Você está na página 1de 17

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância


Curso de Licenciatura em Ensino de História

Tema

Teorias da Psicologia da Educação e de Aprendizagem

Nome do estudante e código: Estela Lorete Evirie Saguate - 708239779

Curso: Ensino de Geografia

Disciplina: Psicologia Geral

Ano de frequência: 1º Ano

Tutor: dra. Lurdes Afonso Luís Dete

Quelimane

Agosto de 2023
Índice

1. Introdução ................................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos......................................................................................................................... 4

1.1.1. Objectivo geral ............................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivo específico ..................................................................................................... 4

1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 4

2. Desenvolvimento teórico ......................................................................................................... 5

2.1. Conceito de aprendizagem ............................................................................................... 5

2.2. Psicologia da Educação e Aprendizagem: Expansão da Psicologia Educacional ............ 5

2.3. Teoria da Psicologia Educacional .................................................................................... 6

2.4. Desenvolvimento humano e educação: dois ramos entrelaçados..................................... 7

2.5. Aprendizagens cognitivas e seus princípios na visão de Bruner e Ausubel..................... 7

2.5.1. Aprendizagens cognitivas e seus princípios na visão de Bruner .................................. 7

2.5.2. Aprendizagens cognitivas e seus princípios na visão de Ausubel ................................ 9

2.6. Aprendizagem significativa por descoberta ..................................................................... 9

2.7. O papel do professor no processo ensino aprendizagem................................................ 10

2.8. Os tipos de aprendizagem .............................................................................................. 12

2.9. Condições para a Aprendizagem Significativa .............................................................. 14

3. Conclusão .............................................................................................................................. 16

Referências bibliográficas ............................................................................................................. 17


1. Introdução

O trabalho em curso, surge no âmbito da disciplina Psicologia Geral, ministrada pela


Universidade Católica de Moçambique no regime a distância e tem como tema: Teorias da
Psicologia da Educação e de Aprendizagem. Nesse contexto, serão abordados aspectos como
Aprendizagem, Aprendizagens cognitivas e seus princípios, o papel do educador como facilitar
do processo assim como os tipos de aprendizagens.

A aprendizagem é o processo através do qual a criança se apropria activamente do conteúdo da


experiência humana, daquilo que o seu grupo social conhece. Para que a criança aprenda, ela
necessitará interagir com outros seres humanos, especialmente com os adultos e com outras
crianças mais experientes.

A Psicologia da Aprendizagem estuda o complexo processo pelo qual as formas de pensar e os


conhecimentos existentes numa sociedade são apropriados pela criança. Para que se possa
entender esse processo é necessário reconhecer a natureza social da aprendizagem. Como já foi
dito, as operações cognitivas são sempre activamente construídas na interacção com outros
indivíduos.

Em geral, o adulto ou a criança mais experiente fornece ajuda directa à criança, orientando-a e
mostrando-lhe como proceder através de gestos e instruções verbais, em situações interativas. Na
interacção adulto-criança, gradativamente, a fala social trazida pelo adulto vai sendo incorporada
pela criança e o seu comportamento passa a ser, então, orientado por uma fala interna, que
planeja a sua acção. Nesse momento, a fala está fundida com o pensamento da criança, está
integrada às suas operações intelectuais.

Para o desenvolvimento deste trabalho, será feita uma revisão de fontes como artigos e manuais
com ligação directa ao tema em alusão como fulcro para o pontapé de saída no desenvolvimento
teórico do mesmo. Assim, o seu desenvolvimento obedecerá a seguintes estrutura: Introdução;
Desenvolvimento teórico e Conclusão.

3
1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Descrever as teorias da Psicologia da Educação e de Aprendizagem.

1.1.2. Objectivo específico

 Apresentar os conceitos da aprendizagem no contexto psicológico;


 Identificar as teorias de aprendizagens cognitivas e seus princípios na visão de Bruner e
Ausubel; e
 Apontar os diferentes tipos de aprendizagem.

1.2.Metodologia

É importante salientar a diferença entre metodologia e métodos. A metodologia se interessa pela


validade do caminho escolhido para se chegar ao fim proposto pela pesquisa; portanto, não deve
ser confundida com o conteúdo (teoria) nem com os procedimentos (métodos e técnicas). Dessa
forma, a metodologia vai além da descrição dos procedimentos (métodos e técnicas a serem
utilizados na pesquisa), indicando a escolha teórica realizada pelo pesquisador para abordar o
objecto de estudo.

No entanto, embora não sejam a mesma coisa, teoria e método são dois termos inseparáveis,
“devendo ser tratados de maneira integrada e apropriada quando se escolhe um tema, um objeto,
ou um problema de investigação” (Minayo, 2007, p. 44).

Assim sendo, para a realização deste trabalho, foi necessário antes, uma pesquisa bibliográfica
que segundo Gil (2002, p.44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

4
2. Desenvolvimento teórico

2.1.Conceito de aprendizagem

A aprendizagem é o processo através do qual a criança se apropria activamente do conteúdo da


experiência humana, daquilo que o seu grupo social conhece. Para que a criança aprenda, ela
necessitará interagir com outros seres humanos, especialmente com os adultos e com outras
crianças mais experientes (Moreira, 1983).

Nas inúmeras interacções em que envolve desde o nascimento, a criança vai gradativamente
ampliando suas formas de lidar com o mundo e vai construindo significados para as suas acções
e para as experiências que vivem.

Com o uso da linguagem, esses significados ganham maior abrangência, dando origem a
conceitos, ou seja, significados partilhados por grande parte do grupo social. A linguagem, além
disso. Irá integrar-se ao pensamento, formando uma importante base sobre a qual se
desenvolverá o funcionamento intelectual. O pensamento pode ser entendido, desta forma, como
um diálogo interiorizado.

2.2.Psicologia da Educação e Aprendizagem: Expansão da Psicologia Educacional

A Psicologia da Educação e da Aprendizagem é o ramo da Psicologia responsável por estudar a


aprendizagem e o desenvolvimento humano no campo da educação.

Esses estudos são traduzidos em novas abordagens para estratégias educacionais eficazes
contendo os programas de intervenção mais recentes.

Primeiramente, dessa definição podemos extrair o segundo foco de atenção da Psicologia da


Educação: a formação de professores. Em outras palavras, a pesquisa psicoeducacional está
vinculada à inovação, pois permite a aplicação de novos modelos e técnicas de ensino em sala de
aula. (Moreira, 1983).

Antes de mais nada, a Psicologia da Educação não se limita apenas ao ambiente escolar. Os seus
princípios teóricos e práticos também se aplicam a outros contextos, como o militar, a saúde
pública ou a família.

5
Na verdade, os humanos não param de aprender e se desenvolver como indivíduos quando
terminam os estudos académicos.

2.3.Teoria da Psicologia Educacional

Como o próprio nome sugere, a psicologia educacional é uma ciência interdisciplinar


identificada com dois campos de estudo diferentes, mas interdependentes. Por um lado, as
ciências psicológicas e, por outro, as ciências da educação. (Moreira, 1983).

O núcleo entre essas duas ciências é aquele que fornece à psicologia educacional sua própria
estrutura científica constitutiva, que é moldada através do estudo da aprendizagem.

Dessa forma, a psicologia educacional lida com os processos de aprendizagem de tópicos


educacionais e a natureza das intervenções destinadas a melhorar essa aprendizagem.

A psicologia educacional lida com questões como:

 O processo de aprendizagem e os fenómenos que o constituem, como: memória,


esquecimento, transferência, estratégias e dificuldades de aprendizagem;
 Os determinantes da aprendizagem, com base no estudo das características do sujeito que
conhece: disposições cognitivas, afectivas e de personalidade que podem influenciar os
resultados da aprendizagem;
 O ensino e o desenvolvimento do pensamento, implicações educacionais;
 Alunos com necessidades especiais;
 A interacção educacional entre professor-aluno, aluno-aluno, professor-aluno-contexto
educacional, bem como a educação no ambiente familiar, a estrutura e o processo da sala
de aula como um grupo, a disciplina e controle na classe;
 Os processos instrucionais: processos psicológicos de instrução, instrução e
desenvolvimento, objetivo da instrução, ensinam individualizado, evolução
psicoeducacional e processo escolar.

Como se pode observar a teoria da psicologia educacional se fundamenta em dois princípios:


Nem toda aprendizagem é igual. Cada tipo de aprendizagem requer diferentes habilidades dos

6
alunos, bem como diferentes procedimentos instrucionais dos professores. A aprendizagem é
hierárquica, ou seja, os níveis mais altos de instrução dependem dos mais baixos

2.4.Desenvolvimento humano e educação: dois ramos entrelaçados

Imaginemos o caso de um menino de 4 anos que apresenta dificuldades no desenvolvimento de


suas habilidades de comunicação, sem evidências médicas de que sofre de algum tipo de
deficiência auditiva. (Moreira, 1983).

A princípio, antes de desenvolver um programa de intervenção, deve-se analisar como a


linguagem evolui ao longo da infância, mas também em que fase desse processo a criança se
encontra e se os problemas de fala são sintomas de algum outro tipo de distúrbio.

Este caso fictício ajuda-nos a compreender a estreita relação que existe entre a Psicologia da
educação e a Psicologia do Desenvolvimento e Evolucionária, que se centra no estudo e
investigação das mudanças psicológicas ao longo do ciclo de vida de um ser humano.

2.5.Aprendizagens cognitivas e seus princípios na visão de Bruner e Ausubel

2.5.1. Aprendizagens cognitivas e seus princípios na visão de Bruner

A partir de concepções, como esta de Ausubel, sobre o processo de aprendizagem, alguns


pesquisadores desenvolveram teorias sobre o ensino, procurando discutir e sistematizar o
processo de organização das condições para a aprendizagem, (Bock, et al, 1999, p.114)

Conforme Bock (1999, p.114) “Bruner concebeu o processo de aprendizagem como: captar as
relações entre os fatos, adquirindo novas informações, transformando-as e transferindo-as para
novas situações. Partindo daí, ele formulou uma teoria de ensino”.

O ensino, para Bruner, envolve a organização da matéria de maneira eficiente e significativa para
o aprendiz. Assim, o professor deve preocupar-se não só com a extensão da matéria, mas,
principalmente, com sua estrutura. (Bock, et al, 1999, p.114)

Ao ensinar, Bruner destaca o processo da descoberta, através da exploração de alternativas, e o


currículo em espiral, capaz de oportunizar ao aprendiz rever os tópicos de diferentes níveis de
profundidade. Segundo Bruner, "o ambiente ou conteúdos de ensino têm que ser percebidos pelo

7
aprendiz em termos de problemas, relações e lacunas que ele deve preencher, a fim de que a
aprendizagem seja considerada significante e relevante.

A idéia de desenvolvimento intelectual ocupa um lugar fundamental na teoria de Bruner, (Bock,


et al, 1999). O desenvolvimento intelectual caracteriza-se:

a) Por independência crescente da resposta em relação à natureza imediata do estímulo;


b) O desenvolvimento intelectual baseia-se em absorver eventos, em um sistema de
armazenamento que corresponde ao meio ambiente;
c) O desenvolvimento intelectual é caracterizado por crescente capacidade para lidar com
alternativas simultaneamente, atender a várias sequências ao mesmo tempo, e distribuir
tempo e atenção, de maneira apropriada, a todas essas demandas múltiplas.

Bruner distingue três modos de representação do mundo pelos quais passa o indivíduo: a
representação ativa, a representação icônica e a representação simbólica.

Tira-se desses três modos de representação que os indivíduos passam por três estágios de
processamento e representação de informações: manuseio e ação, organização perceptiva e
imagens, e pela utilização de símbolos. Segundo Bruner, não são exatamente "estágios", e sim
fases internas do desenvolvimento, (Bock, et al, 1999).

O autor argumenta que:

as teorias psicológicas de aprendizagem e desenvolvimento são descritivas,


enquanto que uma temia de ensino deve, além de levar em conta tais teorias, ser
prescritiva. Deve principalmente concentrar-se em como otimizar a
aprendizagem, facilitar a transferência ou a recuperação de informações. Deve
também estabelecer regras concernentes à melhor maneira de obter
conhecimentos e técnicas. (Bock, et al, 1999, p.115)

Bruner acredita que a aprendizagem é um processo que ocorre internamente e não como um
produto do ambiente, das pessoas ou de factores externos àquele que aprende. A teoria de Bruner
privilegia a curiosidade do aluno e o papel do professor como instigador dessa curiosidade, daí
ser chamada de teoria da descoberta.

8
2.5.2. Aprendizagens cognitivas e seus princípios na visão de Ausubel

A teoria da aprendizagem de Ausubel propõe que os conhecimentos prévios dos alunos sejam
valorizados, para que possam construir estruturas mentais utilizando, como meio, mapas
conceituais que permitem descobrir e redescobrir outros conhecimentos, caracterizando, assim,
uma aprendizagem prazerosa e eficaz (Bock, et al, 1999)

Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições. Em primeiro lugar, o
aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o conteúdo
arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica, Em segundo, o conteúdo escolar a
ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e
psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e
o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma
filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para si próprio.

Fonte: Ausubel (2003)

Em resumo, o que é sugerido é a participação activa do sujeito, sua actividade auto-estruturante,


o que supõe a participação pessoal do aluno na aquisição de conhecimentos, de maneira que eles
não sejam uma repetição ou cópia dos formulados pelo professor ou pelo livro-texto, mas uma
reelaboração pessoal.

2.6.Aprendizagem significativa por descoberta

A aprendizagem por descoberta apresenta-se ao aprendiz de forma mais ou menos final e com
recurso expositivo e o conteúdo principal daquilo que o mesmo deve aprender. O aluno que

9
aprende deve reorganizar um conjunto de informações e integrá-las ao conhecimento que já
possui para resolver problemas. (Bock, et al, 1999)

Ausubel mostra que tanto a aprendizagem por recepção como por descoberta pode desenvolver-
se de modo significativo ou repetitivo (mecânico). Para ser significativo, o conteúdo deve
relacionar-se a conhecimentos prévios do aluno, exigindo deste uma atitude favorável capaz de
atribuir significado próprio aos conteúdos que assimila, e do professor, uma tarefa mobilizadora
para que tal aprendizagem ocorra.

Por outro lado, é repetitiva quando o aluno não consegue estabelecer relações do conteúdo novo
com anteriores porque carece dos conhecimentos necessários para que tais conteúdos se tornem
significativos ou não está mobilizado para uma aprendizagem ativa.

O aprendizado é um processo complexo; não acontece de forma linear, por acréscimo, como se
bastasse somar alguns novos elementos ao que sabíamos antes.

Na aprendizagem por recepção, o conteúdo total do que está por aprender apresenta-se ao
aprendiz em forma acabada. A tarefa de aprendizagem não envolve qualquer descoberta
independente por parte do mesmo. Ao aprendiz apenas se exige que interiorize o material que lhe
é apresentado de forma a ficar disponível numa data futura, não permite ao aluno a liberdade de
se expor e mostrar o que já sabe. (Bock, et al, 1999)

Assim, a primeira fase da aprendizagem pela descoberta envolve um processo bastante diferente
do da aprendizagem por recepção. O aprendiz deve organizar uma determinada quantidade de
informações, integrá-las na estrutura cognitiva existente e reorganizar ou transformar a
combinação integrada, de forma a criar um produto final desejado ou a descobrir uma relação
meios-fim ausente.

2.7.O papel do professor no processo ensino aprendizagem

O aprendizado se faz presente desde o nascimento do ser até sua vida adulta, ao interagir com as
situações o desenvolvimento é construído e as descobertas surgem a cada processo. As
dificuldades vão surgindo e as soluções começam a serem elaboradas.

10
Nesse processo o professor se tornando um facilitador com técnicas de mediação em sala de aula
desenvolve um papel de suma importância na formação dos alunos. Os questionamentos, as
propostas elaboradas e as soluções apresentadas em sala devem fazer parte do processo de
mediação, neste contexto Pozo (1998) diz que:

A experiência nos ensinou que o ritmo das nossas aprendizagens cresce em


quantidade e em qualidade quando vem marcado por bons e experientes
professores mediadores. A vida é uma sucessão constante de mudanças que
superamos com a ajuda dos demais. A mediação tem o objetivo de construir
habilidades no sujeito, a fim de promover sua plena autonomia. A mediação parte
de um princípio antropológico positivo e é a crença da potencialização e da
perfectibilidade de todo ser humano. A genética não deu a última palavra. A
força da mediação lança por terra todos os determinismos no campo do
desenvolvimento do ser humano.

Assim, devemos entender a mediação como uma posição humanizadora, positiva, construtiva e
potencializadora no complexo mundo da relação educativa. Na base desse construto dinâmico
encontra-se o conceito de “desenvolvimento potencial” de Vygotski. (Stenberg, 2000, p.74)

Com isso percebe-se que o papel do professor facilitador e mediador é crucial entre o
aprendizado e a vivência de cada aluno, e a cada etapa concluída o aprimoramento se torna
contínuo, onde a construção de habilidades e competências se faz necessária a cada processo
realizado.

A formação do professor não basta estar baseada em uma formação tradicional, mas sim através
da necessidade de analisar práticas pedagógicas onde perpetuem uma formação de professores
que além de conceber a formação docente, forme um profissional com o perfil técnico e
especialista no que faz, e capaz de agregar seus conhecimentos com a realidade.

É importante despertar o perfil do professor investigador, um profissional que tenha uma postura
interrogativa, e que no decorrer de sua trajetória questione sua própria atuação docente, e muitas
vezes se colocando no lugar no outro, com o seguinte questionamento: “Será que estou sendo
claro e objetivo?”

11
Nos dias atuais é de suma importância aplicar estratégias motivacionais para que os docentes
saiam da sala de aula preparados e motivados para essa nova realidade imposta pela
globalização.

Sentir prazer nas atividades realizadas no dia a dia é uma tendência natural em qualquer pessoa,
ninguém gosta de fazer nada de que não lhe proporcione prazer, principalmente a juventude que
ainda não desenvolveu a noção de aplicabilidade do conhecimento no seu cotidiano.

Segundo Lemos (2012, p.31), “A educação não pode mais ser baseada no fazer que leve ao
compreender”. Para tal, exige-se uma preparação e um planejamento minucioso por parte dos
docentes e da equipe pedagógica, onde é importante a reflexão de como transferir o
conhecimento de forma clara e objetiva, despertando assim o interesse e a motivação no querer
aprender, neste momento inicia-se o processo e o trabalho de mediação.

A motivação é a mola propulsora no processo ensino aprendizagem, pois quando o aluno entende
o que está sendo transferido e a forma que está ocorrendo, o processo de mediação começa a ser
aplicado de forma eficaz e objetiva.

2.8.Os tipos de aprendizagem

Existem três tipos de aprendizagem, dos três tipos de aprendizagem existentes a mais adequada
para justificar o comportamento é a aprendizagem por observação e imitação é a mais adequada,
porque muitas das coisas que nos aprendemos foi por vermos a alguém, como por exemplo
quando aprendemos a escrever ou a falar.

 Condicionamento clássico

O investigador foi Ivan Pavlov (1849-1936) que efectuo experiências com cães, essas
experiências são o exemplo desta forma de aprendizagem. Pavlov observou que os cães
salivavam quando as glândulas salivares se punham em contacto com a carne, o que classificou
de reacção incondicionada. Depois os cães passaram também a salivar apenas por verem a carne.

 Condicionamento operante

12
O condicionamento operante é o processo de aprendizagem do comportamento que implica
acções deliberadas. Foi no entanto Skinner que desenvolveu o conceito. O condicionamento
operante descreve a correspondência entre o comportamento e as consequências. Uma resposta
operante origina-se sem a presença de um estímulo incondicionado, ou seja é um comportamento
voluntário. Será então um processo através do qual aprendemos a dar respostas de forma a evitar
algo desagradável. Mas consequentemente a frequência das respostas depende das suas
consequências.

 Condicionamento social

A aprendizagem por observação foi estudada por Albert Bandura (1925-1998), que desenvolveu
várias experiências para fundamentar a sua teoria.

Segundo Bandura, a aprendizagem social ocorre pela observação dos comportamentos daqueles
com quem convivemos (pais, amigos, professores). Bandura designa por modelação ou
modelagem o processo de aprendizagem social feito com base na observação e imitação sociais.

É observando e imitando que as crianças aprendem a falar e a brincar, como por exemplo às
casinhas ou aos polícias e ladrões. O adolescente aprende com os outros a gostar da roupa que
quer comprar e ganha hábitos de fumar ou ir à discoteca. Também o adulto imita os outros nas
roupas que escolhe, na preferência por determinadas marcas de automóvel, no tipo de férias que
escolhe e na forma como educa os filhos.

13
Tabela 1: Síntese de tipos de conhecimento

Fonte: Stenberg (2000)

2.9.Condições para a Aprendizagem Significativa

A Teoria da Aprendizagem Significativa foi proposta por Ausubel (1918-2008) em 1963, na obra
The Psychology of Meaningful Verbal Learning. De acordo com Marco Antônio Moreira, a
aprendizagem significativa ocorre quando ideias expressas simbolicamente interagem de maneira
substantiva e não arbitrária com aquilo que o aprendente já sabe. O autor esclarece que
substantiva significa não literal e que não arbitrária indica um conhecimento relevante já
existente na estrutura cognitiva do sujeito que aprende, denominado por Ausubel, como
subsunçor ou ideia-âncora.

E por que essa aprendizagem é significativa? Porque é esse conhecimento específico, existente
na estrutura de conhecimentos do sujeito, que permite dar significado a um novo conhecimento,
seja de forma mediada, seja pela própria inferência do sujeito. De acordo com Moreira:

É importante reiterar que a aprendizagem significativa se caracteriza pela


interação entre conhecimentos prévios e conhecimentos novos, e que essa
interação é não literal e não arbitrária. Nesse processo, os novos conhecimentos

14
adquirem significado para o sujeito e os conhecimentos prévios adquirem novos
significados ou maior estabilidade cognitiva. (Moreira, 2012, p. 2)

Todavia, é importante ressaltar que aprendizagem significativa não quer dizer aprendizagem
condizente com o conhecimento formal, validado. Para Ausubel, quando alguém atribui
significados a um conhecimento a partir da interação com seus conhecimentos prévios,
estabelece a aprendizagem significativa, independentemente de esses significados serem aceitos
no contexto do sujeito.

Logo, o fato de o conhecimento prévio ser a variável fundamental para a aprendizagem


significativa, tal qual concebida por Ausubel, não garante que seja uma variável facilitadora para
a aquisição do conhecimento escolar. Pelo contrário, pode até ser uma variável bloqueadora, caso
os significados dos conhecimentos prévios sejam ancorados em conhecimentos e concepções
derivadas, por exemplo, do senso comum. A partir da análise da estrutura cognitiva, Ausubel
estabeleceu as seguintes condições para a ocorrência da aprendizagem significativa:

a) O material de aprendizagem deve ser potencialmente significativo;


b) O aprendiz deve ter predisposição para aprender.

O material de aprendizagem é potencialmente significativo, pois a atribuição de significado cabe


ao sujeito, logo, não há aula, estratégia ou livro significativo. O material potencialmente
significativo é aquele capaz de dialogar, de maneira apropriada e relevante, com o conhecimento
prévio do estudante.

Dessa maneira, o material e a mediação são fundamentais, visto que o estudante pode não ter
conhecimentos prévios adequados para atribuir os significados aceitos no contexto do
componente. Por um lado, essa condição reforça a necessidade da predisposição para aprender,
que, como esclarece Moreira em sua obra, não é uma simples questão de motivação ou
identificação com o componente, mas uma predisposição para relacionar-se com novos
conhecimentos atribuindo significados. Por outro lado, essa condição convida o docente a
acolher as ideias prévias dos estudantes, ainda que sejam insatisfatórias, para, a partir delas,
construir situações de aprendizagem capazes de promover a atribuição de significados aos temas
tratados.

15
3. Conclusão

Podemos concluir assim que, há diversas possibilidades de aprendizagem, ou seja, há diversos


factores que nos levam a apresentar um comportamento que anteriormente não apresentávamos,
como o crescimento físico, descobertas, tentativas e erros, ensino etc.

Encontramos um número bastante grande de teorias da aprendizagem. Essas teorias poderiam ser
genericamente reunidas em duas categorias: as teorias do condicionamento e as teorias
cognitivistas.

Verificou-se ainda que o condicionamento clássico inclui uma resposta já estabelecida através de
outro estímulo anterior, o operante não necessita de nenhuma resposta dada anteriormente. No
condicionamento clássico o resultado não depende das acções do sujeito, no operante certamente
irá depender. Enquanto o condicionamento clássico influi na mudança de opiniões, definindo
gostos e objectivos, o condicionamento operante influi nas mudanças de comportamento perante
um objectivo.

Em suma, entre as várias ciências está a psicologia da educação e da aprendizagem, que vem
auxiliar no estudo da pedagogia e no seu efeito sobre os alunos como seres humanos. Assim, tem
por objectivo fazer com que alcancem experiências de ensino-aprendizagem duradouras

16
Referências bibliográficas

Ausubel, D. P. (2003). Aquisição e retenção de conhecimentos. Lisboa: Plátano Edições


Técnicas.

Gil, A.C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo. Atlas.

Lemos, E. S. (2012). Enseñanza e el Hacer Docente: Reflexiones a la Luz de la Teoria del


Aprendizaje Significativo. Aprendizagem Significativa em Revista, 23-41.

Minayo, M. C. S. (2007). O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São


Paulo:HUCITEC.

Moreira, M. A. (1983). Uma abordagem cognitivista ao ensino da Física. Porto Alegre: Editora
da Universidade.

Moreira, M. A. (2012). Teorias de Aprendizagem. São Paulo: Editora Pedagógica e


Universitária.

Pozo, J.I. (1998). Teorias Cognitivas da aprendizagem. 3. ed. Porto Alegre: Artmed.

Stenberg, Robert J. (2000). Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed.

17

Você também pode gostar