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Nazira da Palmira Francisco Simoes

Neide Mariano dos Santos Matias

Oliver Kireze

Teoria Interpessoal de Harry Stack Sullivan

(Licenciatura em Psicologia Social e das organizações)

Universidade Rovuma

Nampula

2022
ii

Nazira da Palmira Francisco Simoes

Neide Mariano dos Santos Matias

Oliver Kireze

Teoria Interpessoal de Harry Stack Sullivan

(Licenciatura em Psicologia Social e das organizações)

Trabalho em grupo, de caráter avaliativo a ser


entregue na Faculdade de Educação e Psicologia,
lecionado pelo Docente: MA. Gil Pedro Licaneque,
na Cadeira de “ Psicologia da personalidade I ”,
Curso de Psicologia Social e das Organizações,
Turma 2, 1º ano, 2º Semestre, Laboral

Universidade Rovuma

Nampula

2022
iii

Índice
Introdução ............................................................................................................................. 3
1.Biografia ................................................................................................................................. 4
1.1.Teoria de Harry Stack Sullivan......................................................................................... 5
1.1.1.A Estrutura da Personalidade ........................................................................................ 5
1.1.2.Dinamismos ...................................................................................................................... 6
1.1.3.O Auto-sistema ................................................................................................................. 6
1.1.4. Personificações ................................................................................................................ 7
1.1.5. Processos cognitivos........................................................................................................ 8
1.2.A Dinâmica da Personalidade ........................................................................................... 8
1.2.1. Tensão .............................................................................................................................. 9
1.2.2. Transformações de energia ............................................................................................ 9
1.3. O Desenvolvimento da personalidade .............................................................................. 9
1.3.1. Estágios de Desenvolvimento ....................................................................................... 10
1. Estágio da Infância ............................................................................................................. 10
1. Estágio da meninice ......................................................................................................... 11
2. Estágio da idade juvenil .................................................................................................. 11
3. Estágio da pré-adolescência ........................................................................................... 11
4. Estágio da adolescência inicial ....................................................................................... 12
5. Estágio da adolescência final .......................................................................................... 12
1.3.2. Determinantes do Desenvolvimento ............................................................................ 12
1.4. Pesquisa característica e métodos de pesquisa ............................................................. 13
1.4.2. Pesquisa sobre a Esquizofrenia ................................................................................... 14
1.5. Status atual e Avaliação .................................................................................................. 15
1.6.Relevância de teoria interpessoal para a prática da psicologia .................................... 15
1.7.Crítica da teoria interpessoal........................................................................................... 16
1.8. Conceito de Humanidade ................................................................................................ 16
Conclusão ................................................................................................................................ 17
Referencias Bibliograficas ..................................................................................................... 18
iv

Folha de Feedback

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Introdução
O presente trabalho de pesquisa realizado no âmbito da cadeira da psicologia da personalidade,
ele ira abordar sobre a teoria interpessoal de Harry Stack Sullivan, onde será apresentada a
biografia e a visão geral da sua teoria da interpessoal, procurando descrever os conceitos
principais de Sullivan, compreender a essência da teoria interpessoal, e destacar os estágios do
desenvolvimento na teoria interpessoal.

Sullivan foi um psiquiatra americano cujo trabalho em psicanalise foi baseada nas observações
abstratas do inconsciente de Sigmund Freud e seus discípulos em observações diretas e
verificáveis de seus pacientes. Sullivan ele foi um psicanalista controvertido que foi muitas
vezes mal compreendido e muito criticado no meio do norte-americano.

Como quase todo trabalho de carácter avaliativo e científico, o presente trabalho obedece a
seguinte estrutura:

 Introdução;
 Desenvolvimento;
 Conclusão;
 Referências bibliográficas.
4

1.Biografia
Harry Stack Sullivan nasceu em uma fazenda perto de Norwich, Nova York, em 21 de
fevereiro de 1892, e morreu em 14 de janeiro de 1949, em Paris, França. Ele recebeu seu
diploma de médico do Chicago College of Medicine and Surgery em 1917, e serviu nas forças
armadas durante a Primeira Guerra Mundial. Depois da guerra trabalhou como oficial médico
do Conselho Federal de Educação Vocacional e a seguir no Serviço de Saúde Publica. Em
1922, Sullivan foi para o Hospital Saint Elizabeth, em Washington, D.C., onde sofreu a
influência de William Alanson White, um dos líderes da neuropsiquiatria americana.

Em 1923 ele trabalhou na escola de medicina da Universidade de Maryland e no Hospital


Sheppard e Enoch Pratt, em Towson. Foi durante esse período de sua vida que Sullivan
conduziu investigações sobre a esquizofrenia que estabeleceram sua reputação como clinico.
Ele deixou Maryland pra abrir um consultório expresso de estudar o processo obsessivo em
pacientes de consultório. Na época, ele começou sua formação analítica formal com Clara
Thompson, uma aluna de Sandor Ferenczi. E em 1933, ele se tornou presidente da Fundação
William Alanson White, e tornou-se diretor da Washington School of Psychiatry começou a
ser publicado em 1938, para promover a teoria das relações interpessoais de Sullivan.

Ele foi co-editor e depois editor ate a sua morte. Sullivan trabalhou como consultor para o
Selective Services Systems em 1940-1941; e em 1948, participou do Tensions Project da
UNESCO, estabelecido pelas Nações Unidas para estudar as tendências que afetam o
entendimento internacional e foi indicado como membro da comissão preparatória
internacional do Congresso Internacional de Saúde Mental no mesmo ano.

Sullivan foi um estadista científico, assim como um proeminente porta-voz da psiquiatria, o


líder de uma escola importante de formação de psiquiatras, um terapeuta notável, um teórico
intrépido, e um cientista médico produtivo. Por sua vivida personalidade e pensamento
original, ele atraiu muitas pessoas que se tornaram seus discípulos, alunos, colegas e amigos.

Para além de William Alanson White, as principais influencias no desenvolvimento


intelectual de Sullivan foram Freud, Adolph Meyer e a Escola de Sociologia de Chicago, que
consistia em George Herbert Mead, W. I. Thomas, Edward Sapir, Robert E. Park, E. w.
Burgess, Charles E. Merriam, William Healy e Harold Lasswell. Sullivan se sentia
especialmente ligado a Edward Sapir, um dos pioneiros na defesa de um relacionamento de
trabalho mais estreito entre a antropologia, a sociologia e a psicanalise. Sullivan começou a
formular sua teoria das relações interpessoais em 1929 e em meados da década de 30 já tinha
consolidado seu pensamento.

Durante sua vida, Sullivan publicou apenas um livro, apresentando a sua teoria (1947).
Entretanto, ele manteve cadernos detalhados e muitas de suas aulas para os alunos da
Washington School of Psychiatry foram gravadas. Esses cadernos e gravações, assim como
outras matérias não publicados, foram entregues a Fundação Psiquiátrica William Alanson
White. Cinco livros baseados no material de Sullivan foram publicados, os primeiros três com
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introduções e comentários de Helen Swick Perry e Mary Gravell, e os dois últimos, apenas da
Sra. Perry. The interpersonal Theory of Psychiatry (1953) consiste principalmente em uma
serie de palestras proferidas por Sullivan no inverno de 1946-1947 e representa seu relato
mais completo de sua teoria das relações interpessoais.

1.1.Teoria de Harry Stack Sullivan


Harry Stack Sullivan foi o criador de um novo ponto, conhecido como a teoria interpessoal da
psiquiatria. Seu princípio central, no que diz respeito a uma teoria da personalidade é que a
personalidade é o padrão relativamente duradouro de situações interpessoais recorrentes que
caracteriza uma vida humana. A personalidade é uma entidade hipotética que não pode ser
isolada de situações interpessoais, e o comportamento interpessoal é tudo que podemos
observar como personalidade.

Sullivan acreditava que falar do indivíduo como o objeto de estudo, porque o individuo não
existe, e não pode existir a parte de suas relações com outras pessoas. Desde o primeiro dia de
vida, o bebê é parte de uma situação interpessoal, e pelo resto de sua vida ele continua sendo
membro de um campo social. Mesmo os eremitas, que renunciaram a sociedade, levam
consigo para a solidão as memórias de antigos relacionamentos pessoais que continuam
influenciando seu pensamento e seus atos. Embora Sullivan não negasse a importância da
hereditariedade e da maturação para formar e moldar o organismo, ele sentia que tudo que é
distintamente humano é produto de interações sociais. Além disso as experiencias
interpessoais de uma pessoa alteram seu funcionamento puramente fisiológico de modo que o
organismo perde seu status como entidade biológica e torna-se um organismo social.

Para Sullivan a ciência da psiquiatria esta aliada a psicologia social, e sua teoria da
personalidade traz a marca de sua forte preferência pelos conceitos e variáveis desse ramo da
psicologia.

``A ciência geral da psiquiatria parece-me cobrir praticamente o mesmo campo


estudado pela psicologia social, porque a psiquiatria científica tem de ser definida
como o estudo das relações interpessoais, e isso acaba exigindo o uso da estrutura
conceitual que agora chamamos de teoria de campo. Dessa perspectiva, a
personalidade é vista como hipotética. O que pode ser estudado e o padrão de
processos que caracteriza a interação de personalidades em determinadas situações ou
campos recorrentes que incluem o observador.``( SULLIVAN, 1950,P.92)

1.1.1.A Estrutura da Personalidade


Sullivan insistia repetidamente que a personalidade é uma entidade puramente hipotética, que
não pode ser observada ou estudada a parte de situações interpessoais. A unidade de estudo é
a situação interpessoal, e não a pessoa. A organização da personalidade em eventos
interpessoais, ao invés de intrapsíquicos. A personalidade só se manifesta quando a pessoa
esta se comportando em relação a um ou mais indivíduos. Essas pessoas não precisam estar
6

presentes, elas podem ser figuras ilusórias ou inexistentes. Uma pessoa pode ter um
relacionamento com um herói popular, com um personagem ficcional, com ancestrais ou
descendentes ainda não nascidos.

` A psiquiatria ela estuda fenómenos que acontecem em situações interpessoais, em


configurações formadas por duas ou mais pessoas, das quais todas com exceção de uma,
podem ser completamente ilusórias`. (SULLIVAN, 1964,P.33).

Embora Sullivan desse a personalidade um status apenas hipotético, ele afirmava que ela é o
centro dinâmico de vários processos que ocorrem em uma serie de campos interpessoais. Ele
identifica-os, nomeando-os e conceitualizando algumas de suas propriedades. Os principais
são: os dinâmicos, as personificações e os processos cognitivos.

1.1.2.Dinamismos
Um dinamismo é a menor unidade que pode ser empregada no estudo do indivíduo. É
definido como o padrão relativamente duradouro de transformações de energia, que
recorrentemente caracteriza o organismo em sua duração como um organismo vivo. Uma
transformação de energia e qualquer forma de comportamento. Ele pode ser manifesto e
publico, como falar, ou oculto e privado, como pensar e fantasiar. Uma vez que um
dinamismo é um padrão de comportamento persistente e recorrente, ele e mais ou menos
como um habito.(SULLIVAN,1953,P.103)

Sullivan define padrão como sendo um involucro que contem diferenças particulares
insignificantes. Isso significa que uma nova característica pode ser acrescentada a um padrão
sem mudar esse padrão, desde que não seja significativamente diferente dos outros conteúdos
do involucro. Se for significativamente diferente, vai transformar o padrão em um novo
padrão. Os dinamismos com um caracter distintivamente humano são aqueles que
caracterizam as relações interpessoais, qualquer relação habitual em relação a uma ou mais
pessoas, seja na forma de um sentimento, uma atitude, ou seja uma acção manifesta, constitui
um dinamismo.

Um dinamismo normalmente emprega uma determinada zona do corpo, como a boca, as


mãos, o ânus e os genitais pra interagir com o ambiente. Uma zona consiste em um aparelho
receptor para receber estímulos, um aparelho efetuador para realizar uma ação e um aparelho
conector chamado "edutor", no sistema nervoso central, que conecta o mecanismo receptor
com o mecanismo efetuador. Existe um dinamismo importante que se desenvolve em
resultado de ansiedade que é o dinamismo do "self" ou do auto-sistema. (SULLIVAN,
1953,P.104)

1.1.3.O Auto-sistema
A ansiedade é um produto das relações interpessoais sendo transmitidas da mãe para o bebê, e
posteriormente por ameaças a segurança da pessoa. Para evitar a ansiedade real ou potencial,
as pessoas adotam vários tipos de medidas protetoras e controle para supervisionar seu
comportamento. A pessoa aprende que pode evitar a punições conformando-se aos desejos
7

dos pais. Essas medidas de segurança formam a auto-sistema ou sistema de self, que sanciona
certos modos de comportamento (o self eu-bom), proíbe outros (o self eu-mau) e exclui da
consciência outros modos que são estranhos e desagradáveis demais para serem considerados
(o self não- eu).

Sullivan empregou o termo "atenção seletiva" para a recusa do inconsciente a prestar atenção
a eventos e sentimentos gerados de ansiedade. Esse processo tem uma semelhança óbvia com
os mecanismos de defesa descritos por Freud e com o modelo de autodefesa apresentado por
Carl Rogers. O auto-sistema, como guardião da segurança, tende a isolar-se do resto da
personalidade, ele exclui informações incongruentes com sua presente organização e deixa de
beneficiar-se da experiencia, uma vez que o self protege a pessoa da ansiedade, ele é muito
valorizado e protegido de criticas. Conforme o auto-sistema cresce em complexidade e
independência, ele impede que a pessoa faça julgamentos objetivos de seu próprio
comportamento e atenua contradições óbvias entre oque a pessoa realmente é o que a auto-
sistema diz que ela é. Em geral quanto mais experiencias de ansiedade a pessoa tem, mais
inflado fica o auto-sistema e mais ele se dissocia do restante da personalidade, embora o auto-
sistema sirva ao útil propósito de reduzir a ansiedade, ele interfere na capacidade da pessoa de
viver construtivamente com os outros.

Embora Sullivan reconhecesse que o desenvolvimento de um auto-sistema é absolutamente


necessária para evitar a ansiedade na sociedade moderna, ele também reconheceu que o auto-
sistema, como o principal obstáculo a mudanças favoráveis na personalidade.

"A self é o conteúdo da consciência sempre que a pessoa esta plenamente satisfeita consigo
mesma, com o prestígio que goza entre seus pares, e como respeito e a deferência que deles
recebe". (SULLIVAN,1964,P.217)

1.1.4. Personificações
Uma personificação é a imagem que o individuo tem de si mesmo ou de outras pessoas. É um
complexo de sentimentos, atitudes e concepções que decorrem de experiencias de satisfação
de necessidades e de ansiedade. Qualquer relacionamento interpessoal que envolva satisfação
tende a criar uma imagem favorável do agente que satisfaz. Por exemplo, o bebê desenvolve
uma personificação de uma boa mãe ao ser amamentado e cuidado por ela, por outro lado, a
personificação de uma mãe má resulta de experiencias com ela envolvendo ansiedade. A mãe
ansiosa é personificada como uma mãe má. Finalmente essas duas personificações da mãe,
juntamente com outras existentes, fundem-se para formar uma personificação complexa.

As imagens que levamos em nossa mente raramente são descrições acuradas das pessoas às
quais se referem. Elas se formam, em primeiro lugar para lidar com as pessoas em situações
interpessoais basicamente isoladas, mas, uma vez formadas, normalmente persistem e
influenciam as nossas atitudes em relação a outras pessoas. Essas imagens carregadas de
ansiedade distorcem nossas concepções de pessoas presentemente significativas. As
personificações do self com eu-bom e o eu-mau seguem os mesmos princípios das
8

personificações dos outros. A personificação eu-bom resulta de experiencias interpessoais


recompensadoras, e a personificação eu-mau, de situações ansiogénicas. E com as
personificações de outras pessoas, as outo-personificações tendem a atrapalhar a auto-
avaliação objetiva. As personificações partilhadas por várias pessoas chamam-se
"estereótipos". São concepções consensualmente validadas, isto é, ideias com ampla aceitação
entre os membros de uma sociedade transmitida de uma geração para outra.

1.1.5. Processos cognitivos


A contribuição notável de Sullivan relativa ao lugar da cognição nas questões da
personalidade é a sua classificação tripla da experiencia. Para ele a experiencia ocorre em três
modos: prototáxico, paratáxico e sintáxico. A experiência prototáxica pode ser considerada
como a série descontínua de estados momentâneos do organismo sensível. O modo
prototáxico de experiencia é encontrada em sua forma mais pura nos primeiros meses de vida
e é a pré-condição necessária para o aparecimento dos outros dois modos.

O modo paratáxico de pensamento consiste em ver as relações causais entre os eventos que
ocorrem aproximadamente no mesmo momento, mas que não estão logicamente relacionados.
Sullivan acreditava que grande parte do nosso pensamento não avança além do nível da
parataxe. O pensamento paratáxico tem muito em comum com o processo chamado por
Skinner de comportamento supersticioso. (SULLIVAN, 1953,P.29)

O terceiro e mais elevado modo de pensamento é o sintáxico, que consiste na atividade


simbólica consensualmente validada, especialmente de natureza verbal. Um símbolo
consensualmente validado é aquele que possui um significado padrão para um grupo de
pessoas. As palavras e os números são os melhores exemplos de tais símbolos. O modo
sintáxico produz ordem logica entre as experiências e permite que as pessoa se comuniquem
umas com as outras.

Alem dessa formulação dos modos de experiencia, Sullivan enfatizou a importância da


previsão no funcionamento cognitivo.

ʻʻ O homem, a pessoa, vive com seu passado, seu futuro próximo sendo claramente relevantes
para explicar seu pensamento e acção (SULLIVAN,1950,P.84)

A previsão depende da nossa memória e d interpretação do presente. Embira os dinamismos,


as personificações e os processos cognitivos não completem a lista dos constituintes da
personalidade, eles são os principais aspectos estruturais distintos do sistema de Sullivan.

1.2.A Dinâmica da Personalidade


Sullivan em comum com outros teóricos da personalidade, concebia a personalidade como um
sistema e energia cujo principal trabalho consiste em atividades que reduzirão a tensão. Disse
ele que não há necessidade de acrescentar o termo "mental" á energia ou tensão, pois ele os
utiliza exatamente com o mesmo sentido que tem na física.
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1.2.1. Tensão
Sullivan começou com a concepção familiar do organismo como um sistema de tensão, que
teoricamente pode variar entre os limites do relaxamento absoluto ou euforia, como Sullivan
preferi chamar, e a tensão absoluta, explicava no terror extremo. Existem duas fontes
principais de tensão: 1- as tensões que surgem das necessidades do organismo e 2- as tensões
que resultam de uma ansiedade.

"As tensões podem ser vistas como necessidades de transformações específicas de


energia que dissiparão a tensão, frequentemente com uma mudança concomitante de
estado ʻmentalʼ, uma mudança de consciência, a qual podemos aplicar genericamente o
termo satisfação" SULLIVAN (1950,p.85).

A consequência típica do fracasso prolongado em satisfazer as necessidades é um sentimento


de apatia que produz uma redução geral das tensões. A ansiedade é a experiência de tensão
resultante de ameaças reais ou imaginarias a própria segurança. Muita ansiedade reduz a
eficiência do indivíduo em satisfazer suas necessidades, perturba as relações interpessoais e
produz confusão no pensamento. Uma ansiedade grave é como se fosse uma pancada na
cabeça, em que não transmite nenhuma informação a pessoa e traz confusão total e inclusive
amnésia. De facto Sullivan acreditava que ansiedade é a primeira grande influência educativa
na vida, e diz que uma das grandes tarefas da psicologia é descobrir as vulneráveis básicas a
ansiedade nas relações interpessoais, em vez de tentar lidar com os sintoma resultantes da
ansiedade.

1.2.2. Transformações de energia


A energia é transformada pelo trabalho. O trabalho pode ser uma ação manifesta, envolvendo
os músculos estriados do corpo, ou pode ser mental, tal como perceber, lembrar e pensar.
Essas atividades manifestas ou ocultas tem como meta o alívio de tensão. Elas, em grandes
medidas são condicionadas pela sociedade em que a pessoa é criada.

Qualquer pessoa que investigar seu passado, poderá descobrir que os padrões de tensões e de
transformações de energia, que tem em sua vida não são boas, porque é uma educação feita
com base a uma determinada sociedade.(SULLIVAN, 1950,P.83)

Sullivan não acreditava que os instintos fossem fontes importantes de motivação humana, e
não aceitava a teoria de Freud da libido. O indivíduo tende a se comportar de determinada
maneira como resultado de interações com as pessoas e não porque possui imperativos inatos
para certos tipos de ação.

1.3. O Desenvolvimento da personalidade


Sullivan detalhou bem a sequência de situações interpessoais as quais a pessoa é exposta do
período de bebê a idade adulta, e as maneiras como essas situações contribuem para a
formação da personalidade. Sullivan considerava a personalidade uma perspectiva de estágios
definido de desenvolvimento. Ao passo que Freud mantinha a posição de que o
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desenvolvimento é amplamente um desdobramento do instinto sexual, Sullivan defendia


persuasivamente uma visão mais psicológica social do desenvolvimento da personalidade, que
reconhecesse devidamente as contribuições notáveis dos relacionamentos humanos.

Embora Sullivan não rejeitasse os fatores biológicos como condicionantes do


desenvolvimento da personalidade, ele os subordinava aos determinantes sociais do
desenvolvimento psicológico. Além disso, ele era da opinião de que as vezes essas influencias
socias se opõem as necessidades biológica da pessoas e tem efeitos prejudiciais sobre a
personalidade. Ele jamais deixou de reconhecer as influências deletérias da sociedade. DE
fato como qualquer outro psicólogo social, Sullivan foi um crítico agudo e incisivo da
sociedade contemporânea.

1.3.1. Estágios de Desenvolvimento


Sullivan delineou seis estágios no desenvolvimento da personalidade antes do estágio final da
maturidade. Esses seis estágios são típicos das culturas europeias ocidentais e podem ser
diferentes em outras sociedades. São eles:

1. Estágio da Infância
A infância se estende do nascimento ao aparecimento da fala articulada. Nesse período a zona
oral é a zona primária de interação entre o bebe e seu ambiente. A amamentação oferece ao
bebê sua primeira experiência interpessoal. A característica do ambiente que se destaca
durante o período de bebe é o objeto que alimenta o bebe faminto, ou o mamilo do seio da
mãe ou o bico da mamadeira. O bebe desenvolve varias concepções do mamilo ou bico do
seio, dependendo das experiencias que tem com ele, e essas experiencias são:

 Mamilo bom: que sinaliza a amamentação e é um sinal de que a satisfação está


chegando;
 O mamilo bom: mas insatisfatório: porque o bebe não esta com fome;
 O mamilo errado: porque não da leite e é um sinal para a rejeição e a subsequente
busca de outro mamilo;
 O mamilo mau da mãe ansiosa: que é um sinal para a esquiva.
Os outros aspectos característicos da infância são:

 O aparecimento dos dinamismos de apatia e desligamento sonolento;


 A transição de um modo de cognição prototáxico para um paratáxico;
 A organização de personificações, como a mãe ma, ansiosa que rejeita e frustra, e a
mãe boa, tranquila que aceta e satisfaz;
 A organização da experiencia por meio aprendizagem e a emergência dos rudimentos
do auto-sistema;
 A diferenciação do corpo do bebe, de modo que ele aprende a satisfazer suas tensões
independentemente da pessoa que faz a maternagem, sugando o polegar;
 A aprendizagem de movimentos coordenados, envolvendo mão e olho, mão e boca e
ouvido e voz.
11

1. Estágio da meninice
A transição da infância para a meninice é possibilitada pela aprendizagem da linguagem e
pela organização da experiencia no modo sintáxico. A meninice se estende da emergência da
fala articulada ao aparecimento da necessidade companheiros para brincar. O
desenvolvimento da linguagem permite entre outros a aquisições, a fusão de diferentes
personificações, por exemplo a mãe boa e a mãe ma, e a integração do auto-sistema em uma
estrutura mais coerente. O desenvolvimento da capacidade simbólica permite que a criança
brinque de ser adulto, Sullivan chamou de dramatizações. Isso também permite que a criança
se dedique a varias atividades, manifestas e ocultos que tem o propósito de evitar a punição e
a ansiedade que Sullivan chamou de preocupações.

Um evento dramático da meninice é a transformação malevolente, o sentimento de que


vivemos entre inimigos. Esse sentimento, caso se torne suficientemente forte, impossibilita a
criança de responder positivamente aos gestos efetuosos das outras pessoas. A transformação
malevolente é causada por experiências dolorosas e ansiosas com pessoas, e pode levar a
regressão ao estágio menos ameaçador do período de bebe. E essa transformação distorce as
relações interpessoais da criança levando-a ao isolamento. (SULIVSN, 1953,P.193)

2. Estágio da idade juvenil


O estágio juvenil se estende pela maioria dos anos iniciais do ensino fundamental. É um
período para socializar-se, adquirir experiência de subordinação social a figuras de autoridade
fora da família, tornar-se competitivo e cooperativo, aprender o significado de ostracismo,
desprezo e sentimento grupal. A criança aprende a não prestar atenção as circunstâncias
externas que não a interessam, a supervisionar seu comportamento por meio de controles
internos, a formar estereótipos em atitudes, a desenvolver modos novos e mais efetivamente a
fantasia e a realidade.

Um grande evento desse período é a emergência da concepção de orientação na vida em que a


pessoa está orientada na vida na extensão em que formulou, ou pode facilmente ser levada a
formular, os seguintes tipos de dados: as tendências integradoras que costumeiramente
caracterizam suas relações interpessoais; as circunstâncias apropriadas a sua satisfação e
descarga relativamente livres de ansiedade; e as metas mais ou menos remotas pela
aproximação das quais a pessoa vai privar-se de oportunidades intercorrentes de satisfação ou
de aumento do próprio prestígio.

3. Estágio da pré-adolescência
O período da pré-adolescência é marcado pela necessidade de um relacionamento íntimo com
um igual do mesmo sexo, um amigo em quem possamos confiar e que enfrente conosco as
tarefas e os problemas da vida. Este é um período extremamente importante, porque assinala o
início de relacionamentos humanos genuínos com outras pessoas. Em períodos anteriores, a
situação interpessoal se caracteriza pela dependência da criança em relação a uma pessoa mais
velha. Durante a pré-adolescência a criança começa a formar relacionamento de amizade nos
quais existem igualdade, mutualidade e reciprocidade entre os membros. Sem uma companhia
intima, o pré-adolescente torna-se vítima de uma solidão desesperada.
12

4. Estágio da adolescência inicial


O principal problema do período da adolescência inicial é o desenvolvimento de um padrão
de atividade heterossexual. As mudanças psicológicas da puberdade são experiênciada pelo
jovem como sentimentos de desejo sensual. O dinamismo do desejo sensual emerge desses
sentimentos e começa a afirmar-se na personalidade. O dinamismo do desejo sensual envolve
primeiramente a zona genital, mas outras zoas de interação como a boca e as mãos, também
participam do comportamento sexual. Existe uma separação entre a necessidade erótica e a
necessidade de intimidade; a necessidade erótica toma como seu objeto um membro do sexo
oposto, enquanto a necessidade de intimidade permanece fixada em um membro do mesmo
sexo.

Sullivan salientou que muitos dos conflitos da adolescência decorrem das necessidades
opostas de gratificação sexual, de segurança e de intimidade. A adolescência inicial persiste
ate que a pessoa encontre algum padrão estável de desempenho que satisfaça suas pulsões
genitais.

5. Estágio da adolescência final


A adolescência final se estende da criação do padrão de atividade genital preferida, por meio
de inumeráveis passos educativos e adutivos, ate o estabelecimento de um repertório
plenamente humano ou maduro de relações interpessoais, conforme permitem as
oportunidades pessoais e culturais. Em outras palavras, o período da adolescência final
constitui uma iniciação bastante prolongada em privilégios, deveres, satisfações e
responsabilidades da vida social e da cidadania. Gradualmente ocorre o aperfeiçoamento das
relações interpessoais, e o desenvolvimento da experiência no modo sintáxico permite a
ampliação dos horizontes simbólicos. O auto-sistema se estabiliza, são aprendidas
sublimações de tensões mais efetivas e instituídas medidas de segurança mais enérgicas
contra a ansiedade.

Quando o individuo deu todos esses passos e atingiu o estágio final da idade adulta, ele foi
transformado principalmente pelas relações interpessoais de um organismo animal em uma
pessoa humana. Nós não somos animais cobertos por uma camada de civilização e
humanidade, mas animais que foram tão drasticamente alterados que já não somos animais,
mas seres humanos ou preferirem animais humanos. (SULLIVAN,1953, P.297)

1.3.2. Determinantes do Desenvolvimento


Embora Sullivan rejeitasse firmemente qualquer doutrina instintivista inflexível, ele
reconhecia a importância da hereditariedade na provisão de certas capacidades de receber e
elaborar experiência. Ele também aceitava o princípio de que o treinamento não pode ser
efetivo antes que a maturação tenha constituído a base estrutural. Assim, a criança não pode
aprender a caminhar antes que os músculos e a estrutura óssea tenham atingido um nível de
crescimento que suporte uma postura ereta. A hereditariedade e a maturação proporcionam o
substrato biológico para o desenvolvimento da personalidade, isto é, as capacidades, as
predisposições e as inclinações. A cultura opera por meio de um sistema de relações
13

interpessoais para tornar manifestas as capacidades e os desempenhos reais pelos quais a


pessoa atinge a meta da redução de tensão e a satisfação de necessidades.

A primeira influência educativa é a da ansiedade que obriga o jovem organismo a discriminar


entre tensão crescente e decrescente e a orientar sua atividade na direção desta última.
Segunda grande força educacional é a da tentativa e sucesso. O sucesso pode ser compactado
ao recebimento de recompensas, tais como o sorriso da mãe ou o elogiado pai, da mesma
forma o fracasso pode ser comparado a uma punição como olhar severo da mãe ou as palavras
de desaprovação do pai.

Sullivan não acreditava que a personalidade já estivesse estabelecida em tenra idade. Ela pode
mudar em qualquer momento, a medida que o organismo é extremamente plástico e maleável.
Embora predomine o ímpeto evolutivo da aprendizagem e do desenvolvimento, podem
ocorrer regressões quando o sofrimento e ansiedade e o fracasso se tornam intoleráveis.

1.4. Pesquisa característica e métodos de pesquisa


Harry Stack Sullivan, com outros psiquiatras, adquiriu seu conhecimento empírico da
personalidade trabalhando com pacientes que sofriam de diferentes transtornos de
personalidade, mas principalmente com esquizofrénicos e obsessivos. Quando ainda era um
jovem psiquiatra, Sulivan descobriu que o método da associação livre não funcionava
satisfatoriamente com esquizofrénicos porque despertava una ansiedade excessiva. Foram
tentados outros métodos, mas esses também provocavam uma ansiedade que inferioriza no
processo de comunicação entre paciente e terapeuta. Consequentemente, Sullivan passou a
estudar as forças que impediam e facilitavam a comunicação entre duas pessoas. Ao fazer
isso, ele descobriu que psiquiatria era muito mais do que um observador

O psiquiatra tinha tuas próprias apreensões para manejar, tais como competências
profissionais e problemas pessoais. Sullivan desenvolveu sua concepção do terapeuta como
um observador participante.

A teoria das relações interpessoais, abrange muito o método de observação participante, e da


uma importância secundária aos dados obtidos por outros métodos. Isso, por sua vez, que
implica que a habilidade na entrevista psiquiátrica face a face a pessoa, e é de importância
fundamental. (SULLIVAN, 1950,P.122)

A entrevista psiquiatra é o termo de Sullivan para o tipo de situação interpessoal, face a face,
que ocorre entre paciente e o terapeuta. Pode haver apenas uma entrevista ou uma sequência
de entrevista com um paciente, estendendo-se por um longo período de tempo. Sullivan
definiu a entrevista como ´´um sistema ou uma serie de sistemas, de processos interpessoais,
surgindo da observação participante em que o entrevistador deriva certas conclusões sobre o
entrevistado. Sullivan dividiu a entrevista em quatro partes (1) início formal, (2)
reconhecimento, (3) investigação detalhada e (4) termino.
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A entrevista é primariamente uma comunicação verbal entre duas pessoas. Não só o que a
pessoa diz mas também a sua maneira de dizer aquilo – entonações, ritmo da fala, e outros
comportamentos expressivos – são as principais fontes de informação para o entrevistador. O
entrevistador deve estar atento a mudança sutis nas vocalizações vitais do paciente, porque
essas pista muitas vezes são evidências vitais referentes a problemas focais e a mudanças de
atitude em relação aos terapeutas.

(1) - No início, o entrevistador deve estar a fazer muitas perguntas e deve manter uma
atitude de observações tranquila. O entrevistador deve tentar determinar as razoes de
vinda do paciente e alguma ocorrência sobre a natureza de seus problemas.
(2) - O período de reconhecimento visa a descobrir quem é o paciente. O entrevistador
faz isso por meio de um interrogatório intensivo sobre o passado, o presente e o
futuro do paciente.
(3) - O período de questionamento detalhado, o psiquiatra tenta definir qual das várias
hipóteses é a correta. Ele faz isso ouvindo e fazendo perguntas. Sullivan sugeriu
algumas áreas a serem investigadas – questões de treinamento esfincteriano, atitudes
em relação ao corpo, hábitos de alimentação, ambição e atividades sexuais – mas
novamente não insistiu sobre uma lista formal de perguntas a ser seguida rigidamente.
(4) - Uma serie de entrevistas chega ao término quando o entrevistador faz uma
declaração final sobre o que descobriu, prescreve um curso de ação para o paciente e
avalia para ele os prováveis efeitos da prescrição sobre sua vida.

1.4.2. Pesquisa sobre a Esquizofrenia


A principal contribuição de pesquisa de Sullivan na psicopatologia consiste em uma serie de
artigo sobre a etiologia, a dinâmica e o tratamento da esquizofrenia. A empatia era um traço
extremamente desenvolvido na personalidade de Sullivan, e ele a empregou de forma
excelente ao estudar e tratar as vítimas da esquizofrenia. Para Sullivan, essas vítimas não
eram casos sem esperança a serem trancafiados nas últimas alas das instituições para doentes
mentais; eles podem ser tratados com sucesso se o psiquiatra estiver disposto a ser paciente,
compreensivo e observador.

Enquanto Sullivan estava no Hospital Sheppard e Enoch Pratt, ele criou uma ala especial para
pacientes. Ele sempre atendia cada paciente com um atendente presente na sala, pois
descobriu que isso era seguro para o paciente. Sullivan acreditava na efetividade de uma
enfermaria homogénea com pacientes do mesmo sexo, do mesmo grupo de idade e com o
mesmo problema psiquiátrico. Ele fez pesquisa sobre os negros do sul com Charles S.
Johnson, e sobre os negros de Washington com E. Franklin Frazier. Seu trabalho durante a
guerra consistiu em criar procedimentos para fazer triagem de recrutas, aumentar o moral, e
desenvolver uma liderança efetiva. E já mencionamos seu grande interesse em trabalhar por
um mundo livre de tensões e conflitos.
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1.5. Status atual e Avaliação


As quatro teorias apresentadas neste capítulo fazem parte de um mesmo grupo porque todas
enfatizam a influência das variáveis sociais no desenvolvimento da personalidade. Todas elas,
de uma maneira ou outra, constituem uma reação contra a posição instintivista da psicanalise
freudiana, embora todos os teóricos reconheçam seu debito para com o pensamento seminal
de Freud. Todos subiram nos ombros de Freud e acrescentaram seus próprios braços a sua
eminente altura. Elas investigam a personalidade de dimensões sociais de importância igual,
se não superior, às dimensões biológicas propostas por Freud e Jung. Alem disso, essas
teorias ajudaram a colocar a psicologia na esfera das ciências sociais.

Apesar das áreas comuns que partilham cada teoria enfatiza agrupamentos um pouco
diferentes de variáveis sociais. Erich Fromm dedica a maior parte de sua atenção a descrever
como a estrutura e a dinâmica de uma determinada sociedade moldam seus membros. Karen
Horney, embora reconhecendo a influencia do contexto social em que a pessoa vive, se detêm
nos fatores íntimos, dentro do ambiente familiar, que moldam a personalidade. Para Sullivan,
os relacionamentos humanos de infância, da meninice e da adolescência são de importância
suprema, e ele é muito eloquente e persuasivo quando descreve o nexo entre ´´aquela que faz
a maternagem´´ e o bebe´´. Por outro lado, Adler percorre toda a sociedade procurando
factores que sejam relevantes para a personalidade e encontra-os em todo lugar.

Embora as quatro teorias se oponham vigorosamente à doutrina freudiana dos instintos e à


fixidez da natureza humana, nenhuma das quatro adota a posição ambientalista radical de que
a personalidade de um individuo é criada unicamente pelas condições da sociedade em que
ele nasce.

Todas as teorias, com exceção da de Sullivan, sublinharam os conceitos do individuo único e


do self criativo. E em geral, as teorias desenvolvidas por Adler, Fromm, Horney e Sullivan
ampliaram o alcance da psicologia freudiana ao criar espaço para os determinantes sociais da
personalidade. Vários críticos desprezam a originalidade dessas teorias, apenas desenvolvem
um pouco mais um aspecto da psicanalise clássica: o ego de personalidade muitas vezes
apresentavam as defesas ou as estratégias habituais da pessoa contra as ameaças internas e
externas ao ego. As necessidades, as tendências, os estilos, as orientações, as personificações,
os dinamismos e assim por diante, nas teorias tratadas neste capítulo, acomodam-se na teoria
freudiana sob nome de defesas do ego. Portanto, concluem esses críticos, nada de novo foi
acrescentado a Freud e muita coisa foi subtraída.

1.6.Relevância de teoria interpessoal para a prática da psicologia


A teoria tem uma significativa relevância para a prática da psicologia. O desenvolvimento de
relações é um importante conceito desta teoria do desenvolvimento de relações é uma
importante intervenção da psicologia. As psicólogas desenvolvem relações terapêuticas com
os clientes numa tentativa de ajuda-los a generalizar esta capacidade de maneira a interagir
eficazmente com outras pessoas. O conhecimento em relação aos comportamentos associados
a todos os níveis de ansiedade e os métodos para o alívio da ansiedade ajuda as psicólogas a
auxiliar os clientes a obter a segurança interpessoal e um sentimento de bem-estar. As
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psicólogas usam os conceitos da teoria de Sullivan para ajudar os clientes a atingir um grão
mais elevado de funcionamento independente e interpessoal.

1.7.Crítica da teoria interpessoal


Apesar das ideias de Sullivan sobre a importância das relações interpessoais, sua teoria da
personalidade e sua abordagem à psicoterapia perderam popularidade nos últimos anos.

Em suma, sua teoria de taxas muito baixas em falseabilidade, baixa em sua capacidade de
gerar pesquisa e a media em sua capacidade de organizar o conhecimento e orientar a acção.
Alem disso, é apenas a media em auto consistência e baixa em parcimónia.

1.8. Conceito de Humanidade


Sullivan viu a personalidade humana como moldada, em grande parte, pelas relações
interpessoais. Devido a isso, sua teoria contem taxas muito altas de influências sociais e muito
baixas biológicas. Ale disso, as altas taxais sobre os determinantes inconscientes, com uma
media de livre escolha, otimismo e causalidade, e baixa na singularidade.
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Conclusão
Com a realização deste trabalho de pesquisa, que foi de grande proveito para nos tivemos varias
conclusões e podemos constatar e avançar na ideia daquilo que é a teoria interpessoal de Harry
Stack Sullivan no campo da personalidade. De acordo com Sullivan a personalidade é um
sistema energético com energia, seja como tensão ou como transformações de energia e é
constituída pela configuração duradoura das situações interpessoais recorrentes que
caracterizam uma vida humana. O conjunto destas duas relações a dois começa com a mãe e
termina com a escolha do parceiro.

O pensamento de Sullivan foi voltado para o desenvolvimento de uma terapia efetiva, e não
para um sistema teórico de alta ordem de abstração, para ele o eu não é um fato, mas um ato. A
pessoa é o resultado de um processo social decorrente da experiência com outras pessoas, de o
nascimento ate a morte, e quanto a psiquiatria, o ser humano não pode ser estudado
isoladamente, e sim inserido em suas experiencias interpessoais, tendo como foco o
desenvolvimento da pessoa e a satisfação da necessidade de segurança. Concluindo a definição
de pessoa só é possível em face de outra pessoa.
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Referencias Bibliograficas
HALL, C.S. Lindzey, G. & Campbell, J. B. Teorias da personalidade. 4.Ed. São Paulo, EPU,
USP, 1973.

HANSENNE, M.(2003) Psicologia da personalidade. Lisboa: Climepsi.

SULLIVAN, H.S, The interpersonal theory of psychiatry. New York, Norton, 1953.393p.(a).

Harry Stack Sullivan in Artigos de apoio Infopedia [em linha]. Porto: porto Editora. [consult.
2022-01-10 15:32:39]. Disponível em: https:̸̸̸̸̸̸̸̸ ̸̸̸̸www.infopedia.pt ̸̸̸̸ apoio ̸̸̸̸ artigos ̸̸̸̸ Ṩharry-stack-
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