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Anorexia e bulimia: sintomas da moda e da oralidade

[In : Curinga Nº 19, - Revista da Escola Brasileira de Psicanálise – Seção Minas Gerais, Belo Horizonte,
EBP, novembro/2003 : 120-125,]

Jorge A. Pimenta Filho

Recusa da troca simbólica

É sempre um desafio e mesmo muito difícil se pensar o epistêmico no tratamento

analítico sem articulá-lo ao clínico. Sabemos desde Freud que na psicanálise há o primado

da clínica sobre a teoria. O que convoca a elaboração para se dar conta da construção do

caso é a própria clínica. Vamos colocar aqui alguns pontos necessários para se pensar a

anorexia/bulimia e sua ocorrência/desencadeamento na adolescência. O que se segue dá

conta de uma investigação em curso e estamos convocando em nosso apoio elaborações de

diversos colegas psicanalistas vinculados à orientação lacaniana.

Partiremos da seguinte constatação: a anorexia e a bulimia constituem uma resposta

holofrásica 1 a uma relação alterada do sujeito com o Outro simbólico. A anorexia e a

bulimia não podem ser pensadas tendo valor de metáforas ou como sendo soluções

metafóricas para o sujeito. Não são satisfações substitutivas. Não são pois, sintomas vistos

em sua vertente de mensagem.

Com o tratamento analítico o que se busca é conseguir descongelar o sintoma

permitindo fazer aí aparecer o dado fundamental a todo tratamento: a subjetividade. O

sujeito apresentando a anorexia e/ou bulimia, encontra-se diante do Outro, marcado por

uma posição fixa, fechado num circuito interno onde o gozo e sua mostração, não permitem

a inclusão de laços sociais firmemente constituídos. O que chamamos gozo é a satisfação

de uma pulsão que envolve o corpo comprometido pela ação do significante. O corpo aqui
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não é o organismo biológico. O corpo é inseparável do gozo, atravessado pela cadeia

significante. Corpo é pois a sede do gozo, falamos, então, em gozo do corpo.

Nessas patologias verificamos que não há perda de gozo e as apresentações de

distúrbios clínicos como as amenorréias, que ocorrem nas anorexias, dão conta de como o

sujeito não quer entrar no jogo das relações simbolizadas. Pois para entrar no jogo o sujeito

tem de consentir em perder algo. O jogo simbólico se faz quando ao se perder, se ganhará,

isso talvez não funcione nas competições esportivas, mas é assim que funciona para a

entrada no jogo civilizado das relações humanas.

Porque esses transtornos, essas afecções surgem principalmente no advento da

adolescência? Qual é a função de tais mostrações para o sujeito adolescente? Há distinções

entre o adolescente masculino e o feminino? Por que tais patologias ocorrem mais entre as

moças? Como tratá-las?

Anorexia e puberdade

A anoréxica se posta como uma guerreira é a Joana d’Arc que combate a dieta, pois

a ciência não está em condições de dar uma resposta a tudo, ela não é suficiente para isso.

Essas patologias refletem o mal-estar da relação entre os sexos e sua abordagem pela

psicanálise é distinta daquela da ciência, pois essa tem seus discursos, que são tomados

como unívocos, não se permitindo ambigüidades ou equívocos — estamos aqui no âmbito

do universal. Diferentemente do que propõe a psicanálise, onde a palavra é tomada em sua

acepção de equívoco e por isso pode fazer surgir o sujeito, que fora antes foracluido pela

ciência — falamos aqui, então, num particular, ou melhor, num singular, do um-a-um.
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Freud trabalhou sobre o tema das Transformações da Puberdade em seu artigo Três

ensaios sobre a sexualidade (1905). Esse texto foi muitas vezes retomado e ao longo dos

anos acrescido de comentários ou de notas de páginas, que esclareciam e corrigiam o que se

afirmara antes: o texto acompanhou, pois, o movimento das descobertas teóricas do autor.

Esse tema tão caro à psicanálise é retomado por Carlo Viganò (2002-b), vamos seguir esse

autor, na abordagem das questões que propusemos. Viganò fala do gozo sem a mediação

fálica e onde certamente podemos constatar certa desvalorização ou mesmo a ausência da

função paterna, que aí joga um papel decisivo.

Ele diz:

O mal estar específico de nossos dias nos indica que, à irrupção de um novo

gozo que caracteriza a puberdade, os jovens têm dificuldade de efetuar sua

substituição por uma metáfora significante, portanto, como um sintoma que

funcione como uma mensagem.

(...) um exemplo é a anorexia: se o objeto simbólico e se a função fálica não

chega a esvaziar o corpo, não resta senão o objeto real, não mais introduzi-

lo ou vomitá-lo, até não mais sentir a necessidade da fome.

(...) Esse gozo do outro do qual eu falo no quadro da adolescência, trata-se

aí de um gozo que evita a função da fala, quer dizer de um corpo que entra

no campo do Outro por vias imaginárias, as quais devemos interrogar. Será

preciso interrogar sobre o que pode mediatizar uma tal alienação do corpo

sem separação subjetiva (...)


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Deduzimos, então, que os sintomas anoréxicos ou da anorexia/bulimia não estão

dispostos como sintomas substitutivos, o que é tradicional na abordagem da histeria: a

conversão é uma metáfora substitutiva da sexualidade, disposta como uma mensagem a ser

lida e interpretada pelo analista — convocado pela histérica a produzir um saber sobre seu

sofrimento:

$ S1

___ ____

a S2

O mesmo Viganò (1998) nos apresentou a anorexia/bulimia nos quadros do que

chamamos novas formas do sintoma. Ele situou que o sintoma hoje não é mais aquele

sintoma neurótico da época de Freud. Pois o sintoma histérico tinha o valor de uma

metáfora, de uma satisfação substitutiva: substituía a impossibilidade sexual. Citando o “O

Caso Dora”, descrito por Freud, lembra que o sintoma da tosse nervosa, Freud o interpretou

a partir das fantasias inconscientes da paciente. Isso quando Dora dizia que a Sra. K. só

amava seu pai porque ele era ein vermögender Mann (um homem de posses). Freud

apreende o sentido sexual oculto na frase, escutando: “meu pai era ein unvermögender

Mann” (um homem sem recursos). Ou seja, que ele era um homem incapaz, impotente, o

que sustentava a fantasia de um coito oral que a moça tinha da relação do pai com a Sra. K.

A interpretação curou-a de sua tosse histérica. A tosse, portanto, era a metáfora da relação

sexual fantasiada. Observamos que os sintomas não se apresentam da mesma forma nos

dias de hoje.
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Falamos, pois, de uma mudança, de um querer dizer, do sintoma como mensagem –

isso fala! — a um querer gozar, sintoma como gozo – isso goza!

Com Lacan aprendemos a situar a constituição do sujeito a partir de dois operadores

lógicos fundantes: a alienação e a separação. A alienação dá conta de que o sujeito surge

antes mesmo de seu nascimento, pois é apreendido primeiro a partir de sua nomeação a

partir do Outro. Precedendo seu nascimento o bebê tem um lugar já preparado para ele no

universo lingüístico dos pais. Na alienação privilegia-se o aspecto de que o sujeito se

identifica com um significante em que ele é representado e se faz presente na cadeia

significante, então temos uma causação do sujeito a partir do Outro, pelo desejo do Outro.

Pela separação se verá um sujeito implicado com seu desejo. Pela separação o sujeito

encontrará o ponto de enigma do desejo, é ali no intervalo entre dois significantes que vige

o desejo oferecido ao balizamento do sujeito na experiência do discurso do Outro. É o que

temos por exemplo quando uma criança dirá a um adulto, ou de seus pais: o que significo

para eles? O que querem de mim? Assim, finalmente, falamos que a alienação encobre o

fato de que o objeto de gozo como tal está perdido, como nos indica Freud em A Negativa

(1925). Na alienação temos o sujeito produzido na linguagem que lhe é preexistente. Então

na constituição do sujeito essas duas operações estão disjuntas, mas articuladas. Uma não

vai sem a outra. E é pela separação que o sujeito pode inquirir, perguntar sobre sua

existência: essa é uma operação que só possível se ele acede ao desejo – o que fica

impossível na psicose, onde não se verifica uma articulação entre a alienação e a separação.

Há na psicose uma desarticulação.

Com a introdução da função de separação, função simbólica possível através da

ação do Nome-do-Pai, a criança que fora antes introduzida na função significante, o que lhe

permite pela ação dessa função — que é a função fálica, pode renunciar a ser o falo
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imaginário de sua mãe (φ) e obterá como recompensa o falo simbólico (Φ) que é a

promessa de uma sexualidade adulta.

Mas ao advir a puberdade o sujeito se encontra diante de um gozo que lhe é ao

mesmo tempo absolutamente íntimo e estranho. Esse estranho nos remete à noção freudiana

de Unheimlich, palavra alemã que significa estranho. E esse estranho, nos diz Freud (1919)

relaciona-se “indubitavelmente com que é assustador — com o que provoca horror (...)”

mas ao mesmo tempo “nos remete ao que é conhecido (...)”. Lembremos que essa palavra

Unheimlich, é composta da palavra Heim – em português lar, evocando o algo íntimo e

conhecido, vem logo em seguida à partícula de negação Un, que evoca a noção de algo que

sofreu a ação do recalque ou que ficou suprimido, negado.

Podemos observar que a puberdade é, para o sujeito, por vezes dolorosa ou mesmo

ruidosa porque não é da ordem de uma escolha, ela vem para o sujeito como uma irrupção.

Ele disporá de algo que antes não possuía: mas não sabe o que fazer com esse algo novo. E

se falamos de irrupção de um real. Esse novo tempo convoca o sujeito a ter de inventar

saídas.É como se o sujeito tivesse que se apresentar a si mesmo: ele sabe que continua

sendo, mas não é como era antes.

O corpo, o objeto nada, a moda e horror

Se dissemos que a anorexia é uma patologia eletiva da adolescência, é porque esse é

um momento significativo para a separação do sujeito do Outro. Mássimo Recalcati (2002)

nos diz que o “Não!” da anoréxica indica uma tentativa de marcação para o sujeito dessa

separação. Separar-se em relação à demanda do Outro, tarefa essencial da adolescência,


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mas a anorexia revela uma separação patológica, não dialetizável, absoluta marcada por um

índice de fatalidade: pode levar à morte.

A anorexia parece, muitas vezes, remeter ao feminino, pois a fantasia feminina se

centra no ser e não no ter o falo — e esse deve ser um indicador porque há mais mulheres

anoréxicas que rapazes anórexicos. Pois a fantasia feminina é uma defesa do próprio ser

submetido à vontade do outro, como nos ensina Recalcati.

Recalcati nos propõe, também, a noção de evidência para falarmos em anorexia.

Temos uma evidência obscena, pois o corpo magro da anoréxica aponta para uma clínica

do olhar. Corpo como lugar evidente onde se manifesta uma alteração. Evidência que se

mostra, paradoxalmente como adequada ao ideal (social) do cânone estético

contemporâneo: o corpo magérrimo das manequins cantado em prosa e verso, destacado

pela mídia, objeto, ao mesmo tempo, de admiração e horror.

Jésus Santiago (2001/2003) destaca a questão do corpo desfalicizado da anórexica.

Corpo situado como meio de gozo, que parece jogar intensamente — jogo de corpo, ou

técnica de corpo ou ainda, acontecimento de corpo. Há um real na parceria sintomática da

anoréxica com o nada, parceria que se interpõe entre o sujeito e o Outro, o que não anula o

Outro do significante, mas o coloca a serviço do gozo: então gozo que se fabrica do corpo

do Um, que tenta-se fazer prescindindo-se do Outro.

É como nos lembra Augustin Menard que de fato a anoréxica se identifica

imaginariamente ao falo, “um pouco magro”, servindo a encarnar “o nada”, se esforçando

para escavar uma falta no todo materno. Serve-se desse lugar, para exercer sua tirania, não

somente sobre a mãe, mas sobre toda a família acarretando muitos conflitos. Menard nos

mostra que a terapêutica médica mesmo que ela esteja engajada em nome de um contrato

simbólico, exercendo-se no registro de uma reeducação da necessidade, pode apenas


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reeditar esse tipo de conflito. O contraste é surpreendente entre a feminilidade buscada e o

corpo descarnado.

Vemos na mostração anoréxica um exibicionismo do nada, da feiúra e também

podemos ver aí realçado num certo sadismo de determinadas histéricas — como nos diz

Recalcati, que chegam a ser pródigas em preparativos culinários refinados, ricos em

condimentos e substâncias altamente caloríficas, que elas gozam não comendo, mas vendo

os outros comerem e ... engordarem.

Alexandre Stevens (1998) destaca que a anorexia ou a anorexia/bulimia, enquanto

patologias do ato são respostas colocadas do lado oral da demanda de amor. Respostas ou

escolhas regressivas e diz que são respostas freqüentes na adolescência porque elas

permitem ao mesmo tempo uma certa recusa da sexuação, que em todo caso poderá ser

remetida a um porvir. Essa resposta/escolha é colocada então como um gozo fora-sexo.

Quando a saída se dá sob uma estrutura psicótica esses sintomas podem ter uma função de

cobertura, diz Stevens.

O tratamento: retorno ao convívio

Quanto ao tratamento, se pensamos em sua vertente institucional, nos vem um relato

de uma experiência com pacientes anoréxicos/bulimícos em uma comunidade terapêutica:

trata-se da Comunidade La Vela, que se localiza nos arredores de Turim (Cosenza, 2003).

Trata-se de um local onde ficam em tratamento por um período de oito meses a um ano,

pacientes com casos anorexia-bulimia com estrutura psicótica, pacientes com transtornos

alimentares graves relacionados a outras patologias (toxicomania, alcoolismo), casos nos


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quais os laços familiares se encontram deteriorados. O regime é de uma instituição-

hospedeira.

O trabalho dessa comunidade nos incentiva, pois a belíssima experiência ali

desenvolvida nos ensina e fortalece nossas convicções de que dispositivos cognitivos-

comportamentais, com saberes pré-fixados e ofertados ao molde de objetos a consumir, não

permitirão uma clínica do sujeito voltada ao real, pois excluem a contingência, tão

necessária para o advento da subjetividade.

Os propositores dessa experiência indicam-nos que a comunidade funciona a partir

de alguns princípios. Um primeiro propõe que é a equipe o sujeito que conduz o

tratamento.Um segundo princípio é o que articula a relação entre a lei e o gozo na

instituição que Domenico Cosenza definiu como “princípio da regulamentação

incompleta”, que funciona como corretivo do primeiro, no sentido em que introduz na

estrutura do sujeito suposto saber, a incompletude do Outro. Um terceiro princípio

organizado pelos operadores simbólicos dessa experiência da Comunidade La Vela é o que

propõe o trabalho institucional como uma ação conjunta sobre o sentido inconsciente e

sobre o gozo, com o que chamam união convergente de momentos de elaboração simbólica

— que é a presença de trabalhos com grupos, atelier, consultas individuais e reuniões com

práticas de intervenções que estabelecem regras e limites para a organização da vida nesse

dispositivo comunitário. Uma espécie de estabelecimento de princípios acordados de novas

convivências (Heim-Lares?): uma retomada da vida de convívio, quando sabemos que

essas patologias dizem, sobretudo, de uma época do declínio do convívio ...

ABSTRACT
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Resumo: O autor enumera a anorexia e a bulimia entre os chamados novos sintomas da clínica

psicanalítica, mostrando que se trata de patologias do ato, onde os sujeitos têm uma resposta holofrásica, ou

seja, uma relação alterada com o Outro simbólico. Demonstra, também, um dos aspectos observáveis: o seu

desencadeamento na adolescência e mostra que esses sintomas requerem invenções clínicas na condução do

tratamento, como fica exemplificado na experiência desenvolvida em Comunidades terapêuticas, como a La

Vela (Itália).

Palavras-chave: anorexia, bulimia, holófrase, gozo, novos sintomas e invenção clínica.

REFERÊNCIAS

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PIMENTA FILHO, J. A. – Sintoma e Adolescência Hoje, in Pediatria Atual, Vol 15, nº 10, Rio de Janeiro, Jornal

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link publicações : http://jmpeneda.tripod.com/acfportugal , abril de 2003.

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RECALCATI, M. – O “demasiado cheio” do corpo. Por uma clínica psicanalítica da obesidade, Latusa 7, Escola

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SANTIAGO, J. – A droga do toxicômano – uma parceria cínica na era da ciência, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2001.

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Psicanálise e Saúde Mental de Minas Gerais, Belo Horizonte, 18/03/03 (inédita).

STEVENS, A. – L’adolescence, symptôme de la puberté, in Les Feuilletes du Courtil, nº 15 – Le désir et la faim : mars

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VIGANÒ, C. - O despertar difícil, palestra promovida pelo Instituto de Psicanálise e Saúde Mental de Minas Gerais –

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1998, inédita.

___________ - Nova clínica – novos dispositivos e a globalização – Conferência dada para os membros da Escola

Brasileira de Psicanálise – Seção Minas Gerais, Belo Horizonte, 10 de setembro de 2002-a, inédita.

___________ - Sobre as transformações da puberdade, Entrelinhas – Informativo do Instituto de Psicanálise


da Bahia –Escola Brasileira de Psicanálise-Seção Bahia, Ano I, nº 1, setembro 2002-b.

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Notas

Lacan designa holófrase o fenômeno de parada significante, solifidificação do par significante: S1 e S2, ou
seja, uma “apreensão em bloco da cadeia significante”. Trata-se da suspensão da função do significante
como tal; a ausência de intervalo e a ausência de mobilidade, que o torna não dialetizável. A holófrase pode
ser encontrada na psicose, nos fenômenos psicossomáticos e na debilidade, mas o sujeito é aí encontrado em
graus diversos, como diz Lacan: “não ocupa o mesmo lugar”. [Conforme elaborações de Anny Cordié, em Os
atrasados não existem, Porto Alegre, Artes Médicas, 1996].

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