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Direito Tributário II

Professor: Thiago Lages

Continuação da matéria de TRIBUTÁRIO 1:

Tributos Fixos e variáveis: A maioria (é a regra) dos tributos é variável, variam de acordo com o valor da
base de cálculo, de acordo com o serviço prestado. Ex.: Prestação de serviços, reparo de obra. Se o ajuste
custar 500,00 e o valor do ISS a ser recolhido, em uma alíquota de 5%, seria 25,00 para serem recolhidos.
Mas se o serviço for mais trabalhoso, o serviço custa mais, com isso, o valor será de 50,00. Ainda que a
alíquota seja a mesma, a base de cálculo oscilando será responsável pela variação. Ex.: Imposto sobre a
renda. Mas temos também os fixos, como o caso do ISS dos profissionais liberais, como os advogados. O
advogado, por exemplo, pode recolher o ISS per capita, por cabeça, fixo para ser recolhido, por profissional.
Ex.: o professor Thiago tem um escritório e possui 20 pessoas, em que tem 12 advogados. Paga-se o ISS por
profissional. O professor Humberto Theodoro se montar um escritório com 12 advogados, todos pagariam o
mesmo valor de ISS para a prefeitura. Thiago é contra ao pagamento fixo, afirma ser inconstitucional.
Art. 9º, Dec. 406/88: para o judiciário, foi recepcionado pelo CF/88 e, portanto, pode ser aplicado. Já
que poderia ser contrário à ideia de Justiça Tributária, já que outras profissões não pagam o valor fixo.

Princípios Tributários

1. Princípio da Legalidade em matéria tributária:


Tal como já foi dito, a lei exerce um papel fundamental no Direito tributário, afinal, o art. 5º, II, art.
150, I, CF dizem que ninguém é obrigado a nada, se não em virtude de lei, sendo vedado aos entes federados
instituir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Art. 5º. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Sendo assim, a legalidade é relevante. Em matéria tributária não há exceção à legalidade com relação a
instituição do tributo, somente a lei poderá fazê-lo. Temos o caso da Medida Provisória que tem força de lei,
já que quando aprovada ela se transforma em lei. Assim, não há exceção à legalidade, já que a construção da
legalidade é essencial pela noção de Estado Democrático de Direito. Em termos de legalidade, temos, em
tese, um sistema tributário bonito, sendo uma autoimposição tributária. Com a integração mundial, em que o
país tem sido forçado a participar de alguns tratados que afetarão a legislação interna, pode ser que
acabamos bebendo em boa fonte, já que são alguns pontos unificados. Temos, assim, um princípio fundante.
Não há instituição, suspensão, exclusão e extinção de tributo sem previsão legal. Para a Obrigação tributária
nascer ou ser extinta deve haver lei. (Art. 97, 151, 156, 175, CTN).
Algumas matérias são reservadas À lei complementar, porque é difícil conseguir um quórum de
grande maioria dos deputados, e se deixa certas matérias para lei ordinária, pode acontecer que uma pequena
parte de deputados mude algo muito relevante.
Quando uma lei ordinária institui um tributo que deveria ter sido instituído por lei complementar, esse
tributo é inconstitucional, quando é o contrário a lei será válida.
Súmula 276/STJ - Lei ordinária não poderia revogar um tributo instituído por lei complementar, esse
foi o entendimento do STJ, quando uma Lei Ordinária revogou a matéria que tratava de COFINS, que tinha
sido instituída por lei complementar, mas de acordo com a constituição para tratar dessa matéria não é
necessária L.C. Então o STF decidiu o contrário, então se o congresso nacional puder decidir o que será
tratado como LC e como LO será dado ao CN poderes constitucionais, fazendo o papel de constituinte.
Art 84
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;Art. 156. Parágrafo
único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação
da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.

Há porém, algumas exceções para a modificação de tributos já instituídos por lei como a alteração de
algumas alíquotas, que podem ser feitos por atos infra legais. Sendo uma exceção não plena de
legalidade e sim de modificação que é plenamente justificável, em que neste mundo arque complexo de alta
velocidade de mudanças, precisa-se de algumas ferramentas de indução de comportamento mais dinâmicas e
interativas.
Daí se permitir que os impostos de importação, exportação, operações financeiras, e produtos
industrializados (art. 153, I, CF - Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 1º É facultado ao
Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
enumerados nos incisos I, II, IV e V.), podem ter a alíquotas alteradas por atos infra legais, como por meio
de decretos.Já que se precisar realizar um ajuste urgente, para realizar ferramentas tributárias, podem ocorrer
alterações instantâneas, com uma oportunidade de remodelar o mercado.
São exceções impróprias à legalidade. Não é que eles possam ser instituídos sem lei, mas as
alíquotas podem variar de forma variável. É facultado ao poder, atendido as condições e limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos já citados.
A legalidade não tem exceção no sentido de que todos os tributos serem necessariamente instituídos
por lei. Mas há uma exceção que é a possibilidade de alguns impostos serem alterados por atos infralegais.
São tributos que precisam ser alterados em um curto período de tempo, ainda assim, somente podem ser
modificados dentro de limites legais.
. Medidas provisórias em matéria tributária:
Art. 150, I, CF - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o
estabeleça; muito se discutiu sobre isso, alguns autores entendiam que não é possível, mas pela emenda da
Constituição Federal isso fora solucionado quando o constituinte coloca no §2º, art. 62, CF que Medida
Provisória que implique instituição de impostos somente produzirá efeito se houver sido convertido em lei
até o último dia daquele em que foi editada e produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte. A medida
provisória não poderia instituir tributos, é o que muitos pensam, ai o STF teve a decisão de a medida
provisória ter força de lei, e instituir alguns tributos, não todos, porque alguns a CF diz que só poderão ser
instituídos por lei complementar.
Alguns autores diziam sobre a impossibilidade, e outros pela possibilidade. O recado que se tira da
emenda, é que a Medida Provisória implica em instituir tributos. Mas os tributos antes da emenda? Temos
um problema que vale a pena discutir com relação a instituição de tributos por Medida Provisória, foi dura a
construção da legalidade, da ideia de que o poder encontra-se nas mãos do povo. Quando encontra espaço
para que Medida Provisória possa instituir e majorar tributos, é algo preocupante. Mas no jeito que se
encontra posta no texto constitucional, isso é possível. Já que as Medidas Provisórias podem surtir
resultados mais rápidos para tributos permitidos pela Constituição Federal a serem modificados por atos
infralegais.
Permite-se essa mudança rápida, para alguns tributos específicos, como Imposto sobre Importação,
Imposto sobre Exportação, que são questões mais sensíveis. Os demais tributos somente poderão surtir
efeito se a Medida Provisória apresentada hoje e até dia 31/12 seja aprovada no Congresso Nacional, assim
sendo, surtirá efeitos, já que passa pelo controle da legalidade antes de nos afetar.
Os tributos que demandarem Lei Complementar para seu manejo (empréstimo compulsório,
Imposto Sobre Grandes Fortunas, etc....) não poderão ser tratados por Medida provisória, já que quando
convertida, é convertida em Lei Ordinária e não Lei Complementar. Pegadinha!!!
Art 153, § I  algumas decisões tem que ser tomadas com rapidez,
V

. Convênios Interestaduais:
Temos um tributo que é instituído e fiscalizado pelos estados e que é o principal tributo da esfera
estadual em termos de resultados que é o ICMS que são bilhões de arrecadação. Sendo um tributo muito
complexo pela quantidade de dinheiro envolvido, tendo como consequência muito poder nas mãos do
Estado. Cada ente político e o DF pode legislar sobre ele. Temos o art. 155, CR é muito grande, maior do
que o 153, 156, sendo extenso devido ao ICMS. Temos ainda leis complementares que o regulam no plano
nacional, e ainda cada estado o regula no plano local.
Além da CR, Lei complementar e Leis estaduais temos o Conselho de Política Fazendária
(CONFAZ), órgãos que congrega os estados presidido pelo secretário da receita federal, a CR exige que
para a concessão de alguns benefícios os estados tenham que entrar em um acordo para evitar uma guerra
fiscal. Art. 155, §2º, XII, “g”, diz que cabe a lei complementar deliberar sobre as isenções. Mas para MG
conceder isenção é necessário a aprovação do CONFAZ, para evitar brigas ferozes para trazer indústrias e
postos de trabalho.Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: II -
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior; § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: XII - cabe à lei complementar: g)
regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
Foi criado essa previsão, por mais que seja um tributo estadual, existem muitas formas de tentar sua
unificação no Brasil inteiro. Outro fator que gera muito problema são os incentivos fiscais concedidos sem
autorização do CONFAZ: na hora de atrair o investimento os estados concedem benefícios fiscais para
uma empresa, porém MG não pode fazer isso, já que não há autorização. Com isso os estados arrumam
formas para fingir que não estão dando incentivos, em um jogo político entre estados.
O estado de Minas Gerais tem uma resolução de n.º 3.166, que é uma Resolução que diz quais
incentivos dados por outros estados que são inconstitucionais e inadmissíveis aqui no Brasil. Na
sistemática de débito e crédito, se compro uma mercadoria com incentivo inconstitucional, Minas Gerais
acaba não reconhecendo o ICMS embutido. Mas há várias formas de burlar essa resolução, e são utilizadas
pelos estados em termos de guerra fiscal.

Há uma lei no estado de Minas Gerais que não é muito correta: Se algum outro estado da federação
conceder incentivos que não poderiam ser concedidos, Minas Gerais denunciará e se aquele incentivo não
cessar poderia adotar medida de compensação. Se houver alguma inconstitucionalidade, Minas Gerais
também poderá cometer uma inconstitucionalidade. Ex.: O empreendedor se instala no ES, gera emprego e
gira a economia, gerando um ciclo positivo para o estado do ES, tudo isso sendo possível decorrente de
incentivos. Por isso que as mercadorias advindas desse empreendimento, muitas vezes não são aceitas por
Minas, em exemplo. Os nomes dos estados são meramente exemplificativos, já que ocorre em todos os
estados.

. Instrumentos normativos secundários


Temos atos primários de criação de direitos como a Constituição Federal. E ainda os atos infralegais
que são instrumentos normativos mas que não podem instituir direitos, obrigações e deveres. Eles são
usados para regular detalhes em matéria tributária mas não para instituir obrigações.Ex.: Decretos,
Ordens de Serviços instruções normativas, em todos os planos, são exemplos já que diversos aspectos
atrelados ou próximos à obrigação tributária não precisam ser tratados em leis. Ex.: Guia do Simples
nacional, não precisa de lei para determinar as formalidades dessa guia, não há a necessidade de lei para
tratar detalhes que não é definição de obrigação tributária. E isso é ótimo, já que evita muitos trâmites legais.
Seria um trabalho enorme para matérias pequenas caso houvesse a necessidade de sempre ter uma
lei. Então, há alguns atos normativos, que são atos infralegais. Tudo isso que foi falado, poderia ser definido
em lei, mas isso seria um regresso, pelo trato da matéria. Os decretos, principalmente, desempenharão um
papel previsto pela constituição de matéria tributária, encontra-se no art. 84, IV, CF, que diz, que os decretos
e regulamentos servem para a fiel execução da lei. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução.Assim, os decretos, pela Constituição Federal, servem para dar fiel execução à lei, e
não para inovar com relação ao texto legal, tendo em vista sua limitação.
Mas na prática o que se vê ocorrendo é a ampliação do texto legal, sendo uma atitude ilegal. Quando
um decreto diz algo diferente da lei, não seria inconstitucional, e sim ao primeiro momento ilegal, já que
está falando menos ou mais do que foi definido em lei. Em resumo, isso seria antijurídico.
Há outras possibilidades como no inciso, VI, art. 84, CR(VI - dispor, mediante decreto, sobre:)que
são outros decretos, assim, esses atos normativos secundários, na prática, eventualmente, se extrapolam o
que está previsto e os servidores submetidos ao poder daquele que decretou não sabem o que fazer:
confrontar o que o chefe diz ou confrontar a Constituição da República? Na teoria atropelaria o Decreto, e
seguiria a lei. Mas sendo auditor fiscal, que ralou para passar em um concurso público, e está com 1 ano de
fase do estágio probatório, e tem um decreto dizendo a forma de agir, talvez não ocorra o seguimento da lei.
Esse ato confronta a constituição, mas por questão hierárquica segue o decreto, já que não arrisca os anos de
estudos para defender a Constituição Federal, infelizmente.
A crítica aqui é que temos que lutar contra atitudes que abrem mão da legalidade.

. Lei complementar em matéria Tributária:


É um tema extremamente tormentoso, já que não há um consenso preciso. Se comparado com
autores mais antigos em referência aos atuais, temos outro contexto constitucional e eles entendem um
alcance menor. O nosso sistema previu que a Constituição da República outorga competência para instituir
tributos. Os entes políticos exercem a competência ao instituir tributos, porém em algumas situações precisa-
se encontrar uma padronização para instituir tributos no Brasil inteiro. Ex.: ISS, pode ser instituído pelo
município, será que não se precisa de uma regulamentação nacional para demonstrar os limites? Se assim
não fosse seria uma bagunça, ou seja se não admitíssemos uma Lei complementar a obrigar regras básicas a
serem seguidas, não haveria o mínimo de ordem.
A Lei Complementar exerce uma padronização nacional para a aplicação da lei. Há a Lei
Complementar que trata do ICMS, temos ainda outros fatores que não são propriamente do ICMS como o
prazo decadencial, como que constitui créditos tributários, etc.... que são constituídos por uma outra Lei
Complementar.
Nesse sentido, faz-se necessário uma lei complementar para regulamentar questões genéricas. O art. 146,
III CR (Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre)diz das principais funções da Lei Complementar em matéria tributária.
Dizendo que cabe à LC estabelecer normas gerais em matérias de legislação tributária.
Uma das missões desta lei seria formar ou acabar de formar o nosso sistema tributário nacional para que
não fique algo desconexo. Outro papel de leis complementares, seria no inciso I, dispor sobre conflitos de
competência(I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;), já que temos de acordo com a Constituição da República, uma outorga
de competências tributárias bem direcionadas, mas há a existência de alguns casos em que ocorrem
confusões de tributos. Ex.: Construção de um estádio, em que o empreendimento de bilhões de reais com
alguma alteração tributária acarreta em um impacto muito grande.
Não era para haver os conflitos de competências tributárias no |Brasil, mas esse conflito existe já que há
mais de um tributo sobre o mesmo assunto, como no caso sobre o consumo.Obs.: Se existisse o IVA
(imposto sobre valor agregado), talvez isso não ocorreria. Por isso faz-se necessário LC para dirimir
conflitos de competência.
Há a LC 116 (ISS) que discrimina quais os serviços serão tributados pelo ISS e quais os serviços que
quando combinados com a circulação de mercadoria estarão sujeitos também ao ICMS. Ex.: Dentista
quando realiza um implante, há uma peça a ser instalada, será que não cabe ICMS? Não, já que a Lei
Complementar 116 diz que em caso de combinação de prestação de serviços e circulação de mercadorias,
em caso de omissão, prevalece o ISS.
No entanto, tem-se que na manutenção de veículos com o emprego de peças e partes, em uma revisão da
oficina, por exemplo, usualmente quando tem que trocar o filtro de óleo, para pegar o carro de volta há duas
notas fiscais, uma nota das peças e partes e outra da mão de obra. Já que a LC 116, diz que as peças são
tributadas pelo ICMS separadamente. No nosso dia a dia a Lei Complementar tem um efeito tremendo, já
que regula qual o tributo incide e portanto, regula o preço das mercadorias.
O inciso 3º, “d”(III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente
sobre: d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239), fala sobre
as ME, Simples Nacional. O simples é um regime simplificado de recolhimento de tributos. É uma
sistemática que põe no mesmo regime alguns tributos municipais estaduais e federais. Uma microempresa
em tese tem uma operação tributaria mais simplificada, já que com a emissão de uma guia só cumpre as
obrigações tributárias para todas as esferas de governo. Seria a ideia de um tributo único. E esse Simples
existe já que a Constituição da Repúlica disciplina sobre isso, e o manda que faça mediante Lei
Complementar.
As leis ordinárias, salvo exceções, obrigam a própria União, mas o mesmo Congresso edita Leis
complementares que não legislam somente obrigando a União, e sim os demais entes também. Ex.: LC
123/2006, que diz que o município não irá exigir do microempresário tributos separadamente. O dinheiro
recolhido pelo Simples, pela alíquota x, é desdobrada.
Outra função da Lei Complementar em matéria tributária, encontra-se no inciso II, art. 146, e art. 150 na
sessão II com as limitações do poder tributário. Muitas dessas limitações ao poder de tributar, encontram-se
no art. 150 e seguintes.
As chamadas Imunidades, são entendidas como limitação ao poder de tributar (tecnicamente é
melhor dizer limitações à competência e não ao poder), são reguladas por Lei Complementar. Se há uma
imunidade, quem disciplina, ou explica quando vale ou quando será aplicada, será a lei complementar.
Temos então, a previsão de imunidade para empresas de assistência ou beneficentes. Essas entidades devem
seguir uma série de requisitos. Ex.: escrituração regular. Para evitar que a imunidade concedida não seja
utilizada por alguém para enriquecer à custa de uma imunidade em um momento de estratégia do Estado. As
Leis Complementares regularão assim, as limitações da competência tributária.
Há ainda, a função de instituir tributos, como os empréstimos compulsórios, o Imposto sobre grandes
fortunas. Além de dispor sobre aspectos gerais.
Em suma, a Lei Complementar serve para regular as limitações, dirimir conflitos de competência, ajudar
na instituição do sistema tributário, dispor sobre o tratamento das ME’s, instituição de tributos.

2. Princípio da não surpresa tributária:


Serve para que as pessoas possam se preparar. Algumas das alterações tributárias surtirão efeitos
instantâneos outras deverão esperar a noventena, ou seja, o período de 90 dias (como no caso do IPI). Este
princípio pode ser desdobrado em anterioridade tributária, espera nonagesimal, e irretroatividade tributária.
Há um sobreprincípio de não surpresa.
A ideia é que o Direito não tenha ação retroativa, que não aja pelo passado ou reconfigure ações
ocorridas sob a égide anterior, e também a previsão de que os sujeitos passivos possam se programar com
relação à mudança de carga tributária.
A não surpresa encontra-se no art. 150, III, CF (Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;) que diz que é vedado aos entes públicos cobrarem tributos em
relação a fatos geradores antes da vigência da lei, ou no mesmo exercício financeiro que os instituiu, sendo
esta uma regra geral do direito.
De acordo com a anterioridade de exercício o tributo que fosse instituido em 24 de dezembro de um ano
por exemplo, começaria a valer em primeiro de janeiro e como isso estava sendo muito feito, passou a valer
junto com a anterioridade a noventena, para não haver essa surpresa tributária, assim, deve ser respeitado o
mínimo de 90 dias entre a aprovação da lei e sua eficácia. Assim a lei que for aprovada em 31 de dezembro
entrará em vigor no exercício seguinte após noventa dias de sua aprovação, logo em 1 de abril. Usará a
contagem a partir do primeiro dia seguinte a publicação, e será a partir daí para contar 90 dias, a lei pode
estabelecer que sua contagem de prazo seja maior que noventa dias, nunca menor. Irá prevalecer o maior
prazo, de noventa dias ou de exercício seguinte.
Um tributo instituído hoje (outubro/2016), somente poderia ser exigido em janeiro de 2017, porém, há
exceções. Há assim, uma anterioridade anual ou de exercício. Existia em um primeiro momento, no artigo
150 apenas a anterioridade sem a combinação com a alínea “c”, em que os tributos para serem exigidos
também tem-se que aguardar o transcurso de noventa dias (assim, hoje, além do caso da anterioridade deve-
se respeitar a noventena).
Isso, pois, muitas leis eram aprovadas entre o Natal e o Reveillon, então, essa regra da anterioridade
acabou sendo mitigada, para o objetivo que tinha nela que era de resguardar os sujeitos passivos de
mudanças repentinas na carga tributária. Ex.: Quantos produtos há no EPA? Vem uma lei dia 31/12 que
altera a alíquota do ICMS, e de repente tem que mudar os preços de 500 mil itens de uma vez, isso é um
absurdo!Assim, somente a anterioridade se mostrou insuficiente para acalmar os sujeitos passivos.
Digressão: Dentro desse princípio, temos a ideia de que tínhamos apenas a anterioridade de exercício,
que tem relação ao primeiro dia do exercício seguinte, para a majoração e criação de tributos. Somente pode
cobrar o tributo no ano seguinte. Em função desse princípio, o tributo somente pode ser exigido no ano
seguinte, isso significa que uma vez instituído o tributo em fevereiro, há quem defenda a tese de que todos
os fatos de fevereiro para frente seriam tributáveis em janeiro. Mas isso é errado, já que apenas a própria
ocorrência do fato imponível somente se dará a partir do exercício seguinte.
Há um momento de obrigação tributária, e posteriormente quando constituída, designa-se como crédito
tributário. Além dessa anterioridade há a noventena (ou espera nonagesimal, ou anterioridade mitigada).
Somente existia a anterioridade, mas daí o professor da Federal do Rio, antes daqui de Minas, escreveu um
livro pequeno dizendo que não basta a anterioridade se as leis aplicariam no dia 1º, cabendo a possibilidade
de instaurar a lei em dezembro (Eduardo Malheira).
Mas há exceções à anterioridade e à noventena. Alguns tributos não podem aguardar para sempre para
que possa exigi-los já que possuem uma função de mercado relevante que não pode ser desconsiderada.
Ocorre alterações a depender do contexto ao qual se insere. Logo, o efeito pode ser imediato. Ex.: Aumento
ou redução de IOF, não adianta que o IOF esperasse o dia 1º de janeiro do ano seguinte, havendo indicação
pela própria constituição, no artigo 150, §1º, CR que diz que a vedação do inciso III “b” não se aplica a
todos os tributos, ou seja, a regra geral de anterioridade não se aplica aos tributos indicados, como os
empréstimos compulsórios, em momento de guerra e calamidade pública, (§ 1º A vedação do inciso
III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso
III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base
de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.)a iminência de guerra sobrepõe à não surpresa;
há ainda o artigo 153, I, II, IV e V:(I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o
exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito,
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;) Imposto de importação e exportação, IPI,
IOF, ou seja, não há de se falar em anterioridade. Há ainda o artigo 154, I e II, impostos extraordinários de
guerraII - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em
sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação).
Ou seja, nesses casos não há lógica da anterioridade. Ainda no §1º, art. 150, CR, fala sobre a noventena
que não se aplica aos tributos previstos. O artigo 153, III e VI, CR não se encontra no início(não se aplica
aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos
impostos previstos nos arts. 155, III, e 156). Os empréstimos compulsórios e os II, IE, IOF, extraordinário
de guerra são em ambos, mas o IPI (exceção à anterioridade) e o Imposto sobre a renda ( exceção a
noventena) (tributo de fato gerador complexo), perfazer a diferença nesse caso. A ideia do IPI é que
ficasse sujeito a noventena, sendo parcialmente ligado a não surpresa e a não anterioridade. Tanto o
imposto sobre a renta, IPVA e IPTU ocorre a alteração da base de cálculo, já que eles tem que aguardar o
ano seguinte (anterioridade) mas podem ser alterados sem a noventena, já que o fato gerador ocorre no dia 1º
de janeiro.
Alteração (redução) de alíquota pode valer no dia seguinte, porque ela não surpreende e prejudica o
contribuinte. A noventena vale para instituição ou aumento da alíquota, pode também ser estipulado que
esse aumento ocorra em outro prazo, desde que maior que noventa dias. Desde que a alteração seja para
reduzir a alíquota pode valer no dia seguinte.
Se houver uma alteração aumentando a alíquota de IPTU em 25/12/17, ela só entrará em vigor em
jan/19, se a alteração for para diminuir ela já poderá ser cobrada em jan/18.
IOF, Imposto sobre importação, são impostos que vem com surpresa para o contribuinte, são exceções a
noventena e anterioridade..
Os tributos que estão dispensados de seguir a anterioridade e a noventena estão relacionados a uma
mudança repentina.
Isso significa que são exceções à anterioridade e não à noventena, assim, poderá ser exigido 90 dias após
a alteração legislativa, ou melhor, no mínimo em 90 dias, cabendo à legislação a possibilidade de dilatar o
prazo. O Imposto sobre a renda será exceção à noventena, logo, uma modificação do imposto sobre a renda
passa a valer somente com respeito à anterioridade. Nesse caso, a alteração pode se dar no apagar das luzes
do ano. (Tributos de fatos geradores complexos).
Continuando a redação do último trecho, diz que a vedação do inciso III, c não se aplica aos tributos
mencionados e não se aplica a fixação da base de cálculo dos art. 155, III, que é o IPVA, e o 156, I que é o
IPTU. Qual a diferença de destaque desse trecho? Ele é específico com relação à base de cálculo do
tributo, os demais podem ser alterados a base de cálculo. Isso é bom que seja assim, já que nesse caso,
quando se altera a base de cálculo desses tributos, que são o valor da propriedade, tem-se condições de
alteração legislativa próxima do fato oponível, corrigir a base de cálculo, para não se desconectarem da
realidade. Se ocorre um aumento de IPI, ocorre o aumento do preço do carro O, o carro que é usado vai ter
um impacto de preço, já que ocorre um aquecimento no mercado de veículos usados. Mas com a queda do
IPI, o preço do carro O, abaixa, e o mercado de veículos usados diminui. Isso tem um reflexo no valor da
propriedade, sendo uma alteração do IPI que surge efeito na base de cálculo do IPVA. Assim, para tornar a
base de cálculo real, essa exceção à noventena pode ser vista de maneira positiva. O mesmo ocorre no caso
dos imóveis. E mediante a exceção, permite que a propriedade tenha um ajuste bem próximo do final do ano
para se adequar à realidade.
Quanto melhor a base de calculo melhor ela irá refletir no bem do contribuinte.
A noventena então veio a se somar como regra geral para a não surpresa se tornar efetiva. Além dessas
figuras, temos também outro tema que deve ser tratado: é a chamada irretroatividade da lei tributária. O art.
150, III, “a”, diz ser vedado a cobrança de tributos de fatos geradores antes da vigência da lei que tenha o
intitulado, algo que nega a irretroatividade, i retro atividade, sendo uma negação de uma atividade do
passado, não sendo possível permitir uma ação do passado. Não pode ter ações do passado, mas na verdade
não tem como agir no passado. Retroatividade então não é possível juridicamente, a proibição não é de
retroação e sim de que no presente haja efeitos jurídicos de ações feitas no passado. O direito não permite
uma reclassificação de fatos no passado e dê a eles outras interpretações.
Não se pode, assim, ter uma lei que diz que a alíquota de 2012 se altere. Sendo uma afronta a ideia de
não surpresa tributária, já que uma coisa é dar um prazo para a programação do tributo, e outra é mexer em
fatos já classificados anteriormente. Então, todas as leis publicadas, se respeitado a anterioridade e a
noventena, aplica-se necessariamente a irretroatividade.
Há dois artigos, o 106 (Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:I - em qualquer caso, quando
seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados) e o 144, CTN, que diz (art. 144, O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.)
que o lançamento reporta-se a data da ocorrência do fato, esse lançamento é a atividade de apuração, qual a
base de cálculo, mostrar quem deve, etc.... Diz qual a regra aplicada para determinado lançamento que é a
lei que estava em vigor à época do fato oponível. Assim, se há uma lei de 2012, que regulasse a incidência
de ISS, e o fato ocorre em 2013, e em 2014 há uma alteração legislativa aumentando a alíquota e em 2016 o
fisco efetivamente cobra o dinheiro, como proceder? O fato ocorreu em 2013 com a lei de 2012 (alíquota de
3%), quando o fisco for cobrar, a alíquota será a de 2012, pelo fato ter ocorrido em 2013. Se admitisse
aplicara alíquota de 2014, haveria efeitos retroativos, que são vedados.
Exceções: Tal como no Direito Penal, há uma exceção para a retroatividade mais benéfica. No direito
tributário tem-se uma previsão no artigo 106, CTN que é a exceção para a retroatividade mais benéfica, ou
benigna, que está no inciso II, que diz que se a lei passar a aplicar uma penalidade mais baixa esta
penalidade pode retroagir para uma aplicação mais benéfica. Para o tributo não haveria falar de
irretroatividade, assim, não confundir a obrigação principal com a obrigação acessória (penalidade).
Digamos que a lei de 2012 previsse que tivesse uma multa de R$100.00 para o não emissão de nota fiscal
em 2013. A lei de 2014 aumentou a penalidade para R$150.00 e o fisco em 2016 detecta a irregularidade,
aplicando a regra de 2012, já que a mais branda já é a da ocorrência do fato. Mas mudando o cenário, se em
2012 a penalidade era de 200.00 e uma alíquota de 5% e em 2014 de 150,00 e uma alíquota de 2%. A
retroatividade se limita a penalidade. Nesse caso, a alíquota aplicada será de 5% e a multa de 150.00. Já que
a retroatividade é apenas para a penalidade.
Outro ponto, em 2014 foram revogados o tributo, como ocorrer a cobrança em 2016 da multa e do
tributo? O tributo será o da época, já que apesar da revogação, o fato já ocorreu sendo regido pela lei vigente
a ela. Com relação à penalidade se foi revogado, não terá nada a ser pago, já que 0,00 é mais benéfico.
Ainda, o inciso I, do art. 106, CTN, a lei meramente interpretativa poderia ter os efeitos retroativos.
Essas leis interpretativas são um ponto de debate entre os autores de direito tributário. O professor tem um
pensamento isolado na doutrina. O direito, por meio do sistema jurídico, impõe algumas regras, elas devem
ser claras e compreensíveis, já que se não o forem, o Direito não tem finalidade.
Uma vez posta uma regra, a ideia é que ela não seja depois alvo de releitura por uma nova lei. O que
ocorre no ordenamento é que o legislador cria uma norma jurídica e dez anos depois diz que irá publicar
uma lei interpretativa daquela do passado, para “clariar melhor para os leitores o que queria dizer”, mas a lei
deveria ser inteligível no seu nascedouro.
Uma lei que vem para interpretar, somente pode fazer duas coisas: repetir o que havia dito a lei anterior,
que não contribuirá em nada, ou dirá de modo distinto o que se escreveu. Ou será uma repetição ou estará
novas regras do jogo, se ela inova no ordenamento não seria simplesmente uma regra interpretativa e sim
uma nova regra. Tivemos um caso no Brasil que foi de uma lei publicada em 1966, a lei 5172, que é o CTN.
Este, 39 anos depois, em 2005, foi alvo da LC 118 que a pretexto de interpretá-lo diz que esse artigo da
redação original queria dizer outra coisa. Não cabe ao legislador ser intérprete de suas próprias leis, já que o
nosso sistema tem uma divisão de poder. O CTN foi interpretado entendendo-se que os sujeitos passivos
tributários se pagassem tributos teriam direito de restituição de valores pagos indevidamente quando se paga
duas vezes o imposto. Ou seja, quando se paga duas guias de IPTU, abre direito a reaver o segundo
pagamento, e o prazo seria de 10 anos, ou a tese dos cinco mais cinco, já sedimentada no STJ depois de 39
anos de discussão. O Legislador Brasileiro, não gostando dessa conclusão de 10 anos, apresentou um PL que
se transformou na LC118, dizendo que aquilo que seria 5+5, na verdade, são apenas 5 anos. O acórdão do
STJ tem muitas páginas dizendo que não haveria a possibilidade desse entendimento, já que já estava
unificado. Tecnicamente o professor não concorda com o 5+5, ele acredita que o prazo sempre foi de 5 anos.
Mas o 5+5 foi o posicionamento do STJ e deveria ser seguido. O legislador a pretexto de interpretar, diz que
é outra coisa, e o STJ disse que se quiser interpretar assim, daqui para frente, tudo bem. Mas dizer que
sempre foi de 5 anos, atinge o princípio da não surpresa.
Assim, o contribuinte que pagou em 2000 um valor indevido, e teria 10 anos para pedir de volta esse
valor, de repente chega em 2005 e alguém diz que não haveria mais o direito de 10 anos. Essa LC é de
fevereiro de 2005 e entrava em vigor dia 9 de Junho, causando uma correria no judiciário com ações até a
data em vigor. A compreensão do professor é de que não caberia ao legislador alterar as regras para quem
pagou anteriormente, e sim de 2005 para frente.
No viés da anterioridade, tem-se o art. 155 §4º, IV, “c”, CR, (§ 4º Na hipótese do inciso XII, h,
observar-se-á o seguinte: IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e
Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: c) poderão ser reduzidas e
restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b ) diz que pode reduzir e restabelecer a
alíquota, podendo reduzir e aumentar depois. Outra exceção ao art. 177, “b”, alíquota da CIDE
Combustíveis pode ter a alíquota reduzida sem continência à anterioridade (Contribuição de Intervenção de
Domínio Econômico).

10/10/2017

Há mais um tema, que hoje não existe mais dentro da não surpresa, que seria a anualidade. Havia aqui
no Direito tributário, em que o Tributo deveria ser aprovado em 2015 para ser exigido em 2016, ou seja,
todo ano precisava de aprovação para que o tributo pudesse ser exigido, hoje em dia não se tem a
anualidade. Uma vez aprovada a lei hoje ela vale daqui para frente sem que houvesse a renovação anual. O
ponto negativo é a retirada do foco legislativo, com cambalacho político a cada ano, mas podendo ser usado
como uma forma de participação popular.
O princípio da anualidade que é encontrado no direito financeiro, não é encontrada no direito tributário.
Tributos extrafiscais são utilizados para induzir comportamento e como esses são para induzir um
comportamento de forma rápida, a tributação precisa ser imediata também.

 Art. 150 CR
 Não são todos os empréstimos compulsórios que são exceção no art 148.

3. Princípio da Justiça Tributária


3.1. Igualdade: Capacidade Contributiva, seletividade, uniformidade de reposição, não
discriminação.
A Justiça Tributária também pode ser designada enquanto um sobreprincípio, dentro do qual caberão
diversos princípios e o primeiro que pode ser mencionado é a igualdade. Isonomia, com relação a sua
etimologia tem-se a combinação de isonomos, ou seja, normas iguais para todos. Mas não adianta falarmos
de normas idênticas já que cada pessoa tem a sua individualidade. Essa ideia de isonomia não é
simplesmente pegar a mesma regra e aplicar a todos, mas sim tentar diferenciar a todos na medida de sua
desigualdade. Há alguns princípios que permitem ou tentam cuidar de cada individualidade para que a
pessoa seja tributada a medida de sua capacidade de contribuir.
3.2. Capacidade Contributiva:
Por natureza é do Direito tributário, ou seja, é genuinamente do direito tributário. Este é um princípio
nuclear do Direito tributário, e a nossa CR trata esse princípio textualmente de modo mais direto no art. 145,
§1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. O professor acredita que a lógica da capacidade
contributiva não esteja isoladamente nesse parágrafo. O art. 145, §1º, CR tem uma peculiaridade que daria
uma impressão que a capacidade contributiva seria limitada a uma única espécie tributária que seria o
imposto, já que diz que “sempre que possível os impostos terão caráter pessoal...”. Assim, uma leitura
apressada poderia se compreender que essa capacidade estaria limitada, há quem defende essa limitação,
mas para o professor, a realidade do sistema tributário nacional em que se tem diferentes espécies tributárias
já é uma ideia de capacidade contributiva no contexto em que são inseridas. Isso pois, à medida que alguém
é chamado a contribuir com o Estado mediante uma contribuição de melhoria, essa pessoa é chamada a
contribuir não por meio de impostos, e essa pessoa deve contribuir pela obra. Outras que não receberam
benefícios não devem contribuir. Outro exemplo são as taxas, tributos vinculados, em que a mera existência
das taxas permite que algumas atividades sejam custeadas pela receita das taxas, assim, custeia uma
atividade estatal que não será arcada com a receita dos impostos. Ou seja, ajuda a construir a Justiça
Tributária, já que apenas essas pessoas arcarão com a contribuição de melhoria ou com uma taxa. A
existência de várias espécies tributárias já pressupõe a Capacidade Contributiva.
Há ainda o comando do §1º, art. 145, CR de que a administração tributária possa mergulhar dentro
das especificidades da realidade do contribuinte. O §1º diz que os impostos têm caráter pessoal graduado
segundo a capacidade, facultando a administração fiscalizar. O Imposto sobre a renda, que é um imposto
pessoal que se preocupa com as peculiaridades, é um tributo que observa a ideia de capacidade contributiva,
já que permite que diversas reduções sejam feitas para que uma pessoa com certas características possa
auferir a renda e abater um determinado valor, caso tenha dependentes (como saúde, educação, etc....). Ex.:
Um sujeito que tenha três filhos e outro que não tenha dependentes e com a mesma renda, não devem pagar
o mesmo tributo já que não têm a mesma capacidade contributiva, assim, para que se busque a isonomos,
temos que ter a observância das peculiaridades de cada pessoa. O espírito disso seria desigualar as pessoas
na medida de suas desigualdades.
3.3 Não utilização do tributo com efeito de confisco, art. 150, IV:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
Vedação de cobrança de tributo com efeito confiscatório, sendo conhecido como Princípio do não
confisco. A tributação não pode ser tão gravosa a ponto de suprimir a propriedade privada, não pode ser
desmedida a ponto de destruir o sujeito passivo tributário. A tributação tem que respeitar patamares de
razoabilidade para que não se torne excessiva. O Direito resguarda a propriedade privada, se há esse direito
não se pode admitir que a tributação tome essa propriedade e a transfira ao Estado. Essa proibição gera
algumas polêmicas que já vem sendo debatidas, surgindo a primeira dúvida: “utilizar tributo com efeito de
confisco”, somente o tributo ou uma multa tributária também não poderia ter efeito de confisco? Multa é
sanção, e no conceito de tributo no art. 3º, CTN, não pode decorrer de sanção de ato ilícito. Assim sendo,
quando o art. 150, IV diz que não pode ser utilizado tributo com efeito de confisco, a multa poderia ser
usada. Porém, o Supremo já tem um entendimento pacificado de que a multa também não pode ter efeito
confiscatório. Ex.: Uma região no Rio de Janeiro que estabeleceu uma multa de 300%, e o supremo alegou
inconstitucionalidade. Ex2: alíquota de 100% sobre uma base de cálculo, já que se o IPTU for de 100%
deveria entregar o imóvel para o município.
Mas há outra dúvida: Qual o limite? A partir de qual valor a tributação se tornaria confiscatória?
Devo considerar o efeito confiscatório a partir de cada tributo isolado ou pelo compito geral? Isso pois, cada
imposto tem suas especificidades, ex.: o ISS tem o limite em 5%, isso não é um efeito confiscatório, mas
pode somar a uma determinada carga tributária. Assim, respondendo as questões temos que não há a
definição no Brasil segura e clara até hoje sobre o limite que se tornaria confiscatório. Há decisões isoladas
que aplicam a inconstitucionalidade, mas nada unificado. Caso 1: Sobre condições normais, a multa não é
confiscatória, ou seja, a alíquota vá até um patamar, e em situações especiais a alíquota dobra. Ex.: alíquota
de 27,5% sobre o Imposto de Renda, ela está há anos estipuladae não foi considerada inconstitucional. O
Supremo em algum momento dirá o que é um tributo confiscatório. Ex.: 15% de IPTU para caso
excepcional de tributação para indução de comportamento para forçar áreas subutilizadas, também tem sido
admitido pelo direito. Mas normalmente as alíquotas de IPTU são de 1 a 2% (art. 182, §4º, CR). Art. 182. A
política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem- estar de seus habitantes. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para
área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; A
outra questão é: considerar individualmente o tributo ou a carga como um todo: não há ainda uma definição
nesse sentido, sendo evidente que se um tributo por si só é confiscatório, poderá ser considerado
inconstitucional. O professor acredita que o melhor seria a pagar a carga inteira. Há uma discussão sobre
esse ponto se deveríamos analisar a carga isoladamente ou se deveríamos fazer um estudo global na soma de
todos os tributos, há uma divergência entre pensadores sobre essa leitura. Decisões com relação à carga
tributária com um imposto somente, há um caráter confiscatório, a questão é, temos o IR com alíquota de
27,5%, IPI com alíquota de 70%, IPTU com 15%, isoladamente não são confiscatórios, mas se pegarmos
tudo a carga ficará elevadíssima. Mas será que haverá a possibilidade de corte? Isso mexe com a ideia de
autonomia dos entes.
3.4. Progressividade:
O Imposto sobre a renda pode ser trabalhado como exemplo aqui. Escalonamento progressivo à
medida que sobe a capacidade contributiva, é um princípio que está associado a ideia de capacidade
contributiva em que quem pode mais paga mais, quem pode menos, paga menos. Isso permite que a alíquota
aumente a medida que a demonstração de riqueza aumente. Sendo progressiva a alíquota. Se temos uma
pessoa que tenha um imposto sobre a renda e que receba uma renda de determinado valor, pode estar na
isenção do imposto sobre a renda. A partir do momento em que ultrapassa a faixa de isenção começa a sofrer
a incidência tributária. Ocorrendo um escalonamento progressivo à medida que demonstra maior capacidade
contributiva.
A progressividade do imposto sobre a renda é tímida no Brasil, já que quem ganha R$10.000,00 já
está no topo do Imposto sobre a Renda. Para um tributo ser progressivo deve receber expressamente na
Constituição da República, e esse entendimento encontra-se em mutação, já que a progressividade poderia
ser aplicada pela ideia de Capacidade Contributiva.
3.5. Seletividade:
Exemplos do IPI, ICMS, a ideia de onerar produtos supérfluos ou menos essenciais, sendo um ônus
inversamente posto, onera mais o produto menos essencial, e onera-se menos o mais essencial. A ideia de
seletividade e ônus inversamente proporcional é importante. Há um detalhe da seletividade com relação ao
IPVA e ao IPTU, em que no caso de veículos que integrem uma frota, taxi, ônibus, usado para transporte
público e coletivo tem uma alíquota mais branda, o automóvel de passeio tem uma alíquota mais intensa de
4% e não de 1%. A seletividade também se encontra no uso (art. 156 e parágrafos, CR que detalham a figura
do IPTU, quanto a sua utilidade). Obs.: Ver a questão dos carros de autoescola.
3.6. Destinação das receitas constitucionais:
Tem-se a previsão de que os impostos, ou o ingresso das receitas, entram no caixa do poder público
sem uma prévia determinação de poderes, ou seja, as receitas são em tese livres (art. 167, IV, CF - Art. 167.
São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para
as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37,
XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §
8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;). Mas há muitas exceções realizadas ao artigo. As principais
exceções são: repasse obrigatório de uma parcela dos impostos para gastos na saúde e na educação em
percentuais fixados em legislações Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Saúde LC 141/2012 e art. 198, §2º, CF.
Prestação de garantia e operação de Crédito. Atividade de prestação tributária:A regra geral é a
não vinculação dos impostos, porém há nesse inciso diversas exceções: a ideia é que alguns desses estados,
municípios, podem estar vinculada a uma receita que teriam a algum empréstimo que recebam. Pode-se reter
a parte da receita de imposto, caso não cumprir a parcela que se obrigou.
Essa ideia de liberdade dos impostos dos caixas, já que os impostos pelo artigo 16, CTN, é não
vinculado de uma contraprestação estatal específica, ao contrário do que ocorre com as taxas. Se a taxa é
vinculada a uma contraprestação estatal, como no caso do exercício do poder de polícia, há ali uma
referibilidade, se na taxa demanda-se um serviço do estado, como a emissão de um passaporte, é porque
realiza-se uma atividade e dispende-se do estado para realiza-la. Portanto o dinheiro da taxa irá para efetivar
aquela atividade. No caso do imposto, não há essa contraprestação, o Estado não precisa realizar nada
especificamente.
As demais espécies tributárias exigem uma justificativa mais elaborada, como mesmo os
empréstimos compulsórios. Assim, se ele exige isso, a despesa deve ser gasta com essa determinada
atividade. O mesmo com as contribuições de melhorias, em que o dinheiro arrecado pela contribuição de
melhoria não pode ser superior ao custo da obra. Assim, são valores atrelados em que os impostos serão a
demonstração máxima dos princípios da não afetação.
3.7. Uniformidade da imposição dos tributos federais:
Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional
ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
O início da redação do artigo 151, I, CF tem a ver com o princípio, observando que a regra geral
equivale aos tributos. Mas há exceção na parte in fine, em que é admitido a concessão de isenções fiscais,
isso acarretado pelo desenvolvimento nacional, com a criação de tributos mais ou menos intensos e a
realidade de diferença de gastos públicos em determinadas regiões do país. Ex.: Zona Franca de Manaus
(que tem a proposta de estímulo para a produção e para o desenvolvimento da indústria naquela região, que
não atrairia tanta atenção do investidor do sul).
3.8. Não discriminação:
Muito confundido com o princípio da uniformidade da imposição dos tributos federais. Art. 152, CF
diz que é vedado aos estados e ao distrito federal e aos municípios, em que o comando não é para união.Art.
152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens
e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Não se pode utilizar da tributação
para agir em vantagens ou desvantagens. Ex.: o município de Ouro Preto, que criasse em sua lei municipal
que um prestador de serviços tem um ISS aplicável com uma alíquota de 2%, se o prestador vem de fora o
ISS seria de 4%. Isso seria uma discriminação em razão da procedência de uma prestação de serviço. A lei
municipal deve aplicar a alíquota indiferentemente da origem do prestador de serviços. Ex. 2: No caso dos
estados brasileiros: em tese, Minas Gerais não poderia cobrar um ICMS no valor x para um produto
produzido dentro do próprio estado de MG e um ICMS no valor 2x para o produto advindo de SP. Isso não
pode ser feito, pois se fizer torna-se inconstitucional já que fere o artigo 152, CF.
Então, MG pode cobrar uma alíquota mais alta de SP e menor se o produto vier do Pernambuco? A
ideia de equilíbrio do Brasil desconstrói a noção do princípio. Se a mercadoria viesse do Rio ou de SP a
tributação seria a mesma, mas pelo princípio do desenvolvimento nacional (art. 3º, CF), é possível que
ocorra uma tributação diferente de acordo com a procedência. Se a mercadoria vem do nordeste a alíquota
pode sim ser mais baixa. O estado do ES, apesar de estar no sudeste, para esta finalidade é visto como
estivesse no nordeste. O artigo 155, §2º, IV CF quando fala do ICMS, Resolução do Senado Federal
estabelecerá as alíquotas aplicáveis. O fundamento é a realização do pacto federativo, já que se fosse
admitidos esses preconceitos, criaríamos um problema interno que poderia caminhar para a ruptura do nosso
Estado.
Há assim uma resolução do Senado Federal que representa os estados, em que estão os estados bem
equilibrados representativamente.
3.9. Não cumulatividade:
Falamos de tributos monofásicos, plurifásicos, cumulativos e não cumulativos: Os monofásicos são
aqueles que incidem na cadeia de produção somente uma tributação, os plurifásicos incidem os tributos em
mais de uma fase da cadeia de produção. Desses tributos, os plurifásicos podem ser desdobrados em
cumulativos e os não cumulativos. Os primeiros são os tributos que incidem em diversas fases da cadeia de
produção sem dar qualquer tipo de desconto ou crédito, já os tributos plurifásicos não cumulativos, seriam
aqueles em que apesar de diferentes etapas da cadeia de produção tributada por um mesmo imposto, seria
concedido algum abatimento em relação ao que foi pago. Para a cadeia plurifásica não cumulativa é
importante o abatimento do que foi pago nas fases anteriores. Sendo muito forte no comando nacional com
relação ao IPI e ao ICMS, o art. 155, §2º, I, CF(Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre: II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior; § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: - será não-cumulativo,
compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de
serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;)diz
que será não-cumulativo compensando-se o que for devido em cada fase. O IPI encontra-se no artigo 153,
IV, CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: IV - produtos industrializados; § 3º O imposto
previsto no inciso IV: II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores;)em que o §3º, II, diz que o IPI será não cumulativo, compensando-se o
que for devido. A CR comanda que exista essa compensação que se dá de “n” maneiras. Na falta de tributos
plurifásicos não cumulativos tudo poderia ser muito caro, e ainda poderia ocorrer uma concentração de
várias etapas em uma pessoa somente, ao invés de alguém ser produtor rural no ramo do leite, e outra
trabalhar com a produção de açúcar, teria uma tendência a concentração de mercado e a criação de grandes
conclomerados.
Há o IVA (imposto sobre o valor agregado) que é a aplicação do princípio da não cumulatividade.
Quando se compra os insumos recebe-se o ICMS embutido, e na etapa seguinte teria x reais de crédito, e
vende ainda pela diferença. (Livro: A não-cumulatividade dos Tributos – André Mendes Moreira - Pode ser
uma questão da prova, porque ele disse demais sobre esse princípio). Pegam o crédito e abatem no
produto final.
Tributação e Federalismo (livro III, Guerra fiscal)
3.10. Praticabilidade (ou praticabilidade tributária):
É um princípio que o professor ainda não sabe se concorda ou discorda, já que a lei tributária deve
que ser exequível, não se pode ter uma legislação tão difícil de ser cumprida e para que se cumpra as
obrigações gaste dinheiro que fica mais caro fiscalizar do que o dinheiro que será arrecadado. O sistema
deve ser desenvolvido de forma que seja mais barato e que ao mesmo tempo gere um maior retorno
tributário possível. É um equilíbrio entre os custos e o próprio tributo que venha ser arrecadado. A ideia
desse princípio é que a legislação deve ser praticável. Tem-se que ter um custo benefício favorável, um
custo baixo e o beneficio de arrecadação favorável. Ex.: BH até pouco tempo trabalhava com um universo
de 100 fiscais na secretaria de finanças. Contagem tem 50 fiscais de tributo para 700.000 habitantes. Deveria
ter mais gente para a fiscalização ser bem feita, mas o fiscal de tributos não é um servidor barato. O
professor vê a praticidade como uma vilã e ao mesmo tempo a heroína quanto ao direito tributário. Já que
desconsidera-se algumas peculiaridades da capacidade contributiva a justiça tributária, e coloca várias
pessoas em pé de igualdade para tornar possível a aplicação da lei tributária em massa. Ex.: Um Fiat Palio
2014, 1.6, prata valendo R$34.000,00; mas se ele for batido ou com um sistema de som há diferença de
preços mas para pagamento de IPVA não há essa diferença. Assim, o mesmo carro que pode valer 30 mil ou
37 mil para fins tributários seria o mesmo tributo pela base de dados do estado. Assim há uma diferença de 7
mil reais, mas o IPVA é o mesmo.

UNIDADE 3: Imunidades
. Conceito:
A Constituição aborda essa temática, já que a própria CF que outorga a Competência Tributária e que em
certos momentos e para certas pessoas desenha essa competência de modo que esta fique fora dos entes
políticos.
Para a instituição de tributo deve haver o ato normativo de lei. No caso das imunidades, a própria CF ao
outorgar a imunidade já ressalva dessa competência certas situações. Ex.: Imunidade dos livros, art. 150, VI,
D’ que prevê imunidade aos livros com relação aos impostos. Isso, pois, a CF assegura o acesso a difusão de
informação e conteúdo a evitar que o Direito Tributário seja instrumento de perseguição de conteúdo. Dessa
maneira, a imunidade tributária serve para equilibrar a realidade local.
Temos então, vários valores agregados aos ideais de imunidade. Há imunidade religiosa, dos livros,
partidos políticos, entidade de assistência social, aos entes políticos (imunidades recíprocas), e ainda há
afigura que se confundirá com a ideia de imunidade que é a isenção.
Isenções: Apesar do efeito próximo às imunidades, já que ambas farão com que nenhum crédito
tributário tenha que ser pago, são muito distintas, tendo em vista que a imunidade atua no plano da
outorga de competência tributária aos entes políticos. É uma opção prévia de não permitir a tributação.
As isenções, por seu turno, estarão no plano infranconstitucional e também já não é mais uma opção
do constituinte quando outorga, e sim do ente político local em ressalvar alguma operação ou pessoa
da incidência tributária. Torna-se uma incidência local, a depender de um interesse. Ex.: Isenção do IPTU
- Há o estatuto do contribuinte, que é o estatuto constitucional que tende a proteger o contribuinte, porém a
própria capacidade contributiva e a ideia de tributo progressivo, permite que a isenção possa ser retirada e
não haja prejuízo ao município e ao contribuinte.
A imunidade não há nem competência do ente para instituir o tributo, e no caso da isenção, apesar de
outorgada a competência, o ente decide por ressalvar algumas situações. Há uma divergência doutrinária, já
que alguns entendem a isenção como a impossibilidade de se instituir o tributo, e outros entendem a
isenção como se primeiro ocorresse a obrigação e depois é aniquilada. Já que há uma lei dizendo que
incide-se o imposto, mas há uma outra norma que retira a obrigação tributária. O professor não concorda
com essa corrente, que é escolhida pelo STF. O professor discorda, já que dá a impressão de que a norma
isencional é mais devagar que a primeira. Mas havendo uma norma insencional, no momento que iria
ocorrer a incidência, vem uma norma isencional que impede o nascimento da norma tributária.
Obs.: Os municípios que tem isenção, mandam a correspondências dizendo que o IPTU seria tanto valor,
mas a prefeitura isentou. Assim, gasta-se com o cartão, e ainda não contribui.

. Imunidades são cláusulas pétreas?


Se pensarmos pelo lado dos grandes princípios que estão sendo protegidos, elas se encaixariam nesta
definição, já que há cláusulas para além do art. 5º, CF. Por outro lado, já tivemos cláusulas suprimidas por
emendas constitucionais. Nesse sentido, dizer que as imunidades são cláusulas pétreas torna-se uma
informação incompleta. Já que há provas de que imunidades já foram alteradas no Brasil. Há autores que
caracterizam imunidades enquanto cláusulas pétreas, porém, deve-se ter uma análise mais delicada.

. Espécies de Imunidades

1.1. Imunidade recíproca:


Art. 150, VI, A, CF, diz que é vedado aos entes instituir impostos uns sobre os outros. No caputhá uma
vedação ampla a instituição de impostos no caso de imunidade recíproca. Assim, pode o município de Ouro
Preto cobrar uma taxa de fiscalização de localização e funcionamento da Universidade, isso sim, já que
o inciso trata-se de imposto e não de tributos, especificamente.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos
outros.
Escolheu-se os impostos já que estes são exigidos independentemente de qualquer contraprestação. Já as
taxas são exigidas quando há alguma atividade de poder de polícia ou a prestação de um serviço público. As
taxas são contraprestacionais, e os impostos não há contraprestação. Muito se discutiu se a palavra impostos
seria lida enquanto impostos ou teria alcance de tributos configurando uma atecnia do constituinte, porém o
STF já limitou para os Impostos, mas há outras passagens na CF que tratam de outras imunidades.
Quando se diz dessa imunidade a ideia é a impossibilidade de tributação de um ente ao outro. Mas a
ideia de capacidade contributiva já justifica essa impossibilidade, ou seja, por si só, os entes políticos não
ostentam capacidade contributiva, pela falta de dinheiro. Nenhum ente brasileiro faz valer o que se diz na CF,
ou seja, pensar que estes entes ostentem capacidade contributiva, já é estranho, e somente este argumento já
poderia corroborar essa imunidade recíproca. Até por que há um precedente americano de um juiz Marshal,
que dizia que o “poder de tributar tem ali contido o poder de destruir” (Tradução do Ministro Nonato), de
modo que a tributação mais intensa sobre determinado ente, pode levar até mesmo a quebra deste, e não sendo
esta a finalidade do Direito Tributário.
O que é de praxe é que os entes também instituam uma isenção quando há a tributação de outro ente. Ou
seja, pode haver isenção de taxas. Ex.: O estado de Minas queria fazer uma obra de saneamento básico, porém
encontrou empecilhos, já que para fazer uma obra de porte maior, haveria a necessidade de uma série de
documentação, sob pagamento de taxas. O município, por seu turno, disse que quando a obra for do estado
não haveria a necessidade de pagamento.
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
Essa vedação é extensiva às autarquias. Assim, irá para além dos entes e abarcaria por exemplo o INSS
que é uma autarquia federal, que ao desempenhar atividades típicas de finalidades públicas, ele é imune. §3º.
Se alguma das autarquias resolver realizar atividade tipicamente comercial, exploração de atividades
econômicas e empreendimentos privados, já que o Estado não deve beneficiar da imunidade quando tiver
desempenhando uma atividade de mercado, isso pois, a exploração direta de atividade econômica pelo estado
é excepcional, e nesse caso, deve o estado está inserido em uma concorrência leal com os demais
exploradores de atividade econômica. Assim, pela livre concorrência faz-se necessário a não imu
nidade.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem
imóvel.

1.2. Imunidade para os templos de qualquer culto. Art. 150, VI, b, CF


VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Questionamento: Templo de qualquer culto seria o templo físico? em que em uma instituição religiosa, seria
apenas o local em que se professa? Outros imóveis não estariam envoltos?O entendimento majoritário do
STF, é um entendimento mais amplo. Ou seja, há igrejas que tem outros imóveis e que também não pagam
os impostos. Há várias casas espalhadas pela cidade que são de templos religiosos. Porém, mesmo
imunizado, devem fazer declarações.
O que são templos de qualquer culto?
Alguns lugares ao céu aberto viram pontos de peregrinação, como o local em que se crucificou Jesus; há
terreiros de candomblé que também são em céu aberto, portanto, a noção de “templo físico” caiu por terra
pelo STF. Mas a dúvida do professor é: é possível criar uma religião aleatória, como o “culto dos
milionários?”. A dúvida existe para entender os limites dessa imunidade. Já que a constituição nada fala, não
há qualquer exigência específica.

1.3. Imunidade para patrimônio, renda (acréscimo patrimonial) ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Art. 150, VI, c
Já foi dito que várias das imunidades estão relacionadas às liberdades. Quando se lê imunidade referente
a partidos, estamos nesse campo. Imaginemos se fosse possível a aplicação de impostos, um Partido poderia
asfixiar os inimigos políticos, estipulando impostos para determinados partidos políticos. Já que estão no
poder legislativo. Assim, dentro dessas brigas de poder, o tributo poderia ser instrumento. Há ainda as
entidades sindicais e de fundação que fazem a função do próprio estado. Em larga medida o estado é
incompetente para agir na área de assistência social. Se o estado fosse pleno e funcionasse de maneira plena,
não haveria a necessidade dessas instituições. Esse terceiro setor não deve ser onerado quando compartilha
atividades que deveriam ser do estado.
Deve atender aos requisitos da lei, já que temos diversas instituições que parecem de Assistência,
fundações porém não o são. Então, se permite-se que algumas pessoas lucrem com a imunidade, não há
recolhimento de tributos. Essas instituições devem seguir uma cartilha, que está prevista em algumas leis,
que não será somente lei ordinária, temos que realizar uma interpretação de toda a constituição. O art. 146.
Cabe à lei complementar: II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; e uma dessas
limitações é a imunidade.
Ir aos arts. 9º e 14, CTN:

Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - instituir ou majorar
tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto à majoração, o disposto nos artigos 21, 26 e 65; II -
cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à data inicial do exercício
financeiro a que corresponda; IV - cobrar imposto sobre: a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos
outros b) templos de qualquer culto;c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela
Lei Complementar nº 104, de 2001) d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e
livros.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de
suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) II - aplicarem integralmente, no
País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas
receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

Essa previsão do artigo 14 tem por si evitar abusos que alguma parte desse patrimônio fosse para o
exterior, já que em função de normas de opacidade em outros países, o dinheiro poderia sair do Brasil ir para
uma conta e ninguém sabe mais como que ele foi investido. Além de sonegar informação, essa imunidade
implicaria riqueza para um particular, às custas de uma arrecadação tributária brasileira. Quando o art. 14, II,
diz que cabe as instituições do art. 9º, aplicar integralmente os recursos no país para evitar danos. O inciso
III, art. 14, CTN tem o objetivo de assegurar os dois primeiros objetivos. Se não temos uma documentação e
uma escrituração em livros oficiais, não haveria como saber se a pessoa foi realmente honesta. Ex.: PUC-
MG, Colégio Loiola, alguns hospitais que ficaram prestes a perder as suas imunidades.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e
os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
A ideia aqui é que o partido político não tenha um clube, já que não é a finalidade dos partidos políticos,
da mesma forma se uma entidade de assistência social tivesse um shopping. Assim, quando essas
instituições estão para além do papel de apoio ao estado, deve caber a incidência.
Mas e os templos que possuem casas anexas e são imunes? Nesse caso, ao professor ocorre o exagero de
imunidades para os outros imóveis, já que mesmo se a renda for para a Igreja causa um desequilíbrio no
mercado. Súmula 724, STF. Ainda quando alugado a terceiro permanece imune ao IPTU, desde que o valor
de alugueis seja aplicado para própria igreja.

Súmula 724Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

1.4. Imunidade para livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Art. 150, VI, d
Tem relação a difusão da cultura e da informação, finalizando tornar menos caras as obras impressas.
O livro é imune, porém, ainda continuam caros. Se fôssemos pensar em uma limitação de quem está no
poder, a não imunidade seria um problema. Sendo uma interpretação ampliativa para os livros, jornais e
periódicos eletrônicos.

1.5. Imunidade para fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa
de replicação industrial de mídias ópUYticas de leitura a laser. Art. 150, VI, e
Incluído pela EC75/2013. Essa imunidade é uma conquista do meio artístico. Quando ocorreu a
aprovação desta EC, pessoas artísticas e culturais estavam no Congresso, sendo também em alguma
medida a difusão de cultura. Problemas: Assim que foi aprovada a PEC, esta era alvo de uma ADI
proposta pelo estado do Amazonas, já que essa imunidade quebraria Manaus, pela Zona franca de
Manaus, que foi uma isenção para produção de CD, DVD e etc. Essa imunidade pode em alguma medida
ser inconstitucional, tendo em vista que tromba com outra região, em que iria de encontro à equidade
entre regiões. Buscar exemplo prático.
Há uma ideia errada de que as imunidades estariam apenas na Constituição, esse não é um fato verídico,
já que há diversas passagens na constituição que tratam das imunidades, ainda que não haja uma
nomenclatura técnica, utilizando formas atécnicas como “não incidência”.
Outras Imunidades:
Imunidade de “Não incidência”.
Art. 149, §2º: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção
no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 2º As contribuições
sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
Política do Export drive: a Regra é que no mundo inteiro não se exporte tributo. O Brasil tem o interesse
de vender mercadorias e serviços no mercado internacional. Quase todos os países não exportam tributos,
em que no momento da exportação as mercadorias são imunes às incidências tributárias, já que se quer
exonerar as exportações. Os países quando importam a mercadoria fazem incidir tributos sobre estes à
mesma forma que faz com os produtos nacionais. Quando o país importa ocorre a incidência tributária da
mesma maneira. Como os produtos saem sem incidência e entram com incidência tributária, não há uma
concorrência desleal com os produtos nacionais. Tem que fazer sofrer as mesmas incidências tributárias.
Dentro desta política, podemos tratar então de alguns parágrafos da constituição como o §2º, já que se
ocorresse a incidência, as pessoas iriam embutir o valor da mercadoria os ônus da contribuição, ficando mais
caro o produto no mercado.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 3º O imposto previsto no inciso IV: III - não
incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.Isso ocorre para garantir maiores divisas ao
Brasil. Há algo similar no art. 155, CR.
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas
em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; novamente a expressão “não
incidirá”, para representar uma imunidade ao pequeno proprietário. Lembrando que os latifundiários não
serão protegidos. Torna-se pelo conceito de imunidades que se consegue concluir que o “não incidirá”
também será uma imunidade. Outro fator que faz diferença no Brasil, com relação a complexidade do
sistema tributário: o que é uma pequena gleba rural? O valor varia conforme a região do país. A pequena
gleba rural no Brasil é dividida por áreas.
Art. 155. ICMS é um tributo complexo. § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: X -
não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados
a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado
nas operações e prestações anteriores; seja na prestação de serviços em operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; os demais impostos de prestação de serviços
são embutidos pelo ISS. Ressalva: assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores, os tributos plurifásicos não cumulativos tem como exemplo
o ICMS, se os créditos não fossem preservados, haveria de alguma medida exportações de encargos
tributários em que na hora que comprou o produto haviam fases da produção com incidência do ICMS.
Assim, preserva o crédito para que não embuta no preço da mercadoria vendida o que foi pago nas
etapas anteriores. Então, no Brasil tem-se um grande problema que é: assegurar a manutenção de crédito, e a
ideia era que o crédito pudesse converter o dinheiro. Se não assegura a manutenção do crédito, e ele vire
dinheiro, embute-se o “prejuízo” na mercadoria exportada.
Há muita gente com crédito cumulado e não há o que fazer com ele. Porém nem sempre os estados
permitem isso. A Fazenda ano após ano posterga os prazos de aproveitamento do crédito.
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;A ideia é que ocorra a incidência somente no local que
o combustível for consumido, alguns poucos estados que extraem o petróleo,e se houvesse a incidência
ocorria um provável desequilíbrio, agora tributar quem consome facilita a divisão.
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;o ouro conhecemos para diferentes utilidades,
uma delas é enquanto artigo financeiro, que não é utilizado para fazer pingentes, quando for de artigo
financeiro, não seria mercadoria e sim seria um artigo financeiro. Se assim não o fosse, ou seja, se não
houvesse imunidade, poderia gerar dupla tributação, com o IOF.
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita, há mais valores por trás, a ideia de não incidir o ICMS na área de
comunicação da TV aberta, seria a ideia de ficar mais barato o acesso à informação e a comunicação. Não se
estende essa imunidade para a TV a cabo, que não é livre e gratuita e sim paga.
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum
outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. Isso também é imunidade, já que para todas as
demais espécies não há de falar em tributação.
§ 2º O imposto previsto no inciso II (ITBI)I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens
ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos,
a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;Aqui também chama de “não incide”, é um tributo também competência
municipal. O objetivo é o estímulo da atuação das pessoas em sociedade. Pode-se ter o imóvel e utilizar a
integralidade desse imóvel. Se Ana vende o imóvel para Ellen, incide o ITBI, se esse imóvel fosse
transmitido de pessoa física para jurídica, como se quer estimular a constituição de sociedade com a
integralização de capital, permite a não incidência do ITBI, desde que essa pessoa não pratique a atividade
típica de compra e venda de imóveis.
Art. 36 e 37, CTN:

Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a transmissão dos bens ou
direitos referidos no artigo anterior:I - quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa
jurídica em pagamento de capital nela subscrito; II - quando decorrente da incorporação ou da fusão de
uma pessoa jurídica por outra ou com outra.Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão
aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da
sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos.Art. 37. O disposto no artigo
anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou
locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição.§ 1º Considera-se
caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% (cinquenta por cento)
da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos
subsequentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo.§ 2º Se a pessoa jurídica
adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 (dois) anos antes dela, apurar-se-á a
preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data
da aquisição. § 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos
termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data.§ 4º O disposto neste
artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade
do patrimônio da pessoa jurídica alienante.

Como cabe a lei complementar fazê-lo, há uma imunidade regulada pela Lei complementar no CTN, que
diz que a atividade preponderante é quando o sujeito tiver mais de 50% do faturamento. Se for uma pessoa
jurídica com mais de 2 anos, pede-se os dados dos dois últimos anos e verifica se as atividades são ou não
preponderantes. A imunidade do ITBI não é reconhecida de plano definitivamente, e sim depende da análise
da atividade preponderante.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder. Esse inciso serve para demonstrar que não somente os impostos são objetos de imunidade. Quando
discorrer sobre imunidades, deve-se falar em tributos para ter uma propriedade técnica. Na prática isso não
ocorre tanto, já que para acessar o judiciário para defesa dos direitos deve-se pagar custas judicias que é uma
taxa, assim, apesar de ser imunidade não o é tanto;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoalem tese não poderia haver as cobranças que na prática ocorre.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de
nascimento; b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários
ao exercício da cidadania. São ações que são gratuitas
Art. 156. § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. A imunidade aqui é
chamada por“exclui da sua incidência”
Art. 184. § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.Nesse caso é isenção ou imunidade? Seria imunidade
apesar de ser chamada de isenção. A própria constituição dentro do sistema dela nos indica que seria
imunidade já que faz parte do desenho da outorga. Evidentemente impede-se aos entes atingirem essas
situações e não é uma questão de isenção ou seja de um desejo dos entes. No caso de desapropriação a
transferência não cabe impostos.
Art. 195. II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei (complementar).

UNIDADE 4: Fontes e Normas Gerais do Direito Tributário – Ler Luciano Amaro


5.1. Fontes
O principal diploma legal normativo é a Constituição da República, já que os deveres do Estado
são feitos nesse diploma, que também tem o papel de dizer sobre os entes políticos e suas receitas próprias.
Em que a CR outorga competências aos entes políticos. Quando o faz para União, ocorre uma uniformidade
de tributação para todo o território nacional, lembrando a existência do princípio do favorecimento do
desenvolvimento. Para além dessa competência Federal, há também as competências estaduais e municipais,
estas que se fossem exercidas sem um elemento aglutinador de unificação da instituição de tributos, teríamos
uma bagunça impositiva tributária no país. Já que se cada município pudesse chamar qualquer atividade de
prestação de serviços e decidisse pela tributação, teríamos um caos tributários. Baleeiro cita um Voltaire que
diz que se cruzarmos a cavalo o estado Francês estaríamos sujeito a muito sistema financeiro, para fazer esta
alusão.
Então, para esse contexto de um país grande, seria caótico se não conseguíssemos encontrar um
denominador comum que trouxesse as diferentes esferas políticas, em que pelo comando do artigo 146, CF,
diz que cabe Lei Complementar regular as normas gerais em matéria tributária no caso, no Brasil, o Código
Tributário Nacional. Apesar de ser uma Lei Ordinária, já foi recepcionado como uma Lei complementar
em relação à matéria (Art. 96 ao art. 220, CTN). Existem outras leis complementares, como a LC 87/96, a
LC 116 (ISS), estas outras, esparsas, não serão aqui analisadas.
Assim, a hierarquia normativa que se tem no contexto brasileiro teria em seu ápice a própria
Constituição; abaixo às Emendas e logo em seguida, lado a lado as leis complementares e ordinárias, já que
não há propriamente uma hierarquia entre estas no entendimento do Prof. Thiago. As matérias destinadas a
Lei complementar somente podem ser alteradas mediante lei Complementar. Sendo esta uma estruturação
básica. E após as leis encontram-se os atos infralegais.
O Código Tributário Nacional é dividido em dois livros: o livro I que se inicia no artigo 2º, trata do
sistema tributário nacional; o livro II começa no artigo 96 e vai até o art. 218 que trata das normas gerais do
Direito tributário.
A ideia de Sistema Tributário Nacional tem que fazer conversar a estrutura tributária como um todo.
O órgão que legisla sobre as leis complementares é o mesmo órgão que legisla as leis ordinárias no país. O
sistema tributário exige diversos acordos, já que umas coisas podem ser aprovadas com facilidade no Senado
e ter uma restrição na Câmara.
Então, o Congresso Nacional ao mesmo tempo legisla ao âmbito federal e também nacionalmente
como um todo (União, Estados e Municípios). Cada ente após a outorga de competência feita pela União, irá
legislar, instituir tributos, mediante o seu legislativo local. A União tem no mesmo Congresso Nacional a
representação de lei complementar e ordinária de interesse exclusivamente Federal
O Livro II está ancorado no art. 146, CF, que diz que cabe a lei complementar estabelecer normas
gerais em matéria tributária especialmente sobre as questões taxadas. O professor fica em dúvida se o CTN
encontra-se protegido pela lei complementar em razão da matéria, ou se ele não estaria atrelado às normas
gerais de direito tributário. Algumas temáticas aqui tratadas não são necessariamente do interesse do país
como um todo.

1. Normas Gerais:
. Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e
relações jurídicas a eles pertinentes.
Quantas vezes se tem expressões entre aspas em uma legislação? São raras as vezes. Assim, a
expressão de legislação tributária deve ser marcada; há a necessidade de uma precisão terminológica.
Legislação Tributária é uma coisa e Lei tributária é outra, inconfundíveis, ainda que a Lei tributária esteja
dentro do conceito da ideia de legislação tributária. Mal comparando, a Lei tributária é uma espécie do
gênero Legislação tributária, que compreende os tratados, convenções, etc.... temas que versam no todo ou
em parte as situações jurídicas. Essa expressão será empregada em outras passagens no CTN, sendo crucial a
compreensão deste fato. Mas em alguns casos haverá a discussão sobre a expressão.

Há uma outra expressão que deve ser analisada: normas complementares, que se diverge de Leis
Complementares, estas são propriamente leis, as normas encontram-se no artigo 100, CTN. Algumas vezes o
Thiago utilizoub dessa terminologia em provas. Lembrando que são normas complementares das leis, dos
tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades
administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei
atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Algumas multas definidas pela Legislação Tributária não se confundem com tributos, em que há
algumas multas acessórias que não são necessariamente tributárias, e sim estão circundando a matéria, sendo
uma relação jurídica a ela pertinente.
Ainda na noção de Leis Complementares no âmbito nacional e não Federal, isso ocorre tendo em
vista a segurança tributária. Caso não existisse cada município poderia tributar de forma que mais
compreende ser possível. Ex.: A LC 116/2003 tem 10 artigos, mas tem 40 itens de serviços tributáveis pelo
ISS, e estes se desdobram em centenas de subitens, inclusive de tecnicidance. Antigamente era mais comum
de homens irem à Boates que tinham mulheres que dançavam, e para dançar com a mulher, a cada dança
furava a cartelinha de compras de dança. Há uma outra lei complementar que unifica o ICMS (Lei CANDIR
87). LC 123, Simples Nacional.
. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de
tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato
gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu
sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de
créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
Precisamos de lei em matéria tributária para qualquer questão, sendo necessária a lei, que comportará
uma ou outra exceção, que são poucas. Isso é algo repetido pelo CTN e pela CF. A lei irá estabelecer o
tributo, ou seja, definir tudo sobre ele, ou seja, base de cálculo, alíquota, penalidades, sujeitos. Se quiserem
delegar a capacidade tributária a terceiros, se faz mediante lei. As regras gerais sobre as instituições de
tributos, exclusão de créditos tributários, etc.... Nos parágrafos do artigo 97, temos que:
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo
mais oneroso. Para evitar os jeitinhos, já que o Fisco poderia pensar em não mexer na alíquota e sim na base
de cálculo. Assim, tudo deve ser mediante lei. Antigamente, tínhamos tributos sujeitos a legalidade e outros
nem tanto. Mas hoje em dia a regra geral é a mesma, ou seja, legalidade.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.Alguns tributos que são de incidência anual,
para que não se tenha que aprovar uma lei todo ano, como no caso do IPTU, esse imposto para ser instituído
precisa de lei. Esse valor da base de cálculo, pode ser, conforme previsão legal, atualizado anualmente. E
essa atualização pode constar da lei que instituiu o tributo que será atualizado pelo metro quadrado. Assim,
ao invés de rediscutir no âmbito legislativo o valor do metro quadrado esse valor é atualizado mediante um
índice legal. Assim, não precisa de lei nova anual para atualizar esse valor, basta a lei prever outro índice.
. Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna,
e serão observados pela que lhes sobrevenha.É um artigo muito polêmico em termos de discussão, e
diferentes opiniões há a respeito. Hoje em dia, tem-se a tendência mundial de internalizações, em um
cenário de quebra de barreiras, de um comércio unificado. Sendo natural que haja um aumento do número
de tratados de atos multilaterais que disciplinem as regras do jogo mundialmente, em blocos que se
dialogam. Essa matéria é muita lacônica. A conclusão do professor a ler o CTN é que como fala pouco,
engessa pouco para o mundo novo que temos. Quando o artigo diz que os tratados revogam ou modificam a
legislação interna o status que alteram a legislação interna e depois não poderiam ser questionados. O
professor tende a resolver da seguinte maneira: Conflito da lei no tempo e no espaço: em que quando há
essas situações, quando há um tratado firmado entre os dois países o tratado entra com a especificidade
típica das relações específicas, podendo conviver em harmonia com a legislação interna dos países, sendo
uma lei especial, que prevalecerá em detrimento a lei geral. Mas há outros posicionamentos. Fato é que o
movimento hoje é fortemente de internacionalização.
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos
singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;III - as práticas
reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Parágrafo único. A observância das normas
referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do
valor monetário da base de cálculo do tributo.Leis complementares tem respaldo e localização na CR, nos
art. 59, II e 69. O status e o respaldo das leis complementares estã pelo menos em dois artigos. As normas
complementares estão no CTN. I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas:
Exemplo disso são as resoluções, portarias, etc. estes atos complementam ou facilitam o contexto geral de
interpretar a norma tributária. II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa. Temos órgãos administrativos de julgamento. Ex.:
CARF da União. São órgãos que julgam matéria tributária. A nomenclatura irá mudar quanto ao estado e aos
municípios, mas a ideia é a mesma, pode ser que a lei preveja que uma súmula do CARF tenha eficácia
normativa e portanto vinculante sendo entendida como normas complementares, já que uma fez decidido no
órgão administrativo a interpretação de uma determinada matéria, pode ser válido reconhecer a eficácia
normativa, pela implicação da isonomia. III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas: O professor nunca viu ocorrer no dia a dia, em que o coletor de impostos passava sempre
com um dia de atraso; mudou a administração e a nova fiscalização e lavrou uma multa por todos os meses
que houve o recolhimento atrasado. Nesse caso, conseguiu-se socorrer nesse inciso, dizendo que esta era
uma praxe, ou seja, uma prática reiteradamente praticada, logo, aquela multa não deveria ser praticada.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a
cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.A observância
de práticas exluiria a observância dessas práticas, já que não eram situações de culpa do contribuinte. Nesse
caso, permitiria que as multas lavradas pela nova administração fossem canceladas.IV - os convênios que
entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. São firmados muitas vezes entre
um município e outro, e uma vez observados não poderiam ensejar penalidades para os sujeitos passivos que
cumprissem o que se estabeleceria nos convênios. É interessante pensarmos na proteção da confiança
legítima do contribuinte, em que há uma autora francesa que escreve sobre isso. Ao ler esses incisos, seria
razoável que alguém agindo seguindo o que está posto em um Convênio ou outros atos, mas uma vez em
contrariedade com a lei, seria razoável a multa por isso? Não, exatamente para proteger a confiança do
contribuinte. Já que se não pode confiar nas instruções normativas, ocorre a inviabilidade de prosseguir o
sistema tributário.

Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora
dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que
participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. A legislação
tributária no estado de Minas, valerá para o estado de Minas, a legislação tributária de Ouro Preto vale para
Ouro preto e não outra cidade. Para esta legislação tenha a extraterritorialidade reconhecida deve ser
admitida em um convênio, em que ocorre a atuação entre esses municípios. Se não fosse assim, o fiscal de
tributo de OP não pode resolver fiscalizar um contribuinte em Mariana, pode até mandar uchgma intimação
via correios. Pela leitura do artigo, seria mediante convênio, mas o professor acredita que seja necessária
uma lei para firmar essa matéria, sendo a possibilidade de um convênio ser amparado mediante lei. Casos
práticos: O município de BH sabia que o contribuinte não estava estabelecido no município que ele se dizia.
Mas os fiscais de tributos ficaram sem saber como provar tal fato, nesse caso, pode pedir ao outro município
que mande o ofício para checar se o contribuinte estaria ali instalado ou não. Mas como não é interesse o
atendimento do ofício. Para resolver o caso, ligaram para a Polícia Militar que é estadual e disseram que
havia indício de uma fraude tributária, a PM em havendo indícios de crime, fizeram um boletim de
ocorrência, dizendo que o que encontrou no local. Com base em um recurso de associação de dois ramos.
. Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais
impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se
a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.Esse é um
artigo de 1996, antes de ter a noventena enquanto regra. Dizem que os impostos sobre patrimônio e a renda
entram em vigor no primeiro dia do ano seguinte, mas hoje isso ocorre com relação a todos os impostos,
sendo a regra. Não são somente aos impostos que a anterioridade se aplica. Mas dependendo da situação
tendo a noventena, apenas entra em vigor mais para frente do dia seguinte.
. Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes,
assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo
116.
O fato gerador ocorre quando há uma subsunção do fato a norma. O fato imponível nasce quando ocorre
uma obrigação tributária que nasceu ou não.
Fatos geradores futuros:Se o fato não ocorreu ainda, se houve mudança hoje, esta se aplicará aos fatos
futuros.
Fatos geradores pendentes:
Fatos geradores instantâneos: Ex.: Prestar serviços odontológicos
Fatos geradores Complexo: A ocorrência do fato se prolonga no tempo. Ex.: Imposto sobre a renda, em
que no dia 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro do mesmo exercício há um compito de acréscimos e
deduções. E a partir daquele momento há esse prazo de apresentação da declaração. Esse fato gerador ocorre
durante o período de um ano inteiro.

Interpretação da legislação tributária:


. O que é interpretar?
Antes quem interpretava eram os detentores da força física. Antigamente o próprio Estado não se
submetida ao direito. Já que o déspota já dizia que as leis eram claras, mas se ele tivesse interesse de alterá-
las, ele as alterava. Antes das organizações sociais, não havia submetimento ao direito, sempre se baseando
na ideia de força. Hoje em dia, tem-se que o Estado se submete ao Direito, já que a União tem que respeitar,
por exemplo, as imunidades, por exemplo. O Estado se submete ao Direito. O Tributo era visto como uma
norma de rejeição social. Sendo algo odioso e estranho para as pessoas.
(Aula de reposição que faltei)
. Métodos de interpretação
A temática de interpretação tem-se mediante o estudo de um sistema organizado em Fiscal de
Tributos, o Juiz de Direito, Funções do Estado. Antes não funcionava desse modo, já que havia um
autoritarismo. E hoje em dia tira-se das mãos de uma pessoa só e transfere para as mãos do Estado. A
relação tributária deixa de ser conduzida pela força, e passa a ser uma relação jurídico-tributária. Fala-se da
origem da interpretação, além de um momento presente, e acredita-se que o futuro caminhe em uma
consensualidade. Em que o futuro não ficará conflitante a prevenção fiscal e a prevenção de sujeitos
passivos. Falou-se o que seria interpretar, e criticou-se esse conceito. Se há a possibilidade de interpretar o
direito, no fim das contas ocorre a própria criação do direito.
Na aula de reposição falou-se de métodos de interpretação. Há inúmeros posicionamentos quanto aos
métodos.
1. Método Gramatical:é a investigação do significado, do alcance empregado no texto. Para alguns,
esse método gramatical sequer poderia ser colocado em um ponto isolado. Para parte dos autores, o
método gramatical seria um pressuposto para os demais, já que para se alcançar os demais, faz-se
necessária a leitura dos textos (mas nem sempre a interpretação se dará em cima de um texto, pode
ser mediante som, imagens e etc....)
2. Método Histórico:Seria uma análise do direito mediante o tempo. Há uma temporalidade para se
apreciar um texto legal. Deve-se observar o contexto de sua elaboração, ou seja, quando se publicou
a lei, deverá ser observado o que viveu a sociedade. Esse método é utilizado pela investigação da
origem do processo administrativo, ou seja, análise do deputado que apresentou o projeto de lei.
3. Método Sistemático: O professor adora esse método,  já que defende que nenhum dispositivo seja
analisado isoladamente. A ideia é que nos inspiremos em todo o sistema jurídico para que possamos
entender ou alcançar qual seria a melhor interpretação possível em um texto legal. Isso pois, fiscais
de tributos, agentes fazendários, por exemplo, preferem muitas vezes usar artigos específicos de uma
resolução, a uma normativa constitucional, já que interpretam a constituição à luz da instrução
normativa, quando por obvio, e necessário, a instrução deveria ser interpretada a luz da lei local.
Assim, se lermos um dispositivo isolado permite uma determinada compreensão, mas ele deve ser
lido observando todo o sistema jurídico. Isso também pode impedir anacronismos também.
4. Método Teleológico: Foca-se no elemento finalístico, ou seja, onde se quis chegar. E a partir desse
método compreender o texto para extrair dele a norma correta. Quando se diz extrair ou produzir a
partir do texto, quer saber se o intérprete cria a norma ou se extrai a norma do texto legal. Esse é o
conceito do Eros, em que a interpretação é atividade que transforma disposição em normas, em que o
juiz cria a norma. Há quem defenda que a interpretação seja a criação ou mesmo apenas um desvelo.
O professor se inclina na função criativa do interprete respeitados os limites.
A interpretação sistemática ganha maior força para analisar o texto em seu contexto, com respeito ao
texto constitucional.
Perdi o final da matéria
Interpretação e Integração
O CTN separa claramente essas duas figuras. Os casos sujeitos a interpretação seriam os casos já
regulados pela lei tributária. Determinadas matérias desde que já tratadas, poderiam estar sujeitas a
interpretação. A integração, por seu turno, aconteceria na eventual existência de uma lacuna que tivesse que
ser preenchida.
Desconstruindo essa ideia, chega-se ao primeiro passo que é: Para que saiba se algo estar ou não
regulado, deve-se interpretar o direito posto. Assim, para que chega-se a integração, passa-se pela
interpretação para entender que não há direito posto. Há assim, zonas de penumbra, entre hipóteses de
interpretação e hipóteses de integração. Isso pois, o texto é complexo, ficando em dúvida quanto a
regulamentação do direito.
Além disso, há situações em que é admitida uma interpretação extensiva ou mesmo dilargada no
campo jurídico, quando há na lista de Serviços do ISS a expressão “e congêneres”. Assim, não se sabe se a
hipótese seria uma lacuna ou mesmo se a legislação posta já permite a aplicação da lei, havendo momentos
de interpretação extensiva que gera a penumbra na questão.
Para fins de aplicação de critérios jurídicos, vale-se na analogia. Então, quando se depara com o
problema entre a interpretação extensiva ou de uma situação não regulada, e seria esta passível de aplicação
de analogia, deve-se definir bem o que se está enfrentando. Não há falar de tributação por analogia, se a lei
diz que bebidas alcóolicas fermentadas estarão sujeitas a uma alíquota tal, se a bebida não for fermentada,
não cabe nessa situação. Caso não estiver regulada pelo direito, o interprete não pode empregar a analogia
para a tributação.
Isso pois, caso positivo, poderia dar poder a fiscais de tributos para atuar a mercê de seu interesse.
Logo, integração no âmbito do Direito Tributário, se é que é possível, é algo excepcional. Já a interpretação
ampliativa é permitida para o direito tributário, como visto pelas decisões do STJ.
A prof. Misabel, trata da incompletude incompletável do direito. A fim de dizer que o mundo
fenomênico será sempre mais rico que o mundo jurídico. Isso pois, há coisas que surgiram que ainda não
foram legisladas.
Essa incompletude, portanto, é incompletável. E essas situações ainda não filtradas pelo legislador,
estão fora do alcance da administração tributária. Outro exemplo, é um serviço novo que a Lei
Complementar 116 não discrimina esse serviço tributável pelo ISS. Sendo diferente das mercadorias que
surgem. Se ela é nova, já pode circular, e já está sujeita ao ICMS. Há o art. 126, CPC/73 que dizia que o juiz
não se exime de sentenciar alegando lacuna da lei, se não há leis, recorre a analogia, costumes e princípios.
Em matéria tributária não há o mesmo alcance do âmbito civil, já que não as havendo o juiz deve ter uma
calma, já que não pode criar um tributo, por analogia, por exemplo.
Claro que há a possibilidade de discutir enquadramentos de serviços novos em uma legislação já
imposta. Somente não será tributável se não existir legislação própria.
Texto e Norma Jurídica
Há distinções entre texto e norma jurídica, em que o texto é um dos elementos que condicionam a
interpretação, enquanto a norma é o resultado dessa interpretação. Ricardo Lobo Torres diz que a
interpretação embora se vincula ao texto, nele não se deixa aprisionar. Há um terceiro autor que diz que
normas não são textos nem o conjunto deles, mas os sentidos produzidos pela interpretação sistemática
deles oriundos (Humberto Ávila).
O professor acredita que há a distinção, para provar que a norma não está necessariamente contida no
texto, há os exemplares das placas de trânsito. A mudança da placa de contexto altera a norma.
Análise dos artigos 107 a 112, CTN

Aula de duvidas:
As imunidades se aplicam a apenas impostos? NÃO exclusivamente.
Porque nos temos sim no artigo 150 inciso VI imunidades ali voltadas a impostos, mas quando falamos de
outras imunidades e mencionamos o art 5º , inciso 34; a não incidência em operações de exportação.

Irretroatividade e irretroatividade mais benéfica:


Vale no direito tributário a mesma logica que a aplicada no Dir Penal

Toda vez que fala na constituição, é imunidade.


Já a isenção – sede infraconstitucional – se aplica a qualquer espécie?
Sim! É possível que a lei preveja.

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HOJE: Introdução sobre o Sistema Tributário Nacional
CTN Livro II

Hierarquia: CF – EC – Leis de âmbito nacional (leis complementares em matéria tributária): ajudam a


desenhar o sistema tributário, de modo que seja igual em todo país.

Art. 146: Cabe a LC dispor sobre várias temáticas muito relevantes sobre matéria tributária.
I.Dispor sobre conflitos de competência em matéria tributária
II.Regular limitações ao poder de tributar
III.Estabelecer normas gerais => a CF já mirava no CTN
Então o CTN estabelece normas gerais pela CTN, por força constitucional!
UNIDADE 1. Capacidade e competência tributária
A Constituição Federal outorga para os entes federados a competência para instituir tributos. Outorga
a competência para instituir empréstimos compulsórios e contribuições à União. Tais entes recebem a
competência tributária, e podem exercê-la ou não. A União pode decidir ou não sobre o imposto sobre
grandes fortunas, existe uma outorga não exercida pela União, por outro lado há os Imposto de Exportações,
Impostos de Importações que a competência outorgada fora efetivamente exercida.
Assim, quem pode ter competência tributária no Brasil é apenas entes políticos, já que a
competência é outorgada pela Constituição Federal para a instituição de tributos, e só temos tributos
mediante lei, ou processo legislativo, dessa maneira somente pode ser outorgada a um ente com aparato
legislativo. Exceção para a legalidade: II, IE, IPI, IOF e Empréstimos compulsórios.
Dito isso, destacamos a capacidade tributária, que é diferente de competência. Quem pode ter a
capacidade dacobrança do tributo, ou seja, executar no mundo real os atos práticos de tributo, como a
execução fiscal, inscrição de créditos de devedores, etc.
Temos então, algumas pessoas que podem deter capacidade tributária que é esse poder de cobrar,
fiscalizar e arrecadar os tributos. A competência tributária é indelegável. Ou seja, a União, uma vez que
recebe a competência, não pode realizar uma lei delegando a competência para outros entes. Portanto, difere
dacapacidade tributária, ou seja, da capacidade de figurar em um sujeito ativo tributário, de fiscalizar e
cobrar o tributo, já que pode sim ser delegada a terceiro. Ex.: Contribuições previdenciárias, seria um
tributo instituídos pela União, que por sua vez instituiu o tributo e também por lei delegou a capacidade
tributária ao INSS, que é uma autarquia federal, para que fizesse o papel de fiscalização, arrecadação e
cobrança.
A capacidade tributária pode ser delegada. Temos isso em diferentes situações: Ex.: Contribuições
pelos conselhos de classe. Temos contribuições a distintos conselho de classe, que são tributos, elestêm a
capacidade tributária, mas a competência é da União.
Torna-se relevante esse conhecimento, em especial, na prática, já que há algumas vantagens atreladas
ao recebimento de capacidade tributária. Ex.: A Fazenda para cobrar em juízo pode se valer da Lei de
Execução Fiscal, LEF. Essa lei é um grande privilégio para a Fazenda Pública, ou seja, é uma lei específica
e é mais intensa em termos de cobrança, não tem uma ação de conhecimento para o executado se defender, o
rito é todo diferenciado. Recebem o direito de usar esse tipo de ferramenta que seria apenas do poder
público para a realização de execução fiscal, não há a necessidade de mover uma ação de cobrança.
O Código Tributário Nacional, art. 119, fala de sujeito ativo, mas nos artigos 6º, 7º, no título II, CTN
com o nome de competência tributária, dizem sobre a atribuição constitucional de competência tributária, e
ainda dizem que a competência seria indelegável, mas que as atribuições de arrecadar, fiscalizar e executar
leis podem ser compelidas de um ente público ao outro.
Nunca se viu a delegação de capacidade a uma pessoa física, ou seja, uma lei federal que atribui a
uma pessoa física uma atribuição. Mas há uma discussão se é uma delegação exclusivamente a uma pessoa
pública, ou alguma instituição privada, como ONG’S.

. Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para
exigir o seu cumprimento.
. Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena,
ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis
Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Parágrafo único. Os
tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público
pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por
uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.

- Funcionamento da Competência Tributária:


*Qual o desenho da outorga de competência no Brasil? Quais tributos cabem a quem?
. O município pode instituir IPTU, ISS, como está na constituição (art. 156), pode instituir
contribuições de melhorias, de serviços de iluminação pública, taxa de coletas de resíduos sólidos, e
excepcionalmente as contribuições do §1º, art. 149, CF. Mas o Distrito Federal também pode instituir os
tributos municipais, e há uma exceção pela União, que seria nos casos de Territórios e municípios. Em que a
União, pelo art. 147, pode instituir impostos municipais.

. Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II
- transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) IV - (Revogado pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993) § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º,
inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II
– ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000) § 2º O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de
bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,
salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; II - compete ao Município da situação do
bem. § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) I - fixar as suas alíquotas
máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) II - excluir da sua
incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III
– regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art.
195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do
regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos
servidores titulares de cargos efetivos da União.

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos
municipais.

. Estados e Distritos Federais, com o IPVA, ICMS, ITCD, contribuições de regime previdenciários
próprios, taxas, contribuições de melhoria.
. União: II, IE, Imposto sobre a renda, IPI, IOF, IGF, ITR; taxas; contribuições especiais;
empréstimos compulsórios; impostos extraordinários de guerra e impostos residuais. Art. 153, 154, CTN.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:I - importação de produtos estrangeiros;II -
exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;III - renda e proventos de qualquer
natureza;IV - produtos industrializados;V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei
complementar.§ 1º É facultado ao PoderExecutivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei,
alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.§ 2º O imposto previsto no inciso III:I
- será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;§
3º O imposto previsto no inciso IV:I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;II - será não-
cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;III
- não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.IV - terá reduzido seu impacto sobre a
aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)III -
será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique
redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003) (Regulamento)§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou
instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput"
deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a
transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de
1993)I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;II - setenta
por cento para o Município de origem.Art. 154. A União poderá instituir:I - mediante lei complementar,
impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou
base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;II - na iminência ou no caso de guerra
externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Cada um desses entes pode exercer a competência tributária por si mesmo, mas também podem outorgar a
capacidade tributária. Sendo assim, são entes capazes: quando exercem a competência e a capacidade
tributária, ao exigi-lo. Regra geral, quem recebe a competência tributária, é também capaz.

Obs.: Para todo tributo temos alguém competente e alguém com capacidade para cobrá-lo.

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