Você está na página 1de 25

Prof.

Doriberto Freitas
LACAN – Dados biográficos
 Nasceu em 1901- Paris;

 1920 – Iniciou os estudos em medicina;

 1926 – Iniciou especialização em psiquiatria demonstrando interesse pela paranóia;

 Estudou Filosofia, Literatura, Linguística e Matemática;

 1933- Defendeu sua tese de doutorado, como o título: “Da psicose paranóica em suas
relações com a personalidade”.

 1936 - Apresentou o trabalho intitulado: “O estádio do espelho”

 1938 – Tornou-se membro da Sociedade Psicanalítica de Paris (SPP) e propôs um


“retorno a Freud”;

 1949 – Ampliou o trabalho de 1936 e o apresentou sob o título: “O estádio do espelho


como formador do ego”

 1951 – Deu início aos “Seminários” (apresentações orais que serviram de base para sua
teoria);
 1953 – Deixou a SSP com outros 40 psicanalistas e fundou a Sociedade Francesa de
Psicanálise (SFP). Realizou o seminário “Os Escritos de Freud”;

 1963 – A IPA admitiu a filiação da SFP;

 1964 – Fundou a Escola Freudiana de Paris (EFP) após ser expulso da IPA por
alguns motivos, dentre eles o fato de mudar vários critérios da técnica psicanalítica
proposta por Freud;

 1966 – Publicou uma coletânea de 34 artigos, intitulada “Os escritos”;

 1967 – Propôs o passe – dispositivo para formação do analista;

 1973 – É iniciada a publicação de seus 26 seminários;

 1980 – Anunciou a dissolução da EFP e fundou a Escola da Causa Freudiana;

 Faleceu em 1984-Paris;

 Característica da obra: obscura, erudita e difícil.


LACAN – contribuições teóricas

4 vertentes fundam o pensamento


Lacaniano:
1. Linguística (baseada em Sausurre);
2. Antropologia (com enfoque estruturalista, baseada em Levi
Strauss);
3. Filosofia (com influência de Hegel);
4. Psicanálise (fundamentada em Freud).

4 conceitos essenciais fundamentam sua teoria:


1. Estádio do espelho, com a imagem do corpo;
2. Complexo de Édipo em 3 tempos;
3. A linguagem;
4. O desejo;
5. Narcisismo.
LACAN – contribuições teóricas

Teoria do sujeito entre:


outro = mãe (como protótipo) e
Outro = a lei, a linguagem, o que nomeia e também será
nomeado pelo sujeito;

O inconsciente se estrutura como linguagem, o ser


humano está inserido em um universo de linguagem

Desejo desliza de um objeto para outro por


deslocamento ou metonímia.
Termos lingüísticos

Para Saussure, o significado e o significante não podem


existir um sem o outro.

Lacan afirma a primazia do significante, visto que é


individual.
FORMAÇÃO DO SUJEITO
Complexo de Édipo – três momentos
(dos 6 aos 18 meses)
TRÊS REGISTROS
Imaginário ilusão/ representação e imagens/ identificação (ser
o falo materno).

Simbólico tem na linguagem sua expressão mais completa.


Submissão à lei do desejo do outro.
 Efeito da cultura – lei da palavra interdita o incesto

Função do Pai = o pai real, ao impor a lei, transforma-se em pai simbólico

Real carece de sentido. É a percepção da realidade,


a partir do que os significantes a segmentam e criam.
 Não pode ser simbolizado nem integrado imaginariamente.
 Incontrolável e fora de cogitação.
NÓ BORROMEANO

Se um dos cordões desatar, os demais ficam soltos.


Falamos dos principais conceitos, agora o
aplicaremos à formação do sujeito....
FORMAÇÃO DO SUJEITO
Narcisismo – papel do outro (a) na constituição do
sujeito.

Estágio do espelho – IMAGINÁRIO.


O bebê fica surpreso com sua imagem refletida no espelho,
pois ela antecipa uma integração que ela ainda não tem. Isso o
deixa maravilhado.

O olhar da mãe é como um espelho para a criança.

Identificação com aquilo que ele não é, que virá a ser


(sujeito).
FORMAÇÃO DO SUJEITO
Nesse momento, há a ilusão da completude, do poder, da
perfeição.

Aqui a criança se encontra no registro do Imaginário, plano


das ilusões, fantasias, imago do eu que difere da realidade.

 “Você é a criança mais linda do


mundo!”

 “Você é a criança mais amada


do mundo!”

 No imaginário da criança fica a ideia de perfeição.

 Influência do outro na constituição do sujeito.


FORMAÇÃO DO SUJEITO
Mesmo com a entrada no registro simbólico (após o Édipo), a
criança idealizada permanece nesse imaginário, que pode ser
modificado, mas nunca destruído.

Ego ideal  influência do outro (o que não somos, mas


queremos ser).
FORMAÇÃO DO SUJEITO
A entrada no simbólico é um grande desafio às ilusões forjadas
no estágio do espelho (difícil aceitar a castração).

Agressividade é resultado de um questionamento do seu


imaginário (o que o sujeito acredita ser, o que o outro disse que
era e, portanto acreditou, encarnou).
 Pulsão de morte  expressão do narcisismo.
FORMAÇÃO DO SUJEITO
O Inconsciente estruturado como linguagem.

 Primazia do significante e do grande Outro (a).


 O homem é o único animal que consegue produzir sentido na
comunicação.
 O homem nasce inserido na linguagem (quando é nomeado torna-se um
significante da cadeia).
 O homem está inserido em um universo de linguagem.

Cada SUJEITO é um significante para outros SUJEITOS


Cada um de nós crê ser o que, na realidade, não é
(nível imaginário), ao mesmo tempo que não é
mais do que um significante, produto da estrutura
que o transcende (nível simbólico).

Primazia do significante.
“O sujeito é falado pelo Outro (leis, normas,
Linguagem)”.
Somos alienados pela linguagem e somos efeito dela.

Imaginário Simbólico
Objeto a objeto da pulsão

Fantasma.
Onde a pulsão busca sua descarga e o êxito da satisfação.
Mas o desejo não cessa de se apresentar.
Por isso o Objeto a é um fantasma – um buraco/ um
vazio.
Definitivamente, desejo desejar.
O outro (a) como espelho é lugar do desejo.

Objeto perdido é a causa e objeto de desejo.

O outro se transforma em Outro.

Desejo do Outro – indica o que desejar.

O desejo é uma busca da satisfação primária.


O FALO

O outro se
transforma
em Outro.

Resultado:
sujeito
desejante,
faltante.
METÁFORA DO NOME-DO-PAI
Processo estruturante.

Renuncia à sua condição de “ser” para ingressar


na dialética da negociação, que lhe permitirá
“ter”.

Substitui-se o significante
“falo” pelo “nome-do-pai”.
O pai entra na relação diádica da criança com a mãe e
priva a criança de ter o falo.

Não basta o pai entrar em cena, a mãe precisa ser o eco


dessa proibição.
O outro se transforma em Outro.
Então, Sujeito psicológico
Nasce ao ser incluído na ordem significante e na
lei do pai, reconhecendo a castração.

Clivagem Inconsciente
Consciente

Outro dita as leis da linguagem;


dita as normas a que se subordinarão
nossos desejos.
Referência
 BLEICHMAR, N.M. e BLEICHMAR, C.L. A psicanálise depois de Freud. Porto
Alegre: Artmed, 1992.

 KAUFMANN, P. Dicionário enciclopédico de Psicanálise : o legado de Freud a


Lacan. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

 NASIO, J. D. Cinco Lições sobre a teoria de Jacques Lacan. Rio de janeiro:


Zahar, transmissão da psicanálise, 1993.

 NASIO, J. D. Os 7 conceitos cruciais da psicanálise. Rio de janeiro: Zahar,


transmissão da psicanálise, 1996.

 ZIMERMAN, D. E. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica – uma


abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, 1999.

Você também pode gostar