Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TEORIA PSICANALÍTICA
MÓDULO 1
O nascimento da Psicanálise e a constituição de seu objeto de estudo.
A insuficiência do modelo médico no tratamento da histeria.
Os primórdios da psicanálise – do trauma à fantasia, da hipnose à
associação livre e da catarse à elaboração psíquica.
Bibligrafia:
BRENNER, C. Duas hipóteses fundamentais. In: Noções Básicas de
Psicanálise. Rio de Janeiro: Ed. Imago, 1975.
FREUD, S. História do Movimento Psicanalítico (1914). In: Obras
Completas de S. Freud. (volume XIV) Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda,
1969.
______. Cinco Lições de Psicanálise: Primeira Lição (1912). In: Obras
Completas de S. Freud (volume XI), Rio de Janeiro: Imago Editora
Ltda.GAY, P. Freud, uma vida para nosso tempo.São Paulo: Companhia
das Letras, 1989.
QUINODOZ, J. M. Ler Freud: guia de leitura da obra de S. Freud. Porto
Alegre: Artmed, 2007.
ROUDINESCO, E.; PLON, M. Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro:
Ed. Jorge Zahar, 1998.
______. A sociedade depressiva. In: Por que a psicanálise? São Paulo:
Jorge Zahar Editor, 2000.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Freud, já que foi este neurologista austríaco o responsável por sua invenção
e desenvolvimento (QUINODOZ, 2007).
Sua origem é decorrente de um momento histórico e social em que as
circunstâncias permitiram o surgimento de uma teoria e de uma prática que
tentasse abarcar os aspectos especificamente psicológicos de
determinados fenômenos, dada a insuficiência de outras tentativas para
explicá-los, ou seja, os fenômenos da conversão histérica representavam
um desafio à ciência, já que a medicina não conseguia explicar sua origem,
sendo de extrema importância compreender e tratar os fenômenos
psicopatológicos.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Ao pensar a questão do mundo interno estamos às voltas com o problema
da dicotomia sujeito/objeto, que é tema ainda de discussões em diversas
disciplinas, desde o século XVI com Descartes.
A perspectiva científica que pretende colocar seus objetos de estudo como
tendo uma realidade em si mesmos, constituídos como objetos da natureza,
pensará o sujeito como aquele que é dotado de uma consciência e de uma
razão que lhe conferem o poder de dominar e controlar (consciente e
racionalmente) a Natureza e seus objetos e inclusive a si mesmo.
No entanto, como explicar quando este sujeito mostra falhas, justamente,
nesta capacidade de dominar e controlar a realidade externa e a si mesmo?
E mais: o que fazer quando os recursos científicos disponíveis (físico-
químicos e anátomo-patológicos) não conseguem nem oferecer uma
explicação, nem uma ação condizente com os problemas surgidos da
relação de um dado sujeito com o mundo externo?
Será a partir de uma preocupação com os conflitos e sofrimentos que
adquiriram uma conotação patológica que surgirá a Psicanálise, enquanto
uma terapêutica e uma teorização capazes de oferecer uma nova visão
sobre o homem, seu psiquismo e suas relações com o mundo externo.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Assim o psíquico não coincide, para a Psicanálise, com o consciente; a vida
mental ou o mundo interno ganham uma nova acepção e uma nova
dimensão, que exigiu uma teorização e abordagem dos fenômenos
psicológicos específicas.
As idéias de Freud, desenvolvidas entre final do século 19 e início do século
20 marcaram o pensamento contemporâneo.
EXERCÍCIO
O trecho abaixo foi retirado do livro “Por que a Psicanálise?” de Elisabeth
Roudinesco (2000):
“Os cientistas sempre consideraram a psicanálise uma
hermenêutica. Longe de construir um modelo do
comportamento humano, a doutrina freudiana seria, a
acreditarmos neles, apenas um sistema de interpretação
literária dos afetos e dos desejos. Conviria, portanto,
quer excluí-la do campo da ciência, junto com as outras
disciplinas que não dependem da experimentação, quer
repensar a organização de todos esses campos
(antropologia, sociologia, história, lingüística, etc.) em
função de uma “ciência cognitiva”, a única capaz de fazê-
los entrar na categoria de “ciência verdadeira”
(ROUDINESCO, 2000; P. 113)
4. É uma teoria e uma prática que só poderá ser confiável quando seus
pressupostos forem comprovados por pesquisas que incluam um
número significativo de sujeitos.
5. É uma teoria construída a partir da experiência clínica e, ao mesmo
tempo, uma prática de investigação e uma terapêutica, que encontra
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
também um lugar como um saber que pode ser útil na leitura do
social.
Resposta E.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
não mais só em tratar neuroses, mas de todos que tivessem algum interesse
na alma humana, agora vista sob uma perspectiva dos fenômenos psíquicos
enquanto um campo aberto à investigação científica. Nesta obra Freud
promove uma grande ruptura na forma de abordar e compreender o homem,
pois a ciência apenas se preocupava com o homem em sua dimensão
consciente. O próprio Freud refere o conceito de inconsciente e a
formulação de que “o homem não é senhor em sua própria morada”
equiparando-a às quebras paradigmáticas decorrentes da mudança do
teocentrismo ao heliocentrismo e ao choque da teoria evolucionista
darwiniana.
Um conceito central e seu correlato no campo da prática clínica -
a transferência - junto com o conceito psicanalítico que articula num só
termo o psíquico e o somático - a pulsão - formam as bases do pensamento
freudiano que se construiu ao longo de quarenta anos de produção e sempre
reconhecendo a necessidade de constantes revisões e ampliações.
Podemos dizer que Freud descortinou um horizonte a partir do qual
puderam surgir outras teorias psicológicas que, em diferentes graus,
procuraram rever, ampliar e mesmo modificar radicalmente (a ponto de não
mais poderem ser designadas como psicanálise) os pressupostos teóricos
e as técnicas que deles podem surgir. Os oponentes ou dissidentes da
Psicanálise podem ser agrupados como aqueles que romperam
formalmente com um ou mais dos alicerces da Psicanálise (inconsciente,
transferência e pulsão), no entanto buscavam e ainda buscam confirmar a
existência de um mundo interno, passível de investigação e intervenção.
EXERCÍCIO
Anna O. era uma jovem de 21 anos, com altos dotes intelectuais, manifestou
no curso de sua doença, que durou mais de dois anos, uma série de
perturbações físicas e psíquicas mais ou menos graves, entre eles:-
paralisia espástica de ambas as extremidades do lado direito; perturbações
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
dos movimentos oculares e várias alterações da visão; tosse nervosa
intensa; repugnância pelos alimentos e impossibilidade de beber durante
várias semanas; redução da faculdade de expressão verbal, que chegou a
impedi-la de falar ou entender a língua materna; e estados de “absence”
(ausência), estados confusionais, delírios e alteração total da personalidade.
O quadro histérico de Anna O. (Breuer, 1895) abriu caminhos para uma nova
compreensão da histeria, pois por meio de seu quadro observou-se que:-
I. O quadro mórbido encontrado em Anna O. revelava que os órgãos
vitais internos (coração, rins etc.) tinham um funcionamento anormal,
conseguindo ser detectados em exames objetivos.
II. A sintomatologia apresentada por Anna O. não mantinha
correspondência a qualquer anormalidade orgânica, mas relacionava-se
aos violentos abalos emocionais que vivera.
III. Breuer observa que depois de relatar certo número de fantasias a
paciente experimentara sentimentos de alívio e se reconduzia à vida
normal.
IV. A hipnose e o método catártico impediram Breuer de melhorar sua
compreensão a cerca do quadro de Anna O.
V. O saber médico torna-se fundamental na compreensão e estudo das
lesões cerebrais orgânicas, mas diante da histeria o médico não sabe o
que fazer, pois seu método objetivo, assentado em bases biológicas,
carece de recursos para compreender e tratar tais quadros.
Resposta C.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
humanidade civilizada em alguns pontos especificamente sensíveis.
(FREUD, 1924)
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Se, num primeiro momento, o inconsciente surge como uma abertura para
as ciências psicológicas, encabeçada pela Psicanálise, a partir das décadas
de 30-40 do século XX, com sua expansão geográfica, principalmente para
os Estados Unidos, este mesmo conceito passará a ser um divisor de águas
entre a Psicanálise e as Psicologias da Consciência. Estas, mobilizadas
pela necessidade de fortalecer o “pobre” ego diante das exigências do
mundo externo e do mundo interno, colocando como meta do tratamento a
busca de uma relação harmônica, não conflituosa com o meio, do qual o
terapeuta/analista seria a figura exemplar, criaram um novo campo de
conhecimento, com novas teorias sobre o mundo interno, já não mais
vinculado à idéia de inconsciente, com novas técnicas, agora mais atentos
ao trabalho com os afetos, com a comunicação não-verbal, através de uma
prática clínica em que a relação dual, interpessoal (não mais transferencial)
entre paciente e terapeuta seria o norte do trabalho, o terapeuta buscando
sempre uma aliança com o lado saudável do paciente para ajudá-lo a
integrar-se psíquica e socialmente.
Lembrando que, se para a Psicanálise o psíquico só ganha consistência de
mundo interno a partir da noção de inconsciente, que mantém relação com
as três instâncias – id, ego e superego – em maior ou menor grau; para as
Psicologias da Consciência o importante será como a pessoa, identificada
ao seu ego, centro de sua personalidade, já destituído de qualquer
conotação inconsciente, enfrentará a luta pelo controle e dissolução de seus
conflitos. A Psicanálise também espera que o ego possa ser um aliado na
luta contra a neurose, no entanto isto não estaria a serviço de uma
adaptação ao contexto social, só porque este coloca a “doença mental”
como um desvio que não coincide com seus desígnios. A idéia principal é
recolocar a noção de doença mental no âmago da condição humana e não
fora dela, buscando responder antes quem é este que sofre e adoece, e
esperando que a noção de mundo interno, que não precisa ser psicanalítica,
possa oferecer um espaço de liberdade para o homem na sua relação com
o mundo externo.
EXERCÍCIO
Freud ao dissertar sobre a História do Movimento Psicanalítico comenta:-
“Considerava minhas descobertas contribuições normais
à ciência e esperava que fossem recebidas com esse
mesmo espírito. Mas o silêncio provocado pelas minhas
comunicações, o vazio que se formou em torno de mim,
as insinuações que me foram dirigidas, pouco a pouco
me fizeram compreender que as afirmações sobre o
papel da sexualidade na etiologia das neuroses não
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
podem contar com o mesmo tipo de tratamento dado ao
comum das comunicações. Compreendi que daquele
momento em diante eu passara a fazer parte do
grupo daqueles que “perturbaram o sono do
mundo”, como dizHebbel e que não poderia contar com
objetividade e tolerância.” (FREUD, 1914; p.31)
Resposta C.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
fala"). Resumidamente, método catártico ou catarse é o processo em que o
paciente em estado hipnótico, fala tudo que lhe vem à mente e obtém grande
alívio emocional.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
MÓDULO 2
A descoberta do inconsciente: repressão; resistência e formação de
sintomas.
A teoria dos sonhos e a psicopatologia da vida cotidiana.
A primeira tópica freudiana - sistemas: Inconsciente, Pré-Consciente e
Consciente.
Bibliografia:
FREUD, S. Cinco Lições de Psicanálise: Segunda Lição (1912). In: Obras
Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1969.
______. Cinco Lições de Psicanálise: Terceira Lição (1912). In: Obras
Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1969.
______. Estudos sobre a Histeria – Caso Elizabeth Von R. (1895). In: Obras
Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1969.
______. O esquecimento de nomes próprios – O Caso Signorelli.
(1901) In: Obras Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago Editora
Ltda, 1969.
______. Novas Conferências Introdutórias: Revisão da Teoria dos Sonhos
(1932). In: Obras Completas de S. Freud. Rio de Janeiro: Imago Editora
Ltda, 1969.
GARCIA ROZA, L.A. Freud e o Inconsciente. Rio de Janeiro: Editora Jorge
Zahar, 2009. (pg 76 - 81)
MEZAN, R. Freud, A Trama dos Conceitos. São Paulo: Editora
Perspectiva; 2001.
QUINODOZ, J. M. Ler Freud: guia de leitura da obra de S. Freud. Porto
Alegre: Artmed, 2007.
A descoberta do inconsciente
Na Segunda Lição, Freud explica o porquê de seu distanciamento de
Charcot e Janet; enquanto Freud concebia o fator psicológico e processos
psíquicos envolvidos na histeria, Charcot rejeitava esta concepção e
etiologia e Janet atribuía o fenômeno da histeria ao caráter degenerativo do
sistema nervoso nas histéricas. No texto Freud mostra que as divergências
com Janet advieram do trabalho prático desenvolvido na clínica, enquanto
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
seu opositor desenvolvia seu trabalho no laboratório. Para Freud e Breuer
interessava não só a origem, mas a melhora de seus pacientes, e para isso,
apoiaram-se no método catártico propondo que, ao invés de haver
degenerescência e falta de capacidade nas histéricas, há sim, uma divisão
da consciência.
Apesar de ser um avanço, Freud identifica limitações nesta técnica, em
decorrência da impossibilidade de hipnotizar alguns pacientes,
desencantando-se definitivamente após uma experiência de Berheim (este
estúdio mostra que pessoas em sonambulismo hipnótico aparentemente
perdiam a memória, mas, de fato, não perdiam e se forçando a memória
lembrariam o ocorrido durante a hipnose). Passou então a de não mais
hipnotizar os pacientes, considerando que seus pacientes não precisavam
ser hipnotizados para lembrar dos eventos traumáticos causadores da
histeria, embora esta técnica tenha sido exitosa, também a abandona.
Apesar de abandonado o método catártico, passa a verificar que seus
pacientes esquecem por completo o conteúdo traumático, tais recordações
se mantinham em algum lugar. Assim, entende que uma força detinha o
conteúdo fora da consciência e mantinha essas lembranças inconscientes.
Esta força foi chamada - resistência.
Com esta nova forma de funcionamento psíquico – resistência - formula o
conceito de repressão. Pensa ele que, assim como existe uma força que
mantém inconsciente a lembrança, pela força da resistência, deveria haver
uma força que retirara esta mesma lembrança da consciência; para esta
força inicial que, num primeiro momento, impede um conteúdo ascender à
consciência dá o nome de repressão.
O conceito de Inconsciente
O conceito de Inconsciente ganha força com estas descobertas, expandindo
aquilo que é psíquico para além da consciência. Os conteúdos de nossa
consciência ocupam agora uma dimensão bem menor, com várias lacunas,
não comportando mais a ideia de que tudo que acontece na mente deve ser
conhecido pela consciência.
No texto Sobre a psicopatologia da vida cotidiana (1901) Freud descreve o
quanto os deslizes e lapsos do nosso dia a dia, sejam de linguagem,
escritos, de memória entre outros acontecimentos, são atribuídos ao acaso,
mas não têm nada de acaso e, embora os chamemos de acidentes, tais atos
psíquicos estão, para sua realização, além de nossa capacidade consciente.
Estes atos falhos ou parapraxias são como os sonhos e sintomas, revelam
um processo inconsciente, que se desenvolve sem que o percebamos, a
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
partir de conteúdos latentes que escapam ao controle consciente,
apresentando-se em contradição à nossa consciência.
.EXERCÍCIO
Ao estabelecer o conceito de repressão/recalque, Freud coloca este
processo na gênese das neuroses, e a partir deste conceito central da
psicanálise, delimita o funcionamento psíquico, a formação dos sintomas.
Sobre a forma como o recalque atua, identifique a alternativa correta:
A. O objetivo da repressão/recalque é extinguir do inconsciente
as representações perigosas originais.
B. Um mecanismo que opera no sentido de afastar da
consciência uma idéia da ordem do insuportável às aspirações
morais.
C. O recalque está na base dos sintomas neuróticos, que se
formam independente da representação recalcada.
D. O recalque é um mecanismo que só se manifesta nos casos
patológicos.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
E. O objetivo da repressão/recalque é manter no consciente as
representações perigosas originais.
Resposta B.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
oculto a aprtir do conteúdo manifesto. Para Freud “O sonho é a realização
(dissimulada) de um desejo (reprimido, recalcado)” (FREUD, 1900, p. 145).
Freud aponta os mecanismos que entram em ação na formação do sonho,
como segue:
Exercício
Mariana (17 anos) acorda muito assustada e culpabilizada com algo que
sonhara, sonhou com sua irmã e sente-se envergonhada, levanta-se e vai
pedir desculpas à irmã mais velha... Esta reação de Mariana pode ser
explicada de acordo com o que aprendemos com a Teoria dos Sonhos em
Freud, como:
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
A. Os sonhos geram sentimentos de culpa e remorso em Mariana
em função de seu conteúdo manifesto.
B. A culpa gerada em Mariana está ligada aos seus desejos
proibidos associados a figura de sua irmã, como pessoa real que se
mostra no sonho.
C. Podemos afirmar que, caso Mariana estivesse em análise, o
mecanismo psíquico da resistência interferiria em seus relatos, apesar
de algumas de suas lembranças.
D. O sonho de Mariana ao ser lembrado sofrerá interferências da
elaboração secundária.
E. A lembrança imediata de Mariana indica que a versão lembrada
de seu sonho não está sujeita às distorções da elaboração secndária.
Resposta C.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
O pré-consciente articula-se com o consciente e funciona como uma
espécie de barreira seletiva que elege o que pode ou não passar para o
consciente. Do ponto de vista tópico, o pré-consciente seria uma parte do
inconsciente, que, entretanto, pode recuperar seus conteúdos armazenados
pela evocação da memória, ou seja, seus conteúdos tornam-se acessíveis,
isto é, conscientes, com maior facilidade podem ser trazidos à consciência.
O que caracteriza o pré-consciente é a possibilidade voluntária de se
acessar seus conteúdos.
O sistema inconsciente representa a parte mais arcaica do aparelho
psíquico. Nele incluem-se, por herança genética, as pulsões e a energia
correspondente a elas, que não são acessíveis à consciência; também todo
conteúdo que foi excluído da consciência pelos processos psíquicos de
censura e repressão, em que o conteúdo censurado, que não pode ser
lembrado, não se perde, mas permanece abrigado no inconsciente.
Freud refere que a maior parte do aparelho psíquico é inconsciente, onde
situam-se os determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica
e as pulsões (instintos).
No inconsciente situam-se as “representações coisa” ou “traços mnêmicos”,
que são fragmentos de reproduções de antigas percepções, dispostas e
inscritas como se fosse um arquivo sensorial, formando nossos contornos
psíquicos. Este conjunto que se refere às vivências, sentimentos,
percepções, eventos provenientes de nossos sentidos (auditivo, gustativo,
olfativo, tátil e visual) foram vividos num momento em que se prescindia da
palavra, formando um arsenal de representações fantasmáticas carregadas
de energia pulsional, que continuam habitando nosso universo inconsciente.
EXERCÍCIO
Freud concebeu sua teoria como uma forma específica de acesso a
determinados conteúdos. Dentro desta perspectiva, o que podemos acessar
em um processo de análise?
A. As lacunas que faltavam para o preenchimento das falhas de
memórias, na medida em que a narrativa baseia-se no modelo:
percepção-registro-evocação.
B. Os registros derivados de experiências reais vividas na infância.
C. O passado vivido tal como está narrado.
D. As profundezas do inconsciente que ficou retido e encapsulado na
mente, independente de outras internalizações.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
E. A forma como o sujeito internalizou suas experiências.
Resposta E.
MÓDULO 3 - SEGUNDA TÓPICA FREUDIANA - TEORIA DAS PULSÕES
TEORIA PSICANALÍTICA
MÓDULO 3
A segunda Tópica freudiana: id, ego e superego.
Pulsões e sexualidade; pulsão de vida e pulsão de morte.
Bibliografia:
FREUD, S. Repetir, recordar e elaborar (1914). IN FREUD, S., Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
______. O Ego e o Id (1923) . IN FREUD, S., Obras Completas de S.
Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
______. Além do princípio do prazer (1920) . IN FREUD, S., Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
LAPLANCHE, Jean & PONTALIS, J.-B. Vocabulário da Psicanálise. São
Paulo: Martins Fontes, 1992.
QUINODOZ, J. M. Ler Freud: guia de leitura da obra de S. Freud. Porto
Alegre: Artmed, 2007.
ROUDINESCO, E, Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Ed., 1998.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
equivalente à pré-consciência e consciência, mas também com alguma de
suas partes inconscientes.
Esta nova designação - conhecida como segunda tópica – inclui as
instâncias: id, ego e superego e vem substituir a primeira, sem, contudo,
eliminá-la, onde figuravam as denominações: inconsciente, pré-consciente
e consciente, s.
A diferença mais importante entre as duas tópicas é a de que, nesta
segunda, não encontramos uma separação radical entre os diferentes
lugares ora designados, ou seja, os limites entre id, ego e superego estarão
na estrita dependência dos movimentos pulsionais, o que implicará uma
nova forma de pensar as relações entre elas e do sujeito com a realidade.
Id
Conceito utilizado por Freud (1923), cuja origem é o pronome alemão neutro
da terceira pessoa do singular (Es), para designar uma das três instâncias
da segunda tópica freudiana, ao lado do ego e do superego. O id é
concebido como um conjunto de conteúdos de natureza pulsional e de
ordem inconsciente. Assim, o id irá ocupar o lugar do inconsciente na tópica
anterior. Este conceito foi introduzido na teoria psicanalítica pela primeira
vez no texto freudiano O ego e o id (1923) considerando absolutamente
apropriado para definir o que seria uma vivência passiva do indivíduo, que
se veria, assim, confrontado com forças desconhecidas e impossíveis de
dominar.
A experiência clínica de Freud foi decisiva para que ele chegasse à
conclusão que considerável porção tanto do ego quanto do superego era
inconsciente, o que traz consequências importantes para o próprio estatuto
e identidade do ego, não mais visto como correlato da vida consciente,
assim como a identidade exclusiva entre inconsciente e recalcado seria
colocada em xeque. Esta movimentação teórica exigiu uma revisão das
relações entre a vida consciente e a dinâmica inconsciente; o id, associado
às formações inconscientes será melhor delimitado como um reservatório
pulsional desorganizado, sede de um verdadeiro “caos”ou de “paixões
indomadas” que, sem a intervenção do ego, seria um joguete de suas
aspirações pulsionais e caminharia inelutavelmente para sua perdição.
Com isto, o ego perde sua autonomia pulsional, já que será reservada ao id
a designação de sede das pulsões - de vida e de morte. Esta abordagem
dinâmica da segunda tópica representa uma fluidez maior nos limites entre
as instâncias: os limites do id deixaram de ter a precisão dos que marcavam
a separação entre o inconsciente e o sistema consciente-pré-consciente, e
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
o ego deixou de ser estritamente diferenciado do id no qual o superego
mergulha suas raízes.
Ego
Este termo tem suas origens na filosofia e na psicologia para designar o ser
humano consciente de si e objeto do pensamento.
Ao retomá-lo na primeira tópica, Freud também o tomará como sede da
consciência, mas será a partir de 1920, com a representação da segunda
tópica que o ego mudará de estatuto, tornando-se também, em grande
parte, inconsciente, posto que seus limites com as outras instâncias já não
será o mesmo.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Além disso, o ego atua na conciliação das reivindicações do id, imperativos
do superego e exigências da realidade. Enquanto fator econômico surge
como um elemento de ligação dos processos psíquicos, atuando como uma
organização que tende à unidade, permitindo a estabilidade e identidade ao
sujeito.
EXERCÍCIO
Na segunda tópica freudiana as funções do ego no aparelho psíquico são
apresentadas com algumas diferenças quando comparadas à primeira
tópica. Identifique abaixo qual das afirmativas representa as funções do
ego...
:
A. A resistência - processo resistencial na clínica - é uma das
evidências que Freud observa, conduzindo-o e orientando-o aos
processos defensivos inconscientes do ego contra a emergência
dos conteúdos inconscientes que ameaçam a estabilidade
psíquica.
B. Os acontecimentos externos, quando excessivamente
intensos, são evitados pelo ego, produzindo modificações
convenientes ao mundo externo, sem, contudo, obter benefícios
ao próprio ego.
C. Quanto aos estímulos internos, o Ego controla
absolutamente as exigências dos instintos, decidindo se podem
ou não ser satisfeitas, adiando eventuais satisfações e
suprimindo completamente suas excitações, inclusive aquelas
posteriores.
D. A busca do ego é pela manutenção do desprazer, já que é
função do superego manter a “ordem” e reprimir o Id e suas
influências na busca do prazer.
E. O ego em sua origem não mantém relação com o id, mas
sim do suprerego.
Resposta A.
Superego
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
É terceira instância da segunda tópica que exercerá as funções de juiz e
censor em relação ao ego. Este conceito servirá para designar uma
instância que age de maneira implacável: num primeiro tempo de sua
instauração ele é representado pela autoridade parental que dá ritmo à
evolução infantil, alternando as provas de amor com as punições, geradoras
de angústia; num segundo tempo, quando a criança renuncia à satisfação
edipiana, as proibições externas são internalizadas e esse é o momento em
que o superego vem substituir a instância parental por intermédio de uma
identificação. O que pode se destacar aqui é o fato de que esta instância, a
despeito de sua ligação intrínseca com os modelos oferecidos pelos
genitores, ele - o superego - constrói-se fundamentalmente pela
identificação do superego dos pais, ou seja, pela transmissão dos valores e
das tradições que perpetua-se, dessa maneira, por intermédio dos
superegos, de uma geração para outra e, não, uma simples interiorização
dos pais. O superego é particularmente importante no exercício das funções
educativas.
A nova instância passou a ser a sede da auto-observação, o depositário da
consciência moral; tornando-se a instância que resguarda em si os aspectos
mais desejados do “ego ideal”, que assumidos por herança pelo “ideal do
ego”, torna-se o guardião destes ideais, com os quais o ego se compara,
aspira e se esforça para atender/cumprir as demandas de aperfeiçoamento
do movimento identificatório.
Compõe-se quase que totalmente de elementos inconscientes, guiado por
objetos internos, tendo como principal efeito a culpa, com subsequentes de
angústias e medo. É a instância modelo, o pólo psicossocial da
personalidade e de fundamental importância para compreensão da conduta
e da psicopatologia do indivíduo.
EXERCÍCIO
De acordo com Freud, ao id cabe desejar (independente de qualquer
aspecto), ao ego cabe mediar desejos e proibições entre as instâncias,
enquanto ao superego cabe...
I. Desejar, mas proibir, visto que sua dimensão
considera os valores éticos implícitos na cultura que se propagam
pelo superego dos pais.
II. A formação de ideais almejados pelo id.
III. Substituir a instância parental e suas interdições por
meio da identificação.
IV. Acordos complacentes para com o ego.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
V. Desejar, independente, dos valores éticos implícitos
na cultura.
Resposta C.
Pulsão
Se até aqui falamos da nova maneira de conceituar o aparelho psíquico a
partir das três instâncias - id, ego e superego - não é menos importante
aquilo que diz respeito à teoria pulsional de Freud, já que esta se insere na
compreensão do funcionamento psíquico do ponto de vista dinâmico.
Freud afirma que o aparelho psíquico está à mercê, sob impacto e
pressionado por estímulos externos e interno, dos quais o aparelho psíquico
pode, mediante atividade muscular afastar-se dos estímulos externos, sem
contudo exercer qualquer afastamento dos internos. Estas excitações
internas denominam-se como pulsões ou instintos; o autor prefere o termo
pulsão (trieb) por exprimir a ideia subjacente de urgência para descarregar,
situando-se mais adequada ao psicológico, enquanto instinto (instinkt)
restringir-se-ia a comportamentos hereditários, fixos de cada espécie.
Pulsão será definida, já em 1905, como:
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Assim, pulsão difere radicalmente de instinto e não se reduz às simples
atividades sexuais que costumam ter bem delimitado tanto seus objetivos,
quanto seus objetos; é um impulso, e a libido constitui-se em sua energia.
Além desta diferença em relação ao instinto, a pulsão é formada, em
seu caráter sexual, como um conjunto de pulsões parciais, cuja soma
constitui a base da sexualidade infantil. Encontra inicialmente apoio em
atividades somáticas, ligadas a determinadas zonas do corpo, as quais,
dessa maneira, adquirem o estatuto de zonas erógenas. Este início da
constituição pulsional é o que significa seu caráter limítrofe - seu limite está
entre psíquico e o somático, sendo, assim, a pulsão é o representante
psíquico das excitações provenientes do corpo e que chegam ao
psiquismo.
São quatro as características da pulsão: a fonte, a força, o alvo e o objeto.
· Fonte – A fonte das pulsões é o processo somático, localizado
numa parte do corpo ou num órgão, cuja excitação é representada no
psiquismo pela pulsão.
· Força – Força ou pressão constitui a própria essência da pulsão
e a situa como o motor da atividade psíquica.
· Alvo – Alvo ou satisfação, pressupõe a eliminação da excitação
que se encontra na origem da pulsão; esse processo pode comportar
alvos intermediários ou até fracassos, ilustrados pelas pulsões -
chamadas de pulsões “inibidas quanto ao alvo” - que se desviam
parcialmente de sua trajetória e, por último, o objeto da pulsão é o
meio de ela atingir seu alvo, e nem sempre lhe está originalmente
ligado, o que significa dizer que em termos de pulsão, o objeto é
contingente.
· Objeto - As pulsões sexuais podem ter quatro destinos: a
inversão, a reversão para a própria pessoa, o recalque e a sublimação.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
garantindo o extravasamento da excitação oral, e simultaneamente
“sexualiza” ou “erotiza”, isto é “subverte” a função associada a esta.
EXERCÍCIO
No início de seu trabalho (1895-1906), Freud concebia o conjunto da vida
mental como constituída pela dualidade entre as pulsões sexuais e
autoconservação. Posteriormente, englobou-as como pertencendo ao
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
mesmo grupo, em oposição à pulsão de morte, este grupo foi denominado
de:
A. Pulsões sexuais, uma vez que estas visam a preservação da
espécie.
B. Pulsões de autoconservação, visto que tendem a preservação do
indivíduo.
C. Pulsões de vida, que visam a integração e a união.
D. Pulsões de morte, que visam o retorno ao estado anorgânico.
E. Pulsões eróticas, que visam a satisfação da pulsão sexual.
Resposta C.
MÓDULO 4
A teoria da sexualidade.
A evolução da libido.
As zonas erógenas e as pulsões.
Bibliografia:
FREUD, S. Cinco lições de Psicanálise. (1912) IN FREUD, S., Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
______. Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade. (1905) IN FREUD,
S., Obras Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda;
1969.
______. A Pulsão e seus destinos. (1915) IN FREUD, S., Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
ROUDINESCO, E, Dicionário de Psicanálise. IN FREUD, S., Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda.
Sexualidade
Foi com a introdução da palavra libido que S. Freud construiu sua teoria da
sexualidade, percurso teórico iniciado em 1905 com a publicação dos Três
ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905). É preciso enfatizar que este
ponto de partida de sua teoria sobre a sexualidade sofreu várias
modificações ao longo do tempo, seja a partir da reformulação teórica
advinda em 1914 a partir da conceituação sobre o narcisismo, seja à luz da
teoria sobre o dualismo pulsional e da instauração da segunda tópica, em
1920, no texto Além do princípio de prazer, e, por último, em torno do
texto Psicologia de grupo e análise do ego (1921). Isto quer dizer que a
teoria sobre a sexualidade e o conceito que lhe é correlato - a libido - são
construções realizadas ao longo do tempo, marcadas ou ritmadas pelas
mudanças que a experiência clínica e o debate teórico impuseram ao
pensamento freudiano.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Exercício
A primeira e a segunda tópica são assuntos que compõem a chamada
metapsicologia freudiana. Correspondem a tentativas de sistematizar o
aparelho psíquico, sugerindo a idéia de uma certa organização, onde cada
sistema tem sua função. Tendo como base a primeira e a segunda tópica
freudiana, julgue os itens abaixo:
Resposta B.
Libido
No início de sua teorização, Freud deu a esta libido um sentido psíquico,
tornando-se, após o abandono da teoria da sedução, no motor do conflito
psíquico que estaria na origem das neuroses: o histérico sofria de
reminiscências e, depois, de fantasias e sonhos, cujo conteúdo seria
explorado pela psicanálise, através do retorno à infância e, portanto, às
primeiras experiências sexuais do sujeito. Com a publicação dos Três
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905) este conceito tornou-se o eixo
da sexualidade humana.
Primeiro a libido é uma “energia”, uma manifestação dinâmica, na vida
psíquica, do impulso (ou pulsão) sexual e, se o que pesava, a partir de
então, era a dimensão psíquica, redefine-se o estatuto da libido: não mais
constituía uma atividade somática, mas era um desejo sexual que procurava
satisfazer-se, fixando-se em objetos. É também neste tempo de sua
teorização que se institui a noção de monismo sexual: a libido seria de
natureza masculina, quer sua manifestação seja no homem ou na mulher.
Esta libido - dimensão fundamental da pulsão - fixa-se em objetos e pode
se deslocar em seus investimentos, mudando de objeto e de objetivo. É
então sublimada, ou seja, derivada para objetivos não sexuais, investe em
objetos socialmente valorizados: a arte, a literatura, atividades intelectuais,
etc.
Esta maleabilidade libidinal, sua capacidade intrínseca de mudar tanto de
objetos quanto de objetivos, permite igualmente um outro tipo de trânsito:
também pode diversificar-se quanto à fonte de excitação. Há uma
diversificação das zonas erógenas, que se distribuem por quatro regiões do
corpo: oral, anal, uretro-genital e mamária. Dessa descrição da libido capaz
de se diversificar em zonas erógenas decorreu um desdobramento teórico -
a teoria dos estádios ou fases, tão central na reformulação freudiana quanto
na relação objetal. Cada idade ou, cada fase, tem um tipo de relação de
objeto que serão definidas em quatro: a fase oral, a fase anal, a fase fálica
e a fase genital.
Fase Oral
É o momento em que o prazer sexual se dá, predominantemente, pela
excitação da zona bucal e lábios, estando associado à alimentação. Neste
momento precoce do desenvolvimento o bebê só espera a satisfação de
suas necessidades, que asseguram a sobrevivência, assim quando tem
fome ou sede busca a satisfação e à medida que esta necessidade é
satisfeita, a pulsão a ela associada acaba por ser reduzida, com isto vivencia
e sente prazer, o que restitui ao organismo o retorno ao seu estado de
equilíbrio.
O objeto da fase oral é o seio ou seu substituto, não só enquanto
alimentação, nem como elemento anatômico, mas como objeto que
permitirá as várias vivências e sensações de aconchego que envolve o
acalento do colo materno.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Nesta fase se dá a formação do ego, a princípio o bebê não percebe nem
sente-se como separado do exterior, a não satisfação imediata da
necessidade, conjugada à espera pelo alimento, a faz sentir-se como
separado do ambiente e, neste espaço se dá o início da formação do ego,
que ocorrerá durante o primeiro ano de vida.
Fase Anal
Por volta dos 12 meses de vida inicia-se a fase anal, que durará até os 36
e, apesar desta região anal estar em funcionamento desde o início da vida,
será somente mediante o amadurecimento neurofisiológico aliado às
demandas do ambiente, que incidirão para que musculatura voluntária
torne-se o centro dos investimentos libidinais.
Assim, as crianças começam a desenvolver o controle muscular ligado aos
esfíncteres – anal/defecação e uretral/controle urinário, em
complementaridade às preocupações dos pais acerca do estabelecimento
dos hábitos de higiene. Nesta fase, retenção ou expulsão tornam-se fontes
de prazer, já que região anal é a zona erógena. O aprendizado da higiene e
a consequente necessidade de controle esfincteriano são possíveis, pois o
ego está caminhando à sua formação, permitindo à criança ser capaz de
adiar a satisfação das pulsões. O objeto desta fase ainda é a mãe, contudo
numa perspectiva de objeto total.
Fase Fálica
É o momento em que o prazer sexual se dá pela curiosidade e manipulação
dos genitais. A obtenção de prazer se dá pela manipulação, masturbação
infantil.
Embora a criança tenha este interesse pelos genitais, ainda não se trata da
verdadeira genitalidade, seu sentido é ambíguo, pois a criança ainda não
sabe discriminar sobre a diferença sexual anatômica e considera que todos
os seres são dotados de pênis – homens e mulheres. Após o período de
negação das diferenças entre os sexos, meninos e meninas terão que
conviver com o produto deste reconhecimento, cada um a sua maneira.
A sexualidade, até aqui, é auto-erótica, mas começa a ser investida nos
pais, porquanto o desejo libidinoso dos filhos é dirigido para o genitor do
sexo oposto, resultando numa verdadeira batalha que estruturará o
psiquismo do ser humano.
Período de Latência
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Depois da turbulência decorrente da renúncia produto do complexo de
Édipo e com um superego já formado, a criança entra num período de
acalmamento e diminuição da atividade sexual. Esta etapa inicia-se por
volta dos 5/6 anos e estende-se até à puberdade.
Pela impossibilidade de efetivar se intento da satisfação das pulsões
sexuais, a criança renuncia ao seu desejo incestuoso e volta-se para
objetos não pertencentes à sua estrutura familiar primária. Há uma
repressão das pulsões sexuais e sua energia é canalizada para
atividades e interesses sociais.
Nesta fase são erigidos sentimentos contentores da sexualidade, entre
eles a vergonha, o pudor, o nojo, a repugnância.
Fase Genital
Para Freud, na adolescência, é reativada toda sexualidade adormecida
durante o período de latência; o reaparecimento dos impulsos sexuais
reprimidos os dirige para o sexo oposto, numa perspectiva de sexualidade
adulta e madura. Neste estágio o adolescente reativa seu Édipo e
desencadeia-se uma maior independência e autonomia dos adolescentes
em relação aos pais idealizados da infância, redundando em escolhas
sexuais fora do mundo familiar e num processo de adaptação às exigências
socioculturais.
Este modo de conceber a sexualidade e a vida psíquica amplia a noção de
sexualidade, até então vista pelos sexólogos, reduzida ao sentido genital. A
libido, ligada que está à pulsão sexual, inscreve-se como componente
central de um Eros enfim reencontrado, simultaneamente desejo,
sublimação e sexualidade em todas as suas formas humanas.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
enfim, para o comunismo, ou seja, sempre “sexual” em demasia”
(Roudinesco, 1998).
EXERCÍCIO
Cada uma das fases descritas por Freud tem uma importância à constituição
do sujeito psíquico, mas uma delas é marcada pela reativação da
sexualidade, de forma organizada para a realização da sexualidade genital
plena (adulta). Que momento é este e no que implica sua consecução?
A. Fase fálica, que implica no reconhecimento anatômico do órgão sexual e
aceitação das diferenças entre os sexos.
B. Fase oral, anal e fálica que pressupõem uma organização pré-genital.
C. Fase genital, que é um equivalente da fase fálica em seus
desdobramentos mais específicos.
D. Período de latência, que é o grande preparador à genitalidade adulta.
E. Fase genital, que implica na renúncia do desejo incestuoso, na plenitude
fisiológica, na escolha sexual fora do mundo familiar, na assunção do sujeito
autônomo. .
Resposta E.
MÓDULO 5: TEORIA DA SEXUALIDADE - COMPLEXO DE ÉDIPO E SUA
DISSOLUÇÃO
TEORIA PSICANALÍTICA
MÓDULO 5
O complexo de Édipo e a sua dissolução
Bibliografia:
FREUD, S. Cinco Lições de Psicanálise: Quarta Lição (1912). IN FREUD,
S. Obras Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda;
1969.
______. A dissolução do complexo de Édipo (1924). IN FREUD, S. Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
MEZAN, R. A querela das interpretações. IN: A Vingança da
Esfinge, Ensaios de Psicanálise: Editora Brasiliense; 1988.
Complexo de Édipo
O complexo de Édipo (ou Édipo simplesmente, para abreviar) designa o
complexo definido por Freud, assim como é um mito fundador, pois a partir
deste conceito a teoria psiacanalítica procura elucidar as relações do ser
humano com suas origens e sua genealogia familiar e histórica.
O Édipo responde a duas questões:
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
do ponto de vista clínico, uma fantasia que atua desde o âmago de ser e o
toma por inteiro. Quanto ao mito, sua força na cultura se explica porque
através de uma fábula que traz à cena personagens familiares, o faz de tal
forma que estes personagens verdadeiramente encarnam as forças do
desejo humano e os seus interditos, suas proibições necessárias.
Fantasia ou mito, o complexo edipiano é um conceito central, nuclear (acha-
se presente em toda obra freudiana, desde 1897 até 1938), indispensável à
consistência da teoria e à eficácia da prática psicanalítica.
EXERCÍCIO
Uma das grandes contribuições de Freud em relação ao desenvolvimento
do ser humano se refere à sexualidade, tomada aí numa dimensão muito
mais do que a dimensão reprodutiva. Assinale a alternativa que corresponde
aos achados de Freud sobre este tema.
A. A vida sexual dos seres humanos começa na puberdade, o que
ocorre logo após ao nascimento deve ser entendida numa perspectiva
desenvolvimentista sem associação à sexualidade.
B. Após o nascimento a única manifestação de sexualidade se refere
ao ato de sugar o seio da mãe, portanto esta ação liga-se não a
sexualidade, mas a alimentação como ação voltada a sobrevivência.
C. A vida sexual inclui a noção de que diferentes partes do corpo são
reconhecidas como zonas erógenas, capazes de produzir prazer.
D. O conceito de sexual é um conceito amplo que inclui atividades têm
que ver com os órgãos genitais.
E. O primeiro órgão a surgir como zona erógena e a fazer exigências
libidinais à mente é, da época do nascimento em diante, os genitais.
Resposta C.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
O complexo de Édipo está ligado à fase fálica da sexualidade infantil e surge
quando o menino (por volta dos 2 ou 3 anos) começa a sentir sensações
prazerosas e, apaixonado pela mãe, quer possuí-la, colocando-se como
rival do pai, antes admirado. Uma posição inversa é adotada: ternura em
relação ao pai e hostilidade em relação à mãe. Há, ao mesmo tempo, o
complexo de Édipo e um complexo de Édipo invertido; estas duas posições
- positiva e negativa - no contato com os pais são complementares e
constituem o Édipo completo.
Será, por volta dos cinco anos, com o complexo de castração que, no
menino, o complexo desaparecerá: o menino reconhece a partir de então
na figura paterna o obstáculo à realização de seus desejos, abandona o
investimento na mãe e passa para uma identificação com o pai, que lhe
permitirá, na vida adulta, uma outra escolha de objeto e novas
identificações: ele se desliga da mãe (desaparecimento do complexo de
Édipo) para escolher seu próprio objeto de amor. Seu declínio marca a
entrada num período chamado de latência, e sua resolução após a
puberdade concretiza-se num novo tipo de escolha de objeto.
A tese da tese da libido única, de essência masculina, está ligada ao
complexo de Édipo. O menino sai do Édipo através da angústia de
castração, por seu lado, a menina ingressa nele pela descoberta da
castração e pela inveja do pênis e, nela, o complexo se manifesta pelo
desejo de ter um filho do pai. A dessimetria se apresenta no tocante ao fato
de a menina desligar-se de um objeto do mesmo sexo (a mãe) por outro de
sexo diferente (o pai). Não há um paralelismo exato entre o Édipo masculino
e seu homólogo feminino, mas encontramos uma simetria: nos dois sexos a
mãe é o primeiro objeto de amor, o elemento comum e primeiro.
EXERCÍCIO
Sobre o Complexo de Édipo na teoria de Freud, pode-se dizer que:
I. A ameaça de castração é o principal fator que leva a dissolução do
Complexo de Édipo e encontra-se na base do processo civilizatório.
II. O Complexo de Édipo é considerado um processo universal, que
desempenha um papel estruturante no desenvolvimento do indivíduo.
III. A elaboração do Complexo de Édipo inclui o abandono dos aspectos
mais passionais em relação aos pais e a consequente identificação
com os progenitores.
IV. A ameaça de castração é uma teoria sexual infantil para explicar a
diferença anatômica entre os sexos e só ocorre em casos extremos de
confusão de identidade.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
V. O Complexo de Édipo nunca se dissolve, e é predominante nos
meninos.
Resposta C.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
EXERCÍCIO
Um dos efeitos do complexo de Édipo na criança por volta dos 5 (cinco) ou
6 (seis) anos está relacionado com atitudes morais e regras que devem ser
seguidas e que estão sujeitas a punição, além de suscitar arrependimento
que vem de dentro de si própria e não de outra pessoa, exigindo
comportamento de obediência. Com base nestas afirmações identifique de
que fase do desenvolvimento psicossexual trata-se este momento descrito
e escolha a alternativa correta:
A. O período descrito é o de latência e demonstra a formação do
superego.
B. A fase descrita é a anal e demonstra o contato do ego com o ambiente.
C. A fase descrita é a oral e os primórdios do princípio de prazer.
D. A fase descrita é a fálica e mostra a estruturação do superego, pela
dissolução do Édipo.
E. A fase descrita é a fálica e mostra o início do complexo de Édipo.
Resposta D.
MÓDULO 6: PSICANÁLISE NA CLÍNICA - TRANSFERÊNCIA /
DESCOBERTA DO NARCISISMO
TEORIA PSICANALÍTICA
MÓDULO 6
A psicanálise na clínica
O surgimento da transferência
A descoberta do narcisismo.
Bibliografia:
FREUD, S. A dinâmica da transferência (1912). IN FREUD, S. Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
______. Sobre o Narcisismo: uma introdução (1914). IN FREUD, S. Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
______. Fragmentos da análise de um caso de histeria – O Caso Dora
– Epílogo (1905). IN FREUD, S. Obras Completas de S. Freud, Rio de
Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
______. Recordar, repetir e elaborar - Novas recomendações sobre a
técnica da Psicanálise II (1914). IN FREUD, S. Obras Completas de S.
Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
LAPLANCHE, J. Vocabulário da psicanálise - Laplanche e Pontalis. São
Paulo: Martins Fontes, 1992.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
que não passam pelo crivo da censura e, portanto, não podem ser
rememoradas. E, assim, será o manejo da transferência que permitirá que
se transforme a compulsão à repetição num motivo para recordar: A
transferência cria, assim, uma região intermediária entre a doença e a vida
real, através da qual a transição de uma para outra é efetuada (Freud, 1914,
p.201).
EXERCÍCIO
O processo transferencial ocorrido durante a análise pode ser concebido
como uma reatualização de experiências significativas da vida do paciente.
Com base nas observações de Freud acerca da transferência, escolha a
alternativa correta, assinalando-a.
A. A transferência é a forma mais clara em análise da superação da
resistência, pois viabiliza uma transmissão consciente de conteúdos
reprimidos de um sujeito para o analista.
B. A resistência transferencial cria a possibilidade de uma manifestação
menos crítica do sujeito durante a análise, especialmente pelo fato de
que a relação com o terapeuta tem sempre referência do real.
C. A transferência torna-se recurso fundamental da análise, pois torna
manifesto os impulsos eróticos esquecidos pelo paciente.
D. A transferência é um fenômeno que prejudica o desenvolvimento
favorável na análise, pois apresenta significativa resistência, impedido
clareza da dinâmica psíquica por parte do analista.
E. Sentimentos amistosos como confiança e amizade podem
caracterizar uma forma de transferência positiva, que são sempre vistos
como muito positivos.
Resposta C.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
um movimento repetitivo dê lugar a algo, se não radicalmente novo, pelo
menos uma criação própria do sujeito na sua relação com seu inconsciente.
Transferência não é repetição e esta não aparece de um só jeito. Mas na
transferência o lugar ocupado pelo analista revigora o status ficcional da
transferência na medida em que, ao encarnar uma abertura, o analista
remete o sujeito à sua própria errância, à suas infindáveis tentativas de criar
algo a partir do nada, ou melhor, da falta – falta de sentido, falta de norte ou
de rumo, que não se cansa de se repetir. A técnica que serve de contrapeso
a esta exigência pulsional de repetição não exclui este movimento, mas
permite que algo se produza, se crie nas movimentações possíveis a cada
momento, para cada um e chega-se a um pouco de verdade.
A descoberta do narcisismo
As primeiras considerações de Freud sobre o narcisismo surgem por volta
de 1909, época da segunda edição dos Três Ensaios..., em cartas (junho de
1913) e no artigo sobreLeonardo da Vinci (1910). Mas é somente com o
texto de 1914 que a discussão sobre as relações entre o eu e os objetos
externos culmina numa diferenciação entre duas formas distintas de
investimento libidinal: uma voltada para o próprio eu e outra voltada para os
objetos. São desta mesma época também as indagações de Freud sobre a
escolha da neurose e será em 1914 que afirmará o narcisismo como um
conceito à parte, capaz de esclarecer uma forma de investimento libidinal
que não diz respeito somente ao que podemos ver nas perversões,
estendendo-se à totalidade do curso regular do desenvolvimento sexual
humano, ou seja, passa a ser considerado como um estágio necessário
entre o auto-erotismo e o amor objetal. Então, podemos situar o narcisismo
como um conceito que auxilia tanto na compreensão da etiologia das
neuroses, das psicoses e das perversões quanto na reformulação das
noções anteriores sobre o curso dos investimentos libidinais.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
psicanalíticas no que diz respeito à clássica oposição entre pulsões sexuais
e pulsões do eu.
Antes de formular esta sua teoria sobre o narcisismo, acreditava-se que os
investimentos no eu eram tão somente relacionados às necessidades de
auto-conservação, ficando reservada a libido para as relações objetais.
Porém as investigações posteriores demonstraram que esta ‘libido do eu’
estava sendo ocultada por esta pressuposição. A importância destas
formulações acerca do narcisismo concentra-se no fato de estar diretamente
vinculado à própria constituição do eu, pois num primeiro momento –
anterior ao descobrimento do narcisismo como etapa necessária na
formação da vida psíquica – acreditava-se que as pulsões do eu eram
exclusivamente não-sexuais e que o auto-erotismo, enquanto estágio inicial
da sexualidade, não teria nenhuma finalidade de sobrevivência, assim como
seria anterior à formação do eu como uma unidade. Reconhecer que há um
investimento libidinal no eu leva à ideia de que estão presentes na
constituição deste diferentes energias psíquicas e que a passagem do
estado do auto-erotismo para o narcisismo se dá quando se acrescenta ao
auto-erotismo o eu, ou seja, quando este último passa a ser o objeto de
amor. Assim é que o narcisismo ganha o estatuto de primário, perde sua
conotação patológica e passa a ser um elemento fundamental na
constituição da vida psíquica.
Porém esta libido dirigida ao eu é a mesma energia que se dirige para os
objetos, trata-se nos dois casos da manifestação da mesma pulsão sexual,
só que agora compreendida como capaz de investir em diferentes objetos:
o próprio eu e os objetos externos. O eu seria então constituído por esta
energia, estaria investido, desde o princípio da sua constituição, de pulsões
de auto-conservação e de pulsões sexuais, o que significa dizer que é um
‘reservatório’ destas pulsões: dele tanto partem quanto retornam os
investimentos sexuais.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
palavras no modo como as relações do eu com os objetos ficam
comprometidas quando há um retorno a um investimento no próprio eu que
substitui o investimento objetal. Falar de narcisismo primário remete
necessariamente à teoria da libido, podendo ser considerado como uma
extensão desta última.
Poderíamos assim considerar a palavra ‘retorno’ como tendo um duplo
sentido: primeiro porque a libido desloca-se dos objetos para o próprio eu -
se o seu destino natural e normal deve ser os objetos, a ideia de retorno
tanto estaria ligada à noção de patologia (uma perversão, por exemplo)
quanto de um caminhar para trás, retorno igual a movimento na direção
contrária e esta conotação se referiria ao narcisismo secundário. Um
segundo sentido tomaria a palavra retorno focalizando o eu não só como
seu ponto de partida, mas como também alvo inicial (original) deste
investimento, este seria o narcisismo primário. A distinção entre narcisismo
primário e secundário está relacionada com a necessidade de se distinguir
entre o que seria um investimento no eu com ou sem conotação patológica,
assim como com questões referentes ao próprio estatuto destes conceitos
ao longo da obra freudiana e de alguns de seus seguidores, mais
especificamente no que diz respeito à demarcação de modos de
investimentos no eu, anteriores ou posteriores ao estabelecimento de
relações de objeto.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
idealizada do eu, é a experiência de um eu real que tem exatamente os
mesmos atributos que são percebidos pelos objetos de amor, no caso os
pais.
Esta imagem unificada do próprio corpo tem o valor de passagem de um
estado em que reinavam as pulsões parciais, para um estado mais
organizado, que coincide com a constituição do eu enquanto entidade
autônoma, e isto só se dá com a entrada no estágio do narcisismo, o
narcisismo infantil que logo sofre um abalo, sua duração enquanto modo de
ligação com os objetos é limitada e o fator principal de sua ‘queda’ provém
do complexo de castração e também de outras situações que lhe são
correlatas. A imagem idealizada de si mesmo não se mantém nos
intercâmbios com o meio, a percepção de si como totalmente adequada ao
desejo do outro e o objeto reconhecido na justa medida da identidade com
o eu tem como destino, do ponto de vista psíquico, um refúgio, que ao
mesmo tempo em que perpetua esta representação, desloca-a para o que
vem a se chamar instância ideal.
EXERCÍCIO
O narcisismo não é um vilão da história do sujeito, mas um elemento que
abre o caminho para a constituição do sujeito psíquico. Nesta perspectiva
identifique a alternativa correta:
A. O narcisismo primário resguarda em si certo grau de patologia.
B. O narcisismo secundário é produto do investimento libidinal dos pais
na criança.
C. A descoberta do narcisismo como etapa necessária na formação da
vida psíquica reforça a ideia de seu aspecto patológico.
D. No narcisismo primário a criança toma a si mesma como objeto de
amor, ao invés de escolher objetos exteriores.
E. No narcisismo secundário a criança investe sua libido nos objetos
exteriores.
Resposta D.
TEORIA PSICANALÍTICA
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
MÓDULO 7
A psicanálise na clínica: a atitude frente à castração - neuroses,
psicoses, perversões
Considerações sobre o objetivo e o final de uma análise
Bibliografia:
FREUD, S. A perda da realidade na neurose e na psicose (1924). IN
FREUD,S. Obras Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora
Ltda.
______. Construções em Psicanálise (1937). IN FREUD, S. Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
MEZAN, R. Psicanálise e Psicoterapia. In A Vingança da Esfinge, Ensaios
de Psicanálise. Editora Brasiliense, 1988.
Castração
Tanto quanto o complexo de Édipo é a representação psíquica de uma
experiência, o complexo de castração também diz respeito a uma
experiência psíquica vivida inconscientemente pela criança, por volta dos
seus cinco anos de idade e que tem peso decisivo no tocante à identidade
sexual, ou em outras palavras, à escolha de objeto de amor. É neste
momento que a criança reconhece, tomada pela angústia, a diferença
sexual, ou seja, que o mundo é composto por homens e mulheres e que o
corpo tem seus limites e, para o menino, isto significa que, apesar de possuir
o pênis, este não lhe permitirá realizar seus sonhos e desejos sexuais com
sua mãe, pois até então vivia na ilusão da onipotência.
Apesar da ênfase atribuída à castração enquanto etapa da evolução da
sexualidade infantil, é importante lembrar que sua relevância transcende o
que seria uma significação cronológica, na medida em que é uma
experiência re-vivida - inconscientemente - ao longo de toda a existência. A
psicanálise - como prática clínica - é uma oportunidade para reativar esta
experiência, possibilitando assim que, na vida adulta, retome-se o curso da
vida sem desconsiderar os limites do corpo em relação à vastidão dos
desejos, experiência vivida e sofrida desde tenra infância.
O complexo de castração para o menino assinala a saída do complexo de
Édipo e a identificação com o pai (ou seu substituto) no núcleo do superego.
A consequência da constatação da diferença sexual está relacionada à
rememoração ou atualização de ameaça de castração - ouvida ou
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
fantasiada - quando por ocasião de atividades masturbatórias e é o pai o
agente desta ameaça.
O complexo de castração na menina passa-se de maneira distinta, pois é
sob o efeito deste complexo que ela entrará no complexo de Édipo e se
afastará da mãe, pois a esta última é atribuída a culpa pela privação do
pênis. Afasta-se do objeto materno e orienta-se para o desejo do pênis
paterno e de sua própria heterossexualidade.
EXERCÍCIO
A submissão à “castração” simbólica é sinônimo de crescimento e evolução
psíquica, que repercute na dimensão da sociedade e cultura, pois a ela
estão implícitos:
A. O reconhecimento da diferença sexual que supõe o abandono
de nossa ilusão de impotência infantil.
B. A irreverência aos limites de nosso corpo rumo a realização de
nossos desejos.
C. Um elemento fundante da vida em sociedade, pois funciona
como regulador das relações sociais.
D. O desconhecimento da diferença sexual que nos mantém no
patamar da onipotência infantil.
E. Por meio desta experiência vivida e sofrida desde a infância
reagimos e podemos nos abster de submetermos a ela, mantendo-
nos donos de nossas escolhas.
Resposta C.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Freud emprega o termo neurose para falar de uma doença nervosa, na qual
os sintomas representam simbolicamente um conflito psíquico recalcado, de
origem infantil e causa sexual. Em termos de uma classificação, designam-
se os seguintes registros freudianos: neurose histérica, neurose obsessiva,
neurose atual (neurose de angústia e neurastenia) e a psiconeurose
(neurose de transferência e neurose narcísica).
A neurose advém como resultante de um mecanismo de defesa contra a
angústia e de uma formação de compromisso, entre esta defesa e a possível
realização de um desejo. Este desejo - e sua proibição - é aquele à que se
refere o complexo de Édipo e o complexo de castração. Na neurose há um
conflito entre o ego e o id, coexistindo, interna e inconscientemente, tanto
impulsos que exigem satisfação quanto moções que levam em conta a
realidade.
Psicose
Freud julgava a psicose quase sempre incurável e este era um dos motivos
pelos quais não se dedicava ao seu tratamento. Definiu, inicialmente, em
sua obra, a psicose como um distúrbio entre o ego e o mundo externo; no
contexto da segunda tópica e com o desenvolvimento da teoria do
narcisismo, a psicose foi explicada a partir da reconstrução de uma
realidade alucinatória na qual o sujeito fica unicamente voltado para si
mesmo, numa situação sexual auto-erótica em que toma literalmente o
próprio corpo (ou parte deste) como objeto de amor (sem alteridade
possível). Portanto aqui a castração, enquanto experiência psíquica, não
pode ser experienciada.
Perversão
Tanto quanto na psicose, Freud caracterizou a perversão a partir de uma
clivagem do ego, em que coabitam duas realidades distintas: a recusa e o
reconhecimento da ausência do pênis na mulher. Assim, a perversão surge
como renegação ou desmentido da castração, aliada à fixação da
sexualidade infantil; trata-se dos efeitos sobre o sujeito da confrontação com
a diferença sexual, existindo tanto no homem quanto na mulher.
EXERCÍCIO
O que faz com que cada uma das organizações – neurótica, perversa e
psicótica – exija uma maneira de condução do trabalho psicanalítico,
decorre das suas especificidades, o que equivale a dizer...
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
I. Que a forma com que foi experienciada a castração, faz do perverso
alguém rendido ao peso da realidade.
II. Que o conflito do psicótico consiste na fixação de uma sexualidade
peverso-polimorfa e na rejeição do reconhecimento anatômico do órgão
e consequente negação das diferenças.
III. Que censura no neurótico é tão intensa que só consegue “viver” seu
desejo pela via do sintoma.
IV. Que em cada uma das três organizações reside uma forma de
funcionamento da mente, que determina um modo de relação do sujeito
com o outro e seu desejo.
Resposta B.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
inconscientes - será através da relação transferencial, em que o
analista/terapeuta será incluído como testemunha deste sofrimento que se
pode, psicanaliticamente falando, trabalhar para que as mudanças nas
relações subjetivas com o mundo e consigo mesmo possam ocorrer.
Trabalha-se para dissipar a dor inconsciente, mas isto não pode ser feito
pensando em eliminar sintomas, atitude mais relacionada a um “orgulho
terapêutico” que acaba por privilegiar a figura do analista/terapeuta e seus
sucessos ou fracassos. O objetivo de uma análise pode ser pensado como
Freud o colocou em termos de uma reorganização ou ampliação do ego em
benefício do id, na medida em que a escuta analítica, através da relação
transferencial, serve de palco para o jogo de forças pulsionais que não
desaparecerão ao fim de uma análise, mas se poderá dizer de uma
experiência mais abrandada de seus efeitos na vida dos sujeitos.
EXERCÍCIO
Luís busca a análise em função dos sentimentos de confusão e vazio que
vem vivenciando nos últimos meses e que o fazem sofrer muito, chegando
a pensar em fugir de todas as suas obrigações. Neste caso,
consideraríamos como principal objetivo de seu processo psicanalítico...
A. A urgente necessidade de eliminação do sintoma.
B. A eliminação dos efeitos do jogo pulsional de seu
psiquismo.
C. A dissipação da dor inconsciente e consequente
eliminação do sintoma.
D. O abrandamento dos efeitos do jogo pulsional de seu
psiquismo.
E. O reconhecimento de suas dificuldades e a medicalização
de seus sintomas.
Resposta D.
MÓDULO 8: PSICANÁLISE E SOCIEDADE - VIDA EM GRUPO /
IDENTIFICAÇÃO / IDEAL DO EGO
TEORIA PSICANALÍTICA
MÓDULO 8
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Psicanálise e sociedade: a psicologia das massas, a identificação, o
ideal do ego.
A compreensão da vida em grupo a partir do referencial psicanalítico.
Bibliografia:
FREUD, S. A Psicologia das Massas e a Análise do Ego, cap. IV a VIII e XII
(1921). IN FREUD, S., Obras Completas de S. Freud, Rio de Janeiro:
Imago Editora Ltda; 1969.
______. Mal estar na civilização, cap I (1930[1929]). IN FREUD, S., Obras
Completas de S. Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda; 1969.
Psicanálise e Sociedade
Depois de Mais-além do princípio de prazer (1920), o texto que trata das
relações entre psicanálise e sociedade - Psicologia das massas e Análise
do ego (1921) - é um outro marco importante na reformulação teórica
freudiana, conhecida como a segunda tópica. Trata-se de um texto que
explora os caminhos que vão da compreensão do indivíduo para a da
sociedade.
Freud refutou em seu texto uma oposição categórica entre uma psicologia
do indivíduo e uma psicologia social e, seu ponto de partida para isto, é o
fato inegável de que todo indivíduo está sempre referido a um outro na
constituição mesma de seu psiquismo, o que leva à conclusão que toda
psicologia individual é, desde sempre, social, por causa deste laço inerente
à própria constituição do humano, ainda que uma não se confunda com a
outra, na medida em que os efeitos de um narcisismo sempre presente, em
que não há lugar para a diferença ou para a alteridade, não deixam de existir
enquanto possibilidades individuais que se diferenciam de atos sociais.
Quais são e como se definem as relações dos indivíduos com a massa,
foram as questões que nortearam as investigações freudianas neste texto,
pensando nas mudanças evidenciadas nos indivíduos quando estão sós e
quando estão fazendo parte de uma organização que os transcende.
Freud associa os movimentos de massa a partir do que definiu em sua
teorização sobre o psiquismo individual como a fonte energética das pulsões
- a libido - e que é o que move as relações amorosas e que será concebido
também como o que estará operando nos movimentos de massa, inclusive
quanto à relação da massa com um líder. Neste aspecto, Freud irá
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
diferenciar os agrupamentos sem e com líder, sendo estes últimos
representados em seu texto pela igreja e pelo exército, instituições nas quais
é possível identificar tanto as relações da massa com o líder, quanto as
relações dos membros entre si, evidenciando estes laços como de natureza
amorosa.
No entanto será a relação - ou o investimento libidinal - com o líder uma
espécie de protótipo das relações dos membros entre si e disto resulta um
aspecto fundamental deste momento no pensamento freudiano, a saber, o
desenvolvimento da teoria da identificação. De um lado tem-se a teorização
de como a relação entre os membros se dá justamente pela identificação
com o líder e, por outro lado, surge a distinção entre o ego e o ideal do ego
(predecessor do superego). Os indivíduos têm no líder um objeto externo
que ocupa o lugar de ideal do ego, assim como, identificam-se entre si por
causa desta identificação ao líder, na qual a dimensão sexual seria
sublimada.
Como este texto trata das relações entre o indivíduo e as organizações, não
escapou à análise de muitos comentadores, as implicações do que Freud
expõe com a própria institucionalização da psicanálise, dado que os
psicanalistas não estão a salvo das mesmas vicissitudes pelas quais os
indivíduos passam em seus embates mais ou menos conflituosos com as
instituições.
EXERCÍCIO
A presença inequívoca do outro na constituição do psiquismo leva Freud à
suas investigações sobre as relações entre psicologia individual e social,
sobre este aspecto podemos afirmar que para Freud:
A. A psicologia de grupo é uma categoria distinta da psicologia
individual, não podem ser equiparadas.
B. A psicologia individual refere-se somente aos indivíduos, enquanto
que a psicologia social não considera os indivíduos, mas apenas os
aspectos dinâmicos das interações sociais.
C. A psicologia social é individual na medida em que os grupos são
basicamente constituídos de indivíduos.
D. Não há oposição entre a psicologia individual e a psicologia social,
pois a constituição do sujeito psíquico advém da trama que é tecida a
partir do outro.
E. A tarefa dos pais é a de cuidar de seus filhos, o abandono destes
cuidados iniciais gera um narcisismo pessoal e futuramente coletivo.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Resposta D.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
EXERCÍCIO
Freud no texto Psicologia de Grupo e Análise de Ego parte do fato
fundamental de que o indivíduo num grupo está sujeito, através da influência
deste, ao que com frequência constitui profunda alteração em sua atividade
mental. Sua submissão à emoção torna-se extraordinariamente
intensificada, enquanto que sua capacidade intelectual é acentuadamente
reduzida, com ambos os processos evidentemente dirigindo-se para uma
aproximação com os outros indivíduos do grupo. Este fato só pode ser
alcançado devido:
A. A coerção apresentada pelo grupo; e a falta de convicção das
crenças de inclinações pessoais.
B. A resignação das expressões de inclinações pessoais; e a remoção
das inibições aos instintos que são peculiares a cada indivíduo.
C. A valorização dos valores sociais em detrimento dos valores
peculiares de cada indivíduo.
D. A dificuldade de desenvolvimento psíquico; e à necessidade de
apoiar-se em um grupo para a manutenção de sua existência.
E. A personalidade impulsiva; e um déficit intelectual que não permite
o controle dos impulsos.
Resposta B.
Sobre a identificação
Uma teoria da identificação, tal como a encontramos em Freud, é um esforço
conceitual para se compreender as formações inconscientes constitutivas
da vida do sujeito, os conflitos que podem advir desta sua condição e em
que situações estas identificações podem desempenhar um papel
patológico.
No início de ‘A Identificação’ já encontramos uma referência a esta operação
como um mecanismo que marca os primeiros passos da vida afetiva de um
sujeito, ela é um modo de pensamento constituinte da vida psíquica e há
uma importância particular no fato de estar relacionada ao complexo de
Édipo. A ênfase das investigações deve recair mais sobre os
modos como ela se processa nas diferentes formações psíquicas, sem se
prender na busca de suas causas.
A identificação da qual se trata em psicanálise refere-se à situação em que
o sujeito confunde-se com outra pessoa, mas esta confusão não é percebida
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
conscientemente pelo sujeito, na medida em que não tem o mesmo caráter
de uma imitação ou de um disfarce. Nestes casos - da imitação ou do
disfarce - sabe-se que se parece com um outro, mas isto não se confunde
com o que se é. No caso da identificação propriamente dita - inconsciente -
há um completo desconhecimento por parte do sujeito de que se atribuiu
características de outro(s).
Estamos falando sobre as identificações de modo bastante generalizado, no
entanto, existem algumas nuances que lhe são próprias, como por exemplo,
se estão referidas a identificações com objetos ou com traços destes e que
dizem respeito a modos diferenciados de se estabelecer laços afetivos ao
longo do desenvolvimento da vida psíquica.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
Um dos aspectos mais importantes das identificações, que se manifesta
essencialmente pelo desejo de ser como o objeto, é a ambivalência. Há
tanto intensos sentimentos de amor e admiração pelo objeto, que
convergem para um ou outro traço deste, quanto há desde o princípio uma
boa dose de agressividade, na medida em que, em certo sentido, identificar-
se com alguém ou com algo significa querer incorporar em si mesmo este
alguém ou algo, portanto destruí-lo ou despojá-lo de seu lugar. Nos
primórdios do desenvolvimento psíquico, naquilo que é denominado sua
fase oral, as identificações são precedidas por este desejo de incorporação,
que é reconhecido como o protótipo primitivo das identificações.
O palco onde estas representações mostram-se evidentes é o das relações
interpessoais, em que o sujeito ao identificar-se com um objeto desaparece
sob a ‘sombra’ deste, mas sem que possa, conscientemente, aperceber-se
disto.
A fase ou momento das primeiras identificações marca o início de um
processo que transcorrerá ao longo de toda a vida, e que também estará
ligado à formação dos sintomas, através das sucessivas identificações que
vão sendo substituídas ao longo do tempo com maior ou menor êxito; como
situação exemplar teríamos a própria formação e resolução do complexo de
Édipo.
Neste processo, as identificações vão se sucedendo, elas mesmas não se
mantêm, mas algum traço é mantido e quase poderíamos dizer que se trata
de um jogo, onde se alternam momentos em que ocorrem as identificações
e momentos em que algumas se desfazem e, ao se desfazerem, vão dando
origem à própria constituição do ego.
EXERCÍCIO
Os povos primitivos acreditavam que ao devorar um animal (ou um outro
homem, no caso dos canibais) incorporavam as características deste
animal, características essas almejadas por eles (força, bravura,
inteligência). Freud trará este exemplo para falar sobre relações objetais e
sobre um conceito fundamental da psicanálise, a identificação. Sobre este
tema, está correto o que se afirma em:
I. A identificação com o mesmo sexo ou com o sexo oposto é um
elemento do complexo de Édipo. Ao eleger um dos genitores como
investimento objetal, a criança, concomitantemente, identifica-se com o
outro.
II. A identificação é um processo de escolha de objeto, que se realiza de
modo consciente na vida infantil do sujeito.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/
III. Poderíamos dizer que o processo de construção do ego tem na
identificação um dos seus pilares.
IV. Em casos normais o menino sempre se identificará com o pai e a
menina com a mãe. Em casos de homossexualidade, vemos a
identificação ocorrer de modo invertido.
Resposta E.
https://turmapsicologiaunip2018.blogspot.com/