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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
CF/1988
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
A legalidade “suficiente”
Lei n. 6.994/1982
Art. 2º Cabe às entidades referidas no art. 1º desta Lei a fixação dos valores das taxas corres-
pondentes aos seus serviços relativos e atos indispensáveis ao exercício da profissão, restritas
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Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar – Princípios Tributários II
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É importante perceber que havia um limite estipulado na lei, que era até cinco MVR.
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Vale lembrar que a Lei n. 6.994/1982 chegou a ser revogada, contudo, a lei que a revogou
foi considerada inconstitucional, o que ensejou a repristinação da Lei n. 6.994/1982. Assim, a
polêmica durou até o advento da Lei n. 12.514/2011, que trouxe a seguinte disposição:
Art. 11. O valor da Taxa de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, prevista na Lei n. 6.496,
de 7 de dezembro de 1977, não poderá ultrapassar R$ 150,00 (cento e cinquenta reais).
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É importante perceber que o Supremo aceitou essa espécie de “delegação” para a ela-
boração de regulamentos, pois, no caso narrado, a lei fixou o teto para a cobrança dessas
taxas. Para que isso ocorra, não se pode deixar os valores em aberto.
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Com base no julgado acima, o Supremo fixou a seguinte tese: “Não viola a legalidade
tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita ao ato normativo infralegal fixar o valor de
taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser
atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de
correção monetária legalmente previstos”.
A legalidade “insuficiente”
Em um caso que teve como base as anuidades pagas aos conselhos que fiscalizam o
exercício de profissões (exceto a OAB), o Supremo teve um entendimento contrário ao que
foi disposto acima, pois tais anuidades são consideradas tributos da espécie de contribuições
de interesse de categorias profissionais e econômicas.
Quanto a essas anuidades, dispõe a Lei n. 11.000/2004:
Para que a legalidade trazida pelo dispositivo acima fosse considerada “suficiente”, ela
precisaria fixar o teto para essas contribuições anuais.
Ao julgar o RE 704.292/PR (Tema 540), acerca da Lei n. 11.000/2004, o STF fixou a
seguinte tese: “É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que
delega aos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência de
fixar ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das catego-
rias profissionais e econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada,
ademais, a atualização desse valor pelos conselho sem percentual superior aos índices
legalmente previstos”.
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O art. 97 do Código Tributário Nacional (CTN) dispõe sobre várias matérias submetidas à
reserva legal e se trata de um dispositivo de fácil entendimento.
Vale lembrar que a instituição de tributos depende da edição de uma lei, que deve conter
pelo menos quatro aspectos (informações):
20m
1. Dizer qual é o fato gerador do tributo;
2. Dizer quem é o sujeito ativo e o sujeito passivo;
3. Dizer qual é o valor do tributo a ser cobrado:
3.1. Alíquota; e
3.2. Base de cálculo.
Além disso, o art. 97 do CTN também irá se referir a outros dispositivos que estão presen-
tes na lei. Vale lembrar que a fixação de multa é algo que deve constar em lei.
CTN
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para
outras infrações nela definidas;
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou
redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em
torná-lo mais oneroso.
Quando não há um tributo fixo, o cálculo é feito multiplicando a alíquota pela base de
cálculo. Assim, essa previsão do § 1º do art. 97 tem o efeito de dispor que isso só pode ser
feito por lei.
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Obs.: é importante perceber a mudança de uma legislação que citava que a base de cálcu-
lo de um tributo era composta somente pelas receitas que a empresa obtém no exer-
cício de sua atividade-fim, para outra lei que passa a prever que o faturamento irá
compreender a totalidade das receitas e não apenas as operacionais, o que foi feito
é exatamente aquilo que o § 1º, do art. 97 do CTN equipara a majoração de tributos.
Nesse caso, há exigência de lei.
CTN
Art. 97. (...) § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste arti-
go, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Vale lembrar que correção monetária não é considerada um aumento em si, logo, pode
ser realizada por ato infralegal. Isso é muito comum no caso do IPTU e, por conta disso, foi
elaborada a seguinte jurisprudência:
STJ, Súmula n. 160. É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em per-
centual superior ao Índice oficial de correção monetária.
Assim, caso a atualização do IPTU seja em percentual superior ao índice oficial de corre-
ção monetária, estará configurado o aumento e, portanto, deve ser feita por lei.
30m
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Ricardo Alexandre de Almeida Santos.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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