uma competência tributária em sentido amplo.
R: Por se tratar de restrição de benefício fiscal, que não diz respeito à norma-matriz (posto
que afeta apenas alguns indivíduos, de modo que não se vislumbra a ocorrência de um
reflexo abstrato a todos os contribuintes), entendo ser o caso do exercício de uma
competência tributária em sentido amplo.
R: Por discutir a incidência ou não do ICMS e do ISS, a questão versa diretamente sobre a
norma-matriz do tributo e, assim, reflete o exercício da competência tributária em sentido
estrito.
3) Os arestos que seguem reproduzidos, exarados pelo E. TJES, configuram
exercício de qual competência tributária? Explique.
R: Por se tratar de matéria relacionada à isenção do IPTU, que não diz respeito à
norma-matriz, mas sim de exclusão do crédito tributário (que, inclusive, independe de
constar ou não na regra-matriz e pode ser concedida em ocasião posterior, fora da
norma-matriz), entendo ser o caso do exercício de uma competência tributária em sentido
amplo.
R: Por se tratar de matéria relativa não à matriz de incidência do ISSQN, mas relativa à
legislação referente a benefícios fiscais, entendo pelo exercício da competência tributária
em sentido amplo.
Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº
6.039/2018 DO MUNICÍPIO VILA VELHA. MEDIDA CAUTELAR.
FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA. REQUISITOS
SATISFEITOS. REDUÇÃO DE IPTU. BENEFÍCIO TRIBUTÁRIO.
RENÚNCIA DE RECEITA. ESTIMATIVA DO IMPACTO
ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRO. MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO.
AUSÊNCIA. LIMINAR DEFERIDA.
1) Ao instituir o programa 'vem de bicicleta' e o 'selo empresa amiga
do ciclista', a Lei Municipal nº 6.039/2018 cria, em seus artigos 3º e
4º, benefício fiscal consistente em desconto de IPTU.
2) Ao prever hipótese de renúncia de receita, a Câmara
Municipal de Vila Velha deixou de observar a necessidade de
estimativa do impacto orçamentário-financeiro e respectivas
medidas de compensação, em descompasso com disposto no
artigo 165 da Constituição Federal, artigo 135 da Constituição
Estadual e artigo 14 da Lei Complementar nº 101/2000.
3) Verifica-se excepcional urgência para o deferimento da liminar,
pois a manutenção do dispositivo normativo poderá acarretar
problemas administrativos quando da cobrança do tributo, além de
importar em prejuízo irreversível ao erário Municipal por resultar em
renúncia de receita.
4) Liminar deferida para suspender a eficácia dos artigos 3º e 4º
da Lei nº 6.039/2018, do Município de Vila Velha, com efeitos ex
nunc. (TJES, Classe: Direta de Inconstitucionalidade,
100190000289, Relator: JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA
GAMA, Órgão julgador: TRIBUNAL PLENO, Data de Julgamento:
26/03/2019, Data da Publicação no Diário: 01/04/2019) (Grifamos)
R: Por se tratar de matéria relacionada à isenção do IPTU, que não diz respeito à
norma-matriz, mas sim de exclusão do crédito tributário (que, inclusive, independe de
constar ou não na regra-matriz e pode ser concedida em ocasião posterior, fora da
norma-matriz), entendo ser o caso do exercício de uma competência tributária em sentido
amplo.
R: Por se tratar de restrição de benefício fiscal, que não diz respeito à norma-matriz (posto
que afeta apenas alguns indivíduos, de modo que não se vislumbra a ocorrência de um
reflexo abstrato a todos os contribuintes), entendo ser o caso do exercício de uma
competência tributária em sentido amplo.