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PSICANÁLISE

Pessoas Perguntam

Cláudia Cristina de Oliveira

Psicanalista
Membro efetivo do Percurso Psicanalítico de Londrina - Paraná
Terapeuta Alternativa
Professora do Instituto Nacional de Parapsicologia e Psicometafísica

LuminaPsique
INTRODUÇÃO
O ser humano, em alguns momentos de sua vida passa por situações conflitantes.

Situações angustiantes, já no qual não compreendem as razões dos próprios sentimentos e

emoções, gerando dores, dúvidas e questionamentos.

De modo a contribuir com os questionamentos e encontrar razões para esses sentimentos, é que

existe o profissional psicanalista.

O mesmo trabalha com os sentimentos e emoções, ouve, orienta e auxilia o paciente a buscar

em processos inconscientes, recalcados, recusados e esquecidos, as causas e respostas para

superação de dores e para melhoras substanciais em relação ao seu meio e ao futuro.

Ele é o profissional que, por meio da abordagem psicanalítica ajuda as pessoas na busca do

autoconhecimento, auxilia as pessoas a compreenderem a própria estrutura mental, a

compreenderem os comportamentos, atitudes, funções, tarefas psíquicas, sentimentos e emoções

de si mesma e de outras pessoas, assim como qual papel desempenhado em seu meio.

Todo ser humano tem por missão de vida tornar-se melhor e contribuir para o melhor do coletivo.

Ele sempre está inserido em um ambiente, seja no lar com os familiares, nos relacionamentos

afetivos, na vida profissional, nas comunidades, nas escolas, nas igrejas, em todas as convivências

sociais.

Nesse contexto, este e-book contribui para as pesquisas dos estudante da teoria de

abordagem psicoterapêutica, dos terapeutas da medicina alternativa, líderes religiosos, coach,

gestor, professor, profissional da área da saúde ou, uma pessoa interessada no conhecimento

dos estudos psicanalíticos - a Psicanálise - tanto conceitual quanto práticos pode contribuir para

potencializar os seus feitos pessoais e sociais. Pode complementar sua profissão atual,

enriquecer seus relacionamentos, agregar benefícios e valores para uma melhor compreensão

da psique, do ser humano integralmente.

Se você tem interesse em saber mais sobre a psicanálise e o que a mesma reflete em sua vida

no momento atual, ao mesmo tempo como ela pode contribuir para seu autodesenvolvimento,

este e- book com uma abordagem simples e acessível, no formato de perguntas e respostas,

contribuirá para você se situar no conhecimento de:


1. O que é a psicanálise?

2. Qual é o objeto da psicanálise?

3. O que faz um psicanalista?

4. Como ser um psicanalista?

5. O que Freud defendia a respeito da

psicanálise ser uma profissão leiga?

6. O que Freud defendia de pesquisa

psicanalítica?

7. Existe diferentes escolas psicanalíticas?

8. Como se inicia a escola freudiana?

9. O que teorizou Freud?

10. Qual é o nome da psicanalista

fundadora da escola kleiniana?

11. Como se destacou Klein?

12. Como é o nome dos psicanalistas

fundadores da escola psicólogos do ego?

13. Como se destacaram os autores da

escola psicólogos do egos?


14. Como é o nome do psicanalista fundador

da escola psicologia do self?

15. Como se destacou Heinz Kohut?

16. Como é o nome do psicanalista fundador

da escola lacaniana?

17. Como se destacou Lacan?

18. Como é o nome do psicanalista fundador

da escola winnicott?

19. Como se destacou Winnicott?

20. Como é o nome do psicanalista fundador

da escola w. bion?

21. Como se destacou Bion?

22. Como se apresenta a psicanálise hoje?


1. O QUE É A PSICANALISE?

Ao definir a Psicanálise, buscamos o pensamento e a compreensão de Sigmund Freud. Ele,

caracterizou seu método de investigação e estudo como; uma técnica para apuração de meios e

processos mentais, que são quase obscuros e enigmáticos por qualquer outro caminho, sendo

também um método fundamentado nesta apuração para alcançar um tratamento das

desorientações psicológicas. E acrescenta, que é um arquivo de informações de comportamento

mentais conseguido ao longo dos estudos e que se aglomeraram numa instrução organizada

cientifica.

Podemos identificar, como o método consciente que estabelece uma ação diante aos pacientes,

uma busca de solução das patologias mentais, por meio de um diálogo sistemático e metodológico.

Segundo Freud (1922) definiu que:

Psicanálise é o nome de:

• Um procedimento para a investigação de processos mentais que

são quase inacessíveis por qualquer outro modo,

• Um método baseado nessa investigação para o tratamento de

distúrbios neuróticos,

• E uma coleção de informações psicológicas obtidas ao longo

dessas linhas, e que gradualmente se acumulou numa "nova"

disciplina científica.

Levando em consideração a continuidade dos estudos modernos da técnica psicanalíticas,

acrescentam na definição trazida pelo autor como tratamento de distúrbios neuróticos os

tratamentos de distúrbios da psicose e perversão. A Neurose, Psicose e Perversão são três estruturas

fundamentais de personalidade, portanto, todo indivíduo se enquadra em uma das três.

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2. QUAL É O OBJETIVO DA
PSICANÁLISE

O inconsciente, como região do psiquismo e com leis próprias de funcionamento é uma

descoberta das pesquisas de Freud.

Após seus estudos, o inconsciente, passa a ganhar tal relevância, a ponto de ser o objeto de

estudo da própria psicanálise.

Freud não foi o primeiro pesquisador a usar o termo inconsciente.

David Zimerman (2008), diz que:

Bem antes de Freud, os cientistas e filósofos já admitiam a existência

de um inconsciente, este tinha um sentido da presença de algo que não

pertence ao consciente, mas recusavam lhe um caráter psíquico,

atribuindo tudo que se passava no plano desconhecido da mente aos

mistérios do corpo, da alma e do espírito.

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A partir desde momento a Psicanalise tem um objeto de estudo científico, como tornar um

estudioso desta região do psiquismo? Como ser um psicanalista?


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3. COMO SER UM PSICANALISTA?

Algumas correntes tanto no Brasil quanto Vale lembrar que, um psicanalista deve, estar

nos demais países do mundo, a Psicanálise é presente em uma associação psicanalítica,

exercida livremente, é uma profissão necessita estar associado em um local onde

reconhecida, mas não é regulamentada em possa ir além do próprio saber adquirido, por

nenhum conselho estadual ou federal. meio do convívio com outros psicanalistas,

A legislação brasileira regulamentou a construindo seu ser, assim como aperfeiçoando-

categoria Curso Livre, que atende público a se permanentemente em sua função.

partir do nível fundamental, com objetivo de Dissidentes da teoria Freudiana, com visões

oferecer profissionalização rápida para diversas discordantes de Freud ao tocante da profissão

áreas de atuação no mercado de trabalho. Não ser apenas para médicos e não para leigos,

há uma legislação específica que regulamente exigem que para ser psicanalista é preciso ser

os cursos livres. Desse modo, a oferta dos um psiquiatra ou um psicólogo. Estes deverão

mesmos não depende de atos autorizativos por procurar uma sociedade psicanalítica filiada a

parte deste Ministério da Educação. uma entidade internacional, denominada IPA –

Os cursos livres têm como regulamentação International Psychoanalytical Association, que

o Decreto Presidencial No 5.154, de 23 de julho de originalmente era a Sociedade Psicanalítica de

2004, Art. 1o e 3o e portaria nº 008, de 25/06/2002 Viena, criada por Freud.

publicado no Diário Oficial – SC – nº 16.935 - Seus associados, devem submeter a uma

27.06.2002, a Lei no 9.394/96 e a Deliberação CEE seleção rigorosa e, na condição de “candidato”, a

14/97 (Indicação CEE 14/97). Com isso, não uma “análise didática” com duração média de

existem cursos em nível superior reconhecidos sete anos, concomitantemente com seminários

pelo MEC que formem psicanalistas. É uma teórico-técnicos, supervisões individuais e

profissão livre, reconhecida pelo Ministério do coletivas, apresentação de monografias,

Trabalho e Emprego tendo sido enquadrado comparecimento a reuniões clínicas semanais,

no Código Brasileiro de Ocupação, da Portaria participação em jornadas e congressos, etc.

número 397/MTE de 09/10/2002, sob número Para a obtenção da condição de

2515.50 que reconhece e autoriza o exercício psicanalista, no mínimo é necessário que o

legal da atividade profissional do psicanalista candidato egresso do Instituto de Psicanálise,

em todo o Território Nacional. filiado ao IPA, se submeta a uma assembleia

Com base nas leis acima citada, para apresentação de um trabalho clínico, com

salientamos que não é necessário ser médico ou vistas a passar da condição de “candidato” para

psicólogo, contudo é preciso observar os critérios a de “membro associado”.

éticos, rígidos e bem definidos. Caso o mesmo deseje, poderá ascender à

A formação de um psicanalista é baseada condição de “membro efetivo” posteriormente,

no tripé, proposto por Freud de análise pessoal, ele poderá pleitear a condição de “membro

estudos teóricos e clínicos, acrescida de efetivo didata”, em cujo caso está legitimado a

supervisão clínica. lecionar, analisar e supervisionar outros

candidatos em formação psicanalítica.

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4. O QUE FREUD DEFENDIA A
RESPEITO DA PSICANÁLISE SER
UMA PROFISSÃO LEIGA?
Em 1925, ocorre um desentendimento sobre a prática psicanalítica, também conhecida

como prática analítica considerada como atividade médica, tornando uma questão jurídica e um

grande debate a respeito do assunto surge entre os psicanalistas médicos os mais conservadores.

Esse assunto não agradou a Freud, o próprio criador do método e da sociedade psicanalítica. A

Psicanálise chega aos tribunais por causa de um processo contra o psicanalista e filósofo Theodor

Reik, membro da Sociedade Psicanalítica de Viena, acusado de “exercício abusivo da profissão

médica” e de “charlatanismo”.

Freud, intervém na questão junto a um juiz para explicar que um psicanalista não tem

necessariamente que ser médico. Ele temendo sobre o destino da psicanálise escreveu a Paul Federn,

abordado em Analise Leiga, Freud (1925) escreve:

“Não peço que os membros adotem meus pontos de vista, mas vou

sustentá-los em particular, em público e nos tribunais”, e acrescenta:

“Mais dia, menos dia será necessário travar essa batalha pela análise

leiga. Melhor agora que mais tarde. Enquanto viver, tentarei impedir que

a psicanálise seja engolida pela medicina”.

Paul Federn, por suas teorias envolvendo psicologia do ego e tratamento terapêutico da psicose,

foi profundamente influenciado pela Interpretação dos Sonhos de Freud e, em 1.904, tornou-se

defensor do campo da psicanálise. Em 1.924 ele se tornou um representante oficial de Freud, bem como

vice-presidente da Sociedade Psicanalítica de Viena.

Portanto, após este fato, Freud como criador da Psicanálise, deixou bem claro que sua criação era

livre para todas e quaisquer profissões, não sendo desta forma uma técnica exclusiva de nenhum

grupo profissional.

Esta situação de Theodor Reik, assumiu uma dimensão que este não esperava, tendo, pois, sido

analisado pela IPA – International Psychoanalytical Association – a ponto de dividir a comunidade

freudiana de um lado os psicanalistas médicos e por outros os psicanalistas leigos. Fato este que

permanece até os dias de hoje como descrito na pergunta acima: Como ser um Psicanalista?

Se por um lado qualquer profissional pode ser um psicanalista, por outro, Freud defende um método

psicanalítico para ser um pesquisador psicanalítico.


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5. O QUE FREUD DEFENDIA DE
PESQUISA PSICANALÍTICA?

Muitos pesquisadores em suas investigações fazem pesquisas

psicológicas, sociológicas, antropológicas, filosóficas, teológicas,

psiquiátricas no campo da psicanálise não chegam a produzir

pesquisas psicanalíticas.

Freud, defendia a expressão "pesquisa psicanalítica"

traduzida de “psychoanalytische Forschung", a toda pesquisa

que além do objeto pesquisado levasse em consideração o

método de como esse objeto foi pesquisado.

Herrmann (2004), caracteriza a pesquisa psicanalítica como

o procedimento de investigação criado pela psicanálise,

justificado, pois "cada grande teoria constituída cria seu

próprio procedimento de investigação “.

Assim, para uma pesquisa psicanalítica o método não pode ser

outro a não ser o método psicanalítico.

Neste método, a vida psíquica do ser humano desenrola com

um olhar em seus conflitos. Baseia-se, na ideia de que conhecer

e compreender a origem dos problemas que nos afetam é

elaborar à época da infância.

Sempre que nossos conflitos infantis são resolvidos, ocorre um

desenvolvimento psíquico saudável. Mas, se não são resolvidos,

ou mal resolvidos, estes conflitos são reprimidos, recalcados e

perdemos consciência. Ocorre uma falha, tornando assim,

conteúdos inconscientes, porém nos afetando e se

manifestando diretamente em todo nosso ser, em formas de

perturbações psíquicas e padecimentos físicos. Sendo então

esta falha que o método psicanalítico pretende investigar.

Durante o tratamento psicanalítico, o analista tenta conduzir

o paciente à origem, até o inconsciente, seus recalques, ou seja,

tenta fazer os conflitos e traumas inconscientes voltarem à

consciência.

Muitos foram e são os simpatizantes, pesquisadores da

Psicanálise, em períodos e lugares diferentes. Com as suas

contribuições à teoria surgiram grandes escolas psicanalíticas.


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6. EXISTE DIFERENTES ESCOLAS
PSICANALÍTICAS?
Sim, segundo Zimerman, (2004) no manual de técnica psicanalítica, atualmente temos sete

grandes escolas psicanalíticas com grandes contribuições à técnica de Psicanálise desenvolvida por

Sigmund Freud, por parte de autores de distintas épocas, geografias e ideias e também de diversas

formações.

As escolas são conhecidas como:

• Escola Freudiana,

• Escola Kleiniana,

• Escola Psicológos do Ego,

• Escola Psicologia do Self,

• Escola Lacaniana,

• Escola Winnicott e

• Escola W. Bion.

Outras escolas, são de grande contribuição aos estudos do psiquismo humano e para a

psicanálise assim como as citadas anteriormente. Com tudo, em divergências de pensamentos seus

pesquisadores romperam com o pai da psicanálise, Sigmund Freud e seguiram com linhas próprias.

Podemos citar como exemplo:

• Carl Gustavo Jung autor da Escola Junguiana – Psicologia Analítica,

• Wilhelm Reich autor da Escola Reichiana – Psicologia Corporal e

• Alfred Adler – Psicologia da Personalidade e Individual.

Erros são, no final das contas, fundamentos da


verdade. Se um homem não sabe o que uma coisa
é, já é um avanço do conhecimento saber o que ela
nãoé.
-Carl Jung-

“A experiência é uma das causas do sucesso ou do


fracasso. Não sofremos o impacto de nossas
experiências, chamadas traumas, mas as adaptamos
a nossos propósitos”.
-Alfred Adler-

“Tudo o que representa posição social, título ou


prestígio defende as exigências sociológicas em
detrimento das exigências naturais”.
-Wilhelm Reich-
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7. COMO SE INICIA A ESCOLA
FREUDIANA?

Quase tudo na psicanálise começa com Sigmund Schlomo Freud, o mesmo é conhecido como

Sigmund Freud, ou simplesmente Freud, um médico neurologista austríaco.

Freud, tinha uma visão de acordo com o qual as variantes biológicas, psicológicas e sociais, devem

ser consideradas para que uma doença seja perfeitamente compreendida no ser humano, visão

discordante dos médicos da época, que se preocupavam com as variantes biológicas.

As ideias que culminaram com a publicação dos primeiros artigos sobre a psicanálise e as

primeiras ideias da escola freudiana vieram do interesse de Freud pela histeria e profundas conversas

de casos clínicos com o médico e professor Josef Breuer, que estudava a técnica “cura pela fala” e

hipnose.

Os estudos de Freud eram de como mover da mente inconsciente os pensamentos e sentimentos

reprimidos, por meio da fala, explicado como uma forma de energia, mediante a associação livre e

interpretação de sonhos, de forma a permitir a chegada destes conteúdos reprimidos ao consciente,

onde provocaria a cura automática.

Estes estudos deram início ao método psicanalítico, ao pensamento da escola freudiana e a base

a teoria psicanalítica que permanece intacta até hoje.

Suas teorias e seus tratamentos foram discutidos na época e continuam a ser muito debatidos

hoje. Suas ideias influenciam a psicologia atual e segue muitos estudos e prática clínica na área,

com psicanalistas que vieram depois dele.

Estes criaram suas próprias teorias, mas sempre com base no que foi presumido por Freud, como

a noção de inconsciente e principalmente o método psicanalítico. Fato e causa que é considerado o

Pai da Psicanálise.
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8. O QUE TEORIZOU FREUD?
Freud iniciou com métodos psicanalíticos, para só depois surgir a Psicanálise propriamente dita.

Ele teve que conceituar algumas técnicas que constituem ainda na atualidade o centro da

psicanálise, ele repassou seus conceitos aos colegas analistas, para que estes pudessem utilizar suas

ideias.

Inicialmente, ainda em um período anterior ao cientifico, Freud utilizou o método da hipnose

induzida, usava a técnica simplesmente para remover sintomas por intermédio da sugestão, e com

a tentativa de uma libertação do que estava reprimido, o método de catarse.

O método, foi abandonado, ele se desapontou como hipnotizador e substituiu-o pela livre

associação de ideias, que é o compromisso assumido pelo paciente de comunicar ao analista tudo

o que lhe vier à mente, independentemente de suas inibições ou do fato de achá-las insignificantes

ou não. Também intitulada como regra fundamental da Psicanálise.

Ele percebeu que o inconsciente, como processos dinâmicos que atuam sobre o comportamento

humano, sem que atinjam a consciência, não retinha só repressões traumáticas, mas também

fantasias e desejos e formulou, técnicas como o da livre associação de ideias, o da interpretação dos

sonhos, no qual considera os sonhos a estrada real que conduz ao inconsciente.

Formulou também, o significado de sintomas, lapsos de linguagem, atos falhos que é um

equívoco na fala, na memória, em uma atuação física, provocada por um desejo do inconsciente

que é realizado e outras incidências da psicopatologia da vida cotidiana.

Da técnica aos lapsos, atos falhos e certos bloqueios do pensamento, ele demonstrou como

uma afirmativa ou negativa, o paciente pronuncia impulsivamente o que costuma ser um seguro

indicador de que o significado deve ser exatamente o oposto daquilo que foi dito Freud, foi quem

estudou e trouxe as fontes e formas de resistência, da transferência, contratransferência, o fenômeno

da ação, relatou na prática clínica, dos fenômenos da fixação, da regressão e da representação, o

fenômeno de reação terapêutica negativa do paciente à análise. Igualmente, coube-lhe dar

destaque fundamental à atividade da interpretação, junto com a aquisição de insights e o trabalho

de elaboração.

Freud observou a contínua interação e uma estrutura que se desenvolvendo ao longo do tempo,

nas instancias que formam a psique humana com a realidade exterior, o id, que é o centro do desejo,

o ego, um elemento muito mais consciente, o executivo da personalidade e o superego, que é o centro

da consciência e da moralidade.

Fez as primeiras considerações sobre as neuroses em geral e as perversões, observou e deu ênfase

as manifestações do masoquismo, do exibicionismo e do voyeurismo.

Sua contribuição é relevante para o estudo das relações e realizações humanas fundadas no

narcisismo, constituído na relação da criança com o seu corpo e no amor dos pais.

Freud percebeu que o pensamento original pode ficar obscuro, por meio de negação e de projeções,

de forma a ficar transfigurado em paranoide e delírio de ciúme.

Ressaltamos que, suas informações estão encontrando respaldo científico nas neurociências

contemporâneas e ciências naturais, de maneira que ampliam a compreensão do analista.


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9. QUAL É O NOME DA
PSICANALISTA FUNDADORA
DA ESCOLA KLEINIANA?
Esta escola teve como fundadora a

psicanalista austríaca Melanie Klein.

Em geral é classificada como uma

psicoterapeuta pós-freudiana. Sua

escola surgi com mais intensidade, na

sociedade psicanalítica Britânica, a

partir das críticas às ideias da filha de

Freud, Anna Freud, quando esta

publica um livro chamado “O

tratamento psicanalítico de crianças”.

A Escola Kleiniana, apresenta

muitas contribuições, entre elas,

podemos destacar, desenvolvimentos

de técnicas próprias de psicanálise com

crianças, fantasias infantis,

identificações da existência de um ego

rudimentar, presença da pulsão de

morte desde a fase inicial da vida, assim

como as teorias das posições

esquizoparanóides e depressiva.

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10. COMO SE DESTACOU KLEIN?

Considerada um dos gênios da psicanálise, Melaine Klien inicialmente conheceu a psicanálise

pela leitura de um artigo de Freud, com o qual ficou impressionada.

Embora, não escondesse sua admiração por Freud, nunca conseguiu ter um contato com ele, pois ele

a evitava, por causa das diferenças de pensamento entre Klein e sua filha Anna Freud, também

psicanalista.

Em 1.919, ela escreve O desenvolvimento de uma criança, que lhe ajudou como o trabalho que

permitiu o título de membro da Sociedade Psicanalítica da Hungria.

Seu trabalho sempre teve muito êxito e por meio de técnicas lúdicas, jogos e brincadeiras a análise

infantil começou a aparecer, pois ela valorizava a existência de um ego primitivo já desde o momento

do nascimento.

Klein, iniciou análise com psicóticos através das suas percepções dos mecanismos do psiquismo

com bebês recém-nascidos.

Outros desenvolvimentos se seguiram à psicanálise de crianças, como o estudo dos estados

maníaco depressivos, a identificação projetiva como defesa do ego, e a inveja primária na constituição

da personalidade. Sua teoria das posições depressiva e esquizoparanóides são a primeira grande

sistematização da teoria psicanalítica. Suas contribuições ganharam muita relevância, embora

alguns estudiosos consideram que elas estão mais voltadas para a psicologia do ego do que para a

psicanálise propriamente dita.

Os autores J. Rivière, Rosenfeld, H. Segall, Meltzer e Bion,e J. Steiner, deram continuidade aos

seus trabalhos. Os kleinianos, póskleinianos e neokleinianos trouxeram contribuições técnicas

relevantes para a psicanalise inglesa e americana e foram pioneiros no atendimento psicanalítico

de psicóticos.

Os psicanalistas pós e neokleinianos têm feito sensíveis modificações na técnica que os

seguidores tradicionais de Melaine Klein utilizavam maior elasticidade na aplicação dos princípios

técnicos rígidos, sem perder a sua essência.

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11. COMO É O NOME DOS
PSICANALISTAS FUNDADORES
DA ESCOLA PSICÓLOGOS DO
EGO?

No período da Segunda Guerra

Mundial, muitos psicanalistas austríacos

fugiram da perseguição nazista e

instalaram-se nos Estados Unidos.

Um deles, Heinz Hartmann, psiquiatra,

psicanalista e paciente de Freud, que o

considerava um de seus melhores

discípulos, dentre aqueles que se

convencionou chamar de psicanalistas da

segunda geração, juntamente com Ernest

Kris e Rudholf Lowenstein, fundou a escola

da Psicologia do Ego, a qual teve uma

ampla aceitação no continente americano.

Os representantes da escola psicólogos do

ego deram firmeza e descrição ao estudo

do conceito de self e grande destaque a

valorização para o trabalho das funções

conscientes do ego, como as percepções, os

pensamentos, as memórias e até o próprio

juízo crítico do paciente durante uma

análise.
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12. COMO SE DESTACARAM OS
AUTORES DA ESCOLA
PSICOLÓGOS DO EGO?

Foi pelos estudos de Hartmann que as noções de ego e de self se tornaram mais claras, ele trouxe a

distinção entre ego como instância psíquica, enquanto self é definido como um conjunto de

representações que determinam o sentimento de si mesmo.

Os psicanalistas pioneiros, Hartmann e seus seguidores, foram apoiados pela filha de Freud Anna

Freud e propuseram uma maior valorização do ego no trabalho do analista, que até então estava

concentrado no id, ou seja, estes autores revisaram a 2a tópica freudiana, a constituição do Id-

Superego-Ego.

Com isso, a escola psicóloga do ego atribuiu uma significativa importância às funções conscientes

e às representações inconscientes do ego, além, é claro, dos mecanismos defensivos que são

procedentes do ego.

Os psicólogos do ego dedicam-se bastante a fundamentar as suas concepções teóricas e técnicas

em pesquisas rigorosamente científicas.

Também, vale lembrar que eles abriram as portas para uma transdisciplinaridade, com uma

aproximação de disciplinas, como medicina, biologia, educação, antropologia e psicologia em geral,

considerando os importantes desenvolvimentos contemporâneos da neurobiologia, da etologia e da

psicofarmacologia.

Em continuidade aos pioneiros surgiram inúmeros autores importantes, como Erikson, Edith

Jacobson, Margareth Mahler, Otto Kernberg representante da “contemporânea psicologia do

ego”, que estabelece uma ponte com os teóricos mais antigos.


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13.COMO É O NOME DO
PSICANALISTA FUNDADOR DA
ESCOLA PSICOLOGIA DO SELF?

O criador e grande nome desta escola é o neurologista e psiquiatra Heinz Kohut, também um

psicanalista que deixou Viena no apogeu do nazismo e refugiou-se nos Estados Unidos.

Inicialmente estava filiada à escola psicólogos do ego, que aos poucos formulou suas próprias ideias

e criou sua escola. Morou e trabalhou em Chicago. Foi professor na universidade local. Estudou no

Instituto de Psicanálise de Chicago e tornou-se figura proeminente da psicanálise norte americana

e mundial.

Os destaques de contribuição desta escola foi a importância da empatia como receptividade

articulada e elaborada que uma escuta, a retirada da hegemonia e predominância do complexo de

édipo em análise e apresentação uma visão inovada ao narcisismo, dando valor como importante

processo no desenvolvimento do

ser humano.
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14. COMO SE DESTACOU HEINZ
KOHUT?

Os dois conceitos principais na obra de Kohut são os seus estudos sobre o self e o narcisismo.

Recusava a ficar restringido ao conflito edípico na análise com qualquer tipo de paciente, como era

a regra naquele período e assim, decidiu investir nos estudos sobre o narcisismo, com uma visão mais

humanista na psicanálise.

Kohut, chamou de psicologia total do indivíduo de self grandioso ou princípio da

complementariedade psicológica. Ele resgatou os aspectos sadios e estruturantes que o narcisismo

também representa. Na prática analítica, contribuiu com a descrição das diversas formas de

transferência narcisista.

Não situou também, a livre associação de ideias como o principal instrumento da psicanálise,

ele acreditava na introspecção, olhar para si mesmo por parte do paciente e o da empatia, um olhar

para o outro, por parte do analista.

Seus enfoques nas falhas do psiquismo primitivo permitiram uma nova forma de abordagem,

um significativo progresso no tratamento de pacientes excessivamente regredidos, principalmente os

portadores de transtornos narcisistas da personalidade.

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15. COMO É O NOME
DOPSICANALISTA FUNDADOR
DA ESCOLA LACANIANA?

Jacques Marie Émile Lacan é o nome

do psiquiatra e psicanalista inspirador

da Escola Francesa de Psicanálise,

sempre propôs o retorno para Freud

para os autores pós-freudianos. O

trabalho de Lacan exerce forte

influência nos rumos do tratamento

psíquico, inclusive na definição de

políticas de saúde mental,

especialmente no Brasil.

Jacques Lacan, também

conhecido como Lacan estudou quatro

principais fontes que influenciou

também seu pensamento, a própria

psicanálise, a linguística, a

antropologia e a filosofia.

Entre as inúmeras concepções

originais estão aqui alguns exemplos, o

estágio do espelho, significantes e

significados, objeto (a), a foraclusão do

nome do pai, a ideia do inconsciente

ser estruturado como uma linguagem,

os quatro discursos, nodulação do real,

simbólico e imaginários.
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16. COMO SE DESTACOU LACAN?
Lacan realizou uma nova interpretação com estilo próprio da obra completa de Freud e permitiu

assim, rever os casos clínicos de Freud sob outro ponto de vista, muito mais abrangente, por isso suas

ideias, contribuições e obras é muito vasta.

Ressaltando a seguir apenas alguns exemplos de sua abordagem, seus estudos sobre os estágios

do espelho possibilitaram entender melhor a formação de mecanismos psicóticos precoces.

Lacan reafirma, a divisão do sujeito, pois, o inconsciente seria independente com relação ao Eu. E é no

registro do Inconsciente que deveríamos situar a ação da psicanálise.

A ação alienante do bebê no corpo da mãe, a noção de “corpo espedaçado” um olhar que

permitiu uma melhor compreensão nos transtornos psicossomáticos.

Designou valor significativo aos desejos e aos discursos dos pais e educadores em geral na formação

do psiquismo infantil, que se torna o indivíduo analisado quando adulto.

Ele resgatou a importância da figura do pai. Lacan denominou lei do pai, ou nome do pai, a

necessidade de um pai interpor-se como um delimitador e separador da fusão simbiótica mãe: bebê.

Em relação à transferência, como fenômeno que ocorre na relação entre paciente e terapeuta,

Lacan tem uma posição muito verdadeira, especial e diferente daquela que se considera como uma

base imutável na psicanálise: a interpretação sistemática na neurose de transferência. Ele se rebela

contra o excessivo uso da interpretação transferencial, com o argumento de que essa isso pode

promover dependência do paciente, justamente o que uma análise quer impedir.

Para Lacan, o momento mais importante de uma sessão analítica é aquele no qual o paciente

sofre uma castração do desejo imaginário, de sorte a atingir um nível simbólico. Baseado nisso, ele

estipulou que não se justifica a duração de uma sessão ser obrigatoriamente cronológica, em torno

dos habituais 50 minutos, mas sim, a duração deve ser variável, de menos ou mais deste tempo, até

a obtenção da aludida transição para um nível simbólico.

Ele deu importância ao discurso, que fez conhecido a seguinte a afirmação que o inconsciente é o

discurso do outro, e se grande parte de sua obra foi marcada pelo marco de um retorno a Freud, Lacan

considera o real, junto com o objeto ausente, que ele chama de Objeto “a”, de sua própria autoria,

seguido de muitos outras contribuições tornando a escola Lacaniana com muitos adeptos.
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17. COMO É O NOME DO
PSICANALISTA FUNDADOR DA
ESCOLA WINNICOTT?
Donald Woods Winnicott, um

pediatra e psicanalista inglês, foi o

grande pensador que inspirou esta

escola.

Pertenceu bastante tempo ao

círculo kleiniano.

No entanto, cada vez mais ele

discordava dos conceitos teóricos e

técnicos pregados por M. Klein,

especialmente o conceito de inveja

primária, a ponto de ele abrir um

rompimento com o grupo de Klein e

ingressou em um “grupo

independente” da Sociedade

Britânica de Psicanálise.

A escola Winnicottiana se

destaca com obras longas e

originais, traz representações no

objeto e fenômenos transicionais,

concepções de verdadeiro e falso

self e o papel de espelho que a mãe

representa para o filho.


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18. COMO SE DESTACOU
WINNICOTT?

A obra total de WINNICOTT consta de mais de 200 títulos, contidos em quatro livros.

Trouxe novamente a importância do ambiente facilitador, deu uma especial importância ao

olhar materno, contraponto a escola kleiniana.

Ele retirou a ênfase técnica prioritariamente dirigida às pulsões sádico-destrutivas resultantes da

inveja primária, segundo a escola kleiniana.

Para tanto, Winnicott traz o conceito de “crueldade sem ódio”, para conceituar que as manifestações

agressivas de uma criança obedecem a muitas razões que não são unicamente aquelas de um ódio

destrutivo.

Para Winnicott, uma atitude construtiva do paciente era uma demonstração de sentimentos

inatos da criança de “consideração” (concern) pelos outros.

Seu conceito de holding, representa ser uma peça técnica fundamental na construção do vínculo

analista- paciente.

A frase cunhada por Winnicott: a mãe suficientemente boa tem uma significativa relevância

na prática analítica.

Sua ideia de objeto, espaço e dos fenômenos transicionais são totalmente originais em

psicanálise, esclarecendo muita coisa do desenvolvimento emocional primitivo e do que se passa no

vínculo analítico. Desde quando era pediatra, Winnicott utilizou com seus pequenos pacientes dois

jogos que criou.

O jogo da espátula – um objeto metálico brilhante que ele deixava à vista da criança para

observar como ela brincaria com ele –, o qual lhe permitiu criar o conceito de hesitação diante da

tomada de decisões.

O outro é o jogo do rabisco (squiglle, no original), que consiste no ato de que ele construía com

a criança um desenho; assim, ele fazia um primeiro rabisco, a criança continuava com outro rabisco e

assim sucessivamente, até completarem de modo espontâneo a forma final do desenho.

Outro conceito de Winnicott é a sua concepção de verdadeiro self e de falso self, ambos

convivendo concomitantemente no psiquismo de um mesmo sujeito.

Ao contrário de M. Klein, Winnicott era bastante flexível com as combinações do setting, inclusive

no tempo de duração das sessões, que, diferentemente de Lacan, não raramente, conforme as

circunstâncias, ultrapassavam bastante os clássicos 50 minutos. Contam, que uma vez alguém lhe

perguntou se ele também atendia casos de psicoterapia, ao que respondeu dizendo que não sabia o

que era aquilo, mas sabia, sim, que era psicanalista e que fazia psicanálise de duas ou de uma sessão

semanal

Recria-se um ambiente íntimo e familiar, evocando uma primitiva maternagem, a um mesmo

tempo que se exclui todo o contato e gratificações diretas que não sejam as psíquicas.
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19. COMO É O NOME DO
PSICANALISTA FUNDADOR DA
ESCOLA W.BION?

Esta Escola, foi criada por Wilfred Ruprecht Bion, um psiquiatra nascido na Índia que vem para

Londres com sete anos. Foi médico do exército britânico durante a segunda guerra mundial, no qual

se inicia o seu interesse pela psicanálise.

O mesmo, passa por um treinamento em análise supervisionado pela psicanalista Melanie

Klein, e se torna um psicanalista britânico. Seu pensamento, portanto, foi influenciado por sua

analista que era pioneira no estudo da relação mãe e filho.

Criou tantas concepções originais e consistentes que teve um crescente contingente de

seguidores. Entre tantas contribuições de sua escola, destaca-se a dinâmica do campo analítico, onde

existe uma mútua influência entre analisando e analista e vice-versa, enfoque nos vínculos.

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20. COMO SE DESTACOU BION?

Suas contribuições são muitas, consideradas originais e útil na prática clínica psicanalista seu

reconhecimento na pratica está como um inovador das concepções psicanalíticas contemporâneas.

Bion, foi pioneiro em dinâmica de grupo, interessava-se por aspectos sociais, estudou e dedicou-se por

mais de 10 anos a análise de psicóticos.

Demonstrou um interesse todo especial pelos fenômenos do conhecimento, pensamento,

linguagem, comunicação, vínculos, verdades e falsificações, etc., tendo publicado vários livros sobre

esses temas, hoje consagrados. Viajou para por lugares do mundo, inclusive este 4 vezes no Brasil,

ministrando conferências, debates, supervisões e seminários clínicos, ao mesmo tempo publicou textos

com um teor algo místico. Ele não publicou nenhum livro ou texto dirigido à técnica psicanalítica, mas

nas entrelinhas seus pronunciamentos sempre se referiam à prática clínica, a técnica está sempre

presente.

Bion, conservou tudo o que aprendeu de Freud e de M. Klein, e, sem contestá-los. Em suas teorias

aplicou uma continuidade às concepções e criou novas ideias teóricas, e técnicas inteiramente

originais.

O seu trabalho clínico com pacientes de natureza psicótica, permitiu-lhe conceber aspectos

sobre o normal e a patologia dos fenômenos de percepção, pensamento, linguagem, comunicação e

ataques aos vínculos de ligação.

Aprofundou a função de continente da mãe (ou analista) ter condições de acolher e conter as

necessidades e angústias que, por meio de excessivas identificações projetivas, os filhos (pacientes)

colocam dentro dela.

Ele enfatizou que toda análise é um processo de natureza de vínculos entre duas pessoas que vão

enfrentar muitas angústias diante dessas verdades.

Bion, propôs no lugar da clássica expressão cura analítica o emprego da terminologia crescimento

mental, tendo em vista que uma análise não termina com uma cura de sintomas.

Na atualidade, está sendo bastante valorizado um aspecto inerente à comunicação não-verbal,

que é aquela forma de linguagem que comunica por meio de imagens, cheias de significados, que

evocam sensações e sentimentos no analista.


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21.COMO SE APRESENTA A
PSICANÁLISE HOJE?
Com o advento da física quântica, no início do século XX, a partir das descobertas da noção de

quantum de Max Plank, do princípio da relatividade de Albert Einstein, e do princípio de incerteza

de Werner Heizenberg, e outros físicos modernos com suas considerações sobre o “aqui e o agora”,

nasce um novo paradigma comportamental, uma nova preocupação com o que é subjetivo e um

homem que tenta se adaptar fisicamente, emocionalmente e espiritualmente a tantas

transformações em tão poucas décadas.

Com esse novo paradigma de comportamento humano, a Psicanálise é requisitada para a sua

contribuição, considerando que sua base da teórica clássica pode se manter intacta, para não tão

pouco ser ilusória, mas a progressão do pensamento e das psicopatologias modernas leva a

continuidade evolutiva das interpretações.

Como apresentação da Psicanálise hoje, podemos citar um dos recentes movimentos, a criação

da neuro - psicanálise segundo Soussumi (2004), grupo de estudos de neurociência e psicanálise no

Instituto de Psicanálise desde de 1994 com a participação de Mark Solms, psicanalista inglês que

vinha trabalhando em Londres e publicando trabalhos sobre o assunto desde a década de 1980,

juntamente com outros colegas profissionais organizam o I Congresso Internacional de Neuro-

Psicanálise, onde é criada a Sociedade Internacional de Neuro-Psicanálise.

Podemos citar ainda, a publicação do artigo intitulado “A biologia e o futuro da psicanálise: uma

nova estrutura intelectual para a psiquiatria” do neurocientista Kandel, (1999), que expressa que a

neurociência poderia fornecer fundamentos empíricos e conceituais mais sólidos à psicanálise.

Kandel em 2000, recebe o prêmio Nobel de medicina por suas contribuições à neurobiologia,

introduzindo o conceito de plasticidade neural, que é a capacidade do sistema nervoso, do ponto de

vista estrutural ou funcional de mudar ou se adaptar ao longo do desenvolvimento, ou quando é

submetido a experiências ou estímulos externos novos.

Esta nova apresentação psicanalítica de hoje, talvez também possa dialogar com outro novo

conceito da atualidade o da Inteligência Espiritual.

Segundo Dana Zohar, física americana e seu conjugue, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do

livro O Ser Quântico e A Sociedade Quântica (1990) definem a Inteligência Espiritual como uma

terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e

valor, tornando-os mais efetivos.

Isso implica um indivíduo capaz de usar o espiritual para se ter uma vida mais rica e mais cheia

de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. É uma pessoa com capacidade

aumentada quantos aos seus horizontes e mais criativos.

É uma inteligência que impulsiona. É com ela que se aborda e soluciona problemas de sentido e

valor. Está ligado à necessidade humana de ter um propósito na vida.


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A inteligência espiritual permite perguntar se quer estar na situação particular. Implica

trabalhar e transformar os limites da situação, tem a ver com o que algo significa para o indivíduo e

não apenas como as coisas afetam a emoção e como se reage a isso. A espiritualidade é natural e

sempre esteve presente na história da humanidade.

O contato com a teoria conceitual da psicanálise nos dá uma multiplicidade de abordagens,

com diferentes conceitos e linguagens. Todas estas abordagens somadas as abordagens atuais, como

inteligência espiritual, física quântica, neurociência são disciplinas cientificas ou até empíricas, mas

que ajudam a refletir no processo de análise, ou seja, se propor a dar conta do humano e agregar

benefícios e valores para uma melhor compreensão de uma psique saudável.

PALAVRAS FINAIS

Com tudo, podemos identificar que o estudo da psicanálise envolve um aprofundamento no

conhecimento sobre o funcionamento da mente humana, com o tempo buscou entendimento nos

estados mentais iniciais e patológicos, fortaleceu o acesso a pacientes mais com transtornos graves

obteve uma melhor compreensão sobre a mente infantil e dos adolescentes, de modo a intervir sobre

as dificuldades emocionais que apresentam, e que se apresentarão na fase adulta. Passou a estudar

mais o próprio psicanalista e a se preocupar com a formação do mesmo, refletindo no

desenvolvimento e no sucesso da análise. Os pacientes de hoje encontram terapeutas muito mais

humanizados e compreensivos diante das angústias que carregam e compartilham com o analista

um entendimento maior de si.

Todavia, a psicanálise é a análise da mente. Seus estudos sempre são voltados para um

distúrbio, um caminho no que deu errado, para supostamente compreender os processos normais,

tentativa maior de chegar em um comportamento ideal de ser. Enquanto que a maior parte das

teorias científicas do comportamento se origina da psicologia acadêmica em laboratório de

universidade, a teoria psicanalítica surgiu da clínica médica com Sigmund Freud em Viena.

Sigmund Freud, considerado o pai da psicanalise, completaria 160 anos, e ainda hoje, seus livros são

referências bibliográficas para muitos estudos científicos de diversas áreas.

Como descrevemos neste e- book, uma das principais contribuições da psicanálise para o

desenvolvimento humano está relacionada com as forças inconscientes que motivam o

comportamento humano. Estas forças procura descrever mudanças qualitativas, cujo objetivo é fazer

com que as pessoas compreendam os conflitos emocionais que se desconhece conscientemente.

Os conceitos e pensamentos dos dissidentes freudianos também estão sendo levantados com

grande interesse na atualidade devido à crescente demanda para o conhecimento do homem

integral e busca da ampliação do despertar de consciência, ou seja, o homem de comportamento

ideal de ser em todos os aspectos.

Com isso, espero que este breve e despretensioso e-book tenha contribuído para situar os

interessados no campo da Psicanálise e despertar o interesse em desenvolver para si o

aprofundamento do teórico e prático no viés da mente humana.

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REFERENCIAS
BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Decreto-lei n 5.154 de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2o do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei no

9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras

providências. Brasília. Disponível em:

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BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e

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BRASIL. Portaria no 008, de 25 de junho de 2002. Atribuições legais de normatizar o processo de

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