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UNIVERSIDADE PAULISTA

DAYANE GOMES PORFIRIO - D286242


KETINE DA COSTA HOLANDA - N149AE4
LETÍCIA DE ALMEIDA CAZZOLA - D22IFI1
NADIA MOURA PEREIRA - D2635E1

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO DESENVOLVIMENTO DE


TRANSTORNOS ALIMENTARES

SÃO PAULO
MARQUÊS – NOTURNO
2020
DAYANE GOMES PORFIRIO - D286242
KETINE DA COSTA HOLANDA - N149AE4
LETÍCIA DE ALMEIDA CAZZOLA - D22IFI1
NADIA MOURA PEREIRA - D2635E1

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO DESENVOLVIMENTO DE


TRANSTORNOS ALIMENTARES

Trabalho apresentado à disciplina


Temáticas de Pesquisa em
Psicologia, da Universidade
Paulista – UNIP.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Suzan Iaki

SÃO PAULO
MARQUÊS – NOTURNO
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................2
2. JUSTIFICATIVA............................................................................................7
2.1 Hipótese.....................................................................................................7
2.2 Objetivo Geral...........................................................................................7
2.3 Objetivo Específico..................................................................................7
REFERÊNCIAS..............................................................................................8
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1. INTRODUÇÃO

Segundo Witt (2009) vivemos em um mundo onde as representações do


que é padrão ideal são veiculadas por meio de propagandas, informações e
noticiários. A mídia tem o poder de construir um padrão de corpo no
inconsciente das pessoas, influenciando negativamente a autoestima e
autoimagem, isso tem causado certo sofrimento psicológico (MURARI;
DORNELES, 2018)

A mídia em geral, principalmente a televisão, é hoje um dos mecanismos


mais utilizados como influenciador na busca desse corpo considerado perfeito,
tanto como mostrando o corpo que devemos seguir o que podemos fazer para
alcançar e os hábitos que devemos mudar, se beneficiando de formadores de
opinião como atores e modelos que ditam o que é certo ou errado, não
respeitam a individualidade e personalidade de cada um, colocando ainda em
segundo plano a saúde das pessoas, que não buscam nenhuma orientação
medica antes de iniciar o uso de determinadas substancias, principalmente
inibidores de apetite. (SCHMITT, 2013)

Devemos notar que o modelo de beleza transmitido pela mídia só é


possível de se conquistar por uma parcela da população mundial, já que há
obter esse ideal de contar demanda custos que não se adequam a
determinados classes sociais. (WIIT, 2009)

Além do padrão das modelos altas e magras, há ainda a pressão para


que sigam os padrões secundários e onipresentes na mídia: devem ser jovens,
brancas, com cabelos lisos e traços europeus (VIANNA, 2013, p. 5).
A imagem corporal é a maneira como o corpo se apresenta para cada
indivíduo, ela está relacionada ao desenvolvimento de transtornos alimentares,
especialmente anorexia e bulimia nervosa. A formação da imagem corporal é
um processo multifatorial e pode ser influenciado pela mídia, ambiente escolar,
local de trabalho e cultura (MURARI; DORNELES, 2018).

Para Flor (2010) o corpo:


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“... pode ser considerado como mercadoria, porque a


busca da perfeição gera emulação, felicidade,
honorificarão assim como a busca pela conquista de um
bem material ou uma mercadoria. Como a posse de
uma mercadoria identifica status, grupo social, bom ou
mau gosto, a beleza também faz este papel. A
sensação de possuir um corpo de acordo com os
padrões impostos pela mídia se assemelha as
sensações e esforços para adquirir um produto que
satisfaça as necessidades emocionais físicas e sociais.”
(FLOR, 2010, p. 10)

Para Witt (2009) o padrão de corpo ideal são corpos fortes, torneados,
magros e perfeitos. Saliente que a preocupação com o corpo atinge os
diferentes gêneros, faixas etárias e classes sociais. Maia (2020) complementa
que assim beleza é um atributo valorizado relacionado a estética de um corpo
branco e magro, independente da cultura.

A mulher perfeita existe e mora nas representações midiáticas. Ela é bonita,


inteligente, divertida, engraçada, mãe amorosa e amante voraz: e, além de
todas essas vantagens, come pouco e tem, por causa disso e da malhação
constante, um corpo escultural, perfeito. Essa mulher existe na tevê, nas
revistas, nos jornais e, hoje, especialmente existe e se alimenta das redes
digitais, que se tornaram um ponto de grande inflexão do culto à magreza e
ao corpo ideal (JACOB, 2014, p.90)

A percepção da imagem corporal pode ser considerada, muitas vezes,


como resultado de distorções da própria imagem entendidas pelo indivíduo
com um conflito entre o corpo real e o imposto pela sociedade. A valorização
do “corpo perfeito” tornou-se uma obsessão diante dos padrões estéticos pré-
estabelecidos pela sociedade e abordados nos meios de comunicação
(VARGAS, 2014, p.2)

A imagem corporal é definida de dois modos para Silva (2012, p. 154):

A primeira inclui aspectos gerais da pessoa, como cabelo, rosto, pernas,


peso e forma do corpo, ou seja, se refere ao aspecto global do corpo. Já a
insatisfação corporal está diretamente ligada a preocupações com o peso,
forma do corpo e gordura corporal.
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Toda a vez que a imagem de corpos perfeitos está sendo veiculadas


estão associadas mensagens de sucesso, controle, aceitação e felicidade, o
que aumenta o deseja de alcançá-lo. Nas palavras de Witt (2009 ), “A
importância dada à imagem, aparência, corpo, beleza e estética é notória nos
dias atuais, onde o culto ao corpo e ao belo é predominante”.

Vivemos em uma sociedade que está obcecada pelos conceitos de


saúde perfeita e de eterna juventude. Isso vem propagando conselhos
dietéticos, estéticos e esportivos como modelo de vida, gerando obsessão
psicológica na busca por esse bem-estar e a felicidade que o mesmo pode
proporcionar, pois na atualidade a felicidade está acima de tudo, não havendo

lugar para a tristeza (SILVA, BAIA. 2014, p.1).

Essa insensata busca procura satisfazer a idealização de ideal que foi


estabelecida dentro dela por meio da pressão midiática, assim o indivíduo cria
um “ideal de eu” simbólica e não mede esforços para alcançá-lo. (SANTOS, et
al, 2019)

Trabalhando de maneira ilusória, oferece bem-estar e satisfação,


fazendo com que as pessoas acreditem que assim poderão se sentir mais
felizes e realizadas, oferecendo ainda diversos meios de se atingir seu objetivo,
como dietas, uso de medicamentos, exercícios físicos de forma exagerada, e
cirurgias plásticas. (SCHMITT, 2013)

Para Link (2019) quando se verifica que a insatisfação com a imagem


corporal está alta, tende-se a favorecer o aparecimento de distúrbios
alimentares, depressão, compulsões, isolamento, etc.

Um dos distúrbios comportamentais mais frequentes é o padrão alimentar


inadequado, que tem implicações no crescimento e na saúde física e mental
do jovem, além de não proporcionar subsídios para o total aproveitamento
de sua potencialidade. (SILVA, 2012 p. 154)

A preocupação excessiva com a imagem corporal é capaz em casos que


agravamento dessa preocupação de gerar transtornos alimentares, já que o
desenvolvimento desses transtornos está altamente ligado a baixa estima e
influência digital. (ENETÉRIO, 2019)
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A preocupação com a alimentação, componente importante do culto ao


corpo na contemporaneidade, vem assumindo novas facetas
psicopatológicas. Recentemente tem sido enfatizado que a busca
exagerada por uma dieta correta e saudável pode se transformar em um
distúrbio alimentar de contornos nitidamente obsessivos. (FERNANDES,
2016, p.219).

Além do surgimento de diversos sofrimentos psíquicos como, angústia,


perda de identidade, sensação de incapacidade, distúrbios de imagem,
distúrbios alimentares, mal-estar, diminuição da autoestima, exclusão social e
uma busca incessante pelo corpo divulgado, que a mídia apresenta como algo
fácil de conseguir, causando nas pessoas a sensação de frustração,
insuficiência e inferioridade devido a sua aparência física ao não conseguir se
inserir em um determinado grupo social. ( SCHMITT, 2013)

Como esses transtornos são de difícil tratamento, com desdobramento


para o estado nutricional do indivíduo, podendo levá-lo a morte. (CASTRO;
BRANDÃO, 2018)

No Brasil ainda não há políticas públicas que sejam especificas para o


atendimento de pacientes com transtornos alimentares. (VAL; CARVALHO;
CAMPOS, 2015)

As políticas públicas são um campo de conhecimento que buscam


atender as necessidades da população, disponibilizando serviços básicos como
saúde. (SOUZA, 2006)

A construção de políticas de promoção da saúde constitui um tema


desafiador. A principal dificuldade para os avanços necessários reside na
compreensão da determinação social do processo saúde-adoecimento e no
devido enfrentamento, mediante um conjunto de estratégias que
transcendem o setor saúde. (RIGON, 2012, p. 11)

Os pacientes com transtornos alimentares são tratados, por uma equipe


multidisciplinar (médicos clínicos, psiquiatras, psicólogos, nutricionistas),
entretanto, realizam o tratamento separadamente, fazendo com o que não seja
tão eficaz. Os transtornos alimentares envolvem problemas orgânicos,
psíquicos e relacionais, portanto o desenvolvimento do tratamento deveria ser
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em conjunto, com todos os profissionais se ajudando e assim promovendo uma


melhora do paciente. (VAL; CARVALHO; CAMPOS, 2015).

Pedrosa (2019, p. 22) apud Alvarenga e Philippi (2004) reforçam a


importância de o tratamento ser executado sempre por uma equipe
multidisciplinar, com atendimento psiquiátrico, psicológico e nutricional, às
vezes, dependendo da gravidade do caso, sendo necessária adesão de
enfermeiros, acompanhante terapêutico, terapeuta ocupacional, educador
físico, entre outros.
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2. JUSTIFICATIVA

A importância desse estudo se relaciona com a alta exposição de corpos


denominados como padrão nas mídias sociais e a influência causada por tais
exposições no desenvolvimento de transtornos alimentares no intuito de
alcançar o corpo idealizado.

2.1 Hipótese

Como a mídia influencia no desenvolvimento dos transtornos


alimentares?

Acreditamos que a mídia possuí uma participação ativa no


desenvolvimento dos transtornos alimentares, pois o padrão de beleza que elas
impõem levam as pessoas a se submeterem a situações para de se adaptar a
esse padrão, que na maioria das vezes não podem ser alcançado devido ao
estereótipo europeu que não é o padrão brasileiro, colocando em risco sua
saúde.

2.2 Objetivo Geral

Compreender a influência das mídias sociais da padronização de ideal


de beleza e no desenvolvimento de transtornos alimentares

2.3 Objetivo Específico

 Verificar em publicações cientificas como ocorre a construção de um


ideal de beleza a partir das mídias sociais;
 Como a mídia influência no desenvolvimento de transtornos alimentares;
 Demonstrar que a ausência de políticas públicas auxilia no aumento de
casos;
 Demonstrar como se faz o tratamento após o desenvolvimento da
doença.
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REFERÊNCIAS

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na adolescência: etnografia em serviço público de saúde no Rio de
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FERNANDES, M. H. A construção do corpo na anorexia das meninas”. In:


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psíquico. Organizadoras: Joana de Vilhena Novaes, Junia de Vilhena. 1ªed.
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https://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/04/Gisele-Flor.pdf

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