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Identificador: C7F9B-1C64B-D34FA
01/03/2021 14:33
CONHECER – NEGAR PROVIMENTO - CIÊNCIA –
Assinado por
DE OLIVEIRA
ARQUIVAR.
SEBASTIAO CARLOS
25/02/2021 18:35
RANNA DE MACEDO
O RELATOR EXMO. SR. CONSELHEIRO SEBASTIÃO CARLOS RANNA DE
Assinado por
MACEDO:
1. RELATÓRIO
25/02/2021 17:31
SERGIO ABOUDIB
FERREIRA PINTO
25/02/2021 17:05
Assinado por
ACÓRDÃO TC-915/2020:
RIBAS
Responsáveis Solidários:
Jerônimo Pablo Paez Torres – Ex-Secretário Municipal de
Fazenda.
Marcus Vinicius Doelinger Assad – Ex-Prefeito Municipal.
Marcello Pinto Rodrigues – Ex- Controlador-Geral do
Município
É o relatório.
2. FUNDAMENTAÇÃO
A Lei Complementar nº 621/2012, em seu artigo 152, inciso III, combinado com artigo 167,
caput e §1º, prevê que os Embargos de Declaração podem ser opostos pela parte dentro
do prazo de 05 (cinco) dias, contados na forma prevista naquela lei, com indicações das
matérias obscuras, omissas ou contraditórias porventura existentes no Acórdão ou
Parecer Prévio.
“[...]
2.2 Do Mérito
“[...]
DO MÉRITO
DA NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO – DA
IMPOSSIBILIDADE DE MERA REPRODUÇÃO DO PARECER DA
ÁREA TÉCNICA
Conforme aduzido acima, se faz necessária a oposição dos
presentes embargos declaratórios, eis que o Voto de Vossa
Excelência se limita a transcrever a manifestação da área técnica e
do Ministério Público de Contas, sem, entretanto, se manifestar
sobre os argumentos que o ora embargante trouxe aos autos.
Aqui cumpre destacar que a jurisprudência pátria possui
entendimento no sentido de que é facultado ao julgador reportar-se
ao parecer ministerial, todavia, a bem de se prestigiar a
dialeticidade, expressão do contraditório, é imperioso que
acrescente fundamentação que seja de sua autoria, sob pena de
configurar a nulidade do feito.
[...]
2.1 INADIMPLÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
DEVIDAS AO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES
DE ANCHIETA, COM CONSEQUENTE OBRIGAÇÃO DE
PAGAMENTO DE JUROS E MULTAS, DESPESAS QUE
IMPORTAM EM DANO AO ERÁRIO. (Item 1 da ITI 00330/2019-1)
Critérios: art. 123, 123-A, 124 e 130 da Lei 169/2004; Violação aos
Princípios da Economicidade, Legalidade, Moralidade, Probidade
Administrativa e da Boa-fé Objetiva, prescritos no art. 37, caput, da
CF/88, art. 116 da Lei 8.112/90 c/c art. 155, incisos VI, VII, VIII e XIII
da LC Municipal nº 27/2012, art. 75 e 134, VIII, ambas da Lei
003/2014 (Lei Orgânica) e art. 59 da lei 568/2009.
Responsáveis Solidários:
[...]
Marcus Vinicius Doelinger Assad – Ex-Prefeito Municipal.
Conduta: Ausência de fiscalização dos atos praticados por seu
subordinado – Culpa in eligendo e in vigilando.
Nexo de causalidade: A ausência de fiscalização dos atos
praticados pelo Secretário de Fazenda expôs o Município à
obrigação do pagamento de juros e multas incidentes sobres as
parcelas de Contribuições Previdenciárias não recolhidas
tempestivamente ao IPASA, o que configura dano ao erário.
[...]
Quanto à responsabilização por omissão, o senhor Marcus apontou
que o entendimento desta Corte não coaduna com o posicionamento
adotado pela área técnica no trato do indicativo de irregularidade,
colacionando trechos dos acórdãos TC 1.177/2014, 2.818/2014 e
307/2015
Tanto no Acórdão 1.177/2014, Processo TC 7.042/2009, quanto no
Acórdão TC 2.818/2014, Processo TC 8.131/2009, foi afastada a
responsabilização do prefeito, frente a algumas irregularidades, pela
inexistência de matriz de responsabilização tendo sido a ele
apontada responsabilidade total e de forma insipiente.
[...]
Nesses casos, pertinentemente, como exarado nas decisões desta
Corte, não se pode exigir que a autoridade máxima examine todos
os atos praticados por seus subordinados, não sendo justo a ele
atribuir a totalidade da responsabilização, haja vista que outros
atores concorreram também, de forma direta, para sua ocorrência e
que não foram apontadas nos autos.
[...]
Mais recentemente essa Corte proferiu o Acórdão 01.101/2019-1 –
Plenário, Processo 08.756/2017-1 (Pedido de Reexame), no qual
fora rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva quanto a
impossibilidade técnica e prática de acompanhamento detalhado dos
atos administrativos. No caso, fora alegada inexistência de provas
acerca do envolvimento efetivo do Prefeito na suposta irregularidade
em que se limitou a seguir orientação dos órgãos técnicos
responsáveis.
O relator destacou que a responsabilização recai sobre quem
comete erro ou ilegalidade na execução de determinado ato,
ausentando-se a autoridade que delegou. Excepcionalmente o
delegante pode ser responsabilizado, nos casos em que for
constatada a ocorrência de culpa in eligendo ou culpa in
vigilando.
Diferente do ocorrido nas decisões em que fora afastada a
irregularidade por ausência de matriz de responsabilização e
chamamento aos autos somente o prefeito municipal, no
indicativo de irregularidade aqui tratado, outros atores foram
apontados, tendo o prefeito municipal minimamente
conhecimento do descumprimento das obrigações legais
relativas às contribuições previdenciárias, conforme se
observou nos ofícios encaminhados pela Diretora Presidente do
IPASA e no memorando encaminhado pelo Controlador Geral nº
71/2016.
[...]
[...]
Pois bem, essa é uma questão recorrente e enfrentada em
diversos momentos nesta e nas demais Cortes de contas da
federação, nas quais apontou-se responsabilização e
necessidade de ressarcimento em decorrência de dano
Importante destacar que a análise que se faz por ocasião deste recurso
limita-se a aferir, no caso, a existência das omissões invocadas pelo
Embargante. A revisitação das razões de decidir deste Tribunal quanto ao
mérito da irregularidade, diante do inconformismo do Recorrente, a fim de
afastar a condenação imposta, não encontra guarida nos Embargos de
Declaração, e deve ser realizada por meio do instrumento recursal
adequado que, na hipótese, seria o Recurso de Reconsideração. É o que
já restou decidido em diversos julgados desta Corte, dentre os quais
transcrevemos:
[...]
Assim, considero que não assiste razão ao recorrente, vez que
não há qualquer constatação de omissão no Acórdão recorrido,
não sendo possível proceder a rediscussão da matéria em
sede de embargos de declaração cujo efeito devolutivo é
restrito, entendimento já sedimentando na jurisprudência pátria,
verbis:
CONCLUSÃO
[...]”
1. ACÓRDÃO TC-188/2021-2
2. Unânime
4. Especificação do quórum:
Presidente
Relator
Fui presente:
Em substituição ao procurador-geral