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PSICANÁLISE

, CIÊNCIA E
PROFISSÃO
AULA 1

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CONVERSA INICIAL

PSICANÁLISE: O QUE É, ONDE ESTÁ


INSERIDA E QUAL O SEU FAZER?

Olá, estudante! Aqui iniciamos uma jornada de

grandes descobertas e grande aprendizado, um


pontapé inicial dentro do percurso de estudos a ser
Prof.ª Giovana Fonseca Madrucci
percorrido por você. Aprenderemos um pouco sobre

onde é possível encontrar a psicanálise atualmente e

como ela está situada no campo científico e como


uma profissão, um fazer. A proposta inicial é de que

possamos localizar a psicanálise dentro de um


contexto social, político e ético e, então, situá-la

como ciência e profissão.

Assim, para que possamos entender a

psicanálise como uma profissão (ou um fazer), é


necessário que, já no princípio, haja um entendimento
e um primeiro contato com o modo como ela surgiu,

ou seja, precisamos entender sua história, de onde


ela vem, o que contribuiu para seu nascimento como

ciência e profissão, bem como seus preceitos éticos


e o que embasa sua técnica. Nessa proposta de
trilhar um percurso histórico acerca do surgimento da

psicanálise, agregaremos subsídios para que seja

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possível compreender também qual é o fazer do

psicanalista, seus principais preceitos éticos e


técnicos e o que é requisito para exercer a

psicanálise em termos de ética e regulamentações.


Considerando isso, o viés histórico é indissociável
dos aspectos técnicos e práticos.

Pautados numa discussão tanto epistemológica


(sobre a psicanálise como ciência) quanto histórica

(como surge, no que se baseia, quais suas


regulamentações e preceitos éticos), traremos à tona

as relações entre psicanálise e psicologia, e qual o


lugar da psicanálise dentro do campo das ciências.

Há diferenças entre psicanálise e psicoterapia? O


que as diferencia ou as aproxima? Qual o lugar da

psicanálise no discurso da psicologia e da medicina?


Onde se deve exercer a psicanálise? Todos esses
questionamentos serão levantados e discutidos no

decorrer e desenvolvimento de nossos estudos.


Subsequentemente, trataremos dos aspectos

técnicos e regulamentares do fazer do psicanalista:


onde e como se dá sua formação, o que é necessário
para exercer a psicanálise, o que é e o que distingue

a psicanálise em intensão (a do setting tradicional da


clínica) e a psicanálise em extensão (aquela que se
pratica fora do setting tradicional da clínica, nas
instituições e num âmbito social).

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Nesta aula, a proposta é que possamos construir
um percurso histórico acerca do surgimento da

psicanálise, e que tenhamos contato com seus


principais preceitos técnicos e teóricos e de onde
surgiram, ou seja, o que na história da psicanálise
contribuiu para os seus fundamentos. O aspecto
histórico se alia ao desenvolvimento da técnica e da

teoria psicanalítica, pois a psicanálise surge da


experiência clínica e de seus desdobramentos. Por
isso, a história não se dissocia da teoria e da prática
dentro do campo psicanalítico. Na sequência,
adentraremos no campo da discussão da psicanálise

como ciência, observando sua relação com a


psicologia e as psicoterapias, bem como sua
aplicação clínica (em intensão) e em extensão.

TEMA 1 – O QUE É E ONDE ESTÁ


INSERIDA A PSICANÁLISE NOS DIAS
ATUAIS? – PSICANÁLISE E
MEDICINA, UMA INTRODUÇÃO

A psicanálise é uma práxis, principalmente


clínica, surgida dentro da medicina e sistematizada a
partir de experiências clínicas e pesquisas de

Sigmund Freud, no final do século XIX. Ela surge com


o contato de Freud e seus parceiros de trabalho com
as pacientes histéricas (principalmente), que

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desafiavam a medicina da época. Tal desafio se
impunha, pois não era possível encontrar justificativa

orgânica alguma para o adoecimento dessas


pacientes. Com isso, foi necessário pensar em outro
tipo de explicação para o adoecimento histérico,
sendo necessário criar e pesquisar alternativas para
seu tratamento. Com a proposta de escutar e

investigar o que essas pacientes tinham para dizer


sobre seu próprio adoecimento, surgem as primeiras
experiências e pesquisas que dão abertura ao campo
psicanalítico. Vamos começar, então, falando sobre
quem era Sigmund Freud.

De acordo com Salim (2010), Freud nasceu em


1856, em Freiberg, Moravia, no império austro-
húngaro, que atualmente é Pribor, Checoslováquia.
Em 1860, ainda criança, mudou-se para Viena devido

a questões familiares. Nesta cidade, cursa Medicina e


então se interessa pela neurologia. É com sua
formação médica que passa a ter contato com o
fenômeno da histeria e estudá-lo. Após a publicação
de alguns trabalhos com base em sua experiência

clínica como neurologista e sua necessidade pessoal


de sistematizar seus conhecimentos adquiridos e
pesquisas, em 1896 denomina de Psicanálise esse
conjunto dos conhecimentos acumulados
decorrentes da pesquisa e da experiência clínica, até

então, sobre o funcionamento mental, em um artigo

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denominado “Novas observações sobre as
Psiconeuroses de Defesa”.

Freud, em sua formação como médico


neurologista, se propõe a estudar e investigar os
aspectos psicológicos que poderiam estar envolvidos
no adoecimento de suas pacientes, entendendo que
havia alguma relação de causalidade entre o aspecto

psicológico da paciente e seu adoecimento. Com


essa relação entre o aspecto médico e psicológico,
adentramos as relações entre psicanálise e
psicologia.

TEMA 2 – O QUE É E ONDE ESTÁ


INSERIDA A PSICANÁLISE NOS DIAS
ATUAIS? – PSICANÁLISE E
PSICOLOGIA, UMA BREVE
INTRODUÇÃO

Com base no que foi exposto até aqui, é possível

verificar que desde seus primórdios, portanto, a


psicanálise foi exercida por médicos. Com o tempo,
extrapola o campo da medicina e adentra o campo da

psicologia – ciência que ganhava espaço na


academia em meados dos anos 1950. Silva,
Gasparetto e Campezatto (2015) afirmam que, com a
absorção da psicanálise pela psicologia, surge uma
psicanálise técnica, aplicada e aprendida nas

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universidades, nos cursos de psicologia. Outro
movimento importante com relação à difusão da
psicanálise é a criação de escolas de psicanálise, nas
quais são praticados a formação, os estudos e as
discussões na área pelos psicanalistas. Neste

momento, é importante ter em mente que a


psicanálise surge dentro da medicina, mas se difunde
com o tempo, como uma prática à parte da medicina,
com sua ética e regulamentações próprias.

Sabemos, portanto, que em suas origens havia


íntima relação entre psicanálise e clínica médica. Até
hoje a psicanálise é exercida dentro do campo da
medicina (principalmente associada à psiquiatria), e
teve sua inserção no Brasil a partir da mesma.

Em 1899, Juliano Moreira, professor


catedrático na Faculdade de Medicina
de Salvador, foi o primeiro brasileiro a
citar, em conferência, artigos
científicos de Freud, quando a prática
clínica profissional da Psicanálise não
havia sido bem estabelecida em Viena,
no chamado período de isolamento
esplêndido de S. Freud (1898-1902).
Entre 1900 e 1902, quando morava na
Europa para tratar de uma tuberculose,
viajou por vários países, com o objetivo
de conhecer os tratamentos e as
instituições psiquiátricas. Em 1903,
retornou ao Brasil e instalou-se no Rio
de Janeiro, onde se tornou o diretor do

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Hospital Nacional dos Alienados. Nessa
instituição, as obras de Freud foram
transformadas em teorias de interesse
acadêmico e se tornaram objeto de
teses de Doutorado nas Faculdades de
Medicina (Salim, 2010).

Ainda segundo o autor, a maior parte dos


médicos com interesse pela Psicanálise naquela
época eram psiquiatras, neuropsiquiatras ou
neurologistas que tiveram algum contato e interesse
pela obra de Freud. No entanto, esse interesse acaba
ficando apenas no plano teórico ou especulativo, e
tais médicos não se dedicaram à prática clínica
psicanalítica. Mesmo assim, eles devem ser
considerados como precursores da difusão da obra

de Freud no Brasil. Falamos um pouco mais da


relação entre psicanálise e medicina para que
possamos então abordar a inserção dela, da
psicanálise, no campo da psicologia, e como se
estabelece essa relação até hoje em termos práticos.

Paralelamente à prática psicanalítica com base


na medicina, surge um movimento de inserção da
psicanálise dentro da psicologia. Segundo Rosa
(2001), atualmente é possível verificar que a
psicanálise está presente nas mais diversas áreas em
que atuam os profissionais do campo psi: educação,
justiça, saúde e trabalho, por exemplo. Assim,

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podemos pensar numa psicanálise exercida não
somente na clínica, mas que se estende como um
discurso e uma ética em outras áreas de atuação
relacionadas ao comportamento humano e à
psicologia. Onde se insere o psicólogo, pode ser

inserida a psicanálise.

Soares (2009) reitera que as práticas de


extensão da psicanálise – aquelas que extrapolam o
cenário da clínica, como as da educação ou da
justiça, por exemplo – podem conservar o que é a

essência do fazer do psicanalista (sua ética e visão


de homem), mesmo fora do ambiente da clínica, que
é o setting tradicional do psicanalista. Elas podem,
assim, ser estendidas aos demais campos de atuação
da psicologia, mantendo o rigor ético em sua política,
tendo sempre em vista as diferenças práticas da
atuação em seu setting habitual e da atuação fora
dele, a chamada psicanálise em extensão.

Rosa (2001) ainda discorre que a psicanálise está


presente nos cursos de Psicologia tanto em um de
seus eixos teóricos (Psicanálise I, II etc.) quanto nas
disciplinas temáticas, como Psicomotricidade,
Psicopatologia, Psicologia do Desenvolvimento, em
que sua inserção é menos óbvia, mas não menos

presente. Dentro da formação de psicólogo (estágios


e afins), a psicanálise também estará presente

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dependendo da abordagem teórica do supervisor,
seja no campo de atendimento clínico, seja no
atendimento à comunidade (na escola, nas
instituições etc.).

TEMA 3 – COMO SURGIU A


PSICANÁLISE?

Até aqui, pensamos juntos onde é possível


encontrar a psicanálise nos dias de hoje e como se
deu sua inserção social no Brasil e no mundo. Com
base nessa discussão, surgem outras perguntas:
como surgiu a psicanálise? Por que sua relação com a

medicina e com a psicologia? Responder a essas


perguntas nos dá mais subsídios para compreender a
inserção social da psicanálise como ciência e
profissão e nos coloca diante do fazer prático do
psicanalista, visto que em psicanálise teoria e prática
não se dissociam. Vamos, portanto, tratar do
surgimento da psicanálise como alternativa ao
tratamento da histeria, e como isso a faz ganhar o
alcance que se vê nos dias de hoje.

A psicanálise surge da prática clínica de Freud e


seus parceiros de trabalho (colegas e professores)
com as pacientes histéricas. Mas quem eram esses
pacientes? Em sua maioria, eram mulheres que
manifestavam tanto sintomas físicos (cegueira,

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paralisias, crises nervosas etc.) quanto psíquicos
(não conseguir beber água, esquecer como falar sua
língua materna etc.). O surgimento desses sintomas
não tinha explicação de fundo orgânico e era
exatamente essa falta de explicações que intrigava os

médicos.

Com as histéricas assistimos ao


nascimento da psicanálise e ao
desenvolvimento de seu arcabouço
teórico: a formulação de um aparelho
psíquico, regido não mais pela
consciência, mas sim pelo
inconsciente, formado por meio de
uma ação psíquica, o recalcamento,
mecanismo de defesa básico da
histeria. Concomitantemente teremos a
teoria do sonho, o desvelamento da
sexualidade infantil, que vai causar
escândalo no início do século XX.
(Nishikawa; Fiore; Hardt, 2017, p. 275)

Neste ponto de nossa construção acerca da


historiografia da psicanálise, torna-se importante
explicar melhor o que seria a histeria, fundamental
para a discussão histórica que estamos propondo.
Segundo Belintani (2003), o termo histeria é derivado
da palavra grega hystera. Referia-se a uma suposta
condição médica das mulheres, causada por
perturbações no útero, hystera em grego. Foi
utilizado por Hipócrates, que pensava que a causa da

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histeria fosse um movimento irregular de sangue do

útero para o cérebro. A suposição era de que a


histeria se desenvolvia pela privação de relações
sexuais, que causava o deslocamento do útero pelo
corpo. Com isso, a paciente histérica “[...] teria sua
respiração afetada, desenvolvendo convulsões se o
útero subisse até o hipocôndrio e estacionasse nesse
órgão. Caso o útero prosseguisse sua subida e
atingisse o coração, a paciente emitiria sinais de
ansiedade, opressão e vômitos” (Belintani,2003, p.

57).

Nishikawa, Fiore e Hardt (2017) mostram que,


com o estabelecimento de uma delimitação
nosológica do quadro (tradicional na medicina), há
uma maior abertura para que se supere essa visão

preconceituosa e um tanto simplista que vinculava a


histeria ao aparelho genital feminino. Aponta-se,
então, para um quadro com múltiplas formas de

manifestação que continha uma ordem própria e


definida. A superação da visão de que a histeria seria

uma doença do útero traz à cena a possibilidade de

pensar a histeria como uma forma de adoecimento


psíquico: “[...]a origem da histeria se devia a um

grupo de ideias parasitas não conscientes no espírito


do sujeito” (Nasio, 1999, p. 22). Isso amplia

radicalmente a concepção que se tinha do fenômeno


histérico, localizando a histeria dentro de um

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sofrimento de cunho psicológico.

Nishikawa, Fiore e Hardt (2017) situam que na


história da medicina, Jean-Martin Charcot estabelece

diferenciação entre histeria e epilepsia. Transformou


La Salpêtrière em um centro de referência clínico e de

ensino da histeria, criou um arquivo fotográfico para

eficaz registro médico e, assim, concretizou seu


projeto científico. Com isso, cria-se inclusive uma

identidade visual para o fenômeno. Freud, entre 1885


e 1886, fez um estágio no hospital parisiense La

Salpêtrière, onde teve aulas com Charcot. Durante


esse período, Freud aprende a utilizar a hipnose

como tratamento. Segundo Nasio (1999), a hipnose


era emprega para ter acesso aos conteúdos que

agiam como esse corpo estranho parasita no

psiquismo da paciente histérica – conteúdos esses


que estavam por trás do adoecimento, causando-o.

Durante as pesquisas realizadas por Sigmund

Freud e Josef Breuer, experimentações com hipnose

sugeriam a existência de memórias patogênicas que


causavam os sintomas. É neste momento de

pesquisas utilizando a hipnose que surgem também


as noções de topologia psíquica, com a conceituação

de consciente, pré-consciente e inconsciente, e a


noção de metapsicologia, com os conceitos de

repressão, resistência e recalque, tão importantes

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para construir a psicodinâmica psicanalítica. No
mesmo período em que Freud e Breuer faziam suas

pesquisas, outros testes com a hipnose eram


realizados também por pesquisadores como Charcot

e Bernheim, reforçando as primeiras teses esboçadas


por Freud e Breuer no tratamento de Anna O., nome

fictício que aparece na literatura psicanalítica em

referência a Bertha Pappenheim, um dos casos mais


relevantes na discussão acerca dos fenômenos da

histeria.

Belintani (2003) mostra que Freud, em 1895,

publica seus Estudos sobre a histeria, trabalho no


qual apresenta seus achados e conclusões a respeito

da histeria. Essa obra é composta pelo relato de


cinco casos clínicos, tendo sido quatro deles

atendidos pelo próprio Freud. As pacientes atendidas


foram: Frau Emmy von N., Miss Lucy R., Katharina e

Fraülein Elisabeth von R. Um caso especial e que não


foi atendido por Freud, o da paciente Anna O., é o

primeiro caso clínico citado na obra. Ela foi atendida

por Josef Breuer, médico austríaco que teve com


Freud uma relação bastante significativa, tanto

afetiva quanto profissional.

A jovem de 21 anos sofria de diversos distúrbios

corporais graves, como paralisia de membros do


corpo, cegueira temporária e até mesmo

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esquecimento de quase todos os idiomas que falava

(com exceção do inglês). Belintani (2003) reitera que,


com base no atendimento de Anna O., Freud conclui

que o que se encontrava por trás dos sintomas


neuróticos era de natureza sexual e conflitiva. Com o

avançar das pesquisas, Freud vai dando importância


cada vez maior à sexualidade, tanto para a

compreensão da neurose (aqui, a histeria) quanto


para a compreensão da constituição do sujeito dito

“normal”, ou seja, o sujeito que não padecia do


sofrimento causado pela neurose.

Com o passar do tempo, a psicanálise se


transformou em um método geral de investigação

dos fenômenos psíquicos – tais como os chistes, os


atos falhos e os sonhos, imprescindíveis para o

entendimento e a formulação da teoria psicanalítica

–, daí sua utilidade para compreender eventos que se


manifestam também em pessoas ditas “normais”, e

não apenas nos neuróticos. Abarcando praticamente


toda produção humana espiritual, ela também serviu

para analisar a arte, a literatura e a religião; suas


descobertas tiveram impacto profundo em áreas

como filosofia e sociologia.

TEMA 4 – UM POUCO MAIS SOBRE A


TÉCNICA PSICANALÍTICA E SEU

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PERCURSO HISTÓRICO

Até este ponto de nossa aula, tratamos sobre a

parte histórica acerca de como surgiu e qual é o


trabalho do psicanalista. Agora, é necessário adentrar

ainda mais no campo do fazer do psicanalista. Para

tanto, será necessário ainda tratar de alguns


aspectos históricos. Como temos trabalhado até aqui,

as pacientes histéricas trazem um desafio à prática


dos médicos da época de Freud. Com a noção de que

o adoecimento histérico era advindo de um conflito


psíquico, Charcot utilizava da hipnose para trazer à

tona tais conflitos. Esse era o método da sugestão


hipnótica: o médico, pela hipnose, poderia conduzir

o paciente por sugestões, a fim de rememorar

eventos traumáticos. Tinha-se em mente que ao


relembrar/reviver tais eventos, o sintoma se desfazia.

Foi usado por Freud na fase inicial de sua trajetória,


em conjunto com Josef Breuer.

De acordo com Nasio (1999), essa técnica foi se

mostrando insuficiente, pois algum tempo após a

experiência hipnótica os sintomas voltavam. Freud


percebia que nem todos os seus pacientes eram

hipnotizáveis ou influenciáveis pela emoção e, por


isso, considerava-se um mau hipnotizador. Também

percebia a dificuldade de alcançar uma condição de


cura efetiva, uma vez que não se extirpava os

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sintomas. O tratamento hipnótico para a

revivescência dos eventos traumáticos atuava apenas

com os sintomas gerando uma melhora temporária,


mas não com sua resolução definitiva e a etiologia da

neurose, isto é, não estudava as razões originárias


das neuroses.

E foi assim que Breuer pensou em uma nova


ideia: “[...] servir-se da hipnose, da sugestão verbal

ou de outro tipo de sugestão, não para reproduzir os


sintomas da doença, mas para extrair, para fazer sair,

para extirpar o corpo estranho” (Nasio, 1999, p. 21).


Surge, então, uma nova fase no tratamento da

histeria: a do método catártico, em que, o papel do


médico seria despertar as emoções que estariam na

base dos sintomas. De certa forma, o analista tem o


papel ativo (como na sugestão hipnótica) de conduzir

o analisado por uma jornada emocional. Este método

combinava a técnica da pressão e foi usado por Freud


como decorrência de seu trabalho com Josef Breuer.

Leandro e Honda (2008, p. 150) nos situam que,


inspirado em Berheim (outro médico que trabalhava

com a hipnose) e partindo de suas observações


sobre o método catártico, Freud começa a utilizar

técnica da pressão na testa: “pressionando a testa


do paciente, pede a este que lhe relate a ideia ou

imagem que lhe ocorre que a descreva seja qual for, e

sempre dá ao paciente a certeza de que algo lhe

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ocorrerá”.

Os autores ainda explicam que Freud relata que o

uso desse método nunca falhou, apontando um


caminho para desenvolver a investigação sobre a

patologia do paciente: “A pressão distrai o paciente


de reflexões conscientes, e já que a associação com

os fatores patogênicos parece estar sempre ‘à mão’,


só é preciso retirar do caminho os obstáculos, ou

seja, a vontade do paciente” (Leandro; Honda, 2008,


p. 150). Isso mostra a Freud que há algo importante

que faz com que a ideia causadora do adoecimento

se mantenha inconsciente: a resistência. Com o


método da pressão na testa, Freud conseguia

diminuir a resistência e assim era possível ter contato


com a ideia patógena.

De acordo com Andrade (2015), alguns fatores


levam Freud a questionar o método catártico, em prol

da técnica que se conhece hoje como associação


livre. Uma das questões que o levam a questionar a

eficácia desse método é a relação de poder e


sugestionabilidade que acaba existindo entre

hipnotizador e hipnotizado, e a importância da


sugestão nesse processo.

Freud remonta à metáfora proposta por


Leonardo da Vinci para distinguir as
técnicas utilizadas na pintura das

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utilizadas na escultura. Àquela,
operando “per via di porre” e
relacionada à sugestão hipnótica,
trabalharia com o depósito de material
sobre o já existente, não ocorrendo
nenhuma mudança estrutural. Esta
última, relacionada à técnica analítica,
operando “per via de levare”,
trabalharia com a retirada do material,
eliminando dele os excedentes que
recobrem a superfície do objeto para a
construção do novo. (Andrade, 2015, p.
39)

O que fica evidente aqui é a importância da

resistência no processo de descoberta do conteúdo


inconsciente que causa o adoecimento neurótico, e

como é necessário que os conteúdos surjam com


certa espontaneidade na fala do paciente,

evidenciando que a sugestionabilidade pode ser um

fator que dificulta o tratamento.

Nasio (1999) reitera que com a concepção de


que havia na relação entre médico-paciente um

aparato importante para o tratamento da neurose,

Freud pensa em alguns outros dispositivos clínicos


que pudessem ser mais eficazes e mais espontâneos

que a sugestão hipnótica; e é aí que entram em cena


os conceitos de resistência e transferência.

“Abandona a catarse e a hipnose e utiliza o que se


convencionou chamar de coerção associativa,

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tentando estimular até exigir a rememoração sem

hipnose, dos acontecimentos esquecidos, dos


acontecimentos traumáticos e sexuais esquecidos”

(Nasio, 1999, p. 25). Tais conceitos serão mais bem


trabalhados nas próximas aulas, quando tratarmos da

técnica psicanalítica e do surgimento de tais


conceitos.

Com isso, vai surgindo o último e definitivo


método utilizado dentro da técnica psicanalítica: o

método da associação, pelo qual é requerido ao


paciente dizer tudo o que lhe vem à cabeça, sem

censuras e/ou escolhas; cabe ao analista o papel de

inter-relacionar (e interpretar) os fatos trazidos,


debatendo com o analisado o que isso pode indicar

sobre crenças, valores e eventos do inconsciente. O


ritmo é determinado pelo paciente, numa relação de

idas e vindas de resistências, transferências e


contratransferências. Pretende-se que a partir do

discurso do paciente seja possível captar mensagens


do inconsciente por meio de suas formações: chistes,

atos falhos, sonhos e o próprio sintoma. Ao trazer à

tona os conteúdos do inconsciente, é possível


trabalhar o conflito que o causa e então diminuir o

sofrimento do sujeito.

TEMA 5 – ASSOCIAÇÃO LIVRE E A

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TÉCNICA PSICANALÍTICA – UMA
BREVE INTRODUÇÃO

Com o avanço na compreensão sobre a neurose


(não esqueçamos que a histeria é um dos quadros

que podem surgir da neurose, por isso tratamos por

essa nomenclatura, como uma forma de ser mais


generalista), avançou também a compreensão acerca

dos mecanismos de funcionamento do aparelho


psíquico e de como era possível tratar do

adoecimento neurótico. Com esse avanço, chegou-se


à técnica psicanalítica da associação livre, que

citamos anteriormente. Traçaremos, então, o


caminho percorrido por Freud até concluir que o

método da associação livre seria o mais efetivo para

acessar e tratar os conteúdos surgidos do


inconsciente, que atuavam na neurose.

Aqui, o objetivo não é um aprofundamento nos

conceitos psicanalíticos, mas sim compreender como


a partir de determinadas conclusões surge a técnica

utilizada até hoje pelos psicanalistas. Adentremos

então, de maneira introdutória, ao debate de alguns


dos conceitos estabelecidos que sustentam até hoje

a técnica psicanalítica.

Por meio das experiências com a hipnose, Freud

chega à conclusão de que os conteúdos que causam


os sintomas neuróticos são vindos do inconsciente.

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Segundo Freud (1923, p. 28), “existem ideias ou
processos mentais muito poderosos que podem

produzir na vida mental todos os efeitos que as ideias


comuns produzem, embora eles próprios não se

tornem conscientes. podem também causar efeitos


conscientes”. Para Freud, a razão pela qual essas

ideias acabam não podendo acessar o plano da

consciência é que uma força se opõe a elas: a


repressão. Ela trataria de manter o conteúdo

impróprio recalcado, e assim o sujeito não teria


acesso às ideias que o mantinham doente.

A questão de Freud com a hipnose era que a


mesma, ao romper brevemente a barreira da

resistência, permitia que o sujeito tivesse contato


com o conteúdo parasita que se encontrava

recalcado, mas não permitia que tal conteúdo


pudesse ser acessado pela consciência, dado o

estado de transe do sujeito durante a hipnose. Sendo


assim, entendeu que deveria haver outra forma para

que tais conteúdos pudessem vir à consciência, uma


maneira que partisse do próprio paciente e não

necessitasse do transe. É aí que passa a utilizar a

associação livre, na qual podiam ser trabalhados


conteúdos que surgissem espontaneamente do

paciente.

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NA PRÁTICA

Cremos que até aqui tenha sido possível

compreender que o fazer do psicanalista é desvelar


os conteúdos do inconsciente do sujeito. A ideia é

que, com o contato do sujeito com seus desejos e


ideias inconscientes que o sintoma faz a função de

esconder, esse mesmo sintoma de desfaça e/ou


perca sua força, e assim diminua o sofrimento do

sujeito. Com isso, o fazer psicanalítico ganha função


bastante importante: em palavras bem simples,

revelar o que se esconde, o que só se enxerga

conhecendo muito bem a dinâmica psíquica e


relacional do sujeito.

Durante minha carreira, tive a


oportunidade de trabalhar em
instituições de saúde, além da clínica
tradicional de consultório, bem como
durante minha graduação em
psicologia tive a experiência de fazer
um diagnóstico institucional de um lar
de idosos, numa leitura diagnóstica de
viés psicanalítico. Posso dizer que,
dentro de uma instituição, naquilo que
se chama de psicanálise em extensão,
o papel da psicanálise é tão importante
quanto na relação tradicional da clínica
do um a um. Trazer à tona aquilo que
não é dito, mas é sentido e atuado é de
uma importância tremenda para a
resolução de problemas institucionais e

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na leitura dos fenômenos que
acontecem dentro de um ambiente
institucional. (Madrucci, 2021)

Entender os conflitos no viés social e no viés


individual como surgidos de não ditos, contribui para

a leitura adequada daquilo que está acontecendo,


bem como para a resolução e elaboração desse

conflito: quando se traz à tona aquilo que não pode

ser dito, a verdade e o desejo do sujeito no nível

individual e dos sujeitos em conjunto promovem


relações mais saudáveis.

FINALIZANDO

Encerramos os conteúdos de nossa aula. Aqui

estão os itens fundamentais a serem memorizados

sobre o que tratamos até aqui:

1. A psicanálise surge em Viena, com Sigmund

Freud, principalmente, e outros médicos da

época.
2. Até hoje, a psicanálise é exercida por médicos,

mas também adentrou o campo da psicologia,

tendo com ela íntima relação. Pode ser exercida

em todos os campos de atuação da psicologia

além da clínica: saúde, justiça, trabalho e


educação, desde que mantida sua ética (a do

desejo) e sua visão de homem (a do sujeito do

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inconsciente).
3. Dentro da medicina, a psicanálise surge do

desafio imposto com o atendimento das

pacientes histéricas, as quais demonstraram

que seu adoecimento se dava por questões de

fundo psicológico, e não orgânico; havia nelas


ideias parasitas que não podiam se tornar

conscientes e o conflito surgido entre a ideia

inconsciente e a consciência as mantinha

doentes e em sofrimento.
4. Inicialmente, tratava-se das questões da

histeria por meio da hipnose, entretanto, esse

método mostrou-se um tanto ineficaz, dando

espaço para o método da associação livre, o

qual permitia que os conteúdos inconscientes


surgissem de maneira mais espontânea e,

assim, pudessem sem mais bem trabalhados.

5. A técnica psicanalítica é aprimorada a partir da

experiência clínica, e em conjunto com o avanço


da técnica são estabelecidos alguns conceitos

que nos ajudam a compreender o aparelho

psíquico em termos dinâmicos e topológicos.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, T. de. Da Hipnose à Psicanálise:

Clínica, Ciência e Política. Mestrado em Psicologia

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