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Estudos da

Personalidade
Estudos da Personalidade
TEORIAS
NEOFREUDIANAS
Teóricos psicodinâmicos que
desenvolveram suas teorias com base em
Freud mas que discordam do mesmo em
áreas centrais, tais como:
1. Que a libido é uma força somente
sexual
2. Que a Personalidade é formada a
partir das experiências do início da
infância
3. A natureza humana e a sociedade são
primariamente motivadas pela pulsão
sexual e pela Tanatos

NEOFREUDIANOS
NEOFREUDIANOS

CARL KAREN ERIK ALFRED


JUNG HORNEY ERIKSON ADLER
Carl Jung (1875-1961)
Rejeitou a premissa de Freud que o comportamento
humano é dirigido primariamente pela pulsão sexual
e de agressão.
•Acredita que todos os seres humanos compartilham
um inconsciente coletivo.
- “O inconsciente coletivo . . . é constituído, numa proporção mínima,
por conteúdos formados de maneira pessoal; não são aquisições
individuais, são essencialmente
os mesmos em qualquer lugar e não variam de homem para homem.
Este inconsciente é como o ar, que é o mesmo em todo lugar, é
respirado por todo o mundo e não pertence a ninguém. Seus conteúdos
(chamados arquétipos) são condições ou modelos prévios da formação
psíquica em geral” (Jung, 1973, p.408).
Carl Jung (1875-1961)

Arquétipos – Dentro do inconsciente coletivo há “estruturas”


psíquicas ou arquétipos. Tais arquétipos são formas sem
conteúdo próprio que servem para organizar ou canalizar o
material psicológico. Eles se parecem um pouco com leitos de
rio secos, cuja forma determina as características do rio desde
que a água começa a fluir por eles. Jung também chama os
arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem
frequentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos
e lendas populares de épocas e culturas diferentes. (FAGER, p.
66)
Carl Jung (1875-1961)
O ego é identificado por Jung como a mente
consciente. O inconsciente pessoal inclui o
que atualmente não está presente na
consciência Ele não inclui o Trieb freudiano.
“ É necessário que o inconsciente torne conhecida sua própria
direção, e nós devemos dar-lhe direito de voto idêntico ao do
ego, se é que cada lado deva adaptar-se ao outro. À medida
que o ego ouve e o inconsciente é encorajado a participar do
diálogo, a posição do inconsciente é transformada daquela de
um adversário para a de um amigo, com pontos de vista de
algum modo diferentes mas complementares” (Singer, 1972, p. 283).
• A persona é a forma pela qual
nos apresentamos ao mundo. É o
caráter que assumimos; através dela
nós nos relacionamos com os
outros. A persona inclui nossos
papéis sociais, o tipo de roupa que
escolhemos para usar o nosso estilo
de expressão pessoal. É a nossa
imagem pública.

A Persona
• Todos nós desenvolvemos em um ambiente
no qual houve uma mãe ou uma mãe
substituta.
• O arquétipo materno compreende não
somente a mãe de cada indivíduo, mas
também todas as figuras de mãe, figuras
nutridoras. Isso inclui mulheres em geral,
imagens míticas de mulheres (tais como
Virgem Maria, mãe Natureza) e símbolos de
apoio e nutrição, tais como a Igreja e o
Paraíso.
• O arquétipo materno inclui não somente
aspectos positivos, mas também negativos,
como a mãe ameaçadora, dominadora ou
sufocadora. Na Idade Média, na imagem da
bruxa.

O Arquétipo Materno
A SOMBRA

• A sombra é o centro do
inconsciente pessoal, o núcleo do
material que foi reprimido da
consciência.
• A sombra inclui aquelas
tendências; desejos, memórias e
experiências rejeitadas pelo
indivíduo como incompatíveis
com a persona e contrárias aos
padrões e ideais sociais.
A SOMBRA

• Quanto mais forte for nossa


persona, e quanto mais nos
identificarmos com ela, mais
repudiaremos outras partes de nós
mesmos. A sombra representa aquilo
que consideramos inferior em nossa
personalidade e também aquilo que
negligenciamos e nunca
desenvolvemos em nós mesmos. Em
Sonhos, a sombra frequentemente
aparece como um animal, um anjo,
um vagabundo ou qualquer outra
figura de categoria mais “baixa”.
A SOMBRA

• A SOMBRA é o “lado
escuro” do ego, é o mal que nós
somos capazes de fazer
fica armazenado nela.
• A SOMBRA é amoral, não
é boa nem má, como os animais.
• Do ponto de vista humano,
o mundo animal parece
brutal, desumano.
Anima e
Animus
• A anima é o aspecto feminino present
e no inconsciente coletivo dos homen
s. A anima pode ser personificada co
mo uma jovem menina, muito espont
ânea e intuitiva, ou como uma feiticei
ra oucomo a mãe natureza. Está emoc
ionalmente associada à força da vida.
O animus é o masculino presente no i
nconsciente coletivo das mulheres, te
nde a ser personificado como um feiti
ceiro, um homem velho e sábio, ou u
m homem forte e musculoso como Ta
rzan.
Karen Horney (1885-1952)

Concorda com Freud que as experiências


da infância são relevantes no
desenvolvimento da personalidade, o
foco dela, porém, não é na sexualidade,
mas nos relacionamentos sociais.
Entende que a Psicanálise é tendenciosa
contra as mulheres.
– As mulheres não têm “inveja do pênis”.
– Os homens tem “inveja do útero”, a qual
compensam buscando conquistas no
trabalho.
Karen Horney (1885-1952)
Durante a infância as crianças enfrentam grandes
ameaças, vivenciam conflitos e ansiedades que devem
ser compensadas com o “amor” dos pais. Ou seja, os
devidos cuidados relacionados à criança, bem como
uma boa orientação, atenção, primeiros cuidados,
amamentação, passar segurança, presença e ausência
dos pais (de modo saudável), afetividade, etc.
Ansiedade básica — A ansiedade básica é causada pelas
experiências negativas no relacionamentos dos pais com
a criança, que se utiliza de estratégias compensatórias
como forma de enfrentar essa ansiedade.
Alfred Adler (1870-1937)

Concorda com Freud a respeito da importância da


infância na formação da personalidade, mas que as
tensões sociais são mais importantes do que as tensões
sexuais
Acredita que os problemas psicológicos são resultado
de sentimentos de inferioridade
Complexo de Inferioridade – Uma condição que é
originada para compensar os sentimentos de
inferioridade
“Desde a mais tenra idade, a criança passa a perceber que existem
outros seres humanos capazes de satisfazer completamente suas
necessidades mais urgentes, melhor preparados para viver...“.
(FADIMAN, 1986)
Alfred Adler
A motivação humana mais fundamental é o
desejo por superioridade
O mesmo comparece a partir do sentimento
universal de inferioridade que são vivenciados
durante a infância
As pessoas compensam estes sentimentos ao
enfatizar suas próprias qualidades ou
habilidade ou a partir do destaque no mundo
do trabalho.
Alfred Adler
Quando há dificuldade em compensar ou quando os
sentimentos de inferioridade são muito grandes, um
complexo de inferioridade se desenvolve, o que é
caracterizado pelo sentimento de inadequação,
fraqueza e desesperança.
Para Adler é a vontade de poder que é a força motora
de toda ação humana, e não a sexualidade, e é esta
mesma vontade de poder que é a causa das neuroses,
pois, o próprio ato sexual para ser motivado, não
nasce da excitação sexual mas de uma procura de
superioridade sobre o parceiro.
Alfred Adler
“Eu comecei a ver claramente em cada fenômeno
psicológico a busca pela superioridade. Ela acompanha
o crescimento físico e é uma necessidade intrínseca da
própria vida. Está na raiz de todas as soluções dos
problemas da vida e manifesta-se na maneira como
enfrentamos esses problemas. Todas as nossas funções
seguem sua direção. Elas buscam a conquista, a
segurança, o crescimento, quer na direção certa, quer
na errada. O ímpeto de menos para mais jamais cessa.
Sejam quais forem as premissas com as quais sonham
todos os nossos filósofos e psicólogos, todas elas são
apenas vagas representações, tentativas de expressar a
grande pulsão ascendente.” (CAMPBELL, J.B.; HALL, C.S.;
LINDZEY, 2000).
Erik Erikson

Enfatiza a relação mãe-bebê


O Ego tem mais poder do que Freud acreditava
Desenvolveu a teoria dos 8 estágios do
desenvolvimento da personalidade, cada qual com
distintos conflitos que devem ser resolvidos em
cada estágio.
Erik Erikson
❑ PRIMEIRO ESTÁGIO – 0 a 12-18 meses

❑ CONFIANÇA X DESCONFIANÇA

Durante o primeiro ano de vida a criança é


substancialmente dependente das pessoas que cuidam
dela requerendo cuidado quanto a alimentação, higiene,
locomoção, aprendizado de palavras e seus significados,
bem como estimulação para perceber que existe um
mundo em movimento ao seu redor.
O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a
criança sentir que tem segurança e afeto, adquirindo
confiança nas pessoas e no mundo.

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL DE ERIK
ERIKSON
Cada estágio apresenta aspectos
positivos e negativos, é marcado
por crises emocionais e é afetado
pela cultura particular do
individuo e pela sua interação
com a sociedade da qual faz
parte.
TEORIA DO Define como básico o princípio
DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL DE ERIK epigenético, no qual cada estágio
ERIKSON psicossocial serve como base para
o subseqüente.
Considera que a personalidade
continua a ser constituída no
decorrer dos oito estágios.
❑ SEGUNDO ESTÁGIO – 12-18 meses a 3
anos
❑ AUTONOMIA X DÚVIDA E VERGONHA
Neste período a criança passa a ter controle de
suas necessidades fisiológicas e responder por
sua higiene pessoal, o que dá a ela grande
autonomia, confiança e liberdade para tentar
novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto,
for criticada ou ridicularizada desenvolverá
vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de
ser autônoma, provocando uma volta ao estágio
anterior, ou seja, a dependência.

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL DE ERIK
ERIKSON
❑ TERCEIRO ESTÁGIO – 3 a 6 anos
❑ INICIATIVA X CULPA –
É o prolongamento da fase anterior mas de forma
mais amadurecida: a criança já deve ter
capacidade de distinguir entre o que pode fazer e o
que não pode fazer.
Durante este período a criança passa a perceber as
diferenças sexuais, os papéis desempenhados por
mulheres e homens na sua cultura entendendo de
forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua
curiosidade “sexual ” intelectual e natural, for
reprimida e castigada poderá desenvolver
sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de
explorar novas situações ou de buscar novos
conhecimentos.

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL DE ERIK
ERIKSON
❑ QUARTO ESTÁGIO – 6-11 anos
❑ CONSTRUTIVIDADE X INFERIORIDADE

A criança percebe-se como pessoa trabalhadora,


capaz de produzir, sente-se competente.
Neste período a criança está sendo alfabetizada e
frequentando a escola, o que propicia o convívio
com pessoas que não são seus familiares, o que
exigirá maior sociabilização, trabalho em conjunto,
cooperatividade, e outras habilidades necessárias
em nossa cultura. Caso tenha dificuldades o
próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a
inferioridade em vez da construtividade.

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL DE ERIK
ERIKSON
❑ QUINTO ESTÁGIO – 12-18 anos
❑ IDENTIDADE X CONFUSÃO DE
IDENTIDADE
Marca o período da adolescência. É neste estádio
que se adquire uma identidade psicossocial: o
adolescente precisa de entender o seu papel no
mundo e tem consciência da sua singularidade.
O jovem experimenta uma série de desafios que
envolvem suas atitudes para consigo, com seus
amigos, com pessoas do sexo oposto, amores e a
busca de uma carreira e de profissionalização. Na
medida em que as pessoas à sua volta ajudam na
resolução dessas questões desenvolverá o
sentimento de identidade pessoal, caso não
encontre respostas para suas questões pode se
desorganizar, perdendo a referência.

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL DE ERIK
ERIKSON
CARACTERÍSTICAS DA
ADOLESCÊNCIA“NORMAL”
❑ Busca de uma identidade claramente definida;
❑ Marcada tendência grupal ;
❑ Exacerbada necessidade de fantasiar e intelectualizar;
❑ Aparecimento também de crises religiosas;
❑ Ocorrência de deslocalização temporal;
❑ Evolução da sexualidade;
❑ Presença de uma atitude social reivindicatória;
❑ Contradições sucessivas nas manifestações da conduta;
❑ Tendência à ação;
❑ Luta constante por uma separação progressiva dos pais;
❑ Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo.
(SÍNDROME DA ADOLESCENCIA NORMAL, KNOBEL, 1994)
❑ SEXTO ESTÁGIO – INTIMIDADE X
ISOLAMENTO – Adulto Jovem 20 a 30
anos

❑ SÉTIMO ESTÁGIO – GENERATIVIDADE


(PRODUTIVIDADE) X ESTAGNAÇÃO -
Meia Idade – 30 a 65 anos

❑ OITAVO ESTÁGIO – INTEGRIDADE X


DESESPERANÇA - Velhice/Maturidade –
acima de 65 anos

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL DE ERIK
ERIKSON
Referências

FADIMAN, J.; FRAGER, R. Teorias da Personalidade. São


Paulo: Harba, 2001
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia
Moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
WEINER, Irving B. (org.). Handbook of psychology. v. 5
(Personality and Social Psychology). New Jersey: John
Wiley & Sons, 2003.

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