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AÇÃO DE EXTENSÃO EM CONTABILIDADE: UM ESTUDO A PARTIR DO

PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL EMPREENDEDORA – SABERES,


COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL AO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL

AURISTELA FELIX DE OLIVEIRA


SAMANTA OLIVEIRA LIMA SENA
THIAGO DE OLIVEIRA E SILVA
JOSENILDO COELHO TEODORO
SUDÁRIO DE AGUIAR CUNHA

Este trabalho tem como objetivo analisar diante das ações implementadas pelo projeto
educação ambiental empreendedora: saberes, competências e responsabilidade social ao
desenvolvimento econômico sustentável, as mudanças ocorridas diante da preservação
do meio ambiente e o fortalecimento da relação ensino-pesquisa-extensão. No estudo
constam além da introdução, o referencial teórico, metodologia, a conclusão e as
referências. Para se atingir o objetivo proposto empreendeu-se uma pesquisa de natureza
descritiva e exploratória a partir de fontes documentais e bibliográficas. Concluiu-se
que o presente estudo se caracterizou pela relação profícua da extensão, ensino e
pesquisa conjunta à formação cidadã do estudante pela produção e difusão de novos
conhecimentos e novas metodologias aliadas à realidade concreta. Espera-se que o
projeto executado possa se fortalecer num Programa de ações contínuas de maneira a se
contribuir para o desenvolvimento econômico-sustentável e a consciência da
necessidade preservação dos recursos naturais, consequentemente do mundo em que
vivemos.

Palavras-Chave: Educação ambiental; Extensão Universitária; Sustentabilidade.

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa foi desenvolvido a partir das ações


implementadas pelo projeto de extensão educação ambiental empreendedora: saberes,
competências e responsabilidade social ao desenvolvimento econômico sustentável.
Tem como objetivo analisar, diante das atividades realizadas pelo referido projeto, o
impacto diante da relação indissolúvel entre o ensino, a pesquisa e a extensão nos
saberes acadêmicos e populares dos estudantes, com vista a uma formação crítica e
cidadã.
A hipótese que se apresenta é de que as ações de extensão operacionalizadas
com o referido projeto, podem contribuir para ações concretas a partir de uma
autonomia, criticidade e ação transformadora que também privilegie o ecossistema

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natural, movimentando ações de crescimento sustentável coadunando-se com o
empreendedorismo e o desenvolvimento social.
Assim, o projeto diante de suas ações de extensão executadas pode ainda
contribuir fortemente para uma gestão motivada, também, pela importância da relação
com o meio-ambiente, verificando-se a relevância de ter políticas, programas e projetos
que tratem a questão do ecossistema de maneira a motivar ações concretas de mudança
de comportamento não apenas no nível operacional, também tático e estratégico.
Baseado no contexto acima surge a questão que norteará esta pesquisa: De que
maneira o projeto educação ambiental empreendedora pode contribuir para o
fortalecimento da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão?
Neste sentido, justifica-se o presente estudo o qual se fundamentou no citado
projeto de extensão pela força pedagógica da educação que vise à gestão universitária
uma perspectiva empreendedora aliada à responsabilidade social, o que representa uma
ampla compreensão das diferentes repercussões no ecossistema, estimulando ações em
defesa da qualidade ambiental. E, ainda, não se pode falar em desenvolvimento
econômico-sustentável sem que o fator humano tenha logrado atingir um nível capaz de
assegurar o seu florescimento em condições de ampla dignidade.
Entende-se, portanto, a conservação do meio ambiente como instrumento de
transformação e ação empreendedora nas atividades dos contadores, a partir da
educação que interligue conteúdos com a realidade concreta.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL EMPREENDEDORA

O projeto que motivou a presente pesquisa tem como objetivo geral: promover a
educação ambiental empreendedora, de modo a constituir-se numa intervenção em
direção a uma nova fase de ações concretas de responsabilidade sócio-ambiental,
focando-se estratégias inovadoras de empreendedorismo e o espírito crítico nos
estudantes, bem como a atuação profissional pautada na cidadania e desenvolvimento da
função socioambiental da educação superior. E, como objetivos específicos:
- Oportunizar aos estudantes aplicar os conhecimentos teóricos apreendidos durante a
vida acadêmica, por meio da atividade de extensão universitária na educação ambiental
empreendedora, bem como estimular o desenvolvimento socioambiental e o espírito
crítico para atuação profissional voltada para a cidadania. - Contribuir para a formação
de profissionais competentes e ambientalmente responsáveis no presente e
intergeracionalmente (para as futuras gerações). - Cooperar para o desenvolvimento
sustentável e manutenção da qualidade de vida do sujeito inserido em uma entidade
organizada à medida que multiplica a ação socioambiental aos estudantes do ensino
médio, movimentos sociais, grupos comunitários e organizações. - Prestar serviços
gratuitos de educação ambiental empreendedora, contribuindo para que sejam agentes
de transformações na sociedade e motivar a multiplicação de valores e atitudes de
respeito ao meio-ambiente sustentável. - Contribuir para a melhoria da qualidade de
educação ambiental através do contato direto dos estudantes com realidades concretas e
da troca de saberes acadêmicos e populares. – Identificar a atividade de extensão e
produção de conhecimento (pesquisa) como inserido na formação do estudante e na
Gestão Universitária.
O projeto de extensão se enquadra na capacitação e integração dos estudantes e
profissionais diante da responsabilidade socioambiental. E a partir destes, enquanto

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multiplicadores da ação, integrar os estudantes do ensino médio, bem como movimentos
sociais, grupos comunitários e organizações socais e empresariais.

2.2 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO


CONTEMPORÂNEO
Notadamente a industrialização, produção em massa, surgimento de
megacorporações mundiais, esgotamento das fontes de energia, desmatamento, caça
predatória, tecnologia e descarte de materiais, tem impactado fortemente e
problematizado a dicotomia desenvolvimento econômico e proteção do meio ambiente.
Verifica-se que a necessidade consumista-descartável enquanto fomentadora
para a manutenção das desigualdades sociais, dos ideais econômico-financeiros
destruindo recursos naturais, deve ser desincentivada, sendo relevantes atitudes
conscientizadoras de que temos apenas um mundo para viver e que novas gerações
advirão, que os recursos naturais são escassos e finitos e que a educação ambiental é
uma das formas importantes para criar e/ou restabelecer a consciência da conservação
da vida, do meio-ambiente e sua sustentabilidade.
A educação ambiental é um dos mais importantes mecanismos que podem ser
utilizados para a adequada conservação do meio ambiente, de maneira que o processo
educativo promove a consciência de que o ser humano pode atuar no meio ambiente
objetivando o desenvolvimento, mas é necessário compreender os riscos, benefícios e
vantagens que determinadas atitudes podem trazer a uma determinada comunidade, à
sociedade, à vida na Terra.
Segundo Jacobi (2003, p.1)

A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela


degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, cria uma
necessária articulação com a produção de sentidos sobre a educação
ambiental. A dimensão ambiental configura-se crescentemente como uma
questão que diz respeito a um conjunto de atores do universo educativo,
potencializando o envolvimento dos diversos sistemas de conhecimento, a
capacitação de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva
interdisciplinar. O desafio que se coloca é de formular uma educação
ambiental que seja crítica e inovadora em dois níveis: formal e não formal.
Assim, ela deve ser acima de tudo um ato político voltado para a
transformação social. O seu enfoque deve buscar uma perspectiva de ação
holística que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo como
referência que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável
pela sua degradação é o ser humano.

Desta forma, a construção do profissional contábil enquanto sujeito ativo e


interferindo positivamente no contexto da preservação ambiental, não pode prescindir
do componente desenvolvedor-empreendedor, enquanto ser político e sabedor de sua
co-responsabilidade socioambiental.
Diante da complexa tarefa de aliar progresso e proteção ambiental e que se faz
ao mesmo tempo prioritária, todos os esforços, precipuamente os educacionais, devem
se fazer materialmente presentes. Além disso, fundamentando-se na Política Nacional
do Meio Ambiente (PNMA), Lei nº 6.938/81, depreende-se que a educação ambiental
não deverá se constituir em uma disciplina autônoma, mas uma preocupação que em
seus diferentes conteúdos, busca vínculos entre os diversos assuntos abordados e seus
impactos no meio ambiente. Assim, conhecimentos dos padrões de emissão e

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lançamento de materiais poluentes, de ruído, de desenvolvimento tecnológico, controle
de utilização de agrotóxicos, reflorestamento, de geração de energia, mineração,
extração de petróleo, de abastecimento d'água, remoção de dejetos, de tudo aquilo que
impliquem em custos ambientais e que possa prevenir e contribuir para a contenção de
danos e prejuízos ambientais, impactando a natureza no presente e futuro em função das
realidades ecológicas locais e globais.

2.3 UM OLHAR SOBRE AS AÇÕES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

A Atividade de Extensão é a prática acadêmica que de forma indissociável se


relaciona com Ensino e Pesquisa para transformar a Instituição de Ensino Superior
(IES) e a sociedade (CF/88, ART. 207), onde a primeira está inserida, contribuindo
assim para o cumprimento dos objetivos principais do Brasil, subsidia-se no Art 3° da
Constituição Federal/88 onde se pode verificar que “constituem objetivos fundamentais
da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
[...].”
Segundo Silva (1996 apud ARAÚJO & CASIMIRO, 2011, p.2), a extensão
universitária é
A possibilidade que o estudante tem de colaborar com a nação, socializando o
conhecimento, estreitando as barreiras existentes entre a comunidade e a
universidade. Trata-se do relacionamento entre a teoria e a prática, ou seja, faz com
que o conhecimento ultrapasse as salas de aula, indo além, permitindo o
aprendizado também pela aplicação, fazendo e praticando.

A extensão permite formar uma ligação entre a universidade e a comunidade, de


forma a transmitir para esta saberes e conhecimentos adquiridos dentro da academia, e
assim promover uma assistência à sociedade na qual a universidade está inserida. Além
do mais o conhecimento a ser transmitido pelos discentes e docentes pode ser
aprimorado à medida que se conhece e vivencia a realidade do outrem.
Uma vez que a extensão universitária estreita a relação universidade/
comunidade, vê-se a oportunidade de conhecer de perto a realidade da sociedade,
implementando-se, portanto políticas públicas que contribuam efetivamente para o bem
estar social. Verificando-se também por conduzir a comunidade a um patamar onde ela
possa tomar decisões importantes que serão frutos de uma mente reflexiva e crítica,
através da educação transformadora.
Neste sentido, a extensão universitária impregnada de uma relação
transformadora à sociedade, é compreendida em ação: quando seus partícipes
compartilham realidades, vivenciam saberes e se apoderam do aprendizado que
modifica as estruturas de poder, que faz protagonistas aqueles historicamente alijados
dos processos de decisão. Conforme ensina Paulo Freire (1999 apud OLIVEIRA &
NASCIMENTO, 2002, p.11) “Ninguém educa ninguém [...] os homens educam-se em
comunhão”.
Assim, o retorno das ações de extensão universitária será para beneficiar a todos.
Pois à medida que uma sociedade se torna mais ciente de suas decisões, mais exigente
ela fica em se valer de seus direitos e de cumprir seus deveres.
Neste sentido Carvalho & Nakagawa (2005, p. 10) asseguram que

a pesquisa e a extensão fazem parte de um processo educativo, cultural e


científico, que articulam o ensino de forma indissociável e viabilizam a
relação transformadora entre faculdade e sociedade. Estendem o saber
acadêmico à comunidade, aprendem com ela e a partir daí, produzem um

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novo saber, um novo conhecimento, que retroalimenta o processo. [...]As IES
necessitam abrir suas portas, ir às ruas para conhecerem a comunidade local.
Pois só a partir daí terão condições de implementar projetos que atendam as
reais necessidades da população.

O presente estudo se justifica não somente pelo papel social que pretende
alcançar, também contribuir para uma gestão universitária comprometida, também com
o desenvolvimento sustentável em direção a uma nova fase de demonstrar a importância
da dimensão ambiental na gestão de Instituições de Ensino Superior (IES)
oportunizando por meio do contato direto com realidades concretas, de maneira a
formar profissionais com conhecimentos técnicos, sobretudo empreendedores de sua
profissão e comprometidos com a sustentabilidade do meio ambiente.
Esse entendimento coaduna com o Art. 225, de nossa Carta Magna de 1988,
onde se afirma que
todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações.

Contudo, há algumas décadas atrás a visão reducionista acerca de práticas de


sustentabilidade empresarial era sinônimo de custos adicionais. Hoje o paradigma
predominante é que sustentabilidade significa oportunidade de negócios, de
conhecimento e inovação de novos produtos e processos.
Segundo Zambon e Ricco (2011, p.7), “as empresas podem enxergar estas
oportunidades de duas maneiras: a de inovar aproveitando o próprio negócio da empresa
e a outra a de inovar ocupando novos mercados [...], desenvolvendo novos negócios.”
Como se pode perceber a realidade que se apresenta nos dias atuais é a de que o
desafio da sobrevivência das organizações está alinhado a continuidade de atitudes
proativas à preservação ambiental. Não é apenas uma questão de evidenciar uma
imagem comprometida com o ecossistema, sobretudo o desenvolvimento de ações
contínuas de educação ambiental.
Diante desse novo paradigma do mundo dos negócios, é natural que seja
demandado profissionais conhecedores dos problemas socioambientais e capacitados a
contribuir para resolver esses problemas e auxiliar aos gestores no processo de tomada
de decisões.
O projeto de extensão objeto do presente artigo se enquadra na capacitação e
integração da comunidade dos estudantes e profissionais de ciências contábeis e afins
dentro do espectro da responsabilidade socioambiental. Preenche-se, inclusive, uma
lacuna nos conteúdos/conhecimentos da matriz curricular da formação contábil. Assim,
além da natureza empreendedora interrelaciona-os com questões ambientais, e ainda,
que tais conteúdos/conhecimentos apreendidos na Universidade sejam postos numa
realidade concreta. Neste contexto, a partir do saber acadêmico, desenvolvam um
espírito crítico e uma atuação profissional voltada à cidadania, e assim se aperceberem,
se motivarem, enquanto empreendedores de negócios inovadores e sustentáveis, que
protejam e preservem no desenvolvimento dos trabalhos, “uma vida saudável e
produtiva em harmonia com o meio ambiente” (ANTUNES, 2005, p.26).
Assim, a finalidade do estudo coaduna com o entendimento da Política Nacional
de Educação Ambiental (PNEA), que conforme a Lei nº 9.795/99, Art 1º:

Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o


indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

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habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade.

Verifica-se que há uma necessária e intensa relação caracterizada pelo perfil


empreendedor em ciências contábeis, posto que a inter-relação socioambiental
depreende não apenas postura do profissional contábil independente e crítica, também
ousadia, autoconfiança, assertividade, liderança, criatividade, satisfação pessoal, e ainda
que possa através do contato direto com seus pares, comunidade, organizações e
sociedade ser um multiplicador de estratégias inovadoras que busquem a
sustentabilidade ecológica, ou seja, soluções ao complexo problema de aliar
desenvolvimento econômico com a conservação, recuperação e proteção ambiental.
Pretendeu-se no projeto de extensão com enfoque no empreendedorismo
profissional-ambiental, contribuir para que o contador desenvolva suas atribuições com
a devida eficiência e eficácia, e que sem o esgotamento dos recursos naturais, possa
contribuir para uma condição de vida mais digna e humana. Portanto, o destinatário do
projeto de educação ao empreendedorismo profissional ambiental é o próprio mundo
natural e mediatamente a contribuição dos estudantes de ciências contábeis para o
equilíbrio entre o progresso com o meio ambiente aos estudantes do ensino médio,
grupos comunitários, organizações sociais e empresas.
Diante disso, conforme pontua Jacobi (2003, p.8)

A relação entre meio ambiente e educação para a cidadania assume um papel


cada vez mais desafiador, demandando a emergência de novos saberes para
apreender processos sociais que se complexificam e riscos ambientais que se
intensificam. As políticas ambientais e os programas educativos relacionados
à conscientização da crise ambiental demandam cada vez mais novos
enfoques integradores de uma realidade contraditória e geradora de
desigualdades, que transcendem a mera aplicação dos conhecimentos
científicos e tecnológicos disponíveis.

A proposição do projeto de extensão constituiu-se em uma iniciativa de integrar,


popularizar e disseminar a responsabilidade socioambiental aliada aos
conteúdos/conhecimentos profissionais apreendidos na academia. Pretendeu-se num
primeiro momento capacitar os alunos os quais foram multiplicadores desta ação,
introduzindo a extensão e a produção do conhecimento na vida universitária dos alunos.
Assim sendo, o objeto deste projeto de extensão é a educação ambiental com
enfoque ao empreendedorismo socioambiental para estudantes da graduação do curso de
ciências contábeis. Portanto, a realização deste projeto de extensão, configurou-se numa
concreta inovação, posto que além de levar o aluno ao contato direto com estudantes do
ensino médio, movimentos sociais, grupos comunitários e organizações, preparando-o
para serem coparticipes da conservação ambiental, numa ação de efetiva educação.
Conforme pontua Freire (2000, p. 40 apud OLIVEIRA & NASCIMENTO,
2002, p.6)

A educação tem sentido porque o mundo não é necessariamente isto ou


aquilo, porque os seres humanos são projetos quando podem ter projetos para
o mundo. A educação tem sentido porque mulheres e homens aprenderam
que é aprendendo que se fazem e se refazem, porque mulheres e homens se
puderem assumir como seres capazes de saber, de saber que sabem, de saber
que não sabem. De saber melhor o que já sabem, de saber o que ainda não
sabem. A educação tem sentido porque, para serem, mulheres e homens

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precisam de estar sendo. Se mulheres e homens simplesmente fossem não
haveria porque falar em educação.

3 METODOLOGIA

A pesquisa teve como objetivo analisar, diante das atividades realizadas pelo
projeto educação ambiental empreendedora: saberes, competências e responsabilidade
social ao desenvolvimento econômico sustentável, seus resultados atingidos e futuras
ações.
As tipologias aplicadas à pesquisa são classificadas quanto aos objetivos,
procedimentos e abordagem do problema.
Quanto aos objetivos a investigação é exploratória, pois conforme Gil (1999
apud BEUREN 2006, p.80) “proporciona maior familiaridade com o problema”, e “uma
visão geral acerca de determinado fato”. Nesta investigação foi utilizada a tipologia
exploratória evidenciando uma ampliação sobre a importância da educação ambiental
diante das atividades de extensão empreendidas. E, descritiva por descrever as formas de
atuação de extensão universitária no contexto contábil.
Quanto aos procedimentos esta pesquisa é de caráter:
a) documental, por fazer uso de dados primários obtidos de materiais internos da ação
de extensão pesquisada;
b) bibliográfica, pela utilização de fontes secundárias e de acesso público, tais como
livros da área contábil, gestão, metodologia e artigos de congressos acessados através de
sites da rede mundial de computadores, internet, relacionados à temática;
Quanto à abordagem do problema é do tipo qualitativo, vez que foi realizado um
estudo sobre as ações de extensão implementadas no projeto educação ambiental
empreendedora e sua importância à sociedade. Conforme Ponte et al (2010, p.7) “a
pesquisa qualitativa analisa pequenas amostras não necessariamente representativas da
população, procurando entender as coisas, em vez de mensurá-las.”

4 CONCLUSÃO
A ação articulou o Ensino, Pesquisa e Extensão à medida que oportunizou
conhecimentos/conteúdos de educação ambiental nas ações implementadas pelo projeto
Educação ambiental empreendedora: saberes, competência e responsabilidade social ao
desenvolvimento econômico sustentável. Promovendo-se a integração do saber
acadêmico com o saber popular, diante da inter-relação com outros atores: tais como
estudantes do ensino médio, movimentos sociais, grupos comunitários e a realidade das
organizações com os conteúdos abordados. Fomentou-se uma atitude protagonista e
crítica diante da realidade socioambiental vivenciada não apensas no âmbito escolar,
mas ampliando-se o conceito de educação à transformação positiva da realidade social
na qual o estudante encontra-se inserido, bem como a atuação profissional pautada na
cidadania, motivando a implementação de políticas públicas e evidenciando a função
social da educação superior.
Espera-se impactar fortemente a consciência da emergência da preservação
ambiental e de desenvolvimento econômico sustentável, enquanto instrumento de
cidadania e de sobrevivência no presente e das futuras gerações. Atuando-se, também,
na conscientização da importância da prevenção e formas de contenção de danos
ambientais, desastres e catástrofes.

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Compreender-se que não basta apenas reciclar, é preciso desmotivar o
consumismo-descartável que polui ciclicamente e ameaça a continuidade da vida, a
existência de recursos naturais, o nosso mundo e de gerações vindouras.
O presente estudo se caracterizou pela indissociabilidade da Extensão, Ensino E
Pesquisa a que o mesmo se propõe, conjunta à formação cidadã do estudante pela
produção e difusão de novos conhecimentos e novas metodologias aliadas à realidade
concreta.
Espera-se que o projeto executado possa se fortalecer num Programa de ações
contínuas de maneira a se contribuir para o desenvolvimento econômico-sustentável e a
consciência da necessidade preservação dos recursos naturais, consequentemente, do
mundo em que vivemos.

5 REFERÊNCIAS

ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 8ª ed. Rio de janeiro: Lúmen Júris,
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Acesso em 5 set. 2011.

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