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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Ciências Empresariais

CONTABILIDADE E AUDITORIA
Ética e Deontologia Profissional como factor de produção

Disciplina: Fundamentos de Ética

Elisa Amélia Abixai – Nr de Estudante: 202111083


Mauro Cláudio Fumo – Nr de Estudante 200500002

Maputo, Outubro de 2023


Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................1
1.1. Contextualização.........................................................................................................1
1.2. Objectivos....................................................................................................................1
1.2.1. Objectivo Geral....................................................................................................1
CAPÍTULO II: METODOLOGIA.............................................................................................2
2.1. Especificação do Método............................................................................................2
2.2. Tipos de Pesquisa quanto a Natureza..........................................................................2
2.3. Classificação da pesquisa quanto a abordagem...........................................................2
2.4. Classificação da pesquisa quanto aos procedimentos.................................................3
2.5. Procedimentos e Recolha de Dados............................................................................3
CAPÍTULO III: REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................4
3.1. Conceito de Ética.........................................................................................................4
3.1.1. Origem Etimológica da Ética...............................................................................5
3.1.2. Objecto, Objectivo, Funções da Ética..................................................................5
3.2. Deontologia.................................................................................................................6
3.2.1. Origem Etimológica.............................................................................................6
3.2.2. Conceito de Deontologia......................................................................................6
3.3. Diferenças entre Ética e Deontologia..........................................................................7
3.4. Ética Profissional.........................................................................................................8
3.4.1. Objectivos da Ética Profissional..........................................................................9
3.5. Deontologia Profissional.............................................................................................9
3.5.1. Código de Ética e Códigos de Conduta................................................................9
3.5.2. Principais Objectivos de um Código de Ética....................................................11
3.5.3. Virtudes profissionais básicas e complementares..............................................11
3.6. Ética e Deontologia Profissional...............................................................................12
3.6.1. Conceito de Profissão.........................................................................................12
3.6.2. Princípios Fundamentais....................................................................................13
3.7. Conceito de Organização ou Produção......................................................................14
3.7.1. Razões que explicam a existência das organizações..........................................15
3.7.2. Objectivos das Organizações.............................................................................15
3.7.3. Características das organizações........................................................................15
3.8. Ética e Deontologia Profissional como Factor de Produção.....................................16
3.8.1. Comportamento Ético nas Organizações...........................................................17
3.8.2. Ética como factor de Produção..........................................................................18
CAPÍTULO IV: CONCLUSÃO E BIBLIOGRÁFIA..............................................................19
4.1. Conclusão..................................................................................................................19
4.2. Bibliografia................................................................................................................20

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
A vida do homem caracteriza-se essencialmente pela aceleração dos processos de
transformação e globalização, que o faz sentir cada vez mais vulnerável e questionar os
valores que regem a sua existência e o modo como está a construir o seu futuro.
A ética é um modo de regulação dos comportamentos que provém do indivíduo e que assenta
no estabelecimento, por si próprio, de valores (que partilha com outros) para dar sentido às
suas decisões e acções. Faz um maior apelo à autonomia, ao juízo pessoal do indivíduo e
também à sua responsabilidade do que os outros modos de regulação, pelo que se situa numa
perspectiva de auto-regulação. A autonomia do indivíduo é, desta forma, algo de paradoxal,
na medida em que a liberdade de que dispõe é simultaneamente um encargo: impõe ao
indivíduo que se abra às necessidades dos outros e que procure encontrar um equilíbrio entre
a sua própria liberdade e a responsabilidade relativamente aos outros.
A ética empresarial também está ligada a responsabilidade social e de sustentabilidade,
fazendo com que as pessoas tenham uma boa imagem da empresa, garantindo assim maior
estabilidade e harmonia entre seus colaboradores. A ética empresarial surge com o intuito de
promover uma melhor qualidade profissional, mantendo sua preocupação moral diante do
racionalismo e dos resultados financeiros, preservando também, o zelo necessário com o bem
da sociedade. A ética empresarial busca adaptar seu sistema formal às necessidades sociais.
Agindo eticamente, a empresa pode estabelecer normas de condutas para seus dirigentes e
empregados, exigindo que ajam com lealdade e dedicação.
1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
O presente trabalho tem como objectivo geral compreender a importância da ética e
deontologia profissional como factor de produção.
1.2.2. Objectivos Específicos
 Falar da ética e sua origem etimológica
 Descrever o que é deontologia e definição etimológica;
 Indicar os principais pontos da ética profissional nas organizações;
 Identificar os principais pontos da ética e deontologia profissional como factor de
produção nas organizações;

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CAPÍTULO II: METODOLOGIA
2.1. Especificação do Método
Para PRODANOV e FREITAS (2013), a Metodologia é compreendida como uma disciplina
que consiste em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para a
realização de uma pesquisa académica. A Metodologia é a aplicação de procedimentos e
técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento, com o propósito de
comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade.
2.2. Tipos de Pesquisa quanto a Natureza
Segundo GIL (2008, p.26), quanto a natureza existem 3 tipos de pesquisa, que podem ser:
pesquisa exploratória, descritiva e explicativa.
 Pesquisa exploratória tem como objectivo desenvolver, esclarecer e modificar
conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
 Pesquisas descritivas têm como objectivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis.
 Pesquisas explicativas – são aquelas pesquisas que têm como preocupação central
identificar os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenómenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da
realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.
Este trabalho constitui – se de uma pesquisa descritiva e explicativa. Porque utiliza técnicas
que estão ligados a uma pesquisa bibliográfica, e que podem fornecer dados quantitativos e
qualitativos, proporcionando a expansão dos dados obtidos para tomada de decisões presentes
e futuras. É descritiva ainda porque estabelece relações entre os dados a serem analisados.
2.3. Classificação da pesquisa quanto a abordagem
Segundo ANDRADE (2007), quanto a abordagem pode ser: qualitativa e quantitativa.
 A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, a pesquisa
qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc.
 Pesquisa qualitativa está relacionada no levantamento de dados sobre motivação de
um grupo, em compreender e interpretar determinados comportamentos, a opinião e
as expectativas dos indivíduos de uma população.

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Neste trabalho adopta-se o método qualitativo. Porque proporciona a utilização de dados de
forma não numérica e está ligado na extensão da informação obtida para a realização do
mesmo.
2.4. Classificação da pesquisa quanto aos procedimentos
Segundo LAKATOS e MARCONI (2003, p.221), quanto aos procedimentos a pesquisa pode
ser: bibliográfico, monográfico, comparativo, tipográfico e histórico.
 A pesquisa bibliográfica permite ao investigador a cobertura de uma gama de
fenómenos muito mais amplo 4do que aquela que poderia pesquisar directamente,
principalmente quando o problema de investigação requer dados muito dispersos pelo
espaço.
 Método Monográfico parte do princípio de que o estudo de um caso em
profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de
todos os casos semelhantes.
 O método comparativo, consiste no confronto entre elementos, isto é, é usado tanto
para comparações de grupos ou informações no presente, no passado e entre outros
existentes e os do passado, levando em consideração seus atributos.
Para o presente trabalho recorreu ao método bibliográfico e monográfico (estudo de caso), é
bibliográfico porque esse tipo de pesquisa é caracterizado pela interrogação directa das
informações, com a finalidade de conhecer ou chegar a uma conclusão. Neste método, não se
interroga toda a população estudada, caso contrário, se estaria falando de censo. É
monográfico visto que para a elaboração do estudo será aplicado à uma grande população um
questionário e também para a elaboração da pesquisa serão utilizados livros e artigos
científicos principal
2.5. Procedimentos e Recolha de Dados
Segundo LAKATOS e MARCONI (2003), os procedimentos para a recolha de dados são:
observação, entrevista e questionário.

Ainda para LAKATOS e MARCONI (2003), a observação é uma técnica de colecta de dados
para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da
realidade.
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional.

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CAPÍTULO III: REVISÃO DA LITERATURA
A revisão da literatura ou bibliográfica tem como objectivo conectar as ideias com base em
bibliografias tendendo ao fundamento teórico do estudo e também explanar sobre assuntos já
estudados que ajudarão a apoiar e embasar o tema que será desenvolvido. Isto significa que é
uma exposição dos conceitos dos autores consultados sobre o tema a ser estudado. Serve de
apoio para definir os conceitos e base teórica, situar o pesquisador quanto a outros trabalhos
publicados na área, colectar dados e verificar os estágios em que estão os conhecimentos a
respeito do tema investigado.
3.1. Conceito de Ética
De acordo com MAXIMINIANO (2008) Ética é a disciplina ou campo do conhecimento que
trata da avaliação do comportamento de pessoas e organizações, pois ela lida com o que pode
ser diferente do que é, da aprovação ou reprovação do comportamento observado em relação
ao comportamento ideal.
Segundo NALINI (2014, p.30), conceitua-se ética como “ciência do comportamento moral
dos homens, em sociedade”, sendo que, a perda dos valores morais afecta de forma directa a
dignidade humana, que tem sua integridade abalada.
Para REALE (1999), a Ética é a ciência normativa dos comportamentos humanos já que seu
objectivo é formular normas legítimas de conduta e para avaliação do carácter, ou seja, o
estudo de como se deve aplicar as normas e os padrões gerais a situações problemáticas reais
chama-se ética aplicada.
Para ANDRADE (2017), a ética é um estado de espírito. É quase hereditário e vem da
formação e do meio social no qual a criança teve sua personalidade moldada, burilada, para
ingressar no convívio da sociedade, que é o que popularmente se denomina berço; A moral é
adquirida por meio da educação formal e da experiência de vida.
CORTELLA (2010) define a termo ética como conjunto de princípios e valores da nossa
conduta na vida junta. Portanto, ética é o que faz fronteira entre o que natureza manda e o que
nós decidimos. A ética é aquilo que orienta a sua capacidade de decidir, julgar, avaliar.
DIAS (2012) define a ética como um conjunto de valores que orientam o comportamento do
homem em relação aos outros na sociedade em que vive, garantindo, igualmente o bem-estar
social, ou seja, é a forma que o homem se deve comportar no seu meio social.
De acordo com VÁSQUEZ (2002), a ética é a teoria ou a ciência do comportamento moral dos
homens em sociedade.

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De um modo geral, a Ética representa uma conduta que se é adoptada após um juízo de valor,
que pode ser dissociada da realidade para assim não se tornar etérea. Com base nessa análise,
são retiradas orientações sobre acções a serem realizadas, sendo que, tais orientações são
encontradas com o auxílio de regras e princípios que regem a humanidade.
3.1.1. Origem Etimológica da Ética
Para ANDRADE (2017), a ética tem sido tradicionalmente analisada por filósofos desde o
tempo dos gregos clássicos. A palavra ética vem do grego, e está ligado a hábito ou costume,
aludindo, assim, aos comportamentos humanos. É o domínio da filosofia responsável pela
investigação dos princípios que orientam o comportamento humano.
Para PASSOS (2012), a palavra ética vem do grego ethos, que significa carácter ou princípios
que norteiam uma cultura, comunidade ou um grupo. Ethos também pode ser empregado no
âmbito pessoal, como as características da personalidade de um indivíduo que distinguem
suas acções como correctas e justas ou incorrectas e injustas.
3.1.2. Objecto, Objectivo, Funções da Ética
De acordo com ANDRADE (2017), a ética é um modo de regulação dos comportamentos que
provém do indivíduo e que assenta no estabelecimento, por si próprio, de valores (que
partilha com outros) para dar sentido às suas decisões e acções. O objecto ou o propósito da
Ética é a Moralidade da Conduta Humana ou a Moral:
 A Moral ou a Moralidade positiva – conjunto de regras e comportamentos e formas
de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem;
Sendo assim, o Objectivo da ética consiste em observar o comportamento humano,
apontando os erros e desvios e formular os princípios básicos para definir a conduta do
indivíduo na sociedade, ou seja, no meio em que ele vive.
Ainda para ANDRADE (2017), os Objectivos Essenciais da ética são:
 Elucidar em que consiste o Moral, que não se identifica com os restantes dos saberes
práticos (com o jurídico, com o político ou com o religioso);
 Tentar fundamentar o Moral;
 Tentar uma aplicação dos princípios éticos descobertos aos distintos âmbitos da vida
cotidiana.
Para VASQUEZ (2002), as funções da ética são:
 Realizar os valores e princípios que devem nortear a existência das pessoas.
 Explicar; Esclarecer; Investigar e
 Elaborar conceitos correspondentes

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3.2. Deontologia
3.2.1. Origem Etimológica
De acordo com PASSOS (2012), A palavra Deontologia deriva do grego deon ou
deontos/logos e significa o estudo dos deveres, ou seja, é o conjunto de regras jurídicas pelas
quais determinam profissionalmente o comportamento onde todo membro de uma
organização deve integrar-se respeitando as mesmas regras jurídicas. Surge da necessidade de
auto-regulação de um grupo profissional, mas a sua aplicação traduz-se em heteroregulação,
uma vez que os membros do grupo devem cumprir as regras estabelecidas num código e
fiscalizadas por uma instância superior.
Para CARAPETO e FONSECA (2019), o objectivo da deontologia é reger os
comportamentos dos membros de uma profissão para alcançar a excelência no trabalho, tendo
em vista o reconhecimento pelos pares, garantir a confiança do público e proteger a reputação
da profissão. Trata-se, em concreto, do estudo do conjunto dos deveres profissionais
estabelecidos num código específico que, muitas vezes, propõe sanções para os infractores.
Melhor dizendo, é um conjunto de deveres, princípios e normas reguladoras dos
comportamentos exigíveis aos profissionais, ainda que nem sempre estejam codificados numa
regulamentação jurídica. Isto porque alguns conjuntos de normas não têm uma função
normativa (presente nos códigos deontológicos), mas apenas reguladora (como, por exemplo,
as declarações de princípios e os enunciados de valores).
3.2.2. Conceito de Deontologia
Conforme MATOS (2017), a deontologia tem um âmbito mais específico e é mais
frequentemente utilizada no terreno das profissões. Para os mesmos autores, este conceito
significa lógica ou disciplina do dever e diz respeito aos direitos e obrigações inerentes ao
bom cumprimento de uma determinada profissão.
Para MAXIMIANO (2008), o termo deontologia designa os princípios e preceitos que
definem os deveres inerentes ao exercício de uma profissão, reflectindo valores morais
dominantes, formulados num código com força jurídica ou penal moral, adoptada pela
respectiva classe profissional ou por iniciativa do poder político. Isto, significa que a
deontologia como ramo da ética é uma disciplina normativa, trata de princípios da conduta
humana, directrizes no exercício de uma profissão, e estipula os deveres que devem ser
seguidos no desempenho de uma actividade profissional.
Para MONTEIRO (2005, p.26), Deontologia é um código de princípios e deveres (com os
correspondentes direitos) que se impõem a uma profissão e que ela se impõe a si própria,
inspirados nos seus valores fundamentais.

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3.2.3. Objectivos da Deontologia
Para PASSOS (2012), o objectivo da deontologia é reger os comportamentos dos membros de
uma profissão para alcançar a excelência no trabalho em situações concretas a deontologia
propõe sanções para os infractores Isto porque alguns algumas normas não têm uma função
normativa (presente nos códigos deontológicos), mas apenas reguladora (por exemplo, as
declarações de princípios e os enunciados de valores). A deontologia é uma disciplina da
ética especialmente adaptada ao exercício de uma profissão. Em regra, os códigos de
deontologia têm por base grandes declarações universais e esforçam-se por traduzir o
sentimento ético expresso nestas, adaptando-o às particularidades de cada profissão e de cada
país. Os objectivos específicos são:
 A deontologia determina o dever que regula uma dada situação;
 Regular o bom comportamento nas pessoas;
 Constituí a fonte da moralidade profissional.
3.3. Diferenças entre Ética e Deontologia
Para ANDRADE (2017), a ética pode ser considerada como a ciência ou filosofia da acção
humana, ciência categoricamente normativa dos actos humanos, segundo a luz natural da
razão.
(ANDRADE, 2017).
Ética Deontologia
É uma articulação dialéctica da vertente Constitui a dinâmica dos princípios, que se
deontológica com a teleológica; clarificam progressivamente e que definem
as obrigações dos profissionais, expressas
em códigos deontológicos
É a reflexão e as propostas morais, relativas Diz respeito aos códigos de conduta que
à especificidade de cada profissão, no marco devem serem seguidos por cada profissional
social das mesmas; nas organizações;
Dimensão interdisciplinar Dimensão multidisciplinar
Diz respeito ao agir moral dos homens em Diz respeito ao agir profissional dos homens
sociedade nas organizações;
Trata da avaliação do comportamento de Diz respeito os deveres específicos do agir
pessoas e organizações humano no campo profissional;
É cum conjunto de princípios e valores da
nossa conduta na vida junta

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Ainda para ANDRADE (2017), a deontológica constitui a dinâmica dos princípios, que se
clarificam progressivamente e que definem as obrigações dos profissionais, expressas em
códigos deontológicos, sustentando a auto-regulação evitando o moralismo (ignorando as
condições específicas de cada profissão) e a vertente teleológica que se caracteriza pela
atenção na actividade profissional, como o bem; a realização do profissional (componente do
seu projecto de vida); o bem social e o bem comum.
3.4. Ética Profissional
De acordo com PASSOS (2012), a ética é condição essencial para o exercício de qualquer
profissão. Cada conjunto de profissões deve seguir uma ordem de conduta que permita a evolução
harmónica do trabalho de todos, a partir de conduta de cada um, através de uma tutela no trabalho
que conduza a regulação do individualismo perante o colectivo. A actividade profissional é a
acção produtiva de bens materiais e serviços.
Segundo PONCHIROLLI (2010), a ética profissional é a reflexão sobre a actividade produtiva, e
dali extrair o conjunto excelente de acções, relativas ao modo de produção. Actividade produtiva
tem hábitos e costumes próprios; tem também acordos que asseguram a produção de justiça
mínima no decorrer de seu exercício e constituem, ambos, o objecto da ética profissional.
Para PASSOS (2012), a ética profissional é a aplicação da ética em geral no campo das
actividades profissionais; a pessoa tem que estar envolvida de certos princípios ou valores
próprios do ser humano para vivê-los nas suas actividades de trabalho. Nesse momento, surge a
necessidade de falar dos códigos de conduta ou códigos de ética, onde estes estruturam e
sistematizam as exigências éticas de todos os profissionais no tríplice plano: de orientação,
disciplina e de fiscalização.
De acordo com ANDRADE (2017), a ética profissional estuda e regula o relacionamento do
profissional com sua clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no
contexto sociocultural onde exerce sua profissão.
Para CARAPETO e FONSECA (2019), a ética profissional compreende os padrões de
conduta a aplicar no exercício da profissão, uns comuns a várias profissões, outros
específicos da profissão em causa - ajuda os indivíduos a pertencerem a um determinado
grupo e distingue esse mesmo grupo dos demais grupos profissionais. Ajuda a tomar decisões
profissionais que sejam acertadas do ponto de vista ético. E a boa reputação que o grupo
profissional consiga alcançar com a sua conduta ética ajudará os seus membros a poder
exercer as suas funções na sua área de expertise.
De um modo geral, a Ética Profissional refere – se a princípios que regem o comportamento
de um trabalhador e da sua equipe no ambiente de trabalho.

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3.4.1. Objectivos da Ética Profissional
Para PASSOS (2012), a Ética Profissional tem como objectivos:
 A ética profissional funciona como garantia e segurança da sociedade, protegendo os
profissionais de diversas irregularidades;
 A ética favorece a confiança da sociedade na profissão e um bom ambiente de
trabalho;
 Permite regular uma determinada instituição de modo a lidar com a diversidade
cultural (PASSOS, 2012);
 É responsável pela investigação dos princípios que orientam o comportamento
humano pois tem como objecto de estudo a apreciação do bem e o mal, o
comportamento correcto e o incorrecto (PASSOS, 2012);
 A ética é um modo de regulação dos comportamentos que provém do indivíduo e que
assenta na partilha de valores dando sentido às suas decisões e acções;
 A Ética tem a função de fornecer ao profissional princípios operativos (normas, valores)
para a actuação de uma forma evolutiva, procurando as melhores soluções para os
problemas que lhe colocam (PASSOS, 2012);
3.5. Deontologia Profissional
Para PASSOS (2012), a Deontologia profissional é o conjunto de regras éticas e jurídicas
pelas quais um determinado profissional deve pautar o seu comportamento, ou seja, a
deontologia de uma profissão inclui, assim, as regras éticas e jurídicas no caso dos
profissionais existe uma preocupação do legislador em regulamento destes profissionais
através da lei.
Para ANDRADE (2017), a deontologia profissional é o conjunto de princípios e regras de
conduta ou deveres de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua
deontologia própria para regular o exercício da profissão, e de acordo com o Código de Ética
de sua categoria.
3.5.1. Código de Ética e Códigos de Conduta
Para ANDRADE (2017), o Código de ética é um documento, elaborado pelos principais
gestores de uma organização, ou pelos Conselhos que regem uma profissão, que objectiva
evidenciar os princípios, a missão, as atitudes e comportamentos adequados a uma
determinada profissão ou empresa, de forma a atender às necessidades que aquela categoria
serve e representa e os anseios da sociedade.

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Para PASSOS (2012), o Código de Ética e Conduta é um instrumento da organização que
orienta suas acções e explicita sua postura social a todos com quem mantém relações. Este é
um recurso para a realização da missão, visão e valores da empresa.
De acordo com PONCHIROLLI (2010), os Códigos de ética são conjuntos de normas de
conduta que procuram oferecer directrizes para decisões e estabelecer a diferença entre certo
e errado. Se o sistema de valores sempre orientasse as organizações para o benefício dos
clientes, funcionários e fornecedores, ou para a protecção do meio ambiente e dos recursos
naturais, não seria necessário estabelecer multas e punições precisamente para forçar a
obediência a esses comportamentos.
Para MAXIMIANO (2008) Códigos de Ética são conjuntos de normas de conduta que
procuram oferecer directrizes e estabelecer a diferença entre certo e errado.
De um modo geral, o código de ética tem a missão de padronizar e formalizar o
entendimento da organização empresarial em seus diversos relacionamentos e operações.
Conforme ANDRADE (2017), a elaboração de um código de ética, busca enfatizar os
valores, os deveres e as obrigações que devem ser praticados e respeitados pelos profissionais
e pelas instituições e são, geralmente, embasados na legislação vigente do país, na Declaração
dos Direitos Humanos, nas Leis Trabalhistas e nas Resoluções e Normas dos Conselhos
Profissionais, de cada profissão:
 Códigos de Ética Profissionais – evidenciam os direitos e deveres, as proibições, ou
seja, as condutas que são vetadas no exercício da profissão e as sanções e punições
(éticas e disciplinares), no caso de desobediência ao código. Cada código de ética
especifica o papel da profissão na sociedade e a importância do respeito à dignidade
humana no exercício de cada uma.
 Códigos de Ética Empresariais – evidenciam a missão, a visão, os valores e
princípios que norteiam a organização e que devem ser conhecidos e respeitado pelos
seus funcionários. É por meio do código de ética institucional que a função da
empresa na sociedade e os valores que ela cultiva são percebidos e perpetuados.
Para PASSOS (2012), um Código de Conduta: é um acordo explícito entre os membros de
um determinado grupo social cujo objectivo é de:
 Define comportamento a adoptar
 Explicita claramente as condutas a evitar
 Reflecte e define os princípios éticos a adoptar facilitando na tomada de decisão em
prol do colectivo.

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 O código de conduta ajuda o Gestor a actuar de acordo com as necessidades da
situação tentando administrar competências a partir do momento em que se questiona
fundamentalmente sobre o como e o quando em torno da instituição;
3.5.2. Principais Objectivos de um Código de Ética
De acordo com ANDRADE (2017), os principais objectivos do código de conduta são:
 Coordena actividades para produzir e vender bens e/ou serviços planejando
orçamento, organiza e estrutura, controla e resolve problemas;
 Especificar os princípios e valores de uma instituição e/ou profissão, perante a
sociedade
 Documentar os direitos e deveres do profissional
 Evidenciar os limites das relações que o profissional ou o funcionário deve ter com
colegas e clientes/pacientes
 Explicar a importância de manter o sigilo profissional (essencial em muitos casos)
 Defender o respeito aos direitos humanos nas pesquisas científicas e na relação
cotidiana;
 Delimitar e especificar o uso de publicidade em cada área
 Falar sobre a remuneração e os direitos trabalhistas
3.5.3. Virtudes profissionais básicas e complementares
Virtudes Básicas
SÁ (2009, p.197) reforça que virtudes básicas profissionais são aquelas indispensáveis, sem
as quais não se consegue a realização de um exercício ético competente, seja qual for a
natureza do serviço prestado.
 Zelo – A presteza, a constância, o cuidado com que se desempenham as actividades
profissionais são próprios de cada pessoa (SÁ, 2009, p.197).
 Honestidade – A fiel guarda, a confiança e a sinceridade são princípios fundamentais
na prática honesta da profissão para a qual o indivíduo se prepara e decide se dedicar.
 Sigilo – Ainda que não tenha sido solicitada, a necessidade do sigilo pode ocorrer.
Cabe ao profissional o discernimento sobre o que pode e o que não pode revelar a
outra pessoa (SÁ, 2009, p.197).
 Competência – O exercício do conhecimento no desempenho de uma tarefa é
essencial numa profissão da mesma maneira que é digno de louvor aquele que admite
não ter competência para oferecer serviços à altura da expectativa de quem os
demanda.

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Virtude Complementares
São complementares, aquelas que “completam o valor da acção do profissional e ampliam
as virtudes básicas, sendo a transgressão delas infracção e perda da qualidade ética (SÁ,
2009, p.197).
Virtudes complementares Tratamos aqui de virtudes necessárias no exercício de uma
profissão para consolidar o relacionamento com clientes, colegas de trabalho, organizações
de classe e a remuneração. Vamos dar alguns exemplos de cada uma destas situações e você
vai observar que em cada uma destas situações estão presentes as virtudes básicas que
acabamos de ver.
 Clientes – imagine um gestor que atende de maneira negligente um cliente ou então
uma empresa que não oferece atendimento pós-venda adequado. Coloque-se no lugar
deste cliente (SÁ, 2009, p.197).
 Colegas – gratidão é um sentimento que deve estar presente em nossas mentes, em
nosso coração e expresso em nossas atitudes. Não são novas as frases: “tratar o outro
como você gostaria de ser tratado” e “ame o próximo como a ti mesmo (SÁ, 2009,
p.197).
 Organizações de classe – as classes às quais pertencemos face às profissões que
escolhemos são formadas de profissionais que, como cada um de nós, busca o sucesso
no desempenho de suas actividades (SÁ, 2009, p.197).
 Remuneração – há casos em que o profissional se dedica a causas humanitárias ou
então, por uma gentileza, exercendo sua profissão sem remuneração (SÁ, 2009,
p.197).
3.6. Ética e Deontologia Profissional
3.6.1. Conceito de Profissão
Para SÁ (2009), a profissão é uma actividade pessoal, desenvolvida de maneira estável e
honrada a serviços dos outros e a benefício próprio de conformidade com a própria vocação e
em atenção à dignidade da pessoa humana. O conceito da profissão, na actualidade, aquele
que aceita, representa: trabalho que se prática com habitualidade a serviço de terceiros, ou
seja, pratica constante de um ofício.
COMPARATO (2006) define a profissão como uma actividade pessoal, desenvolvida de
maneira estável e honrada, ao serviço dos outros e para benefício próprio, de conformidade
com a própria vocação e em atenção à dignidade humana. Isto, significa que a finalidade do

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exercício de uma profissão é o bem comum. Este consiste num conjunto de condições da vida
social que consistam e favoreçam o desenvolvimento integral da pessoa humana.
Para MONTEIRO (2005), a profissão significa um grupo disciplinado de indivíduos que
aderem a elevadas normas éticas que são aceites pelo público como possuidores de
conhecimentos e competências especializados reconhecidas, adquiridos através da educação e
formação, e que estão preparados para exercer essas competências no interesse dos outros.
Para SÁ (2009), a profissão tem três utilidades principais:
 É na profissão que o individuo se destaca e se realiza plenamente, provando sua
capacidade, habilidade, sabedoria e inteligência, comprovando a sua personalidade
para vencer obstáculos.
 Através do exercício profissional, consegue o homem elevar seu nível moral;
 E na profissão que o homem pode ser útil a sua comunidade e nela se eleva e destaca,
na prática dessa solidariedade orgânica.
MATOS (2017), explica que do ponto de vista social, pode-se dizer que as relações humanas
são regidas por um conjunto de normas indispensáveis para a organização da sociedade e
sobrevivência colectiva. A maior parte das profissões têm regras, por mais elementares que
sejam, têm normas profissionais codificadas, que definem o seu objecto e serviços,
identificam, os valores e qualidades que distinguem a profissão e os respectivos profissionais,
assim com declaram as responsabilidades que assumem.
Para MATOS (2017), a ética e deontologia de uma profissão, constitui em conjunto o seu
código de conduta profissional, que garante a segurança da sociedade e defesa dos próprios
profissionais face a comportamentos inadequados a que possam ser sujeitos.
Para PASSOS (2012), a Ética e Deontologia Profissional é uma componente essencial e
indispensável para o exercício livre e responsável de uma profissão, no caso vertente, a
profissão de docente, digna de confiança pública.
Para ANDRADE (2017), a ética e deontologia profissional são valores chaves para um
processo de desenvolvimento profissional nas organizações, tendo em vista à necessidade de
promoção do desenvolvimento humano.
3.6.2. Princípios Fundamentais
Para ANDRADE (2017), a ética é ainda indispensável ao profissional, porque na acção
humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à
eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se

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refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de
sua profissão.
 Honestidade: está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a
responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos.
 Sigilo – o respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser
desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito
importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de
silêncio é obrigatória (ANDRADE, 2017).
 Prudência – todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança.
 Coragem – todo profissional precisa ter coragem, pois “o homem que evita e teme a
tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um covarde. A coragem nos ajuda a reagir
às críticas, quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de
nosso dever (ANDRADE, 2017).
 Perseverança – ~qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo
trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser
superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções
ou mágoas.
 Compreensão – qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceita
pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o
diálogo, tão importante no relacionamento profissional (ANDRADE, 2017).
 Humildade – o profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o
dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande
número de pessoas (ANDRADE, 2017).
 Imparcialidade – é uma qualidade tão importante que assume as características do
dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em
nossa época dinheiro, técnica, sexo...), a defender os verdadeiros valores sociais e
éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas situações que terá que
enfrentar.
3.7. Conceito de Organização ou Produção
Segundo CHIAVENATO (2007), etimologicamente, a palavra organização provém do grego
“Organon”, que significa órgão, referindo-se a empresas, instituições ou entidades.
Actualmente, o seu conceito pode ser perspectivado em vários sentidos, mas para o nosso

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estudo, será abordado como instituição. Vista nessa perspectiva, a Organização pode ser
definida de várias maneiras, segundo diversos autores.
Para TEIXEIRA (2013), a organização é um “conjunto de duas ou mais pessoas trabalhando
juntas, de modo estruturado e coordenado para alcançar os objectivos.
CHIAVENATO (2007), define organização como “um sistema de actividades
conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas”. Afirma ainda Chiavenato que uma
organização, somente existe quando há pessoas capazes de se comunicarem; e que estão
dispostas a contribuir com acção; a fim de cumprirem um propósito comum.

3.7.1. Razões que explicam a existência das organizações


As organizações, como instituições sociais, existem para alcançar objectivos que
isoladamente, os indivíduos não seriam capazes de conseguir, por isso, desde os tempos mais
recuados, o homem sempre se associou aos outros para realizar esses objectivos
(CHIAVENATO, 2007):
 Razões sociais: as pessoas como seres gregários, organizam-se pela necessidade de
relacionamento com outras pessoas (CHIAVENATO, 2007)
 Razões materiais: as pessoas se organizam para alcançar três coisas, que
isoladamente jamais conseguiriam: Aumento de habilidades; Redução de tempo;
Acumulação de conhecimento (CHIAVENATO, 2007)
 Efeito de sinergia: as organizações apresentam um efeito multiplicador das
actividades dos seus membros, por isso, o resultado da tarefa organizacional é mais do
que a simples soma das tarefas individuais (CHIAVENATO, 2007).
3.7.2. Objectivos das Organizações
CHIAVENATO (2007) afirma que um objectivo é uma situação desejada que uma
organização deseja alcançar, por isso, a sua razão de ser é servir esses objectivos. Para esse
autor, os objectivos de qualquer organização, geralmente são:
 Proporcionar satisfação das necessidades de bens e serviços da sociedade.
 Proporcionar emprego produtivo para todos os factores de produção (natureza, capital
e trabalho).
 Aumentar o bem-estar da sociedade através do uso económico dos factores de
produção e de recursos.

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 Proporcionar um retorno justo aos factores de entrada.
 Proporcionar um clima em que as pessoas possam satisfazer uma variedade de
necessidades humanas normais.
3.7.3. Características das organizações
CHIAVENATO (2007), identifica três características, que consideram ser comuns e que
todas as organizações compartilham, que são:
 Toda a organização tem um propósito e é composta por pessoas agrupadas de
determinada maneira.
 Nenhum propósito ou meta pode ser alcançado sem pessoas tomando decisões para
estabelecer o propósito e desempenhar várias actividades a fim de transformar a meta
em realidade
 Todas as organizações desenvolvem uma estrutura sistemática que define e limita o
comportamento dos seus membros.
3.8. Ética e Deontologia Profissional como Factor de Produção
Quando a empresa decide adoptar os postulados éticos em suas relações é necessário
estabelecer as suas regras de conduta num instrumento interno, ou seja, elaborar um Código
de Ética que deve objectivar padronizar e formalizar o entendimento da organização
empresarial em seus diversos relacionamentos e operações. Esses procedimentos evitam que
os julgamentos subjectivos se deturpem, pode constituir um documento legal que determine
critérios para as instituições para seguirem os preceitos estabelecidos. O comportamento ético
dentro e fora da empresa permite às instituições inteligentes diminuir os custos dos seus
produtos, sem prejudicar a qualidade dos mesmos e sem baixar os salários, porque uma
cultura ética torna possível reduzir os custos administrativos sem ter que tomar medidas que
possam prejudicar outros.
DIAS (2012) define ética nas organizações como o estudo da forma pela qual normas morais
pessoais se aplicam as actividades e aos objectivos de uma empresa comercial. Ela afirma
que ética nas organizações não se caracteriza como valores abstractos nem alheios aos que
vigoram na sociedade; ao contrário, as pessoas que as constituem, sendo sujeitos históricos e
sociais, levam para elas mesmas crenças e princípios que aprenderam enquanto membros da
sociedade.
Para ANDRADE (2017), a Ética nas organizações significa forma de ser e modo de agir, não
de maneira mecânica; mas como fruto da reflexão em consonância com a cultura e a filosofia
da organização. Assim como ocorre com a ética geral, os valores que regulam as relações e os

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comportamentos dentro de uma empresa são históricos, alteram-se com as mudanças
histórico-sociais.
De acordo com PASSOS (2012), ética nas organizações é o estudo da forma, pela qual
normas morais pessoas se aplicam às actividades e aos objectivos de uma empresa comercial.
A ética nas organizações se caracteriza como valores abstractos nem alheios aos que vigoram
na sociedade; ao contrário, as pessoas que as constituem, sendo sujeitos históricos e sociais,
levam para elas as mesmas crenças e princípios que aprenderam enquanto membros da
sociedade.
Para PASSOS (2012), torna-se necessária uma nova base conceitual, que ponha em evidência
o conjunto normal dos valores éticos a despeito das convulsões económicas e sociais da
actualidade. Uma ética em que as empresas procurem e alcancem o lucro que é
imprescindível para sua comunidade, desde que seja o lucro virtuoso, aquele que é capais de
gerar valor e que posto a serviço do desenvolvimento social.
Procurem em primeiro lugar incentivar valores morais positivos, olhando os problemas
empresárias do ponto de vista dos relacionamentos e não do produto final. As empresas
precisam apresentar com clareza as suas regras morais, ou seja, os princípios básicos de
conduta que devem orientar as relações entre as pessoas e o comportamento individual de
cada um. Segundo PASSOS (2012) os princípios básicos de conduta devem estruturar-se nos
seguintes pilares:
 Ligação do individuo com o bem comum;
 Responsabilidade individual e inalienável de cada um pelo que ele é ou ele faz;
 A validade universal da regra auria da dignidade humana, dos princípios da justiça,
bem como o mandamento de apoiar os mais fracos;
 Necessidade de obrigar-se a formas de vida compatíveis com o social, promotora da
paz e favoráveis a natureza.
A ética nas organizações significa forma de ser e modo de agir, não de maneira mecânica,
mas como fruto da reflexão em consonância com a cultura e a filosofia da organização, ou
melhor, a ética nas organizações reflecte sobre as normas e valores efectivamente dominantes
em uma empresa. Interroga-se pelos factores qualitativos que fazem com que determinado
agir seja um bom agir.
3.8.1. Comportamento Ético nas Organizações
O comportamento ético nos negócios é definido como comportamento que é coerente com os
princípios, normas e práticas nos negócios aceites pela sociedade.

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MATEL (2016, p. 10), o comportamento ético deve ser aprendido, não sendo algo intrínseco
ao indivíduo. Se o líder apenas aprender com a cabeça e não com o coração o valor da ética,
será como um homem sem peito. Existe um modelo integrativo desenvolvido por autores
relativo à gestão e compreensão do comportamento ético. Este modelo é composto por cinco
componentes:
 Factores individuais;
 Filosofia ética;
 Ideologias de decisão ética;
 Forças externas; e
 Factores organizacionais.
As organizações, independentemente da actividade que desempenham, existem para cumprir
objectivos que são comuns a todas elas, o mesmo valendo para as características, que são
igualmente comuns.
3.8.2. Ética como factor de Produção
De acordo com PASSOS (2012), a noção de que a presença de valores morais e a adesão a
normas de conduta são requisitos indispensáveis para que o mercado se firme como regra de
convivência civilizada e se torne, alimentado pelo desejo de cada indivíduo de viver melhor,
uma interacção construtiva na criação da riqueza”, ou seja, a ética deve ter uma sinergia com
o auto-interesse de cada pessoa para que se busque o máximo de benefícios.
 Nas nossas simples decisões quotidianas levamos a ética em conta, mesmo que seja
inconscientemente. Queremos ter, por exemplo, confiança nos contractos para que
possamos ter uma convivência harmoniosa em sociedade. A presença de valores e
normas é um postulado básico para o desenvolvimento de qualquer sociedade.
 É visto como familismo moral - “um princípio de comportamento” no qual os
moradores daquela cidade tentavam a qualquer custo tirar proveito material em
benéfico para sua própria família. Tais características da população eram catastróficas
para a economia, educação, da mortalidade, ou seja, para todos os problemas públicos
dessa cidade (PASSOS, 2012).
 Deve obedecer aos princípios éticos na execução das suas actividades ou negociações.
 Atender à sociedade com a apresentação de produtos e serviços úteis em condições
justas (PASSOS, 2012).
 Gerar riqueza em circunstâncias mais eficazes possível, deste modo, de maneira
consciente, preservando o meio ambiente

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 O ser humano tem uma fraca motivação para sacrificar os interesses individuais que
levam à riqueza das nações. Portanto para fazer com que a sociedade busque a
prosperidade e a eficiência na economia. É um processo lento no qual necessita de
“educação, adversidade e escassez.
 Tornar o comportamento ético sustentável exige o comprometimento de cada membro
da organização com uma estrutura formal para apoiar um processo contínuo de
monitoramento e aplicação das regras.
 Deve estabelecer um código de ética (PASSOS, 2012).
 Apoiar o código de ética comum com amplo treinamento para cada membro da
organização.
 Contratar um executivo de ética.
 Elogiar e recompensar o comportamento ético demonstrado por seus funcionários.
 Promover o compromisso de sua organização com o comportamento ético.
CAPÍTULO IV: CONCLUSÃO E BIBLIOGRÁFIA
4.1. Conclusão
As organizações, actualmente, têm aumentado o seu interesse por atitudes éticas, pois o que
tem sido observado é quando a mesma é negligenciada passa a vigorar a desconfiança entre
empresas, a falta de lealdade dos empregados e o uso da tecnologia a serviço da fraude,
colocando em jogo o destino da organização.
A ética profissional é muito importante para as organizações, uma vez que estabelece valores
e princípios necessários para uma boa convivência no mercado de trabalho, além de orientar
os profissionais em como devem agir prezando pelo que é correcto e justo. A ética vem
ganhando maior importância em todos os seus âmbitos, mas no ambiente profissional se
configura como um diferencial competitivo, porque os clientes procuram se identificar com
as empresas por meio de seus valores, sendo a ética um dos pontos levados em consideração
por eles e também por investidores.
As organizações aplicam os padrões éticos da sociedade as suas regras internas para o bom
andamento dos processos de trabalho, alcance de metas e objectivos. A ética profissional
proporciona um exercício diário de honestidade, comprometimento, confiabilidade no
comportamento do profissional e na tomada de decisões em suas actividades. O profissional
deve seguir os padrões éticos da sociedade e as normas e regimentos internos das
organizações. A ética profissional proporciona ao profissional um exercício diário e

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prazeroso de honestidade, comprometimento, confiabilidade, entre tantos outros, que
conduzem o seu comportamento e a tomada de decisões em suas actividades.
Agir conforme a ética profissional inclui saber lidar com as diferenças respeitando os direitos
de todos os profissionais envolvidos no mercado de trabalho. Isso se torna possível por meio
do exemplo de conduta e adopção de políticas éticas por parte das empresas e do respeito aos
códigos de ética por parte dos profissionais, mas acima de tudo pelo alinhamento de
princípios e valores individuais com os da empresa.
A ética portanto deve ser uma qualidade intrínseca dos colaboradores para se alcançar o auge
do desenvolvimento e da riqueza nas organizações. As organizações devem ter normas
morais e valores que a conduzam para que haja confiança plena entre seus participantes.

4.2. Bibliografia
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