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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA


Contabilidade Tributária é um ramo da contabilidade
responsável pela administração e controle de tributos
dentro de empresas e organizações. Também conhecida
como Contabilidade Fiscal, ela abrange todos os
procedimentos utilizados para organizar a apuração de
tributos e definir as melhores estratégias para gerenciá-
los. Além disso, possibilita ao empresário analisar a carga
de tributos recolhidos pela empresa, permitindo a
execução de um planejamento tributário e evitando
possíveis sanções fiscais.
É importante saber diferenciar a contabilidade tributária
do direito tributário. De maneira geral, podemos dizer
que o direito tributário é a base de sustentação
da contabilidade tributária. Trata-se do conjunto de leis
que regula a arrecadação e a fiscalização dos tributos,
mediando a relação entre estado e contribuintes.
A contabilidade tributária, por sua vez, é a disciplina que
associa contabilidade com administração tributária e o
próprio direito tributário. Por isso, ela representa muito
mais do que a simples contabilização de impostos. Isso
porque contempla a aplicação do direito tributário
enquanto norma sobre os fatos ou atividades e
operações das empresas.
CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA TRIBUTÁRIA
A contabilidade tributária faz uso do direito tributário
para aplicar a normatização às atividades e operações da
empresa em que atua. Além disso, utiliza também
conceitos da economia para realizar análises de mercado.
Trata-se de uma tarefa que inclui planejamento,
interpretação e conhecimento técnico multidisciplinar.
As funções da contabilidade tributária vão além da
apuração dos impostos e de balanços financeiros. É
estratégico para a empresa. O contador especializado
precisa conhecer as nuances do negócio, estar atualizado
às mudanças nas legislações correspondentes e em suas
interpretações, além de buscar oportunidades para
reduzir a carga fiscal.
Mas o que faz o profissional tributarista?
Ele exerce as atividades da Contabilidade Tributária.
Recomenda-se que comece a atuar antes mesmo da
empresa dar início às suas atividades e tenha participação
na escolha do seu Regime Tributário. O objetivo é a elisão
fiscal: fazer as escolhas certas e dentro da legalidade para
pagar menos impostos. Podemos resumir suas atividades:
 Analisar todas as operações e atividades da empresa
para ver quais tributos estão envolvidos na sua
operação;
 Identificar a legislação que se aplica em cada caso;
 Analisar e interpretar as legislações que regulam
cada tributo para, por exemplo, saber como adquirir
direito ao crédito ou em que casos a empresa pode
ser isenta;
 Tirar dúvidas dos demais setores da empresa;
 Estruturar seu departamento e criar rotinas de
cumprimento das obrigações tributárias e promover
a gestão eficiente dos recursos disponíveis;
 Fazer o planejamento tributário para buscar a elisão
fiscal;
 Representar o contribuinte junto aos órgãos fiscais;

De acordo com a circunstância, a contabilidade tributária


pode, inclusive, propor mudanças e reestruturações
dentro da organização. Essas alterações podem facilitar o
acesso a benefícios fiscais e a uma carga tributária mais
baixa.
Depois de entender o assunto, fica claro que a
Contabilidade Tributária é uma atividade essencial para
qualquer empresa, pois, além de viabilizar sua existência,
permite que ela atue na legalidade.

REVISÃO TRIBUTÁRIA
CONCEITO DE DIREITO
Direito é o conjunto de princípios e normas que regulam
coercitivamente a vida social e qualificam situações para
discipliná-las normativamente.
Princípios – Grandes fundamentos que prevalecem sobre
todas as normas.
Normas – São as regras de comportamento, compostas
pelos elementos: hipótese, sanção. Como exemplo de
hipótese temos o fato de receber a renda; e como
exemplo de sanção o ato de pagar o IR.
COERCITIVO – Caráter coativo = poder do Estado de
aplicar a sanção, até pela força, se necessário.
O direito pode ser classificado em público e privado.
Público – Titular do Direito é o Estado, é de natureza
coletiva, a norma é compulsória (obrigação de dar, fazer).
Privado – Direito do particular, é de natureza individual, a
norma é permissiva, permite fazer mas não obriga.
Para que o Estado possa realizar suas próprias ações
utiliza o Direito Público para a obtenção de recursos
financeiros. Dessa forma exerce a atividade financeira
buscando origens, gerindo e aplicando de acordo com a
Lei.
CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO
É o ramo do Direito Público que rege as relações jurídicas
entre o Estado e os particulares. É o conjunto de
princípios e normas jurídicas relativas à instituição e
arrecadação de tributos.

Os Princípios Constitucionais que podemos destacar para


o Direito Tributário são:
Princípio da Legalidade – É vedado aos órgãos
competentes exigir ou aumentar tributos sem lei que o
estabeleça, conforme artigo 150, inciso I da Constituição
Federal – CF. Aumento de tributo pode ocorrer por
majoração de alíquota ou alargamento de base de
cálculo.

É o princípio menos rigoroso, sendo facultado à União


alterar alíquotas do II, IE, IPI e IOF, conforme artigo 153,
§1º da CF. A justificativa é que o Executivo precisa de
agilidade para intervir na economia (IOF), na produção
nacional (IPI) ou no comércio exterior (II e IE).
Princípio da Isonomia – É vedado aos órgãos competentes
instituir tratamento desigual a contribuintes em situação
equivalente, conforme art. 150, inciso II da CF. Ou seja,
não é imposto à lei que trate a todos de maneira igual,
mas isso passa a ser obrigatório quando os contribuintes
estiverem na mesma situação.
Princípio da Irretroatividade Tributária – A lei se aplica
aos fatos que ocorreram após sua entrada em vigor,
conforme art. 150, inciso II, alínea “a”, da CF. A exceção à
regra é aplicável ao direito penal, onde a lei poderá
retroagir se para benefício do réu.
Princípio da Anterioridade – É vedado cobrar tributos no
mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada
lei que instituiu ou aumentou, conforme art. 150, inciso II,
alínea “b”, da CF. Encontramos exceções na própria CF,
quanto aos mesmos impostos citados no Princípio da
Legalidade (II, IE, IPI, IOF). E ainda as contribuições sociais
que só poderão ser exigidas após 90 (noventa) dias da
data da publicação da lei que instituiu ou alterou,
conforme art. 195, §6º, da CF.
Princípio da Noventena – É vedado cobrar tributos
instituídos ou aumentados por lei cuja data de publicação
não tenha transcorrido 90 dias, conforme art. 150, inciso
III, alínea “c”, da CF. Este é o princípio aplicável às
Contribuições Sociais.
Princípio da Vedação de Confisco – É vedado aos órgãos
competentes utilizar tributo com efeito de confisco, ou
seja, um tributo excessivamente oneroso, que viole o
direito de propriedade, conforme art. 150, inciso IV da CF.
Princípio da Capacidade Contributiva – ”Os impostos
terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte”, conforme art.
145, §1º, da CF. O princípio procura colocar em prática
que quem tem/pode mais deve contribuir mais, enquanto
quem tem/pode menos deve contribuir menos.
Mas esse princípio é aplicável somente a impostos de
caráter pessoal, ou seja, impostos diretos, como por
exemplo IRPF. Já os indiretos independem da capacidade
contributiva do sujeito passivo, como por exemplo o
ICMS.
Princípio da Universalidade e Generalidade – O imposto
sobre a renda será informado pelos critérios da
generalidade, da universalidade e da progressividade,
conforme art. 153, §2º, inciso I, da CF.
Universalidade é a incidência sobre todos fatos da
hipótese de incidência. Generalidade é a abrangência da
ocorrência de tributos a todos contribuintes que estejam
em igual relação ao fato descrito na hipótese de
incidência.
Princípio da Progressividade – No mesmo dispositivo do
princípio anterior, a progressividade é decorrente da
capacidade contributiva, ou seja, os tributos devem
aumentar de acordo com o aumento da capacidade do
contribuinte.
Princípio da Não Cumulatividade – O princípio da não
cumulatividade é a diminuição do tributo devido em cada
operação, do tributo pago nas operações anteriores, ou
seja, o tributo não acumula. Esse dispositivo é aplicável
aos ICMS conforme art. 155, §2º, inciso I, da CF, e ao IPI
conforme art. 153, §3º, inciso II, da CF.
Princípio da Seletividade – Esse princípio visa a aplicação
de carga tributária variada, de acordo com a
essencialidade dos produtos. Sua aplicação é restrita ao
ICMS conforme art. 155, §2º, inciso III, da CF, e ao IPI
conforme art. 153, §3º, inciso I, da CF.
Princípio da Imunidade – Serão imunes de impostos: a
União, os Estados, o Distrito Federal, e os Municípios;
templos de qualquer culto; partidos políticos; livros,
jornais, revistas, periódicos e papel destinado à sua
impressão, conforme art. 150, inciso VI da CF. Assim, o
ganho dessas entidades se revertem para as próprias, ao
invés de serem destinados ao pagamento de tributos.

FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO


Fonte tem o sentido de origem, proveniência. Podem
criar, inovar, modificar ou extinguir preceitos legais. São
fontes: leis, tratados, convenções internacionais e normas
complementares da legislação tributária.

Lei – Norma emitida pelo poder competente,


compreende todos atos normativos, somente podem ser
elaborados pelo Legislativo. São Leis:
CONSTITUIÇÃO – É a Lei Básica do Estado. Constitui e
estrutura a forma do Estado, define poderes e
competências, traça diretrizes políticas, sociais e
econômicas. Cria normas jurídicas que vão organizar e
sistematizar o comportamento social. A Constituição
cuida amplamente de matéria tributária, 18 artigos, de
145 a 162.
Ela não cria quaisquer tributos, somente define a
competência de tributar. Em compensação, os impostos
são tributos taxativamente previstos na Constituição, ou
seja, somente podem ser criados impostos previstos na
Lei Básica.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS – Tem como função alterar
a Constituição. Situam-se no mesmo plano hierárquico da
CF. As EC´s não podem alterar as cláusulas pétreas: forma
federativa do Estado; voto direto, secreto, universal e
periódico; separação dos poderes; direitos e garantias
individuais. Está previsto no art. 60 da CF.
LEIS COMPLEMENTARES – São complementos da
Constituição, pelos dispositivos terem enunciado
genérico. Tem caráter nacional, se sobrepõem às leis
ordinárias. O CTN é a principal Lei Complementar em
matéria tributária. O art. 69 da CF define que Leis
Complementares serão aprovados por maioria absoluta.
LEIS ORDINÁRIAS – São as leis comuns federais, estaduais
e municipais, não havendo hierarquia entre elas. Seu
processo legislativo está disciplinado na CF, art. 61.
LEIS DELEGADAS – No mesmo plano das ordinárias, estão
previstas no art. 68 da CF. São elaboradas pelo
presidente, com poderes delegados pelo Congresso
Nacional, ato este celebrado por Resolução do Congresso,
o qual especificará matéria, prazo, limites, etc. A matéria
que pode ser legislada é mais restrita, pois não pode
delegar atos de competência da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à Lei
Complementar nem à legislação sobre organização do
Poder Judiciário e do Ministério Público. Apesar de
previsão legal na prática não são adotadas pela política
brasileira.
MEDIDAS PROVISÓRIAS – Conforme art. 62 da CF o
presidente da república, em caso de relevância e
urgência, poderá editar MP´s para aprovação do
Congresso Nacional.
DECRETO LEGISLATIVO – Promulga lei que não dependa
de sanção do Executivo, por exemplo: tratados e
convenções internacionais celebradas pelo presidente. É
utilizado também quando do veto pelo Executivo, a lei
retorna ao Legislativo, e se este derrubar o veto
presidencial, promulgará por decreto legislativo.
RESOLUÇÕES – São leis feitas pelo Senado para eliminar
da ordem jurídica norma declarada inconstitucional pelo
STF, estabelecer os limites das alíquotas dos impostos de
transmissão, circulação de mercadorias e serviços.
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS – São
acordos celebrados entre 2 Estados soberanos, que para
vigorarem devem ser aprovados pelos Legislativos de
ambos. Só podem ser aprovados em sua totalidade, não
sendo admissível emenda ou veto parcial.
FONTES SECUNDÁRIAS
Não podem inovar na ordem jurídica, interpreta a lei e dá
detalhes de sua aplicação.
DECRETO REGULAMENTAR – Elaborados e promulgados
pelo Executivo. Limita-se a detalhar a aplicação prática ou
reunir em texto único legislação esparsa, dando redação
atualizada. Exemplo: RIR – Decreto nº 3.000/99.
JURISPRUDÊNCIA – Decisões proferidas por juízes e
tribunais. Não tem poder normativo mas vale como
precedente.
NORMAS COMPLEMENTARES DAS LEIS, TRATADOS E
DECRETOS – São orientações dadas pelas autoridades
administrativas. Por exemplo: portaria, parecer, circular,
instrução normativa, etc.
USOS E COSTUMES – São práticas adotadas na ausência
de lei, ajudando a solucionar pendências não esclarecidas
na legislação.
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Sistema Tributário Nacional é o conjunto de normas e
entidades competentes que tem como finalidade instituir
e gerir tributos, sejam eles de âmbito Federal, Estadual
ou Municipal.
O Estado necessita de recursos para desenvolver suas
atividades e obtém os mesmos através de atividades
financeiras, fazendo uso do que segue:
INGRESSOS: obtém recursos patrimoniais, em destaque
aqui os TRIBUTOS;
GESTÃO: administração e conservação do patrimônio
público;
DESEMBOLSOS: emprego dos recursos patrimoniais para
realização dos fins visados pela entidade;
Dessa forma o Estado para obter resultados para sua
atividade financeira legitima a atuação compulsória
exercida pelo Estado, contando com o Direito Tributário
como “aliado”, pois é através das Fontes do Direito que é
permitido ao mesmo que gere seus recursos.
Conforme estudos da portaltributario.com.br o Brasil em
janeiro de 2020 (último levantamento efetuado), contava
com 92 tributos (
http://www.portaltributario.com.br/tributos.htm ) o que
permite à “máquina” chamada Governo manter suas
atividades.

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL


Instituído pela Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966,
dispõe sobre extensões, aplicabilidades, alcances, limites,
direitos e deveres e muito mais no que tange as normas
tributárias brasileiras. O CTN está dividido em dois livros:

O livro primeiro cuida do sistema tributário nacional, do


conceito jurídico de tributo e de suas espécies, da
competência tributária e de suas limitações. Traz os
tributos agrupados por área de incidência referenciadas
economicamente.

O livro segundo “Normas Gerais de Direito Tributário”


cuida da legislação tributária, sua aplicação,
interpretação, da obrigação tributária, do lançamento, da
administração tributária, das preferências e privilégios da
Fazenda Pública.

TRIBUTOS
O CTN, nos artigos 3º a 5º define o conceito de tributo, é
a prestação pecuniária em moeda ou valor que nela possa
se expressar, resumindo, é um pagamento em moeda,
forma normal de extinção da obrigação tributária. Ou
seja, o Estado determina em lei o que o contribuinte deve
recolher e o mesmo está obrigado a efetuar o
pagamento, em moeda ou valor equivalente.
São espécies de tributos:
IMPOSTOS – independem de atividade estatal em relação
ao contribuinte, conforme art. 16 do CTN.
TAXAS – Tem como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de
serviço público, específico e divisível, conforme art. 77 e
78 do CTN.
A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador
idêntico ao imposto, nem ser calculado em função do
capital das empresas. Ou seja, as taxas pressupõem uma
atividade estatal, prestada àquele contribuinte que a
paga. Exemplos: taxa para emissão de passaporte, alvará,
porte de arma, taxa de socorro, etc.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA – Conforme art. 81 e 82 do
CTN, contribuições de melhoria somente podem ser
cobradas em virtude de obra pública.
OUTRAS CONTRIBUIÇÕES – O art. 149 da CF estabelece
que somente a União poderá instituir contribuições
sociais, de intervenção do domínio econômico e de
interesse das categorias. Como contribuições sociais
temos: CSLL, INSS, Cofins. De intervenção do domínio
econômico a CIDE. De interesse das categorias são
destinadas a custear os serviços dos órgãos responsáveis,
EX: CRC, OAB, CRM, etc.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – O art. 148 da CF dispõe
sobre empréstimos compulsórios, eles só podem ser
instituídos por lei complementar para atender despesas
extraordinárias decorrentes de calamidades públicas,
guerra externa ou sua eminência, e no caso de
investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DOS TRIBUTOS
São elementos fundamentais:
FATO GERADOR – É a concretização da hipótese de
incidência, podendo gerar uma obrigação principal,
pagamento de tributo, ou uma obrigação acessória,
escrituração de livros fiscais. Suas definições estão
dispostas nos art. 114 e 115 do CTN.
CONTRIBUINTE OU RESPONSÁVEL – Contribuinte é o
sujeito passivo das obrigações. Contribuinte é a pessoa
escolhida para responder pela obrigação tributária. Ele
não arca com o ônus tributário, age como arrecadador e
depositário para o Fisco.
SUJEITO ATIVO – Pessoa jurídica de direito público apta a
exigir o cumprimento da obrigação.
SUJEITO PASSIVO – É a pessoa natural ou jurídica,
obrigada em função da legislação.
São elementos complementares do tributo:
BASE DE CÁLCULO – É o montante sobre o qual se apura o
tributo.
ALÍQUOTA – É um fator definido em lei, aplicado sobre a
base de cálculo para apurar o valor devido do tributo.
PRAZO – É a data limite para cumprimento, tanto da
obrigação principal, pagamento, quanto acessória,
entrega de coisa.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Crédito é o direito que o sujeito ativo tem de exigir do
sujeito passivo uma determinada prestação, isso decorre
da realização do fato gerador.
LANÇAMENTO – Conforme art. 142 do CTN, a constituição
do crédito tributário se dá pelo lançamento.
DIRETO OU DE OFÍCIO – Todos atos são efetuados pela
autoridade administrativa, sem intervenção do
contribuinte. Exemplo: IPTU, IPVA, Contribuição de
Melhoria.
POR DECLARAÇÃO – O lançamento é feito com a
colaboração do contribuinte, este presta informações e a
autoridade administrativa aplica a legislação tributária,
calcula o valor devido e notifica o contribuinte para que
efetue o pagamento do crédito. Exemplo: ISS.
HOMOLOGAÇÃO OU AUTOLANÇAMENTO – É feito pelo
contribuinte ou responsável, e o pagamento ocorre antes
do início de qualquer procedimento por parte da
autoridade administrativa. Ou seja, o contribuinte fica no
aguardo da confirmação de seus atos por parte da
autoridade.
Essa confirmação é chamada de homologação, podendo
esta ser: expressa – a autoridade notifica que está de
acordo; tácita – conforme art. 150, §4º, do CTN, após
decorridos cinco anos da realização do fato gerador, a
administração deve se manifestar. Após esse prazo
considera-se homologado e extinto o crédito tributário.
ARBITRAMENTO – Caso o contribuinte tenha prestado
informações falsas, inidôneas, agir com dolo, estará
sujeito à revisão do lançamento e ao arbitramento, nas
condições e nos limites estabelecidos pela legislação do
IR.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE – Há hipóteses em que o
agente administrativo não pode requerer o pagamento
do tributo pois sua exigência está suspensa, conforme
dispõe CTN , art. 151, incisos I a VI: moratória – dilação do
prazo de pagamento; depósito judicial por recurso;
liminar; parcelamento. Nesse período o cumprimento da
obrigação principal está suspenso, mas da obrigação
acessória não.
EXTINÇÃO – É quando o sujeito passivo já não possui
obrigações para com o sujeito ativo. O caminho normal se
dá pelos pagamentos, compensações, transações, etc.

RENÚNCIA FISCAL
ISENÇÃO – É o não alcance da incidência tributária de
determinada PF ou PJ, somente pode ser concedida ou
editada em lei. Seguem suas formas:
Condicionada – A lei estabelece uma série de exigências a
serem atendidas pelo contribuinte.
Incondicionada – É prevista em lei hipóteses sem exigir
qualquer condição.
Prazo certo – determina o prazo do benefício.
Prazo indeterminado – não fixa o prazo, ela pode ser
revogada a qualquer momento.

IMUNIDADE – Estabelecida pela CF, impede que haja ação


ou alteração sobre ela. A imunidade garante que não
incidirão impostos sobre determinadas personalidades
jurídicas: partidos políticos; templos de qualquer culto;
órgãos do governo; etc.
ANISTIA – A anistia é um perdão definido em lei,
dispensando o contribuinte de pagar penalidade
pecuniária por irregularidade no pagamento de sua
obrigação tributária. Ou seja, não é a não cobrança do
tributo, é a não cobrança da penalidade devida à
infração.
NÃO INCIDÊNCIA – Na não incidência o fato não se
enquadra em nenhuma hipótese de incidência, não há
legislação que inclua a ocorrência descrito nas
possibilidades de fato gerador de tributo.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
É a extensão do poder de imposição de tributos
estabelecidos na Constituição Federal a cada um dos
poderes públicos: União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. Na CF são mencionados os impostos de
competência privativa dos poderes.
Exclusivos da União: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e sobre grandes
fortunas, conforme art. 153 da CF;
Exclusivos dos Estados e DF: ITCMD, ICMS, IPVA;
Exclusivos dos Municípios: IPTU, ITBI, ISSQN.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
As classificações mais difundidas são:
a) REAIS E PESSOAIS – Os reais incidem sobre alguma
coisa, algo material. Exemplo: ICMS, IPTU, IPI. Os pessoais
incidem devido à característica da pessoa do sujeito
passivo. Exemplo: IR.
b) DIRETOS E INDIRETOS – Diretos tem como fato gerador
uma situação permanente, patrimonial e sobre a renda
do contribuinte; na sua hipótese de incidência é descrita
capacidade contributiva; é suportado em definitivo pelo
contribuinte, sem poder transferir.
Indiretos tem como fato gerador uma situação instância;
evento que independe da situação patrimonial do sujeito
passivo; incide sobre a circulação de riquezas; tem a
possibilidade de ter o ônus transferido para terceiros.
c) FIXOS, PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS, REGRESSIVOS
– Fixos tem seu valor fixo, por exemplo: ISS pago por
profissionais liberais, independente do serviço prestado é
pago valor fixo ao final do período.
Proporcionais são calculados com a aplicação da alíquota
constante sobre a base de cálculo, sendo que esta não
varia de acordo com a BC, por exemplo: IPI.
Progressivos são obtidos com a multiplicação da alíquota
pela base de cálculo, sendo que a primeira varia de
acordo com a segunda, por exemplo: IR.
Regressivos são o contrário dos progressivos, a alíquota
decresce de acordo com o aumento da base de cálculo,
mas o princípio da capacidade contributiva tornou
inconstitucional.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
CONCEITOS E LIMITES

Planejamento tributário é o estudo sobre as


possibilidades, dentro da legalidade, de redução da carga
tributária.

Ele deve ser feito antes da realização do fato


administrativo, analisando efeitos econômicos e jurídicos,
bem como as alternativas legais, menos onerosas para a
empresa.

A relação custo/benefício deve ser muito bem avaliada,


pois pode tornar um planejamento tributário mais
oneroso que a própria operação.

Nem sempre a alternativa mais adequada para uma


empresa se aplica a todas, devido ao ramo de atividade, à
localização e ao porte. Alternativas válidas para grandes
empresas muitas vezes são inviáveis às médias e
pequenas, devido aos altos custos para colocar a
operação em prática.
Devido às brechas na legislação que podem ser feitos os
planejamentos tributários, mas aos poucos o Fisco vem
eliminando as mesmas, com constantes alterações nas
normas.

Deve ser analisado cenário da empresa, área de atuação,


operações, demonstrativos, para que se faça uma análise
única, individual e particular para cada companhia, uma
vez que todas tem particularidades que podem interferir
na solução.

O planejamento tributário é composto pelos seguintes


itens:

 Segregação dos processos produtivos: aqui as


operações da empresa são segredadas, seja por tipo
de produto, tipo de processo produtivo ou mesmo as
mercantis. Para que se analise toda a cadeia da
operação vislumbrando oportunidades;
 Classificação Fiscal de produtos (NCM): a correta NCM
– Nomenclatura Comum do Mercosul (um código que
identifica o produto em qualquer país, uma vez que
não depende da descrição) e a análise da tributação a
partir desta;
 Revisão das Rotinas Contábeis – reconhecimento de
receitas, apropriação de despesas e custos e sua
correta dedução e utilização para fins de redução de
carga tributária;
 Busca de Benefícios Fiscais: oportunidades a partir da
localização, produto ou área de atuação da empresa
que pode ser oportunizado;
 Revisão da Apuração de Tributos: essencial para
verificação de oportunidades a partir da própria
apuração dos tributos (algo que possa ter passado
desapercebido pela equipe envolvida na rotina);
 Análise das Declarações Fiscais: a partir da revisão de
tributos se verifica o preenchimento das obrigações
acessórias, e em se verificando oportunidades de
recuperação de crédito a partir destas, indica-se a
retificação das mesmas;
 Revisão da Legislação Fiscal aplicada nas empresas:
após essa análise prévia, se verifica oportunidades a
partir do enquadramento da legislação aplicada à
atividade da companhia;

Importante

É necessário bom senso e conhecimento à cerca das


regras por parte do planejador.

O planejamento preventivo produz a elisão fiscal,


enquanto o mau planejamento pode resultar em evasão
fiscal.
E como se realiza um planejamento tributário? Vamos ver
um exemplo:

Na Prática

Usando como base uma empresa que trabalha


exclusivamente com a importação de bebidas para
revenda no mercado brasileiro, se instalando no país,
vamos seguir as etapas abaixo:

 Fazer um levantamento histórico da empresa,


identificando as operações realizadas e listando-as:
importações e revenda de bebidas enquadradas na
NCM 22029900;
 Verificar os fatos geradores dos tributos pagos e
analisar se procede, se houve cobrança indevida ou
recolhimento a maior: temos a incidência de II, IPI,
ICMS, PIS, Cofins nas importações e revendas do
produto. A empresa terá ainda a incidência de IRPJ e
CSLL incidente no faturamento (a analisar qual melhor
regime de tributação);
 Verificar o período de decadência e prescrição de cada
tributo: 5 (cinco) anos para impostos: II, IPI, ICMS, IRPJ,
e 10 (dez) anos para contribuições: PIS, Cofins, CSLL;
 Verificar ações fiscais nesse período analisado: verifica-
se todas esferas se houve alguma ação (nesse caso não
houve nenhuma);
 Analisar, ano a ano, a melhor forma de tributação do
Imposto de Renda e da Contribuição Social, calculando
de que forma a empresa pagará menos tributos: como
a empresa está iniciando as atividades no país, há mais
despesas que receitas, o que tornaria o Lucro Real
mais econômico;
 Levantar o montante dos tributos pagos nos últimos
cinco anos, para identificar se existe alguma
oportunidade não aproveitada pela empresa: nesse
caso não se aplica;

Analisar o conjunto de todos tributos incidentes nas


operações da empresa, para não reduzir a carga em um e
onerar no outro. No caso da bebida comercializada pela
empresa, a mesma já possui alíquota majorada por conta
da “essencialidade” do produto, então não seria afetada
pela mudança no regime de apuração de IRPJ e CSLL.

EVASÃO E ELISÃO: CONCEITOS

Evasão fiscal é o uso de meios ilícitos e antijurídicos para


redução de pagamento de tributos, é o uso de medidas
ilegais por parte do contribuinte: seja por omissão, falsas
declarações ou documentos produzidos para provas,
informações falsas ou distorcidas.

Uma vez que são ilegais, tais ferramentas são tratados na


legislação tributária e penal.

Encontramos na Lei nº 8.137/1990, em seus artigos 1º e


2º crimes contra a ordem tributária:

“CAPÍTULO I

Dos Crimes Contra a Ordem Tributária


Seção I

Dos crimes praticados por particulares

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária


suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às


autoridades fazendárias;

II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo


elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido
pela lei fiscal;

III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata,


nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;

IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar


documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;

V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório,


nota fiscal ou documento equivalente, relativa a
venda de mercadoria ou prestação de serviço,
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.

Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência


da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá
ser convertido em horas em razão da maior ou
menor complexidade da matéria ou da dificuldade
quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a
infração prevista no inciso V.

Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:

I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre


rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude,
para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento
de tributo;

II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de


tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de
obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;

III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o


contribuinte beneficiário, qualquer percentagem
sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou
de contribuição como incentivo fiscal;

IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o


estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto
liberadas por órgão ou entidade de
desenvolvimento;

V - utilizar ou divulgar programa de processamento


de dados que permita ao sujeito passivo da
obrigação tributária possuir informação contábil
diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda
Pública.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e


multa.” (BRASIL, 1990)
O artigo primeiro da Lei acima transcrito menciona
hipóteses de sonegação fiscal, pois uma vez que lesam o
erário público ofendem também a ordem penal,
assegurando o enquadramento no conceito de evasão.

Importante lembrar que fraude é toda ação ou omissão


dolosa, ou seja, cuja intenção é, de alguma forma, reduzir
a carga tributária, de modo ilegal. Enquanto o conluio é a
aplicação dolosa de fraude ou sonegação alinhado entre
duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
Enquanto isso, a elisão fiscal é o estudo e aplicação do
meio lícito para a redução da carga tributária, é a análise
prévia da operação para que antes da ocorrência do fato
gerador, se identifique uma oportunidade dentro da
legalidade para se desembolsar menos tributos. A elisão
respeita o princípio da legalidade.

Há ainda de se falar na figura da elusão tributária, que se


trata da elisão ilícita. Mas do que estamos falando? De
uma conduta que é praticada pelo contribuinte
independente de ter ou não transcorrido o fato gerador,
praticado pelo sujeito passivo com abuso do direito ou da
forma jurídica.

O artigo º 116, do Código Tributário Nacional teve


inserido um parágrafo único, com o objetivo de mitigar o
abuso nas elisões fiscais. Segue o texto:

“Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá


desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária, observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária.” (BRASIL,2001)

Ou seja, a legislação menciona que o que for praticado


com o intuito de dissimular a ocorrência do fato gerador
ou os elementos que constituem a formação do tributo,
pode vir a ser desconsiderados pela autoridade
competente.

Na Prática

Vamos simular uma situação e identificar qual das opções


adotadas seria elisão, elusão e qual seria evasão fiscal?

PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador é um


incentivo fiscal disponibilizado às empresas tributadas
pelo Lucro Real. Sobre o montante desembolsado do PAT
(seja peço serviço próprio de fornecimento de refeições;
distribuição de alimentos; ou convênios com entidades
credenciadas ao programa) a empresa deve aplicar a
alíquota (15%) do imposto.

Essa dedução está limitada a 4% (quatro por cento) do


valor do imposto devido.

E como se pode fazer uso da elisão, elusão ou evasão


nessa situação???
1. ANTES DO FATO GERADOR A empresa identifica um
fornecedor de alimentos para distribuição aos
funcionários em que ganha descontos e bonificações
e o benefício cobre o valor de custo. Isso é chamado
ELISÃO FISCAL;
2. ANTES DO FATO GERADOR A empresa acorda com
fornecedor de cesta básica que o mesmo emitirá
notas simulando esse fornecimento para que a
primeira possa deduzir esse montante do seu IRPJ. A
empresa fornecedora “ganharia” um valor para
cobrir custos tributários com a emissão dessa nota.
Isso é chamado ELUSÃO TRIBUTÁRIA;
3. DEPOIS DO FATO GERADOR A empresa não adotou
nenhuma das alternativas de despesas para
benefício do programa e deduziu um montante
informando PAT, somente para redução do valor do
imposto devido. Isso é chamado EVASÃO FISCAL.

TEORIA DO PROPÓSITO NEGOCIAL

Com o advento do parágrafo único incluído no artigo 116


do CTN, as empresas passaram a ter um dispositivo que
restringe a questão do planejamento tributário, ou seja,
este tem que ser entendido pelos órgãos competentes
como genuíno, pois caso estes entendam que houve
simulação, pode aplicar a tributação que não foi feita
anteriormente, bem como aplicar as penalidades
pecuniárias sobre estes.

A partir deste texto, os órgãos passaram a aplicar a


“Teoria do Propósito Negocial” para analisar o que
efetivamente aconteceu e qual a intenção de quem
praticou. CARF tem feito uso dessa legislação para avaliar,
de acordo com seu entendimento, se é válido, sob seu
entendimento, o planejamento tributário ou não.

Com isso, o contribuinte tem que demonstrar para os


órgãos que o intuito não foi unicamente o de redução de
carga tributária, mas sim algum ganho em performance,
competitividade, sustentabilidade da empresa, enfim,
algum motivo que não tão somente o fato de reduzir
tributos.

Ou seja, o planejamento tributário não deve tão somente


cumprir a legislação para ser enquadrado no conceito de
“elisão fiscal”, mas deve também apresentar uma
finalidade maior voltada ao negócio.

Só reforçamos a questão de que um bom planejamento


tributário deve avaliar não somente os montantes dos
tributos, mas o negócio da companhia como um todo.

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NO ÂMBITO EMRPESARIAL


E A JURISPRUDÊNCIA DO CARF: ANÁLISE DE CASOS
CONCRETOS

Em tempos de crise, nada soa melhor que “economia”,


“redução”, “menos desembolsos”, “aumento de receita”
para as empresas. Nesse momento, os profissionais com
qualificação para executar, internamente que seja, uma
revisão dos tributos ou planejamento tributário, são bem
vindos e bem vistos.
Segue um Acórdão do CARF, cuja sessão se realizou em
18/04/2018:

“Número do Processo 12571.720330/2014-33


Contribuinte TOZETTO & CIA LTDA
Tipo do Recurso RECURSO VOLUNTARIO
Data da Sessão 18/04/2018
Relator(a) SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
Nº Acórdão 3301-004.593
Tributo / MatériaDecisão
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em dar
provimento parcial ao recurso voluntário, da
seguinte forma: i) por maioria de votos, em
reconhecer a ocorrência de simulação nas operações
entre a Tozetto & Cia. e a responsável solidária.
Votaram pelas conclusões os Conselheiros Valcir
Gassen, José Henrique Mauri, Ari Vendramini,
Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho e Liziane
Angelotti Meira. Vencidos os Conselheiros Marcelo
Costa Marques D'Oliveira e Rodolfo Tsuboi (Suplente
convocado), que davam provimento ao recurso
voluntário nesse ponto. Fará declaração de voto a
Conselheira Liziane Angelotti Meira, que integrará o
voto da relatora; ii) por voto de qualidade, em
afastar a qualificação da multa de ofício. Vencidos os
Conselheiros Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa
Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa
Cavalcanti Filho e Valcir Gassen; iii) por unanimidade
de votos, em manter a responsabilidade solidária da
empresa Louis Dreyfus; e iv) por maioria de votos,
em manter a incidência de juros sobre a multa de
ofício. Vencido o Conselheiro Rodolfo Tsuboi
(Suplente convocado).
José Henrique Mauri - Presidente.
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os
conselheiros José Henrique Mauri (Presidente),
Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Rodolfo Tsuboi
(Suplente convocado), Valcir Gassen, Liziane
Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti
Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro.

Ementa(s)
Assunto: Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2013
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. VALIDADE.
PROPÓSITO NEGOCIAL. A validade do planejamento
tributário é aferida após verificação de adequação
da conduta no campo da licitude ou da ilicitude.
Assim, a opção negocial do contribuinte no
desempenho de suas atividades, quando não
integrar qualquer hipótese de ilicitude, ou seja,
implicando a ausência de subsunção do fato à norma
tributária ou acarretando o enquadramento à norma
tributária que prescreva exigências menos onerosas,
é perfeitamente lícita e não susceptível de
desconsideração pela autoridade administrativa para
fins de tributação. Todavia, estará o contribuinte no
campo da ilicitude se demonstrada a ausência de
propósito negocial.
SIMULAÇÃO. CONCEITO. Considera-se simulação
quando a vontade declarada no negócio jurídico não
se coaduna com a realidade do negócio firmado,
hipótese em que o Fisco deve alcançar o negócio
jurídico que se dissimulou, para proceder à devida
tributação.
FRAUDE. MULTA QUALIFICADA. A aplicação da multa
qualificada pressupõe o comprovado intuito de
fraude, nos exatos termos dos arts. 71, 72 e 73 da Lei
n° 4.502/1964, que é o doloespecíficoda
condutapraticada.A não convalidação de
planejamento tributário, por si só, não justifica a
qualificação da multa, pois a discussão sobre
desqualificação do planejamento tributário é
matéria diversa e tem base em premissas jurídicas
distintas daquelas que devem equacionar a
aplicabilidade da multa qualificada. Logo, mesmo
que o planejamento fiscal não possa ser
convalidado, a qualificação da multa apenas se
impõe, se preenchidos os seus próprios requisitos.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INTERESSE COMUM.
Cabe a atribuição de responsabilidade solidária
àqueles que tiverem interesse comum na situação
que constitua o fato jurídico tributário, nos termos
do art. 124, I, do CTN.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A
obrigação tributária principal compreende tributo e
multa de ofício proporcional. Sobre o crédito
tributário constituído, incluindo a multa de ofício,
incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.

Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep


Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2013
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. VALIDADE.
PROPÓSITO NEGOCIAL. A validade do planejamento
tributário é aferida após verificação de adequação
da conduta no campo da licitude ou da ilicitude.
Assim, a opção negocial do contribuinte no
desempenho de suas atividades, quando não
integrar qualquer hipótese de ilicitude, ou seja,
implicando a ausência de subsunção do fato à norma
tributária ou acarretando o enquadramento à norma
tributária que prescreva exigências menos onerosas,
é perfeitamente lícita e não susceptível de
desconsideração pela autoridade administrativa para
fins de tributação. Todavia, estará o contribuinte no
campo da ilicitude se demonstrada a ausência de
propósito negocial.
SIMULAÇÃO. CONCEITO. Considera-se simulação
quando a vontade declarada no negócio jurídico não
se coaduna com a realidade do negócio firmado,
hipótese em que o Fisco deve alcançar o negócio
jurídico que se dissimulou, para proceder à devida
tributação.
FRAUDE. MULTA QUALIFICADA. A aplicação da multa
qualificada pressupõe o comprovado intuito de
fraude, nos exatos termos dos arts. 71, 72 e 73 da Lei
n° 4.502/1964, que é o dolo específico da conduta
praticada. A não convalidação de planejamento
tributário, por si só, não justifica a qualificação da
multa, pois a discussão sobre desqualificação do
planejamento tributário é matéria diversa e tem
base em premissas jurídicas distintas daquelas que
devem equacionar a aplicabilidade da multa
qualificada. Logo, mesmo que o planejamento fiscal
não possa ser convalidado, a qualificação da multa
apenas se impõe, se preenchidos os seus próprios
requisitos.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INTERESSE COMUM.
Cabe a atribuição de responsabilidade solidária
àqueles que tiverem interesse comum na situação
que constitua o fato jurídico tributário, nos termos
do art. 124, I, do CTN.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A
obrigação tributária principal compreende tributo e
multa de ofício proporcional. Sobre o crédito
tributário constituído, incluindo a multa de ofício,
incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.
Recurso voluntário parcialmente provido.” (BRASIL,
2018)

Nesse acórdão podemos vislumbrar que foi efetuado um


“planejamento tributário”, onde foi simulado um negócio
jurídico, que para o CARF foi reconhecido como simulação
mesmo.

Você conhece o organograma do CARF?


TRIBUTOS
VAMOS RECAPITULAR OS TRIBUTOS QUE VAMOS
TRATAR EM AULA?
ISS – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS
CONCEITO
De competência dos municípios e do Distrito Federal,
provoca muitas discussões com relação a qual município
deve receber o pagamento do tributo.
FATO GERADOR
A prestação de serviços, constantes na listagem da LC
116/03.
BASE DE CÁLCULO
O preço do serviço, exceto: serviços exportados; serviços
de empregados, trabalhadores avulsos, diretores e
membros do conselho consultivo. O contribuinte é o
prestador de serviços, sendo que a Lei Complementar deu
liberdade aos municípios e DF atribuir a responsabilidade
a terceiros, nesse caso, os tomadores são responsáveis
pelo recolhimento, desde que indicado na lei municipal.
ALÍQUOTA
Varia entre 2% e 5%, de acordo com Lei municipal.
APURAÇÃO DO ISS
A apuração do ISS é realizada mensalmente. São
verificadas todas notas de serviço emitidas pela empresa,
bem como analisado o ISS destacado no documento
fiscal, a alíquota, se o imposto é retido ou não pelo
cliente, e apurado o valor devido do imposto.
Na apuração do ISS devemos chamar a atenção para a
responsabilidade de recolhimento do tributo: se do
emitente da nota ou do contratante do serviço.
A empresa como contratante deve estar atenta à
legislação, ao serviço, e o que dispõe a legislação sobre o
responsável pelo recolhimento. De acordo com a Lei
municipal, alguns serviços contratados de pessoa jurídica,
domiciliada no mesmo município, tem a responsabilidade
do recolhimento terceirizada, a fim de minimizarem o
risco de não recolhimento. Dessa forma o contratante
desconta do valor a ser pago para o contratado, a
contribuição para o ISS e efetua o recolhimento em guia a
parte, indicando que aquele tributo não é devido de sua
operação, mas sim oriundo da retenção de notas de
terceiros.
Já com relação às notas emitidas pela própria empresa,
mesmo que a emissão se dê pela área comercial/vendas,
é responsabilidade da área fiscal assegurar que as
mesmas foram emitidas com as informações apropriadas.
Assim como no caso das notas de entrada, de acordo com
o serviço prestado pela instituição, haverá circunstâncias
em que o ISS será retido pelo cliente. É importante nessas
situações sinergia com a área financeira, pois uma vez
que o cliente efetua a retenção, a empresa receberá o
valor descontado do imposto, e sim, há a necessidade de
solicitar o comprovante de recolhimento do tributo, uma
vez que o contribuinte é o emitente da nota fiscal. Do
contrário incorre em risco de o responsável descontar,
não efetuar o repasse para o município, e a dívida fica
registrada no sistema, em nome do contribuinte.
Assim como a situação acima descrita, é importante
também verificar se o cliente não efetuou indevidamente
a retenção, situação na qual há o recolhimento do ISS em
duplicidade, havendo a necessidade de solicitação de
ressarcimento do valor pago em duplicidade.
Cabe aqui atentar para o cadastro no CEPOM, e o que
seria isso?
É o Cadastro de Prestadores de Serviço de Outros
Municípios (esse nome pode varias, mas é referente à
prestadores de serviço não estabelecidos no município da
prestação). Ele foi criado em 2006 em São Paulo, a fim de
evitar a sonegação fiscal.
Esse cadastro deve ser realizado previamente, pelo
prestador de serviço, na prefeitura do município
diferente do seu estabelecimento, para poder atender
clientes situados nessa cidade.
E qual a importância desse cadastro?
Usualmente o ISS é devido no município de
estabelecimento do prestador de serviço (exceto
situações específicas). Porém se for prestado serviço em
município diferente do seu é obrigatória a retenção e o
recolhimento para o município onde o serviço foi
prestado. Dessa forma, a falta de cadastro pode duplicar
o pagamento do ISS, uma vez que o município onde o
prestador está estabelecido não vai abrir mão do tributo,
pelo descumprimento da obrigação acessória do
contribuinte (Cadastro no CEPOM).
Em compensação, se o contribuinte tiver realizado o
cadastro, o tomador do serviço está desobrigado da
retenção, pois o prestador está corretamente
identificado, e o contribuinte efetua o recolhimento do
ISS no seu município de estabelecimento.
São pequenos detalhes que fazem toda a diferença...um
cadastro que pode gerar duplicidade de recolhimento,
trazer transtornos negociais por intercorrência com
clientes, etc. Por isso a necessidade daárea fiscal estar a
par do que acontece na empresa, negociações com
clientes, municípios e estados que são atendidos. Não
basta estar atento à legislação do seu local de
estabelecimento, tem que estar atento à legislação dos
locais de estabelecimento dos participantes.
Ainda com relação ao ISS, temos no município de Porto
Alegre a obrigação acessória chamada DECWEB.
Essa declaração veio substituir a ISSQNDec, programa que
precisava ser baixado e instalado no computador do
contribuinte. A nova obrigação acessória tem modelagem
online, foram contempladas demandas surgidas com a
implantação da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica:
 Busca automática dos valores referentes ao ISSQN
apurado a partir das Notas Fiscais de Serviço
Eletrônicas emitidas e recebidas (substituição
tributária);
 Visualização em tela e possibilidade de download de
relatório de todas NFSEs emitidas na competência;
 Visualização em tela e possibilidade de download de
relatório de todas NFSEs recebidas na competência;
Dessa forma, a empresa precisa assegurar que todas
notas constantes nesses relatórios estão devidamente
lançadas. Porém, não pode ser terceirizada a
responsabilidade de apuração para este relatório, uma
vez que podem ser realizadas contratações de serviços de
outros municípios, e essas notas não constarão no
DECWEB, então a área fiscal deve ficar atenta, até pelo
fato de não ter acesso para busca através dos sites das
prefeituras.
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – varia de município para
município. Em Porto Alegre temos a DECWEB;
RISCOS
Recolhimento em duplicidade, não recolhimento quando
responsabilidade do tomador, informações divergentes
do sistema da prefeitura e o sistema da empresa (até
mesmo pela dificuldade de integração de ambos);
BASE LEGAL
CF; CTN; Lei Complementar 116/03, Decreto nº 15.416/06
EXEMPLO
Receita de prestação de serviços: 100.000,00
Alíquota: 4%
ISS = 100.000 X 4% = 4.000
CONTABILIZAÇÃO
D – Cliente 100.000 (Ativo Circulante)
D – ISS sobre prestação de serviços 4.000 (Dedução da
Receita)
C – Receita de Prestação de Serviços 100.000 (Resultado)
C – ISS a recolher 4.000 (Passivo Circulante)
ICMS – IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE
MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE
COMUNICAÇÃO
CONCEITO
O ICMS é um tributo que incide sobre a movimentação de
mercadorias em geral, o que inclui produtos dos mais
variados segmentos e sobre serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação.
FATO GERADOR (FG)
Operações relativas à circulação de mercadorias;
prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal; prestação de serviços de comunicação;
importações; prestação de serviço no exterior; entrada
em território de petróleo, inclusive lubrificantes e
combustíveis líquidos e gasosos e de energia elétrica,
quando não destinados à comercialização ou à
industrialização; decorrente de operações interestaduais.

BASE DE CÁLCULO (BC)


De acordo com a operação, a base de cálculo varia, pode
ser o valor da operação; o preço corrente da mercadoria;
o preço do serviço; o valor aduaneiro, qual seja: o valor
da mercadoria acrescidos de: II, IPI, IOF e quaisquer
outros impostos, taxas, contribuições e despesas
aduaneiras; o valor provável da venda futura; o preço da
mercadoria praticada no mercado atacadista; o valor de
custo ou preço pauta para transferências; etc. Assim
dispõe o artigo 16 do RICMS/RS.

Temos ainda situações de redução da base de cálculo, ou


seja, a legislação estabelece que não serão aplicadas as
alíquotas sobre os valores acima apresentados, mas sim
sobre o resultado da redução da base de cálculo,
conforme artigos 23 e 24 do RICMS.

ALÍQUOTA
Para operações internas, ou seja, dentro do RS, o
percentual aplicável sobre a BC, 12% no RS a partir de
01/04/21, para a maioria de produtos, sendo
determinada de acordo com a essencialidade do produto.
• 30% - serviço de comunicação;
• 25% - armas, bebidas alcoólicas, cigarros,
embarcações, perfumaria, cosméticos, etc;
• 22% - cerveja;
• 20% - energia elétrica de via pública;
• 12% - demais mercadorias;
Para alguns produtos temos o adicional de 2% (dois por
cento) até 31/12/2025, destinado ao AMPARA/RS,
devendo este ser recolhido em guia a parte do ICMS
Normal:

 bebidas alcóolicas e cerveja sem álcool;


 cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos,
cigarreiras, fumos desfiados e encarteirados, fumos
para cachimbos e fumos tipo crespo;
 perfumaria e cosméticos, das posições 3303, 3304,
3305 e 3307, da NBM/SH-NCM.

Já nas operações interestaduais, realizadas com outras UF


´s no Brasil, as alíquotas aplicadas são:

• 12% - Estados do sul e sudeste: SC, PR, SP, RJ e MG,


exceto ES;
• 07% - Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e
ES;
• 04% - Nas operações interestaduais cujo percentual
de insumos importados seja superior a 40%
(quarenta por cento);

Essa diferenciação se deve à capacidade contributiva que


julgam que os Estados tem, buscando fomentar
investimentos e circulação nas UF´s onde a tributação é
de 07%. No entanto, quando um desses remete para
outro, por exemplo, MA remete para ES, a alíquota é de
12%, ou seja, a alíquota de 07% é aplicável nas saídas
interestaduais dos Estados considerados “ricos”.

EXCEÇÕES
São operações em que, mesmo havendo a circulação de
mercadorias, sua incidência se enquadra em hipóteses de
exceção à regra de incidir. Vejamos quais são as
situações:

Imunidade – Exclui integralmente o Crédito Tributário


devido, conforme previsão da Constituição Federal, artigo
9º, inciso IV. Há alguns requisitos para as instituições
estarem abrigadas pela imunidade: não distribuir parcela
de patrimônio; aplicar integralmente no País seus
recursos; manter escrituração de suas receitas e
despesas.
A legislação do ICMS internalizou como não incidência
além de incluir outros fatos, conforme artigo 11, do
RICMS/RS.

Isenção – Exclui integralmente o Crédito Tributário


devido, expressamente prevista em lei. O artigo 9º possui
213 incisos sobre isenção de mercadorias, e o artigo 10
possui 13 incisos sobre a isenção nas prestações de
serviço.
Exemplos:
• Distribuição de amostras;
• Saídas de mercadorias para feiras e exposições,
desde que retornem em 60 dias;
• Saídas internas de: inseticida, formicida, adubos e
fertilizantes, rações animais, calcário, sementes,
embriões, farelos, milho (desde que utilizados em
suas finalidades originárias);
• Saída de vasilhames;
• Saídas internas de leite pasteurizado para
consumidor final;

Redução de Base de Cálulo – Exclui parcialmente o


Crédito Tributário, com a redução da base onde incide o
ICMS, definido em legislação. Artigos 23 e 24 do
RICMS/RS.
Redução de Alíquota – Exclui parcialmente o Crédito
Tributário com a redução da alíquota incidente na
operação, definido na legislação.
Crédito Fiscal Presumido – Exclui parcialmente o Crédito
Tributário através do aproveitamento de um valor fictício,
previsto na legislação, a título de Crédito Fiscal, fugindo à
regra de apuração (compensação dos débitos com os
créditos de operações anteriores). Artigo 32 do
RICMS/RS.
Suspensão – Suspende temporariamente a exigibilidade
do Crédito Tributário devido à situação prevista em
legislação que não justifique a cobrança de tributo. Artigo
55 do RICMS/RS.
Exemplo: Remessas e retornos para conserto,
industrialização, reparo, desde que o retorno seja
efetuado em até 180 dias;
Diferimento – Transfere a responsabilidade pelo Crédito
Tributário para outra etapa da operação. Artigo 53 do
RICMS/RS.
Exemplo: Nas operações internas de remessa de
mercadoria entre estabelecimentos pertencentes à
mesma pessoa;

CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O imposto é não cumulativo, compensando o que for
devido em cada operação com o montante cobrado
anteriormente, pelo RS ou por outra Unidade da
Federação. Os artigos 30 e 31 do RICMS/RS dispõe sobre
o direito ao Crédito Fiscal.

Para os tributos de natureza não cumulativa o Crédito


Tributário é apurado da seguinte forma:
CT = DF – CF

Onde:
CT = Crédito Tributário
DF = Débito Fiscal, apurado nas saídas com aplicação da
alíquota sobre a base de cálculo.
CF = Crédito Fiscal, que equivale ao débito fiscal da
operação anterior, vindo destacado no documento que
respalde a operação.
Para que o crédito possa ser registrado é necessário que
esteja destacado em documento fiscal hábil, emitido por
contribuinte em situação regular perante o Fisco.
Todos elementos necessários para identificação do
Crédito Tributário devem estar previstos em lei.

CONTRIBUINTE
É considerado contribuinte quem pratica o fato gerador,
porém em alguns casos a legislação prevê que outro
sujeito seja responsável pelo recolhimento do mesmo.
APURAÇÃO DO ICMS
A apuração do ICMS é realizada mensalmente. São
verificadas todas notas fiscais emitidas pela empresa,
bem como as notas emitidas contra a empresa, que sejam
de regulamentação pelo Fisco Estadual. E porque falar
assim? Pois temos nesse conjunto notas de produto,
mercadoria, transporte, energia, telecom, serviços
tributados pelo ICMS, remessas, enfim, uma série de
operações e modelos de documentos diferentes.
A vantagem da apuração do ICMS é que os documentos já
foram conferidos e validados em outras etapas do
processo fiscal (vamos falar sobre essas etapas em outra
aula)
O responsável pela apuração vai assegurar que os
tributos destacados e creditados nas operações de
entradas, foram devidamente registrados, pelo resumo
do CFOP no Registro de Apuração do ICMS e IPI, bem
como os tributos destacados nas operações de saída,
foram devidamente registrados no livro.
Porém não é somente essa tarefa que é realizada, é
necessário verificar e lançar os montantes cujo destaque
não se identifica a cada documento, que valores são
esses?
 Adicional referente a algum fundo (no RS temos
adicional de 2% (dois por cento) em operações com
algumas mercadorias, chamado de AMPARA;
 ICMS Substituição Tributária, tanto em operações de
entrada quanto operações de saída, atentando para
o cálculo, código das guias de recolhimento geradas,
registro;
 ICMS Diferencial de Alíquota, incidente nas
operações de aquisição interestadual de material de
uso e consumo ou ativo imobilizado, atentando para
o cálculo (diferença da alíquota interna praticada
com aquele item, para a alíquota interestadual
praticada na nota), código das guias de recolhimento
geradas, registro (este temporariamente não
aplicável uma vez que a alíquota interna foi reduzida
para 12%, não havendo diferença de alíquota interna
para interestadual);
 Partilha, é a parcela do ICMS incidente nas
operações de saída interestadual, destinada a não
contribuinte, que a partir de 2019 o recolhimento
deve ser efetuado 100% para o Estado de destino da
mercadoria, atentando para o cálculo, código das
guias de recolhimento geradas, registro;
 Temos ainda as apurações extrafiscais: incentivos,
benefícios, regimes especiais. Cujo cálculo segue
regra específica da legislação que suporta a
operação, devem ser indicados os documentos que
atendem os pré requisitos bem como obrigações
acessórias a eles atrelados (alguns exigem emissão
de nota fiscal, informações específicas em livro fiscal,
etc), atentando para o cálculo, registro;
 CIAP, é a apuração do Crédito de ICMS sobre o Ativo
Permanente. A legislação assegura que a empresa
pode se apropriar do crédito do ICMS sobre as
aquisições de ativo permanente, em 48 (quarenta e
oito) meses. É necessário efetuar o lançamento com
CFOP de aquisição de ativo imobilizado, controlar
item a item no CIAP, calcular mensalmente 1/48
avos do ICMS, e apropriar sobre esse valor a
proporção de saídas tributadas no período (calcula-
se as saídas tributadas sobre o total de saídas,
levando em consideração algumas especificações da
legislação), atentando para o cálculo, registro;
Além dos itens acima, o responsável pela apuração deve
acompanhar e atentar para a evolução da carga tributária
por CFOP. Como exemplo trago as aquisições
interestaduais, sabemos que as alíquotas podem ser de
4% (quatro por centro) nas aquisições de produtos
predominantemente importados, ou 12% (doze por
cento) nas aquisições de produtos predominantemente
nacionais. Analisando a média histórica da empresa,
qualquer variação que fuja a normalidade, deve ser
tratada como anomalia e deve ser investigada. Assim
como as operações de saída, deve-se acompanhar a
evolução e qualquer discrepância da normalidade, a fim
de evitar questionamentos e fiscalizações desnecessárias.
E caso seja identificada uma operação em desacordo,
conseguimos regularizar?
Vamos por partes...
Se a operação de entrada está em desacordo:
 Porque o fornecedor destacou indevidamente uma
base de cálculo, alíquota ou valor do tributo maior
ao permitido pela legislação? É de responsabilidade
do destinatário estar atento a legislação e ao que ela
lhe permite se creditar, dessa forma o contribuinte
está limitado a se aproveitar do autorizado, e
havendo “sobra” do valor destacado em documento
fiscal, não deve se aproveitar. E caso a nota já tenha
sido lançada? É recomendada a correção do
lançamento, por isso as etapas de lançamento,
conferência, geração dos livros fiscais, apuração dos
tributos.
 E caso o fornecedor não tenha destacado o ICMS na
nota fiscal? O adquirente pode solicitar uma nota
complementar onde o fornecedor irá destacar o
imposto, indicar a nota referenciada (nota de origem
da operação).
 Se o que está em desacordo são outros dados é
possível a emissão de carta de correção para o ajuste
das informações.
 Importante lembrar que dependendo do modelo de
documento não temos as possibilidades acima
descritas. Por exemplo: nota modelo 21 (nota fiscal
de serviço de telecomunicação) não tem
disciplinadas as possibilidades de nota
complementar ou carta de correção. Nessa
circunstância o fornecedor deve ser informado para
providenciar a substituição do documento com as
devidas informações/valores.
Se a operação de saída está em desacordo:
 Porque o emitente destacou indevidamente uma
base de cálculo, alíquota ou valor do tributo maior
ao permitido pela legislação? É sua responsabilidade
conferir as notas emitidas antes da circulação da
mercadoria, sendo possível fazer uso do
cancelamento da nota para emissão da nota correta.
 E se já tiver saído a mercadoria/produto e tiverem
identificado posteriormente? Deve-se contatar o
cliente para que o mesmo, através do MD-e
desconheça a operação, para que possam emitir
uma nota própria de devolução (dando entrada nos
itens), revertendo a operação, para emitir uma nova
nota de saída.
 E se o cliente já tiver dado entrada? Deve-se
contatar o cliente para que o mesmo emita uma
nota de devolução, para que possam dar entrada
nessa nota de devolução, revertendo a operação,
para emitir uma nova nota de saída.
 E caso o emitente não tenha destacado o ICMS na
nota fiscal? Pode ser emitida uma nota
complementar onde será destacado o imposto,
indicando a nota referenciada (nota de origem da
operação).
 Se o que está em desacordo são outros dados é
possível a emissão de carta de correção para o ajuste
das informações.
 Da mesma forma que as notas de entrada, essa
observação cabe também para as notas fiscais de
saída, dependendo do modelo de documento não
temos as possibilidades de complemento ou carta de
correção. acima descritas. Por exemplo: nota modelo
6 (nota fiscal / conta de energia elétrica) não tem
disciplinadas as possibilidades de nota
complementar ou carta de correção. Nessa
circunstância é necessário providenciar a
substituição do documento com as devidas
informações/valores, através do cancelamento, uma
vez que o documento fiscal nesse modelo não está
enquadrado no prazo de 24h para o cancelamento, a
partir da emissão.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Segue abaixo o rol de obrigações acessórias pertinentes
ao ICMS:
 Livro de Entrada: onde são registradas todas notas
de entrada recepcionadas pela empresa, com as
seguintes informações: data de entrada, espécie de
documento, série, número do documento, data de
emissão, emitente da nota, UF do emitente, valor
contábil, CFOP, incidência do ICMS e IPI, base de
cálculo/valor da operação, alíquota, imposto
creditado, observação;
 Livro de Saída: onde são registradas todas notas de
saída emitidas pela empresa, com as seguintes
informações: espécie de documento, série, número
do documento, data de emissão, UF do destinatário,
valor contábil, CFOP, incidência do ICMS e IPI, base
de cálculo, alíquota, imposto debitado, isentas,
outras, observação;
 Registro de Apuração: esse livro consolida por CFOP
as operações transacionadas pela empresa no mês
de competência, com as seguintes informações:
CFOP, valor contábil, base de cálculo, valor do
imposto, isentas ou não tributadas, outras;
Fiscalmente falando, temos outros livros, porém esses
três são os mais usuais, mas seguem os demais para
conhecimento e entendimento da finalidade:
 Registro de Inventário: destina-se a arrolar, pelos
seus valores e com especificações que permitam sua
perfeita identificação, as mercadorias, as matérias-
primas, os produtos intermediários, os materiais de
embalagem, os produtos manufaturados e os
produtos em fabricação, existentes em cada
estabelecimento do contribuinte na data do balanço
e por ocasião de transferência ou baixa do
estabelecimento;
 Registro de Controle da Produção e do Estoque:
destina-se à escrituração dos documentos fiscais e
dos documentos de uso interno do estabelecimento,
correspondentes às entradas, às saídas e
fornecimentos, à produção, bem como das
quantidades referentes aos estoques de
mercadorias;
 Registro de Utilização de Documentos Fiscais e
Termos de Ocorrências – RUDFTO: destina-se à
escrituração das entradas de documentos fiscais
referidos no art. 8º, exceto Cupom Fiscal emitido por
ECF, confeccionados por estabelecimentos gráficos
ou pelo próprio contribuinte usuário do documento
fiscal respectivo, bem como à lavratura, pela
Fiscalização de Tributos Estaduais, de termos de
ocorrências;
 Controle de ICMS sobre Ativo Permanente: Nesse
livro são controlados os ativos permanentes, bem
como sua apropriação mensal, sua utilização, e os
créditos referentes aos mesmos. A apropriação é de
1/48 avos, sendo um avo por mês, e proporcional às
saídas tributadas. Há dois modelos mais utilizados
dos livros, o modelo C onde os registros são
englobados, e o modelo D, onde os registros são
individuais;
Importante ressaltar que esses livros são geradores de
informações para a GIA, a EFD ICMS/IPI bem como para a
EFD Contribuições, ou seja, é necessário assegurar os
registros adequados para o cumprimento das obrigações
acessórias.
Além dos livros fiscais temos outras obrigações
acessórias, quais sejam:
 Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): Nota Fiscal Eletrônica é
um documento de existência apenas digital, com o
intuito de documentar, para fins fiscais, uma
operação de circulação de mercadorias ou uma
prestação de serviços. Sua validade jurídica é
garantida pela assinatura digital e pela recepção,
pelo Fisco, antes da ocorrência do fato gerador;
 Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA): A GIA
- Guia de Informação e Apuração do ICMS tem como
finalidade demonstrar o imposto apurado pelo
contribuinte, em cada período de apuração, assim
como apresentar outras informações de interesse
econômico-fiscal. Tal declaração nada mais é do que
um reflexo do Livro Registro de Apuração do ICMS,
contendo informações agrupadas das operações e
prestações realizadas pelo contribuinte no período
de referência, bem como outros créditos e débitos
que influenciaram na apuração do imposto;
 Escrituração Fiscal Digital (EFD ICMS/IPI): A
Escrituração Fiscal Digital - EFD compõe-se da
totalidade das informações econômico-fiscais e
contábeis, em meio digital, necessárias à apuração
dos impostos referentes às operações e prestações
praticadas pelo contribuinte, bem como outras de
interesse das administrações tributárias das
unidades federadas e da Secretaria da Receita
Federal do Brasil - RFB. Essas informações referem-
se aos dados correspondentes ao período
compreendido entre o primeiro e o último dia do
mês, considerando-se uma série de informações
fiscais e econômicas da empresa;
RISCOS
Primeiramente é importante lembrar que todas essas
obrigações acessórias se cruzam, cadastros de
participantes, dados fiscais, montantes, informações
sobre incidência dos tributos. O valor constante de ICMS
destacado em uma NF-e emitida, deve ser idêntico ao
informado nessa mesma nota na EFD ICMS/IPI. O valor de
determinado CFOP indicado no Registro de Apuração
deve ser idêntico ao informado na GIA.
BASE LEGAL
CF; CTN; Lei Complementar 87/96, Lei Estadual nº
8820/89; Decreto nº 37.699/97

EXEMPLO
Uma indústria vende um televisor para uma loja varejista
por R$ 800,00. Considerando que a base de cálculo é o
valor da operação e a alíquota aplicável na operação é de
12%, teremos um Débito Fiscal, nessa venda, de R$ 96,00.
Quando a loja receber o televisor e der entrada em sua
unidade, deverá registrar o crédito de R$ 96,00.

A contabilização da aquisição do televisor é feita dessa


forma:

D – Estoque 704,00 (Ativo Circulante)


D – ICMS a recuperar 96,00 (Ativo Circulante)
C – Fornecedor: 800,00
A loja comercializa para um consumidor final, esse
mesmo televisor por R$ 1.200,00. A base de cálculo é
novamente o valor da operação e a alíquota é de 12%,
teremos um Débito Fiscal de R$ 144,00.

A contabilização da venda é feita:


D – Cliente 1.200,00 (Ativo Circulante)
D – ICMS sobre vendas 144,00 (Resultado – Dedução da
receita)
C – Receita de vendas 1.200,00 (Resultado)
C – ICMS a pagar 144,00 (Passivo Circulante)
Como a loja efetuou o registro do crédito na entrada do
produto, e o débito na saída do mesmo, deve ser apurado
o Crédito Tributário.

CT = 144,00 – 96,00 = 48,00

Ou seja, é devido pela loja, R$ 48,00 referente a essa


operação.

IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS


CONCEITO
O IPI é o imposto incidente sobre produtos
industrializados, ou seja, são produtos obtidos através de
processos de industrialização: transformação,
beneficiamento, montagem, acondicionamento ou
reacondicionamento, renovação ou recondicionamento.

FATO GERADOR (FG)


O Regulamento do IPI, em seu artigo 35, define o que é
considerado fato gerador do imposto:
 Desembaraço aduaneiro;
 Saída de produto de estabelecimento industrial ou
equiparado a industrial;

São equiparados a estabelecimento industriais


estabelecimentos que, apesar de não terem atividade
industrial, realizam operações que os equiparam à
indústria, ou seja, tem o mesmo tratamento tributário do
industrial. São exemplos: os importadores,
encomendantes de industrialização, atacadistas de
cosméticos importados, indústrias que comercializam
bens de produção.

BASE DE CÁLCULO (BC)


Base de cálculo é o valor sobre o qual incide o imposto.
No caso de produtos de procedência estrangeira será o
valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos
tributos aduaneiros; para os produtos nacionais, o valor
total da operação de que decorrer a saída do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.
Ambas situações compreendem o preço do produto,
acrescido do valor do frete e das demais despesas
acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao
comprador ou destinatário.

ALÍQUOTA
É o percentual aplicável sobre a BC, definido na TIPI, varia
de acordo com o produto.

EXCEÇÕES
São operações em que, mesmo havendo a
industrialização de produtos, sua incidência se enquadra
em hipóteses de exceção à regra de incidir. Vejamos quais
são as situações:

Imunidade – Exclui integralmente o Crédito Tributário


devido, conforme previsão da Constituição Federal, artigo
9º, inciso IV. Há alguns requisitos para as instituições
estarem abrigadas pela imunidade: não distribuir parcela
de patrimônio; aplicar integralmente no País seus
recursos; manter escrituração de suas receitas e
despesas.
A legislação do IPI trata no artigo 18 os produtos com
imunidade: os livros, jornais, periódicos e o papel
destinado à sua impressão; os produtos industrializados
destinados ao exterior; o ouro, quando definido em lei
como ativo financeiro ou instrumento cambial; e a
energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e
minerais do País.

Isenção – Exclui integralmente o Crédito Tributário


devido, expressamente prevista em lei. O RIPI traz
diversas hipóteses de isenção, vamos analisar alguns
exemplos:
• Distribuição de amostras;
• Produtos industrializados por Órgãos Públicos;
Crédito Fiscal Presumido – Exclui parcialmente o Crédito
Tributário através do aproveitamento de um valor fictício,
previsto na legislação, a título de Crédito Fiscal, fugindo à
regra de apuração (compensação dos débitos com os
créditos de operações anteriores). O Crédito Presumido
de IPI foi criado com o objetivo de igualar as condições
dos contribuintes pessoa jurídica, optantes pelo Lucro
Presumido e apuração de PIS/Cofins cumulativo aos
optantes pelo Lucro Real e apuração de PIS/Cofins não
cumulativo, pois estes últimos tem o direito ao crédito
das contribuições nas entradas, se recuperando de parte
dos custos. No entanto, seguem as condições para uso do
benefício: ser fabricante E exportador; e ser do regime do
Lucro Presumido.

Suspensão – Suspende temporariamente a exigibilidade


do Crédito Tributário devido à situação prevista em
legislação que não justifique a cobrança de tributo.
Exemplo: Remessas e retornos para feiras; remessa e
retornos a depósito fechado ou armazém geral;

CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O IPI é um imposto não cumulativo, ou seja, do imposto
devido em cada etapa pode ser deduzido o valor pago na
operação anterior.
É assegurado o direito ao crédito destacado em
documento fiscal hábil, emitido por contribuinte em
situação regular com o Fisco, na aquisição de insumos
(matéria-prima, produto intermediário e embalagens)
empregados na industrialização de produtos tributados
destinados à venda. O direito ao crédito está
condicionado ao registro nos livros.
Após transcorridos cinco anos da data de emissão do
documento, extingue-se o direito ao crédito.
Os importadores tem direito ao crédito de IPI pago no
momento do desembaraço aduaneiro, desde que a
mercadoria esteja acompanhada de documento fiscal
hábil e que a saída do mesmo seja tributada.
O Crédito Tributário do IPI é calculado como o do ICMS,
ou seja, é a diferença dos débitos apurados no período,
descontados os créditos apurados nas notas de entrada,
resultando a diferença que se devedora, deve ser
recolhido aos cofres públicos, e se credora, é
transportada para períodos subsequentes para
aproveitamento posterior.

CONTRIBUINTE
São contribuintes do IPI o industrializador ou quem a ele
se equiparar

APURAÇÃO DO IPI
A apuração do IPI é realizada mensalmente. São
verificadas todas notas fiscais emitidas pela empresa,
bem como as notas emitidas contra a empresa, que
tenham incorrido na incidência do IPI. Cabe lembrar que
o Imposto Sobre Produtos industrializados incidirá nas
operações de vendas de produtos que se enquadram no
conceito de industrialização do Regulamento do IPI.
No caso das notas de entrada a área fiscal deve atentar
para o CFOP, que deve estar condizente com a situação
tributária e o destaque do imposto no documento fiscal.
Cabe reforçar que o cálculo do IPI depende da NCM do
item, então na conferência dos documentos lançados e
emitidos é importante verificar essa informação, e a
alíquota indicada.
Dessa forma, teremos no mesmo resumo de CFOP
tributações diferentes devido a classificação da NCM.
Com relação às operações de saída, a área fiscal deve
assegurar que a empresa realiza alguma das operações
previstas no Regulamento do IPI, para assegurar o
enquadramento e incidência do tributo. Até porque, o IPI
compõe a base de cálculo do ICMS, majorando o valor do
tributo, ou seja, uma vez que o mesmo seja destacado
indevidamente, aumenta o valor do ICMS incidente.
Nos deparamos nas operações com IPI com circunstâncias
simulares às do ICMS. E caso seja identificada uma
operação em desacordo, conseguimos regularizar? Sim,
as mesmas correções realizadas para fins de ICMS podem
ser feitas para fins de IPI.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Os contribuintes do IPI possuem como obrigações
acessórias os mesmos Livros Fiscais de ICMS: entrada,
saída, apuração; e ainda EFD ICMS/IPI e DCTF;
RISCOS
Primeiramente é importante lembrar que todas essas
obrigações acessórias se cruzam, cadastros de
participantes, dados fiscais, montantes, informações
sobre incidência dos tributos. O valor constante de IPI
destacado em uma NF-e emitida, deve ser idêntico ao
informado nessa mesma nota na EFD ICMS/IPI. O valor de
determinado CFOP indicado no Registro de Apuração
deve ser idêntico ao informado no resumo da EFD
ICMS/IPI.
BASE LEGAL
CF; CTN; Decreto nº 7.212/10

EXEMPLO
A contabilização do IPI ocorre da mesma forma que o
ICMS. Nas entradas, o estoque é contabilizado líquido do
imposto, uma vez que é recuperável.

Exemplo:
Total dos produtos: R$ 1.000,00
IPI de 10%: R$ 100,00
Total da nota: R$ 1.100,00

D – Estoque 1.000,00 (Ativo Circulante)


D – IPI a recuperar 100,00 (Ativo Circulante)
C – Fornecedor 1.100,00 (Passivo Circulante)
Havendo ICMS de 12% nessa mesma operação fica da
seguinte forma:

D – Estoque 868,00 (Ativo Circulante)


D – IPI a recuperar 100,00 (Ativo Circulante)
D – ICMS a recuperar 132,00 ( 1.100,00 X 12% = 132,00)
(Ativo Circulante)
C – Fornecedor: 1.100,00 (Passivo Circulante)

O IPI compõe a base de cálculo do ICMS.

Quanto às saídas, o IPI é contabilizado como dedução de


vendas, uma vez que é repassado ao cliente.

Exemplo:
Total dos produtos: R$ 7.000,00
IPI de 5%: R$ 350,00
Total da nota: R$ 7.350,00

D – Cliente 7.350,00 (Ativo Circulante)


D – IPI sobre vendas 350,00 (Resultado dedução de
receita)
C – Receita de vendas 7.350,00 (Resultado)
C – IPI a pagar 350,00 (Passivo Circulante)
A contabilização se dá da mesma forma que o ICMS, no
entanto na nota fiscal o valor do imposto deve ser
somado ao total dos produtos, aumentando o valor total
da nota fiscal

Havendo incidência de ICMS sobre a saída, com alíquota


de 12% nesse mesmo exemplo, a contabilização fica da
seguinte forma:

D – Cliente 7.350,00 (Ativo Circulante)


D – IPI sobre vendas 350,00 (Resultado dedução de
receita)
D – ICMS sobre vendas 882,00 (Resultado dedução de
receita)
C – Receita de vendas 7.350,00 (Resultado)
C – IPI a pagar 350,00 (Passivo Circulante)
C – ICMS a pagar 882,00 (Passivo Circulante)

PIS/COFINS - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL – PIS


E CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA
SEGURIDADE SOCIAL – COFINS
CONCEITO
Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) são tributos
incidentes sobre o faturamento das empresas.
PIS é uma contribuição tributária de caráter social, que
tem como objetivo financiar o pagamento do seguro-
desemprego, abono e participação na receita dos órgãos
e entidades, tanto para os trabalhadores de empresas
públicas, como privadas.
Já a Cofins é uma contribuição social que tem como
objetivo financiar a Seguridade Social, em suas áreas
fundamentais, incluindo entre elas a Previdência Social, a
Assistência Social e a Saúde Pública.
Temos dois regimes de tributação das Contribuições:
Regime Cumulativo e Regime Não Cumulativo, vamos
abordar após a base comum aos dois regimes.
CONTRIBUINTES
São contribuintes as pessoas jurídicas de direito privado,
inclusive empresas públicas e sociedade de economia
mista.
Empresas com filiais, sucursais ou representação no país
das Pessoas Jurídicas com sede no exterior.
Empresas individuais, sociedades cooperativas,
sociedades em conta de participação, sociedades de fato.
NÃO CONTRIBUINTES
Estão listados como não contribuintes das Contribuições
para o PIS e a Cofins as seguintes entidades:
 templos de qualquer culto;
 partidos políticos;
 instituições de educação e de assistência social que
preencham as condições e requisitos do art. 12 da
Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
 instituições de caráter filantrópico, recreativo,
cultural, científico e as associações, que preencham
as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532,
de 1997;
 sindicatos, federações e confederações;
 serviços sociais autônomos, criados ou autorizados
por lei;
 conselhos de fiscalização de profissões
regulamentadas;
 fundações de direito privado;
 fundações públicas instituídas ou mantidas pelo
Poder Público;
 condomínios de proprietários de imóveis residenciais
ou comerciais; e
 a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB);
 as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas
no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 1971.
RECEITAS NÃO INCIDENTES
São não incidentes ou isentas uma série de hipóteses,
seguem alguns exemplos abaixo elencadas:
 exportação de mercadorias para o exterior;
 recebimento, a título de repasse, dos recursos
oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas
públicas e sociedades de economia mista;
 vendas de materiais e equipamentos, bem assim da
prestação de serviços decorrentes dessas operações,
efetuadas diretamente a Itaipu Binacional ;
 transporte internacional de cargas ou passageiros,
quando contratado por pessoa física ou jurídica,
residente ou domiciliada no País;
 vendas de energia elétrica pela Itaipu Binacional;
 realização de atividades de ensino superior,
proveniente de cursos de graduação ou cursos
sequenciais de formação específica, pelas
instituições privadas de ensino superior, com fins
lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente,
que aderirem ao Programa Universidade para Todos
(Prouni), no período de vigência do termo de
adesão;

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
EFD Contribuições – Escrituração Fiscal Digital
Contribuições; DCTF;
REGIME DE TRIBUTAÇÃO NÃO CUMULATIVO
CONCEITO
Constituído em 2002, através da Lei nº 10.637 para o PIS
e em 2003 a Lei nº 10.833 para Cofins, foi instituído o
regime Não Cumulativo das Contribuições e sua
sistemática segue o raciocínio do IPI e ICMS, ou seja, a
empresa se credita na entrada de materiais e se debita na
saída.
O Regime Não Cumulativo é obrigatório para empresas
optantes pelo Lucro Real, para fins de tributação do
IRPJ/CSLL.
CONTRIBUINTES
São as pessoas jurídicas que apuram o imposto de renda
com base no lucro real, exceto:
 bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos
de desenvolvimento, agências de fomento, caixas
econômicas;
 sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, e
sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e
valores mobiliários;
 empresas de arrendamento mercantil;
 cooperativas de crédito;
 empresas de seguros privados e de capitalização,
agentes autônomos de seguros privados e de
crédito;
 entidades de previdência complementar privada,
abertas e fechadas (sendo irrelevante a forma de
constituição);
 associações de poupança e empréstimo;
 pessoas jurídicas que tenham por objeto a
securitização de créditos: imobiliários, nos termos da
Lei nº 9.514, de 1997; financeiros, observada
regulamentação editada pelo Conselho Monetário
Nacional; ou agrícolas, conforme ato do Conselho
Monetário Nacional;
 operadoras de planos de assistência à saúde;
 empresas particulares que exploram serviços de
vigilância e de transporte de valores, referidas na Lei
nº 7.102, de 1983;
 sociedades cooperativas, exceto as de produção
agropecuária e as de consumo.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo é a totalidade das receitas auferidas no
mês, independente da sua denominação ou classificação
contábil, que compreende a receita bruta e todas as
demais receitas auferidas.
ALÍQUOTA
As alíquotas das Contribuições no Regime Não
Cumulativo são de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco
centésimos por cento) para o PIS e de 7,6% (sete inteiros
e seis décimos por cento) para a Cofins.
Há uma lista de produtos com tributação diferenciada,
concentrada e alíquotas diferentes, identificadas pela
NCM, uma vez que essas contribuições seguem o
Princípio da Essencialidade, ou seja, quanto mais
essencial o produto, menor sua tributação.
EXCEÇÃO À REGRA
Continuam sujeitas ao regime de apuração cumulativa da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins as receitas
decorrentes de diversas operações, vamos exemplificar
algumas:

 prestação de serviços de telecomunicações;


 vendas de jornais e periódicos e de prestação de
serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão
sonora e de sons e imagens;
 prestação de serviço de transporte coletivo de
passageiros, efetuado por empresas regulares de
linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da
prestação de serviço de transporte de pessoas por
empresas de táxi aéreo;
 prestação de serviços por hospital, pronto-socorro,
clínica médica, odontológica, de fisioterapia e de
fonoaudiologia, e laboratório de anatomia
patológica, citológica ou de análises clínicas;

CRÉDITOS
Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,
regra geral devem ser determinados mediante a aplicação
dos percentuais de 1,65% e 7,6%, respectivamente, sobre
os valores:

1) das aquisições efetuadas no mês de pessoas jurídicas


domiciliadas no país:
a) de bens para revenda, exceto:
a.1.1) produtos sujeitos à tributação concentrada; e
a.1.2) produtos cujo PIS/Cofins foram pagas por
substituição tributária, como por exemplo, cigarros e
veículos dos códigos 8432.30 e 87.11 Tipi;
b) de bens e serviços, utilizados como insumo na
prestação de serviços e na fabricação ou produção
de bens ou produtos destinados à venda.
b.1.1) bens utilizados, aplicados ou consumidos
diretamente na prestação de serviços ou na produção ou
fabricação de bens destinados à venda;
b.1.2) serviços utilizados ou aplicados diretamente
na prestação de serviços ou na produção ou fabricação de
bens destinados à venda;
b.1.3) bens e serviços utilizados, aplicados ou
consumidos diretamente na produção ou fabricação dos
insumos de que trata o inciso I do caput;
b.1.4) serviços de manutenção necessários ao
funcionamento de máquinas e equipamentos utilizados
diretamente na prestação de serviços ou na produção de
bens destinados à venda;
b.1.5) bens de reposição necessários ao
funcionamento de máquinas e equipamentos utilizados
diretamente na prestação de serviços ou na produção de
bens destinados à venda;
b.1.6) combustíveis e lubrificantes utilizados ou
consumidos na prestação de serviços ou na produção de
bens destinados à venda; e
b.1.7) serviços de transporte de produtos em
elaboração realizados em ou entre estabelecimentos da
pessoa jurídica e os custos ou despesas a eles
relacionados.
2) das despesas e custos incorridos no mês, pagos ou
creditados a pessoas jurídicas domiciliadas no país,
relativos a:
a) energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a
forma de vapor, consumida nos estabelecimentos da
pessoa jurídica;
b) aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos,
utilizados nas atividades da empresa;
c) o valor das contraprestações de operações de
arrendamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto
daquelas optantes pelo Simples Nacional;
d) armazenagem de mercadoria e frete na operação de
venda (bens para revenda e produtos destinados à
venda), quando o ônus for suportado pelo vendedor;
e) vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação,
fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados
por pessoa jurídica que explore as atividades de
prestação de serviços de limpeza, conservação e
manutenção.
3) dos encargos de depreciação e amortização, incorridos
no mês, determinados mediante a aplicação da taxa de
depreciação fixada pela RFB em função do prazo de
vida útil do bem, relativos a:
a) máquinas, equipamentos e outros bens
incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou
fabricados a partir de maio de 2004, para utilização
na produção de bens destinados à venda, para
utilização na prestação de serviços, ou para locação
a terceiros; (Alternativamente, este crédito, relativo
à aquisição de máquinas e equipamentos novos
destinados ao ativo imobilizado, pode ser apropriado
de forma imediata, mediante a aplicação dos
percentuais sobre o custo de aquisição do bem.)
b) edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de
terceiros, utilizados nas atividades da empresa;
c) bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos
para utilização na produção de bens destinados a
venda ou na prestação de serviços.
4) dos bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita
de venda tenha sido tributada.

PERÍODO DE APURAÇÃO
A apuração das Contribuições é feita mensalmente, mas a
incidência ocorre a cada operação com produtos
tributados.

EXEMPLO
A empresa ABC no ano de 2021 adotou o Regime de
Tributação pelo Lucro Real, consequentemente sua
tributação de PIS e Cofins passou a ser Não Cumulativa.
No mês adquiriu insumos tributados totalizando R$
100.000,00.
Esses mesmos insumos foram industrializados esse
produto comercializado a R$ 200.000,00.
Como fica a apuração das Contribuições?
CRÉDITOS
PIS = 100.000,00 X 1,65% = 1.650,00
COFINS = 100.000,00 X 7,6% = 7.600,00

D – Estoque 90.750,00 (Ativo Circulante)


D – PIS a recuperar 1.650,00 (Ativo Circulante)
D – COFINS a recuperar 7.600,00 (Ativo Circulante)
C – Fornecedor 100.000,00 (Passivo Circulante)

Havendo ICMS de 12% nessa mesma operação fica da


seguinte forma:

D – Estoque 78.750,00 (Ativo Circulante)


D – PIS a recuperar 1.650,00 (Ativo Circulante)
D – COFINS a recuperar 7.600,00 (Ativo Circulante)
D – ICMS a recuperar 12.000,00 (Ativo Circulante)
C – Fornecedor 100.000,00 (Passivo Circulante)

DÉBITOS
PIS = 200.000,00 X 1,65% = 3.300,00
COFINS = 200.000,00 X 7,6% = 15.200,00

D – Cliente 200.000,00 (Ativo Circulante)


D – PIS sobre vendas 3.300,00 (Resultado dedução de
receita)
D – COFINS sobre vendas 15.200,00 (Resultado dedução
de receita)
C – Receita de vendas 200.000,00 (Resultado)
C – PIS a pagar 3.300,00 (Passivo Circulante)
C – COFINS a pagar 15.200,00 (Passivo Circulante)
Havendo ICMS de 12% nessa mesma operação fica da
seguinte forma:

D – Cliente 200.000,00 (Ativo Circulante)


D – PIS sobre vendas 3.300,00 (Resultado dedução de
receita)
D – COFINS sobre vendas 15.200,00 (Resultado dedução
de receita)
D – ICMS sobre vendas 24.000,00 (Resultado dedução de
receita)
C – Receita de vendas 200.000,00 (Resultado)
C – PIS a pagar 3.300,00 (Passivo Circulante)
C – COFINS a pagar 15.200,00 (Passivo Circulante)
C – ICMS a pagar 24.000,00 (Passivo Circulante)

No final da apuração deduzimos os valores dos créditos


dos montantes dos débitos devidos no mês, da mesma
forma que fizemos com ICMS e IPI. Chegando aos
seguintes resultados:
PIS = 3.300,00 = 1.650,00 = 1.650,00
COFINS = 15.200 – 7.600 = 7.600,00
D – PIS a pagar 1.650 (Passivo Circulante)
D – COFINS a pagar 7.600 (Passivo Circulante)
C – PIS a recuperar 1.650,00 (Ativo Circulante)
C – COFINS a recuperar 7.600,00 (Ativo Circulante)
LEGISLAÇÃO
 Constituição Federal;
 Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/66;
 Decreto nº 4.524/02;
 Lei nº 10.637/02;
 Lei nº 10.833/03;

REGIME CUMULATIVO
CONCEITO
O Regime Cumulativo foi instituído junto às
Contribuições. Era único até a instituição do Regime Não
Cumulativo.
São contribuintes pelo sistema Cumulativo as empresas
não obrigadas à tributação pelo Lucro Real para IRPJ e
CSLL.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo é o faturamento mensal, que
compreende a receita bruta da empresa.
Não integram a base de cálculo das contribuições os
valores referentes:
 ao IPI;
 ao ICMS, somente quando destacado em nota fiscal
e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos
serviços na condição de substituto tributário;
 a receitas imunes, isentas e não alcançadas pela
incidência das contribuições, ou sujeitas à alíquota 0
(zero).
Sem prejuízo das exclusões específicas, que dependem do
ramo de atividade da empresa, para efeito da apuração
da base de cálculo das contribuições podem ser excluídos
da receita, quando a tenham integrado, uma listagem
extensa de valores, seguem alguns exemplos, mais
corriqueiros:
 vendas canceladas;
 devoluções de vendas, na hipótese do regime de
apuração cumulativa;
 descontos incondicionais concedidos;
 reversões de provisões, que não representem
ingresso de novas receitas;
 recuperações de créditos baixados como perdas, que
não representem ingresso de novas receitas;
 venda de bens classificados no ativo não circulante;
ALÍQUOTA
As alíquotas das Contribuições no Regime Não
Cumulativo são de 0,65% (sessenta e cinco centésimos
por cento) para o PIS e de 3,0% (três por cento) para a
Cofins.
PERÍODO DE APURAÇÃO
A apuração das Contribuições é feita mensalmente, mas a
incidência ocorre a cada operação com produtos
tributados.
EXEMPLO
Vamos exemplificar o cálculo considerando uma empresa
de prestação de serviços, com faturamento no mês de
fevereiro de 2021 de R$ 180.000,00.
PIS = 180.000,00 X 0,65% = 1.170,00
COFINS = 180.000,00 X 3% = 5.400,00

D – Cliente 180.000,00 (Ativo Circulante)


D – PIS sobre vendas 1.170,00 (Resultado dedução de
receita)
D – COFINS sobre vendas 5.400,00 (Resultado dedução de
receita)
C – Receita de vendas 180.000,00 (Resultado)
C – PIS a pagar 1.170,00 (Passivo Circulante)
C – COFINS a pagar 5.400,00 (Passivo Circulante)

LEGISLAÇÃO
 Constituição Federal;
 Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/66;
 Lei nº 9.718/98;
 Decreto nº 4.524/02;

PIS/COFINS IMPORTAÇÃO
CONCEITO
As Contribuições para o PIS e a Cofins sobre a importação
foram instituídos pela Lei 10.865/04, incidindo nas
importações de produtos estrangeiros. São de
competência da União. Os importadores são os
contribuintes dos tributos, responsáveis pelo
recolhimento.
FATO GERADOR
Importações de produtos, bens e serviços sofrem
incidência das Contribuições, conforme art. 3º, da Lei
10.865/04.
BASE DE CÁLCULO
O art. 7º da mesma lei estabelece a base de cálculo das
contribuições:
• Na importação de bens: o valor aduaneiro. A IN
327/03 inclui despesas ao valor aduaneiro: custo de
transporte até o local do embarque; gastos
referentes a carga; manuseio; acomodação do bem;
custo do seguro;
• Na importação de serviços: o valor pago, creditado,
entregue ou remetido para o exterior, antes da
retenção do IR, acrescido do ISS e das próprias
contribuições;
ALÍQUOTA
As alíquotas vigentes para importações de bens são:
2,10% (dois inteiros e um centésimos por cento) para o
PIS e 9,65% (nove inteiros e sessenta e cinco centésimos
por cento) para Cofins.
As alíquotas vigentes para importação de serviços são:
1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por
cento) para o PIS e 7,6% (sete inteiros e sessenta
centésimos por cento) para a Cofins, variando de acordo
com o produto.
EXCEÇÃO À REGRA
Gozam de isenção das Contribuições sobre as
importações as seguintes entidades:
 pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
suas autarquias e fundações instituídas e mantidas
pelo poder público;
 pelas Missões Diplomáticas e Repartições Consulares
de caráter permanente e pelos respectivos
integrantes;
 pelas representações de organismos internacionais
de caráter permanente, inclusive os de âmbito
regional, dos quais o Brasil seja membro, e pelos
respectivos integrantes;
E ainda as hipóteses abaixo arroladas:
 amostras e remessas postais internacionais, sem
valor comercial;
 remessas postais e encomendas aéreas
internacionais, destinadas a pessoa física;
 bagagem de viajantes procedentes do exterior e
bens importados a que se apliquem os regimes de
tributação simplificada ou especial;
 bens adquiridos em loja franca no País;
 bens trazidos do exterior, no comércio característico
das cidades situadas nas fronteiras terrestres,
destinados à subsistência da unidade familiar de
residentes nas cidades fronteiriças brasileiras;
 bens importados sob o regime aduaneiro especial de
drawback, na modalidade de isenção;
 objetos de arte, classificados nas posições 97.01,
97.02, 97.03 e 97.06 da NCM, recebidos em doação,
por museus instituídos e mantidos pelo poder
público ou por outras entidades culturais
reconhecidas como de utilidade pública; e
 máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos,
e suas partes e peças de reposição, acessórios,
matérias-primas e produtos intermediários,
importados por instituições científicas e tecnológicas
e por cientistas e pesquisadores, conforme o
disposto na Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990.

As isenções acima somente serão concedidas se


satisfeitos os requisitos e condições exigidos para o
reconhecimento de isenção do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI.
CRÉDITOS
A legislação prevê manutenção de créditos decorrentes
de importações, as quais tenham sido pagas as
Contribuições no desembaraço, desde que o regime de
tributação seja o Não Cumulativo. Vale ressaltar que
esses montantes não podem ser deduzidos dos valores
apurados do PIS e da Cofins sobre Importação.
Os créditos de importação seguem às mesmas regras dos
créditos de bens adquiridos no mercado interno, e pode-
se apurar créditos sobre as mesmas aquisições.
PERÍDO DE APURAÇÃO
A Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e a Cofins-
Importação serão apuradas e pagas:
 na data do registro da declaração de importação, na
hipótese da importação de bens;
 na data do pagamento, crédito, entrega, emprego ou
remessa de valores a residentes ou domiciliados no
exterior, na hipótese da importação de serviços; ou
 na data do vencimento do prazo de permanência do
bem no recinto alfandegado, na hipótese de
mercadora considerada abandonada por decurso do
prazo, se iniciado o respectivo despacho aduaneiro
antes de aplicada a pena de perdimento.
LEGISLAÇÃO
 Lei 10.865/04.
APURAÇÃO DO PIS/COFINS
A apuração do PIS/COFINS é realizada mensalmente. São
verificadas todas notas fiscais emitidas pela empresa e
contra ela.
É importante verificar o regime de apuração das
contribuições que a empresa se encontra, para efetuar a
apuração de forma adequada.
Mas em que difere a opção pelo regime de tributação do
PIS/COFINS?
Como regime cumulativo não permite o direito ao crédito
sobre as aquisições, as notas de entrada devem ser
registradas com CST 70 – Operação de Aquisição sem
Direito a Crédito, sem base de cálculo e valor das
contribuições destacados. Já as operações de saída
devem ser registradas com CST 01 – Operação Tributável
com Alíquota Básica.
É importante ressaltar que além das operações fiscais,
ocorrerá incidência das contribuições sobre operações
contábeis, como por exemplo a incidência sobre receitas
financeiras. Sendo assim, é necessária interação com a
área contábil, para que as informações sejam prestadas e
as contribuições sejam devidamente apuradas.

Ao efetuar o lançamento dos débitos, deve ser apurado o


saldo e gerados DARF´s do montante resultante.

Já para as empresas no regime não cumulativo permite o


direito ao crédito sobre as aquisições as notas de entrada
devem ser registradas com CST apropriado para a
possibilidade de crédito:
TABELA II
CÓDIGO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA REFERENTE AO
PIS/PASEP (CST-PIS):
Código Descrição
50 Operação com Direito a Crédito - Vinculada
Exclusivamente a Receita Tributada no Mercado
Interno
51 Operação com Direito a Crédito – Vinculada
Exclusivamente a Receita Não Tributada no
Mercado Interno
52 Operação com Direito a Crédito - Vinculada
Exclusivamente a Receita de Exportação
53 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a
Receitas Tributadas e Não-Tributadas no
Mercado Interno
54 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a
Receitas Tributadas no Mercado Interno e de
Exportação
55 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a
Receitas Não-Tributadas no Mercado Interno e
de Exportação
56 Operação com Direito a Crédito - Vinculada a
Receitas Tributadas e Não-Tributadas no
Mercado Interno, e de Exportação
60 Crédito Presumido - Operação de Aquisição
Vinculada Exclusivamente a Receita Tributada
no Mercado Interno
61 Crédito Presumido - Operação de Aquisição
Vinculada Exclusivamente a Receita Não-
Tributada no Mercado Interno
62 Crédito Presumido - Operação de Aquisição
Vinculada Exclusivamente a Receita de
Exportação
63 Crédito Presumido - Operação de Aquisição
Vinculada a Receitas Tributadas e Não-
Tributadas no Mercado Interno
64 Crédito Presumido - Operação de Aquisição
Vinculada a Receitas Tributadas no Mercado
Interno e de Exportação
65 Crédito Presumido - Operação de Aquisição
Vinculada a Receitas Não-Tributadas no
Mercado Interno e de Exportação
66 Crédito Presumido - Operação de Aquisição
Vinculada a Receitas Tributadas e Não-
Tributadas no Mercado Interno, e de
Exportação
67 Crédito Presumido - Outras Operações
70 Operação de Aquisição sem Direito a Crédito
71 Operação de Aquisição com Isenção
72 Operação de Aquisição com Suspensão
73 Operação de Aquisição a Alíquota Zero
74 Operação de Aquisição sem Incidência da
Contribuição
75 Operação de Aquisição por Substituição
Tributária
98 Outras Operações de Entrada

Para fazer uso do CST apropriado é necessário que a área


fiscal tenha conhecimento da situação em que se
enquadra a empresa.
Já as operações de saída devem ser registradas com
algum dos CST´s:
TABELA II
CÓDIGO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA REFERENTE AO
PIS/PASEP (CST-PIS):
Código Descrição
01 Operação Tributável com Alíquota Básica
02 Operação Tributável com Alíquota Diferenciada
03 Operação Tributável com Alíquota por Unidade
de Medida de Produto
04 Operação Tributável Monofásica - Revenda a
Alíquota Zero
05 Operação Tributável por Substituição Tributária
06 Operação Tributável a Alíquota Zero
07 Operação Isenta da Contribuição
08 Operação sem Incidência da Contribuição
09 Operação com Suspensão da Contribuição
49 Outras Operações de Saída
Para fazer uso do CST apropriado é necessário que as
emissões de notas fiscais sejam devidamente
parametrizadas de acordo com a operação de saída e o
produto. Como assim? Segue um exemplo:
Vamos supor que a empresa seja um supermercado,
teremos vendas de mercadorias com tributações
diversas. A venda de produtos hortifruti, deve ser emitida
com CST 04, pois são produtos tributados com alíquota
zero. Já a comercialização de cigarros, deve ser emitida
com CST 05, pois são produtos tributados com
substituição tributária. A venda de abacaxis em calda,
deve ser emitida com CST 01, pois são produtos
tributados com alíquota básica, nessa situação a 1,65% de
PIS e 7,6% de Cofins.
Os créditos gerados na operação não são referentes
somente às aquisições tributadas com alíquota básica, de
acordo com a legislação que prevê o aproveitamento de
crédito.

Teremos algumas operações cuja origem do lançamento


se dá na área fiscal: bens adquiridos para revenda, bens e
serviços utilizados como insumos na prestação de serviço
e na produção ou fabricação de bens ou produtos
destinados à venda, energia elétrica e energia térmica,
máquinas e equipamentos, bens recebidos em devolução
cuja receita tenha sido tributada, armazenagem de
mercadorias e frete na operação de venda.

Já em outras operações a origem do lançamento se dá em


outras áreas da empresa: contabilidade, financeiro,
administrativo, etc. No entanto a área fiscal necessita dos
valores para a apropriação adequada dos créditos:
aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos a
pessoa jurídica, valor de contraprestação de
arrendamento mercantil de pessoa jurídica, edificações e
benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, vale
transporte, vale refeição ou vale alimentação,
fardamento ou uniforme fornecido aos empregados por
pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de
limpeza, conservação e manutenção, bens incorporados
ao ativo intangível.

Ao efetuar o lançamento dos créditos e dos débitos, deve


ser apurado o saldo (débitos menos créditos) e gerados
DARF´s do montante resultante, caso o valor dos débitos
seja superior aos créditos.

IRPJ/CSLL – IMPOSTO DE RENDA SOBRE A PESSOA


JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO
LÍQUIDO

CONCEITO
Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica (IRPJ) e
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) são
tributos incidentes sobre o lucro das pessoas jurídicas ou
empresas individuais.
Ele Incide sobre o lucro contábil determinado as regras
estabelecidas pela legislação tributária.
Existem três sistemáticas para a determinação do lucro
legal das pessoas jurídicas, mas vamos analisar somente
duas.
CONTRIBUINTES
São contribuintes as pessoas jurídicas de direito privado,
inclusive empresas públicas e sociedade de economia
mista. Empresas com filiais, sucursais ou representação
no país das Pessoas Jurídicas com sede no exterior.
Comitentes domiciliados no exterior, quando os
resultados das operações realizadas por seus mandatários
ou comissários no País.
Empresas individuais, sociedades cooperativas,
sociedades em conta de participação, sociedades de fato.
Estão abrigados na exceção como não contribuintes do
IRPJ: condomínios edilícios e consórcios de empresas.
ENTIDADES ISENTAS
Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e
científico e as associações civis, sem fins lucrativos.
ENTIDADES IMUNES
Templos de qualquer culto, instituição de educação sem
fins lucrativos, entidades de assistência social, sem fins
lucrativos.
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
ECF – Escrituração Contábil Fiscal – entregue anualmente
REGIME DE TRIBUTAÇÃO - LUCRO REAL
CONCEITO
É o resultado líquido apurado na escrituração comercial,
ajustado pelas adições, exclusões e compensações
admitidas ou impostas pela legislação tributária.
Algumas pessoas jurídicas estão automaticamente
obrigadas à apuração pelo Lucro Real, quais sejam:
 Atividades de banco;
 Lucros oriundos do exterior;
 Autorizadas a usufruir benefícios fiscais de isenção
ou redução do imposto;
 Que tenham efetuado pagamento mensal por
estimativa;
 Que explorem atividade de serviço de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, etc;
 Atividade de securitização de créditos imobiliários,
financeiros e do agronegócio;
 Empresas imobiliárias enquanto não concluídas
operações imobiliárias de custo orçado;
 Sociedades de Propósito Específico optantes pelo
SIMPLES;
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo é o faturamento, compreendendo a
totalidade de receitas, mas a partir desse valor fazemos o
seguinte cálculo:
Lucro Contábil
( + ) Ajustes fiscais positivos (adições)
( - ) Ajustes fiscais negativos (exclusões)
( = ) Lucro real ou prejuízo fiscal do período
Como o Lucro Real é determinado a partir do lucro
líquido, a ele são adicionados e excluídos valores de
acordo com a legislação, segue a seguir esclarecimentos.
ADIÇÕES
Serão adicionados ao lucro líquido:
 Custos, despesas, encargos, perdas, provisões,
participações e quaisquer outros valores deduzidos
na apuração do lucro líquido que, de acordo com a
legislação tributária, não sejam dedutíveis na
determinação do lucro real (por exemplo: resultados
negativos de equivalência patrimonial, custos e
despesas não dedutíveis);
 Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer
outros valores não incluídos na apuração do lucro
líquido que, de acordo com a legislação tributária,
devam ser computados na determinação do lucro
real (por exemplo: ajustes decorrentes da aplicação
dos métodos dos preços de transferência; lucros
auferidos por controladas e coligadas domiciliadas
no exterior);
EXCLUSÕES
Serão excluídos do lucro líquido:
 Os valores cuja dedução seja autorizada pela
legislação tributária e que não tenham sido
computados na apuração do lucro líquido do período
de apuração (por exemplo: depreciação acelerada
incentivada);
 Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer
outros valores incluídos na apuração do lucro líquido
que, de acordo com a legislação tributária, não
sejam, computados na determinação do lucro real
(por exemplo: resultados positivos de equivalência
patrimonial, dividendos);
Poderão ser compensados, total ou parcialmente, os
prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores,
desde que, observado limite legal, de até 30% (trinta por
cento) do lucro líquido ajustado pelas adições e
exclusões.
ALÍQUOTA
A alíquota do Imposto de Renda a ser aplicado sobre a
base de cálculo é de 15%, independente da forma de
apuração.
Sobre a parcela do lucro (base de cálculo) que exceder o
montante de R$ 20mil por mês do período de apuração,
em qualquer forma de apuração, estará sujeita a
incidência do adicional do IR de 10% sobre este
montante.
A alíquota da Contribuição Social a ser aplicado sobre a
base de cálculo é de 9%, independente da forma de
apuração.
PERÍODO DE APURAÇÃO
A apuração do IRPJ pelo lucro real deve ser realizada
trimestralmente, em cota única, ou em três parcelas
iguais e sucessivas, mas pode ser apurado mensalmente e
recolhido por estimativa, nessa hipótese, ao final do
exercício se faz uma apuração anual, ajustando os valores
caso necessário.
EXEMPLO
A empresa ABC iniciou suas atividades em 2020 e optou
pelo lucro real anual. Em dezembro de 2020 apurou lucro
líquido de R$ 300.000,00, porém dentro deste montante
estão incluídos valores de multas ambientais, no valor de
R$ 30.000,00 e receita de dividendos no valor de R$
10.000,00.
Como fica a apuração do Lucro Real nesse caso?
LUCRO ANTES DO IR E DA CS: 300.000,00
( + ) ADIÇÕES: 30.000,00
( - ) EXCLUSÕES: (10.000,00)
BASE DE CÁLCULO: 320.000,00
IRPJ = 320.000,00 X 15% = 48.000,00
ADICIONAL DE IRPJ: 320.000,00 – 240.000,00 =
80.000,00 X 10% = 8.000,00
CSLL: 320.000,00 X 9% = 28.800,00
LEGISLAÇÃO
 Constituição Federal;
 Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/66
 Regulamento do Imposto de Renda – Decreto nº
9.580/18;
REGIME DE TRIBUTAÇÃO - LUCRO PRESUMIDO
CONCEITO
É o lucro determinado através da aplicação de um
percentual sobre os valores auferidos pela pessoa
jurídica.
Os percentuais de presunção são previstos
expressamente em lei, e variam de acordo com a
atividade da empresa.
Não se estende a todas as empresas, algumas são
obrigadas à tributação pelo Lucro Real: instituições
financeiras, que aufiram lucros ou rendimentos do
exterior ou que usufrua de benefício ou incentivo fiscal,
entre outras; que tenham receita bruta total acima de R$
78 milhões no ano calendário anterior; que recebam
rendimentos do exterior (que não sejam decorrentes da
exportação de bens e serviços).
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo é o faturamento, entendido como a
receita bruta, podendo deduzir os valores relativos: às
vendas canceladas, descontos concedidos
incondicionalmente e impostos não cumulativos
incidentes sobre a venda, destacados nas notas (IPI e
ICMS-ST).
Os percentuais de presunção são os seguintes para IRPJ:
Atividades em geral 8%
Revenda de combustíveis 1,6%
Serviços de transporte 16%
(exceto de carga)
Serviço de transporte de 8%
cargas
Serviços em geral (exceto 32%
hospitalares)
Serviços hospitalares 8%
Intermediação de negócios 32%
Administração, locação ou 32%
cessão de bens e direitos

Para a CSLL aplica-se as regras da apuração do IRPJ, mas


os percentuais de presunção e alíquotas são diferentes.
Atividades comerciais 12%
Indústrias 12%
Serviços hospitalares 12%
Serviços de transporte 12%
Serviços em geral (exceto 32%
hospitalares e transportes)
Intermediação de negócios 32%
Administração, locação ou 32%
cessão de bens e direitos

Caso a empresa realize atividades enquadradas em dois


ou mais grupos acima, com percentuais de presunção
diferentes, o lucro presumido deve ser apurado
separadamente, em relação à receita bruta de cada
atividade separadamente.
Além da receita de vendas, devem ser somadas ao lucro
presumido as demais receitas que a empresa tenha
recebido no período (juros ativos, descontos financeiros
obtidos, aluguéis, os rendimentos nas operações de
mútuo, ganhos em operação de hedge, variações
monetárias, rendimentos e ganhos líquidos de aplicações
financeiras de renda fixa ou variável, recuperações de
despesas).
ALÍQUOTA
A alíquota do Imposto de Renda a ser aplicado sobre a
base de cálculo é de 15%, independente da forma de
apuração.
Sobre a parcela do lucro (base de cálculo) que exceder o
montante de R$ 20mil por mês do período de apuração,
em qualquer forma de apuração, estará sujeita a
incidência do adicional do IR de 10% sobre este
montante.
A alíquota da Contribuição Social a ser aplicado sobre a
base de cálculo é de 9%, independente da forma de
apuração.
DEDUÇÕES
São passíveis de dedução do imposto de renda apurado
com base no lucro presumido os seguintes montantes:
 O valor do IR retiro na fonte que tenha incidido
sobre as receitas incluídas na base de cálculo;
 O valor do IR recolhido indevidamente ou a maior
em períodos anteriores;
Não é permitido o aproveitamento de saldos de prejuízos
fiscais.
PERÍODO DE APURAÇÃO
A apuração do IRPJ pelo lucro presumido deve ser
realizada trimestralmente, em cota única, ou em três
parcelas iguais e sucessivas.
VANTAGENS
Dispensa a obrigatoriedade de escrituração contábil, com
exceção do inventário e livro caixa.
EXEMPLO
Vamos exemplificar o cálculo considerando uma empresa
de prestação de serviços, com faturamento anual de R$
3.400.000,00.
Devido à atividade, aplica-se o percentual de presunção
de 32% para IRPJ e 32% para CSLL.
LUCRO PRESUMIDO = 3.400.000,00 x 32% = 1.088.000,00
IRPJ = 1.088.000,00 X 15% = 163.200,00
ADICIONAL DE IRPJ = 1.088.000,00 – 240.000,00
(20.000,00 X 12 meses) = 848.000,00 X 10% = 84.800,00
CSLL = 1.088.000,00 X 9% = 97.920,00
LEGISLAÇÃO
 Constituição Federal;
 Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/66;
 Regulamento do Imposto de Renda – Decreto nº
9.580/18;
 Lei nº 8.383/91; nº 8.981/95; nº 9.065/95; nº
9.249/95; nº 9.250/95; nº 9.393/96; nº 9.430/96; nº
9.532/97; nº 9.716/98; nº 9.718/98; nº 2.158-35/01;
nº 10.637/02; nº 10.684/03; nº 10.833/03; nº
11.033/04; nº 11.051/04; nº 11.196/05; nº
11.491/09; nº 11.941/09; nº 12.249/10; nº
12.814/13; nº 12.973/14;

RETIDOS
IRRF
CONCEITO
O Imposto De Renda Retido na Fonte é o tributo incidente
na execução de serviços, onde o tomador do mesmo é
responsável pela retenção e recolhimento do mesmo,
estabelecido em lei.
FATO GERADOR
A legislação elege diferentes momentos em que se
considera ocorrido o fato gerador do IRRF, podendo ser o
lançamento ou o pagamento, dos dois o que primeiro
ocorrer.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do IRRF é o valor do serviço prestado.
ALÍQUOTA
As alíquotas variam de 1% (um por cento) a 1,5% (um e
meio por cento), de acordo com o serviço em questão.
CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS
O contribuinte é o prestador de serviço, já o responsável
pelo recolhimento é o tomador de serviço, o qual se atém
a efetuar a retenção no momento do pagamento ao
prestador de serviço e efetuar o recolhimento para o
órgão.

CSRF
CONCEITO
CSFR é a sigla de Contribuições Sociais Retidas na Fonte,
ela engloba as contribuições CSLL, PIS e Cofins retidas na
fonte. São tributos incidentes na execução de serviços,
onde o tomador do mesmo é responsável pela retenção e
recolhimento do mesmo, estabelecido em lei.
FATO GERADOR
O fato gerador da CSRF são os pagamentos de pessoa
jurídica a outra pessoa jurídica, pela prestação de serviços
de: limpeza, conservação, manutenção, segurança,
vigilância, transporte de valores e locação de mão de
obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, bem como
pela remuneração de serviços profissionais.
Salienta-se, que por mais que a legislação de referência
defina como base de cálculo o valor bruto da nota ou
documento fiscal, compreende - se que eventual
desconto incondicional deve ser deduzido da base de
cálculo da retenção pois de fato não integra a receita
bruta para fins tributários (Decreto-Lei n° 1.598/77, artigo
12, § 1°, inciso II).
Portanto, observa-se que diferente do IRRF a CSRF apenas
possui um fato gerador, sendo este o pagamento.

BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo da CSRF é o valor do serviço prestado.
ALÍQUOTA
A alíquota é de 4,65%, assim composto:
 CSLL: 1%;
 PIS: 0,65%;
 Cofins: 3%;
CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS
O contribuinte é o prestador de serviço, já o responsável
pelo recolhimento é o tomador de serviço, o qual se atém
a efetuar a retenção no momento do pagamento ao
prestador de serviço e efetuar o recolhimento para o
órgão.

ISS
CONCEITO
O Imposto Sobre Serviços Retido é o tributo incidente na
prestação de serviços, onde o tomador do mesmo é
responsável pela retenção e recolhimento do mesmo,
estabelecido em lei.
FATO GERADOR
A legislação elege diferentes momentos em que se
considera ocorrido o fato gerador do ISS retido, varia de
acordo com o serviço prestado estabelecido na legislação
vigente.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do ISS é o valor do serviço prestado.
ALÍQUOTA
As alíquotas variam de 2% a 5%, de acordo com o serviço
em questão.
CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS
O contribuinte é o prestador de serviço, já o responsável
pelo recolhimento é o tomador de serviço, o qual se atém
a efetuar a retenção no momento do pagamento ao
prestador de serviço e efetuar o recolhimento para o
órgão.

INSS
CONCEITO
O Instituto Nacional da Seguridade Social, conforme a
sigla INSS Retido é o tributo incidente na prestação de
serviços, onde o tomador do mesmo é responsável pela
retenção e recolhimento do mesmo, estabelecido em lei.
FATO GERADOR
A legislação elege as circunstâncias nas quais deve ser
feita a retenção do INSS, serviços contratados mediante
cessão de mão de obra ou empreitada, estabelecido na
legislação vigente.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do INSS é o valor do serviço prestado.
ALÍQUOTA
As alíquotas variam de 8% a 11%, de acordo com o
serviço em questão.
CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS
O contribuinte é o prestador de serviço, já o responsável
pelo recolhimento é o tomador de serviço, o qual se atém
a efetuar a retenção no momento do pagamento ao
prestador de serviço e efetuar o recolhimento para o
órgão.

APURAÇÃO RETIDOS
As apurações dos tributos retidos devem ser declaradas
em diferentes obrigações acessórias, de acordo com o
tributo:
 ISS – deve ser declarada no DECWEB, já mencionado
o que informar e riscos junto do ISS;
 INSS – deve ser declarado na SEFIP, no e-SOCIAL, na
EFD-Reinf. Quando a empresa efetua contratação de
serviços, com retenção de INSS, o valor que ela
desconta do pagamento para o fornecedor deve ser
informado nessas declarações.
o A SEFIP é o Sistema Empresa de Recolhimento
do FGTS e Informações à Previdência Social.
Nela devem ser prestadas informações de FGTS
e INSS recolhidos pela empresa. Atentando para
o INSS, seja ele devido dos colaboradores, a
parte patronal, ou o retido de prestadores de
serviço. A empresa deve atentar para os dados
da nota fiscal de serviço, a responsabilidade da
retenção do tributo, base de cálculo, alíquota, o
desconto do valor do prestador de serviço.
Além disso a empresa contratante do serviço
deve efetuar o recolhimento em GPS com
código específico, bem como informar na SEFIP
com os dados corretos. Qualquer informação
incorreta atrai os olhares da fiscalização por
parte da Previdência;
o e-SOCIAL é uma das mais recentes obrigações
acessórias do projeto SPED. Esta escrituração
está modularizada por eventos de informações,
contemplando a possibilidade de múltiplas
transmissões em períodos distintos, de acordo
com a obrigatoriedade. Nele devem constar os
dados das retenções realizadas das
contratações de pessoas físicas com incidência
das contribuições. Qualquer informação
incorreta atrai os olhares da fiscalização por
parte da Previdência;
o EFD-Reinf é uma das mais recentes obrigações
acessórias do projeto SPED. Esta escrituração
está modularizada por eventos de informações,
contemplando a possibilidade de múltiplas
transmissões em períodos distintos, de acordo
com a obrigatoriedade. Nele devem constar os
dados das notas fiscais com retenções
realizadas das contratações de prestadores de
serviço. Qualquer informação incorreta atrai os
olhares da fiscalização por parte da Previdência;
É importante reforçar que serão realizados cruzamentos
entre as notas e as informações constantes nas
obrigações acessórias, a fim de validar os dados.
 IRRF – deve ser declarado no e-SOCIAL, na EFD-Reinf
e na DCTF. Quando a empresa efetua contratação de
serviços, com retenção de IRRF, o valor que ela
desconta do pagamento para o fornecedor deve ser
informado nessas declarações.
o e-SOCIAL é uma das mais recentes obrigações
acessórias do projeto SPED. Esta escrituração
está modularizada por eventos de informações,
contemplando a possibilidade de múltiplas
transmissões em períodos distintos, de acordo
com a obrigatoriedade. Nele devem constar os
dados das retenções realizadas das
contratações de pessoas físicas com incidência
das contribuições. Qualquer informação
incorreta atrai os olhares da fiscalização por
parte da Receita Federal;
o EFD-Reinf é uma das mais recentes obrigações
acessórias do projeto SPED. Esta escrituração
está modularizada por eventos de informações,
contemplando a possibilidade de múltiplas
transmissões em períodos distintos, de acordo
com a obrigatoriedade. Nele devem constar os
dados das notas fiscais com retenções
realizadas das contratações de prestadores de
serviço. Qualquer informação incorreta atrai os
olhares da fiscalização por parte da Receita
Federal;
o DCTF é uma obrigação acessória de longa data,
onde os contribuintes informam os créditos
tributários, ou seja, os montantes a recolher, de
alguma forma à RFB. Nela devem constar os
dados tal qual os DARF´s emitidos para o
recolhimento. Qualquer informação incorreta
atrai os olhares da fiscalização por parte da
Receita Federal;
É importante reforçar que serão realizados cruzamentos
entre as notas e as informações constantes nas
obrigações acessórias, a fim de validar os dados.
 CSRF – deve ser declarado na EFD-Reinf e na DCTF.
Quando a empresa efetua contratação de serviços,
com retenção de CSRF, o valor que ela desconta do
pagamento para o fornecedor deve ser informado
nessas declarações.
o EFD-Reinf é uma das mais recentes obrigações
acessórias do projeto SPED. Esta escrituração
está modularizada por eventos de informações,
contemplando a possibilidade de múltiplas
transmissões em períodos distintos, de acordo
com a obrigatoriedade. Nele devem constar os
dados das notas fiscais com retenções
realizadas das contratações de prestadores de
serviço. Qualquer informação incorreta atrai os
olhares da fiscalização por parte da Receita
Federal;
o DCTF é uma obrigação acessória de longa data,
onde os contribuintes informam os créditos
tributários, ou seja, os montantes a recolher, de
alguma forma à RFB. Nela devem constar os
dados tal qual os DARF´s emitidos para o
recolhimento. Qualquer informação incorreta
atrai os olhares da fiscalização por parte da
Receita Federal;
É importante reforçar que serão realizados cruzamentos
entre as notas e as informações constantes nas
obrigações acessórias, a fim de validar os dados.
MACRO PROCESSO TRIBUTÁRIO

Importante para iniciarmos nossos estudos, definirmos o


macro processo da área fiscal:
CONTABILIDADE FISCAL FINANCEIRO
Início

Lançamento e
recebimento de NF´s

Conferência de NFs
lançadas

Geração dos livros


fiscais

Apuração de
tributos

Emissão de guias de
recolhimento Pagamento de tributos

Envio das obrigações


acessórias

Contabilização,
conciliação e controle

Conferência e
fechamento de custos

Fim

Aqui estamos partindo do pressuposto que os


lançamentos de documentos fiscais ocorrem na própria
área fiscal, mas por vezes, e muitas, as empresas deixam
a responsabilidade desses lançamentos de outras áreas:
compras, administrativo, expedição, etc. Vamos tratar
todas as situações, pois vamos analisar cada uma das
caixinhas, e nisso vamos aproveitar as análises para
levantar potenciais riscos tributários.

LANÇAMENTO E RECEBIMENTO DE NF’S


As empresas recebem notas fiscais de compras, serviços
contratados, remessas entre outros. É importante
lembrar todas informações que temos por trás do
lançamento dessas notas fiscais, e cuja importância dos
cadastros corretos no sistema.
CADASTROS
 PARTICIPANTE: são os dados de emitente,
destinatário e transportador das notas fiscais.
Importante atentar para as seguintes informações:
CNPJ, Inscrição Estadual, Inscrição Municipal, CEP
(pois este determina UF que interfere na tributação);
 PRODUTO: descrição, NCM, unidade de medida,
finalidade do produto (destinação: revenda,
imobilizado, uso e consumo, serviço, etc. Isso
determina o CFOP do registro do item);
 VALORES: quantidade, valor unitário, valor total do
produto, base de cálculo de cada tributo, alíquota,
tributo destacado, valor de desconto, frete, seguro,
outras despesas acessórias
Esses cadastros devem constar no sistema desde o
pedido, o qual deve ter uma data, solicitante, aprovador,
e quando da chegada da nota fiscal, somente a
confirmação do recebimento de determinado pedido.
Antes de efetuar o lançamento do documento, é
necessário assegurar que a mercadoria foi recebida,
conforme especificação constante na nota fiscal, bem
como os serviços tenham sido prestados à empresa.
VALIDAÇÃO DA NOTA FISCAL
Importa lembrar que, ao recepcionar a nota fiscal para
lançamento, deve ser verificada validade jurídica da nota
fiscal. As notas de mercadoria podemos validar através do
Portal Nacional da Nota Fiscal Eletrônica informando a
chave de acesso:
http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/consultaRecaptcha
.aspx?
tipoConsulta=resumo&tipoConteudo=d09fwabTnLk=

A “autorização de uso” afirma que a nota fiscal está


aprovada pelo Fisco estadual, e tem validade jurídica.
No caso da nota fiscal de serviço, emitida em Porto
Alegre, a validação é feita no seguinte endereço,
informando CNPJ, número da nota e código de
verificação:
https://nfe.portoalegre.rs.gov.br/nfse/pages/consultaNFS
-e_cidadao.jsf
Assegurando que a nota está validada a área pode
efetuar o lançamento.
Após validar o documento fiscal, foi criado pelo projeto
SPED, uma obrigação acessória chamada: “Manifesto do
Destinatário”.
MANIFESTO DO DESTINATÁRIO
É um conjunto de eventos onde o destinatário da
mercadoria/produto/serviço pode se manifestar sobre
sua participação comercial descrita na nota, confirmando
as informações prestadas pelo seu fornecedor e emissor
do respectivo documento fiscal. Esse processo é
composto de quatro eventos:
 Ciência da emissão;
 Confirmação da operação;
 Registro de Operação não Realizada;
 Desconhecimento da Operação;
O destinatário ao recepcionar o documento, confirmar
sua validade jurídica, deve acessar e manifestar através
de sus sistema ou do programa de MD-e gratuito da
SEFAZ/SP.
Essa funcionalidade, mesmo gerando mais uma etapa no
processo, assegura que notas fiscais não sejam emitidas
indevidamente contra a empresa, sem conhecimento,
pois uma vez que é sua responsabilidade manifestar, a
mesma terá conhecimento de todos documentos contra
ela emitidos1.
Voltando ao lançamento de NF´s...
Informações importantes no lançamento das notas
fiscais:

1
Risco de fraude por emissões de notas “frias” de fornecedor inflando o faturamento sem circulação de
mercadoria.
 Dados do remetente: CNPJ, Inscrição
Estadual/Municipal, endereço completo;
 Dados do destinatário: validar informações da
empresa destinatária: endereço, dados fiscais (CNPJ,
IE, IM);
 Dados de transporte: CNPJ, Inscrição
Estadual/Municipal, endereço completo, volume
transportado;
 Dados dos itens: NCM, CST, CFOP, unidade de
medida, valor unitário, valor total, base de cálculo
dos tributos (ISS, ICMS, IPI, PIS, COFINS), alíquotas
dos tributos;
 Valores: total dos produtos, base de cálculo do ICMS
e ICMS-ST, valor do ICMS, do ICMS-ST, do IPI, valor
do frete, desconto, seguro, outras despesas
acessórias, e valor total da nota;
 Dado adicionais: nesse campo são informados dados
fiscais, indicações de não tributação, valor
aproximado dos tributos na operação entre outros;

Essas informações não constam no DANFE, somente


dados de ISS, ICMS, IPI, porém os dados referentes à PIS e
COFINS conseguimos visualizar no arquivo XML, uma vez
que o arquivo eletrônico é o que tem a validade jurídica,
pois o DANFE é uma folha em meio físico, que serve
apenas para acompanhamento da mercadoria, ou até
mesmo na consulta realizada através do Portal da NF-e,
pois ali conseguimos consultar os dados analíticos do
documento fiscal.
Identificamos a partir do lançamento de notas outros
“procedimentos”, como os cadastros, a validação da nota
fiscal, confirmação do recebimento da
mercadoria/serviço, manifesto do destinatário.
É importante reforçar que esses lançamentos feitos pela
área fiscal, trazem uma certa segurança de que os
lançamentos serão feitos com maior assertividade nos
dados, enquanto os cadastros e lançamentos efetuadas
por outras áreas, muitas vezes, podem passar
desapercebidas, não por mal, mas por desconhecimento
mesmo, ou desconhecimento da importância dos dados
fiscais, bem como o reflexo deste nas obrigações
acessórias.
Outra questão que sempre reforço é a importância da
área CONHECER O NEGÓCIO, saber o que a empresa
produz/comercializa/entrega, o que usa, como, quem são
seus clientes, processo produtivo/embalagens, pois
muitas vezes são nesses detalhes que conseguimos
identificar oportunidades de aproveitamento de crédito
ou redução de carga tributária para a empresa.
O lançamento dessa nota fiscal irá desencadear as
apurações dos diversos tributos, por isso estamos
frisando tanto os cuidados no registro do documento
fiscal.
Vale a pena lembrar que, caso essa etapa do processo
seja realizada por outra área, que não a fiscal, todos esses
passos deverão ser realizados com mesmo afinco e
qualidade, sendo necessário ensinar conhecimentos
fiscais para que nos lançamentos sejam verificados todos
esses detalhes que interferem na área fiscal.

CONFERÊNCIA DE NF’S LANÇADAS


De acordo com normas de compliance e de melhores
práticas, se faz necessário fazer uso da segregação de
funções, dessa forma os colaboradores que efetuam o
lançamento não efetuam a conferência do mesmo, até
porque, em havendo alguma inconsistência, o conferente
não pode ter gerência para essa alteração, devendo este,
devolver ao colaborador que efetuou o lançamento, com
indicação das correções necessárias.
O conferente não tem a necessidade de avaliar algumas
questões cuja atribuição é do responsável pelo
lançamento, como por exemplo: validade jurídica,
manifesto do destinatário. Porém as validações que
seguem são primordiais:
 NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul – código
com 8 dígitos que identifica em qualquer lugar do
mundo que produto/mercadoria se refere;
 CST – Código de Situação Tributária – código que
indica a situação de cada tributo (temos diversas CST
´s na nota fiscal);
 CFOP – Código Fiscal de Operação e Prestação de
Serviço – código com 4 dígitos que identifica a
finalidade do item na empresa. No caso das
entradas, o lançamento deve informar por qual
motivo aquele item foi adquirido/remetido;
 Valores: total do item, base de cálculo e tributos,
frete, seguro, desconto, outras despesas acessórias;
 Tributação do item: ISS, ICMS, IPI, PIS, COFINS. No
lançamento são indicadas as incidências de cada um
dos tributos: situação tributária, base de cálculo,
alíquota.
Os lançamentos estando de acordo com o documento e a
correta alocação do bem na empresa, está encerrada a
etapa da conferência das notas lançadas.

GERAÇÃO DOS LIVROS FISCAIS


A partir da conferência dos documentos fiscais, estando
esses com os lançamentos apropriados, podem ser
gerados os livros fiscais, já mencionados na aula sobre
ICMS, somente para recapitular:
 Livro de Entrada;
 Livro de Saída;
 Registro de Apuração;
 Registro de Inventário;
 Registro de Controle da Produção e do Estoque;
 Registro de Utilização de Documentos Fiscais e
Termos de Ocorrências – RUDFTO;
 CIAP;
A emissão deste tipo de documento garante ao gestor
mais conhecimento sobre a realidade da sua empresa.
Com isso, tem em mãos dados importantes que podem
contribuir para futuras tomadas de decisão, como a
elaboração de uma estratégia de crescimento ou redução
de custos operacionais, por exemplo.
Além disso, os livros fiscais ajudam a agilizar o processo
de fiscalização e evitar possíveis problemas com o Fisco.
Contudo, o gestor precisa ter em mente a importância de
adotar práticas que facilitem todo esse processo de
emissão de livros fiscais. Assim, impede o acúmulo de
informações, erros de lançamentos e mantém uma
atualização regular.
Os livros fiscais, assim como os relatórios contábeis, são
elementos fundamentais da escrituração fiscal.
Geralmente, os livros fiscais são uma exigência municipal,
estadual e federal.
Em poucas palavras, são documentos que apresentam
informações tributáveis e a relação de impostos devidos
pela empresa. Porém, vale ressaltar que a legislação
aplicável à obrigatoriedade da emissão desses
documentos está diretamente ligada ao regime tributário
atual da empresa.

APURAÇÃO DE TRIBUTOS
Após o lançamento do documento fiscal, sua conferência,
e a geração dos livros oficiais, iniciamos a apuração dos
tributos. Vamos abordar a apuração de cada um dos
tributos.

EMISSÃO DE GUIAS
Após todas essas etapas de apuração dos tributos, temos
as gerações das guias de recolhimento, chamo aqui de
guia porque cada um tem um nome: DARF, GA, GPS, etc.
A partir dos montantes identificados de cada um dos
tributos, deve ser emitida a respectiva guia, com o código
de recolhimento apropriado, valores a recolher.
O procedimento adequado após a geração, é o
lançamento das guias no sistema, e encaminhamento
para aprovação do gestor da área fiscal. Com a aprovação
deste deve ser encaminhado ao financeiro para o devido
pagamento.

ENVIO DAS OBRIGAÇÕES


Em muitas circunstâncias a ordem é alterada, o envio das
obrigações acessórias se dá antes da emissão das guias,
outros preferem enviar para assegurar que a apuração
está correta para depois gerar as guias, enfim. É
recomendado que o gestor analise o que melhor se
adapta à rotina do setor, ou o que ele entende como mais
adequado.
Vamos tratar das obrigações acessórias de cada tributo e
os riscos apresentados a partir do preenchimento.
Mas antes, vamos dedicar um tempo a um grande divisor
de águas na área tributária....que se chama PROJETO
SPED. Mas ele já está em vigência há anos...porque
vamos falar sobre ele agora? Porque é importante
entendermos a origem das coisas, a exposição de
motivos, isso nos ajuda a entender onde os órgãos
querem chegar com suas demandas.
HISTÓRICO
A Emenda Constitucional nº 42, aprovada em 19 de
dezembro de 2003 determina às Administrações
Tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios atuarem de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações
fiscais.

Foi realizado, em julho de 2004, o I ENAT - Encontro


Nacional de Administradores Tributários, reunindo o
Secretário da Receita Federal, os Secretários de Fazenda
dos Estados e Distrito Federal, e o representante das
Secretarias de Finanças dos Municípios das Capitais.

O Encontro teve como objetivo buscar soluções conjuntas


nas três esferas de Governo que promovessem maior
integração administrativa, padronização e melhor
qualidade das informações; racionalização de custos e da
carga de trabalho operacional no atendimento; maior
eficácia da fiscalização; maior possibilidade de realização
de ações fiscais coordenadas e integradas; maior
possibilidade de intercâmbio de informações fiscais entre
as diversas esferas governamentais; cruzamento de
informações em larga escala com dados padronizados e
uniformização de procedimentos.

Foram aprovados dois Protocolos de Cooperação Técnica,


um objetivando a construção de um cadastro
sincronizado que atendesse aos interesses das
Administrações Tributárias da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e, outro, de caráter
geral, que viabilizasse o desenvolvimento de métodos e
instrumentos que atendessem aos interesses dos
respectivos Entes Públicos.

No II ENAT - Encontro Nacional de Administradores


Tributários, as entidades buscando dar efetividade aos
trabalhos de intercâmbio entre os mesmos, assinaram os
Protocolos de Cooperação nº 02 e nº 03, com o objetivo
de desenvolver e implantar o Sistema Público de
Escrituração Digital e a Nota Fiscal Eletrônica.

O Sped, no âmbito da Receita Federal, faz parte do


Projeto de Modernização da Administração Tributária e
Aduaneira (PMATA) que consiste na implantação de
novos processos apoiados por sistemas de informação
integrados, tecnologia da informação e infra-estrutura
logística adequados.

Dentre as medidas anunciadas pelo Governo Federal, em


2007 para o PAC, consta, no tópico referente ao
Aperfeiçoamento do Sistema Tributário, a implantação do
Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e Nota
Fiscal Eletrônica (NF-e) no prazo de dois anos.

APRESENTAÇÃO
Instituído em 2007, o SPED – Sistema Público de
Escrituração Digital constitui-se em mais um avanço na
informatização da relação entre fisco e contribuintes.
Principalmente no que que diz respeito à modernização
do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas
pelos contribuintes às administrações tributárias e órgãos
fiscalizadores, fazendo uso do Certificado Digital para
assinatura dos documentos eletrônicos, assegurando
validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital.
Iniciou-se com três grandes projetos: Escrituração
Contábil Digital, Escrituração Fiscal Digital e a NF-e
Ambiente Nacional.
Mantém parceria com 20 instituições, entre órgãos
públicos, conselho de classe, associações e entidades
civis, na construção conjunta do projeto. Firma Protocolos
de Cooperação com 27 empresas do setor privado,
participantes do projeto-piloto, objetivando o
desenvolvimento e o disciplinamento dos trabalhos
conjuntos.
Possibilita, com as parcerias fisco-empresas,
planejamento e identificação de soluções antecipadas no
cumprimento das obrigações acessórias, em face às
exigências a serem requeridas pelas administrações
tributárias.
Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na
definição dos meios de atendimento às obrigações
tributárias acessórias exigidas pela legislação tributária
contribua para aprimorar esses mecanismos e confira a
esses instrumentos maior grau de legitimidade social.
Estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na
transparência mútua, com reflexos positivos para toda a
sociedade.
O Sped tem como objetivos, entre outros:

 Promover a integração dos fiscos, mediante a


padronização e compartilhamento das informações
contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais.
 Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias
para os contribuintes, com o estabelecimento de
transmissão única de distintas obrigações acessórias
de diferentes órgãos fiscalizadores.
 Tornar mais célere a identificação de ilícitos
tributários, com a melhoria do controle dos
processos, a rapidez no acesso às informações e a
fiscalização mais efetiva das operações com o
cruzamento de dados e auditoria eletrônica.

Esse projeto engloba diversos “subprojetos”, quais sejam:


 Central de Balanços;
 CT-e;
 ECD;
 ECF;
 EFD Contribuições;
 EFD ICMS IPI;
 EFD-Reinf;
 e-Financeira;
 eSocial;
 MDF-e;
 NFC-e;
 NF-e;
 NFS-e;
 Simplificação;
Enquanto os contribuintes achavam que estavam à frente
do Fisco, eles se uniram e foram criando ferramentas e
mecanismos de cruzamento de informações, por isso
reforço a necessidade dos contribuintes atentarem para
as informações que estão enviando nas obrigações.
Pegando como base a NF-e, a nota fiscal eletrônica
somente é impressa e autorizada após validação do Fisco
Estadual, ou seja, antes da ocorrência do fato gerador o
órgão já tem TODAS INFORMAÇÕES da operação.
Precisamos entender o reflexo das informações das notas
fiscais: emitidas pela empresa E contra a empresa, pois
esses são os DADOS DE ORIGEM, o restante é
desdobramento desses dados.
Nosso objetivo nessa disciplina não é ser exaustivo, até
porque outras disciplinas tratarão das obrigações
acessórias e tributos, mas para explicar os riscos,
precisamos identificar a origem deles, e tudo parte das
obrigações principais ou acessórias.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL FEDERAL

É direito do contribuinte o acesso à esfera administrativa


de recursos, ao ser autuada pela RFB.

IMPUGNAÇÃO DA EXIGÊNCIA FISCAL

O sujeito passivo que discordar da notificação tem


assegurado o direito à defesa que neste caso pode ser
exercido através de impugnação. Esta deve ser
formalizada por escrito, contendo os motivos da
discordância e devido fundamento, a juntada de
documentos e encaminhado à Delegacia do órgão
vinculado na notificação de lançamento (hoje pode ser
feito através do e-CAC). Os itens não impugnados serão
entendidos como concordados.

O processo administrativo-fiscal, no âmbito federal, é


regido pelo Decreto 70.235/72.

Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem


o dia do início e incluindo-se o do vencimento.

Com a impugnação se instaura o processo contencioso


administrativo, suspendendo a exigibilidade do crédito
tributário assim como o prazo prescricional.

RECURSO VOLUNTÁRIO

Caso após a instauração do Processo Administrativo Fiscal


a impugnação seja considerada improcedente o
contribuinte pode recorrer através de Recurso Voluntário
apresentado ao Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais – CARF, cujo prazo será de 30 (trinta) dias após a
ciência da decisão da 1ª instância.

Caso o recurso não seja provido, poderá o contribuinte


apresentar Recurso Especial à Câmara Superior de
Recursos Fiscais do CARF, se cabível, no prazo de 15
(quinze) dias da ciência do acórdão.

GARANTIAS

O Decreto que regulamenta o Processo Administrativo


Fiscal prevê que, somente terá prosseguimento o Recurso
Voluntário caso o contribuinte comprove o arrolamento,
o comprometimento de bens no valor de 30% da
exigência fiscal, sob pena da nulidade das decisões que
não o observarem. A RFB externou entendimento,
inclusive, sobre a impossibilidade de ser arrolado bem
alienado ao credor fiduciário, por não ser de propriedade
do sujeito passivo.

No entanto o STF declarou inconstitucional a exigência da


garantia para interpor recursos por entender como
cerceamento de defesa do contribuinte, não sendo então,
exigido arrolamento de bens e direitos.

RECURSO ESPECIAL

Compete à Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF o


julgamento do Recurso Especial.

Cabe Recurso Especial quando a decisão for divergente às


normas, seja lei, decisões de outra Câmara ou até mesmo
decisões da CSRF. Deve este ser interposto em 15 dias da
ciência do acórdão do Recurso Voluntário.
A decisão do Recurso Especial será DEFINITIVA. Sendo
favorável ao sujeito passivo este fica desonerado de
qualquer cobrança. Sendo contrária este fica obrigado ao
pagamento com prazo de cobrança de 30 dias após a
decisão definitiva. Este não cumprido será enviado para
cobrança executiva.

Caso ainda assim o contribuinte não concorde, poderá


recorrer via judicial, uma vez que pode fazer uso da via
judicial mesmo não tendo esgotado a via administrativa.
Porém, no momento em que opta pela opção Judicial
renuncia as instâncias administrativas.

Na vigência da medida judicial que suspender a cobrança


do tributo, não poderá ser instaurado contra o sujeito
passivo procedimento fiscal.

FLUXOGRAMA

Para melhor compreensão segue o fluxograma do PAF,


disponibilizado pela RFB em:
http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/julgam
ento-administrativo/fluxosimplificadopaf-2.png/view
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL ESTADUAL

O procedimento tributário administrativo fiscal estadual


está regulamentado na Lei nº 6.537/73. Ele se inicia com
a notificação do sujeito passivo com ato de ofício com a
constatação da falta de pagamento de tributo ou
obrigação prestada pelo contribuinte.
No momento que é iniciado procedimento é excluída
espontaneidade do sujeito passivo em relação às
infrações anteriores, e independentemente de intimação,
a dos demais envolvidos. Exclui-se desse contexto a
comunicação da Receita Estadual sobre divergências ou
inconsistências mediante autorregularização.
A exigência do crédito tributário será formalizada em
Auto de Lançamento por auditor competente, exceto
quanto:
 Ao pagamento antecipado sujeito à homologação;
 Ao ICMS devido e declarado em GIA;
 Ao montante devido e apresentado em termo de
confissão de dívida formalizado pelo contribuinte
conforme instruções da Receita Estadual;
O prazo para pagamento do crédito tributário é de 30
(trinta) dias contados da notificação. O valor declarado
em GIA ou apresentado em termo de confissão de dívida
não será objeto de impugnação.
Na hipótese de erro de preenchimento da GIA, o sujeito
passivo poderá, até o encaminhamento da Certidão da
Dívida Ativa, corrigir demonstrando à administração
tributária estadual o erro cometido.
O contribuinte pode fazer uso da denúncia espontânea,
com a descrição da infração cometida, juntando a prova
do pagamento do tributo e penalidades devidas.
A instrução, tramitação, julgamento, intimação,
notificação, transmissão de documentos e demais atos,
poderão ser praticados por meio eletrônico, desde 2013
foi concedida esse canal.
PROCESSO CONTENCIOSO
A fase litigiosa se inicia na repartição que jurisdiciona o
domicílio fiscal do sujeito passivo: pela impugnação a
lançamento de tributo ou penalidade; ou pela
contestação à recusa de recebimento de denúncia
espontânea de infração.
A impugnação e contestação serão apresentadas no
prazo de 30 (trinta) dias da notificação. O preparo do
processo compete à autoridade julgadora de primeira
instância. A autoridade determinará a juntada de via do
Auto de Lançamento. Deferindo a produção de provas
designará o perito para elaboração do laudo, que não
excederá 30 (trinta) dias. Podendo as partes no prazo de
5 (cinco) dias do deferimento, apresentar quesitos e
indicar assistente técnico para acompanhar.
A decisão deve ser proferida em 15 (quinze) dias, seja ela
procedente ou improcedente. A decisão de primeira
instância só será reformada pelo julgamento da instância
superior.
Quando for proferida decisão contrária à Fazenda, a
autoridade julgadora de primeira instância recorrerá de
ofício a uma das Câmaras do Tribunal Administrativo de
Recursos Fiscais – TARF.
RECURSO VOLUNTÁRIO
Caso a decisão da primeira instância seja contrária ao
sujeito passivo, cabe recurso voluntário a uma das
Câmaras do TARF.
O julgamento do processo em segunda instância compete
ao Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais. O
Defensor responsável deverá em 15 (quinze) dias estudar
os processos, devolvê-los à SEFAZ com parecer ou pedido
de diligência.
O acórdão será lavrado pelo Relator. Cabe um pedido de
esclarecimento caso as decisões sejam entendidas
omissas, contraditórias ou obscuras, sendo que este, se
acolhido, interrompe o prazo para interposição do
recurso extraordinário.
As decisões do TARF que derem provimento a recurso de
ofício cabe pedido de reconsideração.
PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
Este somente será admitido pela segunda vez quando a
decisão, tenha versado exclusivamente sobre preliminar.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Das decisões das Câmaras proferidas com voto de
desempate de seu Presidente, quando o sujeito passivo
ou Defensor da Fazenda entende-las contrárias à
legisla~~ao, cabe recurso extraordinário. Este será
interposto ao Plenário do TARF no prazo de 10 (dez) dias
da decisão recorrida.
DAS DECISÕES DO TARF
A jurisprudência assentada pelo Tribunal será
compendiada na Súmula do TARF.
São definitivas as decisões: que não caiba recurso;
quando esgotado prazo; as desistências de impugnação
de Auto de Lançamento no dia da homologação.

OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES


Cabe ressaltar a necessidade de um bom trânsito da área
fiscal com outras áreas da empresa, uma vez que, em
algumas situações suas informações são oriundas de
outras áreas: contabilidade, financeiro, compras,
administrativo, comercial, etc.
Para aumentar a sinergia entre as áreas, é interessante
explicar para os demais setores, através de treinamento,
workshop, etc, conscientizando a todos com o reflexo das
informações prestadas e riscos que a empresa incorre ao
informar algo inapropriado.
Após todas explanações sobre o processo na área fiscal,
fica em destaque a necessidade dos colaboradores da
área fiscal de conhecerem o negócio da empresa,
processos produtivos/comerciais.
Com todas evidências e riscos apontados, fica evidente a
necessidade de se investir na área fiscal e profissionais,
treinamentos para os colaboradores, assegurando
preparo da equipe, entendimento da importância do seu
trabalho, sensação de pertencimento, sinergia, entre
outros. Pode-se fazer todo trabalho preventivo “dentro
de casa”, contratando uma auditoria/consultoria para
assegurar e trazer maior conforto de que os processos
estão de acordo com compliance.
Essa questão foi comentada anteriormente nas aulas,
mas não foi dada devida atenção: Certificados Digitais. Ele
é um documento eletrônico que funciona como um RG de
pessoa física e jurídica no meio virtual, tecnicamente uma
espécie de assinatura digital com validade jurídica.
É a tecnologia que através de criptografia de dados
garante autenticidade, confidencialidade, integridade e
não repúdio às informações eletrônicas. É um documento
para identificar as pessoas e empresas no mundo virtual.
Essa ferramenta garante proteção às transações via
internet e outros serviços digitais, já que a tecnologia foi
desenvolvida para fornecer segurança, autenticidade,
confidencialidade e integridade às informações.
E porque estamos falando no Certificado Digital? Porque
toda e qualquer obrigação acessória que foi mencionada
aqui necessita OBRIGATORIAMENTE da assinatura digital
através do certificado. A empresa precisa manter sempre
válido, cuidar o vencimento (para renovar ou adquirir
outro), assegurar que o mesmo não fique disponível à
qualquer pessoa (pois além da consulta pode ser
solicitado parcelamento, entrar com processo
administrativo, entre outros).
Ainda sob responsabilidade da área fiscal, vislumbramos
as CND´s – Certidões Negativas de Débito. Mas o que isso
tem a ver com a área? Não é de responsabilidade do
jurídico? Depende da empresa.
Como o impacto nas certidões negativas, usualmente são
de origem fiscal: notas fiscais, obrigações acessórias,
processos fiscais, entendo que nada mais adequado que
deixar esse cuidado junto da área fiscal. Muitas vezes as
pendências que surgem são referentes à divergências de
informação (exemplo: NF-e diverge da informação da EFD
ICMS/IPI), a equipe deve fazer as devidas análises e
retificações da obrigação que se faz necessário.

Dadas todas essas considerações, percebemos que o


gestor da área fiscal, do processo fiscal, está num
constante jogo de xadrez....tendo que avaliar equipe,
desempenho, riscos, processos, possibilidades de
fiscalização, etc.

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