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LUCIANO VIEIRA
Conferência em www.tcees.tc.br
Assinado por
Identificador: D9606-A25E2-65418
CICILIOTTI DA CUNHA
06/12/2021 10:39
Acórdão 01333/2021-9 - Plenário
Assinado por
LUIZ CARLOS
Processos: 02645/2021-7, 03687/2020-4
Classificação: Embargos de Declaração
UG: PMMF - Prefeitura Municipal de Marechal Floriano
01/12/2021 15:29
RODRIGO FLAVIO
FREIRE FARIAS
Relator: Domingos Augusto Taufner
Assinado por
Interessado: IRENETE LITTIG HAND, THAIS DAS GRACAS ROMAN, WAGNER LOVATTI,
CHAMOUN
SANDRA HELENA DELBONI VENTURINI
Recorrente: JOAO CARLOS LORENZONI
Procuradores: CELESTINO ROMAN, RITA DE CÁSSIA RONCHI ROMAN, ALTAMIRO
01/12/2021 14:23
27339-ES, OAB: 181139-RJ), GREGORIO RIBEIRO DA SILVA (OAB: 16046-ES)
Assinado por
BORGES
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO –
ADMISSIBILIDADE - CONHECIMENTO – MÉRITO -
01/12/2021 10:18
SERGIO ABOUDIB
FERREIRA PINTO
DAR PROVIMENTO, A FIM ANULAR A DECISÃO
Assinado por
QUE NÃO CONHECEU DO PEDIDO DE REVISÃO -
PRINCÍPIO DA ISONOMIA - PRONUNCIAMENTO DE
MÉRITO SOBRE A PRESCRIÇÃO NO ÂMBITO DOS
01/12/2021 10:03
BARBOSA JUNIOR
PROCESSOS DESSA CORTE EM RAZÃO DO
ODILSON SOUZA
Assinado por
DESLINDE DO TEMA 899 PELO STF – FIXAÇÃO DA
SEGUINTE TESE PARA O TEMA 899: “É
PRESCRITÍVEL A PRETENSÃO DE DOMINGOS AUGUSTO
30/11/2021 19:27
RESSARCIMENTO AO ERÁRIO FUNDADA EM
Assinado por
30/11/2021 18:27
RANNA DE MACEDO
Assinado por
Embargos de Declaração.
30/11/2021 18:04
CARMO
RELATÓRIO
FUNDAMENTAÇÃO
Pois bem.
O embargante em sua peça recursal argui que o Pedido de Revisão fora julgado
antes do trânsito em julgado do Agravo apresentado em face da decisão que
indeferiu o pedido de efeito suspensivo ao Pedido de Revisão.
Sustenta que o processo 3687/2020 (Pedido de Revisão), não poderia ter sido
julgado em conjunto com o Processo 4609/2020 - Agravo, tendo em vista a
inexistência do trânsito em julgado do Agravo, fato este que traz aos autos do
processo principal a mácula da nulidade do presente julgamento, tendo em vista
que o rito processual deste Egrégio Tribunal não foi seguido conforme os ditames de
sua lei orgânica e do regimento interno.
Argumenta ainda que esta Corte de Contas deixou de observar a segurança jurídica
no que tange ao tema 899 do STF, ao julgar a revisão.
Assim, ao final requer que seja admitido e conhecido o presente recurso a fim de
anular o acórdão guerreado até o trânsito em julgado do Processo TC 4609/2020.
Pois bem.
É cediço que os Embargos de Declaração é o recurso que viabiliza a uma das partes
requerer esclarecimentos ao julgador. Por meio desse recurso é possível sanar
1
Art. 167 – Cabem embargos de declaração quando houver obscuridade, omissão ou contradição em
acórdão ou parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas. [...]
Importante ressaltar que suprir omissões e/ou aclarar a decisão guerreada não
significa rediscutir o mérito do processo, ou seja, por meio dos embargos não se
pode enfrentar por exemplo as razões que levaram o julgador a manter ou afastar
determinada irregularidade.
No caso em tela, após análise dos autos, verifico que a equipe técnica em sede de
Instrução Técnica Conclusiva, quanto o acórdão são claros ao enfrentar os pontos
abordados pelo embargante acerca do tema 899 do STF.
2
Art. 421. Da decisão definitiva em processo de prestação ou tomada de contas, caberá pedido de
revisão, de natureza jurídica similar à da ação rescisória.
3
§ 4º O pedido de revisão fundar-se-á em: I - erro de cálculo nas contas; II - evidente violação literal
de lei; III - falsidade ou insuficiência da prova produzida na qual se tenha fundamentado o acórdão
recorrido; IV - superveniência de documentos novos com eficácia sobre a prova produzida.
4
SÚMULA 343 - Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão
rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.
Lei Orgânica
Art. 171. De decisão definitiva em processo de prestação ou tomada de
contas, cabe pedido de revisão ao Plenário, de natureza jurídica similar à da
ação rescisória, sem efeito suspensivo, apresentado uma só vez e por
escrito pelo responsável, pelo interessado, seus sucessores, ou pelo
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, dentro do prazo de dois anos,
contados do trânsito em julgado, e fundado: (grifo nosso)
Regimento Interno
Art. 421 [...]
[...]
§ 10 A apresentação do pedido de revisão não impede o cumprimento
da decisão rescindenda e nem a geração de seus efeitos. (grifo nosso).
5
Art. 169. Das decisões interlocutórias caberá agravo, formulado uma só vez, por escrito, no prazo de
dez dias contados da data da ciência da decisão, na forma estabelecida no Regimento Interno.
6
Art. 170[...]
§ 1º Nos casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a
fundamentação, poderá ser conferido efeito suspensivo ao agravo pelo Relator, ou pelo Presidente do
Tribunal de Contas na hipótese do artigo 127 desta Lei Complementar, ad referendum da Câmara ou
do Plenário, na primeira sessão subsequente, observada a competência originária.
Dessa forma, não restam dúvidas que não é facultado ao Tribunal a concessão do
efeito suspensivo ao Pedido de Revisão, ou seja, não houve nenhuma ilegalidade na
decisão agravada.
Por fim, cumpre ressaltar que conforme preconiza o artigo 1557, caput, da Lei
Orgânica desta Corte, não é obrigatória a audiência do Ministério Público de Contas
nos Embargos de Declaração.
Ante todo o exposto, VOTO por que seja adotada a deliberação que ora submeto à
apreciação deste Colegiado.
7
Art. 155. A audiência do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas é obrigatória em todos os
recursos, exceto nos embargos de declaração.
1. RELATÓRIO:
O eminente Conselheiro em Substituição João Luiz Cotta Lovatti, por meio do Voto
nº 03004/2021-8, em síntese, posicionou-se pelo conhecimento do presente recurso
e, no mérito negou provimento.
Na 33ª Sessão Ordinária do Plenário de 01/07/2021, pedi vista dos autos, para
melhor conhecer da questão, e apresento, o presente.
VOTO DE VISTA
2. FUNDAMENTAÇÃO:
Da análise dos autos, verifico que o Colegiado do Plenário, por meio do v. Acórdão
TC nº 00643/2021-9, atacado, assim deliberou, litteris:
[...]
2. Unânime.
4. Especificação do quórum:
(...)
[...]
CONCLUSÃO
DO PEDIDO
[...]
FUNDAMENTAÇÃO
Pois bem.
Pois bem.
No caso em tela, após análise dos autos, verifico que a equipe técnica em
sede de Instrução Técnica Conclusiva, quanto o acórdão são claros ao
Lei Orgânica
Por fim, cumpre ressaltar que conforme preconiza o artigo 155, caput, da Lei
Orgânica desta Corte, não é obrigatória a audiência do Ministério Público de
Contas nos Embargos de Declaração.
Ante todo o exposto, VOTO por que seja adotada a deliberação que ora
submeto à apreciação deste Colegiado.
Pois bem, na referida Sessão pedi vista, com o fito de conhecer a matéria e o voto
do eminente Conselheiro em Substituição, motivo pelo qual passo a tecer
considerações.
Lado outro, não se pode ignorar o fato de que o recorrente nos autos do Processo
TC nº 4554/2008 (Denúncia Convertida em Tomada de Contas Especial), relativo a
fatos e atos nos idos de 2000 a 2004, por meio do Acórdão TC nº 384/2017 –
Plenário, teve suas contas julgadas irregulares, sendo-lhe aplicado o ressarcimento
no valor de 103.620,83 VRTE, em razão das seguintes irregularidades: a)
Pagamentos irregulares de passagens aéreas (ressarcimento 18.254,05 VRTE); b)
Irregularidades em despesas com viagens (ressarcimento 18.311,02 VRTE); c)
Ausência de prestação de contas (ressarcimento 67.055,76 VRTE).
RECTE(S): UNIÃO
Decisão:
Publique-se. Intime-se.
Julgamento: 28/10/2016
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
Partes
Decisão
Vistos etc.
3. Sustenta que, decorridos mais de cinco anos entre a ocorrência dos fatos
apurados e a realização de citação válida, no âmbito do processo
administrativo de tomada de contas especial, teria se operado a prescrição
quanto à pretensão ressarcitória.
4. Alega que, na primeira citação que lhe foi dirigida pelo TCU, efetivada em
03.6.2002, não houve comunicação que oportunizasse defesa sobre a
apuração de irregularidade decorrente do pagamento por serviços não
executados. Assevera que apenas na citação realizada pela autoridade
impetrada no final de maio de 2010 constou informação sobre a
mencionada apuração.
8. Consigna:
É o relatório.
20. Traçado tal panorama, concluo que a Corte de Contas teve ciência das
irregularidades apuradas por meio de fiscalização empreendida em 1998. A
citação da impetrante, na tomada de contas especial, foi realizada em 2002
e repetida em 2010, tendo-lhe sido imputada responsabilidade, pela
primeira vez, em dezembro de 2013, no acórdão do Tribunal de Contas da
União então prolatado, ou seja, mais de 15 anos após o início dos trabalhos
de auditoria daquele órgão.
24. A interrupção da prescrição somente pode ocorrer uma vez, nos termos
dos arts. 202, caput, do Código Civil e 8º do Decreto 20.910/1932.
29. Ante o exposto, com respaldo no art. 7º, III, da Lei 12.016/2009, defiro o
pedido de medida liminar, para suspender, no tocante à impetrante, os
efeitos dos Acórdãos nºs 7493/2013-TCU-2ª Câmara, 1433/2016-TCU-2ª
Câmara e 7254/2016-TCU-2ª Câmara, prolatados no processo de Tomada
de Contas Especial nº 575.497/1998-0.
Corrijo, de ofício, forte no art. 292, § 3º, do CPC, o valor da causa, fixando-o
em R$ 40.911,00, valor correspondente ao proveito econômico perseguido
pela impetrante.
Publique-se.
[...]
V. DO PEDIDO
Execução Fiscal);
Não obstante ao mencionado período, não se pode ignorar que o Tema 899, relativo
ao Recurso Extraordinário 636.886 do Supremo Tribunal Federal – STF, foi atribuído
repercussão geral, com efeitos vinculantes, como consignado anteriormente,
restando patente que estamos diante de matéria de ordem pública, a qual no âmbito
jurídico infra e constitucional são reconhecidas.
Neste contexto, ao meu sentir, não precisa, portanto, à Administração ser provocada
para o fim de rever seus atos, podendo fazê-lo de ofício.
Nessa esteira, considerando que nossa Suprema Corte pode, em breve, modificar o
entendimento tradicionalmente adotado, de imprescritibilidade do dever de ressarcir
ao erário, e considerando que, por uma questão de cautela, essa mesma Suprema
Corte determinou a suspensão dos processos judiciais impactados pelo futuro
decisum, e até mesmo concedeu cautelar em mandado de segurança que tocava o
tema, entendo ser prudente o sobrestamento, por ser medida que se impõe para a
garantia da segurança jurídica, já que, decidir de modo a ser posteriormente
considerado não congruente aos parâmetros constitucionais, por certo é medida que
pode gerar insegurança e incerteza.
3. DISPOSITIVOS:
I - RELATÓRIO
Permito-me, no que diz respeito aos demais pontos a serem relatados, fazer
remissão aos relatórios destes autos já realizados por ocasião da elaboração do
Voto proferido pelo Relator (Voto 3004/2021 – evento 5), Conselheiro Domingos
Augusto Taufner.
Assim sendo, durante a 36ª Sessão Ordinária do Plenário deste Tribunal de Contas,
realizada em 15/07/2021, solicitei vistas destes autos a fim de poder melhor analisar
um ponto nodal dos debates, qual seja, aquele relativo ao pedido de anulação da
decisão de mérito do Pedido de Revisão nº 3687/2020 e o consequente
sobrestamento do referido pedido até a prolação de decisão no Agravo TC
4609/2020, bem como a necessidade de esclarecimentos quanto a não aplicação do
Tema 899-STF.
II – FUNDAMENTAÇÃO
Vejamos.
Resta evidenciado, portanto, que o mérito do pedido de revisão não poderia ter sido
julgado antes da decisão do mérito do Agravo, vez que as consequências deste
último implicam diretamente no julgamento do outro.
Explico.
8
https://tj-pe.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/15556440/agravo-agv-86695-pe-00866957
Vê-se, portanto, que, a prolação de sentença, neste caso, não implicou na perda
do objeto do Agravo, isso porque restou configurada a hipótese de ver
modificada a sentença após o julgamento do recurso.
Não restam dúvidas de que o direito do recorrente está em vias de ser gravemente
desrespeitado, no que tange à necessidade de se observar, neste caso concreto, a
necessária ordem de julgamento dos recursos, uma vez que o julgamento do pedido
de revisão constante do Processo TC n. 3687/2020 pode sofrer modificações após o
julgamento do recurso de Agravo (Processo TC 4609-2020).
Outrossim, ponto que também merece destaque diz respeito a aplicação do Tema
899- STF ao presente caso.
Discorre o Dr. José Rogério Cruz e Tucci9, professor titular e diretor da Faculdade de
Direito da USP e membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, no seguinte
sentido:
9
https://www.conjur.com.br/2017-nov-21/paradoxo-corte-nulidade-decisoes-judiciais-defeito-
motivacao
O Voto do Relator 3004-2021, em que pese ter negado provimento aos embargos,
mantendo-se incólume o teor do Acórdão 643/2021-9 proferido pelo Plenário deste
Tribunal, não me parece ter apresentado, de forma clarividente, esclarecimentos
necessários quanto a não aplicação do tema 899.
No que toca a este ponto, entendo que razão assiste o Voto Vista 60-2021, proferido
pelo Conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti, ao propor o reconhecimento, de ofício, da
matéria afeta ao Tema 899, nos seguintes termos:
10
https://www.conjur.com.br/2017-nov-21/paradoxo-corte-nulidade-decisoes-judiciais-defeito-
motivacao
I RELATÓRIO
[...]
1. CONHECER os presentes Embargos de Declaração
Por sua vez, consigna nos autos o Voto Vista do Conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti da
Cunha (Voto Vista 00060/2021-6, peça 06) em que acompanhando em parte o
posicionamento do eminente Relator, votou pelo conhecimento dos Embargos, para
no mérito negar provimento e reconhecer de ofício matéria correlata ao Tema 899,
relativo ao Recurso Extraordinário RE 636.886 do Supremo Tribunal Federal –
STF, aplicando-se o SOBRESTAMENTO do julgamento do Processo TC nº
3687/2020-4, com a seguinte proposta de deliberação:
[...]
Consta ainda Voto Vista do Conselheiro Sérgio Manoel Nader Borges (Voto Vista
00064/2021-4, peça 07) onde acompanhou parcialmente o voto apresentado pelo
Conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti da Cunha para conhecer dos Embargos de
Declaração, contudo, dar provimento a fim de anular a decisão de mérito do Pedido
de Revisão, sobrestando o julgamento até decisão do recurso de Agravo relativo do
Processo TC 4609/2020, in verbis:
[...]
II FUNDAMENTOS
Pois bem, o voto proferido pelo Conselheiro Domingos Augusto Taufner nos autos
do TC 03687/2020-4 (peça 28), propugnou pelo não conhecimento do Pedido de
Revisão, assentado na premissa de que não se configura violação literal de lei hábil
a ensejar a via rescisória, a modificação da jurisprudência dos tribunais.
Lado outro, o voto vista do Conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti que inaugurou a
divergência, suscita correlação entre o alegado pelo Embargante e o tratado no
Tema 899 (RE 636.886) no Supremo Tribunal Federal - STF, fato que por si só
ensejou o sobrestamento de os processos que continham a possibilidade de haver
ressarcimento ao erário, que tramitam nessa corte.
Dessa forma, até pelo decurso temporal e eliminação da condição fática-jurídica que
suspendia a tramitação de pleitos da mesma natureza daquele em que se encontra
o embargado, penso não mais ser possível acompanhar o Voto Vista do Conselheiro
Ciciliotti, já que doravante, nos compete efetivamente decidirmos sobre a incidência
ou não de causa impeditiva de julgamento nos processos submetidos ao Tribunal,
em que se vislumbre a necessidade de haver ressarcimento ao erário.
Contudo, antes de tratarmos dos fundamentos do Voto do Relator (peça 05) nos
presentes Embargos de Declaração, importante relembrar os termos do Acórdão
00643/2021-911 (peça 29 do Processo 03687/2020-4) no processo de Pedido de
Revisão, cujas premissas básicas alicerçam-se na impossibilidade de se valer da via
11
1.1. NÃO CONHECER o presente Pedido de Revisão com fundamento no artigo 171, da Lei
Orgânica desta Corte de Contas (LC nº 621/2012), mantendo-se em todos os termos a decisão
atacada.1.2. Dar ciência aos interessados.
A bem da verdade, cumpre esclarecer que o caso ora em debate, não versa
exatamente sobre modificação de entendimento jurisprudencial de matéria afeta
exclusivamente ao Tribunal de Contas, mas sim, sobre matéria judicializada e de
índole constitucional, a cujo cumprimento estão sujeitas as Cortes de Contas, como
corolário de sua autonomia em contraposição às faculdades e garantias de seus
jurisdicionados.
Atente-se que nessa reflexão proposta sobre justiça substancial, não se está a
defender que o embargante tenha direito ao reconhecimento de extinção da
pretensão reparatória do Tribunal, mas sim que em igualdade de condições com
tantos outros que obtiveram o sobrestamento de seus feitos, mereça um
pronunciamento de mérito sobre o tema, quando isso se der (e não há mais motivos
e motivação para que tal não se ocorra, uma vez que a decisão do STF no Tema
899 transitou em julgado em 05/10/2021).
Ocorre que esta Corte, sem atentar para a questão proferiu decisão pelo
descabimento da via revisional, sem considerar para os motivos das inúmeras
decisões de sobrestamento prolatadas e que se fundavam exclusivamente em
aguardar o deslinde a ser dado pelo STF ao Tema 899.
Nesse passo, discordando dos termos do voto do relator nos presente Embargos,
entendo que essa falta de manifestação em sede de julgamento do Pedido de
Revisão, a meu sentir, é causa suficiente para que se declare a omissão relevante
na peça decisória, que sem dúvida alguma, foi vazada com ênfase em questões
técnico processuais, mas divorciada de questões de fundo, como a necessidade de
motivação das decisões proferidas por esta Corte, cujos fundamentos devem
sempre que possível, se revelar de lógica e serem aplicadas indistintamente a todos
os jurisdicionados (refiro-me às decisões de sobrestamento).
Aliás, assinale-se que já existe precedente nesta Corte de Contas sobre o tema, a
saber, no Processo 8165/2017 (Pedido de Revisão), em que foi prolatada a Decisão
3719-2019-1, in verbis:
1. DECISÃO TC-3719/2019:
4. Especificação do quórum:
Isto posto, voto por conhecer os aclaratórios, e no mérito, dar provimento, a fim
anular a decisão que não conheceu do Pedido de Revisão, a fim de que o
embargante possa, nas mesmas condições de outros jurisdicionados cujos
12
Art. 421. Da decisão definitiva em processo de prestação ou tomada de contas, caberá pedido de
revisão, de natureza jurídica similar à da ação rescisória. [...] § 4º O pedido de revisão fundar-se-á
em: [...] II - evidente violação literal de lei; [...]
processos ainda não foram julgados (em razão do deslinde do TEMA 899), obter um
pronunciamento de mérito sobre a prescrição no âmbito dos processos dessa corte.
Diante do exposto, e com base na competência outorgada pelo inciso XVI, do art.
13, da Lei Orgânica do TCEES e pelo inciso XVIII, do artigo 20, da Resolução TC
261, de 4 de junho de 2013 (RITCEES), discordando do Voto do Relator e do Voto
Vista do Conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti, VOTO no sentido de que o Plenário
aprove a seguinte proposta de deliberação:
4. Especificação do quórum:
Presidente
Relator nos termos do artigo 86, § 4º, do Regimento Interno deste Tribunal
Fui presente:
Em substituição ao procurador-geral