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DE TRABALHO
RC: 25434
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/etica-nas-relacoes
CONTEÚDO
ARTIGO ORIGINAL
RESUMO
Esse estudo tem por objetivo analisar a relevância da ética no ambiente de
trabalho. Para atingi-lo, foram identificados os seguintes objetivos
específicos: analisar conduta ética no trabalho, seguindo padrões e valores
tanto da sociedade, quanto da própria organização; apresentar estratégias
para a melhor aplicação da ética no ambiente de trabalho; demonstrar que
não basta apenas estar em constante aperfeiçoamento para conquistar
credibilidade profissional é preciso assumir uma postura ética dentro de uma
organização. A situação-problema elaborada para ser respondida foi a
seguinte: qual é a relevância da ética no ambiente de trabalho? Os resultados
obtidos foram no sentido de que a ética é afeta ao bom senso, devendo ser
aplicada e incentivada na organização como um todo, havendo, ainda,
estreita relação com o relacionamento interpessoal, o que a faz surgir como
fundamento para a excelência desse no contexto organizacional. Pode-se
concluir desse modo, que a ética é relevante no ambiente de trabalho na
medida em que apresenta a todos atitudes e comportamentos a serem
adotados em prol de uma ótima convivência social, sendo comum, nas
organizações contemporâneas, a adoção de códigos de ética, a serem
seguidos por todos na empresa, que dão tal delineamento às relações
interpessoais firmadas no ambiente profissional.
INTRODUÇÃO
O tema desse estudo é “Ética nas relações pessoais no ambiente de
trabalho”. A situação-problema elaborada para ser respondida é a seguinte:
qual é a relevância da ética no ambiente de trabalho?
DEFINIÇÕES DE ÉTICA
Segundo Aranha (2009), as pessoas valoram constantemente as coisas e
outras pessoas. Tais valores, de acordo com a autora, podem ser unitários,
lógicos, afetivos, estéticos, religiosos, econômicose éticos.
Para Sá (2005, p. 17), uma definição para o termo ética seria de “ciência da
conduta humana perante o ser e seus semelhantes”.Arruda, Whitaker e
Ramos (2003), por sua vez, defendem que a ética consiste no estudo do
comportamento humano no âmbito de uma dada sociedade, tendo como
objetivo o estabelecimento de normas que possam garantir a convivência
pacífica em sociedade e entre elas. Nesse contexto, segundo os autores, a
ética seria o ramo da ciência que busca investigar os valores e códigos
morais que subjugam os indivíduos, abrangendo, também, os
comportamentos individuais conforme a moral que é inserida em determinada
sociedade, durante o decurso de um período histórico. É sob esta
perspectiva, ainda segundo os autores, que ética e moral se correlacionam,
mas não se confundem.
Para Vásquez (1999), os problemas éticos tem a generalidade como
característica. Desse modo, conforme o autor, é possível dizer aos indivíduos
em que consiste um comportamento ético a partir das normas, revelando-se o
comportamento bom como aquele que faz parte do procedimento moral
concreto vigente em sociedade, do qual o indivíduo é adepto. Para esse
autor, diante de um caso concreto, o problema que surge sobre o que fazer é
um problema de ordem prático moral e não se refere a um problema teórico-
ético. O caráter ético, conforme Arruda (2002), somente se mostra quando é
estipulado para o indivíduo o que é tido como bom, destacando o que seria
considerada essência do comportamento moral, não importando outras
formas de comportamento humano, tais como de religião, política, artístico,
trato social, dentre outros.
• Lei da não criatividade: “Para matar uma sugestão e liquidar de vez com os
criativos, transforme sempre o autor da sugestão em execução da ideia.”
(MATOS, 2008, p. 52). Para o autor, tem-se um resultado infalível, já que
quem é pago para inovar e ter as ideias é o chefe, sugerindo uma gestão com
más atitudes e comportamentos;
• Lei da solução por crise: deve-se promover crises para não se ter um
enfrentamento da realidade. A administração maquiavélica busca se desviar
dos verdadeiros problemas, inventando crises contemporizadoras. “[…] As
dificuldades do desenvolvimento acabam por se transformar em
desenvolvimento de dificuldades”. (MATOS, 2008, p. 55);
Para Arruda, Whitaker e Ramos (2003), estes valores podem ser coincidentes
ou conflitantes com os valores individuais estabelecidos por cada pessoa.
Desse modo, é bom estabelecer políticas e padrões uniformes, de modo que
todos saibam qual seria a conduta apropriada e adequada a seguir. Com
isso, concebe-se no código de éticaum instrumento voltado à busca da
realização da visão, dos princípiose da missão da empresa. Para os autores,
“os códigos de ética não tem a pretensão de solucionar os dilemas éticos da
organização, mas fornecer critérios ou diretrizes para que as pessoas
encontrem formas éticas de se conduzir” (ARRUDA; WHITAKER; RAMOS,
2003, p. 65).
Conforme identificado pro Starke (1999), são cinco as etapas existentes para
a evolução moral de uma empresa: a primeira etapa, de Corporação amoral;
a segunda, de Corporação legalista; a terceira, de Corporação receptiva; a
quarta, de Corporação ética que aflora; e a quinta Corporação ética.
Uma concepção para o termo “trabalho”, trazida por Ramos Filho (2010), é de
atividade essencialmente humana que, estando relacionada como fator de
produção de riqueza, contribui para a hierarquização da sociedade,
organizando a distribuição de direitos, de renda, de papéis e de proteções
sociais a serem desempenhados no convívio social em cada sociedade
historicamente considerada. Do ponto de vista capitalista, destaca o autor
que a força de trabalho é tida como mercadoria, proporcionando, desse
modo, a acumulação pela mais-valia.
Na Grécia Antiga, o trabalho tinha relação apenas com a força física, não
apresentando qualquer significado de realização pessoal. Por esta razão, era
realizado somente pelos escravos. Somente o homem que participava dos
negócios da cidade através de palavras era reconhecido como digno. Deste
modo, as atividades mais nobres, como a política, por exemplo, eram
exercidas somente por homens livres (MARTINS, 2016).
Muito embora tenha tido este avanço, ainda não se podia considerar que se
tinha um cenário favorável ao trabalhador. Um exemplo era a longa jornada
de trabalho à qual eram submetidos – cerca de 16 horas por dia, sem
intervalo para descanso. Mulheres e crianças também trabalhavam nas
fábricas, sem que se contasse com qualquer forma de proteção ao
trabalhador. Foi este o contexto que ensejou o surgimento dos primeiros
sindicatos trabalhistas e das primeiras normas destinadas a melhorar as
condições de trabalho do trabalhador, estabelecendo o básico a ser cumprido
na relação de trabalho firmada com o seu empregador (MARTINS, 2016).
Desse modo, de uma forma geral, tem-se nos códigos de ética empresariais
verdadeiros modelos de direcionamento para os colaboradores e para a
própria empresa, na medida em que, segundo Moreira (2002), se apresenta
como um padrão de conduta a ser seguido por pessoas que possuem
diferentes experiências e visões aplicadas às atividades empresariais
complexas. Perante o mercado, ele ainda pode servir como mostra da
intenção da empresa. Em razão disso, segundo Arruda, Whitaker e Ramos
(2003), atualmente os códigos de ética são vistos por muitos como
verdadeiras estratégias empresariais, comprovando, assim, os avanços
experimentados na mentalidade organizacional ao longo dos anos.
Destaque-se, ainda, que, como bem exposto por Srour (2008), todas as
organizações têm o seu código de ética, ainda que não escrito, já que todas
são direcionadas por uma dada lógica institucional. O ideal, porém, segundo
o autor, seria que as empresas desempenhassem esforçospara que esse
código se tornasse explícito.
Ainda nesse sentido, afirma Gaulejac (2007) que o trabalho que é capaz de
conduzir ao bem-estar é aquele cujo desempenho proporciona
autorrealização para o indivíduo, permitindo, assim, a expressão por ele
daquilo que há de melhor em si, contribuindo para enriquecer o seu
aprendizado, tornando possível uma ação moralmente desejada e harmônica,
eivada de importância, significado e utilidade tanto para ele, como para a
organização em que trabalha como para a sociedade de um modo geral.
Deve-se, ainda, destacar um contraponto a tal consideração, incluindo o
afeto, proposto por Mäkikangas e Kinnunem (2003), ao sustentarem que a
tendência observada entre os pesquisadores tem sido em relação à
identificação do vínculo que há entre as emoções que o colaborador vivencia
em função do trabalho e quais os seus efeitos sobre o seu desempenho e
saúde no ambiente laboral.
Atualmente, contudo, há que se notar, como bem exposto por Srour (2008), a
existência de disputa acirrada por fatia do mercado consumidor, tornando-se
esse ritmo de mudança cada dia mais frenético, fazendo com que a empresa
tenha que se adaptar. Em razão disso, deve o trabalhador seguir o mesmo
passo, já que, se não houver essa adaptação, o próprio mercado de trabalho
o manda para fora.
CONCLUSÃO
Como dito ao início, o objetivo desse estudo era analisar a relevância da ética
no ambiente de trabalho. A situação-problema que se buscou responder foi a
seguinte: qual é a relevância da ética no ambiente de trabalho?
REFERÊNCIAS
ABRAMIDES, M. B. C.; CABRAL, M. S. R. Regime de acumulação flexível e
saúde do trabalhador. São Paulo Perspec., v. 17, n. 1, p. 3-10, mar. 2003.
VÁZQUEZ, A. S. Ética. Trad. João Dell Anna. 19. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1999.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 14.
ed. São Paulo: Atlas, 2013.