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culturais sobre o desenvolvimento psicossexual, focalizou sua atenção sobre as psicologias divergentes
de homens e mulheres e explorou as vicissitudes dos relacionamentos maritais.
Sua visão de que a repressão e a sublimação de impulsos biológicos não são os determinantes
primários do desenvolvimento da personalidade levaram à sua remoção como instrutora no New York
Psychoanalytic Institute e a que ela fundasse, em 1941, o American Psychoanalytic Institute.
Horney pensou que os atributos de passividade e sofrimento não eram biologicamente específicos
às mulheres conforme ensinados pelos analistas da sua época e que personalidades masculina e
feminina são, em realidade, culturalmente determinadas.
TEORIA DA NEUROSE. Horney definiu neurose tanto em termos intrapsíquicos como interpessoais.
Ela observou que seus pacientes queixavam-se não das neuroses sintomáticas como fobias e
compulsões, mas de infelicidade, bloqueio e falta de preenchimento no trabalho e inabilidade de
estabelecer ou manter relacionamentos. Ela viu estes pacientes como apresentando complexos sistemas
de padrões defensivos autoperpetuantes contra a ansiedade básica que iniciou na primeira infância -
neuroses de caráter. Busca de segurança. As crianças movem-se psicologicamente em três direções para
aliviar sua ansiedade, para tornar a vida segura e previsível e para obter satisfação. Elas buscam afeto e
aprovação ou elas se tornam hostis ou elas se retraem. As crianças por fim usam a estratégia de
enfrentamento que melhor satisfaz suas necessidades, mas se apenas uma estratégia básica é usada, as
crianças tornam-se limitadas em seu repertório de enfrentamento em sua experiência de si mesmas e
do seu mundo. Seu senso de segurança é tênue porque elas têm perigo vindo de dentro de sentimentos
e impulsos suprimidos ou reprimidos. Se as condições ambientais desfavoráveis continuam, seus
sentimentos conflitantes são dirigidos para o inconsciente e tais crianças são deixadas com um senso de
desconforto, ansiedade e apreensão e com um senso de self inseguro. Nesta junção, seu ponto de
referência é externalizado, padrões de comportamento enrijecem e crescentes bloqueios ao
crescimento se desenvolvem. Horney designou estas atitudes complexas, relativamente fixas em direção
ao eu e aos outros como tendências neuróticas.
TIPOS DE CARÁTER. Os três principais tipos de caráter de Horney são embasados no modo
predominante de relacionar-se com outros. O tipo self-apagado, anuente resulta da operação defensiva
de agarrar-se a outros. Tais pessoas tentam obter o favor dos outros através de lisonja, subordinam-se
aos outros e são relutantes em discordar por medo de perder favor. O tipo expansivo, agressivo resulta
de manobrar contra outros e colocar forte confiança em poder e domínio como um meio de obter
segurança. O tipo desapegado, resignado resulta de afastar-se de outros para evitar tanto dependência
como conflito. Eles são pessoas muito privadas que, embora se recusando a competir abertamente,
vêem-se como se elevando acima dos outros.
Imagem idealizada. Durante seus anos de adolescência, os futuros pacientes neuróticos criam uma
imagem ideal fantasiada que, caso atingida, promete terminar com seus sentimentos dolorosos e supre
o autopreenchimento. A imagem idealizada contrabalança a alienação dos eus centrais pela qual as
pessoas neuróticas passam porque as técnicas de sobrevivência que elas adotaram anteriormente as
forçam a anular seus desejos, sentimentos e pensamentos genuínos. A imagem idealizada cobre todas
as contradições, oculta a natureza defensiva do seu comportamento e restaura um senso de
integridade. A energia anteriormente disponível para a auto-realização é usada em esforços para tornar-
se como a imagem idealizada. Por exemplo, uma pessoa que adotou a estratégia de mover-se em
direção aos outros e é conseqüentemente dependente de outros para obter afeto e aprovação
experimenta o medo de auto-asserção razoável como humildade imaculada e a consideração pelos
outros.
Porque o eu ideal é imaginário, as pessoas neuróticas são prontamente machucadas por confrontos
com a realidade e elas trabalharam demasiado arduamente para provar que elas são, de fato, os seus
eus ideais. Fazer isso resulta em um tipo de perfeccionismo que insiste em excelência imaculada na qual
"eu deveria" substituir "eu quero" ou "eu preciso". Isso também resulta na ambição neurótica de ser o
primeiro e em um forte impulso de vingança sobre os percebidos como tendo interferido em que eles se
tornassem seus eus ideais.
O auto-ódio resulta quando surge a ameaça que as pessoas neuróticas podem ser incapazes de
atingir seus eus idealizados. Se o apoio não fosse necessário para o self idealizado, as alegações, "os
deveres" e o auto-ódio não seriam partes tão importantes do aparelho psíquico.
Cedo na terapia, durante o processo de desilusão, os dois tipos de bloqueio são identificados e
examinados. O primeiro grupo de bloqueios orientados à segurança, os bloqueios protelares, ajudam a
evitar a ansiedade causada pela autopercepção. Os bloqueios protetores incluem silêncio, atraso,
depreciar o analista, o uso de drogas e até mesmo o uso de auto-acusação para evitar exploração
adicional.
Os bloqueios de valor positivo reforçam a satisfação dos pacientes consigo mesmos e apóiam seus
eus idealizados. No processo de desilusão, o analista identifica ambos os tipos de bloqueio, expondo os
bloqueios protetores antes de expor os bloqueios que defendem a imagem idealizada. Analisar os
bloqueios de valor positivo primeiro despertaria medo excessivo.
Qualidades do analista. As qualidades do analista, posteriormente descritas por Cari Rogers como
condições oferecidas pelo terapeuta, incluem maturidade, crença construtiva em resolução de conflito e
a habilidade de comunicar esperança e respeito. O analista escuta, esclarece, provê direções e sugere
resoluções alternativas para conflitos. Horney enfatizou a necessidade do analista ajudar a tirar os
pacientes de sua alienação e sugeriu que os terapeutas sejam flexíveis, talhando suas intervenções às
necessidades dos pacientes no momento. Ela não enfatizou usar o divã ou um número preestabelecido
de sessões por semana.
Processo terapêutico. Homey acreditou que mudanças fundamentais são o melhor meio para
mudar comportamentos autoderrotadores, auto-alienantes. Ela criou um cenário no qual os pacientes
eram capazes de avaliar a si mesmos como pessoas livres para descobrir e escolher valores pessoais que
se encaixam com seus eus reais. Este tipo de reorientação inicia após a fase de desilusão do tratamento.
À medida que os pacientes começam a questionar seus valores presentes e seu processo idealizador
diminui, eles são capacitados a revisar seus valores e desenvolver valores mais flexíveis consoantes com
seus eus interiores. Os sonhos são usados em todas as fases do tratamento para levar os pacientes em
melhor contato com seus eus reais. Como tentativas inconscientes para resolver conflitos, os sonhos
podem mostrar forças construtivas em funcionamento que não estão ainda discerníveis nos
pensamentos conscientes e no comportamento do paciente.
À medida que os pacientes mobilizam suas forças construtivas, eles experimentam a luta entre o
sistema de orgulho e o eu real, No processo, eles experimentam incerteza, dor psíquica e auto-ódio. À
medida que o conflito central é resolvido exitosamente, os pacientes passam para a fase final do
tratamento, a descoberta e o uso dos seus eus internos reais.