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Universidade Licungo

Faculdade de Educação

Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações

Madalena Lisboa Manhique


Patrícia Américo
Lurdes Nota
João Chano

Cadeira

Diagnostico e Técnicas de Intervenção nas Organizações

Tema
Relações Intergrupais

Beira
2024
Madalena Lisboa Manhique
Patrícia Américo
Lurdes Nota
João Chano

Tema
Motivação

Este trabalho apresentado ao curso de


Psicologia Social e das organizações,
na faculdade de Educação, como requisito
para a avalição.

Msc. Alcides Quenhe

Beira
2024
Indice

1. Introdução....................................................................................................................................1
1.2. Metodologia..............................................................................................................................2
1.2.1. Pesquisa quantitativa.............................................................................................................2
1.2.2. Pesquisa bibliográfica............................................................................................................2
2. Referencial Teorico......................................................................................................................3
2.1. Relações intergrupais................................................................................................................3
2.2. Primeiras ideias sobre as relações indivíduo-grupo..................................................................3
2.3. Relações intergrupais: o pontapé inicial para a discussão........................................................4
2.4. Relações intergrupais no contexto das minorias: dinâmica e expressão do preconceito,.........5
2.4.1. Racismo.................................................................................................................................5
2.4.2. Sexismo..................................................................................................................................6
2.5. Relações das unidades organizacionais....................................................................................7
2.5.1. O que é uma unidade organizacional?...................................................................................7
2.5.2. Definição e funções da estrutura organizacional...................................................................7
2.6. Relações Indústrias...................................................................................................................7
2.6.1. Importância das Relações Industriais:...................................................................................8
2.6.2. Produção ininterrupta.............................................................................................................8
2.6.3. Redução de Disputas Industriais............................................................................................9
2.6.4. Moral alto...............................................................................................................................9
2.6.5. Objetivos das Relações Industriais:.......................................................................................9
2.7. Medidas de Atitudes...............................................................................................................10
2.7.1. Requisitos básicos para a medida das atitudes....................................................................10
2.7.2. A natureza das atitudes.........................................................................................................11
2.8. As Relações Públicas..............................................................................................................12
2.8.1. Relações Públicas: a problemática de um conceito.............................................................13
2.8.2. Uma breve conceituação para Relações Públicas................................................................14
3. Conclusão..................................................................................................................................15
4. Referências................................................................................................................................16
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1. Introdução

A Psicologia Social, a partir de uma abordagem macrossocial, propõe que comportamento,


cognição e afecto são construídos tanto a partir da relação entre o comportamento individual e o
meio social, assim como os comportamentos e as relações intergrupais (GUERRA et al., 2013).
Partindo desta orientação, para compreender o homem enquanto ser social, de acordo com Lane
(1981), faz-se necessário situar o ser humano historicamente, levando em consideração os
costumes e instituições que deram origem ao seu comportamento e ainda, segundo Monteiro
(2013), o modo como sentem, pesam e agem, tanto com as pessoas do seu grupo, quanto com as
de outros grupos. Diante dessa reflexão, demarca-se o foco da presente proposta de discussão
neste capítulo, entendendo os comportamentos sociais não como disposições individuais,
mas como um produto de aspectos históricos, políticos e culturais demarcados e
influenciados diretamente pelo social, no seu sentido mais amplo, e incorporando os
dispositivos sociais “normatizadores” que simbolicamente instituem padrões e condutas
relacionais (intra e intergrupais).
Portanto, este capítulo tem por objetivo realizar um apanhado teórico/ empírico atualizado e
includente a respeito do estudo das Relações Intergrupais, considerando o racismo, sexismo,
homofobia/preconceito sexual e xenofobia como algumas das variáveis, de natureza social,
demarcadoras do preconceito e discriminação frente aos indivíduos e/ou grupos de indivíduos
que fazem partes de tais grupos minoritários. Inicialmente, serão abordados temas clássicos
inerentes ao estudo das relações intergrupais no âmbito da psicologia social, como grupo,
estrutura grupal, processos grupais, preconceito, estereótipos e discriminação.
Para alcançar esse objetivo, incialmente analisa-se o percurso histórico do desenvolvimento do
conceito de grupo, destacando-se que sua incorporação como objeto de estudo encontrou
resistência tanto por parte da Psicologia, a qual se estabeleceu como disciplina primordialmente
interessada em fenômenos individuais, como por parte da Sociologia, dado que no âmbito desta
disciplina o grupo possuía conotação negativa, sendo associado a características, como
irracionalidade ou descontrole. Em seguida, discute-se a natureza dos grupos, destacando as
consequências das diferentes pertenças grupais.
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1.2. Metodologia

1.2.1. Pesquisa quantitativa

Segundo Richardson (1999), a pesquisa quantitativa é caracterizada pelo emprego da


quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas por
meio de técnicas estatísticas.
Para Mattar (2001), a pesquisa quantitativa busca a validação das hipóteses mediante a utilização
de dados estruturados, estatísticos, com análise de um grande número de casos representativos,
recomendando um curso final da acção.

1.2.2. Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica, considerada uma fonte de coleta de dados secundária, pode ser definida
como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado
assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Lakatos & Marconi, 2001; Cervo & Bervian,
2002).
Segundo Vergara (2000), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído, principalmente, de livros e artigos científicos e é importante para o
levantamento de informações básicas sobre os aspectos direta e indiretamente ligados à nossa
temática. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de fornecer ao
investigador um instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode
esgotar-se em si mesma.
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2. Referencial Teorico

2.1. Relações intergrupais

O nível intergrupal corresponde à interação entre indivíduos ou grupos inteiramente influenciada

pela pertença grupal, não sendo afetada pelas características individuais ou relações pessoais.

Tajfel (1978) adota a perspectiva intergrupal da identidade social e considera a categorização


como um sistema de orientação que vai ajudar cada sujeito a criar e definir seu lugar na
sociedade. E é nesse seguimento, que possibilitamos afirmar que nenhum grupo existe
isoladamente, mas em meio a outros, e é nas relações ou nas comparações entre grupos que os
aspectos positivos da identidade social e o engajamento na ação social ganham sentido.
O contato de diferenciação grupal pode ser tanto positivo e produtivo, como negativo e
conflituoso. Além disso, pode levar à discriminação e até mesmo à tentativa de extinção do
grupo rival. Nos tempos atuais estamos cada vez mais sujeitos a viver em lugares que não são de
nossa origem e para que esse processo ocorra da forma mais pacífica possível, é necessário que
aprendamos a conviver com a heterogeneidade e reconheçamos o que há de positivo nas
diferenças, de modo a tentar dirimir todos esses conflitos existentes, bem como o estigma de
superioridade que ainda permanece em certos grupos.

2.2. Primeiras ideias sobre as relações indivíduo-grupo

Os primeiros estudos da vida social realizados na perspectiva da Psicologia, e publicados no final


do século XIX e início do século XX, transmitiam uma visão bastante negativa não só dos
fenômenos sociais característicos deste período, como aconteceu com o movimento operário que
emergia frente ao crescimento do capitalismo industrial, mas também dos próprios fundamentos
da vida grupal e institucional como um todo. Como exemplos de trabalhos publicados naquele
período têm o do advogado italiano Sighele (1901) e o do jurista francês Gabriel Tarde (1890),
que concebiam as multidões como possuidoras de uma mente coletiva. No entanto, o teórico
mais importante desse período foi, sem dúvida, Gustave Le Bon, cujo livro The Crowd tem sido
reeditado sem interrupção desde a sua primeira publicação, em 1896. Frente às ações da massa
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de trabalhadores, categoria social nova que se constituía com a consolidação do capitalismo, o


trabalho de Le Bon (1896), denominado de Psicologia das Massas, considerava que os
indivíduos, independente de seu estilo de vida, caráter e inteligência, estariam propensos à
manifestação de atos de barbárie e à perda da racionalidade ao se integrarem a uma multidão.
Para esse autor, as massas são uma entidade psicológica supraindividual, caracterizadas por dois
processos: a sugestionabilidade excessiva e o contágio. Uma vez estando sob o manto do
anonimato fornecido pela multidão, o indivíduo estaria livre das pressões sociais e daria vazão a
seus instintos de destruição. Por conseguinte, o comportamento das multidões seria sempre
caracterizado pela violência e pela irracionalidade.

2.3. Relações intergrupais: o pontapé inicial para a discussão

Apesar de ser um tema amplamente discutido pela filosofia, sociologia e antropologia, do ponto
de vista da psicologia social, as relações intergrupais fazem parte de sua agenda há um tempo
relativamente recente (Costa, 2009). Um dos primeiros trabalhos a analisar as relações
intergrupais e sua ligação com processos de discriminação social foi desenvolvido por Kurt
Lewin (1997/1941), tendo contribuído substancialmente para a formulação posterior da teoria da
identidade social. Este autor discute questões teóricas sobre discriminação social por meio da
observação e análise dos acontecimentos sociais e movimentos sociais da década de 30, na
Europa e nos EUA, especificamente, sobre questões referentes ao antissemitismo, luta das
mulheres e dos negros pelo direito ao voto (Lewin, 1997/1941). O interesse de Lewin estava nas
práticas de socialização e nas dinâmicas inter e intragrupais utilizadas pelos membros de grupos
desprivilegiados face o cenário de discriminação do qual eram alvo. Suas contribuições foram
utilizadas por Tajfel (1979), permitindo o desenvolvimento de teorizações mais sistemáticas
sobre as relações intergrupais. De modo geral, Lewin dá ênfase ao caráter social do
antissemitismo, situando-o em forças externas ao grupo discriminado e independente do
comportamento ou características de seus membros. Acrescenta ainda que os pensamentos
negativos relativos ao grupo de pertença dão origem a estratégias de adaptação ao grupo
dominante e também ao grupo dominado. No entanto, esse processo de adaptação, segundo essa
perspectiva, não se traduz em uma mudança efetiva no sistema social, visto que o grupo
dominado, normalmente, assimila os valores do grupo dominante, como é o caso das análises em
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relação ao antissemitismo. Nessa perspectiva, o grupo dominado seria uma entidade


subjetivamente formulada, capaz de integrar seus membros a partir de um destino comum, o que
por consequência retira dos seus membros a distintividade individual (Cabecinhas, 2002).

2.4. Relações intergrupais no contexto das minorias: dinâmica e expressão do preconceito,


formulação de estereótipos e discriminação.

Segundo, Fernandes et al., (2007). O preconceito pode ser melhor elucidado quando
compreendido tanto como causa, quanto como consequência da estrutura e dos
agrupamentos sociais.
Vasconcelos et al., 2004, p. 153)Sendo que uma pessoa preconceituosa pode ser definida como
“alguém que dá prioridade aos próprios benefícios e ao sentimento de ser importante e
poderoso, além de buscar a manutenção de situações e/ou relações desiguais que o
favoreça”.
Neste contexto, é necessário mencionar os componentes, igualmente relevantes, que estruturam
os processos de preconceito. Como dito anteriormente, o preconceito envolve um pré-julgamento
sobre um grupo e seus membros, que inclui não apenas uma opinião ou crença generalizada
sobre esse grupo ou indivíduo denominada “estereótipo”, mas também uma reação emocional
associada, tal como desprezo, raiva ou nojo.
Plous, (2003), O comportamento resultante da junção entre estereótipo e preconceito é
denominado “discriminação” e envolve tratamentos injustos ou desvantagens resultantes da
pertença ao grupo.

2.4.1. Racismo

O preconceito parece estar entranhado nas relações humanas de uma forma que se torna uma
tarefa difícil identificar suas origens. Trata-se de um fenômeno enraizado de uma maneira tão
profunda que por vezes sugere que esteja ligado à própria natureza humana. No entanto, foi a
partir da década de 1920 que o estudo do preconceito começou a despertar atenção no âmbito
acadêmico, sobretudo atrelado a questões raciais.
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Segundo Rodrigues; Assmar; Jablonski, (2012), Nesse cenário, as teorias buscavam compreender
possíveis inferioridades de determinadas raças, algo que se modificou na década de 1930,
quando o preconceito passou a ser tratado como irracional ou injustificado, considerado como
uma expressão de necessidades patológicas e fruto de processos sociais, contribuindo para a
manifestação de respostas discriminatórias entre grupos.
Entretanto, nas referidas décadas os estudos não contavam com um marco teórico consistente e
os achados denotavam “pedaços de conhecimento”, não um todo integrado.
Quanto às suas origens, Schucman (2010) aponta que este possui suas bases no século XVI,
quando a sociedade europeia iniciou seu contato com a diversidade humana dos diferentes
continentes.

2.4.2. Sexismo

A discussão de gênero tornou-se tão importante que hoje pode ser evidenciada em diferentes
situações cotidianas, seja folheando um jornal, lendo os últimos artigos publicados em
periódicos ou até mesmo assistindo a partidas de diferentes esportes. Contudo, com essa
evidência cada vez maior, também é possível observar as discrepâncias que ainda existem
quanto ao tratamento que é oferecido ao homem e à mulher. Tais diferenças sempre ocorreram
de forma distinta em nossa sociedade, comumente atribuindo-se ao masculino o destaque,
subestimando e desvalorizando-se ofeminino.
Matlin, (2011), Esta distinção pode ser percebida em diversos meios (e.g., história, filosofia,
religião, linguagem, mídias), onde uma imagem estereotipada e inferior é comumente atribuída
às mulheres.

2.5. Relações das unidades organizacionais

2.5.1. O que é uma unidade organizacional?

As Unidades Organizacionais fornecem um mecanismo para atribuir uma estrutura de unidade


organizacional hierárquica a perfis e reconciliações. Elas fornecem valores na filtragem, em
relatórios, na correspondência de transações e são o meio pelo qual as regras de feriado são
aplicadas aos perfis. Estrutura organizacional é o conjunto de relações formais entre os grupos e
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os indivíduos que constituem a organização. Define as funções de cada unidade da organização e


os modos de colaboração entre as diversas unidades e é representada num organigrama ou
organograma.

2.5.2. Definição e funções da estrutura organizacional

Uma definição mais pormenorizada de estrutura organizacional refere-se a esta como o resultado
de um processo através do qual a autoridade é distribuída, as atividades são especificadas e um
sistema de comunicação é delineado permitindo que as pessoas realizem as atividades e exerçam
a autoridade para o atingimento dos objetivos organizacionais.
Os três elementos da definição de estrutura organizacional são: as atividades, a autoridade e as
comunicações. As organizações são entidades sociais artificiais, criadas para realizar objetivos
específicos. Para alcançar esses objetivos, é essencial que atividades sejam desempenhadas. A
preocupação com a eficiência leva à divisão das atividades em tarefas e conseqüentemente, à
necessidade de coordenar (comunicação) as “partes divididas” a fim de não perder de vista os
objetivos. Estes objetivos não são democraticamente estabelecidas entre os participantes, mas
impostos pelos dirigentes; daí a necessidade da autoridade.

2.6. Relações Indústrias

As relações industriais dizem respeito ao vínculo que se estabelece entre a parte administrativa
de uma empresa e os trabalhadores. Muitas das vezes, a relação é iniciada entre os diretores e o
sindicato (em representação dos trabalhadores). Trata-se de um conjunto de normas,
procedimentos e de recomendações que são desenvolvidos com o objetivo de alcançar a
eficiência em termos de desempenho e de cumprir os objetivos da empresa. As relações
industriais enquanto disciplina surge da crença de que a principal vantagem competitiva de uma
empresa são as pessoas que trabalham na mesma. Posto isto, para que os negócios da empresa
sejam bem-sucedidos, é imprescindível que os respectivos diretores e empregados trabalhem em
harmonia em busca dos objetivos empresariais.
O termo “relações industriais” fora usado para se referir aos “Recursos Humanos” logo quando
foi criado, devido ao impacto causado pela Revolução Industrial nas relações de empregador e
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empregado, sendo o termo mais usado “Departamento de Relações Industriais”. Mas no Brasil é
também usado o termo “Recursos Humanos” ou “RH” (em sua abreviação) para um similar
conceito.
Depois da Revolução Industrial, se teve um período (a era da industrialização clássica) em que as
empresas começaram a usar a chamada “estrutura organizacional”, essa tinha foco na
departamentalização funcional (departamentalização é o agrupamento de atividades distintas em
unidades que sejam especializadas numa empresa) e também focava na centralização das
decisões de uma organização no topo da hierarquia (chefes passando a tomar decisões),
estabelecendo-se regulamentos internos a fim de padronizar o que os colaboradores deveriam ou
não fazer.

2.6.1. Importância das Relações Industriais:

As relações laborais saudáveis são a chave para o progresso e sucesso. Seu significado pode ser
discutido como abaixo:

2.6.2. Produção ininterrupta

O benefício mais importante das relações industriais é que isso garante a continuidade da
produção. Isso significa emprego contínuo para todos, desde o gerente até os trabalhadores. Os
recursos são totalmente utilizados, resultando na máxima produção possível. Há fluxo
ininterrupto de renda para todos. O bom funcionamento de uma indústria é de vital importância
para várias outras indústrias; para outras indústrias se os produtos forem intermediários ou
insumos; aos exportadores se forem mercadorias de exportação; aos consumidores e
trabalhadores, se estes forem bens de consumo de massa.

2.6.3. Redução de Disputas Industriais

As boas relações laborais reduzem as disputas laborais. As disputas são reflexos do fracasso dos
impulsos ou motivações humanas básicas para garantir satisfação ou expressão adequada que são
totalmente curadas por boas relações industriais. Greves, bloqueios, táticas lentas, guerras e
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queixas são alguns dos reflexos da agitação industrial que não surgem em uma atmosfera de paz
industrial. Ajuda a promover a cooperação e a aumentar a produção.

2.6.4. Moral alto

Boas relações industriais melhoram o moral dos funcionários. Os funcionários trabalham com
muito zelo com a sensação de que o interesse do empregador e dos funcionários é o mesmo, ou
seja, aumentar a produção. Todo operário sente-se co-proprietário dos ganhos da indústria. O
empregador, por sua vez, deve perceber que os ganhos da indústria não são para ele, mas devem
ser compartilhados de forma igual e generosa com seus trabalhadores. Em outras palavras, a
unidade completa de pensamento e ação é a principal conquista da paz industrial. Aumenta o
lugar dos trabalhadores na sociedade e seu ego é satisfeito. Afeta naturalmente a produção
porque os grandes esforços cooperativos por si só podem produzir grandes resultados.

2.6.5. Objetivos das Relações Industriais:

Os principais objetivos do sistema de relações laborais são:

1. Salvaguardar o interesse do trabalho e da gestão, assegurando o mais alto nível de


compreensão mútua e boa vontade entre todos os setores da indústria que participam do
processo de produção.
2. Evitar conflitos ou conflitos industriais e desenvolver relações harmoniosas, que são um
fator essencial para a produtividade dos trabalhadores e o progresso industrial de um país.
3. Elevar a produtividade a um nível mais alto em uma era de pleno emprego, diminuindo a
tendência de alta rotatividade e absenteísmo frequente.
4. Estabelecer e promover o crescimento de uma democracia industrial baseada na parceria
trabalhista na repartição dos lucros e nas decisões gerenciais, para que a personalidade
dos indivíduos proibidos cresça plenamente em benefício da indústria e também do país.
5. Eliminar ou minimizar o número de greves, lockouts e gheraos, proporcionando salários
razoáveis, melhores condições de vida e de trabalho, esses benefícios marginais.
6. Melhorar as condições econômicas dos trabalhadores no estado existente das
administrações industriais e do governo político.
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7. Socialização das indústrias tornando o próprio Estado um grande empregador.


8. Aquisição de um interesse de propriedade dos trabalhadores nas indústrias em que são
empregados.

2.7. Medidas de Atitudes

2.7.1. Requisitos básicos para a medida das atitudes

Apresentamos nesta seção certos problemas básicos que o investigador deve resolver antes de
começar a se preocupar com as técnicas de mensuração propriamente ditas. Destacaremos com
maior ênfase as questões relativas à: a) Conceituação; b) Definição de um continuum;
a) Conceituação
É fato evidente que não se pode medir o que não se sabe o que é. Isso significa que a primeira
tarefa do investigador interessado em medir determinada atitude é defini-la. Um exaustivo
trabalho de definição nominal se impõe antes que o pesquisador comece a se preocupar com os
indicadores que comporão a sua definição operacional do fenômeno (Rapoport, 1965, cap. I).
Assim, se o investigador deseja estudar atitudes em relação à mudança social, a ele competirá
definir precisamente o que entende por mudança social. É evidente que tal definição terá grande
apoio na literatura sociológica existente e, ainda, poderá ser especificada para situações
particulares.
Ao definir o objeto social é sempre aconselhável restringir o conceito a uma dimensão apenas
(quando é possível). Um fenômeno como mudança social, por exemplo, apresenta muitas
dimensões e, por conseguinte, deve ser restringido a aspectos particulares para fins de
mensuração inicial. A construção de escalas multidimensionais em sociologia constitui tarefa
bastante complexa e os resultados até agora obtidos podem ser considerados apenas como
exploratórios (Torgerson, 1965, Cap. I).
O investigador familiarizado com as técnicas de construção de escalas conhece bem a
importância de definições nominais claras e sucintas. Sem elas é impossível selecionar-se os
itens que de fato tenham relevância para medir o fenômeno em estudo. O pesquisador não
familiarizado, por outro lado, tende a negligenciar o trabalho de definição nominal, partindo
imediatamente para o arrolamento de itens que, segundo ele, medem a atitude em foco. Como
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conseqüência, tais procedimentos geralmente terminam em fracasso, pois nem o investigador,


nem o informante, e “nem o computador” sabem o que os itens pretendem medir.
b) Definição de um continuum
A idéia de escala em si implica na existência de um continuum. Assim, quando utilizamos o
metro ou a balança estamos admitindo um continuum de estaturas e pesos. Da mesma forma,
quando utilizamos uma escala para medir atitudes em relação ao cosmopolitismo estamos
admitindo um continuum de posições que varia do extremo mais desfavorável ao mais favorável,
passando-se por inúmeros pontos intermediários.
Teoricamente, o pesquisador pode utilizar todos os pontos do continuum. Na verdade, um
instrumento da medida é considerado preciso quando é capaz de detectar todas as diferenças
entre os diversos pontos do continuum. Entretanto, nem sempre se consegue ou se precisa de
instrumentos com tão alta precisão. Por exemplo, o metro utilizado pelo construtor de casas não
necessita de precisão além de centímetros ou milímetros. Assim, a precisão requerida para os
instrumentos de medidas de atitudes depende do tipo de atitude que está sendo medida, da
ambição do pesquisador e das medidas previamente elaboradas. De modo geral, os sociológos e
psicólogos sociais contentam se em examinar apenas alguns pontos do continuum na escala;
comumente, medem-se as posições extremas e alguns pontos intermediários. Geralmente as
escalas baseiam-se apenas nas posições “fortemente favorável”, “favorável”, “neutro”,
“desfavorável” e “fortemente desfavorável”.

2.7.2. A natureza das atitudes

O estudo das atitudes vem ocupando um lugar cada vez mais central na psicologia social e
sociológica em geral. O conceito e os procedimentos de medida, entretanto, ainda variam muito
na literatura das ciências sociais.
Thurstone (1923, p.216), um dos primeiros especialistas a se dedicar ao estudo das atitudes,
definiu atitude como "a soma total das inclinações e sentimentos do homem, preconceitos,
noções, idéias preconcebidas, medos, ameaças, e convicções a respeito de um tópico específico".
Em outras palavras, o conhecimento das atitudes embora insuficiente para prever e explicar
comportamentos constitui um poderoso auxiliar para a previsão e explicação de reações
humanas. O leitor familiarizado com os problemas teóricos das ciências sociais sabe que o
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comportamento humano é determinado por um conjunto de forças bastante complexo, dentre


elas, as atitudes. Portanto, o estudo das atitudes assume importância na medida em que se
utilizam seus resultados em combinação com outras variáveis para a compreensão do
comportamento humano. Conhecendo-se os princípios que governam a mudança de atitudes, isto
ajuda na manipulação das reações individuais em terapia e educação.

2.8. As Relações Públicas

De acordo com Marconi (2009, p. 3), “o marco oficial de criação da profissão de Relações
Públicas deu-se com a criação do primeiro escritório destinado a essa atividade, em 1906, na
cidade de Nova York, por Ivy Lee”. Na ocasião o referido jornalista norte-americano foi
contratado pelo industrial John Rockeffeler com o intuito de melhorar a imagem pública do
magnata e de suas empresas.
O profissional de relações públicas actua como administrador da comunicação organizacional, é
o encarregado pela administração estratégica do relacionamento da organização com seus
diversos públicos. Externamente, as relações públicas são responsáveis pela construção da
credibilidade da organização perante seus públicos, além da construção de imagem/identidade
institucionais coerentes e duradouras. Internamente, as relações públicas abordam a dinâmica
entre os grupos organizacionais, tendo por objetivo através de “uma gestão coordenada e
sinérgica dos esforços humanos e organizacionais” (KUNSCH, 2003, p. 180) o melhor fluxo
comunicacional possível entre estes. Apenas pelo do amplo conhecimento da dinâmica dos
grupos organizacionais, é possível o profissional de relações públicas administrar a comunicação
entre eles eficientemente. É necessário potencializar os relacionamentos entre e dentro dos
grupos organizacionais. Sendo responsável pela qualidade da comunicação organizacional em
geral, deve também projetar ações que melhorem os relacionamentos existentes
interpessoalmente.
Afinal, A atividade de Relações Públicas precisa preparar as pessoas para que elas estejam
dispostas a discutir os problemas, os sucessos e os fracassos de uma organização para chegarem
ao entendimento, à opinião e à consequente ação conjugada, ou seja, transformar em medidas
concretas as decisões alcançadas no debate das contravérsias (Fortes, 1997, p. 13).
13

Em geral não é dispensada muita atenção à forma como, internamente, a organização se


comunica. Vista como processo natural e intrínseco, a comunicação e as formas de
relacionamento interpessoais são geralmente relegadas à sorte. Os administradores comumente
desconsideram as noções de que a elaboração de conceitos mentais em expressões orais ou
escritas demanda prática, e que a qualidade dos relacionamentos interpessoais (dentro tanto dos
grupos formais como dos informais) é diretamente proporcional à atenção gasta ao processo.

2.8.1. Relações Públicas: a problemática de um conceito

Se há discordâncias entre os estudiosos sobre as origens das Relações Públicas, também não há
um consenso no que diz respeito à sua conceituação. Uma das maiores justificativas encontradas
é o fato do termo “Relações Públicas” ser polissêmico, ou seja, com vários significados.
Podemos utilizar o termo “Relações Públicas” como:

 Atividade profissional;
 Campo ou área acadêmica;
 Conjunto de atividades;
 Processo administrativo/comunicacional;
 Curso superior;
 Prática de relações humanas.

Assim, conceituar Relações Públicas é um desafio e a própria literatura nos mostra isso. Para que
se tenha uma idéia da multiplicidade de conceitos de ‘Relações Públicas’, ANDRADE (1993)
afirma que em 1952, ou seja, há mais de meio século atrás, o pesquisador Gilbert Delcros
catalogou 987 definições para o termo só nos Estados Unidos da América. Aliás, a tentativa de se
definir um significado para ‘Relações Públicas’ passou a ser um dos desafios intelectuais mais
empreendidos pelos estudiosos e congressistas da área.
A título de curiosidade, vejamos algumas definições encontradas na literatura especializada
citada por ANDRADE (2001 p. 33-37):
“Relações Públicas são a humanização das relações no campo dos negócios, consistindo num
esforço para compreender a consciência e a sensibilidade do homem, em busca do interesse e da
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compreensão do público para os problemas de um cidadão, de um grupo ou de uma empresa” –


Eugene Holman, ex-presidente da Esso dos Estados Unidos da América. (...) ”Relações Públicas é
a filosofia administrativa de uma organização” – D. H. Plackard e Clifton Blackman, no livro
“Blueprint of Public Relations”. (...) “Relações Públicas são as relações de um indivíduo ou de
uma instituição que são públicas e têm relevância social” – Harwoold L. Childs. (...)

2.8.2. Uma breve conceituação para Relações Públicas

Toda conceituação é o resultado da cultura em que o pesquisador está inserido, do contexto


histórico, da condição laboral e do seu posicionamento ideológico. Ao revisarmos a literatura das
Relações Públicas partindo de uma concepção acadêmica baseada no percurso histórico da
profissão no Brasil, sobretudo no cenário nordestino, entendemos as Relações Públicas como um
conjunto de atividades que visa harmonizar os interesses privado e público, melhorando a
imagem do cliente perante a opinião pública e gerando, consequentemente, capital financeiro ou
social para o mesmo.
De um lado temos a empresa interessada em obter lucro e consequente perpetuação no mercado
(interesse privado). Do outro temos a sociedade, os consumidores, que desejam produtos com
bom preço, boa qualidade e com responsabilidade social (interesse público). O profissional de
Relações Públicas, então, trabalhando ao lado da alta direção da empresa, busca conhecer os
anseios da sociedade para instruir o corpo diretivo na formulação das políticas empresariais e
estipular estratégias de comunicação com o objetivo de estabelecer uma imagem positiva de seu
empregador perante a opinião pública. Vale ressaltar que, com a popularização do Marketing,
nota-se uma tendência cada vez maior de confundir ou tornar sinônimas áreas tão diferentes
como Relações Públicas e Marketing. Apesar de ambas serem funções administrativas, as duas
áreas apresentam sensíveis diferenças no que tange seus objetivos: de uma forma geral, enquanto
a primeira se ocupa de administrar a comunicação objetivando a construção de uma boa imagem
pública de uma empresa, a segunda foca suas atenções na administração do processo de
harmonização da oferta e demanda de um produto, ou seja, na sua comercialização.
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3. Conclusão

Este trabalho, inicialmente, aspectos históricos e conceitos fundamentais para a compreensão da


temática dos grupos e das relações intergrupais propriamente ditas, explorando temas clássicos
neste âmbito, tais como relações das unidades organizacionais, relações indústrias, Madidas de
Atitudes e relações Publicas.
Todos os fatores mencionados neste trabalho estão diretamente relacionados, sendo regularmente
um causa consequência do outro. Ocorrem paralelamente e indicam falhas na
estruturação/comunicação organizacional como um todo. Não existem padrões para definir um
grupo como ideal. Tal definição só ocorre quando os objetivos propostos pela organização para o
grupo são atingidos da melhor maneira possível, com a máxima qualidade e a mínima
dificuldade de consecução. O papel do profissional de relações públicas, dentro dos grupos
organizacionais, é administrar a qualidade de seus processos comunicacionais. Para isso, deve
compreender (atendidas as particularidade organizacionais e grupais) que Os empregados têm
dois tipos de necessidades de informações. A primeira é de informações sobre a empresa: qual é
a sua posição específica. Precisam entender para onde a organização vai como a administração
vai chegar lá e qual é o papel dos empregados nesse processo. Entretanto, mais do que saber isso,
precisam estar comprometidos.
A estrutura grupal planejada com base em pesquisas deve atender aos requisitos de função
exercida pelos integrantes, posição ocupada dentro da organização, demandas regularmente
propostas, vias de comunicação possível, rotina profissional, circularidade de integrantes e
flexibilidade de metas e objetivos. Tais características estão diretamente relacionadas aos
processos da organização, sendo, portanto constantemente revisadas e reformuladas através
desta. Segundo Moscovici (1980), um ambiente ideal para relacionamentos interpessoais
profissionalmente enriquecedores deve possibilitar a comunicação entre criativos, encorajar o
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intercâmbio de idéias e valorizar a inovação, a originalidade e a busca por soluções alternativas


(optimismo). No âmbito comunicacional, o profissional de relações públicas deve fornecer os
suportes necessários para, na medida do possível, criar um bom relacionamento interpessoal e
intergrupal, através de canais de comunicação efetivos entre os integrantes (de fácil acesso e
manuseio), dinâmica institucional bem estruturada entre o grupo e a organização e
conscientização e incentivo dos integrantes no exercício da comunicação ativa.

4. Referências

ÁLVARO, J. (2007) A. Psicologia Social: Perspectivas Psicológicas e Sociológicas. São Paulo:


McGraw-Hill.
Andrade, C. T. (2001). Para entender relações públicas. 3. Ed. São Paulo: Loyola.
Fortes, Waldyr Gutierrez. O pioneirismo de Cândido Teobaldo de Souza Andrade na pesquisa em
relações Públicas no Brasil. In: KUNSCH, Margarida Maria Krohling (org.). Relações Públicas:
história, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva 2009.

Bowditch, J. L. & BUONO, A. F.(1992) Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Editora
Pioneira.

GURGEL, J. B. (1985). Cronologia da evolução histórica das relações públicas. 3. ed. Brasília:
Linha Gráfica e Editora.

Ferrari, M. A & França, F. (2009). Relações Públicas teoria, contexto e relacionamentos. São
Caetano do Sul: Editor Contexto.

Monteiro, M. B. (2000, p. 387-409) (Orgs.). Psicologia Social. Lisboa: Fundação Calouste


Gulbenkian.

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