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INTRODUÇÃO

A ética é um tema amplamente discutido e de extrema importância no equilíbrio social e


para a manutenção dos relacionamentos interpessoais. Desde as antigas civilizações, a ética vem
sendo estudada por pensadores nas diferentes sociedades existentes ao decorrer dos séculos. Com
a globalização dos mercados, ampliou-se o contacto entre as nações e seus respectivos povos e
culturas. Com isso o entendimento antropológico, como ciência da conduta humana, ganhou força
nas relações empresariais devido à diferença de padrões éticos e morais dos países. A ética
encontra-se em todos os aspectos da sociedade, principalmente no contexto profissional,
actualmente é usado como uma força em negócios bem-sucedidos.
Segundo Whitaker (2006), a ética tem sido encarada pelos administradores como
diferencial competitivo, o que gera a procura pelo estabelecimento e adesão de padrões éticos pelos
mesmos. Nos dias de hoje toda organização exige de seus funcionários atitudes condizentes com a
ética, com os valores morais da sociedade, e se comportem de acordo com as normas legais, com o
código de ética da sua profissão, e simultaneamente, com o código de ética proposta pela
organização. O profissional ético demonstra uma conduta repleta de responsabilidade, lealdade,
cidadania, integridade, transparência e respeito ao próximo.
A Ética é cada vez mais importante no mundo em que vivemos, especialmente no mundo
empresarial. Os desafios enfrentados hoje em dia pelo mundo do trabalho e preocupantes falhas
éticas que se sucedem exigem uma abordagem mais sofisticada aos dilemas éticos. A forma mais
prática para que a organização consiga difundir os seus valores morais é através da criação de um
código de ética para a organização, através do qual possa transmitir os seus valores, formalizando-
o num instrumento que também servirá para se distinguir perante as demais organizações.
O trabalho desenvolvido visa analisar dentro do contexto empresarial, a componente ética o
seu contributo na administração de empresas, visando no crescimento da organização. Sendo
assim, o problema desta pesquisa está estruturado em torno do seguinte questionamento: O modelo
de ética da DI-CLICK Design tem contribuído para o crescimento da sua administração

HIPÓTESES
Sendo as hipóteses respostas prévias para a nossa pesquisa, servirem como fundamento da
investigação. Assim sendo, para a nossa pesquisa formulamos as seguintes hipóteses:
H1. A empresa DI-CLICK Design possui um modelo de gestão que preocupa-se com o
melhoramento das questões éticas dentro da sua administração.
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H2. A DI-CLICK Design vê a ética como um componente impulsionador que visa contribuir para
o crescimento da sua administração.

OBJECTIVOS
O presente trabalho contempla dois objectivos, um objectivo geral e alguns objectivos
específicos, como abaixo são elencados.
O objectivo geral do presente trabalho visa analisar o modelo de ética da DI-CLICK Design
o seu impacto no desempenho comportamental dos funcionários da DI-CLICK Design.
Como objectivos específicos cabe destacar três principais a serem tratados no presente
trabalho:
 Descrever o modelo de ética da DI-CLICK Design;
 Como usar a ética no dia-a-dia de trabalho;
 Analisar as vantagens de ser uma empresa ética.

JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA


A escolha do tema baseou-se primeiramente pela necessidade de aprofundar os
conhecimentos académicos em matéria da ética empresarial nas empresas, perspectivando uma
actuação cada vez mas sólida e com espirito de cidadania, enquanto futura especialista em
Administração de Empresas. Diante da lacuna existente com respeito à literatura ligada ao tema,
não é demais afirmar que um trabalho desta natureza torna-se útil e mesmo necessário,
contribuindo para colocar esse importante tema no centro das discussões académicas, empresarias
e da sociedade como um todo.
A ética empresarial e o modo com que a mesma passou gradativamente a incorporar as
estratégias e objectivos despertou-me a necessidade de abordar esta questão, tendo em conta como
foco a DI-CLICK Design a fim de espelhar quais as consequências da adopção do modelo de ética
empresarial com intuito de dar alguma contribuição no que tange a elevação do desempenho
comportamental dos funcionários da DI-CLICK Design.

METODOLOGIA
Toda investigação científica necessita de métodos que permitam alcançar o fim que se
procura, não é possível obter um conhecimento racional sistemático e organizado actuando de qual
quer modo; é necessário seguir algum caminho concreto que nos aproxime a essa meta
Para o desenvolvimento da referida pesquisa, foram utilizados dois métodos:
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 No Quantitativo possibilitou o tratamento estatístico das respostas obtidas dos inquiridos,


o que resultou na elaboração de gráficos com a sua precisa fundamentação.
 No Qualitativo permitiu a colecta de dados a partir de livros e artigos disponíveis na
internet, visando a estruturação da parte teórica e questionário que serviu como instrumento
auxiliador dos métodos seleccionados do trabalho, no que tange a obtenção de dados
necessários junto dos inquiridos.
Tipo de Pesquisa: Foi utilizada a pesquisa descritiva que busca especificar propriedades
e características relevantes de qualquer fenómeno que se pretende analisar.
População: representa o grupo total dos elementos, de pessoas, que constituem o objecto
de um estudo. É o universo ou conjunto de fenómenos estudados ou a serem estudados, tais como:
objectos, ou acontecimentos ou pessoas que apresentam uma ou mais características comuns.
Assim sendo, a nossa população é constituída pelo conjunto dos funcionários da empresa DI-
CLICK Design, avaliados em 12 funcionários.
Amostra: é um conjunto de situações, objectos, indivíduos extraídos de uma população, e
que possuem características comuns. É o subconjunto de uma população. A nossa amostra foi
fixada de em 12 funcionários, dos quais (1 director geral e 11 colaboradores) dos quais 10 do
género masculino e 2 do género feminino, com idades iguais ou superiores aos 17 anos.

ESTRUTURA DO TRABALHO
Para atingir as metas propostas deste trabalho, o mesmo será estruturado em três capítulos:
No primeiro capítulo aborda sobre a fundamentação teórica e conceptual onde são definidos alguns
termos e conceitos para uma melhor compreensão do tema, abordando os aspectos históricos, e
informações relevantes à ética empresarial. Já no segundo capítulo trata do estudo de caso, tendo em
conta a análise e interpretação dos resultados.
Na conclusão confirmamos as hipóteses acima referidas, de formas a podermos ilustrar
com facilidade a concretização dos nossos objectivos. E, espelhamos aquilo que pensamos ser
fundamental para os futuros investigadores, olhem para este tema com muita preocupação e por
fim na bibliografia, apresentamos as fontes que usamos para fundamentar o nosso trabalho.

DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A presente pesquisa em questão, refere-se essencial mente a DI-CLICK Design,
contemplando o período que vai 2019 à 2020, respectivamente, tendo como alvo, os funcionários
da DI-CLICK Design.
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LIMITAÇÃO DA PESQUISA
Quanto a limitação, o nosso estudo não se transformou num guia único tendo em conta as
dificuldades encontradas no que concerne a bibliografias, ausências de dados para elaboração do
trabalho, indisponibilidade dos trabalhadores para o preenchimento do questionário, dificuldade
financeira e outras. O que não influenciou ou inviabilizou no alcance do propósito pretendido.
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CAPÍTULO – I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Este capítulo dedica-se a resgatar o conhecimento científico acumulado sobre ética, por se tratar do tema de fundo
deste trabalho. Desta forma, será apresentada a fundamentação teórica, trazendo a baila a definição conceitual de ética,
suas modalidades, e sua aplicação específica no âmbito empresarial, e mais especificamente o seu impacto no
desempenho comportamental dos trabalhadores dentro da administração.

1.1.DEFINIÇÃO DE CONCEITOS CHAVES


A linguagem torna-se compreensível com a definição de conceitos, assim, julgamos
necessário definir os seguintes conceitos da nossa pesquisa:
Segundo Vasquez (2002) “a Ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos
homens na sociedade”. A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e
culturais. Esta definição nos remete a duas questões segundo Passos (2004):
O primeiro relaciona-se com o papel que ela desempenha na sociedade, no sentido de
possibilitar um equilíbrio entre os anseios individuais e os interesses da sociedade, no
sentido de possibilitar um equilíbrio entre os anseios individuais e os interesses da
sociedade; assim, não existe uma moral individual; ela é sempre social, pois envolve
relações entre sujeitos. Diante disso, as normas morais são colocadas em função de uma
concepção teórica em vigor, que quase sempre a concepção dominante.

No segundo aspecto, é conhecido que os valores morais expressam uma cultura. Dessa
forma, variam historicamente, pois cada sociedade edifica suas normas a partir das suas crenças,
modelo social, formação económica e social. É nesse sentido que Vaz (1993) relembra que ética
desde sua acepção inicial dirigiu-se à cultura e foi entendida como morada do homem, como abrigo
protector do ser humano, ou seja, como condição de sobrevivência e de convivência social.
Segundo Rosini (2003, p. 146): A ética é definida como estudo de juízos de apreciação
referentes à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal,
relativamente à determinada sociedade, ou de modo absoluto. No ambiente corporativo, ela
procura guiar o individuo na tomada de decisões levando-se em conta o ponto de vista
predominante na sociedade, num determinado espaço de tempo.
Para ilustrar essa questão, tem-se mais uma contribuição de Rosini (2003, p. 147), que
registra “nas actuais economias nacionais e globais, as práticas empresariais dos administradores
afectam a imagem da empresa para qual trabalham”. Sendo assim, para a empresa competir com
sucesso nos mercados nacional e mundial, será preciso manter uma sólida reputação de
comportamento ético.
De acordo com Samba (2014, p. 22): A administração é um processo organizacional, pela
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qual se desempenha determinadas funções coordenadas para se atingir objectivos. Estás funções
são realizadas com base na posição hierárquica em que cada membro da organização encontra-se
posicionado. Os membros da organização são separados por departamentos e níveis
organizacional, mas aglomerados em uma única pirâmide a fim de realizar funções hiperligados
um ao outro. Francisco (2013, p. 58), empresa é um conjunto de seres humanos agrupados de
forma hierárquica que mobiliza meios humanos, materiais e financeiros para extrair, transformar,
transportar ou distribuir produtos ou bens e serviços e que servem os objectivos definidos por uma
direcção.

1.2. BREVE HISTORIAL SOBRE A ÉTICA


A palavra ética deriva do grego ethos e significa costume ou hábito. Estes dois termos são
entendidos como uma forma de comportamento, contudo ethos também pode ser interpretado
como lugar ou pátria onde se habita e/ou o carácter do indivíduo (forma de pensar ou ser). Segundo
Mercier (2006, p. 6), definiu ética enquanto reflexão dos fundamentos da moral como a ciência do
comportamento, dos costumes, a ética enquanto estudo teórico dos princípios que regulam as
escolhas práticas. A ética como conceito associado a uma determinada sociedade é definido como
“o conjunto das regras de conduta partilhadas e típicas dessa sociedade, regras que têm por base a
distinção do que é bom e mau”. Existem várias escolas que abordaram a ética e respectivos
pressupostos doutrinários, estando entre elas a escola clássica e a escola moderna.
Na escola clássica inserem-se o realismo aristotélico, ética estóica e epicurista e também o
idealismo platónico. O realismo aristotélico vê a ética como “a ciência da prática do bem”. A acção
é realizada porque se acredita estar a praticar o bem. O estóico defende que “a vida feliz é a vida
virtuosa, ou seja, viver conforme a razão. O essencial é a rectidão, a adequação à ordem intrínseca
do mundo, à lei natural, à lei divina que mede o que é justo e injusto” (Moreira, 1999, pp.33). De
acordo com a ética epicurista, o homem deve fazer aquilo que mais gosta. Todas as acções que
tenham como objectivo a obtenção de prazer são aceites, em particular os prazeres intelectuais
(Moreira, 1999). Para a escola clássica, o “bem” advém da condição natural do homem,
manifestando-se pelas potencialidades inatas adquiridas por via da prática das virtudes (Singer,
2000).
Na escola moderna, encontramos a doutrina da ética kantiana, utilitária, imparcial e o
egoísmo ético. No pensamento moderno, existem três abordagens: a abordagem deontológica,
teleológica e ética das virtudes. Estas três abordagens têm em comum o facto de o bem e o mal
serem definidos por normas absolutas, normas estas que assentam nos deveres morais dos
indivíduos e na utilidade das suas acções.
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1.3. MODALIDADES DA ÉTICA


A ética é dividida em algumas modalidades, fala-se muito de ética profissional e ética
comportamental. Segundo Vaz (1996, p.19):
O agir ético, tanto da comunidade quanto do indivíduo, compreendendo os costumes e
hábitos, exprimem a nossa situação fundamental como seres que habitam a morada do
ethos. É a vida do bem em organizações humanas. A vida plenamente humana.

A ética profissional trata dos direitos e dos deveres, dos profissionais, através da mesma é
que são criados os códigos éticos de cada profissão. Assim, os Códigos de Ética Profissional
(Camargo,1999) “estruturam e sistematizam as exigências no tríplice plano de orientação,
disciplina e fiscalização”. Estabelecendo parâmetros variáveis e relativos que demarcam o piso e
o tecto dentro dos quais a conduta pode ou deve ser considerada regular sobe o ângulo ético. Em
qualquer profissão, o Código de Ética, visa proteger o profissional e outra pessoa ou clientes.
Para Maximiniano (1997, p.294): “Códigos de Ética fazem parte do sistema de valores que
orientam o comportamento das pessoas, grupos e das organizações e de seus administradores”. Por
outro lado, as pessoas têm que dar a alma aos códigos para vivê-los.
De acordo com Sá (1996, p.136): Quando a consciência profissional se estrutura em
trígono, formado pelo amor à profissão, à classe e à sociedade, nada existe a temer quando ao
sucesso da conduta humana; o dever passa a ser uma simples decorrência das convicções plantadas
nas áreas recônditas do ser, ali depositadas pelas formações educacionais básicas.
A ética comportamental, é questão do ser ético em suas atitudes, da maneira em que o
individuo age diante das situações. A maioria das pessoas age com honestidade porque quer dormir
com a consciência tranquila- ou, então, tem medo das consequências, que podem resultar em actos
ilegais ou contrários à ética; afirma Jacomino (p.13, 2000).
O comportamento moral vai variar de acordo com os valores e princípios de cada individuo,
tendo a ética como uma protecção contra atitudes imorais, que possam prejudicar os outros. A
ética, assim, aceita a existência da história da moral, tomando como ponto de partida a diversidade
de morais no tempo, entendendo que cada sociedade tem sido caracterizada por um conjunto de
regras, normas e valores, não se identificando com os princípios e normas de nenhuma moral em
particular, nem adoptando atitudes indiferentes ou eclécticas diante deles (ALENCASTRO, 1997).
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1.4. A ÉTICA NA ORGANIZAÇÃO

1.4.1. Relação das organizações com a ética


A relação da Ética nas organizações envolvesse com a cultura organizacional de cada
empresa. Edgar Schein (1982) define cultura organizacional como a maneira pelo qual os membros
de uma empresa lida com problemas de integração interna e adaptações externas.
Segundo Fornari (p. 67, 2004), a forma como a organização trabalha adquirindo
experiências em situações diversas constrói a crença de cada organização, onde é desenvolvida no
modelo de gestão e tem como ponto inicial a missão e visão da organização. As organizações são
constituídas por indivíduos de diversas culturas, cultura essa formada pela influência regional,
familiar e organização onde actua.
Hofstede (1980), defende a ideia de que cada individuo forma sua cultura influenciada pela
família, escola, região onde vive e pela organização onde actua. A Cultura influenciará os grupos
diferenciando-os e permitindo que se mantenha a ordem social, tornando previsíveis os
comportamentos individuais. Os indivíduos estão sob efeitos das influências da cultura social. A
perspectiva cultural de cada individuo influência nas reacções diante dos dilemas éticos
(ROBERTSON, 2002).
Para Moreira (1999, p. 28), conceitua-se “ética empresarial como o comportamento da
empresa entendida lucrativa quando age de conformidade com os princípios morais e as regras do
bem proceder aceitas pela colectividade (regras éticas) ”. As pessoas devem comportar-se de
maneira ética para manter-se na sociedade, e assim tendo consciência da importância dos
relacionamentos para reconstrução da existência dentro da sociedade.
Segundo Srour (2003) é desafiador evitar actos que satisfaça interesses individuais e
egoístas. As organizações estão buscando praticar condutas éticas e passando aos seus
colaboradores essa importância para o alcance de objectivos em comum (empresa x colaborador),
sempre visando o bem de todos. Srour ressalta que “ser altruísta significa levar em consideração
os interesses da maioria, tomar decisões que beneficiam e não prejudiquemos demais e agir
visando ao bem-estar de todos”.
Portanto, o trabalho consistira em buscar a importância da ética nas relações de trabalho,
de forma, que a mesma possa trazer bem-estar, satisfação, credibilidade e confiança para todos, no
mercado de trabalho, desde de empregador, empregados e clientes.

1.4.2. Comportamento ético nas organizações


O comportamento ético nos negócios é definido como “comportamento que é coerente com
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os princípios, normas e práticas nos negócios aceites pela sociedade” (Treviño & Nelson, p.19).
De acordo com Lewis (1944), o comportamento ético deve ser aprendido, não sendo algo
intrínseco ao indivíduo. Se o líder apenas aprender com a cabeça e não com o coração o valor da
ética, será como um homem sem peito.
Existe um modelo integrativo desenvolvido por autores relativo à gestão e compreensão do
comportamento ético (Stead et al.,1990). Este modelo é composto por cinco componentes: factores
individuais, filosofia ética, ideologias de decisão ética, forças externas e factores organizacionais.
Ao analisar os factores individuais no modelo, verifica-se que a organização não tem controlo
relativamente aos factores individuais dos colaboradores. Os procedimentos de recrutamento e
selecção são as ferramentas que podem ser utilizadas para influenciar o carácter dos colaboradores.
A organização não controla também as filosofias éticas de cada colaborador, logo a mesma será
responsável por fomentar um clima moral entre colaboradores. Ainda de acordo com o modelo de
Stead, diversas variáveis organizacionais influenciam o comportamento ético entre os
colaboradores, por exemplo o seu histórico de decisão.
Determinadas teorias de aprendizagem social suportam a ideia que as decisões tomadas no
passado influenciam as decisões no presente e futuro (Jones,1985; Luthans & Krietner, 1985). O
histórico de decisão é situacional e individual. Situacional devido à solidez de estrutura (decisões
passadas) e individual pela influência do próprio “sistema” ético de cada indivíduo e respectivo
historial comportamental. Estas duas dimensões reforçam a ideia de alguns pesquisadores que
defendem o histórico de decisão como grande influenciador das decisões éticas tomadas pelos
indivíduos (Stead et al.,1987). Pelo facto de terem um impacto imediato no comportamento do
colaborador, estas variáveis demonstram ter forte influência nas decisões éticas feitas pelos
colaboradores, normalmente sobrepondo-se a variáveis individuais como a socialização e
personalidade (Treviño,1986; Hegarty, 1978; Stead et al.,1987).
Alguns autores sugeriram que o comportamento ético pode ser influenciado pela Força do
ego, pelo Maquiavelismo e Locus de controlo (Treviño, 1986; Hegarty & Sims,1978; Preble &
Miesing, 1984). Entende-se como Força do ego a capacidade individual para participar numa
actividade auto direccionada bem como a habilidade na gestão de situações stressantes
(Crandall,1973). O Maquiavelismo é definido como uma medida de falsidade e engano
(Robinson,1973). Por fim, Locus de controlo é um conceito psicológico que se refere a quão
fortemente as pessoas acreditam que têm controlo sobre as situações e experiências que afectam
as suas vidas (Levenson, 1974).
A pesquisa realizada relativa às teorias de aprendizagem social defendeu a ideia de que o
comportamento dos indivíduos é moldado pelos comportamentos das pessoas que são vistas como
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importantes, tais como: pais, irmãos, professores e chefia (Jones & Luthans,1985). Defendeu-se
fortemente que se o comportamento ético é desejado, então as medidas de desempenho e sistemas
de incentivos devem ser alteradas de forma a fomentar comportamentos éticos (Treviño, 1986;
Hegarty & Sims, 1978; Worrel et al.,1985).
Alguns investigadores como Lewin (1947), reconheceram há muito tempo a importância
de contextualizar na hora de compreender o comportamento nas organizações. Mischel (1977),
Schneider (1983), Cappelli & Sherer (1991), Rousseau & Fried (2001) e John (2001,2006)
atribuíram um papel crítico ao contexto organizacional na formação de uma vasta gama de atitudes
e comportamentos individuais. John (2001,2006) definiu contexto como “oportunidades e
constrangimentos que afectam a ocorrência e significado do comportamento organizacional bem
como as relações funcionais entre variáveis” (Tenbrunsel, 2006; De Cremer, 2006; John, 2006,
pp.386). Aristóteles defendeu que a aquisição de caráter ou virtude moral se dá através da prática
desses comportamentos. Os indivíduos tornam- se construtores ao construir, ou seja, tornam-se
éticos na medida em que participam em acções éticas (White, 1993).

1.4.3. Ética empresarial


A ética empresarial é o estudo dos padrões morais e de como estes se aplicam aos sistemas
e organizações através dos quais as sociedades modernas produzem e distribuem produtos e
serviços, e às pessoas que trabalham dentro das organizações (Vallance, 1995). O Centro de
Recurso de Ética (The Ethics Resource Center) referiu que “a ética empresarial diz respeito a
padrões e normas claros que ajudam os colaboradores a distinguir o comportamento certo do
errado no trabalho” (Joseph, 2003, pp.2).
A Ética Empresarial é algo de grande importância nas empresas nos dias de hoje, não
porque as organizações tornaram-se boazinhas e bem feitoras, mas sim porque a sociedade esta
mais consciente, e vem exigindo mais de seus direitos e as empresas por sua vez exigindo mais de
seus parceiros. Para Moreira (2002, p. 31):
Os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços de parceria empresarial, quer
com os clientes, quer com os fornecedores, quer ainda, com sócios efectivos ou potencias.
Isso ocorre em função do respeito que um agente ético gera em seus parceiros.

A Ética Empresarial não é somente uma relação de pessoas, é também a relação da empresa
perante a sociedade como um todo, na qual ela esta. A Empresa quando se instala em um
determinado lugar, ele não necessita somente da mão-de-obra qualificada de seus colaboradores,
ela precisa de vários recursos, espaço físico, recursos naturais, matérias-primas diversas, fontes
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energéticas, e os recursos humanos, do intelecto e esforço físico de seus colaboradores. Se a


empresa não tem uma postura ética e transparente, perante a todos os que estão envolvidos
directamente e indirectamente, essa empresa não será bem vista.
De acordo com Srour (2000, p.18), empresas éticas seriam aquelas que subordinam suas
actividades e estratégias a uma prévia reflexão Ética e agem de forma socialmente responsável. O
autor sugere que se pense, fale e pratique a ética, pois, dessa forma haverá coerência no que se fala
e no que se faz.
Nos dias actuais o que vemos são empresas de todas as partes do mundo, aqui em Angola.
As organizações têm que lidar com um outro problema, que é o choque cultural e as formas de
fazer negócios, nem sempre estão de acordo com a matriz da empresa, que fica em outros pais. Por
isso uma forma de ajudar nesse problema, as empresas vêm criando códigos de éticas corporativos.
Conforme Debeljuh (2003), à medida que se configura a cultura corporativa, a responsabilidade
de contribuir para o bem comum é de todos da empresa, não dependendo de acções individualizadas,
o que cria um ambiente favorável para a educação e para as virtudes. A autora defende a ideia
de que a cultura corporativa reforça e difunde acções virtuosas sem eliminar a liberdade de
cada um.
As empresas buscam serem éticas independentes de sua nacionalidade e ramo de actuação.
A ética é vista como um dos elementos fundamentais de sucesso de uma empresa. Grayson e
Hodges (2002, p. 69) afirmam que:
A consequência da perda de reputação das instituições- entre as quais instituições de
negócios- é que elas não podem mais esperar confiança e respeito automáticos. É preciso
adquirir e readquirir continuamente a credibilidade e a autoridade, o que requer um grau
mais alto de responsabilidade do que demonstrado hoje pela maioria.

Passos (2004) enfatiza que este bem intangível, a reputação, quando abalado, para o bem
ou para o mal, tem poder impactante sobre os valores tangíveis de uma empresa. A reputação de
uma empresa é construída ao longo do tempo, e é algo mais amplo do que sua imagem, afinal, com
uma boa propaganda, com apenas trinta segundos se constrói uma imagem. Já a reputação diz
respeito como as partes interessadas, tem suas expectativas reconhecidas e atendidas, o que
seguramente não acontece a curto prazo.
A Ética pode ser um diferencial como já dito, no mercado empresarial e profissional. Como
em geral a imagem da organização esta ligada directamente a empresa e aos seus profissionais, a
falta de ética pode comprometer consideravelmente o desempenho da mesma. Por isso é de grande
importância a ética empresarial ser vista como um elemento essencial para atingir metas e
objectivos, e garantir o sucesso perante todos.
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A ética empresarial tenta aplicar os princípios morais às actividades de negócio com o


objectivo de resolver, ou pelo menos, clarificar as questões morais que possam daí surgir. Os
princípios morais servem de critério para avaliar uma boa ou má prática de negócio. Um dos
princípios básicos da ética empresarial é a decência. A decência é definida como a manutenção de
padrões de comportamento decente por parte dos colaboradores, mas também de todos os
stakeholders.
Segundo Vallance, (1995), a decência diz respeito a um tratamento honesto e responsável
por parte daqueles que estão nas organizações a todos os stakeholders. Outro princípio importante
é a justiça tanto na distribuição das recompensas como nos privilégios e responsabilidades. A
justiça distributiva relaciona recompensa e contribuição, logo aqueles que mais contribuem para o
sucesso do negócio deverão ser recompensados na mesma proporção.
Existe uma visão de que a ética empresarial é uma espécie de oximoro, porque ética e
negócios são vistos como incompatíveis (Green,1994). Nos negócios, a preocupação principal é o
lucro e as regras morais convencionais são para desobedecer quando interferem na obtenção desse
fim. Também existe uma visão contrária, em que são condenáveis as práticas de negócio que
sobreponham o lucro à moralidade.
Neste caso, a ética é um conjunto de regras sociais, derivadas eventualmente da religião,
em que a pessoa moral coloca os seus interesses pessoais em último lugar. De George, 1987 e
Orwig 2002, argumenta que os valores, as tradições e as exigências da religião podem contribuir
para uma maior sensibilidade às práticas éticas, em todos os aspectos da vida do indivíduo.

1.4.4. A Ética Empresarial na Europa


A cultura europeia acreditou mais nas instituições do que na acção livre dos indivíduos como
motor de mudança social (Dubbink & Liedekerke, 2008). Não acreditou na possibilidade de um
indivíduo poder agir estruturalmente e atingir algo se for contra uma lógica institucional. Num
contexto de mercado, esta lógica institucional é definida pelas forças de mercado e orientada para
a maximização individual do lucro. Declinou também a razoabilidade das acções que vão contra
esta lógica. Na Europa, existiu uma forte crença de que algumas questões são de natureza colectiva
e, portanto, não devem ser resolvidas fora do âmbito do Estado (Dubbink & Liedekerke, 2008).
Os fundadores da ética empresarial na Europa foram Horst Steinmann (Alemanha), Peter
Ulrich (Suiça) e Henk van Luijk (Holanda). Eles foram os grandes iniciadores da transformação
da visão de que o individuo pode agir de forma estrutural e continuam a trabalhar nesse sentido.
Muitas vezes a ética empresarial também ignora a dimensão institucional. Parece não existir uma
teoria de mercado que congregue a dimensão institucional e a dimensão de agente.
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A transformação institucional da ética empresarial deve ser feita a três níveis. Em primeiro
lugar, deveria existir uma teoria política de mercado, explicando a importância da ética empresarial
num mercado livre liberal (normativamente falando). Em segundo lugar, a ética empresarial deve
ser posicionada numa conta macrossociológica do sistema de mercado. Em último lugar, a ética
empresarial deveria ser colocada a um nível meso-sociológico nas instituições. Relativamente a
este último nível, uma das questões mais relevantes nos próximos anos será: o que pode e deve
moralmente exigir do design institucional das instituições com vista ao nosso conhecimento do
padrão comum de comportamento humano? Uma das principais preocupações a ter em conta é a
falta de novos programas de pesquisa e novas questões de investigação na ética empresarial
(Dubbink & Liedekerke, 2008).

1.4.5. A Ética como estratégia?


Não existe uma ligação lógica entre o ser-se ético e ser-se bem-sucedido nos negócios. A
ética empresarial tem sido e está a ser cada vez mais falada e discutida. Tornou-se cada vez mais
difícil para os empresários ignorar a dimensão ética nos seus negócios. Vinten (1998) defendeu
que a ética empresarial tem potencial para se tornar uma componente significativa na estratégia e
cultura de uma organização.
Os stakeholders irão cada vez mais confiar e colocar o seu dinheiro onde existir ética. Max
DePree (1993) defendeu que:
“a liderança possui uma forte influência na vida dos outros, não importando a forma como
é feita”. James Collins (1991) referiram que “visão” e “liderança” são conceitos mal
compreendidos, pois muito se tem dito sobre os negócios visionários e respectiva
necessidade de líderes carismáticos.

Para este professor, a função de um líder é partilhar de forma objectiva a visão da


organização, de forma a assegurar o comprometimento por parte dos colaboradores para a
concretização dessa visão (Collins & Porras, 1991). O comprometimento ético pode ser uma
componente principal da visão do negócio, fazendo parte da sua estratégia de negócio. Pedem-se
“boas acções” em vez de “boas intenções”.
Sem um ideal ético, o negócio possui duas dimensões. A nível financeiro e organizacional
pode ser muito bom, mas só adquire ou vive uma espécie de “momento real” quando reconhece o
seu propósito, adquirindo assim o seu centro ético. A ética torna-se na terceira dimensão do
negócio.
As relações com os stakeholders têm uma enorme influência na direcção estratégica do
negócio. A ética empresarial não está separada do negócio em si, não devendo ser vista como algo
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dispensável ou extra. Ao lidar com problemas éticos, o próprio negócio precisa de repensar os seus
propósitos e aspirações, relacionando-os com a sua estrutura e estratégia (Collins & Porras, 1991).

1.4.6. Código de Ética


A sociedade humana, ao longo dos tempos, mudou conforme a forma de pensar e a maneira
de se comportar dos homens e das mulheres. Para cada área de suas vidas dentro de seus
respectivos colectivos, há comportamentos e atitudes que devem ser seguidos ou punidos conforme
seus costumes e suas moralidades. Estas, por sua vez, também serão modificadas ao longo dos
anos, por inúmeros factores sociais, políticos, económicos e culturais.
De acordo com Faria et. al (2014), que se utiliza do pensamento de Rodrigues Luño, ela
serviria para pensar os actos enquanto sendo bons ou maus, estudando-os em sua prática, criando-
se assim as normas. As maneiras de se pensar sobre ética foram modificadas ao longo dos séculos
por filósofos conhecidos, como Sócrates e Platão, religiosos como São Agostinho e São Tomás de
Aquino, chegando ao momento das revoluções industriais, onde nasceriam as denominações dos
grupos burgueses e dos proletários.
Percebe-se assim que o assunto não é algo imutável e acabado, mas que se transforma e
engloba os temas em voga da sociedade contemporânea. Actualmente, a ética além de ser pensada
sobre o âmbito humano também está presente dentro das organizações empresariais, na forma de
“ética empresarial” ou “ética organizacional”. Questiona-se então a necessidade da inclusão de um
modelo de ética dentro das empresas. Faria et. al (p.16, 2014) comentam que:
Tendo em vista que o actual cenário é caracterizado pela globalização e os processos
tornam-se cada vez mais dinâmicos, a questão ética passa a ser vista como estratégia pelas
empresas que desejam diferencial competitivo. É de suma importância a ética no contexto
organizacional, assim como a maneira que está inserida e exerce influência no
comportamento individual, nas relações trabalhistas e no relacionamento com a
sociedade.

Assim, temos que a ética, em termos gerais, é um aspecto necessário para o


desenvolvimento e sucesso de um empreendimento. O “comportamento individual” e o
“relacionamento com a sociedade” fazem parte das “relações trabalhistas”, dessa forma, é
necessário que estas relações alimentem tanto o sucesso da empresa diante da concorrência quanto
o bem-estar dos seus comandantes e dos seus comandados.
Código de Ética do Profissional, segundo Mendes (2001) apud Faria et. al (2014), afirmam
que: “A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com sua clientela,
visando dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sociocultural onde exerce sua
15

profissão, atingindo toda profissão”. A ética empresarial vem a colaborar como um “conjunto de
formas de proceder das empresas em relação aos seus públicos” (HUMBERG, 2009, p.9).
Dessa forma, tanto a forma individual de actuação do empregado e do líder quanto da
empresa em si diante da concorrência e seu público são alvos de regras e de indicações
comportamentais que tem por objectivo melhorar as acções dentro dos seus negócios. Assim, a
construção de um código de ética se torna importante não somente para trabalhar valores
tradicionais de uma sociedade, mas de auxiliar a todos a conviver com atitudes que expressem a
vontade construtiva em suas corridas para o sucesso.
Para Farah (2011, p. 1), cabem as comissões de ética a criação, implantação e divulgação
dos códigos de ética, além de esclarecer sobre possíveis dúvidas de seu conteúdo. Nela deve conter
o amparo aos deveres e direitos, respostas e atitudes coercitivas, como as punições, as atitudes que
forem consideradas erradas pela comissão. Ibidem (2011), esclarece sobre esses pontos quando
estabelece três metas do código:
a) Princípios e regras de conduta a serem observados pelos membros da organização em suas
relações internas e externas;
b) O que fazer em caso de dúvida sobre seus preceitos; e,
c) Providências que os funcionários deverão adoptar no caso de tomarem conhecimento de
uma infracção ética.
De acordo com Humberg (2009), deve-se então estar presentes para a construção do código
pessoas que actuam nas diversas áreas da filosofia, do jurídico, auditoria, profissionais de relações
públicas e comunicação organizacional. Embora na prática, o que se vê, é a ausência da
participação de pessoas que lidem com as relações e com a comunicação organizacional.
Dessa forma, segundo Farah (2011), compreende-se que a ética empresarial desenvolvida
na empresa, terá como consequência a criação de um conjunto de formas de proceder da empresa
destacando-o diante de outras empresas de mesmo ramo. Diante disso, compreende-se a
flexibilidade das empresas em formular suas regras de conduta de maneira particular e que as
beneficiem.
Portanto, faz-se necessário que os actuantes das comissões de ética estejam a par das
mudanças não somente económicas, mas sociais e culturais próprios e de seus empregados. Pensar
em formas de o conhecimento sobre as regras e a importância de agir conforme as prerrogativas
da empresa chegar a todos são importantes. Além disso, o empreendimento particular deve estar
aberto as “diversas vozes” que compõe uma empresa, para que os aspectos qualitativos dos
serviços e produtos ofertados cheguem ao consumidor final de forma que a índole empresarial seja
lembrada de forma positiva.
16

1.4.7. Responsabilidade social empresarial


A responsabilidade social empresarial, é algo ligado directamente a postura ética de uma
empresa. Para Ferrel (2000), responsabilidade social é a obrigação que a empresa assume com a
sociedade. Isso implica que as empresas devem maximizar os efeitos positivos e minimizar os
efeitos negativos de suas acções.
Numa definição ampla, Melo Neto e Brennand (2004), afirmam que a responsabilidade
social: É uma actividade favorável ao desenvolvimento sustentável, à qualidade de vida no
trabalho e na sociedade, ao respeito às minorias e aos mais necessitados, à igualdade de
oportunidades, à justiça comum ao fomento da cidadania e respeito aos princípios e valores.
O senso de responsabilidade social porém, não é sustentado apenas pelos resultados que
possa produzir. Trata-se de uma questão de princípios. Duarte e Dias (1986) concordam:
É claro numa sociedade informada e critica como actual, uma postura socialmente
responsável constitui a melhor base para uma sólida imagem e para aceitação
social da empresa. Mas este e outros benefícios que possam advir a empresa não
são determinantes de sua actuação, quando ela age em função de sua
responsabilidade social.

De acordo com Certo e Peter (1993), responsabilidade social é a obrigação administrativa


de tomar atitudes que protejam e promovam os interesses da organização juntamente com o bem-
estar da sociedade como um todo. A responsabilidade social empresarial de hoje é diferente da do
passado, porém seus objectivos devem estar ligados à ideia do bem-estar social.
Segundo Benedito (1997), toda empresa tem uma responsabilidade social. É seu dever
pensar no bem-estar da sociedade, e não apenas no lucro. A preocupação com o social passou a
ser até uma questão de sobrevivência. É uma forma de “marketing”. A responsabilidade social
pode ser definida como dever da empresa em ajudar a sociedade a atingir seus objectivos. É uma
maneira de a empresa mostrar que não existe apenas para explorar recursos económicos e
humanos, mas também para contribuir com o desenvolvimento social. É, em síntese, uma espécie
de prestação de contas.
As empresas existem para atender às necessidades dos indivíduos e da sociedade, por meio
de produtos, serviços e acções que contribuam para um desenvolvimento económico e ambiental
sustentável, além de socialmente mais justo. Dentre os objectivos empresarias, deve haver uma
concentração de esforços a fim de contribuir de forma inovadora e exemplar para o
aperfeiçoamento da sociedade, provocando mudanças de atitudes e de valores que materializem o
ideal de uma sociedade mais justa.
17

1.4.8. Responsabilidade social com o público interno e externo


Como temos visto nos factores, um dos mais importantes para uma empresa nos dias
actuais, é o seu capital humano, ou seja, os seus colaboradores. A empresa socialmente responsável
deve preocupar-se com seu público interno. As pessoas, como o diferencial de uma organização,
devem ser valorizadas e motivadas, a fim de obter um maior sucesso nos objectivos da organização.
O tratamento dos funcionários com dignidade, responsabilidade e liberdade de iniciativa deve fazer
parte da cultura da empresa. A responsabilidade social com seu público interno resulta em maior
produtividade, comprometimento e motivação, assim como numa menor rotatividade de mão-de-
obra o que afecta de forma positiva a qualidade dos produtos e serviços prestados pela organização.
Para o público externo a responsabilidade social da empresa na comunidade deve ser
condizente com seus valores e prioridades, podendo ser realizada directamente, mediante apoio
material e de serviços a projecto comunitários voltados a crianças e adolescentes carentes,
educação, saúde e trabalho. Outra forma é disponibilizar seus funcionários para trabalho
voluntários que tragam algo positivo para comunidade. As empresas devem focar na sua
responsabilidade social em sua cadeia de negócios, englobando preocupações com os diversos
stakeholders - accionistas, funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores,
comunidade, governo e meio ambiente- buscando entender e incorporar suas demandas de
negócios. Roddick (2002) vai mais além, ao entender que a mudança social consiste no foco central
da responsabilidade social das empresas, independente de um rótulo socialmente responsável,
socialmente consciente, ou socialmente reflexivo, o que nos importa é mostrar que as empresas
devem se transformar em força voltada para uma mudança social positiva.
A transmissão dos valores éticos deve estar no cumprimento de contractos e no
relacionamento com os parceiros. Alem disso a empresa socialmente responsável deve actuar com
transparência política, estimular a cidadania na sociedade, alem de não oferecer ou receber
propinas. Já a responsabilidade social empresarial com os clientes esta relacionada ao
desenvolvimento de serviços e produtos confiáveis, que não provoquem danos e expectativas
excessivas aos seus usuários e à sociedade, que contenham informações detalhadas nas embalagens
e acções publicitárias correctas.
Segundo Miranda (2000): Essa preocupação ganhou destaque em movimentos de
consumidores-cidadãos, como o Movimento Consumista, através da sociedade de que o consumo
possui implicações sociais e de consumidores, enquanto cidadãos, devem buscar o fortalecimento
de seus direitos. Uma vez que os consumidores julgam cada vez mais a reputação da empresa nas
decisões de compra, a responsabilidade social é considerada questão estratégica de sobrevivência
para a mesma.
18

CAPÍTULO – II – TRATAMENTO DA PESQUISA


Este capítulo ressalta fundamentalmente a descrição geral da DI-CLICK Design, o estudo de caso com enfase no
modelo de ética impacto no desempenho comportamental dos funcionários da DI-CLICK Design
e sucessivamente a analise dos dados colectados através do inquérito realizado.

2.1. CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DA PESQUISA


A DI-CLICK Design Prestação de Serviços surge com a necessidade de uma nova empresa
no sector gráfico para o município de Kilamba Kiaxi, visto que o mesmo carecia de uma empresa
neste sector. Foi criada e inaugurada, aos 30 de Julho de 2013, pelo senhor Diassilau Manuel
Pascoal.
Situado no Bairro Golfe I, município de Kilamba Kiaxi província de Luanda-Angola, A
DI-CLICK Design é uma organização dinâmica, aberta à comunidade e ao meio que o envolve e
do qual participa. A DI-CLICK Design, presta serviços de serigrafia e design gráfico. A empresa
conta com 12 funcionários para o seu quadro de pessoal, dos quais, 1 director geral, 7 técnico, 1
secretária, 1 auxiliar de limpeza e 2 efectivos de segurança.
A evolução da empresa assenta na conservação e valorização das suas instalações, na
procura da melhoria dos seus serviços e na optimização gradual das práticas neste sector.
A missão da DI-CLICK Design, é de oferecer as melhores soluções em serviços gráficos para
atender as necessidades dos clientes. A DI-CLICK Design é orientada com tecnologias modernas,
qualidade, rapidez e confiabilidade dos serviços, e a sua ambição é estar entre as melhores
empresas do sector da província de Luanda.

2.2. ANALISE DOS DADOS INQUIRIDOS


As respostas foram obtidas mediante os questionários aplicados. Apresentação dos dados
colectados segue a ordem das perguntas da entrevista, que, como já foi exposto na metodologia,
segmenta-se em dez perguntas.
19

Tabela nº 1. Distribuição dos inquiridos por nível de formação.

Formação Frequências Percentagens


Ensino de Base 0 0

Ensino Médio 10 83

Ensino Superior 2 17

Total 12 100

100

90 83

80

70

60

50

40

30
17
20
0
10
Ensino de Base Ensino Médio Ensinio Superior

Fonte: elaboração própria, 2019.

Os dados da tabela n.º 1 e do seu gráfico mostram que 83% dos funcionários da DI-CLICK
Design inquiridos têm o ensino médio concluído, sendo 17% têm o ensino superior.
Como podemos constatar que a maioria dos funcionários inquiridos têm o nível médio
concluído, podemos ver que fica facilitado para a organização atingir níveis consideráveis de
produtividade. Sendo o objectivo da organização é fornecer serviço de qualidade e por excelência,
tendo funcionários com nível académico médio é um veículo facilitando na participação direita e
responsável nos objectivos, missão e a visão da organização.
20

Tabela nº 2. Distribuição dos inquiridos por tempo de serviço na DI-CLICK Design.

Tempo de serviço Frequências Percentagens


0 – 3 Anos 0 0

3 – 6 Anos 0 0

6 – 8 Anos 12 100

Total 12 100

100
100

90

80

70

60

50

40

30

20
0 0
10
0 - 3 anos 3 - 6 anos 6 - 8 anos

Fonte: elaboração própria,2019.

Os dados da tabela n.º 2 e do seu gráfico mostram que todos 100% os funcionários da DI-
CLICK Design inquiridos estão a trabalhar numa margem de 6 á 8 anos de serviços na organização.
Como podemos constatar com esses dados, o facto de todos os funcionários terem o mesmo tempo
de serviço na organização facilita na relação laboral entre os colaboradores, uma vez que todos
eles estão a acompanhar o crescimento da organização e sentem-se parte integral da mesma, o que
constitui numa fonte de motivação que pode aumentar os seus níveis de rendimento laboral.
21

Tabela nº 3. A DI-CLICK Design tem aplicado a ética no seu dia-a-dia de trabalho?

Opiniões Frequências Percentagens

Sim 3 25

Não 8 67

Talvez 1 8

Total 12 100

100

90

80
67
70

60

50

40

30 25

20
8
10
Sim Não Talvez

Fonte: elaboração própria, 2019.

O dado da tabela n.º 3 e do seu gráfico mostram-nos que 67%, dos funcionários da DI-
CLICK Design inquiridos, dizem que a DI-CLICK Design não tem aplicado a ética no dia-a-dia de
trabalho, sendo que 25%, dizem que sim é 8% optam para o mais ou menos.
Com estes dados podemos compreender que a maioria dos inquiridos defende que a DI-
CLICK Design não aplica a ética no seu dia-a-dia laboral. Com isto, afecta directamente no
desempenho comportamental dos funcionários e consequentemente compromete o crescimento da
organização.
22

Tabela nº 4. Dentro do modelo de gestão da DI-CLICK Design, existem normas que defende
a implementação da ética empresarial no que concerne a transparência nos negócios, e no
desempenho comportamental dos funcionários?

Opiniões Frequências Percentagens


Sim 3 25

Não 7 58

Nem tanto 2 17

Total 12 100

100

90

80

70
58
60

50

40

30 25
17
20

10
Sim Não Nem tanto

Fonte: elaboração própria, 2019.

O dado da tabela n.º 4 e do seu gráfico mostram-nos que 58%, dos funcionários da DI-
CLICK Design inquiridos, concordam que existem normas que defendem a importância da ética
na transparência dos negócios, e na transmissão de informação, para 25% dos inquiridos não
existem normas que defendem a importância da ética na transparência dos negócios, e na
transmissão de e 17%, dos inquiridos dizem que nem tanto. A transmissão dos valores éticos deve
estar no cumprimento de contractos e no relacionamento com os parceiros. Alem disso a empresa
socialmente responsável deve actuar com transparência política, estimular a cidadania na
sociedade, alem de não oferecer ou receber propinas. Deste modo o comprometimento ético pode
ser uma componente principal da visão do negócio, fazendo parte da sua estratégia de negócio.
23

Tabela nº 5 A DI-CLICK Design vê a ética com um factor competitivo que visa contribuir e
impulsionar para o crescimento da organização?

Opiniões Frequências Percentagens


Sim 9 75

Não 3 25

Total 12 100

100

90

80 75

70

60

50

40

30 25

20

10
Sim Não

Fonte: elaboração própria, 2019.

O dado da tabela n.º 5 e do seu gráfico mostram-nos que 75% dos funcionários da DI-
CLICK Design inquiridos concordam que a ética contribui para o crescimento da organização e
25% defendem o contrário. O que a tabela e o seu gráfico nos apresentam mostram-nos que a DI-
CLICK Design vê a ética como uma ferramenta essencial para o crescimento da organização.
As organizações que buscam praticar condutas éticas e passando aos seus colaboradores essa
importância para o alcance de objectivos em comum (empresa x colaborador), sempre visando o
bem de todos. Se a empresa não tem uma postura ética e transparente, perante a todos os que estão
envolvidos directamente e indirectamente, essa empresa não será bem vista.
24

Tabela nº 6. A DI-CLICK Design preocupa-se com o melhoramento das


questões éticas da organização?

Frequências Percentagens
Opiniões
Sim 0 83

Não 10 0

Talvez 2 17

Total 12 100

100

90 83

80

70

60

50

40

30
17
20
0
10
Sim Talvez Não

Fonte: elaboração própria, 2019.

Os dados da tabela nº 6 e do seu gráfico mostram-nos que 83% dos funcionários da DI-
CLICK Design inquiridos disseram que a empresa DI-CLICK Design não preocupa-se com o
melhoramento das questões éticas dentro da organização e 17% dizem que talvez. Com esses dados
podemos afirmar que a maioria dos inquiridos, como mostra a tabela e o seu gráfico apontam que
a DI-CLICK Design não se preocupa com o melhoramento das questões éticas dentro da
organização. De acordo com Srour (2000, p.18), empresas que se preocupam com as questões
éticas são aquelas que subordinam suas actividades e estratégias a uma prévia reflexão Ética e agem
de forma socialmente responsável. O autor sugere que se pense, fale e pratique a ética.
25

Tabela nº 7. Os gestores da DI-CLICK Design conversam sobre ética empresarial e


comportamento éticos com os colaboradores?

Opiniões Frequências Percentagens

Sim 0 0

Não 10 83

Mais ou menos 2 17

Total 12 100

100

90 83

80

70

60

50

40

30
17
20
0
10
Sim Não Mais ou menos

Fonte: elaboração própria, 2019.

Quanto ao diálogo sobre a ética empresarial com os colaboradores, 83% disseram que os
gestores não têm conversado sobre ética empresarial e 17% disseram mais ou menos. Como podemos
constatar a maioria dos nossos inquiridos dizem que não dialogo sobre a ética empresarial dentro da
organização. Segundo Moreira (2002, p.31): os procedimentos éticos facilitam e solidificam os
laços de parceria empresarial, quer com clientes, quer com fornecedores, quer ainda com sócios
afectivos ou potenciais. A construção de um código de ética se torna importante não somente para
trabalhar valores tradicionais de uma sociedade, mas de auxiliar a todos a conviver com atitudes que
expressem a vontade construtiva em suas corridas para o sucesso.
26

Tabela nº 8. A DI-CLICK Design tem divulgado o código de ética, normas e valores no


processo de recrutamento e selecção pessoal?

Opiniões Frequências Percentagens

Sim 5 42

Não 7 58

Total 12 100

100

90

80

70
58
60

50 42

40

30

20

10
Sim Não

Fonte: elaboração própria, 2019.

Sobre a divulgação do código de ética e os valores éticos da organização dos nossos


inquiridos 58% dos mesmos negam esta afirmação, dizendo que não tem sido informando, e 42%
afirmam, dizendo que têm foram informados.
Observando os dados da tabela nº 8, constatamos que a maioria dos nossos inquiridos não
foram informado desde o princípio sobre o código de ético, normas e valores da organização.
O Centro de Recurso de Ética (The Ethics Resource Center) referiu que a divulgação do código
de ética, normas e valores ajudam os colaboradores a distinguir o comportamento certo do errado no
trabalho.
27

Tabela nº 9. A DI-CLICK Design possui código de ética empresarial?

Opiniões Frequências Percentagens

Sim 3 25

Não 9 75

Total 12 100

100

90

80 75

70

60

50

40

30 25

20

10
Sim Não

Fonte: elaboração própria,2019.

Os dados da tabela nº 9 mostram que 75% dos nossos inquiridos não reconhecem a existência do
código de ética empresarial na organização, 25% reconhecem a existência do código de ética empresarial.
Quanto aos nossos inquiridos, os dados demonstram claramente a falta do código de ética empresarial.
Assim, a construção de um código de ética se torna importante não somente para trabalhar valores
tradicionais de uma sociedade, mas de auxiliar a todos a conviver com atitudes que expressem a vontade
construtiva em suas corridas para o sucesso. Os trabalhadores nos dias actuais buscam uma empresa que
tenha uma postura ética no seu dia-a-dia de trabalho, e não somente uma postura teórica. Normalmente antes
de ingressar numa empresa, o candidato busca saber como são feitos os negócios da organização, buscando
saber se a mesma tem um ponto de vista ético, como isto é posto em prática, porque o que sabemos é que
uma empresa pouco transparente não pode garantir sua sobrevivência no mercado.
28

Tabela nº 10. O comprometimento ético traduz-se num referencial competitivo para a


organização?
Opiniões Frequências Percentagens

Sim 8 67

Não 3 25

Talvez 1 8

Total 12 100

100

90

80
67
70

60

50

40

30 25

20
8
10
Sim Não Talvez

Fonte: elaboração própria,2019.

Os dados da tabela nº 10 mostram que 67% dos nossos inquiridos reconhecem que o
comprometimento ético traduz-se num referencial competitivo para a organização, sendo que 25%
não e 8% talvez. A partir destes dados podemos constatar que a maioria dos nossos acreditam que
o comprometimento ético é um referencial competitivo para a organização.
. Segundo Moreira (2002, p.31): os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços
de parceria empresarial, quer com clientes, quer com fornecedores, quer ainda com sócios
afectivos ou potenciais.
29

2.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A análise e interpretação dos dados da pesquisa levaram - nos a constatar que a maioria
dos colaboradores inquiridos são técnicos médio e têm um tempo de serviço igual a 6 anos, como
mostram os dados da tabela nº 1 e 2, o que de certo modo pode facilitar a organização no alcance
dos objectivos traçados, fazendo uso dos conhecimentos adquiridos no ensino médio.
Relativamente aplicação da ética no seu dia-a-dia de trabalho, os nossos inquiridos, na sua maioria
defende que a DI-CLICK Design não tem aplicado a ética no dia-a-dia de trabalho, o que afecta
directamente no desempenho comportamental dos funcionários e consequentemente compromete o
crescimento da organização (ver tabela nº 3).
Quanto a existência da ética no que concerne a transparência nos negócios, e no
desempenho comportamental dos funcionários, a maior dos inquiridos responderam que não
existem a implementação da ética nos negócios. A transmissão dos valores éticos deve estar no
cumprimento de contractos e no relacionamento com os parceiros. Deste modo, o
comprometimento ético pode ser uma componente principal da visão do negócio, fazendo parte
da sua estratégia de negócio (ver tabela nº 4). O dado que a tabela e o gráfico nº 5, demonstra-nos
que a DI-CLICK Design vê a ética com um factor competitivo que visa contribuir e impulsionar
para o crescimento da organização. Dessa forma, segundo Farah (2011), compreende-se que a
ética empresarial desenvolvida na empresa, terá como consequência a criação de um conjunto de
formas de proceder da empresa destacando-o diante de outras empresas de mesmo ramo. Diante
disso, compreende-se a flexibilidade das empresas em formular suas regras de conduta de maneira
particular e que as beneficiem.
A maioria dos inquiridos, como mostra a tabela e o seu gráfico n.º 6 apontam que a DI-
CLICK Design não se preocupa com o melhoramento das questões éticas dentro da organização.
De acordo com Srour (2000, p.18), empresas que se preocupam com as questões éticas são
aquelas que subordinam suas actividades e estratégias a uma prévia reflexão Ética e agem de
forma socialmente responsável. Quanto ao diálogo sobre a ética empresarial e a divulgação da
ética como mostra a tabela nº 7 e 8, a maioria dos nossos inquiridos disseram que os gestores não
têm conversado sobre ética empresarial e não se divulgado a mesma. Como podemos constatar
segundo Moreira (2002, p.31): os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços de
parceria empresarial, quer com clientes, quer com fornecedores, quer ainda com sócios afectivos
ou potenciais. A construção de um código de ética se torna importante não somente para trabalhar
valores tradicionais de uma sociedade, mas de auxiliar a todos a conviver com atitudes que
expressem a vontade construtiva em suas corridas para o sucesso.
30

Quanto aos nossos inquiridos, os dados da tabela nº 9, demonstram claramente a falta


do código de ética empresarial. Os trabalhadores nos dias actuais buscam uma empresa que
tenha uma postura ética no seu dia-a-dia de trabalho, e não somente uma postura teórica.
Normalmente antes de ingressar numa empresa, o candidato busca saber como são feitos os
negócios da organização, buscando saber se a mesma tem um ponto de vista ético, como isto é
posto em prática, porque o que sabemos é que uma empresa pouco transparente não pode
garantir sua sobrevivência no mercado.
A partir dos dados da tabela nº 10 podemos constatar que a maioria dos nossos acreditam
que o comprometimento ético é um referencial competitivo para a organização. Os procedimentos
éticos facilitam e solidificam os laços de parceria empresarial, quer com clientes, quer com
fornecedores, quer ainda com sócios afectivos ou potenciais, Segundo Moreira (2002, p.31).
31

CONCLUSÃO
Os trabalhadores são vistos como um diferencial nas empresas, é o capital humano um dos
bens mais valiosos no mundo dos negócios. Quando esses se sentem seguros com a postura, da
organização, a mesma, se torna mais produtiva e mais lucrativa. Contudo algo tão antigo tem tido,
grande destaque em pleno século XXI. A ética como visto, é um ponto muito importante nas
relações de trabalho, desde sua vivência diária, até para a segurança e valorização do capital
humano, esse bem tão precioso. Devemos conhecer e aplicar a ética, mas também fazer brotar a
paixão e o compromisso, com a área e com a sociedade a qual servimos. Uma pessoa, uma empresa
e uma sociedade que busca ter atitudes éticas, só tem a ganhar.
Relativamente aos nossos inquiridos, concluímos que a ética contribui para o crescimento
da organização. Esta conclusão leva-nos a confirmar a nossa segunda hipótese que afirma que a
DI-CLICK Design se preocupa com o melhoramento das questões éticas dentro da organização.
Por outro lado, ficou rejeitada a primeira hipótese da pesquisa, a DI-CLICK Design possui um
modelo de gestão que preocupa-se com o melhoramento das questões éticas dentro da sua
administração, uma vez que ficou comprovada que a DI-CLICK Design não aplica a ética
empresarial no dia-a-dia laboral.
32

SUGESTÕES

Em conformidade com os dados apresentados e as conclusões da pesquisa, sob forma de


maximizar e/ou melhorar a ética empresarial para o maior crescimento da organização, sugerimos
o seguinte:
 A implementação de um código de ética empresarial;
 Que seja promovida e divulgação a ética empresarial no dia-a-dia laboral no seio da
organização;
 Que haja melhoria no modelo de gestão no que concerne a implementação da ética nos
negócios e na transmissão de informação.
33

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Atlas, 2003. PINHO, Raquelina C. Arruda (fac.).


Monografia (Graduação no curso de Secretariado Executivo) – Faculdade de Economia,
Administração, Actuárias, Contabilidade e Secretariado Executivo, Universidade Federal do
Ceará, Fortaleza, 2014.

MELLO, Leila Mara. Ética nos negócios. Ed, Curitiba: IESDE Brazil S.A,2007. MELLO, Leila
Mara. Ética nos Negócios. Ed, rev, Curitiba, PR: IESDE Brasil S.A,2012.

REGINATTO, V. A. Análise do conteúdo do código de ética dos profissionais da Administração.


2012. Trabalho de conclusão de Curso (Graduação do curso de Administração) – Departamento
de ciências Administrativas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
Disponível em: Acesso em 02 de Junho de 2016.

SÁ, António Lopes Ética Profissional 7 ed. São Paulo: Atlas, 2007 SILVA, J. E. O. Ética e Sigilo
profissional na actuação do Secretário Executivo. 2014.

ROCHA, António da Silva. Ética Deontologia e Responsabilidade social, Ed. Porto: vida
econômica,2010.

PASSOS, E- Ética nas Organizações. São Paulo, Editora Atlas, 2004.

Percepção de estudantes de Administração sobre o ensino de ética geral e profissional e


conhecimento do código de ética do Administrador. Convibra, 2014. Disponível em: . Acesso
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VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 8.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985.

. Ética.17 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1989 . Ética.17 ed. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997 WEBER, Max.
35

APÊNDICE
36

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA

LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

O presente questionário faz parte de uma pesquisa de trabalho de fim de curso de


Licenciatura, intitulado, “O contributo da Ética na administração de Empresa”.

Solicito portanto sua fundamental colaboração respondendo-o. Suas respostas serão


utilizadas para uso restrito de pesquisa.

Desde já agradecemos a sua atenção e colaboração.

1. Distribuição dos inquiridos por nível de formação:


Ensino Base_____ Ensino médio _____Ensino Superior _____

2. Distribuição dos inquiridos por tempo de serviço na DI-CLICK Design


0 – 3 anos _____ 3 – 6 anos _____ 6 – 8 anos

3. A empresa Di-click tem aplicado a ética no seu dia – a - dia de trabalho


Sim _____ Não_____ Talvez _____

4. Dentro do plano estratégico da DI-CLICK Design, existem normas que defendem a importância
da ética no que concerne a transparência nos negócios, e na transmissão de informação?
Sim_____Não_____Nem tanto _____

5 Tabela nº5 A DI-CLICK Design vê a ética como um factor impulsionador que visa contribuir
para o crescimento da organização?
Sim_____Não_____

6. A DI-CLICK Design preocupa-se com o melhoramento das questões éticas da organização?


Sim_____Não_____Talvez_____
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7. Os gestores da DI-CLICK Design conversa sobre ética empresarial e valores éticos com os
colaboradores?
Sim_____Não_____Mais/menos _____

8. O código de ética, normas e valores da DI-CLICK Design são divulgadas ou apresentadas no


processo de recrutamento e selecção pessoal?
Sim_____ Não_____

9. A DI-CLICK Design possui código de ética empresarial?


Sim _____ Não _____

10. O comprometimento ético traduz- se num referencial competitivo para organização


Sim _____ Não_____ Talvez____
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ANEXOS

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