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Concurso Público 1/2019.

Bela Vista de Goiás.


Professor - Pedagogo
Baseado no Edital Nº 01/19
APRESENTAÇÃO

PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA AUXILIAR NA SUA


APROVAÇÃO.

Temos um único propósito: mudar a vida das pessoas.


Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público.
Esse material é elaborado de acordo com o Edital 1/2019. Assim a matéria é organizada
de forma que otimize o tempo do candidato. Afinal corremos contra o tempo, por isso a
preparação é muito importante.
Obrigado e bons estudos!
SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Compreensão e interpretação de textos literários e não literários/ significado contextual de palavras e expressões. 83
Níveis de linguagem. .......................................................................................................................................................... 07
Figuras de linguagem. ........................................................................................................................................................ 74
Princípios de coesão e coerência textuais. ........................................................................................................................ 86
Tipos de discurso. ............................................................................................................................................................... 07
Funções da linguagem. ...................................................................................................................................................... 74
Estrutura e formação de palavras. ..................................................................................................................................... 04
Pontuação. .......................................................................................................................................................................... 50
Regência verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 58
Concordância verbal e nominal. ........................................................................................................................................ 52
Colocação pronominal. ...................................................................................................................................................... 07
Uso de crase. ....................................................................................................................................................................... 71
Análise Sintática: Introdução à sintaxe. ............................................................................................................................. 63
Termos integrantes e acessórios da oração. ..................................................................................................................... 63
Classificação das orações coordenadas e subordinadas. ................................................................................................. 63

Matemática
Números naturais e operações. ......................................................................................................................................... 01
Frações. ............................................................................................................................................................................... 01
Números decimais. ............................................................................................................................................................. 01
Expressão numérica e algébrica. ........................................................................................................................................ 01
Conjuntos. ........................................................................................................................................................................... 01
Equações do 1º e 2º graus. ................................................................................................................................................ 23
Razões e proporções .......................................................................................................................................................... 11
Regra de três simples e composta. .................................................................................................................................... 15
Porcentagem. Juros simples e compostos. ....................................................................................................................... 74
Probabilidade. ..................................................................................................................................................................... 77
Estatística básica. ................................................................................................................................................................ 41
Medidas de Comprimento e Superfície. ............................................................................................................................ 19
Medidas de volume e Capacidade. .................................................................................................................................... 19
Medida de Massa................................................................................................................................................................ 19
Raciocínio Lógico ................................................................................................................................................................ 01
Noções de Informática

Microsoft Windows XP/2000 ou superior: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área detrabalho, área de
transferência, manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto
de aplicativos Microsoft Office ...........................................................................................................................................01
Navegação Internet, conceitos de URL, links, sites, impressão de páginas ..................................................................... 72
Uso de correio eletrônico. .................................................................................................................................................. 70
Microsoft Word 2003 ou superior. Estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos,
parágrafos, fontes, colunas, marcadores simbólicos e numéricos, e tabelas, impressão, ortografia e gramática,
controle de quebras, numeração de páginas, legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de
texto. .................................................................................................................................................................................... 12
Microsoft Excel 2003 ou superior. Estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e
gráficos, elaboração de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos,
campos predefinidos, controle de quebras, numeração de páginas, obtenção de dados externos,
classificação............................................................................................................................................................. ..............31

Conhecimentos Específicos
Ética e Educação. Aprendizagem – Processo e Fatores que interferem e aplicação das Teorias Psicológicas à
Educação........................................................................................................... ........................................................................................01
A Compreensão da Educação como Processo Social. ........................................................................................................03
A LDB: Princípios e Fins da Educação; Níveis e Modalidades de Ensino ...........................................................................05
Planejamento de Ensino ......................................................................................................................................................42
Componentes do Plano Didático ........................................................................................................................................42
O Projeto Pedagógico da Escola: Concepção, Características, Processos .........................................................................43
Currículo e Matriz Curricular: Teorias do Currículo. Fundamentos Condicionantes e Metodologia do Planejamento
Curricular................................................................................................................................................................................47
Gestão Escolar: Gestão Democrática da Escola. Eficiência e Eficácia Escolar. ...................................................................60
Clima de Trabalho na Escola ...............................................................................................................................................62
Organização. Assistência à Educação / Coordenação / Controle. Avaliação ....................................................................69
A Dinâmica da Escola...........................................................................................................................................................71
Projeto Pedagógico .............................................................................................................................................................71
Estrutura Funcional. Currículo .............................................................................................................................................71
A Função e a Prática do Gestor na organização e articulação do Trabalho Pedagógico .................................................82
Práticas Pedagógicas Integradas no cotidiano Escolar ......................................................................................................83
Tempos e Espaços Escolar: Os Aspectos legais para o seu funcionamento .....................................................................96
O Regimento Escolar sua importância, elaboração e aplicabilidade .................................................................................97
Conhecimentos pedagógicos ..............................................................................................................................................98
O processo de construção do conhecimento científico pela criança. ...............................................................................98
Concepções Pedagógicas ....................................................................................................................................................98
Teorias Educacionais ............................................................................................................................................................99
Projetos Pedagógicos ....................................................................................................................................................... 100
Currículo e Avaliação. Didática Geral e Prática de Ensino ............................................................................................... 100
O Lúdico como Instrumento de Aprendizagem. ............................................................................................................. 100
O Jogo e o Brincar ............................................................................................................................................................ 101
Prática Educativa. .............................................................................................................................................................. 104
Parâmetros Curriculares Nacionais .................................................................................................................................. 105
Projetos Interdisciplinares ................................................................................................................................................ 131
Temas transversais ............................................................................................................................................................ 132
Diretrizes e bases da educação na nova LDB .................................................................................................................. 132
Ambiente Educacional e Familiar, .................................................................................................................................... 132
Participação dos Pais ........................................................................................................................................................ 133
História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena ................................................................................................................... 133
Legislação Educacional ..................................................................................................................................................... 137
História da Educação ........................................................................................................................................................ 153
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente .................................................................................................................. 154
LÍNGUA PORTUGUESA

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os
sons da lín-gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação.
Cuida, também, de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de
pronunciar certas palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala.
Particularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de
esta-belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a
distinção entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
o fonema /sê/: texto
o fonema /zê/: exibir
o fonema /che/: enxame
o grupo de sons /ks/: táxi
O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.

Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: tóxico


1234567 123456

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: galho


1234 12345

As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta.
Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema;
dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.

Hoje = fonemas:
ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só
sílaba. Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral,
Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, quão - Tri-tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Abertas: pé, lata, pó a sequência de duas vogais numa mesma palavra
Fechadas: mês, luta, amor que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das mais de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da),
pa-lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). poesia (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
uma só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes Existem basicamente dois tipos:
fonemas são chamados de semivogais. A diferença 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
fundamental en-tre vogais e semivogais está no fato de e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
que estas não de-sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é Há ainda grupos consonantais que surgem no início
tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
saudade, história, série. psi-có-lo-go.

Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
expi-rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
pela ca-vidade bucal, fazendo com que as consoantes quatro letras.
sejam verda-deiros “ruídos”, incapazes de atuar como
núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse Há, no entanto, fonemas que são representados, na
fato, pois, em portu-guês, sempre consoam (“soam com”) es-crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e
as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. cinco letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois
triton-go e o hiato. tipos: consonantais e vocálicos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u”
repre-senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos.
Também não há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/
nós pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ -
não pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são
exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de
cantor. vista de sua estrutura significativa. Para isso, nós as
trabalho. dividimos em seus menores elementos (partes)
professor. possuidores de sen-tido. A palavra inexplicável, por
exemplo, é constituída por três elementos significativos:
1-)
prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo RESPOSTA:
“A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
itens destacados possuem o mesmo fonema consonantal tem possibilidade de ser explicado, que não é possível
em to-das as palavras da sequência. tornar claro”.
Externo – precisa – som – usuário.
Gente – segurança – adjunto – Japão. MORFEMAS = são as menores unidades significativas
Chefe – caixas – deixo – exatamente. que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
representado pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/
mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez. O
Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente
conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/
mesmo radical denomina-se família de palavras.
cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE
xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
fenôme-no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões
das palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- pala-vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
grafo desi-nências nominais e desinências verbais.
cartola = não há dígrafo
problema = não há dígrafo Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos
guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-tuma
água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/ menina.
nascimento = dígrafo: sc Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –
RESPOSTA: “E”. s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema,
que indica o singular: garoto/garotos; garota/ garotas;
menino/meninos; menina/meninas. No caso dos nomes
terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-me a
forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desinências verbais: em nossa língua, as Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
desinências que indicam o modo e o tempo (desinências
modo-tem-porais) e outras que indicam o número e a Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
pessoa dos ver-bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência azeite, cavalo.
mo-do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
indicati-vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
a primei-ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência
mo-do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do Processos de Formação de Palavras
subjunti-vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a
segunda pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-ção
de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação, a
Vogal temática composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge
Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical às
desinências, é chamado de vogal temática. Sua função o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao
vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de-
vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base, Prefixo radical prefixo radical
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
Feliz mente leal dade
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) Radical sufixo radical sufixo
não apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de parassíntese formam-se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
-e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na
formação de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
“porquê” deriva da conjunção porque) Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
do verbo olhar). Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
de outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- for-mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) sufixação
Composição prefixação
parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição : ocorre quando os elementos que for-
prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja,
prefixação).
justapos-tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa,
segunda-feira, girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
– AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO –
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
IBFC/2014) O vocábulo “entristecido”, presente na terceira
alta), vinagre (vinho + acre).
estrofe, é um exemplo de:
palavra composta
Outros processos de formação de palavras:
palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
per-mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o
(pneu-mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). sufixo “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do
processo de formação de palavras chamado de:
* Observação: prefixação e sufixa-ção. Para o exercício, basta “derivada”!
Abreviatura: é a redução na grafia de certas
palavras, limitando-as quase sempre à letra inicial ou às RESPOSTA: “C”.
letras ini-ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas
impuras), que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas
puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras
(siglas impu-ras).
Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

6
LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, de madeira lígneo
con-cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
de criança pueril Observe alguns deles:

de dedo digital Estados e cidades brasileiras:


de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substan-tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


As formas menor e pior são comparativos de supe-
aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja fei-tas entre duas qualidades de um mesmo elemento,
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto deve-se usar as formas analíticas mais bom, mais
ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, mau,mais grande e mais pequeno. Por exemplo:
originalmente, um substantivo, porém, se estiver Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
qualificando um elemen-to, funcionará como adjetivo. ele-mentos.
Caso se ligue a outra pala-vra por hífen, formará um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o
duas qualidades de um mesmo elemento.
adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja:
Camisas rosa-claro.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
Observação:
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- ele-vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, relativo e apresenta as seguintes modalidades:
vestidos cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. Apre-senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
Grau do Adjetivo palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
inten-sidade da qualidade do ser. São dois os graus do exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
adjetivo: o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo

Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri- benéfico - beneficentíssimo


buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de comum - comuníssimo
igual-dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
“mais...do que” ou “mais...que”. todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de
todas.
Supe-rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
alto/superior, grande/maior, baixo/inferior. an-tepostos ao adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O superlativo absoluto sintético se apresenta sob de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, - 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi-nados Grau Superlativo
em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto) A
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


Compare estes exemplos: bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem. aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o
distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
sen-tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de
querda, ao lado, em volta.
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
próprio advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer
momen-to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
acrescen-tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
modo que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente,
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- gran-demente, bem (quando aplicado a propriedades
nato fala tão alto quanto João. graduá-veis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, Locução Adverbial


somen-te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo:
Brando, o vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. função de advérbio, temos a locução adverbial, que pode
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a expres-sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam
adolescência. ordinaria-mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos dentro, por aqui, etc.
meus amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe- tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
se ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: hoje em dia, nunca mais, etc.
Ficarei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o
menos tarde possível. * Observações:
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
aluno respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio Quanto a sua função sintática: o advérbio e a
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, locução adverbial desempenham na oração a função de
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para circunstân-cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: ao advérbio. Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso.
(estudei muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Paulo: Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam bela Roma.
muito.
antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para Vossa Senhoria sairá agora? Exceção:
indicar seres de modo vago, impreciso: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas? Este
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: é o candidato cuja nota foi a mais alta.

Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD,
2000.SACCO-NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Quando indicado no singular, o artigo definido pode Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
O trabalho dignifica o homem. Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das Além da preposição, há outra palavra também invariá-
irmãs. O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a
con-junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas
No caso de os nomes próprios personativos estarem palavras de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso muito. Morfossintaxe da Conjunção
dele (o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no
segundo caso, cada um dos elementos ligados pela
O artigo também é usado para substantivar palavras conjunção de-pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
conhecidas: O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa –
“mas”. Já em:

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois grantes e adverbiais:
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
prin-cipal): Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce a Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja, as
função de objeto direto do verbo da oração principal). orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo e exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-do
com a circunstância que expressam, classificam-se em: a)
independente ou termos da oração que têm a mesma
Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência
função gramatical. Subdividem-se em:
da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no
Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como,
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir
sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que,
Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- se bem que, mesmo que, por mais que, posto que,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: conquanto, etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan-do elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, Não sei se farei o concurso...
por isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
não ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas:
Não demore, que o filme já vai começar. confor-me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Finais: introduzem uma oração que expressa a


Conjunções Subordinativas
fina-lidade ou o objetivo com que se realiza a oração
principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (=
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
para que), que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha Proporcionais: introduzem uma oração que
começado quando ela chegou. expres-sa um fato relacionado proporcionalmente à
O baile já tinha começado: oração principal ocorrência do expresso na principal. São elas: à medida
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, à proporção que, ao passo que e as combinações
ela chegou: oração subordinada quanto mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto
menos... (mais), quanto menos... (menos), etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos Fontes de pesquisa:


escas-seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
Observação: são incorretas as locuções proporcio-nais SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
à medida em que, na medida que e na medida em que. Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto
Temporais: introduzem uma oração que Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso Paulo: Saraiva, 2010.
na oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
Comparativas: introduzem uma oração que expres-sa ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
ideia de comparação com referência à oração principal. São guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, tanto
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que
rente de uma situação particular, um momento ou um
nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
con-texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo =
Consecutivas: introduzem uma oração que interjeição Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
expressa a consequência da principal. São elas: de sorte hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de ção
jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal
uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do maneira como elas são proferidas. O tom da fala é que
exame. dita o senti-do que a expressão vai adquirir em cada
contexto em que for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação Psiu!
úni-ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
acor-do com o sentido que apresentam no contexto significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
(grifo da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um texto Psiu!


garante a perfeita estruturação de suas frases e pa-rágrafos, contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
bem como a compreensão eficaz de seu conteú-do. nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios e puxa: interjeição; tom da fala: euforia
numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se pode
chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con-junto das Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
relações que garantem a coesão do enunciado. O sucesso puxa: interjeição; tom da fala: decepção
desse conjunto de relações depende do conhe-cimento do
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
valor relacional das conjunções, uma vez que estas interferem
Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo
semanticamente no enunciado.
alegria, tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às
Ah, deve ser muito interessante!
con-junções tanto na leitura como na produção de textos.
Nos textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à Sintetizar uma frase apelativa.
expres-são de circunstâncias fundamentais à condução da
Cuidado! Saia da minha frente.
história, como as noções de tempo, finalidade, causa e
consequên-cia. Nos textos dissertativos, evidenciam As interjeições podem ser formadas por:
muitas vezes a li-nha expositiva ou argumentativa simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
adotada - é o caso das exposições e argumentações palavras: Oba! Olá! Claro!
construídas por meio de con-trastes e oposições, que grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
implicam o uso das adversativas e concessivas. Deus! Ora bolas!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem.
Comumente, as interjeições expressam sentido de: Por exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá-quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo e
Essa não! Chega! Basta! não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo
Deus! Bilac) Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa! numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau nada sequência.
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
que os números indicam em relação aos seres. Assim,
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
quando a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3,
se trata de um processo natural desta classe de palavra,
etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos.
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom
exclama-tivo torna-se uma locução interjetiva, - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dispensando análise dos termos que a compõem: da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
Macacos me mordam!, Valha-me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
As interjeições são como frases resumidas, Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
sintéticas. Por exemplo: ou alguma coisa ocupa numa determinada sequência:
Ué! (= Eu não esperava por essa!) primei-ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- par-tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o
numeral venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
duzentos/du-zentas em diante: trezentos/trezentas; D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
quatrocentos/quatro-centas, etc. Cardinais como milhão,
bilhão, trilhão, variam em número: milhões, bilhões, Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
trilhões. Os demais cardinais são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
esforço e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
tri-plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto:
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia.
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. O arti-go só é dispensado caso haja um pronome
comum na linguagem coloquial a indicação de grau demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a
Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
Objeto indireto = de duas
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem Núcleo do objeto indireto = duas
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São nino.
Paulo: Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
em relação ao primeiro. As preposições são muito
importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
coesão textual e possuem valores semânticos lugar e/ou a função de um substantivo.
indispensáveis para a com-preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
Preposições essenciais: palavras que atuam
Destino = Irei a Salvador.
exclusi-vamente como preposições: a, ante, perante, após,
Modo = Saiu aos prantos.
até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob,
Lugar = Sempre a seu lado.
sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, Instrumento = Escreveu a lápis. Posse
ex-ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto. = Vi as roupas da mamãe. Autoria =
livro de Machado de Assis Companhia
Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va- = Estarei com ele amanhã. Matéria =
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra copo de cristal. Meio = passeio de
é uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao barco.
lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo Origem = Nós somos do Nordeste.
de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto Conteúdo = frascos de perfume.
de, por causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
Essa concordância não é característica da
preposição, mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
outra palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
Contração: união de uma preposição com outra Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
pa-lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
de + o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = Pronome
da-quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
termos (homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
significação dentro de um contexto, o qual nos permite Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
recuperar a referên-cia exata daquilo que está sendo gurado:
colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação.
Com exceção dos pro-nomes interrogativos e indefinidos, 1.ª pessoa do singular: eu
os demais pronomes têm por função principal apontar 2.ª pessoa do singular: tu
3.ª pessoa do singular: ele, ela
para as pessoas do dis-curso ou a elas se relacionar,
1.ª pessoa do plural: nós
indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em
2.ª pessoa do plural: vós
virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma
3.ª pessoa do plural: eles, elas
forma específica para cada pessoa do discurso.
Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
Observação: frequentemente observamos a
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras omissão do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- dá porque as próprias formas verbais marcam, através de
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência suas desi-nências, as pessoas do verbo indicadas pelo
através do pronome seja coerente em termos de gênero e pronome reto: Fizemos boa viagem. (Nós)
número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
nos-sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
concordância adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
dica a função diversa que eles desempenham na oração:
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” =
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome
concor-dância inadequada] oblíquo marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
com a acentuação tônica que possuem, podendo ser
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
átonos ou tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala são precedidos de preposição. Possuem acentuação
ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os tônica fraca: Ele me deu um presente.
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a Tabela dos pronomes oblíquos átonos
quem se di-rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer 1.ª pessoa do singular (eu): me
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala. 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. 2.ª pessoa do plural (vós): vos
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre


O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se prono-mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en-tre o caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso
pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por da língua formal, os pronomes costumam ser usados
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome “lhe” desta forma:
exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
objetos diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente Não vá sem mim.
como objetos diretos.
Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- introdu-zir uma oração cujo verbo está no infinitivo.
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, Nesses casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu
Trouxeste o pacote? experimentar. Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela
vocês? Não, no-la contaram. questão!” está correta, já que “para mim” é complemento
de “fácil”. A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes-
fácil para mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo fazeis
+ o = fazei-lo dizer
A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: Ela
+ a = dizê-la
veio até mim, mas nada falou.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: de) inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por
tem + as = tem-nas “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e notícias.
com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a Ele disse que iria com nós três.
função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação
tônica forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco ação expressa pelo verbo.
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas 1.ª pessoa do singular (eu): me,
mim. Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As 2.ª pessoa do singular (tu): te,
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. ti. Conhece a ti mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª,
Se-nhor Ministro, compareça a este encontro.
1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com
Vós vos beneficiastes com esta conquista. pro-priedade.

3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, - Os pronomes de tratamento representam uma for-ma
consigo. Eles se conheceram. indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes
possessi-vos e os pronomes oblíquos empregados em
Olhamo-nos calados.
relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes- nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
soa. Alguns exemplos: do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e
religio-sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
de coronel, senadores, deputados, embaixadores,
profes-sores de curso superior, ministros de Estado e de Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
Tribunais, governadores, secretários de Estado, presidente seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
da Repú-blica (sempre por extenso)
ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários Pronomes Possessivos
de igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a se- NÚMERO PESSOA PRONOME


nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no singular segunda teu(s), tua(s)
tra-tamento familiar. Você e vocês são largamente
empregados no português do Brasil; em algumas regiões, singular terceira seu(s), sua(s)
a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco plural primeira nosso(s), nossa(s)
empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem plural segunda vosso(s), vossa(s)
litúrgica, ultraformal ou literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

21
LÍNGUA PORTUGUESA

Note que: A forma do possessivo depende da *Em relação ao tempo:


pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
concordam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e relação à pessoa que fala:
sua contribui-ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a
pes-soa que fala:
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como: remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se
anos. fala-rá ou escreverá):
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
Este e aquele são empregados quando se quer fa-
anotações.
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
Em algumas construções, os pronomes pessoais
por último:
oblí-quos átonos assumem valor de possessivo: Vou
seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São
Paulo; este está mais bem colocado que aquele. (= este
O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- [São Paulo], aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São
Paulo; aquele está mais bem colocado que este. (= este
Pronomes Demonstrativos [São Paulo], aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis
palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação ou invariáveis, observe:
pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
aque-la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu. puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. Não
ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) Essa
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está gênero quando têm caráter reforçativo:
dis-tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
quem se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é Elas mesmas fizeram isso.
nosso. Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

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LÍNGUA PORTUGUESA

semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita,
Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer *,
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- alguns, ne-nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa outros, quantos, algumas, nenhumas, todas, muitas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em poucas, várias, tantas, outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, plu-ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
naquilo) Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade
inteira) Toda cidade está enfeitada. (= todas as
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, cidades) Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
Trabalho todo dia. (= todos os dias)
quan-tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém - São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada
plantadas. um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
lu-gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na
ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano,
sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
nada, nin-guém, outrem, quem, tudo.
sentido negativo; todo/tudo , que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
Quem avisa amigo é.
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às
afirmações de que fazem parte:
Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: resultado prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. enfática, que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é
Alguns se contentam pouco. nu-meral)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o


seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-quente
São aqueles que representam nomes já mencionados (o ser possuído, com o qual concorda em gênero e número);
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equivale a do
as orações subordinadas adjetivas. qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre
outros = oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima:
ações das pessoas. É como se lêssemos “de trás para
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e frente”. Ou-tro exemplo:
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
prono-me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações)
Observe: e tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem


O pronome “que” é o relativo de mais largo sem-pre precedido de preposição.
emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode É um professor a quem muito devemos.
ser subs-tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, (preposição)
quando seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que pa-lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual semana passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de quando (= em que) – desde que tenha como antece-
minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) Os pronomes relativos permitem reunir duas
orações numa só frase.
O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas porte.
deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas Morfossintaxe do substantivo


di-retas ou indiretas. Assim como os pronomes
indefinidos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
(e variações), quanto (e variações).
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou
Sobre os pronomes: como núcleo do vocativo. Também encontramos
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de
O pronome pessoal é do caso reto quando tem adjuntos ad-verbiais - quando essas funções são
função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso desempenhadas por grupos de palavras.
oblíquo quando desempenha função de complemento.
Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Próprios Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas
função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. ca-sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma
discurso. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, cidade (em oposição aos bairros).
aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você):
Maria não sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um
diferentemente dos segundos, que são sempre substantivo comum.
precedidos de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para Estamos voando para Barcelona.
mim o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
Fontes de pesquisa: es-pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. aquele que designa os seres de uma mesma espécie de
php forma par-ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser
Paulo: Saraiva, 2010.
que existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras Brasília.
variáveis, as quais denominam todos os seres que existem, Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e ma.
fenôme-nos, os substantivos também nomeiam:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que


enxoval roupas
dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas). insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de
quadrilha ladrões, bandidos
seres da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se faz
O substantivo chuva é formado por um único mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a cobra
elemento ou radical. É um substantivo simples. macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a
elemento. víti-ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
Existem certos substantivos que, variando de
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de gênero, variam em seu significado:
ne-nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz) o
subs-tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo) o
originou a partir da palavra limão. capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba) o
ou-tra palavra. lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão) o
Flexão dos substantivos praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho aluna.
Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito a 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram a
seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or: acrescenta-se -
estes títulos de filmes: a ao masculino = doutor – doutora troca-se -or
O velho e o mar por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-sul
- consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,


a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
Uniformes Epicenos:
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
forma para indicar o masculino e o feminino.
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando ma, o hematoma.
houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
palavras macho e fêmea. Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo Uma Londres imensa e triste.
mas-culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o
nem o artigo nem um possível adjetivo permitem
identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Havre. Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns:
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-ção
Marcela faleceu
de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-po), o
Comuns de Dois Gêneros: cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato de
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. Quem cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o coral
impossível saber apenas pelo título da notícia, uma (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração da
A distinção de gênero pode ser feita através da análise crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento da
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti-vo: confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o estepe
o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-tação), o
uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- guia (pessoa que guia outras), a guia (documento, pena
cês - repórter francesa grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), a
grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
A palavra personagem é usada indistintamente nos
cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros.
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
nuvens os personagens dos contos de carochinha. nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva a
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-ro),
aceitam a personagem. o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o


Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó singular, que indica um ser ou um grupo de seres, e o
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o característica do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu-ral formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-col
Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
– caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo =
duas maneiras: cava-lo-vapor e cavalos-vapor
Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como
Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. determi-nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou
o tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de bomba-re-lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). peixe-espa-da - peixes-espada.

Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam
inva-riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. Casos Especiais

Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de o louva-a-deus e os louva-a-deus


três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o Plural das Palavras Substantivadas


látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de O aluno errou na prova dos noves.
palavras que formam o composto e da relação que Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
estabelecem en-tre si. Aqueles que são grafados sem
hífen comportam-se como os substantivos simples: Observação: numerais substantivados terminados em
aguardente/aguardentes, gi-rassol/girassóis, “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
pontapé/pontapés, malmequer/malmeque-res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos
ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas
porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas
posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos pé(s) + Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de
zinhos = pezinhos pé(s) + zitos = carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho
Este jogador faz gols toda vez que joga.
considera-do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um
Certos substantivos formam o plural com mudança de
adje-tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
fonético chamado metafonia (plural metafônico).
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas
às de todos os verbos regulares da mesma conjugação.
Fontes de pesquisa: Por exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”,
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php
conju-gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar ver-bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
significa-do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal- ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
ava; fal-am. (radical fal-) Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações:
Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir). fonema permanece inalterado.
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: - Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo) gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e,
(sin-gular ou plural): nor-malmente, são usados na terceira pessoa do singular.
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- Os principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de Exis-tiam)
haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

São impessoais, ainda:


o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar,
cricrilar, miar, latir, piar).

Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso,


necessário): Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção


que. Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
em-pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

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LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

Importante:
estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa
das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

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LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

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LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

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LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mes-ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço
da ideia refle-xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos
pronomes): Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes
mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A
garota penteou-me.

* Observações:
Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro.
Existem três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
futebol. 2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o
resul-tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os
candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar
outro. Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Paulo: Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas,
correta e res-pectivamente, com:
Questões sobre Verbo faz … haver … têm
fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: fazem … haverem … têm
Houveram eleições em outros países este ano. faz … haverem … tem
Se eu vir você por aí, acabou.
Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
Esse homem possue muitos bens.
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos para
1-) Correções à frente: associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
Houveram eleições em outros países este ano = prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o termo
“os especialistas”) alertado os pais para que avaliem a
houve
necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado
Temos: faz, haver, têm.
Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos
Esse homem possue muitos bens = RESPOSTA: “A”.
possui RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo)
Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos
ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a
sujeito agente ação objeto (paciente)
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo)
A sequência correta, de cima para baixo,
é: A-) interveio - entretinham - abstiverem Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem C-) ação expressa pelo verbo:
intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem E-) O trabalho foi feito p o r
intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
“veio”, portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
ele não deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa
B. Como não há outro item com a mesma opção,
chegamos à res-posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
verbo com a noção de reciprocidade: subs-tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
ma-neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os tempo. Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou - Eu o acompanharei.
cercada de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- Saiba que:
ção das frases seguintes: com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) O
trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per- porque o sujeito não pode ser visto como agente,
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz paciente ou agente-paciente.
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
php
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
tivo)
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
segui-do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. que o instituto Endeavor trouxe;
trazida pelo instituto Endeavor;
Observação: o agente não costuma vir expresso na que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
consideravam. diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
considerem.
sentir - sensível / consentir – consensual.
considerarão.
considerariam.
e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
na ativa teremos UM: muitos o consideram o maior em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
marato-nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico -
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- assimé-trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
terei glosado plos: ficasse, falasse.
seria glosada
haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
será glosada
terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” Ju-çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
de-ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da
correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som S e não Z
devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma
língua são grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese,
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é metamor-fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- qui-seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

44
LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois traz
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar
gir. plu-ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
depois da letra “a”, desde que não seja radical 20km, 120km/h.
termina-do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. minutos e trinta e quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
tixa. Paulo: Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

45
LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti -
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

Em palavras compostas por justaposição que formam Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes:
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei-ra, antir-religioso, contrarregra, infrassom, microssistema,
conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, minissaia, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação,
-menina, erva-doce, feijão-verde. autoes-trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual,
autoes-cola, infraestrutura, etc.
Nos compostos com elementos além, aquém, re-cém
e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, ta, etc.
Angola-Brasil, etc.
Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento
Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex- seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar,
diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. predeterminado, pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre--
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. humano, super-realista, alto-mar.
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
abra-ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item das as frases abaixo,
em que todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura
sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item
posto policial. (= aproximadamente)
em que todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca.
autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
(re-lacione com infrator)
supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro
ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
contrarregra – autopista – semi-aberto. no carro. (de grande vulto, volumoso)
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
COPEVE/ UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como
sí-laba tônica. As demais, como são pronunciadas com
menos intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são
classifica-das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

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LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba
– médico – ônibus (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas


Antes Agora
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba
somente: são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre paranóico paranoico
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, Acento Diferencial
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
tâma-ra – Atlântico – pêsames – supôs . Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi
totalmen-te abolido das palavras. Há uma exceção: é Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios
tivo do mesmo verbo).
estrangeiros: mülle-riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”,
cais são definidos pelo contexto.
“e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s)
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
– ci-pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
se-guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há Quando, na frase, der para substituir o “por” por
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo,
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
portanto: “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
Faço isso por você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: Regra do Hiato:
i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
se-gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”,
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
quan-do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR


feiúra feiura FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 -
adaptada) Assi-nale a alternativa que contém duas
Sauípe Sauipe
palavras acentuadas conforme a mesma regra.
“Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
“Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido: “Índice” e “dólares”.
“Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra do
Repare: hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona RESPOSTA:
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à FEDERAL – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
“e” ou “i” não serão mais acentuadas:
portuguesa.
A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
averigúe (averiguar) averigue
si-tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III. B)
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa Apenas II e IV. C)
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo Apenas I, II e IV. D)
vir) Apenas II, III e IV. E)
I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. ver-bos (correta)
htm A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. terminada em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São um hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Paulo: Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um tarde e calor à noite.
texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa,
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente vivendo a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
pontuação Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. 2- Depois de interjeições ou
Exemplo: Estudei português, matemática, constitucional, vocativos Ai! Que susto!
etc. (e não “etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
(Napoleão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam Reticências (...)


pon-to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os
nú-meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei
lápis, canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito:
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- Deixa, depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de
mo-tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

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LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto
Usa-se a vírgula: Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a
ra, possui um trânsito caótico. pontuação está correta em:
o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir,
Observações: bi-fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-são C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse,
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. Ha-gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
pe-los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter
com-binados o ponto de interrogação e o de exclamação: 1-) Correções realizadas:
Você falou isso para ela?! Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-fes
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e seu
ração de siglas (IOF/UPC); complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-gar
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.
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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo o seu sujeito.
mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
separado entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A)No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B)Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode
C)Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas ficar no singular ou no plural.
per-plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D)A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E)As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em
peque-na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas destaque aos elementos que formam esse conjunto.
per-plexas = não se separa sujeito do predicado.
A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Quando o sujeito é formado por expressão que in-
fun-damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-na perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação : quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- deve ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- ficar o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades. Alagoas
nero correspondem-se. impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a As Minas Gerais são inesquecíveis.
con-cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

52
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, substanti-vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
verbo pode concordar com o primeiro pronome (na o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que faça o
terceira pes-soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- con-dição).
vadoras.
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação : veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido Deu uma hora no relógio da sala. Deram
estiver no singular, o verbo ficará no singular. cinco horas no relógio da sala. Soam
Qual de nós é capaz? dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação : caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração
do prefeito. Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o Havia muitas garotas na festa.
nú-mero. Faz dois meses que não vejo meu
25% querem a mudança. pai. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a
Os 30% da produção de soja serão exportados. concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Fomos Sujeito
nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
vida. Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte
Não serão eles quem será aprovado. ma-neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece
sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece
Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- sobre a terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- decisão. Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no sentido muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: O professor com o aluno questionaram as regras.
em vez de concordar no plural com a totalidade do
sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
núcleo do su-jeito mais próximo. a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. Faltou O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para
coragem e competência. Compareceram todos
o próximo semestre.
os candidatos e o banca. Compareceu o banca
O professor com o aluno questionou as regras.
e todos os candidatos.
Observação : com o verbo no singular, não se pode
Quando ocorre ideia de reciprocidade, a falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
concordân-cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado”
Abraçaram-se vencedor e vencido. são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. A *Casos em que se usa o verbo no singular:
coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
segun-do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
Quando os núcleos do sujeito composto são Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
unidos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, Nordeste.
de acor-do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
Drummond ou Bandeira representam a essência da no-tícia.
poe-sia brasileira.
Quando os elementos de um sujeito composto são
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
feita com esse termo resumidor.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
“adi-ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada. Outros Casos
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há
duas de particular interesse para a concordância verbal:
Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos seguido de palavras ou expressões como pouco, muito, menos
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu
Construíram-se novos postos de saúde. vestido. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora ou verbo.
índice de indeterminação do sujeito, tente transformar a frase No meu setor, eu sou a única
para a voz passiva. Se a frase construída for “com-preensível”, mulher. Aqui os adultos somos nós.
estaremos diante de uma partícula apassivado-ra; se não, o
“se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de Ela não é eu.
inde-terminação do sujeito.
Agora: Vendem- Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- jovens. O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona o
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois O adjetivo concorda em gênero e número quando se
quilôme-tros. refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se a
O adjetivo concorda em gênero e número com o frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
pa-rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por
O adjetivo concorda com o substantivo mais dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
próximo ou com todos eles (assumindo a forma masculina cons-truções:
plural se houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. A artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
indústria oferece atendimento e localização perfeita. A espanhola e a portuguesa.
indústria oferece localização e atendimento perfeitos. A
indústria oferece atendimento e localização perfeitos. O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
ad-jetivo fica no singular ou plural. Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário
O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- atenção. No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

O adjetivo concorda com o substantivo, se este for Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de
O adjetivo concorda em gênero e número com os crianças. Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino
sin-gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Seguem anexas as documentações requeridas.
fun-ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a A menina agradeceu: - Muito obrigada.
que se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação : quando a palavra “só” equivale a


“somen-te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando,
portanto, invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
como advérbios. Concordam com o nome a que se E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
referem quan-do funcionam como adjetivos, pronomes TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
adjetivos, ou nu-merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Há estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) “Vossa Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito.
O pronome de tratamento é apenas a maneira de como
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, tratar a autoridade, não concordando com o gênero (o
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi pronome de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar,
candidata está um pouco nervosa”. a nova redação, de acordo com as regras sobre regência
ver-bal e concordância nominal prescritas pela norma-
Alerta - Menos
padrão, deveria ser
A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
B)Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
Os concurseiros estão sempre alerta. C)Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”,
Chave – elementos chave in-direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais
Monstro – construções monstro não gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. a substituição do segmento grifado pelo que está entre
php pa-rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto perma-necer no singular está em:
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São A)... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Paulo: Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa B)Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- C)No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
D)... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
E)Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


... disse (disseram) (os pesquisadores)
Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular Chegar, Ir
... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos o,
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem
regência, o que corresponde à diversidade de significados assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-bais
que estes verbos podem adquirir dependendo do terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas
contexto em que forem empregados. verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são,
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, quando complementos verbais, objetos indiretos.
con-tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
agra-do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência Amo aquele rapaz. / Amo-o.
ver-bal (e também nominal). As preposições são capazes Amo aquela moça. / Amo-a.
de modificar completamente o sentido daquilo que está Amam aquele rapaz. / Amam-no.
sen-do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. como adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje-to mor)
indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os Os verbos transitivos indiretos são complementados por
verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-gem
é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de uma preposição para o estabelecimento da relação de
diferentes formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes novos preços)
átonos lhe, lhes.
Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
prepo-sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
direitos iguais para todos. bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus
complemen-tos introduzidos pela preposição “a”: Observação: a mesma regência do verbo informar é
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela Comparar


pre-posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite
indicar “a quem” ou “ao que” se responde. as preposições “a” ou “com” para introduzir o
Respondi ao meu patrão. complemento indireto: Comparei seu comportamento ao
Respondemos às perguntas. (ou com o) de uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação : o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
indireto quando exprime aquilo a que se responde, na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
admite voz passiva analítica: de pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
complemen-tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que tantiva Objetiva Direta
gover-nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem licença estiver subentendida.
desta-que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas
e objeto indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de
Agradeço aos ouvintes a audiência. infiniti-vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-
o. Agradeço a você. / Agradeço- Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
lhe. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Paguei antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
minhas contas. / Paguei-as. Paguei aos dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
meus credores. / Paguei-lhes.

59
LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
transitivi-dade, apresentam mudança de significado. O má-la.
conhecimen-to das diferentes regências desses verbos é Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
um recurso lin-guístico muito importante, pois além de
permitir a correta interpretação de passagens escritas, Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
Dentre os principais, estão: predi-cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário. A
AGRADAR torcida chamou ao jogador mercenário. A
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- torcida chamou o jogador de mercenário. A
torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
in-troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= correta: Custou-me entender o problema.
As-piravam a ela)
IMPLICAR
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: a)
ASSISTIR
dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
presen-ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
quem não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

60
LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento a preposição “a”:
introduzido pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por
Querem melhor atendimento. esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma
Queremos um país melhor. prepo-sição. No estudo da regência nominal, é preciso
levar em conta que vários nomes apresentam exatamente
Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o
regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo
VISAR obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- complementos in-troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc)
e exigem complemento com a preposição “de”. São,
portan-to, transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:
para-lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta
da língua quanto à regência verbal.
A)Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B)Eu esqueci do seu nome.
C)Você assistiu à cena toda?
D)Ele chegou na oficina pela manhã.
E)Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo a
Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os que
guinte trecho para responder à questão. indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
A)das mulheres
B)às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por
C)com das mulheres uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
D)à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
E)ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su- Chove.
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO SINTAXE DA ORAÇÃO Quero que você estude mais.
E DO PERÍODO TERMOS DA ORAÇÃO Termos essenciais da oração
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para orações formadas exclusivamente pelo predicado. O que
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- termo que es-tabelece concordância com o verbo.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou O candidato está preparado.
muito ontem à noite. Os candidatos estão preparados.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
elementos constituintes, elas podem ser classificadas a estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
partir de seu sentido global: no singular: candidato = está).
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- A função do sujeito é basicamente desempenhada
mula uma pergunta: Que dia é hoje? por substantivos, o que a torna uma função substantiva
frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz da ora-ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer
um pedido: Dê-me uma luz! outras palavras substantivadas (derivação imprópria)
frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado também po-dem exercer a função de sujeito.
afetivo: Que dia abençoado! Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
frases declarativas = o emissor constata um fato: A tantivo)
prova será amanhã. Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
plo: substantivo)

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
elementos: o de determinação ou indeterminação e o de o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
núcleo do sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não Os meninos bateram à porta. (simples)
inte-ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
As crianças precisam de alimentos saudáveis.
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A
O sujeito composto é o sujeito determinado que men-sagem está centrada no processo verbal. Os
apre-senta mais de um núcleo. principais ca-sos de orações sem sujeito com:
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do em geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
prono-mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com
na desinência verbal “-mos” exceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo o
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na que difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
desi-nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
núcleo é um nome (então teremos um predicado no-minal) duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de
ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar também liga-ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao um verbal e outro nominal.
verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes
A cidade está deserta. da oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta = mente, por intermédio de preposição.
predicativo do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro- Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos. (o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta-do
com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de
ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei-to. O
tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração
Vossa Senhoria.
por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica a
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
ele-mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele Gosto de música popular brasileira.
rela-cionadas. Necessito de ajuda.
A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen-ta comple-ta por intermédio de preposição:
dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao palavra “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-ca O aposto pode ser classificado, de acordo com seu
uma circunstância do processo verbal ou intensifica o va-lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei mundo.
a pé àquela velha praça. enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
assunto: Falavam sobre futebol. comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
companhia: Ficarei com meus pais.
concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar,
conformidade: Fez tudo conforme o combinado. invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não
dúvida: Talvez ainda chova. mantendo relação sintática com outro termo da oração. A
fim: Estudou para o exame. função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos,
instrumento: Fez o corte com a faca.
pronomes substantivos, numerais e palavras
intensidade: Falava bastante.
substantivadas esse pa-pel na linguagem.
lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
matéria: Este prato é feito de porcelana.
meio: Viajarei de trem. Traga-me doces, minha menina!
modo: Foram recrutados a dedo.
negação: Não há ninguém que mereça.
tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE -
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função COPEVE/ UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração.
Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os
numerais e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-tivo


a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-cativo
do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto:
ad-junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
do objeto) português da peça, funciona como:
A)objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B)complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
C)adjunto adnominal.
relaciona apenas ao substantivo.
D)adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E)agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um
ter-mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
segunda-feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um
complemen-to nominal. O verbo “ter” tem como
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de complemento verbal (objeto) a palavra “medo”, que
tempo “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao exerce a função sintática de objeto direto.
termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: RESPOSTA: “B”.
Segunda-feira passei o dia mal-humorado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de São orações coordenadas entre si e que não são liga-
com-plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
A)A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
B)Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
C)... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
D)... até cair em desuso, seis séculos atrás.
E)O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas
en-tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar coor-denativa, que dará à oração uma classificação. As
quem ou o quê - não há preposição): orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
complemento, mas sim, predicativo do sujeito (rota única); explicati-vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios
= adjunto adverbial); Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
de uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação A situação é delicada; devemos, pois, agir.
de coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, verda-de, pois (anteposto ao verbo).
am-bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular do
Sindéticas. presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-bo
em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso”
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- exercerá a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- oração principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo -
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- É claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
Observação: as orações reduzidas não são introdu-
Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado,
eventualmente, introduzidas por preposição.
Ficou provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção importar - ocorrer - acontecer
inte-grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação : quando a oração subordinada


Oração Subordinada Substantiva substanti-va é subjetiva, o verbo da oração principal está
sempre na 3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do
verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual)
também introduzem as orações subordinadas Todos querem sua aprovação no concurso.
substantivas, bem como os advérbios interrogativos (por Objeto Direto
que, quando, onde, como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta
Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas
Oração Subordinada Substan- diretas (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-zes
Conforme a função que exerce no período, a oração regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pessoal
subordinada substantiva pode ser: queria saber quem era o dono do carro importado.
Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode a função de adjunto adnominal do antecedente.
estar elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no
enquanto que orações subordinadas substantivas caso, “redação” é sujeito, então o “que” também funciona
completivas nomi-nais integram o sentido de um nome. como sujeito).
Para distinguir uma da outra, é necessário levar em conta
o termo complemen-tado. Esta é a diferença entre o Observação: para que dois períodos se unam num
objeto indireto e o com-plemento nominal: o primeiro período composto, altera-se o modo verbal da segunda
complementa um verbo; o segundo, um nome. oração.
Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-to Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
do verbo da oração principal e vem sempre depois do conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser. substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Nosso desejo era sua desistência.
equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Predicativo do Sujeito
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo
era isso) Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Oração Subordinada Substantiva apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
Predicativa orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
das. Além delas, existem as orações subordinadas
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de pronome relativo (podem ser introduzidas por
que não fui bem na prova. preposição) e apresentam o verbo numa das formas
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Apositiva = exerce função de aposto de algum ter-
mo da oração principal. Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
Oração subordinada
per-feito do indicativo. No segundo, há uma oração
substantiva apositiva reduzida de infinitivo
subordina-da adjetiva reduzida de infinitivo: não há
(Fernanda tinha um grande sonho: isso)
pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.
Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-to
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-ti”. No
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações
segundo período, este papel é exercido pela oração “Quando
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-nada
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
mas sim àquele que estava passando naquele momento. uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas
O homem, que se considera racional, muitas vezes adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
age animalescamente.
adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido
restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, Orações Subordinadas Adverbiais
apenas explici-ta uma ideia que já sabemos estar contida
Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
no conceito de “homem”.
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati-va que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a sindética explicativa é que esta “explica” o fato que
função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. aconte-ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, apresenta a “causa” do acontecimento expresso na oração
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem à qual ela se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. Em
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
1, a oração destacada aconteceu primeiro que o fato
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como
expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
acontece com as coordenadas sindéticas).
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
Consecutiva = exprime um fato que é consequên-cia,
A oração em destaque agrega uma circunstância de é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a tão...que, tan-to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
da exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que se
con-cretizando-os. declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que,
Reduzi-da de Infinitivo) porque (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
Condicional = Condição é aquilo que se impõe como Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o Proporcional = exprime ideia de proporção, ou seja,
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
Concessiva = indica concessão às ações do verbo da À medida que lia mais culto ficava.
oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato
inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
contraste, à quebra de expectativa. Principal con-junção expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam-bém a simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando
Irei mesmo que ele não vá.
termi-nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida.
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
con-cessiva. se-periodo-e-oracao
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Embora fizesse calor, levei agasalho. Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) Você A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
con-tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
(destacados entre parênteses), temos: pres-sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
contratada recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
clas-sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
referi-mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo Eu adoro a noite!
feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não
da crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios
está confirmada. femini-nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
No caso de nomes próprios geográficos, substitui-
se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja
expres-são “voltar da”, há a confirmação da crase.
ficará aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
está confirmada. a queima de fogos a distância.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
praias.
uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre
Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou foi arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver Ensino à distância.
especifica-do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando Ele estava a cantar.
crian-ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

72
LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche
Observação: corretamente as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan-do 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
tinha direito (tinha direito a quê? às milhas – regência
exaus-tos à casa de Marcela.
nominal). Teremos: há, à, a, a, às.
não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
natal. O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-ca
Os livros foram entregues a mim. – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou se
Dei a ela a merecida recompensa. sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede,
no caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado a ... à ... a ... a
em sentido genérico ou indeterminado: as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas.
às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. à ... à ... à ... a
Fontes de pesquisa: a ... a ... a ... à
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a
Paulo: Saraiva, 2010. exu-mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-
presi-dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a
uma (artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a
versão considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se
deve a (regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores lhe disse isso?
fizeram uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga
cidade de Tikal, na Guatemala. Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso
o segmento grifado seja substituído por: Orações que exprimem desejo (orações optativas):
A)Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
B)Afirmações como essa.
C)Comprovação dessa assertiva. A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
D)Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
E)Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material
amanhã. Tu sabes cantar?
3-)
Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
grave antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
Afirmações como essa – chegar a afirmações
(antes de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma
RESPOSTA: “C”.
palavra que justificasse o uso da próclise, esta
prevaleceria. Veja: Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te
acompanha-ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
pronomes oblíquos átonos na frase. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. inicia período com pronome oblíquo).
A próclise é usada: Vou-me embora agora
mesmo. Levanto-me às 6h.
Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo no
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
c) Conjunções subordinativas: Espero que me pro-posta fazendo-se de desentendida.
expliquem tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura! Eu
tenho me deliciado com a leitura! Eu
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos re-conhecem.
preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente
Emprego de o, a, os, as foi realizada de modo INCORRETO em:
Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os A)que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. B)envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. Deixei- C)para fazer a dragagem = para fazê-la
a mais tranquila. D)que desviava a água = que lhe desviava
E)supriam a necessidade = supriam-na
Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do pronome, respectivamente, em:
verbo Pronome Oblíquo – função de objeto A)os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
B)cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: C)cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao D)cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html E)lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar o
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B” e “D”.
Paulo: Saraiva, 2010. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado temos uma
oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-do-os); na
Questões segunda oração temos um pronome relativo (dá para
substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar a
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-nas
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-nome
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A)Há políticas que a reconhecem.
B)Há políticas que reconhecem-a.
C)Há políticas que reconhecem-na.
D)Há políticas que reconhecem ela.
E)Há políticas que lhe reconhecem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho
(verbo); cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara e tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, em movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-vel
pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad-versário Hiperonímia e Hiponímia
e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
Hipônimos e hiperônimos são palavras que
contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
pertencem a um mesmo campo semântico (de sentido),
transformação e metamorfose; oposição e antítese. sendo o hipô-nimo uma palavra de sentido mais
específico; o hiperôni-mo, mais abrangente.
Antônimos O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado: ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de
mal - bem. significa-do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões.
Veículos é um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e a repetição desnecessária de termos.
an-ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
Homônimos = palavras que possuem a mesma SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
grafia ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Podem ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Paulo: Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); colher ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
(verbo) e colher (subst.); jogo (subst.) e XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
jogo (verbo); denúncia (subst.) e Por-tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denuncia (verbo); providência (subst.) e
providencia (verbo). Denotação e Conotação

Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso figurado)
(juízo); paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

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LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando dentro de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente do Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que em consideração as situações de aplicabilidade. Há uma
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal infini-dade de exemplos em que podemos verificar a
da palavra. ocorrência da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um O gato do vizinho é peralta.
ca-ráter prático. É utilizada em textos informativos, como Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
jor-nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
medi-camentos, textos científicos, entre outros. A palavra sobrevivência
“pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas O passarinho foi atingido no bico.
um pe-daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja
inse-rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que Polissemia e homonímia
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
signifi-cação mediante a circunstância em que a mesma é A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
utiliza-da, assumindo um sentido figurado e simbólico. comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau), quando duas ou mais palavras com origens e significados
reprovação (tomei pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
e afetividade que transmite. É utilizada principalmente significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
numa linguagem poética e na literatura, mas também polissemia porque os diferentes significados para a pala-
ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
anúncios pu-blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do
Você é o meu sol! alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de um
Minha vida é um mar de tristezas. determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes
Você tem um coração de pedra! significados estão in-terligados porque remetem para o
mesmo conceito, o da escrita.
Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Pessoas que têm uma alimentação equilibrada
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São frequen-temente são felizes.
Paulo: Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan-te através do emprego da palavra como.
saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
co-micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, frase acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa
mas duas seriam: expressão que indica uma alma rústica e abandonada (e
Corte e coloração capilar angustiadamente inútil), há uma comparação
ou subentendida: Minha alma é tão rústica, abandonada (e
inútil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm
Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São a substituição de um nome por outro, em virtude de
Paulo: Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa pode acontecer dos seguintes modos:
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Construção Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade crates tomou veneno).
- permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
palavras: a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo.
(= Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram
vir-tude da circunstância de que o nosso espírito as atrás dos jogadores).
associa e percebe entre elas certas semelhanças. É o - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
emprego da palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

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LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
- Marca pelo produto: Minha filha adora danone. Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Paulo: Saraiva, 2010.
- Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
- Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem
quan-to ao sentido. O contraste que se estabelece serve,
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de essen-cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), envolvidos que não se conseguiria com a exposição
enquanto que a metonímia abrange apenas os casos de isolada dos mes-mos. Observe os exemplos:
analogia ou de relação. Não há necessidade, atualmente, “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando
de se fazer distinção entre ambas as figuras. Pessoa) O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta
de um termo específico para designar um conceito, toma-se
a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
ditórias. Seria a antítese ao extremo.
outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar algumas
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
palavras fora de seu sentido original. Exemplos: “asa da
xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da mesa”, Ouvimos as vozes do silêncio.
“braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao
que o celebrizou. É a substituição de um nome por outro ou
Senhor. (= morreu)
por uma expressão que facilmente o identifique:
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
Fernando faltou com a verdade. (=
atraindo visitantes do mundo todo.
mentiu) Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida apresentando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito
pratican-do o bem. bem construí-da para que cumpra a sua finalidade; mal
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à
vem. desejada pelo emis-sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota
mí-nima.
canções. Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos
que estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito =
au-ditivo; áspero = tátil) a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo
Bilac) O concurseiro quase morre de tanto estudar!

79
LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa
dos a seres inanimados, ou características humanas a ora-ção e que podem ser facilmente identificados, tanto
seres não humanos. Observe os exemplos: por elementos gramaticais presentes na própria oração,
As pedras andam vagarosamente. quanto pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
coisa personificada, de acordo com o objetivo do Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
discurso, que pode ser poético, sagrado ou profano. português)
Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só
mensagem, seja ele imaginá-rio ou não. A introdução da mo-dernos. (só havia móveis)
apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia
que se pretende pôr em evidên-cia com tal invocação. Silepse
Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo
“Pai Nosso, que estais no céu” que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É
Deus, ó Deus! Onde estás? uma concordância anormal, psicológica, porque se faz
com um termo oculto, facilmente identificado. Há três
Gradação tipos de si-lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
descenden-te (anticlímax). Observe este exemplo: faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões... intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo
refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e
(a cidade de Porto Velho).
seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em
ordem decres-cente de intensidade. Outros exemplos: Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, Vossa Excelência.
colheu-se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e
Fontes de pesquisa: plural. A silepse de número ocorre quando o verbo da
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. oração não concorda gramaticalmente com o sujeito da
php oração, mas com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
Sac-coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

80
LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. “Dizem
que os cariocas somos poucos dados aos jardins a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
(brasilei-ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira muitas vezes ser substituídos por pronomes.
pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
brasileiros, os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-
Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
pe-ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a
sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin- intro-dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas ligação sintática com as demais.
figuras de construção: Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O
meni-no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên-cia, deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
pela omissão das conjunções coordenativas, resultando no interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
família. “Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-de


expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é Hipérbato / Inversão
real-çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- amor venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de
linguagem figurada denominada
A)metonímia.
B)eufemismo.
C)hipérbole.
D)metáfora.
E)catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-
exemplos.htm) RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A)metonímia
B)prosopopeia
C)hipérbole
D)eufemismo
E)onomatopeia

82
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - diferen-ças entre as situações do texto.
COPEVE/ UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o Condições básicas para interpretar
local alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A)Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B)Hipérbole.
ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C)Paradoxo.
gem, entre outros.
D)Metonímia.
E)Hipérbato. Capacidade de observação e de síntese;
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para Capacidade de raciocínio.
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a Interpretar / Compreender
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”. Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
Através do texto, infere-se que...
É possível deduzir que...
O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
relacio-nadas entre si, formando um todo significativo o texto diz que...
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de é sugerido pelo autor que...
codificar e decodificar). de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a o narrador afirma...
anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
seu contexto original e analisada separadamente, poderá contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
ter um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
cita-ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, tendimento do tema desenvolvido.
localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões
esclarecimento das questões apresentadas na prova. equivo-cadas e, consequentemente, errar a questão.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas geralmente mantém com outro uma relação de continua-
numa prova de concurso, o que deve ser levado em ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
consideração é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um resposta – o que vale não somente para Interpretação de
prono-me oblíquo átono, há uma relação correta entre o Texto, mas para todas as demais questões!
que se vai dizer e o que já foi dito. Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia a Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um,
valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao Fontes de pesquisa:
ante-cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
que (neutro) - relaciona-se com qualquer http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
anteceden-te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa) Questões
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e
depois o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO
como (modo) PÚ-BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM
onde (lugar) ELETRÔ-NICA – IADES/2014)
quando (tempo)
quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e,
aparecer o demonstrativo O). para os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar
um documento de identificação aos funcionários
Dicas para melhorar a interpretação de textos posicionados no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
Se encontrar palavras desconhecidas, não A)Apenas as crianças com até cinco anos de idade e
interrompa a leitura. os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. B)Apenas as crianças de cinco anos de idade e os adultos
Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). C)Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. D)Somente crianças e adultos, respectivamente, com
Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado E)Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
de cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que
substância – mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
como um trovão mundo afora. Essa comparação traz em do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
si mes-ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
A)o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
B)a propagação e o perigo. em um texto escrito.
C)o perigo e o poder. de fundamental importância sabermos classificar os
D)o poder e a energia. textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos
E)a energia e o barulho. textuais e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de
opi-nião sobre determinado assunto, descrevemos algum
mostrar o “barulho” que ela causou e sua propagação
lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre
mundo afora. Você pode responder à questão por
alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
eliminação: a segun-da opção das alternativas relaciona-
nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos
se a “mundo afora”, ou seja, que se propaga, espalha.
textos naquela tradicional tipologia: Narração,
Assim, sobraria apenas a al-ternativa A!
Descrição e Dis-sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO
tos de ordem linguística
PÚ-BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM
CONTABI-LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
(hoje Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar demarcados no tempo do universo narrado, como
livre. Foi o primeiro grande palco da cidade. também de advérbios, como é o caso de antes, agora,
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, apareceu. De-pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os
A)A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- tempos verbais aparecem demarcados no presente ou no
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a
Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte. asa da graúna...”
B)Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
C)Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
D)A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia
do DF. 02 de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob
E)A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. pena de perder o benefício.

85
LÍNGUA PORTUGUESA

Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-te
e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala,
Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a
pelo predomínio de operadores argumentativos, revela-dos compreensão do que é dito, ou lido. Estes mecanismos
por uma carga ideológica constituída de argumentos e linguísticos que estabelecem a coesão e retomada do que
contra-argumentos que justificam a posição assumida acerca foi escrito - ou falado - são os referentes textuais, que
de um determinado assunto: A mulher do mundo buscam garantir a coesão textual para que haja coerência,
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- não só entre os elementos que compõem a oração, como
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros também entre a sequência de orações dentro do texto.
Essa coesão tam-bém pode muitas vezes se dar de modo
estão em complementação, não em disputa.
implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os
participantes do pro-cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de
prono-mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se
São os textos materializados que encontramos em nosso frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto –
cotidiano; tais textos apresentam características só-cio- decor-re daí a coerência textual.
comunicativas definidas por seu estilo, função, com-posição, Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária, apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro
no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica
A escolha de um determinado gênero discursivo de- o entendimento do texto. Construído com os ele-mentos
pende, em grande parte, da situação de produção, ou corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são os Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
locu-tores e os interlocutores, o meio disponível para não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
veicular o texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e
independência sintática e semântica, recobertos por unida-des
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex- de uma frase ou de um texto:
tual.htm
Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
Cere-ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São tivo.
Paulo: Saraiva, 2010. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus desgaste / desgastante).
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

86
LÍNGUA PORTUGUESA

Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
Emprego de hiperônimos - relações de um termo de inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014)
com gato.
As-sinale a opção que indica o segmento em que a
Substitutos universais, como os verbos vicários.
conjunção e tem valor adversativo e não aditivo.
Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui A)“Em termos de escala, assiduidade e participação da
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de B)“... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
estudar. Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência
lugar de “estudo”, evitando repetição desnecessária. elei-toral anterior”.
C)“A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- desigualdades de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida D)“A democracia brasileira contemporânea, e apenas
facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- pode chegar de um Estado de Bem-Estar num país de
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a renda mé-dia”.
relação entre as duas orações).
E)“A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. adição
Já os componentes concentram em si a significação. “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da desigualdades de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
“A democracia brasileira contemporânea, e apenas ela
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
na história nacional”. = adição
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo “A baixa qualidade dos serviços governamentais está
ano, depois de (futuro).” ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem
es-tar assegurados o início, o meio e o fim;
à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/ DF –
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada em ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA – FGV/2014)
comprovações, apresentação de estatísticas, relato de A alternativa em que os elementos unidos pela conjunção E
experiências; um texto informativo apresenta coerência se não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- A)“...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
B)“...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ C)“...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática D)“...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus E)“...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


“...a disposição do povo de agir por conta própria
e fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que ela é
“...como sintoma de descrença nos políticos e nas organizada de maneira clara para produzir sentido. Todavia,
instituições”. = adição há diferentes maneiras de se organizar gramatical-mente tal
“...os nossos mascarados se inspiram menos nos frase, tudo depende da necessidade ou da von-tade do
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
“...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões e
“...capaz de exprimir a experiência da violência, da intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-tade e
velocidade e do progresso”. = adição estilo. Tudo depende da maneira como queremos transmitir
RESPOSTA: “C”. uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-mos expressar
a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um e o que mais nos auxilia na organização de um período,
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen-te pois facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a
devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar e, vírgula ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando
posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, produzimos frases complexas. Com isto, “entregamos”
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem frases bem orga-nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos or-dem direta dos termos da oração. Os gramáticos
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- estrutu-ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-das.
Logo, não basta conhecer bem um determinado as-sunto, SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso A globalização + está causando + desemprego + no
alia-do para organizarmos as ideias de maneira clara em Brasil nos dias de hoje.
frases. Para tanto, é necessário ter alguma noção de
sintaxe. “Sin-taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
“parte da gramá-tica que estuda a disposição das palavras das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
na frase e a das frases no discurso, bem como a relação mas observações:
lógica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe
quer dizer “mistu-ra”, isto é, saber misturar as palavras de As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
maneira a produ-zirem um sentido evidente para os normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
receptores das nossas mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
A globalização está causando desemprego no Brasil “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
e na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-tros
elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem tais construções não estão erradas, mas rompem com
relação inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe a ordem direta;
ocorreu de maneira perfeita e o sentido está claro para é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-tas
receptores de língua portuguesa inteirados da situação frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
econômica e cul-tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

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LÍNGUA PORTUGUESA

Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + quentemente um papel semelhante ao do aposto
ad-junto adverbial) explicati-vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não per-tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um ora-ção é apenas um comentário à parte entre o
exemplo disto: complemento verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e
na América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não
exi-ge vírgula: A globalização não causou desemprego no
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração Brasil e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na No fim do século XX, a globalização causou
América Latina e na África. desemprego no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias,
ou seja, não devemos separar com vírgula os termos da Quando o século XX estava terminando, a globalização
ora-ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é a
regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a
com vírgulas. Vejamos: passa-gem para o plural, mantendo o sentido. Outro
A globalização, fenômeno econômico deste fim de exemplo é a mudança de tempos verbais.
sécu-lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
FCC/2014 - adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os ca-pacidade que temos de pensar. Por meio do
livros, propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno pensamento, elaboramos todas as informações que
punhado de leitores. recebemos e orien-tamos as ações que interferem na
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- realidade e organização de nossos escritos. O que lemos é
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- produto de um pensa-mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
A)Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
B)Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
C)Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
D)Uma vez que.
E)Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
“con-quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém, em
textos mais curtos, essa proporção não é equivalente. Neles,
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos mais
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor longos, em que o assunto é exposto em várias pági-nas, ela
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-te
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm de
A)Uma vez que o senhor não se importe, vou levar 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
mi-nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o
galho e fazer sua corrida. Desenvolvimento
B)Já que o senhor não se importa, vou levar minha
so-brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e A maior parte do texto está inserida no desenvol-
fazer sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
C)À medida que o senhor não se importe, vou entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
levar minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
o galho e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É
D)Caso o senhor não se importe, vou levar minha ca-racterizado por uma “ponte” formada pela organização
so-brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho das ideias em uma sequência que permite formar uma
e fazer sua corrida. relação equilibrada entre os dois lados.
E)Para que o senhor não se importe, vou levar O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
minha sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
galho e fazer sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-tos
de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-clusão.
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o
corrida” es-critor já deve ter uma ideia clara de como será a
O primeiro período é introduzido por uma conjunção conclusão. Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são o
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

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LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-co
Considerada como a parte mais importante do texto, para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
essa parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas de
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-guram
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou que os atos normativos sejam bem executados.
seja, possui atributos de síntese. A discussão não deve ser No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
en-cerrada com argumentos repetitivos, como por que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”, quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
“Concluindo...”, “Em conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve adequa-dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das dirigimos. E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito,
características de textos bem redigidos. uma homoge-neidade na forma de tratamento, não só nos
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- pronomes como também nos verbos. No entanto, as formas
cam muito longas: de tratamento não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos
O problema aparece quando não ocorre uma explo- pronomes de tratamento, com base no Manual da
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma Presidência da Repú-blica.
invasão das ideias de desenvolvimento na conclusão.
Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-ças
te dispensáveis. Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-pública,
Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Secretários
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. da Presidência da República, Procurador – Geral da República,
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal,
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-ciais Generais das
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes Forças Armadas, Embaixadores, Secretário Executivo e Secretário
fatores: Nacional de Ministérios, Secretários de Estado dos Governos
Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais de
sunto. Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-rais,
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho, Juízes
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
vo-cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
acima, afinal, a dignidade é condição primordial para que órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
tais cargos públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que
Fica ainda dito que doutor não é forma de deve ser dado aos assuntos que constam das
tratamento, mas titulação acadêmica de quem defende comunicações oficiais decorre:
tese de douto-rado. Portanto, é aconselhável que não se a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
use discriminada-mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a cidadão, sempre concebido como público, ou a outro
ma-neira pela qual o Poder Público redige atos órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário
normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do concebido de forma homogênea e impessoal;
ponto de vista do Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- o universo temático das comunicações oficiais restringe-
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- se a questões que dizem respeito ao interesse público, é
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos natural que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade
administração pública, claro que devem igualmente nortear a de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais
elaboração dos atos e comunicações oficiais. con-tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- impes-soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
texto le-gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade próprio caráter público desses atos e comunicações; de
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações órgãos públi-cos, o que só é alcançado se em sua elaboração
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- for empre-gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou os expe-dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
instituições tratados de forma homogênea (o público). informar com clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
certos parâ-metros ao uso que se faz da língua, de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
maneira diversa da-quele da literatura, do texto vida de que um texto marcado por expressões de circulação
jornalístico, da correspondência particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-tre
uma delas. a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que Concisão e Clareza
auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta-mente as mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
transformações, tem maior vocação para a perma-nência e vale- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-to.
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum ao princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se
a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
todos os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
sim-plicidade de expressão, desde que não seja imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
confundida com pobreza de expressão. De nenhuma algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
forma o uso do padrão culto implica emprego de demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
e figuras de linguagem próprios da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um personalista dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
pre-ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será circulação restrita, como a gíria e o jargão;
obe-decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, a formalidade e a padronização, que possibilitam a
mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a im-prescindível uniformidade dos textos;
utiliza-ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
buro-crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá linguísticos que nada lhe acrescentam.
sempre sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-tura
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-
Formalidade e Padronização se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-cia
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-da
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-tegra
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
exige que se atente para todas as características da redação pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. “Vossa... vos-so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
para o texto definitivo e a correta diagramação do texto gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
são in-dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
“Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas
estar satis-feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está notas de rodapé;
atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
diri-gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, é obrigatório constar a partir da segunda página o
terá a se-guinte forma: número da página;
os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as
Fulano de Tal mar-gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas
Ministro de Estado da Justiça nas páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
70.165-900 – Brasília. DF
cm;
Senhor Ministro, deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
Submeto a Vossa Excelência projeto (...)
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- bor-das ou qualquer outra forma de formatação que afete
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, a elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-vem
para autoridades superiores, inclusive o ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
Presidente da República: Respeitosamente, 21,0 cm;
para autoridades de mesma hierarquia ou de deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
hie-rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
dentro do possível, todos os documentos elabora-dos
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
tradição pró-prios, devidamente disciplinados no Manual gos;
de Redação do Ministério das Relações Exteriores. para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de
sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos
têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- pelos ór-gãos da Administração Pública entre si e, no caso
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa do ofício, também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca
seguinte forma de apresentação: o destinatário, seguido de vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao


Excelentíssimo Senhor Presidente da Presidente da República por um Ministro de Estado.
República Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de
Senhor Chefe de Gabinete um Ministério, a exposição de motivos deverá ser
assinada por to-dos os Ministros envolvidos, sendo, por
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício essa razão, chamada de interministerial.
as seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
– telefone e e-mail.
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
Observação: Estas informações estão ausentes no
guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
memorando, pois se trata de comunicação interna - des-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
sim-plesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também não
Presiden-te da República, sua estrutura segue o modelo
precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para outras
antes referido para o padrão ofício.
instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-ção
Memorando oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
em-pregado para a exposição de projetos, ideias, Mi-nistérios à Presidência da República, a cujas
diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor assessorias caberá a redação final.
do serviço público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do Con-gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra-pidez - encaminhamento de projeto de lei ordinária,
e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para comple-mentar ou financeira;
evitar desnecessário aumento do número de comu-nicações, encaminhamento de medida provisória;
os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
indicação de autoridades;
pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-
documento e, no caso de falta de espaço, em folha de
Pre-sidente da República ausentarem-se do País por mais
continuação. Este procedimento permite formar uma espécie
de 15 dias;
de processo simplificado, assegurando maior transparência à encaminhamento de atos de concessão e renovação
tomada de decisões e permitindo que se historie o de concessão de emissoras de rádio e TV;
andamento da matéria tratada no memorando. encaminhamento das contas referentes ao exercício
an-terior;
Forma e Estrutura mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: outras mensagens.
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e
o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- margem esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- Senado Fede-ral);
Pre-sidente para: o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
Pre-sidente da República, não traz identificação de seu ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
signa-tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura.
Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem
Telegrama incompatível com uma comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos utili-zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja informações mí-nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar na
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-gor,
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste a
Fax identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática
consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- alcançadas, principalmente, pela construção adequada da
ções de envio do documento por meio eletrônico. frase, “a me-nor unidade autônoma da comunicação”, na
Quando necessário o original, ele segue posteriormente
definição de Celso Pedro Luft.
pela via e na forma de praxe.
A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
có-pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
certos modelos, deteriora-se rapidamente. que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome de
período, que terá tantas orações quantos forem os ver-bos
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um
os dados de identificação da mensagem a ser enviada,
substantivo. Sempre que o verbo o exigir, teremos nas
con-forme exemplo a seguir:
orações substan-tivos (nomes ou pronomes) que
[Órgão Expedidor] desempenham a função de complementos (objetos direto
[setor do órgão expedidor] e indireto, predicativo e complemento adverbial). Função
[endereço do órgão expedidor] acessória desempenham os adjuntos adverbiais, que vêm
Destinatário:____________________________________ geralmente ao final da oração, mas que podem ser ou
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ intercalados aos elementos que desempenham as outras
Remetente: ____________________________________ funções, ou deslocados para o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e- orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua
mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se portuguesa (a função que vem entre parênteses é
na princi-pal forma de comunicação para transmissão de facultativa e pode ocorrer em ordem diversa):
documen-tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

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LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
(ad-junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo,
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - (...). Frases Fragmentadas
(adjunto adverbial).
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
oração subordinada ou uma simples locução como se
tores).
fosse uma frase completa”. Decorre da pontuação errada
de uma frase simples. Embora seja usada como recurso
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj.
estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser
dire-to - obj. indireto - (adj. Adv.) evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações - compreensão. Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido.
ad-verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Nacional, depois de ser longamente debatido.
Buenos Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) re-cebeu a aprovação do Congresso Nacional.
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
ad-verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou.
O problema - será - resolvido - prontamente. Consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
cons-trução de períodos, as várias funções podem ocorrer
em or-dem inversa à mencionada, misturando-se e Erros de Paralelismo
confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva de Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
todos os padrões exis-tentes na língua portuguesa. O que “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
importa é fixar a ordem normal dos elementos nesses seis cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-
padrões básicos. Acrescen-te-se que períodos mais se em erro ao conferir forma não paralela a elementos
complexos, compostos por duas ou mais orações, em geral paralelos. Vejamos alguns exemplos:
podem ser reduzidos aos padrões bá-sicos (de que derivam).
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
Os problemas mais frequentemente encontrados na
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria a
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
exe-cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
complemen-to, mas não ser complemento. Devem ser
evitadas, portanto, construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos
Ministérios que economizassem energia e (que)
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. elaborassem planos para redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem como reduzidas de infinitivo:
cor-tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
cor-tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não de um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras Novamente, a não repetição dos termos comparados
(subs-tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da
por transformá-la em frase simples, substituindo as Por-taria.
orações redu-zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais
segu-rança, inteligência e ambição. verbas do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) a Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de do que os outros Ministérios do Governo.
forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. do que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): de todo texto oficial, deve-se atentar para as construções
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta que possam gerar equívocos de compreensão.
últi-ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período ocorrer com:
que não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que - pronomes pessoais:
tem sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado
que ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
pro-grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
anterior, aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
pre-cipitadas, que comprometam o andamento de todo o acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
progra-ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o
Presidente da República. No pronunciamento, solicitou a
Erros de Comparação intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara- o Presidente da República.
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido.
costumava trabalhar.
A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o
Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
enten-dimento do sentido que se quer dar a uma frase:
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de
um médico. gê-nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os
A omissão de termos provocou uma comparação quais, as quais, que marcam gênero e número.
indevi-da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
costu-mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos,
en-tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da ade-quado a ser utilizado para deputados. Segundo o
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: Manual de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
senhora chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
chamado por uma senhora.
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para
Fontes de pesquisa:
to-das as autoridades do poder público, uma vez que a
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
dig-nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes
blicacoes_ver.php?id=2 de cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que
Questões a forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...)
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cargos públi-cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
te-legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso dos
que as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-do com
dirigida ao Senhor Presidente da República, estão as hierarquias do destinatário e do remetente.
amparadas pelo procedimento administrativo de ( ) CERTO (
demarcação de terras in-dígenas instituído pelo Decreto ) ERRADO
n.º 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão da para autoridades superiores, inclusive o Presidente da
língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais a República: Respeitosamente,
respeito do uso de formas de tratamento em correspon- para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A)Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B)Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C)Vossa Eminência … vossa. Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D)Vossa Excelência … sua.
RESPOSTA: “CERTO”.
E)Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-tas
vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”), os
pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

99
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto,
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. objeto indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação o quê! A pala-vra
que não exerce função sintática quando funciona como pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso,
Substantivo: equivale a alguma coisa. não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-vra que
pode relacionar tanto orações coordenadas quan-to
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou
subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
outro determinante, e receberá acento por ser
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
monossílabo tô-nico terminado em e. Como substantivo,
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
palavra que for substantivo, exercerá as funções sintáticas Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
próprias dessa classe de palavra (sujeito, objeto direto, plicativa)
objeto indireto, predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que Desejo que você venha logo.
não exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada
da frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar pala-vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
da frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a
caso, de intensidade. pa-lavra se não exerce função sintática. Como o próprio
nome indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- es-tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é que, para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve
apenas apassivar o verbo. de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se
desta forma um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as
Compram-se joias. quais representam as variações de acordo com as
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a condições so-ciais, culturais, regionais e históricas em que é
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito utilizada. Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo
pessoa do singular. do tempo. Um exemplo bastante representativo é a
questão da ortografia, se levarmos em consideração a
Trabalha-se de dia. palavra far-mácia, uma vez que a mesma era grafada com
Precisa-se de vendedores. “ph”, con-trapondo-se à linguagem dos internautas, a
qual se fun-damenta pela supressão do vocábulos.
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome Analisemos, pois, o fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-tando
* objeto indireto
a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
sujeito de um infinitivo “Sofia
Comparando-o à modernidade, percebemos um
deixou-se estar à janela.”
voca-bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais
como: macaxeira e aipim. Figurando também esta
modalidade es-tão os sotaques, ligados às características
orais da lingua-gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-tos
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-lismo,
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe,
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. podemos citar os médicos, advogados, profissio-nais da área
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de
formali-dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma-neira Para dizerem milho dizem mio
que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma Para melhor dizem mió
pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre
Oswald de Andrade ami-gos, parentes, namorados, etc., portanto, são
consideradas perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
a língua funcional de modalidade culta, língua culta a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- se alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação;
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
a língua funcional de modalidade popular; língua
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
po-pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as
mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos
Norma culta: veículos de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal,
revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
transgres-sões da norma culta na pena ou na boca de
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E
jornalistas, quando no exercício do trabalho, que deve
justamente em nome dessa unidade, tão importante do
refletir serviço à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-las
e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) co-mete, passando, assim, a constituir fato linguístico
registro de linguagem definitivamente consagrado pelo
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- uso, ainda que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
nor-mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho
de sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num im-pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- exemplos também de transgressões ou “erros” que se
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, tornaram fatos linguísticos, já que só correm hoje porque
transgride a norma culta. a maioria viu tais verbos como derivados de pedir, que
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua tem início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou
fala, transgride tanto quanto um indivíduo que comparece para se arcaizarem as formas então legítimas impido,
a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista, despido e desimpido, que hoje nenhuma pessoa bem-
numa praia, vestido de fraque e cartola. escolarizada tem coragem de usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada Comunicação
con-forme as normas gramaticais; em suma, conforme a
norma culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais
im-portantes que os líderes têm à sua disposição para
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: desem-penhar as suas funções de influência. A sua
importância é tal que alguns autores a consideram
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- mesmo como o “san-gue” que dá vida à organização. Esta
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. importância deve-se essencialmente ao fato de apenas
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação através de uma comuni-cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
modalidade mais expressiva, mais criativa, mais os objetivos organizacionais por forma a que
espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais contemplem, não apenas os interesses da organização,
sujeita a transformações e a evoluções. mas também os interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as trutura organizacional, quer ao nível do desenho
emendas, a que os professores sempre estão atentos. organiza-cional, quer ao nível da distribuição de
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- autoridade, respon-sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
entre uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a que permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-nhuma
reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por
menor, quando cotejada com a modalidade falada. forma a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível
da linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo Elementos do Processo de Comunicação
com a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível. tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
Um padre não fala com uma criança como se estivesse em fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
uma missa, as-sim como uma criança não fala como um canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
adulto. Um enge-nheiro não usará um mesmo discurso, um receptor e ainda o feedback do receptor.
ou um mesmo nível de fala, para colegas e para pedreiros,
assim como nenhum professor utiliza o mesmo nível de Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
fala no recesso do lar e na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e as
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que a
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação e
a televisão, entre outros. ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-queza
vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda possuir
Receptor da mensagem: representa quem recebe e um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar prever as
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em reações/feedback à sua mensagem.
atenção que a descodificação da mensagem resulta Como principais vantagens da comunicação escrita,
naquilo que efetivamente o emissor pretendia enviar (por podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
exemplo, em diferentes culturas, um mesmo gesto pode registro e de permitir uma maior atenção à organização da
ter significados diferentes). Podem existir apenas um ou mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
numerosos recep-tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-se
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter-nos a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de
canal de transmissão utilizado e consoante as Comunicação Oral
características do emissor e do(s) receptor(es), sendo, por
isso, um dos crité-rios utilizados na escolha do canal de No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
transmissão quer do tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor a
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-ção
missão. não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável e
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica-ção mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por ser
a única que permite a transmissão de ideias complexas e por Gêneros Escritos e Orais
ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que mais
atenção tem merecido dos investigadores, caracteri-zando-a Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas de
organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem os atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente do truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

104
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne-ro exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida-de, palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes ao tex-tos expositivos e explicativos, resenha, relatório
gênero em questão. científico, relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de
tan-tos outros exemplares de gêneros que circulam em mon-tagem, receita, regulamento, regras de jogo,
nossa sociedade. instruções de uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
fá-bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção linguagem?
cien-tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou A linguagem serve para informar: Função Referencial.
his-tória engraçada, biografia romanceada, romance,
romance histórico, novela fantástica, conto, crônica “Estados Unidos invadem o Iraque”
literária, adivi-nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe de
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como
Domínios sociais de comunicação: Discussão de apren-demos desde as mais banais informações do dia a
proble-mas sociais controversos. dia até as teorias científicas, as expressões artísticas e os
Aspectos tipológicos: Argumentar. sistemas filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente ou
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
solicitação, deliberação informal, debate regrado, de conhecimentos e a transferência de experiências. Por meio
assembleia, discurso de defesa (advocacia), discurso de dessa função, a linguagem modela o intelecto.
acusação (advocacia), resenha crítica, artigos de opinião a função informativa que permite a realização do
ou assinados, editorial, ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também
trução de saberes. de função referencial, pois seu principal propósito é fazer
Aspectos tipológicos: Expor. com que as palavras revelem da maneira mais clara
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação possível as coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

105
LÍNGUA PORTUGUESA

A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem a
Função Conativa. importância que lhes seria atribuída pela proximidade com o
poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos para
“Vem pra Caixa você também.” afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa valentia
ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou nossa
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, Emprega-se a expressão função emotiva para
a forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar designar a utilização da linguagem para a manifestação
de venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma do enuncia-dor, isto é, daquele que fala.
culta quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen-tir Função Fática.
determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
reiteradamente a palavra negro pronunciada em tom outros.
desdenhoso aprende a ter sentimentos racistas; se a todo __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
momento nos dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de
mulher”, aprendemos os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se
Não se interfere no comportamento das pessoas ape-nas encontram num elevador e devem manter uma conversa
com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos nos poucos instantes em que estão juntas. Falam para
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nada dizer, ape-nas porque o silêncio poderia ser
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem constrangedor ou pare-cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-mos
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se histórias que
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- todos conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem,
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, nesse caso, não tem nenhuma função que não seja manter os
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, laços sociais. Quando encontramos al-guém e lhe
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-remos, de fato,
questionar. saber se nosso interlocutor está bem, se está doente, se está
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento das A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não
A linguagem serve para expressar a subjetividade: importa que as pessoas não entendam bem o significado
Função Emotiva. da letra do Hino Nacional, pois ele não tem função
informativa: o importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos
“Eu fico possesso com isso!” participantes da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve-zes, gem: Função Metalinguística.
falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-do
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-te
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-tos do
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

106
LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
que não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
como a que estamos enunciando; inversamente, podemos Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”,
usar a metalinguagem como recurso para valorizar nosso de Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/,
modo de dizer. É o que se dá quando dizemos, por
/t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
exemplo, Paro-diando o padre Vieira ou Para usar uma
expressão clássica, vou dizer que “peixes se pescam,
E o bosque estala, move-se, estremece...
homens é que se não podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: Clássi-cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
A linguagem serve como fonte de prazer: Função
senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
Poética.
alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e outro escuta em silêncio, etc).
os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
Emí-lio de Menezes, quando soube que uma mulher Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
muito gor-da se sentara no banco de um ônibus e este Código - conjunto de signos usado na transmissão e
quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que recepção da mensagem;
vejo um banco quebrar por excesso de fundos”. Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”. teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões
veículo democrático (observe a função fática), assim,
diver-sas, com significados diferentes, nesta frase do
deputado Virgílio Guimarães: admi-te-se um novo formato de locução, ou, interlocução
(diá-logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater:
bateu continência para os militares, bateu palmas para o locutor - quem fala (e responde);
Collor e quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que locutário - quem ouve e responde;
lhe bata uma dor de consciência e bata em retirada.” interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO
ABC/ SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale
Lembramo-nos: a al-ternativa correta quanto à concordância, de
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a social está no centro dos debates atuais.
esta função está, por norma, a poesia lírica. Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
Função apelativa (imperativa): com este tipo de lação aos efeitos da desigualdade social.
men-sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
este assuma determinado comportamento; há frequente mais pobres é um fenômeno crescente.
uso do vocativo e do imperativo. Esta função da A má distribuição de riquezas tem sido muito
linguagem é frequentemente usada por oradores e criticado por alguns teóricos.
agentes de publici-dade. Os debates relacionado à distribuição de rique-zas
Função metalinguística: função usada quando a lín- não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na
Realizei a correção nos itens:
aná-lise de um texto, investigamos os seus aspectos
A)A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
morfossin-táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
Função informativa (ou referencial): função usada
B)Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
C)A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
D)A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).
cado = criticada
Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa-
E)Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta americanos consomem, em média 357 calorias diárias
fun-ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia dessa fonte.
e a libertação da mão, que permitiram o aumento do Um levantamento mostrou que os adolescentes
volume do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
fonadores e da mímica facial dessa fonte.
Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação dessa fonte.
de animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos Um levantamento mostrou que os adolescentes
sur-dos em diferentes países, não só para melhorar a americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
comuni-cação entre surdos, mas também para utilizar em dessa fonte.
situações especiais, como no teatro e entre navios ou
pessoas e não animais que se encontram fora do alcance Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
do ouvido, mas que se podem observar entre si. ou faltante:
A)Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
B)Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

108
LÍNGUA PORTUGUESA

C)Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias sócio = paroxítona terminada em ditongo
des-sa fonte. sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
D)Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
E)Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas
visibilidade social. escolas públicas.
As duas tábuas em que se comprimem o Sempre deverão haver bons motivos, junto
famige-rado homem-placa carregam ditos que soam àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
irônicos, como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
Não se compara aos vexames dos homens- ciativa privada.
placa a exposição pública a que se submetem os Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-to,
guardadores de carros. contra os que votam a favor do ensino religioso na
Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. O número de templos em atividade na cidade de
Não sensibilizavam aos possíveis interessados São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles proporção maior do que ocorrem com o número de
ve-lhos carros-placa. es-colas públicas.
Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
A)Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é religioso nas escolas públicas.
supri-mida a visibilidade social.
B)As duas tábuas em que se comprimem A)Provocam = provoca (o posicionamento)
(comprime) o famigerado homem-placa carregam ditos B)Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
que soam irô-nicos, como “compro ouro”. C)Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
C)Não se compara aos vexames dos homens-placa contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
a exposição pública a que se submetem os guardadores pública, consistem = consiste.
de carros. D)O número de templos em atividade na cidade de
D)Ao se revogarem (revogar) o emprego de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
carros--placa na propaganda imobiliária, poupou-se a ção maior do que ocorrem = ocorre
todos uma demonstração de mau gosto. E)Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
E)Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis a regulação natural do mercado sinalizam para as
in-teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca inconve-niências que adviriam da adoção do ensino
da-queles velhos carros-placa. religioso nas escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo Segundo o Manual de Redação da Presidência da
a mesma regra que distribuídos. Repú-blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
A)sócio A)embaixadores.
B)sofrê-lo B)conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
C)lúcidos C)prefeitos municipais.
D)constituí D)presidentes das Câmaras de Vereadores.
E)órfãos E)vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria D)As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-das)
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o às ordens indiscriminadas de um único poder central.
seu presidente, de acordo com o Manual de Redação da E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
Presi-dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-- (ex-põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A)O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela grado.
so-ciedade como tais. B)O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, C)O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
A)perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
B)foi percebido. ficação.
C)tenham percebido. D)As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
D)devam perceber. vida (...).
E)estava percebendo. E)Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
RESPOSTA: “A”
explicada pelo conceito...
O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-de, a
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente As imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida
corre-ta na frase: (...).
A)A sociedade deve reconhecer os princípios Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e
e valores que determinam as escolhas dos da falsa consciência.
governantes, para conferir legitimidade a suas
decisões. RESPOSTA: “B”.
B)A confiança dos cidadãos em seus
dirigentes devem ser embasados na percepção dos 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
valores e prin-cípios que regem a prática política. TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
C)Eleições livres e diretas é garantia de um vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
verda-deiro regime democrático, em que se respeita ambiental Geraldo Motta.
tanto as liberdades individuais quanto as coletivas. Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
D)As instituições fundamentais de um regime nhados devem sofrer as seguintes alterações:
de-mocrático não pode estar subordinado às ordens A)entrar − vira
indis-criminadas de um único poder central. B)entrava − tinha visto
E)O interesse de todos os cidadãos estão C)entrasse − veria
D)entraria − veria
voltados para o momento eleitoral, que expõem as
E)entrava − teria visto
diferentes opiniões existentes na sociedade.
Fiz os acertos entre parênteses:
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
A)A sociedade deve reconhecer os princípios e
ria = entrasse / veria.
valores que determinam as escolhas dos governantes,
para confe-rir legitimidade a suas decisões. RESPOSTA: “C”.
B)A confiança dos cidadãos em seus dirigentes
de-vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção
dos valores e princípios que regem a prática política.
C)Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-tam)
tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
MATEMÁTICA

Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéri-
cas; Frações e operações com frações. .............................................................................................................................. 01
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais ...................................... 11
Regra de três ....................................................................................................................................................................... 15
Sistema métrico decimal..................................................................................................................................................... 19
Equações e inequações....................................................................................................................................................... 23
Funções ............................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas ................................................................................................................................................................ 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão ............................................................ 41
Geometria ............................................................................................................................................................................ 47
Matriz, determinantes e sistemas lineares ......................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica .............................................................................................................. 70
Porcentagem ....................................................................................................................................................................... 74
Juros simples e compostos ................................................................................................................................................. 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização ......................................... 80
Análise combinatória; ......................................................................................................................................................... 93
MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS: OPERAÇÕES
(ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 9 x 4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES NUMÉRICAS; 40 – 36 + 23
4 + 23
FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM FRAÇÕES.
27

Exemplo 3
Números Naturais 25-(50-30)+4x5
Os números naturais são o modelo mate-mático 25-20+20=25
necessário para efetuar uma contagem. Começando por
zero e acrescentando sempre uma unida-de, obtemos o Números Inteiros
conjunto infinito dos números naturais Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
números naturais, o conjunto dos opostos dos números
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o
Todo número natural dado tem um sucessor zero Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001. Conjuntos dos números inteiros não negativos
c) O sucessor de 19 é 20. Z+={0, 1, 2, ...}

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. Conjunto dos números inteiros não positivos
Z-={...-3, -2, -1}
Números Racionais
Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um Chama-se de número racional a todo número que
antecessor (número que vem antes do número dado). pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente quaisquer, com b≠0
de zero. São exemplos de números racionais:
a) O antecessor do número m é m- -12/51
1. b) O antecessor de 2 é 1. -3
c) O antecessor de 56 é 55. -(-3)
d) O antecessor de 10 é 9. -2,333...

Expressões Numéricas As dízimas periódicas podem ser representadas por


fração, portanto são consideradas números racionais.
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- Como representar esses números?
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem Representação Decimal das Frações
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos: Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
decimais
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so- nú-mero decimal terá um número finito de algarismos
mente depois a adição e a subtração, também na ordem após a vírgula.
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos
primei-ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

1
MATEMÁTICA

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para Seja a dízima 1,1212...
ser número racional
OBS: período da dízima são os números que se repe- Façamos x = 1,1212...
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim 100x = 112,1212... .
números irracionais, que trataremos mais a frente. Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

Todas as dízimas periódicas são números racionais.


Todos os números inteiros são racionais.
Todas as frações ordinárias são números racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre Todas as raízes inexatas são números irracionais.
transformar com o denominador seguido de zeros. A soma de um número racional com um número irra-
O número de zeros depende da casa decimal. Para cional é sempre um número irracional.
uma casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e A diferença de dois números irracionais, pode ser um
assim por diante. número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

O quociente de dois números irracionais, pode ser um


número racional.

Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, Exemplo: . = = 7 é um número racional.


en-tão como podemos transformar em fração?
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1 mero natural, se não inteira, é irracional.

Transforme a dízima 0, 333... .em fração Números Reais


Sempre que precisar transformar, vamos chamar a
dízi-ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período. Fonte: www.estudokids.com.br

2
MATEMÁTICA

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números


reais maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a
ou iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Intervalo:{a,b[ número.
Conjunto {x∈R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores


que a e menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b] Todo número negativo, elevado ao expoente par,


Conjunto:{x∈R|a<x≤b} resulta em um número positivo.

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números


re-ais menores ou iguais a b.

Todo número negativo, elevado ao expoente ím-par,


Intervalo:]-∞,b] resulta em um número negativo.
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números


re-ais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
MATEMÁTICA

Se o sinal do expoente for negativo, devemos Radiciação


pas-sar o sinal para positivo e inverter o número que está Radiciação é a operação inversa a potenciação
na base.

Técnica de Cálculo
Toda vez que a base for igual a zero, não importa A determinação da raiz quadrada de um número tor-
o valor do expoente, o resultado será igual a zero. na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja:

Propriedades
(am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências
de mesma base, repete-se a base e soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 2 7

64=2.2.2.2.2.2=26

(am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- Como é raiz quadrada a cada dois números iguais
ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes. “tira--se” um e multiplica.

Exemplos:
1 1
96 : 92 = 96-2 = 94
1

Observe:3.5 = (3.5) 2 = 32 .5 2 = 3. 5
De modo geral, se a ∈ R+ ,b ∈ R+ , n ∈ N
*
, então:
(am)n Potência de potência. Repete-se a base e
n
a.b = n a.n b
mul-tiplica-se os expoentes.
Exemplos: O radical de índice inteiro e positivo de um produto
(52)3 = 52.3 = 56 indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo
índice dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva- 1 1


dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- 2 22 22 2
mo expoente. Observe: = = 1 =
(4.3)²=4².3² 3 3 3
Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, 32
podemos elevar separados. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R
*
+ , n ∈ N * , então:
a=na
bnb

4
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente Racionalização de Denominadores


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo
índi-ce dos termos do radicando. Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
Raiz quadrada números decimais minação dos radicais do denominador chama-se
racionali-zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Operações 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Multiplicação

Exemplo Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:

Divisão

Questões

(Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Exemplo Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.

Sabe-se que:
Adição e subtração
dentre os candidatos, 82 são homens;
o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é


A)42.
B)45.
C)48.
D)50.
E)52.

(SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
Caso tenha: nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:

5
MATEMÁTICA

A)José 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e


B)Isabella as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
C)Maria Eduarda
D)Raoni De acordo com esses dados, ao longo da existência
desse prédio comercial, a fração do total de situações de
(SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: responde à
(A) 0,2222... A)3/20.
(B) 0,6666... B)1/4.
(C) 0,1616... C)13/60.
(D) 0,8888... D)1/5.
E)1/60.
(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-nico
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) As-sinale a
então o dividendo é alternativa que apresenta o valor da expressão
(A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
A)1.
(TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As B)2.
expres-sões numéricas abaixo apresentam resultados que C)4.
seguem um padrão específico: D)8.
E)16.
1ª expressão: 1 x 9 + 2
(UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
2ª expressão: 12 x 9 + 3
VGO/2017) Qual o resultado de ?
3ª expressão: 123 x 9 + 4 A)3
B)3/2
... C)5
D)5/2
7ª expressão: █ x 9 + ▲
(IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-sor
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
A)1;
A)1 111 111. B)2;
B)11 111. C)3;
C)1 111. D)4;
D)111 111. E)6.
E)11 111 111.
(IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-sor –
(TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-minada
um treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um empresa tem o mesmo número de mulheres e de homens.
prédio comercial informou que, nos cinquenta anos de Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens dessa
existência do prédio, nunca houve um incêndio, mas equipe saíram para um atendimento externo.
existiram muitas situações de risco, felizmente controladas
a tempo. Segun-do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
ações criminosas, enquanto as demais situações haviam ção de mulheres é
sido geradas por di-ferentes tipos de displicência. Dentre A)3/4;
as situações de risco geradas por displicência, B)8/9;
C)5/7;
1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas D)8/13;
inade-quadamente; E)9/17.
1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;

6
MATEMÁTICA

Respostas 08. Resposta: D.

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior,
37 são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior. Resposta: C. 2-
82-37=45 homens de nível médio. 2(1-2N)=12 2-
2+4N=12
02. Resposta: D. 4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o N=3
vencedor.
Resposta: E.
03. Resposta: B. Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o
número 11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E. MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO DIVISOR


A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111 COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM.

06. Resposta: D.

Múltiplos

Um número é múltiplo de outro quando ao


Gerado por descuidos ao cozinhar: dividirmos o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- O conjunto de múltiplos de um número natural
1/13) não-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplican-
do-se o número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores
07.Resposta: C.
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é
divisor de 12 e 15.

D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15}

7
MATEMÁTICA

Observações: Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá


medir
Todo número natural é múltiplo de si mesmo. mais de 30 cm.
Todo número natural é múltiplo de 1. menos de 15 cm.
Todo número natural, diferente de zero, tem mais de 15 cm e menos de 20 cm.
infinitos múltiplos. mais de 20 cm e menos de 25 cm.
O zero é múltiplo de qualquer número natural. mais de 25 cm e menos de 30 cm.

Máximo Divisor Comum Resposta: A.


O máximo divisor comum de dois ou mais números
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses
números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve-
mos seguir as etapas:
Decompor o número em fatores primos
Tomar o fatores comuns com o menor expoente
Multiplicar os fatores entre si.

Exemplo:
Devemos achar o mdc para achar a maior medida
pos-sível
E são os fatores que temos
iguais:25=32 Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A che-
gam a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30
minutos e da companhia C a cada 44 minutos. Em um
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente. domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três
companhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se
m.d.c repetir, nesse mesmo dia, às
16h 30min.
Mínimo Múltiplo Comum 17h 30min.
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais 18h 30min.
nú-meros é o menor número, diferente de zero. 17 horas.
Para calcular devemos seguir as etapas: 18 horas.
Decompor os números em fatores primos
Multiplicar os fatores entre si Resposta: E.

Exemplo:

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Assim, o mmc
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

1h---60minutos
Exemplo x-----660
x=660/60=11
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di- Então será depois de 11horas que se
mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio encontrarão 7+11=18h
entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.

8
MATEMÁTICA

Questões caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado com
um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando as
(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 3 luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era de
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma 5%. Se, exatamente às 9 horas de um determinado dia, as
caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, devem luzes das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, então
ser repartidos em pacotes iguais, todos com a mesma verdade que o número máximo de premiações de 5%
quantidade de bombons. Com os bombons dessa caixa, de desconto que esse mercado poderia ter dado aos seus
podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou com 7 uni- clientes, das 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia,
dades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará seria igual a
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que A)8.
pode ser atribuído a n é B)10.
(A) 280. C)21.
(B) 265. D)27.
(C) 245. E)33.
(D) 230.
(E) 210. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrati-vo
– MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C. na
(EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que
Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os nú- M.D.C. significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se:
meros 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre os qual o valor do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de
números 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a: 30, 36 e 72?
(A) 72 (A) 8
(B) 156 (B) 6
(C) 144 (C) 4
(D) 204 (D) 2

(MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-


/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
comer a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
cada 3 horas. Considerando que todos foram alimentados participantes em grupos formados somente por homens
às 8 horas da manhã de domingo, é correto afirmar que o ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
fun-cionário encarregado deverá servir a alimentação a nham o mesmo número de integrantes.
todos concomitantemente às:
(A) 8 horas de segunda-feira. Neste caso, o número máximo de integrantes em um
(B) 14 horas de segunda-feira. grupo é:
(C) 10 horas de terça-feira. A)10.
(D) 20 horas de terça-feira. B)15.
(E) 9 horas de quarta-feira. C)20.
D)30.
(EMBASA – Assistente de Laboratório – IBFC/2017) E)40.
Um marceneiro possui duas barras de ferro, uma com 1,40
metros de comprimento e outra com 2,45 metros de (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-tão
comprimento. Ele pretende cortá-las em barras de Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-torada
tamanhos iguais, de modo que cada pedaço tenha a a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º ano de
maior medida possível. Nessas circunstâncias, o total de certa escola foram divididos em grupos, todos com o mesmo
pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de número de alunos, sendo esse número o maior possível, de
ferro, é: modo que cada grupo tivesse somente alunos de um único
(A) 9 ano e que não restasse nenhum aluno fora de um grupo.
(B) 11 Nessas condições, é correto afirmar que o número total de
(C) 12 grupos formados foi
(D) 13 (A) 8.
(B) 12.
(TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU- (C) 13.
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu (D) 15.
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas (E) 18.
registradoras foi programada para acender uma luz, em
intervalos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a
cada 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3,
a luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma

9
MATEMÁTICA

(PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo Resposta: D. Mmc(3, 4,


– JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é: 5)=60 60/24=2 dias e
(A) 39000 12horas
(B) 38000 Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
(C) 37000 mentação será na terça às 20h.
(D) 36000
(E) 35000 04. Resposta: B.

(MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU-


NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pesso-as,
sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com
formação na área de humanas, em grupos menores con-
tendo, obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas
áreas, de modo que: (1) o número de grupos seja o maior
possível; (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pes- Mdc=5⋅7=35
soas com formação na área de exatas e o mesmo número y 140/35=4
de pessoas com formação na área de humanas; e (3) cada 245/35=7
uma das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas
Portanto, serão 11 pedaços.
condições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo
05. Resposta: D.
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5
Mmc(15, 30, 45)=90 minutos
Respostas Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos
01. Resposta: E.

9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210

02. Resposta: E.

Mmc(6,8)=24

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12

Mdc(30, 36, 72) =2x3=6


Portanto: 24/6=4

Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60
2A+3B=24+180=204

10
MATEMÁTICA

07. Resposta: E. eles são múltiplos de 2, pois terminam com números


pares.
E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

NÚMEROS E GRANDEZAS
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS: RAZÕES E
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
08. Resposta:B. PROPORCIONAIS

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b ou a : b.
Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
MDC(84,96)=2²x3=12 número de moças. (lembrando que razão é divisão)

09. Resposta: A.

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor-


ção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000 Numa proporção:
10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)
Os números A e D são denominados extremos enquan-to
os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8,


pois:
Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas Exercício: Determinar o valor de X para que a razão
90/18 = 5 grupos de humanas X/3 esteja em proporção com 4/6.
A diferença é de 7-5=2 Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
ma:

11
MATEMÁTICA

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para o se-
gundo termo, assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto termo.
Então temos:

ou
Ou
ou

Terceira propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos conse-
quentes, assim como cada antecedente está para o seu respectivo consequente. Temos então:

ou
Ou
ou

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
igual a razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu
pergunto: Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Distância(km) Combustível(litros)
13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
igual ao inverso da razão entre os valores correspondentes da
2ª. Quanto mais....menos...

Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Velocidade (m/s) Tempo (s)
5 200
8 125
10 100
16 62,5
20 50

12
MATEMÁTICA

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo?? Questões


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me- (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-TO
tade. AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
Diretamente Proporcionais iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
di-retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$
140,00 de lucro. De acordo com o que cada um investiu
somas X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P.
inicial-mente, qual é o valor que João e Marcos devem
receber desse lucro, respectivamente?
(A) 30 e 110 reais.
(B) 40 e 100 reais.
A solução segue das propriedades das proporções: (C) 42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

(TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


Exemplo empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso
balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
ga-nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de
nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
cada um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o
No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
prê-mio de forma diretamente proporcional? R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que a
parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
carga horária semanal.
Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos
R$315000,00. Inversamente Proporcionais (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., entrevis-tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta amostra foi composta da seguinte maneira:
decom-por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn
diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. – 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso – 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados
da Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
cuja solução segue das propriedades das proporções: A)8 para 5.
B)5 para 8.
C)5 para 7.
D)3 para 5.
E)3 para 8.

(UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Em relação à prova de matemática de um
con-curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A
razão entre o número de questões que ela errou para o
total de questões da prova é de

13
MATEMÁTICA

A)2/3 Nessas condições, é correto afirmar que a diferença


B)1/2 entre o número de caixas carregadas em A e o número de
C)1/3 caixas carregadas em B foi igual a
D)3/2 A)304.
B)286.
(MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- C)224.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, D)216.
5 e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os
E)198.
filhos a quantia de R$ 240,00, em partes diretamente
proporcionais às suas idades. Considerando o intento do
(EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
genitor, é possí-vel afirmar que cada filho vai receber, em
Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
ordem crescente de idades, os seguintes valores:
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6 e
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído aos
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. dois filhos com maior idade é igual a:
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) R$2.500,00
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
(TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) R$3.200,00
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer-to Respostas
compartimento, inicialmente vazio. Também é possível Resposta: C.
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- 30k+70k=140
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida-de 100k=140 K=1,4
de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o 30⋅1,4=42
número de caixas Q utilizadas será igual a
70⋅1,4=98
(A) 10.
(B) 28. 02. Resposta: A.
(C) 18.
Vamos dividir o prêmio pelas horas
(D) 22.
somadas 32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
(E) 30.
74000/148=500
(IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão 32⋅500=16000
substituí-dos por letras, mostra os valores, em milhares de 12⋅500=6000
reais, que eram devidos por uma empresa a cada um dos A diferença é: 16000-6000=10000
três forne-cedores relacionados, e os respectivos valores
que foram pagos a cada um deles. Resposta:B.
2500+1500=4000 entrevistas
Fornecedor A B C
Valor pago 22,5 X 37,5
Valor devido Y 40 z
Sabe-se que os valores pagos foram diretamente pro-
porcionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nes- 04. Resposta: C.
sas condições, é correto afirmar que o valor total devido a Se Paula acertou 32, errou 16.
esses três fornecedores era, antes dos pagamentos efetu-
ados, igual a
R$ 90.000,00.
R$ 96.500,00.
R$ 108.000,00.
R$ 112.500,00.
Resposta: E.
R$ 120.000,00. 2k+5k+8k=240
(CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- 15k=240 K=16
NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total- Alfredo: 2⋅16=32
mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta Bernardo: 5⋅16=80
das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas. Caetano: 8⋅16=128
Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en-
quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t.

14
MATEMÁTICA

06. Resposta: E.
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 REGRA DE TRÊS
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas
Q, então vamos ver o equivalente de 12 caixas K

Regra de três simples

Q=30 caixas Regra de três simples é um processo prático para re-


solver problemas que envolvam quatro valores dos quais
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar
07. Resposta: E. um valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:

Y=90/3=30 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da


mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

X=120/4=30 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in-


versamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.


Z=150/3=50 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
utilizada fosse de 480km/h?
08. Resposta: E.
Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)


400-----------------3
X=1,05 480---------------- x
Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
2) Identificação do tipo de relação:

Velocidade ----------tempo
X=1,20 400↓----------------- 3↑
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm 480↓---------------- x↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-ter


Resposta: E. os números mantendo a primeira coluna e invertendo a
2,2k+1,8k=1980 segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo e
4k=1980 K=495 o que está em baixo na segunda coluna vai para cima
2,2x495=1089
1980-1089=891 Velocidade---------- tempo
1089-891=198 400↓----------------- X↓
480↓---------------- 3↓
Resposta: B.
480x=1200
X=25

A+B+C=4500 Regra de três composta


4p+6p+8p=4500 Regra de três composta é utilizada em problemas
18p=4500 com mais de duas grandezas, direta ou inversamente
P=250 propor-cionais.
B=6p=6x250=1500
C=8p=8x250=2000
1500+2000=3500

15
MATEMÁTICA

Exemplos: (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação e


Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários mes-mo tempo.
para descarregar 125m³? A máquina B faz 100 cópias em uma
hora. A máquina A faz 100 cópias em
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- (A) 44 minutos.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as (B) 46 minutos.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: (C) 48 minutos.
(D) 50 minutos.
Horas -------- caminhões-----------volume (E) 52 minutos.
8↑---------------- 20↓---------------------- 160↑
5↑------------------ x↓---------------------- 125↑ (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
A seguir, devemos comparar cada grandeza com dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
aque-la onde está o x. dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
Observe que: rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o número de horas de trabalho, pode-mos e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
diminuir o número de caminhões. Portanto a relação é capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o correto?
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente (A) 6h 8 min
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos (B) 6h 50min
igua-lar a razão que contém o termo x com o produto das (C) 9h 20 min
outras razões de acordo com o sentido das setas. (D) 9h 33min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Horas -------- caminhões-----------volume (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


8↑---------------- 20↓---------------------- 160↓ NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
5↑------------------ x↓---------------------- 125↓ preços de acordo com a tabela:

Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican-


do:

Horas -------- caminhões----------- volume Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta--
5---------------- 20---------------------- 160 feira. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse
8------------------ x---------------------- 125 almoço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que
essa quantidade é, em gramas, igual a

A)375.
B)380.
C)420.
Logo, serão necessários 25 caminhões D)425.
E)450.
Questões

(IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- 05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina-das NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi totalmente
a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba-lhar 5 embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada saco. Se fos-
horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra-tivos, sem colocados apenas 30 kg em cada saco, o número de
será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3 dias. O sacos necessários para embalar todo o carregamento seria
número de horas diárias que essa máquina terá que trabalhar igual a
para realizar a tarefa é A)420.
(A) 6. B)375.
(B) 7. C)370.
(C) 8. D)345.
(D) 9. E)320.
(E) 10.

16
MATEMÁTICA

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- Respostas


VGO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa em-
presa, trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas 01. Resposta: C.
por semana. Quantos funcionários a mais, trabalhando 15 ↑Apostilas ↑ horas dias↓
horas por dia, podem assegurar uma produção de 1200 300------------------ 5-------------- 4
bolsas por semana? 360----------------- x---------------- 3
(A) 48
(B) 96 ↑Apostilas ↑ horas dias↑
(C) 102 300------------------ 5-------------- 3
(D) 144 360----------------- x---------------- 4

07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem uma 900x=7200
loja. Qual o número mínimo de operários necessários para X=8
fazer outra loja igual em 60 dias?
(A) 8 operários. 02. Resposta: D.
(B) 18 operários. Como a máquina A faz 20% a mais:
(C) 14 operários. Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
(D) 22 operários. 120------ 60 minutos
(E) 25 operários 10------- x
X=50 minutos

08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) A va- 03. Resposta: C.


zão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tem- ↑Operário ↓horas dias↑
po necessário para essa torneira encher completamente 12-------------- 8------------ 14
um reservatório retangular, cujas medidas internas são 1,5 18---------------- x------------ 8
metros de comprimento, 1,2 metros de largura e 70 centí- Quanto mais horas, menos operários
metros de profundidade é de: Quanto mais horas, menos dias
(A) 1h 16min 00s
(B) 1h 15min 36s
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s
8⋅18x=14⋅12⋅8
X=9,33h
09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE- 9 horas e 1/3 da hora
SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produ- 1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
zem 600 peças. Determine quantas peças serão produzidas 9horas e 20 minutos
por sete operários trabalhando por 8 dias:
(A) 1120 peças 04. Resposta:C.
(B) 952 peças 12,50------250
(C) 875 peças 21----------x
(D) 1250 peças X=5250/12,5=420 gramas

05. Resposta: E.
10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU- Sacos kg
NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 240----40
funcionários, todos com a mesma capacidade de produção, x----30
trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20 Quanto mais sacos, menos areia foi
funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais, colocada(inversamente)
deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 48.
(B) 50.
(C) 46.
(D) 54. 30x=9600
(E) 52. X=320

17
MATEMÁTICA

06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------ 12----------- 480
x----------------------------- 15---------- 1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

Resposta: B.
Operários dias
12 -----------90
x-------------- 60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)

60x=1080
X=18

08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros -----3 min
1260-------- x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6------------- 5--------------- 600
8-------------- 7--------------- x

30x=33600
X=1120

10. Resposta: D.

Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas em minutos

3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x

18
MATEMÁTICA

As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas
distân-cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide
por 100.

19
MATEMÁTICA

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão
possuir volume e capacidade.

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus
múltiplos e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de

1dm³ 1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por
10. E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada 1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades

Deve-se saber:
dia=24horas
1hora=60minutos
minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos.
Demorou 30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

20
MATEMÁTICA

Questões

(IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-rios-


VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote de
100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o servi-ço
restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime 4500
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B levará
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o para imprimir o restante do lote de folhetos é
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 (A) 14 horas e 10 minutos.
hora=60 minutos (B) 14 horas e 05 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos (C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos.
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a (E) 13 horas e 20 minutos.
operação inversa.
(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Subtração NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 15 min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica,
minu-tos. Quanto tempo ficou fora? então o tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta,
foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da
(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
mesma forma que conta de subtração.
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
1hora=60 minutos tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
(B) 24500.
Multiplicação
(C) 23000.
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas (D) 22000.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? (E) 20500.

(UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio, tem
80 gramas. A quantidade de toneladas que representa todos
os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
Divisão (B) 160
5h 20 minutos :2 (C) 1600
(D) 16000

(MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-GO/2017)


João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada
aula tem duração de 45 minutos, e o in-tervalo dura 15
minutos. Sabendo-se que nessa escola há
1h 20 minutos, transformamos para minutos 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que o
:60+20=80minutos término das aulas de João se dá às:

21
MATEMÁTICA

22h30min (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)


22h40min Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
22h50min m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
23h 40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas
Nenhuma das anteriores cordas em pedaços de 40 cm de comprimento e assim
conseguiu obter
(IBGE – Agente Censitário Administrativo- A)6 pedaços.
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km B)8 pedaços.
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em C)9 pedaços.
1h20min. D)5 pedaços.
E)7 pedaços.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a
época em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: Respostas
10 minutos;
7 minutos; 01. Resposta: E.
5 minutos; 3h 20 minutos-200 minutos
3 minutos;
2 minutos. 5000----- 40
x---------- 200
(IBGE – Agente Censitário Administrativo- x=1000000/40=25000
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
sem trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a
uma velocidade média 20km/h maior do que no dia de 4500-------48
trânsito intenso e gastou 48min. 75000------x
X=3600000/4500=800 minutos
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: 800/60=13,33h
A)36; 19 horas e 1/3 hora
B)40; 19h e 20 minutos
C)48;
D)50; 02. Resposta: C.
E)60.

(EMDEC - Assistente Administrativo Jr –


IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o
tem-po que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120 Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de
ida e volta demorou 1 hora.
(ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de 03. Resposta:A.
abastecimento com 36.000 litros de gasolina em seu re- 4500/3=1500 litros para as caixinhas
servatório. Parte dessa gasolina é transferida para dois 1500litros=1500000ml
tan-ques de armazenamento, enchendo-os 1500000/300=5000 caixinhas por dia
completamente. Um desses tanques tem 12,5 m3, e o 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
outro, 15,3 m3, e esta-vam, inicialmente, vazios.
Após a transferência, quantos litros de gasolina resta- Resposta:A.
ram no caminhão-tanque? 14400litros=14400000 ml
(A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(C) 3.577,20
(D) 357,72
(E) 332,20 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

22
MATEMÁTICA

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15
minutos de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta
1h45min=60+45=105 minutos represen-tada por uma igualdade, em que exista uma ou
mais letras que representam números desconhecidos.
15km------- 105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1-------------- x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números
X=7 minutos reais, chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor nu-
1h20min=60+20=80min mérico de x que, substituindo no 1º membro da equação,
torna-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

Resposta: B. V-
-----80min
V+20----48
Quantomaioravelocidade,menoro
tempo(inversamente)

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a


equação também.
No exemplo temos:
3x+300
80v=48V+960
Outro lado: x+1000+500
32V=960
E o equilíbrio?
V=30km/h
3x+300=x+1500
30km----60 min
Quando passamos de um lado para o outro
x-----------80 invertemos o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600
60x=2400
Exemplo
X=40km (PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao
08 Resposta: B.
do-bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e
12:45 até 13:12 são 27 minutos
Pierre. Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a
27x60=1620 segundos dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade que
Pedro tem hoje.
Resposta: B.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje
1m³=1000litros
é:
36000/1000=36 m³
A)72;
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros B)69;
C)66;
10.Resposta: E.
D)63;
1,7m=170cm
E)60.
1,45m=145 cm
Resolução
170/40=4 resta 10
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
145/40=3 resta 25
na linguagem matemática o que está no texto.
4+3=7

23
MATEMÁTICA

“Pierre é três anos mais velho do que


Paulo” Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”
Exemplo

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
, portanto não há solução real.
Lembrando que:
Pi=Pa+3 2.

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3 3.
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69

Resposta: B.

Equação 2º grau
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada
A equação do segundo grau é representada pela fór- real de um número negativo.
mula geral:
Se , há duas soluções iguais:

Onde a, b e c são números reais,

Discussão das Raízes 1. Se , há soluções reais diferentes:

Relações entre Coeficientes e

Raízes Dada as duas raízes:


Se for negativo, não há solução no conjunto dos
números reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções:

24
MATEMÁTICA

Soma das Raízes Substituindo em A


A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Resposta: B.

Produto das Raízes Inequação


Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de
desi-gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-
das as raízes >: maior
<: menor
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: ≥: maior ou igual
≤: menor ou igual
x²-Sx+P=0

Exemplo O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo


da equação, onde temos que organizar os termos
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. semelhan-tes em cada membro, realizando as operações
indicadas. No caso das inequações, ao realizarmos uma
Solução multiplicação de seus elementos por –1 com o intuito de
S=x1+x2=-2+7=5 deixar a parte da incógnita positiva, invertemos o sinal
P=x1.x2=-2.7=-14 representativo da desigualdade.
Então a equação é: x²-5x-14=0
Exemplo 1
Exemplo 4x + 12 > 2x – 2
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) 4x – 2x > – 2 – 12
A soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, 2x > – 14
quando somamos os quadrados dessas idades, obtemos x > –14/2
1000. A mais velha das duas tem: x>–7
24 anos
26 anos Inequação-Produto
31 anos
33 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
Resolução ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo da
A+J=44 desigualdade em cada função e obter a resposta final
A²+J²=1000 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A=44-J
Exemplo
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000 a)(-x+2)(2x-3)<0
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no
denomi-nador, pois não existe divisão por zero. Com isso,
a função que estiver no denominador da inequação
deverá ser dife-rente de zero.

25
MATEMÁTICA

O método de resolução se assemelha muito à resolu-


ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do
sinal dessas funções.
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0 Portanto:
x≠2 S = { x R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -
1] Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas ax²+bx+c≠0
uma variável sendo que essa deve ser a mesma em todas
as outras inequações envolvidas.
Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º
grau: Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação.


4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4
x≤-1

S1 = {x R | x ≤ - 1}
Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:
x+1≤0
x≤-1

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.

S2 = { x R | x ≤ - 1}
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da
inequação temos: S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
S = S1 ∩ S2

26
MATEMÁTICA

Questões (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x²
(SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - 6x + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- 3
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete 2
vezes esse número. Qual é esse número? −1
(A) 2 −6
(B) 3
(C) 4 (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017) Em
(D) 5 setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a 4/5 do
seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do salário
(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-guel, e
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-da, com
cidade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário bruto do
1/3 do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte mês de setembro foi igual a
da cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, (A) R$ 6.330,00.
percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a (B) R$ 5.625,00.
soma das distâncias percorridas por ambos os carros até (C) R$ 5.550,00.
os pontos em que pararam é igual a 28 km, então a (D) R$ 5.125,00.
distância entre os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em (E) R$ 4.500,00.
quilômetros, igual a
(A) 26. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-
(B) 24. RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
(C) 20. idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
(D) 18. idade:
(E) 16. (A) 12.
(B) 14.
(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) 16.
NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- (D) 17.
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- (E) 18.
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-sor
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo-res – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-zes
totais das compras de ambos foram exatamente iguais, então iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
o preço unitário do produto P foi igual a (A) 1/2 .
(A) R$ 225,00. (B) 3.
(B) R$ 200,00. (C) 3/2 .
(C) R$ 175,00. (D) 12.
(D) R$ 150,00. (E) 28.
(E) R$ 125,00.
10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de
(ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-co Adminis-tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao
I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere a perguntar para João qual era a sua idade atual, recebi a
equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati-va seguinte res-posta:
que apresenta a soma das duas soluções dessa equação. - O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
(A) 0. minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás
(B) 1. representa a minha idade atual.
(C) -1. A soma dos algarismos do número que representa,
(D) 6. em anos, a idade atual de João, corresponde a:
(E) -6. A)6
B)7
(UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- C)10
VGO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, D)14
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C) 50
(D) 52

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 07. Resposta: B.


Salário liquido: x
Resposta:
B. 2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém. 9x=40500
X=4500
02. Resposta: C.
Salario fração
y---------------1
4500---------4/5

Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km Idade atual: x
48-28=20 km entre P e Q. X+24=3x
2x=24
03. Resposta:B. X=12
Sendo x o valor do material P Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
10x=7x+600
3x=600 09. Resposta: C.
X=200 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
04. Resposta: E. ∆=400
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6

05. Resposta:B.
Vamos fazer a conta de rodas:
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
4x=269-36-45
4x=188
X=47 10. Resposta: C.
Atual:x
06. Resposta: B 5(x+8)-5(x-3)=x
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0 5x+40-5x+15=x
36-24m+12=0 X=55
-24m=-48 Soma: 5+5=10
M=2

28
MATEMÁTICA

O conjunto B é denominado contradomínio, CD.


FUNÇÕES Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os
valores de y que são imagens de valores de x forma o
Diagrama de Flechas conjunto imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que
tam-bém pode ser representada por y = x + 5. A
representação, utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o


contra-domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto
imagem é Im = {6, 9, 12}

Classificação das funções

Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no
contrado-mínio.
Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no
pe-ríodo; o tempo de uma viagem de automóvel depende
da velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o
domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-mos
definir com mais rigor o que é uma função matemáti-ca
utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f


Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
uma relação de A em B.
domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada
domínio.
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que
po-dem ser atribuídos à variável independente. Já a
imagem da função é formada por todos os valores
correspondentes da variável dependente.
O conjunto A é denominado domínio da função, indi-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.

29
MATEMÁTICA

Bijetora : Quando apresentar as características de Função Decrescente: a < 0


fun-ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou Nesse caso, os valores de y, caem.
seja, elementos distintos têm sempre imagens distintas e
todos os elementos do contradomínio são imagens de
pelo me-nos um elemento do domínio.

Função 1 grau Raiz da função


A função do 1° grau relacionará os valores numéricos Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
Estudo dos Sinais a seguir:
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, e
caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.
Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
Função Crescente: a > 0 culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
neralização com base na própria lei de formação da função,
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá-
considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
fico que os valores de y vão crescendo.
X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema


com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4

30
MATEMÁTICA

b=2 Raízes
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2) Vértices e Estudo do Sinal
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada
drática e deve ser o maior termo. para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
Considerações máximo V.
Em qualquer caso, as coordenadas de V são
Concavidade . Veja os gráficos:
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao


eixo x, no ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante , as


duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

31
MATEMÁTICA

Equação Exponencial Função decrescente


Se temos uma função exponencial
toda equação cuja incógnita se apresenta no expo- de-crescente em todo o domínio da função.
ente de uma ou mais potências de bases positivas e dife- Neste outro gráfico podemos observar que à
rentes de 1. medida que x aumenta, y diminui. Graficamente
observamos que a curva da função é decrescente.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

A Constante de Euler
definida por : e
= exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Função exponencial Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao
A expressão matemática que define a função exponen- ma-temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número real primei-ros a estudar as propriedades desse número.
positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável. O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
mais, é:
Função crescente e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
Se temos uma função exponencial crescente, pode ser escrita como a potência de base e com expoente
qualquer que seja o valor real de x. x, isto é:
No gráfico da função ao lado podemos observar que ex = exp(x)
à medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y.
Grafica-mente vemos que a curva da função é crescente. Propriedades dos expoentes
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
número racional, então:
ax ay= ax + y
ax / ay= ax - y
(ax) y= ax.y
(a b)x = ax bx
(a / b)x = ax / bx
a-x = 1 / ax

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N


na base a

32
MATEMÁTICA

Ainda com base na definição podemos estabelecer Função Logarítmica


condições de existência:
Uma função dada por , em
que a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-
se fun-ção logarítmica.
Exemplo

Consequências da Definição

Questões

(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Uma


locadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de
carros a seus clientes:
Propriedades
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem
livre.

Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô-


metro rodado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui-


lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?

A)30.
Mudança de Base B)36.
C)48.
D)75.
E)84.

Exemplo (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: vendedor recebe um salário mensal composto de um
a)log 6 valor fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte
log1,5 variá-vel corresponde a uma comissão de 6% do valor
log 16 total de vendas que ele fez durante o mês. O salário
Solução mensal desse vendedor pode ser descrito por uma
Log6=log2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781 expressão algébrica f(x), em função do valor total de
b) vendas mensal, represen-tado por x.
c)
A expressão algébrica f(x) que pode representar o
salá-rio mensal desse vendedor é

33
MATEMÁTICA

A)f(x) = 0,06x + 1.300.


B)f(x) = 0,6x + 1.300.
C)f(x) = 0,78x + 1.300.
D)f(x) = 6x + 1.300.
E)f(x) = 7,8x + 1.300.

(CONSANPA – Técnico Industrial –


FADESP/2017) Um reservatório em formato de cilindro é
abastecido por uma fonte a vazão constante e tem a
altura de sua coluna d’água (em metros), em função do
tempo (em dias), descri-ta pelo seguinte gráfico:

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são

A) -0,5 e 2,5.
B) -0,5 e 3.
Sabendo que a altura do reservatório mede 12
C) -1 e 2.
metros, o número de dias necessários para que a fonte
D) -1 e 2,5.
encha o reservatório inicialmente vazio é
E) -1 e 3.
A)18
B)12 (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) A
C)8 soma das coordenadas do vértice da parábola da função
D)6 f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(A) 4
(B) 6
(TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário – (C) 8
FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de (D) 10
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir
até o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até 07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –
resolver o problema (também são cobradas as frações de
horas traba-lhadas). Em um desses serviços, Carlos IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função
resolveu o problema e cobrou do cliente R$ 168,25, o que na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontramos
permite concluir que ele trabalhou nesse serviço
como resultado:
(A) 5 horas e 45 minutos.
(B) 6 horas e 15 minutos. A)12
(C) 6 horas e 25 minutos. B)15
(D) 5 horas e 25 minutos. C)16
(E) 5 horas e 15 minutos. D)17

(PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-


(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- de x fazem com que a expressão as-
contram-se representados o gráfico da função de suma valor numérico igual a 1?
segundo grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de
primeiro grau g, definida por g(x). A)2
B)3
C)4
D)5
E)6

34
MATEMÁTICA

(IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível


que melhor representa a função y = 2x , para o domínio Técni-co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017)
em R+ é: Conside-rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que
apresenta o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

(A) Respostas

01. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km

(B) 02. Resposta: A.

6%=0,06
Como valor total é x, então
0,06x E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

(C)

2x=36
X=18

04.Resposta: B.
(D) F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25-----x
X=15 minutos

(E) Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
(PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor (x-2)(x+2)=x²-4
de k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha
exa-tamente uma raiz? A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
(A) 0 Y=ax+b
(B) 3 -1=b
(C) 6 3=2a-1
(D) 9 2a=4
(E) 12 A=2
Y=2x-1

35
MATEMÁTICA

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1
X²-2x-3=0
∆=4+12=16 A base for -1 desde que o expoente seja par:
X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1

06. Resposta:C.

Vamos substituir esses dois valores no expoente


X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
A soma das coordenadas é igual a 8 X=3
3²+12-60=-39
07. Resposta: D.
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
-2x=-12 Kx=(x+3)²
X=6 Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Substituindo em g(x) Para ter uma raiz, ∆=0
G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17 ∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
08. Resposta: D. 36-12k+k²-36=0
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. k²-12k=0
X²+4x-60=0 k=0 ou k=12
∆=4²-4.1.(-60)
∆=16+240 11. Resposta:C.
∆=256

A base pode ser igual a 1:


X²-5x+5=1
X²-5x+4=0
∆=25-16=9

36
MATEMÁTICA

Histogramas
GRÁFICOS E TABELAS
São gráfico de barra que mostram a frequência de
uma variável específica e um detalhe importante que são
faixas de valores em x.
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve: Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
possível. como numa pizza.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar
claro o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspec-tos
descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos
Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar


Fonte: tecnologia.umcomo.com.br mais fácil a compreensão de todos sobre um tema.
Barra horizontal

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:


Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio
lógico
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

37
MATEMÁTICA

Questões

(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re-
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação
da população em idade para trabalhar. Esses dados, em
por-centagem, encontram-se indicados na apresentação
gráfi-ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse


pe-ríodo foi igual a
A)10.
B)9.
C)8.
D)7.
E)6.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta a (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-NESP/2017)
melhor aproximação para o aumento percentual da taxa de Uma professora elaborou um gráfico de se-tores para
desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação representar a distribuição, em porcentagem, dos cinco
taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-das
pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
15%. de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
25%. gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
50%. ou por múltiplos e submúltiplos de x.
75%.
90%.

(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que
re-presenta o conceito BOM é igual a
A)144º.
O número total de ônibus dessa empresa é B)135º.
C)126º
A)270. D)117º
B)250. E)108º.
C)220
D)180. 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
E)120.

(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes
à veiculação de um anúncio promocional.

38
MATEMÁTICA

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos- Pode-se concluir que
tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação de A)o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná nos B)60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. salários.
No ano considerado, o segundo trimestre caracte- C)10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de D)20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
recei-tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. da total.
No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe- E)60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da renda total.
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento
simul-tâneo de gastos e de arrecadação.
No último bimestre do ano de 2015, foram regis- (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
arrecadação de receitas. em que xi é a variável estudada e fi é a frequência
No ano em questão, janeiro e dezembro foram os absoluta dos dados.
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas. xi fi
A menor arrecadação mensal de receitas e o menor 30-35 4
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti- 35-40 12
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 40-45 10
2015. 45-50 8
50-55 6
(BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- TOTAL 40
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a
nomen-clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

A)Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha. B)
B)Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
C)Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
C)
Linha.
D)Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
E)Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

(TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná- (D)
rios é dada na tabela seguinte.

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8 (E)
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

39
MATEMÁTICA

(DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- A partir das informações e do gráfico apresentados,
PE/2015) julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento


Penitenciário Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias
– InfoPen, ( ) Certo ( ) Errado
Relatório Estatístico Sintético do Sistema
Prisional Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações) Respostas

A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten-tos Resposta: E.


no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse 13,7/7,2=1,90
ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela razão Houve um aumento de 90%.
entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e a
quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média Resposta:D
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. 81+27=108
Com base nessas informações e na tabela ônibus somam 60%(100-35-5)
apresentada, julgue o item a seguir. 108-----60 x------
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no --100
Bra-sil se encontrava na região Sudeste. x=10800/60=180

( )certo ( ) errado
03. Resposta: C.
(DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
PE/2015)

04. Resposta: A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois
me-ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a
des-pesa.

40
MATEMÁTICA

ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,


TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
REGRESSÃO

Teste de Hipóteses
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais
para testar a afirmação sobre o valor de um
parâmetro populacional.
Para testar um parâmetro populacional, você deve
afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que
represente a afirmação e outra, seu complemento.
06. Resposta: C. Quan-do uma é falsa, a outra é verdadeira.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que
ou pizza e de linha contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó-
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e
07. Resposta: D. contém afirmação de desigualdade, como <, ≠, >.
1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários Vamos ver como montar essas
60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem hipóteses Um caso bem simples.
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários E
apenas 1 pessoa ganha
40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6 Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
60% de 30=0,6x30=18 Há uma regrinha para formular essas hipóteses
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Formulação verbal Formulação
H0 Formulação verbal Ha
Matemática
08. Resposta: A. A média é A média é
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...maior ou igual
40-45, 35-40, a k. ...menor que k

....pelo menos k. ... abaixo de k


Resposta: CERTA.
555----100% ...não menos que ...menos que k.
x----55% k.
x=305,25 ...menor ou igual ..maior que k

Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. a k.


... acima de k
....no máximo k.
Resposta: ERRADO. ...mais do que
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no ...não mais que k. k.
... não igual
eixo x e não simplesmente um dado.
... igual a k. a k.

Referências .... k. .... diferente


http://www.galileu.esalq.usp.br de k.
...exatamente k.
...não k.

Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o


índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira
é menor que 2,5 galões por minuto.

41
MATEMÁTICA

Classes Frequências
41 |------- 45 7
Referências 45 |------- 49 3
Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: 49 |------- 53 4
Pe-arson Prentice Hall, 2010. 53 |------- 57 1
Frequências 57 |------- 61 5
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em Total 20
recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa Média aritmética
população. Média aritmética de um conjunto de números é o
valor que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo
Frequência Absoluta núme-ro de elementos do conjunto.
o número de vezes que a variável estatística assume Representemos a média aritmética por .
um valor. A média pode ser calculada apenas se a variável
envol-vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido
Frequência Relativa calcular a média aritmética para variáveis quantitativas.
o quociente entre a frequência absoluta e o número Na realização de uma mesma pesquisa estatística
de elementos da amostra. entre diferentes grupos, se for possível calcular a média,
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos: ficará mais fácil estabelecer uma comparação entre esses
grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das
al-turas dos jogadores é:

Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-


res, obteremos a média aritmética das alturas:

Distribuição de frequência sem intervalos de classe:


a simples condensação dos dados conforme as repeti- A média aritmética das alturas dos jogadores é
ções de seu valores. Para um ROL de tamanho razoável 2,02m. Média Ponderada
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que
exi-ge muito espaço. Veja exemplo abaixo: A média dos elementos do conjunto numérico A relati-va
Dados Frequência à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
41 3 peso” é chamada média aritmética ponderada.
42 2
43 1
44 1
45 1
46 2 Mediana (Md)
50 2 Sejam os valores escritos em rol:
51 1
52 1
54 1
57 1 Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que
58 2 o número de termos da sequência que precedem
60 2 igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de
pela média aritmética entre os termos e , tais que o
classe: Quando o tamanho da amostra é elevado é mais
número de termos que precedem é igual ao número de
racional efetuar o agrupamento dos valores em vários
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
intervalos de classe.
mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

42
MATEMÁTICA

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução: Isto é:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12

Resposta: Md=12. E para amostra

Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Exemplo 1:
Solução: Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem- tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
-se: Jogo Número de pontos
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit- 1 22
mética entre os dois termos centrais do rol. 2 18
3 13
Logo: 4 24
5 26
Resposta: Md=15 6 20
7 19
Moda (Mo)
Num conjunto de números: , chama-se 8 18
moda aquele valor que ocorre com maior frequência. Qual a média de pontos por jogo?
Qual a variância do conjunto de pontos?
Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni- A média de pontos por jogo é:
ca.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2: A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-cas
diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de
Variância uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos
de um conjunto de números em relação à sua média arit-
mética, e que é chamado de variância. Esse índice é assim
definido:

Seja o conjunto de números , tal que


é sua média aritmética. Chama-se variância desse
conjunto, e indica-se por , o número:

43
MATEMÁTICA

Desvio padrão

Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto,
e indica-se por , o número:

Isto é:

Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
A estatura média desses jogadores.
O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
Sendo a estatura média, temos:

Sendo o desvio padrão, tem-se:

Questões

(CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem
curso superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que
a média salarial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar
que a média salarial dos funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.

02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.

A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha
Número de acertos Número de candidatos
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24

44
MATEMÁTICA

A média de acertos por prova foi de


A)3,57.
B)3,43
C)3,32.
D)3,25.
E)3,19.

(PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no período
matutino e 10 classes no período vespertino. O número médio de alunos por classe no período matutino é 20, e, no
período vespertino, é 25. Considerando os dois períodos citados, a média aritmética do número de alunos por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.

(SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – FCC/2016) Para responder à questão, considere as informações
abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram
uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um
deter-minado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
igual a
A)0,32.
B)0,21.
C)0,35.
D)0,18.
E)0,24.

(UFES – Assistente em Administração – UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn
. A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for par.
Uma prova composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relaciona o número de
acertos obtidos na prova com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos.

Número de acertos Número de alunos


0 4
1 5
2 4
3 3
4 5
5 3

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na
prova. A mediana dos números de acertos é igual a
A)1,5
B)2
C)2,5
D)3
E)3,5

45
MATEMÁTICA

(UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-


A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
primeiro semestre de 2016. foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
Mës Empréstimos
cionários, é igual a
Janeiro 15 (A)) R$ 2.002,00.
Fevereiro 25 (B) R$ 2.006,00.
(C) R$ 2.010,00.
Março 22
(D) R$ 2.004,00.
Abril 30 (E) R$ 2.008,00.
Maio 28
Junho 15
(PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
Dadas as afirmativas, FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
mês. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em
A mediana da série de valores é igual a 26. uma escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
50 55 55 55 55 60
verifica-se que está(ão) correta(s) 62 63 65 90 90 100
A)II, apenas.
B)III, apenas. O número de funcionários com pontuação acima da
C)I e II, apenas. média é:
D)I e III, apenas. A)3;
E)I, II e III. B)4;
C)5;
(COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas D)6;
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- E)7.
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela
abai-xo. Respostas
Laboratório
Replicatas 1 2 3 4 Resposta: E. S=cursam
1 30,3 30,9 30,3 30,5 superior M=não tem curso
2 30,4 30,8 30,7 30,4
3 30,0 30,6 30,4 30,7 superior
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
Desvio
Padrão 0,20 0,15 0,21 0,15

Utilize essa tabela para responder à questão. S+M=600000


O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
de número
A)1.
B)2. S=420000
C)3. M=600000-420000=180000
D)4.

(ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)


Os valores a seguir representam uma amostra

331546248 02. Resposta:B.


Então, a variância dessa amostra é igual a
A)4,0
B)2,5.
C)4,5.
D)5,5
E)3,0

46
MATEMÁTICA

03. Resposta: D. 08. Resposta: C.

M=300

V=250

09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13
funcio-nários
04. Resposta: B. x/13=1998
X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com
me-nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário
maior, pois ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

3,36-3,15=0,21 10. Resposta: A.

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra: M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

GEOMETRIA
06. Resposta: D.

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
Mediana o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice
Vamos colocar os números em ordem do ângulo.
crescente 15,15,22,25,28,30

Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
proporcional, portanto também é maior em 3.

47
MATEMÁTICA

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Triângulo


que 90º.
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta
que liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.

Na figura, é uma mediana do ABC.

Um triângulo tem três medianas.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo


in-tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Ângulo Raso:
Na figura, é uma bissetriz interna do .
É o ângulo cuja medida é 180º; Um triângulo tem três bissetrizes internas.
É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Reto: Altura de um triângulo é o segmento que liga um


vér-tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é
É o ângulo cuja medida é 90º; perpen-dicular a esse lado.
É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares. Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

48
MATEMÁTICA

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen- Triângulo equilátero: três lados iguais.
dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do tri-


ângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Classificação Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso


Quanto aos lados
Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais. Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-nor
que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:
Tem 4 lados.
Tem 2 diagonais.
A soma dos ângulos internos Si = 360º
A soma dos ângulos externos Se = 360º

49
MATEMÁTICA

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

é paralelo a

Losango: 4 lados congruentes


Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

Observações: Ângulos Internos


A soma das medidas dos ângulos internos de um po-
- No retângulo e no quadrado as diagonais são lígono convexo de n lados é (n-2).180
congruentes (iguais) Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
No losango e no quadrado as diagonais são per- mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse- medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio). das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base maior, b é a


medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base
e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h
4- Losango: , onde D é a medida da diagonal
maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono Ângulos Externos


Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são
cha-mados vértices do polígono.
A soma dos ângulos
externos=360° Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

50
MATEMÁTICA

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

2
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.


Semelhança de Triângulos

Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os


seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança

1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

51
MATEMÁTICA

hipotenusa b
e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo Chamamos


relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

Fórmulas Trigonométricas
O produto dos catetos é igual ao produto da hi-
Relação Fundamental potenusa pela altura relativa à hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b² plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares.
Dividindo os membros por c² Podem também não estar no mesmo plano. Nesse caso,
são de-nominadas retas reversas.
Retas Coplanares
Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Como

-Duas retas concorrentes podem ser:

Todo triângulo que tem um ângulo reto é Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
denominado triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

52
MATEMÁTICA

Oblíquas:r e s não são perpendiculares. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Con-


sidere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e
5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri-
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como
medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.
Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na
coincidentes.
figura abaixo, encontra-se representada uma cinta
esticada passando em torno de três discos de mesmo
diâmetro e tangentes entre si.

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o


comprimento da cinta acima representada é
Questões
A)8/3 π + 8 .
(IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci-ários- B)8/3 π + 24.
VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com 40 m de C)8π + 8 .
largura por 60 m de comprimento, foi dividido em três lotes, D)8π + 24.
conforme mostra a figura. E)16π + 24.

(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1


é 864 m², o perímetro do lote 2 é
A)100 m.
B)108 m.
C)112 m.
D)116 m.
E)120 m. A área da região sombreada, da figura acima apresen-
tada, é

53
MATEMÁTICA

A)100 - 5π . Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados


B)100 - 10π . correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
C)100 - 15π . a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
D)100 - 20π . dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
E)100 - 25π . respectivamente,
A)80 e 64.
(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No B)80 e 62.
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- C)62 e 80.
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- D)60 e 80.
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF E)60 e 78.
e HG, gerando o quadrilátero BCQP.
(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é (C) 24.
A)25√5. (D) 27.
B)50√2. (E) 30.
C)50√5.
D)100√2 . (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-sor
E)100√5. – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
(SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
cidade. Qual é a área dessa praça? O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
120 m² (D) 330;
90 m²
(E) 372.
60 m²
30 m² (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centí-
com formato de triângulos retângulos, situadas em uma
metros, mostra um painel informativo ABCD, de formato re-
tangular, no qual se destaca a região retangular R, onde x > y.
praça e destinadas a atividades de recreação infantil para
faixas etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é,


em metros, igual a

54
MATEMÁTICA

A)54.
B)48.
C)36.
D)40.
E)42. 96h=1728
H=18
(SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – Como I é um triângulo:
60-36=24
MSCONCURSOS/2017) Seja a expressão X²=24²+18²
definida em 0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos: X²=576+324
X²=900
1 X=30
sen²x Como h=18 e AD é 40, EG=22
cos²x
0 Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

(SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 02. Resposta: B.


MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
(considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).

64,2 m
46,2 m
92,4 m
128,4 m Lado=3√2
Outro lado =5√2
Respostas

01. Resposta: D. 03. Resposta: D.

Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente


a mesma medida da parte reta da cinta.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o
lado esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

55
MATEMÁTICA

04. Resposta: E. 5y=320


Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. Y=64

5x=400
X=80

Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27 X=27/6
O perímetro seria

O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


ponto Médio
Resposta: C. Número
A)X²=5²+5² de estacas: x
B)X²=25+25 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
C)X²=50 do duas vezes o canto
D)X=5√2 6x=30
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi X=5
círculos, temos 2 círculos inteiros. Temos 5 estacas no lado menor, como são
A área de um círculo é espaçadas a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B.

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
CQ²=10²+5²
CQ²=100+25 9x=108
CQ²=125 X=12
CQ=5√5 Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A. Y²=16²+12²


Y²=256+144=400
Y=20
Perímetro: 16+12+20=48

56
MATEMÁTICA

11. Resposta: C.

1-cos²x=sen²x

12. Resposta: D.

Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

X=6

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em
α, um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a
Y=10,2 outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente
com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades
no círculo e no outro plano.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo
retângu-lo em torno de um de seus catetos. Por isso o
cone reto é também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

57
MATEMÁTICA

-Oblíquo: eixo não é perpendicular Prismas


Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Área

Área lateral:

Área da base:
Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião
Área total: de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades
no polígono R e no plano β.
Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruen-


Área e Volume tes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos
ligando-se os vértices correspondentes das duas faces paralelas.
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

58
MATEMÁTICA

Classificação pelo polígono da Prisma Regular


Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
base -Triangular lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo:

Área paralelepípedo:
A área de um prisma:
Onde: St=área total
Sb=área da base

-Quadrangular rais.Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-


Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:

(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h.
(C) 2/3h.
E assim por diante... (D) 2h.
(E) 3h.
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi- (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
nam-se paralelepípedos. MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al-
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.

59
MATEMÁTICA

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumen-tar (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
mantendo-se inalteradas as demais medidas. Desse madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
modo, o volume inicialmente previsto para esse formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
reservatório foi aumentado em vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.

A)1 m³ .
B)3 m³ .
C)4 m³ .
D)5 m³ .
E)6 m³ .

(CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
ma de paralelepípedo reto retângulo.
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do bloco
C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
A)15,5.
B)11.
C)12,5.
D)14.
E)16

(MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017) Um


recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-da,
com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25 cm
de altura, está com 20% de seu volume total preenchido com
água, conforme mostra a figura. (Figura fora de escala)
Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o
volu-me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
A)3000.
B)4500.
C)6000.
D)7500.
E)9000.

(MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de Para completar o volume total desse recipiente, serão
paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões: despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá-rios
para completar o volume total do prisma será:
A)8 copos
B)9 copos
C)10 copos
D)12 copos
E)15 copos

(CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-FG/2017)


figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Estando o referido aquário completamente cheio, a
sua capacidade em litros é de:
A)0,06 litros.
B)0,6 litros.
C)6 litros.
D)0,08 litros.
E)0,8 litros.

60
MATEMÁTICA

Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér- Resposta: D


tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é V= πr²h
dado por V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
A)a³/6
B)a³/3 Resposta:E.
C)a³/3√3 V=2⋅3⋅x=6x Aumentando
D)a³/6√6 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
(CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-NESP/2017) Portanto, o volume aumentou em 6.
De um reservatório com formato de parale-lepípedo reto
retângulo, totalmente cheio, foram retirados 3 m³ de 04. Resposta:E.
água. Após a retirada, o nível da água restante no São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
mostra a figura. 3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000

05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

Resposta:C.
VA=125cm³
VB=1000cm³

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
A)1,8.
B)1,75.
C)1,7.
D)1,65. 180h=2250
E)1,6. H=12,5

(PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 07. Resposta: C.


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, cuja
altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um cilindro V=10⋅10⋅25=2500 cm³
circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: 2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
(A) 9 cm Para terminar de completar o
(B) 30 cm volume: 2500-500=2000 cm³
(C) 60 cm 2000/200=10 copos
(D) 90 cm
08. Resposta: A.
Respostas
A base é um triângulo de base a e altura a
Resposta:
Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

61
MATEMÁTICA

Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado
3m³ 5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

Resposta:
D. Cone

Portanto,

Tipos de Matriz
Cilindro Matriz linha
V=Ab.h
V=πr²h Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma
Como o volume do cone é 30% maior: única linha.
117πr²=1,3 πr²h Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.
H=117/1,3=90
Matriz coluna

Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui


MATRIZ, DETERMINANTES E SISTEMAS uma única coluna.
LINEARES
Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1.

Matriz
Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a Matriz quadrada
toda tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n
colunas. Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui
colocar seus elementos entre parênteses ou entre número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
colchetes como, por exemplo, a matriz A de ordem 2x3. quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de
ordem n e indica-se por An. Exemplo:

Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de Diagonais
seus elementos por uma letra minúscula acompanhada de Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
dois índices: o primeiro indica a linha a que pertence o (a11, a22, a33,..)
elemento: o segundo indica a coluna a que pertence o Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
elemento, isto é, o elemento da linha i e da coluna j é in-
que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
dicado por ij.
Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:

Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j

62
MATEMÁTICA

Matriz diagonal

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz diagonal se, e somen-
te se, todos os elementos que não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.

Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz identidade se, e somente se, os elementos da diagonal
principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.

Matriz nula

É chamada matriz nula se, e somente se, todos os elementos são iguais a zero.

Matriz Transposta

Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz transposta de A a matriz do tipo n x m.

Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por A+B.
Dada as matrizes:

, portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt

Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se, C=A+(-
-B).

63
MATEMÁTICA

Multiplicação de um número por uma matriz Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Considere: Logo,
Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.

Cálculo do determinante
Determinante de ordem 1
Multiplicação de matrizes

O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)


mxp por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim Determinante de ordem 2
obtidos.
Dada as matrizes:
Dada a matriz
O determinante é dado por:

Determinante de ordem 3
Regra 1:

Repete a primeira e a segunda coluna

Matriz Inversa

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz


B é chamada inversa de A se, e somente se,

Regra 2

Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.

Solução
detA= a a a + a a a + a a a - a a
Seja 11 22 33 12 23 31 32 21 13 31 22

a -a a a - a a a
13 12 21 33 32 23 11

64
MATEMÁTICA

Sistema de equações lineares Matriz Associada a um Sistema Linear


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas. Dado o seguinte sistema:

Matriz incompleta

Em que: Classificação

Sistema Possível e Determinado

O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois


Sistema Linear 2 x 2

Chamamos de sistema linear 2 x 2 o conjunto- de


equa-ções lineares a duas incógnitas, consideradas
simultanea-mente. Como não existe outro par que satisfaça simultane-
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo: amente as duas equações, dizemos que esse sistema é
SPD(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma
úni-ca solução.
ax+by=c Sistema Possível e Indeterminado
1 1 1

a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3


esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-
res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4),
(1,3), (2,2), (3,1) e etc.

Sistemas Lineares equivalentes Sistema Impossível

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo


conjunto solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente


as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto tanto é impossível.
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequ- Sistema Escalonado
ência ordenada de números reais que verifica, simultane- Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as
amente, todas as equações do sistema. incógnitas das equações lineares estão escritas em uma
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
todas as sequências ordenadas de números reais que ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação
satis-façam as equações do sistema. anterior.

65
MATEMÁTICA

Exemplo Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.


Sistema 2x2 escalonado. Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.

Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-


nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um. Exemplos

- Discutir, em função de a, o sistema:


x + 3y = 5

Sistema 2x3
2x + ay = 1
Resolução

1 3
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento

Podemos transformar qualquer sistema linear em um D= 2 a =a−6


outro equivalente pelas seguintes transformações
elemen-tares, realizadas com suas equações: D=0⇒a−6=0⇒a=6
-trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
di-ferente de 0. Para a ≠ 6, temos:
-Multiplicar uma equação por um número real e adi-
cionar o resultado a outra equação. x + 3y = 5 x + 3y = 5
Exemplo ~
2x + 6 y = 1 ← −2 0x + 0 y = −9

Que é um sistema impossível.


Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é Assim, temos:
conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação. a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer
Consideramos os sistema . Suponhamos
Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta desse sis-
Multiplicando a equação por -2:
tema é , cujo determinante é indicado por D =
ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de


Somando as duas equações: pela coluna dos coeficientes independentes, obteremos
,cujo determinante é indicado por Dy = af – ce.
Assim, .

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e


Sistemas com Número de Equações Igual ao
Núme-ro de Incógnitas considerando a matriz , cujo determinante é indi-
cado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
Quando o sistema linear apresenta nº de equações
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos
coe-ficientes (incompleta), e:

66
MATEMÁTICA

Questões

01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
assinale a alternativa que apresenta a matriz C
que representa a soma da matriz A e B, ou seja, C = A + B:

(PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Fiscal de


(D)
Posturas – MSCONCURSOS/2017) Sejam as matrizes
. A matriz A-B é igual a

02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz , assinale
a alternativa que apresenta a matriz C
que representa a subtração da matriz A e B, ou seja, C = A
- B.

(UNITINS – Assistente Administrativo – UNI-


TINS/2016) Sejam os determinantes das matrizes

O valor de x²-2xy+y² é
igual a
A)8
B)6
C)4
D)2
E)0

(POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


(PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
IBFC/2017) Dada a matriz e a matriz
CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da ma-
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C
que representa o produto da matriz A e B, ou seja, C=A*B. triz é 10, então o determinante da matriz é:

67
MATEMÁTICA

A)-20 S={(4,0,6)}
B) -10 S={(3/2 ,6, -7/2)}
C) 3 Sistema sem solução.
D) 20
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
(PREF. DE BIGUAÇU/SC – Professor – UNI- TEC/2015) A solução do sistema linear é:

A)S={(4, ¼)}
SUL/2016) Considere B)S={(3, 3/2 )}
Assinale a alternativa CORRETA: C)S={(3/2 ,3 )}
D)S={(3,− 3/2 )}
A)A + B = 20 E)S={(1,3/2 )}
B)A - 3B2 = -51
C)√2A + 1- 5 = -2 13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE-
D)A/B +1 =23 PE/2015) O sistema linear é possível e inde-terminado se:
E)3A -2B + 9 = 25
A)m ≠ 2 e n = 2 .
B)m ≠ 1/2 e n = 2 .
(PREF. DE TAQUARITUBA/SP – Professor – INS- C)m = 2 e n = 2 .
D)m = 1/2 e n = 2 .
TITUTO EXCELÊNCIA/2016) Dada a matriz ,
E)m = 1/2 e n ≠ 2 .
assinale a alternativa que tenha respectivamente os núme-
ros dos elementos a12, a23, a33 e a35. Respostas
0, 0, 7, 5.
0, 7, 7, 5. Resposta: E.
6, 7, 0, 0.
Nenhuma das alternativas.

(MGS – Serviços Técnicos Contábeis – IBFC/2015) Resposta: E.

Sejam as matrizes quadradas de e então o valor ordem


e , então o valor do determinante da ma-
triz C = A + B é igual a: Resposta: E.
-2
2
6
-6
Resposta: A.
(PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente
Econômi-co Financeiro – IBAM/2015) Considere as
seguintes ma-trizes:

Resposta:C.
detA=15+10+4x+6+2x-50=-
Sendo “a” um número real, para que tenhamos A . B = 19 6x=0
C, o valor da variável “a” deverá ser: X=0
um número inteiro, ímpar e primo.
um número inteiro, par, maior que 1 e menor que 5 detB=0+40-y-0-12y+6=72
um número racional, par, maior que 5 e menor que -13y=26
10. Y=-2
um número natural, impar, maior que 1 e menor X²-2xy+y²=0²-0+4=4
que 5.
06. Resposta: A.
11. (BRDE – Analista de Sistemas – FUNDATE/2015) Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
A solução do seguinte sistema linear é: Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
S={(0,2,-5)} Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
S={(1,4,1)} minante: 10.2.-1=-20

68
MATEMÁTICA

07. Resposta: B. Substituindo na I


Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta 5+z+2(13+2z)+z=10
multiplicar os números da diagonal principal: 5+z+26+4z+z=10
detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24 6z=10-31
6z=-21
A matriz B, devemos multiplicar os números da dia- Z=-21/6
gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando Z=-7/2
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
de fazer a diagonal secundária) X=5+z
detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
19=20(F)

(B) A-3B²=-51
24-3⋅(-5)²=-51 12. Resposta: A.
24-75=-51
-51=-51(V)

08. Resposta: A.
A12=0
A23=0
A33=7
A35=5

09. Resposta: D.
Somando as duas equações:
144y=36

-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
10. Resposta: A. X=4

13. Resposta: D.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0

D=(3m+4m+3)-(3m+6m+2)=0
7m+3-9m-2=0
-2m=-1
m=1/2
a+2=9
a=7

11. Resposta: D.
Da II equação tiramos:
X=5+z (n-4+9)-(-3+6+2n)=0
n+5-2n-3=0
Da III equação: -n=-2
Y=13+2z n=2

69
MATEMÁTICA

Termo Geral da PA
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA da seguinte forma:

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao
se-gundo por a2, e o n-ésimo por an. primeiro número de razões r igual à posição do termo
me-nos uma unidade.
Termo Geral de uma Sequência
Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão,
que relaciona o valor do termo com sua posição. Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n) Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34). 6
e 34 são extremos, cuja soma é 40
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa
constan-te r chama-se razão da PA. Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos
extremos é igual à soma dos extremos.

Soma dos Termos


Exemplo Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: per-mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma
pro-gressão aritmética.

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
média aritmética entre o anterior e o posterior.

Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri-
meiro termo?
igual à soma dos extremos.
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua
esquerda e mais 19 à sua direita. Então temos os
seguintes dados para solucionar a questão:

70
MATEMÁTICA

Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto


ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
Sabemos também que a soma de dois termos termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
equidis-tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão
soma dos seus extremos. Como esta P.A. tem um número é igual à posição do termo menos uma unidade.
ímpar de termos, então o termo central tem exatamente o
valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1

2º Caso: q≠1

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em Exemplo
que se obtém cada termo, a partir do segundo, multipli- Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
cando o anterior por uma constante q, chamada razão da PG. A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Dada a sequência: (4, 8, 16) mos seja 29524

Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an- b)
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma
PA de razão r = 0. A PG constante é também chamada de
PG estacionaria.

71
MATEMÁTICA

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-dere
Infinita a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
1º Caso:-1<q<1 equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
(P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
(B) 36
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que (C) 32
a série é convergente. (D) 28
(E) 24
2º Caso:
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação de
sé-rie é divergente Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma planta
recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que havia
3º Caso: recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu 374
Também não possui soma finita, portanto divergente gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
Produto dos termos de uma PG finita (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.
Questões
(ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação de
(PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n pri- sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12,
meiros termos de uma progressão geométrica é dada por 13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
igual a
A)42.
B)31.
Quanto vale o quarto termo dessa progressão C)33.
geomé-trica? D)39.
E)36.
A)1
B)3
(POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia
C)27
– IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética:
D)39
(23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
E)40
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) (A) 137
Para que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma (B) 455
progressão aritmética, x pode assumir, dentre as (C) 500
possibilidades abaixo, o valor de (D) 515
(A) -0,5. (E) 680
(B) 1,5.
(C) 2. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-
(D) 4. mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
(E) 6. métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(A) 438
(IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- (B) 512
sor – FGV/2017) O valor da expressão (C) 256
(D) 128
2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:
(CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
A)2014; DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No
B)2016; mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após 1
C)2018; dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
D)2020; seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava
E)2022. 17 seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela
ultrapassará a barreira de 1.000 seguidores após:

72
MATEMÁTICA

A)57 dias.
B)58 dias.
C)59 dias.
D)60 dias. Para a sequência par:
E)61 dias. -2016=-2+(n-1)⋅(-2)
-2016=-2-2n+2
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador 2n=2016
Munici-pal – FAU/2016) Com base na sequência N=1008
numérica a seguir determine o sexto termo da sequência:
196 ;169 ;144 ;121 ; ...

A)115.
B)100.
C)81.
D)69. 1018081-1017072=1009
E)49. 2⋅1009=2018

Respostas Resposta: A.
Raiz da equação:
01.Resposta: A. 2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da
PA Primeiro termo:

PA
(12,16,...)
Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos R=16-12=4
4 primeiros termos, se subtrairmos um do outro,
obteremos o 4º termo.

Resposta: B. Para ser =48


uma PA: X²-1-(4x-
1)=x-4-(x²-1) X²-1- 05. Resposta: E.
4x+1=x-4-x²+1
X²+x²-4x-x-3=0 2x²-
5x-3=0
∆=25-24=1
A1=374-320
A1=54

06. Resposta: B.
Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,...
São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
03. Resposta: C. meros.
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são Ou seja, o 9 está na posição 5
os números ímpares. O 11 está na posição 10 e assim por diante.
Os termos pares formam uma PA de razão -2 O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Vamos descobrir quantos termos há: Seguindo os termos:
25º termo é o 17
2017=1+(n-1)⋅2 30º termo é 19
2017=1+2n-2 Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
2017=-1+2n des
2n=2018 O 31º termo é o 17.
n=1009 14+17=31

73
MATEMÁTICA

Resposta: D. Desconto
Observe a razão: 29- No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli-
23=6 A83=a1+82r cação será:
A83=23+82⋅6 Fator de Multiplicação = 1 - taxa de desconto (na
A83=23+492 forma decimal)
A83=515 Veja a tabela abaixo:
Fator de
Desconto Multiplicação
Resposta:
10% 0,90
C. Q=2 25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-


mos:
Resposta: C.
1000=21+17(n-1)
1000=21+17n-17
1004=17n N=59 Chamamos de lucro em uma transação comercial de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
Resposta: C.
preço de custo.
A sequência tem como base os quadrados
Lucro=preço de venda -preço de custo
perfeitos 14, 13, 12, 11, 10, 9
Portanto o 6º termo é o 9²=81 Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem
de duas formas:
PORCENTAGEM

Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,


seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada
que a encontramos nos meios de comunicação, nas (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em
estatísticas, em máquinas de calcular, etc. sala de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total
está com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com
Os acréscimos e os descontos é importante saber por- gripe, o menor valor possível para x é igual a
que ajuda muito na resolução do exercício. 8.
15.
Acréscimo
10.
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter-
6.
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi-
12.
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim Resolução
por diante. Veja a tabela abaixo: 45------100%
X-------60%
Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10 X=27
15% 1,15 O menor número de meninas possíveis para ter gripe
20% 1,20 se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
47% 1,47
meninas estão.
67% 1,67
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
mos:
Resposta: C.

74
MATEMÁTICA

Questões

(SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias, ce recebessem, respectivamente,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida- A)o bracelete, os brincos e o colar.
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: B)os brincos, o colar e o bracelete.
C)o colar, o bracelete e os brincos.
(A) R$1120,00
D)o bracelete, o colar e os brincos.
(B) R$1056,00
(C) R$960,00 E)o colar, os brincos e o bracelete.
(D) R$864,00 (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas
(TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen-te 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio nas passou a ser 3/ 4 da largura original.
cercanias desse prédio, identificando os criminosos e os Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo
encaminhando às autoridades competentes. Após uma original, a área do novo retângulo:
reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes-ma A)foi aumentada em 50%.
equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução B)foi reduzida em 50%.
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de C)aumentou em 25%.
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, a D)diminuiu 25%.
equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate ao E)foi reduzida a 15%.
dano ao patrimônio em
(A) 35%. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-GO/2017)
(B) 28%. Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma editora um lote
(C) 63%. de apostilas para concursos, cujo valor uni-tário original é de
(D) 41%. R$ 60,00. Por ter cadastro no referido estabelecimento, ele
(E) 80%. recebeu 30% de desconto na compra. Para revender os
materiais, Paulo decidiu acrescentar 30% sobre o valor que
(TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir-mãos, pagou por cada apostila. Nestas condi-ções, qual será o lucro
André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he-rança obtido por unidade?
constituída pelas seguintes joias: um bracelete de ouro, um (A) R$ 4,20.
colar de pérolas e um par de brincos de diamante. (B) R$ 5,46.
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam (C) R$ 10,70.
(D) R$ 12,60.
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada a (E) R$ 18,00.
quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-GO/2017)
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam que Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido de R$
as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso, 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria um
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci- desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-gou
diram fazer a partilha do seguinte modo: à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
(A) R$ 120,00 reais
Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um (B) R$ 112,50 reais
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- (C) R$ 127,50 reais
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação (D) R$ 97,50 reais
ao valor total da herança. (E) R$ 90 reais

A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
avaliações. NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
Uma partilha seria considerada boa se cada um deles primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é 10%
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-te. A
herança toda ou mais. receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
joias foi a seguinte: 2018 é, em milhões de reais, igual a

75
MATEMÁTICA

A)200. 03. Resposta: D.


B)203. Clarice obviamente recebeu o brinco.
C)195. Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
D)190. acima de 30% e André recebeu o bracelete.
E)198.
Resposta: B.
(CRM/MG – Técnico em Informática- FUN- A=b⋅h
DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
Preço: Portanto foi reduzida em 50%
Aproveite a Promoção! 05. Resposta: D.
Forno Micro-ondas
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70%
De R$ 720,00
do valor:
Por apenas R$ 504,00 60⋅0,7=42
Nessa oferta, o desconto é de: Ele revendeu por:
A)70%. 42⋅1,3=54,60
B)50%. Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
C)30%.
D)10%. 06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi- vestido 150⋅0,65=97,50
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento 07. Resposta: C.
no preço dessa caixa de bombom foi de: Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
A)30%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos
B)25%. uma previsão de
C)20%. 180-----90%
D)15% x---------100
x=200
(ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e
De-rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
estava vazio e foi cheio de óleo após receber todo o 380----95
conteúdo de 12 tanques menores, idênticos e cheios. x----100
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% x=400 milhões
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo Somando os dois semestres: 380+400=780
de
milhões 780/4trimestres=195 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores
08. Resposta: C.
(C) 7 tanques menores
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores

Respostas
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
01. Resposta:B. 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.
1600⋅0,6=960
Como vai pagar 10% a mais: Resposta: B.
960⋅1,1=1056 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
Resposta: 8,6x=10,75-8,6
E. 63/35=1,80 8,6x=2,15
Portanto teve um aumento de 80%. X=0,25=25%

76
MATEMÁTICA

10. Resposta: D. J = juros


50% maior quer dizer que ficou M=C+C.i.n
1,5 Quantidade de tanque: x M=C(1+i.n)
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12
tan-ques Juros Simples
1,5x=12 Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa
X=8
com-binada, por um prazo determinado, produzida
exclusiva-mente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS tem-po de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das
situações envolvendo juros simples é a seguinte:
Matemática Financeira J = C i n, onde:
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no J = juros
atual sistema econômico. Algumas situações estão pre-sentes C = capital inicial
no cotidiano das pessoas, como financiamentos de casa e i = taxa de juros
carros, realizações de empréstimos, compras a crediário ou n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
com cartão de crédito, aplicações financeiras, investimentos mestre, ano...)
em bolsas de valores, entre outras situações. Todas as Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
movimentações financeiras são baseadas na esti-pulação aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em-préstimo a seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
forma de pagamento é feita através de presta-ções mensais semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
é superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença
períodos.
damos o nome de juros. Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Capital Outro ponto importante é saber que essa fórmula
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera- pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi- você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i),
nanceiras). poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para
qualquer combinação.
Taxa de juros e Tempo
A taxa de juros indica qual remuneração será paga Exemplo
ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em vista. Como não tinha essa quantia no momento e não
seguida da especificação do período de tempo a que se queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de
refere: pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). compra e outra um mês depois. A taxa de juros mensal
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). que a loja estava cobrando nessa operação era de:
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a A)5,0%
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, B)5,9%
sem o símbolo %: C)7,5%
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). D)10,0%
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) E)12,5%

Montante Resposta Letra “e”.


Também conhecido como valor acumulado é a soma
do Capital Inicial com o juro produzido em determina-do O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
tempo. a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
Essa fórmula também será amplamente utilizada para R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
resolver questões. Aplicando a fórmula M = C + J:
M=C+J 45 = 40 + J
M = montante J=5
C = capital inicial Aplicando a outra fórmula J = C i n:
5 = 40 X i X 1
i = 0,125 = 12,5%

77
MATEMÁTICA

Juros Compostos (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária--


o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a seu
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros simples de
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para seu pai
inicial e passa a render juros também. após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
Quando usamos juros simples e juros compostos? (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
A maioria das operações envolvendo dinheiro uti-liza (D) R$ 3.120,00.
juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e longo (E) R$ 1.880,00.
prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta
(IFBAIANO – Técnico em Contabilidade –
FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses e
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra-
os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais,
ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
com uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de
o caso das operações de curtíssimo prazo, e do
capitaliza-ção simples, é de
processo de desconto simples de duplicatas.
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
O cálculo do montante é dado por: (B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.
Exemplo (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O valor
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação dos juros simples em uma aplicação financeira de $ 3.000,00
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é igual a:
C=25000 (A) $ 360,00
i=25%aa=0,25 (B) $ 240,00
i=72 meses=6 anos (C) $ 120,00
(D) $ 480,00

(IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci-


ários- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
(B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
(D) R$ 1.970,40.
M=C+J (E) R$ 1.960,00.
J=95367,50-25000=70367,50
(MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o
valor de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor
Questões total de R$ 9.200,00. Considerando estes apontamentos e
que o rendi-mento se deu a juros simples, é verdadeiro
(TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma afirmar que a taxa mensal foi de:
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições: (A) 1,5%
− Preço à vista = R$ 1.900,00; (B) 2 %
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga- (C) 5,5%
mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da (D) 6%
data da compra. (E) 7%
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
prazo é de (UFES – Assistente em Administração –
(A) 1,06% a.m. UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
(B) 2,96% a.m. período de tempo são calculados sobre o capital inicial.
(C) 0,53% a.m. Um capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao
(D) 3,00% a.m. mês. Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o
(E) 6,00% a.m. menor valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o
dobro de C0, é

78
MATEMÁTICA

A)30 com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias


B)32 após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros
C)34 compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
D036 mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os
E)38 centa-vos, foi, em reais,
A)163.909,00.
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário –
B)163.500,00.
C)154.500,00.
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
D)159.135,00.
ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo- FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da
leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso. quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros
O valor total do pagamento foi: compos-tos de 10% ao ano, será igual a
(A) R$ 542,00; (A) R$ 26.000,00.
(B) R$ 546,00; (B) R$ 28.645,00.
(C) R$ 548,00; (C) R$ 29.282,00.
(D) R$ 552,00; (D) R$ 30.168,00.
(E) R$ 554,00. (E) R$ 28.086,00.

(CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU-TO (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade-FCM/2017)


A empresa Good Finance aplicou em uma renda fixa um
AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da
capital de 100 mil reais, com taxa de juros compostos de
compra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa merca- 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O valor recebido
doria tem preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à de juros ao final do período foi de
vista era igual a (A) R$ 10.016,00.
(A) R$ 1200,00. (B) R$ 15.254,24.
(B) R$ 1750,00. (C) R$ 16.361,26.
(C) R$ 1000,00. (D) R$ 18.000,00.
(D) R$ 1600,00. (E) R$ 19.561,82.
(E) R$ 1250,00.
(POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
(CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
de juros desse empréstimo foi de:
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o
(A) 0,5% ao ano
valor pago foi de
(B) 5 % ao ano
(A) R$ 970,00. (C) 5,55 % ao ano
(B) R$ 777,00. (D) 150% ao ano
(C) R$ 762,00. (E) 50% ao ano
(D) R$ 800,00.
(E) R$ 840,00. Respostas

(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em 15 de Resposta: D.


junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu imposto J=500+1484-
de renda. Como estava tranquilo financeiramente, resolveu 1900=84 C=1900-
realizar uma aplicação financeira para retirada em 500=1400 J=Cin
15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. 84=1400.i.2
A uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do I=0,03=3%
capital, sabendo-se que a capitalização é mensal:
Resposta: B.
(A) R$ 2.985,13
J=Cin
(B) R$ 2.898,19 J=23500⋅0,04⋅3
(C) R$ 3.074,68 J= 2820
(D) R$ 2.537,36
(E) R$ 2.575,00 Resposta: D. J=Cin
J=10000⋅0,01⋅6=600
(TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia. M=C+J
Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo M=10000+600=10600
de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo

79
MATEMÁTICA

04. Resposta: A. 13. Resposta: C.


2 trimestres=6meses M=C(1+i)t
J=Cin M=20000(1+0,1)4
J=3000⋅0,02⋅6 M=20000⋅1,4641=29282
J=360
14. Resposta: E.
05. Resposta: E. J=Cin
4meses=1/3ano J=10000⋅0,015⋅12=18000
M=C(1+in)
2018,80=C(1+0,09⋅1/3) Não, ninguém viu errado.
2018,80=C+0,03C Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
1,03C=2018,80 tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
C=1960 posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-
tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
06. Resposta: E. vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
M=C(1+in) banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso
9200=5000(1+12i) mesmo.
9200=5000+60000i
4200=60000i 15. Resposta: E.
I=0,07=7% M=C(1+i)t
180000=120000(1+i)
07. Resposta: C. 180000=120000+120000i
M=C(1+in) 60000=120000i
Cn=Co(1+0,03n) i=0,5=50%
2Co=Co(1+0,03n)
2=1+0,03n
1=0,03n
N=33,33 TAXAS DE JUROS, DESCONTO,
Ou seja, maior que 34 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS, ANUIDADES E
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
08. Resposta: C.
M=C(1+in)
C=500+500x0,02=500+10=510
M=510(1+0,004x18) Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
M=510(1+0,072)=546,72 a unidade de referência do seu tempo não coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
09. Resposta: A. no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar
M=C(1+in) a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano,
1500=C(1+0,25x1) capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal
1500=C(1,25) de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
C=1500/1,25 pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva
C=1200 de 12,68% ao ano.

10. Resposta: E. Taxa Nominal


M=C(1+in) A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan-
M=750(1+0,12) ceira pode ser calculada pela expressão:
M=750x1,12=840 Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés-
timo
11. Resposta: A.
D junho a dezembro: 6 meses Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
M=C(1+i)t deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário
M=2500(1+0,03)6 de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
M=2500⋅1,194=2985 Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
12. Resposta: A.
90 dias=3 meses Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con-
M=C(1+i)t fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa
M=150000(1+0,03)3 nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi-
M=150000⋅1,092727=163909,05 cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de
Desprezando os centavos: 163909 empréstimos, financiamentos, consórcios e etc.

80
MATEMÁTICA

Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maio- NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
ria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
mercado, não são apresentados de uma maneira clara. utilizando a taxa anual, neste caso teremos que transfor-
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
esta não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
juros (é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo M = c (1 + i)n
de for-mação e incorporação de juros ao capital inicial) M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x 1,185297
será dada através de outra taxa, numa unidade de tempo M = 1.185,29
diferente, taxa efetiva.
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; Conclusões:
isto é, a taxa efetiva? A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
Vamos acompanhar através do cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
sempre ao ano!
exemplo Taxa Efetiva A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é equivalente mensal (0,949 % a.m.).
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
Respostas e soluções: se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa
capitalizado com a taxa anual. propor-cional. Em se tratando do mercado financeiro,
A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de duas utiliza-se a convenção de taxa equivalente.
convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi-
valente mensal. Taxa Equivalente
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
por 12): 12%/12 = 1% a.m. mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo,
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos produzem montantes iguais. Essas taxas devem ser
R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual apli- observadas com muita atenção, em alguns financiamentos
cada nesse mesmo capital). de longo prazo, somos apenas informados da taxa mensal
de juros e não tomamos conhecimento da taxa anual ou
Cálculo da taxa equivalente mensal: dentro do pe-ríodo estabelecido, trimestre, semestre
entre outros. Uma expressão matemática básica e de fácil
manuseio que nos fornece a equivalência de duas taxas é:
1 + ia = (1 + ip)n, onde:
ia = taxa anual
onde: ip = taxa período
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero número de períodos
it : taxa para o prazo que eu tenho
q : prazo que eu quero Observe alguns cálculos:
t : prazo que eu tenho
Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao
mês? Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 1 + ia = (1 +
0,02)12
1 + ia = 1,0212
iq = 0,009489 a.m ou iq = 0,949 % a.m. 1 + ia = 1,2682
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe- ia = 1,2682 – 1
tiva mensal ia = 0,2682
ia = 26,82%
pela convenção da taxa proporcional: A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de
M = c (1 + i)n 26,82%.
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x 1,196147
M = 1.196,15 As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa
anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
pela convenção da taxa equivalente: 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e
M = c (1 + i)n corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x 1,185296 porque temos que levar em conta o andamento dos juros
M = 1.185,29 compos-tos (juros sobre juros).

81
MATEMÁTICA

Taxa Real
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem ser
inclusive, negativas.
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado
capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a certa taxa nominal in
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O
capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então
escrever: S1 = S2 (1 + r)
Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Daí então, vem que:
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação no período
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são
coincidentes. Exemplo
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com
$150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal e real
deste empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 =
25% Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa.

Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período foi de
20%, qual a taxa real do empréstimo?
Resposta: 25%

Taxas Proporcionais
Para se compreender mais claramente o significado destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois
prazos:
o prazo a que se refere à taxa de juros; e
o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO, 2001).

Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são ditas proporcionais quando seus valores e seus
respecti-vos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos

Prestação = amortização + juros

Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a seguir.

Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o
mes-mo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.

82
MATEMÁTICA

Pagamento único
a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma
fórmula do montante:

Nos juros simples:

M = C (1 + i×n)
M = montante
C = capital inicial
= taxa de juros n
= período

Nos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante C
= capital inicial i
= taxa de juros n
= período

Nos juros simples:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - - -
100.000,00

1 - -
3.000,00 103.000,00

2 - -
3.000,00 106.000,00

3 109.000,00 -
3.000,00 100.000,00
Nos juros compostos:

Amortiza- Saldo deve-


n Juros Prestação
ção dor
0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 -
3.182,70 100.000,00 109.272,70

Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula
para encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo

83
MATEMÁTICA

i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - -
- 100.000,00

1 32.353,04
3.000,00 35.353,04 67.646,96

2 33.323,63
2.029,41 35.353,04 34.323,33

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

Sistema de Amortização Misto (SAM)


a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela

fórmula: PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

Amortiza-
n Juros Prestação Saldo devedor
ção
0 - - - 100.000,00

1 3.000,00 67.156,81
32.843,19 35.843,19

2 2.014,70 33.828,32
33.328,49 35.343,19

3 1.014,87 -
33.828,32 34.843,19

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de
amortização constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída
posteriormente, resul-tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado,
pois pode resultar em amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo
(momen-to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes
são definidas pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros

84
MATEMÁTICA

n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

Amorti- Presta- Saldo


n Juros
zação ção devedor

0 -
3.000,00 3.000,00 100.000,00

1
2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66

2
1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63

3 -
34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e
outra de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que
incluem os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-
se o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de
amor-tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do
financiamento, fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao
mês (em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$
10.000,00 (dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$
120.000,00 / 12 meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000

85
MATEMÁTICA

9 10400 400 10000 30000


10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

86
MATEMÁTICA

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela
abaixo. Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso,
quanto menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o
ponto de vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir, teremos
como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais barato do que
uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou
seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.
Referências

Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_


matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

87
MATEMÁTICA
Nos juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.090,00 - - 106.090,00
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -

Sistema Price (Sistema Francês)


Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula
para encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -

Sistema de Amortização Misto (SAM)


a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela
fórmula: PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de
amortização constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída
posteriormente, resul-tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado,
pois pode resultar em amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo
(momen-to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes
são definidas pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

88
MATEMÁTICA

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)
OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e
outra de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que
incluem os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-
se o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de
amor-tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do
financiamento, fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao
mês (em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$
10.000,00 (dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$
120.000,00 / 12 meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000

89
MATEMÁTICA

11 10200 200 10000 10000


12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Questões

(TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Para comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em 3
con-cessionárias e obteve as seguintes propostas de financiamento:

Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada.


Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectiva-
mente.

Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês, para a aquisição do automóvel
a melhor proposta é a 1, apenas.
a melhor proposta é a 2, apenas.
a melhor proposta é a 3, apenas.
as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes.
as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes.

(TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um empréstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas mensais de
R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um mês após a data da obtenção. A taxa de juros negociada com a
instituição financeira foi 2% ao mês no regime de capitalização composta. Se, após o pagamento da oitava parcela, o
devedor decidir liquidar o saldo devedor do empréstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser pago, desprezando-se
os centavos, é, em reais,
(A) 3.846,00.
(B) 3.883,00.
(C) 3.840,00.
(D) 3.880,00.

(E) 3.845,00.

(POLICIA CIENTIFICA/PR – Perito Criminal – IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa comprou
um vídeo game de última geração em uma loja, parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, sem entrada.
Sabendo-se que a taxa de juros compostos cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores estão arredondados
e que:
(1,03)12 = 1,4258
(1,03)12 x 0,03 =
0,0428 0,4258/0,0428 =
9,95

90
MATEMÁTICA

O valor do vídeo game era de: (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –


A)R$ 1.393 FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma taxa
B)R$ 1.820 nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização
C)R$ 1.680 mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a
D)R$ 1.178 (A) 6,2302%.
E)R$ 1.423 (B) 6,3014%.
(C) 6,1385%.
(D) 6,2463%.
(TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um in-vestidor (E) 6,1208%.
aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à taxa de
juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-gate da
aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação no prazo (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um
total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune-ração banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
(A) 5,00%. prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-ção
(B) 6,00%. constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada para
(C) 5,22%. o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-ção será
(D) 5,00% (negativo). paga um ano após a tomada do empréstimo.
(E) 4,55%. Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser
paga pela empresa será
(A) superior a R$ 33.000.
(TST - Analista Judiciário - FCC/2017) Uma em- (B) inferior a R$ 30.000.
presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00 (C) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo (D) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% (E) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.
ao mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data
da obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no
valor de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do (EMBASA – Contador – IBFC/2017) Um clien-te fez
empréstimo a empresa deve pagar, junto com o valor que um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco ABC em
pagará à ins-tituição financeira, um imposto no valor de 31/12/2013 para reaplicar em um investimento em sua
R$ 530,00. O custo efetivo total para a empresa no prazo empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era de 10%
do emprésti-mo, foi ao ano. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de caixa da
(A) 7,70%. empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em
(B) 6,09%. 31/12/2015, o fluxo de caixa da empresa foi de R$
C)7,62%. 1.210,00 e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa
D)6,00%. da em-presa foi de R$ 1.331,00.
E)7,16%. O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa,
trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de:
(A) R$ 1.100,00
(TRE/PR - Analista Judiciário - FCC/2017) A Cia. Ted (B) R$ 1.000,00
está avaliando a alternativa de compra de um novo (C) R$ 2.210,00
equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a vida (D) R$ 2.331,00
útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual de
revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que os
fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento ao 10.(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Um
final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer-ta
R$ 200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa míni- de compra de material para sua empresa no valor de
ma de atratividade é de 10% a.a., a alternativa R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos,
(A) apresenta valor presente líquido positivo. precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em
(B) apresenta valor presente líquido negativo. parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter-
(C) apresenta taxa interna de retorno maior que 10% mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran-do
que o Sistema de financiamento usado é o SAC.
a.a.
(D) é economicamente viável à taxa mínima de atrati- A)R$ 533,33
vidade de 10% a.a.. B)R$ 733,33
C)R$ 653,33
(E) é economicamente viável à taxa mínima de
D)R$ 560,00
atrativi-dade de 12% a.a..
E)R$ 546,67

91
MATEMÁTICA

Respostas 06. Resposta: B.


VPL = valor presente das entradas – valor presente
Resposta: B. das saídas
Concessionária 1

Concessionária 2 07. Resposta: E.


Temos que transformar os 6% ao trimestre em capita-
lização mensal
6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%
Concessionária 3
Resposta: E.
SD=100000
A=100000/4=25000
02. Resposta: B. J=(100000-
25000)⋅0,1 J=7500
P=A+J
P=25000+7500=32500

03. Resposta: A.
Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente, Resposta: B.
usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser
parcelas fixas:

Resposta: E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66

04. Resposta: C.
Sendo i a taxa de juros nominal
R a taxa de juros real
J a taxa de juros de inflação
1+i=(1+r)(1+j)
(1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
1,1²=(1+r) ⋅1,15
1,21=1,15+1,15r
0,06=1,15r
R=0,05217≅0,0522=5,22%

Resposta: A. M=C(1+i)t
M=100000(1+0,03)²=106090
Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en-
tão 99000
A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
106620=99000(1+i)
106620=99000+99000i
7620=99000i
I=0,0769=7,69%

92
MATEMÁTICA

Exemplo
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos
PROBABILIDADE números de 2 algarismos distintos podemos formar?

Análise Combinatória

A Análise Combinatória é a área da Matemática que


trata dos problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem

Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-


cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

Exemplo

Observe que os números obtidos diferem entre si:


Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo
sim-ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.

Indica-se

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-


ças). 3(blusas)=6 maneiras
Permutação Simples
Fatorial Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
comum nos problemas de contagem, calcularmos o E.
produto de uma multiplicação cujos fatores são números O número de permutações simples de n elementos é
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial. indicado por Pn.

Exemplo
Arranjo Simples Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p A palavra tem 8 letras, portanto:
a p, toda sequência de p elementos distintos de E.

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

93
MATEMÁTICA

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra
PARALELEPÍPEDO? Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples Binômio de Newton


Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, Denomina-se binômio de Newton todo binômio da
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub- forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns bi-nômios:
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Observe que os coeficientes dos termos formam o
triângulo de Pascal.

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados
p a p, também é representado pelo número binomial .

Questões

Binomiais Complementares (UFES - Assistente em Administração – UFES/2017)


Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma Uma determinada família é composta por pai, por mãe e
dos denominadores é igual ao numerador são iguais: por seis filhos. Eles possuem um automó-vel de oito
lugares, sendo que dois lugares estão em dois bancos
dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e os
demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um
Relação de Stifel dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de
dispor os membros da família nos lugares do automóvel é
igual a:

A)1440
Triângulo de Pascal B)1480
C)1520
D)1560
E)1600

(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To-


mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados?

A)120.
B)210.
C)360.
D)630.
E)840.

94
MATEMÁTICA

(IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros 210


diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, 630
con-forme a figura abaixo: 15.120
9.129.120

(UPE – Técnico em Administração – UPENET/


IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para 3
dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 56
(B) 84
Considerando-se essa mesma forma de distribuição, (C) 126
de quantas maneiras distintas esses livros podem ser (D) 210
orga-nizados na estante? (E) 120
A)30 maneiras
B)60 maneiras (UPE – Técnico em Administração – UPENET/
C)120 maneiras IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
D)360 maneiras quantos são os modos diferentes de formar uma
E)720 maneiras comissão composta por 2 homens e 3 mulheres?
(A) 4725
(UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação (B) 12600
– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão (C) 3780
viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa (D) 13600
que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros (E) 8820
podem ocupar os assentos do carro.
(A) 13. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um
(B) 26. torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
(C) 17. equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras.
(D) 20. Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
(E) 24. (A) 320.
(B) 460.
(UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação – (C) 620.
UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da (D) 1.225.
inter-net é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha (E) 2.450.
alfanu-mérica. André tem algumas informações sobre os
números e letras que a compõem conforme a figura. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho
– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e
que a comissão para organizar a festa de formatura deva
ser composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto
e Ta-tiana, a quantidade de maneiras distintas de se
formar essa comissão será igual a:
(A) 3.272.
Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e (B) 3.274.
também não se repetem os números ímpares, assinale a (C) 3.276.
alternativa que indica o número máximo de possibilidades (D) 3.278.
que existem para a composição da senha. (E) 3.280.
3125.
1200. Respostas
1600.
1500. Resposta: A.
625. P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440

(CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF- Resposta: C.


GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi- __ ___ __ __
neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias 6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360
diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas Resposta: E.
manei-ras a empresa pode montar essas equipes? P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720

95
MATEMÁTICA

Resposta: E. Espaço Amostral


P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24 Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
Resposta: B. Vogais: indica por E.
a, e, i, o, u Números No lançamento de um dado, observando a face volta-
ímpares: 1,3,5,7,9 da para cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
No lançamento de uma moeda, observando a face
vol-tada para cima:
E={Ca,Co}

5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200 Evento
qualquer subconjunto de um espaço amostral.
06. Resposta: D. No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.
Como para os três dias têm que ser diferentes:
__ __ __ Exemplo
210⋅209⋅208=9129120 Considere o seguinte experimento: registrar as faces
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.
Resposta: A.
Quantos elementos tem o espaço amostral?
Descreva o espaço amostral.

Solução
O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
Resposta: E. çamento, há duas possibilidades.

2x2x2=8
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(-
C,R,R),(R,R,R)}

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
Resposta: D. tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.

Resposta: D.
Eventos complementares
Roberto Tatiana __ ___ ___ Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-
São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que se por , o evento formado por todos os elementos de E
terão que fazer parte da comissão. que não pertencem a A.
30-2=28

Experimento Aleatório

Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-


previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.

96
MATEMÁTICA

Note que Eventos Simultâneos


Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa-
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:

Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira- Questões
da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
sido retirada uma bola que não seja vermelha. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em
cada um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são nu-
meradas de 1 a 6. Lançando os dois dados
Solução
simultaneamen-te, cuja ocorrência de cada face é
igualmente provável, a probabilidade de que o produto
dos números obtidos seja um número ímpar é de:
são complementares.
(A) 1/4.
(B) 1/3.
(C) 1/2.
(D) 2/3.
(E) 3/4.
Adição de probabilidades
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
finito e não vazio. Tem-se: MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan-
Exemplo tas mulheres foram à excursão?
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de A)20
se obter um número par ou menor que 5, na face superior? B)24
C)28
Solução D032
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
Sejam os eventos (UPE – Técnico em Administração – UPE-
A={2,4,6} n(A)=3 NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta-
B={1,2,3,4} n(B)=4 neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser
igual ou maior que 10?
A)1/18
B)1/36
C)1/6
D)1/12
E)¼

(UPE – Técnico em Administração – UPE-


NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
Probabilidade Condicional
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
a probabilidade de ocorrer o evento A dado que minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
ocorreu o evento B, definido por: corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um
entrevistado que pratique apenas caminhada?
(A) 7/20
(B) 1/2
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6 (C)1/4
B={2,4,6} n(B)=3 (D) 3/20
A={2} (E) 1/5

(POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal –


IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera-
das de 1 a 40, é:
(A) 0,2
(B) 0,4
(C) 0,6
(D) 0,7
(E) 0,8

97
MATEMÁTICA

(PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social – Respostas


MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer
uma das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, 01. Resposta: A.
a pa-lavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que
probabili-dade das três crianças soletrarem essa palavra os dois dados tenham ímpar:
de maneira errada?
(A) 2,7%
(B) 9%
(C) 30%
(D) 35,7% 02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es-
(UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si- colher uma mulher é de 7/12
multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade de
que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
(A) 1/36
(B) 2/36 12x=336
(C) 3/36 X=28
(D) 4/36
Resposta: C.
(CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO P=6x6=36
AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es- Pra ser maior ou igual a
condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um 10: 4+6 5+5 5+6 6+4 6+5
carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua casa. 6+6
Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência ao
contar o fato para um de seus amigos, enquanto um ladrão
que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha tempo
suficiente para escolher aleatoriamente apenas um dos
pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
A)0,20.
B)0,23. 04. Resposta: A.
C)0,25.
D)0,27. Praticam apenas corrida: 80-
E)0,30. 30=50 Apenas caminhada:x
X+50+30+50=200 70
(MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
P=70/200=7/20
uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição, Resposta: A.
duas bolas da urna. M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
A probabilidade de que o número da segunda bola
re-tirada da urna seja par é: 06. Resposta:A.
A)1/2; A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
B)3/7; __ __ __
C)4/7; 0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
D)7/15;
E)8/15. 07. Resposta: D.
Para dar 9, temos 4 possibilidades
(CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016) 3+6
Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu- 6+3
tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que 4+5
a face voltada para cima tenha apresentado ao menos 5+4
uma cara e ao menos uma coroa é:
A)0,66. P=4/36
B)0,75.
C)0,80. 08. Resposta: C.
D)0,98. A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e
E)0,50. o dinheiro está em 1.
1/4=0,25

98
MATEMÁTICA

09. Resposta: D.
Temos duas possibilidades
As bolas serem par/par ou ímpar/par
Ser par/par:

Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14

Ímpar/par:

Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15

A probabilida de é par/par OU ímpar/par

10. Resposta: B.
São seis possibilidades:
Cara, coroa, cara

Cara, coroa, coroa

Cara, cara, coroa

Coroa, cara, cara

Coroa, coroa, cara


Coroa, cara, coroa

99
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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101
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS-Windows XP – conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação de
arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos MS-Office 2003.
.............................................................................................................................................................................................................................01
MS-Word 2003 – estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas,
legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto. ....................................... ...................................... 12
MS-Excel 2003 – estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de
tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle
de quebras e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados. ...................................... ........... 31
MS-PowerPoint 2003 – estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e
rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de ação,
animação e transição entre slides. .................................................................................................................................................................. 46
Correio Eletrônico – uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos. ............................ 70
Internet: Navegação Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas.................................................... 72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Meu Computador;
MS-WINDOWS XP – CONCEITO DE PASTAS, Meus Documentos;
DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA DE Meus locais de Rede;
TRABALHO, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA, Internet Explorer.
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS
Barra de tarefas
MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS, INTERAÇÃO
COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS MS-OFFICE A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas
2003. neste momento, mesmo que algumas estejam minimizadas
ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre
estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade.
A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS XP que você esteja criando um texto em um editor de texto e
um de seus colegas lhe pede para você imprimir uma
O Windows XP (o XP utilizado no nome vêm da determinada planilha que está em seu micro.
palavra eXPerience), que inicialmente foi chamado de
Você não precisa fechar o editor de textos. Apenas
Windows Whistler, e que sucede o Windows Me e
salve o arquivo que está trabalhando, abra a planilha e
também o Windows 2000.
mande imprimir, enquanto imprime você não precisa
O WinXP possui duas versões: o Windows XP Home esperar que a planilha seja totalmente impressa, deixe a
Edition (que substitui o Windows Me) e o Windows XP impressora trabalhando e volte para o editor de textos,
Professional Edition (que substitui o Windows 2000 dando um clique no botão correspondente na Barra de
Professional). tarefas e volte a trabalhar.
A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das
Iniciando o Windows
maiores ferramentas de produtividade do Windows. Vamos
Ao iniciar o Windows XP a primeira tela que temos é
abrir alguns aplicativos e ver como ela se comporta.
tela de logon, nela, selecionamos o usuário que irá utilizar
o computador.
Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows
efetuará o Logon (entrada no sistema) e nos apresentará a
O Botão Iniciar
área de trabalho:
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de
Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se pode
acessar outros menus que, por sua vez, acionam
programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar
mostra um menu vertical com várias opções. Alguns
comandos do menu Iniciar têm uma seta para a direita,
significando que há opções adicionais disponíveis em um
menu secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um
item com uma seta, será exibido outro menu.
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um
programa que estiver instalado no computador, ou fazer
alterações nas configurações do computador, localizar um
arquivo, abrir um documento.

Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens:


Ícones;
Barra de tarefas;
O Botão iniciar.

Ícones

Figuras que representam recursos do computador, um


ícone pode representar um texto, música, programa, fotos e
etc. você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim
como pode excluir. Alguns ícones são padrão do Windows:

1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e uma janela com os nomes dos usuários do computador


será exibida para que a troca de usuário seja feita. Use
esta opção na seguinte situação: Outro usuário vai usar o
com-putador, mas depois você irá continuar a usá-lo.
Então o Windows não fechará seus arquivos e programas,
e quan-do você voltar ao seu usuário, a área de trabalho
estará exatamente como você deixou.
Fazer logoff: este caso é também para a troca de
usuário. A grande diferença é que, ao efetuar o logoff, to-
dos os programas do usuário atual serão fechados, e só
depois aparece a janela para escolha do usuário.

Menu Iniciar

O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP, Desligando o Windows XP


você pode optar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou,
se preferir, configurar o menu Iniciar para que tenha a Clicando-se em Iniciar, desligar, teremos uma janela
aparência das versões anteriores do Windows (95/98/Me). onde é possível escolher entre três opções:
Clique na barra de tarefas com o botão direito do mouse e Hibernar: Clicando neste botão, o Windows salvará o
selecione propriedades e então clique na guia menu Iniciar. estado da área de trabalho no disco rígido e depois des-
Esta guia tem duas opções: ligará o computador. Desta forma, quando ele for ligado
Menu iniciar: Oferece a você acesso mais rápido a e- novamente, a área de trabalho se apresentará exatamente
mail e Internet, seus documentos, imagens e música e aos como você deixou, com os programas e arquivos que
programas usados recentemente, pois estas opções são você estava usando, abertos.
exibidas ao se clicar no botão Iniciar. Esta configuração Desativar: Desliga o Windows, fechando todos os
uma novidade do Windows XP. programas abertos para que você possa desligar o
Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a compu-tador com segurança.
aparência das versões antigas do Windows, como o Reiniciar: Encerra o Windows e o reinicia.
Windows ME, 98 e 95.

Propriedades do menu Iniciar

Todos os programas
O menu Todos os Programas, ativa automaticamente
outro submenu, no qual aparecem todas as opções de
programas. Para entrar neste submenu, arraste o mouse em
linha reta para a direção em que o submenu foi aberto.
Assim, você poderá selecionar o aplicativo desejado. Para
executar, por exemplo, o Paint, basta posicionar o ponteiro
do mouse sobre a opção Acessórios. O submenu Acessórios
será aberto. Então aponte para Paint e dê um clique com o
botão esquerdo do mouse.
Acessórios do Windows
Logon e Logoff
Abre uma janela onde você poderá optar por fazer O Windows XP inclui muitos programas e acessórios
logoff ou mudar de usuário. Veja a função de cada um: úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de
Trocar usuário: Clicando nesta opção, os progra- imagens, jogos, ferramentas para melhorar a performance
mas que o usuário atual está usando não serão fechados, do computador, calculadora e etc.

2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Se fôssemos analisar cada acessório que temos, Dê um clique sobre a pasta correspondente ao disco
encontraríamos várias aplicações, mas vamos citar as mais rígido (C:)
usadas e importantes. Imagine que você está montando um será aberta uma janela com título correspondente ao
manual para ajudar as pessoas a trabalharem com um rótulo da unidade de disco rígido C:. Nesta janela aparecem
determinado programa do computador. Neste manual, com as pastas correspondentes às “gavetas” existentes no disco
certeza você acrescentaria a imagem das janelas do rígido C:, bem como os ícones referentes aos arquivos
programa. Para copiar as janelas e retirar só a parte desejada, gravados no “raiz” (pasta principal) da unidade C.
utilizaremos o Paint, que é um programa para trabalharmos
com imagens. As pessoas que trabalham com criação de
páginas para a Internet utilizam o acessório Bloco de Notas,
que é um editor de texto muito simples. Assim, vimos duas
aplicações para dois acessórios diferentes.
A pasta acessória é acessível dando-se um clique no
botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção
Todos os Programas e, no submenu que aparece, escolha
Acessórios.

Dê um clique sobre a pasta Windows. Ela será aberta


como uma janela cujo título é Windows, mostrando todas
as pastas (“gavetas”) e ícones de arquivos existentes na
pasta Windows.

Criando pastas
Como já mencionado anteriormente, as pastas servem
para organizar o disco rígido. Para conseguirmos esta
Meu Computador organização, é necessário criarmos mais pastas e até
mesmo subpastas destas.
No Windows XP, tudo o que você tem dentro do
computador - programas, documentos, arquivos de dados Para criar uma pasta siga estes passos:
e unidades de disco, por exemplo - torna-se acessível em Abra a pasta ou unidade de disco que deverá conter a
um só local chamado Meu Computador. nova pasta que será criada.
Quando você inicia o Windows XP, o Meu clique no menu Arquivo / Novo / Pasta.
computador aparece como um ícone na parte esquerda Aparecerá na tela uma Nova Pasta selecionada para
da tela, ou Área de Trabalho (opcional). que você digite um nome.
O Meu computador é a porta de entrada para o Digite o nome e tecle ENTER
usuário navegar pelas unidades de disco (rígido, flexíveis e Pronto! A Pasta está criada.
CD-ROM). Normalmente, nas empresas existem vários
departamentos como administração, compras, estoque e
outros. Para que os arquivos de cada departamento não
se misturem, utilizamos o Meu computador para
dividirmos o Disco em pastas que organizam os arquivos
de cada um dos departamentos. Em casa, se mais de uma
pessoa utiliza o computador, também criaremos pastas
para organizar os arquivos que cada um cria.

Exibir o conteúdo de uma pasta


Para você ter uma ideia prática de como exibir o
conteúdo de uma pasta (estas são utilizadas para Windows Explorer
organizar o disco rígido, como se fossem gavetas de um O Windows Explorer tem a mesma função do Meu
armário), vamos, por exemplo, visualizar o conteúdo de Computador: Organizar o disco e possibilitar trabalhar
pasta Windows. Siga os seguintes passos: com os arquivos fazendo, por exemplo, cópia, exclusão

3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e mudança no local dos arquivos. Enquanto o Meu


Computador traz como padrão a janela sem divisão, você
observará que o Windows Explorer traz a janela dividida
em duas partes. Mas tanto no primeiro como no segundo,
esta configuração pode ser mudada.
Podemos criar pastas para organizar o disco de uma
empresa ou casa, copiar arquivos para disquete, apagar
arquivos indesejáveis e muito mais.

Janela do Windows Explorer


No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas
localizados em cada pasta selecionada. Ele é
especialmente útil para copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis:
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada
que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de
trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta); O
painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando no
ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para abrir o Windows Lixeira do Windows
Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção Todos os
Programas / acessórios e clique sobre Windows Explorer ou A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se
clique sob o botão iniciar com o botão direito do mouse e encontra na Área de trabalho, como já mencionado, mas
selecione a opção Explorar. pode ser acessada através do Windows Explorer. Se você
Preste atenção na Figura da página anterior que o estiver trabalhando com janelas maximizadas, não
painel da esquerda na figura acima, todas as pastas com conseguirá ver a lixeira. Use o botão direito do mouse
um sinal de + (mais) indicam que contêm outras pastas. para clicar em uma área vazia da Barra de Tarefas. Em
As pastas que contêm um sinal de - (menos) indicam que seguida, clique em Minimizar todas as Janelas. Para
já foram expandidas (ou já estamos visualizando as verificar o conteúdo da lixeira, dê um clique sobre o ícone
subpastas). e surgirá a seguinte figura:

Quando você aprendeu a usar o Meu Computador,


você viu que, apesar da janela não aparecer dividida, você
pode dividi-la clicando no ícone que fica na barra de
ferramentas.
Outra formatação que serve tanto para o Meu
Computador, quanto para o Windows Explorer é que você
pode escolher se deseja ou não exibir, do lado esquerdo da
janela, um painel que mostra as tarefas mais comuns para as
pastas e links que mostram outras partes do computador.
Clicando no menu Ferramentas e depois clicando em Opções
de pasta, a janela seguinte é apresentada:

Vamos apagar um arquivo para poder comprovar que o


mesmo será colocado na lixeira. Para isso, vamos criar um
arquivo de texto vazio com o bloco de notas e salvá-lo em
Meus documentos, após isto, abra a pasta, e selecione o
arquivo recém-criado, e então pressione a tecla DELETE.
Surgirá uma caixa de dialogo como a figura a seguir:

4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique em SIM e então o arquivo será enviado para


Lixeira.

Esvaziando a Lixeira
Ao Esvaziar a Lixeira, você está excluindo
definitivamente os arquivos do seu Disco Rígido. Estes
não poderão mais ser mais recuperados pelo Windows. Barra Padrão
Então, esvazie a Lixeira somente quando tiver certeza de
que não precisa mais dos arquivos ali encontrados. Na barra Padrão, é aonde encontramos os botões
Abra a Lixeira para as tarefas que executamos com mais frequência, tais
No menu ARQUIVO, clique em Esvaziar Lixeira. Você como: Abrir, salvar, Novo documento, imprimir e etc.
pode também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-
la, para tanto, basta clicar com o botão DIREITO do mouse
sobre o ícone da Lixeira e selecionar no menu de contexto
Esvaziar Lixeira.

Funções dos botões:


Novo documento
Abrir documento
Salvar
Visualizar
Localizar (esmaecido)
Recortar (esmaecido)
Copiar (esmaecido)
Colar
Desfazer
Inserir Data/Hora

Barra de formatação
WordPad Logo abaixo da barra padrão, temos a barra de
Formatação, ela é usada para alterar o tipo de letra
O Windows traz junto dele um programa para edição (fonte), tamanho, cor, estilo, disposição de texto e etc.
de textos. O WordPad. Com o WordPad é possível digitar
textos, deixando-os com uma boa aparência.
Como mencionado no parágrafo anterior, o WordPad
um editor de textos que nos auxiliará na criação de Funções dos botões:
vários tipos de documentos. Mas poderíamos dizer que o Alterar fonte
Wordpad é uma versão muito simplificada do Word. Alterar tamanho da fonte
Os usuários do Word vão se sentir familiarizados, pois Lista de conjunto de caracteres do idioma
ele possui menus e barras de ferramentas similares. Porém Negrito
o Word tem um número muito maior de recursos. A Itálico
vantagem do WordPad é que ele já vem com o Windows. Sublinhado
Então, se você não tem em seu computador o Microsoft Cor da fonte
Word, poderá usar o WordPad na criação de seus textos. Texto alinhado á esquerda
Para Abrir o WordPad, localize o item Acessórios no Texto Centralizado
Menu Iniciar. Ao abrir o programa a seguinte janela será Texto alinhado a direita
exibida: Marcadores

5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Formatando o texto
Para que possamos formatar (alterar a forma) de um
texto todo, palavras ou apenas letras, devemos antes de
tudo selecionar o item em que iremos aplicar a
formatação. Para selecionar, mantenha pressionado o
botão esquerdo do mouse e arraste sobre a(s) palavra(s)
ou letra(s) que deseja alterar:
Feito isto, basta apenas alterar as propriedades na
barra de formatação.
Você pode ainda formatar o texto ainda pela caixa de
diálogo para formatação, para isso clique em: Menu
Formatar / Fonte, a seguinte tela será apresentada:
Aqui, você também poderá fazer formatações do texto,
bom como colocar efeitos como Riscado e sublinhado.
Com o Neste menu (Formatar), temos também a
opção de formatar o parágrafo, definindo os recuos das Na janela de Propriedades do Disco, clique na guia
margens e alinhamento do texto. Ferramentas:
Nesta janela, temos as seguintes opções:
Paint
O Paint é um acessório do Windows que permite o
tratamento de imagens e a criação de vários tipos de
desenhos para nossos trabalhos.
Através deste acessório, podemos criar logomarcas,
papel de parede, copiar imagens, capturar telas do
Windows e usa-las em documentos de textos.
Uma grande vantagem do Paint, é que para as
pessoas que estão iniciando no Windows, podem
aperfeiçoar-se nas funções básicas de outros programas,
tais como: Abrir, salvar, novo, desfazer. Além de
desenvolver a coordenação motora no uso do mouse.
Calculadora
A calculadora do Windows contém muito mais
recursos do que uma calculadora comum, pois além de
efetuar as operações básicas, pode ainda trabalhar como
uma calculadora científica. Para abri-la, vá até acessórios.
A Calculadora padrão contém as funções básicas,
enquanto a calculadora cientifica é indicada para cálculos Verificação de erros: Ferramenta que procura no disco
mais avançados. Para alternar entre elas clique no menu erros, defeitos ou arquivos danificados.
Exibir Desfragmentação: Quando o Windows grava um
arquivo no Disco, ele o grava em partes separadas,
Ferramentas do sistema quando precisar abrir esse mesmo arquivo, o próprio
O Windows XP trás consigo uma serie de programas que Windows levará mais tempo, pois precisa procurar por
nos ajudam a manter o sistema em bom funcionamento. todo o disco. Usando esta ferramenta, ele ajusta o disco e
Esses programas são chamados de Ferramentas do Sistema. torna o computador até 20% mais rápido.
Podemos acessa-los através do Menu Acessórios, ou abrindo Backup: Ferramenta que cria uma cópia dos seus
Meu Computador e clicando com o botão direito do mouse arquivos ou de todo o sistema, para o case de algum
sobre a unidade de disco a ser verificada, no menu de problema, nada seja perdido.
contexto, selecione a opção propriedades: Restauração do sistema: Além da ferramenta Backup,
o Windows XP apresenta uma ferramenta mais avançada e
simples de protegem o sistema contra erros e falhas, esta
ferramenta encontra-se em Acessórios / ferramentas do
sistema.
Você pode usar a restauração do sistema para
desfazer alterações feitas no computador e restaurar
configurações e o desempenho. A restauração do sistema
retorna o computador a uma etapa anterior (ponto de
restauração) sem que você perca trabalhos recentes,
como documentos salvos, e-mail ou listas de histórico e
de favoritos da internet.

6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

As alterações feitas pela restauração do sistema são Pressione......CTRL+SHIFT enquanto arrasta um arquivo
totalmente reversíveis. O Computador cria automaticamente Meu Computador
pontos de restauração, mas você também pode usar a Para
restauração do sistema para criar seus próprios pontos de •Selecionar tudo
restauração. Isso é útil se você estiver prestes a fazer uma Pressione......CTRL+A
alteração importante no sistema, como a instalação de um •Atualizar uma janela.
novo programa ou alterações no registro. Pressione......F5
•Exibir a pasta um nível
OS SEGUINTES ATALHOS PODEM SER USADOS Pressione......BACKSPACE
COM O WINDOWS •Fechar a pasta selecionada e todas as pastas pai
Pressione......SHIFT enquanto clica no botão “Fechar”
Teclas Gerais do Windows Somente para o Windows
Explorer •Ir Para
Para Pressione......CTRL+G
•Consultar a Ajuda sobre o item selecionado na caixa •Alternar entre os painéis esquerdo e
de diálogo direito Pressione......F6
Pressione......F1 •Expandir todas as subpastas sob a pasta selecionada
•Fechar um programa. Pressione......NUMLOCK+ ASTERISCO (* no teclado
Pressione......ALT+F4 numérico)
•Exibir o menu de atalhos para o item selecionado •Expandir a pasta selecionada
Pressione......ESHIFT+F10 Pressione......NUMLOCK+SINAL DE ADIÇÃO (+ no
•Exibir o menu Iniciar teclado numérico)
Pressione......CTRL+ESC •Ocultar a pasta selecionada.
•Alternar para a janela anterior. Ou alternar para a Pressione......NUMLOCK+SINAL DE SUBTRAÇÃO no
próxima janela mantendo pressionada a teclado numérico)
•Expandir a seleção atual se estiver oculta; caso
tecla ALT enquanto pressiona TAB
contrário, selecionar a primeira subpasta
repetidamente Pressione......ALT+TAB
Pressione......SETA À DIREITA
•Recortar.
•Expandir a seleção atual se estiver expandida; caso
Pressione......CTRL+X
contrário, selecionar a pasta pai
•Copiar
Pressione......SETA À ESQUERDA
Pressione......CTRL+C
•Colar
Para caixas de diálogo de
Pressione......CTRL+V
•Excluir propriedades Para
Pressione......DEL •Mover-se entre as opções, para
•Desfazer frente Pressione......TAB
Pressione......CTRL+Z •Mover-se entre as opções, para
•Ignorar a auto - execução ao inserir um CD traz Pressione......SHIFT+TAB
Pressione......SHIFT enquanto insere o CD-ROM •Mover-se entre as guias, para
frente Pressione......CTRL+TAB
Para a área de trabalho, Meu Computador e •Mover-se entre as guias, para traz
Windows Explorer Pressione......CTRL+SHIFT+TAB
Para caixas de diálogo Abrir e Salvar
Quando um item está selecionado, você pode usar as Como Para
seguintes teclas de atalho. •Abrir a lista “Salvar em” ou “Procurar
em” Pressione......F4
Para •Atualizar
•Renomear um item. Pressione......F5
Pressione......F2 •Abrir a pasta um nível acima, se houver uma pasta
•Localizar uma pasta ou selecionada
arquivo Pressione......F3 Pressione......BACKSPACE
•Excluir imediatamente sem colocar o item na
Lixeira Pressione......SHIFT+DEL Teclas de Atalho para Opções de Acessibilidade
•Exibir as propriedades do item
Pressione......ALT+ENTER OU ALT+clique duplo Para usar teclas de atalho para Opções Acessibilidade,
•Copiar um arquivo as teclas de atalho devem estar ativadas. Para maiores
Pressione......CTRL enquanto arrasta o arquivo informações consulte “Acessibilidade, teclas de atalho” no
•Criar atalho Índice da Ajuda.

7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para
•Ativar e desativar as Teclas de
Aderência Pressione......SHIFT 5 vezes
•Ativar e desativar as Teclas de Filtragem
Pressione......SHIFT DIREITA Durante 8 segundos
•Ativar e desativar as Teclas de Alternação
Pressione......NUMLOCK Durante 5 segundos
•Ativar e desativar as Teclas do Mouse
Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA
+NUMLOCK
•Ativar e desativar o Alto Contraste
Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA +
PRINTSCREEN

Propriedades
Se clicarmos o botão direito do mouse sobre qualquer
parte da Área de Trabalho (ou pelo Painel de Controle/
Aparência e temas/Vídeo), aparecerá uma janela e, com
ela, poderemos personalizar a área de trabalho. Proteção de tela:
Também pode ser chamada pelo termo em inglês
“Screen Saver”. A proteção de tela é um tipo de animação
que aparece na tela do computador, quando você o deixa
ligado, sem mexer nele por alguns minutos. Existem vários
tipos de protetores de telas, alguns já vêm com o
Windows e outros são programas adicionais que você
instala no seu computador.
Quando o Protetor de tela estiver funcionando, e você
quiser voltar a usar o computador, asta mexer no mouse
ou apertar uma tecla, para que ele desapareça da tela.

Opção Propriedade:
Quando você escolhe a opção PROPRIEDADES, você
pode alterar o visual da área de trabalho mudando as cores,
os tipos de letras e outras coisas. A tela abaixo irá aparecer:

Aparência:
Modifica a aparência da tela, mudando as cores, fontes,
tamanhos das janelas, dos ícones, área de trabalho, etc...

Plano de Fundo:
onde você pode mudar o Papel de Parede, aquela
imagem que enfeita a nossa área de trabalho.

8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

janela “Meu Computador”, você encontrará outras pastas.


Se você der um duplo-clique no ícone que representa o
drive C (disco rígido) você verá uma lista muito maior de
pastas que dependerá inteiramente da forma como os
documentos foram organizados no disco.
Como você pode perceber, a sua área de trabalho
será organizada através das pastas que você criar, e essas
pastas poderão ter tanto os seus documentos como as
suas ferramentas de trabalho (aplicativos).

O CONCEITO DE CAMINHO
A estrutura de pastas dentro de um computador é
como uma árvore, com pastas principais ramificando-se
em pastas menores.
As pastas podem estar dentro de outras pastas para criar
AS PASTAS um nível mais profundo na organização de seu disco, como
um armário que pode ter gavetas e, dentro destas, divisórias
O Windows usa pastas para agrupar aplicações, para separar as peças de roupa. Portanto, as pastas ficam
documentos (arquivos) e, também, para unir recursos. Os organizadas em uma forma hierárquica, como já foi
ícones de pastas são usados para representar esses mencionado. Em termos lógicos, cada item em um nível
grupos e, portanto, serão comentados em diferentes áreas hierárquico inferior pertence ao item que o contém.
desse texto. Essa forma hierárquica mostra que para se chegar a
Criar, apagar, mover e copiar pastas serão tarefas que um determinado item, deve-se percorrer um determinado
você fará constantemente em Windows. caminho, que corresponde à posição desse item dentro
Assim, para que você realmente saiba quem são essas da estrutura de pastas.
pastas relacionaram-se vários exemplos delas. Por exemplo, a figura exibe a barra de título da janela
O primeiro exemplo é a pasta “Acessórios”, que “Explorando” quando você consulta a pasta “Acessórios”
contém todos os ícones de aplicativos de acessórios que que foi criada na instalação de Windows.
são instalados com Windows, a saber:
WordPad,
Paint,
Calculadora,
Bloco de Notas, entre outros. Se a barra de título de “Windows Explorer” estiver
mostrando apenas a pasta atualmente selecionada, clique
Nesse caso, a pasta agrupa aplicações. no menu “Exibir”, escolha o comando “Opções de pasta”,
Ao clicar no botão “Iniciar”, o menu “Iniciar” será clique na guia “Modos de exibição” e, ative a opção “Exibir
apresentado. Nesse menu, você encontrará alguns caminho completo na barra de títulos”.
submenus que, na realidade, representam pastas. Se você A \ (barra invertida) é usada para separar as subpastas
apontar com o mouse para o submenu “Programas”, será e compor o caminho.
apresentada uma lista de pastas que podem conter outras Veja a seguir um exemplo de caminho:
pastas ou conter ícones de aplicações. Apontar para o C:\EXCEL\EXCEL1\JANEIRO\LANÇAMENTO DE
submenu “Acessórios” exibirá todos os ícones de ENTRADAS
aplicação que estão nessa pasta, e outras pastas, a saber: Esse caminho mostra que o arquivo “LANÇAMENTO
Fax, DE ENTRADAS”, se encontra na pasta “JANEIRO” que
Ferramentas do Sistema, hierarquicamente está subordinada à pasta “EXCEL1” e
Jogos, este à pasta “EXCEL” na unidade de disco C.
Entretenimento. Se você clicar duas vezes na unidade de disco C da
janela “Windows Explorer”, você verá as pastas de seu
Apontar para o submenu “Entretenimento” exibirá os computador exibidas através de ramificações, onde uma
ícones de aplicações desse grupo. pasta principal ramifica-se em outras pastas menores.
E as pastas em Windows continuam. Se você der um
duplo-clique no ícone “Meu Computador”, você abrirá
uma janela com pelo menos mais duas pastas que são
respectivamente “Painel de Controle” e “Impressoras”. A
pasta “Painel de Controle” possui os ícones referentes a
todos os programas necessários para configuração do
ambiente, do hardware e da rede, caso você esteja usando
uma. A pasta “Impressoras” possui a lista de drivers de
impressoras instalados em seu computador. Mas, ainda na

9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Fazendo uma seleção contínua:


Selecione o primeiro arquivo, clicando nele.
Mantenha pressionada a tecla SHIFT.
Clique no último arquivo da seleção.

Muitas vezes, você precisará dizer para o Windows onde


um arquivo está localizado, e para fazer isso necessitará saber Fazendo uma seleção descontínua:
o caminho do arquivo. Por exemplo, veja a pasta “Microsoft • Selecione um arquivo.
Shared”. Para que Windows encontre um arquivo • Mantenha pressionada a tecla CTRL.
armazenado lá, ele começa pela unidade de disco (C:), • Dê cliques em arquivos alternados dentro da jane-
percorre a pasta “Arquivos de Programas”, percorre a pasta la de conteúdo da pasta.
“Arquivos Comuns”, e só depois, pesquisa a pasta “Microsoft
Shared”. O (C:) significa a unidade de disco, e todas as outras
pastas estão dentro da grande pasta C:, portanto, elas são
listadas após a pasta C:.

OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS

Através de “Windows Explorer” e de “Meu Computador”


possível a realização de diversas operações sobre arquivos,
tais como cópia, exclusão, renomeação, movimentação, etc.
As tarefas descritas a seguir poderão ser efetuadas tanto em
“Windows Explorer” como em “Meu Computador”. OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS COM USO DO
MOUSE
Seleção de Arquivos
Cópia ou movimentação de pastas ou arquivos
A maior parte das operações sobre arquivos podem podem ser feitas de um local de origem para outro de
ser realizadas com apenas um arquivo ou com grupos de destino no “Windows Explorer” ou em “Meu Computador”
arquivos e/ou pastas. Para trabalhar com grupos de usando o mouse com operações de arraste.
arquivos ou pastas é preciso efetuar antes a seleção deles Sequência de Passos para Cópia e Movimentação
com o mouse. Existem duas formas de seleção, uma
contínua e outra alternada. Para efetuar as tarefas de cópia ou movimentação,
Uma vez efetuada a seleção, operações podem ser procure observar a sequência de passos a seguir:
feitas sobre esses arquivos ou pastas, tais como cópia, Selecione a(s) pasta(s) ou arquivo(s) a ser (em) co-
movimentação ou exclusão. piado(s) ou movimentado(s).
Decida se deseja realizar uma cópia ou movimen-
tação.
Efetue o arraste da(s) pasta(s) ou arquivo(s) sele-
cionado(s) com o mouse da origem para o destino, e man-
tenha pressionado o botão do mouse. Observe atentamen-te
se o desenho que acompanha a pasta ou o ícone da pas-ta
tem um sinal + (mais). Se ele tiver esse sinal, a operação será
de cópia, caso contrário será de movimentação.
Solte o mouse caso a operação é a que deseja.
Caso contrário, verifique entre as teclas CTRL ou SHIFT
aquela que define a operação desejada.

10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Observe atentamente se o desenho da pasta ou •Cópia ou Movimentação de Arquivos


ícones dos arquivos que estão sendo arrastados permane- A cópia ou movimentação de arquivos é, em linhas
ceram ou não na origem. Se permanecerem, a operação gerais, semelhante ao que descrevemos em relação às
efetuada terá sido de cópia, caso contrário terá sido de pastas. Só que no caso da cópia ou movimentação de
movimentação. uma pasta, todo o seu conteúdo irá com ela.
•Estruturando hierarquicamente no mesmo disco:
Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu
Computador”.
Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou
movimentar.
Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de destino.
Solte o botão do mouse caso seja uma movimentação, ou
segure CTRL antes de soltar o botão do mouse caso seja
uma cópia.

•Copiando ou movimentando para uma pasta em


outra unidade de disco:
Abra em tela as duas janelas de “Meu Computa-dor”
COPIA OU MOVIMENTAÇÃO DE PASTAS ou “Windows Explorer”, a de origem e a de destino.
Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
•Estruturando hierarquicamente no mesmo disco:
Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de
Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu origem sobre a pasta da janela de destino.
Computador”. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movi-
Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou mentação, utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do
movimentar. mouse.
Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de O procedimento para efetuar a cópia de pastas de
destino. uma janela de pastas para outra janela em forma de ícone,
Solte o botão do mouse caso seja uma movimen- é o mesmo que acabamos de utilizar.
tação, ou segure CTRL antes de soltar o botão do mouse
caso seja uma cópia. •Copiando ou movimentando para uma unidade de
disco diretamente:
•Copiando ou movimentando uma pasta em outra Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
unidade de disco: Efetue o arraste da pasta da janela de origem para
Abra em tela as duas janelas de “Meu Computa-dor” sobre o ícone da unidade de disco para a qual deseja que
ou “Windows Explorer”, a de origem e a de destino. a operação seja efetuada.
Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
origem sobre a pasta da janela de destino.
Novamente, o ponto mais importante a observar aqui
Para cópia, solte o botão do mouse. Para movi-
se resume no seguinte: “A pasta será copiada ou
mentação, utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do
movimentada para a unidade de disco de destino como
mouse.
uma pasta nessa unidade de disco”.
Perceba, que se a pasta não desaparecer da antiga
Obs.: para copiar uma pasta de um local a outro, tanto
estrutura hierárquica, isto indicará que essa operação será
na mesma unidade de disco quanto em outra, podemos
uma cópia. Se a tecla SHIFT for pressionada, a pasta irá
utilizar o seguinte procedimento:
desaparecer, e nesse caso a operação será uma movimen-
Clique com o botão direito sobre a pasta, no menu que
tação.
•Copiando ou movimentando para uma unidade de surge escolher a opção “copiar” e no local desejado, repetir o
disco diretamente: processo, selecionando desta vez a opção “colar”.
Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
RENOMEAÇÃO DE ARQUIVOS
Efetue o arraste da pasta da janela de origem para
O comando “Renomear” permite modificar o nome
sobre o ícone da unidade de disco para a qual deseja que
de um arquivo, sem alterar o seu conteúdo.
a operação seja efetuada.
Renomeando um arquivo:
Para cópia, solte o botão do mouse. Para movi-
Clique com o botão direito do mouse sobre o nome
mentação, utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do
do arquivo que deseja renomear.
mouse.
No menu de atalho, selecione “Renomear”. O nome
O ponto mais importante a observar aqui se resume
do arquivo é selecionado permitindo que você al-tere-o.
no seguinte: “A pasta será copiada ou movimentada para
Digite o novo nome e, em seguida, clique em um
a unidade de disco de destino como uma pasta nessa
lugar qualquer.
unidade de disco”.

11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EXCLUSÃO DE ARQUIVOS

Excluindo um arquivo:
Selecione o nome do arquivo que deseja excluir.
Pressione a tecla DEL.

Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para


armazenar temporariamente os arquivos apagados, uma
caixa de mensagem é exibida solicitando a confirmação da
exclusão do arquivo enviando-o para a “Lixeira”, caso
contrário, o arquivo é automaticamente eliminado do disco. fundamental que você conheça os elementos da tela de
Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para trabalho do WORD. Note a barra de título da janela que mos-tra
armazenar temporariamente os arquivos apagados, uma MICROSOFT WORD - Documento 1. Ela sempre exibirá o
caixa de mensagem é exibida solicitando a confirmação da nome do documento que está sendo editado, que se chama «Do-
exclusão do arquivo enviando-o para a “Lixeira”, caso cumento 1».
contrário, o arquivo é automaticamente eliminado do disco.
OS ELEMENTOS DA TELA

Barra de título: indica o nome do software e do documento


MS-WORD 2003 – ESTRUTURA BÁSICA DOS
em uso. Exibe também os botões: Minimizar,
DOCUMENTOS, EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE Maximizar/Restau-rar e Fechar para a janela principal.
TEXTOS, CABEÇALHOS, PARÁGRAFOS, FONTES, Ponto de inserção: marca o ponto onde o texto será inserido
COLUNAS, MARCADORES SIMBÓLICOS E no documento.
NUMÉRICOS, TABELAS, IMPRESSÃO, CONTROLE Barra de rolagem: usadas para deslocar horizontalmente e
DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, verticalmente o documento da janela.
LEGENDAS, ÍNDICES, INSERÇÃO DE OBJETOS, Barra de status: localizada na parte inferior da janela do do-
CAMPOS PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO. cumento, exibe uma breve informação sobre o documento ativo
(o que está visível na tela) ou comando selecionado.

WORD 2003

O Word é um programa do ambiente Windows, contido no Mais adiante, veremos como colocar e tirar barras de ferra-
pacote de aplicativos MS Office, indicado para processamento mentas da tela.
de textos. Permite a elaboração de trabalhos de maneira Teclado
eficiente, levando a um resultado de qualidade superior.
Shift: tem a função de alternar letras maiúsculas e minús-
CARREGAMENTO DO WORD culas.

Para executar o WORD, dê um clique no botão Iniciar, Caps lock: depois de ativada, o texto digitado aparecerá em
colo-que o ponteiro do mouse em cima da palavra caracteres maiúsculos.
PROGRAMAS. No menu PROGRAMAS selecione a opção
MICROSOFT OFFICE e no submenu MICROSOFT OFFICE Del: apaga o texto a partir do ponto onde o cursor estiver
escolha a opção MICRO-SOFT WORD. posicionado, da esquerda para a direita.

A TELA DE TRABALHO Backspace: apaga o texto a partir do ponto onde o cursor


estiver posicionado, da direita para a esquerda.

Enter: permite a criação de um novo parágrafo.

12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Teclas de direção: movem o ponto de inserção ao longo do UTILIZAR A AJUDA


documento.
O Word é acompanhado da Ajuda, uma completa ferramen-
Teclado numérico: localizado no canto direito do teclado. Só ta de referência on-line que inclui procedimentos passo a passo
possível utilizá-lo com a tecla Num Lock que podem ser seguidos durante o trabalho, além de
informações de referência sobre a utilização dos comandos.
ativada. Escolhendo comandos Contém também um recurso de ajuda adicional representado
pelo Assistente do Office.
Um comando significa uma instrução que diz para o Word Para abrir o Assistente do Office clique no ícone . Uma
executar uma ação. caixa de diálogo será aberta, digite o item a ser pesquisado e cli-
que em “Pesquisar”. Será aberta outra caixa de diálogo, onde a
Você pode escolher comandos clicando em um botão na resposta será exibida em tópicos. Clique em um dos tópicos ou
bar-ra de ferramentas com o mouse escolhendo-o em um menu em “Veja Mais” para obter mais detalhes.
ou usando teclas de atalho.
Obs.: Se aparecer uma lâmpada (Assistente de Dicas) duran-te
Na barra de Ferramentas, você pode clicar sobre o o trabalho clique sobre ela para obter uma dica ou ocultá-la.
botão , em vez de escolher Arquivo e.
O RECURSO “O QUE É ISTO?”.
Selecionar Imprimir. Isso ajuda a executar rapidamente as
tarefas mais usuais. Para utilizar este recurso, clique em “O que é isto?” no
menu Ajuda. Aparecerá um ponto de interrogação junto ao
Com as teclas de atalho, por exemplo, pressione CTRL+B cursor, cli-que sobre o elemento a ser pesquisado. Uma janela
para salvar um documento. será exibida explicando a sua função.

Teclas de atalho O PRIMEIRO TEXTO

O Word apresenta também teclas de atalho que facilitam al- Criar um texto no WORD é muito simples. Uma vez carre-
gumas operações: gado para a memória, o WORD abre automaticamente um do-
cumento e posiciona o ponteiro de inserção, representado pela
barra vertical na linha 1, coluna 1, da primeira página. A partir
desse momento, você pode começar a digitação como se
estives-se usando uma máquina de escrever.
Qualquer caractere digitado será inserido na posição do
pon-teiro de inserção. O WORD possui, ativado como padrão, o
re-curso de deslocamento automático de palavras. Isso quer
dizer que não é necessário teclar ENTER no final de uma linha,
para que o ponteiro salte para o início da linha seguinte. O
WORD desloca a palavra que excede a margem direita para a
próxima linha, sempre que essa situação ocorrer. Você só deve
pressionar ENTER quando quiser forçar o avanço do ponteiro
para a pró-xima linha.

WORD possui vários modos de exibir o texto que está sendo


DESFAZER E REFAZER UMA OPERAÇÃO digitado. Para que nós possamos acompanhar os exemplos dessa
Para desfazer uma operação, clique no botão apostila, é conveniente que estejamos no mesmo modo de edição de
texto em que a apostila foi escrita. Adiante, discutiremos esses
Será exibida uma lista das últimas ações, selecione qual de- modos de edição. Agora, ative o menu Exibir e a opção Normal.
seja desfazer.
Para refazer uma ação que tenha sido desfeita, clique no bo-
tão

CAIXAS DE DIÁLOGOS

Quando você escolhe um comando, geralmente é exibida uma


caixa de diálogo que permite selecionar opções. Se alguma opção
estiver em cinza claro, não estará disponível no momento.

13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uma palavra - Posicione o cursor sobre a palavra e dê dois


cliques sobre a mesma.

Uma linha de texto - O cursor do mouse deve estar à


esquer-da da linha do texto, em formato de seta, apontando para
a direita. Dê um clique no mouse.

Um parágrafo - O cursor do mouse deve estar à esquerda


do parágrafo, em formato de seta, apontando para a direita. Dê
dois cliques no mouse.

Um documento inteiro - O cursor do mouse deve estar à


esquerda do documento, em formato de seta, apontando para a
direita. Dê três cliques no mouse.

Um bloco vertical do texto - Com as teclas ALT + SHIFT


Vamos agora ao nosso primeiro texto, que será uma carta pressionadas, clique o botão esquerdo do mouse e arraste.
simples. Estando o ponteiro na linha 1, coluna 1, digite o
seguin-te: Um elemento gráfico - Clique uma vez sobre o gráfico para
selecioná-lo e duas vezes para editá-lo.

Outra opção para selecionar o seu texto, consiste simples-


mente em arrastar o ponteiro do mouse (com o botão esquerdo
clicado) sobre o texto que você pretende selecionar.
Para cancelar a seleção, dê um clique com o mouse em
qual-quer lugar fora da seleção.

ACENTOS

Se o Windows tiver sido corretamente configurado, durante a


instalação, para a língua portuguesa, ele permitirá a acentuação de
caracteres da mesma forma que se faz em uma máquina de
escrever. Para checar se a configuração está correta, você pode dar
um clique no botão INICIAR, em seguida, no menu CON-
FIGURAÇÕES, selecionar a opção PAINEL DE CONTROLE.
Complete a carta digitando o seguinte texto:

Os custos apresentados para cada fase do projeto estão ex-


pressos em dólar como simples referência, devendo ser converti-
dos para Reais na data de pagamento. Esta proposta tem validade
até o dia 15 de Abril de 2004. Após essa data, os valores poderão
sofrer reajuste e estão passíveis de confirmação.

Sendo só para o momento.


J. Guimarães Assessoria e Treinamento Ltda.

EDITANDO TEXTOS

O Word dispõe de vários recursos a serem explorados. É o


que veremos a seguir.

SELECIONAR TEXTOS

Para mover, formatar, excluir ou alterar um texto ou uma


pa-lavra, é necessário selecionar esse texto ou essa palavra. O
texto selecionado aparecerá realçado.
Seguem algumas dicas para executar a seleção (com o mou-
se): Dê um duplo clique no ícone TECLADO e logo após,
Para selecionar Siga este procedimento. apare-cerá a seguinte caixa de diálogo:

14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ESTILOS DE FONTE

O Word apresenta três estilos de fonte:


negrito,
itálico
e sublinhado.

Podem ser aplicados a qualquer tipo de fonte. Você pode


usá -los isoladamente ou em conjunto. Você pode acessá-los
através da barra de formatos:
Selecione o texto a ser formatado;
Dê um clique com o botão esquerdo do mouse sobre o
INSERIR WORDART ícone correspondente à opção escolhida.
Obs.: Para remover a formatação clique novamente sobre o
O WordArt é um recurso do Word que permite aplicar em ícone escolhido.
seus textos efeitos tridimensionais, sombreado, gradações de
co-res e outros. OPÇÕES DE FONTE
Para acessar o WordArt, clique sobre o ícone na barra de
ferramentas .
A barra de ferramentas de desenho será aberta.
Selecione o texto no qual você quer aplicar o efeito e na bar-
ra de ferramentas de desenho, clique no ícone .
A janela WordArt Gallery será exibida. Escolha um efeito e
clique em Ok.

CORREÇÃO DE ERROS DE DIGITAÇÃO

Corrigir erros de digitação é uma tarefa muito simples.


Você possui duas formas para fazê-lo.

A TECLA BACKSPACE

A primeira consiste em usar a tecla BACKSPACE, que fica no


canto direito superior do teclado principal. Cada vez que essa tecla
é pressionada, o cursor move-se uma posição para a esquer-da e
apaga o caractere que estava ocupando aquela posição. Uma vez
apagado, o caractere incorreto, basta digitar o novo caractere.
Cada vez que BACKSPACE é pressionada, o texto à direita
do cursor é deslocado também para a esquerda.

A TECLA DEL

Através da barra de ferramentas de desenho, é possível Enquanto BackSpace apaga sempre o caractere à esquerda
tam-bém inserir AutoFormas. (formas básicas, setas largas, do cursor, a tecla Del, que se encontra no teclado numérico e no
fluxogra-ma, estrelas, faixas e textos explicativos), Caixa de teclado intermediário superior, apaga o caractere atual, ou seja,
Texto, Sele-cionar objetos, etc. aquele que está na posição do cursor.

15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Se você perceber um erro que está na linha anterior ou


algu-mas palavras para trás, move o cursor até a posição do
caractere incorreto, pressione Del e digite o caractere correto.

VERIFICAR ORTOGRAFIA

O Word verifica o documento à procura de erros de ortogra-fia


usando o dicionário principal, que contém as palavras mais
comuns. Caso uma palavra não conste no dicionário principal, o
Word indicará que ela não foi encontrada e oferecerá sugestões de
correção para a possível ortografia incorreta.
Obs.: O Word verifica todo o documento, começando no
ponto de inserção, porém, se houver texto selecionado, ele
verifi-cará somente esse trecho. 3. Selecione a opção desejada e clique em Substituir.
Dica: Para localizar sinônimos adicionais sem retornar ao
Utilizando a Barra de Ferramentas: documento, digite uma palavra ou frase na caixa “Substituir
pelo sinônimo” e em seguida, clique no botão Consultar.

SALVANDO O TEXTO

Clique sobre o ícone na barra de Ferramentas; Uma das tarefas que você precisa aprender rapidamente é
Será aberta uma caixa de diálogo onde, para cada palavra como salvar um texto que está sendo digitado. Quedas ou osci-
exibida na caixa de diálogo “Não Encontrada”, você poderá se- lações da corrente elétrica são os maiores inimigos de quem está
lecionar as opções desejadas (Ignorar, Adicionar, Alterar, etc.). trabalhando com qualquer texto que ainda não tenha sido grava-
do no momento da oscilação da rede elétrica.
A forma clássica de salvar o texto atual é ativar a opção
SALVAR do menu ARQUIVO.

Para verificar ortografia em outro idioma, selecione o co-


mando Idioma no menu Ferramentas. Na caixa de listagem, cli-
que em Definir idioma... Será aberta uma caixa de diálogo, sele-
cione o idioma desejado e clique em OK.

Dicionário de sinônimos

uma ferramenta que permite substituir uma palavra ou


frase pelo seu sinônimo, diversificando assim, a sua linguagem
escrita.
1 - Selecione a palavra ou a frase que deseja substituir;
2 - No menu Ferramentas, posicione o cursor sobre Idioma
e clique sobre Dicionário de Sinônimos. Feito isso, aparecerá a
seguinte tela:

Ao ser ativada, essa opção mostra uma caixa de diálogo


que solicita um nome para o arquivo que será gravado. Como
exem-plo, forneça “CARTA” e pressione o botão OK.

16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EXCLUIR TEXTOS

Para excluir um texto ou uma palavra, selecione o texto que


você quer apagar e pressione BACKSPACE ou DELETE.
Caso queira recuperar o texto perdido clique sobre o botão

“Voltar” na barra de ferramentas.

FORMATAÇÃO DE CARACTERES E PARÁGRAFOS

Lembre-se de que toda vez que o Word é carregado, o texto Nós já aprendemos como aplicar os estilos de caracteres ne-
recebe o nome provisório de Documento 1. Após salvar o texto grito, itálico e sublinhado em um texto marcado ou durante a
pela primeira vez, ele passa a se chamar pelo nome fornecido própria digitação. Agora, veremos como aplicar outros tipos de
para o arquivo. A barra de título também passa a mostrar o novo efeitos especiais no texto, como mudar o tipo e tamanho da fonte
nome do texto. dos caracteres e também como formatar parágrafos do texto.
Uma vez gravado o texto, você pode continuar a digitação Com exceção dos estilos negrito, itálico e sublinhado, que
com a certeza de que o seu trabalho até aquele momento não se podem ser ativados através da barra de formatação, todos os ou-
perderá. tros efeitos de caracteres são obtidos através do teclado ou, en-
tão, através de uma caixa de diálogo. A próxima tabela mostra
MOVER E COPIAR TEXTOS os efeitos disponíveis e a combinação de teclas necessária para
ativar o efeito.
MOVER significa recortar o texto selecionado de um lugar Essas combinações são do tipo liga-e-desliga, ou seja, de-
e inseri-lo em outro. vem ser pressionadas para ativar o efeito e pressionadas nova-
mente para desativá-lo.
COPIAR significa fazer uma cópia do texto selecionado e
inseri-lo em outro lugar.

EDITANDO TEXTOS

PARA MOVER:

Selecione a parte do texto que deseja mover.

Dê um clique no botão esquerdo do mouse sobre o ícone

(recortar).
Posicione o cursor onde deseja que seja inserida essa có- MUDANDO A FONTE DOS CARACTERES
pia. O Word permite mudar o formato da fonte e o seu tamanho,
ou seja, um mesmo tipo de letra pode ser inserido no texto com
Dê um clique no botão esquerdo do mouse sobre o ícone tamanhos diferentes para destacar títulos, cabeçalhos e outros
elementos do texto.
(colar). A mudança ou ativação de uma nova fonte pode ser feita
através da barra de formatação ou, então, através de uma caixa
PARA COPIAR: de diálogo. A barra de formatação é o meio mais rápido para
realizar essas mudanças, se você utilizar um mouse.
Selecione a parte do texto que deseja copiar.

Dê um clique no botão esquerdo do mouse sobre o ícone

(copiar).
Posicione o cursor onde deseja que seja inserida essa có-

pia. Nesse caso, basta dar um clique sobre o botão ao lado da


caixa que mostra o nome da fonte, para abrir uma lista de fontes
Dê um clique no botão esquerdo do mouse sobre o ícone disponíveis.
(colar). Essa lista é apresentada em ordem alfabética do nome das
Você pode mover com o mouse: selecione o texto a ser movi- fontes. Contudo, ela guarda em sua memória as últimas doze fon-
do, aponte para o texto selecionado. Arraste o ponto de inserção tes utilizadas, e as exibe em primeiro lugar. Rolando a barra de
pontilhado até a nova posição e então, solte o botão do mouse. rolagem, aparece uma divisão e as fontes em ordem alfabética.

17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Basta dar um clique no nome da fonte desejada que ela apa- Se nenhum texto estiver marcado, a caixa VISUALIZAÇÃO
recerá na barra de formatação como a fonte atual. A partir desse mostra o nome da fonte selecionada; caso contrário, exibe as pri-
momento, o texto que for digitado aparecerá sob o novo formato. meiras letras ou palavras do texto que sofrerão a ação.
Outra utilidade da caixa de formatação é a definição do tipo
ALTERAÇÃO DO TAMANHO DA FONTE de fonte padrão dos documentos.
O Word assume a fonte Times New Roman, corpo 10,
Alterar o tamanho de uma fonte através da barra de formato como padrão. Se você achar mais conveniente, ou outra fonte,
exige procedimento parecido com o da mudança de fonte. Basta selecio-ne-a e pressione o botão Padrão. Será apresentada uma
dar um clique no botão ao lado da caixa que mostra o tamanho caixa de diálogo solicitando a confirmação da alteração.
da fonte e selecionar o novo tamanho. Responda SIM e, na próxima vez que carregar o Word, essa
fonte será o padrão para o documento.

CONHECENDO A FORMATAÇÃO DOS CARACTERES

Para obter detalhes sobre a formatação de um caractere ou


parágrafo, você deve ativar o botão de ajuda que fica no final da
barra de botões.

Quando esse botão é ativado, ele muda o formato do cur-


sor, colocando um sinal de interrogação ao seu lado. Enquanto o
formato do cursor estiver assim, basta dar um clique sobre o
caractere ou parágrafo do qual se quer obter os detalhes. Após
dar um clique, uma caixa de informações é exibida, como
A CAIXA DE DIÁLOGO PARA ALTERAÇÃO DE FON- ilustra a próxima figura.
TE E CARACTERES

O Word permite que várias operações de formatação sejam


feitas de uma só vez através de uma caixa de diálogo. Essa
caixa pode ser ativada com o pressionamento de Ctrl+F ou,
então atra-vés da opção FONTE no menu FORMATAR.
As duas formas ativam a caixa de diálogo mostrada a
seguir. Ela contém um resumo com todas as formatações vistas
até ago-ra. A vantagem dessa caixa de diálogo é que ela mostra,
na sua parte direita inferior, um modelo de como será a fonte e
efeitos, dando chance ao usuário de fazer experimentos, antes
de aplicar os efeitos sobre o texto.

As informações contidas nessa caixa são bem mais detalha-


das do que o nome da fonte e seu tamanho, oferecidos pela
barra de formatação. Além disso, são exibidas informações
sobre o pa-rágrafo do caractere selecionado.

COPIANDO E APLICANDO FORMATAÇÃO DE CA-


RACTERES

O Word facilita bastante a aplicação de um formato de


carac-tere que esteja no texto, através do recurso de cópia de
formato. Seu funcionamento é bem simples e consiste nas
seguintes eta-pas:
1. Marque o texto com o formato a ser copiado.
2. Dê um clique no botão PINCEL na barra de ferra-
mentas. O cursor tomará o formato de um pincel.
Marque o texto que receberá o formato e libere o botão do
mouse.

18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Quando o botão do mouse for liberado, o texto marcado re-


ceberá automaticamente o formato do texto usado, como base Tabulações alinhadas à direita
para formatação.
Tabulações decimais
PARÁGRAFOS E MARGENS Na régua, clique sobre o local onde deseja definir uma ta-
bulação.
ALINHAMENTO DOS PARÁGRAFOS Para desativar ou mover uma tabulação
Para desativar uma tabulação, selecione os parágrafos cujas
No Word você não precisa se preocupar com a margem di-reita tabulações deseja desativar e arraste o marcador de tabulação
do texto. Simplesmente vá digitando o texto e, quando o cursor para fora da régua.
atingir a margem direita, a palavra que está sendo digitada Para mover, clique sobre o marcador de tabulação na régua
automaticamente jogada para a linha de baixo. Como padrão, e arraste-o para a direita ou esquerda.
a margem direita fica desalinhada, pois o espaço que estava
sendo ocupado pela palavra digitada fica em branco. FORMATAÇÃO DAS MARGENS E RECUOS DE
Dependendo do tamanho da palavra que atinge a margem, o PARÁ-GRAFOS
espaço deixado em branco é maior ou menor.
O Word permite que o parágrafo seja alinhado de quatro O alinhamento do texto de um parágrafo simplesmente dis-
ma-neiras distintas dentro da largura do texto compreendida tribui o texto digitado dentro das margens atuais do texto. Em
entre as margens esquerda e direita da página. A alteração do muitas situações, é necessário alterar as margens do texto apenas
alinha-mento de um parágrafo é feita da mesma maneira que a para um parágrafo. Em outras situações, um parágrafo deve ser
alteração ou aplicação de um efeito em um texto. Você pode recuado ou o espaçamento entre as suas linhas alterado. Todas
marcar um parágrafo e aplicar o alinhamento ou então ativar o essas opções podem ser configuradas através de uma caixa de
alinhamento desejado e escrever o parágrafo em seguida. diálogo ou, então, através da utilização do mouse. Para ativar a
Na barra de formatos, ao lado dos estilos de caractere, exis- caixa de diálogo, acione o menu Formatar e a opção Parágrafo.
tem quatro botões que servem para ativar ou desativar o alinha- A próxima caixa de diálogo é exibida. Ela é composta por
mento de parágrafo. duas fichas, uma responsável pela configuração dos recuos e
ou-tra pelo fluxo do texto.
O recuo é o afastamento do parágrafo em relação à margem
normal do texto. O espaçamento é a distância entre uma linha e
outra ou, então, entre os parágrafos.
Por exemplo, você pode especificar que entre um parágrafo
e outro sempre devem ser deixadas duas linhas.
Todas as mudanças efetuadas são imediatamente pré-visua-
lizadas na caixa de visualização, antes de serem aplicadas no
pa-rágrafo.
Note que o último botão está pressionado indicando que o
alinhamento justificado está ativo. Desta forma, você terá um
texto com aparência mais organizada.

TABULAÇÃO

O espaçamento de tabulação já está definido em intervalos


de 1,25 cm a partir da margem esquerda.

Para definir tabulações:


Ao alterar as definições das tabulações, certifique-se de
sele-cionar todos os parágrafos que deverão ser afetados pela
altera-ção. Assim, todas as definições de tabulação poderão ser
altera-das ao mesmo tempo.

Selecione os parágrafos nos quais deseja definir ou alterar


as tabulações. Clique sobre o botão “Alinhamento da tabulação”
no lado esquerdo da régua horizontal até que o alinhamento da
tabulação esteja na posição desejada.
Para selecionar Clique sobre o botão:

Tabulações alinhadas à esquerda

Tabulações centralizadas

19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CRIANDO RECUOS 1 - A margem direita possui apenas um controle que recua


todas as linhas do parágrafo.
Para alterar os recuos na caixa de diálogo, basta digitar o Quando as margens de parágrafos são alteradas através da
tamanho do recuo em centímetros, na caixa de digitação apro- caixa de diálogo, os indicadores ou controles de recuo são posi-
priada, ou pode-se também pressionar as setas ao lado da caixa cionados na posição determinada, ao se pressionar o botão OK.
de digitação. A caixa de digitação Especial permite a criação de Para mover um controle de recuo, basta dar um clique no cursor
recuos que afetam apenas a primeira linha do parágrafo ou, en- sobre ele e arrastá-lo até a posição desejada. Enquanto o botão
tão, todas as demais. do mouse estiver pressionado, uma linha vertical tracejada o
A caixa de digitação POR, aparece o valor correspondente guiará para posicionar o controle na melhor posição. Depois de
ao espaço de tabulação padrão. liberado o botão do mouse, o controle manterá sua posição, e os
parágra-fos digitados daí em diante respeitarão esse recuo.
ALTERAÇÃO DOS RECUOS ATRAVÉS DA LINHA DE
RÉGUA UTILIZANDO MARCADORES

A linha de régua tem como finalidade orientar o usuário O Word possui uma formatação especial de parágrafos, que
com relação à largura do texto e das margens, assim como consiste em inserir um símbolo especial no início dos
indicar recuos de parágrafos através de seus controles parágrafos e deslocar seus recuos de maneira a chamar a
deslizantes. O ta-manho da linha é mostrado em centímetros ou atenção sobre esses parágrafos.
polegadas, depen-dendo da configuração do Word. Esse efeito é facilmente obtido através do botão MARCA-
DORES, da barra de formatação. Após seu pressionamento, todos
os parágrafos digitados obedecerão a sua formatação. A margem
direita não é recuada, permanecendo em sua posição normal. Se
você precisar, recue a margem direita antes de iniciar a digitação
dos parágrafos com marcadores. Para desativar essa formatação,
basta pressionar o botão Marcadores novamente.

NUMERAÇÃO DE PARÁGRAFOS

Nas duas extremidades da linha de régua, existem os Um recurso muito útil do Word é a numeração automática de
indica-dores de recuo, ou controles de recuo. Através da parágrafos. Este recurso formata os parágrafos que serão digita-dos,
utilização do mouse, podemos mover esses controles e alterar os inserindo um número no início da primeira linha e recuan-do as
recuos sem necessidade da caixa de diálogo. demais. Cada novo parágrafo digitado recebe um número
sequencial. Se um dos parágrafos intermediários for eliminado, os
demais parágrafos terão os seus números diminuídos em 1.
Manualmente, você teria de refazer toda a numeração. A situação
inversa também é válida. Se você se esqueceu de digitar um pa-
rágrafo intermediário, basta teclar ENTER no final do parágrafo
anterior para que um novo número seja incluído e os demais pa-
rágrafos sejam renumerados, aumentando em um o seu número.

PERSONALIZANDO OS MARCADORES E NUMERA-


ÇÃO
1 - Esse controle move o recuo da primeira linha.
2 - Esse controle controla os outros dois, ou seja, move os Você pode alterar o formato dos marcadores e numeração
demais controles definindo um recuo da margem esquerda, de parágrafos através da opção MARCADORES e numeração
único para todo o parágrafo. do menu FORMATAR. Ao ativar essa opção, a próxima caixa
3 - Esse controle é responsável pelo recuo das demais de diálogo é exibida.
linhas do parágrafo, a partir da segunda linha.
Do lado direito, existe apenas o controle de recuo da
margem direita.

20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A primeira das três pastas diz respeito aos marcadores.


Você pode, de imediato, escolher um dentre os seis tipos A última pasta permite selecionar a numeração de parágra-
diferentes de marcadores disponíveis, simplesmente dando um fos em vários níveis hierárquicos. Os três primeiros formatos
clique sobre aquele que lhe agrada. Note que existe um “x” misturam números e símbolos, enquanto os três últimos, apenas
confirmando o recuo deslocado. Se você clicar sobre essa caixa números.
de seleção, os recuos são eliminados.
O botão MODIFICAR exibe outra caixa de diálogo, onde a
formatação do parágrafo com marcador pode ser alterada.

Nela, você pode alterar o tamanho do símbolo do marcador,


sua cor, e tamanho e posição dos recuos. Todas as alterações
são visualizadas na caixa de visualização.
As outras duas pastas dizem respeito à numeração de pará-
grafos. A pasta Numerada funciona de maneira análoga à pasta com
marcadores. Você pode selecionar um dos seis formatos dis- ADICIONAR BORDAS E SOMBREAMENTO
poníveis de numeração e ativar ou desativar o recuo de linhas.
Bordas e Sombreamentos são recursos do Word para desta-
car trechos de documentos. Podem ser aplicados em uma ou em
todas as bordas do documento, além de adicionar
sombreamento de fundo.
Utilizando a Barra de Ferramentas:
Selecione a parte do texto onde será adicionada a borda e/
ou sombreamento;
Clique sobre o ícone
Aparecerá uma Barra de Tabelas e Bordas, onde você poderá
desenhar a borda, apagar, escolher o estilo e a espessura da
linha, a cor e o estilo da borda e o sombreamento; Clique sobre
o(s) ícone(s) desejado(s).

21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONFIGURAÇÃO DE PÁGINA E MARGENS

Agora você vai conhecer os elementos de uma página e sa-


ber como configurá-los
O tamanho da página é o tamanho do papel. O padrão é o
formato carta, que mede 21,59 por 27,94 cm. Além do tamanho
ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS do papel e dos elementos mostrados na figura acima, o texto
pode ser colocado na página verticalmente (retrato), que é a
Através da caixa de formatação de parágrafos, você pode forma pa-drão, ou, então, horizontalmente (paisagem).
mudar o espaçamento entre as linhas de um parágrafo.
CONFIGURANDO A PÁGINA

Para ativar a caixa de DIÁLOGO CONFIGURAR PÁGI-


NA, você deve acionar a opção CONFIGURAR PÁGINA, do
menu ARQUIVO. A pasta MARGENS, que permite alteração
de todas as margens do texto, certamente será uma das mais
utili-zada. O Word adota como padrão uma margem de 2,5 cm
para todas as margens. Note na figura abaixo que a margem
direita foi alterada para 3 cm.

As opções disponíveis são:

linhas simples,
o padrão,
uma linha e meia,
duas linhas
ou, então, uma quantidade de pontos.

A altura de uma linha é doze pontos.

CONFIGURAÇÃO DE PÁGINA E MARGENS


MARGENS ESPELHADAS

Se você quiser espelhar as margens entre as páginas, basta


clicar sobre a caixa MARGENS ESPELHO. Note que a área de
visualização agora mostra duas páginas, onde as margens inter-nas
ficam com 6 cm e as externas com 3 cm. Esse formato é ideal para
o armazenamento em pastas do tipo fichário ou de argolas.

Agora você vai conhecer os elementos de uma página e sa-


ber como configurá-los

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ALTERAÇÃO DO TAMANHO DO PAPEL A PASTA LAYOUT

A segunda pasta da caixa de diálogo permite a Esta pasta afeta a formatação da página com relação à
especificação do tamanho da folha utilizada para impressão e da dispo-sição dos cabeçalhos e rodapés, alinhamento vertical do
disposição do texto na página. O Word possui alguns tamanhos texto na página, numeração de linhas no texto e criação de
de papel padronizados, que podem ser escolhidos através de seções dentro de um texto.
uma lista de escolhas da caixa TAMANHO DO PAPEL.

VISUALIZAÇÃO DO TEXTO
Assim que um tipo de papel é escolhido, suas medidas são
apresentadas na caixa de diálogo. Se nenhum dos tamanhos for O Word possui as visualizações:
conveniente, você pode informar diretamente sua largura ou
altu-ra nas caixas de digitação apropriadas. Normal,
Nessa mesma caixa de diálogo, você pode ajustar a orienta- Tópicos,
ção do texto, ou seja, se ele será impresso horizontalmente, no Layout de página
modo que se designou RETRATO, ou, então, verticalmente, e Documento Mestre.
onde a maior medida do papel passa a ser da largura e não da
altura. Esse modo recebeu o nome de MODO PAISAGEM. Cada um desses modos de visualização possui característi-
Para alter-nar a orientação, basta dar um clique sobre o modo cas que lhe podem ser úteis em diversas situações. Esses modos
desejado na caixa de escolha Orientação. de visualização podem ser ativados pelo menu EXIBIR ou, en-
tão, pelo pressionamento de um botão no canto esquerdo da
A PASTA ORIGEM DO PAPEL barra de rolagem horizontal.

Esta pasta talvez seja a menos utilizada pelos usuários. Ela


se destina a configurar a origem do papel em impressoras, parti-
cularmente do tipo laser, que possuem mais de uma bandeja de
papel. Nesses casos, podem-se colocar tipos diferentes de papel
em cada bandeja e utilizá-los em situações específicas.

”Modo normal”: é o melhor modo de exibição para


fins gerais de digitação, edição e formatação de textos, e para
movi-mentação dentro de um documento. Para alterar para este
modo, clique sobre o ícone correspondente na barra de rolagem
horizon-tal ou escolha Normal no menu.

23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Antes de acessar essa opção, defina previamente quantos


“Modo de layout da página”: permite você ver como ca-beçalhos e rodapés o documento terá. As possibilidades são
cabeçalhos e rodapés serão posicionados na página impressa. as seguintes:
Este modo é útil para a verificação da aparência final do docu- O conteúdo do cabeçalho é idêntico para todas as páginas.
mento. Para alterar para este modo, basta clicar sobre o respec- O cabeçalho da primeira página é diferente de todas as
tivo botão na barra de rolagem horizontal ou escolha Layout da outras.
Página no menu Exibir. Páginas pares possuem um cabeçalho diferente das pági-
nas ímpares.
“Modo estrutura de tópicos”: possibilita ocultar parte A combinação dos itens 2 e 3.
do documento a fim de visualizar somente os cabeçalhos prin-
cipais ou expandi-lo, para ver todo o documento. Para alterar Como padrão, o Word assume um único cabeçalho para todo o
para este modo, clique sobre o seu respectivo botão na barra de documento. Portanto, a menos que você queira especificar mais de
rolagem horizontal ou escolha o Estrutura de Tópicos no menu um cabeçalho para o documento, não é necessário fazer ne-nhuma
Exibir. modificação nessa caixa de diálogo. Quando você ativa a opção
CABEÇALHO E RODAPÉ aparece uma barra de botões flutuando
“Tela inteira”: para que somente o documento seja exibido sobre o texto, próximo da área do cabeçalho. A área do cabeçalho
na tela (sem réguas, barras de ferramentas e outros elementos), fica envolvida por uma linha tracejada e o ponto de inserção ou
escolha Tela Inteira no menu Exibir. Para voltar ao modo de cursor é colocado no início da primeira linha.
exi-bição anterior, clique. sobre o botão Fechar Tela Inteira ou
pres-sione ESC.
“Modo de documento mestre”: divide documentos extensos
(um livro com diversos capítulos, uma apostila) em arquivos se-
parados. Para mudar para este modo, escolha Documento
Mestre no menu Exibir.
“ZOOM”: serve para ampliar e reduzir parte ou todo o do-
cumento. Para usá-lo, escolha o comando Zoom no menu
Exibir. Será aberta uma caixa de diálogo que permitirá escolher
o per-centual de zoom que deseja.

CABEÇALHOS, RODAPÉS E NOTAS DE RODAPÉ

Tanto a margem superior como a inferior pode ser usada


para exibir um cabeçalho ou, então, rodapé. O conteúdo do
cabeçalho ou rodapé pode ser um texto simples, um gráfico ou
uma combi-nação dos dois.
CABEÇALHOS
Para treinar a criação de cabeçalhos, você pode seguir os
Incluir um cabeçalho ou rodapé é uma tarefa simples dentro próximos passos.
do Word. Para acessar a caixa de diálogo responsável pela Carregue o texto EUROPA ou EUROPA2.
deter-minação do conteúdo dos cabeçalhos, você deve acionar a Ative a opção CABEÇALHO e RODAPÉ, do menu EXI-
opção CABEÇALHO E RODAPÉ do menu EXIBIR. BIR.
Digite “Artigo Internacional”, usando negrito e sublinha-
do.
Pressione o botão FECHAR para encerrar a edição.

Insira agora um rodapé, que exibirá o número da página do


texto.
Ative a opção CABEÇALHO e RODAPÉ do menu EXI-
BIR.
Pressione o primeiro botão da caixa de botões flutuante ou,
então, a tecla PgDn para acessar o rodapé.
Pressione o botão para centralizar textos na linha, pois
queremos que o número de página seja exibido no meio da linha.
Pressione o botão que contém o símbolo “#”. Esse botão
insere o número da página. Ele pode ser usado em rodapés ou
cabeçalhos. O número 1 aparecerá no centro da linha. As
demais páginas do documento terão sua numeração correta.
Pressione o botão Fechar.

24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

INSERINDO NUMERAÇÃO NAS PÁGINAS Manuais: são colocadas pelo usuário. Exigem revisão toda
vez que o texto for alterado.
Para colocar numeração no documento, a sequência é a se- Quebra de coluna: utilizada quando há colunas do tipo jor-
guinte: nalístico no texto.
Selecione a opção Exibir/Cabeçalho e rodapé. Ao fazer isto, a Quebra de seção: utilizada para determinar diferentes
barra de ferramentas para cabeçalho e rodapé é apresentada. forma-tações de texto dentro de um mesmo documento (ex.:
alinhamen-to vertical do texto; formato, sequência e posição
dos números de página; numeração de linhas; posição das notas
de rodapé e de fim; etc.).
Para inserir quebras, coloque o ponto de inserção na
posição onde deseja que seja inserida a quebra;
Para alternar entre o cabeçalho ou o rodapé para a No menu Inserir, escolha o comando Quebra...;
inserção da numeração, clique no ícone correspondente. Aparecerá uma caixa de diálogo. Selecione a opção
desejada e clique em OK.
Para inserir a numeração no cabeçalho (ou rodapé)
da página, posicione o cursor no ponto onde se deseja colocar a
numeração e clique no ícone para inserir número de página.
possível utilizar os recursos para formatação de fontes e pa-
rágrafos para definir o formato da numeração, inclusive com a
inclusão de texto antes e depois do número.

Para formatar o tipo de número a ser inserido, clique


no ícone para formatar número de página.
Se você não quer usar cabeçalhos e rodapés no seu texto,
mas precisa colocar a numeração de páginas no documento,
pode usar o método descrito há pouco ou, então, outro mais
prático e que dá mais opções ao usuário.
O menu INSERIR possui a opção NÚMEROS DE PÁGI-
NA, que, ao ser acionada, mostra a próxima caixa de diálogo. ABERTURA DE ARQUIVOS E MOVIMENTAÇÃO
PELO TEXTO

Nós já aprendemos como editar, gravar e imprimir um texto


na sua forma mais simples. Agora, detalharemos outras formas
de realizar essas operações, além de mostrar como se movimen-
tar pelo texto.

Remover números de páginas

Selecione o “Modo de Layout de Página”;


Dê duplo clique sobre o número de página (ele estará acin-
zentado). Os textos de cabeçalho e rodapé estarão disponíveis
para modificações;
Selecione a moldura que envolve o número de página e o
depois o próprio número de página e pressione Delete ou
Backs-pace.

INSERIR QUEBRAS

Quebras são interrupções no texto. Podem ser de página,


co-luna ou de seção.
Quebra de página: Podem ser automáticas ou manuais:
Automáticas: o Word insere automaticamente em função da
quantidade de texto e do tamanho do papel configurado. São re-
calculadas pelo Word toda vez que são feitas alterações no texto;

25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ABERTURA DE UM ARQUIVO TEXTO ENVIAR DOCUMENTOS

Nós já gravamos um documento chamado CARTA.DOC Se você possui um e-mail e quer enviar algum documento,
no disco rígido (ou disquete) através da opção SALVAR do basta escolher a opção “Enviar para” no menu Arquivo e
menu Arquivo. Para abrir esse ou outro documento que já tenha selecio-nar o destinatário da mensagem. O Word
sido gravado, use a opção ABRIR, do menu ARQUIVO. automaticamente ane-xará o documento no seu e-mail.
Esta opção mostra uma caixa de diálogo semelhante àquela
exibida para salvar o arquivo. Nela, você deve selecionar o SALVAR DOCUMENTOS
nome do arquivo na lista chamada NOME DO ARQUIVO, ou
digitar o seu nome e pressionar OK. Clique sobre o ícone na barra de Ferramentas ou em Salvar
no menu Arquivo. A caixa de diálogo Salvar Como será aberta;
Selecione a unidade de disco e o diretório onde o arqui-vo
deve ser salvo;
Digite o nome do arquivo e clique em Salvar.

CRIAR UM DOCUMENTO A PARTIR DE UM


MODELO DO WORD

Para criar seu documento a partir de um modelo existente


no Word, clique em Novo no menu Arquivo e uma caixa de
diálogo será aberta;
Clique na guia que contém o modelo de documento que você deseja A CAIXA DE DIÁLOGO SALVAR
criar (cartas e faxes, memos, relatórios, publicações, etc.); Depois
de escolher o modelo, clique em Ok. O modelo esco- Como só será aberta quando o documento estiver sendo sal-vo
lhido é exibido na tela; pela primeira vez, caso contrário, o documento será salvo au-
tomaticamente com o mesmo nome, unidade de disco e diretório.
Para salvar todos os documentos abertos, a partir do menu
Arquivo, escolha Salvar Tudo.

Proteja seu trabalho!

aconselhável salvar o trabalho a cada 10 ou 15 minutos.


Você pode usar o recurso de Gravação Automática (menu Fer-
ramenta, comando Opções, guia Salvar) para salvar documentos
periodicamente.
Assim, não haverá perda significativa em caso de queda de
energia ou qualquer outro problema. É aconselhável também,
salvar documento antes de imprimi-lo ou executar alterações
im-portantes.
Substitua seus dados no modelo. Observação: Quando você sair do Word, todos os
documen-tos serão fechados. Se existirem alterações ainda não
NOMEAR DOCUMENTOS salvas nos documentos abertos, uma mensagem será exibida
perguntando se você deseja salvar o documento antes de sair.
O nome do arquivo só pode ter de um a oito caracteres, se-
guido por um ponto e uma extensão de um a três caracteres, am- BARRA DE FERRAMENTAS ¨ DESENHO¨
bos opcionais. Na maior parte dos casos é preferível deixar que
o Word forneça a extensão padrão para seus documentos, que é O ícone Desenho , uma vez pressionado faz aparecer a
.DOC. barra de ferramentas Desenho:
Não serão aceitos os seguintes caracteres: * ? = \ / : | < > .

26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Esta barra, como as outras, permite a criação de retas, menu. A impressão também pode ser feita através de uma opção
ovais, setas etc. Clicando nos ícones e arrastando o seletor do do menu ARQUIVO. Contudo, por equipamento, usaremos o
mouse sobre a planilha ou gráfico, pode-se criar o desenho. ícone de impressora que se encontra na barra de ferramentas pa-
Para locomover a barra de ferramentas Desenho, clique drão. É o quarto ícone da esquerda para a direita. Antes de
com o botão esquerdo, mantendo pressionado o mesmo, na ativar a impressão, veja se a impressora está ligada, com papel,
palavra “Desenho” e arraste para um local que não o atrapalhe. e o seu cabo conectado ao micro.

Antes de imprimir o seu documento, é preciso definir algu-


mas variáveis que determinarão a qualidade de apresentação do
seu trabalho. Para tal, escolha no menu Arquivo, a opção Confi-
gurar Página. Aparecerá a caixa de diálogo “Configurar
Página”, faça as alterações necessárias e clique em OK.

MENU AUTOFORMA

Neste menu está disponível um conjunto de formas de


dese-nho que podem ser utilizadas para construir figuras e
diagramas dos mais variados.
Esses objetos podem ser alterados através das opções
dispo-níveis no menu Desenhar, visto mais adiante.
Para inserir uma AutoForma com texto existem duas manei-
ras:
Inserir uma AutoForma através da opção AutoForma, se-
lecioná-la e depois apertar o botão direito do mouse sobre ela,
escolhendo a opção adicionar texto no menu que se abre.
Inserir uma caixa de texto (ícone na barra de ferramentas
de desenho, mostrado ao lado), digitar o texto e depois alterar a
AutoForma através da opção Desenhar/Alterar Autoforma. PRÉ-VISUALIZAÇÃO

Antes de imprimir um documento, clique sobre o ícone na


Barra de Ferramentas, para visualizar a aparência que o docu-
mento terá quando impresso, evitando assim, possíveis erros.
Após visualizar, clique em Fechar para retornar ao modo de vi-
sualização anterior.

IMPRIMIR UM DOCUMENTO

Quando o documento estiver pronto para imprimir, clique


sobre o botão na barra de ferramentas, ou selecione Imprimir no
menu Arquivo. Aparecerá uma caixa de diálogo exibindo as op-
ções de impressão (impressora, intervalo de páginas, número de
IMPRESSÃO DO DOCUMENTO cópias, etc.). Feitas as seleções, clique em OK.

Até agora, nós já aprendemos o mínimo para editar um texto


no WORD. Basta abrir o Word e começar a digitar. Imprimir é
ainda mais fácil. Veremos, agora, a forma mais simples para se
imprimir OV documento que está sendo editado. Até esse mo-
mento, realizamos operações que foram acionadas pela barra de

27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EDIÇÃO DE UM DOCUMENTO NOVO

Uma das boas qualidades do WORD é a possibilidade de se


editar mais de um texto ao mesmo tempo. Se você executou os
exemplos anteriores, o arquivo ...............2 está aberto na sua
tela. Ative agora a opção NOVO no menu ARQUIVO, ou dê
um clique no primeiro ícone da barra de ferramentas.

USANDO ÍCONES

Os ícones da barra de ferramentas, em sua maioria, repre-


sentam opções dos menus suspensos. Se você prefere usar mais
o mouse do que o teclado, usar os ícones aumenta a sua pro-
dutividade. Em vez de digitar ALT+A, S para salvar o arquivo,
você pode dar um clique no terceiro ícone que tem a figura de
um disquete. Esse clique exibirá a caixa de diálogo para salvar o
arquivo. Para abrir um arquivo, basta dar um clique no segundo
ícone representado por uma pasta suspensa que está se abrindo.
O primeiro ícone, uma folha em branco, permite a criação de
um novo texto. FECHAR UM DOCUMENTO

Para fechar o seu documento, selecione o comando Fechar no


menu Arquivo ou clique sobre o localizado na barra de menu.
Se um documento não foi salvo, uma mensagem será emitida
perguntando se você deseja salvar as alterações antes de fechar o
documento. Se você escolher “Sim”, mas ainda não nomeou o
documento, a caixa de diálogo Salvar como será exibida.

Criando a mala Direta


Criação do documento principal
Abra um documento novo no Word, vá ao Menu Ferramen-
Além dessas duas formas, você pode também realizar de- tas e selecione Mala Direta.
terminadas operações através do pressionamento de uma combi-
nação de teclas. Por exemplo, para abrir um arquivo, você pode
digitar Ctrl+A. Usar uma ou outra forma dependerá do gosto
pessoal.
Como exemplo, pressione o ícone Abrir (Pasta), dê um cli-
que sobre o quadro UNIDADES DE DISCO e selecione o
driver onde você gravou o seu arquivo. Em seguida, dê um
duplo clique sobre o diretório onde se encontra o arquivo. A
lista de arquivos mostrará todos os arquivos desse diretório. Dê
um duplo clique sobre qualquer um deles. Ele será carregado
para a memória em instantes.
Imagine que por segurança, você quer fazer uma cópia desse
arquivo em outro disco. Com o WORD, não é preciso acionar o
Windows EXPLORER para fazer a cópia. Ative a opção SAL-VAR
Como do menu Arquivo. A caixa de diálogo para grava-ção de
arquivos aparecerá. Digite no quadro Nome do arquivo
..........2.DOC e pressione OK. Note agora que o nome do arquivo
atual mudou na barra de título do WORD. Você acabou de
gravar uma cópia do arquivo em disco, possuindo agora um
chamado EUROPA e outro EUROPA 2, que está aberto e
pronto para edi-ção.

28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Selecione Campo
Surgirá a janela Campo

A seguir.
Selecione Mala Direta em

Selecione Criar - Cartas Modelo.


Surgirá a janela abaixo.
Selecione Novo doc. principal
(Se você estiver com um documento já aberto - uma carta
já pronta, por exemplo - selecione Janela Ativa).
Selecione Editar
Clique em Carta Modelo

Categorias e Merge Field em Nomes de Campos. Digite um


nome para o campo à frente da palavra Mergefield
No exemplo, usamos Cliente. Veja o resultado na frente da
palavra Para: <<cliente>> é o campo que vai se transformar nos
vários nomes das pessoas.
O Word se apresentará com a tela em branco. Nesta fase O Documento Principal está pronto.
você vai criar o Documento Principal. Faça um documento se- Salve-o como Carta para Clientes.doc
melhante ao da próxima figura.
No Documento principal vamos reservar um lugar onde de-
sejamos que o nome do destinatário apareça. Esse lugar chama-
se Campo. Observe na figura a seguir, a área ressaltada em azul.
ali que vamos inserir um campo para receber os nomes dos
destinatários. (atenção: a cor azul foi colocada como ilustração).
Coloque o cursor na posição desejada (a cor azul foi só
para demonstrar. Ela não aparece para você. É ali que você vai
colocar o cursor).

29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Criação ou utilização da Origem dos Dados


A origem dos dados normalmente já está pronta quando
pen-samos em uma mala direta. E, como já vimos, há mais de
uma possibilidade de trabalharmos com Origem de dados.
As principais são: Usando uma planilha do Excel como Origem dos dados
Uma tabela no Word - Uma planilha no Excel Usando Crie uma planilha no Excel. Salve como Origem.xls
uma tabela no Word como Origem dos dados Crie uma
tabela no Word semelhante a esta. Normalmente
ela já está pronta quando iniciamos o trabalho.
No nosso estudo vamos criá-la agora. Quando pronta, salve
-a como Origem.doc. Observe que nossa tabela tem cabeçalho,
ou seja, Cliente e Endereço. Você se lembra de que quando
inse-rimos o campo demos a ele o nome de Cliente?
Foi por causa disso. O nome do campo corresponde ao
nome do cabeçalho na origem dos dados.
Crie um Documento Principal como abaixo. Neste, insira o
campo Nome. Salve como Convite.doc (o campo inserido foi
chamado de Nome por que na planilha Excel o cabeçalho da co-
luna é descrito como Nome).

Recapitulando:
Agora você tem salvo dois documentos: o Carta para Clien-
tes.doc e o Origem.doc.
O Carta para Clientes.doc tem um campo - Cliente - que vai
receber os nomes que estão no Origem.doc.
Abra o Carta para Clientes.doc
- Siga a sequência já estudada: Menu Ferramentas/Mala Di-
reta/Criar/Cartas Modelo/Janela Ativa.
A seguir clique em Obter Dados/Abrir Origem/ Selecione
o arquivo Origem.doc
Finalmente, clique em Mesclar. Na Janela que se abre cli-
que em Mesclar e observe o resultado.
O Word criou um novo .doc com o nome Cartas modelo1
que tem 3 páginas. A primeira para a Gilvania, a segunda para a
Aparecida de Jesus e a terceira para Laura Brasileira.
Salve o Cartas modelo1 com o nome que desejar e ... pronto!

Siga a mesma sequência utilizada para a Mala direta com


uma tabela no Word. Preste atenção ao selecionar Origem: neste
caso a Origem é Origem.xls pois estamos usando uma planilha
do Excel.

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Quando acionar o botão mesclar, confirme quando necessá- INICIANDO O EXCEL


rio e ... pronto! Lá está um documento com 3 páginas. Não se
esqueça de salvar! Quando o Excel é iniciando é exibido uma nova pas-ta
de trabalho em branco. Nesta pasta você poderá inserir
FECHANDO O WORD seus dados dentro das planilhas denominadas Plan1,
Plan2, Plan3.
Para sair do WORD, devemos acionar a opção SAIR, do
menu ARQUIVO. Se ativarmos essa opção, logo após ter gra-
vado o arquivo atual, o programa será encerrado imediatamente,
voltando o controle para o Gerenciador de Programas. Caso o
documento tenha sido alterado após a última gravação, o
WORD detecta essa situação e exibe uma caixa de diálogo,
onde pode-mos confirmar a gravação do texto mais uma vez e,
com isso, não perder o texto digitado.

Uma caixa de diálogo aparecerá perguntando qual mode-lo Você pode inserir planilhas através do menu Inserir/
de documento deve ser usado para o texto que será digitado. Planilhas.
Pressione o botão OK para aceitar o modelo Atual. Depois, dis- Para excluir uma planilha, clique nela com e o botão
cutiremos os modelos e sua utilização. direito do mouse e escolha Excluir.

INSERINDO DADOS NA PLANILHA


MS-EXCEL 2003 – ESTRUTURA BÁSICA DAS
PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, Posicione o cursor na célula que você desejar iniciar.
Clique no botão do mouse e inicie a digitação dos dados.
COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS, ELABORAÇÃO DE
Pressionando a tecla ENTER o cursor irá pra a próxima cé-
TABELAS E GRÁFICOS, USO DE FÓRMULAS,
lula.
FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO, INSERÇÃO DE
OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CONTROLE DE
QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTENÇÃO
DE DADOS EXTERNOS, CLASSIFICAÇÃO DE DADOS.

MS EXCEL 2003
Ou você pode pressionar uma seta e ela levará o cursor
Excel é uma planilha eletrônica que faz parte do pacote para uma célula na direção indicada (por exemplo, para a
Microsoft Office. Você pode usar o Excel para organizar, direita, se você pressionou a seta à direita). Repita o proce-
calcular, e analisar dados. As tarefas que você pode reali-zar dimento até a última célula e só então, clique ENTER.
com ela vão desde a preparação de uma simples fatura Note que:
criação de elaborados gráficos em 3-D para gerenciar a Ao posicionar o cursor na célula, ele se transfor-mará
contabilidade de uma empresa. num sinal de adição.
No Excel, você trabalha com planilhas, que consistem Os números, quando digitados, são alinhados à
de linhas e colunas que se intersectam para formar direita.
células. As células contêm vários tipos de dados que você O texto, quando digitado é alinhado à esquerda.
pode for-matar, classificar, analisar, e transformar em
gráficos. Um arquivo do Excel pode ser chamado de pasta Para aceitar dos dados digitados, pressione a tecla
de trabalho, que, por padrão, vem com três planilhas. EN-TER, ou pressione a tecla de seta.
Para apagar ou corrigir um texto, use a tecla Backspace.

31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MOVENDO-SE NA PLANILHA

Você pode movimentar-se dentro de uma planilha


usando o mouse ou o teclado.
Com o mouse, use as barras de rolagem vertical e
hori-zontal para visualizar as outras partes da planilha.
Através do teclado:
Pressione as teclas de seta (para a direita, esquerda,
para cima ou para baixo). Ou o comando Editar, Ir Para
que abra a caixa de diálogo Ir Para.

RENOMEAR PLANILHA
As planilhas podem ter nomes específicos e para
Reno-meá-las, clique em Plan 1, por exemplo, com o
botão direi-to do mouse e em seguida na opção
Renomear no menu de atalho.

Digite o nome e clique na tecla Enter.


Neste caso, digite na caixa de texto Referência, a espe-
cificação da célula para a qual você quer ir (célula A30, por MOVER/COPIAR PLANILHA
exemplo). Clicando no botão “OK”, levará à célula indicada.
Para mover ou copiar uma planilha, clique na sua guia
TECLAS DE ATALHO e em seguida na opção Editar/Mover ou Copiar no menu
de atalho. A caixa de diálogo Mover ou Copiar abrirá e
Ctrl + Home = levam ao início da planilha, célula A1 clique na opção desejada para mover a planilha.
(parte superior esquerda).
Ctrl + Y = abrem rapidamente a caixa de diálogo Ir
Para.

MOVER-SE EM UMA PASTA DE TRABALHO

Uma pasta de trabalho pode ter diferentes planilhas


com dados armazenados. Cada guia de uma pasta de tra-
balho representa uma planilha (Plan 1, Plan 2 etc.) que é
visualizada, clicando-se na guia escolhida, Plan 1 ou Plan
2, por exemplo, na parte inferior esquerda da pasta de
tra-balho. Você pode acrescentar quantas quiser na pasta
de trabalho. Dessa forma, pode armazenar dados
financeiros mensais, cada mês correspondendo a uma
planilha e gra-var tudo em uma mesma pasta de trabalho,
que neste caso terá 12 planilhas.

ACRESCENTA UMA PLANILHA


Clique no botão OK.
Para acrescentar uma planilha, clique em Inserir, Pla- EXCLUIR PLANILHA
nilha. Ela aparecerá à esquerda da planilha que está sendo
utilizada no momento. Clique no botão direito do mouse na planilha que
será excluída e no menu de atalho escolha a opção Excluir.

32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ABRIR UMA PASTA DE TRABALHO

Para trabalhar numa pasta de trabalho já criada, é ne-


cessário abri-la. Clique no botão Abrir na barra de ferra-
mentas Padrão. Abra a pasta onde foi armazenado o arqui-
vo. Dê um clique duplo no arquivo que você deseja abrir na
Clique no botão OK para excluir definitivamente a pla- caixa de diálogo Abrir e a pasta de trabalho será aberta.
nilha. Se necessário, clique na seta da lista suspensa Examinar e
Clique no botão Cancelar para cancelar a escolha uma pasta na lista. Se quiser ir um nível acima, clique
no botão Um Nível Acima na barra de ferramentas Abrir. Se
operação. SALVAR UMA PASTA DE TRABALHO você clicar duas vezes em uma subpasta o seu conteúdo
aparece na lista de pastas e arquivos.
Ao digitar os dados numa pasta de trabalho, estes fi-
cam armazenados no disco. Não se esqueça de salvar VISUALIZAR VÁRIAS PASTAS DE TRABALHO
sem-pre os dados para recuperá-los quando necessitar.
Clique no botão Salvar na barra de ferramentas Padrão. Você pode visualizar na tela, múltiplas pastas de traba-
Dê um nome ao arquivo e escolha a pasta na qual irá lho simultaneamente e também pode redimensionar suas
armazená-lo. janelas. A pasta de trabalho ativa é a que exibe uma barra de
Clique no botão Salvar. título mais escura e a célula ativa está visível na pasta de
Pode-se optar por dar um nome diferente ao arquivo, trabalho ativa. Clique no menu Janela/Organizar para abrir a
na caixa de diálogo Salvar Como. Clique em Salvar, na cai- caixa de diálogo Organizar Janelas.
xa de diálogo Salvar Como. O nome da pasta de trabalho
aparecerá na barra de título.
Se já nomeou a pasta de trabalho, clique apenas em
Salvar na barra de ferramentas Padrão. Caso não queira
salvar a pasta no diretório Meus Documentos, selecione a
caixa de listagem suspensa Salvar Em e escolha outro
local para salvar seu arquivo.

FECHAR UMA PASTA DE TRABALHO

Ao concluir o trabalho na pasta de trabalho, ela pode


ser fechada com ou sem alterações. Clique em Fechar. O
Excel sempre perguntará se deseja salvar a pasta de tra-
balho.
Selecione a opção desejada (por exemplo, Horizontal).
Clique em OK. Clique na barra de título ou no corpo da
pasta de trabalho para ativá-la.

Clique no botão Sim se deseja salvar as alterações, cli-


que no botão Não para simplesmente fechar sem gravar os
dados alterados. A pasta de trabalho será então fechada.
Clique no botão cancelar para cancelar qualquer ação.
Quando uma pasta de trabalho não está aberta, so-
mente alguns botões estão disponíveis na barra de ferra-
mentas Padrão. Assim que uma pasta é aberta, os botões
ficam novamente disponíveis.

ACRESCENTAR NOVA PASTA DE TRABALHO

Toda vez que você iniciar o Excel, uma pasta de traba-


lho em branco é apresentada. Você pode criar novas
pastas de trabalho em branco sempre que quiser. Clique
no botão Novo na barra de ferramentas Padrão. O Excel
abre nova pasta de trabalho com a célula A1 ativa.

33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para visualizar somente a pasta de trabalho que REMOVER LINHAS E COLUNAS


desejar (maximizá-la), clique duas vezes na barra de título
da pasta de trabalho desejada. Podem-se excluir quantas linhas e colunas desejar para
eliminar dados desnecessários ou espaços inúteis. Clique no
INSERIR LINHAS E COLUNAS cabeçalho da linha que você deseja excluir. Clique com o
botão direito do mouse e escolha a opção Excluir.
Linhas e colunas extras podem ser inseridas o que pos-
sibilita mais espaço para os dados e facilita a leitura. Clique
na célula acima da qual você deseja inserir uma linha.
Clique no menu Inserir/Linhas para inserir uma linha
acima dos títulos das colunas.

Atenção: se ao excluir uma linha, aparecer o erro


#REF! Numa célula, isto quer dizer que você excluiu uma
ou mais células com dados necessários para sua planilha
calcular uma fórmula.

SELECIONAR CÉLULAS

O primeiro passo para trabalhar com as células é sele-


cioná-las. Clique na primeira célula no intervalo de células
que você deseja selecionar. Clique e arraste o mouse até o
canto oposto do intervalo de células que deseja selecionar.

Para inserir uma coluna, clique na célula à esquerda


de onde você deseja inserir uma coluna. Clique no menu
Inse-rir/Colunas para inserir uma coluna à esquerda dos
títulos das linhas.

Ou, se preferir usar o teclado, pressione a tecla Shift e


use as teclas de seta (para direita, para a esquerda, para
cima ou para baixo) para fazer a seleção das células. Outra
alternativa, é pressionar a tecla Ctrl enquanto clica nas cé-
lulas a serem selecionadas.
Para selecionar toda a planilha, clique na caixa cinza
acima da linha 1 e à esquerda da coluna. Ou use as teclas
de atalho Ctrl + T.

ACRESCENTAR CÉLULAS

Se ao trabalhar na planilha você digitar dados na célula


errada de uma coluna ou linha, você pode inserir células e
empurrar as células atuais para a localização correta, evi-
tando o trabalho de digitar novamente os dados. Clique com
o botão direito do mouse e escolha o comando Inserir no
menu de atalho para abrir a caixa de diálogo Inserir. Ou
Ao inserir nova linha ou coluna o Excel atualiza auto- selecione as células onde você inserir uma célula. Clique no
maticamente qualquer fórmula abrangida pela inserção. menu Inserir/Células para abrir a caixa de diálogo Inserir.

34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no botão Recortar na barra de ferramentas Pa-


drão.
Selecione as células que deseja copiar e colar.
Clique no botão Copiar na barra de ferramentas Pa-
drão.
Clique com o cursor no local da planilha onde você
deseja colar os dados.
Clique no botão Colar.
Se quiser mover os dados de seu local atual para um
novo, clique em Recortar na barra de ferramentas. Este pro-
cedimento remove o valor selecionado do local antigo.
Se você cola as células através das teclas Ctrl + V,
pode colar as fórmulas das células. O mesmo não
acontece se você cola células com fórmulas usando a Área
Clique em OK para aceitar a opção padrão e inserir Li- de Transfe-rência, pois neste caso, está colando não as
nha Inteira. fórmulas, mas apenas os valores.

REMOVER CÉLULAS DESLOCAR DADOS

Se quiser eliminar dados de sua planilha, você pode Você pode deslocar dados de uma célula e inseri-los em
ex-cluir as células desejadas e empurrar as células atuais outra célula. Selecione as células que deseja mover. Cli-que
para seu local correto. Basta selecionar as células que na borda das células selecionadas e arraste as células até o
deseja ex-cluir. Clique no menu Editar/Excluir para abrir a local onde você deseja colar os dados das células.
caixa de diálogo Excluir. Solte os dados que está movendo e eles permanece-
ram no novo local. Caso você movimente os dados
errados ou para o local errado, clique no botão Desfazer
na barra de ferramentas Padrão. A movimentação mais
recente es-tará desfeita.

DESFAZER E REFAZER ALTERAÇÕES

Para desfazer alterações, clique no botão Desfazer na


barra de ferramentas Padrão.
Clique no botão Refazer na barra de ferramentas Pa-drão
para refazer cada alteração recente. Se tiver que des-fazer e
refazer várias vezes, um procedimento mais simples
clicar na seta para baixo ao lado de cada botão e
Clicar em OK para aceitar a opção excluir Linha Inteira. selecio-nar todas as ações que deseja desfazer ou refazer
Atenção: Se ao excluir células aparecer o erro #REF! Em de uma só vez.
uma célula, isto quer dizer que os dados excluídos são ne- Se preferir usar as teclas de atalho para desfazer,
cessários para calcular uma fórmula. O comando Desfazer, pres-sione Ctrl + Z.
desfaz a operação.
LOCALIZAR DADOS
RECORTAR, COPIAR E COLAR
O recurso Localizar permite encontrar informações es-
O Office permite recortar, copiar e colar até 12 itens pecíficas em uma grande planilha. Por exemplo, imagine que
diferentes de cada vez, o que facilita permitindo copiar e você precise encontrar rapidamente a linha que trata dos
colar células várias vezes evitando digitar novamente os dados de finanças de abril de 1999. Pressione as teclas de
dados. atalho Ctrl + L para abrir a caixa de diálogo Localizar.
Selecione as células que deseja recortar e colar.

35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Digite a informação que precisa encontrar (por exem-


plo, fevereiro 2004) na caixa de diálogo Localizar. Clique
em Localizar Próxima. O Excel localiza a primeira
ocorrência da informação e ativa a célula que a contém.
Clique em Fechar para encerrar.
Outro procedimento para procurar dados é clicar no
menu Editar/Localizar. Para continuar a procura por mais
ocorrências de um critério de procura, clique em Localizar
Próxima. Se a informação procurada não existir na planilha o
Excel o avisa através de uma caixa de mensagem.

SUBSTITUIR DADOS

Se estiver trabalhando em uma planilha e precisar


alte-rar várias células de dados, pode usar o recurso
Localizar e Substituir. Use as teclas de atalho Ctrl+U para
abrir a caixa de diálogo Substituir.

Esse comando define as alterações de controle impe-


dindo que sejam desativadas. Clique em Compartilhar com
Alterações de Controle (essa opção ativa a caixa de texto
opcional de senha) e pressione a tecla Tab. Digite uma se-
nha na caixa de texto Senha (opcional) e pressione Enter. Se
outro usuário quiser abrir essa pasta de trabalho terá que
digitar a mesma senha. Digite novamente a senha na caixa de
diálogo Confirmar Senha e pressione Enter.

Digite os dados que quer encontrar na caixa de texto CONTROLAR ALTERAÇÕES


Localizar. Pressione a tecla Tab e digite os dados que quer
substituir na caixa de texto Substituir por. Clique em Substi- Este recurso é bastante útil quando várias pessoas tra-
tuir Todas, e todas as ocorrências serão substituídas. Se qui- balham numa mesma planilha. Por exemplo, cada usuário
ser percorrer a planilha e substituir uma ocorrência de cada que acrescenta dados à pasta de trabalho pode ativar as
vez, basta clicar em Substituir em vez de Substituir Todas. marcas de revisão para que as alterações feitas apareçam
em cor diferente das alterações feitas por outros usuários.
PROTEGER E COMPARTILHAR PASTAS DE TRABALHO O único momento em que as cores não são diferentes é
quando duas pessoas usam o mesmo computador ou as
Se você compartilha arquivos com outros usuários, tal- mesmas informações de usuário (login ou senha).
vez seja útil proteger suas pastas de trabalho o que restrin-ge Clique no menu Ferramentas/Controlar Alterações/
o acesso a elas evitando que alterações sejam feitas. As Realçar Alterações para abrir a caixa de diálogo Realçar
opções de proteção são: Proteger Planilha, Proteger Pasta de Al-terações.
Trabalho e Compartilhar Pasta de Trabalho.
Clique no menu Ferramentas/Proteção/Proteger e
Compartilhar Pasta de Trabalho para abrir a caixa de
diálo-go Proteger Pasta de Trabalho Compartilhada.

Clique na opção Controlar Alterações ao Editar. Tam-


bém Compartilha a Pasta de Trabalho. “Proteger e com-
partilhar pastas de trabalho”. Clique em OK. Uma caixa de
mensagem aparece informando que esse procedimento irá

36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

salvar a pasta de trabalho e se deseja continuar. Clique em


OK e a barra de título da pasta de trabalho informa que a
pasta de trabalho está (Compartilhado).

VERIFICAR A ORTOGRAFIA

Para revisar sua pasta de trabalho, clique em Verificar


Ortografia na barra de ferramentas Padrão. A caixa de diá-
logo Verificar Ortografia aparece exibindo o primeiro erro
ortográfico encontrado.

Ao selecionar os valores na coluna ou na linha, apare-


cerá na Barra de Status o valor da soma destes valores.
O resultado da fórmula aparecerá nessa célula. Clique
no botão Autosoma na barra de ferramentas Padrão. O
Ex-cel seleciona o intervalo de números para calcular e
indica -o com uma linha pontilhada ao redor das células.

Clique na opção apropriada na caixa de listagem Su-


gestões. Clique em Alterar. O Excel faz a correção e pas-sa
para o próximo erro. Clique em OK quando aparecer a
mensagem de que a verificação ortográfica está completa.
Você pode iniciar a verificação ortográfica no meio de
uma pasta de trabalho. O Excel revisa os erros até o fim e
depois pergunta se deseja revisar desde o início.

AUTOSOMA

Você pode usar o AutoSoma de três maneiras: Pressione a tecla Enter; a caixa Função exibe o tipo de
Para localizar e totalizar as linhas ou colunas do função (Soma).
intervalo mais próximo à célula atual; Você pode selecionar as células mantendo
Para totalizar todo intervalo que você selecionar; pressionada a tecla Shift e clicar em cada célula adicional
Para acrescentar totais gerais a um intervalo con- que você de-seja incluir no cálculo.
tendo subtotais.
Você pode usar o AutoSoma de três maneiras:
O Excel trás uma facilidade no uso da soma. Ao fazer Para localizar e totalizar as linhas ou colunas do
sua tabela de valores e selecioná-la para usar a AutoSoma intervalo mais próximo à célula atual;
você pode saber o valor desta seleção. O valor aparecerá Para totalizar todo intervalo que você selecionar;
na barra de Status, na parte inferior da tela, veja ilustração Para acrescentar totais gerais a um intervalo con-
abaixo. tendo subtotais.

FÓRMULA

na utilização de fórmulas e funções que as planilhas


oferecem real vantagem para seus usuários. Basicamente,
uma fórmula consiste na especificação de operações mate-
máticas associadas a uma ou mais células da planilha.
Cada célula da planilha funciona como uma pequena
calculadora que pode exibir o conteúdo de uma expres-
são digitada composta apenas por números e operações
matemáticas ou então por referências a células da pla-

37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

nilha. Se você fosse fazer a soma dos valores da coluna C,


escreveria a seguinte expressão em uma calculadora:
«150+345,8+550+35» e pressionaria o sinal de igual para
finalizar a expressão e obter o número no visor. Você pode
obter o mesmo efeito se colocar o cursor em uma célula e
digitar a mesma expressão só que começando com o sinal de
mais: «+150+345,8+550+35». Essa possibilidade de uso do
Excel é conveniente em alguns casos, contudo na maio-ria FUNÇÃO
das vezes você trabalhará fornecendo endereços de cé-lulas
para serem somados. Posicione o cursor na célula C8, digite a O Excel também permite a digitação de funções.
fórmula mostrada, e pressione ENTER. Função: Uma fórmula embutida que toma uma série
de valores usa-os para executar uma operação e retorna o
resultado da operação. Ou seja, uma função trabalha com
determinados números realizando cálculos e devolve a
conta resolvida.
Elas são procedimentos de cálculos previamente de-
finidos, determinando um resultado com significado úni-
co. As funções também devem ser iniciadas com o sinal
de igual (=) e normalmente são seguidas de um ou mais
parâmetros, dependendo da função.

Clique na célula C8.

Note que no lugar da fórmula apareceu a soma das


células, enquanto na linha de fórmula, aparece a fórmula
digitada.

Clique no botão Colar Função na barra de ferra-


mentas Padrão para abrir a caixa de diálogo Colar Função.

ALTERAÇÃO DO CONTEÚDO DE UMA CÉLULA

Se você quiser alterar o conteúdo de uma célula, pode


usar dois métodos bem simples que ativarão a edição.
Dê um duplo clique sobre a célula.
Posicione o retângulo de seleção sobre a célula e
pressione F2.

OPERADORES

Os operadores usados para definição da fórmula são:


Para operações matemáticas:

Clique duas vezes na opção Média na caixa de


listagem Nome da Função. O Excel seleciona o intervalo
de células que você deseja calcular a média.

Para relacionamentos (comparações):

38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Vejamos um exemplo:
Uma firma que comercializa eletroeletrônicos necessi-
ta calcular o preço a prazo para todos os seus produtos.
Ela necessitará criar uma planilha parecida com a
ilustração abaixo:
Uma coluna aparecerá o nome dos produtos;
Na segunda coluna aparecerá o preço a vista do pro-
duto;
Na Terceira coluna aparecerá o valor dos juros;
E na quarta coluna aparecerá o preço a prazo do pro-
duto, que é a soma do valor do preço a vista com o valor
Clique em OK. O resultado aparece na célula ativa e a dos juros.
função é exibida na barra de fórmulas. Pressione a tecla <ENTER>. Sua soma estará
O Excel possui um recurso de preenchimento automá- pronta Faça o mesmo nas duas células à direita.
tico que automaticamente estende a formatação e as fór- Na ilustração abaixo veja como ficará a planilha.
mulas em listas. Por exemplo, crie uma lista com
diferentes campos em cada coluna e totalize-a na linha
final; formate a lista com o tamanho da fonte e cor. Se
uma nova coluna for acrescentada à direita, o Excel
preenche a formatação e a fórmula total para você.

Copiando fórmulas alterando a referência

Planilha com as Fórmulas

Na figura temos uma planilha dos gastos mensais de


uma casa. Vamos fazer a fórmula para o total do mês de ja-
neiro, que será igual a “=SOMA (B4: B12)”. Isto significa que
para o total do mês de janeiro vamos fazer a soma desde a
célula de referência B4 até a célula de referência B12. Esta Planilha com os resultados USAR
fórmula será colocada na célula de referência B13.
Devemos copiar a mesma fórmula para a célula C13, O RECURSO AUTOCÁLCULO
pois a soma a ser realizada nesta coluna é praticamente
idêntica à realizada na célula ao lado, a única diferença é O Autocálculo é um recurso útil quando você não
que devemos trocar a letra B pela letra C. quer acrescentar a função diretamente na planilha. Por
Feita a cópia para a célula C13, a fórmula será defini- exemplo, localizar qual a região que tem a maior meta de
da como “=SOMA (C4: C12)”. A fórmula foi copiada, mas vendas no quarto trimestre do ano 2000.
houve a necessidade da troca de referência em virtude da
troca de colunas.
Copiando fórmulas sem alterar referências
Podemos necessitar que um valor ou uma fórmula de
uma célula, seja copiado em várias colunas e linhas dife-
rentes. E desejamos que o valor desta célula seja imutável,
independente de onde ele será copiado. Ou seja, dese-
jamos fazer uma cópia do conteúdo de uma célula sem
que a referência desta célula altere-se, como aconteceu
no exemplo acima.

39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Selecione as células nas quais deseja utilizar o Auto- Se desejar, você também pode usar as várias técnicas
cálculo. de formatação combinadas, como negrito e itálico ou itá-
lico e sublinhado.

ALTERAR O ALINHAMENTO

O Excel possibilita vários meios para formatação dos


dados. O alinhamento de dados é um deles. O alinhamento
padrão para números é à direita e para texto é à esquerda.
Depois de selecionar o texto a alinhar, se você clicar
no mesmo botão de alinhamento uma segunda vez, a
célula retorna para seu alinhamento padrão.
USAR O RECURSO AUTOCÁLCULO Selecione as células a serem alinhadas.
Clique no botão Centralizar, Alinhar à Direita ou Alinhar
O Autocálculo é um recurso útil quando você não Esquerda na barra de ferramentas Formatação.
quer acrescentar a função diretamente na planilha. Por
exemplo, localizar qual a região que tem a maior meta de RETORNAR A LINHA DE TEXTO EM UMA CÉLULA
vendas no quarto trimestre do ano 2000.
Selecione as células nas quais deseja utilizar o Auto- O recurso de retorno de texto permite o retorno de
cálculo. texto em uma célula. Às vezes um título é mais longo do
Clique com o botão direito do mouse na barra de sta- que a largura da célula que o contém. Neste caso o
tus e escolha à opção Mínimo no menu de atalho. recurso pode ser utilizado para que o título fique
totalmente visível na célula desejada.
Selecione as células nas quais quer ativar o retorno de
texto. Clique no menu Formatar/Células para abrir a caixa de
Para desativar o recurso Autocálculo, escolha a opção diálogo Formatar Células. Clique na guia Alinhamento e
Nenhum no menu de atalho do Autocálculo. clique na opção Retorno Automático de Texto na área de
Controle de Texto da caixa de diálogo Formatar Células.
ESTILOS PARA DADOS NUMÉRICOS

Diferentes estilos podem ser aplicados nas células de-


pendendo do tipo de dados que contêm. Por exemplo, os
números de vendas geralmente são exibidos no formato
monetário e os dados científicos são exibidos com
vírgulas e pontos decimais. O uso de estilos afeta o modo
como as células aparecem, mas não limita o tipo de dados
que você pode inserir.
Selecione as células que quer formatar.
Clique duas vezes no botão ( ) Aumentar Casas Deci-
mais na barra de ferramentas Formatação.
Clique no botão Separador de Milhares na barra de
ferramentas Formatação. Clique no botão ( ) Estilo de
Moeda na barra de ferramentas Formatação.
Para visualizar a seleção dos vários estilos disponíveis,
escolha o comando Formatar, Células e clique nas várias
opções que a lista Categoria exibe.

NEGRITO, ITÁLICO E SUBLINHADO

Os dados de uma ou mais células podem ser formata-


dos a fim de ser ressaltados ou mesmo para facilitar a vi-
sualização. O uso do negrito, itálico ou sublinhado Clique em OK.
quando aplicado aos números, os fazem sobressair. Alinhar o texto com retorno automático às vezes dá
Selecione as células que deseja formatar. ao texto uma aparência mais clara.
Clique no botão ( ) Negrito na barra ferramentas For-
matação.
Clique no botão ( ) Itálico ou no botão ( ) Subli-
nhado na barra ferramentas Formatação.

40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

USAR O RECURSO MESCLAR E CENTRALIZAR EM Clique no menu Cor da Fonte na barra de ferramentas
UMA CÉLULA Formatação e clique na cor que quer aplicar nas células.

Outro meio de formatar os dados é o recurso Mesclar


e Centralizar. As colunas de dados geralmente possuem
títu-los de colunas e podem ter também informações de
cabe-çalho de grupos dentro de um conjunto de colunas.
Selecione as células que deseja mesclar e centralizar.
Clique no botão
( ) Mesclar e Centralizar na barra de ferramentas For-
matação.
Para desfazer um conjunto de células mescladas e
centralizadas, selecione primeiro esse conjunto. Clique no
menu comando Formatar/Células. O Office 2000 possibilita ver uma amostra das fontes
Clique na guia Alinhamento e clique na caixa de verifi- antes de aplicá-la nas células.
cação Mesclar Células para desfazer a seleção dessa opção.
CORES PARA O PREENCHIMENTO DAS CÉLULAS
BORDAS
O plano de fundo das células geralmente é branco.
Uma borda corresponde a cada lado de uma célula. Você pode escolher outras cores ou sombreamentos para
Essas bordas indicam visualmente onde uma célula inicia o plano de fundo e pode combiná-los com vários padrões
e termina. Para acrescentar bordas, selecione as células às para obter um melhor efeito, o que ajuda a ressaltar as in-
quais deseja acrescentar algum tipo de borda. Clique na formações mais importantes.
opção desejada no menu suspenso Bordas na barra de Selecione as células que deseja abrir uma cor de fundo.
fer-ramentas Formatação.

Para remover uma borda, clique na opção Sem Borda Clique no botão () Cor do Preenchimento na barra de
no menu suspenso de Bordas. ferramentas Formatação. Clique na pequena seta para
bai-xo e escolha a cor desejada no menu suspenso.
ESCOLHER DEFINIÇÕES DE FONTES Você pode alterar a cor de fundo das células para
indi-car diferenças de valores de uma célula para outra.
Alterar o tamanho da fonte e a cor é um recurso que
proporciona aos dados uma aparência diferente, diferencia
os dados e aumenta a ênfase em determinada informação.

Selecione as células que você deseja formatar. Clique


na lista suspensa Fonte na barra de ferramentas Forma-
tação e escolha a fonte que quer aplicar nas células (por
exemplo, Arial). Clique na lista suspensa “Tamanho” da
Fon-te na barra de ferramentas Formatação.

ALTERAR A ORIENTAÇÃO DA CÉLULA


Escolha o tamanho que quer aplicar nas células.
O Excel permite alterar a orientação das células, isto é, o
ângulo no qual as informações são exibidas. A função deste
recurso, mais uma vez é ressaltar dados importantes.

41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Selecione as células nas quais deseja alterar a orienta-


ção.
Clique no menu Formatar/Células para abrir a caixa de
diálogo Formatar Células.
Clique na guia Alinhamento e verifique as várias op-
ções de orientação na área Orientação.

Solte o botão do mouse para soltar a linha no novo


local.
ALTERAR A LARGURA DA COLUNA

Se os dados não cabem em uma célula, você pode se-


lecionar as colunas e definir uma largura ou o Excel pode
ajustar automaticamente a largura da célula.
Posicione o cursor até o lado do cabeçalho da coluna
que deseja alterar.

Altere o ângulo no qual os dados são girados dentro


da(s) célula(s) selecionada(s).
Clique no botão OK.

ALTERAR A ALTURA DA LINHA


O ponteiro do mouse assume a forma de uma seta du-
Dependendo das alterações feitas em uma célula os pla.
dados podem ser exibidos de forma inadequada. Aumen-tar Clique e arraste a lateral da coluna até o tamanho de-
o tamanho da fonte ou forçar o retorno de texto dentro da sejado.
célula pode impedir que os dados sejam mostrados na Eis o resultado.
totalidade ou que invadam outras células. O redimensiona-
mento das linhas ajuda a resolver este problema.
Posicione o cursor na lateral inferior do cabeçalho da
linha que deseja modificar.

Solte o botão do mouse para soltar a linha na nova


posição.
O ponteiro se transforma em uma seta dupla. Clique e
arraste a lateral da linha até obter o tamanho desejado. CONGELAR LINHAS E COLUNAS
Veja o resultado abaixo.
Se você trabalha com uma planilha grande demais, às
vezes não é possível visualizar títulos e colunas. Neste
caso, você pode congelar os títulos das linhas e das
colunas de forma que fiquem sempre visíveis.
Clique no menu Janela/Congelar Painéis. Movimente-
se na planilha, usando as teclas de seta e note que as
linhas e colunas selecionadas estão congeladas para que
você possa consultar os dados com os títulos adequados.

42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para remover o congelamento das colunas e linhas, Selecione as células nas quais você deseja aplicar a
es-colha o comando Janela, Descongelar Painéis. for-matação condicional.
Clique no menu Formatar/Formatação Condicional
AUTOFORMATAÇÃO para abrir a caixa de diálogo Formatação Condicional.
Você pode utilizar o recurso de Autoformatação do
Excel que pode formatar as células selecionadas usando
formatos predefinidos. Este recurso permite formatar rapi-
damente grandes quantidades de dados.
Selecione as células que deseja formatar automatica-
mente.
Clique Formatar/Autoformatação para abrir a caixa de
diálogo Autoformatação. Clique no formato automático
desejado. Clique na lista suspensa para escolher o tipo de
condi-ção. Digite o valor da condição. Clique no botão
Formatar para definir o formato a usar quando a condição
for en-contrada. Clique nas opções que deseja definir na
caixa de diálogo Formatar Células. Clique no botão OK
para aceitar as suas alterações de formatação. Clique no
botão OK na caixa de diálogo Formatação Condicional. O
Excel aplicará a formatação nas células que atendam às
condições im-postas.
A formatação condicional pode ser usada para colocar
em destaque valores que possuem diferentes significados,
sejam eles positivos ou negativos, como por exemplo, va-
lores de lucro ou de prejuízo.

GRÁFICOS

Usar os dados para criar gráficos ajuda a visualizar e


interpretar o significado dos mesmos. Se suas vendas so-
freram uma queda num determinado mês do ano, isto é
rapidamente identificado quando você cria um gráfico a
Clique em OK para aplicar a Autoformatação nos seus partir dos dados.
dados.
INSERIR GRÁFICOS

Selecione as células que você deseja incluir no gráfico.


Clique no botão ( )Assistente de Gráfico na barra de
ferramentas Padrão.
Clique na opção desejada nas áreas Tipo de Gráfico e
Subtipo de Gráfico na caixa de diálogo

FORMATAÇÃO CONDICIONAL

Se a formatação de uma célula depende do valor que


ela contém, você pode utilizar o recurso de formatação
condicional que permite especificar até três condições
que, quando encontradas, fazem com que a célula seja
formata-da conforme definido para essas condições.
Se essas condições não forem encontradas, a célu-la
permanece na sua formatação original. Por exemplo, você
pode definir um formato condicional especificando que,
se as despesas num determinado mês excederem R$
10.000,00, os dados na célula devem aparecer em verme-
lho.

43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Assistente de Gráfico.

Você pode inserir seus gráficos em uma planilha sepa-


rada e dar-lhes nomes significativos.
Dessa maneira, uma única planilha pode ser usada
para resumir visualmente uma planilha inteira.
Enquanto você estiver usando o Assistente de Gráfico,
a qualquer momento pode clicar no botão Voltar para re-
tornar para opções anteriores ou no botão Cancelar para
iniciar de novo. Pode ainda clicar no botão Concluir.

EDITAR GRÁFICO

Os dados nos gráficos criados podem ser alterados,


tais como, títulos, informações da legenda, os pontos dos
Clique no botão Avançar. Clique no botão de opção eixos, os nomes das categorias, etc.
para Linhas a fim de escolher quais os dados o gráfico Selecione o objeto de texto Título do Gráfico no
está baseado. gráfico que você deseja alterar.

Digite as alterações. Clique à direita no gráfico e esco-


lha a opção Tipo de Gráfico no menu de atalho para
alterar o tipo do gráfico. Clique duas vezes na opção para
alterar o tipo do gráfico. Dê um clique duplo na opção
Coluna para alterar o tipo do gráfico.
Para rapidamente editar as opções de gráficos, clique
duas vezes no elemento do gráfico que deseja alterar. A
caixa de diálogo apropriada aparece na tela e você pode
alterar as opções na caixa de diálogo.
Clique no botão Avançar. Digite os títulos para o grá-
fico. COMENTÁRIOS DE CÉLULAS
Clique na opção onde você deseja inserir o gráfico;
em seguida, clique no botão Concluir. Algumas células contêm dados ou fórmulas que pre-
cisam de uma explicação ou atenção especial. Os comen-
tários são um meio de anexar esse tipo de informação nas
células individuais sem encher as células com informações
adicionais. Um triângulo vermelho indica que uma célula

44
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

contém um comentário, o qual você pode ver de várias ALTERAR UM CABEÇALHO E RODAPÉ
ma-neiras diferentes.
Clique na célula onde deseja inserir o comentário. Os cabeçalhos e rodapés aparecem na parte superior
Clique no menu Inserir/Comentário. Digite o texto na e inferior das páginas impressas das planilhas. Podem
área de comentário e clique na área da planilha para exibir o nome do arquivo, data e hora da impressão,
aceitar o comentário. nome da planilha, e números das páginas. Os cabeçalhos
e rodapés podem ser personalizados ou você pode
escolher os vários padrões que o Excel oferece.
Escolha o comando Exibir, Cabeçalho e Rodapé para
abrir a caixa de diálogo Configurar Página. Clique na lista
suspensa Cabeçalho para escolher entre as opções padrão
de cabeçalho.

Mova o ponteiro do mouse até o marcador de


comen-tário na célula para ver o conteúdo do comentário
em uma dica de tela.
Você pode rapidamente editar ou excluir um
comentá-rio dando um clique à direita com o mouse
sobre a célula que contém o marcador de comentário e
escolher as op-ções Editar Comentário ou Excluir
Comentário no menu de atalho.
INSERIR UMA IMAGEM DE CLIP ART
Clique na lista suspensa Rodapé para escolher entre as
Você pode inserir figuras de clip art para melhorar a opções de rodapé padrão (por exemplo, nome do arquivo).
aparência do relatório ou colocar em destaque uma Clique em OK para aceitar as alterações. Para ver essas al-
deter-minada parte da planilha. O Office fornece muitas terações você precisa estar no modo de exibição Visualizar.
figuras para sua escolha. Você pode acrescentar os números das páginas e o
Clique com o cursor no documento próximo ao local total de páginas no cabeçalho ou rodapé para que eles
onde você deseja inserir a imagem de clip art. exibam. Incluir o número da página e o total de páginas
Clique no menu Inserir/Figura/Clip Art para abrir a facilita a reorganização das páginas se forem espalhadas e
cai-xa de diálogo Inserir Clip Art. alerta ao leitor se uma delas está faltando.
Clique na categoria da figura na guia Figuras e
percor-ra as opções. Dê um clique na figura desejada e ALTERAR AS MARGENS
escolha a opção Inserir Clipe no menu de atalho, a qual
insere a clip art no seu documento. Clique no As margens afetam onde os dados serão impressos em
botão Fechar para fechar a caixa de diálogo Inserir Clip uma página. Elas também determinam onde os cabeçalhos e
Art. Dê um clique em uma das alças de redimensionamento e rodapés serão impressos. As margens podem ser altera-das
arraste a imagem até o tamanho desejado. de acordo com os padrões da empresa ou para abrir espaço
Dê um clique na imagem e arraste-a até o local dese- para um logotipo em um papel timbrado. É melhor definir
jado na planilha. suas margens antes de começar a trabalhar em uma planilha.
Você pode deixar a caixa de diálogo Inserir Clip Art Após a definição, o Excel exibe linhas pontilhadas ao longo
aberta caso seja preciso inserir mais de uma figura. Pode, da linha e da coluna que limitam os lados direito e inferior da
também, usar essa caixa de diálogo para acrescentar sons área da planilha dentro das margens da página para permitir
e clips de vídeo. que você saiba quais os dados que podem ser impressos em
Ao selecionar uma figura, a barra de ferramentas cada página.
Figu-ra aparece na tela, com ferramentas que permitem Clique no menu Arquivo/Configurar Página para abrir
recortar a figura, acrescentar uma borda e ajustar o brilho a caixa de diálogo Configurar Página. Clique na guia Mar-
e o con-traste da figura. gens.
Você também pode dar um clique duplo em uma
figu-ra para abrir a caixa de diálogo Formatar Figura. Essa
caixa permite alterar o tamanho, layout, cores e linhas, etc.

45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Além de usar as linhas de grade em uma planilha,


você pode aplicar as linhas de grade em um gráfico.
Escolha o comando Gráfico, Opções de Gráfico e dê um
clique na guia Linhas de Grade. Determine as linhas de
grade que você deseja exibir e ocultar.

VISUALIZAR ANTES DE IMPRIMIR

Planilhas com muitos dados podem gerar serviços de


impressão extensos, às vezes com centenas de páginas.
Para evitar a impressão de erros, use a visualização de im-
pressão para certificar-se de que todos os elementos ne-
cessários aparecem nas páginas impressas.
Clique no botão () Visualizar Impressão na barra de
fer-ramentas Padrão.
Clique em Imprimir para imprimir a planilha ou em Fe-
char para retornar à planilha.
Clique nas setas nas caixas Superior, Inferior, Esquerda Se você está usando a visualização de impressão e de-
e Direita para definir as margens e as caixas Cabeçalho e cide que deseja alterar as margens, pode dar um clique no
Rodapé para uma medida entre as margens. botão Margens. As guias de margens aparecem na tela.
Clique no botão OK para aceitar as alterações. Para Clique e arraste qualquer uma das guias de margem ou
ver essas alterações, você deve estar no modo de exibição coluna para ver como você pode alterar a sua planilha.
Vi-sualizar Impressão.
IMPRIMIR AS PASTAS DE TRABALHO
ÁREA DE IMPRESSÃO
Clique no menu Arquivo/Imprimir para abrir a caixa
Definir a área de impressão permite especificar quais de diálogo Imprimir.
as linhas e as colunas a imprimir, quando você tem uma (Na seção Imprimir, selecione as opções de impressão).
planilha com grande número de linhas e colunas. Se a Para imprimir todas as planilhas contidas na pasta de tra-
área de impressão não é definida, ao imprimir, todas as balho, dê um clique em “Pasta de trabalho inteira”.
células com dados são impressas. Com isto, às vezes as Para imprimir sua planilha nas opções padrão do Excel,
células são impressas fora da planilha. clique no botão () Imprimir na barra de ferramentas Padrão.
Selecione as células que você deseja imprimir. Utilizando-se da “visualização de impressão”, você po-
Clique no menu Arquivo/Área de Impressão/Definir derá fazer as alterações que porventura forem necessárias.
Área de Impressão. Após isso, é só dar um clique em “imprimir”.
Definir a área de impressão não faz com que todas as
informações sejam impressas em uma única página. Para
isso, use a opção Dimensionar na caixa de diálogo Confi-
MS-POWERPOINT 2003 – ESTRUTURA
gurar Página.
BÁSICA DAS APRESENTAÇÕES, CONCEITOS
IMPRIMIR AS LINHAS DE GRADE DA PLANILHA
DE SLIDES, ANOTAÇÕES,
Por padrão, o Excel não imprime as linhas de grade da RÉGUA, GUIAS, CABEÇALHOS E RODAPÉS,
planilha a menos que você selecione-as para impressão. NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE
As linhas de grade ajudam a ler as informações em uma APRESENTAÇÕES, INSERÇÃO DE OBJETOS,
planilha impressa. Em vez de usar uma régua ou o dedo NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO,
ao longo da página, você pode usar as linhas de grade ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES.
para manter as linhas e as colunas de dados visualmente
orga-nizadas.
Clique no menu Arquivo/Configurar Página para exibir POWERPOINT 2003
a caixa de diálogo Configurar Página.
Clique na guia Planilha. PowerPoint é um programa utilizado para edição e exibição
Clique na caixa de verificação Linhas de Grade na de apresentações sobre os mais variados temas, utilizando ima-
seção Imprimir. gens, sons, textos, fotos, desenhos gráficos e vídeos, que podem
Clique em OK. ser integrados e animados de diferentes maneiras dentro da
Se você acrescentou bordas ao longo da sua planilha apre-sentação.
ou preferiu autoformatar a planilha, talvez não precise im- O PowerPoint é um software aplicativo integrante do pacote
primir as linhas de grade da planilha. Office da Microsoft, o que lhe permite uma integração natural com
os outros programas como o Excel, Word, Outlook etc.

46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Por ser desenvolvido pela Microsoft ele tem suporte a objetos OLE (Object Linking and Embedding – algo como Vinculação e
Incorporação de Objetos) que permite a inserção de textos, figuras, fotos, desenhos, planilhas etc. da área de transferência de
memória do Windows.
Esse recurso permite ao PowerPoint integração com outros softwares e importar conteúdo para suas apresentações facilmente.
Ele também conta com uma ampla gama de modelos de apresentação predefinidos e uma vasta galeria de objetos (no ClipArt) e uma
extensa gama de efeitos de animação e composição de slides disponíveis no site da Microsoft.

O que vamos fazer com ele?

Vamos mostrar as funções básicas e algumas avançadas, focando no objetivo do concurso que é o de selecionar um candidato
com duas características de experiência no PowerPoint:
Ter familiaridade de navegação nas funcionalidades básicas no ambiente do
PowerPoint. Conseguir desenvolver apresentações práticas usando funções básicas no
PowerPoint. Apresentação do ambiente
Quando carregamos o programa, aparece a primeira tela de iniciação:

A primeira tela de iniciação do PowerPoint pode abrir o Painel de tarefas à direita. Caso na sua instalação ele não carregue na ini-
ciação do aplicativo, tecle Ctrl+F1 para abrir.
Esse Painel fornece informações sobre os últimos arquivos abertos, a possibilidade de ver todos os arquivos do diretório onde o
PowerPoint está configurado para salvar seus arquivos, pesquisar dúvidas em relação à operação do produto, além de permitir uma
conexão com serviços da Microsoft para o pacote Office.
Para facilitar os estudos em tela dos exemplos vamos manter o painel fechado.

Barra de Menus
Contém os comandos do PowerPoint dispostos em menus horizontais (Arquivo, Editar, Exibir, Inserir, Formatar, Ferramentas,
Apresentações, Janela, Ajuda) que são acionados pelo mouse quando clicados ou pela tecla de atalho combinando-se a tecla ALT +
Letra Sublinhada como é o padrão do Office, exemplo: Formatar (a letra f é maiúscula e sublinhada). Esse é um padrão do
PowerPoint nessa versão 2003.

Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.

47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Menus via atalho


Digite as teclas (Alt e f) simultaneamente:

Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.

Atalhos
F1 Ajuda
Abrir apresentação Ctrl+A
Abrir caixa de fonte Ctrl+F
Selecionar todo o Texto Ctrl+T
Recortar o objeto selecionado Ctrl+X
Copiar o objeto selecionado Ctrl+C
Colar o objeto recortado ou copiado Ctrl+V
Desfazer a última ação Ctrl+Z
Alterar maiúsculas e minúsculas Shift+F3
Aplicar negrito Ctrl+N
Aplicar sublinhado Ctrl+S
Aplicar itálico Ctrl+I
Excluir uma Palavra Ctrl+ Backspace
Imprimir Ctrl+P
Iniciar a apresentação F5
Repetir a ação F4
Salvar Ctrl+B

48
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Salvar como Ctrl+R


Selecionar tudo Ctrl+T
Verificar Ortografia F7
Novo Slide em Branco Ctrl+M
Duplica Slide Ctrl+D
Sair da Apresentação ESC
Inserir Hyperlink Ctrl+K
. ( ponto) / . ( ponto) novamente Escurece / Retorna a tela durante uma apresentação.
, ( virgula) / , ( virgula) novamente Clareia / Retorna a tela durante uma apresentação.

Barra de ferramentas

composta pela Barra de ferramentas Padrão onde encontramos os comandos mais usuais no PowerPoint e a Barra de
Formatação onde encontramos os botões e caixas de execução que são utilizados na edição das apresentações.

Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.

Botões

Novo Slide

Abrir Apresentação

Salvar apresentação

Arquivo com controle de permissão ativo

Imprimir

Visualizar formato de impressão

Ortografia e gramática

Pesquisar

Recortar

Copiar

Colar

49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Pincel - para cópia de formatação e estilos Cor do preenchimento

Desfazer uma ação Cor da linha

Refazer uma ação Cor da Fonte

Design do Slide
Inserir Hiperink – endereço de internet no texto

Inserir novo Slide

Inserir gráfico
Fonte: Microsoft Office PowerPoint

Tamanho do zoom em % 2003. Barra de ferramentas desenho


uma barra que contém uma série de comandos para se de-
Ajuda senhar, inserir figuras, formas, trocar cores de fonte etc. Caso
essa barra não apareça na configuração padrão de instalação, no
menu exibir, barra de ferramentas, selecione desenho. Ela vai
Estilo de formatação aparecer na parte de baixo da tela inicial.

Nome da Fonte
Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.
Tipo de exibição da fonte
Barra de Status
uma barra que fica localizada na base (parte de baixo) da
Alinhar texto à esquerda
tela logo abaixo da Barra de Ferramentas Desenho. Ela apresen-
ta informações sobre a edição da apresentação com o número
Centralizar texto de slides e o slide em que se encontra o cursor, idioma de
instala-ção do produto etc.
Alinhar texto à direita

Aumentar tamanho da fonte Fonte: Microsoft Office PowerPoint

2003. Criando e editando apresentações Edição inicial


Diminuir tamanho da fonte

Numeração O ambiente de edição inicial de apresentações quando o


pro-grama é carregado apresenta duas telas iniciais.
No canto esquerdo da tela representado por mini slides te-
Marcadores mos informações sobre a quantidade de slides da apresentação e
clicando diretamente sobre qualquer um deles colocamos o slide
Diminuir recuo de selecionado em modo de edição na tela maior.
tabulação No centro da tela temos o slide atual em modo de edição
onde podemos desenvolver nossa apresentação. O PowerPoint,
Aumentar recuo de
quando abre uma nova apresentação, facilita formatando um pa-
tabulação
drão pronto com título e subtítulo.
O layout do slide pode ser alterado. Selecione através do
Abrir Autoformas
menu formatar a opção Layout de slide. O PowerPoint abre um
menu na lateral direita da tela de edição com diversos modelos
Inserir Clip-art de apresentação agrupados por tipos de assunto e uma barra de
rolagem permite a navegação. Esse menu pode ser configurado
para que na inserção de um novo slide ele seja automaticamente
Inserir imagem
aberto, basta selecionar no canto baixo direito a opção Mostrar
ao inserir novos slides.

50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Fonte: Microsoft Office


PowerPoint 2003.

Para nosso exemplo, vamos selecionar um slide do tipo conteúdo modelo em branco. Quando
clicado sobre o modelo, nosso slide de edição é alterado para o modelo selecionado.
Inserir novo slide
Podemos inserir novos slides selecionando no menu inserir a opção Novo slide ou através do atalho Ctrl+M.
Excluir slide
Para excluir um slide, basta selecionar no menu editar a opção Excluir slide ou selecionar diretamente o slide na tela esquerda (mini
slides) e digitar Delete.

Duplicar slide
Um recurso bastante utilizado no PowerPoint é o de duplicar um slide para alterar. Basta selecionar no menu editar a opção
duplicar slide ou pela tecla de atalho Ctrl+D.
Exemplo:

Vamos duplicar nosso slide atual acionando Ctrl+M. O slide é automaticamente duplicado com qualquer conteúdo.

Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.

51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Copiar slide(s)
Um recurso bastante utilizado é o de copiar um ou vários
slides de uma outra apresentação para integrar com a atual. Bas-
ta abrir a apresentação fonte e selecionar os slides. Para copiar,
utiliza-se a função copiar e colar no menu Editar ou as teclas
Ctrl+C e Ctrl+V.

Modos de exibição
Permite alterar o modo de visualização normal (mini slides
à esquerda) por outro modo chamado classificação.
Para alterar o modo de exibição do slide selecione no menu
exibir a opção classificação de slides.

Um menu de edição na lateral direita da tela é aberto com


três opções de seleção: Modelos de design, Esquema de cores
de fundo e Esquemas de animação com uma barra de rolagem
lateral.
Quando passamos o cursor sobre o modelo, abre-se uma seta
direita que, ao ser clicada, abre uma caixa com opções que
per-mitem a aplicação do design em todos os slides ou apenas
nos selecionados.

Plano de fundo
Plano de fundo é a definição selecionada pelo usuário para
as características de fundo do slide. É importante sua correta se-
leção para o tipo de apresentação do usuário.

O modo de exibição classificação mostra todos os slides


abertos da apresentação numerados e com uma barra de
rolagem lateral.
Escolha qualquer slide da relação com um clique duplo so-
bre o mesmo que o PowerPoint altera o formato de exibição
para normal com o slide selecionado já pronto para edição.

Design
Design são temas de slides predefinidos da biblioteca do Po-
werPoint que nos auxilia no desenvolvimento de apresentações.

Selecione no menu Formatar a opção Design do slide:

Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.

52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.


Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.
O PowerPoint possui uma biblioteca de modelos de plano
de fundo com cores sólidas e na guia de cores a opção para efei-
tos no preenchimento do slide que abre uma nova caixa com
qua-tro guias e uma janela lateral, onde se pode ver
antecipadamente o visual do plano de fundo.

Textura
Oferece opções de textura.
Exemplo:

Gradiente
Oferece opção de cores, tons e preenchimento dégradé.
Exemplo:

Um plano de fundo Gradiente com duas cores e sombrea-


mento vertical:

53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Padrão
Vários tipos de desenho.

Imagem
Transforma uma imagem do arquivo em um plano de fundo.

Inserindo eventos na apresentação


O PowerPoint trabalha com o conceito de eventos sequen-
ciais.
Eventos são textos, imagens e sons que quando inseridos
obedecem à sequência de inserção na apresentação ou aquela
de-finida pelo usuário.

Inserindo, editando e movimentando textos


Podemos inserir caixas de texto com opção de tipos de
fonte, apresentação e cor.
Exemplo:
Vamos inserir o seguinte texto em Arial Negrito com tama-
nho 28:
Qual será o desconto promocional?
No menu Inserir selecione Caixa de Texto.
Leve o cursor livremente pelo slide para escolher a posição
desejada do texto.
Clique na posição desejada que o cursor ficará piscando
aguardando a digitação.

No menu Formatar selecione Fonte. Abre-se uma caixa de


opções de fonte com barras de opção para tipo, estilo, tamanho
e cor. Selecione Arial Negrito tamanho 28.

Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.

Quando a caixa de texto é digitada, o PowerPoint mantém


até ser confirmada a edição e ângulo habilitado (borda da caixa
em formato de barras), permitindo alterar o texto ou colocar a
caixa no ângulo de apresentação desejado.

54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Colocando o cursor na guia de ângulo (bolinha verde), cli-


cando com o botão esquerdo e mantendo o botão apertado, o
Po-werPoint permite girar no ângulo desejado e antecipa com
um tracejado a nova posição da caixa.

Inserindo AutoFormas
O PowerPoint permite a inserção e edição (tamanho, cor,
bordas, movimento, copiar e colar etc.) das AutoFormas no slide.
Uma caixa de texto pode ser livremente deslocada pelo Na barra de ferramentas de desenho selecione AutoFormas
slide. Basta clicar com o mouse sobre o texto que se abre a que se abre o menu de AutoFormas. Para selecionar um
caixa para edição (borda de barras). desenho, basta clicar sobre um e, em seguida, na posição
desejada no slide para inserção. O desenho é inserido e a
Levando o cursor até um dos lados da borda de barras e AutoForma mantém o modo de edição ativo para o usuário.
sobre ele clicando novamente o PowerPoint muda o desenho da Para confirmar basta um clique ou enter.
borda para pontilhado, indicando, dessa forma, que está em
modo de movimentação.

Com a movimentação habilitada, o texto pode ser levado para


qualquer ponto do slide, basta clicar e arrastar com o mouse ou
através das setas de direção do teclado para qualquer posição do
slide, confirmando ao final com enter ou um clique na posição

55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Com marcadores
Permite opções de desenho do marcador ou imagens
através de um botão. O botão personalizar abre uma caixa com
opções de alterações em caractere de representação, desenho,
imagem, fonte etc.

Numerada
São opções de numeração do marcador

Inserindo WordArt
O PowerPoint permite a inserção e edição de WordArt (ta-
manho, cor, bordas, movimento, copiar e colar etc.) no slide.
Exemplo:
Na barra de desenho selecione o WordArt.

Marcadores e numeração Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003.


Marcadores são formatos de estilos que, quando seleciona-
dos, transformam os parágrafos do texto que está sendo digitado Abre-se uma caixa para a escolha do estilo de desenho que
em formatos visuais ordenados e opcionalmente numerados. deve ser confirmado no botão OK. Escolhido o estilo, uma se-
Para abrir as configurações, selecione uma caixa de texto gunda caixa se abre para a digitação do texto desejado, permitin-do
no slide e, em seguida, no menu formatar a opção marcadores e a escolha da fonte, tamanho e estilo. Digitado e confirmado, o texto
nu-meração. é inserido no slide, ficando em modo de edição.
Uma caixa abre-se com as guias de opções para todas as O WordArt abre uma caixa de ferramentas sempre que uma
con-figurações de formatação de Marcadores e numeração. imagem WordArt estiver em modo de edição, com botões que
permitam várias alterações no texto (cor, tamanho de fonte,
espa-çamento, tracejado, ângulo de exibição etc.).

56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Inserir número, data e hora Inserindo filmes


O PowerPoint permite a inserção e controle do número de O PowerPoint permite a inserção de filmes e inicia sua exe-
slides, assim como data e hora. cução junto com o slide ou por um evento programado no slide
No menu inserir selecione Número de slide. Uma caixa é para iniciar sua ação.
aberta contendo as opções de inserção de número de página e
data com diversos formatos, além da opção rodapé que insere Selecione no menu inserir, opção Filmes e sons a opção Fil-me
um texto fixo no rodapé do slide. do Media Gallery. Abre-se um menu lateral com filmes do Media
Os itens selecionados podem ser confirmados para um ou Gallery, selecione a opção que o filme é inserido no slide.
todos os slides, bastando selecionar o botão adequado.

Inserindo sons
Inserindo imagem O PowerPoint permite a inserção de um arquivo com som
O PowerPoint permite a inserção de vários tipos de iniciando sua execução junto com o slide ou por um botão pro-
imagens de arquivo (fotos, desenhos etc.). gramado no slide que inicie sua ação.
No menu inserir selecione Imagem do Arquivo. Ou na
barra de desenho clique no ícone de imagem. Selecione no menu inserir, opção Filmes e sons, a opção Som
do Media Gallery. Abre-se um menu lateral com sons dispo-níveis
no Media Gallery. Quando inserido pergunta-se se o som deve ser
iniciado junto com o slide ou apenas quando clicado.

Fonte: Microsoft Office PowerPoint 2003. Desenvolvendo apresentações


Para desenvolver apresentações nos slides, o PowerPoint
Abre-se um diretório de imagens do usuário para seleção. possui diversos recursos que, quando combinados, resultam em
Basta escolher a imagem que ela é inserida, permitindo edição trabalhos bastantes elaborados e profissionais.
de ajustes, posição e ângulo.

57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Desenvolvendo uma apresentação – Inserir um retângulo pintado sólido na cor cinza.


Vamos desenvolver uma apresentação mostrando o poten-
cial do PowerPoint, utilizando um modelo de slide fora da
biblio-teca, podendo ser criado pelo próprio usuário para
desenvolver sua criatividade.

– Criar um slide em branco com plano de fundo em textura


de papel jornal.

– Alterar o tamanho do retângulo, igualando ao slide, for-


mando uma tarja acima do slide.

– Inserir um retângulo na cor preta colocando-o no canto


direito esquerdo do slide.

58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Inserir uma imagem do arquivo, colocando-a sobre o re-


tângulo preto.

– Inserir título em Arial 20 negrito:

Números de vendas - Laptops

– Colocar o título alinhado no retângulo preto.


– Selecionar o texto do título e alterar o tamanho para Verda-
na 24 negrito e a cor da letra para branco.

59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

10 – Inserir o seguinte texto em Arial 32 negrito cor ver-


melha: R$1.200.000,00

– Inserir o seguinte texto em Arial 20 negrito:

– Copiar e colar o texto: 1.º trimestre de 2009

– Inserir o seguinte texto em Arial 32 negrito cor


vermelha: R$1.200.000,00

1° trimestre de 2009

60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Personalizar a execução de uma apresentação

O PowerPoint trabalha com o conceito de execução de even-


tos.
Eventos são os textos, as imagens, os sons e tudo que inse-
rimos no slide que podem ser mostrados obedecendo sua
própria sequência de inserção ou podem ser mostrados baseados
em uma sequência definida pelo usuário.
Para cada evento da apresentação, pode ser definido ainda
um efeito de entrada e um outro de saída, além de outros
parâme-tros de apresentação que podem ser configurados.
Vamos configurar uma apresentação.
Selecione no menu Apresentações a opção Personalizar
ani-mação.
Abre-se o menu de Personalizar animação na lateral direita
da tela de edição, com opção de criar animações para cada
evento do slide.

– Alterar e alinhar o texto colado para 1.º trimestre de 2010.


– Copiar e colar o texto: R$1.200.000,00 alterando o texto
colado para R$1.600.000,00 e alinhar como feito na etapa ante-
rior.

61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Quando o slide é executado em forma de apresentação e Abre-se uma caixa com várias opções. Antes de escolher o
sem nenhuma animação, todos os elementos são exibidos efeito, pode- -se ver antecipadamente seu funcionamento colo-
instanta-neamente. cando o cursor sobre cada tema. Basta selecionar na parte de
Uma boa apresentação, deve possuir integração com a fala bai-xo da caixa a opção Visualizar efeito.
do apresentador para cada tópico (evento) mostrado. Selecione o efeito Revelar e clique no botão OK.
Ela deve possuir uma cadência harmoniosa para que seu
apresentador possa falar, ouvir e comentar o que os
espectadores estão vendo e ouvindo.
Personalizar, portanto, uma apresentação, significa roteirizar a
cadência com que os eventos entram e saem da apresentação.
Para criar o roteiro da apresentação, temos de definir a se-
quência de apresentação dos eventos, especificando, em
seguida, para cada um como será sua entrada em cena.
Exemplo de roteiro:
Vamos roteirizar a apresentação do slide na seguinte sequên-
cia
:
– Plano de fundo:
executado como padrão pelo PowerPoint quando o slide
apresentado.

– Tarja cinza:
Selecione a tarja cinza. Será habilitado o botão Adicionar
efeito no menu Personalizar animação, posicione o cursor sobre
a estrela entrada, ele mostra os temas de entrada e a opção mais
efeitos. Clique em mais efeitos.

O Evento é numerado e abrem-se três barras de parâmetros


de opção: início, direção e velocidade.

62
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Início
Determina quando o efeito é executado com três opções:
Ao clicar (é executado com o comando do mouse ou a tecla
enter) Com o anterior (é executado junto com o evento
anterior). Após o anterior (é executado após o evento anterior).

Direção
Determina o sentido de execução do evento com quatro op-
ções: De baixo, De cima, Da direita e Da esquerda.

Velocidade
Determina a velocidade com que o evento é executado,
pos-sui cinco opções: Muito lenta, Lenta, Média, Rápida e
Muito rá-pida.
Selecione: Início: com anterior; Direção: de baixo; Veloci-
dade: Muito rápida.

– Moldura lateral superior preta:


Selecione a Tarja preta e inclua o efeito Caixa com as
confi-gurações: Início - após anterior, Direção – Ampliar,
Velocidade – Rápida.

– Título do slide:
Selecione Título do slide e inclua o efeito Revelar com as
configurações:
Início: após anterior; Direção: Da esquerda; Velocidade:
Rá-pida.

– Imagem na moldura (laptop):


Selecione a Imagem da moldura preta e inclua o efeito
Apli-car zoom gradativamente com as configurações: Início:
após an-terior; Velocidade: Muito rápida.

63
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Pausa (comentários do apresentador):


Nesse ponto da apresentação existe uma pausa para o apre-
sentador. Essa pausa pode ser determinada colocando-se no
próximo evento, seu início pelo clique do mouse. Configurando
dessa forma, o apresentador controla a entrada do evento com
seu critério.

– Moldura de texto: 1.º trimestre de 2009:


Selecione a Moldura de texto 1.º trimestre de 2009 e inclua
o efeito Deslizar com as configurações: Início: Ao clicar;
Direção: De baixo; Velocidade:
Média.

– Pausa (comentários do apresentador):


Neste ponto da apresentação existe outra pausa. Vamos de-
terminar colocando no próximo evento o início pelo clique do
mouse. Dessa forma o apresentador controla a entrada do evento
com seu critério.

– Moldura de texto: R$1.200.000,00:


Selecione a Moldura de texto R$1.200.000,00 e inclua o
efeito Persianas com as configurações: Início: Ao clicar;
Direção: Horizontal; Velocidade: Rápida.

– Moldura de texto: 1.º trimestre de 2010:


Selecione a Moldura de texto 1.º trimestre de 2009 e inclua
o efeito Deslizar com as configurações: Início: Com anterior;
Di-reção: Da esquerda; Velocidade: Média.

64
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Fim.
– Próximo slide.
Para exibir a apresentação, selecione no menu Apresenta-
ções a opção exibir apresentação ou tecle F5.

Salvando o arquivo da apresentação


O PowerPoint salva a apresentação em um arquivo com ex-
tensão .ppt.
Opcionalmente pode-se salvar a apresentação diretamente
em formato de execução, onde as edições não são permitidas,
bastando selecionar em salvar como tipo de arquivo a opção
apresentação do PowerPoint (*pps).

– Moldura de Texto: R$1.600.000,00:


Selecione a Moldura de texto R$1.200.000,00 e inclua o
efeito Cata-vento com as configurações: Início: Ao clicar; Velo-
cidade: Média.

65
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Podemos proteger nossa apresentação contra alterações


(proteção contra gravação) e também contra leitura (proteção de
Leitura). Pode-se criar uma senha para leitura e outra para gravação.
Caso uma apresentação protegida contra gravação seja alte- Quando digitadas confirme com OK.
Uma outra caixa pedindo a redigitação das senhas e confir-
rada, o PowerPoint vai permitir a alteração, mas não vai salvar
no mesmo arquivo. Ele vai exigir um novo nome de arquivo mação com informações importantes sobre o assunto senhas de
(salvar como) o que garante a integridade da apresentação. proteção ainda será aberta e as confirmações devem ser digitadas.
Para proteger a apresentação contra leitura ou gravação
sele-cione no menu arquivo a opção salvar como.
O PowerPoint vai abrir uma caixa. Selecione em
ferramentas o item opções de segurança.
Essa nova caixa é onde a senha deve ser digitada.

66
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MICROSOFT POWERPOINT 2007 – NOVAS Um grande botão com o Logo do Office foi colocado no
FUNCIONALIDADES lado esquerdo superior da tela, servindo de menu para novo,
abrir, sal-var, salvar como, imprimir, preparar, enviar, publicar
Novo desenho do ambiente e fechar o PowerPoint, onde se podem visualizar também os
As novidades introduzidas no PowerPoint 2007 são de fun- últimos arqui-vos abertos.
cionalidade visual com facilidades de operação e técnicas com
novos formatos de gravação dos arquivos.
Vamos iniciar pela tela de entrada, que sofreu a maior alte-
ração visível:

O zoom recebeu um controle centralizado com opções de


seleção de – e + ou por botão deslizante que funciona
atualizando a tela em tempo real.

Menus verticais e integrados


Os menus e as barras de ferramentas foram centralizados na
parte superior, em um painel central que é chamado de Faixa de
Opções pela Microsoft.
Cada guia (aba) da Faixa de Opções (menu), quando sele-
cionada, mostra agora no sentido vertical os grupos de
comandos mais utilizados pelo usuário e seus botões. Os grupos
não utiliza-dos regularmente pelo usuário ficam ocultos por um
botão (tipo outros grupos) chamado de iniciador de caixa de
diálogo situado no canto inferior direito do grupo.
O usuário pode também configurar os botões de sua prefe-
rência em uma Barra de Ferramentas de acesso rápido e optar
por exibi-la acima ou abaixo da Faixa de Opções (menu).
Clicando, por exemplo, na guia Inserir, temos os seus
grupos de comandos abertos na horizontal (Tabelas, ilustrações,
Links, Texto e Clips de Mídia) cada um com seus botões. Teclas de atalho
Quando se estaciona o cursor do mouse sobre um botão do Na versão 2007 foi eliminado o conceito de traço abaixo da
grupo ele abre um breve texto explicativo sobre o botão e possi- letra que indica o atalho.
bilita ir ao menu de ajuda pela tecla F1. Basta acionar somente a tecla ALT que o PowerPoint
mostra todas as letras dos atalhos habilitados da tela onde o
usuário se encontra.

Novos formatos de gravação


Na versão 2007 do PowerPoint, a Microsoft alterou o
forma-to de gravação dos arquivos criando novas extensões.
Segundo a Microsoft, essa mudança proporciona também uma
geração de arquivos menores, com mais segurança contra vírus
e facilida-de de recuperação. Os arquivos gravados nas versões
anteriores (97 a 2003) podem ser convertidos para a atual ou
mantidos em sua versão original. O PowerPoint também possui
uma função de gravação da versão atual para reconhecimento
em versões ante-riores.

67
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

As novas extensões são: Sugerimos pesquisar na internet apresentações sobre os


mais variados assuntos e temas e quando uma apresentação for
.pptx – extensão padrão interessante (sim, porque na internet existe muito conteúdo de
a extensão para salvar os arquivos comuns do PowerPoint má qualidade) podemos baixar para estudar como foi montada a
que não contenham macros ou códigos VBA (Visual Basic for apresentação.
Applications). Caso o arquivo contenha macros ou VBA, o Po-
werPoint avisa que esse conteúdo será excluído do arquivo. Entretanto, essas apresentações quando encontradas (as
boas) estão sempre em formato de execução (.pps) o que não
.ppsx – extensão para apresentações permite estudar seu conteúdo.
É a extensão para salvar apresentações para execução direta.
Podemos quebrar a segurança do formato?
.pps Sim, o formato de gravação Apresentação do PowerPoint
a extensão em que devem ser gravadas as apresentações (.pps) é muito fácil de ser quebrado, basta apenas alterar a
diretas para serem reconhecidas por versões anteriores do exten-são do arquivo de .pps para .ppt.
Power-Point (97 a 2003).
Exemplo:
.ppsm – extensão para apresentações com macro
a extensão para salvar apresentações para execução direta Vamos alterar o nome da extensão de um arquivo salvo no
que contenha Macros. formato Apresentação do PowerPoint (.pps).

.ppt – Clique com o botão direito do mouse sobre o nome do


a extensão em que devem ser gravados os documentos arquivo da apresentação em .pps.
para serem reconhecidos por versões anteriores do PowerPoint
(97 a 2003). – Altere o nome de sua extensão para .ppt.

.pptm – extensão para macros – O Windows vai alertar com uma mensagem que uma alte-
a extensão para salvar arquivos que contenham macros ração na extensão do arquivo pode inutilizar seu conteúdo. Con-
ou códigos VBA. firme a alteração.
.potx – extensão para modelos – Pronto, o arquivo já pode ser aberto pelo PowerPoint em
Os modelos de Apresentação são gravados com essa exten- formato de edição e todo seu conteúdo selecionado e estudado.
são.

.pot – extensão para modelos


Os modelos de Apresentação são gravados com essa ex-
tensão reconhecida por versões anteriores do PowerPoint (97 a
2003).

.potm – extensão para modelos com macros


Os modelos que contenham macros são gravados com essa
extensão.

Dicas de estudo
O site da Microsoft (<www.microsoft.com.br/office>) pos-
sui um treinamento on-line construtivo de modelos, incluindo
exemplos claros e testes de autoavaliação na performance do
produto.

um local indicado para iniciar, aprofundar seus estudos e


principalmente criar senso crítico para avaliar a qualidade das
in-formações existentes hoje disponíveis na internet ou em
livrarias sobre o software PowerPoint.

Como foi feito?


Uma forma bastante produtiva de estudar e ganhar
experiên-cia no PowerPoint é entender como uma apresentação
foi feita e estudá-la. Seus efeitos, a forma de apresentação, tipos
de fonte, planos de fundo, combinações de textura e harmonia
visual entre outros tópicos.

68
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Fique atento!
Questões maliciosas – perguntas baseadas em uma ima-
Características do PowerPoint gem
Alguns concursos colocam questões sobre algumas caracte- Um grande número de questões sobre o PowerPoint são co-
rísticas do PowerPoint. São questões que não vão influenciar locadas usando uma imagem do ambiente de desenvolvimento da
em nada seu trabalho, mas contam pontos na prova. apresentação. Portanto, preste atenção e não tenha pressa, pois a
Nome da extensão do arquivo gerado pelo PowerPoint: .ppt. correta análise da tela de trabalho da apresentação é que vai
Nome da extensão do arquivo de modelos de documento ge- garantir o sucesso da resposta. Veja no exemplo abaixo como as
rado pelo PowerPoint: .pot. questões são levantadas sobre uma imagem fora de contexto.
Pergunta-se, por exemplo, sobre o que significa o texto, de onde
Modelos de apresentações vem ou o que significa sua sequência numérica (sequência de
O PowerPoint possui uma biblioteca com modelos de apre- animação de nossa apresentação). Portanto, muita atenção!
sentações que pode ser acessada.
No menu Arquivo, clique em novo. O PowerPoint abre um
menu lateral chamado Nova Apresentação onde podem ser con-
sultados vários modelos na biblioteca meu computador onde se
abre uma caixa com guias e opções de vários modelos.
Além desses modelos no computador, existem modelos dis-
poníveis no site da Microsoft (modelos on-line) que também
po-dem ser consultados e utilizados.

69
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A primeira coisa é pelo custo. Você não paga nada por uma
comunicação via e-mail, apenas os custos de conexão com a
Internet. Outro fator é a rapidez, enquanto o correio tra-
dicional levaria dias para entregar uma mensagem, o ele-
trônico faz isso quase que instantaneamente e não utiliza
papel. Por último, a mensagem vai direto ao destinatário, não
precisa passa de mão-em-mão (funcionário do correio,
carteiro, etc.), fica na sua caixa postal onde somente o dono
tem acesso e, apesar de cada pessoa ter seu endereço pró-
prio, você pode acessar seu e-mail de qualquer computa-dor
conectado à Internet. Bem, o e-mail mesclou a faci-lidade de
uso do correio convencional com a velocidade do telefone, se
tornando um dos melhores e mais utilizado meio de
comunicação.

Estrutura e Funcionalidade do e-mail

Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos


os endereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão,
nome do usuário + @ + host, onde:
Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo
usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo:
sergiodecas-tro.
@ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa
o nome do usuário do seu provedor.
Host – é o nome do provedor onde foi criado o ende-
reço eletrônico. Exemplo: click21.com.br .
Provedor – é o host, um computador dedicado ao
Referências serviço 24 horas por dia.

CASHMAN, Thomas J.; SEBOK, Susan L.; SHELLY, Gary Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.
com.br
B. Microsoft Office Powerpoint 2003: comprehensive concepts
and techniques. 1. ed. Boston: Course Technology, 2005. A caixa postal é composta pelos seguintes itens:
Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as men-
MICROSOFT Corporation. Microsoft Office Powerpoint sagens recebidas.
2003. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não
enviadas.
SUPORTE Microsoft para Office. Disponível em: <http:// E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-
office.microsoft.com/ pt-br/support>. Acesso em: 23 ago. 2010. mails que foram enviados.
Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRA- não terminou de redigir.
SIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Lixeira – Armazena as mensagens excluídas.

Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão pre-


CORREIO ELETRÔNICO – USO DE CORREIO sentes:
ELETRÔNICO, PREPARO E ENVIO DE Para – é o campo onde será inserido o endereço do
MENSAGENS, ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS. destinatário.
Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da
mesma mensagem, ao usar este campo os endereços apa-
recerão para todos os destinatários.
CORREIO ELETRÔNICO Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior,
no entanto os endereços só aparecerão para os
O correio eletrônico1 se parece muito com o correio respectivos donos.
tradicional. Todo usuário tem um endereço próprio e uma Assunto – campo destinado ao assunto da mensa-
caixa postal, o carteiro é a Internet. Você escreve sua men- gem.
sagem, diz pra quem quer mandar e a Internet cuida do Anexos – são dados que são anexados à mensagem
resto. Mas por que o e-mail se popularizou tão depressa? (imagens, programas, música, arquivos de texto, etc.).
1 Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/sergiocastro/correioeletronico- Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a
ewebmail001.asp mensagem.

70
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor, tempo a maioria dos provedores permitiam em torno de 2
porém representando as mesmas funções. Além dos destes Mb, mas atualmente a maioria já oferecem em média 25
campos tem ainda os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e Mb. Além de caixa postal os provedores costumam ofere-
EXCLUIR as mensagens, este botões bem como suas fun- cer serviços de agenda e contatos.
cionalidades veremos em detalhes, mais à frente. Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a
Para receber seus e-mails você não precisa estar co- crité-rio de cada um escolher o seu, ou até mesmo os
nectado à Internet, pois o e-mail funciona com provedores. seus, eu, por exemplo, procuro aqueles que oferecem uma
Mesmo você não estado com seu computador ligado, seus e- interface com o menor propaganda possível.
mail são recebidos e armazenados na sua caixa postal, » Criando seu e-mail
localizada no seu provedor. Quando você acessa sua caixa Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente
postal, pode ler seus e-mail on-line (diretamente na Inter-net, simples, eu escolhi o Outlook.com, pois a interface des-te
WebMail não tem propagandas e isso ajudar muito os
pelo WebMail) ou baixar todos para seu computador através
entendimentos, no entanto você pode acessar qualquer dos
de programas de correio eletrônico. Um programa muito
endereços informados acima ou ainda qualquer outro que
conhecido é o Outlook Express, o qual detalhar mais à frente.
você conheça. O processo de cadastro é muito sim-ples,
A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de basta preencher um formulário e depois você terá sua conta
e-mail e qualquer pessoa que souber esse endereço, pode de e-mail pronta para ser usada. Vamos aos passos:
enviar mensagens para você. Também é possível enviar Acesse a página do provedor (www.ibestmail.com.br) ou
mensagens para várias pessoas ao mesmo tempo, para qualquer outro de sua preferência.
isto basta usar os campos “Cc” e “Cco” descritos acima. Clique no link “Não tem uma conta? Crie uma!”, será
Atualmente, devido à grande facilidade de uso, a maio- aberto um formulário, preencha-o observando todos os
ria das pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet campos. Os campos do formulário têm suas particularida-
através do navegador. Este tipo de correio é chamado de des de provedor para provedor, no entanto todos trazem
WebMail. O WebMail é responsável pela grande populari- a mesma ideia, colher informações do usuário. Este será a
zação do e-mail, pois mesmo as pessoas que não tem com- primeira parte do seu e-mail e é igual a este em qualquer
putador, podem acessar sua caixa postal de qualquer lugar
cadastro, no exemplo temos “@outlook.com”. A junção do
(um cyber, casa de um amigo, etc.). Para ter um endereço
nome de usuário com o nome do provedor é que será seu
eletrônico basta querer e acessar a Internet, é claro. Existe
endereço eletrônico. No exemplo ficaria o seguinte:
quase que uma guerra por usuários. Os provedores, tam-
seuno-me@outlook.com.
bém, disputam quem oferece maior espaço em suas caixas
Após preencher todo o formulário clique no botão
postais. Há pouco tempo encontrar um e-mail com mais de
“Criar conta”, pronto seu cadastro estará efetivado.
10 Mb, grátis, não era fácil. Lembro que, quando a Em-bratel
Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é
ofereceu o Click21 com 30 Mb, achei que era muito espaço,
comum que muitos nomes já tenham sido cadastrados
mas logo o iBest ofereceu 120 Mb e não parou por ai, a
por outros usuários, neste caso será exibida uma
“guerra” continuo culminando com o anúncio de que o
Google iria oferecer 1 Gb (1024 Mb). A última campanha do
mensagem lhe in-formando do problema. Isso acontece
GMail, e-mail do Google, é de aumentar sua caixa postal porque dentro de um mesmo provedor não pode ter dois
constantemente, a última vez que acessei estava em 2663 nomes de usuários iguais. A solução é procurar outro
Mb. nome que ainda esteja livre, alguns provedores mostram
sugestões como: seuno-me2005; seunome28, etc. Se
WebMail ocorrer isso com você (o que é bem provável que
acontecerá) escolha uma das sugestões ou informe outro
O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação nome (não desista, você vai conseguir), finalize seu
acessada diretamente na Internet, sem a necessidade de cadastro que seu e-mail vai está pronto para ser usado.
usar programa de correio eletrônico. Praticamente todos
os e-mails possuem aplicações para acesso direto na In- » Entendendo a Interface do WebMail
ternet. É grande o número de provedores que oferecem A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail
correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo segue uma que nos liga do mundo externo aos comandos do
lista dos mais populares. programa. Estes conhecimentos vão lhe servir para
Outlook (antigo Hotmail) – http://www.outlook.com qualquer WebMail que você tiver e também para o
GMail – http://www.gmail.com Outlook, que é um progra-ma de gerenciamento de e-
Bol (Brasil on line) – http://www.bol.com.br mails, vamos ver este programa mais adiante.
iG Mail – http://www.ig.com.br Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua
Yahoo – http://www.yahoo.com.br caixa de entrar, verificando se há novas mensagens no
ser-vidor.
Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de
seguir as instruções do site. Outro importante fator a ser e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no qual
observado é o tamanho máximo permitido por anexo, este você vai redigir, responder e encaminhar mensagens.
foi outro fator que aumentou muito de tamanho, há pouco Semelhante à função novo e-mail do Outlook.

71
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus por padrão estão classificadas através da coluna “Data”,
endereços de e-mail são previamente guardados para uti- para usar outra coluna na classificação basta clicar sobre
lização futura, nesta seção também é possível criar grupos nome dela.
para facilitar o gerenciamento dos seus contatos. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adi-
Configurações – Este botão abre (como o próprio cionar, renomear e apagar as suas pastas. As pastas são
nome já diz) a janela de configurações. Nesta janela um modo de organizar seu conteúdo, armazenando suas
podem ser feitas diversas configurações, tais como: mudar mensagens por temas. Quando seu e-mail é criado não
senha, definir número de e-mail por página, assinatura, existem pastas nesta seção, isso deve ser feito pelo
resposta automática, etc. usuário de acordo com suas necessidades.
Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma Contas Externas – Este item é um link que abrirá a
seção com vários tópicos de ajuda. seção onde pode ser feita uma configuração que
Sair – Este botão é muito importante, pois é através permitirá você acessar outras caixas postais diretamente
dele que você vai fechar sua caixa postal, muito recomen- da sua. O próximo link, como o nome já diz, abre a janela
dado quando o uso de seu e-mail ocorrer em computado- de confi-guração dos e-mails bloqueados e mais abaixo o
res de terceiros. link para baixar um plug-in que lhe permite fazer uma
Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu configuração automática do Outlook Express. Estes dois
endereço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; primeiros links são os mesmos apresentados no item 10.
parte utilizada em porcentagem e um pequeno gráfico.
Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você
INTERNET: NAVEGAÇÃO INTERNET,
está, no exemplo a Caixa de Entrada.
Número de Mensagens – Exibe o intervalo de men- CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA E
sagens que estão na tela e também o total da seção sele- IMPRESSÃO DE PÁGINAS.
cionada.
Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão
INTERNET
todos os comandos relacionados com as mensagens exi-
bidas. Para usar estes comandos, selecione uma ou mais “Imagine que fosse descoberto um continente tão
mensagens o comando desejado e clique no botão “OK”. O vasto que suas dimensões não tivessem fim. Imagine um
botão “Bloquear”, bloqueia o endereço de e-mail da men- mundo novo, com tantos recursos que a ganância do
sagem, útil para bloquear e-mails indesejados. Já o botão futuro não seria capaz de esgotar; com tantas oportu-
“Contas externas” abre uma seção para configurar outras nidades que os empreendedores seriam poucos para
contas de e-mails que enviarão as mensagens a sua caixa apro-veitá-las; e com um tipo peculiar de imóvel que se
postal. Para o correto funcionamento desta opção é preci- expandiria com o desenvolvimento.”
so que a conta a ser acessada tenha serviço POP3 e SMTP. John P. Barlow
Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear
lista de página, que aumenta conforme a quantidade de ficassem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentá-
e-mails na seção. Para acessar selecione a página gono.
desejada e clique no botão “OK”. Veja que todos os Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da dé-
comandos estão dispo-níveis também na parte inferior, cada de 60, ficou em poder exclusivo do governo conec-
isto para facilitar o uso de sua caixa postal. tando bases militares, em quatro localidades.
Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições norte-
correio eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a
Rascunho e Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do tecnologia, logo vinte e três computadores foram conec-
nome, quando está normal significa que todas as mensa- tados, porém o padrão de conversação entre as máquinas se
tornou impróprio pela quantidade de equipamentos.
gens foram abertas, porém quando estão em negrito, acu-
sam que há uma ou mais mensagens que não foram lidas, o
Era necessário criar um modelo padrão e universal
para que as máquinas continuassem trocando dados,
número entre parêntese indica a quantidade. Este deta-lhe
surgiu então o Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria
funciona para todas as pastas e mensagens do correio.
por-tanto que mais outras máquinas fossem inseridas
Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir as àquela rede.
mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exi-bido Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrô-
o conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe nico, o E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as
também as mensagens das diversas pastas existentes na sua máquinas que compunham aquela rede de pesquisa, assim
caixa postal. A observação feita no item anterior, sobre no ano seguinte a rede se torna internacional.
negrito, também é válida para esta seção. Observe as caixas Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do
de seleção localizadas do lado esquerdo de cada mensa- Brasil conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aqui-lo
gem, é através delas que as mensagens são selecionadas. A que conhecemos hoje como internet, auxiliando portan-to o
seleção de todos os itens ao mesmo tempo, também pode processo de pesquisa em tecnologia e outras áreas a nível
ser feito pela caixa de seleção do lado esquerdo do título da mundial, além de alimentar as forças armadas brasi-
coluna “Remetente”. O título das colunas, além de no-meá- leiras de informação de todos os tipos, até que em 1990
las, também serve para classificar as mensagens que caísse no domínio público.

72
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Com esta popularidade e o surgimento de softwares Um hipertexto é um texto em formato digital, e pode
de navegação de interface amigável, no fim da década de levar a outros, fazendo o uso de elementos espe-ciais
90, pessoas que não tinham conhecimentos profundos de (palavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa
informática começaram a utilizar a rede internacional. Sensitivo o qual leva a outros conjuntos de informação na
forma de blocos de textos, imagens ou sons.
Acesso à Internet Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço mouse, remete o usuário à outra parte do documento ou
de Internet, oferece principalmente serviço de acesso à In- outro documento.
ternet, adicionando serviços como e-mail, hospedagem de
sites ou blogs, ou seja, são instituições que se conectam Home Page
Internet com o objetivo de fornecer serviços à ela Sendo assim, home page designa a página inicial,
relacionados, e em função do serviço classificam-se em: prin-cipal do site ou web page.
Provedores de Backbone: São instituições que cons- muito comum os usuários confundirem um Blog ou
troem e administram backbones de longo alcance, ou Perfil no Orkut com uma Home Page, porém são coisas dis-
seja, estrutura física de conexão, com o objetivo de tintas, aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um
Profile, ou seja um hipertexto que possui informações de um
fornecer acesso à Internet para redes locais;
usuário dentro de uma comunidade virtual.
Provedores de Acesso: São instituições que se conec-tam
à Internet via um ou mais acessos dedicados e disponi- HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de
bilizam acesso à terceiros a partir de suas instalações; Marcação de Hipertexto
Provedores de Informação: São instituições que dis- a linguagem com a qual se cria as páginas para a
ponibilizam informação através da Internet. web. Suas principais características são:
• Portabilidade (Os documentos escritos em HTML de-
Endereço Eletrônico ou URL vem ter aparência semelhante nas diversas plataformas de
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se trabalho);
conhecer o seu endereço. Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “cus-
Este endereço, que é único, também é considerado tomizar” diversos elementos do documento, como o
sua URL (Uniform Resource Locator), ou Localizador de tama-nho padrão da letra, as cores, etc);
Recur-sos Universal. Boa parte dos endereços apresenta- Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter um
se assim: www.xxxx.com.br tamanho reduzido, a fim de economizar tempo na
Onde: transmissão através da Internet, evitando longos perío-
= protocolo da World Wide Web dos de espera e congestionamento na rede).
= domínio
com = comercial Browser ou Navegador
br = brasil o programa específico para visualizar as páginas da
web.
WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial O Browser lê e interpreta os documentos escritos em
HTML, apresentando as páginas formatadas para os
um serviço disponível na Internet que possui um con- usuários.
junto de documentos espalhados por toda rede e disponi-
bilizados a qualquer um. ARQUITETURAS DE REDES
As modernas redes de computadores são projetadas de
Estes documentos são escritos em hipertexto, que uti-
forma altamente estruturada. Nas seções seguintes exa-
liza uma linguagem especial, chamada HTML.
minaremos com algum detalhe a técnica de estruturação.
Domínio HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS
Designa o dono do endereço eletrônico em ques-tão, Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das
e onde os hipertextos deste empreendimento estão redes é organizada em camadas ou níveis, cada uma cons-
localizados. Quanto ao tipo do domínio, existem: truída sobre sua predecessora. O número de camadas, o
.com = Instituição comercial ou provedor de serviço nome, o conteúdo e a função de cada camada diferem de
.edu = Instituição acadêmica uma rede para outra. No entanto, em todas as redes, o pro-
.gov = Instituição governamental pósito de cada camada é oferecer certos serviços às cama-
.mil = Instituição militar norte-americana das superiores, protegendo essas camadas dos detalhes de
.net = Provedor de serviços em redes como os serviços oferecidos são de fato implementados.
.org = Organização sem fins lucrativos A camada n em uma máquina estabelece uma con-
versão com a camada n em outra máquina. As regras e
HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de convenções utilizadas nesta conversação são chamadas
Trasferência em Hipertexto coletivamente de protocolo da camada n, conforme ilus-
um protocolo ou língua específica da internet, res- trado na Figura abaixo para uma rede com sete camadas.
ponsável pela comunicação entre computadores. As entidades que compõem as camadas correspondentes

73
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

em máquinas diferentes são chamadas de processos par- O endereço IP


ceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que Quando você quer enviar uma carta a alguém, você...
se comunicam utilizando o protocolo. Ok, você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar
Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da um recado no Facebook. Vamos então melhorar este
camada n em uma máquina para a camada n em outra exemplo: quando você quer enviar um presente a alguém,
máquina. Em vez disso, cada camada passa dados e infor- você ob-tém o endereço da pessoa e contrata os Correios
mações de controle para a camada imediatamente abaixo, ou uma transportadora para entregar. É graças ao
até que o nível mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível 1 endereço que é possível encontrar exatamente a pessoa a
está o meio físico de comunicação, através do qual a co- ser presenteada. Também é graças ao seu endereço -
municação ocorre. Na Figura abaixo, a comunicação virtual único para cada resi-dência ou estabelecimento - que
mostrada através de linhas pontilhadas e a comunicação você recebe suas contas de água, aquele produto que
física através de linhas sólidas. você comprou em uma loja on-line, enfim.
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu
computador seja encontrado e possa fazer parte da rede
mundial de computadores, necessita ter um endereço úni-
co. O mesmo vale para websites: este fica em um servidor,
que por sua vez precisa ter um endereço para ser localiza-
do na internet. Isto é feito pelo endereço IP (IP Address),
recurso que também é utilizado para redes locais, como a
existente na empresa que você trabalha, por exemplo.
O endereço IP é uma sequência de números composta
de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro
sequências de 8 bits. Cada uma destas é separada por um
ponto e recebe o nome de octeto ou simplesmente byte, já
que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10
um exemplo. Repare que cada octeto é formado por nú-
meros que podem ir de 0 a 255, não mais do que isso.

Entre cada par de camadas adjacentes há uma interfa-


ce. A interface define quais operações primitivas e serviços
a camada inferior oferece à camada superior. Quando os
projetistas decidem quantas camadas incluir em uma rede
e o que cada camada deve fazer, uma das considerações
mais importantes é definir interfaces limpas entre as
cama-das. Isso requer, por sua vez, que cada camada
desempe-nhe um conjunto específico de funções bem A divisão de um IP em quatro partes facilita a organi-
compreendi-das. Além de minimizar a quantidade de zação da rede, da mesma forma que a divisão do seu en-
informações que deve ser passada de camada em dereço em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível a
camada, interfaces bem definidas também tornam fácil a organização das casas da região onde você mora. Neste
troca da implementação de uma camada por outra sentido, os dois primeiros octetos de um endereço IP po-
implementação completamente diferente (por exemplo, dem ser utilizados para identificar a rede, por exemplo. Em
trocar todas as linhas telefônicas por canais de satélite), uma escola que tem, por exemplo, uma rede para alunos e
pois tudo o que é exigido da nova implementação é que outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma rede
ela ofereça à camada superior exa-tamente os mesmos e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos octetos
serviços que a implementação antiga oferecia. são usados na identificação de computadores.
O conjunto de camadas e protocolos é chamado de
arquitetura de rede. A especificação de arquitetura deve Classes de endereços IP
conter informações suficientes para que um implementa- Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem
dor possa escrever o programa ou construir o hardware ser utilizados tanto para identificar o seu computador den-
de cada camada de tal forma que obedeça corretamente tro de uma rede, quanto para identificá-lo na internet.
ao protocolo apropriado. Nem os detalhes de Se na rede da empresa onde você trabalha o seu com-
implementação nem a especificação das interfaces são putador tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma má-quina
parte da arquitetura, pois esses detalhes estão escondidos em outra rede pode ter este mesmo número, afinal, ambas as
dentro da máquina e não são visíveis externamente. Não é redes são distintas e não se comunicam, sequer sabem da
nem mesmo neces-sário que as interfaces em todas as existência da outra. Mas, como a internet é uma rede global,
máquinas em uma rede sejam as mesmas, desde que cada cada dispositivo conectado nela precisa ter um endereço
máquina possa usar cor-retamente todos os protocolos. único. O mesmo vale para uma rede local: nesta, cada
dispositivo conectado deve receber um endereço úni-

74
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

co. Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
então um problema chamado “conflito de IP”, que dificulta -Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
a comunicação destes dispositivos e pode inclusive -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
atrapa-lhar toda a rede. Suponha então que você tenha que gerenciar uma
Para que seja possível termos tanto IPs para uso em rede com cerca de 50 computadores. Você pode alocar
re-des locais quanto para utilização na internet, contamos para es-tas máquinas endereços de 192.168.0.1 até
com um esquema de distribuição estabelecido pelas 192.168.0.50, por exemplo. Todas elas precisam de acesso
entidades IANA (Internet Assigned Numbers Authority) e à internet. O que fazer? Adicionar mais um IP para cada
ICANN (In-ternet Corporation for Assigned Names and uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um
Numbers) que, basicamente, divide os endereços em três servidor ou equipa-mento de rede - como um roteador -
classes principais e mais duas complementares. São elas: que receba a cone-xão à internet e a compartilhe com
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 todos os dispositivos conectados a ele. Com isso, somente
redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conecta- este equipamento precisará de um endereço IP para
dos; acesso à rede mundial de computadores.
Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até
16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos; Máscara de sub-rede
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até As classes IP ajudam na organização deste tipo de en-
2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos; dereçamento, mas podem também representar desperdí-
Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast; cio. Uma solução bastante interessante para isso atende
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast re- pelo nome de máscara de sub-rede, recurso onde parte
servado. dos números que um octeto destinado a identificar dis-
As três primeiras classes são assim divididas para positivos conectados (hosts) é “trocado” para aumentar a
aten-der às seguintes necessidades: capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos en-
xergar as classes A, B e C da seguinte forma:
A: N.H.H.H;
Os endereços IP da classe A são usados em locais B: N.N.H.H;
onde são necessárias poucas redes, mas uma grande C: N.N.N.H.
quan-tidade de máquinas nelas. Para isso, o primeiro byte N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso
é utili-zado como identificador da rede e os demais
de máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se
servem como identificador dos dispositivos conectados
“transformar” em N.N.N.H. Em outras palavras, as
(PCs, impresso-ras, etc);
máscaras de sub-rede permitem determinar quantos
Os endereços IP da classe B são usados nos casos
octetos e bits são destinados para a identificação da rede
onde a quantidade de redes é equivalente ou semelhante
e quantos são utilizados para identificar os dispositivos.
quantidade de dispositivos. Para isso, usam-se os dois
primeiros bytes do endereço IP para identificar a rede e os Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema:
restantes para identificar os dispositivos; se um octeto é usado para identificação da rede, este re-
Os endereços IP da classe C são usados em locais que ceberá a máscara de sub-rede 255. Mas, se um octeto é
requerem grande quantidade de redes, mas com poucos aplicado para os dispositivos, seu valor na máscara de sub
dispositivos em cada uma. Assim, os três primeiros bytes -rede será 0 (zero). A tabela a seguir mostra um exemplo
são usados para identificar a rede e o último é utilizado desta relação:
para identificar as máquinas.
Quanto às classes D e E, elas existem por motivos es-
Identificador
peciais: a primeira é usada para a propagação de pacotes Identificador do Máscara
Classe Endereço IP
especiais para a comunicação entre os computadores, en-
quanto que a segunda está reservada para aplicações da rede computador de sub-rede
futu-ras ou experimentais.
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
Vale frisar que há vários blocos de endereços reserva-
dos para fins especiais. Por exemplo, quando o endereço B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
começa com 127, geralmente indica uma rede “falsa”, isto C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0
é, inexistente, utilizada para testes. No caso do endereço
127.0.0.1, este sempre se refere à própria máquina, ou Você percebe então que podemos ter redes com más-
seja, ao próprio host, razão esta que o leva a ser chamado cara 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indi-
de localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utilizado cando uma classe. Mas, como já informado, ainda pode ha-
para propagar mensagens para todos os hosts de uma ver situações onde há desperdício. Por exemplo, suponha
rede de maneira simultânea. que uma faculdade tenha que criar uma rede para cada um
de seus cinco cursos. Cada curso possui 20 computadores. A
Endereços IP privados solução seria então criar cinco redes classe C? Pode ser
Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são melhor do que utilizar classes B, mas ainda haverá desper-
privados. Isto significa que eles não podem ser utilizados dício. Uma forma de contornar este problema é criar uma
na internet, sendo reservados para aplicações locais. São, rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as
essencialmente, estes: máscaras novamente entram em ação.

75
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas Quando você digitar um endereço qualquer de um site,
estes, na verdade, representam bytes (linguagem binária). um servidor de DNS (Domain Name System) é consultado.
255 em binário é 11111111. O número zero, por sua vez, Ele é quem informa qual IP está associado a cada site. O sis-
00000000. Assim, a máscara de um endereço classe C, tema DNS possui uma hierarquia interessante, semelhante a
255.255.255.0, é: uma árvore (termo conhecido por programadores). Se, por
11111111.11111111.11111111.00000000 exemplo, o site www.infowester.com é requisitado, o sistema
Perceba então que, aqui, temos uma máscara forma- envia a solicitação a um servidor responsável por terminações
da por 24 bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para “.com”. Esse servidor localizará qual o IP do endereço e
criarmos as nossas sub-redes, temos que ter um esquema responderá à solicitação. Se o site solicitado termina com
com 25, 26 ou mais bits, conforme a necessidade e as “.br”, um servidor responsável por esta termi-nação é
pos-sibilidades. Em outras palavras, precisamos trocar consultado e assim por diante.
alguns zeros do último octeto por 1.
Suponha que trocamos os três primeiros bits do últi- IPv6
mo octeto (sempre trocamos da esquerda para a direita), O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um
resultando em: passado não muito distante, você conectava apenas o PC
11111111.11111111.11111111.11100000 da sua casa à internet, hoje o faz com o celular, com o seu
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits notebook em um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e
“trocados”, teremos a quantidade possível de sub-re-des. Em assim por diante. Somando este aspecto ao fato de cada
nosso caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possi-bilidade de vez mais pessoas acessarem a internet no mundo inteiro,
criar até oito sub-redes. Sobrou cinco bits para o nos deparamos com um grande problema: o número de
endereçamento dos host. Fazemos a mesma conta: 2^5 = 32. IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as
Assim, temos 32 dispositivos em cada sub-rede (esta-mos (futuras) aplicações.
fazendo estes cálculos sem considerar limitações que possam A solução para este grande problema (grande mesmo,
impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
afinal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara
nome de IPv6, uma nova especificação capaz de suportar
resultan-te é 255.255.255.224.
até - respire fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607.
Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser
431.768.211.456 de endereços, um número absurdamente
empregado também em endereços classes A e B,
conforme a necessidade. Vale ressaltar também que não é alto!
possível utilizar 0.0.0.0 ou 255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado
permanen-temente a um dispositivo, ou seja, seu número
não muda, exceto se tal ação for executada manualmente.
Como exemplo, há casos de assinaturas de acesso à
internet via ADSL onde o provedor atribui um IP estático
aos seus as-sinantes. Assim, sempre que um cliente se
conectar, usará o mesmo IP.
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a
um computador quando este se conecta à rede, mas que
muda toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que
você conectou seu computador à internet hoje. Quando você O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no au-
conectá-lo amanhã, lhe será dado outro IP. Para en-tender mento da quantidade de octetos. Um endereço do tipo
melhor, imagine a seguinte situação: uma empresa tem 80 pode ser, por exemplo:
computadores ligados em rede. Usando IPs dinâ-micos, a FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
empresa disponibiliza 90 endereços IP para tais máquinas. Finalizando
Como nenhum IP é fixo, um computador rece-berá, quando
se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sendo Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a
utilizado. É mais ou menos assim que os provedores de especificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa.
internet trabalham. Isso até deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâ- essa fase, que podemos considerar de transição, o que
micos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration veremos é a “convivência” entre ambos os padrões. Não por
Protocol). menos, praticamente todos os sistemas operacio-nais atuais
e a maioria dos dispositivos de rede estão aptos a lidar tanto
IP nos sites com um quanto com o outro. Por isso, se você
Você já sabe que os sites na Web também necessitam ou pretende ser um profissional que trabalha com redes
de um IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.in- ou simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure
fowester.com, por exemplo, como é que o seu se aprofundar nas duas especificações.
computador sabe qual o IP deste site ao ponto de
conseguir encontrá -lo?

76
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A esta altura, você também deve estar querendo des- Para que possamos entender melhor, vamos exempli-
cobrir qual o seu IP. Cada sistema operacional tem uma ficar.
forma de mostrar isso. Se você é usuário de Windows, por Você estuda em uma universidade e precisa fazer
exemplo, pode fazê-lo digitando cmd em um campo do algu-mas pesquisas para um trabalho. Onde procurar as
Menu Iniciar e, na janela que surgir, informar ipconfig /all e infor-mações que preciso?
apertar Enter. Em ambientes Linux, o comando é ifconfig. Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de
procura, que são sites que possuem um enorme banco de
dados (que contém o cadastro de milhares de Home Pa-
ges), que permitem a procura por um determinado assun-
to. Caso a palavra ou o assunto que foi procurado exista
em alguma dessas páginas, será listado toda esta relação
de páginas encontradas.
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, refe-
rente ao assunto desejado. Por exemplo, você quer
pesqui-sar sobre amortecedores, caso não encontre nada
como amortecedores, procure como autopeças, e assim
suces-sivamente.

Barra de endereços
Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a
partir de uma rede local - tal como uma rede wireless -
visualizará o IP que esta disponibiliza à sua conexão. Para
saber o endereço IP do acesso à internet em uso pela A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar
rede, você pode visitar sites como whatsmyip.org. em páginas da internet, bastando para isto digitar o ende-
reço da página.
Provedor Alguns sites interessantes:
O provedor é uma empresa prestadora de serviços que www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular)
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces- www.ufpel.tche.br (Ufpel)
sário conectar-se com um computador que já esteja na In- www.cefetrs.tche.br (Cefet)
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per- www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor pú-
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet. blico)
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada www.siapenet.gog.br (contracheque)
Embratel, que por sua vez, está conectada com outros www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas)
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, www.mec.gov.br (Ministério da Educação)
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como Identificação de endereços de um site
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Exemplo: http://www.pelotas.com.br
Bra-sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de
ave-nida de três pistas e os links como se fossem as ruas comunicação
que estão interligadas nesta avenida. -> (World Wide Web) Grande rede mundial pelotas ->
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de empresa ou organização que mantém o site
transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os .com -> tipo de organização
dados. Esta velocidade é dada em bps (bits por segun-do). ......br -> identifica o país
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que Tipos de Organizações:
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um .edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.
endereço eletrônico na Internet. edu
.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.
URL - Uniform Resource Locator com
Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma iden- .gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
tificação de onde está localizado o computador e quais re- .mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
cursos este computador oferece. Por exemplo, a URL: .net -> computadores com funções de administrar re-
http://www.novaconcursos.com.br des. Exemplo: embratel.net
Será mais bem explicado adiante. .org -> organizações não governamentais. Exemplo:
care.org
Como descobrir um endereço na Internet?
Home Page
Pela definição técnica temos que uma Home Page é
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu-
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o

77
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí-


dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de
informações dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html

PLUG-INS Abra o editor de texto clique em


Os plug-ins são programas que expandem a
capacida-de do Browser em recursos específicos -
permitindo, por exemplo, que você toque arquivos de colar Navegadores
som ou veja filmes em vídeo dentro de uma Home Page. O navegador de WWW é a ferramenta mais
As empresas de soft-ware vêm desenvolvendo plug-ins a importante para o usuário de Internet. É com ele que se
uma velocidade im-pressionante. Maiores informações e podem vi-sitar museus, ler revistas eletrônicas, fazer
endereços sobre plu-g-ins são encontradas na página: compras e até participar de novelas interativas. As
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- informações na Web são organizadas na forma de
ware/Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi- páginas de hipertexto, cada um com seu endereço
ces/ próprio, conhecido como URL. Para começar a navegar, é
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo preciso digitar um desses endereços no campo chamado
temos uma relação de alguns deles: Endereço no navegador. O software estabelece a conexão
3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, e traz, para a tela, a página corres-pondente.
etc.). O navegador não precisa de nenhuma configuração
Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.). especial para exibir uma página da Web, mas é necessário
Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, ajustar alguns parâmetros para que ele seja capaz de
PCX, etc.). enviar e receber algumas mensagens de correio eletrônico
Negócios e Utilitários e aces-sar grupos de discussão (news).
Apresentações O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no
Centro de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la
FTP - Transferência de Arquivos Recherche Nucleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era
Permite copiar arquivos de um computador da um meio para físicos da CERN trocar experiências sobre
Internet para o seu computador. suas pesquisas através da exibição de páginas de texto. Fi-
Os programas disponíveis na Internet podem ser: cou claro, desde o início, o imenso potencial que o WWW
Freeware: Programa livre que pode ser distribuí- possuía para diversos tipos de aplicações, inclusive não
do e utilizado livremente, não requer nenhuma taxa para científicas.
sua utilização, e não é considerado “pirataria” a cópia O WWW não dispunha de gráficos em seus primór-
deste programa. dios, apenas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto
Shareware: Programa demonstração que pode ser ganhou força extra com a inserção de um visualiza-
utilizado por um determinado prazo ou que contém alguns dor (também conhecido como browser) de páginas capaz
limites, para ser utilizado apenas como um teste do progra- não apenas de formatar texto, mas também de exibir grá-
ma. Se o usuário gostar ele compra, caso contrário, não usa ficos, som e vídeo. Este browser chamava-se Mosaic e foi
mais o programa. Na maioria das vezes, esses programas desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado por
exibem, de tempos em tempos, uma mensagem avisando Mark Andreesen. O sucesso do Mosaic foi espetacular.
que ele deve ser registrado. Outros tipos de shareware têm Depois disto, várias outras companhias passaram a
tempo de uso limitado. Depois de expirado este tempo de produzir browsers que deveriam fazer concorrência ao
teste, é necessário que seja feito a compra deste programa. Mosaic. Mark Andreesen partiu para a criação da
Netscape Communications, criadora do browser Netscape.
Navegar nas páginas Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic,
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de o Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos
um documento normal e de links das próprias páginas. outros browsers.

Como salvar documentos, arquivos e sites Clique Busca e pesquisa na web


no menu Arquivo e na opção Salvar como. Os sites de busca servem para procurar por um deter-
minado assunto ou informação na internet.
Como copiar e colar para um editor de textos Alguns sites interessantes:
Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com www.google.com.br
o botão direito do mouse e escolha a opção Copiar. http://br.altavista.com
http://cade.search.yahoo.com
http://br.bing.com/

78
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como fazer a pesquisa Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organiza-


dos por assunto em categorias. Exemplo:
Digite na barra de endereço o endereço do site de
pes-quisa. Por exemplo:
www.google.com.br

Como escolher palavra-chave

Busca com uma palavra: retorna páginas que in-cluam


a palavra digitada.
“Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas
que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda
a sequência de termos que foram digitadas.
Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna
Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pes- páginas que incluam todas
quisa. as palavras aleatoriamente na página.
Busca com sinal de menos (-): as palavras que fi-cam
antes do sinal de
menos são excluídas da pesquisa.
Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um
cálculo em um site de pesquisa.

Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na Por exemplo: 3+4


pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem pala-
vras com ou sem acento.

Opções de pesquisa Irá retornar:

Web: pesquisa em todos os sites O resultado da pesquisa


Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte for-
Exemplo do resultado se uma pesquisa. ma:

INTRANET
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet. uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
Exemplo: empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes de
comunicação internas baseadas na tecnologia usada na
In-ternet. Como um jornal editado internamente, e que
pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor-
mações particulares dentro da estrutura de comunicações
da empresa.

79
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O grande sucesso da Internet, é particularmente da Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de


World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de
evolução da informática nos últimos anos. membros das equipes, situações de projetos;
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sis-
interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa- temas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), ma-
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos nuais de qualidade;
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-ram Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-tilas,
o acesso à informação através de redes de computa-dores. políticas da companhia, organograma, oportunidades de
Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de usuários, trabalho, programas de desenvolvimento pessoal, be-
já familiarizados com conhecimentos básicos de informática e nefícios.
de navegação na Internet. Finalmente, surgi-ram muitas Para acessar as informações disponíveis na Web corpo-
ferramentas de software de custo zero ou pe-queno, que rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado.
permitem a qualquer organização ou empresa, sem muito Afinal, o esforço de operação desses programas se
esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e colocar resume quase somente em clicar nos links que remetem
informação. O resultado inevitável foi a impressio-nante às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma
explosão na informação disponível na Internet, que segundo intranet termi-na aí. Projetar e implantar uma rede desse
consta, está dobrando de tamanho a cada mês. tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito, profissionais especializa-dos. Essa dificuldade aumenta
que tem interessado um número cada vez maior de em- com o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e
presas, hospitais, faculdades e outras organizações a quantidade de informações nela armazenadas.
interes-sadas em integrar informações e usuários: a A intranet é baseada em quatro conceitos:
intranet. Seu advento e disseminação promete operar Conectividade - A base de conexão dos computa-
dores ligados através de uma rede, e que podem
uma revolução tão profunda para a vida organizacional
transferir qualquer tipo de informação digital entre si;
quanto o apareci-mento das primeiras redes locais de
Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa-
computadores, no final da década de 80.
dores e sistemas operacionais podem ser conectados de
forma transparente;
O que é Intranet?
Navegação - É possível passar de um documento a
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
outro através de referências ou vínculos de hipertexto,
1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
que facilitam o acesso não linear aos documentos;
rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
Execução Distribuída - Determinadas tarefas de acesso
projetadas para a comunicação por computador entre em-
ou manipulação na intranet só podem ocorrer gra-ças à
presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma execução de programas aplicativos, que podem es-tar no
rede privativa de computadores que se baseia nos padrões servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na (também chamados de clientes, daí surgiu à expres-são que
tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP, etc.) caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servi-dor). A
que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre as razões vantagem da intranet é que esses programas são ativados
para este sucesso, estão o custo de implantação re- através da WWW, permitindo grande flexibilidade.
lativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande
programas de navegação na Web, os browsers. importância no desenvolvimento de softwares aplicativos
que obedeçam aos três conceitos anteriores.
Objetivo de construir uma Intranet
Organizações constroem uma intranet porque ela é Como montar uma Intranet
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente Basicamente a montagem de uma intranet consiste
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- em usar as estruturas de redes locais existentes na maioria
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de das empresas, e em instalar um servidor Web.
capital-funcionários com conhecimentos das operações e Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repo-
produ-tos da empresa. sitório das informações contidas na intranet. É lá que os
clientes vão buscar as páginas HTML, mensagens de e-
Aplicações da Intranet mail ou qualquer outro tipo de arquivo.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu-
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o Protocolos - São os diferentes idiomas de comunica-ção
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. De utilizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos. O
qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet vai primeiro é o HTTP, responsável pela comunicação do browser
ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os diversos com o servidor, em seguida vem o SMTP ligado ao envio de
profissionais de uma empresa. Mas em algumas áreas já se mensagens pelo e-mail, e o FTP usado na transfe-rência de
vislumbram benefícios, por exemplo: arquivos. Independentemente das aplicações uti-lizadas na
Marketing e Vendas - Informações sobre produ-tos, intranet, todas as máquinas nela ligadas devem falar um
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; idioma comum: o TCP/IP, protocolo da Internet.

80
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Identificação do Servidor e das Estações - Depois de Compartilhamento e reutilização de ferramentas e


definidos os protocolos, o sistema já sabe onde achar as informação;
informações e como requisitá-las. Falta apenas saber o Redução no tempo de configuração e atualização dos
nome de quem pede e de quem solicita. Para isso existem sistemas;
dois programas: o DNS que identifica o servidor e o DHCP Simplificação e/ou redução das licenças de software e
(Dinamic Host Configuration Protocol) que atribui nome outros;
às estações clientes. Redução de custos de documentação;
Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcio- Redução de custos de suporte;
nários acessam as informações colocadas à sua disposição Redução de redundância na criação e manutenção de
no servidor. Para isso usam o Web browser, software que páginas;
permite folhear os documentos. Redução de custos de arquivamento;
Compartilhamento de recursos e habilidade.
Comparando Intranet com Internet
Na verdade as diferenças entre uma intranet e a In- Alguns dos empecilhos são:
ternet, é uma questão de semântica e de escala. Ambas Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de cola-
utilizam as mesmas técnicas e ferramentas, os mesmos boração, não são tão poderosos quanto os oferecidos pe-
protocolos de rede e os mesmos produtos servidores. O los programas para grupos de trabalho tradicionais. É ne-
conteúdo na Internet, por definição, fica disponível em es- cessário configurar e manter aplicativos separados, como
cala mundial e inclui tudo, desde uma home-page de al- e-mail e servidores Web, em vez de usar um sistema unifi-
guém com seis anos de idade até as previsões do tempo. A cado, como faria com um pacote de software para grupo
maior parte dos dados de uma empresa não se destina ao de trabalho;
consumo externo, na verdade, alguns dados, tais como as Número Limitado de Ferramentas - Há um número
cifras das vendas, clientes e correspondências legais, de-vem limitado de ferramentas para conectar um servidor Web a
ser protegidos com cuidado. E, do ponto de vista da escala, a bancos de dados ou outros aplicativos back-end. As intra-
Internet é global, uma intranet está contida den-tro de um nets exigem uma rede TCP/IP, ao contrário de outras solu-
pequeno grupo, departamento ou organização corporativa. ções de software para grupo de trabalho que funcionam com
No extremo, há uma intranet global, mas ela ainda conserva os protocolos de transmissão de redes local existentes;
a natureza privada de uma Internet menor. Ausência de Replicação Embutida – As intranets não
A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão, apresentam nenhuma replicação embutida para usuários
por serem uma mistura caótica de informações úteis e ir- remotos. A HMTL não é poderosa o suficiente para desen-
relevantes, o meteórico aumento da popularidade de sites volver aplicativos cliente/servidor.
da Web dedicados a índices e mecanismos de busca é Como a Intranet é ligada à Internet
uma medida da necessidade de uma abordagem
organizada. Uma intranet aproveita a utilidade da Internet
e da Web num ambiente controlado e seguro.

Vantagens e Desvantagens da
Intranet Alguns dos benefícios são:
Redução de custos de impressão, papel, distribuição
de software, e-mail e processamento de pedidos;
Redução de despesas com telefonemas e pessoal no
suporte telefônico;
Maior facilidade e rapidez no acesso as informações
técnicas e de marketing;
Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações
remotas;
Incrementando o acesso a informações da concor-
rência;
Uma base de pesquisa mais compreensiva;
Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e par-
ceiros (revendas); Segurança da Intranet
Aumento da precisão e redução de tempo no acesso Três tecnologias fornecem segurança ao armazena-
informação; mento e à troca de dados em uma rede: autenticação,
Uma única interface amigável e consistente para con-trole de acesso e criptografia.
aprender e usar; Autenticação - É o processo que consiste em verificar se
Informação e treinamento imediato (Just in Time); um usuário é realmente quem alega ser. Os documen-tos e
As informações disponíveis são visualizadas com cla- dados podem ser protegidos através da solicitação de uma
reza; combinação de nome do usuário/senha, ou da ve-rificação
Redução de tempo na pesquisa a informações; do endereço IP do solicitante, ou de ambas. Os

81
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

usuários autenticados têm o acesso autorizado ou negado A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação
a recursos específicos de uma intranet, com base em uma en-tre os funcionários e parceiros além de acumular uma
ACL (Access Control List) mantida no servidor Web; base de conhecimento que possa ajudar os funcionários a
criar novas soluções.
Criptografia - É a conversão dos dados para um for- Exemplificando uma rede de conexões privadas, basea-
mato que pode ser lido por alguém que tenha uma chave da na Internet, utilizada entre departamentos de uma em-
secreta de descriptografia. Um método de criptografia presa ou parceiros externos, na cadeia de abastecimento,
am-plamente utilizado para a segurança de transações trocando informações sobre compras, vendas, fabricação,
Web é a tecnologia de chave pública, que constitui a base distribuição, contabilidade entre outros.
do HTTPS - um protocolo Web seguro;
Internet Explorer2
Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação O Internet Explorer facilita o acesso a sites e ajuda a
segura entre uma intranet e a Internet através de servi- ver com o máximo de qualidade todo o conteúdo incrível
dores proxy, que são programas que residem no firewall e que você pode encontrar. Depois de aprender alguns
permitem (ou não) a transmissão de pacotes com base no gestos e truques comuns, você poderá usar seu novo
serviço que está sendo solicitado. Um proxy HTTP, por navegador com todo o conforto e aproveitar ao máximo
seus sites favoritos.
exemplo, pode permitir que navegadores Webs internos
da empresa acessem servidores Web externos, mas não o Noções básicas sobre navegação
contrário. Mãos à obra. Para abrir o Internet Explorer, toque ou
Dispositivos para realização de Cópias de Segurança Os clique no bloco Internet Explorer na tela Inicial.
dispositivos para a realização de cópias de seguran- Uma barra de endereços, três formas de usar
ça do(s) servidor(es) constituem uma das peças de especial A barra de endereços é o seu ponto de partida para
importância. Por exemplo, unidades de disco amovíveis com navegar pela Internet. Ela combina barra de endereços e
grande capacidade de armazenamento, tapes... caixa de pesquisa para que você possa navegar, pesquisar
Queremos ainda referir que para o funcionamento de ou receber sugestões em um só local. Ela permanece fora
uma rede existem outros conceitos como topologias/con- do caminho quando não está em uso para dar mais
figurações (rede linear, rede em estrela, rede em anel, espaço para os sites. Para que a barra de endereços
rede em árvore, rede em malha …), métodos de acesso, apareça, passe o dedo de baixo para cima na tela ou
tipos de cabos, protocolos de comunicação, velocidade de clique na barra na parte inferior da tela se estiver usando
trans-missão … um mouse. Há três maneiras de utilizá-la:

EXTRANET Para navegar. Insira uma URL na barra de endereços


A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de para ir diretamente para um site. Ou toque, ou clique, na
computadores que faz uso da Internet para partilhar com barra de endereços para ver os sites que mais visita (os
segurança parte do seu sistema de informação. sites mais frequentes).
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de Para pesquisar. Insira um termo na barra de
computadores que faz uso da Internet para partilhar com endereços e toque ou clique em Ir para pesquisar a
segurança parte do seu sistema de informação. Internet com o mecanismo de pesquisa padrão.
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o concei-to Para obter sugestões. Não sabe para onde deseja ir?
confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode ser Digite uma palavra na barra de endereços para ver suges-
vista como uma parte da empresa que é estendida a usuários tões de sites, aplicativos e pesquisa enquanto digita. Basta
externos (“rede extra-empresa”), tais como repre-sentantes e tocar ou clicar em uma das sugestões acima da barra de
clientes. Outro uso comum do termo Extranet ocorre na
endereços.
designação da “parte privada” de um site, onde somente
“usuários registrados” podem navegar, previa-mente
autenticados por sua senha (login).

Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um
Portal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas e
funcionários de uma empresa consigam ter acesso à in-tranet
através de redes externas ao ambiente da empresa.
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada
via Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma
in-tranet é uma rede restrita à empresa que utiliza as
mesmas tecnologias presentes na Internet, como e-mail,
webpages, servidor FTP etc. Fonte: Ajuda do Internet Explorer

82
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Multitarefas com guias e janelas Dica


Com as guias, você pode ter muitos sites abertos em Você pode manter a barra de endereços e as guias en-
uma só janela do navegador, para que seja mais fácil abrir, caixadas na parte inferior da tela para abrir sites e fazer
fechar e alternar os sites. A barra de guias mostra todas as pesquisas rapidamente. Abra o botão Configurações, to-que
guias ou janelas que estão abertas no Internet Explorer. ou clique em Opções e, em Aparência, altere Sempre mostrar
Para ver a barra de guias, passe o dedo de baixo para a barra de endereços e as guias para Ativado.
cima (ou clique) na tela.
Personalizando sua navegação
Depois de ter aprendido as noções básicas sobre o
uso do navegador, você poderá alterar suas home pages,
adi-cionar sites favoritos e fixar sites à tela Inicial.
Para escolher suas home pages

Abrindo e alternando as guias


Abra uma nova guia tocando ou clicando no botão
Nova guia . Em seguida, insira uma URL ou um termo de
pesquisa ou selecione um de seus sites favoritos ou mais
visitados.
Alterne várias guias abertas tocando ou clicando nelas
na barra de guias. Você pode ter até 100 guias abertas em
uma só janela. Feche as guias tocando ou clicando em Fe-
char no canto de cada guia.

As home pages são os sites que se abrem sempre que


você inicia uma nova sessão de navegação no Internet Ex-
plorer. Você pode escolher vários sites, como seus sites de
notícias ou blogs favoritos, a serem carregados na abertura
do navegador. Dessa maneira, os sites que você visita com
mais frequência estarão prontos e esperando por você.
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em
Con-figurações.

Usando várias janelas de navegação (Se você estiver usando um mouse, aponte para o
Também é possível abrir várias janelas no Internet Ex- can-to inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse
plorer 11 e exibir duas delas lado a lado. Para abrir uma para cima e clique em Configurações.)
nova janela, pressione e segure o bloco Internet Explorer Toque ou clique em Opções e, em Home pages,
(ou clique nele com o botão direito do mouse) na tela Ini- toque ou clique em Gerenciar.
cial e, em seguida, toque ou clique em Abrir nova janela. Insira a URL de um site que gostaria de definir como
Duas janelas podem ser exibidas lado a lado na tela. home page ou toque ou clique em Adicionar site atual se
Abra uma janela e arraste-a de cima para baixo, para o estiver em um site que gostaria de transformar em home
lado direito ou esquerdo da tela. Em seguida, arraste a page.
outra janela a partir do lado esquerdo da tela.

83
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para salvar seus sites favoritos Lendo, salvando e compartilhando conteúdo da In-
Salvar um site como favorito é uma forma simples de ternet
memorizar os sites de que você gosta e que deseja visitar Ao examinar seu conteúdo online favorito, procure
sempre. (Se você tiver feito a atualização para o Windo-ws pelo ícone Modo de exibição de leitura na barra de en-
8.1 a partir do Windows 8 e entrado usando sua conta da dereços. O Modo de exibição de leitura retira quaisquer
Microsoft, todos os favoritos já existentes terão sido im- itens desnecessários, como anúncios, para que as matérias
portados automaticamente.) sejam destacadas. Toque ou clique no ícone para abrir a
Vá até um site que deseja adicionar. página no modo de exibição de leitura. Quando quiser re-
Passe o dedo de baixo para cima (ou clique) para exibir tornar à navegação, basta tocar ou clicar no ícone nova-
os comandos de aplicativos. Em seguida, toque ou clique no mente.
botão Favoritos para mostrar a barra de favoritos.
Toque ou clique em Adicionar a favoritos e, em se-
guida, toque ou clique em Adicionar.

Um artigo da Internet com o modo de exibição de lei-


tura desativado
Para fixar um site na tela Inicial
A fixação de um site cria um bloco na tela Inicial, o
que fornece acesso com touch ao site em questão. Alguns
sites fixados mostrarão notificações quando houver novo
conteúdo disponível. Você pode fixar quantos sites quiser
e organizá-los em grupos na tela Inicial.

Um artigo da Internet com o modo de exibição de lei-


tura ativado

Para personalizar as configurações do modo de exibi-


ção de leitura
Passe o dedo da borda direita da tela e toque em
Con-figurações.
Para exibir os comandos de aplicativos, passe o dedo
de baixo para cima (ou clique). (Se você estiver usando um mouse, aponte para o
Toque ou clique no botão Favoritos , toque ou clique can-to inferior direito da tela, mova o ponteiro do mouse
no botão Fixar site e, em seguida, toque ou clique em para cima e clique em Configurações.)
Fixar na Tela Inicial. Toque ou clique em Opções e, em Modo de exibição de
leitura, escolha um estilo de fonte e um tamanho de texto.
Dica Estas são algumas opções de estilo que você pode se-
Você pode alternar rapidamente os favoritos e as lecionar.
guias tocando ou clicando no botão Favoritos ou no
botão Guias nos comandos de aplicativos.

84
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Use a Navegação InPrivate. Os navegadores armaze-


nam informações como o seu histórico de pesquisa para
ajudar a melhorar sua experiência. Quando você usa uma
guia InPrivate, pode navegar normalmente, mas os dados
como senhas, o histórico de pesquisa e o histórico de pá-
ginas da Internet são excluídos quando o navegador é fe-
chado. Para abrir uma nova guia InPrivate, passe o dedo
de baixo para cima na tela (ou clique nela) para mostrar
os comandos de aplicativos, ou toque ou clique no botão
Ferramentas de guia e em Nova guia InPrivate.
Use a Proteção contra Rastreamento e o recurso Do
Not Track para ajudar a proteger sua privacidade. O ras-
treamento refere-se à maneira como os sites, os provedo-
res de conteúdo terceiros, os anunciantes, etc. aprendem
a forma como você interage com eles. Isso pode incluir o
rastreamento das páginas que você visita, os links em que
você clica e os produtos que você adquire ou analisa. No
Internet Explorer, você pode usar a Proteção contra Ras-
treamento e o recurso Do Not Track para ajudar a limitar
as informações que podem ser coletadas por terceiros so-
bre a sua navegação e para expressar suas preferências de
privacidade para os sites que visita.

FIREFOX3
Firefox é um navegador web de código aberto e mul-
tiplataforma com versões para Windows, OS X (Mac),
Linux e Android, em variantes de 32 e 64 bits,
dependendo da plataforma. O Firefox possui suporte para
extensões, na-vegação por abas, alerta contra sites
maliciosos, suporte para sincronização de informações,
gerenciador de senhas, bloqueador de janelas pop-up,
pesquisa integrada, corre-tor ortográfico, gerenciador de
Para salvar páginas na Lista de Leitura
download, leitor de feeds RSS e outros recursos.
Quando você tiver um artigo ou outro conteúdo que Além de ser multiplataforma, o Firefox também
deseje ler mais tarde, basta compartilhá-lo com sua Lista supor-ta diferentes linguagens, incluindo o português do
de Leitura em vez de enviá-lo por email para você mesmo Brasil (Pt Br).
ou de deixar mais guias de navegação abertas. A Lista de Surgido de um projeto criado por Dave Hyatt e Blake
Leitura é a sua biblioteca pessoal de conteúdo. Você pode Ross em 2002, somente dois anos depois a plataforma de
adicionar artigos, vídeos ou outros tipos de conteúdo a navegação pela internet se desmembrou de outras ferra-
ela diretamente do Internet Explorer, sem sair da página mentas e se tornou um browser independente. No
em que você está. começo, o Firefox se popularizou apenas entre o nicho de
Passe o dedo desde a borda direita da tela e toque adeptos do “software livre”, e mesmo assim já alcançou
em Compartilhar. dezenas de milhões de downloads.
(Se usar um mouse, aponte para o canto superior Não demorou muito para que o navegador começasse a
direi-to da tela, mova o ponteiro do mouse para baixo e receber melhorias relevantes e o seu potencial fosse ob-
clique em Compartilhar.) servado por outros perfis de internautas. E foi basicamente
Toque ou clique em Lista de Leitura e, em seguida, em assim que o produto da Fundação Mozilla ganhou seu es-
Adicionar. O link para o conteúdo será armazenado na paço e quase desbancou a hegemonia do Internet Explorer.
Lista de Leitura. Seu sistema de abas permite que o usuário navegue em
diversos sites sem a necessidade de abrir várias instân-cias
Ajudando a proteger sua privacidade do programa. A função de navegação privativa é muito útil,
Interagir em redes sociais, fazer compras, estudar, pois com ela, o Mozilla Firefox não memoriza histórico, dados
compartilhar e trabalhar: você provavelmente faz tudo isso fornecidos a páginas e ao campo de pesquisa, lista de
diariamente na Internet, o que pode disponibilizar suas in- downloads, cookies e arquivos temporários. Serão pre-
formações pessoais para outras pessoas. O Internet Explo-rer servados apenas arquivos salvos por downloads e novos
ajuda você a se proteger melhor com uma segurança favoritos. Além dessas opções, o navegador continua com as
reforçada e mais controle sobre sua privacidade. Estas são funções básicas de qualquer outro aplicativo semelhan-te:
gerenciador de favoritos, suporte a complementos e
algumas das maneiras pela quais você pode proteger me-
sincronização de dados na nuvem.
lhor a sua privacidade durante a navegação:
Fonte: Ajuda do Firefox

85
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Principais características
Navegação em abas;
A mesma janela pode conter diversas páginas. Abrin-
do os links em segundo plano
Eles já estarão carregados quando você for ler;
Bloqueador de popups:
O Firefox já vem com um bloqueador embutido de
popups;
Pesquisa inteligente;
O campo de pesquisa pelo Google fica na direita na
barra de ferramentas e abre direto a página com os resul-
tados, poupando o tempo de acesso à página de pesquisa
antes de ter que digitar as palavras chaves. O novo
localiza-dor de palavras na página busca pelo texto na
medida em que você as digita, agilizando a busca; Conheça o Firefox Hello
Favoritos RSS; - Converse por vídeo com qualquer pessoa, em qual-
A integração do RSS nos favoritos permite que você quer lugar
fique sabendo das atualizações e últimas notícias dos seus - É grátis! Não é preciso ter conta ou baixar comple-
sites preferidos cadastrados. Essa função é disponibilizada mentos.
a partir do Firefox 2; - Escolha como você quer pesquisar
Downloads sem perturbação;
Os arquivos recebidos são salvos automaticamente na
área de trabalho, onde são fáceis de achar. Menos interrup-
ções significam downloads mais rápidos. Claro, essa
função pode ser personalizada sem problemas;
Você decide como deve ser seu navegador;
O Firefox é o navegador mais personalizável que
exis-te. Coloque novos botões nas barras de ferramentas,
ins-tale extensões que adiciona novas funções, adicione
temas que modificam o visual do Firefox e coloque mais
mecanis-mos nos campos de pesquisa.

O Firefox pode se tornar o navegador mais adequado


para a sua necessidade:
Fácil utilização; Uma nova maneira de pesquisar, ainda mais inteligente
Simples e intuitivo, mas repleto de recursos. O Sugestões de pesquisa aparecerão conforme você
Firefox tem todas as funções que você está acostumado - digita
favori-tos, histórico, tela inteira, zoom de texto para tornar Escolha o site certo para cada pesquisa
as pá-ginas mais fáceis de ler, e diversas outras Use a estrela para adicionar Favoritos
funcionalidades intuitivas;
Compacto;
A maioria das distribuições está em torno dos 5MB.
Você leva apenas alguns minutos para copiar o Firefox para o
seu computador em uma conexão discada e segunda em
uma conexão banda larga. A configuração é simples e in-
tuitiva. Logo você estará navegando com essa ferramenta.

Principais novidades
Tudo começa pelo novo e intuitivo menu
As opções que você mais acessa, todas no mesmo
lugar
Pensado para facilitar o acesso
Converse por vídeo com qualquer pessoa
diretamen-te do Firefox
Seus sites favoritos estão mais perto do que nunca
Adicione e visualize seus Favoritos rapidamente
Salve qualquer site com apenas um clique

86
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como funcionam as sugestões de sites?


O Firefox exibe links de sites como miniaturas ou lo-
gotipos na página Nova Aba. Quando usar o Firefox pela
primeira vez, verá links para sites da Mozilla. Esses sites
serão eventualmente substituídos por sites visitados com
mais frequência.

Desativar os controles da Nova Aba


Para ocultar tudo na sua página Nova Aba, incluindo os
controles da Nova Aba (ou para escolher a página que abre
em uma nova aba) você pode instalar o complemento New
Tab Override (browser.newtab.url replacement).

Personalizar a página Nova aba


O comportamento padrão do Firefox é exibir os sites
em destaque em uma nova aba. Aprenda como personali-
zar, fixar, remover e reorganizar esses sites.

Fixar

Ocultar ou exibir Sugestões na Nova Aba

Você pode determinar sua página Nova Aba para


exibir seus sites mais visitados ou até mesmo nada. Para
acessar estes controles clique no ícone da engrenagem no
canto superior direito da nova aba.

Exibir seus sites principais Clique no ícone no canto superior esquerdo da suges-
Clique no ícone de engrenagem na página Nova Aba tão para fixá-la naquela posição na página.
e marque Exibir os sites mais visitados. Dica: Configure o Firefox Sync para sincronizar suas
Su-gestões fixadas entre os seus outros computadores.
Mostrar uma Nova Aba em branco
Para remover todos os sites da página Nova Aba, Remover
sele-cione Exibir página em branco.

87
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no “X” no canto superior direito do site para - Crie uma conta do Sync
ex-cluí-lo da página. Clique no botão de menu e depois em Entrar no Sync.
Nota: Se acidentalmente remover um site, pode recu- A página de acesso será aberta em uma nova aba.
perá-lo clicando em Desfazer no topo da página. Se
muitos sites foram removidos clique em Restaurar tudo.

Reorganizar

Nota: Se não visualizar uma seção do Sync no menu,


você ainda está usando uma versão antiga do Sync.
Clique no botão Começar.
Preencha o formulário para criar uma conta e clique
em Sign Up. Anote o endereço de e-mail e a senha usada,
você precisará disso mais tarde para entrar.
Verifique nas suas mensagens se recebeu o link de
verificação e clique nele para confirmar seu endereço de
Clique e arraste uma Sugestão para dentro da posição e-mail. Você já está pronto para começar a usar!
que desejar. Ela será “fixada” nesse novo local.
Adicionar um dos seus favoritos Conecte dispositivos adicionais ao Sync
Você também pode abrir a biblioteca de favoritos e Tudo que precisa fazer é entrar e deixar o Sync fazer o
ar-rastá-los para a página Nova Aba. resto. Para entrar você precisa do endereço de e-mail e a
Antes de iniciar, configure o Firefox para lembrar o senha que usou no começo da configuração do sync.
his-tórico. Clique no botão de menu , e, em seguida, clique em
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os Entrar no Sync.
favoritos para abrir a janela da Biblioteca. Clique no botão Começar para abrir a página Crie
Arraste um favorito para dentro da posição que você uma conta Firefox.
quiser. Clique no link Already have an account? Sign in na
par-te inferior da página.

Insira o e-mail e a senha que você usou para criar sua


nova conta do Sync.
Como faço para configurar o Sync no meu compu- Depois que você tiver entrado, o Firefox Sync
tador? começará a sincronização de suas informações através
O Sync permite compartilhar seus dados e preferên- dos seus dis-positivos conectados.
cias (como favoritos, histórico, senhas, abas abertas, Lista
de Leitura e complementos instalados) com todos os seus Remover um dispositivo do Sync
dispositivos. Aprenda como configurar o Firefox Sync. Clique no botão para expandir o Menu.
Importante: O Sync requer a versão mais recente do Clique no nome da sua conta no Sync (geralmente seu
Firefox. Certifique-se de que você atualizou o Firefox em endereço de e-mail) para abrir as preferências do Sync.
quaisquer computadores ou dispositivos Android. Clique em Desconectar. Seu dispositivo não será mais
Configurar o Sync requer duas partes: A criação de sincronizado.
uma conta no seu dispositivo principal e entrar nesta
conta usando outros dispositivos. Aqui estão os passos
em de-talhes:

88
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Crie favoritos para salvar suas páginas favoritas você visitou, adicionou aos favoritos ou colocou tags apa-
Os favoritos são atalhos para as páginas da web que recerá. Sites com favoritos terão uma estrela amarela ao
você mais gosta. seu lado. Apenas clique em um deles e você será levado
Como eu crio um favorito? até lá instantaneamente.
Fácil — é só clicar na estrela!
Para criar um favorito, clique no ícone da estrela na
Barra de ferramentas. A estrela ficará azul e seu favorito
será adicionado na pasta “Não organizados”. Pronto!

Como eu organizo os meus favoritos?


Na Biblioteca, você pode ver e organizar todos os
seus favoritos.
Dica: Quer adicionar todas as abas de uma só vez? Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
Clique com o botão direito do mouse em qualquer aba e favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
selecione Adicionar todas as abas.... Dê um nome a pasta
e escolha onde quer guardá-la. Clique adicionar favoritos
para finalizar.

Como eu mudo o nome ou onde fica guardado um


favorito?
Para editar os detalhes do seu favorito, clique nova-
mente na estrela e a caixa Propriedades do favorito apa-
recerá.

Por padrão, os favoritos que você cria estarão localiza-


dos na pasta “Não organizados”. Selecione-a na barra late-ral
da janela “Biblioteca” para exibir os favoritos que você
adicionou. Dê um clique duplo em um favorito para abri-lo.
Enquanto a janela da Biblioteca está aberta, você tam-
bém pode arrastar favoritos para outras pastas como a
Na janela Propriedades do favorito você pode modifi- “Menu Favoritos”, que exibe seus favoritos no menu
car qualquer um dos seguintes detalhes: aberto pelo botão Favoritos. Se você adicionar favoritos à
Nome: O nome que o Firefox exibe para os favoritos pasta “Barra de favoritos”, eles aparecerão nela (embaixo
em menus. da Bar-ra de navegação).
Pasta: Escolha em que pasta guardar seu favorito sele-
cionando uma do menu deslizante (por exemplo, o Menu
Favoritos ou a Barra dos favoritos). Nesse menu, você
tam-bém pode clicar em Selecionar... para exibir uma lista
de todas as pastas de favoritos.
Tags: Você pode usar tags para ajudá-lo a pesquisar e
organizar seus favoritos. Quando você terminar suas
modi-ficações, clique em Concluir para fechar a caixa.

Onde posso encontrar meus favoritos?


A forma mais fácil de encontrar um site para o qual
você criou um favorito é digitar seu nome na Barra de En-
dereços. Enquanto você digita, uma lista de sites que já

89
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como eu ativo a Barra de favoritos?


Se você gostaria de usar a Barra de Favoritos, faça o
seginte:
Clique no botão e escolhe Personalizar.
Clique na lista Exibir/ocultar barras e no final selecione
Barra dos favoritos.
Clique no botão verde Sair da personalização.

Removendo apenas uma página dos Favoritos Acesse a


página que deseja remover nos Favoritos. Clique no
ícone da estrela à direita da sua barra de pes-
quisa.
Na janela Editar este favorito, clique Remover Favorito.

Na janela de nova pasta, digite o nome e (opcional-


mente) uma descrição para a pasta que você deseja criar.

Adicionando favoritos em pastas


Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique na pasta que contém atualmente o favorito
Removendo mais de uma página ou pasta dos Favo- que você deseja mover.
ritos Arraste o favorito sobre a pasta e solte o botão para
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os mover o favorito para a pasta.
favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
No painel esquerdo da janela do gerenciador, clique Ordenando por nome
na pasta que deseja visualizar. Seu conteúdo será Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
mostrado no painel direito. favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
No painel direito, selecione os itens que deseja remo- Clique com o botão direito do mouse na pasta que
ver. de-seja ordenar e selecione Ordenar pelo nome. Os
Com os itens a serem removidos selecionado, clique Favoritos serão colocados em ordem alfabética.
no botão Organizar e selecione Excluir.

Criando novas pastas

Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos


os favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique com o botão direito do mouse na pasta que irá
conter a nova pasta, então selecione Nova pasta.... As alterações efetuadas na janela Biblioteca será refle-
tido na barra lateral, no menu e no botão de favoritos.
Reorganizando manualmente
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
Clique na pasta que contém o favorito que você
deseja mover para expandi-la.

90
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no favorito que você quer mover e arraste-o Dica: Mais opções de configuração da página inicial
para a posição desejada. es-tão disponíveis na janela Opções .

Clique no botão menu e depois em Opções, na ja-


nela que foi aberta vá para o painel Geral.
A partir do menu drop-down, selecione Abrir página
em branco na inicialização ou Restaurar janelas e abas an-
teriores.
Clicando em Usar as páginas abertas, as páginas que
estiverem abertas serão configuradas como páginas ini-
ciais, abrindo cada página em uma aba separada.

Para restaurar as configurações da página inicial, siga


os seguintes passos:
Clique no botão , depois em Opções
Selecione o painel Geral.
Clique no botão Restaurar o padrão localizado logo
Para mover um favorito para uma pasta diferente, ar- abaixo do campo Página Inicial.
raste-o para cima da pasta.
As alterações efetuadas na janela Biblioteca serão re-
fletidas na barra lateral, no menu e no botão de favoritos.

Ordenar visualizações na janela Biblioteca


Para ver os seus favoritos em várias ordens de classifi-
cação, use a janela Biblioteca:
Clique no botão favoritos e depois em Exibir todos os
favoritos para abrir a janela da Biblioteca.
No painel esquerdo, clique na pasta que deseja
visuali-zar. O conteúdo será exibido no painel da direita.
Clique no botão Exibir, selecione Ordenar e depois
escolha uma ordem de classificação.
A ordem de classificação na janela Biblioteca é apenas Feche a janela about:preferences. Quaisquer
para visualização, e não vai ser refletido na barra lateral, alterações feitas serão salvas automaticamente.
no menu ou no botão de favoritos.
Sugestões de pesquisa no Firefox
Definindo a Página Inicial Muitos mecanismos de pesquisa (incluindo Yahoo,
Veja como abrir automaticamente qualquer página Google, Bing e outros) fornecem sugestões de pesquisa,
web na inicialização do Firefox ou clicando no botão Pági- as quais são baseadas em pesquisas populares que outras
na inicial . pessoas fazem e que estão relacionadas com uma pala-
Abra a página web que deseja definir como sua vra ou palavras que você inserir. Quando as Sugestões de
página inicial. Pesquisa estão ativadas, o texto que você digita em um
Clique e arraste a aba para cima do botão Página Inicial campo de pesquisa é enviado para o mecanismo de
. busca, o qual analisa as palavras e exibe uma lista de
pesquisas relacionadas.

Clique em Sim para definir esta página como sua pá-


gina inicial.

91
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como as sugestões de pesquisa funcionam


Se você ver uma sugestão de pesquisa que
correspon-de ao que você está procurando, clique nela
para ver re-sultados para aquele termo de pesquisa. Isso
pode poupar tempo e ajudar você a encontrar o que está
procurando com menos digitação.
Ativar as sugestões de pesquisa enviará as palavras-
chave que você digita num campo de busca para o me-
canismo de pesquisa padrão - a menos que pareça que
você está digitando uma URL ou hostname. Os campos de
pesquisa incluem:
a barra de pesquisa
páginas iniciais (como mostrado na imagem acima)
a barra de endereço (onde as Sugestões de Pesquisa Enquanto você digita na busca da barra de ferramen-
podem ser desativadas separadamente) tas, o seu mecanismo de pesquisa padrão mostra suges-
tões para ajudá-lo a procurar mais rápido. Essas sugestões
são baseadas em pesquisas populares ou em suas pesqui-
O mecanismo de pesquisa padrão pode coletar essas sas anteriores (se estiver ativado).
informações de acordo com os termos da política de pri-
vacidade deles, e os usuários preocupados sobre essas in-
formações sendo coletadas podem desejar não ativar as
sugestões de pesquisa. As sugestões de pesquisa estão
de-sativadas por padrão no modo de Navegação Privada.
Você deve ativá-las explicitamente em uma janela de
navegação privativa para ativá-las nesse modo.

Ativando ou desativando as sugestões de pesquisa


As sugestões de pesquisa podem ser ativadas ou de-
sativadas a qualquer momento marcando ou
desmarcando a caixa Fornecer sugestões de pesquisa na
seção Pesquisar das opções do Firefox:

Pressione Enter para pesquisar usando o seu mecanis-


mo de pesquisa padrão, ou selecione outro mecanismo de
pesquisa clicando no logotipo.
Mecanismos de pesquisa disponíveis
O Firefox vem com os seguintes mecanismos de pes-
quisa por padrão:
Google para pesquisar na web através do Google
Nota: O padrão de busca do Google é criptografado
Para ver sugestões de pesquisa na barra de para evitar espionagem.
endereços, marque a opção Mostrar sugestões de Yahoo para pesquisar na web através do Yahoo
pesquisa na barra de localização. Bing para pesquisar na web através do Microsoft Bing
BuscaPé para procurar comparações de preços, pro-
Usando a Barra de Pesquisa dutos e serviços no site BuscaPé.
Basta digitar na barra de Pesquisa na sua barra de fer- DuckDuckGo como mecanismo de pesquisa para para
ramentas ou na página de Nova Aba. usuários que não querem ser rastreados.
Mercado Livre para procurar por itens à venda ou em
leilão no Mercado Livre
Twitter para procurar pessoas no Twitter
Wikipédia (pt) para pesquisar na enciclopédia online
gratuita Wikipédia Portuguesa.

92
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Gerenciador de Downloads

A Biblioteca e o painel de downloads controlam os ar-


quivos baixado pelo Firefox. Aprenda a gerenciar seus ar-
quivos e configurar as definições de download.

Como faço para acessar meus downloads?


Você pode acessar seus downloads facilmente
clicando no icone download (a seta para baixo na barra de
ferra-mentas). A seta vai aparecer azul para que você
saiba que existem arquivos baixados.

Durante um download, o icone de download muda


para um timer que mostra o progresso do seu download.
O timer volta a ser uma seta quando o download for con-
cluído.

A Biblioteca mostra essas informações para todos os


seus arquivos baixados, a menos que você tenha
removido eles do seu histórico.

Clique no icone download para abrir o painel de


down-loads. O painel Downloads exibe os últimos três
arquivos baixados, juntamente com o tempo, tamanho e
fonte do download:

Como posso gerenciar meus arquivos baixados?


No painel Downloads e na sua Biblioteca, existe um
botão icone a direita de cada arquivo que muda de
acordo com o progresso atual do download.

Para ver todos os seus downloads, acesse a Biblioteca


clicando em Exibir todos os downloads na parte inferior
do painel de Downloads.
Pausar: Você pode pausar qualquer download em
progresso clicando com o botão direito no arquivo e se-
lecionando Pausar. Isto pode ser útil, por exemplo, se você
precisa abrir um pequeno download que começou depois
de um download grande. A Pausa de downloads lhe dá a
opção de decidir qual dos seus downloads são mais
impor-tantes.Quando você quiser continuar o download
desses arquivos, clique com o botão direito no arquivo e
selecione Continue.
Cancelar : Se depois de iniciar o download você de-cidir
que não precisa mais do arquivo, cancelar o download
simples: apenas clique no botão X ao lado do arquivo.
Este botão se transformará em um símbolo de
atualização, clique novamente para reiniciar o download.

93
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abrir o arquivo: Quando o download acabar, você Atalho para alternar o modo Tela inteira: Pressione a
pode dar um clique no arquivo para abrir-lo. tecla F11.
Abrir pasta : Uma vez que o arquivo tenha concluído o Nota: Em computadores com teclado compacto
download, o ícone à direita da entrada do arquivo torna- (como netbooks e laptops), pode ser necessário usar a
se uma pasta. Clique no ícone da pasta para abrir a pasta combina-ção de teclas fn + F11.
que contém esse arquivo.
Remover arquivo da lista: Se você não quiser manter o Histórico
registro de um determinado download, simplesmente cli- Toda vez que você navega na internet o Firefox guarda
que com o botão direito no arquivo, então selecione várias informações suas, como por exemplo: sites que você
Excluir da lista. Isto irá remover a arquivo da lista, mas não visitou, arquivos que você baixou, logins ativos, dados de
vai apagar o arquivo em si. formulários, entre outros. Toda essa informação é chamada
Repetir um download : Se por qualquer razão um de histórico. No entanto, se estiver usando um computador
download não completar, clique no botão a direita do ar- público ou compartilha um computador com alguém, você
quivo - um simbolo de atualizar - para reiniciar. pode não querer que outras pessoas vejam esses dados.
Limpar downloads: Clique no botão Limpar
Downloads no topo da janela da Biblioteca para limpar Que coisas estão incluídas no meu histórico?
todo o histórico de itens baixados.

Como deixar o Firefox em tela inteira


Tela inteira é um recurso do Firefox que permite que
ele ocupe a tela toda, ótimo para aquelas telinhas aperta-
das de netbooks, aproveitando o máximo da sua HDTV ou
só porque quer!
Ative o modo Tela inteira
Maior é melhor! Preencha sua tela com o Firefox.
Clique no botão menu no lado direito da barra de
ferramentas e selecione Tela inteira.

Histórico de navegação e downloads: Histórico de na-


vegação é a lista de sites que você visitou que são exibidos
no menu Histórico, a lista do Histórico na janela Biblioteca e a
lista de endereços da função de completar automati-camente
da Barra de endereços. Histórico dos downloads
a lista de arquivos que foram baixados por você e são
exibidos na janela Downloads.
Dados memorizados de formulários e Barra de Pesqui-sa:
O histórico de dados memorizados de formulários inclui os
itens que você preencheu em formulários de páginas web
para a funcionalidade de Preenchimento Automático de
Formulários. O histórico da Barra de Pesquisa inclui os itens
que você pesquisou na Barra de Pesquisa do Firefox.
Cookies: Cookies armazenam informações sobre os
websites que você visita, tais como o estado da sua auten-
Desative o modo Tela inteira ticação e preferências do site. Também incluem informa-
Traga o meu computador de volta! Encolha o Firefox ções e preferências do site armazenadas por plugins
para seu tamanho normal. como o Adobe Flash. Cookies podem também ser usados
Mova o mouse para o topo da tela para fazer a barra por terceiros para rastreá-lo entre páginas.
de ferramentas reaparecer Nota: Para poder limpar cookies criados pelo Flash você
Clique no botão menu no lado direito da barra de precisa estar usando a versão mais recente do plugin.
ferramentas e selecione Tela inteira. Cache: O cache armazena arquivos temporariamente,
Atalhos de teclado tais como páginas web e outras mídias online, que o
Para aqueles de boa memória. Use a tela inteira Firefox baixou da Internet para tornar o carregamento das
através do teclado. páginas e sites que você já visitou mais rápido.

94
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Logins ativos: Caso você tenha se logado em um web- Clique no botão , depois em Opções
site que usa autenticação HTTP desde a vez mais recente Selecione o painel Privacidade.
que você abriu o Firefox, este site é considerado “ativo”. Defina O Firefox irá: para Usar minhas configurações.
Ao limpar estes registros você sai destes sites.
Dados offline de sites: Se você permitir, um website
pode guardar informações em seu computador para que
você possa continuar a utilizá-lo mesmo sem estar conec-
tado à Internet.
Preferências de sites: Preferências de sites, incluindo o
nível de zoom salvo para cada página específica, codi-
ficação de caracteres e as permissões de páginas (como
excessões para bloqueadores de anúncios) estão descritas
em janela de Propriedades da Página.

Como limpo meu histórico?


Clique no botão de menu , selecione Histórico e, em
seguida, Limpar dados de navegação…. Marque a opção Limpar histórico quando o Firefox fe-
Selecione o quanto do histórico você deseja limpar: char.
Clique no menu suspenso ao lado de Intervalo de
tem-po a limpar para escolher quanto de seu histórico o
Firefox limpará.

Para especificar que tipos de histórico devem ser lim-


pos, clique no botão Configurar..., ao lado de Limpar
histó-rico quando o Firefox fechar.
Na janela Configurações para a limpeza do histórico,
marque os itens que você quer que sejam limpos automa-
Em seguida, clique na seta ao lado de Detalhes para ticamente sempre que você sair do Firefox.
selecionar exatamente quais informações você quer que
sejam limpas.

Após selecionar os itens a serem limpos, clique em OK


para fechar a janela Configurações para a limpeza do his-
Finalmente, clique no botão Limpar agora. A janela tórico.
será fechada e os itens selecionados serão limpos. Feche a janela about:preferences. Quaisquer
Como faço para o Firefox limpar meu histórico auto- alterações feitas serão salvas automaticamente.
maticamente? Como faço para remover um único site do meu histó-
Se você precisa limpar seu histórico sempre que usar rico?
o Firefox, você pode configurá-lo para que isso seja feito Clique no botão , depois em Histórico, em seguida,
automaticamente assim que você sair, assim você não es- clique no link no final da lista Exibir todo o histórico, para
quece. abrir a janela da Biblioteca.

95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Use o campo Localizar no histórico no canto superior Imprimindo uma página web
direito e pressione a tecla Enter para procurar pelo site
que você deseja remover do histórico. Clique no menu e depois em Imprimir.
Nos resultados da busca, clique com o botão direito
no site que você deseja remover, e selecione Limpar tudo
so-bre este site. Ou simplesmente selecione o site que
deseja excluir e pressione a tecla ‘Delete’.
Todos os dados de histórico (histórico de navegação e
downloads, cookies, cache, logins ativos, senhas, dados de
formulários, exceções para cookies, imagens, pop-ups) do
site serão removidos.

Na janela de impressão que foi aberta, ajuste as con-


figurações do que você está prestes a imprimir, se for ne-
cessário.
Clique em OK para iniciar a impressão.
Janela de configurações de impressão
Finalmente, feche a janela Biblioteca.

O leitor de PDF
O visualizador de PDF integrado de maneira nativa ao
navegador. Isto significa que agora não é mais necessário
ter que instalar um plugin externo no Mozilla Firefox para
fazê-lo visualizar um documento neste formato. Este
visua-lizador, inclusive, funciona da mesma forma como
ocorre no Google Chrome, que também suporta a
visualização de arquivos PDF nativamente.
Agora, sempre que você clicar em um documento PDF
no navegador, ele será aberto diretamente na tela. Os
con-troles são exibidos na parte superior, com os quais
você pode salvar ou imprimir o documento, bem como
usar re-cursos como zoom, ou ir diretamente para uma
página es-pecífica. Também é possível alternar para o
modo de apre-sentação e exibir o PDF em tela cheia.
Durante os testes realizados, conseguimos abrir vários
PDFs em diversas abas sem nenhum problema, já que não
houve travamentos. O segredo por trás do leitor é que ele
converte os PDFs para o HTML 5. Seção Impressoras:

Clique no menu drop-down ao lado de Name para


mu-dar qual a impressora imprimirá a página que você
está vendo.
Nota: A impressora padrão é a do Windows. Quando
uma página da web é impressa com a impressora selecio-
nada, ela se torna a impressora padrão do Firefox.
Cique em Propiedades... para mudar o tamanho do
pa-pel, qualidade de impressão e outras configurações
espe-cíficas da impressora.

96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Seção Intervalo de impressão - Especifique quais Formato e Opções


pági-nas da página web atual será impressa:
Selecione Tudo para imprimir tudo.
Selecione Páginas e coloque o intervalo de páginas
que você quer imprimir. Por exemplo, selecionando “de 1
a 1” imprimirá somente a primeira página.
Selecione Seleção para imprimir somente a parte da
página que você selecionou.
Seção Cópias - Especifique quantas cópias você quer
imprimir.
Se colocar mais do que 1 no campo Número de cópias,
você também pode escolher se quer agrupá-las. Por exem-
plo, se você escolheu fazer 2 cópias e selecionou Juntar, elas
serão impressas na ordem 1, 2, 3, 1, 2, 3. Caso contrá-rio, elas
serão impressas na ordem 1, 1, 2, 2, 3, 3.
Nota: As seguintes configurações são salvas como
pre-ferências do Firefox em uma base por impressora.
SeçãoImprimir bordas - Se você está vendo uma pá-
gina web com bordas, poderá selecionar como as bordas
serão impressas:

Na aba Formato e Opções você pode alterar:


Formato:
Selecione Retrato para a maioria dos documentos e
páginas web.
Selecione Paisagem para páginas e imagens largas.
Escala: Para tentar uma página web em menos folhas
impressas, você pode ajustar a escala. Reduzir para caber
ajusta automaticamente a escala.
Opções: Selecione Imprimir cores e imagens de fundo
para que o Firefox imprima as páginas com cor e imagens
de fundo como elas são mostradas na tela, caso contrário,
Firefox imprimirá com o fundo branco.
Margens e Cabeçalho/ Rodapé

Como apresentado na tela irá imprimir da mesma for-


ma que você vê a página web no Firefox.
O campo selecionado irá imprimir somente o
conteúdo dentro da última borda que você clicou.
Cada campo separadamente irá imprimir o conteúdo
de todas as bordas, mas em páginas separadas.
Mudando a configuração da página
Para alterar a orientação da página, alterar se as cores
e imagens de fundo são impressas, as margens da página,
o que incluir no cabeçalho e rodapé das páginas
impressas, na parte superior da janela do Firefox, clique
no botão Fi-refox, veja mais em Imprimir... (menu Arquivo
no Windows XP) e selecione Configurar página.... A janela
de configura-ção de página irá aparecer.
Nota: As seguintes configurações são salvas como
pre-ferências do Firefox em uma base por impressora.

97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na aba Margens e Cabeçalhos/Rodapé você pode al-


terar:
Margens: Você pode colocar a largura da margem se-
paradamente para cima, baixo, esquerda e direita.
Cabeçalho e Rodapé: Use os menus dropdown para
selecionar o que irá aparecer na página impressa. O valor
do dropdown superior esquerdo aparece no canto
superior esquerdo da página; o valor do dropdown
superior central aparece na parte superior central da
página, e assim por diante. Você pode escolher entre:
--em branco--: Nada será impresso.
Título: Imprime o título das páginas web.
Endereço: Imprime o endereço das páginas web.
Data/Hora: Imprime a data e hora em que a página foi
impressa.
Página #: Imprime o número da página. Use as seguintes opções para convidar seus amigos:
Página # de #: Imprime o número da página e o total
de páginas.
Personalizar...: Coloque seu próprio texto de
cabeçalho ou rodapé. Isso pode ser usado pra mostrar o
nome da empresa ou organização no alto ou na parte de
baixo de toda página impressa.
Clique em OK para concluir as alterações e fechar a
janela de configuração de páginas.

Visualizar impressão
Para ver como a página web que você quer imprimir
ficará quando impressa, na parte superior da janela do Fire-
fox, clique no botão Firefox, veja mais em Imprimir...(menu
Arquivo no Windows XP), e selecione Visualizar impressão.
A janela de pré-visualização permite mudar algumas das
opções descritas acima. Acesse a janela de impressão
clicando em Imprimir..., ou a janela de configuração de pá- Copie e cole o link para a sua ferramenta de mensa-
gina clicando em Configurar página.... Clique nas setas ao gens preferida clicando em Copiar Link.
lado do campo Página: para trocar as páginas do docu- Envie o link por e-mail para o seu amigo clicando no
mento. As setas duplas mudam para a primeira ou última botão Enviar link por E-mail. Isso abrirá sua aplicação de
página, as setas únicas vão para a próxima página ou a e-mail padrão.
anterior. Você também pode ajustar a escala e o formato
(veja acima). Compartilhar no Facebook.
Quando seu amigo se juntar à conversa, você verá um
alerta.
Para encerrar a chamada, clique em .
Se juntar a uma conversa
Clique em Fechar para sair da visualização da impres-
são. Recebeu um convite? Se juntar a uma conversa é fácil!
Firefox Hello - conversas por vídeo e voz online Apenas clique no link do seu convite e clique no botão na
O Firefox Hello lhe deixa navergar e discutir páginas página para entrar na conversa.
web com seus amigos diretamente no navegador. Tudo
que você precisa é uma webcam (opcional), um Controlar suas notificações
microfone, e a versão mais recente do Firefox para ligar Você pode desligar as notificações no Firefox se você
para os ami-gos que estão em navegadores suportados preferir não ser notificado quando um amigo se juntar:
pelo WebRTC como Firefox, Chrome, ou Opera.
Nota: O Firefox Hello não está disponível na Navega- Clique no botão do Hello .
ção Privada. Clique na engrenagem na parte de baixo do painel e
Iniciar uma conversa escolha Desligar notificações.
Clique no botão Hello .
Clique em Navegar nessa página com um amigo.

98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Navegação Privativa Dica: Janelas de navegação privativas tem uma


Quando navega na web, o Firefox lembra de varias in- másca-ra roxa no topo.
formação para você - como os sites visitados. No entan-
to, pode haver momentos em que não deseja que outros
usuários tenham acesso a tais informações, como quando
estiver comprando um presente de aniversário. A navega-
ção privativa permite que navegue na internet sem salvar
informações sobre os sites e páginas visitadas.
A navegação privativa também inclui Proteção contra
rastreamento na navegação privada, a qual impede que
seja rastreado enquanto navega.
Mostraremos a você como funciona. O que a navegação privativa não salva?
Importante: A navegação privativa não o torna anôni- Páginas visitadas: Nenhuma página será adicionada à
mo na Internet. Seu provedor de acesso a internet ou os lista de sites no histórico, lista de história da janela da Bi-
próprios sites ainda podem rastrear as páginas visitadas. blioteca, ou na lista de endereços da Awesome Bar.
Além disso, a navegação privativa não o protege de key- Entradas em formulário e na barra de pesquisa: Nada
loggers ou spywares que podem estar alojados em seu digitado em caixas de texto em páginas web ou na barra
computador de busca será salvo para o autocomplete.
Senhas: Nenhuma senha será salva.
Como abrir uma nova janela privativa? Lista de arquivos baixados: os arquivos que você
Existem duas maneiras de se abrir uma nova Janela baixar não serão listados na Janela de Downloads depois
Pri-vativa. de de-sativar a Navegação Privativa.
Abrir uma nova Janela Privativa vazia Cookies: Cookies armazenam informações sobre os si-
Clique no botão de menu e depois em Nova janela tes que você visita como preferências, status de login, e os
privativa. dados utilizados por plugins, como o Adobe Flash.
Cookies também podem ser utilizados por terceiros para
rastreá-lo através dos sites.
Conteúdo web em Cache e Conteúdo Web off-line e
de dados do usuário ‘: Nenhum arquivo temporário da In-
ternet (cache) ou arquivos armazenados para o uso off-
line serão salvo.
Nota:
Favoritos criados ao usar a Navegação Privativa serão
salvos.
Todos os arquivos que você baixar para o seu compu-
tador durante o uso de navegação privada serão salvos.
O Firefox Hello não está disponível na navegação pri-
vativa.
Posso definir o Firefox para sempre usar a navegação
privativa?
O Firefox está definido para lembrar o histórico por
padrão, mas você pode alterar essa configuração de pri-
vacidade no Firefox Opções (clique no menu Firefox ,
escolha Opções e selecione o painel Privacidade). Quando
Abrir um link em nova janela privativa alterar a configuração do histórico para nunca lembrar o
Clique com o botão direito do mouse e escolha Abrir histórico, isto equivale a estar sempre no modo de nave-
link em uma nova janela privativa no menu contextual. gação privativa.
Importante: Quando o firefox está definido para nunca
lembrar o histórico você não verá uma máscara roxa na parte
superior de cada janela, mesmo que esteja efetiva-mente no
modo de navegação privativa. Para restaurar a navegação
normal, vá para o painel privacidade Opções e defina o
Firefox para lembrar o histórico.
Outras formas de controlar as informações que o Fire-
fox salva
Você sempre pode remover a navegação recente, as
pesquisas e histórico de download depois de visitar um
site.

99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como saber se a minha conexão com um site é se-


gura?
O botão de Identidade do Site (um cadeado) aparece
na sua barra de endereço quando você visita um site
segu-ro. Você pode descobrir rapidamente se a conexão Para sites usando certificados VE, o botão de identida-de
para o site que estar visualizando é criptografado. Isso do site exibe tanto um cadeado verde e o nome legal da
deve lhe ajudar a evitar sites maliciosos que estão companhia ou organização do website, então você sabe
tentando obter sua informação pessoal. quem está operando ele. Por exemplo, isto mostra que o
mozilla.org é de propriedade da Fundação Mozilla.
Cadeado verde com um triângulo cinza de alerta
Um cadeado verde com um triângulo cinza de alerta
indica que o site é seguro; no entanto, o firefox bloqueou
o conteúdo inseguro e, assim, o site pode não necessaria-
O botão de Identidade do Site estar na barra de ende- mente exibir ou funcionar inteiramente correto.
reço à esquerda do endereço web. Mais comumente,
quan-do visualizando um site seguro, o botão de Cadeado cinza com um triângulo amarelo de alerta Um
Identidade do Site será um cadeado verde. cadeado cinza com um triângulo amarelo de alerta
indica que a conexão entre o Firefox e o website é apenas
parcialmente criptografada e não impede espionagem.

No entanto, em algumas circunstâncias raras, ele tam-


bém pode ser um cadeado verde com um triângulo de
alerta cinza, um cadeado cinza com um triângulo de alerta
amarelo, ou um cadeado cinza com uma linha vermelha. Nota: Não envie qualquer tipo de informação sensível
(informação bancária, dados de cartão de crédito, Números
de Seguridade Social, etc.) para sites onde o botão de iden-
tidade do site tem o ícone de triângulo de alerta amarelo.
Nota: Clicando no botão à esquerda da barra de en- Cadeado cinza com um traço vermelho
dereço nos traz o Centro de Controle, o qual lhe permite Um cadeado cinza com um traço vermelho indica que
visualizar mais informações detalhadas sobre o estado de a conexão entre o Firefox e o website é apenas parcial-
segurança da conexão e alterar algumas configurações de mente criptografada e não previne contra espionagem ou
segurança e privacidade. Aviso: Você nunca deve enviar ataque man-in-the-middle.
qualquer tipo de informação sensível (informação bancá-ria,
dados de cartão de crédito, Números de Seguridade Social,
etc.) para um site sem o ícone de cadeado na barra de
endereço - neste caso não é verificado que você está se
comunicando com o site pretendido nem que seus dados Esse ícone não aparecerá a menos que você manual-
estão seguros contra espionagem! mente desativou o bloqueio de conteúdo misto.
Nota: Não envie qualquer tipo de informação sensível
Cadeado verde (informação bancária, dados de cartão de crédito,
Um cadeado verde (com ou sem um nome de organi- números de seguridade social, etc.) para sites onde o
zação) indica que: botão de iden-tidade do site tem o ícone de um cadeado
Você está realmente conectado ao website cujjo en- cinza com uma listra vermelha.
dereço é exibido na barra de endereço; a conexão não foi
interceptada. Configurações de segurança e senhas
A conexão entre o Firefox e o website é criptografada Este artigo explica as configurações disponíveis no
para evitar espionagem. pai-nel Segurança da janela Opções do Firefox.
O painel Segurança contém Opções relacionadas à
sua segurança ao navegar na internet.

Um cadeado verde mais o nome da empresa ou or-


ganização, também em verde, significa que o website está
usando um Certificado de Validação Avançada. Um certi-
ficado de Validação Avançada é um tipo especial de cer-
tificado do site que requer um processo de verificação de
identidade significativamente mais rigoroso do que outros
tipos de certificados.

100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Configurações de Segurança Existem três tipos de complementos:


Alertar se sites tentarem instalar extensões ou temas
O Firefox sempre pedirá a sua confirmação para a ins- - Extensões
talação de complementos. Para evitar que tentativas de Extensões adicionam novas funcionalidades ao Firefox
instalação não requisitadas resultem em instalações aci- ou modificam as já existentes. Existem extensões que per-
dentais, o Firefox exibe um aviso quando um site tentar mitem bloquear anúncios, baixar vídeos de sites, integrar
ins-talar um complemento e bloqueia a tentativa de o Firefox com sites, como o Facebook ou o Twitter, e até
instalação. Para permitir que sites específicos instalem mesmo adicionar recursos de outros navegadores.
complementos, você deve clicar em Exceções…, digitar o
endereço do site e clicar em Permitir. Desmarque essa - Aparência
opção para desativar esse aviso para todos os sites. Existem dois tipos de complementos de aparência:
Bloquear sites avaliados como focos de ataques: Mar- temas completos, que mudam a aparência de botões e
que isso se você quer que o Firefox verifique se o site que menus, e temas de fundo, que decoram a barra de menu
você está visitando pode ser uma tentativa de interfirir nas e faixa de abas com uma imagem de fundo
funções normais do computador ou mandar dados pes-
soais sobre você sem autorização através da Internet. - Plugins
A ausência deste aviso não garante que o site seja Plugins permitem adicionar suporte para todos os
con-fiável. tipos de conteúdo da Internet. Estes geralmente incluem
Bloquear sites avaliados como falsos: Marque isso se forma-tos patenteados como o Flash, QuickTime e
você quer que o Firefox verifique ativamente se o site que Silverlight que são usados para vídeo, áudio, jogos on-
você está visitando pode ser uma tentativa de enganar line, apresentações e muito mais. Plugins são criados e
você fazendo com que passe suas informações pessoais distribuídos por outras empresas.
(isto é frequentemente chamado de “phishing”).
Para visualizar quais complementos estão instalados:
Logins Clique no botão escolha complementos. A aba com-
Memorizar logins de sites: I Firefox pode salvar com plementos irá abrir.
segurança senhas que você digita em formulários web Selecione o painel Extensões, Aparência ou Plugins.
para facilitar seu acesso aos websites. Desmarque essa Como faço para encontrar e instalar complementos?
opção para impedir o Firefox de memorizar suas senhas. Aqui está um resumo para você começar:
No en-tanto, mesmo com isso marcado, você ainda será Clique no botão de menu e selecione Complemen-tos
questio-nado se deseja salvar ou não as senhas para um para abrir a aba do gerenciador de complementos.
site quan-do você visitá-lo pela primeira vez. Se você No gerenciador de complementos, selecione o painel
selecionar Nun-ca para este site, aquele site será Get Add-ons.
adicionado à uma lista de exceções. Para acessar essa lista
ou para remover sites dela, clique no botão Exceções…. Para ver mais informações sobre um complemento ou
Usar uma senha mestra: O Firefox pode proteger infor- tema, clique nele. Você pode em seguida clicar no botão
mações sensíveis, como senhas salvas e certificados, crip- verde Adicionar ao Firefox para instalá-lo.
tografando eles usando uma senha mestra. Se você criar uma Você também pode pesquisar por complementos es-
senha mestra, cada vez que você iniciar o Firefox, será pecíficos usando a caixa de busca na parte superior. Po-
solicitado que você digite a senha na primeira vez que for dendo então instalar qualquer complemento que encon-
necessário acessar um certificado ou uma senha salva. Você trar, com o botão Instalar.
pode definir, alterar, ou remover a senha mestra marcando
ou desmarcando essa opção ou clicando no botão Modifi-car
senha mestra…. Se uma senha mestra já estiver defini-
da, você precisará digitá-la para alterar ou remover a
senha mestra.
Você pode gerenciar senhas salvas e excluir senhas in-
dividuais clicando no botão Logins salvos….

Encontrar e instalar complementos para adicionar


funcionalidades ao Firefox
Complementos são como os aplicativos que você ins-
tala para adicionar sinos e assobios para o Firefox. Você
pode obter complementos para comparar preços, verificar
o tempo, mudar o visual do Firefox, ouvir música, ou mes-
mo atualizar o seu perfil no Facebook. Este artigo aborda
os diferentes tipos de complementos disponíveis e como
encontrar e instalá-los.

101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Como desinstalar plugins


Geralmente os plugins vem com seus próprios desins-
taladores. Se precisar de ajuda para desinstalar alguns dos
plugins mais populares, vá para lista de artigos de plugins
e selecione o artigo do respectivo plugin que você quer
de-sinstalar.

Configurações de Conteúdo

O Firefox irá fazer o download do complemento e


pode pedir que você confirme a sua instalação.
Clique em Reiniciar agora se ele aparecer. Seus abas
serão salvas e restauradas após a reinicialização.
Algumas extensões colocam um botão na barra de
fer-ramentas após a instalação..

Como desativar extensões e temas


Ao desativar um complemento ele deixará de funcio-
nar sem ser removido:
Clique no botão de menu e selecione Complemen-tos
para abrir a aba do gerenciador de complementos.
No gerenciador de complementos, selecione o pai-nel
Extensões ou Aparência. DRM Content
Selecione o complemento que deseja desativar. Reproduzir conteúdo DRM: Por padrão, o Firefox per-
Clique no botão Desativar. mite a reprodução de conteúdo de áudio e vídeo protegi-
Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Rei- do por Gerencimento de Direitos Digitais (DRM). Ao des-
niciar agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao marcar esta opção essa funcionalidade será desligada.
reiniciar.
Para reativar um complemento, encontre-o na lista de Notificações
complementos e clique em Ativar, será solicitado reiniciar O Firefox lhe permite escolher quais websites tem
o Firefox. permissão para lhe enviar notificações. Clique em Esco-
lher para fazer alterações na lista de sites permitidos.
Como desativar plugins Não me perturbe: Selecione esta opção para suspen-
Ao desativar um plugin ele irá deixar de funcionar der temporariamente todas as notificações até você
sem ser removido: fechar e reiniciar o Firefox.
Clique no botão de menu e selecione Complemen-tos
para abrir a aba do gerenciador de complementos. Pop-ups
No gerenciador de complementos, selecione o pai-nel Bloquear janelas popup: Por padrão, o Firefox
Plugins. bloqueia janelas popup inconvenientes em sites da web.
Selecione o plugin que deseja desativar. Desmarque essa opção para desativar o Bloqueador de
Selecione Nunca Ativar no menu de seleção. Popups. Alguns sites utilizam popups com funções
Para reativar um plugin, encontre-o na sua lista de importantes. Para per-mitir que sites específicos utilizem
plu-gins e clique em Sempre ativo no menu de seleção. popups, clique em Exce-ções…, digite o domínio do site e
clique em Permitir. Para excluir um site da lista de sites
Como remover extensões e temas permitidos, selecione-o e clique em Excluir o site. Para
Clique no botão de menu e selecione Complemen-tos limpar a lista completamente, clique em Excluir tudo.
para abrir a aba do gerenciador de complementos.
No gerenciador de complementos, selecione o pai-nel Fontes e cores
Extensões ou Aparência. Fonte padrão e Tamanho: Normalmente as páginas da
Selecione o complemento que você deseja remover. web são exibidas na fonte e tamanho especificados aqui.
Clique no botão Excluir. Entretanto, páginas da web podem definir fontes diferen-
Se surgir uma mensagem em pop-up, clique em Rei- tes, que serão exibidos a não ser que você especifique o
niciar agora. As suas abas serão salvas e restauradas ao contrário na janela Fontes. Clique no botãoAvançado…
reiniciar. para acessar mais opções de fontes.

102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Diálogo de fontes Use atalhos do mouse para executar tarefas


Na lista Fontes padrão para, escolha um grupo de comuns no Firefox
caracteres/idioma. Por exemplo, para configurar o grupo Esta é uma lista dos atalhos do mouse mais comuns
de fontes padrão dos idiomas ocidentais (latinos), clique no Mozilla Firefox.
em Latin.. Para um grupo de caracteres/idioma que não
es-teja na lista, clique em Outros Sistemas de Escrita.
Comando Atalho
Escolha se a fonte proporcional deverá ser com serifa
(como “Times New Roman”) ou sem serifa (como “Arial”), Voltar Shift + Rolar para baixo
e então especifique o tamanho padrão da fonte propor- Avançar Shift + Rolar para cima
cional. Aumentar Zoom Ctrl + Rolar para cima
Especifique as fontes utilizadas para fontes com seri-
fa, sem serifa e monoespaçada (largura fixa). Você Diminuir Zoom Ctrl + Rolar para baixo
também pode especificar o tamanho para as fontes Fechar Aba
Clicar com botão do
monoespaça-das. meio na Aba
Você também pode especificar o tamanho mínimo de Clicar com botão do
fonte que pode ser exibido na tela. Isso pode ser útil em Abrir link em uma nova Aba
meio no link
sites que utilizam tamanhos de fonte muito pequenos e clicar com o botão do
pouco legíveis. Nova aba
meio na barra de abas
Páginas podem usar outras fontes: Por padrão, o Fi-
refox exibe as fontes especificadas pelo autor da página. Ctrl + Clicar com botão
Desative essa opção para forçar todos os sites a usar as Abrir em nova Aba em segun- esquerdo no link
fontes padrão. do plano* Clicar com botão do
Codificação de texto para conteudo legado: A meio no link
codifica-ção de caracteres selecionada nessa caixa será a Abrir em nova Aba em pri-
Ctrl + Shift + Botão es-
codifica-ção padrão utilizada para exibir páginas que não querdo
meiro plano*
especifi-quem uma codificação. Shift + Botão do meio
Diálogo de cores Shift + Clicar com bo-
Cores padrão: Aqui você pode modificar as cores pa- Abrir em uma Nova Janela
tão esquerdo no link
drão de texto e fundo que serão utilizadas nas páginas em
que essas cores não foram especificadas por seu autor. Duplicar Aba ou Favoritos Ctrl + Arrastar Aba
Cli-que nas amostras de cores para modificá-las. Recarregar (ignorar cache) Shift + Botão recarregar
Usar cores do sistema: Marque essa opção para usar Salvar como... Alt + Botão esquerdo
as cores de fonte e fundo definidas pelo seu Sistema
Opera-cional em vez das cores definidas acima. Os atalhos para abrir Abas em primeiro e segun-do
Aparência padrão dos links: Aqui você pode modificar plano serão trocadas se a opção Ao abrir um link em uma
as cores padrão dos links das páginas. Clique nas nova Aba, carregá-la em primeiro plano estiver ativa no
amostras de cores para modificá-las. Painel de configurações geral..
Sublinhar: Por padrão, o Firefox sublinha os links das
páginas. Desmarque essa opção para modificar esse com- Atalhos de teclado
portamento. Note que vários sites especificam seus pró- Navegação
prios estilos de links e nesses sites essa opção não tem
efeito.
Páginas podem usar outras cores: Por padrão, o Comando Atalho
Firefox exibe as cores especificadas pelo autor da página. Alt + ←
Desa-tive essa opção para forçar todos os sites a usar as Voltar
Backspace
cores padrão.
Idiomas Alt + →
Avançar
Algumas páginas oferecem mais de um idioma para Shift + Backspace
exibição. Clique no botão Selecionar…para especificar o Página inicial Alt + Home
idioma ou idiomas de sua preferência.
Idiomas: Para adicionar um idioma à lista de idiomas Abrir arquivo Ctrl + O
clique emSelecione um idioma para adicionar…, clique so-
F5
bre o idioma escolhido e clique no botãoAdicionar. Exclua Atualizar a página
um idioma da lista selecionando-o e clicando no botão Ctrl + R
Ex-cluir. Você também pode reordenar os idiomas usando Ctrl + F5
Atualizar a página (ignorar o cache)
os botões Para cima e Para baixo para determinar a Ctrl + Shift + R
ordem de preferência no caso de haver mais de um
Parar o carregamento Esc
idioma disponí-vel.

103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Página atual As setas são ferramentas bem conhecidas por to-dos


que já utilizaram um navegador. Elas permitem avançar ou
voltar nas páginas em exibição, sem maiores detalhes. Ao
Comando Atalho manter o botão pressionado sobre elas, você fará com
Ir uma tela para baixo Page Down que o histórico inteiro apareça na janela.
Ir uma tela para cima Page Up Reenviar dados, atualizar ou recarregar a página. Todos
são sinônimos desta função, ideal para conferir no-vamente o
Ir para o final da página End link em que você se encontra, o que serve para situações
Ir para o início da página Home bem específicas – links de download perdidos, imagens que
Ir para o próximo frame F6 não abriram, erros na diagramação da página.
O ícone remete à palavra home (casa) e leva o na-
Ir para o frame anterior Shift + F6
vegador à página inicial do programa. Mais tarde
Imprimir Ctrl + P ensinare-mos você a modificar esta página para qualquer
Salvar página como Ctrl + S endereço de sua preferência.
A estrela adiciona a página em exibição aos favo-
Mais zoom Ctrl + +
ritos, que nada mais são do que sites que você quer ter a
Menos zoom Ctrl + - disposição de um modo mais rápido e fácil de encontrar.
tamanho normal Ctrl + 0 Abre uma nova aba de navegação, o que permite
visitar outros sites sem precisar de duas janelas diferentes.
Editando A barra de endereços é o local em que se encontra o link
da página visitada. A função adicional dessa parte no Chrome
é que ao digitar palavras-chave na lacuna, o me-canismo de
Comando Atalho busca do Google é automaticamente ativado e exibe os
Copiar Ctrl + C resultados em questão de poucos segundos.
Recortar Ctrl + X Simplesmente ativa o link que você digitar na la-cuna
à esquerda.
Apagar Del Abre as opções especiais para a página aberta no
Colar Ctrl + V navegador. Falaremos um pouco mais sobre elas em se-
Colar (como texto simples) Ctrl + Shift + V guida.
Abre as funções gerais do navegador, que serão me-
Refazer Ctrl + Y
lhor detalhadas nos próximos parágrafos.
Selecionar tudo Ctrl + A
Desfazer Ctrl + Z Para Iniciantes

GOOGLE CHROME Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dú-


O Chrome é o mais novo dos grandes navegadores e vidas básicas sobre essa categoria de programas, continue
já conquistou legiões de adeptos no mundo todo. O pro- lendo este parágrafo. Do contrário, pule para o próximo e
grama apresenta excelente qualidade em seu desenvolvi- poupe seu tempo. Aqui falaremos um pouco mais sobre os
mento, como quase tudo o que leva a marca Google. O conceitos e ações mais básicas do programa.
browser não deve nada para os gigantes Firefox e Internet Com o Google Chrome, você acessa os sites da
Explorer e mostra que não está de brincadeira no mundo mesma forma que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera.
dos softwares. Ao exe-cutar o programa, tudo o que você precisa fazer é
Confira nas linhas abaixo um pouco mais sobre o digitar o endereço do local que quer visitar. Para acessar o
ótimo Google Chrome. portal Baixaki, por exemplo, basta escrever baixaki.com.br
(hoje é possível dispensar o famoso “www”, inserido
Funções visíveis automatica-mente pelo programa.)
Antes de detalhar melhor os aspectos mais complica- No entanto nem sempre sabemos exatamente o link
dos do navegador, vamos conferir todas as funções dis- que queremos acessar. Para isso, digite o nome ou as pa-
poníveis logo em sua janela inicial. Observe a numeração lavras-chave do que você procura na mesma lacuna. Desta
na imagem abaixo e acompanhe sua explicação logo em forma o Chrome acessa o site de buscas do Google e
seguida: exibe os resultados rapidamente. No exemplo utilizamos
apenas a palavra “Baixaki”.

104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abas

A segunda tarefa importante para quem quer usar o


Chrome é lidar com suas abas. Elas são ferramentas muito Configuração
úteis e facilitam a navegação. Como citado anteriormente,
basta clicar no botão com um “+” para abrir uma nova guia. Antes de continuar com as outras funções do Google
Outra forma de abri-las é clicar em qualquer link ao Chrome é legal deixar o programa com a sua cara. Para
pressionar a rodinha do mouse, o que torna tudo ainda isso, vamos às configurações. Vá até o canto direito da
mais rápido. Também é possível utilizar o botão direito tela e procure o ícone com uma chave de boca. Clique
so-bre o novo endereço e escolher a opção “Abrir link em nele e selecione “Opções”.
uma nova guia”.

Liberdade

É muito fácil manipular as abas no Google Chrome. É


possível arrastá-las e mudar sua ordem, além de arrancar
a aba da janela e desta forma abrir outra independente.
Basta segurar a aba com o botão esquerdo do mouse
para testar suas funções. Clicar nelas com a rodinha do
mouse faz com que fechem automaticamente.

O botão direito abre o menu de contexto da aba, em


que é possível abrir uma nova, recarregar a atual, fechar a Básicas
guia ou cancelar todas as outras. No teclado você pode Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do
abrir uma nova aba com o comando Ctrl + T ou simples- navegador. Basta selecionar a melhor opção para você e
mente apertando o F1. configurar as páginas que deseja abrir.
Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba
Fechei sem querer! anterior, defina qual será a página inicial do Chrome. Tam-
bém é possível escolher se o atalho para a home (aquele em
Quem nunca fechou uma aba importante acidental- formato de casinha) aparecerá na janela do navegador.
mente em um momento de distração? Pensando nisso, o Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro,
Chrome conta com a função “Reabrir guia fechada” no menu aqui você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar
de contexto (botão direito do mouse). Basta selecio-ná-la na lacuna do programa. O botão “Gerenciar” mostra a lista
para que a última página retorne ao navegador. de mecanismos.
Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo
como seu navegador padrão. Se você optar por isso, sem-
pre que algum software ou link for executado, o Chrome
será automaticamente utilizado pelo sistema.

105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Coisas pessoais

Senhas: define basicamente se o programa salvará ou


não as senhas que você digitar durante a navegação. A
op-ção “Mostrar senhas salvas” exibe uma tabela com
tudo o que já foi inserido por você.
Preenchimento automático de formulário: define se os
formulários da internet (cadastros e aberturas de contas) Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embai-
serão sugeridos automaticamente após a primeira digita- xo da janela, mostrando o progresso do download. Você
ção. pode clicar no canto dela e conferir algumas funções es-
Dados de navegação: durante o uso do computador, peciais para a situação. Além disso, ao selecionar a função
o Chrome salva os dados da sua navegação para “Mostrar todos os downloads” (Ctrl + J), uma nova aba é
encontrar sites, links e conteúdos com mais facilidade. O exibida com ainda mais detalhes sobre os arquivos que
botão “Lim-par dados de navegação” apaga esse você está baixando
conteúdo, enquanto a função “Importar dados” coleta
informações de outros navegadores.
Temas: é possível modificar as cores e todo o visual
do navegador. Para isso, clique em “Obter temas” e
aplique um de sua preferência. Para retornar ao normal,
selecione “Redefinir para o tema padrão”.

Pesquise dentro dos sites

Outra ferramenta muito prática do navegador é a


pos-sibilidade de realizar pesquisas diretamente dentro
de al-guns sites, como o próprio portal Baixaki. Depois de
usar a busca normalmente no nosso site pela primeira vez,
Configurações avançadas tudo o que você precisa fazer é digitar baixaki e teclar o
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado TAB para que a busca desejada seja feita diretamente na
para usuários avançados) lacuna do Chrome.
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade,
que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com
suas preferências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba.
Em “Local de download” é possível escolher a pasta em
que os arquivos baixados serão salvos. Você também Navegação anônima
pode definir que o navegador pergunte o local para cada
novo down-load. Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros
ou históricos de navegação no computador, utilize a
Downloads nave-gação anônima. Basta clicar no menu com o
Todos os navegadores mais famosos da atualidade desenho da chave de boca e escolher a função “Nova
contam com pequenos gerenciadores de download, o que janela anônima”, que também pode ser aberta com o
facilita a vida de quem baixa várias coisas ao mesmo tem- comando Ctrl + Shift + N.
po. Com o Google Chrome não é diferente. Ao clicar em
um link de download, muitas vezes o programa pergunta-
rá se você deseja mesmo baixar o arquivo, como ilustrado
abaixo:

Gerenciador de tarefas

106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno 2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as in-
gerenciador de tarefas incluso no programa. Clique com o formações estão contidas em arquivos de vários formatos,
botão direito no topo da página (como indicado na que são armazenados no disco fixo ou em outros tipos de
figura) e selecione a função “Gerenciador de tarefas”. mídias removíveis do computador, organizados em:
telas.
pastas.
janelas.
imagens.
programas.

Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma


bem clara a organização por meio de PASTAS, que nada
mais são do que compartimentos que ajudam a organizar
os arquivos em endereços específicos, como se fosse um
Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela. sistema de armário e gavetas.
Ela controla todas as abas e funções executadas pelo na- Resposta: Letra B
vegador. Caso uma das guias apresente problemas você
pode fechá-la individualmente, sem comprometer todo o 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser ex-
programa. A função é muito útil e evita diversas dores de cluído permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pres-
cabeça. sionando-se simultaneamente as teclas
Ctrl + Delete.
Shift + End.
Shift + Delete.
Ctrl + End.
Ctrl + X.

Comentário: Quando desejamos excluir permanente-


mente um arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes
para a lixeira, basta pressionarmos a tecla Shift em
conjun-to com a tecla Delete. O Windows exibirá uma
QUESTÕES GERAIS mensagem do tipo “Você tem certeza que deseja excluir
permanente-mente este arquivo?” ao invés de “Você tem
1- Com relação ao sistema operacional Windows, assi- certeza que deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
nale a opção correta. Resposta: C
A desinstalação de um aplicativo no Windows deve
ser feita a partir de opção equivalente do Painel de Con- 4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de
trole, de modo a garantir a correta remoção dos arquivos arquivos, sem que haja perda de informação?
relacionados ao aplicativo, sem prejuízo ao sistema opera- Compactação
cional. Deleção
O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e Criptografia
DELETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos Minimização
diretórios de programas instalados na máquina em uso. Encolhimento adaptativo
O Windows oferece acesso facilitado a usuários de um
computador, pois bastam o nome do usuário e a senha da Comentários: A compactação de arquivos é uma téc-
máquina para se ter acesso às contas dos demais usuá-rios nica amplamente utilizada. Alguns arquivos compactados
possivelmente cadastrados nessa máquina. podem conter extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns
O Windows oferece um conjunto de acessórios exem-plos de programas compactadores são o WinZip,
disponíveis por meio da instalação do pacote Office, entre WinRar, SolusZip, etc.
eles, calculadora, bloco de notas, WordPad e Paint. Resposta: A
O comando Fazer Logoff, disponível a partir do bo-
tão Iniciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o
Windows, dar saída no usuário correntemente em uso na
máquina e, em seguida, desligar o computador.

Comentários: Para desinstalar um programa de forma


segura deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou
remover programas
Resposta – Letra A

107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel: Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:


Pode ler e escrever mensagens mesmo quando está
desconectado da Internet;
Permite armazenar as mensagens localmente (no
computador local);
Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo
tempo;
Maiores Desvantagens:
Ocupam espaço em disco;
Compatibilidade com os servidores de e-mail (nem
Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e co- sempre são compatíveis).
lado (Ctrl+V) na célula D3, seu valor será: A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em
7 ne-grito os mais conhecidos e utilizados atualmente):
56 Microsoft Office Outlook
448 Microsoft Outlook
511 Express; Mozilla
uma mensagem de erro Thunderbird; IcrediMail
Eudora Pegasus
Comentários: temos que D1=SOMA(A1:C1). Quando Mail Apple Mail
copiamos uma célula que contém uma fórmula e colamos (Apple) Kmail
em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à nova (Linux) Windows
po-sição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao Mail
ser copiada de D1 para D3: A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um
WEBMAIL, ou seja, não é instalado no computador local.
Logo, é o gabarito da questão.
Resposta: B.

7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e cor-


reio eletrônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos
navegadores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Goo-gle
Chrome) para localizar recursos e páginas da Internet
(Exemplo: http://www.google.com.br).
Download significa descarregar ou baixar; é a trans-
Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para ferência de dados de um servidor ou computador remoto
so-mar todas as células de A3 até C3(dois pontos para um computador local.
significam ‘até’), sendo assim teremos que somar A3, , B3, III. Upload é a transferência de dados de um computa-
C3 obten-do-se o resultado 448. dor local para um servidor ou computador remoto.
Resposta: C. IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail
signifi-ca movê-lo definitivamente da máquina local, para
6- “O correio eletrônico é um método que permite envio a um destinatário, com endereço eletrônico.
compor, enviar e receber mensagens através de sistemas Estão corretas apenas as afirmativas:
eletrônicos de comunicação”. São softwares gerenciadores A) I, II, III,
de email, EXCETO: IV B) I, II
Mozilla Thunderbird. C) I, II, III
Yahoo Messenger. D) I, II, IV
Outlook Express. E) I, III, IV
IncrediMail. Comentários: O URL é o endereço (único) de um recur-so
Microsoft Office Outlook 2003. na Internet. A questão parece diferenciar um recurso de
página, mas na verdade uma página é um recurso (o mais
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de e- conhecido, creio) da Web. Item verdadeiro.
mail (eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos É comum confundir os itens II e III, por isso memorize:
memorizar que os sistemas que trabalham o correio eletrô- down = baixo = baixar para sua máquina, descarregar. II e
nico podem funcionar por meio de um software instalado em III são verdadeiros.
nosso computador local ou por meio de um progra-ma que
funciona dentro de um navegador, via acesso por Internet.
Este programa da Internet, que não precisa ser instalado, e é
chamado de WEBMAIL, enquanto o software local é o
gerenciador de e-mail citado pela questão.

108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

9- Com relação a conceitos de Internet e intranet,


assi-nale a opção correta.
Domínio é o nome dado a um servidor que controla a
entrada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre
na Internet.
A intranet só pode ser acessada por usuários da
Internet que possuam uma conexão http, ao digitarem na
barra de endereços do navegador: http://intranet.com.
Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma
rede local, pois sua função é conectar um computador à
rede de telefonia fixa.
O modelo cliente/servidor, em que uma máquina
denominada cliente requisita serviços a outra, denominada
No item IV encontramos o item falso da questão, o servidor, ainda é o atual paradigma de acesso à Internet.
que nos leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em Um servidor de páginas web é a máquina que ar-mazena
men-sagem de e-mail significa copiar e não mover! os nomes dos usuários que possuem permissão de acesso a
Resposta: C. uma quantidade restrita de páginas da Internet.
Comentários: O modelo cliente/servidor é questiona-
8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do em termos de internet pois não é tão robusto quanto
do ambiente MS Office, assinale a opção correta. redes P2P pois, enquanto no primeiro modelo uma queda
Ao se clicar no nome de um documento gravado com do servidor central impede o acesso aos usuários clientes,
a extensão .xls a partir do Meu Computador, o Win-dows no segundo mesmo que um servidor “caia” outros servi-
ativa o MS Access para a abertura do documento em tela. dores ainda darão acesso ao mesmo conteúdo permitindo
As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas ao que o download continue. Ex: programas torrent, Emule,
se acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL Limeware, etc.
V,respectivamente, estão disponíveis no menu Editar de Em relação às outras letras:
todos os aplicativos da suíte MS Office.
letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve
A opção Salvar Como, disponível no menu das apli-
para localizar e identificar conjuntos de computadores na
cações do MS Office, permite que o usuário salve o docu-
Internet e corresponde ao endereço que digitamos no na-
mento correntemente aberto com outro nome. Nesse caso, a
vegador.
versão antiga do documento é apagada e só a nova ver-são
letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma
permanece armazenada no computador.
forma que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede
O menu Exibir permite a visualização do documen-to
restrito a uma rede local e não a internet como um todo.
aberto correntemente, por exemplo, no formato do MS
letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o compu-
Word para ser aberto no MS PowerPoint.
Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a ela- tador a internet, como o acesso a intranet se faz da
mesma forma só que de maneira local, o acesso via ADSL
boração de apresentações de slides que utilizem
pode sim acessar redes locais.
conteúdo e imagens de maneira estruturada e organizada.
letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de
Comentários: O menu editar geralmente contém os com-putação que fornece serviços a uma rede de
co-mandos universais dos programas da Microsoft como computado-res. E não necessariamente armazena nomes
é o caso dos atalhos CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além de usuários e/ ou restringe acessos.
do localizar. Resposta: D
Em relação às outras letras:
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo 10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
Excel e não o Access A URL é o endereço físico de uma máquina na Inter-
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma cópia net, pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde
do arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. está localizada tal máquina.
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de O SMTP é um serviço que permite a vários usuários se
exibição do documento dentro do contexto de cada pro- conectarem a uma mesma máquina simultaneamente,
grama e não de um programa para o outro como é o caso como no caso de salas de bate-papo.
da afirmativa. O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebi-
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação mento de arquivos na Internet.
de slides e sim o Ms Power Point. Quando se digita o endereço de uma página web, o
Resposta: B termo http significa o protocolo de acesso a páginas em
formato HTML, por exemplo.
O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de
correio eletrônico envia uma mensagem com anexo para
outro destinatário de correio eletrônico.

109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Comentários: Os itens apresentados nessa questão es- Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados
tão relacionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os de-vem ser tomados para a recuperação em caso de perda
protocolos mais comuns: e também para evitar o acesso por pessoas não autorizadas
- HTTP(Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de às informações guardadas.
car-regamento de páginas de Hipertexto – HTML Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas
IP (Internet Protocol) – Identificação lógica de uma na internet visando o atendimento do nível de qualidade da
máquina na rede informação prestada à sociedade, pelo órgão.
POP (Post Office Protocol) – Protocolo de recebimen-to O ambiente operacional de computação disponível
de emails direto no PC via gerenciador de emails para realizar estas operações envolve o uso do MS-
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) – Protocolo Windows, do MS-Office, das ferramentas Internet Explorer e
pa-drão de envio de emails de correio eletrônico, em português e em suas versões
IMAP(Internet Message Access Protocol) – padrões mais utilizadas atualmente.
Semelhan-te ao POP, no entanto, possui mais recursos e Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes,
dá ao usuário a possibilidade de armazenamento e acesso CD’s e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível
a suas mensa-gens de email direto no servidor. acopla-da em portas do tipo USB) e outras funcionalmente
FTP(File Transfer Protocol) – Protocolo para transfe- seme-lhantes.
rência de arquivos
Resposta: D 12- As células que contêm cálculos feitos na planilha
eletrônica,
11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção quando “coladas” no editor de textos, apresentarão
cor-reta. resultados diferentes do original.
O Windows Explorer é utilizado para gerenciar não podem ser “coladas” no editor de textos.
pas-tas e arquivos e por seu intermédio não é possível somente podem ser copiadas para o editor de tex-tos
acessar o Painel de Controle, o qual só pode ser acessado dentro de um limite máximo de dez linhas e cinco co-
pelo botão Iniciar do Windows. lunas.
só podem ser copiadas para o editor de texto uma
Para se obter a listagem completa dos arquivos sal-
a uma.
vos em um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de
quando integralmente selecionadas, copiadas e
modificação, deve-se selecionar Detalhes nas opções de
“coladas” no editor de textos, serão exibidas na forma de
Modos de Exibição.
No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede tabela.
oferece um histórico de páginas visitadas na Internet para
Comentários: Sempre que se copia células de uma
acesso direto a elas.
pla-nilha eletrônica e cola-se no Word, estas se
Quando um arquivo estiver aberto no Windows e a
apresentam como uma tabela simples, onde as fórmulas
opção Renomear for acionada no Windows Explorer com o
são esqueci-das e só os números são colados.
botão direito do mouse,será salva uma nova versão do
Resposta: E
arquivo e a anterior continuará aberta com o nome antigo.
Para se encontrar arquivos armazenados na 13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio
estrutu-ra de diretórios do Windows, deve-se utilizar o do correio eletrônico, deve considerar as operações de
sítio de bus-ca Google, pois é ele que dá acesso a todos anexação de arquivos e de inserção dos endereços
os diretórios de máquinas ligadas à Internet. eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arqui- dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
vos são mostrados de várias formas como Listas, Miniatu- de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
ras e Detalhes. ços eletrônicos dos destinatários no campo “Cc”.
Resposta: B de desanexação de arquivos e de inserção dos en-
dereços eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”.
Atenção: Para responder às questões de números de anexação de arquivos e de inserção dos endere-
12 e 13, considere integralmente o texto abaixo: ços eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
Todos os textos produzidos no editor de textos padrão
deverão ser publicados em rede interna de uso exclusivo do Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo
órgão, com tecnologia semelhante à usada na rede correio eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou
mundial de computadores. seja, anexar o arquivo à mensagem. Quando colocamos os
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deve- endereços dos destinatários no campo Cco, ou seja, no
rão ser verificados para que não contenham erros. Alguns campo “com cópia oculta”, um destinatário não ficará sa-
artigos digitados deverão conter a imagem dos resultados bendo quem mais recebeu aquela mensagem, o que aten-de
obtidos em planilhas eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, a segurança solicitada no enunciado.
va-lores e totais. Resposta: A

110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo - Comentários:


CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio de arquivos Up – Cima / Down – baixo / Load – Carregar;
em lotes, também denominados scripts, o shell de Upload – Carregar para cima (enviar).
comando é um programa que fornece comuni-cação Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”)
entre o usuário e o sistema operacional de forma direta e
independente. Nos sistemas operacionais Win-dows XP, 17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)
esse programa pode ser acessado por meio de um Assinale a alternativa que contém os nomes dos menus
comando da pasta Acessórios denominado do programa Microsoft Word XP, em sua configuração
(A) Prompt de Comando padrão, que, respectivamente, permitem aos usuários:
(B) Comandos de Sistema numerar as páginas do documento, (II) contar as
(C) Agendador de Tarefas pa-lavras de um parágrafo e (III) adicionar um
(D) Acesso Independente cabeçalho ao texto em edição.
(E) Acesso Direto Janela, Ferramentas e Inserir.
Inserir, Ferramentas e Exibir.
Resposta: “A” Formatar, Editar e Janela.
Arquivo, Exibir e Formatar.
Comentários
Arquivo, Ferramentas e Tabela.
Prompt de Comando é um recurso do Windows que
Resposta: “B”
ofe-rece um ponto de entrada para a digitação de
comandos do MSDOS (Microsoft Disk Operating System) e Comentário:
outros coman-dos do computador. O mais importante é o Ação numerar - “INSERIR”
fato de que, ao digitar comandos, você pode executar Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
tarefas no computa-dor sem usar a interface gráfica do Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR”
Windows. O Prompt de Comando é normalmente usado
apenas por usuários avan-çados. 18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011)

(Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo


- CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir di-gitado
no aplicativo Word. Aplicativos para edição de textos.
Aplicando-se a esse texto o efeito de fonte Ta-chado,
o resultado obtido será

Resposta: “C”

Comentários:
3, 0 e 7.
Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d,
5, 0 e 7.
e. Entretanto, temos que observar que na questão os itens
5, 1 e 2.
d, e, além de receberem taxado, também ficaram em caixa
7, 5 e 2.
alta. O único que recebe apenas o taxada, sem alterar
outras formatações foi o item c. 8, 3 e 4.

(Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo Resposta: “C”


- CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento de um
arquivo de textos ou de imagens na internet, en-tre Comentário:
um servidor e um cliente, constituem, em relação ao Expressão =MÉDIA(A1:A3)
cliente, respectivamente, um São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média
(A) download e um upload é dividido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
(B) downgrade e um upgrade Expressão =MENOR(B1:B3;2)
(C) downfile e um upfile Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor
(D) upgrade e um downgrade número, que seria o número 1. Para facilitar coloque esses
(E) upload e um download números em ordem crescente.
Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
Resposta: “E”.

111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior Click na imagem para melhor
número, que seria o número 2. Para facilitar coloque esses
visualizar Passo 3
números em ordem decrescente.
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após
19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II) a propagação, o resultado

1
2
3 20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No Po-
4 werPoint 2007, a inserção de um novo comentário
5 pode ser feita na guia
Geral.
Resposta: “D” Inserir.
Animações.
Comentário: Apresentação de slides.
Passo 1 Revisão.
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1 Resposta: “E”
Comentário:

21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbi-


to das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.
zzz.br. O domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em
Passo 2 inglês) utilizado para classificar o tipo de instituição, no
que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 exemplo dado acima, é o
e A3 protocolo.
xxx.
zzz.
yyy.
br.

Resposta: “C”
Comentários:
protocolo. protocolo HTTP
xxx. o nome do domínio
zzz. o tipo de domínio
yyy. subdomínios
br. indicação do país ao qual pertence o domínio

112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Resposta: E


Analise a régua horizontal do Microsoft Word, na sua Comentário:
configuração padrão, exibida na figura.

Assinale a alternativa que contém apenas os


indica-dores de tabulação.
II, III, IV e V.
III e VI.
I, IV e V.
III, IV e V.
I, II e VI.
Resposta: D
Comentário:

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais


no lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do do-
cumento não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir
Régua no topo da barra de rolagem vertical.
possível definir tabulações rapidamente clicando no
seletor de tabulação na extremidade esquerda da régua
até que ela exiba o tipo de tabulação que você deseja. Em
seguida, clique na régua no local desejado.
Uma tabulação Direita define a extremidade do texto
direita. Conforme você digita, o texto é movido para a es-
querda.
Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrin-
um ponto decimal. Independentemente do numero de dígi- chadas no exemplo acima (arredondamento, mínimo e so-
tos, o ponto decimal ficará na mesma posição. matório) em uma única questão. A função ARRED é para
Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere arredondamento e pertence a mesma família de INT(parte
uma barra vertical na posição de tabulação. inteira) e TRUNCAR (parte do valor sem arredondamento).
A resposta está no item 2 que indica a quantidade de casas
(TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) decimais. Sendo duas casas decimais, não poderia ser letra
Uma planilha do Microsoft Excel, na sua configuração A, C ou D. A função SOMA efetua a soma das três células
padrão, possui os seguintes valores nas células: B1=4, (B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre o menor
B2=1 e B3=3. A fórmula =ARRED(MÍNIMO(SOMA entre os dois valores informados (2,66666 - dízima periódi-
(B1:B3)/3;2,7);2) inserida na célula B5 apresentará o ca - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
se-guinte resultado: casas decimais.
(A) 2 Considere a figura que mostra o Windows Explorer
(B) 1,66 do Microsoft Windows XP, em sua configuração origi-
(C) 2,667 nal, e responda às questões de números 24 e 25.
(D) 2,7
(E) 2,67

113
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O


arquivo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.

Resposta: E Este botão, contido na barra de ferramentas, exibe/


oculta o painel PASTAS.
Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das
pastas em seu computador e todos os arquivos e pastas loca-
lizados em cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil
para copiar e mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis:
O painel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquiza-
da que mostra todas as unidades de disco, a Lixeira, a área
de trabalho ou Desktop (também tratada como uma pasta);
O painel da direita exibe o conteúdo do item selecionado à
esquerda e funciona de maneira idêntica às janelas do Meu
Computador (no Meu Computador, como padrão ele traz a
janela sem divisão, as é possível dividi-la também clicando
no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)

25. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Ao

se clicar em , localizado abaixo do menu Favori-

tos, será fechado


o Meu computador.
o Disco Local (C:).
o painel Pastas.
Meus documentos.
o painel de arquivos.

Resposta: C

Comentário:

114
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES uso das inconvenientes canelas stykus. Possui saída mini
HDMI, para curtir seus vídeos favoritos da internet ou de
01. (POLÍCIA FEDERAL - PAPILOSCOPIS- seu computador, na sua televisão ou projetor, com
TA DA POLÍCIA FEDERAL – CESPE/2012) - Acerca de entrada HDMI. Além de acompanhar um lindo case com
conceitos de hardware, julgue o item seguinte. teclado para utilização de tablet comparada com a de um
Diferentemente dos computadores pessoais ou PCs note-book com grande performance.
tradicionais, que são operados por meio de teclado e Modelo: PHASER KINNO.
mouse, os tablets, computadores pessoais portáteis, Capacidade: 4GB. Expansível para 32GB via Micro SD.
dispõem de recurso touch-screen. Outra diferença Memória: 512MB.
entre esses dois tipos de computadores diz respeito ao Tela:7 Polegadas capacitiva, sensível ao toque.
fato de o tablet possuir firmwares, em vez de Câmera:frontal 2 megapixels.
processadores, como o PC. Conectividade: Wi-Fi - LAN 802.11b/g/n.
( ) Certo Processador:Allwinner A10 de 1.0~1.2 Ghz.
( ) Errado Sistema Operacional:Android 2.3.4.
Firmwares não são hardwares, e sim códigos de progra-
mação existentes no próprio hardware, inclusos em chips de
memória (ROM, PROM, EPROM, EEPROM, flash) durante sua
fabricação. Sua natureza, na maioria das vezes, é não volátil,
ou seja, não perde seus dados durante a ausência de energia
elétrica, mas quando presentes em tipos de me-mória como
PROM ou EPROM, podem ser atualizados.
Por esse motivo, os firmwares não substituem proces-
sadores inteiros.
A seguir, veja alguns modelos de tablets e observe a
presença do processador em sua configuração:

Tablet Multilaser Diamond NB005 8GB Android


2.3 Tela 7 Polegadas
Wi-Fi HDMI
Informações técnicas
Marca: Multilaser
Capacidade :8 Gb. Memória expansível até 32 GB por
cartão micro SD.
Processador: Boxchip 1.5 GHz.
Sistema Operacional: Android. 2.3.
TV e vídeo: Somente vídeo: Vídeos suportados - MKV
(H.264HP), AVI, RM/BMVB, FLV eMPEG-1/2.
Tamanho da tela: 7 “. LCD Multi toque.
Tablet Softronic PHASER KINNO 4GB Android 2.3.4 Resolução: 800 x 480.
Tela 7 Polegadas Wi-Fi:Sim.
Características do Produto Resolução: 1.3 megapixels e filmadora digital.
Tablet 4GB - Softronic Localização
APRESENTAÇÃO DO PRODUTO: Com o novo Phaserkin- Sensores: Sensor de gravidade: gira a tela conforme a
no Plus, você possui muito mais interatividade e rapidez na posição do tablet.
palma de suas mãos, graças ao seu poderoso processador
A10 de 1.2 Ghz, ele consegue ser totalmente multi-tarefas Áudio Formatos suportados:
para você que se desdobra em dez durante o seu dia a dia, MP3, WMA, WAV, APE, AC3, FLAC e AAC.
podendo ler um livro, escutar suas músicas e continuar Duração aproximada da bateria:
acompanhando sua vida em redes sociais e sincronizando e- 06 horas reproduzindo vídeo ou wi-fi ligado;
mails. Tudo isso sem se preocupar com a lentidão do sis- 48 horas em standby.
tema. Para você que precisa estar conectado a todo o mo- Alimentação do Tablet:
mento, o PhaserKinno Plus ainda oferece suporte a modem Bateria recarregável.
externo. Ele conta com uma tela touchscreen capacitiva de 7
polegadas que permite uma maior sensibilidade e leveza ao RESPOSTA: “ERRADO”.
tocar na tela de seu tablet, dispensando totalmente o

115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(UFFS - TÉCNICO DE LABORATÓRIO ÁREA IN- por esses conectores é a Plugand Play, onde basta
FORMÁTICA – FEPESE/2012)- São componentes de conectar o dispositivo para que o sistema o reconheça
hardware de um micro-computador: precisando de poucos ou quase nenhum caminho de
a. ( ) Disco rígido, patch-panel, BIOS, firmware, configuração para poder utilizá-lo.
mouse. O tipo de memória que o pendrive utiliza - me-mória
b. ( ) RJ-11, processador, memória RAM, placa de flash - é do tipo EEPROM (Electrically-
rede, pen-drive. ErasableProgrammableRead-OnlyMemory), uma
c. ( ) Memória ROM, placa de vídeo, BIOS, proces- memória não volátil, ou seja, não depende da
sador, placa mãe. permanência de energia elétrica para manter os dados,de
d. ( ) Memória RAM, Memória ROM, Disco rígido, leitura e gravação. Os chips de memória flash ocupam pou-
processador, placa e rede. co espaço físico, mas grande poder de armazenamento.
e. ( ) Memória RAM, BIOS, Disco rígido, processa- Veja imagens de pendrives:
dor, placa de rede.

Já vimos a respeito de Memória RAM, Memória ROM,


Disco Rígido e Processador.
Placa de rede é um hardware especificamente proje-
tado para possibilitar a comunicação entre computadores.

Tipos de pendrive

Placa de rede RESPOSTA: “D”.

RESPOSTA: “D”. (ANE - ANALISTA EDUCACIONAL – NÍVEL I – GRAU A


– INSPETOR ESCOLAR – FCC/2012) - Marco Au-rélio
(TRE - ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) - Em estava digitando um documento na sala dos pro-fessores
relação a hardware e software, é correto afirmar: da escola ABCD quando uma queda de energia fez com
a) Para que um software aplicativo esteja pronto que o computador que usava desligasse.
para execução no computador, ele deve estar Após o retorno da energia elétrica, Marco Aurélio
carregado na memória flash. ligou o computador e percebeu que havia perdido o
b) O fator determinante de diferenciação entre um documento digitado, pois não o havia gravado. Como
processador sem memória cache e outro com esse re- tinha conhecimentos gerais sobre informática, concluiu
curso reside na velocidade de acesso à memória RAM. que perdera o documento porque, enquanto estava di-
c) Processar e controlar as instruções executadas no gitando, ele estava armazenado em um dispositivo de
computador é tarefa típica da unidade de aritmética e hardware que perde seu conteúdo quando o computa-
lógica. dor desliga. O nome desse dispositivo é
d) O pendrive é um dispositivo de armazenamento a) memória
removível, dotado de memória flash e conector USB, RAM. b) HD.
que pode ser conectado em vários equipamentos ele- c) memória ROM.
trônicos. d) pen drive.
e) Dispositivos de alta velocidade, tais como discos
rígidos e placas de vídeo, conectam-se diretamente ao RAM – Randon AcessMemory, ou Memória de Acesso
processador. Randômico, é um hardware considerado como memória
O pendrive, por ser um dispositivo portátil, de grande primária, volátil. Ela mantém os dados armazenados en-
poder de armazenamento e conector USB (Universal Serial quanto estes estão à disposição das solicitações do
Bus) que permite sua rápida aceitação em vários disposi- proces-sador, mantendo-os através de pulsos elétricos. As
tivos de hardware, popularizou-se rapidamente. Hoje, en- infor-mações mantidas nesse tipo de memória são
contramos pendrives de vários GBs, como 2, 4, 8, 16 e até informações que estão em uso em um programa em
512GB. execução, como no caso de textos que estão sendo
A tecnologia USB está sendo largamente utilizada para digitados e não foram salvos no disco rígido ainda. Como
padronizar entradas e conectores, possibilitando um mes-mo as informações são mantidas por pulsos elétricos, caso
tipo de conector para diversos tipos de equipamentos como haja falta de energia, seja pelo desligamento do
mouses, teclados, impressoras e outros. Por esse mo-tivo, os computador, seja por uma queda brusca que cause o
equipamentos atuais possuem uma grande quan-tidade de desligamento inesperado do equipamento, os dados
conectores USB. Além disso, a tecnologia usada presentes nesse tipo de memória serão perdidos.

116
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Veja a seguir imagens ilustrativas da memória RAM. (D)O estabilizador é um equipamento eletrônico exter-no
ao gabinete do computador, onde os demais cabos de
energia da máquina são ligados. Geralmente, o estabilizador
ligado diretamente na rede elétrica e tem a função de
es-tabilizar a tensão desta para evitar danos ao
equipamento devido às variações e picos de tensão.
(E)BIT é a sigla para BinaryDigit, ou Dígito Binário, que
pode ser representado apenas pelo 0 ou pelo 1
(verdadeiro ou falso) que representam a menor unidade
de informação transmitida na computação ou informática.

RESPOSTA: “C”.

(TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINAN-CEIRA


– FCC/2012) - O processador do computador (ou CPU)
é uma das partes principais do hardware do com-
Tipos de memória putador e é responsável pelos cálculos, execução de
ta-refas e processamento de dados. Sobre
RAM RESPOSTA: “A”. processadores, considere:
I. Contém um conjunto restrito de células de
(TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINAN- memó-ria chamados registradores que podem ser
CEIRA – FCC/2012) - Sobre os computadores é correto lidos e escri-tos muito mais rapidamente que em
afirmar: outros dispositivos de memória.
a) O BIOS é um software armazenado em um chip II. Em relação a sua arquitetura, se destacam os
de memória RAM fixado na placa mãe. Tem a função mo-delos RISC (ReducedInstruction Set Computer) e
de armazenar o Sistema Operacional. CISC (ComplexInstruction Set Computer).
b) A fonte de alimentação transforma a tensão elé- III. Possuem um clock interno de sincronização que
trica que entra no computador, de 240 V para 110 V, define a velocidade com que o processamento ocorre.
pois os componentes internos suportam apenas a ten- Essa velocidade é medida em Hertz.
são de 110 V. Está correto o que se afirma em
b) Barramentos são circuitos integrados que fazem a
transmissão física de dados de um dispositivo a outro. d) III, apenas.
Quando o sistema de fornecimento de energia falha, um I e II, apenas.
estabilizador comum tem como principal ob-jetivo II e III, apenas.
manter o abastecimento por meio de sua bateria até que II, apenas.
a energia volte ou o computador seja desligado. e) Um I, II e III.
bit representa um sinal elétrico de exatos 5 V que é
interpretado pelos componentes de hardware O processador é um chip que executa instruções
do computador. inter-nas do computador (em geral, operações
matemáticas e lógicas, leitura e gravação de informações).
(A)BIOS é a sigla do termo Basic Input/Output System, Todas as ações estão presentes na memória do
ou Sistema Básico de Entrada/Saída. É um software grava- computador e requisitadas pelo sistema. A velocidade do
do na memória não volátil ou memória ROM, que é a sigla processador é medida em ciclos denominados clocks e
para ReadOnlyMemory, ou Memória de Somente Leitura, sua unidade é expressa atra-vés de Hz.
que não altera ou perde os dados com o desligamento ou Os registradores são unidades de memória que repre-
ausência de energia do computador. Esse software não ar- sentam o meio mais caro e rápido de armazenamento de
mazena o Sistema Operacional. É o primeiro software que dados. Por isso são usados em pequenas quantidades nos
é executado quando ligamos o computador. processadores.
(B)A fonte de alimentação do computador é um equipa- Quanto às arquiteturas RISC e CISC, podemos nos
mento eletrônico, fixada ao gabinete e ligada aos conectores valer das palavras de Nicholas Carter, em seu livro
da placa mãe e alguns drives. Fornece energia aos demais Arquitetura de Computadores, editora Bookman:
componentes da máquina. Ela transforma a corrente elétrica ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
alternada (que tem o sentido variável com o tempo) em uma quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
corrente constante ao longo do tempo. que outras operações também façam referência à memória.
(C)Os barramentos são como vias de tráfego Podemos citar também o autor Rogério Amigo De
presentes na placa mãe, por onde sinais elétricos Oli-veira, que em seu livro Informática – Teoria e Questões
(representando da-dos) podem percorrer toda sua de Concursos com Gabarito, editora Campus, fala a
extensão se comunicando com todos os dispositivos. respeito do clock, da seguinte maneira:

117
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Em um computador, a velocidade do clock se refere ao apenas I, III e IV.


número de pulsos por segundo gerados por um oscilador (dis- apenas II, III e IV.
positivo eletrônico que gera sinais), que determina o tempo apenas I, II e III.
necessário para o processador executar uma instrução. Assim apenas I e II.
para avaliar a performance de um processador, medimos a apenas III e IV.
quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e, para tanto,
utilizamos uma unidade de medida de frequência, o Hertz. Dizemos que um computador está travado quando
sua tela fica estática, impossibilitando abertura,
RESPOSTA: “E”. fechamento ou execução de qualquer tarefa no
computador. Um tra-vamento aleatório é aquele que não
ocorre sempre em um mesmo programa ou em
(TCE/SP - AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINAN-
determinado momento do traba-lho do computador.
CEIRA – FCC/2012) - O armazenamento de
I – O processador é a peça do computador responsável
informações em computadores é feito pela utilização pela execução lógica e aritmética das tarefas e operações de
de dispositivos chamados de memória, que as mantêm busca, leitura e gravação de dados do computador. A entrada
de forma volátil ou permanente. Entre esses e saída contínua de informações transformadas em
dispositivos, está a memória RAM ou memória linguagem de máquina e os registradores presentes no
a) magnética. processador são todos mantidos por pulsos elétricos e o
b) secundária. aquecimento é resultado da aceleração dos processadores.
c) cache. Processadores mais velozes tendem a ser mais aquecidos. Por
d) principal. esse motivo os processadores são utilizados sob pastas
e) de armazenamento em massa. térmicas e coolers, que são apropriados para cada tipo de
processador. O aquecimento do processador pode causar
A memória RAM, sigla de Random Access Memory, ou travamentos e inclusive o desligamento inesperado da
máquina.
memória de acesso randômico, é um dispositivo eletrônico
II- A memória RAM é o hardware responsável pelo
de armazenamento temporário de dados que permite a
armazenamento temporário das informações que serão
leitura e escrita, ou seja, as informações ocupam lugar nessa usadas pelo computador. Essas informações também são
memória enquanto aguardam serem usadas pelo mantidas por pulsos elétricos, o que faz com que se per-
processador. Os dados da memória RAM são representados cam caso haja a interrupção no fornecimento de energia.
por pulsos elétricos e são descartados assim que o Vários erros no sistema são causados por defeitos na me-
fornecimento de energia elétrica é interrompido, seja pelo mória RAM como a “tela azul”, a reinicialização inesperada
desligamento do computador, ou por uma queda de energia. do sistema e travamentos aleatórios. Um dos motivos
Por esse motivo, essas memórias também são chamadas de des-ses travamentos ocorre quando o computador tenta
memórias voláteis. Devido a sua importância para o gravar momentaneamente uma informação na RAM e não
funcionamento do computador, a memória RAM é recebe permissão para essa tarefa devido a um defeito no
considerada um tipo de memória principal. Existem ainda local de locação da memória, ou quando a informação
outros tipos de memórias que são consideradas desse grupo, não conse-gue ser lida pelo processador.
como a memória ROM, sigla de ReadOnlyMemory, ou – Todo o funcionamento do computador é impulsio-
nado pela eletricidade. Picos ou ausências dela causam de-
memória de somente leitura, onde os dados são geralmente
feitos em hardware, problemas no funcionamento correto
gravados na fábrica e não são perdidos em caso de ausência
dos procedimentos computacionais e podem ocasionar os
de energia. Por esse motivo, a memória ROM é considerada
travamentos aleatórios.
memória não volátil.
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “D”.

(PREFEITURA DE ANGICOS/RN - TÉCNICO EM


MANUTENÇÃO DE COMPUTADOR – ACAPLAM/2012)-
Com relação aos fatores que podem levar ao
travamen-to aleatório em um computador:
I. Aquecimento excessivo do processador;
II. Defeito na memória RAM;
III. Inconstância na rede elétrica;
IV. Bateria da placamãe descarregada.

Dentre os fatores listados anteriormente, estão


cor-retos

118
01
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Ética e Educação. Aprendizagem – Processo e Fatores que interferem e aplicação das Teorias Psicológicas à Educa-
ção ....................................................................................................................................................................................... 01
A Compreensão da Educação como Processo Social. ....................................................................................................... 03
A LDB: Princípios e Fins da Educação; Níveis e Modalidades de Ensino .......................................................................... 05
Planejamento de Ensino ..................................................................................................................................................... 42
Componentes do Plano Didático ....................................................................................................................................... 42
O Projeto Pedagógico da Escola: Concepção, Características, Processos ........................................................................ 43
Currículo e Matriz Curricular: Teorias do Currículo. Fundamentos Condicionantes e Metodologia do Planejamento Cur-
ricular ................................................................................................................................................................................... 47
Gestão Escolar: Gestão Democrática da Escola. Eficiência e Eficácia Escolar. .................................................................. 60
Clima de Trabalho na Escola............................................................................................................................................... 62
Organização. Assistência à Educação / Coordenação / Controle. Avaliação. ................................................................... 69
A Dinâmica da Escola .......................................................................................................................................................... 71
Projeto Pedagógico ............................................................................................................................................................ 71
Estrutura Funcional. Currículo ............................................................................................................................................ 71
A Função e a Prática do Gestor na organização e articulação do Trabalho Pedagógico ................................................ 82
Práticas Pedagógicas Integradas no cotidiano Escolar ..................................................................................................... 83
Tempos e Espaços Escolar: Os Aspectos legais para o seu funcionamento .................................................................... 96
O Regimento Escolar sua importância, elaboração e aplicabilidade ................................................................................ 97
Conhecimentos pedagógicos ............................................................................................................................................. 98
O processo de construção do conhecimento científico pela criança. .............................................................................. 98
Concepções Pedagógicas ................................................................................................................................................... 98
Teorias Educacionais ........................................................................................................................................................... 99
Projetos Pedagógicos ....................................................................................................................................................... 100
Currículo e Avaliação. Didática Geral e Prática de Ensino ............................................................................................... 100
O Lúdico como Instrumento de Aprendizagem. ............................................................................................................. 100
O Jogo e o Brincar ............................................................................................................................................................ 101
Prática Educativa. .............................................................................................................................................................. 104
Parâmetros Curriculares Nacionais .................................................................................................................................. 105
Projetos Interdisciplinares ................................................................................................................................................ 131
Temas transversais ............................................................................................................................................................ 132
Diretrizes e bases da educação na nova LDB .................................................................................................................. 132
Ambiente Educacional e Familiar, .................................................................................................................................... 132
Participação dos Pais ........................................................................................................................................................ 133
História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena ................................................................................................................... 133
Legislação Educacional ..................................................................................................................................................... 137
História da Educação ........................................................................................................................................................ 153
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente .................................................................................................................. 154
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Posso, quero e devo?


ÉTICA E EDUCAÇÃO. APRENDIZAGEM – PROCESSO
A ética é uma questão de autonomia (aquilo que vem de
E FATORES QUE INTERFEREM E APLICAÇÃO DAS
dentro). É a regra interna que tem de ser internalizada, e não
TEORIAS PSICOLÓGICAS À EDUCAÇÃO.
apenas obedecida. Há coisas que quero, mas não posso. Há
coisas que posso, mas não devo. E há coisas que devo, mas
não quero. O equilíbrio na vida vem quando o que você quer
Ética é o conjunto de princípios e valores que usamos é algo que você pode e algo que você deve.
para decidir nossa conduta social. Se só existisse um ser
humano no planeta, não existiria a questão ética, porque Um grande pensador vindo do cristianismo, chamado
ela é a regulação da conduta, da vida coletiva. Esse ser Paulo, ou São Paulo, por alguns, tem uma frase clássica
úni-co seria absolutamente soberano para fazer tudo sem que é muito forte, em sua segunda carta aos coríntios:
se importar com nada. Como vivemos todos juntos, temos “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Posso fazer
que ter princípios e valores de convivência, de maneira qual-quer coisa porque sou livre, mas não devo fazer
que tenhamos uma vida íntegra, do ponto de vista físico, qualquer coisa. E o que não devo fazer? O que torna
ma-terial e espiritual. imunda a minha história, o que torna desonrosa a minha
A ética é o conjunto desses princípios de convivência. vitória, o que tor-na indecente o meu sucesso, o que
A moral é a prática. Não existe ética individual, existe ética torna nojento o meu patrimônio... Isto é, tudo aquilo que
de um grupo, de uma sociedade, de uma nação. Porém, fraturar, apodrecer a minha integridade.
existe moral individual, porque moral é a prática. Ainda
O ensino de ética na escola
não temos uma ética universal, isto é, que tenha validade
para todos os seres humanos em qualquer tempo e em possível tratar a ética como tema. Ela não precisa ser
qual-quer lugar. O que mais se aproximou disso foi a uma disciplina no Ensino Fundamental, mas pode aparecer
Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. como um conteúdo no conjunto das disciplinas. No Ensino
Médio, deve ser abordada, normalmente, dentro da Filoso-
As grandes questões éticas
fia, porque é uma parte da Filosofia. Não é exclusividade, mas
As grandes questões universais são: O que é certo e o uma parte. E, no Ensino Superior, tem, sim, que apare-cer
que é errado? O que é o bem e o que é o mal? Tenho um como uma matéria, uma disciplina.
princípio pessoal para julgar o que é bom e o que é ruim. Mas não se ensina ética apenas falando ou pensando
Tudo o que eu fizer que ajude a mim ou outro ser humano a sobre ela. A ética é, acima de tudo, exemplar. Uma profes-
ter mais vitalidade e não diminua sua dignidade e capaci- sora, por exemplo, precisa saber que na hora da entrada
dade é bom. Tudo o que eu fizer que diminua sua dignida- das crianças ou na volta do intervalo, ela não deve fazer
de, capacidade ou vitalidade não é bom. uma fila e dizer assim: “Meninos de um lado e meninas do
As questões éticas podem mudar ao longo da história. O outro”, porque não se separa por gênero. A função de
advento das plataformas digitais, por exemplo, trouxe novas uma fila é organizar, e não separar por gênero. Qual é a
questões éticas relacionadas à ideia de privacidade. A ética é finalidade disso? A vida não é assim. Você não vai a um
relativa ao seu tempo. Ela só é compreendida quando se supermercado e há caixa para homem, caixa para mulher;
levam em consideração a sociedade em que surge, a época você não vai ao banco e há caixa para homem, caixa para
em que vem à tona e também a cultura em que se situa. mulher. Onde há essa separação? Em escola, penitenciária
Só se pode dizer que uma pessoa não tem ética se ela e hospício. Portanto, cautela!
for incapaz de decidir, julgar e avaliar. Por exemplo, uma Outro exemplo de natureza ética: é preciso respeitar o
criança pequena, um adulto que tenha mal de Alzheimer aluno. A primeira coisa que se tem de fazer ao começar a dar
ou esclerose senil, uma pessoa com distúrbios mentais. aula para uma turma é aprender o nome dos alunos, porque
Es-tes, sim, não são capazes de escolher, decidir e julgar. isso é um sinal de respeito, é a capacidade exemplar do tra-
Um bandido tem ética? Claro. Na verdade, ele tem balho pedagógico. E não adotar um material didático que
princípios e valores para julgar, decidir e agir. Eu chamo a seja antiético – por exemplo, que não seja pluriétnico.
ética do bandido de antiética. O político que frauda o Fui alfabetizado com livros em que, quando se falava
orçamento, o professor que se vale de sua posição para de corpo humano, o desenho era de um sujeito alto, forte
exercer autoritarismo, o pai ou a mãe que é leviano naquilo e loiro de olhos azuis, um sueco. A criança brasileira, de
que faz, todos esses têm ética: eu chamo isso de antiética. maneira geral, olhava para aquilo, olhava para ela, olhava
A antiética é o que colide com o que eu entendo em volta e não tinha identidade. Cautela para não falar
como saudável. Nós somos capazes de escolher o que nos em meia cor da pele, não falar em xampu para cabelos
faz mal, mesmo sabendo das consequências. Por exemplo, nor-mais, nunca. Tudo isso tem a ver com o conteúdo da
comemos alimentos que nos fazem mal conscientemente. vida, da escola, da mídia.
Essa capacidade de escolha e os princípios que a regulam
Fonte:http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/re-
é o que nós chamamos de ética.
portagens-artigos/artigos/10388-%C3%A9tica-e-educa%-
C3%A7%C3%A3o

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
O processo de aprendizagem é um fenômeno Esta obra constitui uma importante contribuição para
natural do ser humano que envolve uma série de fatores: a formação de estudantes, profissionais e pesquisadores
aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais que já atuam ou que pretendem atuar com o
e culturais. Quando um bebê é estimulado por seus pais a
desenvolvimento humano.
pegar obje-tos ele o faz, acontecendo o mesmo quando é
estimulado a engatinhar, mastigar, andar, ler, diferenciar Psicologia da Aprendizagem
cores e ou-tras coisas. Dessa forma, é possível dizer que o
processo de aprendizagem é tido a partir da motivação. Da teoria do condicionamento ao construtivismo
Existem casos em que um indivíduo pode apresentar O grande desafio da educação no Brasil de hoje não
dificuldades na aprendizagem como hipo ou hiperativida- consiste apenas em viabilizar a permanência dos alunos na
de, déficit de atenção, problemas relacionados a números, escola, mas principalmente em fazer com que eles apren-
desajustes emocionais, dificuldades de concentração e de dam o que é ensinado. Dessa forma, é possível contribuir
memorização, má percepção e inibição participativa. para o desenvolvimento e a capacitação daqueles que se-rão
Howard Gardner, psicólogo que criou a Teoria das Inteli- os cidadãos do futuro. Diante de tantas variáveis que
gências Múltiplas, relatou sobre a existência de sete tipos de impedem a concretização da melhoria na educação, a úni-ca
inteligência que são ativadas a partir de estímulos. São elas: certeza é que todos têm capacidade para aprender. E cada
verbal, lógica, musical, visual, interpessoal e intrapessoal. um aprende sob determinadas condições e de acor-do com o
Tais inteligências devem ser estimuladas de forma que próprio ritmo. Neste livro, os autores oferecem um panorama
o indivíduo não tenha nenhuma área latente. O aprimo- das principais contribuições da Psicologia à compreensão do
ramento inteligível a partir da ativação das inteligências processo de aprendizagem e à busca da eficácia da educação
acontecerá de maneira espontânea resultando dos escolar. Detalham oito concepções diferentes, desde Skinner
estímu-los recebidos. até Emilia Ferreiro, passando por Piaget e Vigotski. Os
autores destacam, em cada uma das teorias apresentadas,
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/psicolo- elementos diretamente vinculados ao trabalho escolar, que
gia/aprendizagem.htm possam servir de apoio efetivo ao educador no cotidiano da
sala de aula. A obra é particu-larmente indicada para os
dado o nome de Psicologia da Educação ao segmen-to
cursos que formam professores.
de estudos e pesquisas que visam descrever os proces-sos
psicológicos presentes na educação. Teóricos como Sigmund Aprendizagem
Freud, Jean Piaget, Burrhus Frederic Skinner, Carl
Rogers, Lev Vygotsky e Alexander Luria são tidos como Teoria e prática
precursores dos estudos em Psicologia da Educação. Todos, sem exceção, são capazes de aprender. Diferen-
Atualmente, a Psicologia da Educação é considerada tes podem ser o ritmo e a velocidade, os materiais e os
um ramo tanto da Psicologia como da Educação e carac- métodos, as condições pessoais e o contexto da aprendiza-
teriza-se como uma área de investigação dos problemas e gem – assim como as intenções e os objetivos, as motiva-
fenômenos educacionais, a partir de um entendimento ções e os interesses. Desde que os fatores necessários es-
psicológico. tejam presentes, não resta dúvida de que a aprendizagem
A maioria dos autores considera o processo ensino- ocorrerá. Partindo dessa verdade pedagógica, o professor
-aprendizagem como o objeto fundamental desta ciência. Nelson Piletti discute o processo de aprendizagem con-
Contudo, importa também abranger a educação familiar siderando essas múltiplas peculiaridades e traz subsídios e
da criança e do adolescente, considerando que o processo sugestões para a criação de condições adequadas para que
ensino-aprendizagem não se limita ao aspecto puramente esse processo se desenvolva com eficiência. Para isso, discute
cognitivista, sendo também afetivo-motivacional, diferen- questões que os professores vivenciam em sala de aula,
cial, ultrapassando o contexto escolar. como motivação, liberdade, criatividade, amizade, no-vas
tecnologias e avaliação. Dessa forma, o livro estimula a
Psicologia do Desenvolvimento reflexão, o debate de teorias e de práticas, para que, em
confronto com as próprias experiências, cada um possa
A Psicologia do Desenvolvimento pode ser entendida
chegar a conclusões pessoais e ao aprimoramento de pen-
como a área de conhecimento que se interessa pelas mu-
samentos e ações no cotidiano educacional. Obra essencial
danças constituídas ao longo da vida humana e que busca
para professores e futuros professores.
explicar os fatores que as produzem. Busca desvendar os ca-
minhos traçados, as escolhas feitas, tudo aquilo que edifica o Didática
indivíduo em cada momento de sua vida. Ou seja, procura
compreender como, por que e para que as pessoas mudam. Finalmente um manual claro, moderno e completo de
Debruçando-se sobre essa fascinante área, os autores Didática, escrito especialmente para alunos e professo-res
apresentam, neste livro, um panorama histórico e teórico da disciplina nos cursos de Pedagogia e de formação
sobre os estudos do desenvolvimento humano e dedicam continuada. Obra sem o ranço dos velhos tratados, escrito
capítulos específicos para a infância, a adolescência, a vida por um professor brasileiro para as necessidades do nosso
adulta e a velhice. país. Didática dosa com sabedoria teoria e prática. Con-

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

ciso, agradável de ler e bem organizado, este livro é um A educação formal seleciona os elementos essenciais
cúmplice necessário e amistoso de professores e futuros e sua transmissão se dá por pessoas especializadas.
Do ponto de vista sociológico, a escola pode ser vista
professores.
como grupo social e instituição.
Fonte: http://www.editoracontexto.com.br/blog/a-psi- Considerada uma reunião de indivíduos (alunos, pro-
fessores e funcionários) com objetivos comuns e em con-
cologia-da-educacao/
tínua interação, a escola é um grupo social que transmite
cultura.
A escola pode também ser vista como uma instituição,
ou seja, um conjunto de normas e procedimentos padroni-
A COMPREENSÃO DA EDUCAÇÃO COMO zados, altamente valorizados pela sociedade, cujo objetivo
PROCESSO SOCIAL. principal é a socialização do indivíduo e a transmissão de
determinados aspectos da cultura.
É Fernando de Azevedo, em sua obra Sociedade educa-
cional, quem demonstra ser a educação um processo social
inevitável que todos os indivíduos, satisfeitos com o geral no qual torna-se necessário distinguir os pedagógicos
status que de uma sociedade dada, em que vivem, esperam dos sistemas propriamente ditos, vistos como fatos institu-
que a instituição escola transmita inalteradas, à nova gera- cionalizados. Para ele, “a educação é, portanto, um processo
ção, as normas de sua sociedade. Para essas pessoas, qual- social de que não é possível ter uma compreensão bastan-te
quer modificação que os professores tentem introduzir, nítida se não procuramos observa-lo na multiplicidade e
compreendendo a educação como “prática da liberdade”, diversidade dessas forças e instituições que concorrem ao
segundo as palavras de Paulo Freire, é vista com descon- desenvolvimento da sociedade. Só por abstração é que po-
fiança. Esperam, assim, que a escola contribua para manter demos isola-lo do sistema de relações e instituições sociais e,
inalterada a sociedade, apesar dos seus inúmeros proble- ainda quando a educação adquire uma forma mais definida
mas. Dessa forma, fixa-se uma função conservadora para a ou uma estrutura (escola, sistemas escolares), não é possível
escola, reservando-se sua função inovadora para alguns compreender o sistema pedagógico, senão colocando-o em
aspectos do conhecimento. Tal constatação é válida tam-bém seu lugar, no conjunto do sistema social em que se organizou
para sociedade em períodos de revolução: não é a es-cola e a que serve, como uma das instituições destinadas a asse-
que a inicia, mas é ela que tem a responsabilidade de gurar a sua unidade, o seu equilíbrio e o seu desenvolvimen-
consolida-la, transmitindo a seus alunos os novos valores. to”.(Apud delorenzo Neto 1974:125).
O que integra o indivíduo na sociedade e no grupo social em Brookover acentua esta característica do processo
que vive é o patrimônio cultural que ele recebe pela educação. edu-cacional, afirmando que “precisamos considerar o
Assim, são objetivos da educação: a transmissão da sistema educacional como um aspecto da sociedade
cultura, a adaptação dos indivíduos à sociedade, o desen- global, ã luz dos processos gerais de mudança cultural. As
volvimento de suas potencialidades e como conseqüência escolas não funcionam como algo ã parte, que podem
o desenvolvimento da própria sociedade. A criança, por modelar a so-ciedade. Não são agências extra-societárias:
exemplo, passa desde cedo pelo processo de socialização, encontram-se inseridas no sistema social e não acima e
na medida em que aprende as regras de comportamento sobre ele”. (In; Pereira e Foracchi, 1973:81-2).
Outro aspecto a destacar é que o efeito da educação,
do grupo em que nasceu.
visto como um todo, é o de aumentar a rapidez com que as
A educação pode ser informal, ou formal. várias mudanças, tanto tecnológicas quanto materiais, se
expandem na sociedade. Ora, este fator é considerado de
Educação informal, assistemática ou difusa.É a que forma ambivalente pelos componentes da sociedade: se
acontece na vida diária pelo aprendizado das tarefas nor- realmente há o desejo de que a escola estimule a mudan-ça
mais de cada grupo social, pela observação do comporta- no campo material e tecnológico, espera-se, ao mesmo
mento dos mais velhos, pela convivência entre os mem- tempo, que mantenha inalterados os padrões de relações, as
bros de uma sociedade. É realizada sem qualquer plano, normas e os valores de uma sociedade dada. Em ou-tras
sem local ou hora determinada. Todas as pessoas, todos palavras, espera-se “que o sistema educacional impeça
os grupos, toda a sociedade participam dessa forma de qualquer mudança nos sentimentos e crenças relativas às
edu-cação. A expressão popular “Quanto mais se vive, relações humanas e que, ao mesmo tempo, ensine a ciên-cia
mais se aprende”exprime esse processo. e a tecnologia – as quais, quase certamente, tornarão
Educação sistemática ou formal. Embora a educação obsoletas algumas formas de relações humanas”(Brooko-ver
informal esteja sempre presente na vida do indivíduo, em In: Pereira e Foracchi, 1973: 84-5).
sociedades complexas ela não basta. A divisão do
trabalho e a extrema especialização exigem das crianças a EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE
passagem pela escola, onde recebem educação
sistemática ou for-mal. Seu objetivo básico é a A educação para a liberdade é outro fator que leva a
transmissão de determinados legados culturais, isto é de escola a contribuir para a mudança social. O indivíduo edu-
determinados conhecimentos, técnicas ou modos de vida. cado para ser livre é aquele capaz de analisar criticamente

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
uma situação e, a partir dessa análise, tomar a decisão direitos fundamentais, em sua liberdade, em seus direitos
que achar mais viável diante dela: poderá concluir que a a condições dignas de vida. Não admitiria ser excluído da
situa-ção é a mais adequada e, por isso, lutar para mantê- vida da sociedade, mas seria um importante fator de
la; mas poderá também julgar que a situação deve ser trans-formação social.
modificada e contribuir para a mudança. À medida que a escola contribuir para diminuir os
Só é possível uma educação para a liberdade num cli- índi-ces de exclusão escolar, estará dando sua
ma de liberdade. A liberdade não se ensina, qual matéria contribuição para reduzir o número de marginalizados e
escolar teórica, mas se aprende praticando. Assim, não para construir uma sociedade mais justa, mais igualitária.
adianta o professor e a escola declararem-se a favor da li- A escola será tanto mais eficiente quanto mais estiver
berdade se, ao mesmo tempo, reprimirem toda e aberta às condições do país e do mundo em que vivemos. O
qualquer manifestação dos alunos. interesse pelos problemas atuais que afligem a humani-dade
Liberdade não significa cada um procurar apenas seu não poderá deixar de existir dentro da escola, na me-dida em
próprio interesse. Mais do que isso, quer dizer o indivíduo que esta pretender formar pessoas para atuarem de forma
contribuir para o interesse comum através de meios que ele construtiva na solução desses problemas.
julga os mais indicados. Evidentemente, o indivíduo es-tará A escola pode também contribuir para a superação da
constantemente avaliando esses meios e sua eficácia, segregação entre as pessoas, para a compreensão da pes-
modificando-os quando achar que não servem mais. soa, qualquer que seja, como princípios e fim das ativida-
Num clima de liberdade, o professor pode discordar do des humanas, para a solidariedade na luta por melhores
aluno, e vice-versa, mas um defender o direito de o ou-tro condições de vida.
expor seu ponto de vista. Quando há liberdade, desen-volve-
se um clima de respeito mútuo, de valorização da pessoa do CULTURA E EDUCAÇÃO
outro. Compreende-se que, sendo respeitado em seu direito
de divergir, o indivíduo também considere necessário No início de abril de 1984 os jornais estamparam a se-
guinte notícia: dois alunos foram expulsos de uma escola
respeitar os demais e sua liberdade.
de primeiro grau de Porto Alegre. Causa da expulsão: os
EDUCAÇÃO E COMPLEXIDADE SOCIAL dois estavam fazendo um plebiscito entre os colegas a
res-peito de sua posição sobre as eleições diretas para
exclusão social opõe-se a participação. A escola pode presi-dente da República.
ser um fator importante na aprendizagem da participação. Na verdade, a preparação do aluno para o exercício
Isso ocorrerá na medida em que o aluno for estimulado a se consciente da cidadania é um dos objetivos do ensino de
interessar pelo que acontece na escola, na sala de aula e fora primeiro e segundo graus, de acordo com a Lei 5 692/71. E
dela; na medida em que o programa de estudos não for tanto mais eficiente será essa preparação quanto mais ela for
imposto de cima para baixo, mas se permita aos alunos dar feita na prática, a partir da discussão e da participação na
sua contribuição na escolha dos assuntos, dos métodos de vida social do país. Punir alunos que promovem discus-sões
trabalho, etc.; na medida em que a direção da escola se sobre os problemas do país contraria tanto as leis do ensino
dispuser a ouvir os alunos, a estimula-los a discutirem os quanto os objetivos mais amplos da educação.
eventuais problemas da escola e as maneiras de resolve--los; Nenhuma escola se localiza fora de uma comunidade,
na medida em que os alunos tiverem oportunidade de fazer fora de um país. Refletir e pensar sobre as condições des-
programações culturais, sociais e esportivas sob sua inteira sa comunidade e desse país é uma das responsabilidades
responsabilidade. da escola. Só assim ela estará preparando os alunos para
A própria escola poderá modificar-se, superar seus conhecerem a realidade em que vivem e participarem ati-
gra-ves problemas, se dispuser a possibilitar maior vamente em sua transformação.
participação dos alunos. O problema dos altos índices de A escola, antes de mais nada, é a agência através da
reprovação na primeira série – cerca de 50% – e de evasão qual as gerações adultas introduzem as novas gerações
escolar, por exemplo, poderia ser encaminhado de no domínio do patrimônio cultural da humanidade e a
maneira satisfató-ria se alunos e ex-alunos pudessem cultura de um país não se resume às matérias escolares,
discuti-lo livremente e propor soluções. nem ao conteúdo dos livros didáticos.
Estimulando a participação dos alunos, a escola esta- Tanto a cultura universal quanto a cultura própria de um
rá contribuindo para a formação do cidadão consciente país ou de uma comunidade manifestam-se através de
de suas responsabilidades sociais, que é um dos objeti- formas próprias de expressão.Quanto maior o contato do
vos do ensino de primeiro e segundo graus, segundo a lei aluno com essas formas de expressão, mais ele apreenderá e
5692/71. Educado para a participação social, o indivíduo vivenciará a cultura do seu povo. Na medida em que a es-
não se submeteria facilmente às injustiças e cola oferecer aos alunos oportunidades de contato com a
desigualdades sociais vigentes na sociedade. Ao contrário, cultura humana, do passado e do presente, ela estará cum-
teria condições de se envolver de forma atuante na luta prindo seus objetivos educacionais. As ciências e as artes são
pela mudança des-sas condições. manifestações importantes dessa cultura.
Educado para a participação, o indivíduo exigiria par- As possibilidades no campo artístico são numerosas. O
ticipar, opinar a respeito das decisões que influem nos contato dos alunos com profissionais que atuam nas diver-
destinos do país e da comunidade, ser respeitado em seus sas artes (literatura, teatro, cinema, música, pintura, escul-

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
tura, arquitetura), bem como o exercício dos próprios alu-
nos nesses campos constituem experiências de A LDB: PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO;
inestimável valor educativo, que abrem as perspectivas
NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO.
profissionais dos educandos.
Na comunidade em que se localiza a escola, no mu-
nicípio ou na região, não é raro encontrarem-se pessoas
que atuam em uma ou em várias das atividades artísticas Na organização do Estado brasileiro, a matéria edu-
citadas. A presença na escola de um escritor, de um poeta, cacional é conferida pela Lei nº 9.394/96, de Diretrizes e
de um autor ou ator de teatro, de um diretor ou ator de Bases da Educação Nacional (LDB), aos diversos entes fe-
cinema, de um músico ou de um conjunto musical, de um derativos:
pintor, de um escultor, enfim, de profissionais do campo União, Distrito Federal, Estados e Municípios, sendo
artístico, contribui para que os alunos tenham um contato que a cada um deles compete organizar seu sistema de
mais vivo com a arte. Muitas vezes há artistas na comuni-
ensino, cabendo, ainda, à União a coordenação da políti-
dade, de grande valor, mas desconhecidos do público. A
escola pode descobrir, promover e divulgar a obra desses ca nacional de educação, articulando os diferentes níveis e
artistas. Será uma contribuição ao conhecimento da sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e
comu-nidade e à educação dos alunos. supletiva (artigos 8º, 9º, 10 e 11).
Além do contato com os artistas, da observação e do No tocante à Educação Básica, é relevante destacar
estudo de suas obras, os alunos também podem exerci- que, entre as incumbências prescritas pela LDB aos
tar-se fazendo experiências artísticas. É claro que para isso Estados e ao Distrito Federal, está assegurar o Ensino
a escola precisa de recursos, mais para algumas artes e Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio
menos para outras. Assim, não há necessidade de muitos a todos que o demandarem. E ao Distrito Federal e aos
recursos para que o aluno escreva poesias e outros textos Municípios cabe oferecer a Educação Infantil em Creches
literários, para que escreva uma peça de teatro ou e Pré-Escolas, e, com prioridade, o Ensino Fundamental.
participe como ator, para que componha e execute obras Em que pese, entretanto, a autonomia dada aos vá-
musicais, para que pinte quadros ou faça esculturas. Já no rios sistemas, a LDB, no inciso IV do seu artigo 9º, atribui à
caso do cinema, os meios necessários são mais caros. União estabelecer, em colaboração com os Estados, o
Além das atividades promovidas dentro da escola, os Distrito Federal e os municípios, competências e diretrizes
alunos podem sair para tomar parte de eventos artís-ticos: para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino
assistir a um filme, ver uma peça de teatro, visitar uma Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos
exposição artística, participar em festivais de músicas e em míni-mos, de modo a assegurar formação básica comum.
sessões de autógrafos são apenas alguns exemplos de A formulação de Diretrizes Curriculares Nacionais
iniciativas que a escola pode tomar. A maior ou menor constitui, portanto, atribuição federal, que é exercida pelo
participação dos alunos em atividades artísticas depende Conselho Nacional de Educação (CNE), nos termos da LDB
em grande parte da iniciativa dos educadores, tanto ad-
ministradores quanto professores. A iniciativa dos alunos
e da
Lei nº 9.131/95, que o instituiu. Esta lei define, na alínea
em promover atividades e exigir a participação em even- “c” do seu artigo 9º, entre as atribuições de sua Câmara de
tos que ocorrem fora da escola constitui outro fator im- Educação Básica (CEB), deliberar sobre as Diretrizes Curri-
portante, principalmente no caso de ser necessário vencer culares propostas pelo Ministério da Educação. Esta com-
a acomodação rotineira a que muitos educadores podem petência para definir as Diretrizes Curriculares Nacionais
submeter-se. torna-as mandatórias para todos os sistemas. Ademais,
Em síntese: compreender a prática social global como atribui-lhe, entre outras, a responsabilidade de assegurar a
ponto de partida e de chegada da prática educativa implica participação da sociedade no aperfeiçoamento da edu-cação
compreender a prática educativa como uma atividade me- nacional (artigo 7º da Lei nº 4.024/61, com redação dada pela
diadora no seio dessa prática mais ampla, uma atividade que Lei 8.131/95), razão pela qual as diretrizes cons-titutivas
tem por função instrumentalizar o indivíduo, enquanto ser deste Parecer consideram o exame das avaliações por elas
social, para sua atuação no meio social onde está in-serido. apresentadas, durante o processo de implementa-ção da
Essa instrumentalização se refere à aquisição pelo indivíduo LDB.
O sentido adotado neste Parecer para diretrizes está
do saber escolar, compreendido como ferramen-ta cultural
formulado na Resolução CNE/CEB nº 2/98, que as delimita
necessária para a vida dentro de uma socieda-de letrada.
como conjunto de definições doutrinárias sobre princípios,
Esse “saber escolar” constitui-se nos elementos essenciais do fundamentos e procedimentos na Educação Básica (...) que
conhecimento humano sistematizado e em sistematização, orientarão as escolas brasileiras dos sistemas de ensino, na
devidamente às diversas faixas etárias dos educandos. organização, na articulação, no desenvolvimento e na ava-
liação de suas propostas pedagógicas.
Fonte: https://pedagogiaaopedaletra.com/educacao-- Por outro lado, a necessidade de definição de Diretrizes
sociedade/ Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica está
posta pela emergência da atualização das políticas educa-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
cionais que consubstanciem o direito de todo brasileiro à e temas estimuladores dos debates, a fim de subsidiar a
formação humana e cidadã e à formação profissional, na elaboração do documento preliminar visando às Diretrizes
vivência e convivência em ambiente educativo. Têm estas Curriculares Nacionais para a Educação Básica, sob a coor-
Diretrizes por objetivos: denação da então relatora, conselheira Maria Beatriz Luce.
I – sistematizar os princípios e diretrizes gerais da (Portaria CNE/CEB nº 1/2006)
Edu-cação Básica contidos na Constituição, na LDB e A comissão promoveu uma mobilização nacional das
demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações diferentes entidades e instituições que atuam na
que con-tribuam para assegurar a formação básica Educação Básica no País, mediante:
comum nacio-nal, tendo como foco os sujeitos que dão I – encontros descentralizados com a participação de
vida ao currículo e à escola; Municípios e Estados, que reuniram escolas públicas e
II – estimular a reflexão crítica e propositiva que deve par-ticulares, mediante audiências públicas regionais,
subsidiar a formulação, execução e avaliação do projeto viabili-zando ampla efetivação de manifestações;
político-pedagógico da escola de Educação Básica; II – revisões de documentos relacionados com a Edu-
III – orientar os cursos de formação inicial e cação Básica, pelo CNE/CEB, com o objetivo de promo-ver
continuada de profissionais – docentes, técnicos, a atualização motivadora do trabalho das entidades,
funcionários -da Edu-cação Básica, os sistemas educativos efetivadas, simultaneamente, com a discussão do regime
dos diferentes entes federados e as escolas que os de colaboração entre os sistemas educacionais, contando,
integram, indistintamente da rede a que pertençam. portanto, com a participação dos conselhos estaduais e
Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais
municipais.
Gerais para a Educação Básica visam estabelecer bases
comuns nacionais para a Educação Infantil, o Ensino Fun- Inicialmente, partiu-se da avaliação das diretrizes des-
damental e o Ensino Médio, bem como para as modalida- tinadas à Educação Básica que, até então, haviam sido es-
des com que podem se apresentar, a partir das quais os tabelecidas por etapa e modalidade, ou seja,
sistemas federal, estaduais, distrital e municipais, por suas expressando--se nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
competências próprias e complementares, formularão as a Educação Infantil; para o Ensino Fundamental; para o
suas orientações assegurando a integração curricular das Ensino Médio; para a Educação de Jovens e Adultos; para
três etapas sequentes desse nível da escolarização, essen- a Educação do Campo; para a Educação Especial; e para a
cialmente para compor um todo orgânico. Educação Esco-lar Indígena.
Além das avaliações que já ocorriam assistematica- Ainda em novembro de 2006, em Brasília, foi realiza-
mente, marcou o início da elaboração deste Parecer, parti- do o Seminário Nacional Currículo em Debate, promovido
cularmente, a Indicação CNE/CEB nº 3/2005, assinada pelo pela Secretaria de Educação Básica/MEC, com a participa-
então conselheiro da CEB, Francisco Aparecido Cordão, na ção de representantes dos Estados e Municípios. Durante
qual constava a proposta de revisão das Diretrizes Curri- esse Seminário, a CEB realizou a sua trigésima sessão or-
culares Nacionais para a Educação Infantil e para o Ensino dinária na qual promoveu Debate Nacional sobre as Di-
Fundamental. Nessa Indicação, justificava-se que tais retrizes Curriculares para a Educação Básica, por etapas.
Diretrizes encontravam-se defasadas, segundo avaliação Esse debate foi denominado Colóquio Nacional sobre as
nacional sobre a matéria nos últimos anos, e superadas Diretrizes Curriculares Nacionais. A partir desse evento e
em decorrência dos últimos atos legais e normativos, dos demais que o sucederam, em 2007, e considerando a
particu-larmente ao tratar da matrícula no Ensino alteração do quadro de conselheiros do CNE e da CEB,
Fundamental de crianças de 6 (seis) anos e consequente criou-se, em 2009, nova comissão responsável pela ela-
ampliação do Ensi-no Fundamental para 9 (nove) anos de boração dessas Diretrizes, constituída por Adeum Hilário
duração. Imprescin-dível acrescentar que a nova redação Sauer (presidente), Clélia Brandão Alvarenga Craveiro (re-
do inciso I do artigo 208 da nossa Carta Magna, dada pela latora), Raimundo Moacir Mendes Feitosa e José Fernan-
Emenda Constitucio-nal nº 59/2009, assegura des de Lima (Portaria CNE/CEB nº 2/2009) . Essa comissão
Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 reiniciou os trabalhos já organizados pela comissão ante-
anos de idade, inclusive a sua oferta gratuita para todos rior e, a partir de então, vem acompanhando os estudos
os que a ela não tiveram acesso na idade própria. promovidos pelo MEC sobre currículo em movimento, no
Nesta perspectiva, o processo de formulação destas Dire- sentido de atuar articulada e integradamente com essa
trizes foi acordado, em 2006, pela Câmara de Educação Básica instância educacional.
com as entidades: Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Durante essa trajetória, os temas considerados perti-
Educação, União Nacional dos Conselhos Municipais de Edu- nentes à matéria objeto deste
cação, Conselho dos Secretários Estaduais de Educação, União Parecer passaram a se constituir nas seguintes ideias--
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, e entidades força:
representativas dos profissionais da educação, das instituições de I–as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
formação de professores, das mantenedoras do ensino pri-vado Educação Básica devem presidir as demais diretrizes curri-
e de pesquisadores em educação. culares específicas para as etapas e modalidades, contem-
Para a definição e o desenvolvimento da metodolo- plando o conceito de Educação Básica, princípios de orga-
gia destinada à elaboração deste Parecer, inicialmente, foi nicidade, sequencialidade e articulação, relação entre as
constituída uma comissão que selecionou interrogações etapas e modalidades: articulação, integração e transição;

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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– o papel do Estado na garantia do direito à edu- VII – a criação do Fórum Nacional dos Conselhos de
cação de qualidade, considerando que a educação, Educação, objetivando prática de Regime de colabora-ção
enquanto direito inalienável de todos os cidadãos, é entre o CNE, o Fórum Nacional dos Conselhos Es-taduais
condição primeira para o exercício pleno dos direitos: de Educação e a União Nacional dos Conselhos
humanos, tanto dos direitos sociais e econômicos quan-to Municipais de Educação;
dos direitos civis e políticos; VIII – a instituição da política nacional de formação de
III – a Educação Básica como direito e considerada, profissionais do magistério da Educação Básica (De-creto
contextualizadamente, em um projeto de Nação, em nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009);
consonância com os acontecimentos e suas determina- IX – a aprovação do Parecer CNE/CEB nº 9/2009 e da
ções histórico-sociais e políticas no mundo; Resolução CNE/CEB nº 2/2009, que institui as Diretrizes
IV – a dimensão articuladora da integração das dire- Nacionais para os Planos de Carreira e Remuneração dos
trizes curriculares compondo as três etapas e as moda- Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública,
lidades da Educação Básica, fundamentadas na indisso- que devem ter sido implantados até dezembro de 2009;
ciabilidade dos conceitos referenciais de cuidar e educar; X–as recentes avaliações do PNE, sistematizadas pelo
V – a promoção e a ampliação do debate sobre a po- CNE, expressas no documento Subsídios para Ela-boração
lítica curricular que orienta a organização da Educação do PNE Considerações Iniciais. Desafios para a Construção
Básica como sistema educacional articulado e integrado; do PNE (Portaria CNE/CP nº 10/2009);
VI – a democratização do acesso, permanência e su- XI – a realização da Conferência Nacional de Educa-
cesso escolar com qualidade social, científica, cultural; ção (CONAE), com o tema central
VII – a articulação da educação escolar com o mundo “Construindo um Sistema Nacional Articulado de
do trabalho e a prática social; Educação: Plano Nacional de Educação –
VIII – a gestão democrática e a avaliação; Suas Diretrizes e Estratégias de Ação”, tencionando
IX – a formação e a valorização dos profissionais da propor diretrizes e estratégias para a
educação; construção do PNE 2011-2020;
X – o financiamento da educação e o controle social. XII – a relevante alteração na Constituição, pela pro-
Ressalte-se que o momento em que estas Diretrizes mulgação da Emenda Constitucional nº 59/2009, que,
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica entre suas medidas, assegura Educação Básica obrigató-
estão sendo elaboradas é muito singular, pois, simulta- ria e gratuita dos4 aos 17anos de idade, inclusive a sua
neamente, as diretrizes das etapas da Educação Básica, oferta gratuita para todos os que ela não tiveram acesso
também elas, passam por avaliação, por meio de contí- na idade própria; assegura o atendimento ao estudan-te,
nua mobilização dosrepresentantes dossistemaseducati- em todas as etapas da Educação Básica, mediante
vosdenível nacional, estadual e municipal. A articulação programas suplementares de material didático-esco-lar,
entre os diferentes sistemas flui num contexto em que se transporte, alimentação e assistência à saúde, bem como
vivem: reduz, anualmente, a partir do exercício de 2009,
I – os resultados da Conferência Nacional da Educa- O percentual da Desvinculação das Receitas da União
ção Básica (2008); incidente sobre os recursos destinados à manu-tenção e
II – os 13 anos transcorridos de vigência da LDB e as ao desenvolvimento do ensino. 1
inúmeras alterações nela introduzidas por várias leis, bem 1 São as seguintes as alterações na Constituição
como a edição de outras leis que repercutem nos Federal, promovidas pela Emenda Constitucional nº
currículos da Educação Básica; 59/2009:
-Art. 208. (...)
– o penúltimo ano de vigência do Plano Nacional de I -Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 (qua-
Educação (PNE), que passa por avaliação, bem como a tro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada in-
mobilização nacional em torno de subsídios para a ela- clusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
boração do PNE para o período 2011-2020; tiveram acesso na idade própria;
IV – a aprovação do Fundo de Manutenção e De- (O disposto neste inciso I deverá ser implementado
senvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos progressivamente, até 2016, nos termos do Plano Na-
Professores da Educação (FUNDEB), regulado pela Lei nº cional de Educação, com apoio técnico e financeiro da
11.494/2007, que fixa percentual de recursos a todas as União) .
etapas e modalidades da Educação Básica; VII -atendimento ao educando, em todas as etapas da
V – a criação do Conselho Técnico Científico (CTC) da Educação Básica, por meio de programas suplemen-tares
Educação Básica, da Coordenação de Aperfeiçoamento de de material didático -escolar, transporte, alimenta-ção e
Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação assistência à saúde.
(Capes/MEC); -Art. 211. (...)
VI – a formulação, aprovação e implantação das me- § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a
didas expressas na Lei nº 11.738/2008, que regulamenta o União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de-
piso salarial profissional nacional para os profissionais do finirão formas de colaboração, de modo a assegurar a
magistério público da Educação Básica; universalização do ensino obrigatório.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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-Art. 212. (...) 3º Para efeito do cálculo dos recursos para manuten-ção
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da
prioridade ao atendimento das necessidades do ensino Constituição, o percentual referido no caput deste artigo será
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de 12,5 % (doze inteiros e cinco décimos por cento) no
de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano exercício de 2009, 5% (cinco por cento) no exercício de
nacional de educação. 2010, e nulo no exercício de 2011.
Para a comissão, o desafio consistia em interpretar 2 Leis que alteraram a LDB, no que se relaciona com a
essa realidade e apresentar orientações sobre a concep- Educação Básica, e cujas alterações estão em vigor atual-
ção e organização da Educação Básica como sistema edu- mente:
cacional, segundo três dimensões básicas: organicidade, Lei nº12.061/2009:alterou o inciso II do art. 4º e o inci-
sequencialidade e articulação. Dispor sobre a formação so VI do art. 10daLDB,para assegurar o acesso de todos os
básica nacional relacionando-a com aparte diversificada, e interessados ao Ensino Médio público.
com a preparação para o trabalho e as práticas sociais, Lei nº 12.020/2009: alterou a redação do inciso II do
consiste, portanto, na formulação de princípios para ou- art. 20, que define instituições de ensino comunitárias.
tra lógica de diretriz curricular, que considere a formação Lei nº 12.014/2009: alterou o art. 61 para discriminar
humana de sujeitos concretos, que vivem em determina- as categorias de trabalhadores que se devem considerar
do meio ambiente, contexto histórico e sociocultural, com profissionais da Educação Básica.
suas condições físicas, emocionais e intelectuais. Lei nº 12.013/2009: alterou o art. 12, determinando às
Este Parecer deve contribuir, sobretudo, para o pro-cesso instituições de ensino obrigatoriedade no envio de informa-
de implementação pelos sistemas de ensino das Diretrizes ções escolares aos pais, conviventes ou não com seus filhos.
Curriculares Nacionais específicas, para que se concretizem Lei nº 11.788/2008: alterou o art. 82, sobre o estágio
efetivamente nas escolas, minimizando o atual de estudantes.
distanciamento existente entre as diretrizes e a sala de aula. Lei nº 11.741/2008: redimensionou, institucionalizou e
Para a organização das orientações contidas nes-te texto, integrou as ações da Educação Profissional Técnica de nível
optou -se por renunciá-las seguindo a disposição que médio, da Educação de Jovens e Adultos e da Educação
ocupam-na estrutura estabelecida na LDB, nas partes em que Profissional e Tecnológica.
ficam previstos os princípios e fins da educação nacional; as Lei nº 11.769/2008: incluiu parágrafo no art. 26, sobre
orientações curriculares; a formação e valori-zação de a música como conteúdo obrigatório, mas não exclusivo.
profissionais da educação; direitos à educação e deveres de Leinº11.700/2008:incluiu o inciso X no artigo4º,fixando
educar: Estado e família, incluindo- se o Estatu-to da Criança como deverdo Estado efetivara garantia de vaga na esco-
e do Adolescente (ECA) Lei nº 8.069/90 e a la pública de Educação Infantil ou de Ensino Fundamental
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essas re- mais próxima de sua residência a toda criança a partir do
ferências levaram em conta, igualmente, os dispositivos dia em que completar 4 (quatro) anos de idade.
sobre a Educação Básica constantes da Carta Magna que Lei nº 11.684/2008: incluiu Filosofia e Sociologia como
orienta a Nação brasileira, relatórios de pesquisas sobre obrigatórias no Ensino Médio.
educação e produções teóricas versando sobre sociedade Lei nº 11.645/2008: alterou a redação do art. 26-A,
e educação. para incluir no currículo a obrigatoriedade da temática
Com treze anos de vigência já completados, a LDB “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
recebeu várias alterações, particularmente no referente à Lei nº 11.525/2007: acrescentou § 5º ao art. 32,
Educação Básica, em suas diferentes etapas e modalida- incluin-do conteúdo que trate dos direitos das crianças e
des. dos ado-lescentes no currículo do Ensino Fundamental.
Após a edição da Lei nº 9.475/1997, que alterou o Lei nº 11.330/2006: deu nova redação ao § 3º do art.
ar-tigo 33 da LDB, prevendo a 87, referente ao recenseamento de estudantes no Ensino
Obrigatoriedade do respeito à diversidade cultural re- Fundamental, com especial atenção para o grupo de 6 a
ligiosa do Brasil, outras leis modificaram-na quanto à Edu- 14 anos e de 15 a 16 anos de idade.
cação Básica.2 Lei nº 11.301/2006: alterou o art. 67, incluindo, para
-Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de edu- os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8º do art.
cação, de duração decenal, com o objetivo de articular o 201 da Constituição Federal, definição de funções de ma-
sistema nacional de educação em regime de colaboração e gistério.
definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de im- Lei nº11.274/2006: alterou a redação dos arts. 29,
plementação para assegurar a manutenção e desenvolvi- 30,32 e 87,dispondo sobre aduração de 9 (nove) anos
mento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modali- para o En-sino Fundamental, com matrícula obrigatória a
dades por meio de ações integradas dos poderes públicos partir dos 6 (seis) anos de idade.
das diferentes esferas federativas que conduzam a: Lei nº 11.114/2005: alterou os arts. 6º, 30, 32 e 87,
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recur- com o objetivo de tornar obrigatório o início do Ensino
sos públicos em educação como proporção do produto Funda-mental aos seis anos de idade.
interno bruto. Lei nº 10.793/2003: alterou a redação do art. 26, § 3º,
-Art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Tran- e do art. 92 , com referência à Educação Física nos ensinos
sitórias fundamental e médio.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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A maior parte dessas modificações tem relevância so-cial, ra o Parecer CNE/CEBnº5/97,delavrado conselheiro Ulysses
porque, além de reorganizarem aspectos da Educação Básica, de Oliveira Panisset. A partir de então, foram editados pelo
ampliam o acesso das crianças ao mundo letrado, Conselho Nacional de Educação pareceres e resoluções, em
asseguram-lhes outros benefícios concretos que contri-buem separado, para cada uma das etapas e modalidades.
para o seu desenvolvimento pleno, orientado por No período de vigência do Plano Nacional de Educa-
profissionais da educação especializados. Nesse sentido, ção (PNE), desde o seu início até 2008, constata-se que,
destaca-se que a LDB foi alterada pela Lei nº 10.287/2001 embora em ritmo distinto, menos de um terço das unida-
para responsabilizar a escola, o Conselho Tutelar do Muni- des federadas
cípio, o juiz competente da Comarca e o representante do (26 Estados e o Distrito Federal) apresentaram
Ministério Público pelo acompanhamento sistemático do resposta positiva, uma vez que, dentre eles, apenas 8
percurso escolar das crianças e dos jovens. Este é, sem dúvida formularam e aprovaramos seus planos de educação.
,um dos mecanismos que, se for efetivado de modo contínuo, Relendo a avalia-ção técnica do
pode contribuir significativamente para a perma-nência do Lei nº 10.709/2003: acrescentou incisos aos arts. 10 e
estudante na escola. Destaca-se, também, que foi incluído, 11, referentes ao transporte escolar.
pela Lei nº 11.700/2008, o inciso X no artigo 4º, fixando como Leinº10.287/2001: incluiu inciso no art. 12,referente a
dever do Estado efetivar a garantia de vaga na escola pública notificação ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz
de Educação Infantil ou de Ensino competente da Comarca e ao respectivo representante do
Fundamental mais próxima de sua residência a toda Ministério Público a relação dos estudantes que apresente
criança a partir do dia em que completar em quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do
4 (quatro) anos de idade. percentual permitido em lei.
Lei nº 9.475/1997: deu nova redação ao art. 33, refe-
Há leis, por outro lado, que não alteram a redação da rente ao ensino religioso.
LDB, porém agregam-lhe complementações, como a Lei 3 Anterior à Constituição, o Decreto-Lei nº 5.452/1943
nº 9.795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental e (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT), no § 1º do
ins-titui a Política Nacional de Educação Ambiental; a Lei artigo 389, dispõe que “os estabelecimentos em que
nº 10.436/2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de
Sinais (LIBRAS); a Lei nº 10.741/2003, que dispõe sobre o 16 (dezes-seis) anos de idade terão local apropriado, onde
Esta-tuto do Idoso; a Lei nº9.503/97, que institui o Código seja per-mitido às empregadas guardar sob vigilância e
de Trânsito Brasileiro; a Lei nº 11.161/2005, que dispõe assistência os seus filhos no período de amamentação”
sobre o ensino da Língua Espanhola; e o Decreto nº (considerado de 6 meses). Por iniciativa do Ministério do
6.949/2009, que promulga a Convenção Trabalho veio a admitir-se convênio entre empresa e
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com De- Creche ou, ainda, o reembolso da importância despendida
ficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova em Creche de esco-lha da empregada mãe.
York, em 30 de março de 2007. PNE, promovida pela Comissão de Educação e Cultura
da Câmara dos Deputados (2004), pode-se constatar que,
relevante lembrar que a Constituição Federal, acima em todas as etapas e modalidades educativas contempla-
de todas as leis, no seu inciso XXV do artigo 7º, determi- das no PNE, três aspectos figuram reiteradamente: acesso,
na que um dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais capacitação docente e infraestrutura. Em contrapartida,
e, portanto, obrigação das empresas, é a assistência gra- nesse mesmo documento, é assinalado que a permanên-
tuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 cia e o sucesso do estudante na escola têm sido objeto de
(cinco) anos de idade em Creches e Pré-Escolas.3 Embora pouca atenção. Em outros documentos acadêmicos e
redundante, registre-se que todas as Creches e Pré-Esco- oficiais, são também aspectos que têm sido avaliados de
las devem estar integradas ao respectivo sistema de modo descontínuo e escasso, embora a permanência se
ensino (artigo 89 da LDB). constitua em exigência fixada no inciso I do artigo 3º da
LDB.
A LDB, com suas alterações, edemais atos legais de- Salienta-se que, além das condições para acesso à
sempenham papel necessário, por sua função referencial es-cola, há de se garantir a permanência nela, e com
obrigatória para os diferentes sistemas e redes educativos. sucesso. Esta exigência se constitui em um desafio de
Pode-se afirmar, sem sombra de dúvida, que ainda está em difícil concre-tização, mas não impossível. O artigo 6º, da
curso o processo de implementação dos princípios e das LDB, alterado pela Lei nº 11.114/2005,
finalidades definidos constitucional e legalmente para Prevê que é dever dos pais ou responsáveis efetuar a
orientar o projeto educativo do País, cujos resultados ainda
matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no
não são satisfatórios, até porque o texto da Lei, por si só, não
se traduz em elemento indutor de mudança. Ele requer Ensino Fundamental.
esforço conjugado por parte dos órgãos responsáveis pelo Reforça-se, assim, a garantia de acesso a essas etapas da
cumprimento do que os atos regulatórios preveem. Educação Básica. Para o Ensino Médio, a oferta não era,
No desempenho de suas competências, o CNE iniciou, originalmente, obrigatória, mas indicada como de extensão
em 1997, a produção de orientações normativas nacionais, progressiva, porém, a Lei nº 12.061/2009 alterou o inciso II
visando à implantação da Educação Básica, sendo a Primei-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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do artigo 4º e o inciso VI do artigo 10 da LDB, para garantir a idade no Ensino Fundamental, tem como perspectivas
universalização do Ensino Médio gratuito e para assegu-rar o me-lhorar as condições de equidade e qualidade da
atendimento de todos os interessados ao Ensino Mé-dio Educação Básica, estruturar um novo Ensino Fundamental
público. De todo modo, o inciso VII do mesmo artigo já e assegu-rar um alargamento do tempo para as
estabelecia que se deve garantir a oferta de educação escolar aprendizagens da alfabetização e do letramento.
regular para jovens e adultos, com características e Se forem observados os dados estatísticos a partir da
modalidades adequadas às suas necessidades e dispo- relação entre duas datas referenciais – 2000 e 2008 –,
nibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as tem--se surpresa quanto ao quantitativo total de
condições de acesso e permanência na escola. matriculados na Educação Básica, já que se constata
O acesso ganhou força constitucional, agora para qua-se redução de matrícu-la (-0,7%), em vez de elevação.
todo o conjunto da Educação Básica(excetuada a fase inicial Contudo, embora se perceba uma redução de 20,6%
da Educação Infantil, da Creche), com a nova reda-ção dada no total da Educação Infantil, na Creche o crescimento foi
ao inciso I do artigo 208 da nossa Carta Magna, que assegura expressivo, de 47,7%. Os números indicam que, no Ensino
a Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de Fundamental e no Ensino Médio, há decréscimo de ma-
idade, inclusive a gratuita para todos os que a ela não trícula, o que trai a intenção nacional projetada em metas
tiveram acesso na idade própria, sendo sua implementação constitutivas do Plano Nacional de Educação, pois, no pri-
progressiva, até2016, nos termos do Plano meiro, constata-se uma queda de -7,3% e, no segundo, de
Nacional de Educação, com apoio técnico e financeiro -8,4%. Uma pergunta inevitável é: em que medida as po-
da União. líticas educacionais estimularia a superação desse quadro
Além do PNE, outros subsídios têm orientado as e em quais aspectos essas Diretrizes poderiam contribuir
políti-cas públicas para a educação no Brasil, entre eles as como indutoras de mudanças favoráveis à reversão do
avalia-ções do Sistema de Avaliação da Educação Básica que se coloca?
(SAEB), da Prova Brasil e do Exame Nacional do Ensino Há necessidade de aproximação da lógica dos discur-sos
Médio (ENEM), definidas como constitutivas do Sistema normativos com a lógica social, ou seja, a dos papéis e das
de Avalia-ção da Qualidade da Oferta de Cursos no País. funções sociais em seu dinamismo. Um dos desafios,
Destaca-se que tais programas têm suscitado entretanto, está no que Miguel G. Arroyo (1999) aponta, por
interrogações também na Câmara de Educação Básica do exemplo, em seu artigo, “Ciclos de desenvolvimento huma-
CNE, entre outras instân-cias acadêmicas: teriam eles no e formação de educadores”, em que assinala que as dire-
consonância com a realidade das escolas? trizes para a educação nacional, quando normatizadas, não
Esses programas levam em consideração a identidade chegam ao cerne do problema, porque não levam em conta
de cada sistema, de cada unidade escolar? O fracasso do a lógica social. Com base no entendimento do autor, as di-
escolar, averiguado por esses programas de avaliação, retrizes não preveem a preparação antecipada daqueles que
não estaria expressando o resultado da forma como se deverão implantá-las e implementá-las. O comentário do
proces-sa a avaliação ,não estando de acordo com a autor é ilustrativo por essa compreensão: não se implanta-
maneira como a escola e os professores planejam e rão propostas inovadoras listando o que teremos de inovar,
operam o currículo? O sistema de avaliação aplicado listando as competências que os educadores devem apren-
guardaria relação com o que efetivamente acontece na der e montando cursos de treinamento para formá-los. É (...)
concretude das escolas bra-sileiras? no campo da formação de profissionais de Educação Básica
Como consequência desse método de avaliação ex- onde mais abundam as leis e os pareceres dos conselhos, os
terna, os estudantes crianças não estariam sendo punidos palpites fáceis de cada novo governante, das equipes técni-
com resultados péssimos e reportagens terríveis? E mais, cas, e até das agências de financiamento, nacionais e inter-
os estudantes das escolas indígenas, entre outros de nacionais (Arroyo, 1999, p. 151).
situa-ções específicas, não estariam sendo afetados Outro limite que tem sido apontado pela comunidade
negativa-mente por essas formas de avaliação? educativa, a ser considerado na formulação e implemen-
Lamentavelmente, esses questionamentos não têm in- tação das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
dicado alternativas para o aperfeiçoamento das avaliações Educação Básica, é a desproporção existente entre as uni-
nacionais. Como se sabe, as avaliações ENEM eProva Brasil dades federadas do Brasil, sob diferentes pontos de vista:
vêm-se constituindo em políticas de Estado que subsidiam os recursos financeiros, presença política, dimensão
sistemas na formulação de políticas públicas de equida-de, geográfi-ca, demografia, recursos naturais e, acima de
bem como proporcionam elementos aos municípios e tudo, traços socioculturais.
escolas para localizarem as suas fragilidades e promove-rem Entre múltiplos fatores que podem ser destacados,
ações, na tentativa de superá-las, por meio de metas acentua-se que, para alguns educadores que se manifes-
integradas. Além disso, é proposta do CNE o estabeleci- taram durante os debates havidos em nível nacional, tendo
mento de uma Base Nacional Comum que terá como um dos como foco o cotidiano da escola e as diretrizes curriculares
objetivos nortear as avaliações e a elaboração de livros vigentes, há um entendimento de que tanto as diretrizes
didáticos e de outros documentos pedagógicos. curriculares, quanto os Parâmetros Curriculares Nacionais
O processo de implantação e implementação do dis- (PCN), implementados pelo MEC de 1997 a 2002, transfor-
posto na alteração da LDB pela Lei nº 11.274/2006, que maram-se em meros papéis. Preencheram um alacuna de
estabeleceu o ingresso da criança a partir dos seis anos de modo equivocado e pouco dialógico, definindo as concep-

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
ções metodológicas a serem seguidas e o conhecimento a No que diz respeito às fontes de financiamento da
ser trabalhado no Ensino Fundamental e no Médio. Os Educação Básica, em suas diferentes etapas e modalida-des,
PCNs teriam sido editados como obrigação de conteúdos no entanto, verifica-se que há dispersão, o que tem
a serem contemplados no Brasil inteiro, como se fossem repercutido desfavoravelmente na unidade da gestão das
um roteiro, sugerindo entender que essa medida poderia prioridades educacionais voltadas para a conquista da qua-
ser orientação suficiente para assegurar a qualidade da lidade social da educação escolar, inclusive em relação às
educação para todos. Entretanto, a educação para todos metasprevistasnoPNE2001-2010.Apesardarelevânciado-
não é viabilizadapor decreto, resolução, portaria ou simi- FUNDEF,eagora como FUNDEB em fase inicial de implan-
lar, ou seja, não se efetiva tão somente por meio de pres- tação, ainda não se tem política financeira compatível com as
crição de atividades de ensino ou de estabelecimento de
exigências da Educação Básica em sua pluridimensiona-
parâmetros ou diretrizes curriculares: a educação de qua-
lidade e totalidade.
lidade social é conquista e, como conquista da sociedade
brasileira, é manifestada pelos movimentos sociais, pois é As políticas de formação dos profissionais da educa-
direito de todos. ção, as Diretrizes Curriculares Nacionais, os parâmetros de
Essa conquista, simultaneamente, tão solitária e soli- qualidade definidos pelo Ministério da Educação, associa-
dária quanto singular e coletiva, dos às normas dos sistemas educativos dos Estados, Dis-
Supõe aprender a articular o local e o universal em trito Federal e Municípios, são orientações cujo objetivo
diferentes tempos, espaços e grupos sociais desde a pri- central é o de criar condições para que seja possível me-
meira infância. A qualidade da educação para todos exige lhorar o desempenho das escolas, mediante ação de
compromisso e responsabilidade de todos os envolvidos todos os seus sujeitos.
no processo político, que o Projeto de Nação traçou, por Assume-se, portanto, que as Diretrizes Curriculares Na-
meio da Constituição Federal e da LDB, cujos princípios e cionais Gerais para a Educação Básica terão como funda-
finalidades educacionais são desafiadores: em síntese, mento essencial a responsabilidade que o Estado brasileiro, a
assegurando o direito inalienável de cada brasileiro con- família e a sociedade têm de garantir a democratização do
quistar uma formação sustentada na continuidade de es- acesso, inclusão, permanência e sucesso das crianças, jovens
tudos, ou seja, como temporalização de aprendizagens e adultos na instituição educacional, sobretudo em idade
que complexifiquem a experiência de comungar sentidos própria a cada etapa e modalidade; a aprendizagem para
que dão significado à convivência. continuidade dos estudos; e a extensão da obrigato-riedade
Há de se reconhecer, no entanto, que o desafio maior e da gratuidade da Educação Básica.
está na necessidade de repensar as perspectivas de um 2. Mérito
conhecimento digno da humanidade na era planetária, Inicialmente, apresenta-se uma sintética reflexão sobre
pois um dos princípios que orientam as sociedades con- sociedade e a educação, a que se seguem orientações para a
temporâneas é a imprevisibilidade. As sociedades abertas Educação Básica, a partir dos princípios definidos cons-
não têm os caminhos traçados para um percurso inflexí- titucionalmente e da contextualização apresentada no his-
vel e estável. Trata-se de enfrentar o acaso, a volatilidade tórico, tendo compromisso com a organicidade, a sequen-
e a imprevisibilidade, e não programas sustentados em cialidade e a articulação do conjunto total da Educação
certezas. Básica, sua inserção na sociedade e seu papel na constru-ção
Há entendimento geral de que, durante a Década da do Projeto Nacional. Visa-se à formulação das Diretri-zes
Educação (encerrada em 2007), entre as maiores con- Curriculares específicas para suas etapas e modalida-des,
quistas destaca- se a criação do FUNDEF, posteriormen-te organizando-se com os seguintes itens: 1) Referências
transformado em FUNDEB. Este ampliou as condições conceituais; 2) Sistema Nacional de Educação; 3) Acesso e
efetivas de apoio financeiro e de gestão às três etapas da permanência para a conquista da qualidade social; 4) Orga-
Educação Básica e suas modalidades, desde 2007. Do nização curricular: conceito, limites, possibilidades; 5) Or-
ponto de vista do apoio à ganização da Educação Básica; 6) Elementos constitutivos
Educação Básica, como totalidade, o FUNDEB apre- para organização e implantação das Diretrizes Curriculares
senta sinais de que a gestão educacional e de políticas Nacionais Gerais para a Educação Básica.
públicas poderá contribuir para a conquista da elevação A sociedade, na sua história, constitui-se no locus da
da qualidade da educação brasileira, se for assumida por vida, das tramas sociais, dos encontros e desencontros nas
todos os que nela atuam, segundo os critérios da efetivi- suas mais diferentes dimensões. É nesse espaço que se
dade, relevância e pertinência, tendo como foco as finali- inscreve a instituição escolar. O desenvolvimento da
dades da educação nacional, conforme definem a Cons- sociedade engendra movimentos bastante complexos. Ao
tituição Federal e a LDB, bem como o Plano Nacional de traduzir-se, ao mesmo tempo, em território, em cultura, em
Educação. política, em economia, em modo de vida, em educação, em
Os recursos para a educação serão ainda ampliados religião e outras manifestações humanas, a sociedade, es-
com a desvinculação de recursos da União (DRU) aprova- pecialmente a contemporânea, insere-se dialeticamente e
da pela já destacada Emenda Constitucional nº 59/2009. movimenta-se na continuidade e descontinuidade, na uni-
Sem dúvida, essa conquista, resultado das lutas sociais, versalização e na fragmentação, no entrelaçamento e na
pode contribuir para a melhoria da qualidade social da ruptura que conformam a sua face. Por isso, vive-se, hoje, a
ação educativa, em todo o País. problemática da dispersão e ruptura, portanto, da super-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

ficialidade. Nessa dinâmica, inscreve-se a compreensão do desse desafio de sua própria recriação, pois tudo que a
projeto de Nação, o da educação nacional e, neste, o da ela se refere constitui-se como invenção: os rituais
instituição escolar, com sua organização, seu projeto e seu escolares são invenções de um determinado contexto
processo educativo em suas diferentes dimensões, etapas sociocultural em movimento.
e modalidades. A elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais Ge-
rais para a Educação Básica pressupõe clareza em relação ao
O desafio posto pela contemporaneidade à educação seu papel de indicador de opções políticas, sociais, cul-turais,
é o de garantir, contextualizadamente, o direito humano educacionais, e a função da educação, na sua rela-ção com
universal e social inalienável à educação. O direito os objetivos constitucionais de projeto de Nação,
universal não é passível de ser analisado isoladamente,
fundamentando-se na cidadania e na dignidade da pessoa, o
mas deve sê--lo em estreita relação com outros direitos,
especialmente, dos direitos civis e políticos e dos direitos que implica igualdade, liberdade, pluralidade, diversida-de,
de caráter subje-tivo, sobre os quais incide decisivamente. respeito, justiça social, solidariedade e sustentabilidade.
Compreender e realizar a educação, entendida como um 2.1 Referências conceituais
direito individual humano e coletivo, implica considerar o Os fundamentos que orientam a Nação brasileira estão
seu poder de ha-bilitar para o exercício de outros direitos, definidos constitucionalmente no artigo 1º da Constituição
isto é, para po-tencializar o ser humano como cidadão Federal, que trata dos princípios fundamentais da cidada-nia
pleno ,de tal modo que este se torne apto para viver e e da Dignidade da pessoa humana, do pluralismo po-lítico,
conviver em determi-nado ambiente, em sua dimensão dos valores sociais do trabalho e dal ivre iniciativa. Nessas
planetária. A educação é, pois, processo e prática que se bases, assentam-se os objetivos nacionais e, por
concretizam nas relações sociais que transcendem o consequência, o projeto educacional brasileiro: construir uma
espaço e o tempo escolares, tendo em vista os diferentes
sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvol-vimento
Sujeitos que a demandam. Educação consiste, portan- nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
to, no processo de socializaçãoda cultura da vida, no qual desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos
se constroem, se mantêm e se transformam saberes, co-
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
nhecimentos e valores.
quaisquer outras formas de discriminação.
Exige-se, pois, problematizar o desenho organizacional
Esse conjunto de compromissos prevê também a defesa
da instituição escolar, que não tem conseguido responder às
da paz; a autodeterminação dos povos; a prevalência dos
singularidades dos sujeitos que a compõem. Torna-se
direitos humanos; o repúdio ao preconceito, à violência e ao
inadiável trazer para o debate os princípios eas práticas de
terrorismo; e o equilíbrio do meio ambiente, bem de uso co-
um processo de inclusão social, que garanta o acesso e
mum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se
considere a diversidade humana, social, cultural, econômi-ca
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
dos grupos historicamente excluídos. Trata-se das ques-tões
preservá-lo para as presentes e as futuras gerações.
de classe, gênero, raça, etnia, geração, constituídas por
categorias que se entrelaçam na vida social . pobres, As bases que dão sustentação ao projeto nacional de
mulheres, afrodescentendes, indígenas, pessoas com defi- educação responsabilizam o poder público, a família, a so-
ciência, as populações do campo, os de diferentes orienta- ciedade e a escola pela garantia a todos os estudantes de
ções sexuais, os sujeitos albergados, aqueles em situação de um ensino ministrado com base nos seguintes princípios:
rua, em privação de liberdade . todos que compõem a I – igualdade de condições para o acesso, inclusão,
diversidade que é a sociedade brasileira e que começam a ser per-manência e sucesso na escola;
contemplados pelas políticas públicas. II–liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulga-
Para que se conquiste a inclusão social, a educação ra cultura, o pensamento ,a arte e o saber;
es-colar deve fundamentar-se na ética e nos valores da
liber-dade, na justiça social, na pluralidade, na III – pluralismo de ideias e de concepções
solidariedade e na sustentabilidade, cuja finalidade é o pedagógicas; IV – respeito à liberdade e aos direitos;
pleno desenvolvimen-to de seus sujeitos, nas dimensões V – coexistência de instituições públicas e privadas de
individual e social de ci-dadãos conscientes de seus ensino;
direitos e deveres, compromis-sados com a transformação VI – gratuidade do ensino público em estabelecimen-
social. Diante dessa concepção de educação, a escola é tos oficiais;
uma organização temporal, que deve ser menos rígida, VII – valorização do profissional da educação escolar;
segmentada e uniforme, a fim de que os estudantes, VIII – gestão democrática do ensino público, na forma
indistintamente, possam adequar seus tempos de da legislação e normas dos sistemas de ensino; IX
aprendizagens de modo menos homogêneo e idealizado. – garantia de padrão de qualidade;
A escola, face às exigências da Educação Básica, precisa X – valorização da experiência extraescolar;
ser reinventada: priorizar processos capazes de gerar su- XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e
jeitos inventivos, participativos, cooperativos, preparados as práticas sociais.
para diversificadas inserções sociais, políticas, culturais, la- Além das finalidades da educação nacional enunciadas
borais e, ao mesmo tempo, capazes de intervir e problema- na Constituição Federal(artigo 205) e na LDB (artigo 2º), que
tizaras formas de produção e devida. A escola tem, diante têm como foco o pleno desenvolvimento da pessoa,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
preparação para o exercício da cidadania e a qualifica-ção com o juiz competente da Comarca, com o representante
para o trabalho, deve-se considerar integradamente o do Ministério Público e com os demais segmentos da so-
previsto no ECA (Lei nº 8.069/90), o qual assegura, à criança e ciedade. Para que isso se efetive, torna-se exigência, tam-
ao adolescente de até 18 anos, todos os direitos funda- bém, a corresponsabilidade exercida pelos profissionais
mentais inerentes à pessoa, as oportunidades oferecidas para da educação, necessariamente articulando a escola com
o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, as famílias e a comunidade.
em condições de liberdade e de dignidade. São di-reitos Nota-se que apenas pelo cuidado não se constrói a
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao educação e as dimensões que a envolvem como projeto
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à digni-dade, transformador e libertador. A relação entre cuidar e edu-car
ao respeito mútuo, à liberdade, à convivência familiar e se concebe mediante internalização consciente de ei-xos
comunitária (artigos 2º, 3º e 4º). norteadores, que remetem à experiência fundamental do
A Educação Básica é direito universal e alicerce indis- valor, que influencia significativamente a definição da
pensável para a capacidade de exercer em plenitude o dire- conduta, no percurso cotidiano escolar. Não de um valor
to à cidadania. É o tempo, o espaço e o contexto em que o pragmático e utilitário de educação, mas do valor intrín-seco
sujeito aprende a constituir e reconstituir a sua identidade, àquilo que deve caracterizar o comportamento de seres
em meio a transformações corporais, afetivo-emocionais, humanos, que respeitam a si mesmos, aos outros, à
socioemocionais, cognitivas e socioculturais, respeitando e circunstâncias o cialeao ecossistema. Valor este fundamen-
valorizando as diferenças. Liberdade e pluralidade tornam- tado na ética e na estética, que rege a convivência do indi-
-se, portanto, exigências do projeto educacional. víduo no coletivo, que pressupõe relações de cooperação e
Da aquisição plena desse direito depende a possibi- solidariedade, de respeito à alteridade e à liberdade.
lidade de exercitar todos os demais direitos, definidos na Cuidado, por sua própria natureza, inclui duas signi-
Constituição, no ECA, na legislação ordinária e nas inúme-ras ficações básicas, intimamente ligadas entre si. A primeira
disposições legais que consagram as prerrogativas do consiste na atitude de solicitude e de atenção para com o
cidadão brasileiro. Somente um ser educado terá condição outro. A segunda é de inquietação, sentido de
efetiva de participação social, ciente e consciente de seus di- responsabi-lidade, isto é, de cogitar, pensar, manter
reitos e deveres civis, sociais, políticos, econômicos e éticos. atenção, mostrar interesse, revelar atitude de desvelo, sem
Nessa perspectiva, é oportuno e necessário considerar perder a ternura (Boff, 1999, p. 91), compromisso com a
as dimensões do educar e do cuidar, em sua inseparabili- formação do sujeito livre e independente daqueles que o
dade, buscando recuperar, para a função social da Educa- estão gerando como ser humano capaz de conduzir o seu
ção Básica, a sua centralidade, que é o estudante. Cuidar e processo formativo, com autonomia e ética.
educar iniciam-se na Educação Infantil, ações destinadas a Cuidado é, pois, um princípio que norteia a atitude, o
crianças a partir de zero ano, que devem ser estendidas modo prático de realizar-se, de viver e conviver no mun-do.
ao Ensino Fundamental, Médio e posteriores. Por isso, na escola, o processo educativo não comporta uma
Cuidar e educar significa compreender que o direito à atitude parcial, fragmentada, recortada da ação huma-na,
educação parte do princípio da formação da pessoa em sua baseada somente numa racionalidade estratégico-pro-
essência humana. Trata-se de considerar o cuidado no sen- cedimental. Inclui ampliação das dimensões constitutivas do
tido profundo do que seja acolhimento de todos – crian-ças, trabalhopedagógico,medianteverificaçãodascondições-
adolescentes, jovens e adultos – com respeito e, com atenção deaprendizagemapresentadaspeloestudante e busca de
adequada, de estudantes com deficiência, jovens e adultos soluções junto à família, aos órgãos do poder público, a
defasados na relação idade-escolaridade, indíge-nas, diferentes segmentos da sociedade. Seu horizonte de ação
afrodescendentes, quilombolas e povos do campo. abrange a vida humana em sua globalidade. É essa con-
Educar exige cuidado; cuidar é educar, envolvendo cepção de educação integral que deve orientar a organi-
acolher, ouvir, encorajar, apoiar, zação da escola, o conjunto de atividades nela realizadas,
No sentido de desenvolver o aprendizado de pensa bem como as políticas sociais que se relacionam com as
reagir, cuidar de si, do outro, da escola, da natureza, da práticas educacionais. Em cada criança, adolescente, jovem
água, do Planeta. Educar é, enfim, enfrentar o desafio de lidar ou adulto, há uma criatura humana em formação e, nesse
com gente, isto é, com criaturas tão imprevisíveis e diferentes sentido, cuidar e educar são, ao mesmo tempo, princípios e
quanto semelhantes, ao longo de uma existência inscrita na atos que orientam e dão sentido aos processos de ensino, de
teia das relações humanas, neste mundo com-plexo. Educar aprendizagem e de construção da pessoa humana em suas
com cuidado significa aprendera amar sem dependência, múltiplas dimensões.
desenvolvera sensibilidade humana na rela-ção década um Cabe, aqui, uma reflexão sobre o conceito de cidada-
consigo, como outro e com tudo o que existe, com zelo, ante nia, a forma como a ideia de cidadania foi tratada no
uma situação que requer cautela em busca da formação Brasil e, em muitos casos, ainda o é. Reveste-se de uma
humana plena. caracte-rística
A responsabilidade por sua efetivação exige corres- – para usar os termos de Hannah Arendt – essencial-
ponsabilidade: de um lado, a responsabilidade estatal na mente “social”. Quer dizer: algo ainda derivado e circuns-crito
realização de procedimentos que assegurem o disposto nos ao âmbito da pura necessidade. É comum ouvir ou ler algo
incisos VIIe VIII,doartigo12e VIdo artigo13,daLDB;- que sugere uma noção de cidadania como “acesso dos
deoutro,aarticulaçãocoma família, com o Conselho Tutelar, indivíduos aos bens e serviços de uma sociedade mo-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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derna”, discurso contemporâneo de uma época em que os Nessa perspectiva, e no contexto da estrutura federativa
inúmeros movimentos sociais brasileiros lutavam, essen- brasileira, em que convivem sistemas educacionais autôno-
cialmente, para obter do Estado condições de existência mais mos, faz-se necessária a institucionalização de um regime de
digna, do ponto de vista dominantemente material. Mesmo colaboração que dê efetividade ao projeto de educação
quando esse discurso se modificou num sentido mais nacional. União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada
“político” e menos “social”, quer dizer, uma cidadania agora qual com suas peculiares competências, são chamados a co-
compreendida como a participação ativa dos indi-víduos nas laborar para transformar a Educação Básica em um conjunto
decisões pertinentes à sua vida cotidiana, esta não deixou de orgânico, sequencial, articulado, assim como planejado sis-
ser uma reivindicação que situava o político na precedência temicamente, que responda às exigências dos estudantes, de
do social: participar de decisões públicas significa obter suas aprendizagens nas diversas fases do desenvolvi-mento
direitos e assumir deveres, solicitar ou as-segurar certas físico, intelectual, emocional e social.
condições de vida minimamente civilizadas. Atende-se à dimensão orgânica quando são observa-das
Em um contexto marcado pelo desenvolvimento de as especificidades e as diferenças de cada uma das três
formas de exclusão cada vez mais sutis e humilhantes, a etapas de escolarização da Educação Básica e das fases que
ci-dadania aparece hoje como uma promessa de as compõem, sem perda do que lhes é comum: as seme-
sociabilida-de, em que a escola precisa ampliar parte de lhanças, as identidades inerentes à condição humana em suas
suas funções, solicitando de seus agentes a função de determinações históricas e não apenas do ponto de vista da
mantenedores da paz nas relações sociais, diante das qualidade da sua estrutura e organização. Cada etapa do
formas cada vez mais amplas e destrutivas de violência. processo de escolarização constitui-se em unida-de, que se
Nessa perspectiva e no cenário em que a escola de articula organicamente com as demais de ma-neira complexa
Educação Básica se insere e em que o professor e o e intrincada, permanecendo todas elas, em suas diferentes
estudante atuam, há que se per-guntar: de que tipo de modalidades, individualizadas, ao logo do percurso do
educação os homens e as mulheres dos próximos 20 anos escolar, apesar das mudanças por que passam por força da
necessitam, para participarem da construção desse singularidade de cada uma, bem assim a dos sujeitos que
mundo tão diverso? A que trabalho e a que cidadania se lhes dão vida.
refere? Em outras palavras, que socieda-de florescerá? Por Atende-se à dimensão sequencial quando os proces-
isso mesmo, a educação brasileira deve assumir o desafio sos educativos acompanham as exigências de aprendi-
de propor uma escola emancipadora e libertadora. zagem definidas em cada etapa da trajetória escolar da
2.2. Sistema Nacional de Educação Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e
O Sistema Nacional de Educação é tema que vem sus- Médio), até a Educação Superior. São processos
citando o aprofundamento da compreensão sobre sistema, educativos que, embora se constituam em diferentes e
no contexto da história da educação, nesta Nação tão di- insubstituíveis momentos da vida dos estudantes, inscritos
versa geográfica, econômica, social e culturalmente. O que a em tempos e espaços educativos próprios a cada etapa
proposta de organização do Sistema do desenvolvi-mento humano, inscrevem-se em trajetória
Nacional de Educação enfrenta é, fundamentalmente, o que deve ser contínua e progressiva.
desafio de superara fragmentação das políticas públicas e a A articulação das dimensões orgânica e sequencial
desarticulação institucional dos sistemas de ensino entre si, das etapas e modalidades da Educação Básica ,e destas
diante do impacto na estrutura do financiamento, com- com a Educação Superior, implica a ação coordenada e in-
prometendo a conquista da qualidade social das aprendi- tegradora do seu conjunto; o exercício efetivo do regime
zagens, mediante conquista de uma articulação orgânica. de colaboração entre os entes federados, cujos sistemas
Os debates sobre o Sistema Nacional de Educação, de ensino gozam de autonomia constitucionalmente
em vários momentos, abordaram o tema das diretrizes reco-nhecida. Isso pressupõe o estabelecimento de regras
para a Educação Básica. Ambas as questões foram objeto de equivalência entre as funções distributiva, supletiva, de
de análise em interface, durante as diferentes etapas pre- re-gulação normativa, de supervisão e avaliação da
paratórias da Conferência Nacional de Educação (CONAE) educação nacional, respeitada a autonomia dos sistemas e
de2009,uma vez que são temas que se vinculam a um ob- valoriza-das as diferenças regionais. Sem essa articulação,
jetivo comum: articular e fortalecer o sistema nacional de o projeto educacional – e, por conseguinte, o projeto
educação em regime de colaboração. nacional – cor-re o perigo de comprometer a unidade e a
Para Saviani, o sistema é a unidade de vários elementos qualidade pre-tendida, inclusive quanto ao disposto no
intencionalmente reunidos de modo a formar um conjunto artigo 22 da LDB: desenvolver o educando, assegurar-lhe
coerente e operante (2009, p. 38). Caracterizam, portanto, a a formação comum indispensável para o exercício da
noção de sistema: a intencionalidade humana; a unidade e cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho
variedade dos múltiplos elementos que se articulam; a e em estudos posterio-res, inspirada nos princípios de
coerência interna articulada com a externa. liberdade e nos ideais de solidariedade humana.
Alinhado com essa conceituação, este Parecer adota o Mais concretamente, há de se prever que a transição
entendimento de que sistema resulta da atividade inten- entre Pré-Escola e Ensino Fundamental pode se dar no in-
cional e organicamente concebida, que se justifica pela terior de uma mesma instituição, requerendo formas de
realização de atividades voltadas para as mesmas finalida- articulação das dimensões orgânica e sequencial entre os
des ou para a concretização dos mesmos objetivos. docentes de ambos os segmentos que assegurem às

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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crianças a continuidade de seus processos peculiares de lecendo que, para exigir o cumprimento pelo Estado desse
aprendizagem e desenvolvimento. Quando a transição se dá ensino obrigatório, qualquer cidadão, grupo de cidadãos,
entre instituições diferentes, essa articulação deve ser associação comunitária, organização sindical, entidade de
especialmente cuidadosa, garantida por instrumentos de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministé-rio
registro – portfólios, relatórios que permitam, aos docentes Público, podem acionar o poder público.
do Ensino Fundamental de uma outra escola, conhecer os Esta medida se complementa com a obrigatoriedade
processos de desenvolvimento e aprendizagem vivencia-dos atribuída aos Estados e aos Municípios, em regime de cola-
pela criança na Educação Infantil da escola anterior. Mesmo boração, e com a assistência da União, de recensear a
no interior do Ensino Fundamental, há de se cuidar da 4 A garantia de padrão de qualidade é um dos princí-
fluência da transição da fase dos anos iniciais para a fase dos pios da LDB (inciso IX do artigo 3º). população em idade
anos finais, quando a criança passa a ter diversos do-centes, escolar para o Ensino Fundamental, e os jovens e adultos
que conduzem diferentes componentes e ativida-des, que a ele não tiveram acesso, para que seja efetuada a
tornando-se mais complexas a sistemática de estudos e a cha-mada pública correspondente.
relação com os professores. Quanto à família, os pais ou responsáveis são obriga-
A transição para o Ensino Médio apresenta contornos dos a matricular a criança no Ensino Fundamental, a partir
bastante diferentes dos anteriormente referidos, uma vez dos6anosdeidade,sendoqueéprevista sanção a esses e/ou
que, ao ingressarem no Ensino Médio, os jovens já trazem ao poder público, caso descumpram essa obrigação de
maior experiência com o ambiente escolar e suas rotinas; ga-rantia dessa etapa escolar.
além disso, a dependência dos adolescentes em relação às Quanto à obrigatoriedade de permanência do estudante na
suas famílias é quantitativamente menor e qualitativamen-te escola, principalmente no Ensino Fundamental, há, na mes-ma
diferente. Mas, certamente, isso não significa que não se Lei, exigências que se centram nas relações entre a escola, os
criem tensões, que derivam, principalmente, das novas pais ou responsáveis, e a comunidade, de tal modo que a escola
expectativas familiares e sociais que envolvem o jovem. Tais e os sistemas de ensino tornam-se responsáveis por:
expectativas giram em torno de três variáveis principais - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência
conforme o estrato sociocultural em que se produzem: a) os à escola;
“conflitos da adolescência”; b) a maior ou menor aproxi- -articular-se com as famílias e a comunidade, criando
mação ao mundo do trabalho; c) a crescente aproximação processos de integração da sociedade com a escola;
aos rituais da passagem da Educação Básica para a Educa- -informar os pais e responsáveis sobre a frequência e
ção Superior. o rendimento dos estudantes, bem como sobre a
Em resumo, o conjunto da Educação Básica deve se execução de sua proposta pedagógica;
constituir em um processo orgânico, sequencial e articula- -notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz
do, que assegure à criança, ao adolescente, ao jovem e ao competente da Comarca e ao respectivo representante do
adulto de qualquer condição e região do País a formação Ministério Público a relação dos estudantes que apresen-
comum para o pleno exercício da cidadania, oferecendo tem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento
as condições necessárias para o seu desenvolvimento
do percentual permitido em lei.
inte-gral. Estas são finalidades de todas as etapas
constitutivas da Educação Básica, acrescentando-se os No Ensino Fundamental e, nas demais etapas da Educa-ção
meios para que possa progredir no mundo do trabalho e Básica, a qualidade não tem sido tão estimulada quanto à
acessar a Edu-cação Superior. São referências conceituais quantidade. Depositar atenção central sobre a quantidade,
e legais, bem como desafio para as diferentes instâncias Visando à universalização do acesso à escola, é uma medida
responsáveis pela concepção, aprovação e execução das necessária, mas que não assegura a permanência, essencial
políticas edu-cacionais. para compor a qualidade. Em outras palavras, a oportunidade
2.3. Acesso e permanência para a conquista da quali- de acesso, por si só, é destituída de condi-ções suficientes
dade social para inserção no mundo do conhecimento. O conceito de
A qualidade social da educação brasileira é uma con- qualidade na escola, numa perspectiva ampla e basilar,
quista a ser construída de forma remete a uma determinada ideia de quali-dade de vida na
Negociada ,pois significa algo que se concretizaa partir sociedade e no planeta Terra. Inclui tanto a qualidade
da qualidade da relação entre todos os sujeitos que nela pedagógica quanto a qualidade política, uma vez que requer
atuam direta e indiretamente.4 Significa compreender que a compromisso com a permanência do es-tudante na escola,
educação é um processo de socialização da cultura da vida, com sucesso e valorização dos profis-sionais da educação.
no qual se constroem, se mantêm e se transformam Trata-se da exigência de se conceber a qualidade na escola
conhecimentos e valores. Socializar a cultura inclui garantir a como qualidade social, que se con-quista por meio de
presença dos sujeitos das aprendizagens na escola. As-sim, a acordo coletivo. Ambas as qualidades
qualidade social da educação escolar supõe a sua – pedagógica e política – abrangem diversos modos avalia-
permanência, não só com a redução da evasão, mas tam- tivos comprometidos com a aprendizagem do estudante,
bém da repetência e da distorção idade/ano/série. interpretados como indicações que se interpenetram ao
Para assegurar o acesso ao Ensino Fundamental, como longo do processo didático-pedagógico, o qual tem como
direito público subjetivo, no Seu artigo5º,a LDB instituiu alvo o desenvolvimento do conhecimento e dos saberes
medidas que se interpenetram ou complementam, estabe- construídos histórica e socialmente.

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
O compromisso com a permanência do estudante na – foco no projeto político-pedagógico, no gosto pela
escola é, portanto, um desafio a ser assumido por todos, aprendizagem, e na avaliação das aprendizagens como ins-
porque, além das determinações sociopolíticas e culturais, trumento de contínua progressão dos estudantes;
das diferenças individuais e da organização escolar IV – inter-relação entre organização do currículo, do
vigente, há algo que supera a política Regulador a dos trabalho pedagógico e da jornada de trabalho do profes-
processos educacionais: há os fluxos migratórios, além de sor, tendo como foco a aprendizagem do estudante;
outras va-riáveis que se refletem no processo educativo. V – preparação dos profissionais da educação, gesto-res,
Essa é uma variável externa que compromete a gestão professores, especialistas, técnicos, monitores e outros;
macro da edu-cação, em todas as esferas, e, portanto, VI – compatibilidade entre a proposta curricular e a infraes-
reforça a premên-cia de se criarem processos gerenciais trutura entendida como espaço formativo dotado de efetiva
que proporcionem a efetivação do disposto no artigo 5º e disponibilidade de tempos para a sua utilização e acessibilidade;
no inciso VIII do arti-go 12 da LDB, quanto ao direito ao VII – integração dos profissionais da educação, os
acesso e à permanência na escola de qualidade. estu-dantes, as famílias, os agentes da comunidade
Assim entendida, a qualidade na escola exige de interessados na educação;
todos os sujeitos do processo educativo: VIII – valorização dos profissionais da educação, com
I – a instituição da Política Nacional de Formação de programa de formação continuada, critérios de acesso,
Profissionais do Magistério da permanência, remuneração compatível com a jornada de
Educação Básica, com a finalidade de organizar, em re-
trabalho definida no projeto político-pedagógico;
gime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, a formação inicial e continuada dos IX – realização de parceria com órgãos, tais como os
profissionais do magistério para as redes públicas da de assistência social, desenvolvimento e direitos humanos,
educação (Decreto nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009); cidadania, ciência e tecnologia, esporte, turismo, cultura e
II – ampliação da visão política expressa por meio de arte, saúde, meio ambiente.
habilidades inovadoras, fundamentadas na capacidade No documento “Indicadores de Qualidade na Educa-ção”
para aplicar técnicas e tecnologias orientadas pela ética e (Ação Educativa, 2004), a qualidade é vista com um caráter
pela estética; dinâmico, porque cada escola tem autonomia para refletir,
III – responsabilidade social, princípio educacional que propor e agir na busca da qualidade do seu tra-balho, de
norteia o conjunto de sujeitos comprometidos com o pro- acordo com os contextos socioculturais locais. Segundo o
jeto que definem e assumem como expressão e busca da autor, os indicadores de qualidade são sinais adotados para
qualidade da escola, fruto do empenho de todos. que se possa qualificar algo, a partir dos cri-térios e das
Construir a qualidade social pressupõe conhecimen-to prioridades institucionais. Destaque-se que os referenciais e
dos interesses sociais da comunidade escolar para que seja indicadores de avaliação são componentes curriculares,
possível educar e cuidar mediante interação efetivada entre porque tê-los em mira facilita a aproximação entre a escola
Princípios e finalidadeseducacionais,objetivos,conhe- que se tem e aquela que se quer, traduzi-da no projeto
cimentoeconcepçõescurriculares. Isso abarca mais que o político-pedagógico, para além do que fica
exercício político-pedagógico que se viabiliza mediante dispostonoincisoIXdoartigo4ºdaLDB: definição de padrões
atuação de todos os sujeitos da comunidade educativa. Ou mínimos de qualidade de ensino, como a variedade e quan-
seja, efetiva-se não apenas mediante participação de to-dos tidade mínimas, por estudante, de insumos indispensáveis ao
os sujeitos da escola – estudante, professor, técnico, desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
funcionário, coordenador – mas também mediante aqui-sição Essa exigência legal traduz a necessidade de se reco-
e utilização adequada dos objetos e espaços (labo-ratórios, nhecer que a avaliação da Qualidade associa-se à ação
equipamentos, mobiliário, salas-ambiente, biblio-teca, pla-nejada, coletivamente, pelos sujeitos da escola e
videoteca etc.) requeridos para responder ao projeto político- supõe que tais sujeitos tenham clareza quanto:
pedagógico pactuado, vinculados às condições/ I – aos princípios e às finalidades da educação, além
disponibilidades mínimas para se instaurar a primazia da do reconhecimento e análise dos dados indicados pelo
aquisição e do desenvolvimento de hábitos investigatórios IDEB e/ou outros indicadores, que complementem ou
para construção do conhecimento. substi-tuam estes;
A escola de qualidade social adota como centralidade II – à relevância de um projeto político-pedagógico
o diálogo, a colaboração, os sujeitos e as aprendizagens, o concebido e assumido coletivamente pela comunidade
que pressupõe, sem dúvida, atendimento a requisitos tais educacional, respeitadas as múltiplas diversidades e a plu-
como: ralidade cultural;
I – revisão das referências conceituais quanto aos III – à riqueza da valorização das diferenças manifesta-das
dife-rentes espaços e tempos educativos, abrangendo pelos sujeitos do processo educativo, em seus diversos
espaços sociais na escola e fora dela; segmentos, respeitados o tempo e o contexto sociocultural;
II – consideração sobre a inclusão, a valorização das IV – aos padrões mínimos de qualidade6 (Custo Aluno
diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade Qualidade inicial – CAQi7), que apontam para quanto deve
cultural, resgatando e respeitando os direitos humanos, ser investido por estudante de cada etapa e modalidade da
individuais e coletivos e as várias manifestações de cada Educação Básica, para que o País ofereça uma educação de
comunidade; qualidade a todos os estudantes.

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Para se estabelecer uma educação com um padrão mí- a) às instituições produtoras do conhecimento
nimo de qualidade, é necessário investimento com valor científi-co (universidades e centros de pesquisa);
calculado a partir das despesas essenciais ao desenvolvi- b) ao mundo do trabalho;
mento dos processos e procedimentos formativos, que le- c) aos desenvolvimentos tecnológicos;
vem, gradualmente, a uma educação integral, dotada de d) às atividades desportivas e
qualidade social: creches e escolas possuindo condições de corporais; e) à produção artística;
infraestrutura e de adequados equipamentos e de acessibi- f) ao campo da saúde;
lidade; professores qualificados com remuneração g) às formas diversas de exercício da
Adequada e compatível com a de outros profissionais cidadania; h) aos movimentos sociais.
com igual nível de formação, em regime de trabalho de 40 Daí entenderem que toda política curricular é uma
horas em tempo integral em uma mesma escola; definição de política cultural, pois o currículo é fruto de uma seleção e
uma relação adequada entre o número de estudantes por produção de saberes: campo conflituoso de produção de
turma e por professor, que assegure aprendizagens cultura, de embate entre pessoas concretas, concepções de
relevantes; pessoal de apoio técnico e administrativo que conhecimento e aprendizagem, formas de imaginar e
perceber o mundo. Assim, as políticas curriculares não se
garanta o bom funcionamento da escola.
resumem apenas a propostas e práticas enquanto docu-
2.4. Organização curricular: conceito, limites, possibi- mentos escritos, mas incluem os processos de planejamen-to,
lidades vivenciados e reconstruídos em múltiplos espaços e por
No texto “Currículo, conhecimento e cultura”, Moreira e múltiplas singularidades no corpo social da educação. Para
Candau (2006) apresentam diversas definições atribuídas a Lopes (2004, p. 112), mesmo sendo produções para além das
currículo, a partir da concepção de cultura como práti-ca instâncias governamentais, não significa desconsiderar o
social, ou seja, como algo que, em vez de apresentar poder privilegiado que a esfera governamental possui na
significados intrínsecos, como ocorre, por exemplo, com as produção de sentidos nas políticas, pois as práticas e pro-
manifestações artísticas, a cultura expressa significados postas desenvolvidas nas escolas também são produtoras de
atribuídos a partir da linguagem. Em poucas palavras, essa sentidos para as políticas curriculares.
concepção é definida como “experiências escolares que se Os efeitos das políticas curriculares, no contexto da
desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas prática, são condicionados por questões institucionais e
relações sociais, buscando articular vivências e saberes dos disciplinares que, por sua vez, têm diferentes histórias, con-
alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e cepções pedagógicas e formas de organização, expressas em
contribuindo para construir as identidades dos estudan-tes” diferentes publicações. As políticas estão sempre em
(idem, p. 22). Uma vez delimitada a ideia sobre cultura, os processo devir-a-ser, sendo múltiplas as leituras possíveis de
autores definem currículo como: conjunto de práticas que serem realizadas por múltiplos leitores, em um constan-te
proporcionam a produção, a circulação e o consumo de processo de interpretação das interpretações.
significados no espaço social e que contribuem, inten- As fronteiras são demarcadas quando se admite tão so-
samente, para a construção de identidades sociais e cul- mente a ideia de currículo formal. Mas as reflexões teóricas
turais. O currículo é, por consequência, um dispositivo de sobre currículo têm como referência os princípios educacio-
grande efeito no processo de construção da identidade do nais garantidos à educação formal. Estes estão orientados
(a) estudante (p. 27). Currículo refere-se, portanto, a cria- pela liberdade de aprender, ensinar,pesquisaredivulgaracul-
ção, recriação, contestação e transgressão (Moreira e tura,opensamento,aarteeoconhecimentocientífico,além do
Silva, 1994). pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, assim
5 Atualmente, são referências nacionais para o como a valorização da experiência extraescolar, e a vincula-
planeja-mento, em todas as instâncias responsáveis pela ção entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
Educação Básica, o IDEB, o FUNDEB e o ENEM. Assim, e tendo como base o teor do artigo 27 da LDB,
6 Parecer CNE/CEB nº 8/2010 (Aprecia a Indicação pode-se entender que o processo didático em que se reali-
CNE/CEB nº 4/2008, que propõe a constituição de uma zam as aprendizagens fundamenta-se na diretriz que assim
co-missão visando analisar a proposta do Custo Aluno delimita o conhecimento para o conjunto de atividades:
Quali-dade inicial (CAQi) como política de melhoria da Os conteúdos curriculares da Educação Básica obser-
qualidade do ensino no Brasil). varão, ainda, as seguintes diretrizes:
7 O CAQi é resultado de estudo desenvolvido pela I -a difusão de valores fundamentais ao interesse so-
Campanha Nacional pelo Direito à Educação, com a parti- cial, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao
cipação de pesquisadores, especialistas, gestores e bem comum e à ordem democrática;
ativistas de educação. Sua concepção representa uma II -consideração das condições de escolaridade dos
mudança na lógica de financiamento educacional, pois se es-tudantes em cada estabelecimento;
baseia no in-vestimento necessário para uma educação de III - orientação para o trabalho;
qualidade, e não nos recursos disponíveis. IV -promoção do desporto educacional e apoio às
Nesse sentido, a fonte em que residem os conheci- prá-ticas desportivas não-formais.
mentos escolares são as práticas socialmente construídas. Desse modo, os valores sociais, bem como os direitos e
Segundo os autores, essas práticas se constituem em “âm- deveres dos cidadãos, relacionam-se com o bem comum e
bitos de referência dos currículos” que correspondem: com a ordem democrática. Estes são conceitos que re-

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
querem a atenção da comunidade escolar para efeito de ensinar, pesquisar, investigar, avaliar ocorrem de modo
organização curricular, cuja discussão tem como alvo e indissociável. Os estudantes, entre outras características,
motivação a temática da construção de identidades sociais e aprendem a receber informação com rapidez, gostam do
culturais. A problematização sobre essa temática contri-bui processo paralelo, de realizar várias tarefas ao mesmo
para que se possa compreender, coletivamente, que tem-po, preferem fazer seus gráficos
educação cidadã consiste na interação entre os sujeitos, Antes de ler o texto, enquanto os docentes cre em
preparando-os por meio das atividades desenvolvidas na que acompanham a era digital apenas porque digitam e
escola, individualmente e em equipe, para se tornarem ap-tos impri-mem textos, têm e-mail, não percebendo que os
a contribuir para a construção de uma sociedade mais estudan-tes nasceram na era digital.
solidária, em que se exerça a liberdade, a autonomia e a O conceito de saber é adotado aqui se referindo ao
responsabilidade. Nessa perspectiva, cabe à instituição es- conjunto de experiências culturais, senso comum, com-
colar compreender como o conhecimento é produzido e portamentos, valores, atitudes, em outras palavras, todo o
socialmente valorizado e como deve ela responder a isso. É conhecimento adquirido pelo estudante nas suas relações
nesse sentido que as instâncias gestoras devem se for-talecer com a família e com a sociedade em movimento.
instaurando um processo participativo organizado As tecnologias da informação e comunicação consti-
formalmente, por meio de colegiados, da organização es- tuem uma parte de um contínuo desenvolvimento de tec-
tudantil e dos movimentos sociais. nologias, a começar pelo giz e os livros, todos podendo
A escola de Educação Básica é espaço coletivo de con- apoiar e enriquecer as aprendizagens. Como qualquer fer-
vívio, onde são privilegiadas trocas, acolhimento e acon- ramenta, devem ser usadas e adaptadas para servir a fins
chego para garantir o bem-estar de crianças, adolescentes, educacionais e como tecnologia assistiva; desenvolvidas de
jovens e adultos, no relacionamento entre si e com as de- forma a possibilitar que a interatividade virtual se desen-
mais pessoas. É uma instância em que se aprende a valo-rizar volva de modo mais intenso, inclusive na produção de lin-
a riqueza das raízes culturais próprias das diferentes regiões guagens. Assim, a infraestrutura tecnológica, como apoio
do País que, juntas, formam a Nação. Nela se res-significa e pedagógico às atividades escolares, deve também garantir
recria a cultura herdada, reconstruindo as iden-tidades acesso dos estudantes à biblioteca, ao rádio, à televisão, à
culturais, em que se aprende a valorizar as raízes próprias das internet aberta às possibilidades da convergência digital.
diferentes regiões do País. Essa distância necessita ser superada, mediante apro-
Essa concepção de escola exige a superação do rito esco-lar, ximação dos recursos tecnológicos de informação e co-
desde a construção do currículo até os critérios que orien-tam a municação,estimulandoacriaçãodenovosmétodosdidáti-co-
organização do trabalho escolar em sua multidimen-sionalidade, pedagógicos, para que tais recursos e métodos sejam
privilegia trocas, acolhimento e aconchego, para garantir o bem- inseridos no cotidiano escolar. Isto porque o conhecimento
estar de crianças, adolescentes, jovens e adul-tos, no
científico, nos tempos atuais, exige da escola o exercício da
compreensão, valorização da ciência e da tecnologia desde a
relacionamento interpessoal entre todas as pessoas.
infância e ao longo de toda a vida, embuscada ampliação do
Cabe, pois, à escola, diante dessa sua natureza, assumir domínio do conhecimento científico: uma das condi-ções
diferentes papéis, no exercício da sua missão essencial, que é para o exercício da cidadania. O conhecimento cien-tífico e
a de construir uma cultura de direitos humanos para pre- as novas tecnologias constituem-se, cada vez mais, condição
parar cidadãos plenos. A educação destina-se a múltiplos para que a pessoa saiba se posicionar frente a processos e
sujeitos e tem como objetivo a troca de saberes8, a sociali- inovações que a afetam.
zação e o confronto do conhecimento, segundo diferentes Não se pode, pois, ignorar que se vive: o avanço do uso
abordagens, exercidas por pessoas de diferentes condições da energia nuclear; da nanotecnologia; a conquista da pro-
físicas, sensoriais, intelectuais e emocionais, classes sociais, dução de alimentos geneticamente modificados; a clonagem
crenças, etnias, gêneros, origens, contextos socioculturais, e biológica. Nesse contexto, tanto o docente quanto o
da cidade, do campo e de aldeias. Porisso, é preciso fa-zer da estudan-te e o gestor requerem uma escola em que a cultura,
escola a instituição acolhedora, inclusiva, pois essa é uma a arte, a ciência e a tecnologia estejam presentes no
opção “transgressora”, porque rompe com a ilusão da cotidiano escolar, desde o início da Educação Básica.
homogeneidade e provoca, quase sempre, uma espécie de Tendo em vista a amplitude do papel sócio educativo
crise de identidade institucional. atribuído ao conjunto orgânico da Educação Básica, cabe
A escola é, ainda, espaço em que se abrigam desen- aos sistemas educacionais, em geral, definir o programa
contros de expectativas, mas também acordos solidários, de escolas de tempo parcial diurno (matutino e/ou ves-
norteados por princípios e valores educativos pactuados pertino), tempo parcial noturno e tempo integral (turno e
por meio do projeto político-pedagógico concebido se- contra-turno ou turno único com jornada escolar de 7
gundo as demandas sociais e aprovado pela comunidade horas, no mínimo10, durante todo o período letivo), o que
educativa. requer outra e diversa organização e gestão do trabalho
Por outro lado, enquanto a escola se prende às ca- pedagógico, contemplando as diferentes redes de ensino,
racterísticas de metodologias tradicionais, com relação ao a partir do pressuposto de que compete a todas elas o
ensino e à aprendizagem como ações concebidas se- de-senvolvimento integral de suas demandas, numa
paradamente, as características de seus estudantes reque- tentativa de superação das desigualdades de natureza
rem outros processos e procedimentos, em que aprender, sociocultural, socioeconômica e outras.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Há alguns anos, se tem constatado a necessidade de a Os cursos em tempo parcial noturno, na sua maioria, são
criança, o adolescente e o jovem, particularmente aque- de Educação de Jovens e Adultos (EJA) destinados,
les das classes sociais trabalhadoras, permanecerem mais mormente, a estudantes trabalhadores, com maior maturi-
tempo na escola11. Tem-se defendido que o estudante dade e experiência de vida. São poucos, porém, os cursos
poderia beneficiar-se da ampliação da jornada escolar, no regulares noturnos destinados a adolescentes e jovens de 15
espaço único da escola ou diferentes espaços educa-tivos, a 18 anos ou pouco mais, os quais são compelidos ao estudo
nosquais a permanência do estudantes e liga tanto à nesse turno por motivos de defasagem escolar e/ou de
quantidade equalidadedotempodiário deescolarização,- inadaptação aos métodos adotados e ao convívio com
quantoà diversidade de atividades de aprendizagens. colegas de idades menores. A regra tem sido induzi-los a
Assim, a qualidade da permanência em tempo inte- cursos de EJA, quando o necessário são cursos regulares,
gral do estudante nesses espaços implica a necessidade com programas adequados à sua faixaetária, como, aliás, é
da incorporação efetiva e orgânica no currículo de ativi- claramente prescrito no inciso VI do artigo 4º da LDB: oferta
dades e estudos pedagogicamente planejados e acompa- de ensino noturno regular, adequado às condições do
nhados ao longo de toda a jornada. educando.
No projeto nacional de educação, tanto a escola de 2.4.1. Formas para a organização curricular Retoma-se
tempo integral quanto a de tempo parcial, diante da sua aqui o entendimento de que currículo é o
responsabilidade educativa, social e legal, assumem a conjunto de valores e práticas que proporcionam a pro-
aprendizagem. dução e a socialização de significados no espaço social e
9 A nanotecnologia é o ramo da ciência que trata de que contribuem, intensamente, para a construção de
equipamentos minúsculos para aumentar a capacidade de iden-tidades sociais e culturais dos estudantes. E reitera-
armazenamento e processamento de dados dos com- se que deve difundir os valores fundamentais do interesse
putadores, medicamentos mais seguros aos pacientes, social, dos direitos e deveres dos cidadãos, do respeito ao
materiais mais leves e mais resistentes do que metais e bem comum e à ordem democrática, bem como
plásticos, economia de energia, proteção ao meio am- considerar as condições de escolaridade dos estudantes
biente, menor uso de matérias primas escassas e várias em cada esta-belecimento, a orientação para o trabalho, a
inovações que ainda não foram sequer imaginadas. promoção de práticas educativas formais e não-formais.
10 Baseia- se esse número de 7 horas no Programa Na Educação Básica, a organização do tempo curricu-
Mais Educação, instituído pelo Decreto nº 7.083/2010, que lar deve ser construída em função das peculiaridades de
tem por finalidade contribuir para a melhoria da seu meio e das características próprias dos seus estudan-
aprendizagem por meio da ampliação do tempo de per- tes, não se restringindo às aulas das várias disciplinas. O
manência de crianças, adolescentes e jovens matriculados percurso formativo deve, nesse sentido, ser aberto e con-
em escola textualizado, incluindo não só os componentes
pública, mediante oferta de Educação Básica em tem- curriculares centrais obrigatórios, previstos na legislação e
po integral. É considerada Educação Básica em tempo nas normas educacionais, mas, também, conforme cada
integral “a jornada escolar com duração igual ou supe-rior projeto escolar estabelecer, outros componentes flexíveis
a sete horas diárias, durante todo o período letivo, e variáveis que possibilitem percursos formativos que
compreendendo o tempo total em que o estudante per- atendam aos inú-meros interesses, necessidades e
manece na escola ou em atividades escolares em outros características dos edu-candos.
espaços educacionais”. Quanto à concepção e à organização do espaço cur-
11 O § 5º do artigo 87 da LDB, que instituiu a já finda ricular e físico, se imbricam e se alargam, por incluir no
Década da Educação, prescrevia que seriam “conjugados desenvolvimento curricular ambientes físicos, didático-pe-
todos os esforços objetivando a progressão das redes dagógicos e equipamentos que não se reduzem às salas de
escolares públicas urbanas de Ensino Fundamental para o aula, incluindo outros espaços da escola e de outras
regime de escolas de tempo integral”. instituições escolares, bem como os socioculturais e espor-
compreendendo - a como ação coletiva conectada tivo-recreativos do entorno, da cidade e mesmo da região.
com a vida, com as necessidades, possibilidades e inte- Essa ampliação e diversificação dos tempos e espaços
resses das crianças, dos jovens e dos adultos. O direito de curriculares pressupõe profissionais da educação dispos-
aprender é, portanto, intrínseco ao direito à dignidade tos a reinventar e construir essa escola, numa responsa-
humana, à liberdade, à inserção social, ao acesso aos bens bilidadecompartilhadacomasdemaisautoridadesencarre-
sociais, artísticos e culturais, significando direito à saúde gadasdagestãodosórgãos do poder público, na busca de
em todas as suas implicações, ao lazer, ao esporte, ao res- parcerias possíveis e necessárias, até porque educar é res-
peito, à integração familiar e comunitária. ponsabilidade da família, do Estado e da sociedade.
Conforme o artigo 34 da LDB, o Ensino Fundamental A escola precisa acolher diferentes saberes, diferentes
incluirá, pelo menos, quatro horas de trabalho efetivo em manifestações culturais e diferentes óticas, empenhar--se
sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período para se constituir, ao mesmo tempo, em um espaço de
de permanência na escola, até que venha a ser ministrado heterogeneidade e pluralidade, situada na diversidade em
em tempo integral (§ 2º) . Essa disposição, obviamente, só movimento, no processo tornado possível por meio de
é factível para os cursos do período diurno, tanto é que o relações intersubjetivas, fundamentada no princípio eman-
§ 1º ressalva os casos do ensino noturno. cipador. Cabe, nesse sentido, às escolas desempenhar o

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
papel socioeducativo, artístico, cultural, ambiental, funda- cooperativa do trabalho pedagógico, embora sejam ainda
mentadas no pressuposto do respeito e da valorização das recursos que vêm sendo utilizados de modo restrito e, às
diferenças, entre outras, de condição física, sensorial e so- vezes, equivocados. A interdisciplinaridade é, portanto,
cioemocional, origem, etnia, gênero, classe social, contexto en-tendida aqui como abordagem teórico
sociocultural, que dão sentido às ações educativas, enri- 12 Conforme nota constante do Parecer CNE/CP nº
quecendo-as, visando à superação das desigualdades de 11/2009, que apreciou proposta do MEC de experiência
natureza sociocultural e socioeconômica. Contemplar essas curricular inovadora do Ensino Médio, “Quanto ao enten-
dimensões significa a revisão dos ritos escolares e o alar- dimento do termo ‘disciplina’, este Conselho, pelo Parecer
gamento do papel da instituição escolar e dos educadores, CNE/CEB nº 38/2006, que tratou da inclusão obrigatória da
adotando medidas proativas e ações preventivas. Filosofia e da Sociologia no currículo do Ensino Médio, já
Na organização e gestão do currículo, as abordagens havia assinalado a diversidade de termos correlatos utiliza-
disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar e transdiscipli- dos pela LDB. São empregados, concorrentemente e sem
nar requerem a atenção criteriosa da instituição escolar, rigor conceitual, os termos disciplina, estudo, conhecimen-to,
porque revelam a visão de mundo que orienta as práticas ensino, matéria, conteúdo curricular, componente curri-cular.
pedagógicas dos educadores e organizam o trabalho do O referido Parecer havia retomado outro, o CNE/CEB nº 5/97
estudante. Perpassam todos os aspectos da organização (que tratou de Proposta de Regulamentação da Lei nº
escolar, desde o planejamento do trabalho pedagógico, a 9.394/96), que, indiretamente, unificou aqueles termos,
gestão administrativo-acadêmica, até a organização do adotando a expressão componente curricular.
tempo e do espaço físico e a seleção, disposição e utiliza- Considerando outros (Pareceres CNE/CEB nº 16/2001 e
ção dos equipamentos e mobiliário da instituição, ou seja, CNE/CEB nº 22/2003), o Parecer CNE/CEB nº 38/2006 assi-
todo o conjunto das atividades que se realizam no espaço nalou que não há, na LDB, relação direta entre obrigatorie-
escolar, em seus diferentes âmbitos. As abordagens multi- dade e formato ou modalidade do componente curricular
disciplinar, pluridisciplinar e interdisciplinar (seja chamado de estudo, conhecimento, ensino, matéria,
conteúdo, componente ou disciplina). Ademais, indicou que,
fundamentam--se nas mesmas bases, que são as
quanto ao formato de disciplina, não há sua obrigato-riedade
disciplinas, ou seja, o recorte do conhecimento.12
para nenhum componente curricular, seja da Base Nacional
Para Basarab Nicolescu (2000, p. 17), em seu artigo Comum, seja da Parte Diversificada. As escolas têm garantida
“Um novo tipo de conhecimento: transdisciplinaridade”, a a autonomia quanto à sua concepção pe-dagógica e para a
disciplinaridade, a pluridisciplinaridade, a transdisciplinari- formulação de sua correspondente pro-posta curricular,
dade e a interdisciplinaridade são as quatro flechas de um sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim
único e mesmo arco: o do conhecimento. o recomendar, dando-lhe o formato que julgarem compatível
Enquanto a multidisciplinaridade expressa frações do com a sua proposta de trabalho”.
conhecimento e o hierarquiza, a pluridisciplinaridade es- metodológica em que a ênfase incide sobre o
tuda um objeto de uma disciplina pelo ângulo de várias trabalho de integração das diferentes áreas do
outras ao mesmo tempo. Segundo Nicolescu, a pesquisa conhecimento, um real trabalho de cooperação e troca,
pluridisciplinar traz algo a mais a uma disciplina, mas res- aberto ao diálogo e ao planejamento (Nogueira, 2001, p.
27). Essa orientação deve ser enriquecida, por meio de
tringe-se a ela, está a serviço dela.
proposta temática tra-balhada transversalmente ou em
A transdisciplinaridade refere-se ao conhecimento pró- redes de conhecimento e de aprendizagem, e se expressa
prio da disciplina, mas está para além dela. O conhecimen-to por meio de uma atitude que pressupõe planejamento
situa-se na disciplina, nas diferentes disciplinas e além delas, sistemático e integrado e dis-posição para o diálogo.
tanto no espaço quanto no tempo. Busca a unidade do A transversalidade é entendida como uma forma de
conhecimento na relação entre a parte e o todo, entre o todo organizar o trabalho didático-pedagógico em que temas,
e a parte. Adota atitude de abertura sobre as cultu-ras do eixos temáticos são integrados às disciplinas, às áreas di-
presente e do passado, uma assimilação da cultura e da arte. tas convencionais de forma a estarem presentes em todas
O desenvolvimento da capacidade de articular diferentes elas. A transversalidade difere-se da interdisciplinaridade
referências de dimensões da pessoa humana, de seus e complementam-se; ambas rejeitam a concepção de
direitos, e do mundo é fundamento básico da trans- conhe-cimento que toma a realidade como algo estável,
disciplinaridade. De acordo com Nicolescu (p. 15), para os pronto e acabado. A primeira se refere à dimensão
adeptos da transdisciplinaridade, o pensamento clássico é o didático-pe-dagógica e a segunda, à abordagem
seu campo de aplicação, por isso é complementar à pes- epistemológica dos objetos de conhecimento.
quisa pluri e interdisciplinar. A transversalidade orienta para a necessidade de se
A interdisciplinaridade pressupõe a transferência de instituir, na prática educativa, uma analogia entre apren-der
métodos de uma disciplina para outra. Ultrapassa-as, mas sua conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre
finalidade inscreve-se no estudo disciplinar. Pela abor-dagem a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade
interdisciplinar ocorre a transversalidade do conhe-cimento e da realidade). Dentro de uma Compreensão interdisciplinar
constitutivo de diferentes disciplinas, por meio da ação do conhecimento, a transversalidade tem significado, sendo
didático-pedagógica mediada pela pedagogia dos projetos uma proposta didática que possibilita o tratamento dos
temáticos. Estes facilitam a organização coletiva e conhecimentos escolares de forma inte-

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
grada. Assim, nessa abordagem, a gestão do conhecimento Nessa perspectiva, cada sistema pode conferir à co-
parte do pressuposto de que os sujeitos são agentes da arte munidade escolar autonomia para seleção dos temas e del
de problematizar e interrogar, e buscam procedimen-tos imitação dos espaços curriculares a eles destinados, bem como a
interdisciplinares capazes de acender a chama do diálo-go forma de tratamento que será conferido à transver-salidade. Para
entre diferentes sujeitos, ciências, saberes e temas. que seja mim plantadas com sucesso, é funda-mental que as
A prática interdisciplinar é, portanto, uma abordagem ações interdisciplinares sejam previstas no pro-jeto político-
que facilita o exercício da transversalidade, constituindo-se pedagógico, mediante pacto estabelecido entre os profissionais
em caminhos facilitadores da integração do processo for- da educação, responsabilizando-se pela con-cepção e
mativo dos estudantes, pois ainda permite a sua participa- implantação do projeto interdisciplinar na escola, planejando,
ção na escolha dos temas prioritários. Desse ponto de vis-ta, avaliando as etapas programadas e replanejan-do-as, ou seja,
a interdisciplinaridade e o exercício da transversalidade ou do reorientando o trabalho de todos, em estreito laço com as
trabalho pedagógico centrado em eixos temáticos, famílias, a comunidade, os órgãos responsáveis pela observância
organizados em redes de conhecimento, contribuem para do disposto em lei, principalmente, no ECA.
que a escola dê conta de tornar os seus sujeitos conscientes Com a implantação e implementação da LDB, a ex-
de seus direitos e deveres e da possibilidade de se torna-rem pressão “matriz” foi adotada formalmente pelos diferentes
aptos a aprender a criar novos direitos, coletivamente. De sistemas educativos, mas ainda não conseguiu provocar
qualquer forma, esse percurso é promovido a partir da ampla e aprofundada discussão pela comunidade educa-
seleção de temas entre eles o tema dos direitos humanos, cional. O que se pode constatar é que a matriz foi enten-dida
recomendados para serem abordados ao longo do de- e assumida carregando as mesmas características da “grade”
senvolvimento de componentes curriculares com os quais burocraticamente estabelecida. Em sua história, esta recebeu
guardam intensa ou relativa relação temática, em função de conceitos a partir dos quais não se pode con-siderar que
prescrição definida pelos órgãos do sistema educativo ou matriz e grade sejam sinônimas. Mas o que é matriz? E como
pela comunidade educacional, respeitadas as caracterís-ticas deve ser entendida a expressão “curricu-lar”, se forem
próprias da etapa da Educação Básica que a justifica. consideradas as orientações para a educação nacional, pelos
Conceber a gestão do conhecimento escolar enrique- atos legais e normas vigentes? Se o termo matriz for
cida pela adoção de temas a serem tratados sob a pers- concebido tendo como referência o discurso das ciências
pectiva transversal exige da comunidade educativa clareza econômicas, pode ser apreendida como correlata de grade.
quanto aos princípios e às finalidades da educação, além Se for considerada a partir de sua origem etimo-lógica, será
de conhecimento da realidade contextual, em que as entendida como útero (lugar onde o feto se desenvolve), ou
esco-las, representadas por todos os seus sujeitos e a seja, lugar onde algo é concebido, gera-do e/ou criado
sociedade, se acham inseridas. (como apepitavinda da matriz) ou, segun-do Antônio Houaiss
Para isso, o planejamento das ações pedagógicas pac- (2001, p. 1870), aquilo que é fonte ou origem, ou ainda,
tuadas de modo sistemático e integrado é pré-requisito in- segundo o mesmo autor, a casa paterna ou materna, espaço
dispensável à organicidade, sequencialidade e articulação do de referência dos filhos, mesmo após casados. Admitindo a
conjunto das aprendizagens perspectivadas, o que requer a acepção de matriz como lugar onde algo é concebido,
participação de todos. Parte-se, pois, do pressuposto de que, gerado ou criado ou como aquilo que é fonte ou origem, não
para ser tratada transversalmente, a temática atravessa, esta- se admite equivalência de sentido, menos ainda como
belece elos, enriquece, complementa temas e/ou atividades desenho simbólico ou instrumental da matriz curricular com
tratadas por disciplinas, eixos ou áreas do conhecimento. o mesmo formato e emprego atri-buído historicamente à
13 As vigentes Diretrizes Curriculares Nacionais para o grade curricular. A matriz curricular deve, portanto, ser
Ensino Médio (Resolução CNE/CEBnº3/98, fundamenta-da entendida como algo que funciona as-segurando
no Parecer CNE/CEBnº 15/98), destacam em especial a movimento, dinamismo, vida curricular e edu-cacional na sua
interdisciplinaridade, assumindo o princípio de que “todo multidimensionalidade, de tal modo que os diferentes
conhecimento mantém um diálogo permanente com ou- campos do conhecimento possam se coadunar com o
tros conhecimentos”, e que “o ensino deve ir além da des- conjunto de atividades educativas e instigar, esti-mular o
crição e constituir nos estudantes a capacidade de despertar de necessidades e desejos nos sujeitos que dão
analisar, explicar, prever e intervir, objetivos que são mais vida à escola como um todo. A matriz curricular constitui-se
facilmente alcançáveis se as disciplinas, integradas em no espaço em que se delimita o conhecimento e representa,
áreas de co-nhecimento, puderem contribuir, cada uma além de alternativa operacional que subsidia a gestão de
com sua espe-cificidade, para o estudo comum de determinado currículo escolar, subsídio para a gestão da
problemas concretos, ou para o desenvolvimento de escola (organização do tempo e espaço cur-ricular;
projetos de investigação e/ ou de ação”. Enfatizam que o
distribuição e controle da carga horária docente) e primeiro
currículo deve ter tratamen-to metodológico que
passo para a conquista de outra forma de gestão do
evidencie a interdisciplinaridade e a contextualização.
conhecimento pelos sujeitos que dão vida ao cotidiano
14 Para concretização da interdisciplinaridade, as escolar, traduzida como gestão centrada na abordagem
atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mé- interdisciplinar. Neste sentido, a matriz curricular deve se
dio (Resolução CNE/CEB nº 3/98, e Parecer CNE/CEB nº organizar por “eixos temáticos”, definidos pela unidade es-
15/98) prescrevem a organização do currículo em áreas de colar ou pelo sistema educativo.
conhecimento e o uso das várias possibilidades

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Para a definição de eixos temáticos norteadores da As experiências em andamento têm revelado êxitos e
organização e desenvolvimento curricular, parte-se do desafios vividos pelas redes na busca da qualidade da edu-
entendimento de que o programa de estudo aglutina in- cação. Os desafios centram-se, predominantemente, nos
vestigações e pesquisas sob diferentes enfoques. O eixo obstáculos para a gestão participativa, a qualificação dos
temático organiza a estrutura do trabalho pedagógico,limi- funcionários, a integração entre instituições escolares de
taadispersãotemáticaeforneceocenárionoqualsãoconstruí- diferentes sistemas educativos (estadual e municipal, por
dososobjetos de estudo. O trabalho com eixos temáticos exemplo) e a inclusão de estudantes com deficiência. São
permite a concretização da proposta de trabalho pedagó- ressaltados, como pontos positivos, o intercâmbio de in-
gico centrada na visão interdisciplinar, pois facilita a orga- formações; a agilidade dos fluxos; os recursos que alimen-
nização dos assuntos, de forma ampla e abrangente, a pro- tam relações e aprendizagens coletivas, orientadas por um
blematização e o encadeamento lógico dos conteúdos e a propósito comum: a garantia do direito de aprender.
abordagem selecionada para a análise e/ou descrição dos Entre as vantagens, podem ser destacadas aquelas que
temas. O recurso dos eixos temáticos pedagógicas de or- se referem à multiplicação de aulas de transmissão em tempo
ganização, inclusive espaciais e temporais, e diversificação de real por meio de teleaulas, com elevado grau de qualidade e
programas ou tipos de estudo disponíveis, estimulando amplas possibilidades de acesso, em telessala ou em
alternativas, de acordo com as características do alunado e as qualquer outro lugar, previamente preparado, para acesso
demandas do meio social, admitidas as opções feitas pelos pelos sujeitos da aprendizagem; aulas simultâneas para várias
próprios estudantes. salas (e várias unidades escolares) com um pro-fessor
As áreas indicadas são: Linguagens, Códigos e suas principal e professores assistentes locais, combina-das com
Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas atividades on -line em plataformas digitais; aulas gravadas e
Tec-nologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. acessadas a qualquer tempo e de qualquer lugar por meio da
Vale lembrar que, diferentemente da maioria das esco- internet ou da TV digital, tratando de conteúdo,
las e das redes de ensino, o ENEM e o ENCCEJA consideram compreensão e avaliação dessa compreensão; e oferta de
tais áreas, pois suas provas são concebidas e organizadas de esclarecimentos de dúvidas em determinados momentos do
forma interdisciplinar e contextualizada, percorrendo trans-
processo didático-pedagógico.
versalmente as áreas de conhecimento consagradas nas
2. 4.2. Formação básica comum e parte diversificada A
Diretrizes, apenas alterando-as de três para quatro, com o
LDB definiu princípios e objetivos curriculares gerais
desdobramento da Matemática e das Ciências da Natureza.
para o Ensino Fundamental e Médio, sob os aspectos:
Propicia o trabalho em equipe, além de contribuir
I – duração: anos, dias letivos e carga horária mínimos;
para a superação do isolamento das pessoas e de
II – uma base nacional comum;
conteúdos fixos. Os professores com os estudantes têm
III – uma parte diversificada.
liberdade de escolher temas, assuntos que desejam
estudar, contextua-lizando-os em interface com outros. Entende- se por base nacional comum, na Educação
Por rede de aprendizagem entende-se um conjunto de
Básica, os conhecimentos, saberes e valores produzidos
ações didático-pedagógicas, cujo foco incide sobre a culturalmente, expressos nas políticas públicas e que são
aprendizagem, subsidiada pela consciência de que o pro- gerados nas instituições produtoras do conhecimento
cesso de comunicação entre estudantes e professores é científico e tecnológico; no mundo do trabalho; no desen-
efetivado por meio de práticas e recursos tradicionais e por volvimento das linguagens; nas atividades desportivas e
práticas de aprendizagem desenvolvidas em ambiente vir- corporais; na produção artística; nas formas diversas de
tual. Pressupõe compreender que se trata de aprender em exercício da cidadania; nos movimentos sociais, definidos
rede e não de ensinar na rede, exigindo que o ambiente de no texto dessa Lei, artigos 26 e 3315, que assim se tradu-
aprendizagem seja dinamizado e compartilha do porto dos zem:
os sujeitos do processo educativo. Esses são procedimen-tos I – na Língua Portuguesa;
que não se confundem. II – na Matemática;
Por isso, as redes de aprendizagem constituem-se em III – no conhecimento do mundo físico, natural, da
ferramenta didático-pedagógica relevante também nos realidade social e política, especialmente do Brasil, in-
programas de formação inicial e continuada de profissio- cluindo-se o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e
nais da educação. Esta opção requer planejamento siste- Indígena,
mático integrado, estabelecido entre sistemas educativos IV – na Arte em suas diferentes formas de expressão,
ou conjunto de unidades escolares. Envolve elementos incluindo-se a música;
constitutivos da gestão e das práticas docentes como in- V – na Educação Física;
fraestrutura favorável, prática por projetos, respeito ao VI – no Ensino Religioso.
tempo escolar, avaliação planejada, perfil do professor, Tais componentes curriculares são organizados pelos
perfil e papel da direção escolar, formação do corpo do- sistemas educativos, em forma de áreas de conhecimento,
cente, valorização da leitura, atenção individual ao estu- disciplinas, eixos temáticos, preservando-se a especificida-
dante, atividades complementares e parcerias. Mas inclui de dos diferentes campos do conhecimento, por meio dos
outros aspectos como interação com as famílias e a co- quais se desenvolvem as habilidades indispensáveis ao
munidade, valorização docente e outras medidas, entre as exercício da cidadania, em ritmo compatível com as
quais a instituição de plano de carreira, cargos e salários. etapas do desenvolvimento integral do cidadão.

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
A parte diversificada enriquece e complementa a base sino fundamental e de ensino médio, públicos e privados,
nacional comum, prevendo o estudo das características torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro--
re-gionais e locais da sociedade, da cultura, da economia brasileira e indígena. § 1º O conteúdo programático a que
e da comunidade escolar. Perpassa todos os tempos e es- se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história
paços curriculares constituintes do Ensino Fundamental e e da cultura que caracterizam a formação da população
do Médio, independentemente do ciclo da vida no qual bra-sileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o
os sujeitos tenham acesso à escola. É organizada em es-tudo da história da África e dos africanos, a luta dos
temas gerais, em forma de áreas do conhecimento, negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e
disciplinas, eixos temáticos, selecionados pelos sistemas indígena brasileira e o negro e o índio na formação da
educativos e pela unidade escolar, colegiadamente, para sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas
serem desen-volvidos de forma transversal. A base áreas social, econômica e política, pertinentes à história
nacional comum e a parte diversificada não podem se do Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura
constituir em dois blocos distintos, com disciplinas afro-brasilei-ra e dos povos indígenas brasileiros serão
específicas para cada uma dessas partes. ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em
A compreensão sobre base nacional comum, nas suas especial nas áreas de educação artística e de literatura e
relações com a parte diversificada, foi objeto de vários pa- história brasileiras. (...) Art. 33. O ensino religioso, de
receres emitidos pelo CNE, cuja síntese se encontra no matrícula facultativa, é parte integrante da formação
Parecer CNE/CEB nº 14/2000, da lavra da conselheira básica do cidadão e consti-tui disciplina dos horários
Edla de Araújo Lira Soares. Após retomar o texto dos arti- normais das escolas públicas de ensino fundamental,
gos 26 e 27 da LDB, a conselheira assim se pronuncia: assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do
(...) a base nacional comum interage com a parte di- Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
versificada, no âmago do processo de constituição de (...) tanto a base nacional comum quanto a parte
conhecimentos e valores das crianças, jovens e adultos, diver-sificada são fundamentais para que o currículo faça
evidenciando a importância da participação de todos os
sentido como um todo.
segmentos da escola no processo de elaboração da pro-
posta da instituição que deve nos termos da lei, utilizar a Cabe aos órgãos normativos dos sistemas de ensino
parte diversificada para enriquecer e complementar a expedir orientações quanto aos estudos e às atividades cor-
base nacional comum. respondentes à parte diversificada do Ensino Fundamental e
15 Art. 26. Os currículos do Ensino Fundamental e Mé- do Médio, de acordo com a legislação vigente. A LDB, porém,
dio devem ter uma base nacional comum, a ser comple- inclui expressamente o estudo de, pelo menos, uma língua
mentada, em cada sistema de ensino e estabelecimento estrangeira moderna como componente necessário da parte
escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas carac- diversificada, sem determinar qual deva ser, ca-bendo sua
terísticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da escolha à comunidade escolar, dentro das pos-sibilidades da
economia e da clientela. § 1º Os currículos a que se re-fere o escola, que deve considerar o atendimento das características
caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua locais, regionais, nacionais e transnacio-nais, tendo em vista
portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo as demandas do mundo do trabalho e da internacionalização
físico e natural e da realidade social e política, especialmente de toda ordem de relações. A língua espanhola, no entanto,
do Brasil. § 2º O ensino da arte constituirá componente por força de lei específica (Lei nº 11.161/2005) passou a ser
curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, obrigatoriamente ofertada no Ensino Médio, embora
de forma a promover o desenvolvimen-to cultural dos facultativa para o estudante, bem como possibilitada no
alunos. § 3º A educação física, integrada à proposta Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano. Outras leis específicas,
pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório a latere da LDB, determinam que sejam incluídos
da educação básica, sendo sua prática faculta-tiva ao aluno: I componentes não disciplinares, como as questões relativas
– que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis ao meio ambiente, à condição e direi-to do idoso e ao
horas; ; II – maior de trinta anos de idade; III – que estiver trânsito.
prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, Correspondendo à base nacional comum, ao longo do
estiver obrigado à prática da educação fí-sica; IV – amparado processo básico de escolarização, a criança, o adolescente,
pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969; (...) VI – o jovem e o adulto devem ter oportunidade de desenvol-
que tenha prole. § 4º O ensino da História do Brasil levará em ver, no mínimo, habilidades segundo as especificidades de
conta as contribuições das dife-rentes culturas e etnias para a cada etapa do desenvolvimento humano, privilegiando-se
formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes os aspectos intelectuais, afetivos, sociais e políticos que se
indígena, africana e européia.§ 5ºNa parte diversificada do desenvolvem de forma entrelaçada, na unidade do
currículo será incluído, obriga-toriamente, a partir da quinta proces-so didático.
série, o ensino de pelo me-nos uma língua estrangeira Organicamente articuladas, a base comum nacional e a
moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, parte diversificada são organizadas e geridas de tal modo
dentro das possibilidades da instituição.§ 6º A música deverá que também as tecnologias de informação e comunicação
ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente perpassem transversalmente a proposta curricular desde a
curricular de que trata o § 2º deste artigo. Art. 26-A. Nos Educação Infantil até o Ensino Médio, imprimindo direção
estabelecimentos de en- aos projetos político-pedagógicos. Ambas possuem como

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
referência geral o compromisso com saberes de dimensão – de duração mínima anual de 200 (duzentos) dias
planetária para que, ao cuidar e educar, seja possível à es- letivos, com o total de, no mínimo, 800 (oitocentas) horas,
cola conseguir: recomendada a sua ampliação, na perspectiva do tempo
I – ampliar a compreensão sobre as relações entre o integral, sabendo-se que as atividades escolares devem
indivíduo, o trabalho, a sociedade e a espécie humana, ser programadas articulada e integradamente, a partir da
seus limites e suas potencialidades, em outras palavras, base nacional comum enriquecida e complementada pela
sua identidade terrena; parte diversificada, ambas formando um todo;
II – adotar estratégias para que seja possível, ao longo da III –da interdisciplinaridade e da contextualização ,que
Educação Básica, desenvolver o letramento emocional, social devem ser constantes em todo o currículo, propiciando a
e ecológico; o conhecimento científico pertinente aos dife- interlocução entre os diferentes campos do conhecimen-
rentes tempos, espaços e sentidos; a compreensão do signifi- to e a transversalidade do conhecimento de diferentes
cado das ciências, das letras, das artes, do esporte e do lazer; disciplinas, bem como o estudo e o desenvolvimento de
III – ensinar a compreender o que é ciência, qual a sua projetos referidos a temas concretos da realidade dos es-
história e a quem ela se destina; tudantes;
IV – viver situações práticas a partir das quais seja IV–da destinação de, pelo menos,20%dototaldacar-
possível perceber que não há uma única visão de mundo, gahorária anual ao conjunto de programas e projetos in-
portanto, um fenômeno, um problema, uma experiência terdisciplinares eletivos criados pela escola, previstos no
podem ser descritos e analisados segundo diferentes projeto pedagógico, de modo que os sujeitos do Ensino
pers-pectivas e correntes de pensamento, que variam no Fundamental e Médio possam escolher aqueles com que
tempo, no espaço, na intencionalidade; se identifiquem e que lhes permitam melhor lidar com o
V – compreender os efeitos da “infoera”, sabendo que conhecimento e a experiência. Tais programas e projetos
estes atuam, cada vez mais, na vida das crianças, dos ado- devem ser desenvolvidos de modo dinâmico, criativo e
lescentes e adultos, para que se reconheçam, de um lado. fle-xível, em articulação com a comunidade em que a
16 -A Lei nº 9.795/99, dispõe sobre a Educação Am- escola esteja inserida;
biental, instituindo a política nacional de educação am- V – da abordagem interdisciplinar na organização e
biental, determinando que a educação ambiental é um gestão do currículo, viabilizada pelo trabalho desenvolvido
componente essencial e permanente da educação nacio-nal, coletivamente, planejado previamente, de modo integrado e
devendo estar presente, de forma articulada, em todos os pactuado com a comunidade educativa;
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter VI – de adoção, nos cursos noturnos do Ensino Funda-
formal e não-formal (artigo 2º). Dispõe ainda que a educa- mental e do Médio, da metodologia didático-pedagógica
ção ambiental seja desenvolvida como uma prática educa- pertinente às características dos sujeitos das aprendiza-
tiva integrada, contínua e permanente em todos os níveis e gens, na maioria trabalhadores, e, se necessário, sendo al-
modalidades do ensino formal, não devendo ser implanta-da terada a duração do curso, tendo como referência o míni-
como disciplina específica (artigo 10). mo correspondente à base nacional comum, de modo
-A Lei nº 10.741/2003, que dispõe sobre o Estatuto do que tais cursos não fiquem prejudicados;
Idoso, no seu artigo 22 determina que nos currículos míni- VII – do entendimento de que, na proposta curricular,
mos dos diversos Níveis de ensino formal serão inseridos as características dos jovens e adultos trabalhadores das
conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao turmas do período noturno devem ser consideradas como
respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o subsídios importantes para garantir o acesso ao Ensino
preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. Fundamental e ao Ensino Médio, a permanência e o
-A Lei nº 9.503/1997, que institui o Código de Trânsi-to suces-so nas últimas séries, seja em curso de tempo
Brasileiro, dispõe que a educação para o trânsito será regular, seja em curso na modalidade de Educação de
promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus Jovens e Adultos, tendo em vista o direito à frequência a
(sic), por meio de planejamento e ações coordenadas entre uma escola que lhes dê uma formação adequada ao
os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de desenvolvimento de sua cidadania;
Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos VIII – da oferta de atendimento educacional especia-
Municípios, nas respectivas áreas de atuação (artigo 76). lizado, complementar ou suplementar à formação dos es-
estudantes, de outro, os profissionais da educação e a família, tudantes público-alvo da Educação Especial, previsto no
mas reconhecendo que os recursos midiáticos de-vem projeto político-pedagógico da escola.
permear todas as atividades de aprendizagem. A organização curricular assim concebida supõe ou-
Na organização da matriz curricular, serão observados tra forma de trabalho na escola, que consiste na seleção
os critérios: adequada de conteúdos e atividades de aprendizagem, de
I – de organização e programação de todos os tempos métodos, procedimentos, técnicas e recursos didático-pe-
(carga horária) e espaços curriculares (componentes), em dagógicos. A perspectiva da articulação interdisciplinar é
forma de eixos, módulos ou projetos, tanto no que se refe-re voltada para o desenvolvimento não apenas de conheci-
à base nacional comum, quanto à parte diversificada17, mentos, mas também de habilidades, valores e práticas.
sendo que a definição de tais eixos, módulos ou projetos Considera, ainda, que o avanço da qualidade na edu-
deve resultar de amplo e verticalizado debate entre os ato- cação brasileira depende, fundamentalmente, do compro-
res sociais atuantes nas diferentes instâncias educativas; misso político, dos gestores educacionais das diferentes

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Segundo o artigo 23 da LDB, a Educação Básica poderá físicas, sensoriais e socioemocionais, origens, etnias, gê-
organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, nero, crenças, classes sociais, contexto sociocultural), te-
alternância regular de períodos de estudos, grupos não-se- nham a oportunidade de receber a formação que corres-
riados, com base na idade, na competência e em outros cri- ponda à idade própria do percurso escolar, da Educação
térios, ou por forma diversa de organização, sempre que o
Infantil, ao Ensino Fundamental e ao Médio.
interesse do processo de aprendizagem assim o recomen-
dar. instâncias da educação18, do respeito às diversidades Adicionalmente, na oferta de cada etapa pode cor-
dos estudantes, da competência dos professores e demais responder uma ou mais das modalidades de ensino: Edu-
profissionais da educação, da garantia da autonomia res- cação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação
ponsável das instituições escolares na formulação de seu do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação Profis-
projeto político-pedagógico que contemple uma proposta sional e Tecnológica, Educação a Distância, a educação
consistente da organização do trabalho. nos estabelecimentos penais e a educação quilombola.
2.5. Organização da Educação Básica Assim referenciadas, estas Diretrizes compreendem
Em suas singularidades, os sujeitos da Educação Básica, em orientações para a elaboração das diretrizes específicas
seus diferentes ciclos de desenvolvimento, são ativos, social e para cada etapa e modalidade da Educação Básica, ten-do
culturalmente, porque aprendem e interagem; são Cidadãos como centro e 18 Projeto de Lei de Responsabilidade
de direito e deveres em construção; copartí-cipes do Educacional – uma proposta aprovada pelos participan-
processo de produção de cultura, ciência, esporte e arte, tes da Conferência Nacional de Educação
compartilhando saberes, ao longo de seu desenvol-vimento (CONAE) – quer criar mecanismos para aplicar san-
físico, cognitivo,socioafetivo,emocional,tantodo- ções a governantes – nas três esferas – que não aplica-
pontodevistaético,quantopolíticoeestético, na sua relação rem corretamente os recursos da educação. A chamada
com a escola, com a família e com a sociedade em mo- Lei de Responsabilidade Educacional seguiria os moldes
vimento. Ao se identificarem esses sujeitos, é importante da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas não se restringi-ria
considerar os dizeres de Narodowski (1998). Ele entende, aos investimentos, incluindo também metas de aces-so e
apropriadamente, que a escola convive hoje com estudan-tes qualidade do ensino. motivação os que justificam a
de uma infância, de uma juventude (des) realizada, que estão existência da instituição escolar: os estudantes em de-
nas ruas, em situação de risco e exploração, e aqueles de senvolvimento. Reconhecidos como sujeitos do processo
uma infância e juventude (hiper) realizada com pleno de aprendizagens, têm sua identidade cultural e humana
domínio tecnológico da internet, do orkut, dos chats. Não há respeitada, desenvolvida nas suas relações com os de-
mais como tratar: os estudantes como se fossem homo- mais que compõem o coletivo da unidade escolar, em elo
gêneos, submissos, sem voz; os pais e a comunidade esco-lar com outras unidades escolares e com a sociedade, na
como objetos. Eles são sujeitos plenos de possibilida-des de perspectiva da inclusão social exercitada em compromis-
diálogo, de interlocução e de intervenção. Exige-se, portanto, so com a equidade e a qualidade. É nesse sentido que se
da escola, a busca de um efetivo pacto em torno do projeto deve pensar e conceber o projeto político-pedagógico, a
educativo escolar, que considere os sujeitos-es-tudantes relação com a família, o Estado, a escola e tudo o que é
jovens, crianças, adultos como parte ativa de seus processos nela realizado. Sem isso, é difícil consolidar políticas que
de formação, sem minimizar a importância da efetivem o processo de integração entre as etapas e
autoridade adulta. modalidades da Educação Básica e garanta ao estudante
Na organização curricular da Educação Básica, devem- o acesso, a inclusão, a permanência, o sucesso e a con-
-se observar as diretrizes comuns a todas as suas etapas, clusão de etapa, e a continuidade de seus estudos. Diante
modalidades e orientações temáticas, respeitadas suas desse entendimento, a aprovação das Diretrizes Curricu-
especificidades e as dos sujeitos a que se destinam. Cada lares Nacionais Gerais para a Educação Básica e a revisão
etapa é delimitada por sua finalidade, princípio e/ou por e a atualização das diretrizes específicas de cada etapa e
seus objetivos ou por suas diretrizes educacionais, clara- modalidade devem ocorrer mediante diálogo vertical e
mente dispostos no texto da Lei nº 9.394/96, fundamen- horizontal, de modo simultâneo e indissociável, para que
tando-se na inseparabilidade dos conceitos referenciais: se possa assegurar a necessária coesão dos fundamentos
cuidar e educar, pois esta é uma concepção norteadora que as norteiam.
do projeto político-pedagógico concebido e executado 2.5.1. Etapas da Educação Básica
pela comunidade educacional. Mas vão além disso Quanto às etapas correspondentes aos diferentes
quando, no processo educativo, educadores e estudantes momentos constitutivos do desenvolvimento educacio-
se defronta-rem com a complexidade e a tensão em que nal, a Educação Básica compreende:
se circunscre-ve o processo no qual se dá a formação do I–a Educação Infantil, que compreende: a Creche, en-
humano em sua multidimensionalidade. globando as diferentes etapas do desenvolvimento da
Na Educação Básica, o respeito aos estudantes e a seus criança até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola,
tempos mentais, socioemocionais, culturais, identitários, é um com duração de 2 (dois) anos.
princípio orientador de toda a ação educativa. É res- II – o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com
ponsabilidade dos sistemas educativos responderem pela duração de 9 (nove) anos, é organizado e tratado em duas
criação de condições para que crianças, adolescentes, jo-vens fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos
e adultos, com sua diversidade (diferentes condições finais;

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
III – o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) ligiosas, entre outras, no espaço escolar, as relações sociais e
anos. intersubjetivas requerem a atenção intensiva dos profis-
Estas etapas e fases têm previsão deidades próprias, sionais da educação, durante o tempo e o momento de de-
as quais, no entanto, são diversas quando se atenta para senvolvimento das atividades que lhes são peculiares: este é
alguns pontos como atraso na matrícula e/ou no percurso o tempo em que a curiosidade deve ser estimulada, a partir
escolar, repetência, retenção, retorno de quem havia da brincadeira orientada pelos profissionais da edu-cação. Os
aban-donado os estudos, estudantes com deficiência, vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
jovens e adultos sem escolarização ou com esta tolerância recíproca em que se assenta a vida social, devem
incompleta, habi-tantes de zonas rurais, indígenas e iniciar-se na Pré-Escola e sua intensificação deve ocorrer ao
quilombolas, adoles-centes em regime de acolhimento ou longo do Ensino Fundamental, etapa em que se prolonga a
internação, jovens e adultos em situação de privação de infância e se inicia a adolescência.
liberdade nos estabe-lecimentos penais. Às unidades de Educação Infantil cabe definir, no seu
2.5.1.1. Educação Infantil projeto político-pedagógico, com base no que dispõem
A Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimen-to os artigos 12 e 13 da LDB e no ECA, os conceitos orien-
integral da criança até 5 (cinco) anos de idade, em seus tadores do processo de desenvolvimento da criança, com
aspectos físico, afetivo, psicológico, intelectual e social, a consciência de que as crianças, em geral, adquirem as
complementando a ação da família e da comunidade.20 mesmas formas de comportamento que as pessoas usam
Seus sujeitos situam-se na faixa etária que compreen- e demonstram nas suas relações com elas, para além do
de o ciclo de desenvolvimento e de aprendizagem dotada desenvolvimento da linguagem e do pensamento.
de condições específicas, que são singulares a cada tipo Assim, a gestão da convivência e as situações em que
de atendimento, com exigências próprias. Tais se torna necessária a solução de problemas individuais e
atendimentos carregam marcas singulares coletivos pelas crianças devem ser previamente progra-
antropoculturais, porque as crianças provêm de diferentes madas, com foco nas motivações estimuladas e orientadas
e singulares contextos so-cioculturais, socioeconômicos e pelos professores e demais profissionais da educação e
étnicos. Por isso, os sujei-tos do processo educativo dessa ou-tros de áreas pertinentes, respeitados os limites e as
19 Do ponto de vista do financiamento, essa poten-cialidades de cada criança e os vínculos desta com
categoriza-ção é subdividida conforme artigo 10, a família ou com o seu responsável direto. Dizendo de
daLeinº11.494/2007 (FUNDEB), para atender ao critério de outro modo, nessa etapa deve-se assumir o cuidado e a
distribuição propor-cional de recursos dos fundos de educação, valorizando a aprendizagem para a conquista
manutenção da Educação Básica, estabelecendo as da cultura da vida, por meio de atividades lúdicas em
seguintes diferenças entre etapas, modalidades e tipos de situações de aprendizagem (jogos e brinquedos),
estabelecimento de ensino: I. Cre-che; II. Pré-Escola; III. formulando proposta pedagógica que considere o
Séries iniciais do Ensino Fundamental urbano; currículo como conjunto de experiências em que se
IV. séries iniciais do Ensino Fundamental rural; V. articulam saberes da experiência e socialização do
séries finais do Ensino Fundamental urbano; conhecimento em seu dinamismo, deposi-tando ênfase:
VI. séries finais do Ensino Fundamental rural; I – na gestão das emoções;
VII. Ensino Fundamental em tempo integral; II – no desenvolvimento de hábitos higiênicos e ali-
VIII. Ensino Médio urbano; mentares;
IX. Ensino Médio rural; III – na vivência de situações destinadas à organização
X. Ensino Médio em tempo integral; dos objetos pessoais e escolares;
XI. Ensino Médio integrado à educação profissional; IV – na vivência de situações de preservação dos
XII. Educação especial; recur-sos da natureza;
XIII. Educação indígena e quilombola; V – no contato com diferentes linguagens representa-
XIV. Educação de Jovens e Adultos com avaliação no das, predominantemente, por ícones – e não apenas pelo
processo; e desenvolvimento da prontidão para a leitura e escrita –,
XV. Educação de Jovens e Adultos integrada à educa- como potencialidades indispensáveis à formação do inter-
ção profissional de nível médio, com avaliação no proces- locutor cultural.
so. 2.5.1.2 Ensino Fundamental
20 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Na etapa da vida que corresponde ao Ensino Funda-
Infantil foram revistas e estão atualizadas pela Resolução mental21, o estatuto de cidadão vai se definindo gradativa-
CNE/CEB nº 5/2009, fundamentada no Parecer CNE/CEB nº mente conforme o educando vai se assumindo a condição de
20/2009. etapa da Educação Básica devem ter a oportu- umsujeito de direitos. As crianças, quase sempre, per-cebem
nidade de se sentirem acolhidos, amparados e respeitados o sentido das transformações corporais e culturais, afetivo-
pela escola e pelos profissionais da educação, com base nos emocionais, sociais, pelas quais passam. Tais trans-formações
princípios da individualidade, igualdade, liberdade, di- requerem-lhes reformulação da autoimagem, a que se
versidade e pluralidade. Deve-se entender, portanto, que, associa o desenvolvimento cognitivo. Junto a isso, buscam
para as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, independente- referências para a formação de valores próprios, novas
mente das diferentes condições físicas, sensoriais, mentais, estratégias para lidar com as diferentes exigências que lhes
linguísticas, étnico-raciais, socioeconômicas, de origem, re- são impostas.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
21 As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o Respeitadas as marcas singulares antropoculturais que as
Ensino Fundamental são as constantes da Resolução crianças de diferentes contextos adquirem, os objetivos da
CNE/CEB nº 2/1998, fundamentada no Parecer CNE/CEB- formação básica, definidos para a Educação Infantil, pro-
nº4/1998,queestão em processo de revisão e atualização, longam-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamen-tal,
face à experiência acumulada e às alterações na legislação de tal modo que os aspectos físico, afetivo, psicológi-co,
que incidiram sobre essa etapa da Educação Básica. intelectual e social sejam priorizados na sua formação,
De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 3/2005, o En- complementando a ação da família e da comunidade e, ao
sino Fundamental de 9 (nove) anos tem duas fases com mesmo tempo, ampliando e intensificando, gradativamen-te,
características próprias, chamadas de: anos iniciais, com 5 o processo educativo com qualidade social, mediante:
(cinco) anos de duração, em regra para estudantes de 6 (seis) I – o desenvolvimento da capacidade de aprender,
a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro) anos ten-do como meios básicos o pleno domínio da leitura, da
de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. es-crita e do cálculo;
O Parecer CNE/CEB nº 7/2007 admitiu coexistência do II – foco central na alfabetização, ao longo dos três
Ensino Fundamental de 8 (oito) anos, em extinção gradual, primeiros anos, conforme estabelece o Parecer CNE/CEB
com o de 9 (nove), que se encontra em processo de im- nº4/2008,de20defevereiro de2008, da lavra do conselheiro
plantação e implementação. Há, nesse caso, que se res-peitar Murílio de Avellar Hingel, que apresenta orientação sobre
o disposto nos Pareceres CNE/CEB nº 6/2005 e nº 18/2005, os três anos iniciais do Ensino Fundamental de nove anos;
bem como na Resolução CNE/CEB nº 3/2005, que formula III –a compreensão do ambiente natural e social, do
uma tabela de equivalência da organização e dos planos sistema político, da economia, da tecnologia, das artes e
curriculares do Ensino Fundamental de 8 (oito) e de 9 (nove) da cultura dos direitos humanos e dos valores em que se
anos, a qual deve ser adotada por todas as escolas. fundamenta a sociedade;
O Ensino Fundamental é de matrícula obrigatória para IV – o desenvolvimento da capacidade de aprendiza-
as crianças a partir dos 6 (seis) anos completos até o dia gem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e
31 de março do ano em que ocorrer matrícula, conforme habi-lidades e a formação de atitudes e valores;
V – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços
estabelecido pelo CNE no Parecer CNE/CEB nº 22/2009 e
de solidariedade humana e de respeito recíproco em que
Resolução CNE/CEB nº 1/2010.
se assenta a vida social.
Segundo o Parecer CNE/CEB nº 4/2008, o antigo ter-
Como medidas de caráter operacional, impõe-se a
ceiro período da Pré-Escola, agora primeiro ano do Ensino
adoção:
Fundamental, não pode se confundir com o anterior pri-
I – de programa de preparação dos profissionais da
meiro ano, pois se tornou parte integrante de um ciclo de
educação, particularmente dos gestores, técnicos e
3 (três) anos, que pode ser denominado “ciclo da
profes-sores;
infância”. Conforme o Parecer CNE/CEB nº 6/2005, a
II – de trabalho pedagógico desenvolvido por equipes
ampliação do Ensino Fundamental obrigatório a partir dos interdisciplinares e multiprofissionais;
6 (seis) anos de idade requer de todas as escolas e de III–deprogramasdeincentivoaocompromissodosprofis-
todos os educa-dores compromisso com a elaboração de sionaisdaeducaçãocomos estudantes e com sua aprendi-
um novo projeto político-pedagógico, bem como para o zagem, de tal modo que se tornem sujeitos nesse processo;
consequente redi-mensionamento da Educação Infantil. IV – de projetos desenvolvidos em aliança com a co-
Por outro lado, conforme destaca o Parecer CNE/CEB nº munidade, cujas atividades colaborem para a superação de
7/2007: é perfeitamente possível que os sistemas de ensino conflitos nas escolas, orientados por objetivos claros e tan-
estabeleçam normas para que essas crianças que só vão com- gíveis, além de diferentes estratégias de intervenção; V–de
pletar seis anos depois de iniciar o ano letivo possam continuar abertura de escolas além do horário regular de
frequentando a Pré-Escola para que não ocorra uma indesejá-vel aulas, oferecendo aos estudantes local seguro para a prá-
descontinuidade de atendimento e desenvolvimento. tica de atividades esportivo-recreativas e socioculturais,
O intenso processo de descentralização ocorrido na úl- além de reforço escolar;
tima década acentuou, na oferta pública, a cisão entre anos VI – de espaços físicos da escola adequados aos
iniciais e finais do Ensino Fundamental, levando à concen- diver-sos ambientes destinados às várias atividades, entre
tração dos anos iniciais, majoritariamente, nas redes muni- elas a de experimentação e práticas botânicas;22
cipais, e dos anos finais, nas redes estaduais, embora haja VII – de acessibilidade arquitetônica, nos mobiliários,
escolas com oferta completa (anos iniciais e anos finais do nos recursos didático-pedagógicos, nas comunicações e
ensino fundamental) em escolas mantidas por redes públi- informações.
cas e privadas. Essa realidade requer especial atenção dos Nessa perspectiva, no geral, é tarefa da escola, palco
sistemas estaduais e municipais, que devem estabelecer de interações, e, no particular, é responsabilidade do pro-
forma de colaboração, visando à oferta do Ensino Funda- fessor, apoiado pelos demais profissionais da educação,
mental e à articulação entre a primeira fase e a segunda, para criar situações que provoquem nos estudantes a neces-
evitar obstáculos ao acesso de estudantes que mu-dem de sidade e o desejo de pesquisar e experimentar situações
uma rede para outra para completarem escolarida-de de aprendizagem como conquista individual e coletiva, a
obrigatória, garantindo a organicidade e totalidade do partir do contexto particular e local, em elo com o geral e
processo formativo do escolar. transnacional.

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
2.5.1.3. Ensino Médio quétipos conformadores da sua singularidade inscrita em
Os princípios e as finalidades que orientam o Ensino determinações históricas. Compreensível que é difícil que
Médio23, para adolescentes em idade de 15 (quinze) a 17 todos os jovens consigam carregar a necessidade e o dese-jo
(dezessete), preveem, como preparação para a conclusão de assumir todo o programa de Ensino Médio por intei-ro,
do processo formativo da Educação Básica (artigo 35 da como se acha organizado. Dessa forma, compreende-se que
LDB): o conjunto de funções atribuídas ao Ensino Médio não
I – a consolidação e o aprofundamento dos conheci- corresponde à pretensão e às necessidades dos jovens dos
mentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando dias atuais e às dos próximos anos. Portanto, para que se
o prosseguimento de estudos; assegure a permanência dos jovens na escola, com provei-to,
II – a preparação básica para o trabalho, tomado este até a conclusão da Educação Básica, os sistemas edu-cativos
como princípio educativo, e para a cidadania do devem prever currículos flexíveis, com diferentes alternativas,
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser paraqueosjovenstenhamaoportunidadedees-
capaz de en-frentar novas condições de ocupação ou colheropercursoformativoquemaisatendaa seus interesses,
aperfeiçoamento posteriores; suas necessidades e suas aspirações.
III – o aprimoramento do estudante como um ser de Deste modo, essa etapa do processo de escolarização
direitos, pessoa humana, incluindo a formação ética e o se constitui em responsável pela terminalidade do proces-
de-senvolvimento da autonomia intelectual e do so formativo do estudante da Educação Básica24, e, con-
pensamento crítico; juntamente, pela preparação básica para o trabalho e para
IV – a compreensão dos fundamentos científicos e a cidadania, e pela prontidão para o exercício da autono-
tec-nológicos presentes na sociedade contemporânea, mia intelectual.
relacio-nando a teoria com a prática. Na perspectiva de reduzir a distância entre as ativida-
A formação ética, a autonomia intelectual, o pensa- des escolares e as práticas sociais, o Ensino Médio deve
mento crítico que construa sujeitos de direitos devem se ter uma base unitária sobre a qual podem se assentar
iniciar desde o ingresso do estudante no mundo escolar. pos-sibilidades diversas: no trabalho, como preparação
Como se sabe,estessão,aumsótempo,princípiosevaloresad- geral ou, facultativamente, para profissões técnicas; na
quiridosduranteaformaçãodapersonalidade ciência e na tecnologia, como iniciação científica e
22 Experiências com cultivo de hortaliças, jardinagem tecnológica; nas artes e na cultura, como ampliação da
e outras, sob a orientação dos profissionais da educação e formação cultural. Assim, o currículo doEnsino Médio
apoio de outros, cujo resultado se transforme em be- deve organizar-se de modo a assegurar a integração entre
nefício da mudança de hábitos dos estudantes que, além os seus sujeitos, o trabalho, a ciência, a tecnologia e a
da constituição de atividades alternativas para a oferta de cultura, tendo o traba-lho como princípio educativo,
diferentes opções, possam ser prazerosas. processualmente conduzido desde a Educação Infantil.
23 As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o En- 2.5.2. Modalidades da Educação Básica
sino Médio estão expressas na Resolução CNE/CEB nº 3/98, Como já referido, na oferta de cada etapa pode
fundamentada no Parecer CNE/CEBnº15/98,atualmenteem corres-ponder uma ou mais modalidades de ensino:
processo de revisão e atualização, face à experiência acu- Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial,
mulada e às alterações na legislação que incidiram sobre esta Educação Profissional e Tecnológica, Educação Básica do
etapa da Educação Básica. do indivíduo. É, entretanto, por Campo, Educação Es-colar Indígena, Educação Escolar
meio da convivência familiar, social e escolar que tais valores Quilombola e Educação a Distância.
são internalizados. Quando o estudante chega ao Ensino 2.5.2.1. Educação de Jovens e Adultos
Médio, os seus hábitos e as suas atitudes crítico--reflexivas e Art. 208. (...) I – Educação Básica obrigatória e gratuita
éticas já se acham em fase de conformação. Mesmo assim, a dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegura-da
preparação básica para o trabalho e a ci-dadania, e a inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
prontidão para o exercício da autonomia inte-lectual são uma tiveram acesso na idade própria; (O disposto neste inciso I
conquista paulatina e requerem a atenção de todas as etapas deverá ser implementado progressivamente, até 2016, nos
do processo de formação do indivíduo. Nesse sentido, o termos do Plano Nacional de Educação, com apoio técnico e
Ensino Médio, como etapa responsável pela terminalidade do financeiro da União).
processo formativo da Educação Básica, deve se organizar A instituição da Educação de Jovens e Adultos (EJA)
para proporcionar ao estudante uma formação com base 25 tem sido considerada como instância em que o Brasil
unitária, no sentido de um mé-todo de pensar e pro-cura saldar uma dívida social que tem para com o
compreender as determinações da vida social e produtiva;
cidadão que não estudou na idade própria. Destina-se,
que articule trabalho, ciência, tecnologia e cultura na
portanto, aos que se situam na faixa etária superior à
perspectiva da emancipação humana.
considerada própria, no nível de conclusão do Ensino
Na definição e na gestão do currículo, sem dúvida, ins-
Fundamental e do Ensino Médio.
crevem-se fronteiras de ordem legal e teórico-metodológi-
ca. Sua lógica dirige-se aos jovens não como categorização A carência escolar de adultos e jovens que ultrapassa-
genérica e abstrata, mas consideradas suas singularidades, ram essa idade tem graus variáveis, desde a total falta de
que se situam num tempo determinado, que, ao mesmo alfabetização, passando pelo analfabetismo funcional, até
tempo, é recorte da existência humana e herdeiro de ar-

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
a incompleta escolarização nas etapas do Ensino Funda- 25 As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a
mental e do Médio. Essa defasagem educacional mantém Educação e Jovens e Adultos estão expressas na Resolu-
e reforça a exclusão social, privando largas parcelas da ção CNE/CEB nº 1/2000, fundamentada no Parecer CNE/
po-pulação ao direito de participar dos bens culturais, de CEB nº 11/2000, sendoque o Parecer CNE/CEB nº 6/2010
inte-grar-se na vida produtiva e de exercer sua cidadania. (ainda não homologado), visa instituir Diretrizes
Esse resgate não pode ser tratado emergencialmente, Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos
mas, sim, de forma sistemática e continuada, uma vez que (EJA) nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade
jovens e adultos continuam alimentando o contingente mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e
com defa-sagem escolar, seja por não ingressarem na certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e
escola, seja por dela se evadirem por múltiplas razões. Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância.
O inciso I do artigo208daConstituiçãoFederaldetermi- 26 São exemplos desta articulação o Programa Na-
naque o dever do Estado para com a educação será efe- cional de Integração da Educação Profissional com a
tivado mediante a garantia de Ensino Fundamental obri- Educação Básica na Modalidade de Educação Jovens e
gatório e gratuito, assegurada inclusive sua oferta gratuita Adultos – PROEJA (que articula educação profissional com
para todos os que a ele não tiverem acesso na idade pró- o Ensino Fundamental e o médio da EJA) e o Pro-grama
pria. Este mandamento constitucional é reiterado pela LDB, Cabe a cada sistema de ensino definir a estrutura e a
no inciso I do seu artigo 4º, sendo que, o artigo 37traduz os duração dos cursos da Educação de Jovens e Adultos,
fundamentos da EJA ao atribuir ao poder público a respon- respeitadas as Diretrizes Curriculares Nacionais, a identi-
sabilidade de estimular e viabilizar o acesso e a permanên-cia dade dessa modalidade de educação e o regime de cola-
do trabalhador na escola, mediante ações integradas e
boração entre os entes federativos.
complementares entre si, mediante oferta de cursos gratui-
tos aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os Quanto aos exames supletivos, a idade mínima para a
estudos na idade regular, proporcionando-lhes oportuni- inscrição e realização de exames De conclusão doEn-
dades educacionais apropriadas, consideradas as caracte- sinoFundamentaléde15(quinze)anos completos, e para os
rísticas do alunado, seus interesses, condições de vida e de de conclusão do Ensino Médio éade18(dezoito)anos
trabalho, mediante cursos e exames. Esta responsabilidade completos. Para a aplicação desses exames, o órgão nor-
deve ser prevista pelos sistemas educativos e por eles deve mativo dos sistemas de educação deve manifestar-se
ser assumida, no âmbito da atuação de cada sistema, ob- previamente, além de acompanhar os seus resultados. A
servado o regime de colaboração e da ação redistributiva, certificação do conhecimento e das experiências ava-
definidos legalmente. liados por meio de exames para verificação de compe-
Os cursos de EJA devem pautar-se pela flexibilidade, tan- tências e habilidades é objeto de diretrizes específicas a
to de currículo quanto de tempo e espaço, para que seja: serem emitidas pelo órgão normativo competente, tendo
I – rompida a simetria com o ensino regular para em vista a complexidade, a singularidade e a diversidade
crian-ças e adolescentes, de modo a permitir percursos contextual dos sujeitos a que se destinam tais exames.27
indivi-dualizados e conteúdos significativos para os jovens
e adultos; 2.5.2.2. Educação Especial
II – provido suporte e atenção individual às diferentes A Educação Especial é uma modalidade de ensino
necessidades dos estudantes no processo de aprendiza- transversal a todas etapas e outras modalidades, como
gem, mediante atividades diversificadas; parte integrante da educação regular, devendo ser pre-
III – valorizada a realização de atividades e vivências vista no projeto político-pedagógico da unidade esco-
socializadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras lar.28
de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes; IV Os sistemas de ensino devem matricular todos os es-
– desenvolvida a agregação de competências para tudantes com deficiência, transtornos globais do desen-
o trabalho; volvimento e altas habilidades/superdotação, cabendo às
V – promovida a motivação e orientação permanente escolas organizar- se para seu atendimento, garantindo as
dos estudantes, visando à maior participação nas aulas e condições para uma educação de qualidade para to-dos,
seu melhor aproveitamento e desempenho; devendo considerar suas necessidades educacionais
VI – realizada sistematicamente a formação continua- específicas, pautando-se em princípios éticos, políticos e
da destinada especificamente aos educadores de jovens e estéticos, para assegurar:
adultos. I – a dignidade humana e a observância do direito de
Na organização curricular dessa modalidade da Edu- cada estudante de realizar seus projetos e estudo, de
cação Básica, a mesma lei prevê que os sistemas de ensino trabalho e de inserção na vida social, com autonomia e
devem oferecer cursos e exames supletivos, que compreen- independência;
derão a base nacional comum do currículo, habilitando ao II–a busca da identidade própria de cada estudante, o
prosseguimento de estudos em caráter regular. Entretanto, reconhecimento e a valorização das diferenças e poten-
prescreve que, preferencialmente, os jovens e adultos te- cialidades, o atendimento às necessidades educacionais
nham a oportunidade de desenvolver a Educação Profissio- no processo de ensino e aprendizagem, como base para a
nal articulada com a Educação Básica (§3º do artigo 37 da constituição e ampliação de valores, atitudes, conheci-
LDB, incluído pela Lei nº 11.741/2008).26 mentos, habilidades e competências;

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

– o desenvolvimento para o exercício da cidadania, Na organização desta modalidade, os sistemas de en-


da capacidade de participação social, política e econômica sino devem observar as seguintes orientações fundamen-
e sua ampliação, mediante o cumprimento de seus tais:
I – o pleno acesso e efetiva participação dos
deveres e o usufruto de seus direitos.
estudantes no ensino regular;
O atendimento educacional especializado(AEE),previs- II – a oferta do atendimento educacional
to pelo Decreto nº6.571/2008, especializado (AEE);
É parte integrante do processo educacional, sendo que o III – a formação de professores para o AEE e para o
sistemas de ensino devem matricular os estudantes com de-senvolvimento de práticas educacionais inclusivas;
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas IV – a participação da comunidade escolar;
habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino V – a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e
regular e no atendimento educacional especializado (AEE). O informações, nos mobiliários e equipamentos e nos trans-
objetivo deste atendimento é identificar habilidades e portes;
necessidades dos estudantes, organizar recursos de aces- VI – a articulação das políticas públicas intersetoriais.
sibilidade e realizar atividades pedagógicas específicas que Nesse sentido, os sistemas de ensino assegurarão a
promovam seu acesso ao currículo. Este atendimento não observância das seguintes orientações fundamentais:
substitui a escolarização em classe comum e é ofertado no I – métodos, técnicas, recursos educativos e organiza-
contra-turno da escolarização em salas de recursos multi- ção específicos, para atender às suas necessidades;
funcionais da própria escola, de outra escola pública ou em II–formação de professores para o atendimento edu-
centros de AEE da Nacional de Inclusão de Jovens Educa-ção, cacional especializado, bem como para o
Qualificação e Participação Cidadã – PROJOVEM, para jovens desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas nas
de 18 a 29 anos (que articula Ensino Fundamental, classes comuns de ensino regular;
qualificação profissional e ações comunitárias). III – acesso igualitário aosbenefíciosdosprogramasso-
27 A União, pelo MEC eINEP, supletivamente e em re- ciaissuplementaresdisponíveis para o respectivo nível do
gime de colaboração com os Estados, Distrito Federal e ensino regular.
Municípios, vem oferecendo exames supletivos nacionais, A LDB, no artigo 60, prevê que os órgãos normativos
mediante o Exame Nacional para Certificação de Competên- dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracte-
cias de Jovens e Adultos (ENCCEJA), autorizado pelo Parecer rização das instituições privadas sem fins lucrativos, espe-
CNE/CEBnº19/2005.Observa-se que, a partir da aplicação do cializadas e com atuação exclusiva em Educação Especial,
ENEM em2009, este passou a substituir o ENCCEJA referen-te para fins de apoio técnico e financeiro pelo poder público
ao Ensino Médio, passando, pois, a ser aplicado apenas o e, no seu parágrafo único, estabelece que o poder público
referente ao fundamental. Tais provas são interdisciplinares e ampliará o atendimento aos estudantes com necessidades
contextualizadas, percorrendo transversalmente quatro áreas especiais na própria rede pública regular de ensino, inde-
de conhecimento – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; pendentemente do apoio às instituições previstas nesse
artigo.
Ciências da Natureza, e suas Tecnologias; Ciências Humanas
e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.
O Decreto nº 6.571/2008 dispõe sobre o atendimento
educacional especializado, regulamenta o parágrafo único
28 As atuais Diretrizes Nacionais para a Educação Es- do artigo 60 da LDB e acrescenta dispositivo ao Decreto
pecial na Educação Básica são as instituídas pela Resolução nº 6.253/2007, prevendo, no âmbito do FUNDEB, a dupla
CNE/CEBnº 2/2001, com fundamento no Parecer CNE/CEB ma-trícula dos alunos público-alvo da educação especial,
17/2001, complementadas pelas Diretrizes Operacionais para uma no ensino regular da rede pública eoutra no
o Atendimento Educacional Especializado na Educa-ção atendimento educacional especializado.
Básica, modalidade Educação Especial (Resolução CNE/ CEB 2.5.2.3. Educação Profissional e Tecnológica
nº 4/2009, com fundamento no Parecer CNE/CEB nº A Educação Profissional e Tecnológica (EPT)29, em con-
13/2009), para implementação do Decreto nº 6.571/2008, formidade com o disposto na LDB, com as alterações in-
que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializa-do troduzidas pela Lei nº 11.741/2008, no cumprimento dos
(AEE). rede pública ou de instituições comunitárias, con- objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes
fessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos conveniadas níveis e modalidades de educação e às dimensões do tra-
com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos balho, da ciência e da tecnologia. Dessa forma, pode ser
Estados, Distrito Federal ou dos Municípios. compreendida como uma modalidade na medida em que
Os sistemas e as escolas devem proporcionar condi- possui um modo próprio de fazer educação nos níveis da
ções para que o professor da classe comum possa explo- 29 As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a
rar e estimular as potencialidades de todos os estudantes, Educação Profissional de Nível Técnico estão instituídas pela
adotando uma pedagogia dialógica, interativa, interdisci- Resolução CNE/CEB nº 4/99, fundamentada no Pare-cer
plinar e inclusiva e, na interface, o professor do AEE CNE/CEB nº 16/99, atualmente em processo de revisão e
identi-fique habilidades e necessidades dos estudantes, atualização, face à experiência acumulada e às alterações na
organize e oriente sobre os serviços e recursos legislação que incidiram sobre esta modalidade.
pedagógicos e de acessibilidade para a participação e Educação Básica e Superior e em sua articulação com
aprendizagem dos es-tudantes. outras modalidades educacionais:

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e ção continuada, em instituições especializadas ou no am-
Educação a Distância. biente de trabalho. Essa previsão coloca, no escopo dessa
A EPT na Educação Básica ocorre na oferta de cursos modalidade educacional, as propostas de qualificação, ca-
de formação inicial e continuada ou qualificação pacitação, atualização e especialização profissional, entre
profissional, e nos de Educação Profissional Técnica de outras livres de regulamentação curricular, reconhecendo que
nível médio ou, ainda, na Educação Superior, conforme o a EPT pode ocorrer em diversos formatos e no próprio local
§ 2º do artigo 39 da LDB: de trabalho. Inclui, nesse sentido, os programas e cur-sos de
A Educação Profissional e Tecnológica abrangerá os Aprendizagem ,previstos na Consolidação das Leis
se-guintes cursos: Trabalhistas (CLT) aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452/43,
I – de formação inicial e continuada ou qualificação desenvolvidos por entidades qualificadas e no ambiente de
profissional; trabalho, através de contrato especial de trabalho.
II – de Educação Profissional Técnica de nível médio; A organização curricular da educação profissional e
III – de Educação Profissional Tecnológica de gradua- tecnológica por eixo tecnológico fundamenta-se na
ção e pós-graduação. identi-ficação das tecnologias que se encontram na base
A Educação Profissional Técnica de nível médio, nos de uma dada formação profissional e dos arranjos lógicos
termos do artigo 36-B da mesma Lei, é desenvolvida nas por elas constituídos. Por considerar os conhecimentos
seguintes formas: tecnológi-cos pertinentes a cada proposta de formação
I – articulada com o Ensino Médio, sob duas formas: profissional, os eixos tecnológicos facilitam a organização
II – integrada, na mesma instituição, de itinerários formativos, apontando possibilidades de
III – concomitante, na mesma ou em distintas institui- percursos tanto dentro de um mesmo nível educacional
ções; quanto na passa-gem do nível básico para o superior.
IV – subsequente, em cursos destinados a quem já te- Os conhecimentos e habilidades adquiridos tanto nos
nha concluído o Ensino Médio. cursos de educação profissional e tecnológica, como os
As instituições podem oferecer cursos especiais, aber- adquiridos na prática laboral pelos trabalhadores, podem
tos à comunidade, com matrícula condicionada à capaci- ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação
dade de aproveitamento e não necessariamente ao nível para prosseguimento ou conclusão de estudos.
de escolaridade. Assegura-se, assim, ao trabalhador jovem e adulto, a
São formulados para o atendimento de demandas possibilidade de ter reconhecidos os saberes construídos
pontuais, específicas de um determinado segmento da po- em sua trajetória de vida. Para Moacir Alves Carneiro, a
pulação ou dos setores produtivos, com período determi- certificação pretende valorizar a experiência extraescolar e
nado para início e encerramento da oferta, sendo, como a abertura que a Lei dá à Educação Profissional vai desde
cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação o reconhecimento do valor igualmente educativo do que
profissional, livres de regulamentação curricular. seaprendeuna escola e no próprio ambiente de trabalho,
No tocante aos cursos articulados com o Ensino Mé- até a possibilidade de saídas e entradas intermediárias.
dio, organizados na forma integrada, o que está propos-
to é um curso único (matrícula única), no qual os diversos 2.5.2.4. Educação Básica do campo
componentes curriculares são abordados de forma que se Nesta modalidade30, a identidade da escola do
explicitem os nexos existentes entre eles, conduzindo os campo é definida pela sua vinculação com as questões
estudantes à habilitação profissional técnica de nível mé- inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade
dio ao mesmo tempo em que concluem a última etapa da e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva
Educação Básica. que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia
disponível na so-ciedade e nos movimentos sociais em
Os cursos técnicos articulados como Ensino Médio, defesa de projetos que associem as soluções exigidas por
ofertados na forma concomitante, com dupla matrícula e
essas questões à qualidade social da vida coletiva no País.
dupla certificação, podem ocorrer na mesma instituição de
ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais A educação para a população rural está prevista no ar-
disponíveis; em instituições de ensino distintas, aprovei- tigo 28 da LDB, em que ficam definidas, para atendimento à
tando-se as oportunidades educacionais disponíveis; ou em população rural, adaptações necessárias às peculiaridades da
instituições de ensino distintas, mediante convênios de vida rural e de cada região, definindo orientações para três
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao aspectos essenciais à organização da ação pedagógica:
desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às
São admitidas, nos cursos de Educação Profissional reais necessidades e interesses dos estudantes da zona rural;
Técnica de nível médio, a organização e a estruturação em II – organização escolar própria, incluindo adequação do
etapas que possibilitem uma qualificação profissional in- calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condi-
termediária. ções climáticas;
Abrange, também, os cursos conjugados com outras III – adequação à natureza do trabalho na zona rural.
modalidades de ensino, como a Educação de Jovens e As propostas pedagógicas das escolas do campo de-
Adultos, a Educação Especial e a Educação a Distância, e vem contemplar a diversidade do campo em todos os seus
pode ser desenvolvida por diferentes estratégias de educa- aspectos: sociais, culturais, políticos, econômicos, de gêne-

3
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
ro, geração e etnia. Formas de organização em I – suas estruturas sociais;
etodologias pertinentes à realidade do campo devem, II – suas práticas socioculturais e religiosas;
nesse sentido, ter acolhida. Assim, a pedagogia da terra III – suas formas de produção de conhecimento, pro-
busca um traba-lho pedagógico fundamentado no cessos próprios e métodos de ensino-aprendizagem;
princípio da sustentabi-lidade, para que se possa IV– suas atividades econômicas;
assegurar a preservação da vida das futuras gerações. V – a necessidade de edificação de escolas que aten-
Particularmente propícia para esta modalidade, des-taca- dam aos interesses das comunidades indígenas;
se a pedagogia da alternância (sistema dual), criada na VI – o uso de materiais didático-pedagógicos produzi-
Alemanha há cerca de 140 anos e, hoje, difundida em dos de acordo com o contexto sociocultural de cada povo
inúmeros países, inclusive no Brasil, com aplicação, sobre- indígena.
tudo, no ensino voltado para a formação profissional e As escolas indígenas desenvolvem suas atividades de
tecnológica para o meio rural. Nesta metodologia, o estu- acordo com o proposto nos
dante, durante o curso e como parte integrante dele, par- Respectivos projetos pedagógicos e regimentos escola-
ticipa, concomitante e alternadamente, de dois ambientes/ res com as prerrogativa de: organização das atividades es-
situações de aprendizagem: o escolar e o laboral, não se colares, independentes do ano civil, respeitado o fluxo das
configurando o último como estágio, mas, sim, como parte atividades econômicas, sociais, culturais e religiosas; e dura-
do currículo do curso. Essa alternância pode ser de dias na ção diversificada dos períodos escolares, ajustando-a às con-
mesma semana ou de blocos semanais ou, mesmo, men-sais
dições e especificidades próprias de cada comunidade.
ao longo do curso. Supõe uma
30 As Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Por sua vez, tem projeto pedagógico próprio, por es-
Escolas do Campo estão orientadas pelo Parecer CNE/ CEB nº cola ou por povo indígena, tendo por base as Diretrizes
36/2001 e Resolução CNE/CEB nº 1/2002, e pelo Pa-recer Curriculares Nacionais referentes a cada etapa da
CNE/CEB nº 3/2008 e Resolução CNE/CEB nº 2/2008. parceria Educação Básica; as características próprias das escolas
educativa, em que ambas as partes são correspon-sáveis pelo indígenas, em respeito à especificidade étnico-cultural de
aprendizado e formação do estudante. É bas-tante claro que cada povo ou comunidade; as realidades sociolínguísticas,
podem predominar, um ou no outro, opor-tunidades diversas em cada situa-ção; os conteúdos curriculares
de desenvolvimento de competências, com ênfases ora em especificamente indígenas e os modos próprios de
conhecimentos, ora em habilidades profissionais, ora em constituição do saber e da cultu-ra indígena; e a
atitudes, emoções e valores necessá-rios ao adequado participação da respectiva comunidade ou povo indígena.
desempenho do estudante. Nesse senti-do, os dois 31 Esta modalidade tem diretrizes próprias instituídas
ambientes/situações são intercomplementares. pela Resolução CNE/CEBnº3/99,combase no Parecer CNE/
2.5.2.5. Educação escolar indígena CEBnº14/99,quefixou Diretrizes Nacionais para o
A escola desta modalidade tem uma realidade Funciona-mento das Escolas Indígenas.
singular, inscrita em terras e cultura indígenas31 . Requer, A formação dos professores é específica, desenvolvida
portanto, pedagogia própria em respeito à especificidade no âmbito das instituições formadoras de professores, ga-
étnico-cul-tural de cada povo ou comunidade e formação rantido-se aos professores indígenas a sua formação em
específica de seu quadro docente, observados os serviço e, quando for o caso, concomitantemente com a
princípios constitu-cionais, a base nacional comum e os sua própria escolarização.
princípios que orien-tam a Educação Básica brasileira 2.5.2.6. Educação a Distância
(artigos 5º, 9º, 10, 11 e inciso VIII do artigo 4º da LDB). A modalidade Educação a Distância32 caracteriza-se
Na estruturação e no funcionamento das escolas indígenas é pela mediação didático-pedagógica nos processos de en-
reconhecida sua condição de escolas com normas e orde- sino e aprendizagem que ocorre com a utilização de
namento jurídico próprios, com ensino intercultural e bilíngue, meios e tecnologias de informação e comunicação, com
visando à valorização plena das culturas dos povos indígenas e à estudan-tes e professores desenvolvendo atividades
afirmação e manutenção de sua diversidade étnica. educativas em lugares ou tempos diversos.
São elementos básicos para a organização, a estrutura O credenciamento para a oferta de cursos e
e o funcionamento da escola indígena: programas de Educação de Jovens e Adultos, de Educação
I –localização em terras habitadas por comunidades Especial e de Educação Profissional e Tecnológica de nível
in-dígenas, ainda que se estendam por territórios de médio, na modalidade a distância, compete aos sistemas
diversos Estados ou Municípios contíguos; estaduais de ensino, atendidas a regulamentação federal e
II – exclusividade de atendimento a comunidades in- as normas complementares desses sistemas.
dígenas; 2.5.2.6. Educação Escolar Quilombola
III – ensino ministrado nas línguas maternas das A Educação Escolar Quilombola33 é desenvolvida em
comu-nidades atendidas, como uma das formas de unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura,
preservação da realidade sociolinguística de cada povo; requerendo pedagogia própria em respeito à especifici-
IV– organização escolar própria. dade étnico-cultural de cada comunidade e formação es-
Na organização de escola indígena deve ser pecífica de seu quadro docente, observados os princípios
considera-da a participação da comunidade, na definição constitucionais, a base nacional comum e os princípios
do modelo de organização e gestão, bem como: que orientam a Educação Básica brasileira.

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Na estruturação e no funcionamento das escolas qui- Essa autonomia tem como suporte a Constituição Fe-
lombolas, deve ser reconhecida e valorizada sua diversida- deral e o disposto no artigo 15 da LDB:
de cultural. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades
2.6. Elementos constitutivos para a organização das escola-res públicas de Educação Básica que os integram
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação progres-sivos graus de autonomia pedagógica e
Básica administrativa e de gestão financeira, observadas as
Estas Diretrizes inspiram-se nos princípios constitucio- normas gerais de direito financeiro público.
nais e na LDB e se operacionalizam sobretudo por meio do O ponto de partida para a conquista da autonomia pela
projeto político-pedagógico e do regimento escolar, do instituição educacional tem por base a construção da
sistema de avaliação, da gestão democrática e da organi- identidade de cada escola, cuja manifestação se expressa no
zação da escola – na formação inicial e continuada do pro- seu projeto pedagógico e no regimento escolar próprio, en-
fessor, tendo como base os princípios afirmados nos itens quanto manifestação de seu ideal de educaçãoe que permite
anteriores, entre os quais o cuidado e o compromisso com a uma nova e democrática ordenação pedagógica das relações
educação integral de todos, atendendo-se às dimensões escolares. O projeto político-pedagógico deve, pois, ser as-
orgânica, sequencial e articulada da Educação Básica. sumido pela comunidade educativa, ao mesmo tempo, como
ALDBestabelececondiçõesparaqueaunidadeescolarres- sua força indutora do processo participativo na instituição e
pondaàobrigatoriedadede garantir acesso à escola e per- como um dos instrumentos de conciliação das diferenças, de
manência com sucesso. Ela aponta ainda alternativas para busca da construção de responsabilidade compartilhada por
flexibilizar as condições para que a passagem dos estudan- todos os membros integrantes da comunidade escolar, su-
tes pela escola seja concebida como momento de cresci- jeitos históricos concretos, situados num cenário geopolítico
mento, mesmo frente a percursos de aprendizagem não preenchido por situações cotidianas desafiantes.
lineares. Assim concebido, o processo de formulação do proje-to
A isso se associa o entendimento de que a instituição político-pedagógico tem como referência a democrática
escolar, hoje, dispõe de instrumentos legais e normativos ordenação pedagógica das relações escolares, cujo hori-
que lhe permitam exercitar sua autonomia, instituindo as zonte de ação procura abranger a vida humana em sua
suas próprias regras para mudar, reinventar, no seu proje- globalidade. Por outro lado, o projeto político-pedagógico é
to político-pedagógico e no seu regimento, o currículo, a também um documento em que se registra o resultado do
avaliação da aprendizagem, seus procedimentos, para que processo negocial estabelecido por aqueles atores que
o grande objetivo seja alcançado: educação para todos estudam a escola e por ela respondem em parceria (gesto-
em todas as etapas e modalidades da Educação Básica, res, professores, técnicos e demais funcionários, represen-
com qualidade social. tação estudantil, representação da família e da comunida-de
32 Esta modalidade está regida pelo Decreto nº local). É, portanto, instrumento de previsão e suporte para a
5.622/2005, regulamentador do artigo 80 da LDB, que avaliação das ações educativas programadas para a
trata da Educação a Distância. No Conselho Nacional de instituição como um todo; referencia e transcende o pla-
Edu-cação, a modalidade foi, anteriormente, objeto do nejamento da gestão e do desenvolvimento escolar, por-que
Parecer CNE/CEB nº 41/2002, de Diretrizes Curriculares suscita e registra decisões colegiadas que envolvem a
Nacionais para a Educação a Distância na Educação de comunidade escolar como um todo, projetando-as para além
Jovens e Adul-tos e para a Educação Básica na etapa do do período do mandato de cada gestor. Assim, cabe à escola,
Ensino Médio, sendo de notar, porém, que não foi editada considerada a sua identidade e a de seus sujei-tos, articular a
a Resolução então proposta. 33Não há, ainda, Diretrizes formulação do projeto político-pedagógico com os planos de
Curriculares es-pecíficas para esta modalidade. educação nacional, estadual, municipal, o plano da gestão, o
2.6.1. O projeto político-pedagógico e o regimento escolar O contexto em que a escola se situa e as necessidades locais e
projeto político-pedagógico, nomeado na LDB como as de seus estudantes. A organiza-ção e a gestão das
proposta ou projeto pedagógico, representa mais do que um pessoas, do espaço, dos processos e os procedimentos que
documento. É um dos meios de viabilizar a escola de- viabilizam o trabalho de todos aqueles que se inscrevem no
mocrática e autônoma para todos, com qualidade social. currículo em movimento expresso no projeto político-
Autonomia pressupõe liberdade e capacidade de decidir a
pedagógico representam o conjunto de elementos que
partir de regras relacionais. O exercício da autonomia
integram o trabalho pedagógico e a gestão da escola tendo
administrativa e pedagógica da escola pode ser traduzido
como fundamento o que dispõem os arti-gos 14, 12 e 13, da
como a capacidade de governar a si mesmo, por meio de
LDB, respectivamente34 .
normas próprias.
A autonomia da escola numa sociedade democrática é, 34 Art. 14 Os sistemas de ensino definirão as normas
sobretudo, a possibilidade de ter uma compreensão parti- da gestão democrática do ensino público na Educação Bá-
cular das metas da tarefa de educar e cuidar, das relações de sica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os
interdependência, da possibilidade de fazer escolhas visando seguintes princípios: I – participação dos profissionais da
a um trabalho educativo eticamente responsável, que devem educação na elaboração do projeto pedagógico da
ser postas em prática nas instituições educa-cionais, no Na elaboração do projeto político-pedagógico, a con-
cumprimento doartigo3ºdaLDB, em que vários princípios cepção de currículo e de conhecimento escolar deve ser
derivam da Constituição Federal. enriquecida pela compreensão de como lidar com temas

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
significativos que se relacionem com problemas e fatos em seu direito inalienável de alcançar o lugar de cidadãos
culturais relevantes da realidade em que a escola se ins- responsáveis, formados nos valores democráticos e na
creve. O conhecimento prévio sobre como funciona o fi- cul-tura do esforço e da solidariedade.
nanciamento da educação pública, tanto em nível federal Nessa perspectiva, a comunidade escolar assume o
quanto em estadual e municipal, pela comunidade educa- projeto político-pedagógico não como peça constitutiva
tiva, contribui, significativamente, no momento em que se da lógica burocrática, menos ainda como elemento mági-
estabelecem as prioridades institucionais. A natureza e a co capaz de solucionar todos os problemas da escola, mas
finalidade da unidade escolar, o papel socioeducativo, ar- como instância de construção coletiva, que escola; II –
tístico, cultural, ambiental, as questões de gênero, etnia, par-ticipação das comunidades escolar e local em
classe social e diversidade cultural que compõem as ações conselhos escolares ou equivalentes.
educativas, particularmente a organização e a gestão Art. 12 Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as nor-
curri-cular, são os componentes que subsidiam as demais mas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbên-cia
partes integrantes do projeto político-pedagógico. de: I – elaborar e executar sua proposta pedagógica;
Nele, devem ser previstas as prioridades institucionais Art. 13 Os docentes incumbir-se-ão de: I – participar
que a identificam. Além de se observar tais critérios e da elaboração da proposta pedagógica do
com-promisso, deve-se definir o conjunto das ações estabelecimento de ensino; II – elaborar e cumprir plano
educativas próprias das etapas da Educação Básica de trabalho, segun-do a proposta pedagógica do
assumidas pela unidade escolar, de acordo com as estabelecimento de ensino. respeita os sujeitos das
especificidades que lhes correspondam, preservando a aprendizagens, entendidos como cidadãos de direitos à
articulação orgânica daque-las etapas. proteção e à participação social, de tal modo que:
Reconhecendo o currículo como coração que faz pul- I –estimule a leitura atenta da realidade local, regional
sar o trabalho pedagógico na sua multidimensionalidade e mundial, por meio da qual se podem perceber horizon-
e dinamicidade, o projeto político-pedagógico deve tes, tendências e possibilidades de desenvolvimento;
consti-tuir-se: II – preserve a clareza sobre o fazer pedagógico, em
I – do diagnóstico da realidade concreta dos sujeitos sua multidimensionalidade, prevendo-se a diversidade de
do processo educativo, ritmo de desenvolvimento dos sujeitos das aprendizagens
contextualizado no espaço e no tempo; II – da e caminhos por eles escolhidos;
concep-ção sobre educação, conhecimento, avaliação da III – institua a compreensão dos conflitos, das diver-
aprendi-zagem e mobilidade escolar; gências e diferenças que demarcam as relações humanas
III – da definição de qualidade das aprendizagens e, e sociais;
por consequência, da escola, no contexto das desigualda- IV – esclareça o papel dos gestores da instituição, da
des que nela se refletem; organização estudantil e dos conselhos: comunitário, de
IV – de acompanhamento sistemático dos resultados classe, de pais e outros;
do processo de avaliação interna e externa (SAEB, Prova V – perceba e interprete o perfil real dos sujeitos –
Brasil, dados estatísticos resultantes das avaliações em crianças, jovens e adultos – que justificam e instituem a
rede nacional e outras; pesquisas sobre os sujeitos daEdu- vidada e na escola, do ponto de vista intelectual, cultural,
cação Básica),incluindo resultadosque compõemo Índice emocional, afetivo, sócio econômico, como base da refle-
de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e/ou que xão sobre as relações vida-conhecimento-cultura- profes-
complementem ou substituam os desenvolvidos pelas sor-estudante e instituição escolar;
uni-dades da federação e outros; VI – considere como núcleo central das aprendizagens
V – da implantação dos programas de acompanha- pelos sujeitos do processo educativo (gestores, professo-
mento do acesso, de permanência dos estudantes e de res, técnicos e funcionários, estudantes e famílias) a curio-
su-peração da retenção escolar; VI – da explicitação das sidade e a pesquisa, incluindo, de modo cuidadoso e
bases que norteiam a organização do trabalho siste-mático, as chamadas referências virtuais de
pedagógico tendo como foco os fundamentos da gestão aprendizagem que se dão em contextos digitais;
democrática, com-partilhada e participativa (órgãos VII – preveja a formação continuada dos gestores e
colegiados, de represen-tação estudantil e dos pais). professores para que estes tenham a oportunidade de se
No projeto político-pedagógico, deve-se conceber a manter atualizados quanto ao campo do conhecimento
organização do espaço físico da instituição escolar de tal que lhes cabe manejar, trabalhar e quanto à adoção, à op-
modo que este seja compatível com as características de seus ção da metodologia didático-pedagógica mais própria às
sujeitos, além da natureza e das finalidades da edu-cação, aprendizagens que devem vivenciar e estimular, incluindo
deliberadas e assumidas pela comunidade educa-cional. aquelas pertinentes às Tecnologias de Informação e Co-
Assim, a despadronização curricular pressupõe a municação (TIC);
despadronização do espaço físico e dos critérios de orga- VIII – realize encontros pedagógicos periódicos, com
nização da carga horária do professor. A exigência –o rigor tempo e espaço destinados a estudos, debate se troca de
no educar e cuidar – é a chave para a conquista e recupe- experiências de aprendizagem dos sujeitos do processo
ração dos níveis de qualidade educativa de que as crianças e coletivo de gestão e pedagógico pelos gestores, profes-
os jovens necessitam para continuar a estudar em etapas e sores e estudantes, para a reorientação de caminhos e es-
níveis superiores, para integrar-se no mundo do trabalho tratégias;

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
IX – defina e justifique, claramente, a opção por um X – a oferta de atividades de estudo com utilização de
ou outro método de trabalho docente e a compreensão novas tecnologias de comunicação.
so-bre a qualidade das aprendizagens como direito social XI – a promoção de atividades sociais que estimulem
dos sujeitos e da escola: qualidade formal e qualidade o convívio humano e interativo do mundo dos jovens;
política (saber usar a qualidade formal); XII – a organização dos tempos e dos espaços com
X – traduza, claramente, os critérios orientadores da ações efetivas de interdisciplinaridade e contextualização
distribuição e organização do calendário escolar e da carga dos conhecimentos;
horária destinada à gestão e à docência, de tal modo que se XIII – a garantia do acompanhamento da vida escolar
viabilize a concretização do currículo escolar e, ao mes-mo dos estudantes, desde o diagnóstico preliminar, acompa-
tempo, que os profissionais da educação sejam valori-zados nhamento do desempenho e integração com a família;
e estimulados a trabalharem prazerosamente; XIV – a promoção da aprendizagem criativa como pro-cesso
XI – contemple programas e projetos com os quais a de sistematização dos conhecimentos elaborados, como
escola desenvolverá ações inovadoras, cujo foco incida na caminho pedagógico de superação à mera memorização;
prevenção das consequências da incivilidade que vem XV – o estímulo da capacidade de aprender do estu-
ameaçando a saúde e o bem estar, particularmente das dante, desenvolvendo o autodidatismo e autonomia dos
ju-ventudes, assim como na reeducação dos sujeitos estudantes;
vitima-dos por esse fenômeno psicossocial; XVI – a indicação de exames otorrino, laringo, oftálmi-co
XII – avalie as causas da distorção de idade/ano/série, e outros sempre que o estudante manifestar dificuldade de
projetando a sua superação, por intermédio da implanta- concentração e/ou mudança de comportamento;
ção de programas didático-pedagógicos fundamentados XVII – a oferta contínua de atividades complementares e
por metodologia específica. de reforço da aprendizagem, proporcionando condições para
Daí a necessidade de se estimularem novas formas de que o estudante tenha sucesso em seus estudos;
organização dos componentes curriculares dispondo-os em XVIII – a oferta de atividades de estudo com utilização
eixos temáticos, que são considerados eixos fundan-tes, pois de novas tecnologias de comunicação.
conferem relevância ao currículo. Desse modo, no projeto Nesse sentido, o projeto político-pedagógico, conce-
político-pedagógico, a comunidade educacional deve bido pela escola e que passa a orientá-la, deve identificar a
engendrar o entrelaçamento entre trabalho, ciência, Educação Básica, simultaneamente, como o conjunto e
tecnologia, cultura e arte, por meio de atividades próprias às pluralidade de espaços e tempos que favorecem processos
características da etapa de desenvolvimento humano do em que a infância e a adolescência se humanizam ou se
escolar a que se destinarem, prevendo: desumanizam, porque se inscrevem numa teia de relações
I – as atividades integradoras de iniciação científica e culturais mais amplas e complexas, histórica e socialmente
no campo artístico-cultural, desde a Educação Infantil; tecidas. Daí a relevância de se ter, como fundamento desse
II – os princípios norteadores da educação nacional, a nível da educação, os dois pressupostos: cuidar e educar. Este
metodologia da problematização como instrumento de é o foco a ser considerado pelos sistemas educativos, pelas
incentivo à pesquisa, à curiosidade pelo inusitado e ao de- unidades escolares, pela comunidade educacional, em geral,
senvolvimento do espírito inventivo, nas práticas didáticas; III e pelos sujeitos educadores, em particular, na elaboração e
– o desenvolvimento de esforços pedagógicos com in- execução de determinado projeto institucio-nal e regimento
tenções educativas, comprometidas com a educação cidadã; escolar.
IV – a avaliação do desenvolvimento das aprendiza-gens O regimento escolar trata da natureza e da finalidade da
como processo formativo e permanente de reconhe-cimento instituição; da relação da gestão democrática com os órgãos
de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores colegiados; das atribuições de seus órgãos e sujei-tos; das
e emoções; suas normas pedagógicas, incluindo os critérios de acesso,
V – a valorização da leitura em todos os campos do promoção, e a mobilidade do escolar; e dos direitos e
conhecimento, desenvolvendo a capacidade de deveres dos seus sujeitos: estudantes, professores, téc-nicos,
letramento dos estudantes; funcionários, gestores, famílias, representação estu-dantil e
VI –o comportamento ético e solidário, como ponto função das suas instâncias colegiadas.
de partida para o reconhecimento dos deveres e direitos Nessa perspectiva, o regimento, discutido e aprovado
da cidadania, para a prática do humanismo pela comunidade escolar e conhecido por todos, constitui--
contemporâneo, pelo reconhecimento, respeito e se em um dos instrumentos de execução, com transparên-cia
acolhimento da identida-de do outro; e responsabilidade, do seu projeto político-pedagógi-co. As
VII – a articulação entre teoria e prática, vinculando o normas nele definidas servem, portanto, para reger o
trabalho intelectual com atividades práticas experimentais; trabalho pedagógico e a vida da instituição escolar, em
VIII – a promoção da integração das atividades edu- consonância com o projeto político-pedagógico e com a
cativas com o mundo do trabalho, por meio de atividades
legislação e as normas educacionais.
práticas e de estágios, estes para os estudantes do Ensino
Médio e da Educação Profissional e Tecnológica; 2.6.2. Avaliação
IX – a utilização de novas mídias e tecnologias educa- Do ponto de vista teórico, muitas são as formulações
cionais, como processo de dinamização dos ambientes de que tratam da avaliação. No ambiente educacional, ela
aprendizagem; compreende três dimensões básicas:

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
I – avaliação da aprendizagem; às escolas públicas e particulares, que o caráter formativo
II – avaliação institucional interna e externa; deve predominar sobre o quantitativo e classificatório. A
III – avaliação de redes de Educação Básica. este respeito, é preciso adotar uma estratégia de progres-
Nestas Diretrizes, é a concepção de educação que fun- so individual e contínuo que favoreça o crescimento do
damenta as dimensões da avaliação e das estratégias didá- estudante, preservando a qualidade necessária para a sua
tico-pedagógicas a serem utilizadas. Essas três dimensões
formação escolar.
devem estar previstas no projeto político-pedagógico para
nortearem a relação pertinente que estabelece o elo entre a
gestão escolar, o professor, o estudante, o conhecimento e a ção 2.6.2.2. Promoção, aceleração de estudos e classifica-
sociedade em que a escola se situa. No Ensino Fundamental e no Médio, a figura da pro-
No nível operacional, a avaliação das aprendizagens tem moção e da classificação pode ser adotada em qualquer
como referência o conjunto de habilidades, conheci-mentos, ano, série ou outra unidade de percurso escolhida, exceto
princípios e valores que os sujeitos do processo educativo no primeiro ano do Ensino Fundamental. Essas duas figu-
projetam para si de modo integrado e articulado com ras fundamentam-se na orientação de que a verificação
aqueles princípios e valores definidos para a Educação Básica, do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
redimensionados para cada uma de suas etapas. I–avaliação contínua e cumulativa do desempenho do
A avaliação institucional interna, também denominada estudante,c om prevalência dos aspectos qualitativos
autoavaliação institucional, realiza-se anualmente, conside- sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
rando as orientações contidas na regulamentação vigente, período so-bre os de eventuais provas finais;
para revisão do conjunto de objetivos e metas, mediante II – possibilidade de aceleração de estudos para estu-
ação dos diversos segmentos da comunidade educativa, o dantes com atraso escolar;
que pressupõe delimitação de indicadores compatíveis com a III – possibilidade de avanço nos cursos e nas séries
natureza e a finalidade institucionais, além de clareza quanto mediante verificação do aprendizado;
à qualidade social das aprendizagens e da escola. IV– aproveitamento de estudos concluídos com êxito; V –
A avaliação institucional externa, promovida pelos ór- obrigatoriedade de apoio pedagógico destinado à
gãos superiores dos sistemas educacionais, inclui, entre recuperação contínua e Concomitante de aprendizagem
outros instrumentos, pesquisas, provas, tais como as do de estudantes com déficit de rendimento escolar, a ser
SAEB, Prova Brasil, ENEM e outras promovidas por siste- pre-visto no regimento escolar.
mas de ensino de diferentes entes federativos, dados es- A classificação pode resultar da promoção ou da adap-
tatísticos, incluindo os resultados que compõem o Índice tação, numa perspectiva que respeita e valoriza as dife-
de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e/ou que renças individuais, ou seja, pressupõe uma outra ideia de
o complementem ou o substituem, e os decorrentes da temporalização e espacialização, entendida como sequên-cia
supervisão e verificações in loco. A avaliação de redes de
do percurso do escolar, já que cada criatura é singular.
Educação Básica é periódica, feita por órgãos externos às
Tradicionalmente, a escola tem tratado o estudante como se
escolas e engloba os resultados da avaliação institucional,
que sinalizam para a sociedade se a escola apresenta qua- todos se desenvolvessem padronizadamente nos mes-mos
lidade suficiente para continuar funcionando. ritmos e contextos educativos, semelhantemente ao processo
2.6.2.1. Avaliação da aprendizagem industrial. É como se lhe coubesse produzir ci-dadãos em
No texto da LDB, a avaliação da aprendizagem, na série, em linha de montagem. Há de se admitir que a
Educação Básica, é norteada pelos artigos 24 e 31, que se sociedade mudou significativamente. A classificação, nos
complementam. De um lado, o artigo 24, orienta o Ensino termos regidos pela LDB (inciso II do artigo24),é, pois, uma
Fundamental e Médio, definindo que a avaliação será or- figura que se dá em qualquer momento do percurso escolar,
ganizada de acordo com regras comuns a essas duas eta- exceto no primeiro ano do Ensino Fundamental, e realiza-se:
pas. De outro lado, o artigo 31 trata da Educação Infantil,
estabelecendo que, nessa etapa, a avaliação será realizada I – por promoção, para estudantes que cursaram, com
mediante acompanhamento e registro do desenvolvimen- aproveitamento, a unidade de percurso anterior, na
to da criança, sem o objetivo de promoção, mesmo em se própria escola;
tratando de acesso ao Ensino Fundamental. Essa determi- II – por transferência, para candidatos procedentes de
nação pode ser acolhida para o ciclo da infância de outras escolas;
acordo com o Parecer CNE/CEBnº4/2008, anterior III – independentemente de escolarização anterior,
mentecitado, que orienta para não retenção nesse ciclo. mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de
O direito à educação constitui grande desafio para a desenvolvimento e experiência do candidato e permita
escola: requer mais do que o acesso à educação escolar, pois sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme
determina gratuidade na escola pública, obrigatorie-dade da regula-mentação do respectivo sistema de ensino.
Pré-Escola ao Ensino Médio, permanência e suces-so, com A organização de turmas seguia o pressuposto de
superação da evasão e retenção, para a conquista da clas-ses organizadas por série anual.
qualidade social. O Conselho Nacional de Educação, em mais Com a implantação da Lei, a concepção ampliou-se, uma
de um parecer em que a avaliação da aprendizagem escolar é vez que poderão ser organizadas classes ou turmas, com
analisada, recomenda, aos sistemas de ensino e estudantes de séries distintas, com níveis equivalentes

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas es- A progressão pode ocorrer segundo dois critérios: re-
trangeiras, artes, ou outros componentes curriculares gular ou parcial. A escola brasileira sempre esteve organi-
(inci-so IV do artigo 24 da LDB). zada para uma ação pedagógica inscrita num panorama de
A consciência de que a escola se situa em um determi- relativa estabilidade. Isso significa que já vem lidando,
nado tempo e espaço impõe-lhe a necessidade de apreen- razoavelmente, com a progressão regular. O desafio que se
der o máximo o estudante: suas circunstâncias, seu perfil, enfrenta incide sobre a progressão parcial, que, se aplica-da a
suas necessidades. Uma situação cada vez mais presente em crianças e jovens, requer o redesenho da organização das
nossas escolas é a mobilidade dos estudantes. Quantas vezes ações pedagógicas. Em outras palavras, a escola deverá
a escola pergunta sobre o que fazer com os estudan-tes que prever para professor e estudante o horário de trabalho e
ela recebe, provenientes de outras instituições, de outros espaço de atuação que se harmonizeentreestes,respeitada-
sistemas de ensino, dentro ou fora do sascondiçõesdelocomoçãodeambos,lembrando-sedeque
Município ou Estado. As análises apresentadas em di- outro conjunto de recursos didático-pedagógicos precisa ser
ferentes fóruns de discussão sobre essa matéria vêm men- elaborado e desenvolvido.
cionando dificuldades para incluir esse estudante no novo A LDB, no artigo 24, inciso III, prevê a possibilidade de
contexto escolar. progressão parcial nos estabelecimentos que adotam a
A mobilidade escolar ou a conhecida transferência progressão regular por série, lembrando que o regimento
também tem sido objeto de regulamento para o que a LDB escolar pode admiti-la “desde que preservada a sequência do
dispõe, por meio de instrumentos normativos emitidos pe- currículo, observadas as normas do respectivo sistema de
los Conselhos de Educação. Inúmeras vezes, os estudantes ensino”. A Lei, entretanto, não é impositiva quanto à adoção
transferidos têm a sensação de abandono ou descaso, se- de progressão parcial. Caso a instituição escolar a adote, é
melhante ao que costuma ocorrer com estudantes que não pré-requisito que a sequência do currículo seja preservada,
acompanham o ritmo de seus colegas. A LDB estabeleceu, no observadas as normas do respectivo sistema de ensino,
§ 1º do artigo 23, que a escola poderá reclassificar os (inciso III do artigo 24), previstas no projeto po-lítico-
estudantes, inclusive quando se tratar de transferências en- pedagógico e no regimento, cuja aprovação se dá mediante
tre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo participação da comunidade escolar (artigo 13).
como base as normas curriculares gerais. Também, no artigo 32, inciso IV, § 2º, quando trata es -
De acordo com essas normas, a mobilidade entre tur- pecificamente do Ensino Fundamental, a LDB refere que os
mas, séries, ciclos, módulos ou outra forma de organização, e estabelecimentos que utilizam progressão regular por sé-rie
escolas ou sistemas, deve ser pensada, prioritariamente, na podem adotar o regime de progressão continuada, sem
dimensão pedagógica: o estudante transferido de um para prejuízo da avaliação do processo ensino-aprendizagem,
outro regime diferente deve ser incluído onde houver observadas as normas do respectivo sistema de ensino. A
compatibilidade com o seu desenvolvimento e com as suas forma de progressão continuada jamais deve ser entendida
aprendizagens, o que se intitula reclassificação. Nenhum como “promoção automática”, o que supõe tratar o conhe-
estabelecimento de Educação Básica, sob nenhum pretex-to, cimento como processo e vivência que não se harmoniza
pode recusar a matrícula do estudante que a procura. Essa com a ideia de interrupção, mas sim de construção, em que o
atitude, de caráter aparentemente apenas administra-tivo, estudante, enquanto sujeito da ação, está em processo
deve ser entendida pedagogicamente como a conti-nuidade contínuo de formação, construindo significados.
dos estudos iniciados em outra turma, série, ciclo, módulo ou Uma escola que inclui todos supõe tratar o conheci-
outra forma, e escola ou sistema. mento como processo e, portanto, como uma vivência
Em seu novo percurso, o estudante transferido deve re- que não se harmoniza com a ideia de interrupção, mas
ceber cuidadoso acompanhamento sobre a sua adaptação na sim de construção, em que o estudante, enquanto sujeito
instituição que o acolhe, em termos de relacionamento com da ação, está continuamente sendo formado, ou melhor,
colegas e professores, de preferências, de respostas aos forman-do-se, construindo significados, a partir das
desafios escolares, indo além de uma simples análise do seu relações dos homens entre si e destes com a natureza.
currículo escolar. Nesse sentido, os sistemas educa-tivos Nessa perspectiva, a avaliação requer outra forma de
devem ousar propor a inversão da lógica escolar: ao invés de gestão da escola, de organização curricular, dos materiais
conteúdos disciplinados estanques (substantiva-dos),devem didáticos, na relação professor-estudante-conhecimen-to-
investirem ações pedagógicas que priorizem aprendizagens escola, pois, na medida em que o percurso escolar é marcado
através da operacionalidade de linguagens visando à por diferentes etapas de aprendizagem, a escola precisará,
transformação dos conteúdos em modos de pensar, em que também, organizar espaços e formas diferencia-das de
o que interessa, fundamentalmente, é o vivido com outros, atendimento, a fim de evitar que uma defasagem de
aproximando mundo, escola, sociedade, ciência, tecnologia, conhecimentos se transforme numa lacuna permanen-te.
trabalho, cultura e vida. Esse avanço materializa-se quando a concepção de co-
A possibilidade de aceleração de estudos destina-se a nhecimento e a proposta curricular estão fundamentadas
estudantes com algum atraso escolar, aqueles que, por al- numa epistemologia que considera o conhecimento uma
guma razão, encontram-se em descompasso de idade. As construção sociointerativa que ocorre na escola e em ou-tras
razões mais indicadas têm sido: ingresso tardio, retenção, instituições e espaços sociais. Nesse caso, percebe-se já
dificuldades no processo de ensino-aprendizagem ou ou- existirem múltiplas iniciativas entre professores no senti-do
tras. de articularem os diferentes campos de saber entre si e,

3
7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
também, com temas contemporâneos, baseados no prin- Pensar, portanto, a organização, a gestão da escola é
cípio da interdisciplinaridade, o que normalmente resulta entender que esta, enquanto instituição dotada de fun-
em mudanças nas práticas avaliativas. ção social, é palco de interações em que os seus atores
2.6.3. Gestão democrática e organização da escola colocam o projeto político-pedagógico em ação compar-
Pensar a organização do trabalho pedagógico e a tilhada. Nesse palco está a fonte de diferentes ideias, for-
gestão da escola, na perspectiva exposta e tendo como muladas pelos vários sujeitos que dão vida aos programas
fundamento o que dispõem os artigos 12 e 13 da LDB, educacionais.
pressupõe conceber a organização e gestão das pessoas, Acrescente-se que a obrigatoriedade da gestão de-
do espaço, dos processos, procedimentos que viabiliza- mocrática determinada, em particular, no ensino público
mos trabalho de todos aqueles que se inscrevem no cur- (inciso VIII do artigo 3º da LDB), e prevista, em geral, para
rículo em movimento expresso no projeto político-peda- todas as instituições de ensino nos artigos 12 e 13, que
gógico e nos planos da escola, em que se conformam as preveem decisões coletivas, é medida desafiadora, porque
condições de trabalho definidas pelos órgãos gestores em pressupõe a aproximação entre o que o texto da lei esta-
nível macro. Os estabelecimentos de ensino, respei-tadas belece e o que se sabe fazer, no exercício do poder, em
as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão, todos os aspectos. Essa mudança concebida e definida
segundo o artigo 12, a incumbência de: por poucos atinge a todos: desde a família do estudante
I – elaborar e executar sua proposta pedagógica; até os gestores da escola, chegando aos gestores da
II – administrar seu pessoal e seus recursos materiais e educa-ção em nível macro. Assim, este é um aspecto
financeiros; instituidor do desafiante jogo entre teoria e prática, ideal
III – assegurar o cumprimento dos anos, dias e horas e realidade, concepção de currículo e ação didático-
mínimos letivos estabelecidos; pedagógica, ava-liação institucional e avaliação da
IV – velar pelo cumprimento do plano de trabalho de aprendizagem e todas as exigências que caracterizam
cada docente; esses componentes da vida educacional escolar.
V – prover meios para a recuperação dos estudantes As decisões colegiadas pressupõem, sobretudo, que
de menor rendimento; todos tenham ideia clara sobre o que seja coletivo e como se
VI – articular- se com as famílias e a comunidade, move a liberdade de cada sujeito, pois é nesse movi-mento
criando processos de integração da sociedade com a es- que o profissional pode passar a se perceber como um
cola; educador que tenta dar conta das temporalidades do
VII – informar os pais e responsáveis sobre a frequên- desenvolvimento humano com suas especificidades e exi-
cia e o rendimento dos estudantes, bem como sobre a gências. A valorização das diferenças e da pluralidade re-
execução de sua proposta pedagógica; presenta a valorização das pessoas. Supõe compreender que
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao a padronização e a homogeneização que, tradicional-mente,
juiz competente da Comarca e ao respectivo representan- impregnou a organização e a gestão dos processos e
te do Ministério Público a relação dos estudantes meno- procedimentos da escola têm comprometido a conquista das
res que apresentem quantidade de faltas acima de cin- mudanças que os textos legais em referência definem.
quenta por cento do percentual permitido em lei (inciso A participação da comunidade escolar na gestão da es-
incluído pela Lei nº 10.287/2001) . cola e a observância dos princípios e finalidades da educação,
Conscientes da complexidade e da abrangência des- particularmente o respeito à diversidade e à diferença, são
sas tarefas atribuídas às escolas, os responsáveis pela ges- desafios para todos os sujeitos do processo educativo. Para
tão do ato educativo sentem-se, por um lado, pouco am- Moreira e Candau, a escola sempre teve dificuldade em lidar
parados, face à desarticulação de programas e projetos com a pluralidade e a diferença. Tende a silenciá-las e neu-
destinados à qualificação da Educação Básica; por outro, tralizá-las. Sente-se mais confortável com a uniformidade e a
sentem-se desafiados, à medida que se tornam conscien- padronização. No entanto, abrir espaços para a diversidade,
tes de que também eles se para a diferença e para o cruzamento de culturas constitui o
Inscrevem num espaço em que necessitam preparar-- grande desafio que está chamada a enfrentar (2006,p.103).A
se, continuadamente, para atuar no mundo escolar e na escola precisa, assim, “acolher, criticarecolocaremcontatodi-
sociedade. Como agentes educacionais, esses sujeitos sa- ferentessaberes,diferentesmanifestaçõesculturaisediferentes
bem que o seu compromisso e o seu sucesso profissional óticas. A contemporaneidade requer culturas que se mistu-
requerem não apenas condições de trabalho. Exige-lhes rem e ressoem mutuamente. Requer que a instituição escolar
formação continuada e clareza quanto à concepção de compreenda como o conhecimento é socialmente valoriza-
organização da escola: distribuição da carga horária, re- do, como tem sido escrito de uma dada forma e como pode,
muneração, estratégias claramente definidas para a ação então, ser reescrito. Que se modifiquem modificando outras
didático-pedagógica coletiva que inclua a pesquisa, a culturas pela convivência ressonante, em um processo contí-
criação de novas abordagens e práticas metodológicas nuo, que não pare nunca, por não se limitar a um dar ou re-
incluindo a produção de recursos didáticos adequados às ceber, mas por ser contaminação, ressonância” (Pretto, apud
condições da escola e da comunidade em que esteja ela Moreira e Candau, 2005, p. 103).
inserida, promover os processos de avaliação institucional Na escola, o exercício do pluralismo d ideias e de con-
interna e participar e cooperar com os de avaliação exter- cepções pedagógicas (inciso III do artigo 206 da Consti-
na e os de redes de Educação Básica. tuição Federal, e inciso III do artigo 3º da LDB), assumi-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

do como princípio da educação nacional, deve viabilizar a A gestão escolar deve promover o “encontro pedago-
constituição de relações que estimulem diferentes mani- gicamente pensado e organizado de gerações, de idades
festações culturais e diferentes óticas. Em outras palavras, diferentes” (Arroyo, p. 158), inscritos num contexto diver-so e
a escola deve empenhar-se para se constituir, ao mesmo plural, mas que se pretende uno, em sua singulari-dade
tempo, em um espaço da diversidade e da pluralidade, própria e inacabada, porque em construção dialética
ins-crita na diversidade em movimento, no processo permanente. Na instituição escolar, a gestão democrática é
tornado possível por meio de relações intersubjetivas, cuja aquela que tem, nas instâncias colegiadas, o espaço em que
meta seja a de se fundamentar num outro princípio são tomadas as decisões que orientam o conjunto das
educativo e emancipador, assim expresso: liberdade de atividades escolares: aprovam o projeto político-pedagógi-
aprender, ensi-nar, pesquisar e divulgar acultura, o co, o regimento escolar, os planos da escola (pedagógicos e
pensamento, a arte e o saber (LDB, artigo 3º, inciso II). administrativos), as regras de convivência. Como tal, a gestão
democrática é entendida como princípio que orien-ta os
Para Paulo Freire (1984, p. 23), é necessário entender a processos e procedimentos administrativos e peda-gógicos,
educação não apenas como ensino, não no sentido de ha-
no âmbito da escola e nas suas relações com os demais
bilitar, de “dar” competência, mas no sentido de humanizar. A
órgãos do sistema educativo de que faz parte.
pedagogia que trata dos processos de humanização, a es-
cola, a teoria pedagógica e a pesquisa, nas instâncias educa- Assim referenciada, a gestão democrática constitui-se em
tivas, devem assumir a educação enquanto processos tem- instrumento de luta em defesa da horizontalização das rela-ções,
poral, dinâmico e libertador, aqueles em que todos desejam de vivência e convivência colegiada, superando o auto-ritarismo
se tornar cada vez mais humanos. A escola demonstra ter se no planejamento e na organização curricular. Pela gestão
esquecido disso, tanto nas relações que exerce com a criança, democrática, educa-se para a conquista da cidadania plena,
quanto com a pessoa adolescente, jovem e adulta. mediante a compreensão do significado social das rela-ções de
A escola que adota a abordagem interdisciplinar não está poder que se reproduzem no cotidiano da escola, nas relações
isenta de sublinhar a Importância da relação entre cui-dado e entre os profissionais da educação, o conhecimento, as famílias e
educação, que é a de propor a inversão da preocu-pação os estudantes,bem assim,entre estes e o projeto político-
com a qualidade do ensino pela preocupação com a pedagógico, na sua concepção coletiva que dignifica as pessoas,
qualidade social das aprendizagens como diretriz articu- por meio da utilização de um método de traba-lho centrado nos
ladora para as três etapas que compõem a Educação Bási-ca. estudos, nas discussões, no diálogo que não apenas
Essa escola deve organizar o trabalho pedagógico, os problematiza, mas, também, propõe, fortalecendo a ação
equipamentos, o mobiliário e as suas instalações de acordo conjunta que busca, nos movimentos sociais, elementos para
com as condições requeridas pela abordagem que adota. criar e recriar o trabalho da e na escola, mediante:
Desse modo, tanto a organização das equipes de profissio-
nais da educação quanto a arquitetura física e curricular da I – compreensão da globalidade da pessoa, enquanto
escola destinada as crianças da educação infantil deve cor- ser que aprende, que sonha e ousa, em busca da conquis-
responder às suas características físicas e psicossociais. O ta de uma convivência social libertadora fundamentada na
mesmo se aplica aos estudantes das demais etapas da Edu- ética cidadã;
cação Básica. Estes cuidados guardam relação de coexis- II – superação dos processos e procedimentos burocráticos,
tência dos sujeitos entre si, facilitam a gestão das normas que assumindo com flexibilidade: os planos pedagógicos, os objeti-
orientam as práticas docentes instrucionais, atitudinais e vos institucionais e educacionais, as atividades de avaliação;
disciplinares, mas correspondendo à abordagem inter- III – prática em que os sujeitos constitutivos da comu-
disciplinar comprometida com a formação cidadã para a nidade educacional discutam a própria prática pedagógica
cultura da vida Compreender e realizar a Educação Básica, no impregnando-a de entusiasmo e compromisso com a sua
seu compromisso social de habilitar o estudante para o própria comunidade, valorizando-a, situando-a no contex-to
exercício dos diversos direitos significa, portanto, potencia- das relações sociais e buscando soluções conjuntas;
lizá-lo para a prática cidadã com plenitude, cujas habilida-des IV – construção de relações interpessoais solidárias,
se desenvolvem na escola e se realizam na comunida-de em geridas de tal modo que os professores se sintam estimu-
que os sujeitos atuam. Essa perspectiva pressupõe cumprir e lados a conhecer melhor os seus pares (colegas de traba-lho,
transpor o disposto não apenas nos artigos 12 a 15, da LDB, estudantes, famílias), a expor as suas ideias, a traduzir as suas
mas significa cumpri-los como política pública e transpô-los dificuldades e expectativas pessoais e profissionais;
como fundamento político-pedagógico, uma vez que o texto V – instauração de relações entre os estudantes, pro-
destes artigos deve harmonizar-se com o dos demais textos porcionando-lhes espaços de convivência e situações de
que regulamentam e orientam a Educa-ção Básica. O ponto aprendizagem, por meio dos quais aprendam a se com-
central da Lei, naqueles artigos, incide sobre a preender e se organizar em equipes de estudos e de
obrigatoriedade da participação da comunidade escolar e práti-cas esportivas, artísticas e políticas;
dos profissionais da educação na tomada de de-cisões, VI – presença articuladora e mobilizadora do gestor
quanto à elaboração e ao cumprimento do projeto político- no cotidiano da instituição e nos espaços com os quais a
pedagógico, com destaque para a gestão demo-crática e ins-tituição escolar interage, em busca da qualidade social
para a integração da sociedade com a escola, bem como pelo das aprendizagens que lhe caiba desenvolver, com
cuidado com as aprendizagens dos estudantes. transparên-cia e responsabilidade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
De todas as mudanças formalizadas com fundamen- os saberes específicos de suas áreas de conhecimento e das
to na LDB, uma das exigências, para o exercício da gestão relações entre essas áreas, na perspectiva da complexidade;
escolar, consiste na obrigatoriedade de que os candidatos conhecer e compreender as etapas de desenvolvimento dos
a essa função sejam dotados de experiência docente. Isto estudantes com os quais está lidando. O professor da Edu-
é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer cação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental é, ou
outras funções de magistério, nos termos das normas de deveria ser, um especialista em infância; os professores dos
cada sistema de ensino (§ 1º do artigo 67 da LDB). anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio,
Para que a gestão escolar cumpra o papel que cabe à conforme vem defendendo Miguel Arroyo (2000) devem ser
escola, os gestores devem proceder a uma revisão de sua especialistas em adolescência e juventude, isto é, condutores
organização administrativo-pedagógica, a partir do tipo e educadores 35 Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a
de cidadão que se propõe formar, o que exige valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes,
compromisso social com a redução das desigualdades inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira
entre o ponto de partida do estudante e o ponto de do magistério público: I -ingresso exclusivamente por con-
chegada a uma socie-dade de classes. curso público de provas e títulos; II aperfeiçoamento pro-
2.6.4. O professor e a formação inicial e continuada fissional continuado, inclusive com licenciamento periódico
O artigo3ºdaLDB, ao definir os princípios da educação remunerado para esse fim; III -piso salarial profissional;
nacional, prevê a valorização do profissional da educação IV -progressão funcional baseada na titulação ou habi-
escolar. Essa expressão estabelece um amálgama entre o litação, e na avaliação do desempenho; V -período reserva-
educador e a educação e os adjetiva, depositando foco na do a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de
educação. Reafirma a ideia de que não há educação escolar trabalho; VI -condições adequadas de trabalho. § 1º A
sem escola e nem esta sem aquele. O significado de escola experiência docente é pré-requisito para o exercício pro-
aqui fissional de quaisquer outras funções de magistério, nos
Traduza noção de que valorizar o profissional da termos das normas de cada sistema de ensino. § 2º Para os
edu-cação é valorizar a escola, com qualidade gestorial, efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8º do art. 201 da
educa-tiva, social, cultural, ética, estética, ambiental. Constituição Federal, são consideradas funções de magistério
A leitura dos artigos 6735 e 1336 da mesma Lei permite as exercidas por professores e especialistas em educação no
identificar a necessidade de elo entre o papel do professor, desempenho de atividades educativas, quan-do exercidas em
as exigências indicadas para a sua formação, e o seu fazer na estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis
escola, onde se vê que a valorização profissional e da e modalidades, incluídas, além do exer-cício da docência, as
educação escolar vincula-se à obrigatoriedade da garantia de de direção de unidade escolar e as de coordenação e
padrão de qualidade (artigo 4º, inciso IX). Além disso, o assessoramento pedagógico.
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educa-ção 36 Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I -partici-
Básica e de Valorização dos Professores da Educação
par da elaboração da proposta pedagógica do estabeleci-
mento de ensino; II -elaborar e cumprir plano de trabalho,
(FUNDEB) define critérios para proporcionar aos sistemas
segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de
educativos e às escolas apoio à valorização dos profissio-nais
ensino; III -zelar pela aprendizagem dos estudantes;
da educação. A Resolução CNE/CEB nº 2/2009, basea-da no
IV -estabelecer estratégias de recuperação para os es-
Parecer CNE/CEB nº 9/2009, que trata da carreira docente, é tudantes de menor rendimento; V ministrar os dias letivos e
também uma norma que participa do conjunto de referências horas-aula estabelecidos, além de participar integral-mente
focadas na valorização dos profissionais da educação, como dos períodos dedicados ao planejamento, à avalia-ção e ao
medida indutora da qualidade do proces-so educativo. Tanto desenvolvimento profissional; VI -colaborar com as atividades
a valorização profissional do professor quanto a da educação de articulação da escola com as famílias e a comunidade; VII
escolar são, portanto, exigências de programas de formação –valorização do profissional da educação escolar; VIII -gestão
inicial e continuada, no contexto do conjunto de múltiplas democrática do ensino público, na for-ma desta Lei e da
atribuições definidas para os sis-temas educativos. legislação dos sistemas de ensino; IX -ga-rantia de padrão de
Para a formação inicial e continuadados docentes, por- qualidade. (grifo nosso) responsáveis, emsentido maisamplo,
tanto, é central levar em conta a relevância dos domínios por essessujeitosepelaqualidadede-suarelação como mundo.
indispensáveis ao exercício da docência, conforme dispos-to Tal proposição implica um redi-mensionamento dos cursos
na Resolução CNE/CP nº 1/2006, que assim se expressa: de licenciaturas e da formação continuada desses
I – o conhecimento da escola como organização com- profissionais.
plexa que tem a função de promover a educação para e Sabe-se, no entanto, que a formação inicial e
na cidadania; continua-da do professor tem de ser assumida como
II – a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados compromisso integrante do projeto social, político e ético,
de investigações de interesse da área educacional; local e nacio-nal, que contribui para a consolidação de
III – a participação na gestão de processos educativos e na uma nação sobe-rana, democrática, justa, inclusiva e
organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino. Capaz de promover a emancipação dos indivíduos e
Além desses domínios, o professor precisa, particular- grupos sociais. Nesse sentido, os sistemas educativos devem
mente, saber orientar, avaliar e elaborar propostas, isto é, instituir orientações a partir das quais se introduza, obrigato-
interpretar e reconstruir o conhecimento. Deve transpor riamente, no projeto político-pedagógico, previsão:

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
I – de consolidação da identidade dos profissionais da Esse é um procedimento que contribui para o desenvolvi-
educação, nas suas relações com a instituição escolar e mento da personalidade do escolar, mas pressupõe che-
com o estudante; gar aos elementos essenciais do objeto de conhecimento
II–de criação de incentivos ao resgate da imagem so- e suas relações gerais e singulares.
cial do professor, assim como da autonomia docente, Para atender às orientações contidas neste Parecer, o
tanto individual quanto coletiva; professor da Educação Básica deverá estar apto para gerir as
III–de definição de indicadores de qualidade social da atividades didático-pedagógicas de sua competência se os
educação escolar, afim de que as agências formadoras de cursos de formação inicial e continuada de docentes le-
profissionais da educação revejam os projetos dos cursos varem em conta que, no exercício da docência, a ação do
de formação inicial e continuada de docentes, de modo professor é permeada por dimensões não apenas técnicas,
que correspondam às exigências de um projeto de Nação. mas também políticas, éticas e estéticas, pois terão de de-
Na política de formação de docentes para o Ensino senvolver habilidades propedêuticas, com fundamento na
Fundamental, as ciências devem, ética da inovação, e de manejar conteúdos e metodologias
necessária e obrigatoriamente, estar associadas, antes de que ampliem a visão política para a politicida de das téc-
qualquer tentativa, à discussão de técnicas, de materiais, de nicas e tecnologias, no âmbito de sua atuação cotidiana.
métodos para uma aula dinâmica; é preciso, indispen-sável Ao selecionar e organizar o conhecimento específico que
mesmo, que o professor se ache repousado no saber de que o habilite para atuar em uma ou mais etapas da Educa-ção
a pedra fundamental é a curiosidade do ser huma-no. É ela Básica, é fundamental que se considere que o egresso dos
que faz perguntar, conhecer, atuar, mais pergun-tar, cursos de formação de professores deverá ter a opor-
reconhecer (Freire, 1996:96). tunidade de reconhecer o conhecimento (conceitos, teo-rias,
Por outro lado, no conjunto de elementos que contri- habilidades, procedimentos, valores) como base para a
buem para a concepção, elaboração e execução do pro- formação integral do estudante, uma vez que esta exige a
jeto político-pedagógico pela escola, em que se inscreve capacidade para análise, síntese, comprovação, compa-ração,
o desenvolvimento curricular, a capacitação docente é o valoração, explicação, resolução de problemas, for-mulação
aspecto mais complexo, porque a formação profissional de hipóteses, elaboração, execução e avaliação de projetos,
em educação insere-se no âmbito do desenvolvimento de entre outras, destinadas à organização e realiza-ção das
aprendizagens de ordem pessoal, cultural, social, ambien- atividades de aprendizagens.
tal, política, ética, estética. É na perspectiva exposta que se concebe o trabalho
Assim, hoje, exige-se do professor mais do que um docente na tarefa de cuidar e educar as crianças e jovens
conjunto de habilidades cognitivas, sobretudo se ainda for que, juntos, encontram-se na idade de 0 (zero) a 17 (de-
considerada a lógica própria do mundo digital e das mídias zessete) anos. Assim pensada, a fundamentação da ação
em geral, o que pressupõe aprender a lidar com os nati-vos docente e dos programas de formação inicial e continua-
digitais. Além disso, lhe é exigida, como pré-requisito para o da dos profissionais da educação instauram-se em meio a
exercício da docência, a capacidade de trabalhar processos tensionais de caráter político, social e cultu-ral
cooperativamente em equipe, e de compreender, interpre-tar que se refletem na eleição de um ou outro método de
e aplicar a linguagem e os instrumentos produzidos ao longo aprendizagem, a partir do qual é justificado determinado
da evolução tecnológica, econômica e organizativa. Isso, sem perfil de docente para a Educação Básica.
dúvida, lhe exige utilizar conhecimentos científi-cos e
Se o projeto político-pedagógico, construído coletiva-
tecnológicos, em detrimento da sua experiência em regência,
mente, está assegurado por lei, resultante da mobilização de
isto é, exige habilidades que o curso que o titu-lou, na sua
muitos educadores, torna-se necessário dar continuidade a
maioria, não desenvolveu. Desse ponto de vista, o conjunto
essa mobilização no intuito de promover a sua viabilização
de atividades docentes vem ampliando o seu raio de atuação,
prática pelos docentes. Para tanto, as escolas de formação
pois, além do domínio do conhecimento específico, são
dos profissionais da educação, sejam gestores, professores
solicitadas atividades pluridisciplinares que antecedem a
ou especialistas, têm um papel importantíssimo no sentido
regência e a sucedem ou a permeiam. As ati-vidades de
de incluir, em seus currículos e programas, a temática da
integração com a comunidade são as que mais o desafiam.
gestão democrática, dando ênfase à construção do projeto
Historicamente, o docente responsabiliza-se pela esco- pedagógico, mediante trabalho coletivo de que todos os que
lha de determinada lógica didático-pedagógica, ameaçado compõem a comunidade escolar são responsáveis.
pela incerteza quanto àquilo que, no exercício de seu papel
de professor, deve ou não deve saber, pensar e enfrentar, ou Nesse sentido, o professor da Educação Básica é o
evitar as dificuldades mais frequentes que ocorrem nas suas profissional que conhece as Especificidades dos processos
relações com os seus pares, com os estudantes e com os de desenvolvimento e de aprendizagens, respeita os direi-
gestores. Atualmente, mais que antes, ao escolher a me- tos dos estudantes e de suas famílias. Para isso, domina o
todologia que consiste em buscar a compreensão sobre conhecimento teórico-metodológico e teórico-prático in-
alógica mental, a partir da qual se identifica a lógica de dispensável ao desempenho de suas funções definidas no
determinada área do conhecimento, o docente haverá de artigo 13 da LDB, no plano de carreira a que se vincula, no
definir aquela capaz de desinstalar os sujeitos aprendizes, regimento da escola, no projeto político-pedagógico em
provocar-lhes curiosidade, despertar-lhes motivos, desejos. sua processualidade.

4
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
II – VOTO DA COMISSÃO fundamental quebrar o paradigma de que o plane-
À vista do exposto, propõe-se à Câmara de Educação jamento é um ato simplesmente técnico. Este não pode ser
Básica a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais visto como uma obrigação, algo que é exigido apenas por
Gerais paraa Educação Básica ,na forma deste Parecer e do burocracia, mas como um eixo norteador na busca da
Projeto de Resolução em anexo, do qual é parte integrante. autonomia, na tomada de decisões, nas resoluções de pro-
Brasília, (DF), 7 de abril de 2010. blemas e nas escolhas dos caminhos a serem percorridos.
O importante é salientar que o planejamento sirva
para o professor e para os alunos, que ele seja favorável e
fun-cional a quem se destina, através de uma ação
PLANEJAMENTO DE ENSINO consciente e responsável, desconsiderando a noção de
planejamento como uma receita pronta, pois cada sala de
aula é uma realidade diferente, com problemas e soluções
diferentes. Nesse sentido, cabe ao professor, em conjunto
“Planejar é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que com os de-mais profissionais da escola, adaptar o seu
se quer alcançar, com que meios se pretende agir”. planejamento, para que assegure o bom desenvolvimento
(OLIVEIRA, 2007). a que ele se propõe, que é o de guiar as práticas docentes
O planejamento está presente em quase todas as nos- em sala de aula.
sas ações, pois ele norteia a realização das atividades. Por- Portanto, o bom planejamento das aulas aliado à utili-
tanto, o mesmo é essencial em diferentes setores da vida zação de novas metodologias (filmes, mapas, poesias, mú-
social, tornando-se imprescindível também na atividade sicas, computador, jogos, aulas práticas, atividades
docente. dinâmi-cas, etc.) contribui para a realização de aulas
O planejamento de aula é de fundamental satisfatórias em que os estudantes e professores se sintam
importância para que se atinja êxito no processo de estimulados, tornando o conteúdo mais agradável com
ensino-aprendiza-gem. A sua ausência pode ter como vistas a facilitar a compreensão. (Texto adaptado de
consequência, aulas monótonas e desorganizadas, CERQUEIRA E FRAN-CISCO, W.).
desencadeando o desinte-resse dos alunos pelo conteúdo
e tornando as aulas de-sestimulantes.
De acordo com Libâneo “o planejamento escolar é uma
tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades COMPONENTES DO PLANO DIDÁTICO.
didáticas em termos de organização e coordenação em face
dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e ade-quação
no decorrer do processo de ensino”. Portanto, o
planejamento de aula é um instrumento essencial para o Projeto didático é um tipo de organização e planeja-
professor elaborar sua metodologia conforme o objetivo a mento do tempo e dos conteúdos que envolve uma situa-
ser alcançado, tendo que ser criteriosamente adequado para ção-problema. Seu objetivo é articular propósitos
as diferentes turmas, havendo flexibilidade caso ne-cessite de didáticos (o que os alunos devem aprender) e propósitos
alterações. sociais (o trabalho tem um produto final, como um livro
Porém, apesar da grande importância do ou uma ex-posição, que vai ser apreciado por alguém).
planejamento de aula, muitos professores optam por Além de dar um sentido mais amplo às práticas escolares,
aulas improvisadas, o que é extremamente prejudicial no o projeto evita a fragmentação dos conteúdos e torna a
ambiente de sala de aula, pois muitas vezes as atividades
garotada corresponsável pela própria aprendizagem.
são desenvolvidas de forma desorganizada, não havendo
assim, compatibilidade com o tempo disponível. Os projetos estão mais populares do que nunca.
Entre os elementos que devem compor um plano de Redes de todo o país incentivam o trabalho com essa
aula estão: modalidade e algumas escolas preveem no currículo os
- clareza e objetividade; que serão rea-lizados durante o ano.
- Atualização do plano periodicamente; Os projetos podem ser planejados e organizados de
- Conhecimento dos recursos disponíveis da escola;
inúmeras formas, porém algumas ações são fundamentais:
- Noção do conhecimento que os alunos já possuem
sobre o conteúdo abordado; Tema: delimitar e conhecer bem o assunto que será
- Articulação entre a teoria e a prática;
estudado e pesquisá-lo previamente.
- Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e
que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem; Objetivos: escolher uma meta de aprendizagem
- Sistematização das atividades com o tempo; - principal e outras secundárias que atendam às necessida-
Flexibilidade frente a situações imprevistas;
des de aprendizagem
- Realização de pesquisas buscando diferentes
referên-cias, como revistas, jornais, filmes entre outros; Conteúdos: ter clareza do que as crianças conhecem e
- Elaboração de aulas de acordo com a realidade desconhecem sobre o tema e o conteúdo do trabalho.
socio-cultural dos estudantes.

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Tempo estimado: construir um cronograma com Avaliação dos Estudantes


prazos para cada atividade, delimitando a duração total
do trabalho. No caso dos projetos, são três os eixos de aprendiza-
gem que podem ser considerados na avaliação:
Material necessário: selecionar previamente os re-
cursos e materiais que serão usados, como sites e livros o conteúdo;
o aprofundamento no tema;
de consulta.
a aproximação com a prática social relacionada ao
Apresentação da proposta: deixar claro para a sala os produto final.
objetivos sociais do trabalho e quais os próximos pas-sos.
As respostas dadas pelos alunos ao longo do processo dão
Planejamento das etapas: relacionar uma etapa à pistas sobre o que já foi compreendido e no que ainda é preciso
outra, em uma complexidade crescente. avançar, assim como os momentos de sistema-tização dos
conteúdos - quando a turma define com suas palavras os
Encaminhamentos: antecipar quais serão as pergun- conceitos estudados. Para Delia Lerner, o processo permite
tas que você fará para encaminhar a atividade. diminuir a incerteza do professor e do aluno porque nele se
passam a limpo os conteúdos ensinados e aprendidos. Outra boa
Agrupamentos: prever quais momentos serão em estratégia é, no fim de cada atividade, fazer uma análise das
grupo, em duplas e individuais. produções, que funcionam como um retrato da aprendizagem
até aquele ponto. O conjunto delas pode reve-lar os avanços e
Versões provisórias: revisar o que a garotada fez e os problemas enfrentados por cada um. Da mesma maneira, o
pedir novas versões do trabalho. produto final, em suas sucessivas versões, também mostra o
percurso pelo qual o aluno passou.
Produto final: escolher um produto final forte para Os projetos possibilitam ainda uma avaliação do traba-lho
dar visibilidade aos processos de aprendizagem e aos do professor e indicam em que pontos sua condução pre-cisa ser
con-teúdos aprendidos. ajustada. Um meio de fazer isso é pensar nos objetivos de ensino
e nas condições didáticas oferecidas. A análise das produções
Avaliação: prever os critérios de avaliação e regis-trar realizadas e das respostas dadas pelos estudantes no
a participação de cada um ao longo do trabalho. desenvolvimento do projeto também pode ser vista sob a ótica
do ensino. Algumas questões que norteiam as análises: a forma
Importância da Culminância de conduzir o trabalho foi adequada? Foram feitas inter-venções
sempre que necessário? As atividades responderam ao objetivo
São duas as funções principais das cerimônias de fe-
de cada etapa? Os materiais usados foram adequados? O tempo
chamento de um projeto didático: dar ao aluno visibilida-
previsto foi suficiente? Esse tipo de reflexão tem uma
de para o processo de aprendizagem pelo qual passou e
importância formativa única para o professor e pode impactar
apresentar o trabalho da turma para a comunidade e os
pais, que são estimulados a perceber o avanço de seus positivamente a prática cotidiana. (Adaptação Nova Escola).
filhos.
O evento só cumprirá esses dois papéis se estiver pre-
vista a exposição dos objetivos de cada atividade realiza- O PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA:
da, dos registros das várias versões do produto final e das CONCEPÇÃO, CARACTERÍSTICAS,
fotos que ilustram o processo. Fazer uma festa bonita não
deve ser a maior preocupação da escola- como é bastante PROCESSOS.
comum -, mas o mínimo de organização precisa ser ga-
rantido.
Sem despender muito tempo nessa tarefa, professo- Preliminares
res e gestores precisam tomar uma série de providências,
como conseguir microfones para as apresentações orais, A lei 9.394/96 no inciso I do Artigo 12 estabelece que, respei-
organizar as cadeiras para os convidados e distribuir pelo tadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, os estabe-
espaço reservado para o evento suportes para expor os lecimentos de ensino terão a incumbência de elaborar e executar sua
trabalhos. “Não é correto transformar a culminância na
proposta pedagógica: o Projeto Político Pedagógico (PPP).
grande estrela de um projeto. O mais atrativo é o cami-
nho pelo qual todos passaram e as realizações das crian- O que é e para que serve o PPP?
ças”, explica Maria Alice Junqueira. Alerta: a participação
dos alunos na culminância deve ter caráter pedagógico, Constitui-se em um documento produzido como re-
incluindo a definição de critérios para a exposição do ma- sultado do diálogo entre os diversos segmentos da co-
terial, e não na produção de enfeites, o que não se munidade escolar a fim de organizar e planejar o trabalho
relacio-nam a nenhum objetivo. administrativo-pedagógico, buscando soluções para os
problemas diagnosticados.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

O PPP, além de ser uma obrigação legal, deve traduzir Concepção de Educação, Missão e Objetivos
a visão, a missão, os objetivos, as metas e as ações que Insti-tucionais.
determinam o caminho do sucesso e da autonomia a ser
Segundo o marco normativo brasileiro, é princípio e
trilhado pela instituição escolar.
finalidade da educação a formação de cidadãos. Tanto a
Como se faz o PPP? Constituição Federal como a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação - LDB estabelecem que “a educação, dever da
Considerada a legislação vigente e orientada, sobretu- família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e
do, pelo Parecer CEE 405/2004, a escola, representada pe-los nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
diferentes segmentos que constituem sua comunidade, pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
diagnostica a realidade administrativo-pedagógica, social, exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
estrutural e educacional e, a partir dos dados resultantes do O cidadão pleno é aquele que consegue exercer, de
diagnóstico, traçam objetivos, propõe metas, planeja ações forma integral, os direitos inerentes à sua condição. A ci-
para que, ao longo de um período letivo, alcance sucesso na dadania plena passa a ser, desse modo, um ponto de refe-
aprendizagem do aluno. rência para a permanente mobilização dos sujeitos sociais.
Este é um processo fundamental para o êxito da Pensar sobre o papel que a educação cumpre na
escola: a cultura do diagnóstico e da avaliação (como atua-lidade requer pensar sua função, sua organização e o
tomada de decisão) em movimentos de ação, reflexão en-volvimento dos sujeitos. Requer, sobretudo, pensar nas
sobre a ação, e ressignificação de ação. realidades que vivem e convivem no espaço escolar, con-
Fazer o PPP implica em planejamento de todas as ati- siderando o momento em que as desigualdades e injusti-
vidades no âmbito escolar, execução das ações previstas, ças sociais expõem os equívocos de um modelo de
avaliação do processo e retomada. Isto somente é possível se desen-volvimento econômico e social que visa apenas ao
lucro imediato de uma minoria (GADOTTI, 2000) e
instituída a prática do registro e da reflexão sobre ele.
transforma as relações humanas em relações de mercado.
Projeto Político Pedagógico Esse modelo, fruto das políticas capitalistas, leva as
pessoas a um processo de personalização e competitivi-dade
Professor Introdução que alteram o modo de ver, entender e agir – ou não agir –
na vida, no qual as aspirações e a realização indivi-duais
Este Projeto Político-Pedagógico (PPP) é uma ferra- estão fortemente vinculadas aos imediatismos que se
menta de planejamento, orientação e construção de dire- refletem no consumo descartável (LIPOVETSKY, 2007), em
trizes para a rede pública de ensino do Distrito Federal e, uma lógica de felicidade efêmera, que dura o tempo que o
como tal, requer que as políticas e ações propostas sejam objeto de consumo durar ou até que um novo surja.
referência para o trabalho desenvolvido para todas as ins- Marca indelével desse modelo, em todo o mundo, é o
tâncias. abismo cada vez maior entre pobres e ricos; entre os ex-
Devido a sua dinamicidade o PPP requer uma avalia- cessivamente alimentados e os que sofrem de fome crôni-
ção/reestruturação a partir de novas ações que devem ser ca; entre os moradores de palácios e os sem-teto de não
implantadas. centrada apenas na liberdade individual em detrimento da
Cabe-nos esclarecer que optamos pelo termo PPP por justiça social e da vida em coletividade.
acreditar que neste documento estão expostas, para além de A ideia de sustentabilidade humana parte da ressig-
diretrizes pedagógicas ou operacionais, a nossa concep-ção nificação do conceito de homem e de mulher como força
de educação compromissada com a formação integral do de trabalho, para quem as relações se restringiam ao pró-
educando, a sustentabilidade humana como princípio das prio capital e à luta de classes, e de uma concepção de ser
políticas públicas que se propõe efetivar, enfim, nossas humano e sociedade como elementos inseridos dentro da
opções de ação pedagógica e política frente aos desafios que natureza, e não dela apartados, cujo bem-estar não se li-
devem ser transpostos na busca de uma educação com mita à satisfação dos aspectos estéticos e fisiológicos,
qualidade social para a população do Distrito Federal. mas, sobretudo, busca os aspectos éticos e as relações
Contudo, não se pode confundir o PPP da SEDF com minima-mente justas e de convivência pacífica.
o PPP das unidades escolares, pois o primeiro não O raciocínio sustentável exige a busca pelo bem-estar
substituirá os demais. Precisamos compreender o “sociocósmico” (BOFF, 1995), para o qual não basta que o
presente documen-to como norteador dos Projetos humano esteja bem atendido em seus direitos e
Político Pedagógicos a serem construídos coletivamente necessida-des básicas, sem que também o estejam os
por todos os segmentos atuantes na comunidade de cada demais seres e elementos da natureza, posto que, juntos,
unidade escolar, pauta-dos na perspectiva apresentada constituem a comunidade planetária.
pelas Diretrizes Curricula-res Nacionais para a Educação Há, ainda, que se pensar o uso racional dos recursos
Básica e na Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional tecnológicos e das fontes de energia como componentes
9.394/96 – LDB, de que as unidades escolares, respeitando indispensáveis a uma vida sustentável.
as normas e propostas de seus sistemas de ensino, têm a Os resíduos industriais, o despejo de metais pesados na
incumbência de elaborar e executar suas propostas natureza, o consumo de combustíveis fósseis e a meca-
pedagógicas, dentro dos preceitos da gestão democrática. nização da mão de obra em larga escala são alguns dos re-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
síduos degradantes da política capitalista que inviabilizam A SEDF entende que a educação deve ser referenciada
a sustentabilidade humana, práxis para a racionalização pela formação integral do ser humano. Em outras pala-
de tecnologias e matrizes energéticas limpas, em um vras, a educação deve contemplar as diversas dimensões
movi-mento que busca o equilíbrio entre ser humano, que formam o humano, não apenas os aspectos cogni-
ambiente e tecnologias, que complementam o processo tivos. Deve reconhecer que, como sujeitos de direitos e
de susten-tabilidade. deveres, é imprescindível que se oportunize aos estudan-
É este o grande desafio da educação do presente: tes o despertar de outras dimensões, entre elas: a ética, a
transformar a sociedade, conduzindo o processo de tran- artística, a física, a estética e suas inter-relações com a
sição para uma humanidade sustentável. Essa construção construção social, mental, ambiental e integral do desen-
só se torna possível por meio de uma pedagogia que se volvimento humano.
preencha de sentido, como projeto alternativo global, em Por essa razão, o processo educativo deve se pautar
que a preocupação não está centrada na preservação da na realidade, entendida como algo não acabado e so-bre
natureza ou no impacto da intervenção humana sobre os a qual podemos intervir. Essa intervenção deve ca-minhar
ambientes naturais, mas em um novo modelo de civiliza- pela integração entre a escola e sua comunidade na
ção, sustentável, implicando uma mudança radical nas es- perspectiva de compreensão da área de abrangência
truturas econômicas, sociais e culturais vigentes. Essa próxima como território que intervém na formação dos
mudança está ligada a um projeto utópico: mudar as sujeitos, proporcionando uma educação que extrapola a
relações humanas, sociais e ambientais que temos hoje mera aprendizagem cognitiva e observa a integralidade
(BENFICA, 2011), em prol da felicidade real, interna, que humana.
depende do exercício da alteridade e, portanto, da solida- Na perspectiva de compreensão do homem como ser
riedade como prática democrática. A construção de outra multidimensional, a educação deve responder a uma
sociedade deve ser a meta primordial da educação formal, multiplicidade de exigências do próprio indivíduo e do
que transcende os muros da escola. contexto em que vive. Assim, a educação integral deve ter
Formalmente, a escola é o espaço determinante para objetivos que construam relações na direção do aper-
que se concretize a ação educativa. Nesse sentido, Petitat feiçoamento humano.
(1994) explicita que a escola serve tanto para reproduzir a [...] A educação, como constituinte do processo de
ordem social como para transformá-la, seja intencional- humanização, que se expressa por meio de mediações,
mente ou não. Além disso, a escola é o espaço de sociali- assume papel central na organização da convivência do
zação de crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos, humano em suas relações e interações, matéria-prima da
bem como espaço de difusão sociocultural; e também é constituição da vida pessoal e social (GUARÁ, 2006).
um espaço no qual os sujeitos podem se apropriar do co- A educação oferecida deve reconhecer, assim, a ne-
nhecimento produzido historicamente e, por meio dessa cessidade de uma articulação intersetorial entre a escola,
apropriação e da análise do mundo que o cerca, em um a comunidade, os movimentos sociais, o sistema produti-
processo dialético de ação e reflexão sobre o vo local, as associações, clubes e o poder público, pelo re-
conhecimen-to, manter ou transformar a sua realidade. conhecimento de que a educação acontece em diferentes
A escola é uma instituição social que pode ocasionar esferas, tempos e espaços para construção de um projeto
mudanças diante das lutas ali travadas, por meio de sua que tenha a justiça social e a justiça ambiental como re-
prática no campo do conhecimento, das atitudes e dos ferência.
valores, de articular e desarticular interesses (FRIGOTTO, A educação integral pode ser vista sob dois aspectos:
1999). Por essa razão, não se deve perder de vista a ideia como concepção e como processo pedagógico. Como
de que as ações pedagógicas refletem as concepções, concepção, visa à formação humana em suas múltiplas
estejam elas explícitas ou não. dimensões. Em outras palavras, não é possível educar sem
O papel da educação no espaço escolar requer o fim da reconhecer que os sujeitos se constituem a partir de sua
ingenuidade sobre as disputas ideológicas ali presentes. As integralidade afetiva, cognitiva, física, social, histórica, éti-
ações, democráticas ou autoritárias, revelam a forma-ção ca, estética, que, pela complexidade das relações que se
oferecida. Por isso, é preciso questionar sobre a escola que estabelecem entre todos os elementos que coabitam a
temos e a escola que queremos construir e isso implica Terra, dialoga amplamente com as dimensões ambientais
problematizar as ações, articular os segmentos que desem- e planetárias, em um novo desenho das relações humanas
penham suas funções e, como proposto pela gestão demo- e sociais. Vista dessa forma, a Educação requer que este-
crática, favorecer as instâncias coletivas de participação. jam integrados e sejam ampliados, de forma qualitativa,
Dessa forma, proporcionar uma educação que possibilite espaços, tempos, saberes e conteúdos.
o desenvolvimento do pensamento crítico, que problematize Como processo pedagógico, a educação integral pre-
a realidade e a comunidade, que reconheça o território de vê práticas não dicotomizadas, que reconhecem a impor-
influência da escola no desempenho de sua função de for- tância dos saberes formais e não formais, a construção de
madora de sujeitos históricos é, a nosso ver, o caminho para relações democráticas entre pessoas e grupos, imprescin-
fazer uma educação que seja transformadora da realidade.
díveis à formação humana, valorizam os saberes prévios,
De forma mais abrangente, uma rede de ensino as múltiplas diferenças e semelhanças e fazem de todos
neces-sita que sua ação e seu trabalho sejam orientados nós sujeitos históricos e sociais.
por uma linha, uma concepção de educação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
A educação deve ser fomentada a partir da realidade O número de crianças que têm acesso a computadores e
dos sujeitos envolvidos no trabalho realizado, realidade à internet, por exemplo, vem aumentando consideravel-
esta que não se restringe ao campo das relações humanas mente, na mesma proporção em que a faixa etária de ini-
e sociais entendidas apenas como as relações entre ciação tecnológica diminui sensivelmente. Antes domínio dos
huma-nos. Deve conectar os saberes construídos adolescentes, hoje as tecnologias digitais fazem parte do
historicamen-te, associados aos saberes construídos pela universo infantil desde a mais tenra idade. Já na primeira
comunidade, e que incorporam uma nova mentalidade, infância, crianças manipulam, com naturalidade, aparelhos
um novo jeito de ser, estar e se relacionar no mundo, para celulares e computadores de mão de seus pais, (JORDÃO,
que nela ad-quiram sentido e sirvam como mobilizadores 2009), familiarizando-se rapidamente com os utilitários da
de ações e atitudes, visando à formação solidária fundada atualidade.
no respeito, na autonomia, a favor do bem comum e da Chamadas “nativas digitais”, essas crianças ingressam
transformação social, numa perspectiva de construção de na escola não apenas habituadas aos aparatos tecnológi-
consciências de corresponsabilidade para com o futuro do cos, mas também a uma nova rotina, deles advinda, que
planeta e a so-brevivência das gerações futuras. lhes permitem desenvolver diversas atividades ao mesmo
A ação educativa deve ir além das aprendizagens de con-teúdos tempo. Para elas é usual ouvir música no MP3 player, en-
formais, reconhecendo diferentes espaços, etapas, tem-pos e quanto enviam mensagens pelo celular, acessam sites,
ferramentas educativas para que se consiga superar a distância bai-xam fotos, realizam a pesquisa encomendada pelo
entre o que se constrói dentro e fora da escola, porque [...] o profes-sor e, ainda, aprendem (MARTINS, 2009).
sujeito produtor de conhecimento não é um mero re-ceptáculo que As novas formas de acesso à informação (hiperdo-
absorve e contempla o real nem o portador de ver-dades oriundas cumentos, mecanismos de busca, software, redes sociais,
de um plano ideal; pelo contrário, é um sujeito ativo que, em sua etc.), os novos estilos de raciocínio e de conhecimento,
relação com o mundo, com seu objeto de estu-do, reconstrói (no que não advém da dedução lógica ou da indução a partir
seu pensamento) este mundo. O conhecimento da ex-periência, compõem o campo das tecnologias
envolve sempre um fazer, um atuar do homem (REGO, 2002). intelectuais que são facilmente reproduzidas ou
A aprendizagem é um processo que se desenvolve com a transferíveis e com-partilhadas entre inúmeros indivíduos,
maturidade natural do organismo humano, com o conta-to aumentando con-sideravelmente o potencial de
com a cultura produzida historicamente e por meio das inteligência coletiva (LEVY, 1999).
relações sociais mediatizada pelo mundo (FREIRE, 2003). Neste novo contexto, a sala de aula tradicional, que
Portanto, não se desconsideram os espaços formais e tra- guarda identidade com a metáfora da transmissão/aqui-
dicionais de construção do conhecimento, pois é preciso res- sição do conhecimento, ganha novos contornos. O arrojo
significá-los do ponto de vista dos ambientes e dos materiais, das tecnologias educacionais associado ao gerenciamento
bem como ampliar o leque de possibilidades para além dos de atividades guiadas pela participação, que priorizam a
espaços escolares, construindo um pacto pedagógico, no qual noção de conhecimento como construção e colaboração
escola e comunidade assumam responsabilidades socioedu- (PAIVA, 2010), remetem a práticas inovadoras, que
cativas na perspectiva de construção do território educativo. rompem com a aula objetivista e buscam uma mudança
A educação, nesse sentido, deve reconhecer práticas de paradig-ma, apoiando-se em novas ferramentas, como
dialógicas entre os sujeitos para o respeito aos direitos e à os ambien-tes virtuais de aprendizagem (PAIVA, 2010).
dignidade humana, de forma que, participativa e democra- Os ambientes virtuais de aprendizagem proporcionam
ticamente, se tenha a garantia da cidadania ativa. ao estudante uma diversidade de ferramentas de comuni-
Para efetivação dessa proposta, a escola necessita cação e experiências desafiadoras, mais elaboradas e em
reorganizar o seu trabalho, seu planejamento, sua coor- redes colaborativas.
denação coletiva. Reconstruir a relação entre o sujeito e o A atuação do professor, nesse contexto, deve superar
conhecimento, para subverter a lógica que separa pessoas uma visão reducionista das tecnologias digitais numa
e saberes, prazeres e descobertas, respeito e diferenças. pers-pectiva meramente técnica, e centrar-se no
Reconhecer que democracia, solidariedade e liberdade acompanha-mento e na gestão das aprendizagens, que se
de-vem orientar o trabalho pedagógico. traduzem no incitamento às trocas de saberes, na
Há ainda que se considerarem as novas formas de ensi- mediação rela-cional e simbólica, na condução
nar e aprender que, a exemplo da transcendência espacial, personalizada pelas rotas de aprendizagem, constituindo
requerem a conexão com as novas realidades do tempo uma relação dialógica que leva em consideração as
presente, como o diálogo com as novas tecnologias. Cons- diferentes formas de aprender dos alunos (LEVY, 1999).
truto importante do conceito de sustentabilidade humana, o A modernização dos processos educativos,
uso racional e pacífico com as tecnologias deve permear as concebidos em um projeto de sustentabilidade humana,
relações pedagógicas, a partir dos instrumentos e mate-riais prevê o su-porte do Estado para a efetivação de suas
de apoio e mediação pedagógica. ações, abrangen-do tanto a aquisição de computadores
Levy (1999) nos alerta que qualquer projeção a ser de última geração para estudantes e professores, quanto
feita sobre o futuro da educação e das sociedades deve o apoio formativo para a otimização de seu uso.
consi-derar as novas relações com o saber, dada a Consolida-se assim, a educação com a visão da inte-
velocidade com que os saberes são renovados e os meios gralidade humana a qual prenuncia a gestão democráti-
que estão a esse serviço. ca, o planejamento e a construção coletiva como exercício

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
fundamental, para que os profissionais e estudantes se- Só faz sentido pensarmos na ampliação da jornada
jam favorecidos no desenvolvimento de práticas pedagó- escolar, ou seja, na implantação de escolas de tempo in-
gicas que ultrapassem o simples diálogo entre os saberes, tegral, se considerarmos uma concepção de educação in-
provocando uma nova práxis do trabalho educativo e da tegral em que a perspectiva de que o horário expandido
reorganização dos processos de aprendizagens. represente uma ampliação de oportunidades e situações
Outros fatores agregam- se a esse processo de cons- que promovam aprendizagens significativas e emancipa-
trução da educação, entre eles a intersetorialidade e a doras. Mais que isso, é preciso que tal ação possa tornar a
participação estudantil. O entendimento de intersetoriali- progressão do estudante no sistema de ensino exitosa.
dade surge pelo fato de a educação ser um compromisso Requer um aumento quantitativo e qualitativo.
de todos – governo, sociedade civil e comunidades per- Quantitativo porque considera um número maior de ho-
tencentes à ampla rede de instituições que circundam a ras, em que os espaços e as atividades propiciadas têm
escola. Portanto, requer ações coletivas e organizadas em intencionalmente caráter educativo; qualitativo porque
função das aprendizagens e do reconhecimento da escola essas horas não devem ser apenas suplementares, mas
como espaço de referência da ação social e da construção entendidas como todo o período escolar, uma oportu-
de territórios educativos. nidade em que os conteúdos propostos devem ser res-
Já a participação estudantil diz respeito à importân- significados, revestidos de caráter exploratório, vivencial e
cia democrática de garantir o direito dos estudantes de protagonizados por todos os envolvidos na relação de
serem partícipes do processo educativo e da vida da co- aprendizagem e ensino.
munidade. As deliberações da escola devem contar com a Assim, essa concepção de educação integral para a
participação de seus estudantes, que são os sujeitos para SEDF, do ponto de vista da sua qualidade e, paulatina-
os quais a escola organiza suas ações. mente, de sua quantidade, deve ser referência em que as
Como já enunciado, o entendimento de educação ações, em todas as instâncias e em todos os espaços
integral não se pode resumir a ampliação do tempo de
educativos, sejam orientadoras do sistema.
permanência do estudante na escola. Apesar de esse fator
ser importante para a melhoria na qualidade da educação,
não é só isso que dará conta de tal papel.
Associados à proposta de ampliação de tempo, visa- CURRÍCULO E MATRIZ CURRICULAR: TEORIAS
mos, ainda, à ressignificação e ampliação de espaços e DO CURRÍCULO. FUNDAMENTOS
tempos escolares, de modo a oportunizar a aprendizagem CONDICIONANTES E METODOLOGIA DO
do cidadão em suas múltiplas dimensões e na perspecti-
PLANEJAMENTO CURRICULAR.
va da sustentabilidade humana, da cidadania, dos direitos
humanos e do respeito à diversidade.
Verificando-se os aspectos legais que, na Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em seus arti- As tendências pedagógicas brasileiras foram muito
gos 34 e 87 prevê o aumento progressivo da jornada es- influenciadas pelo momento cultural e político da socie-
dade, pois foram levadas à luz graças aos movimentos
colar para a jornada em tempo integral, conforme segue:
sociais e filosóficos. Essas formaram a prática pedagógica
Art. 34 – A jornada escolar no ensino fundamental in- do país.
cluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em Os professores Saviani (1997) e Libâneo (1990) pro-
sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período põem a reflexão sobre as tendências pedagógicas. Mos-
de permanência na escola. trando que as principais tendências pedagógicas usadas
2º parágrafo: O ensino fundamental será ministrado na educação brasileira se dividem em duas grandes li-
progressivamente em tempo integral, a critério dos siste- nhas de pensamento pedagógico. Elas são: Tendências
mas de ensino. [...] Liberais e Tendências Progressistas.
Art. 87,§ 5º – Serão conjugados todos os esforços, ob- Os professores devem estudar e se apropriar dessas
jetivando a progressão das redes escolares públicas urba- tendências, que servem de apoio para a sua prática peda-
nas de ensino fundamental para o regime de escolas de gógica. Não se deve usar uma delas de forma isolada em
tempo integral. toda a sua docência. Mas, deve- se procurar analisar cada
Nesta mesma linha, temos, ainda, a recomendação do uma e ver a que melhor convém ao seu desempenho aca-
Plano Nacional de Educação, Lei n°10.172/2001, artigos 21 dêmico, com maior eficiência e qualidade de atuação. De
e 22, que apontam para a necessidade de educação acordo com cada nova situação que surge, usa-se a ten-
integral e a Lei Orgânica do Distrito Federal, em seu artigo dência mais adequada. E observa-se que hoje, na prática
221. docente, há uma mistura dessas tendências.
Somado a isso há o Decreto nº 33.329, de Deste modo, seguem as explicações das caracterís-
10/11/2011, que regulamenta a Lei Federal nº 4.601, de 14 ticas de cada uma dessas formas de ensino. Porém, ao
de julho de 2011, instituindo o Plano pela Superação da analisá-las, deve-se ter em mente que uma tendência não
Extrema Pobreza, DF sem Miséria, que, em seu art. 43, substitui totalmente a anterior, mas ambas conviveram e
apresenta a necessidade de implantação progressiva da convivem com a prática escolar.
educação integral nas regiões de vulnerabilidade social.

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Pedagogia liberal A tendência liberal tecnicista subordina a educação à


sociedade, tendo como função a preparação de “recursos
O termo liberal não tem o sentido de “avançado”, “de- humanos” (mão-de-obra para a indústria). A sociedade in-
mocrático”, “aberto”, como costuma ser usado. A doutrina dustrial e tecnológica estabelece (cientificamente) as metas
liberal apareceu como justificação do sistema capitalista econômicas, sociais e políticas, a educação treina (também
que, ao defender a predominância da liberdade e dos in- cientificamente) nos alunos os comportamentos de ajus-
teresses individuais da sociedade, estabeleceu uma forma tamento a essas metas. No tecnicismo acredita-se que a
de organização social baseada na propriedade privada realidade contém em si suas próprias leis, bastando aos
dos meios de produção, também denominada sociedade homens descobri-las e aplicá-las. Dessa forma, o essencial
de classes. A pedagogia liberal, portanto, é uma não é o conteúdo da realidade, mas as técnicas (forma) de
manifestação própria desse tipo de sociedade. descoberta e aplicação. A tecnologia (aproveitamento or-
A educação brasileira, pelo menos nos últimos cin- denado de recursos, com base no conhecimento científico) é
quenta anos, tem sido marcada pelas tendências liberais, nas o meio eficaz de obter a maximização da produção e ga-
suas formas ora conservadora, ora renovada. Evidentemente rantir um ótimo funcionamento da sociedade; a educação é
tais tendências se manifestam, concretamente, nas práticas um recurso tecnológico por excelência. Ela “é encarada como
escolares e no ideário pedagógico de muitos professores, um instrumento capaz de promover, sem contradi-ção, o
ainda que estes não se deem conta dessa influência. desenvolvimento econômico pela qualificação da mão-de-
A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem obra, pela redistribuição da renda, pela maximiza-ção da
por função preparar os indivíduos para o desempenho de produção e, ao mesmo tempo, pelo desenvolvimen-to da
papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais, por ‘consciência política’ indispensável à manutenção do Estado
isso os indivíduos precisam aprender a se adaptar aos valores
autoritário”. Utiliza-se basicamente do enfoque sis-têmico, da
e às normas vigentes na sociedade de classes através do
tecnologia educacional e da análise experimen-tal do
desenvolvimento da cultura individual. A ênfa-se no aspecto
comportamento.
cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois,
embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não Tendência liberal tradicional
leva em conta a desigualdade de con-dições. Historicamente,
a educação liberal iniciou-se com a pedagogia tradicional e, Papel da escola - A atuação da escola consiste na pre-
por razões de recomposição da hegemonia da burguesia, paração intelectual e moral dos alunos para assumir sua
evoluiu para a pedagogia reno-vada (também denominada posição na sociedade. O compromisso da escola é com a
escola nova ou ativa), o que não significou a substituição de cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade. O ca-
uma pela outra, pois am-bas conviveram e convivem na minho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os
prática escolar. alunos, desde que se esforcem. Assim, os menos capa-zes
Na tendência tradicional, a pedagogia liberal se caracteri-za devem lutar para superar suas dificuldades e conquistar seu
por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral, no qual o lugar junto aos mais capazes. Caso não consigam, de-vem
aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena procurar o ensino mais profissionalizante.
realização como pessoa. Os conteúdos, os procedimentos di- Conteúdos de ensino - São os conhecimentos e valores
dáticos, a relação professor-aluno não têm nenhuma relação sociais acumulados pelas gerações adultas e repassados ao
com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades aluno como verdades. As matérias de estudo visam preparar
sociais. É a predominância da palavra do professor, das regras o aluno para a vida, são determinadas pela sociedade e or-
impostas, do cultivo exclusivamente intelectual. denadas na legislação. Os conteúdos são separados da expe-
A tendência liberal renovada acentua, igualmente, o riência do aluno e das realidades sociais, valendo pelo valor
sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões intelectual, razão pela qual a pedagogia tradicional é critica-
individuais. Mas a educação é um processo interno, não da como intelectualista e, às vezes, como enciclopédica.
externo; ela parte das necessidades e interesses individuais Métodos - Baseiam-se na exposição verbal da matéria
necessários para a adaptação ao meio. A educação é a vida e/ou demostração. Tanto a exposição quanto a análise
são feitas pelo professor, observados os seguintes passos:
presente, é a parte da própria experiência humana. A esco-la
a) preparação do aluno (definição do trabalho, recordação
renovada propõe um ensino que valorize a autoeduca-ção (o
da matéria anterior, despertar interesse); b) apresentação
aluno como sujeito do conhecimento), a experiência direta (realce de pontos-chaves, demonstração); c) associação
sobre o meio pela atividade; um ensino centrado no aluno e (combinação do conhecimento novo com o já conhecido
no grupo. A tendência liberal renovada apre-senta-se, entre por comparação e abstração); d) generalização (dos
nós, em duas versões distintas: a renovada progressivista, ou aspec-tos particulares chega-se ao conceito geral, é a
pragmatista, principalmente na forma di-fundida pelos exposição sistematizada); e) aplicação (explicação de fatos
pioneiros da educação nova, entre os quais se destaca Anísio adicionais e/ou resoluções de exercícios). A ênfase nos
Teixeira (deve-se destacar, também a in-fluência de exercícios, na repetição de conceitos ou fórmulas na
Montessori, Decroly e, de certa forma, Piaget); a renovada memorização visa disciplinar a mente e formar hábitos.
não-diretiva orientada para os objetivos de auto realização Relacionamento professor-aluno - Predomina a autori-
(desenvolvimento pessoal) e para as relações in-terpessoais, dade do professor que exige atitude receptiva dos alunos
na formulação do psicólogo norte-americano Carl Rogers. e impede qualquer comunicação entre eles no decorrer da

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
aula. O professor transmite o conteúdo na forma de verda-de adequadas à natureza do aluno e às etapas do seu desen-
a ser absorvida; em consequência, a disciplina imposta é o volvimento. Na maioria delas, acentua-se a importância do
meio mais eficaz para assegurar a atenção e o silêncio. trabalho em grupo não apenas como técnica, mas como
Pressupostos de aprendizagem - A ideia de que o ensi-no condição básica do desenvolvimento mental. Os passos
consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da básicos do método ativo são: a) colocar o aluno numa si-
criança é acompanhada de uma outra: a de que a ca- tuação de experiência que tenha um interesse por si mes-ma;
pacidade de assimilação da criança é idêntica à do adulto, b) o problema deve ser desafiante, como estímulo à re-
apenas menos desenvolvida. Os programas, então, devem ser flexão; c) o aluno deve dispor de informações e instruções
dados numa progressão lógica, estabelecida pelo adul-to, que lhe permitam pesquisar a descoberta de soluções; d)
sem levar em conta as características próprias de cada idade. soluções provisórias devem ser incentivadas e ordenadas,
A aprendizagem, assim, é receptiva e mecânica, para o que se com a ajuda discreta do professor; e) deve-se garantir a
recorre frequentemente à coação. A retenção do material oportunidade de colocar as soluções à prova, a fim de de-
ensinado é garantida pela repetição de exercícios terminar sua utilidade para a vida.
sistemáticos e recapitulação da matéria. A transferência da Relacionamento professor-aluno - Não há lugar privi-
aprendizagem depende do treino; é indispensável a reten- legiado para o professor; antes, seu papel é auxiliar o de-
ção, a fim de que o aluno possa responder às situações novas senvolvimento livre e espontâneo da criança; se intervém,
de forma semelhante às respostas dadas em situa-ções é para dar forma ao raciocínio dela. A disciplina surge de
anteriores. A avaliação se dá por verificações de curto prazo uma tomada de consciência dos limites da vida grupal; as-
(interrogatórios orais, exercício de casa) e de prazo mais sim, aluno disciplinado é aquele que é solidário,
longo (provas escritas, trabalhos de casa). O esforço é, em participan-te, respeitador das regras do grupo. Para se
geral, negativo (punição, notas baixas, apelos aos pais); às garantir um cli-ma harmonioso dentro da sala de aula é
vezes, é positivo (emulação, classificações). indispensável um relacionamento positivo entre
Manifestações na prática escolar - A pedagogia liberal professores e alunos, uma forma de instaurar a “vivência
tradicional é viva e atuante em nossas escolas. Na democrática” tal qual deve ser a vida em sociedade.
descrição apresentada aqui se incluem as escolas Pressupostos de aprendizagem - A motivação depende da
religiosas ou leigas que adotam uma orientação clássico- força de estimulação do problema e das disposições in-
humanista ou uma orientação humano-científica, sendo ternas e interesses do aluno. Assim, aprender se torna uma
que esta se aproxima mais do modelo de escola atividade de descoberta, é uma autoaprendizagem, sendo o
ambiente apenas o meio estimulador. É retido o que se
predominante em nossa história educacional.
incorpora à atividade do aluno pela descoberta pessoal; o
Tendência liberal renovada progressivista que é incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para
ser empregado em novas situações. A avaliação é flui-da e
Papel da escola - A finalidade da escola é adequar as tenta ser eficaz à medida que os esforços e os êxitos
necessidades individuais ao meio social e, para isso, ela deve são pronta e explicitamente reconhecidos pelo professor.
se organizar de forma a retratar, o quanto possível, a vida. Manifestações na prática escolar - Os princípios da pe-
Todo ser dispõe dentro de si mesmo de mecanismos de dagogia progressivista vêm sendo difundidos, em larga
adaptação progressiva ao meio e de uma consequente escala, nos cursos de licenciatura, e muitos professores so-
integração dessas formas de adaptação no comportamen-to. frem sua influência. Entretanto, sua aplicação é reduzidís-
Tal integração se dá por meio de experiências que de-vem sima, não somente por falta de condições objetivas como
satisfazer, ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as também porque se choca com uma prática pedagógica ba-
exigências sociais. À escola cabe suprir as experiências que sicamente tradicional. Alguns métodos são adotados em
permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de escolas particulares, como o método Montessori, o método
construção e reconstrução do objeto, numa interação entre dos centros de interesse de Decroly, o método de proje-tos
estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente. de Dewey. O ensino baseado na psicologia genética de
Conteúdos de ensino - Como o conhecimento resulta da Piaget tem larga aceitação na educação pré-escolar.
ação a partir dos interesses e necessidades, os conteú-dos de Pertencem, também, à tendência progressivista muitas das
ensino são estabelecidos em função de experiên-cias que o escolas denominadas “experimentais”, as “escolas comuni-
sujeito vivencia frente a desafios cognitivos e situações tárias” e mais remotamente (década de 60) a “escola secun-
problemáticas. Dá-se, portanto, muito mais valor aos dária moderna”, na versão difundida por Lauro de Oliveira
processos mentais e habilidades cognitivas do que a Lima.
conteúdos organizados racionalmente. Trata-se de “apren-
der a aprender”, ou seja, é mais importante o processo de Tendência liberal renovada não diretiva
aquisição do saber do que o saber propriamente dito.
Método de ensino - A ideia de “aprender fazendo” está Papel da escola - Acentua-se nesta tendência o papel
sempre presente. Valorizam-se as tentativas experimentais, a da escola na formação de atitudes, razão pela qual deve
pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e so-cial, o estar mais preocupada com os problemas psicológicos do
método de solução de problemas. Embora os méto-dos que com os pedagógicos ou sociais. Todo esforço está em
variem, as escolas ativas ou novas (Dewey, Montessori, estabelecer um clima favorável a uma mudança dentro do
Decroly, Cousinet e outros) partem sempre de atividades indivíduo, isto é, a uma adequação pessoal ás solicitações

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
do ambiente. Rogers4 considera que o ensino é uma ativi- Tendência liberal tecnicista
dade excessivamente valorizada; para ele os procedimen-
tos didáticos, a competência na matéria, as aulas, livros, Papel da escola - Num sistema social harmônico, orgâ-
tudo tem muito pouca importância, face ao propósito de nico e funcional, a escola funciona como modeladora do
favorecer a pessoa um clima de autodesenvolvimento e comportamento humano, através de técnicas específicas. À
realização pessoal, o que implica estar bem consigo pró- educação escolar compete organizar o processo de aquisi-
prio e com seus semelhantes. O resultado de uma boa ção de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos,
educação é muito semelhante ao de uma boa terapia. úteis e necessários para que os indivíduos se integrem na
Conteúdos de ensino - A ênfase que esta tendência máquina do sistema social global. Tal sistema social é regi-do
põe nos processos de desenvolvimento das relações e da por leis naturais (há na sociedade a mesma regularidade e as
comunicação torna secundária a transmissão de conteú- mesmas relações funcionais observáveis entre os fe-nômenos
dos. Os processos de ensino visam mais facilitar aos estu- da natureza), cientificamente descobertas. Basta aplicá-las. A
dantes os meios para buscarem por si mesmos os conhe- atividade da “descoberta” é função da educa-ção, mas deve
cimentos que, no entanto, são dispensáveis. ser restrita aos especialistas; a “aplicação” é competência do
Métodos de ensino - Os métodos usuais são dispen- processo educacional comum. A escola atua, assim, no
sados, prevalecendo quase que exclusivamente o esforço aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema
do professor em desenvolver um estilo próprio para faci- capitalista), articulando-se diretamente com o sistema
litar a aprendizagem dos alunos. Rogers explicita algumas produtivo; para tanto, emprega a ciência da mu-dança de
das características do professor “facilitador”: aceitação da comportamento, ou seja, a tecnologia comporta-mental. Seu
pessoa do aluno, capacidade de ser confiável receptivo e interesse imediato é o de produzir indivíduos “competentes”
ter plena convicção na capacidade de autodesenvolvi- para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente,
mento do estudante. Sua função restringe-se a ajudar o informações precisas, objetivas e rápidas. A pesquisa
aluno a se organizar, utilizando técnicas de sensibilização científica, a tecnologia educacional, a análise experimental do
onde os sentimentos de cada um possam ser expostos, comportamento garantem a objetividade da prática escolar,
sem ameaças. Assim, o objetivo do trabalho escolar se es- uma vez que os objetivos instrucionais (conteúdos) resultam
gota nos processos de melhor relacionamento interpes- da aplicação de leis naturais que in-dependem dos que a
soal, como condição para o crescimento pessoal. conhecem ou executam.
Relacionamento professor-aluno - A pedagogia não Conteúdos de ensino - São as informações, princípios
diretiva propõe uma educação centrada no aluno, vi- científicos, leis etc., estabelecidos e ordenados numa se-
sando formar sua personalidade através da vivência de quência lógica e psicológica por especialistas. É matéria
experiências significativas que lhe permitam desenvolver de ensino apenas o que é redutível ao conhecimento ob-
características inerentes à sua natureza. O professor é um servável e mensurável; os conteúdos decorrem, assim, da
especialista em relações humanas, ao garantir o clima de ciência objetiva, eliminando-se qualquer sinal de subjeti-
relacionamento pessoal e autêntico. “Ausentar -se” é a vidade. O material instrucional encontra-se sistematizado
melhor forma de respeito e aceitação plena do aluno. nos manuais, nos livros didáticos, nos módulos de ensino,
Toda intervenção é ameaçadora, inibidora da aprendiza- nos dispositivos audiovisuais etc.
gem. Métodos de ensino - Consistem nos procedimentos e
Pressupostos de aprendizagem - A motivação re- técnicas necessárias ao arranjo e controle nas condições
sulta do desejo de adequação pessoal na busca da auto ambientais que assegurem a transmissão/recepção de in-
realização; é, portanto um ato interno. A motivação au- formações. Se a primeira tarefa do professor é modelar
menta, quando o sujeito desenvolve o sentimento de que respostas apropriadas aos objetivos instrucionais, a princi-pal
é capaz de agir em termos de atingir suas metas pessoais, é conseguir o comportamento adequado pelo controle do
isto é, desenvolve a valorização do “eu”. Aprender, por- ensino; daí a importância da tecnologia educacional. A
tanto, é modificar suas próprias percepções; daí que ape- tecnologia educacional é a “aplicação sistemática de prin-
nas se aprende o que estiver significativamente relacio- cípios científicos comportamentais e tecnológicos a pro-
nado com essas percepções. Resulta que a retenção se dá blemas educacionais, em função de resultados efetivos,
pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, ou seja, utilizando uma metodologia e abordagem sistêmica abran-
o que não está envolvido com o “eu” não é retido e nem gente”. Qualquer sistema instrucional (há uma grande va-
transferido. Portanto, a avaliação escolar perde intei- riedade deles) possui três componentes básicos: objetivos
ramente o sentido, privilegiando-se a auto avaliação. instrucionais operacionalizados em comportamentos ob-
Manifestações na prática escolar - Entre nós, o inspi- serváveis e mensuráveis, procedimentos instrucionais e
rador da pedagogia não-diretiva é C. Rogers, na verdade avaliação. As etapas básicas de um processo ensino-apren-
mais psicólogo clínico que educador. Suas ideias influen- dizagem são: a) estabelecimento de comportamentos ter-
ciam um número expressivo de educadores e professores, minais, através de objetivos instrucionais; b) análise da ta-refa
principalmente orientadores educacionais e psicólogos de aprendizagem, a fim de ordenar sequencialmente os
escolares que se dedicam ao aconselhamento. Menos re- passos da instrução; c) executar o programa, reforçando
centemente, podem-se citar também tendências inspira- gradualmente as respostas corretas correspondentes aos
das na escola de Summerhill do educador inglês A. Neill. objetivos. O essencial da tecnologia educacional é a pro-
gramação por passos sequenciais empregada na instrução

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
programada, nas técnicas de microensino, multimeios, escolanovista cede lugar à tendência tecnicista, pelo me-nos
mó-dulos etc. O emprego da tecnologia instrucional na no nível de política oficial; os marcos de implantação do
escola pública aparece nas formas de: planejamento em modelo tecnicista são as leis 5.540/68 e 5.692/71, que
moldes sistêmicos, concepção de aprendizagem como reorganizam o ensino superior e o ensino de 1º e 2º graus. A
mudança de comportamento, operacionalização de despeito da máquina oficial, entretanto, não há indícios
objetivos, uso de procedimentos científicos (instrução seguros de que os professores da escola pública tenham
programada, au-diovisuais, avaliação etc., inclusive a assimilado a pedagogia tecnicista, pelo menos em termos de
programação de livros didáticos). ideário. A aplicação da metodologia tecnicista (plane-
Relacionamento professor-aluno - São relações estru- jamento, livros didáticos programados, procedimentos de
turadas e objetivas, com papéis bem definidos: o profes- avaliação etc.) não configura uma postura tecnicista do
sor administra as condições de transmissão da matéria, professor; antes, o exercício profissional continua mais para
conforme um sistema instrucional eficiente e efetivo em uma postura eclética em torno de princípios pedagógicos
termos de resultados da aprendizagem; o aluno recebe,
assentados nas pedagogias tradicional e renovada.
aprende e fixa as informações. O professor é apenas um
elo de ligação entre a verdade científica e o aluno, caben- Pedagogia progressista
do-lhe empregar o sistema instrucional previsto. O aluno
é um indivíduo responsivo, não participa da elaboração O termo “progressista”, emprestado de Snyders, é
do programa educacional. Ambos são espectadores frente usado aqui para designar as tendências que, partindo de
à verdade objetiva. A comunicação professor-aluno tem uma análise crítica das realidades sociais, sustentam im-
um sentido exclusivamente técnico, que é o de garantir a plicitamente as finalidades sociopolíticas da educação.
eficá-cia da transmissão do conhecimento. Debates, Evidentemente a pedagogia progressista não tem como
discussões, questionamentos são desnecessários, assim institucionalizar-se numa sociedade capitalista; daí ser ela
como pouco importam as relações afetivas e pessoais dos um instrumento de luta dos professores ao lado de outras
sujeitos en-volvidos no processo ensino aprendizagem. práticas sociais.
Pressupostos de aprendizagem - As teorias de apren- A pedagogia progressista tem-se manifestado em três
dizagem que fundamentam a pedagogia tecnicista dizem tendências: a libertadora, mais conhecida como pedagogia de
que aprender é uma questão de modificação do desempe- Paulo Freire; a libertária, que reúne os defensores da
nho: o bom ensino depende de organizar eficientemente as autogestão pedagógica; a crítico-social dos conteúdos que,
condições estimuladoras, de modo a que o aluno saia da diferentemente das anteriores, acentua a primazia dos con-
situação de aprendizagem diferente de como entrou. Ou seja, teúdos no seu confronto com as realidades sociais.
o ensino é um processo de condicionamento atra-vés do uso As versões libertadora e libertária têm em comum o
de reforçamento das respostas que se quer ob-ter. Assim, os antiautoritarismo, a valorização da experiência vívida como
sistemas instrucionais visam ao controle do comportamento base da relação educativa e a ideia de autogestão peda-
individual face objetivos preestabelecidos. Trata-se de um gógica. Em função disso, dão mais valor ao processo de
enfoque diretivo do ensino, centrado no controle das aprendizagem grupal (participação em discussões, assem-
condições que cercam o organismo que se comporta. O bleias, votações) do que aos conteúdos de ensino. Como
objetivo da ciência pedagógica, a partir da psicologia, é o decorrência, a prática educativa somente faz sentido numa
estudo científico do comportamento: des-cobrir as leis prática social junto ao povo, razão pela qual preferem as
naturais que presidem as reações físicas do organismo que modalidades de educação popular “não formal”.
aprende, a fim de aumentar o controle das variáveis que o A tendência da pedagogia crítico-social dos conteúdos
afetam. Os componentes da aprendi-zagem - motivação, propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicio-nal
retenção, transferência - decorrem da aplicação do e renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto
comportamento operante Segundo Skinner, o inserida na prática social concreta. Entende a escola como
comportamento aprendido é uma resposta a estímulos mediação entre o individual e o social, exercendo aí a arti-
externos, controlados por meio de reforços que ocorrem com culação entre a transmissão dos conteúdos e a assimilação
a resposta ou após a mesma: “Se a ocorrência de um ativa por parte de um aluno concreto (inserido num con-
(comportamento) operante é seguida pela apresentação de
texto de relações sociais); dessa articulação resulta o saber
um estímulo (reforçador), a probabilidade de reforça-mento é
criticamente reelaborado.
aumentada”. Entre os autores que contribuem para os
estudos de aprendizagem destacam-se: Skinner, Gagné, Tendência progressista libertadora
Bloon e Mager.
Manifestações na prática escolar - A influência da peda- Papel da escola - Não é próprio da pedagogia liberta-
gogia tecnicista remonta à 2ª metade dos anos 50 (PABAEE - dora falar em ensino escolar, já que sua marca é a atuação
Programa Brasileiro-americano de Auxílio ao Ensino Ele- “não formal”. Entretanto, professores e educadores enga-
mentar). Entretanto foi introduzida mais efetivamente no final jados no ensino escolar vêm adotando pressupostos dessa
dos anos 60 com o objetivo de adequar o sistema pedagogia. Assim, quando se fala na educação em geral, diz-
educacional à orientação político-econômica do regime se que ela é uma atividade onde professores e alunos,
militar: inserir a escola nos modelos de racionalização do mediatizados pela realidade que apreendem e da qual ex-
sistema de produção capitalista. É quando a orientação traem o conteúdo de aprendizagem, atingem um nível de

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
consciência dessa mesma realidade, a fim de nela próprias da “educação bancária”, portanto, domesticado-
atuarem, num sentido de transformação social. Tanto a ras. Entretanto admite-se a avaliação da pratica vivencia-
educação tradicional, denominada “bancária” - que visa da entre educador-educandos no processo de grupo e, às
apenas de-positar informações sobre o aluno -, quanto a vezes, a auto avaliação feita em termos dos compromissos
educação renovada - que pretenderia uma libertação assumidos com a pratica social.
psicológica in-dividual - são domesticadoras, pois em Relacionamento professor-aluno - No diálogo, como
nada contribuem para desvelar a realidade social de método básico, a relação é horizontal, onde educador e
opressão. A educação libertadora, ao contrário, questiona educandos se posicionam como sujeitos do ato de conhe-
concretamente a rea-lidade das relações do homem com cimento. O critério de bom relacionamento é a “total iden-
a natureza e com os outros homens, visando a uma tificação com o povo, sem o que a relação pedagógica per-
transformação - dai ser uma educação crítica. de consistência”. Elimina-se, por pressuposto, toda relação de
Conteúdos de ensino - Denominados “temas gerado- autoridade, sob pena de esta inviabilizar o trabalho de
res”, são extraídos da problematização da prática de vida conscientização, de “aproximação de consciências”. Trata--se
dos educandos. Os conteúdos tradicionais são recusados de uma “não-diretividade”, mas não no sentido do pro-fessor
porque cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pe- que se ausenta (como em Rogers), mas que perma-nece
dagógica dispõe em si próprio, ainda que de forma rudi- vigilante para assegurar ao grupo um espaço humano para
mentar, dos conteúdos necessários dos quais se parte. O “dizer sua palavra” para se exprimir sem se neutralizar.
importante não é a transmissão de conteúdos específicos, Pressupostos de aprendizagem - A própria designação de
mas despertar uma nova forma da relação com a “educação problematizadora” como correlata de edu-cação
experiên-cia vivida. A transmissão de conteúdos libertadora revela a força motivadora da aprendiza-gem. A
estruturados a partir de fora é considerada como “invasão motivação se dá a partir da codificação de uma si-tuação-
cultural” ou “depósi-to de informação’’ porque não problema, da qual se toma distância para analisá-la
emerge do saber popular. Se forem necessários textos de criticamente. “Esta análise envolve o exercício da abstração,
leitura estes deverão ser redigidos pelos próprios através da qual procuramos alcançar, por meio de repre-
educandos com a orientação do educador”. sentações da realidade concreta, a razão de ser dos fatos”.
Em nenhum momento o inspirador e mentor da peda- Aprender é um ato de conhecimento da realidade
gogia libertador Paulo Freire, deixa de mencionar o caráter con-creta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e
essencialmente político de sua pedagogia, o que, segundo só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica
suas próprias palavras, impede que ela seja posta em prá-tica dessa realidade. O que é aprendido não decorre de uma
em termos sistemáticos, nas instituições oficiais, antes da impo-sição ou memorização, mas do nível crítico de
transformação da sociedade. Daí porque sua atuação se dê conheci-mento, ao qual se chega pelo processo de
mais a nível da educação extraescolar. O que não tem compreensão, reflexão e crítica. O que o educando
impedido, por outro lado, que seus pressupostos sejam transfere, em termos de conhecimento, é o que foi
adotados e aplicados por numerosos professores. incorporado como resposta às situações de opressão - ou
Métodos de ensino - “Para ser um ato de conhecimen- seja, seu engajamento na militância política.
to o processo de alfabetização de adultos demanda, entre Manifestações na prática escolar - A pedagogia liber-
educadores e educandos, uma relação de autêntico diálo- tadora tem como inspirador e divulgador Paulo Freire, que
go; aquela em que os sujeitos do ato de conhecer se en- tem aplicado suas ideias pessoalmente em diversos países,
contram mediatizados pelo objeto a ser conhecido” (...) “O primeiro no Chile, depois na África. Entre nós, tem exercido
diálogo engaja ativamente a ambos os sujeitos do ato de uma influencia expressiva nos movimentos populares e sin-
conhecer: educador-educando e educando-educador”. dicatos e, praticamente, se confunde com a maior parte das
Assim sendo, a forma de trabalho educativo é o “gru- experiências do que se denomina “educação popular”. Há
po de discussão a quem cabe autogerir a aprendizagem, diversos grupos desta natureza que vêm atuando não so-
definindo o conteúdo e a dinâmico das atividades. O pro- mente no nível da prática popular, mas também por meio de
fessor é um animador que, por princípio, deve “descer ao publicações, com relativa independência em relação às ideias
nível dos alunos, adaptando-se às suas características è ao originais da pedagogia libertadora. Embora as for-mulações
desenvolvimento próprio de cada grupo. Deve caminhar teóricas de Paulo Freire se restrinjam à educação de adultos
“junto”, intervir o mínimo indispensável, embora não se ou à educação popular em geral, muitos pro-fessores vêm
furte, quando necessário, a fornecer uma informação mais
tentando colocá-las em prática em todos os graus de ensino
sistematizada.
formal.
Os passos da aprendizagem - Codificação-decodifica-ção,
e problematização da situação - permitirão aos edu-candos Tendência progressista libertária
um esforço de compreensão do “vivido”, até chegar a um
nível mais crítico de conhecimento e sua realidade, sempre Papel da escola - A pedagogia libertária espera que a
através da troca de experiência em torno da prá-tica social. escola exerça uma transformação na personalidade dos
Se nisso consiste o conteúdo do trabalho edu-cativo, alunos num sentido libertário e auto gestionário. A ideia
dispensam um programa previamente estruturado, trabalhos básica é introduzir modificações institucionais, a partir dos
escritos, aulas expositivas assim como qualquer tipo de níveis subalternos que, em seguida, vão “contaminando”
verificação direta da aprendizagem, formas essas todo o sistema. A escola instituirá, com base na participa-

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
ção grupal, mecanismos institucionais de mudança (assem- e ideias, sem transformar o aluno em “objeto”. O
bleias, conselhos, eleições, reuniões, associações etc.), de tal professor é um orientador e um catalisador, ele se mistura
forma que o aluno, uma vez atuando nas instituições ao grupo para uma reflexão em comum.
“externas”, leve para lá tudo o que aprendeu. Outra forma de Se os alunos são livres frente ao professor, também
atuação da pedagogia libertária, correlata á primeira, é - este o é em relação aos alunos (ele pode, por exemplo,
aproveitando a margem de liberdade do sistema - criar recusar-se a responder uma pergunta, permanecendo em
grupos de pessoas com princípios educativos autogestio- silêncio). Entretanto, essa liberdade de decisão tem um
nários (associações, grupos informais, escolas autogestio- sentido bastante claro: se um aluno resolve não participar,
nários). Há, portanto, um sentido expressamente político, à o faz porque não se sente integrado, mas o grupo tem
medida que se afirma o indivíduo como produto do social e res-ponsabilidade sobre este fato e vai se colocar a
que o desenvolvimento individual somente se realiza no questão; quando o professor se cala diante de uma
coletivo. A autogestão é, assim, o conteúdo e o método; pergunta, seu silêncio tem um significado educativo que
resume tanto o objetivo pedagógico quanto o político. A pode, por exem-plo, ser uma ajuda para que o grupo
pedagogia libertária, na sua modalidade mais conhecida assuma a resposta ou a situação criada. No mais, ao
entre nós, a “pedagogia institucional”, pretende ser uma professor cabe a função de “conselheiro” e, outras vezes,
forma de resistência contra a burocracia como instrumento de instrutor-monitor à dis-posição do grupo. Em nenhum
da ação dominadora do Estado, que tudo controla (profes- momento esses papéis do professor se confundem com o
sores, programas, provas etc.), retirando a autonomia. de “modelo”, pois a peda-gogia libertária recusa qualquer
Conteúdos de ensino - As matérias são colocadas à forma de poder ou auto-ridade.
dis-posição do aluno, mas não são exigidas. Pressupostos de aprendizagem - As formas burocrá-
É um instrumento a mais, porque importante é o co- ticas das instituições existentes, por seu traço de impes-
nhecimento que resulta das experiências vividas pelo gru-po, soalidade, comprometem o crescimento pessoal. A ênfase
especialmente a vivência de mecanismos de partici-pação na aprendizagem informal via grupo, e a negação de toda
crítica. “Conhecimento” aqui não é a investigação cognitiva forma de repressão visam favorecer o desenvolvimento de
do real, para extrair dele um sistema de represen-tações pessoas mais livres. A motivação está, portanto, no
mentais, mas a descoberta de respostas as necessi-dades e às interes-se em crescer dentro da vivência grupal, pois se
exigências da vida social. Assim, os conteúdos propriamente supõe que o grupo devolva a cada um de seus membros
ditos são os que resultam de necessidades e interesses a satisfação de suas aspirações e necessidades.
manifestos pelo grupo e que não são, necessária nem Somente o vivido, o experimentado é incorporado e
indispensavelmente, as matérias de estudo. utilizável em situações novas. Assim, o critério de relevân-cia
Método de ensino - É na vivência grupal, na forma de do saber sistematizado é seu possível uso prático. Por isso
autogestão, que os alunos buscarão encontrar as bases mais mesmo, não faz sentido qualquer tentativa de avalia-ção da
satisfatórias de sua própria «instituição», graças à sua própria aprendizagem, ao menos em termos de conteúdo.
iniciativa e sem qualquer forma de poder. Trata-se de Outras tendências pedagógicas correlatas - A pedago-
«colocar nas mãos dos alunos tudo o que for possível: o gia libertária abrange quase todas as tendências antiautori-
conjunto da vida, as atividades e a organização do trabalho tárias em educação, entre elas, a anarquista, a psicanalista, a
no interior da escola (menos a elaboração dos programas e a dos sociólogos, e também a dos professores progressis-tas.
decisão dos exames que não dependem nem dos docen-tes, Embora Neill e Rogers não possam ser considerados
nem dos alunos)”. Os alunos têm liberdade de trabalhar ou progressistas (conforme entendemos aqui), não deixam de
não, ficando o interesse pedagógico na dependência de suas influenciar alguns libertários, como Lobrot. Entre os estran-
necessidades ou das do grupo. geiros devemos citar Vasquez c Oury entre os mais recen-tes,
O progresso da autonomia, excluída qualquer direção Ferrer y Guardia entre os mais antigos. Particularmente
de fora do grupo, se dá num “crescendo”: primeiramente significativo é o trabalho de C. Freinet, que tem sido muito
a oportunidade de contatos, aberturas, relações informais estudado entre nós, existindo inclusive algumas escolas
entre os alunos. Em seguida, o grupo começa a se organi- aplicando seu método.
zar, de modo que todos possam participar de discussões, Entre os estudiosos e divulgadores da tendência liber-
cooperativas, assembleias, isto é, diversas formas de parti- tária pode-se citar Maurício Tragtenberg, apesar da tônica
cipação e expressão pela palavra; quem quiser fazer outra de seus trabalhos não ser propriamente pedagógica, mas
coisa, ou entra em acordo com o grupo, ou se retira. No de crítica das instituições em favor de um projeto
terceiro momento, o grupo se organiza de forma mais
autoges-tionário.
efe-tiva e, finalmente, no quarto momento, parte para a
execu-ção do trabalho. Tendência progressista “crítico social dos conteú-
Relação professor-aluno - A pedagogia institucional visa
dos”
“em primeiro lugar, transformar a relação professor-aluno no
sentido da não-diretividade, isto é, considerar desde o início Papel da escola - A difusão de conteúdos é a tarefa pri-
a ineficácia e a nocividade de todos os métodos à base de mordial. Não conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e,
obrigações e ameaças”. Embora professor e aluno sejam portanto, indissociáveis das realidades sociais. A valoriza-ção
desiguais e diferentes, nada impede que o professor se da escola como instrumento de apropriação do saber é o
ponha a serviço do aluno, sem impor suas concepções melhor serviço que se presta aos interesses populares, já

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
que a própria escola pode contribuir para eliminar a seleti- Métodos de ensino - A questão dos métodos se subor-
vidade social e torná-la democrática. Se a escola é parte in- dina à dos conteúdos: se o objetivo é privilegiar a aquisição
tegrante do todo social, agir dentro dela é também agir no do saber, e de um saber vinculado às realidades sociais, é
rumo da transformação da sociedade. Se o que define uma preciso que os métodos favoreçam a correspondência dos
pedagogia crítica é a consciência de seus condicionantes conteúdos com os interesses dos alunos, e que estes pos-
histórico-sociais, a função da pedagogia “dos conteúdos” é sam reconhecer nos conteúdos o auxílio ao seu esforço de
dar um passo à frente no papel transformador da escola, mas compreensão da realidade (prática social). Assim, nem se
a partir das condições existentes. Assim, a condição para que trata dos métodos dogmáticos de transmissão do saber da
a escola sirva aos interesses populares é garantir a todos um pedagogia tradicional, nem da sua substituição pela desco-
bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos escolares berta, investigação ou livre expressão das opiniões, como se
básicos que tenham ressonância na vida dos alu-nos. o saber pudesse ser inventado pela criança, na concep-ção
Entendida nesse sentido, a educação é “uma atividade da pedagogia renovada.
mediadora no seio da prática social global”, ou seja, uma das Os métodos de uma pedagogia crítico-social dos con-
mediações pela qual o aluno, pela intervenção do pro-fessor teúdos não partem, então, de um saber artificial, deposita-do
e por sua própria participação ativa, passa de uma a partir de fora, nem do saber espontâneo, mas de uma
experiência inicialmente confusa e fragmentada (sincrética) a relação direta com a experiência do aluno, confrontada com
uma visão sintética, mais organizada e unificada. o saber trazido de fora. O trabalho docente relaciona a
Em síntese, a atuação da escola consiste na preparação prática vivida pelos alunos com os conteúdos propostos pelo
do aluno para, o mundo adulto e suas contradições, forne- professor, momento em que se dará a “ruptura” em relação à
cendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de con- experiência pouco elaborada. Tal ruptura apenas é possível
teúdos e da socialização, para uma participação organizada e com a introdução explícita, pelo professor, dos elementos
ativa na democratização da sociedade. novos de análise a serem aplicados criticamente à prática do
Conteúdos de ensino - São os conteúdos culturais uni- aluno. Em outras palavras, uma aula começa pela constatação
versais que se constituíram em domínios de da prática real, havendo, em seguida, a consciência dessa
conhecimento relativamente autônomos, incorporados prática no sentido de referi-la aos ter-mos do conteúdo
pela humanidade, mas permanentemente reavaliados face proposto, na forma de um confronto entre a experiência e a
às realidades so-ciais. Embora se aceite que os conteúdos explicação do professor. Vale dizer: vai-se da ação à
são realidades exteriores ao aluno, que devem ser compreensão e da compreensão à ação, até a síntese, o que
assimilados e não sim-plesmente reinventados eles não
não é outra coisa senão a unidade entre a teoria e a prática.
são fechados e refratários às realidades sociais. Não basta
Relação professor-aluno - Se, como mostramos ante-
que os conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que
riormente, o conhecimento resulta de trocas que se esta-
bem ensinados, é preciso que se liguem, de forma
belecem na interação entre o meio (natural, social, cultural) e
indissociável, à sua significação huma-na e social.
o sujeito, sendo o professor o mediador, então a relação
Essa maneira de conceber os conteúdos do saber não pedagógica consiste no provimento das condições em que
estabelece oposição entre cultura erudita e cultura popu- professores e alunos possam colaborar para fazer progre-dir
lar, ou espontânea, mas uma relação de continuidade em essas trocas. O papel do adulto é insubstituível, mas acentua-
que, progressivamente, se passa da experiência imediata e se também a participação do aluno no processo. Ou seja, o
desorganizada ao conhecimento sistematematizado. Não aluno, com sua experiência imediata num con-texto cultural,
que a primeira apreensão da realidade seja errada, mas é participa na busca da verdade, ao confrontá--la com os
necessária a ascensão a uma forma de elaboração supe- conteúdos e modelos expressos pelo professor. Mas esse
rior, conseguida pelo próprio aluno, com a intervenção do esforço do professor em orientar, em abrir pers-pectivas a
professor. partir dos conteúdos, implica um envolvimento com o estilo
A postura da pedagogia “dos conteúdos” - Ao admitir um de vida dos alunos, tendo consciência inclusive dos
conhecimento relativamente autônomo - assume o saber contrastes entre sua própria cultura e a do aluno. Não se
como tendo um conteúdo relativamente objetivo, mas, ao contentará, entretanto, em satisfazer apenas as necessi-dades
mesmo tempo, introduz a possibilidade de uma reavalia-ção e carências; buscará despertar outras necessidades, acelerar e
crítica frente a esse conteúdo. Como sintetiza Snyders, ao disciplinar os métodos de estudo, exigir o es-forço do aluno,
mencionar o papel do professor, trata-se, de um lado, de propor conteúdos e modelos compatíveis com suas
obter o acesso do aluno aos conteúdos, ligando-os com a experiências vividas, para que o aluno se mobilize para uma
experiência concreta dele - a continuidade; mas, de outro, de participação ativa.
proporcionar elementos de análise crítica que ajudem o Evidentemente o papel de mediação exercido em torno
aluno a ultrapassar a experiência, os estereótipos, as pres- da análise dos conteúdos exclui a não-diretividade como
sões difusas da ideologia dominante - é a ruptura. forma de orientação do trabalho escolar, por que o diálo-go
Dessas considerações resulta claro que se pode ir do adulto-aluno é desigual. O adulto tem mais experiência
saber ao engajamento político, mas não o inverso, sob o acerca das realidades sociais, dispõe de uma formação (ao
risco de se afetar a própria especificidade do saber e até menos deve dispor) para ensinar, possui conhecimentos e a
cair-se numa forma de pedagogia ideológica, que é o que ele cabe fazer a análise dos conteúdos em confronto com as
se critica na pedagogia tradicional e na pedagogia nova. realidades sociais. A não-diretividade abandona os alu-

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
nos a seus próprios desejos, como se eles tivessem uma teúdos articulada com a adoção de métodos que garan-
tendência espontânea a alcançar os objetivos esperados da tam a participação do aluno que, muitas vezes sem saber
educação. Sabemos que as tendências espontâneas e natu- avançam na democratização do ensino para as camadas
rais não são “naturais”, antes são tributárias das condições de
populares.
vida e do meio. Não são suficientes o amor, a aceitação, para
que os filhos dos trabalhadores adquiram o desejo de Em favor da pedagogia crítico-social dos conteúdos
estudar mais, de progredir: é necessária a intervenção do
professor para levar o aluno a acreditar nas suas possibi- Haverá sempre objeções de que estas considerações
lidades, a ir mais longe, a prolongar a experiência vivida. levam a posturas antidemocráticas, ao autoritarismo, à cen-
Pressupostos de aprendizagem - Por um esforço pró- tralização no papel do professor e à submissão do aluno.
prio, o aluno se reconhece nos conteúdos e modelos so- Mas o que será mais democrático: excluir toda forma
ciais apresentados pelo professor; assim, pode ampliar sua de direção, deixar tudo à livre expressão, criar um clima
própria experiência. O conhecimento novo se apoia numa amigável para alimentar boas relações, ou garantir aos
estrutura cognitiva já existente, ou o professor provê a es- alu-nos a aquisição de conteúdos, a análise de modelos
trutura de que o aluno ainda não dispõe. O grau de envol- sociais que vão lhes fornecer instrumentos para lutar por
vimento na aprendizagem dependa tanto da prontidão e seus di-reitos? Não serão as relações democráticas no
disposição do aluno, quanto do professor e do contexto estilo não--diretivo uma forma sutil de adestramento, que
da sala de aula. levaria a reivindicações sem conteúdo? Representam a as
Aprender, dentro da visão da pedagogia dos conteú- relações não-diretivas as reais condições do mundo social
dos, é desenvolver a capacidade de processar informações adulto? Seriam capazes de promover a efetiva libertação
e lidar com os estímulos do ambiente, organizando os da- do ho-mem da sua condição de dominado?
dos disponíveis da experiência. Em consequência, admite- Um ponto de vista realista da relação pedagógica não
-se o princípio da aprendizagem significativa que supõe, recusa a autoridade pedagógica expressa na sua função de
como passo inicial, verificar aquilo que o aluno já sabe. O ensinar. Mas não deve confundir autoridade com autorita-
professor precisa saber (compreender) o que os alunos di- rismo. Este se manifesta no receio do professor em ver sua
zem ou fazem, o aluno precisa compreender o que o pro- autoridade ameaçada; na falta de consideração para com o
fessor procura dizer-lhes. A transferência da aluno ou na imposição do medo como forma de tornar mais
aprendizagem se dá a partir do momento da síntese, isto cômodo e menos estafante o ato de ensinar.
é, quando o alu-no supera sua visão parcial e confusa e Além do mais, são incongruentes as dicotomias, difun-
adquire uma visão mais clara e unificadora. didas por muitos educadores, entre “professor-policial” e
Resulta com clareza que o trabalho escolar precisa ser “professor-povo”, entre métodos diretivos e não-diretivos,
avaliado, não como julgamento definitivo e dogmático do entre ensino centrado no professor e ensino centrado no
professor, mas como uma comprovação para o aluno de estudante. Ao adotar tais dicotomias, amortece-se a pre-
seu progresso em direção a noções mais sistematizadas. sença do professor como mediador pelos conteúdos que
Manifestações na prática escolar - O esforço de elabo- explicita, como se eles fossem sempre imposições dogmá-
ração de uma pedagogia “dos conteúdos” está em propor ticas e que nada trouxessem de novo.
modelos de ensino voltados para a interação conteúdos-- Evidentemente que ao se advogar a intervenção do
realidades sociais; portanto, visando avançar em termos professor, não se está concluindo pela negação da relação
de uma articulação do político e do pedagógico, aquele professor-aluno. A relação pedagógica é uma relação com
como extensão deste, ou seja, a educação “a serviço da um grupo e o clima do grupo é essencial na pedagogia.
transformação das relações de produção”. Ainda que a Nesse sentido, são bem-vindas as considerações formula-
curto prazo se espere do professor maior conhecimento das pela “dinâmica de grupo”, que ensinam o professor a
dos conteúdos de sua matéria e o domínio de formas de relacionar-se com a classe; a perceber os conflitos; a sa-
transmissão, a fim de garantir maior competência técnica, ber, que está lidando com uma coletividade e não com
sua contribuição “será tanto mais eficaz quanto mais seja indivíduos isolados, a adquirir a confiança dos alunos. En-
capaz de compreender os vínculos de sua prática com a tretanto, mais do que restringir-se ao malfadado “trabalho
prática social global”, tendo em vista (...) “a em grupo”, o cair na ilusão da igualdade professor-aluno,
democratização da sociedade brasileira, o atendimento trata-se de encarar o grupo classe como uma coletividade
aos interesses das camadas populares, a transformação onde são trabalhados modelos de interação como a ajuda
estrutural da socieda-de brasileira”. mútua, o respeito aos outros, os esforços coletivos, a au-
Dentro das linhas gerais expostas aqui, podemos citar a tonomia nas decisões, a riqueza da vida em comum, e ir
experiência pioneira, mas mais remota do educador e es- ampliando progressivamente essa noção (de coletividade)
critor russo, Makarenko. Entre os autores atuais citamos B. para a escola, a cidade a sociedade toda.
Charlot, Suchodolski, Manacorda e, de maneira especial, G. Por fim, situar o ensino centrado no professor e o ensi-
Snyders, além dos autores brasileiros que vem desenvol- no centrado no aluno em extremos opostos é quase negar a
vendo investigações relevantes, destacando-se Demerval relação pedagógica porque não há um aluno, ou grupo de
Saviani. Representam também as propostas aqui apresen- alunos, aprendendo sozinho, nem um professor ensi-nando
tadas os inúmeros professores da rede escolar pública que se para as paredes. Há um confronto do aluno entre sua cultura
ocupam, competentemente, de uma pedagogia de con- e a herança cultural da humanidade, entre seu

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
modo de viver e os modelos sociais desejáveis para um rais reconhecidas e representadas na cultura nacional, pois
projeto novo de sociedade. E há um professor que inter- por trás das nossas diferenças, há a mesma humanidade.
vém, não para se opor aos desejos e necessidades ou a Há várias formas de composição curricular, mas os Pa-
liberdade e autonomia do aluno, mas para ajudá-lo a râmetros Curriculares Nacionais indicam que os modelos
ultra-passar suas necessidades e criar outras, para ganhar dominantes na escola brasileira, multidisciplinar e pluridis-
auto-nomia, para ajudá-lo no seu esforço de distinguir a ciplinar, marcados por uma forte fragmentação, devem ser
verdade do erro, para ajudá-lo a compreender as substituídos, na medida do possível, por uma perspectiva
realidades sociais e sua própria experiência. interdisciplinar e transdisciplinar.
O currículo escolar é um elemento importante para o Para elaboração de um currículo escolar devemos le-
planejamento do professor, pois pode organizar os con- var em consideração as vertentes caracterizadas pela: on-
teúdos e as atividades, com tudo é um recurso para um tologia (trata da natureza do ser); epistemologia (define a
educador e não uma lei rígida ou um mandamento a ser natureza dos conhecimentos e o processo de conhecer);
seguido metodologicamente, podendo ser usado como um axiologia (preocupa-se com a natureza do bom e mau, in-
norte para a prática pedagógica, com flexibilidade de ajustes cluindo o estético).
para melhor atender as necessidades do educando. As ciências nos mostram que não há desenvolvimento
A escola, não é apenas um espaço social sustentado sem o capital social, gerador de inovação, de
emancipatório ou libertador, mas também é um cenário responsabilidade e de participação cívica. E que a escola-
de socialização da mudança. Sendo um ambiente social, rização é a condição fundamental de acesso à cultura, ao
tem um duplo currí-culo, o explicito e o formal, o oculto e sentido crítico, à participação cívica, ao reconhecimento
informal. A prática do currículo é geralmente acentuada
do belo, e ao respeito pelo outro.
na vida dos alunos estando associada às mensagens de
natureza afetiva e às atitudes e valores. O Currículo Currículo
educativo representa a com-posição dos conhecimentos e
valores que caracterizam um processo social. Ele é Em todo o projeto de formação, o currículo adquire
proposto pelo trabalho pedagógico nas escolas. centralidade, pois não só é conhecimento, como também é
Atualmente, o currículo é uma construção social, na um processo que adquire forma e sentido, de acordo com a
acepção de estar inteiramente vinculada a um momento organização em que se realiza e em função do espaço e
histórico, à determinada sociedade e às relações com o tempo em que se materializa. Dado o seu peso histórico
co-nhecimento. Nesse sentido, a educação e currículo são (Baker, 2009), já que não é uma retórica do presente, mas
vis-tos intimamente envolvidos com o processo cultural, uma construção social e cultural ligada a propósitos políti-
como construção de identidades locais e nacionais. cos e económicos (Goodson, 2001), o currículo tem conhe-
Hoje existem várias formas de ensinar e aprender e cido uma reconceptualização teórica, marcada, primeiro, pelo
umas delas é o currículo oculto. Para Silva, o currículo primado da educação e/ou instrução, depois pela for-mação
ocul-to é “o conjunto de atitudes, valores e vocacional e, por último, pela aprendizagem.
comportamentos que não fazem parte explícita do A mudança de paradigma, preconizada pelas organiza-
currículo, mas que são implicitamente ensinados através ções trans-e-supranacionais, que consiste na passagem do
das relações sociais, dos rituais, das práticas e da ensino à aprendizagem (Pacheco, 2009), faz parte dos refe-
configuração espacial e temporal da escola”. rentes das políticas de educação e formação que configu-ram
Ao pensarmos no homem como um ser histórico, tam- o sistema educativo mundial, instituindo um “sistema de
bém refletiremos em um currículo que atenderá em épocas mundo globalizado” (Lipovetsky & Serroy, 2010:15), lar-
diferentes a interesses, em certo espaço e tempo históri-co. gamente responsável pelas decisões político-administrati-vas
Existe uma diferença conceitual entre currículo, que é o que introduzem a homogeneização curricular, no âm-bito de
conjunto de ações pedagógicas e a matriz curricular, que é a um processo de legitimação das políticas nacionais, pelas
lista de disciplinas e conteúdos do currículo. referidas agendas globais (Teodoro & Estrela, 2010).
O Currículo, não é imparcial, é social e culturalmente Como refere Anderson-Levitt (2008:356), a globaliza-ção
definido, reflete uma concepção de mundo, de sociedade origina um diálogo comum sobre as reformas, “tor-nando,
e de educação, implica relações de poder, sendo o centro aparentemente, mais uniforme o currículo a nível mundial”
da ação educativa. A visão do currículo está associada ao através de consensos em torno dos mesmos con-teúdos. É
con-junto de atividades intencionalmente desenvolvidas neste sentido que se argumenta que o principal contributo
para o processo formativo. das políticas de educação e formação, oriundas dos
O currículo é um instrumento político que se vincula à organismos trans-e-supranacionais, reside na mudan-ça
ideologia, à estrutura social, à cultura e ao poder. A cultura é conceitual que introduzem, pois tais organismos “glo-
o conteúdo da educação, sua essência e sua defesa, e balizados” e “globalizantes” são o rosto macropolítico de
currículo é a opção realizada dentro dessa cultura. As teo-rias decisões curriculares, agindo como “centros de produção de
críticas nos informam que a escola tem sido um lugar de significado” (Bauman,1999), cujas faces se escondem atrás de
subordinação e reprodução da cultura da classe domi-nante, máscaras, protegidas por conceitos económicos.
das elites, da burguesia. Porém, com a pluralidade cultural, A mudança paradigmática, estimulada pela sociedade
aparece o movimento de exigência dos grupos culturais de conhecimento, traz uma ressignificação quer do que se
dominados que lutam para ter suas raízes cultu- entende por currículo (mais centrado em quem aprende e

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
não tanto em quem ensina, alterando-se, desde já, a rela- (Ibid.). Torna-se, assim, óbvio que a homogeneização opera
ção com o conhecimento e que se passa a entender por ao nível do currículo intencional (prescrito, oficial, escrito),
conhecimento), quer novas (ou velhas) formas de enquanto que, ao nível da sala de aula existe a diversidade.
organiza-ção curricular, com destaque para a organização Esta análise pode ser ainda mais potencializada pela
modular metodologia ativa, currículo nacional enroupado noção de cultura-mundo, que de modo algum pode ser
em com-petências/metas de aprendizagem e qualificação perspectivada como sendo una e unificada, como
dos que estão aprendendo. reconhe-cem Lipovetsky e Serroy (2010):
Para além da mudança de autores e da reformula-ção “Ao mesmo tempo em que o mercado e as indústrias
de saberes, o novo paradigma, bastante determinado pela culturais fabricam uma cultura mundial caracterizada por
engenharia social (Pinar, 2007), a que se chama, tam-bém, uma forte corrente de homogeneização, assiste-se também á
lógica ou cultura de mercado (Pacheco, 2002), refor-mula multiplicação das solicitações comunitárias de diferença:
o conceito de aprendizagem, que deixa de ser lenta e quanto mais o mundo se globaliza, mais alguns particula-
profunda e passa a ser apressada, fazendo com que os rismos culturais aspiram a afirmar-se nele. Uniformização
professores e formadores se tornem em meros funcioná- globalitária e fragmentação cultural caminham par a par”.
rios do ato pedagógico que acontece na sala de aula, Para além da diversidade curricular, que existe ao nível
como sublinham Hargreaves e Fink (2007): das salas de aula e dos espaços de formação, observa-se que
“Vivemos em países com escolas apressadas [e tam- a noção de aprendizagem ao longo da vida contribui, de uma
bém noutros espaços de formação]. As grandes forma substantiva, para que o currículo seja con-siderado
finalidades são transformadoras em metas de curto prazo”
pela dinâmica do sujeito, fazendo-se com que o étimo latino
(…) “conse-quentemente, o currículo é abarrotado com
currere esteja na base da sua definição, tal como foi
mais conteú-dos, fazem-se mais testes, os conceitos são
argumentado pelo movimento da reconceptuali-zação,
transmitidos a grupos de idade mais novos, dedica-se
mais tempo aos aspectos básicos que serão testados, os iniciado na década de 1970 (Pinar, 1975). Porém, há uma
professores dão menos tempo aos alunos para diferença marcante: o currere é um processo de fabri-cação
responderem a questões nas aulas e as perguntas e a da subjetivação do sujeito sem que esteja dominado por uma
curiosidade começam a eva-porar-se”. racionalidade técnica e por uma lógica de merca-do, que
Analisando-se o efeito das políticas de educação e for- torna mais concreta a uniformização das práticas, apesar da
mação nas práticas de organização curricular, constata-se diversidade e heterogeneidade das ofertas, já que o princípio
que a homogeneização, definida ao nível macro, não tem pelo qual se regula o mercado baseia-se na performatividade
uma necessária correspondência com decisões tomadas aos dos resultados em função das escolhas e preferências dos
níveis meso e micro. Se, por um lado, a globalização é um indivíduos.
referente para as políticas de homogeneização do currículo, Aprendizagem ao longo da vida
especialmente ao nível do currículo prescrito, por outro,
contribui para a diversidade das práticas de forma-ção. Deste Se o currículo e o seu processo de desenvolvimento
modo, Anderson-Levitt (2008) observa que, em-bora exista forem considerados como uma construção social e cultural
uma vaga comum no currículo a nível mundial, “o currículo em torno do conhecimento e suas formas de organização em
difere quando é realizado nas salas de aula”. Além disso, a contextos educativos formais, informais e não formais, a
hibridação curricular é um processo que se reconhece a nível aprendizagem ao longo da vida corresponde a um efeito
nacional como sendo a expressão de di-ferenças, assumidas educacional que tem sido perspectivado de modo diferen-te
em função das lógicas da comunidade e dos autores. ao longo das gerações e que, de modo algum, pode tornar-
De fato, a globalização é um processo de convergência se num conceito exclusivo da educação de adul-tos. Sendo
de propósitos que usa um vocabulário comum acerca das um conceito-chave dos documentos da OCDE (Charlot, 2007)
reformas curriculares (Ibid.), caracterizado, acima de tudo, e da União Europeia (Alves, 2010; Pacheco, 2009), em estreita
pela centralidade do conhecimento, pelo reforço da iden-
ligação com a globalização e o neolibe-ralismo (Pacheco,
tidade do currículo nacional e pela existência de quadros de
2001; Teodoro, 2010), a aprendizagem é um processo em
referência para a qualificação, cuja visibilidade é bem patente
nas agendas transnacionais (Teodoro & Estrela, 2010). Esta devir, pois a educação é sempre propo-sicional e torna-se elo
asserção, aparentemente contraditória, é ali-mentada pelos de ligação entre gerações, fazendo parte dos desígnios
governos nacionais porque “a ideia de con-teúdos comuns sociais, culturais, económicos, políticos e ideológicos do
parece óbvia e inevitável”, prevalecendo, entre eles, a currículo, ainda que subordinado a tradi-ções diferentes.
“convergência quanto à existência de um core curriculum” Neste sentido, a aprendizagem ao longo da vida é tra-
(Anderson-Levitt, 2008). duzida, hoje em dia, por noções que reforçam a formação
Apesar da existência de uma mesma estrutura, tanto na para a empregabilidade e a responsabilização individual.
escola como nas salas de aula e noutros espaços informais e Tendo-se tornado numa retórica da sociedade de informa-
não formais de educação, existe uma diversidade naquilo que ção, a aprendizagem ao longo da vida não deixa de ter uma
é decidido no “currículo-em-ação pelos professores e alunos certa confusão terminológica (Lima, 2010), originando um
em contextos específicos, já que o que atualmente acontece léxico pedagógico variado que visa tornar mais compe-titivo
nas salas de aula varia amplamente no mundo” o mercado da educação e formação.

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Sendo devir, a aprendizagem não pode ter um marca- jeitos implicados na produção de sentido” (Silva, 2007:308).
dor temporal determinado, mesmo que se diga que, em Trata-se, com efeito, de discutir, tal como argumenta Pinar
termos de balizamento, vai do ensino pré-escolar até à pós- (2007), a construção do currículo como uma intersecção da
reforma (“do berço ao túmulo”), abrangendo também esfera pública com a esfera privada, de modo que o espaço e
qualquer tipo de educação (formal, informal ou não for-mal). o tempo de formação sejam uma realidade que diz respeito
Neste caso, a aprendizagem ao longo da vida, abar-cando ao sujeito e que não estejam, como relembra Touraine
“todos os espaços e tempos” da vida do indivíduo não (2009), subordinados ao discurso interpretativo dominante.
constitui, então, uma novidade recente (Alves, 2010), Tal discurso, pelo menos ao nível das políticas de educação e
respondendo a “aprendizagens úteis e eficazes, instrumen- formação da União Europeia, significa que a aprendizagem é
talizando-a e amputando-a das suas dimensões menos uma aquisição contínua de “conhecimen-tos, aptidões e
mercadorizáveis, esquecendo ou recusando, a substantivi- habilidades”, com vista a promover a mo-bilidade dos
dade da vida ao longo das aprendizagens” (Lima, 2010), cuja trabalhadores no interior da comunidade, em função da sua
orientação deve ser procurada na reedição do valor qualificação.
educacional da formação vocacional, agora filtrada curricu- Por conseguinte, a valorização da educação/forma-ção
larmente pelas competências que habilitam para a qualifi- não formal e informal como espaço de aprendizagem,
cação exigida em termos de padrões de empregabilidade. mesmo que direcionada para tendências de qualificação
Enquadrar a aprendizagem ao longo da vida nas po- orientada pela empregabilidade, contribui para ressigni-
líticas de educação e formação, cada vez mais globaliza-das ficação do currículo como projeto contínuo de formação,
(Pacheco, Morgado & Moreira, 2007) significa discu-tir, como deixando de ser complementar na perspectiva de uma
o faz Silva (2007) as temporalidades sociais e as formação entendida como reciclagem da formação inicial.
temporalidades biográficas, que se concretizam quer pelos Porém, o lado mais estruturante da aprendizagem ao lon-go
“discursos da importância e da necessidade da aprendiza- da vida, tal como se podem observar pela análise da iniciativa
gem ao longo da vida - que convoca os sujeitos individuais a governamental Novas Oportunidades, inserida no Plano
tornarem-se sujeitos aprendentes (Dubar, 2000), respon- Nacional de Emprego e no Plano Tecnológico (AAVV, 2010)
sabilizando-os nas suas aprendizagens e na rentabilização consiste na qualificação de jovens e qualificação de adultos
em competitividade/empregabilidade no mercado de tra- num contexto de competitividade social e no qua-dro de
balho e do emprego”-, “quer pela “constatação da (in) visi- uma “economia de conhecimento /serviços” (Gid-dens
bilidade de aprendizagens particulares e significativas e re- (2007), onde as credenciais (certificados, diplomas, graus) são
levantes em contextos de (inter) ação (sociais, lúdicos, pro- de importância acrescida). Se sobre este qua-dro de
fissionais…) mais ou menos informais ou não diretamente competição não temos muito a dizer, aceitando-se como
intencionais enquanto espaços-tempos de formação”. uma realidade resultante da globalização, a mesma
Por isso, a temporalidade social é compatível com uma aceitabilidade não pode ser afirmada quando, na apren-
aprendizagem ao longo da vida que se reconhece curricu- dizagem ao longo da vida, e, sobretudo nos indicadores que
larmente em formas diversas, sempre com a finalidade da são propostos (Ferreira & Tenório, 2010), os resultados
certificação e que passam por conferir à aprendizagem ao imediatos de certificação são substituídos pela qualidade dos
longo da vida uma dimensão mais formal, com um vertente processos de aprendizagem.
académica (Rothes, 2007), reconhecendo-se que, pela aná- Perante esta lógica curricular, aliás, bem patente com os
lise de dados documentais sobre a realidade portuguesa, tal princípios do neoliberalismo (Pacheco, 2001), em que a
aprendizagem “esteja a ser entendida, no quadro das mudança de paradigma não se opera somente pela passa-
orientações políticas estratégicas, de acordo com uma vi-são gem do ensino para a aprendizagem, mas, de igual modo, na
bastante escolarizada” (Alves, 2010), naquilo que é de- passagem dos objetivos para os resultados, com a rea-
signado pela prevalência da “ortopedia social” sobre outras firmação das competências como padrão do conhecimen-to
lógicas (de “animação/ocupação de tempos livres” e de “in- e dos padrões de qualificação, as novas modalidades de
tervenção comunitária”). aquisição e domínio de conhecimento tendem para a “des-
Quando a aprendizagem ao longo da vida se torna valorização do processo de aprendizagem em detrimento do
numa lógica ortopédica de qualificação, a instrumentali- resultado [que] pode ser entendido como um sinal de
zação curricular dessa aprendizagem, presente nas tem- influência da ideologia da racionalização de da “performa-
poralidades e espacialidades sociais e normativas, vira-se tividade” na educação, subvertendo princípios e finalidades
para o cumprimento de metas estatísticas e para uma educativas mais amplas” (Pires, 2007).
visão redutora do que é uma aprendizagem ao longo da Porém, e contrariamente ao que o conceito de apren-
vida, deixando de valorizar as temporalidades e dizagem ao longo da vida implica, a medida Novas Opor-
espacialidades pessoais ou biográficas. tunidades visa “dotar os cidadãos das competências essen-
Numa sobreposição do social sobre o pessoal, obser-va- ciais à moderna economia do conhecimento”, através de
se que a “organização do conhecimento reconhecido como duas estratégias fundamentais: “fazer do ensino profissio-
provido de relevância é o conhecimento que, “qua-lificando” nalizante de nível secundário uma verdadeira e real opção”;
os indivíduos, visa, igualmente, a qualificação do trabalho por “elevar a formação de base dos ativos” pelo sistema de re-
via da formação, sendo esta pensada hoje ex-clusivamente conhecimento, validação e certificação de competências”.
em termos de acesso ao mundo do trabalho”, silenciando, ao Quando o sentido deveria ser o da valorização das aprendi-
mesmo tempo, a atividade a autoria dos su- zagens não formais e informais, o que se verifica, em Portu-

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
gal, é o redimensionamento da formação escolar, valem para todos. Estes padrões marcam o grau máximo
colocada ao serviço da educação de adultos e, acima de de poder e de saber. Como tal, induzem no indivíduo a
tudo, dos objetivos relativos à qualificação estatística. convicção de que está sempre numa situação (a que cor-
As estratégias de implementação do conceito de responde um sentimento) de inferioridade e de impoder
aprendizagem ao longo da vida são muito diversas (Pache- face ao avaliador e à imagem ideal do avaliado (que vai
co, 2009, Canário 2007a; 2007b; Cavaco, 2009, Silva, 2003) e esforçar -se por a atingir” (Ibid.) .
todas elas pretendem que os indivíduos não só concluam o Sem a existência de um efetivo contrapeso ao domínio
ensino secundário (aumentando, por isso, o ensino profis- absoluto do mercado, os sistemas de educação e forma-ção,
sionalizante em substituição do ensino tecnológico), como tal como outros, são “cada vez mais redefinidos, rees-
também completem os seus percursos escolares interrom- truturados e invadidos pelas lógicas da concorrência, da
pidos e possam ver as suas competências certificadas. Nas competição e da obtenção de resultados, que se impõem
modalidades de educação de jovens e adultos sobressaem como a matriz, a pedra angular, da organização do nosso
mais a escolarização e a certificação do que a qualificação universo social” (Lipovetsky & Serroy, 2010:48). Daí que a
(Melo, 2007; Fragoso, 2007), sem que se registe uma me- comparabilidade se tenha tornado no referente principal da
lhoria curricular ao nível do conhecimento e das metodo- cultura de avaliação de prestação de contas e respon-
logias, já que muitos destes cursos funcionam nos padrões sabilização do individuo pelo seu sucesso/insucesso, pelo
curriculares das escolas dos ensinos básico e secundário. que as políticas curriculares e as avaliações são espelho e
Neste sentido, Canário (2007a) afirma que “a educação e reflexo (Teodoro & Montané, 2009).
formação de adultos têm vindo a ser marcadas por uma Quando o currículo e aprendizagem ao longo da vida
orientação triplamente redutora: privilegia a formação de são abordados em função do indivíduo e da sociedade, a
recursos humanos, assume modalidades escolarizadas e produção científica das últimas décadas em avaliação
dirige-se à capacitação individual. O sucesso deste pro- (Stake, 2006; Figari, 1996, Alves & Machado, 2009; Fernan-
grama depende da capacidade de ultrapassar esta prática
des, 2010) tem discutido os paradigmas, os modelos e as
teorias de uma forma dicotómica, como se fosse possível
redutora”.
privilegiar só o indivíduo ou só a sociedade, reiterando--
Avaliação se a sustentabilidade das funções formativa e sumativa da
avaliação.
Na relação currículo, aprendizagem ao longo da vida/ Neste caso, como sublinha Santos (2008), na relação
avaliação não há lugar a uma sobre determinação de que se estabelece entre educação e formação em função
qual-quer um dos conceitos, pois se entenderá que as do indivíduo ou do coletivo social, “devemos refletir se ela
políticas de educação e formação direcionadas para a é feita em função do indivíduo ou do coletivo social, ou,
performati-vidade seguem determinados princípios ainda, se da natureza da educação e formação de adultos,
organizadores - para Lipovetsky & Serroy, 2010:40, seriam ou, também, dada a sua singularidade, se ela se dá em
o mercado, a tecnociência e o indivíduo - que impõem o fun-ção de projetos pessoais, ou dos projetos político-
receio da ava-liação por parte dos sujeitos transformados sociais de desenvolvimento, ou até mesmo de ambos”.
em responsá-veis pelo seu sucesso ou fracasso: Sendo possível argumentar que, apesar da retórica
Destacando-se como dispositivo configurador de uma política que se encontra no conceito (Lima, 2010; Silva,
nova identidade, a ava-liação é uma técnica de biopoder, 2010; Canário & Rummert, 2007; Santos, 2008), a aprendi-
ou de subjugação, no sentido que Foucault (2010) atribui zagem ao longo da vida, tal como tem sido valorizada na
às políticas educativas e de saúde, contribuindo para a recuperação da formação vocacional e da avaliação con-
afirmação do medo: “num contexto em que aumentam as textualizada, com ênfase na aquisição, domínio e desen-
pressões do curto prazo, os indivíduos vivem no receio da volvimento de competências e na resposta estratégica a
avaliação permanente e de não estarem á altura das problemas de competitividade económica, torna a avalia-
exigências da empresa” (Lipovet-sky & Serroy, 2010). ção mais funcionalista, esperando-se dela efeitos funcio-
É neste sentido que Gil (2009) assere que nas socie- nais positivos na relação indivíduo-sociedade, conquanto
dades contemporâneas “pode-se apontar a avaliação en- que o indivíduo detenha a responsabilidade de adquirir
quanto método universal de formação de identidades conhecimento e criar as condições para as corridas de
necessárias à modernização”, sobretudo se esta avaliação for pro-dutividade em que está envolvido.
determinada pelo “discurso da competência e da redu-ção da “Pela sistematização de algumas políticas e práticas de
subjetividade a perfis numéricos de competências” (Ibid.), accountability (Afonso, 2010; Taubman, 2009), a responsa-
pois “a avaliação dará e medirá o mérito e a recom-pensa” bilidade transfere-se dos sistemas de educação e forma-ção
(Ibid.) e “em todos campos avaliados, o ser homem mede-se para o indivíduo, isto é, o sistema passa a ser “contro-lado
pela sua posição nas escalas das performances a que individualmente pelos que estão aprendendo” (Lima, 2010), o
incessantemente é submetido” (Ibid.). Ainda segundo o autor, que pressupõe a existência de sujeitos autóno-mos, mas
o indivíduo “é submetido a uma grelha geral em que se também dotados de racionalidade estratégica
comparam, se quantificam e se qualificam compe-tências. A (…) para desenhar rotas individuais óptimas de aprendiza-
avaliação aplica-se a grupos, populações, em que o indivíduo gem, detendo os recursos indispensáveis à construção
se integra, enquanto “ser avaliado”, como uma entidade dos agora denominados portfólios de competências”
comparável. Homogeneizada por padrões que (Lima, 2010).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
neste sentido que a avaliação, na sociedade de co- Tal lógica não só é uma faceta visível da po-lítica de
nhecimento, deixa de ter uma componente sumativa (na prestação de contas - em que o resulta-do vale mais que
busca de resultados a partir de objetivos) ou uma compo- o processo e onde os resultados da aprendizagem,
nente formativa (no desenvolvimento de estratégias de operacionalizáveis em metas de aprendizagem,
apoio e exploração) e se converte num projeto inacabado, representam um regresso aos obje-tivos curriculares de
flexível e itinerante, respondendo mais diretamente a uma nível/ciclo/ano e aos objeti-vos mínimos, só que agora
avaliação baseada em standards do que a uma avaliação trabalhados no sentido da avaliação de competências
compreensiva, para seguir a terminologia de Stake (2006), (Joannaert, 2009; Scallon, 2009, Audigier & Tutiaux-
sendo esta a lógica presente na avaliação de competên- Guillon, 2008) -, bem como faz parte de um processo de
cias, essencialmente quando se valoriza quer a dimensão valorização social da educação e formação,
pessoal (avaliação por si) e a dimensão social (avalia-ção
essencialmente na perspectiva da teoria do capital
pelo outro) (Cavaco, 2009).
humano.
Sendo o currículo e aprendizagem ao longo da vida
um itinerário de conhecimento, a avaliação deveria ser, Nota : ibid ./ ibidem: No mesmo lugar, na mesma
em primeiro lugar, a avaliação centrada no conhecimento, obra, na obra já citada.
ainda que no contexto histórico das políticas de educação
e formação, se fale de práticas avaliativas centradas nos
conteúdos, nos objetivos específicos, nas redes concep-
tuais, nas atividades e nas competências (De Ketele, 2008). GESTÃO ESCOLAR: GESTÃO DEMOCRÁTICA DA
Reduzir o currículo, a aprendizagem ao longo da vida ESCOLA. EFICIÊNCIA E EFICÁCIA ESCOLAR.
e a avaliação a uma abordagem de competências signifi-
ca aceitar opções quanto a procedimentos a seguir nos
contextos de educação e formação. Uma delas é que “a
avaliação é um processo complexo e quando se trata de A gestão democrática
avaliar competências o processo ainda se apresenta mais
delicado, o que constitui um domínio de dificuldade no As evidentes mudanças científicas-tecnológicas,
reconhecimento e validação de adquiridos experienciais” econômicas, sociais, políticas e cultural, ocorridas no
(Cavaco, 2007). mundo contemporâneo têm influenciado dire-ta e
O questionamento do currículo e da avaliação pela indiretamente a organização da sociedade que
aprendizagem ao longo da vida faz-se, atualmente, pela
concretamente reflete em seus processos educacio-nais.
premência de uma teoria da avaliação de competências,
cujas práticas são fortalecidas pela noção de qualificação Em sincronia com essas mudanças, que já vem de
em função de padrões, cada vez mais generalizados pelos outrora, a organização da sociedade mediada por essas
organismos transnacionais e supranacionais. relações refletiu, em diferentes contextos históricos e
Se avaliar é atribuir o mérito ou o valor de algo (Stake, formas de desenvolvimento de gestão pedagógica e
2006), com vista a um processo de melhoria (Stufflebeam administrativa, buscando referências nos mais variados
Shinkfield, 1985), não esquecendo que também é uma espaços de composição social.
ação educativa, como relembra Figari (1996), por que mo- Para cumprir sua função social, a escola precisa
tivo a educação e formação reforçam, em meios escolares considerar as práticas da sociedade, seja ela de na-tureza
e não escolares, processos e práticas edumétricas? social, política, econômica ou cultural.
Por mais discernimento pragmático que exista em Neste sentido é essencial conhecer as expecta-tivas
avaliação, como advoga Fernandes (2010), o avaliador é dessa comunidade, seus anseios, sua forma de
confrontado com práticas de regulação produtivistas, em organização, sobrevivência seus costumes e valo-res. A
que o currículo, definido sob a pressão de instrumentos partir daí poder auxiliá -la a ampliar seu ins-trumental de
de resposta a imposições exteriores, deve contribuir para compreensão e transformação social. Para tanto é preciso
uma aprendizagem ao longo da vida subordinada a parâ-
ter clareza do homem e de so-ciedade que pretende
metros de qualificações (e.g., o Quadro europeu de quali-
formar, para realizar práticas pedagógicas,
ficação da aprendizagem ao longo da vida) e à realização
de metas (e.g., Propostas de Metas 2021- Organização comprometidas, particularmente num país de contrastes
dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciên-cia como o nosso, onde convivem grandes desigualdades.
e a Cultura e, ainda, Desafios da União Europeia para O presente texto, ainda que não tenha a preten-são
2020). de esgotar a discussão pretende buscar ao de-bate o
O estabelecimento de metas de aprendizagem (men- papel do diretor e do pedagogo unitário, na gestão
suráveis por níveis, ciclos e anos), o que está em sintonia democrática, apontando brevemente a ges-tão
com as políticas de educação que têm vindo a ser imple- democrática como possibilidades de organiza-ção do
mentadas, serve de referencial para a validação de mo- trabalho da escola pública pela via do Proje-to Político
dalidades de avaliação ligadas às classificações (avaliação Pedagógico e da Organização Curricular.
sumativa), aos critérios (avaliação aferida) e à comparabi-
lidade nacional e internacional (avaliação normativa).

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Fundamentação teórica das mesmas bem como das relações sociais. Não pode-
mos permitir a acomodação e a manutenção das linhas
A prática educativa é um fenômeno social, sendo uma conservadoras nas questões educacionais. É um trabalho
atividade humana necessária à existência e ao lento que precisa de todos nós. As modificações nos indi-
funcionamen-to de toda a sociedade. cam profundas reformas na Educação Brasileira e que não
Através das Políticas Públicas em Educação tem-se opor- podem deixar de ser acompanhadas atentamente por nós
tunidades de refletir e construir novos paradigmas que pos- educadores.
sibilitem uma educação voltada para a classe trabalhadora. Considerando a especificidade do trabalho pedagógi-co
Precisa-se lançar um olhar político sobre o final do século XX no âmbito da escola pública e as demandas cotidianas
que possibilite a reflexão sobre as discussões contemporâ- inerentes a sua organização, é preciso estar discutindo as
neas da ciência política e, por conseguinte, a urgência de um relações sociais entre sociedade, educação e trabalho, fazen-
novo enfoque das ciências sociais, com óbvias consequên- do uma análise reflexiva, fortalecendo as ações articuladoras
cias sobre as políticas educacionais. deste processo, considerando ainda, a perspectiva do papel
A partir deste enfoque, podem-se demandar novos con- do diretor e do pedagogo unitário dentro das escolas públi-
ceitos de Estado, Nação, Democracia, Cidadania e um re- cas. Repensadas sob a luz da gestão democrática.
pensar sobre a formação política e pedagógica do professor. Compreender de que forma a sociedade mundializada, o
A Pedagogia é um campo do conhecimento sobre a neoliberalismo e as ideologias conservadoras tratam de
problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, orientar os sistemas educativos para, sobre a base de um
ao mesmo tempo uma diretriz orientadora de sua ação edu- pensamento único, reafirmar seus projetos como os exclu-
cativa. O pedagógico refere-se à finalidade da ação educati- sivamente possíveis e válidos.
va, implicando objetivos sócio-políticos a partir dos quais se Preparar os profissionais da educação em todos os
estabelecem formas organizativas e metodológicas da ação níveis e modalidades, no empenho e na busca de novas
educativa. Entra em cena o papel do pedagogo e do diretor, alternativas, capazes de contribuir com a melhoria e no
na construção do Projeto Político Pedagógico da escola, que de-sempenho de nossas práticas pedagógicas numa
é um instrumento que descreve e revela o espaço escolar condição de aprendiz e de pesquisadores deste novo
para além de suas intenções, que supere os conflitos, elimine tempo da his-tória da educação.
as competitividades corporativas e autoritárias, rompendo Para Ferreira (1999): “gestão significa tomar decisões,
com a rotina do mundo impessoal e racionalizado da buro- organizar, dirigir as políticas educacionais que se desenvol-
cracia que permeia as relações no interior da escola. vem na escola comprometida com a formação da cidada-nia.
Para Pino (1997) “encontramo-nos em período de E, pensar na gestão democrática da escola pública nos
tran-sição, onde resoluções têm sido elaboradas com o remete obrigatoriamente, pensar a possibilidade de orga-
intuito de normalizar ou legalizar, as Legislações e as nicamente constituir a escola como espaço de contradição,
Políticas Públicas que regem a educação em nosso país”. delimitando os processos de organização dos segmentos
Cidadãos e educadores devem conhecer bem a lei que escolares diante de seu papel enquanto escola pública”.
nos rege e acompanhar permanentemente os andamentos Saviani (1996) afirma que neste contexto: “a gestão do
das discussões e as novas resoluções que estão sendo apre- mundo globalizado e a gestão educacional devem se ali-
sentadas pelo Conselho Nacional de Educação. É importan- cerçar em ideais que necessitam ser firmado, explicitados,
te, portanto, que cada profissional da educação, esteja par- compreendidos e partilhados nas tomadas de decisões so-
ticipando através de organizações, conselhos e sindicatos, bre a formação dos cidadãos, que estejam atuantes a diri-gir
destas discussões a fim de poder contribuir na elaboração de o mundo e as instituições. Compreendendo a educação
Leis que favoreçam o desenvolvimento de nosso próprio como uma mediação que se realiza num contexto social que
trabalho e consequentemente o desenvolvimento de nosso se faz a partir das determinações da contemporanei-dade e a
alunado. partir do ser que aprende, necessário se faz a es-tes dois
Pensando nas Políticas Públicas, não podemos negar “mundos” para cumprir com a responsabilidade de educador
a importância do Fórum Nacional em Defesa da Escola em formar mentes e corações”.
Pú-blica que mobilizou educadores de todo canto deste Se a pedagogia estuda as práticas educativas tendo
país, promovendo em nível nacional, estadual e municipal, em vista explicitar finalidades, objetivos sociopolíticos e
vários seminários, palestras e encontros, debates e formas de intervenção pedagógica para a educação, o pe-
congressos a fim de se buscar coletivizar as proposta de dagógico se expressa, justamente, na intencionalidade e
cada entidade representativa. no direcionamento dessa ação.
De acordo com Pino (1997) a estes “atores coletivos Para Gadotti (2004): “fazer pedagogia é fazer prática
cabe o papel de assegurar as políticas globais e teórica por excelência. É descobrir e elaborar instrumen-
articuladas como moderadoras das desigualdades tos de ação social. Assim sendo, o pedagogo e o diretor, à
econômicas e sociais e de responderem ao aumento das luz de uma concepção progressista de educação, tem sua
demandas no contexto de uma maior divisão do trabalho função de mediador do trabalho pedagógico, agindo em
e expansão do mercado na sociedade de massas”.
todos os espaços de contradição para a transformação da
É importante registrarmos a necessidade de a socieda-de
prática de uma educação pública e de qualidade, visando
civil ocupar seu assento na condução das Políticas Públi-cas à emancipação das classes populares.”
em nosso país, se de fato queremos a democratização

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Neste sentido a gestão democrática passa a ser vista sob peito da gestão escolar, não se pode falar em resultados,
o ponto da organização coletiva da escola em função de seus no processo ensino aprendizagem, sem primeiro analisar
sujeitos, pois é uma tarefa que exige rigor teórico prático de o contexto social, político e econômico em que esta
quem organiza, decide debate, discute o trabalho escolar. aprendi-zagem acontece, e para que isso aconteça é
Significa permitir o trabalho específico e ao mesmo tempo, preciso reportar à questão social, pois ela pode nos
orgânico dos sujeitos em função das necessidades histórico- indicar o ingresso de um novo sujeito histórico, numa
sociais dos seus alunos. Tomando aqui a especifi-cidade do sociedade em constante trans-formação.
trabalho do pedagogo, na tentativa de entender seu papel Coutinho (2000) diz que “a gestão democrática da
como mediador da intencionalidade educativa da escola, pela edu-cação compreende noção de cidadania como
via dos diferentes segmentos que a compõe. capacidade conquistada por todos os indivíduos, de se
A sociedade precisa cuidar da formação dos indivíduos, apropriarem dos bens socialmente criados, de atualizarem
auxiliarem no desenvolvimento de suas capacidades, prepa- todas as poten-cialidades de realização humana abertas
rá-los para a participação ativa e transformadora nas várias pela via social em cada contexto histórico determinado”.
instâncias da vida social, pois não há sociedade sem prática Neste sentido é preciso compreender a gestão, como
educativa e nem prática educativa sem sociedade. tomadas de decisões, como organização e direcionamento
Para Gadotii (1998) “a prática educativa não é apenas das políticas educacionais que se desenvolvem na escola,
exigência da vida em sociedade, mas também o processo comprometida com a formação do cidadão. É um compro-
de prover os indivíduos de conhecimentos e experiências misso de quem toma decisões, de quem tem consciência do
cul-turais que os tornam preparados para atuar no meio coletivo democrático, de quem tem responsabilidade de
social e transformá-lo em função de suas necessidades formar seres humanos por meio da educação.
sejam elas, econômicas, sociais ou políticas”. Segundo Prais (1994) “isto significa entender o conhe-
Pela ação educativa, o meio exerce influência sobre os cimento como fonte para efetivação de um processo de
indivíduos e estes, ao assimilarem e recriarem essas emancipação humana e de transformação social. Garantindo
influên-cias torna-se capazes de estabelecer uma relação dessa forma o processo ensino aprendizagem como um ca-
ativa e transformadora em relação ao meio social. minho para a ruptura e a serviço das mudanças necessárias”.
Tais influências se manifestam por meio desconhecido Os momentos coletivos que permitem a discussão, as
de experiências, valores, crenças, modos de agir, técnicas análises e os avanços, no sentido de articulação entre
e costumes acumulados por muitas gerações de teoria e prática, são o momento, segundo Kunzer (1988)
indivíduos e grupos, transmitidos, assimilados e recriados de apro-priação do saber coletivo que passa a garantir
pelas novas gerações. uma “peda-gogia emancipatória” uma luta pela superação
A escola, como instituição social, tem como função a
intelectual entre pensamento e ação, teoria e prática.
democratização dos conhecimentos produzidos historica-
mente pela humanidade, é um espaço de mediação entre
sujeito e sociedade, para isso o conhecimento é a fonte
para efetivação de um processo de emancipação humana
CLIMA DE TRABALHO NA ESCOLA.
e de transformação social. E assim, o papel político da
esco-la deve estar atrelado ao seu papel pedagógico
(PARANÁ/ DEEIN/SEED, 2009).
Durante décadas a escola aconteceu de forma muito Historicamente, no Brasil, a Educação Infantil tem sido
semelhante à da Administração de Empresas, o que não encarada de diversas formas: como função de assistência
contribuiu para que a escola cumprisse com sua real função e social, como função sanitária ou higiênica e, mais recen-
muito menos atendesse as necessidades da comunidade temente, como função pedagógica. De modo geral, pode-
escolar, sendo vista como uma educação que reforçava a mos dizer que, em nosso país, existem dois tipos de Educa-
prática da divisão do trabalho, a formação de sujeitos em ção Infantil, constituindo um sistema educacional que visa,
massa, possíveis reprodutores da lógica vigente. desde a mais tenra idade, reforçar a exclusão e a injustiça
As mudanças ocorridas nos últimos anos nas áreas da social presente na economia capitalista: há a “Educação In-
ciência, tecnologia, economia e na cultura, influenciou a or- fantil dos Pobres” e a “Educação Infantil dos Ricos”.
ganização da sociedade, e isso reflete na área educacional. A “Educação Infantil dos Pobres” baseia-se na con-
Ao longo dos anos houveram avanços e retrocessos, porém, cepção de que as crianças das classes trabalhadoras têm
deve-se lembrar que para pensar em gestão democrática da deficiências de todos os tipos (nutricionais, culturais, cog-
escola pública necessita obrigatoriamente a pensar a escola nitivas, etc.), as quais precisam ser compensadas pela
como espaço de contradição, e que se organiza coletiva- esco-la, a fim de que, no futuro, as crianças possam ter
mente numa relação intrínseca entre teoria e prática. alguma instrução e, assim, desempenhar o seu papel na
Numa gestão democrática é necessário que haja partici- sociedade: o de trabalhador.
pação de fato, através da participação de toda a comunida- As mães da classe trabalhadora precisam de algum lu-
de escolar e das instâncias colegiadas. Isso exige mudança no gar onde possam deixar seus filhos durante o dia, e para
papel do diretor quanto à fragmentação dos trabalhos, isto foram criadas as creches e pré-escolas públicas, local
mudança de postura, centralização das tomadas de deci-
onde as crianças poderiam suprir as carências provenien-
sões, e corporativismo. Ao considerar a análise feita a res-

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
tes do seu meio ambiente social. Visto que tais crianças A Educação Infantil surgiu quando as mulheres preci-
são consideradas muito “carentes”, qualquer atendimento saram buscar seu espaço no mercado de trabalho. Por isso, a
dado a elas é satisfatório, pois já pode ser visto como uma educação das crianças de 0 a 6 anos desempenha um
melhoria nos estímulos que recebem no seu meio importante papel social. Entretanto, não pode ser conside-
ambien-te natural. rada substituta das mães, o que acarreta uma confusão de
Deste modo, cria-se um atendimento na Educação papéis acerca da função da Educação Infantil. Por um lado,
Infantil onde encontramos: classes superlotadas, poucos provoca uma desvalorização dos profissionais que atuam
adultos para atender a um número grande de crianças; es- neste nível de ensino; considerando-se que estes educado-
paços físicos improvisados e inadequados, onde as crianças res não precisam de uma sólida formação teórico-prática,
não podem se movimentar livremente (porque o espaço é basta que saibam cuidar adequadamente do bem-estar fí-
pequeno e/ou perigoso), bem como não encontram estímu- sico das crianças, evitando sujeira, doença ou bagunça. Por
los ou desafios; despreocupação com os aspecto essenciais outro lado, considera-se que esta é uma “extensão para
da Educação Infantil, o educar e o cuidar (indissociáveis um baixo” da escola fundamental, onde as crianças devem ser
do outro), afinal, a criança está ali apenas para que a sua mãe treinadas para o acesso à primeira série. Os educadores,
possa trabalhar; adultos que atuam junto às crianças, com desta forma, também não precisam de sólida formação (são
pouca ou nenhuma formação pedagógica, já que não são menos qualificados que os de outros níveis de ensino), e
considerados como educadores, mas como babás. devem ser mais sóbrios na relação com as crianças, para
Do outro lado, temos a “Educação Infantil dos Ricos”. facilitar a adaptação destas na 1ª série.
Ela também foi criada devido à necessidade que as mu- Winnicott aponta um caminho diferente. Quando afir-
lheres/mães, hoje em dia, têm de trabalhar fora de casa, ma que a Educação Infantil seria melhor considerada uma
mas apresenta concepções e práticas diferentes. Os pais, “ampliação para cima da família”, o autor pretende
neste caso, pagam caro para que as crianças frequentem apontar para o fato de que, ao entrar na escola, a criança
as “escolinhas”, por isto as instituições esforçam-se para não deixa de lado a vida afetiva (centrada sobretudo na
atender aos anseios das famílias, que esperam garantir a mãe) que vivia no lar. Ao contrário, ela está ali para
melhor educação possível para os filhos, preparando-os ampliá-la, rela-cionando-se com os educadores e com
para as provas que o futuro reserva, como o vestibular e o outras crianças, de diversas idades, com valores culturais e
mercado de trabalho. familiares diferen-tes dos seus. É importante, também,
Aqui a Educação Infantil tem a função de preparar a ressaltar que qualquer aprendizagem está intimamente
criança para o ingresso, com sucesso, na primeira série do ligada à vida afetiva. Por tanto não cabe à escola
Ensino Fundamental. Por isto é preciso desenvolver as ha- minimizar esta vida afetiva, mas sim ampliá-la, criando um
bilidades cognitivas: treina-se a coordenação motora; ambiente sócio afetivo saudável para a criança na escola.
ensi-na-se a criança para reconhecer e copiar letras e Acerca destas tarefas de socialização, de natureza so-
números; e, a fim de promover a boa saúde das crianças, bretudo afetiva, podemos, também, acrescentar:
ensina-se hábitos de higiene e boas maneiras. As escolas “As tarefas das crianças pequenas nas creches e pré--
têm infraes-trutura muito rica, com piscinas, quadras de escolas são muitas e de grande importância para o seu
esportes e sa-las de informática, além de estarem sempre de-senvolvimento cognitivo e emocional, e o principal
limpas, e com murais enfeitados. instru-mento de que utilizam são as brincadeiras. Nesses
Para mostrar o desenvolvimento dos alunos, as escolas locais, elas têm de aprender a brincar com as outras,
procuram organizar eventos para as famílias, como festas respeitar li-mites, controlar a agressividade, relacionar-se
onde as crianças apresentam números artísticos, acerca de com adultos e aprender sobre si mesmas e seus amigos,
temas relativos às “Datas Comemorativas”. Ou realizam reu- tarefas estas de natureza emocional.
niões pedagógicas onde entregam aos pais os “trabalhinhos” O fundamental para as crianças menores de seis anos
das crianças: tarefas mimeografadas, o livro didático preen- é que elas se sintam importantes, livres e queridas.”
chido, e as atividades artísticas, além de relatórios sobre as Entretanto, a Educação Infantil não se restringe ao as-
crianças (sob a forma descritiva ou folhas do tipo questioná- pecto social e afetivo, embora eles sejam de fundamental
rio de múltipla escolha, preenchidos pelo professor). importância para garantir as demais aprendizagens. Porém,
Entretanto, podemos perguntar: Serão estas qual tipo de organização pedagógica poderá permear es-tas
propostas pedagógicas suficientes para garantir o direito aprendizagens? Novamente o Dr. Antônio márcio Lis-boa,
das criança a uma Educação Infantil que estimule o seu pediatra, pode contribuir para a nossa resposta:
desenvolvi-mento integral? Em busca de respostas, “A escola dos pequeninos em de ser um ambiente livre,
encontramos al-gumas pistas, por exemplo, na concepção onde o princípio pedagógico deve ser o respeito à liberda-de
do psicanalista Winnicott: e à criatividade das crianças. Nela, os pequeninos devem
“A função da escola maternal não é ser um substituto poder se locomover, ter atividades criativas que permitam
para uma mãe ausente, mas suplementar e ampliar o sua auto suficiência, e a desobediência e a agressividade não
papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe devem ser coibidas e, sim, orientadas, por serem con-dições
desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de infância, necessárias ao sucesso das pessoas.”
será possivel-mente considerada, de modo mais correto, Entendemos que a organização do trabalho pedagó-gico
uma ampliação da família ‘para cima’, em vez de uma na Educação Infantil deve ser orientada pelo princípio básico
extensão ‘para baixo’ da escola primária.” de procurar proporcionar, à criança, o desenvolvi-

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
mento da autonomia, isto é, a capacidade de construir as e adultos ali presentes, a fim de construir uma imagem
suas próprias regras e meios de ação, que sejam flexíveis positiva sobre si mesma e sobre os outros, respeitando a
e possam ser negociadas com outras pessoas, sejam eles diversidade e valorizando sua riqueza.
adultos ou crianças. Obviamente, esta construção não se - Tornar-se, cada vez mais, capaz de desenvolver as
esgota no período dos 0 aos 6 anos de idade, devido às atividades nas quais se engaja de maneira autônoma, e
próprias características do desenvolvimento infantil. Mas em cooperação com outras pessoas, crianças e adultos.
tal construção necessita ser iniciada na Educação Infantil. Desta forma, desenvolver a capacidade de começar a
Consideramos que a Educação Infantil tradicional não coordenar pontos de vista e necessidades diferentes dos
procura desenvolver a autonomia, mas sim a heteronomia, ou seus, socia-lizando -se.
seja, a dependência, da criança, de regras e meios de ação - Interagir com o seu meio ambiente (social, cultural,
ditados pelo adulto. A heteronomia é característica do natural, histórico e geográfico) de maneira independente,
pensamento das crianças de 0 a 6 anos, entretanto, a escola alerta e curiosa. Isto é, estabelecendo relações e questio-
tradicional a reforça. A criança, neste modelo pe-dagógico, namentos sobre o meio ambiente, os conhecimentos pré-
deve sempre esperar a ordem do adulto: ver o modelo do vios de que dispõe, suas ideias originais e as novas infor-
exercício mimeografado antes de fazê-lo; ver a maneira mações que recebe.
correta de realizar um trabalho manual antes de iniciá-lo; - Apropriar-se dos mais diferentes tipos de linguagem
esperar que o adulto resolva o conflito com a outra criança construídos pela humanidade (oral, escrita, matemática,
(premiando uma das partes e repreendendo a outra); esperar corporal, plástica e musical), de acordo com as suas capa-
a ordem para que possa levantar-se da cadeirinha e cidade e necessidades, utilizando-as para expressar o seu
movimentar-se (como o adulto pede), como bem relata pensamento e as suas emoções, a fim de compreender e
Lisboa: comunicar-se com as outras crianças e os adultos.
“Chega ao colégio e – surpresa! – pedem-lhe que faça Assim sendo, o educador precisa ter em mente estes
um navio. A coisa que ele mais gosta: desenhar. Faz um objetivos, a fim de avaliar as atividades que ele planeja e
navio lindo, redondo como a lua, cheio de árvores no in- as suas próprias atitudes, observado se elas proporcionam
terior e com dois bichos nadando – elefantes, diz ele. A às crianças meios de alcançar estes objetivos. Deve tam-
professora olha a obra de arte, pergunta o que é e recebe bém, atuar de maneira extremamente próxima às crianças,
a resposta: ‘Um navio!’ Carinhosamente, a professora vai sendo um mediador para que elas alcancem os objetivos
até o quadro e desenha um navio clássico, com velas, propostos. E, também, deve avaliar o desenvolvimento do
proa e popa, um digno navio de adulto, e diz: ‘João Paulo, grupo onde atua e de cada criança, em particular, sem,
isto é um navio e elefante não nada!’ João Paulo havia po-rém, jamais compará-las umas às outras,
feito um navio original, diferente dos outros, lindo, nunca compreendendo que cada uma delas carrega histórias de
feito por alguém. Havia criado o primeiro navio redondo,
vida e ritmos de desenvolvimento próprios.
e a professora, que seguramente não havia lido O
Pequeno Príncipe, deu-lhe uma lição de como as pessoas Currículo vivo: a organização do trabalho pedagó-
devem ser bitoladas desde criancinhas.”
gico na Educação Infantil.
Certamente, este não é o melhor modelo pedagógico,
se pretendemos o desenvolvimento integral e a constru- Toda instituição de educação possui um currículo, e
ção da autonomia infantil. Para que a criança possa alcan- desenvolve a organização do trabalho pedagógico basean-
çar estes objetivos o modelo pedagógico deve proporcio- do-se nele. Por vezes, este currículo pode estar registrado
nar -lhe situações em que ela possa vivenciar as mais num documento formal, mas, na realidade, a maior expres-
diver-sas experiências, fazer escolhas, tomar decisões, são do currículo encontra-se na prática pedagógica diária,
socializar conquistas e descobertas. Vale ressaltar que não realizada em cada sala de aula (ou fora dela, em outros
se trata de um trabalho espontaneísta, onde o adulto não espaços pedagógicos oferecidos pela escola).
orga-niza objetivamente as atividades oferecidas às Acreditamos que o currículo da Educação Infantil ma-
crianças, assumindo um papel de mero espectador, que nifesta-se concretamente através das atividades
observa e espera o desenvolvimento dos pequeninos. planejadas pelos educadores e oferecidas às crianças. Por
Trata -se de uma organização do trabalho pedagógi- esta razão, consideramos essencial analisar as
co em que o adulto/educador e as crianças têm, ambos, modalidades de plane-jamento presentes na Educação
papéis ativos. Cabe ao educador pesquisar e conhecer o Infantil. No planejamento, o educador expressa os
desenvolvimento infantil a fim de poder organizar ativida- objetivos de sua prática educativa, os métodos utilizados
des onde a criança possa experimentar situações as mais e a modalidade de avaliação ado-tada. Segundo Ostetto,
diversas, que possam lhe proporcionar, como veremos no os modelos mais comuns de pla-nejamento adotados nas
instituições de Educação Infantil brasileiras são:
quadro que se segue:
- Listagem de Atividades: consiste em listar as ativi-dades
Objetivos na educação infantil a serem cumpridas durante os vários momentos da rotina, o
que geralmente proporciona longos momentos de espera,
Sentir-se segura e acolhida no ambiente escolar, pela criança, entre uma atividade e outra, sendo que estas
utilizando este novo espaço para ampliar suas relações são planejadas pelo adulto que a atende, sem que exista
sociais e afetivas, estabelecendo vínculos com as crianças muita expectativa deste em atender às necessi-

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
dades da criança. Por isto a concepção de avaliação restrin- cognitivo da criança. Entretanto, ele deve considerar que
ge-se às expectativas do adulto referentes ao “bom com- este desenvolvimento dá-se em ritmos diversos, de
portamento” das crianças. Afinal, este não espera que as acordo com a história de vida da criança, e com as
atividades oferecidas proporcionem algum tipo de desen- possibilidades oferecidas pelo seu meio ambiente, sem
volvimento às crianças; espera apenas que a criança cum-pra que variações nes-se ritmo sejam vistam como “atrasos”
as tarefas propostas, preenchendo o tempo durante o qual ou “deficiências”. A avaliação não deve apenas identificar
ela permanece na instituição, sem causar distúrbios, como tais problemas, mas apontar soluções, caminhos e
brigas, bagunça, sujeira, barulho, etc. possibilidades de atuação pedagógica, para que a criança
- Datas Comemorativas: geralmente composto por possa vir a superá-los, com o auxílio dos educadores.
festejos dedicados a marcar as várias datas do calendário - Temas Geradores/Centros de Interesse: são elencados
comemorativo (Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, etc.). Pode, temas semanais, supostamente interligados um ao outro, para
muitas vezes, reforçar preconceitos e estereótipos, pois ba- serem trabalhados em todas as turmas de uma institui-ção.
seia-se na concepção de história sob a ótica do vencedor. Partem do pressuposto de que os “temas” despertariam os
(Ninguém “comemora” os derrotados.) Também contribui interesses de todas as turmas envolvidas, do “maternal” ao “pré”.
para a estereotipia o fato de que as datas praticamente se O objetivo deste modelo pedagógico seria ampliar os
atropelam, restando pouco tempo para que a sua origem conhecimentos das crianças, alargando o seu universo cultural.
seja realmente aprofundada e compreendida. Tomemos, Entretanto, o profissional de Educação Infantil pode encarar o
como exemplo, o mês de abril: Páscoa, Tiradentes, Desco- trabalho com temas de diversas maneiras: Num modelo
brimento, aniversário de Brasília... Será possível realmente tradicional, o adulto/professor, escolhe o tema a ser trabalhado
compreender o significado de cada uma delas? O conhe- pela classe, e espera que, nas avaliações (realiza-das pela
cimento torna-se, muitas vezes, fragmentado e repetitivo observação em todas as atividades desenvolvidas) a criança
(afinal, todos os anos são “comemoradas” as mesmas datas). reproduza aquilo que aprendeu. Por exemplo, se o tema gerador
O objetivo das comemorações seria fornecer informações às
foi “Animais”, é esperado que a criança saiba dar informações
crianças. Por exemplo, em relação ao “Dia do Índio”: espera--
sobre os hábitos de diversos animais, classifi-cando-os de acordo
se que a criança compreenda que eles foram os primeiros
com os critérios repassados pelo adulto, tais como “animais que
habitantes do Brasil, que vivem em aldeias, que moram em
vivem na terra”, “animais que vivem na água”, “animais que
ocas, etc. Como as crianças são ainda pequenas, as infor-
voam” e assim por diante, sem levar em conta que as crianças
mações são “simplificadas” para que elas possam memori-zá-
podem vir a criar critérios muito diferentes para classificá-los. Já
las no curto espaço de tempo destinado a cada come-
numa visão identificada com a pedagogia escolanovista, as
moração. Assim, acabam transmitindo concepções, muitas
vezes, equivocadas. Voltando ao exemplo do Dia do Índio: crianças têm um papel mais ativo, e maior possibilidade de expor
não se informa às crianças que existem várias aldeias indíge- suas próprias ideias. Os temas nem sempre são impostos ao
nas no Brasil, que cada uma tem costumes e culturas muito grupo de crianças pelo professor, ou pela coordenação
ricos e diversos, nem sobre o massacre a que os coloniza- pedagógica, mas partem da sua curiosidade natural, observada
dores portugueses submeteram esta população. Quanto à pelo educador. Entretan-to, por ater-se apenas aos “interesses”
avaliação, vemos uma maior preocupação com a verificação dos alunos, neste caso o educador pode pouco contribuir para
da transmissão de conteúdos, que devem ser reproduzidos que as crianças am-pliem o seu mundo e seus conhecimentos.
pelas crianças nas mais diversas atividades (construir com - Conteúdos/Áreas de Conhecimento: podemos citar
sucata a oca do índio, de acordo com o modelo trazido pela como exemplo deste tipo de planejamento o “Referencial
professora; desenhar o índio com tanga, cocar e segurando o Curricular Nacional para a Educação Infantil” (RCNEI) e o
arco-e-flecha; copiar a palavra índio, dentre outras). “Currículo para a Educação Básica no DF – Educação Infan-
- Planejamento baseado em aspectos do desenvolvi- til/4 a 6 anos”, pois ambos dividem as atividades a serem
mento: influenciado pela Psicologia do Desenvolvimen-to, desenvolvidas “Formação Pessoal e Social”, “Conhecimento
este tipo de planejamento procura contemplar todas as áreas de Mundo”, “Linguagem Oral e Escrita”, “Conhecimento Ló-
do desenvolvimento infantil (psicomotor, afetivo, cognitivo, gico-Matemático” e “Natureza e Sociedade”. Destacamos que
social, etc.). As atividades são selecionadas de acordo com o este tipo de trabalho surgiu como uma oposição à pré-escola
valor que possam ter para o desenvolvimen-to da criança. Se, assistencialista, baseada na concepção de edu-cação
por um lado, procura observar a crian-ça como um todo, por compensatória (KRAMER, 1995). Vale, ainda, regis-trar que,
outro, peca por vê-la como um ser ideal, situado numa faixa na exacerbação deste modelo de planejamento, a Educação
de presumível “normalidade”, e não considera o contexto Infantil pode vir a copiar a divisão por disciplinas do Ensino
sócio histórico onde ela se en-contra inserida. Assim sendo, Fundamental, tornando-se uma espécie de “cur-sinho
podem haver conflitos nos critérios de avaliação: A criança preparatório” para o ingresso na 1ª série, copiando, também,
será avaliada de acordo com as expectativas ideais, descritas o modelo de avaliação do Ensino Fundamental: avaliação por
nos compêndios de Psicologia, ou será avaliada levando-se disciplinas, a qual, ainda que seja realizada durante o
em conta, também, os aspectos sócio históricos que marcam processo, observando o desenvolvimento da crianças nas
sua vida? Não ne-gamos as contribuições da Psicologia à diversas atividades, propostas pela rotina da instituição
Educação Infantil. É essencial que o profissional de Educação educativa, não considera a inter-relação que existe entre os
Infantil com-preenda o desenvolvimento social, afetivo, diversos eixos do conhecimento e do de-senvolvimento
psicomotor e infantil.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Projetos de Trabalho: o projeto de trabalho parte dos demais espaços da escola, e outros espaços que a comu-
interesses e necessidades apresentados pelos próprios alu- nidade possa oferecer), proporcionando diversas experiên-
nos; por isso, nem sempre todas as turmas de uma escola cias às crianças. Afinal, os temas não surgirão apenas da
desenvolverão o mesmo projeto. Desse modo, respeita-se as “espontaneidade” das crianças, mas de sua interação com um
características de cada grupo, bem como as particulari-dades meio ambiente rico e estimulante. Denominamos esta
de cada indivíduo, levando-se em conta o contex-to sócio organização do espaço pedagógico de rotina, e conside-
histórico onde estes estão inseridos. Quando é adotado o ramos que, dentre inúmeras possibilidades, a rotina deve
planejamento através de projetos, a avaliação apresenta-se
oferecer às crianças momentos onde elas possam desen-
mais integrada ao planejamento. Isto porque os temas, datas,
volver as atividades sugeridas que se segue:
etc., não são elencados previamente pelo adulto, seja ele o
professor ou o coordenador pedagógico, sem que eles Rotina na educação infantil
conheçam a realidade concreta das crianças. Nem atendem
apenas aos interesses naturais que os adul-tos constatam - Hora da Roda
pela observação das ações espontâneas das crianças. O
projeto parte de uma proposta que os educa-dores definem Este momento é presente na rotina de diversas ins-
após um contato inicial com as crianças e o seu meio tituições de Educação Infantil, e, podemos afirmar, é um dos
ambiente (social, cultural, histórico, geográfico), procurando mais importantes para a organização do trabalho pe-
atender às necessidades constatadas. Entre-tanto, ele é um dagógico e o desenvolvimento das crianças. Na roda, o
planejamento mais flexível. Sua duração de tempo não é professor recebe as crianças, proporcionando sensações
predeterminada com rigidez; não é um tema que deve “durar como acolhimento, segurança e de pertencer àquele gru-po,
uma semana”, ou uma data a ser festejada apenas na sua aos pequenos que vão chegando. Para tal, pode utilizar jogos
época. E seu andamento, as atividades pro-postas às crianças, de mímica, músicas e mesmo brincadeiras tradicio-nais, como
dependem da observação e reavaliação constantes do “andoleta” e “corre-cotia”, promovendo um ver-dadeiro
trabalho pedagógico, feitas pelo educador. “ritual” de chegada. Após a chegada, o educador deve
As crianças têm oportunidade de sugerirem rumos diferen-te organizar a roda de conversa, onde as crianças po-dem
para o seu planejamento, nas “rodas de conversa” em que o trocar ideias e falar sobre suas vivências. Aqui cabe ao
educador e seus colegas de sala escutam seus relatos e educador organizar o espaço, para que todos os que desejam
ideias. O educador conduz o processo pedagógico, mas possam falar, para que todos estejam sentados de forma que
sempre avaliando, ouvindo e observando as crianças junto às possam verem-se uns aos outros, além de fo-mentar as
quais atua, visando o seu desenvolvimento integral. conversas, estimulando as crianças a falarem, e promovendo
No cotidiano da Educação Infantil, todos esses mode- o respeito pela fala de cada um. Através das falas, o professor
los de planejamento coexistem: em maior ou menor grau; pode conhecer cada um de seus alunos, e observar quais são
com maior ou menor, harmonia; sendo quase impossível os temas e assuntos de interesse des-tas. Na roda, o
distingui-los. Entretanto, uma das modalidades de plane- educador pode desenvolver atividades que estimulam a
jamento acaba sendo a principal, e, ao optar por adotá-la, construção do conhecimento acerca de diver-sos códigos e
o educador expressa a sua escolha por um modelo peda- linguagens, como, por exemplo, marcação do dia no
gógico. calendário, brincadeiras com crachás contendo os nomes das
Como já afirmamos anteriormente, o nosso modelo crianças, jogos dos mais diversos tipos (vi-sando apresentá-
pedagógico de Educação Infantil visa o desenvolvimento los às crianças para que, depois, possam brincar sozinhas) e
integral e a construção da autonomia infantil. Por esta ra-zão, outras. Também na roda deverão ser feitas discussões acerca
optamos pela Pedagogia de Projetos (projetos de tra-balho), dos projetos que estão sendo tra-balhados pela classe, além
por consideramos que ela possibilita, ao professor e às de se apresentar às crianças as atividades doa dia, abrindo,
crianças, um papel ativo na construção do planejamento e do também, um espaço para que elas possam participar do
projeto político-pedagógico que ele possibilita. planejamento diário. O tempo de duração da roda deve
Isto ocorre porque os temas abordados nos projetos equilibrar as atividades a serem ali desenvolvidas e a
não são determinados pela coordenação pedagógica, di- capacidade de concentração/interação das crianças neste
reção do estabelecimento de ensino ou documentos ofi- tipo de atividade.
ciais – o que tornaria o educador, que está na sala de aula,
um passivo executor de planejamentos alheios a ele e à - Hora da Atividade
sua turma de crianças. Nem são definidos somente pelo
educador/adulto, o que tornaria as crianças/alunos passi- Neste momento da rotina, o professor organizará ativi-
vos diante do professor. Mas são definidos pelas crianças dades onde a criança, através de ações (mentais e concre-tas)
e adultos/educadores em conjunto, atendendo à suas poderá construir conhecimentos de diferentes natu-rezas:
expec-tativas, curiosidades e necessidades, procurando Conhecimentos Físicos (cuja fonte é a observação e interação
alcançar os objetivos que propusemos anteriormente. com os mais diversos objetos, explorando as suas
A fim de possibilitar às crianças um ambiente onde propriedades); Conhecimentos Lógico-Matemáticos (resul-
elas possam pesquisar e expressar os temas que desejam tado de ações mentais e reflexões sobre os objetos, es-
abordar nos projetos, o educador deve, desde o início do tabelecendo relações entre eles), e Conhecimentos Sociais
ano letivo, organizar o espaço pedagógico (a sala de aula, (de natureza convencional e arbitrária, produzidos pelo ho-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
mem ao longo da história – a cultura. Por exemplo, a leitura e de o interesse de ouvir histórias contadas pelo adulto; mas
a escrita, e conhecimentos relacionados à Geografia, à pode descobrir o prazer de contá-las aos colegas. Enfim, a
história e a parte das Ciências Naturais). As atividades que “Hora da História” é uma momento valioso para a educação
proporcionam a construção destes tipos de conhecimentos integral (de ouvir, de pensar, de sonhar) e para a alfabetiza-
podem estar ligadas aos temas dos projetos desenvolvidos ção, mostrando a função social da escrita. O professor pode
pela classe, ou podem ser resultado do planejamento do organizar este momento de diversas maneiras: no início ou
professor, criando uma sequência de atividades significati- fim da aula; incrementando com músicas, fantasias, pintu-ras;
vas. A organização da sala de aula, para o desenvolvimento organizando uma pequena biblioteca na sala; fazendo
de tais atividades, deve proporcionar às crianças a possi- empréstimos de livros para que as crianças leiam em casa,
bilidade de trocarem informações umas com as outras, e de enfim, há uma infinidade de possibilidades.
se movimentarem, e de atuarem com autonomia. Assim - Hora da Brincadeira
sendo, é importante que a disposição dos móveis e objetos
na sala torne possível: que as crianças sentem em grupos, ou Brincar é a linguagem natural da criança, e mais impor-
próximas umas das outras; que haja espaço para circu-lação tante delas. Em todas as culturas e momentos históricos as
na sala de aula e que os materiais que as crianças crianças brincam (mesmo contra a vontade dos adul-tos).
necessitarão para desenvolver as atividades estejam ao seu Todos os mamíferos, por serem os animais no topo da escala
alcance, e com fácil acesso. Estas atividades também podem evolutiva, brincam, demonstrando a sua inteligên-cia.
ser realizadas em espaços fora da sala de aula, como. Por Entretanto, há instituições de Educação Infantil onde o
exemplo, se a turma está desenvolvendo um projeto sobre brincar é visto como um “mal necessário”, oferecido ape-nas
insetos, pode dar uma volta no jardim da escola, à procura de por que as crianças insistem em fazê-lo, ou utilizado como
exemplares para o seu “Insetário”. De qualquer modo, é “tapa-buraco”, para que o professor tenha tempo de
necessário que o professor planeje as atividades oferecidas, descansar ou arrumar a sala de aula. Acreditamos que a
que forneça às crianças os materiais necessários para a sua brincadeira é uma atividade essencial na Educação Infantil,
realização e, sobretudo, esteja presente, ouvindo as crianças onde a criança pode expressar suas ideias, sentimentos e
e auxiliando-as, pois somente assim ele poderá compreen- conflitos, mostrando ao educador e aos seus colegas como é
der o desenvolvimento das crianças e planejar atividades o seu mundo, o seu dia-a-dia. A brincadeira é, para a criança,
cada vez mais adequadas às necessidades delas. Para rea- a mais valiosa oportunidade de aprender a convi-ver com
lizar este acompanhamento, o professor pode planejar e pessoas muito diferentes entre si; de compartilhar ideias,
oferecer ao grupo atividades diversificadas, em que cada regras, objetos e brinquedos, superando progressi-vamente o
criança escolhe, dentre as várias atividades disponíveis, em seu egocentrismo característico; de solucionar os conflitos
qual se engajará primeiro. que surgem, tornando-se autônoma; de ex-perimentar
papéis, desenvolvendo as bases da sua perso-nalidade. Cabe
- Artes Plásticas
ao professor fomentar as brincadeiras, que podem ser de
O trabalho com artes plásticas na Educação Infantil diversos tipos. Ele pode fornecer espelhos, pinturas de rosto,
visa ampliar o repertório de imagens das crianças, fantasias, máscaras e sucatas para os brinquedos de faz-de-
estimulan-do a capacidade destas de realizar a apreciação conta: casinha, médico, escolinha, polícia-e-ladrão, etc. Pode
artística e de leitura dos diversos tipos de artes plásticas pesquisar, propor e resgatar jo-gos de regra e jogos
(escultura, pintura, instalações). Para tal, o professor pode tradicionais: queimada, amarelinha, futebol, pique-pega, etc.
pesquisar e trazer, para a sala de aula, diversas técnicas e Pode confeccionar vários brin-quedos tradicionais com as
materiais, a fim de que as crianças possam experimentá- crianças, ensinando a reciclar o que seria lixo, e despertando
las, interagindo com elas a seu modo, e produzindo as o prazer de confeccionar o próprio brinquedo: bola de meia,
suas próprias obras, expressando-se através das artes peteca, pião, carrinhos, fantoches, bonecas, etc. Pode
plásticas. Assim, elas au-mentarão suas possibilidades de organizar, na sala de aula, um cantinho dos brinquedos, uma
comunicação e compreen-são acerca das artes plásticas. “casinha” além de, é cla-ro, realizar diversas brincadeiras fora
Também poderão conhecer obras e histórias de artistas da sala de aula. Além disso, as brincadeiras podem despertar
(dos mais diversos estilos, paí-ses e momentos históricos), projetos: pesqui-sar brinquedos antigos, fazer uma Olimpíada
apreciando-as e emitindo suas ideias sobre estas na escola, ou uma Copa do Mundo, etc.
produções, estimulando o senso estético e crítico.
- Hora do Lanche/Higiene
- Hora da História
Devemos lembrar que comer não é apenas uma ne-
Podemos dizer que o ato de contar histórias para as cessidade do organismo, mas também uma necessidade
crianças está presente em todas as culturas, letradas ou não psicológica e social. Na Bíblia, por exemplo, encontramos
letradas, desde os primórdios do homem. As crianças ado- dezenas de situações em que Jesus compartilhava refei-
ram ouvi-las, e os adultos podem descobrir o enorme prazer ções com seus discípulos, fato que certamente marcou
de contá-las. Na Educação Infantil, enquanto a criança ainda nossa cultura. Em qualquer cultura os adultos (e as crian-
não é capaz de ler sozinha, o professor pode ler para ela. ças) gostam de realizar comemorações e festividades mar-
Quando já é capaz de ler com autonomia, a criança não per- cadas pela comensalidade (comer junto). Por isso, a hora

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

do lanche na Educação Infantil não deve atender apenas às árvores, areia, baldinhos e pás, pneus, cordas, bolas, bam-
necessidades nutricionais das crianças, mas também às bolês e tantas brincadeiras que esses materiais oferecem.
psicológicas e sociais: de sentir prazer e alegria durante uma O professor deve estar próximo, auxiliando e estimulando
refeição; de partilhar e trocar alimentos entre colegas; de a criança a desenvolver a sua motricidade e socialização,
aprender a preparar e cuidar do alimento com inde- ajudando, também, a resolver os conflitos que surgem nas
pendência; de adquirir hábitos de higiene que preservam a brincadeiras quando, porventura, as crianças não forem
boa saúde. Por isto, a hora do lanche também deve ser ca-pazes de solucioná-los sozinhas.
planejada pelo professor. A disposição dos móveis deve fa-
cilitar as conversas entre as crianças; devem haver lixeiras e - Atividades Extraclasse (Interação com a comunidade)
material de limpeza por perto para que as crianças pos-sam
A sala de aula e o espaço físico da escola não são os
participar da higiene do local onde será desfrutado o lanche únicos espaços pedagógicos possíveis na Educação Infan-
(antes e depois dele ocorrer); deve haver uma cesta onde as til. Em princípio, qualquer espaço pode tornar-se pedagó-
crianças possam depositar o lanche que desejam trocar entre gico, dependendo do uso que fazemos dele. Praças, par-
si (estimulando a socialização e, ao mesmo tempo, o cuidado ques, museus, exposições, feiras, cinemas, teatros, super-
com a higiene). Além disso, é importante que o professor mercados, exposições, galerias, zoológicos, jardins botâni-
demonstre e proporcione às crianças há-bitos saudáveis de cos, reservas ecológicas, ateliês, fábricas e tantos outros.
higiene antes e depois do lanche (lavar as mãos, escovar os O professor deve estar atento à vida da comunidade e da
dentes, etc.). O lanche também pode fazer parte dos projetos cidade onde atua, buscando oportunidades interessantes,
desenvolvidos pela turma: pes-quisar os alimentos ais que se relacionem aos projetos desenvolvidos na classe,
saudáveis, plantar uma horta, fazer atividades de culinária, ou que possam ser o início de novos projetos. Isto
produzir um livro de receitas, fazer compras no mercado para certamen-te enriquecerá e ampliará o projeto político-
adquirir os ingredientes de uma receita, dentre outras, são pedagógico da instituição, que não precisa ser confinando
atividades às quais o professor pode dar uma organização à área da escola. Podem haver até mesmo intercâmbios
pedagógica que possibilite às crianças participar ativamente, com outras instituições educacionais.
e elaborar diversos projetos junto com a turma. A rotina é um elemento importante da Educação Infan-
til, por proporcionar à criança sentimentos de estabilidade e
- Atividades Físicas/Parque segurança. Também proporciona à criança maior facili-dade
de organização espaço-temporal, e a liberta do sen-timento
Fanny Abramovich lembra-nos, com muito humor, o de estresse que uma rotina desestruturada pode causar.
papel usualmente atribuído ao movimento nas nossas Entretanto, como vimos, a rotina não precisa ser rígida, sem
escolas: “Não se concebe que o aluno sequer possua um espaço para invenção (por parte dos profes-sores e das
corpo. Em movimento permanente. Que encontre respos- crianças). Pelo contrário a rotina pode ser rica, alegre e
tas através de seus deslocamentos. Um corpo que é fonte prazerosa, proporcionado espaço para a constru-ção diária
e ponte de aprendizagens, de reconhecimentos, de cons- do projeto político-pedagógico da instituição de Educação
tatações, de saber, de prazer. Basicamente, possui cabeça Infantil. Vale, ainda, lembrar que “a dinâmica de um grupo de
(para entender o que é dito) e mão (para anotar o que é crianças é maior que a rotina da creche” (BA-TISTA, 2001).
dito). Portanto, pode e deve ficar sentado o tempo todo Isto é, a rotina aqui proposta é apenas uma sugestão, pois a
da aula. Breves estiramentos, andadelas rápidas, podem
melhor rotina para cada grupo de crianças só pode ser
ser efetuadas nos intervalos. No mais, os braços são úteis
estabelecida pelo seu professor, no contato diário com as
para segurar livros/cadernos/papéis e pés e pernas se sa-
crianças.
tisfazem ao ser selecionados para levantar/perfilar/sair. E
basta.” Avaliação na Educação Infantil: o adulto como um dos
Na Educação Infantil, o principal objetivo do trabalho mediadores do desenvolvimento infantil.
com o movimento e expressão corporal é proporcionar à
criança o conhecimento do próprio corpo, experimentando Nenhuma proposta de organização do trabalho peda-
as possibilidades que ele oferece (força, flexibilidade, equi- gógico está completa sem expressar sua concepção sobre
líbrio, entre outras). Isto proporcionará a ela integrá-lo e avaliação. Afinal, a forma como os educadores realizam suas
aceitá-lo, construindo uma autoimagem positiva e confian-te. avaliações sobre os alunos expressam, em último grau, a sua
Para isso o professor deve proporcionar atividades, fora e concepção de educação. Seja como uma edu-cação
dentro da sala de aula, onde a criança possa se movimen-tar. repressora e bancária, onde o professor deposita o
Alongamentos, ioga, circuitos, brincadeiras livres, jogos de conhecimento, que o aluno deve reproduzir. Ou como uma
regras, tomar banho de mangueira, subir em árvores... educação progressista e democratizadora, voltada para o
são diversas as possibilidades. O professor deve organizá- pleno desenvolvimento do ser humano, de sua consciência
-las e planejá-las, mas sempre com um espaço para a in- crítica, de sua capacidade de ação e reação. Nesta última
venção e colaboração da criança. O momento do parque visão a avaliação não tem a função de medir, comparar,
também assume uma conotação diferente. Não é apenas classificar, e aprovar/reprovar, excluindo aqueles que não
um intervalo para descanso das crianças e dos professo- chegam ao padrão preestabelecido. Mas a função de pro-
res. É mais um momento de desafio, afinal, há aparelhos, porcionar ao professor uma melhor compreensão sobre

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
a aprendizagem dos alunos, avaliando constantemente o pontual, retratando um único momento da criança. Mas
trabalho pedagógico por ele oferecido aos alunos, a fim uma avaliação processual, que, entretanto, é registrada
de poder superar as dificuldades encontradas. É esta a pe-riodicamente.
con-cepção que defendemos. Contudo, como afirma o Dr. Lisboa, “O fundamental
No que se refere à Educação Infantil, esta postura ava- para as crianças menores de seis anos é que elas se sin-
liativa significa a adoção de “posturas contrárias à cons- tam importantes, livres e queridas.” Este deve ser o
tatação e registro de resultados alcançados pela criança a objetivo fundamental de qualquer ação educativa voltada
partir de ações dirigidas pelo professor, buscando, ao invés para as crianças de 0 a 6 anos. A organização do trabalho
disso, ser coerente à dinâmica do seu processo de desen- pedagó-gico visando alcançar estes objetivos pode
volvimento, a partir do acompanhamento permanente da assumir várias formas, expressas em diferentes métodos.
ação da criança e da confiança na evolução do seu pensa- Mas, necessa-riamente, tem de ser pautada por uma
mento. Tal postura avaliativa mediadora parte do princípio de postura de respeito à criança: ao seu ritmo de
que cada momento de sua vida representa uma etapa desenvolvimento, à sua origem social e cultural, às suas
altamente significativa e precedente as próximas conquis-tas, relações e vínculos afetivos; à sua expressão (plástica, oral,
devendo ser analisado no seu significado próprio e in-
escrita, em todos os tipos de lin-guagem) e às suas ideias,
dividual em termos de estágio evolutivo de pensamento, de
desejos e expectativas. Sem, po-rém, jamais abdicar da
suas relações interpessoais. E percebe-se, daí, a necessida-de
procura por ampliar, cada vez mais, este mundo infantil.
do educador abandonar listagens de comportamentos
uniformes, padronizados, e buscar estratégias de acompa-
nhamento da história que cada criança vai constituindo ao
longo de sua descoberta do mundo. Acompanhamento no
sentido de mediar a sua ação, favorecendo-lhe desafios, ORGANIZAÇÃO. ASSISTÊNCIA À EDUCAÇÃO /
tempo, espaço e segurança em suas experiências.” COORDENAÇÃO / CONTROLE. AVALIAÇÃO.
Esta proposta de avaliação concebe o professor/adul-to
como mediador. Isto significa que não é esperado que, na
avaliação, a criança reproduza os conhecimentos que o
professor transmitiu. Pois aqui o professor não é a única A coordenação pedagógica necessita de subsídios
“fonte” de conhecimento. O conhecimento surge da rela-ção que oriente sua atuação na escola, pois sua ação não é
que a criança estabelece com as outras crianças (de simples e demanda muita organização para cumprimento
diferentes idades), com os adultos (pais, professores, e ou- de suas atribuições. Por isto que a gestão da escola não
tros) com o meio ambiente e com a cultura. Por tanto, ela deve de maneira nenhuma “desviar” o foco do trabalho da
jamais irá reproduzir uma informação recebida, mas sim irá coor-denação. Pelo contrário, a gestão deve garantir o
fazer a leitura desta informação, de acordo com os recur-sos espaço e apoio necessários para que a coordenação possa
de que dispõe. O professor, as outras crianças, o meio, a exercer suas atribuições com segurança e autonomia.
cultura, todos estes elementos são agentes mediadores entre Um dos instrumentos que pode subsidiar a organiza-ção
a criança e a informação. Entre conhecimento e de- do trabalho da coordenação pedagógica é a avaliação
senvolvimento. Entre cultura e inovação. institucional. Este processo permite que a coordenação co-
Por isto, não há como avaliar a criança de acordo com nheça os sujeitos que atuam na escola, em especial, os pro-
expectativas preestabelecidas pelo adulto. Não é possível fessores com os quais trabalha seus desejos, necessidades e
preencher listas, formulários ou boletins, pois isto tudo sugestões. Neste sentido a avaliação institucional vem para
significaria comparar e medir, classificando as crianças. O somar com a melhoria do trabalho da escola.
registro da avaliação deve ser o registro da história vivida Como uma das atribuições da coordenação é pro-
pela criança, no período descrito. Desta forma podem ser mover estudos e formação continuada, acredita-se que a
utilizados relatórios descritivos e porta-fólios, por exemplo. avaliação institucional auxilia a coordenação pedagógica
Quanto aos relatórios descritivos, estes devem ser elabora- nessa organização, viabilizando a atualização pedagógica
dos de maneira que “ao mesmo tempo que refaz e registra a em serviço.
história do seu processo dinâmico de construção do conhe- Elaborar estudos a partir dos resultados das
cimento, sugere, encaminha, aponta possibilidades da ação avaliações seja a institucional ou a externa, aplicada aos
educativa para pais, educadores e para a própria criança. Di- alunos, faz com que a coordenação tenha maior
ria até mesmo que apontar caminhos possíveis e necessários segurança sobre essa ação que demanda muito estudo de
para trabalhar com ela é o essencial num relatório de ava- quem organiza e de quem participa.
liação, não como lições de atitudes à criança ou sugestões de A avaliação institucional ainda é pouco exercitada nas
procedimentos aos pais, mas sob a forma de atividades a escolas, muitas vezes a escola pratica ações avaliativas para
oportunizar, materiais a lhe serem oferecidos, jogos, postu- compor, por exemplo, o Plano de Desenvolvimento da Es-
ras pedagógicas alternativas na relação com ela.” cola (PDE- escola), identificando os pontos fortes e fracos da
Enfim, esta é uma proposta de avaliação em que não instituição. Porém, esse aspecto é realizado para dar res-
apenas a criança é avaliada, mas todo o trabalho pedagó- posta à elaboração de um documento, no caso o PDE- es-
gico oferecido a ela também é avaliado, repensado e mo- cola, e não como a organização de um processo maior que
dificado sempre que necessário. Não é uma avaliação final, implica uma ação refletida e entendida como necessária,

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
incluindo também, nesse processo, a autoavaliação. Mui- ouvir a comunidade, manter um canal de diálogo com os
tas vezes a escola não lança mão desse procedimento por pais e demais pessoas que utilizam os serviços da escola.
desconhecer como esse pode ser organizado e efetivado, A avaliação institucional entendida dessa maneira, qual
bem como a leitura dos resultados e aplicabilidade para a seja, um instrumento democrático de conhecimento das
melhoria do serviço da escola. Um dos itens que a relações da escola, fortalece e valoriza o segmento educa-
coorde-nação pedagógica pode propor como formação cional e realimenta o processo de ensino e aprendizagem da
continua-da é o estudo sobre a avaliação institucional. escola, processo cuja organização e encaminhamentos estão
Para o desencadeamento desse procedimento, sob a responsabilidade da coordenação pedagógica.
primei-ro entende-se que a avaliação institucional em Os encaminhamentos propostos após análise dos da-
uma escola, deve ser desenvolvida com o caráter dos coletados pela aplicação dos instrumentos de avalia-
participativo, movi-mento democrático em que todos os ção institucional, não podem deixar de ter como princípio
segmentos da escola se envolvam, oferecendo assim balizador das ações o projeto pedagógico da escola.
confiabilidade aos dados levantados, legitimando e Logo, o ponto de partida e de chegada para a definição
qualificando o processo avaliati-vo. A partir dos resultados de metas e ações após a aplicação da avaliação
a escola tem como planejar suas metas e ações com institucional devem ser os objetivos definidos na política
coerência e unidade oferecendo maior qualidade ao seu educacional da esco-la, ou seja, o seu projeto pedagógico.
trabalho, principalmente ao trabalho pe-dagógico. Assim, é mantida a coerência e coesão do trabalho, bem
A participação de todos os segmentos da escola, além como a qualidade do mesmo, pois a avaliação
de dar legitimidade às ações avaliativas, favorece a institucional não pode ser vista apenas como aquela que
interlo-cução entre os sujeitos, podendo assim lançar mão oferece dados quantitativos, res-salta-se que a análise
de al-guns pressupostos para dirigir a rotina da escola, rigorosa dos mesmos, gera o aspecto qualitativo.
tais como: o aprendizado do aluno é responsabilidade de Ao organizar um processo de avaliação institucional a
todos; o compromisso com a ação educativa e com a escola deve ter como princípios: a conscientização de to-dos
organização administrativa e pedagógica da escola; a
sobre a necessidade do processo para a organização e
necessidade de que todos contribuam com um ambiente
encaminhamentos da escola, que o processo avaliativo
que promova re-lações saudáveis, integrando as pessoas
propicia a identidade e autonomia da escola, garante a plu-
e o trabalho, cal-cado no respeito mútuo, dentre outros.
ralidade de ideias no seu interior, a legitimidade das infor-
Vista desta forma a avaliação institucional pode ser
mações, propicia a permanente reflexão sobre as relações
en-tendida como um instrumento que auxilia o trabalho
entre os diferentes segmentos da escola, dentre outros.
da gestão escolar, pois permite diagnosticar os
A avaliação institucional deve ser organizada de forma
problemas, as necessidades, os anseios e colher sugestões
de todos os profissionais que ali atuam. Esse processo faz que permita analisar e tomar decisões sobre:
com que os profissionais sintam-se sujeitos da ação, • A organização do trabalho administrativo (reuniões
estimula assim, o sentimento de pertencimento de todos de Associação de Pais e Mestres, reuniões de Conselho
quanto aos enca-minhamentos e produção do ato Es-colar, etc.), pedagógico (planejamento, Conselho de
educativo e da organiza-ção da escola. Classe, formação continuada, etc.) e os impactos para a
A partir dos resultados a gestão pode tomar decisões aprendi-zagem dos alunos;
quanto à definição de prioridades, estabelecimento de me- • A articulação entre a avaliação institucional e a
tas e ações por segmento escolar, com vistas à implemen- avalia-ção externa aplicada aos alunos, tendo como base
tação do projeto pedagógico e curricular da escola. Nesse o proje-to pedagógico-curricular da escola;
sentido, verifica-se a importância da gestão escolar ter seu • Os resultados da produção e rendimentos da apren-
Plano de Trabalho, assim como a coordenação pedagógica, dizagem dos alunos;
estabelecendo a coerência do trabalho da escola como um • A construção de um ambiente integrador, ético e
todo, integrando ações como as voltadas para a valorização transparente;
das pessoas, a manutenção da infraestrutura, a transparên- • A definição do processo de formação continuada na
cia financeira, a definição de projetos significativos, enfim a escola;
organização da instituição que desenvolva uma política de • O processo de articulação, participação e diálogo
educação voltada para a gestão da aprendizagem. com a comunidade.
Para que a gestão da aprendizagem se efetive, o Com isto, conclui-se que a avaliação institucional não
traba-lho da coordenação pedagógica é de primeira deve ter o caráter punitivo e nem de premiação, pois sua
necessidade, pois possibilita a consolidação de um real contribuição é promover as condições para a elabora-
trabalho pedagógico coerente, de qualidade, pautado na ção de uma política educacional para a escola,
cientificidade e não no senso comum. legitimando o trabalho que ali vem sendo desenvolvido.
Os momentos de reflexão que a avaliação institucional
proporciona, permitem à escola o exercício de sua autono- Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/
mia frente à organização e efetivação do processo educati- artigos/idiomas/avaliacao-institucional-e-sua-importan-
vo, com isto verifica-se a grande responsabilidade que têm a cia-para-o-trabalho-da-coordenacao/42952
escola e os sujeitos que ali atuam quanto às definições e
formas de condução do trabalho. Por isso, é importante

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

A DINÂMICA DA ESCOLA PROJETO PEDAGÓGICO.

Dinâmicas de Grupo na Escola


As Dinâmicas de grupo na escola são adequadas para Prezado Candidato , o tema acima supracitado,
todos. Dinâmicas de grupo na escola permitem trabalhar, por já foi abordado em tópicos Anteriores .
parte dos educadores e animadores, diversas questões como
a apatia, agressividade, instabilidade, emotividade
promovendo que os alunos adquiram a capacidade de se
apreciarem de forma realista e positiva facilitando as rela- ESTRUTURA FUNCIONAL. CURRÍCULO.
ções interpessoais de forma saudável e equilibrada.
Sala para as Dinâmicas
Deve ser escolhida uma sala com pouco mobiliário ou Quando se fala em gestão escolar ou educacional, em
mesmo vazia, preferencialmente uma sala diferente geral nos vêm à lembrança os modelos administrativos.
Quase que de imediato nos lembramos de expressões ou
daque-le que os alunos têm aulas. No caso de não se
conceitos como: gestão participativa, autonomia escolar,
conseguir uma sala vazia, encostar os móveis de forma a
flexibilização da gestão. E tudo isso nos leva a algumas
ser possível colocar cadeiras em círculo. É muito indagações como: Por que nosso sistema escolar ainda
importante que não estejam presentes pessoas estranhas enfrenta problemas tanto gestionários como didático-pe-
à turma, para não criar um clima de desconfiança e de dagógicos? A causa do baixo rendimento escolar de nos-sos
superficialidade entre os elementos do grupo. alunos se explica a partir dos modelos administrativos?
Como Fazer Dinâmicas Planejando, avaliando e recebendo apoio financeiro as es-
Inicialmente o animador poderá sentir uma reacção colas conseguirão resolver seus problemas? Ou direcionar
agressiva à dinâmica, na forma de piadas ou comentários dinheiro às escolas é só mais uma forma de mascarar o
pouco simpáticos. É perfeitamente normal neste tipo de verdadeiro problema? Qual seria então esse problema?
situação, é uma resposta defensiva, o animador deverá Olhando para a história constatamos que, principal-
res-ponder de forma agradável, mas firme. Não é mente a partir da década de 1970, começou-se a refletir
obrigatório participar, mas deverão permanecer na sala. sobre a administração escolar e sobre o papel do diretor. “Ao
O comportamento do animador deverá ser o mais observar que não é possível para o diretor solucionar sozinho
empático e assertivo possível: deverá evitar críticas e co- todos os problemas e questões relativos à sua es-cola,
mentários negativos. “és sempre o mesmo!” ou “não sejas adotaram a abordagem participativa fundada no prin-cípio
estúpido!” são comentários inaceitáveis na sala de aula e de que, para a organização ter sucesso, é necessário que os
naturalmente também na dinâmica de grupo. diretores busquem o conhecimento específico e a experiência
É importante que o alunos atuem na linha do fazer de dos seus companheiros de trabalho”. (LÜCK, 2000). E a autora
afirma em seguida que as teorias da ges-tão escolar podem
conta, ou seja como se estivessem a comer, a dormir, no
ser divididas a partir de duas bases: uma psicológica e outra
lugar do outro, etc. No final das dinâmicas é essencial que
social. As de base psicológica podem ser consideradas como
os alunos verbalizem o que experimentaram e apren-dam
de “modelo cognitivo” e “modelo afetivo”; as teorias de base
a respeitar a opinião e partilha de sentimentos dos outros. social partem do “modelo de democracia” e do “modelo da
Veja dinâmicas de grupo que poderá fazer com os seus consciência política”.
alunos! Também é verdade que já houve tempo em que as es-
colas podiam ser consideradas reflexos do sistema autori-
Fonte: http://educamais.com/dinamicas-de-grupo-na-
tário de governo. Isso mudou, principalmente a partir da
-escola/ atual legislação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB 9394/96) que menciona a preferência pelo
modelo democrático e participativo da administração esco-
lar. O artigo terceiro, inciso VIII da LDB, sobre os princípios
do ensino no Brasil fala na: “gestão democrática do ensino
público”. Essa gestão democrática, como prevê o artigo 14,
deve ter por base a participação tanto dos profissionais da
educação, como da comunidade. E a LDB diz mais.
No artigo 15 podemos ler: “Os sistemas de ensino
assegurarão às unidades escolares públicas de educação
básica que os integram progressivos graus de autonomia
pedagógica e administrativa e de gestão financeira”

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Do ponto de vista legal, portanto, estão completa- Dentro desse processo, diz esse autor, podem existir
mente superados eventuais vestígios de autoritarismo. mecanismos promovendo uma espécie de privatização da
Nossa questão, portanto é: como se efetivará a gestão escola pública; ou uma forma do poder central transferir
democrática? Qual sua relação com o planejamento, o fi- para as periferias os problemas aos quais não sabe ou não
nanciamento e a avaliação? pode resolver; pode manifestar-se, também, como meca-
Começamos dizendo que deste ponto de vista a ges- nismo de controle indireto. São efetivamente riscos que se
tão escolar ou educacional pode ser entendida como o corre, e que são previsíveis dentro da ideologia ou do mo-
caminho, o modelo e as posturas envolvidas e desenvol- delo de um Estado que se assente no neoliberalismo.
vidas para gerir o sistema escolar ou as escolas. Para essa Mas, ao mesmo tempo, pode-se ver nesse processo o
gestão é que a lei prevê a necessidade de ser democrática resultado de mobilizações de atores sociais locais, apro-
com crescente autonomia. priando-se de espaços antes controlados exclusivamente
Trata-se, portanto de um movimento de alteração das pelo poder central. Em outras palavras, o que se percebe é
relações de poder, do papel do Estado e dos atores sociais. a permanência dos conflitos, mas agora não de forma ex-
Embora esteja falando a partir do modelo português, o que plosiva e sim dialogada, democratizada, não se pode dizer
diz João Barroso, aplica-se à nossa realidade: “essa alteração que as novas tendências de gestão superam os conflitos e
vai ao sentido de transferir poderes e funções do nível contradições da sociedade capitalista, mas que abre es-
nacional e regional para o nível local, reconhecendo a escola paço para o diálogo, acenando para uma perspectiva de-
como um lugar central de gestão e a comunidade local (em mocrática do universo educacional. E com isso voltamos à
particular os pais e alunos) como um parceiro essencial na afirmação da democratização do ambiente educacional.
tomada de decisões” (BARROSO, 2003). Agora se pode perguntar: esse processo de democra-
Isso nos leva a mais uma indagação: em que consiste tização e de ampliação da autonomia educativa é positivo
essa autonomia? ou problemático para a sociedade? A reposta vai
O sistema de ensino público, mesmo concedendo depender da análise do fenômeno, respondendo a estas
autonomia às instituições escolares, ainda mantém a su- indagações: trata-se de uma forma de transferir
premacia legislativa e normativa: é o poder público que problemas insolúveis para a comunidade? Ou trata-se de
contrata e mantém os professores e demais funcionários um avanço da mobili-zação dos atores sociais?
das escolas; o dinheiro aplicado nas escolas vem do poder O que podemos observar, concretamente é que, a par-tir
público. Mesmo no ensino superior, em instituições que de um processo de gestão democrática, a comunidade
mantêm fundações ou outras instituições para captação escolar particularmente os gestores é levada a melhor pla-
de recursos, o poder público mantém a normatização de nejar o cotidiano escolar. Planejamento não só das ações
funcionamento, além do quadro funcional. pedagógicas, mas também dos processos financeiros e das
Na iniciativa privada não é diferente, o poder publico relações com os pais e alunos. Dentro desse processo a
mantém constante e severa vigilância. Portanto a autono- escola tem condições de ultrapassar seus próprios muros.
mia não é absoluta, pois acima das instituições de ensino Também se pode dizer que a partir dessa perspectiva o
permanecem as instituições do Estado. Neste caso para Estado, por meio de vários programas, direciona dinheiro
que aconteça a autonomia ela precisa ser construída me- para as escolas e aqui estamos pensando, especificamente,
diante sintonia de interesses e pela crescente possibilida- nas escolas públicas estaduais. Esse dinheiro é administrado
de de diálogo entre o poder público, a sociedade civil e a não somente pelo diretor e demais funcionários das escolas,
comunidade escolar. A gestão democrática e participativa mas por uma equipe gestora da qual também participam pais
se constrói, portanto, pela sintonia desses três vértices do e alunos essa equipe, recebe diferentes denominações: APP,
triângulo dos interessados. APM, Caixa Escolar. O processo participativo ocorre, não só
Neste caso nem a gestão democrática é algo pron-to, pela recepção e distribuição do dinheiro, mas num processo
nem a autonomia um ponto de chegada e definitivo. Mas anterior, quando pais, alunos e membros da escola opinam
se trata de um processo construído no cotidiano das sobre como e onde deve ser aplicado o dinheiro que virá.
ações. Portanto, a previsão, o planejamento, é anterior à remessa. O
Mas existe outro lado da autonomia que pode soar dinheiro chega à escola, sim, mas a partir de planejamento.
um pouco mais problemático. Por que o poder público, Estamos, pois, diante de um novo modelo gestionário
ou o Estado, alimenta a gestão democrática? Por que da ação escolar. Um modelo que democratiza a participa-
quem detém o poder estaria abrindo mão dele? ção, que demanda planejamento, que, a partir do planeja-
É o mesmo João Barroso quem nos responde a par-tir de mento, consegue gerir e aplicar a verba destinada à
uma breve análise do conceito de «territorialização” e da escola. Podemos, inclusive, admitir que haja menor risco
autonomia consentida. A territorialização consiste numa de des-vio de verbas, o que seria assunto para outra
diversidade de processos que “vão ao sentido de valorizar os discussão, evidentemente. Também podemos admitir que
poderes periféricos, a mobilização dos atores e a esse mo-delo pudesse ser um mecanismo que esteja
contextualização da ação política”. (2003) . E o autor con- ocultando a incapacidade ou a má vontade do centro do
tinua, dizendo que: esse processo “tem por pano de fundo poder; pode ser uma manifestação da manipulação
um conflito de legitimidade entre o Estado e a sociedade, exercida sobre os atores sociais. Mas também pode ser
entre o público e o privado, entre o interesse comum e os mais uma conquista da mobilização social. E, talvez,
interesses individuais, entre o central e o local” (2003) . havendo mais mobilização, haja mais conquistas.

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Dessa forma, gestão educacional nacional é baseada externo - ligado à função social da escola, na forma
na organização dos sistemas de ensino federal, estadual e como produz, divulga e socializa o conhecimento.
municipal e das incumbências desses sistemas; das várias A partir da análise de alguns trabalhos recentes (pes-
formas de articulação entre as instâncias que determinam quisas realizadas na área de gestão educacional) o estudo
as normas, executam e deliberam no setor educacional; e pretende trazer suporte teórico para uma reflexão sobre o
da oferta da educação pelo setor público e privado. tema de forma que seja possível ultrapassar o nível de
Cada sistema tem um papel a desempenhar no contex-to entendimento sobre gestão como palavra recente que se
educacional do País. No que diz respeito a educação bá-sica, incorpora ao ideário das novas políticas públicas em subs-
cabe aos Estados, Distrito Federal e Municípios ofer-tá-la, por tituição ao termo administração escolar.
sua vez, o ensino médio é um dever dos Estados e do Distrito O fato de que a ideia gestão educacional desenvolve-
Federal e a educação infantil dos Municípios. -se associada a um contexto de outras ideias como, por
As instituições de ensino cuja União é responsável são as exemplo, transformação e cidadania. Isto permite pensar
escolas particulares e órgãos federais, já aos Estados e Dis- gestão no sentido de uma articulação consciente entre
tritos Federais compete as instituições de ensino mantidas ações que se realizam no cotidiano da instituição escolar e
por eles, as de nível superior mantidas pelos Municípios, as o seu significado político e social.
particulares de ensino fundamental e médio, os órgãos es- A valorização da escola privada como solução para demo-
taduais de educação e as instituições municipais de ensino cratização da educação está comprometendo algumas conquis-
particulares de educação infantil. Aos Municípios compete as tas gestadas por ocasião da Constituição Cidadã de 1988. Não há
instituições de educação infantil e de ensino fundamental e dúvida que o movimento de gestão democrática da educa-ção
médio mantidas pelos municípios, as instituições particulares avançou nas décadas de 80 até meados da década de 90.
de educação infantil e os órgãos municipais de educação. Hoje, este movimento sofre retrocessos, embora a Lei
Como podemos perceber, embora os entes federativos de Diretrizes e Bases da Educação 9.394 de 20 de dezem-
compartilhem responsabilidades, cada um possui atribui-ções bro de 1996 tenha confirmado a participação não só na
próprias, tendo a União o papel de coordenar e arti-cular os gestão da escola, mas também na construção do projeto
níveis de sistemas, os Estados e o Distrito Federal o de político pedagógico, de acordo com a regulamentação
elaborar e executar políticas e planos educacionais e os em leis municipais. No entanto esta participação não se
Municípios de organizar, manter e desenvolver seu sistema conso-lidou na gestão da educação e muito menos nas
de ensino através da sua integração com as políticas e pla- propostas pedagógicas das escolas.
nos educacionais da União e dos Estados. Três motivos explicam esta situação precária da gestão
Diferente da gestão educacional, a gestão escolar, tra- da escola. Primeiro, o projeto político conservador que está
ta das incumbências que os estabelecimentos de ensino embutido nas práticas administrativas. A administração ou
possuem, respeitando as normas comuns dos sistemas de excessivamente burocrática e controladora privilegiando
ensino. Cada escola deve elaborar e executar sua proposta a uniformidade, disciplina e homogeneidade dificultando
pedagógica; administrar seu pessoal e seus recursos qualquer gesto de criatividade ou incorpora práticas de
mate-riais e financeiros; cuidar do ensino-aprendizado do programas empresariais de qualidade total.
aluno, proporcionando meios para a sua recuperação; e Segundo, a falta de formação ética e política dos ges-
articular--se com as famílias e a comunidade, tores eleitos privilegiam interesses privados em
proporcionando um processo de integração. detrimento dos coletivos e públicos.
Outro ponto importante na gestão escolar é a auto- Terceiro, a confusão estabelecida pelo pragmatismo das
nomia que a escola possui e que estar prevista na Lei de políticas neoliberais de privatização no setor adminis-trativo
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996. público, de tal forma que nem dirigentes em seus cargos
Através dessa autonomia as escolas conseguem atender administrativos nem dirigidos conseguem distinguir mais o
as especificidades regionais e locais, assim como as que é público e o que é privado. Como construir neste
diversas clientelas e necessidades para o desenvolvimento contexto uma participação democrática na gestão e na
de uma aprendizagem de qualidade. construção da proposta pedagógica da escola? Os go-vernos
Com base nisso, podemos perceber que a gestão neoliberais entendem que propostas de participa-ção da
edu-cacional é compreendida através das iniciativas comunidade na administração das escolas devam ser através
desenvol-vidas pelos sistemas de ensino. Já a gestão de programas como: Amigos da Escola, Dia da Família na
escolar, situa-se no âmbito da escola e trata das tarefas Escola, Escolas de Paz, Associações de Apoio à Escola e
Organizações não governamentais. Os educadores e
que estão sob sua responsabilidade, ou seja, procura
pesquisadores entendem que não é suficiente permane-cer
promover o ensino e a aprendizagem para todos.
na denúncia. Isto a mídia o faz muito bem.
A Gestão Educacional e a LDB É fundamental lutar para manter as conquistas demo-
cráticas constitucionais. É preciso ir além e se
A gestão educacional passa pela democratização da comprometer com uma construção democrática cotidiana
escola sob dois aspectos: em diferentes setores da sociedade e do Estado. As
a) interno - que contempla os processos administra- práticas do cotidiano escolar constituem um horizonte
tivos, a participação da comunidade escolar nos projetos para o surgimento, cres-cimento e consolidação de um
pedagógicos; projeto democrático alter-nativo.

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
A investigação das práticas docentes, administrativas senvolvimento profissional de professores e funcionários.
e culturais é este horizonte que aponta uma direção. Estados planejaram investir em programas de capacitação
Afinal, a quem servem estas práticas? Que projeto de de professores e dirigentes escolares, Incluiu um
sociedade e de Estado está embutido no diálogo dos programa de capacitação em liderança de escolas
educadores e educandos? Que significado possui a estaduais inovador baseado na escola.
interlocução entre saberes acadêmico e saberes de O enfoque da capacitação prático e não teórico. Os
experiência? Conforme ensinara Paulo Freire. programas e seu material de apoio são desenvolvidos por
A LDB, em seus artigos 14 e 15, apresentam as grupo de treinamento central. O objetivo dos estados par-
seguin-tes determinações: Art. 14 - Os sistemas de ensino ticipantes é reforçar o conteúdo de capacitação e desen-
defini-rão as normas da gestão democrática do ensino volver escolas para demonstração. O fator crítico para o
público na educação básica, de acordo com as suas al-cance do objetivo do estado é de descentralizar o
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: processo divisório das escolas. Por que incentivar o
I. Participação dos profissionais da educação na desenvolvimento dos professores e funcionários. As duas
elabo-ração do projeto pedagógico da escola; razões principais para que se tenha uma forte ênfase ao
II. Participação das comunidades escolar e local em desenvolvimento dos funcionários e professores são:
conselhos escolares ou equivalentes. crescimento profissio-nal e desenvolvimento pessoal.
Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unida- Os funcionários devem se sentir motivados para
des escolares públicas de educação básica que os treinar e aprender mais na área em que atua isto vai ser
integram progressivos graus de autonomia pedagógica e lucro para ambas as partes escola e funcionário.
adminis-trativa e de gestão financeira, observadas as Os diretores poderão crescer mais em seus projetos e
normas de di-reito financeiro público. desenvolver cada vez melhor seu “perfil”, sendo capaz de
Cabe aqui, nesta regulamentação o princípio da au- solucionar problemas com decisões certas.
tonomia delegada, pois esta lei decreta a gestão demo- Porque sem este desenvolvimento os diretores toma-
crática com seus princípios vagos, no sentido de que não vam decisões baseadas apenas em experiências e muitas
estabelece diretrizes bem definidas para delinear a gestão vezes sem dinâmicas e sem percepção.
democrática, apenas aponta o lógico, a participação de todos
os envolvidos. Nesse ínterim, o caráter deliberativo da soal.Estratégias participativas do desenvolvimento de pes-
autonomia assume uma posição ainda articulada com o Tanto os professores como os gestores devem ser en-
Estado. É preciso que educadores e gestores se reeduquem volvidos na concepção de programas de desenvolvimento
na perspectiva de uma ética e de uma política no sentido de de pessoal. Há cinco elementos chave de urna abordagem
criar novas formas de participação na escola pública, tais participativa de desenvolvimento pessoal.
como ouvindo, registrando e divulgando o que alunos e 1 - Consultar o pessoal sobre o que consideram
comunidade pensam, falam, escrevem sobre o autorita-rismo neces-sário para promover o seu próprio crescimento e
liberdade da escola pública e as desigualdades da sociedade aprimorar o seu desempenho.
brasileira. É tecendo redes de falas e de regis-tros, ações e 2 - Retribuir eu reconhecer o tempo dedicado à partici-
intervenções que surgirão novos movimentos de participação pação em atividades de desenvolvimento de pessoal
ativa e cidadã. 3 - utilizar os quatro princípios de programas de
O novo paradigma da administração escolar traz, capa-citação eficazes. Esses princípios são:
junto com a autonomia, a ideia e a recomendação de a). Envolver os participantes na apresentação de con-
gestão co-legiada, com responsabilidades compartilhadas certos, ideias, estratégias e técnicas.
pelas co-munidades interna e externa da escola. b). Planejar a aplicação dos conceitos acima.
O novo modelo não só abre espaço para iniciativa e c). Dar aos participantes feedback sobre o uso de no-
participação, como cobra isso da equipe escolar, alunos e vos conceitos.
pais. Ele delega poderes (autonomia administrativa e orça- d). Permitir que os participantes aplicassem seus
mentária) para a Diretoria da Escola resolver o desafio da novos conhecimentos.
qualidade da educação no âmbito de sua instituição. Em 4 - Certificar-se de que o diretor da escola está pre-
certa medida, esta nova situação sugere o papel do último sente e participar de todos os programas realizados em
perfil de líder mencionado: o que enfrenta problemas «in- serviços.
tratáveis», cuja solução não é técnica, mas de engajamento e 5 - Acompanhar a utilidade de cada atividade de de-
sintonia com o grupo que está envolvido e que tem mui-to a
senvolvimento profissional após a realização da mesma.
ganhar com a superação do desafio.
No caso da escola, a qualidade da educação é interes- Gestão Participativa e Participação Comunitária
se tanto da equipe escolar, quanto dos alunos e de suas
famílias (além do Estado, das autoridades educacionais e O trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, rea-
da nação como um todo). Sua melhoria depende da busca lizado a partir da participação conjunta e integrada dos
de sintonia da escola com ela mesma e com seus usuá- membros de todos os segmentos da comunidade escolar.
rios. Uma escola de qualidade tem uma personalidade es- Portanto, afirmar que sua gestão pressupõe a atuação
pecial, que integra os perfis (aspirações e valores) de suas participativa representa um pleonasmo de reforço a essa
equipes internas, alunos, pais e comunidade externa. De- importante dimensão da gestão escolar. Assim, o envolvi-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
mento de todos os que fazem parte, direta ou indiretamen- Variações de significado e alcance da participação
te, do processo educacional no estabelecimento de objeti-
vos, na solução de problemas, na tomada de decisões, na Registram-se várias formas de participação, com
proposição, implementação, monitoramento e avaliação de signi-ficado, abrangência e alcance variados: da simples
planos de ação, visando os melhores resultados do pro-cesso presen-ça física em um contexto, até o assumir
educacional, é imprescindível para o sucesso da ges-tão responsabilidade por eventos, ações e situações. Assim, é
escolar participativa. coerente o reco-nhecimento de que, mesmo na vigência
Esta modalidade de gestão se assenta no da administração científica, preconiza-se a prática da
entendimen-to de que o alcance dos objetivos participação: em toda e qualquer atividade humana, por
educacionais, em seu sentido amplo, depende da mais limitado que seja seu alcance e escopo, há a
canalização e emprego ade-quado da energia dinâmica participação do ser humano, seguindo-a, sustentando-a,
das relações interpessoais que ocorrem no contexto da analisando-a, revisando-a, cri-ticando-a.
organização escolar, em torno de objetivos educacionais, De fato, o processo de participação tem sido evocado
entendidos e assumidos por seus membros, com na escola em várias circunstâncias, das quais serão ressal-
empenho coletivo em torno da sua reali-zação. tadas algumas, apenas para exemplificar a limitação das
A participação dá às pessoas a oportunidade de con- práticas levadas a efeito sob essa denominação, em seu
trolar o próprio trabalho, sentirem-se autoras e responsá-veis alcance e sentido.
pelos seus resultados, construindo, portanto, sua au-tonomia. Uma das circunstâncias escolares mais comuns sobre
Ao mesmo tempo, sentem-se parte orgânica da realidade e as quais exige participação de professores, diz respeito a
não apenas um simples instrumento para reali-zar objetivos realização de festividades, como, por exemplo, festas juni-
institucionais. Mediante a prática participati-va, é possível nas, , promoções de campanhas para arrecadar fundos ou
superar o exercício do poder individual e de referência e outras atividades do gênero. Ou outra circunstância é a da
promover a construção do poder da compe-tência, centrado
realização de reuniões para a tomada de decisões a
respei-to de problemas apontados pela direção da escola
na unidade social escolar como um todo.
(muitas vezes indicados por autoridades do sistema de
O sentido da participação ensino, e cujas soluções alternativas são sugeridas pela
própria di-reção, servindo a assembleia para referendar,
A participação, em seu sentido pleno, caracteriza-se por por meio de manipulações essas decisões).
uma força de atuação consciente pela qual os mem-bros de Essa forma inadequada de participação é, aliás,
uma unidade social reconhecem e assumem seu poder de notória em assembleias de professores – não sendo
exercer influência na determinação da dinâmica dessa privilégio de dirigentes de sistemas e de escolas - ,
unidade, de sua cultura e seus resultados. Esse poder é quando são convo-cados por líderes de classe para “tirar”
resultante da competência e vontade de compreender, moções de greve já decididas em fórum externo à
decidir e agir sobre questões que lhe são afetas, dando à assembleia com qualquer manifestação contrária sendo
unidade social vigor e direcionamento firme. repudiada de plano pelos di-rigentes da assembleia.
Desse modo, a participação de todos, nos diferentes É importante ressaltar que essas circunstâncias deixam
níveis de decisão e nas sucessivas faces de atividades, é es- de caracterizar a participação efetiva dos professores, uma
sencial para assegurar o eficiente desempenho da organi- vez que eles se sentem usados – e se deixam usar -, no
zação. No entanto, a participação deve ser estendida como primeiro caso como simples mão de obra, e no segundo
processo dinâmico e interativo que vai muito além da to- como sujeitos manipuladores por concordar em realizar o
mada de decisão, pois é caracterizado pelo Inter apoio na que, de antemão, já foram determinado por um grupo
convivência do cotidiano da escola, na busca, pelos seus restrito. Essa prática embora pareça oferecer alguns re-
agentes, da superação das dificuldades e limitações e do sultados positivos, do ponto de vista de quem conduz, a
bom cumprimento da sua finalidade social. médio prazo, produz resultados altamente negativos, que
Cabe lembrar que toda pessoa tem poder de influên- deterioram a cultura organizacional da escola, por destruir
cia sobre o contexto de que faz parte, exercendo-o, inde- qualquer possibilidade de colaboração benéfica; promover o
pendentemente da consciência desse fato e da direção e descrédito nas ações de direção e nas pessoas que detêm
intenção de sua atividade. No entanto, a falta de autoridade; gerar desconfiança, insegurança e destruir as
consciên-cia dessa interferência resulta em falta de sementes e motivações de participação efetiva das pessoas
consciência do poder de participação que tem; disso que, ao se sentirem usadas, passam a negar o processo e sua
decorrem resultados negativos para a organização e para legitimidade.
as próprias pessoas que constituem o ambiente escolar. A participação efetiva pressupõe que os professores,
Faltas, omissões, des-cuidos, incompetência são aspectos coletivamente organizados discutam e analisem a pro-
que exercem esse po-der negativo. blemática pedagógica que vivenciam em interação com a
Por conseguinte a participação em sentido pleno é organização escolar e que, a partir dessa análise, determi-
caracterizado por mobilização efetiva dos esforços indi- nem um caminho para superar as dificuldades que julga-
viduais para superar atitudes de acomodação, alienação, rem mais carentes de atenção. Portanto os problemas são
marginalidade, comportamentos individualistas e apontados pelo próprio grupo, e não pelo diretor da
estimular a construção de espírito e equipe. escola ou sua equipe técnico-pedagógica.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

De acordo com um entendimento limitado de partici- Realização de parcerias para atender as necessi-dades
pação, em sala de aula, professores indicam a importância da da escola, sendo que a grande parceria é com os
participação dos alunos, propondo até mesmo a “avalia-ção professores e funcionários;
por participação”, conhecida como simples e eventual Exposição e transparências das metas pessoais de
manifestação verbal indicativa de estarem acompanhando e todos;
prestando atenção na aula. Nesse caso, cria-se uma cul-tura Tranquilidade e discernimento para lidar com con-
de faz-de-conta, do qual participam apenas os alunos que flitos e adversidades;
julgam saber o que os professores desejam ouvir, uma vez Superação do ego e da vaidade, mantendo a au-
que julgam poderem dizer apenas isso. Em trabalhos em toridade necessária, lembrando na gestão coletiva o que
grupo observa-se até mesmo a distorção do sentido de predomina são as ações conjuntas;
grupo – é comum, em vez dos grupos servirem para Garantia de que os procedimentos têm como refe-
promover a aprendizagem coletiva, a partir da troca e reci-
rência a legislação vigente e os documentos que norteiam
as ações da escola, bem como as decisões tomadas em
procidade de ideias, realizar a divisão de trabalho e tarefas.
reuniões de professores, funcionários e pais;
Valores orientadores da ação participativa Criação de cultura de participação comunitária, in-
citando as pessoas a se pronunciarem, colaborando para
A ação participativa depende de que sua prática seja eliminar o medo da manifestação;
realizada a partir do respeito a certos valores substanciais, Acompanhamento e auxílio na organização das regras
como ética, solidariedade, equidade e compromisso.
A ética é representada mediante a ação orientada pelo res- e acordos e atenção para o seu cumprimento; dos;•
peito ao ser humano, às instituições sociais e aos elevados valo- Constância e persistência em relação aos resulta-
res necessárias ao desenvolvimento da sociedade com qualida- Intervenção em situações que afetam a rotina, os
de de vida, que se faz traduzir nas ações de cada um. De acordo relacionamentos ou que tragam prejuízo para a escola.
com esse valor, a ação participativa é orientada pelo cuidado e
atenção aos interesses humanos e sociais como valor.
A solidariedade é manifestada pelo reconhecimento ção.5. Gestão Educacional: Avaliação e Contra Avalia-
do valor inerente a cada pessoa e o sentido de que os
seres humanos se desenvolvem em condições de troca e fato que as políticas neoliberais usam e abusam da
recipro-cidade, em vista do que são necessárias redes regulação; por outro, as políticas participativas resvalam no
abertas de apoio recíproco. democratismo, nem sempre fortalecem as estratégias lo-cais
A equidade é representada pelo reconhecimento de de realização da mudança e, com isso, não exercitam os
que pessoas e grupos em situações desfavoráveis neces- trabalhadores da educação para a contra regulação. Contra
sitam de atenção e condições especiais, para igualar-se a regulação é resistência propositiva que cria compromissos
seus semelhantes no processo de desenvolvimento. Vale ancorados na comunidade mais avançada da escola (inter-na
dizer que os benefícios da atenção são distribuídos de e externa), com vistas a que o serviço público se articule com
for-ma diferente, de modo a possibilitar aos que seus usuários para, quando necessário, resistir à regu-lação
apresentam maior dificuldade de participação condições (contra regulação) e, quando possível, avançar tanto na sua
favoráveis para superar essa dificuldade. organização como na prestação de serviços da me-lhor
O compromisso se traduz na ação dos envolvidos no pro- qualidade possível (justamente para os que têm mais
cesso pedagógico, focada e identificada com objetivos, valo-res, necessidades), tendo como norte a convocação de todos
princípios e estratégias de desenvolvimento. Pressupõe o para o processo de transformação social. Contra regulação
entendimento pleno dessas questões e o empenho pela sua não é a mera obstrução ou um movimento de “fechar as
realização, traduzida em melhor aprendizagem pelos alunos. fronteiras da escola” com relação às políticas centrais, pe-
Portanto, a ação participativa hábil em educação é orien- nalizando o usuário do sistema público.
tada pela promoção solidária da participação por todos da Os variados espaços dos sistemas de ensino são dis-
comunidade escolar, na construção da escola como organi- putados por propostas políticas, por diversas concepções
zação dinâmica e competente, tomando decisões em con- educativas e, por que não reconhecer, também pela inércia
junto, orientadas pelo compromisso com valores, princípios e da rotina diária. Daí não se poder discutir conceitos como o
de “regulação” sem antes se estabelecer de qual política
objetivos educacionais elevados, respeitando os demais
pública estamos falando. Uma ampliação inadequada do
participantes e aceitando a diversidade de posicionamentos.
conceito de “regulação” implicaria considerar regulação
Posturas e Atitudes de Gestão Responsáveis pelos indevida até mesmo a ação do Estado para, por exemplo,
fazer cumprir direitos arduamente conquista- dos nas lutas
bons Resultados da Escola
sociais, entre eles o direito de acesso ao conhecimento his-
Comprometimento e divisão de responsabilida- toricamente acumulado por meio dos processos escolares.
des, facilitando a participação dos envolvidos, o reconhe- “Regular”, no sentido amplo do termo, é vocação de
cimento dos esforços, avanços e iniciativas dos toda política pública, entretanto “regulação” foi um termo
envolvidos, para estimular, motivar e tornar as pessoas construído no interior das “políticas públicas neoliberais”,
mais eficazes e felizes; cuja eficácia maior no Brasil foi obtida na gestão de Fer-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
nando Henrique Cardoso, para denotar uma mudança na externo privilegiado. Mas não é esta a nossa perspectiva.
própria ação do Estado, o qual não deveria intervir no Queremos examinar o dilema desde dentro da contradição. Daí a
mer-cado, a não ser como um “Estado avaliador”. As importância de resolvermos a primeira instância deste debate (se
políticas regulatórias querem, em áreas estratégicas, é possível ou se vale a pena tentarmos disputar os espaços
transferir o po-der de regulação do Estado para o institucionais para produzir mudanças – e, portanto, de alguma
mercado, como parte de um processo amplo marcado por forma, “regular”, no sentido amplo do termo). Se o
várias formas de produzir a privatização do público. Isso posicionamento nesta questão apontasse para a irrelevância da
inclui tanto a instituição da regulação via mercado como o luta institucional, então não haveria nada mais a ser dito. Outras
seu complemento, a desre-gulação do público via Estado, estratégias teriam que ser postas em prática. Mas, ad-mitida a
para permitir aquela ação de regulação do mercado. importância da luta por dentro das instituições, isso implica
Inclui, ainda, no caso da edu-cação, o conceito de “quase induzir algum tipo de mudança (com algum grau de “regulação”)
mercado”, mas, mesmo nesse caso, a regulação feita pelo como pano de fundo para todas as políticas pú-blicas – ainda
Estado não é contraposta ao mercado, pois a criação e que gostemos mais de umas que de outras.
manutenção do mercado depen-dem do Estado. No que resta deste ensaio, estaremos falando do poder
É importante notar que o termo “regulação” está rela- de indução de mudanças pelo Estado fora do âmbito das
cionado à ação de privatização do Estado no âmbito das políticas públicas neoliberais (PSDB e PFL), focando o que
políticas neoliberais. Ao privatizar, o Estado desresponsa- chamamos, por contraposição a estas, de políticas públicas
biliza-se por uma gama de serviços e transfere o controle participativas (PT e alianças), ou pelo menos os seus desejos.
para mecanismos de “regulação do mercado”. Porém, esse Durante os dez últimos anos ou mais, estivemos criti-
controle visa a retirar do Estado uma eventual capacida-de cando as políticas neoliberais e seus efeitos. Foi um traba-lho
de intervenção sobre tais serviços, deixando que sejam notável se examinado em perspectiva. Nesse mesmo tempo,
afetados apenas pelas leis de mercado. A batalha entre o as políticas democráticas e participativas ocuparam espaços
governo e as operadoras de serviços de telefonia com re- em vários lugares (municípios, estados, Federa-ção). Os
lação ao reajuste de tarifas, por exemplo, evidencia esta resultados destas políticas permanecem ainda como tema de
estratégia. É neste sentido que reafirmamos que o conceito avaliação. É compreensível que tivéssemos investido na
de “regulação” não pode ser discutido em abstrato, sem levar crítica do neoliberalismo, mas, uma vez tendo avançado
em conta a natureza da política pública que o abriga, sob nesta, faz-se necessário nos debrucemos sobre os resultados
pena de analisarmos a forma e não o conteúdo. das políticas que se contrapõem a este. Tal objetivo não
Aceitando entrar neste debate, assumimos que já re- pode ser realizado por meio de um esforço pessoal isolado,
solvemos ou decidimos deixar de lado outro, anterior, so- mas é temática para grupos de pesquisa e esforços coletivos
bre as possibilidades ou não de se induzir mudanças den- sistemáticos para os quais deve ser con-vocada a
tro das “instituições” produzidas por uma dada sociedade comunidade científica compromissada com as políticas
(essas mesmas instituídas a seu mando). Essa questão é públicas progressistas. Nosso objetivo, aqui, é tão somente
importante porque, a partir dessa decisão, todas as forças provocar esse debate.
políticas que se dispõem a disputar e ganhar o governo Contra as políticas neoliberais, têm pesado acusações de
do Estado têm a expectativa de poder pôr em prática al- dirigismo na condução de sua implementação, ao que se con-
gum tipo de indução de mudanças, ou “regulação”. Fica trapõem as políticas progressistas com suas formas de gestão
em aberto a forma de fazê-lo, o que sofre alteração em participativas. A questão que necessitará ser examinada no
função da natureza de cada política pública em particular. futuro próximo é se essas políticas participativas e democrá-ticas
Grosso modo, no Brasil, podemos dizer que temos conseguiram mudanças significativas na qualidade dos serviços
uma disputa entre duas grandes políticas públicas: as educacionais prestados aos alunos, bem como na organização
chamadas neoliberais, conduzidas pelo PFL e pelo PSDB, e dos trabalhadores da educação, e em função do que está uma
as que cha-maríamos democráticas e participativas, eventual limitação prática de suas intenções. Com o passar do
conduzidas pelo PT e seus aliados. tempo, mais e mais dados procedentes de gestões progressistas
Ainda que esta característica não seja suficiente para estão à disposição para análise.
esgotar as diferenças dessas políticas, para os nossos pro- (Nas redes públicas de ensino administradas por políti-
pósitos é a que mais nos interessa. Isso porque nas políticas cas participativas exemplo, pelo PT), avolumam-se as quei-
neoliberais a mudança é vista como parte de ações geren- xas no sentido de que os investimentos em condições de
ciais administradas desde um “centro pensante”, técnico, ao trabalho e em qualificação do professor têm dificuldades
passo que a tendência das políticas participativas é ge-rar para espelharem-se na melhoria do atendimento aos alu-nos,
envolvimento na “ponta” do sistema. E é nos momen-tos em medido pelas taxas de reprovação, evasão e desempe-nho
que o serviço público é administrado por políticas cognitivo. Há indícios de que o nível socioeconômico ainda
participativas que se abre a possibilidade para incrementar continua definindo a apropriação do conhecimento, sem que
tanto a qualidade do serviço público como a organização dos a escola consiga gerar maior equidade.
seus trabalhadores com o fim de criar condições para a O que surpreende ao ouvirmos os relatos dos gesto-
contra regulação. res é a dificuldade de a escola sintonizar seus esforços de
Pode-se estudar a temática da indução das mudanças melhoria de condições de trabalho, com o fim de ter
como se estivéssemos descrevendo a realidade dos siste- como horizonte o repasse dessa melhoria para a
mas públicos de ensino na qualidade de um observador formação dos alunos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
A apresentação destes dados não tem a finalidade de Este é um problema que as políticas participativas
demonstrar que os esforços foram em vão. Mas tem a fina- precisam enfrentar: como lidar com uma parcela do ser-
lidade de alertar para o de que as administrações progres- viço público que não se engaja na luta pela melhoria de
sistas não podem conviver com tais resultados sob pena de suas condições de trabalho, não se sensibiliza pelo
vermos fortalecidas as teses privatistas e neoliberais. aumento da qualida-de dos serviços oferecidos aos
Um estudo qualitativo realizado por Oliveira (2005) alunos nem se envolve com práticas participativas que
co-lheu dezenas de depoimentos nessa mesma rede de maximizem sua própria organi-zação.
ensino entre 2000 e 2004. Nas falas daqueles profissionais não há referências às
Não é possível sequer um resumo desses dados aqui. lutas nas quais eles tivessem participado para alterar a
Entretanto, destacamos algumas falas: “Já é uma coisa difí-cil rea-lidade ali descrita e sequer o relato de suas lutas para
a gente administrar a escola com estes professores que obter melhores condições de trabalho. Apenas constatam
trazem a toda hora esses atestados médicos que dá para ver as di-ficuldades e justificam suas condutas a partir da
que são fajutos e com as desculpas mais esfarrapadas do existência dos próprios problemas. Em alguns casos, é
mundo. Agora essa de todo mundo querer ir para grupo de quase uma torcida para que os problemas não sejam
formação, que parece que estão crescendo, só para ga-nhar resolvidos, o que permite que sua posição continue
quatro horas a mais. E agora tem professor que falta na aula justificada, autorizando soluções individualistas.
para fazer grupo de formação, para fazer leitura dos grupos A questão é o que fazer. Neste sentido, no que resta
de formação. É um absurdo isso”. (Diretora efe-tiva, deste ensaio, procuraremos apresentar algumas ideias que
depoimento dado em 2000). poderiam ajudar a configurar uma abordagem diferenciada
“Eu duvido muito que os problemas das escolas vão que não nos leve de volta às políticas regulatórias neolibe-
acabar com esses professores se reunindo para conversar, rais e, ao mesmo tempo, promova um maior compromisso
montar livrinho, fazer propaganda para o governo. (...) Tem dos servidores públicos e dos gestores no interior de polí-
professora aqui que não quer dar aula, quer fazer curso no
ticas democráticas e participativas.
horário da aula, é lógico, porque professor para enro-lar está
sozinho, a Secretaria ainda dá incentivo (...) É para melhorar a Qualidade negociada
sala de aula? Não é, é só interesse pessoal”. (Vice-diretora
efetiva, depoimento dado em 2003). “Qualidade negociada” é um conceito que chega por
“Olha, muda o governo e cada um vem querer deixar suas intermédio de um estudo de Anna Bondioli (2004). Ele re-
marcas, mas eu acho que nunca para privilegiar os professo-res, força uma tradição de como se concebe a avaliação edu-
não é possível. Eu acumulo com o estado, não dá para ficar nesta cacional no Brasil.
lengalenga de ficar conversando, é só exploração nesta Para a autora, definir qualidade implica explicitar os
prefeitura. Agora me inventaram aquelas duas horas que a gente descritores fundamentais da sua natureza, ou seja: seu ca-
tem que ficar discutindo o que fazer com alu-no que não ráter negociável, participativo, auto reflexivo, contextual/
aprende direito, que não lê... (...) publicaram no Diário Oficial que plural, processual e transformador.
agora todo mundo vai fazer o projeto polí-tico-pedagógico. Essa A qualidade, em seu aspecto negociável, é vista não
é boa, o projeto da escola que sempre foi escrito pela como um dado de fato, pois não é um valor absoluto, não é
orientadora pedagógica e a diretora, agora os professores vão adequação a um padrão ou a normas estabelecidas a priori e
ter que escrever ele também? Dar mais traba-lho, entuchar a do alto. Qualidade é transação, isto é, debate entre indi-
gente de trabalho é exploração”... (Professor, quinta série, víduos e grupos que têm um interesse em relação à rede
depoimento dado em 2003). educativa, que têm responsabilidade para com ela, com a
“Eu faço o que dá, não me estresso, não me desgasto, qual estão envolvidos de algum modo e que trabalham para
não. Na escola ou você cumpre as formalidades da burocra- explicitar e definir, de modo consensual, valores, ob-jetivos,
cia ou você ensina. Não estou nem aí que o aluno aprendeu prioridades, ideias sobre como é a rede (...) e sobre como
ou se deixou de aprender, sei lá. Não é meu filho. E é tudo deveria ou poderia ser. (Bondioli, 2004)
um bando de louco, burros, não querem aprender. Pagam-- Ao destacarmos seu caráter negociável, isso não sig-
me muito pouco pra cuidar de filho dos outros. Faço o que nifica deixar de lado os outros aspectos da natureza da
posso, faço o que me pagam. Se me pagam pouco, ensino qualidade. Significa apenas a escolha de um aspecto em
pouco. Se me pagam justo, ensino o justo”. (Professora efe- que esta definição contrasta mais abertamente com a no-
tiva, séries iniciais, depoimento dado em 2003). ção corrente de qualidade adotada pelas políticas
Estes depoimentos não são representativos do que públicas neoliberais, cuja concepção é quase sempre
essa rede de ensino pensa, é natural. E não precisam ser. eivada de uma pseudoparticipação que objetiva legitimar
Entretanto, enquanto um único professor pensar assim, o a imposição verticalizada de “padrões de qualidade”
Poder Público não pode cruzar os braços à espera que externos ao grupo avaliado.
haja uma “conscientização” espontânea no serviço A mesma autora prossegue conceituando um aspecto
público, pois cada um desses profissionais tem sob sua essencial na produção de qualidade: os indicadores. Para ela,
responsabilidade dezenas de crianças. os indicadores não são, portanto, padrões, isto é, nor-mas
O Poder Público está obrigado a “regular” para criar impostas do alto, às quais devemos nos adequar. Não
as condições institucionais que alterem este quadro e não representam, nem mesmo, um “valor médio” de exequibi-
pode apenas confiar no voluntarismo ou na boa vontade. lidade de aspectos da qualidade. São, ao contrário, signi-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
ficados compartilhados (...). São, portanto, como indica o Após uma análise dos termos o autor conclui que ao
próprio termo, sinalizações, linhas que indicam um percur-so técnico agrícola “lhe cabe estender suas técnicas, entregá-
possível de realização de objetivos compartilhados. (...) aquilo -las, prescrevê-las”, não lhe cabe “persuadir” o camponês,
que os diferentes atores sociais (...) se empenham em buscar, mas sim realizar uma tarefa educativa em que atue “com
contribuindo, para isso, cada um de acordo com o próprio outros homens sobre a realidade que os mediatiza”. E
nível de responsabilidade. (Bondioli, 2004). fina-liza: “Como educador, se recusa à ‘domesticação’ dos
Dois são os aspectos desta definição que precisam ser ho-mens, sua tarefa corresponde ao conceito de
destacados. Por um lado seu caráter de “significação com- comunicação, não ao de extensão”.
partilhada” e, portanto, de produção coletiva, e, por outro, Esta reflexão deve servir para alimentar um profundo
a contribuição de cada um “de acordo com seu próprio questionamento do conceito de “promoção de mudan-ça”
nível de responsabilidade”. Para os neoliberais, esta con- em nossas escolas. A noção de “qualidade negociada”,
cepção é inviável no serviço público não só pelo fato de discutida anteriormente, traz a dimensão da mudança, da
dar margem a corporativismos, mas também porque seria participação, a qual é, aqui, aprofundada por Paulo Freire.
de implementação extremamente lenta e incerta. É comum que se pense a mudança como produto de
Entretanto, os indicadores são importantes mais pela um centro difusor que atua na transferência desta (exten-
significação compartilhada que possuem perante os ato- sionismo) para as escolas. É como se uma Secretaria de
res da escola que pelo valor numérico ou de análise que Educação ou uma universidade pudesse se instalar tal
possam gerar. Os indicadores têm de ser uma construção esse centro irradiador que estendesse à prática das
social que se legitima e se desenvolve no interior da insti- escolas a mudança. Tal concepção supõe que ela já esteja
tuição escolar e têm seu lugar natural no curso da elaborada em algum lugar, fora do local onde ela tem de
avaliação institucional, induzida e acompanhada pelas ocorrer, bas-tando para tal “persuadir” os atores locais
políticas pú-blicas, como veremos mais adiante. para a “adoção” ou “adaptação local” da mudança.
Um último aspecto a ser mencionado diz respeito ao instru- Entre os vários aspectos que esta concepção esque-ce
mento para a condução da qualidade negociada. O projeto pe- se encontra o de que qualquer conhecimento externo a
dagógico assume, portanto, um significado negociável. Constitui uma rede de ensino depende, para poder ser eficaz, de
uma espécie de ‘pacto’ entre o órgão público e o órgão gestor da uma associação com o conhecimento interno, local, pre-
rede, que define compromissos e responsabilidades recíprocas. sente no interior das redes. Não levar em conta esse co-
Dessa ação, resultam algumas consequências, entre elas nhecimento já acumulado no interior das escolas é
o fato de cada escola atribuir-se a liberdade de deli-near a impedir o processo de mudança.
sua própria fisionomia educativa, levando em conta seu Esta crítica se assenta no fato de que um problema,
contexto, limites e virtudes; o fato de que tais escolhas se do ponto de vista dialético, não pode ser resolvido de fora
tornam públicas e socializadas, ou seja, o direito de criar sua dele, mas sim desde dentro dele, levando em conta as
fisionomia está acompanhado do dever de “tornar pú-blico” con-tradições reais da sua existência. Portanto, são os
o seu projeto; e, finalmente, evidencia-se o caráter “ético” atores sociais envolvidos com os problemas os que detêm
dessa operação na medida em que, uma vez públi-co, toma o conhe-cimentos importantes sobre a natureza desses
sentido de uma promessa, de uma admissão de problemas, seus limites e possibilidades.
responsabilidade para realizá-lo). A tarefa do educador, então, é a de problematizar aos
Essa responsabilidade não só é da escola, naquilo que educandos o conteúdo que os mediatiza, e não a de dis-
lhe é devido, mas também é relativa ao que a escola sertar sobre ele, de dá-lo, de estendê-lo, de entregá-lo,
neces-sita dispor para garantir a exequibilidade do seu como se se tratasse de algo já feito, elaborado, acabado,
projeto. Daí o sentido de um “pacto” com múltiplos terminado. Neste ato de problematizar os educandos, ele
atores: da esco-la para com seus estudantes; da escola se encontra igualmente problematizado.
consigo mesma; da escola com os gestores do sistema Dessa maneira, os conteúdos problemáticos, que irão
escolar; e dos gestores do sistema para com a escola. constituir o programa em torno do qual os sujeitos exerce-
Estes elementos constitutivos do que chamamos “quali-dade rão sua ação gnosiológica não podem ser escolhidos por um
negociada” nos remetem a um aspecto de fundo, con-tido em ou por outro dos pólos dialógicos, isoladamente.
um pequeno livro de Paulo Freire com o título Exten-são ou A ideia de que a mudança é um processo está forte-
comunicação? Escrito em 1969, em Santiago de Chile, quando mente presente no conceito de “qualidade negociada”. A
trabalhava na reforma agrária daquele país, procurou analisar o mudança é uma construção local apoiada e não uma trans-
problema da comunicação entre o “técnico agrícola ferência desde um órgão central para a “ponta” do siste-ma.
extensionista” e o camponês. Diz na introdução do livro que o Tal construção é guiada por um projeto pedagógico da
estudo pretende analisar o trabalho do agrônomo, chamado instituição, local – considerada as políticas globais emana-das
erroneamente de “extensionista”, vendo-o como um educa-dor,
de órgãos centrais – que configura uma cesta de indi-cadores
e “ressaltar sua indiscutível e importante tarefa junto aos
com os quais se compromete e se responsabiliza,
camponeses (e com eles), a qual não se encontra corretamen-te
demandando do Poder Públicas as condições necessárias à
indicada no conceito de ‘extensão’” (Freire, 1975).
sua realização. Esta forma de relacionamento exclui tanto as
Qual a questão posta por Paulo Freire? É o
formas autoritárias de gestão baseadas na verticaliza-ção das
contraponto entre “estender o conhecimento até alguém” decisões como exclui igualmente o populismo e o
ou “comuni-car-se com alguém”.

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
democratismo de formas de gestão que transferem inade- estabilidade no emprego – tempo contínuo e definido em
quadamente (para não dizer que abandonam) para a lei que impede a demissão a não ser por causa merecida e
“pon-ta” as decisões, unilateralizando-as e omitindo-se. devidamente apurada em processo administrativo.
É na tensão entre as políticas públicas centrais e as Para o autor, esta diferenciação básica implica outra
ne-cessidades e os projetos locais que se constrói a relação com o poder, o dinheiro e o tempo (...) em cada
qualidade das escolas, a partir de indicadores publicizados um desses níveis é possível salientar uma característica –
e assumi-dos coletivamente, articulados no projeto própria à lógica estatutária – que é a reunião de caracte-
pedagógico da escola. rísticas que constituem o que se pode chamar ‘espírito de
A noção de “qualidade negociada”, ao admitir que os serviço público’ e que institui um tipo particular de moral
problemas são fortemente contextualizados e plurais, não profissional.
quer com isso sugerir, se- quer, que cada uma das escolas As relações com o poder e com o público são diferen-
defina autônoma e isoladamente seus indicadores de qua- ciadas nos dois modelos, pois no setor público a relação
lidade. Isso poderia conduzir à perpetuação de desigualda- não se esgota na hierarquia, mas se estende à população
des econômicas sob a forma de desigualdades escolares e atendida e a sua estrutura hierárquica está ela em condi-
vice-versa ou da constituição de “escolas para pobre”. ções de igualdade perante o estatuto. Nesse caso, ainda,
É importante frisar que a definição de indicadores, ape- os servidores contratados não estão apenas subordinados
sar das características locais que fortemente explicarão as a uma pessoa, seu superior, mas a uma instituição e seus
dificuldades ou facilidades de realização, é estabelecida no valores. Tanto o servidor como seu chefe está, ambos, a
conjunto das necessidades e dos compromissos do sistema serviço do público e submetidos a uma mesma moral pro-
público de ensino. Ressalte-se ainda que, para o setor pú- fissional.
blico, a qualidade não é optativa, é obrigatória. Neste sen- Neste contexto, o que domina a dupla relação de po-
tido, a interface inteligente e crítica com a comunidade lo-cal der que o servidor estabelece com o usuário e com os
e com as políticas públicas centrais é uma necessidade. seus próprios superiores é a ideia de dignidade
Em contato com as redes públicas de ensino é sur- profissional, ideia essa que exclui o servilismo, tanto
preendente notar como as escolas não possuem um quanto proíbe a arbitrariedade.
histó-rico de demandas e lutas registrado. Os projetos Em contrapartida, os usuários do serviço público são
pedagógi-cos das escolas são peças fictícias que analisam “titulares de direitos” e todos têm igualmente direito a ele.
os proble-mas concretos da escola e os esforços feitos Isso os diferencia do cliente – figura que aparece na inicia-
por esta para solucioná-los. Não há uma problematização tiva privada –, o qual escolhe (e paga) quem ele quer que
consistente, ao longo do tempo, das questões que afetam o atenda. Ao passo que a iniciativa privada diferencia
a escola e o seu dia-a-dia. Não há igualmente registro da clien-tes e cria serviços diferenciados para diferentes
produção dos esforços para resolver problemas locais, clientes, o serviço público é obrigado a indiferenciar seus
usuários tratando- os igualmente.
suas lutas, sua história e suas dificuldades e/ou vitórias.
Em serviços públicos educacionais esta questão leva à
Qualidade negociada e o fator serviço público discussão da equidade no atendimento de seus usuários (os
alunos). Pode uma escola justificar sua menor qualida-de em
Estabelecido nosso entendimento sobre qualidade razão de que seus usuários são mais pobres? Pelo princípio
negociada, é importante que entendamos o ambiente no da indiferenciação no atendimento, não. Entre-tanto esta
qual esta noção é aplicada, ou seja, o ambiente do ser- questão precisa ser melhor esclarecida. A indife-renciação no
viço público. Esta questão é pertinente porque o serviço atendimento é uma questão ético-jurídica e não processual.
público esteve nos últimos dez anos, no centro da maior Pela ética, todos têm direito a tratamento indiferenciado, o
campanha destinada à sua desmoralização, como forma qual, do ponto de vista processual, em educação, pode
de criar condições para sua privatização. E isso continuará significar um tratamento pedagógico di-ferenciado, ou seja,
nos próximos anos. de acordo com as dificuldades de cada
Seria possível negociar qualidade de forma respon- um.
sável no serviço público? Responder a esta questão passa Ao mesmo tempo, a relação de poder na qual está
pela necessária análise das características definidoras do in-serido o servidor público impede que sobre ele se exer-
que é o serviço público. çam arbitrariedades – sejam elas justificadas ou não por
Supiot, em um artigo chamado “A crise do espírito de “ideais” políticos. Este é o ponto que faz com que as polí-
serviço público” (1995), resume as principais dimensões que ticas públicas neoliberais se rebelem contra a sistemática
caracterizam o serviço público e o diferenciam do privado. A de contratação do serviço público na tentativa de romper
característica distintiva encontra-se no tipo de relação de com este impedimento e subordinar, pela privatização ou
trabalho. Ao passo que na iniciativa privada a relação é terceirização, o servidor público a um chefe ou superior
regida por um contrato realizado pelo “patrão”, que compra com meios para tornar a relação de poder personalizada e
a força de trabalho do empregado tendo por finalidade a sua o contrato com duração aleatória. Entretanto, protegido
subordinação e a geração de lucro durante o tempo que pelo estatuto, o serviço público não pode ser reconvertido
convier ao patrão, no serviço público a rela-ção é feita por à lógica de mercado, para o que é necessário o contrato
meio de estatuto (lei), sem um “patrão” que aufira lucros de como instrumento de regulação das relações e não o es-
sua vinculação ao serviço público e com tatuto.

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
A estabilidade do servidor é uma ferramenta para do serviço público (maior ou menor, segundo cada caso)
asse-gurar a continuidade da relação de trabalho, pode agir em benefício de causas próprias, descolando-se
quebrando a aleatoriedade e a descontinuidade típicas do de objetivos públicos. Isso também é uma realidade. A es-
setor privado. Ao mesmo tempo, a estabilidade é uma tabilidade é dada, entretanto, com o fundamento de um
ferramenta de pro-teção contra as arbitrariedades que serviço público compromissado com “servir ao público” e
possam ser cometidas contra o servidor público no não a si mesmo ou apenas ao seu partido.
exercício de sua função, favo-recendo que o tratamento É possível a qualidade negociada no serviço público?
dado por ele seja indiferenciado e não sujeito a pressões Esta é uma pergunta aberta. Mas devemos lutar para que
ilegítimas do usuário ou de seus superiores. seja. As alternativas a ela são: a política pública neoliberal
Estas são algumas das condições técnicas de funcio- já testada e recusada; a privatização e a terceirização
namento do serviço público. É claro que as condições bran-das (PROUNI; ONGs, entre outras), mesmo quando
reais de funcionamento dificultam estas funções técnicas não se trata de governos com vocação claramente
na medida em que a falência do Estado e sua
neoliberal; ou o caos.
subordinação a grupos de interesse terminam levando a
limitações orça-mentárias, de qualificação e de controle Uma proposta em construção
que jogam contra um atendimento indiferenciado. Não
bastasse isso, estão as fontes de corrupção introduzidas Não nos parece que seja viável introduzir mudanças
de fora para dentro no serviço público. nas redes de ensino se estas não estiverem inseridas em
Apesar destas perturbações graves que afetam os ob- um desafio que deve ser feito a cada escola no sentido de
jetivos do serviço público, é preciso reconhecer que ele ela pautar suas demandas por condições de trabalho e, ao
também tem, desde dentro, inimigos: o servidor público mesmo tempo, comprometer-se com o repasse aos seus
leniente e, por vezes, deliberadamente incompetente. Tais alunos dos benefícios de tais condições adicionais. Este é
servidores fazem uso do estatuto da estabilidade e das de- o sentido da proposta de qualidade negociada.
mais condições do serviço público para faltar ao compro- Porém, as mudanças não poderão ser exportadas des-
misso com o público e cuidar de suas conveniências par- de um ponto central difusor. É fundamental mobilizar e
ticulares. A este se junta uma parte das chefias do serviço motivar cada escola para que ela construa o seu caminho
público que pratica a “gerência invertida”, ou seja, aquela que de melhoria e, com isso, promova maior organização dos
está muito mais interessada em representar os interes-ses trabalhadores da educação e sensibilize todos os servido-
particulares de seus “subordinados” perante a adminis-tração res para a importância do seu trabalho. Cada escola deve
central do que interessada em conduzir as políticas públicas tornar-se um centro de reflexão sobre si mesma, sobre o
de melhoria e gerenciar seus “subordinados” assu-mindo seu futuro.
responsabilidades perante estes. Este desafio poderá ser mediatizado pelos especia-
Nessa mesma situação estão as gerências ou os ser- listas existentes nas redes e pelas universidades, mas não
vidores que perdem o foco de suas responsabilidades e poderá ser concretizado por estes se em cada escola não
passam a ser agentes de partidos políticos que, sem obje- houver um processo interno de reflexão conduzido pela
tividade e fundamentação, bombardeiam quaisquer ações sua comunidade interna de forma participativa. Neste
propostas simplesmente por estas terem origem em uma sen-tido, os gestores têm um importante papel
administração que não é controlada pelo seu partido polí- mobilizador a cumprir.
tico. Em ambos os casos, perde-se de vista o Note-se que não é apenas o professor que deve ser
compromisso com o público atendido – e no especial reflexivo – é a escola que precisa ser reflexiva. Isso inclui
caso da educação, perde-se de vista o compromisso com gestores, professores, funcionários, alunos e pais. O indivi-
as crianças em pro-cesso de formação. dual e o coletivo complementam-se na medida em que é
Salvar a ideia de serviço público da privatização, por pelo coletivo que o individual também se forma.
um lado, e desses servidores públicos lenientes, por ou- A proposta implica mobilizarmos as escolas com pro-
tro, implica termos clareza sobre a defesa dos princípios cessos de avaliação institucional participativos, mais conhe-
do serviço público aqui expresso. Implica uma luta pela cido por avaliar as universidades (avaliação institucional). Os
recu-peração do papel do Estado como financiador e conceitos e procedimentos já estão disponíveis, bastan-do
articula-dor deste e, além disso, implica uma luta agora que sejam exercitados nesse nível de ensino.
implacável contra o servidor público que privatiza em seu Esse processo deve ser alimentado por diferentes da-
próprio benefício o setor público. À avaliação e contra dos procedentes da realidade da escola, entre eles por
regulação na escola pública luta por mais verbas e ações que acompanhem o desempenho do aluno de
condições de trabalho, é ur-gente associar a luta pela forma contínua e sistemática de maneira que se garanta
revitalização do serviço público, desde dentro. que as melhorias introduzidas nas escolas também
É esta particularidade do serviço público – baseada na tenham como destinatário final o aluno.
dignidade profissional e não na subserviência – que faz com Neste sentido, é importante que se recupere o “espí-
que o servidor público se descole das relações traba-lhistas e rito de serviço público” como base para o renascimento
possa questionar as propostas, discutir com altivez as do próprio serviço público compromissado moral e etica-
alternativas para o seu trabalho. Mas nenhuma política mente com a qualidade da atenção ao público de forma
pública pode desconsiderar a evidência de que uma parte indiferenciada. Sobre esta base, poderemos dar um passo

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
decisivo na direção da construção do envolvimento das es- comunidade local que tem melhores condições para se
colas em um processo de avaliação institucional que veja no erguer como um coletivo que faça com que as forças vivas
seu projeto pedagógico uma forma de estabelecer um pacto do serviço público pensem sobre si, sobre a ética de suas
pela melhoria da qualidade – uma qualidade nego-ciada, sim, condutas, sobre a responsabilidade na denúncia da falta
mas com a exigência de uma contrapartida de de condições de trabalho e sobre a responsabi-lidade do
responsabilidades assumidas pela comunidade interna da bom uso das condições de trabalho quando elas são
escola, com reflexos positivos na sua organização.
atendidas.
Estudos sobre as políticas de avaliação neoliberais
alertam para a insuficiência destas propostas educacionais
– verticalizadas e privatistas. Os dados apresentados aqui,
em contrapartida, apesar de não conclusivos, alertam para A FUNÇÃO E A PRÁTICA DO GESTOR NA
os problemas que as políticas públicas progressistas – de- ORGANIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO
mocráticas e participativas – poderão ter. Umas e outras TRABALHO PEDAGÓGICO
podem estar tendo dificuldades para produzir modifica-
ções substanciais na qualidade da escola.
Acreditamos que em especial as últimas estão deixando
de lado o fator serviço público no Brasil, com sua história de o gestor escolar quem preza pela qualidade do en-
sucesso, mas também com sua história de desmandos e sino. Ele conduz a elaboração do Projeto Político Peda-
oportunismos produzidos pelas próprias elites (cf. Jatene, gógico (PPP) e facilita a elaboração do currículo escolar.
2005). Uma negociação ampla e responsável com os atores Ainda cabe a ele acompanhar e avaliar a aprendizagem
da escola – acerca do seu projeto pedagógico e das suas dos alunos de modo que seja capaz de identificar falhas e
demandas, incluindo um sistema público de monitoramen-to acertos e, a partir daí, reorientar a prática pedagógica.
de qualidade, construído coletivamente – pode ser a maneira claro que esse não é um trabalho solitário, mas
de fazer alguma diferença. Primeiro, porque a po-pulação democrático. Um bom gestor escolar promove parcerias
atendida tem direito à melhor qualidade possível oferecida entre a equipe: ele envolve professores, coordenadores,
pelo serviço público; segundo, porque o exercício de novas orientadores, funcionários e, quando pertinente, mesmo
formas de participação na instituição se constitui em um as famílias no processo de tomada de decisão.
importante meio para desenvolver a contra regula-ção Aqui, também entra seu olhar para a formação con-
quando o serviço público sofre a ação predatória das tinuada da equipe pedagógica. Por isso, o gestor escolar
políticas públicas neoliberais e conservadoras. precisa conhecer a realidade da sala de aula – motivo pelo
Neste esforço, além da avaliação institucional, será qual muitos bons gestores foram, antes, bons pro-
necessária a construção de um conjunto de medições que fessores. Mais do que impor sua maneira de lecionar, ele
permita acompanhar longitudinalmente o desempenho desenvolve a escuta, acolhe a equipe e oferece as
das crianças na rede de ensino. ferramentas necessárias para que cada agente dentro da
Tal sistema não substituirá a avaliação regular do pro- escola seja capaz de encontrar soluções em prol da
fessor, mas deverá ser independente desta e formulado aprendizagem do aluno.
de maneira que se possa traçar linhas de comparação
entre as escolas de uma mesma rede de ensino, sem O GESTOR ESCOLAR E O PAPEL ADMINISTRATIVO
nenhum pro-pósito de premiação ou punição, voltado
exclusivamente para alimentar a reflexão no interior do Na gestão administrativa e financeira, o gestor es-
processo de avalia-ção institucional das escolas. colar fica responsável pela distribuição dos recursos da
Há meios de se fazer isso com justiça. Trata-se, portan- escola. Ele administra a documentação escolar, os ma-
to, de construir uma estratégia alternativa que recoloque os
teriais pedagógicos e mesmo a estrutura do colégio – o
processos de medição de desempenho dos alunos em seu
devido lugar – desgastados que foram pelas políticas que inclui a manutenção de equipamentos, espaços e
neoliberais ávidas por premiar e punir professores – e asso- objetos que pertencem ao patrimônio escolar. Por fim, é o
cie-os com um processo de avaliação (institucional) desti- gestor quem estabelece as regras e rotinas da ins-tituição.
nado a levar em conta o desempenho do aluno como parte
de um conjunto mais amplo de informações da realidade das O GESTOR ESCOLAR E A COMUNIDADE
escolas, favorecendo a reflexão e a organização dos
trabalhadores em cada uma delas. Finalmente, cabe ao gestor escolar incentivar a par-
A avaliação institucional, juntamente com um sistema de ticipação das famílias e atendê- las quando necessário. O
monitoramento de desempenho dos alunos, deve criar as gestor ideal – ainda que essa realidade nem seja possí-vel
condições necessárias para mobilizar a comunidade lo-cal por limitações de tempo, equipe ou recursos finan-ceiros
das escolas na construção da sua qualidade e na melho-ria – tem tempo de buscar inovação e implementar iniciativas
de sua organização. É essa comunidade que pressionará os que envolvam toda a comunidade escolar, além de
eventuais servidores públicos leniente a assumirem o promover diálogo entre agentes externos e in-ternos para
verdadeiro “espírito de serviço público”, no qual o aten- ampliar o aprendizado.
dimento indiferenciado é uma pedra fundamental. É essa

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Gestor escolar: diretor e coordenador EFICÁCIA NA GESTÃO ESCOLAR

Em algumas escolas, as funções do gestor esco-lar A professora Mônica Matie Fujikawa participa, em
são divididas entre diretor e coordenador. Nesse caso, é agosto e setembro, do curso Eficácia na Gestão Escolar e
comum que a formação de professores e o olhar mais Pedagógica, promovido pela Humus.
cuidadoso sobre a aprendizagem dos alunos caiba à São três módulos: Articulação das diferentes instân-
coordenação pedagógica. cias para a organização do trabalho pedagógico; A forma-
ção continuada dos professores: desafio contínuo da ges-
O GESTOR ESCOLAR E O TEMPO tão escolar; e A liderança e a gestão do capital humano
nas escolas, que será ministrado pela consultora. A turma
Sim, a lista é bem longa – por isso mesmo, um bom também fará visitas a escolas cujas práticas são referência
gestor escolar necessita de um bom planeja-mento que em gestão escolar.
priorize as ações urgentes, as importan-tes e aquelas que
podem esperar. “A análise de ne-cessidades constitui um Fonte: http://info.geekie.com.br/gestor-escolar/
dispositivo importante para a escolha dos focos de
atuação – e requer a escuta criteriosa”, explica a
professora Mônica Matie Fu-jikawa. Mônica é assessora
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTEGRADAS NO
pedagógica e supervi-sora de grupos de estudos com
COTIDIANO ESCOLAR.
coordenadores pe-dagógicos de diversos colégios. Ela
continua: “Isso pode ser atingido através de fóruns de
discussão, reflexão das práticas e o registro significativo e
cui-dadoso de todas as etapas do trabalho”. O currículo escolar é um elemento importante para o
Para a professora, a eleição de prioridades pode ser planejamento do professor, pois pode organizar os con-
realizada da seguinte forma: após a escuta de todas as teúdos e as atividades, com tudo é um recurso para um
demandas, a equipe faz uma análise con-junta para educador e não uma lei rígida ou um mandamento a ser
seguido metodologicamente, podendo ser usado como
decidir quais delas terão mais reflexos na melhoria da
um norte para a prática pedagógica, com flexibilidade de
qualidade de ensino-aprendizagem. As condições de ajustes para melhor atender as necessidades do educan-
trabalho dos profissionais – espe-cialmente dos do.
professores – e a manutenção de um bom ambiente são A escola, não é apenas um espaço social emancipa-
outros fatores a serem conside-rados. tório ou libertador, mas também é um cenário de socia-
lização da mudança. Sendo um ambiente social, tem um
O GESTOR ESCOLAR E A TECNOLOGIA duplo currículo, o explicito e o formal, o oculto e informal.
A prática do currículo é geralmente acentuada na vida dos
O rápido desenvolvimento de tecnologia educa-cional alunos estando associada às mensagens de natureza
pode transformar a rotina do gestor escolar. Ferramentas afetiva e às atitudes e valores. O Currículo educativo re-
digitais agilizam tarefas burocráticas e fornecem presenta a composição dos conhecimentos e valores que
informações mais aprofundadas sobre o desenvolvimento caracterizam um processo social. Ele é proposto pelo tra-
de alunos e professores: há apli-cativos que simulam uma balho pedagógico nas escolas.
agenda virtual, enquanto outros facilitam a comunicação Atualmente, o currículo é uma construção social, na
entre escola e fa-mília, entre educadores, entre escola e acepção de estar inteiramente vinculada a um momento
histórico, à determinada sociedade e às relações com o
alunos. Já plataformas como o Geekie Teste geram
conhecimento. Nesse sentido, a educação e currículo são
relatórios de desempenho que mapeam a aprendizagem
vistos intimamente envolvidos com o processo cultural,
des-de o aluno individualmente até a turma, escola ou como construção de identidades locais e nacionais.
rede de ensino como um todo. Com acesso a um Hoje existem várias formas de ensinar e aprender e
panorama da escola e sua posição dentro do cená-rio umas delas é o currículo oculto. Para Silva, o currículo
nacional, além de dados específicos a cada área de oculto é “o conjunto de atitudes, valores e comportamen-
conhecimento e nível de proficiência, o gestor escolar tos que não fazem parte explícita do currículo, mas que
consegue tomar decisões estratégicas com base em são implicitamente ensinados através das relações sociais,
informações concretas. dos rituais, das práticas e da configuração espacial e tem-
Inserir tecnologia na rotina escolar é uma boa poral da escola”.
alternativa não só para se obter dados mais pre-cisos, mas Ao pensarmos no homem como um ser histórico,
também para economizar tempo do professor e do gestor também refletiremos em um currículo que atenderá em
escolar. Assim, seu tempo é melhor aproveitado em épocas diferentes a interesses, em certo espaço e tempo
histórico. Existe uma diferença conceitual entre currículo,
atividades que exigem lide-rança, acolhimento e um olhar
que é o conjunto de ações pedagógicas e a matriz curri-
mais humano sobre a escola.
cular, que é a lista de disciplinas e conteúdos do currículo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
O Currículo, não é imparcial, é social e culturalmente Como refere Anderson-Levitt (2008:356), a globaliza-ção
definido, reflete uma concepção de mundo, de sociedade origina um diálogo comum sobre as reformas, “tor-nando,
e de educação, implica relações de poder, sendo o centro aparentemente, mais uniforme o currículo a nível mundial”
da ação educativa. A visão do currículo está associada ao através de consensos em torno dos mesmos con-teúdos. É
con-junto de atividades intencionalmente desenvolvidas neste sentido que se argumenta que o principal contributo
para o processo formativo. das políticas de educação e formação, oriundas dos
O currículo é um instrumento político que se vincula à organismos trans-e-supranacionais, reside na mudan-ça
ideologia, à estrutura social, à cultura e ao poder. A cultura é conceitual que introduzem, pois tais organismos “glo-
o conteúdo da educação, sua essência e sua defesa, e balizados” e “globalizantes” são o rosto macropolítico de
currículo é a opção realizada dentro dessa cultura. As teo-rias decisões curriculares, agindo como “centros de produção de
críticas nos informam que a escola tem sido um lugar de significado” (Bauman,1999), cujas faces se escondem atrás de
subordinação e reprodução da cultura da classe domi-nante, máscaras, protegidas por conceitos económicos.
das elites, da burguesia. Porém, com a pluralidade cultural, A mudança paradigmática, estimulada pela sociedade
aparece o movimento de exigência dos grupos culturais de conhecimento, traz uma ressignificação quer do que se
dominados que lutam para ter suas raízes cultu-rais entende por currículo (mais centrado em quem aprende e
reconhecidas e representadas na cultura nacional, pois por não tanto em quem ensina, alterando-se, desde já, a rela-
trás das nossas diferenças, há a mesma humanidade. ção com o conhecimento e que se passa a entender por
Há várias formas de composição curricular, mas os Pa- conhecimento), quer novas (ou velhas) formas de
râmetros Curriculares Nacionais indicam que os modelos organiza-ção curricular, com destaque para a organização
dominantes na escola brasileira, multidisciplinar e pluridis- modular metodologia ativa, currículo nacional enroupado
ciplinar, marcados por uma forte fragmentação, devem ser em com-petências/metas de aprendizagem e qualificação
substituídos, na medida do possível, por uma perspectiva dos que estão aprendendo.
interdisciplinar e transdisciplinar. Para além da mudança de autores e da reformula-ção
Para elaboração de um currículo escolar devemos le- de saberes, o novo paradigma, bastante determinado pela
var em consideração as vertentes caracterizadas pela: on- engenharia social (Pinar, 2007), a que se chama, tam-bém,
tologia (trata da natureza do ser); epistemologia (define a lógica ou cultura de mercado (Pacheco, 2002), refor-mula
natureza dos conhecimentos e o processo de conhecer); o conceito de aprendizagem, que deixa de ser lenta e
axiologia (preocupa-se com a natureza do bom e mau, in- profunda e passa a ser apressada, fazendo com que os
cluindo o estético). professores e formadores se tornem em meros funcioná-
As ciências nos mostram que não há desenvolvimento rios do ato pedagógico que acontece na sala de aula,
sustentado sem o capital social, gerador de inovação, de como sublinham Hargreaves e Fink (2007, p. 68):
responsabilidade e de participação cívica. E que a escola- “Vivemos em países com escolas apressadas [e tam-
rização é a condição fundamental de acesso à cultura, ao bém noutros espaços de formação]. As grandes
sentido crítico, à participação cívica, ao reconhecimento finalidades são transformadoras em metas de curto prazo”
(…) “conse-quentemente, o currículo é abarrotado com
do belo, e ao respeito pelo outro.
mais conteú-dos, fazem-se mais testes, os conceitos são
Currículo transmitidos a grupos de idade mais novos, dedica-se
mais tempo aos aspectos básicos que serão testados, os
Em todo o projeto de formação, o currículo adquire professores dão menos tempo aos alunos para
centralidade, pois não só é conhecimento, como também é responderem a questões nas aulas e as perguntas e a
um processo que adquire forma e sentido, de acordo com a curiosidade começam a eva-porar-se”.
organização em que se realiza e em função do espaço e Analisando-se o efeito das políticas de educação e for-
tempo em que se materializa. Dado o seu peso histórico mação nas práticas de organização curricular, constata-se
(Baker, 2009), já que não é uma retórica do presente, mas que a homogeneização, definida ao nível macro, não tem
uma construção social e cultural ligada a propósitos políti- uma necessária correspondência com decisões tomadas aos
cos e económicos (Goodson, 2001), o currículo tem conhe- níveis meso e micro. Se, por um lado, a globalização é um
cido uma reconceptualização teórica, marcada, primeiro, pelo referente para as políticas de homogeneização do currículo,
primado da educação e/ou instrução, depois pela for-mação especialmente ao nível do currículo prescrito, por outro,
vocacional e, por último, pela aprendizagem. contribui para a diversidade das práticas de for-mação. Deste
A mudança de paradigma, preconizada pelas organiza- modo, Anderson-Levitt (2008:364) observa que, embora
ções trans-e-supranacionais, que consiste na passagem do exista uma vaga comum no currículo a nível mundial, “o
ensino à aprendizagem (Pacheco, 2009), faz parte dos refe- currículo difere quando é realizado nas salas de aula”. Além
rentes das políticas de educação e formação que configu-ram disso, a hibridação curricular é um processo que se
o sistema educativo mundial, instituindo um “sistema de reconhece a nível nacional como sendo a expressão de
mundo globalizado” (Lipovetsky & Serroy, 2010:15), lar- diferenças, assumidas em função das lógicas da comu-nidade
gamente responsável pelas decisões político-administrati-vas e dos autores.
que introduzem a homogeneização curricular, no âm-bito de De fato, a globalização é um processo de convergência
um processo de legitimação das políticas nacionais, pelas de propósitos que usa um vocabulário comum acerca das
referidas agendas globais (Teodoro & Estrela, 2010). reformas curriculares (Ibid.), caracterizado, acima de tudo,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
pela centralidade do conhecimento, pelo reforço da iden- 2009), em estreita ligação com a globalização e o neolibe-
tidade do currículo nacional e pela existência de quadros de ralismo (Pacheco, 2001; Teodoro, 2010), a aprendizagem é
referência para a qualificação, cuja visibilidade é bem patente um processo em devir, pois a educação é sempre propo-
nas agendas transnacionais (Teodoro & Estrela, 2010). Esta sicional e torna-se elo de ligação entre gerações, fazendo
asserção, aparentemente contraditória, é ali-mentada pelos parte dos desígnios sociais, culturais, económicos,
governos nacionais porque “a ideia de con-teúdos comuns políticos e ideológicos do currículo, ainda que
parece óbvia e inevitável”, prevalecendo, entre eles, a subordinado a tradi-ções diferentes.
“convergência quanto à existência de um core curriculum” Neste sentido, a aprendizagem ao longo da vida é tra-
(Anderson-Levitt, 2008:354; 356). duzida, hoje em dia, por noções que reforçam a formação
Apesar da existência de uma mesma estrutura, tanto para a empregabilidade e a responsabilização individual.
na escola como nas salas de aula e noutros espaços Tendo-se tornado numa retórica da sociedade de informa-
informais e não formais de educação, existe uma ção, a aprendizagem ao longo da vida não deixa de ter uma
diversidade naquilo que é decidido no “currículo-em-ação certa confusão terminológica (Lima, 2010:42), origi-nando um
pelos professores e alunos em contextos específicos, já léxico pedagógico variado que visa tornar mais competitivo o
que o que atualmente acontece nas salas de aula varia mercado da educação e formação.
amplamente no mundo” (Ibid., p. 363). Torna-se, assim, Sendo devir, a aprendizagem não pode ter um marcador
óbvio que a homogeneiza-ção opera ao nível do currículo temporal determinado, mesmo que se diga que, em termos
intencional (prescrito, ofi-cial, escrito), enquanto que, ao de balizamento, vai do ensino pré-escolar até à pós-refor-ma
nível da sala de aula existe a diversidade. (“do berço ao túmulo”), abrangendo também qualquer tipo
Esta análise pode ser ainda mais potencializada pela de educação (formal, informal ou não formal). Neste caso, a
noção de cultura-mundo, que de modo algum pode ser aprendizagem ao longo da vida, abarcando “todos os
perspectivada como sendo una e unificada, como espaços e tempos” da vida do indivíduo não constitui, então,
reconhe-cem Lipovetsky e Serroy (2010:15): uma novidade recente (Alves, 2010:11), responden-do a
“Ao mesmo tempo em que o mercado e as indústrias “aprendizagens úteis e eficazes, instrumentalizando-a e
culturais fabricam uma cultura mundial caracterizada por amputando-a das suas dimensões menos mercadorizáveis,
uma forte corrente de homogeneização, assiste-se também á esquecendo ou recusando, a substantividade da vida ao lon-
multiplicação das solicitações comunitárias de diferença: go das aprendizagens” (Lima, 2010:51), cuja orientação deve
quanto mais o mundo se globaliza, mais alguns particula- ser procurada na reedição do valor educacional da formação
rismos culturais aspiram a afirmar-se nele. Uniformização vocacional, agora filtrada curricularmente pelas competên-
globalitária e fragmentação cultural caminham par a par”. cias que habilitam para a qualificação exigida em termos de
Para além da diversidade curricular, que existe ao nível padrões de empregabilidade.
das salas de aula e dos espaços de formação, observa-se que Enquadrar a aprendizagem ao longo da vida nas po-
a noção de aprendizagem ao longo da vida contribui, de uma líticas de educação e formação, cada vez mais globaliza-das
forma substantiva, para que o currículo seja con-siderado (Pacheco, Morgado & Moreira, 2007) significa discutir, como
pela dinâmica do sujeito, fazendo-se com que o étimo latino o faz Silva (2007:301) as temporalidades sociais e as
currrere esteja na base da sua definição, tal como foi temporalidades biográficas, que se concretizam quer pelos
argumentado pelo movimento da reconceptuali-zação, “discursos da importância e da necessidade da aprendiza-
iniciado na década de 1970 (Pinar, 1975). Porém, há uma gem ao longo da vida - que convoca os sujeitos individuais a
diferença marcante: o currere é um processo de fabri-cação tornarem-se sujeitos aprendentes (Dubar, 2000), responsa-
da subjetivação do sujeito sem que esteja dominado por uma bilizando-os nas suas aprendizagens e na rentabilização em
racionalidade técnica e por uma lógica de merca-do, que competitividade/empregabilidade no mercado de trabalho e
torna mais concreta a uniformização das práticas, apesar da do emprego”-, “quer pela “constatação da (in) visibilidade de
diversidade e heterogeneidade das ofertas, já que o princípio aprendizagens particulares e significativas e relevantes em
contextos de (inter) acção (sociais, lúdicos, profissio-nais…)
pelo qual se regula o mercado baseia-se na performatividade
mais ou menos informais ou não diretamente inten-cionais
dos resultados em função das escolhas e preferências dos
enquanto espaços-tempos de formação”.
indivíduos.
Por isso, a temporalidade social é compatível com uma
Aprendizagem ao longo da vida aprendizagem ao longo da vida que se reconhece curricu-
larmente em formas diversas, sempre com a finalidade da
Se o currículo e o seu processo de desenvolvimento certificação e que passam por conferir à aprendizagem ao
forem considerados como uma construção social e cultural longo da vida uma dimensão mais formal, com um vertente
em torno do conhecimento e suas formas de organização em académica (Rothes, 2007), reconhecendo-se que, pela aná-
contextos educativos formais, informais e não formais, a lise de dados documentais sobre a realidade portuguesa, tal
aprendizagem ao longo da vida corresponde a um efeito aprendizagem “esteja a ser entendida, no quadro das
educacional que tem sido perspectivado de modo diferen-te orientações políticas estratégicas, de acordo com uma vi-são
ao longo das gerações e que, de modo algum, pode tornar- bastante escolarizada” (Alves, 2010:15), naquilo que é
se num conceito exclusivo da educação de adul-tos. Sendo designado pela prevalência da “ortopedia social” sobre ou-
um conceito-chave dos documentos da OCDE (Charlot, 2007) tras lógicas (de “animação/ocupação de tempos livres” e de
e da União Europeia (Alves, 2010; Pacheco, “intervenção comunitária”).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Quando a aprendizagem ao longo da vida se torna valorização do processo de aprendizagem em detrimento
numa lógica ortopédica de qualificação, a instrumentali- do resultado [que] pode ser entendido como um sinal de
zação curricular dessa aprendizagem, presente nas tem- influência da ideologia da racionalização de da “performa-
poralidades e espacialidades sociais e normativas, vira-se tividade” na educação, subvertendo princípios e
para o cumprimento de metas estatísticas e para uma finalidades educativas mais amplas” (Pires, 2007:35).
visão redutora do que é uma aprendizagem ao longo da Porém, e contrariamente ao que o conceito de apren-
vida, deixando de valorizar as temporalidades e dizagem ao longo da vida implica, a medida Novas Opor-
espacialidades pessoais ou biográficas. tunidades visa “dotar os cidadãos das competências essen-
Numa sobreposição do social sobre o pessoal, obser-va- ciais à moderna economia do conhecimento”, através de
se que a “organização do conhecimento reconhecido como duas estratégias fundamentais: “fazer do ensino profissio-
provido de relevância é o conhecimento que, “qua-lificando” nalizante de nível secundário uma verdadeira e real opção”;
os indivíduos, visa, igualmente, a qualificação do trabalho por “elevar a formação de base dos ativos” pelo sistema de re-
via da formação, sendo esta pensada hoje ex-clusivamente conhecimento, validação e certificação de competências”.
em termos de acesso ao mundo do trabalho”, silenciando, ao Quando o sentido deveria ser o da valorização das aprendi-
mesmo tempo, a atividade a autoria dos su-jeitos implicados zagens não formais e informais, o que se verifica, em Portu-
na produção de sentido” (Silva, 2007:308). Trata-se, com gal, é o redimensionamento da formação escolar, colocada
efeito, de discutir, tal como argumenta Pinar (2007), a ao serviço da educação de adultos e, acima de tudo, dos
construção do currículo como uma intersecção da esfera objetivos relativos à qualificação estatística.
pública com a esfera privada, de modo que o espaço e o As estratégias de implementação do conceito de
tempo de formação sejam uma realidade que diz respeito ao aprendizagem ao longo da vida são muito diversas (Pache-
sujeito e que não estejam, como relembra Touraine (2009), co, 2009, Canário 2007a; 2007b; Cavaco, 2009, Silva, 2003) e
subordinados ao discurso interpretativo dominante. Tal todas elas pretendem que os indivíduos não só concluam o
discurso, pelo menos ao nível das políticas de educação e ensino secundário (aumentando, por isso, o ensino profis-
formação da União Europeia, significa que a aprendizagem é sionalizante em substituição do ensino tecnológico), como
uma aquisição contínua de “conhecimen-tos, aptidões e também completem os seus percursos escolares interrom-
habilidades”, com vista a promover a mo-bilidade dos pidos e possam ver as suas competências certificadas. Nas
trabalhadores no interior da comunidade, em função da sua modalidades de educação de jovens e adultos sobressaem
qualificação. mais a escolarização e a certificação do que a qualificação
Por conseguinte, a valorização da educação/forma-ção (Melo, 2007; Fragoso, 2007), sem que se registe uma me-
não formal e informal como espaço de aprendizagem, lhoria curricular ao nível do conhecimento e das metodo-
mesmo que direcionada para tendências de qualificação logias, já que muitos destes cursos funcionam nos padrões
orientada pela empregabilidade, contribui para ressigni- curriculares das escolas dos ensinos básico e secundário.
ficação do currículo como projeto contínuo de formação, Neste sentido, Canário (2007a :172) afirma que “a educa-ção
deixando de ser complementar na perspectiva de uma e formação de adultos têm vindo a ser marcadas por uma
formação entendida como reciclagem da formação inicial. orientação triplamente redutora: privilegia a formação de
Porém, o lado mais estruturante da aprendizagem ao lon-go recursos humanos, assume modalidades escolarizadas e
da vida, tal como se podem observar pela análise da iniciativa dirige-se à capacitação individual. O sucesso deste pro-
governamental Novas Oportunidades, inserida no Plano
grama depende da capacidade de ultrapassar esta prática
Nacional de Emprego e no Plano Tecnológico (AAVV, 2010)
redutora”.
consiste na qualificação de jovens e qualificação de adultos
num contexto de competitividade social e no qua-dro de Avaliação
uma “economia de conhecimento /serviços” (Gid-dens
(2007:93), onde as credenciais (certificados, diplomas, graus) Na relação currículo, aprendizagem ao longo da vida/
são de importância acrescida). Se sobre este qua-dro de avaliação não há lugar a uma sobre determinação de
competição não temos muito a dizer, aceitando-se como qual-quer um dos conceitos, pois se entenderá que as
uma realidade resultante da globalização, a mesma políticas de educação e formação direcionadas para a
aceitabilidade não pode ser afirmada quando, na apren- performati-vidade seguem determinados princípios
dizagem ao longo da vida, e, sobretudo nos indicadores que organizadores - para Lipovetsky & Serroy, 2010:40, seriam
são propostos (Ferreira & Tenório, 2010), os resultados o mercado, a tecnociência e o indivíduo - que impõem o
imediatos de certificação são substituídos pela qualidade dos receio da ava-liação por parte dos sujeitos transformados
processos de aprendizagem. em responsá-veis pelo seu sucesso ou fracasso:
Perante esta lógica curricular, aliás, bem patente com os Destacando-se como dispositivo configurador de uma
princípios do neoliberalismo (Pacheco, 2001), em que a nova identidade, a ava-liação é uma técnica de biopoder,
mudança de paradigma não se opera somente pela passa- ou de subjugação, no sentido que Foucault (2010) atribui
gem do ensino para a aprendizagem, mas, de igual modo, na às políticas educativas e de saúde, contribuindo para a
passagem dos objetivos para os resultados, com a rea- afirmação do medo: “num contexto em que aumentam as
firmação das competências como padrão do conhecimen-to pressões do curto prazo, os indivíduos vivem no receio da
e dos padrões de qualificação, as novas modalidades de avaliação permanente e de não estarem á altura das
aquisição e domínio de conhecimento tendem para a “des- exigências da empresa” (Lipovet-sky & Serroy, 2010:46).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
neste sentido que Gil (2009:25) assere que nas so- relação indivíduo-sociedade, conquanto que o indivíduo
ciedades contemporâneas “pode-se apontar a avaliação detenha a responsabilidade de adquirir conhecimento e
enquanto método universal de formação de identidades criar as condições para as corridas de produtividade em
necessárias à modernização”, sobretudo se esta avaliação for que está envolvido.
determinada pelo “discurso da competência e da re-dução da “Pela sistematização de algumas políticas e práticas de
subjetividade a perfis numéricos de competên-cias” (Ibid.:25), accountability (Afonso, 2010; Taubman, 2009), a responsa-
pois “a avaliação dará e medirá o mérito e a recompensa” bilidade transfere-se dos sistemas de educação e formação
(Ibid.:26) e “em todos campos avaliados, o ser homem mede- para o indivíduo, isto é, o sistema passa a ser “controla-do
se pela sua posição nas escalas das per-formances a que individualmente pelos que estão aprendendo” (Lima,
incessantemente é submetido” (Ibid.:52). Ainda segundo o 2010:45), o que pressupõe a existência de sujeitos autóno-
autor, o indivíduo “é submetido a uma grelha geral em que mos, mas também dotados de racionalidade estratégica (…)
se comparam, se quantificam e se qua-lificam competências. para desenhar rotas individuais óptimas de aprendizagem,
A avaliação aplica-se a grupos, popu-lações, em que o detendo os recursos indispensáveis à construção dos agora
indivíduo se integra, enquanto “ser ava-liado”, como uma denominados portfólios de competências” (Lima, 2010: 45).
entidade comparável. Homogeneizada por padrões que É neste sentido que a avaliação, na sociedade de co-
valem para todos. Estes padrões marcam o grau máximo de nhecimento, deixa de ter uma componente sumativa (na
poder e de saber. Como tal, induzem no indivíduo a busca de resultados a partir de objetivos) ou uma com-
convicção de que está sempre numa situação (a que ponente formativa (no desenvolvimento de estratégias de
corresponde um sentimento) de inferioridade e de impoder apoio e exploração) e se converte num projeto inacabado,
face ao avaliador e à imagem ideal do avaliado (que vai flexível e itinerante, respondendo mais diretamente a uma
esforçar-se por a atingir” (Ibid.:53). avaliação baseada em standards do que a uma avaliação
Sem a existência de um efetivo contrapeso ao domínio compreensiva, para seguir a terminologia de Stake (2006),
absoluto do mercado, os sistemas de educação e forma- sendo esta a lógica presente na avaliação de
ção, tal como outros, são “cada vez mais redefinidos, rees- competências, essencialmente quando se valoriza quer a
truturados e invadidos pelas lógicas da concorrência, da dimensão pes-soal (avaliação por si) e a dimensão social
competição e da obtenção de resultados, que se impõem (avaliação pelo outro) (Cavaco, 2009:80).
como a matriz, a pedra angular, da organização do nosso Sendo o currículo e aprendizagem ao longo da vida um
universo social” (Lipovetsky & Serroy, 2010:48). Daí que a itinerário de conhecimento, a avaliação deveria ser, em
comparabilidade se tenha tornado no referente principal primeiro lugar, a avaliação centrada no conhecimento, ain-da
da cultura de avaliação de prestação de contas e respon- que no contexto histórico das políticas de educação e
sabilização do individuo pelo seu sucesso/insucesso, pelo formação, se fale de práticas avaliativas centradas nos con-
que as políticas curriculares e as avaliações são espelho e teúdos, nos objetivos específicos, nas redes conceptuais, nas
reflexo (Teodoro & Montané, 2009). atividades e nas competências (De Ketele, 2008).
Quando o currículo e aprendizagem ao longo da vida Reduzir o currículo, a aprendizagem ao longo da vida
são abordados em função do indivíduo e da sociedade, a e a avaliação a uma abordagem de competências signi-
produção científica das últimas décadas em avaliação (Sta-ke, fica aceitar opções quanto a procedimentos a seguir nos
2006; Figari, 1996, Alves & Machado, 2009; Fernandes, contextos de educação e formação. Uma delas é que “a
2010) tem discutido os paradigmas, os modelos e as teo- avaliação é um processo complexo e quando se trata de
rias de uma forma dicotómica, como se fosse possível pri- avaliar competências o processo ainda se apresenta mais
vilegiar só o indivíduo ou só a sociedade, reiterando-se a delicado, o que constitui um domínio de dificuldade no
sustentabilidade das funções formativa e sumativa da ava- reconhecimento e validação de adquiridos experienciais”
liação. (Cavaco, 2007:85).
Neste caso, como sublinha Santos (2008:299), na rela- O questionamento do currículo e da avaliação pela
ção que se estabelece entre educação e formação em fun- aprendizagem ao longo da vida faz-se, atualmente, pela
ção do indivíduo ou do coletivo social, “devemos refletir se premência de uma teoria da avaliação de competências,
ela é feita em função do indivíduo ou do coletivo social, ou, cujas práticas são fortalecidas pela noção de qualificação
ainda, se da natureza da educação e formação de adultos, ou, em função de padrões, cada vez mais generalizados pelos
também, dada a sua singularidade, se ela se dá em fun-ção organismos transnacionais e supranacionais.
de projetos pessoais, ou dos projetos político-sociais de Se avaliar é atribuir o mérito ou o valor de algo (Stake,
desenvolvimento, ou até mesmo de ambos”. 2006), com vista a um processo de melhoria (Stufflebeam
Sendo possível argumentar que, apesar da retórica po- & Shinkfield, 1985), não esquecendo que também é uma
lítica que se encontra no conceito (Lima, 2010; Silva, 2010; ação educativa, como relembra Figari (1996), por que mo-
Canário & Rummert, 2007; Santos, 2008), a aprendizagem ao tivo a educação e formação reforçam, em meios escolares
longo da vida, tal como tem sido valorizada na recupe-ração e não escolares, processos e práticas edumétricas?
da formação vocacional e da avaliação contextuali-zada, com Por mais discernimento pragmático que exista em ava-
ênfase na aquisição, domínio e desenvolvimento de liação, como advoga Fernandes (2010:18), o avaliador é
competências e na resposta estratégica a problemas de confrontado com práticas de regulação produtivistas, em que
competitividade económica, torna a avaliação mais funcio- o currículo, definido sob a pressão de instrumentos de
nalista, esperando-se dela efeitos funcionais positivos na resposta a imposições exteriores, deve contribuir para uma

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
aprendizagem ao longo da vida subordinada a parâmetros A partir daí, tomou-se a decisão de olhar de frente o
de qualificações (e.g., o Quadro europeu de qualificação da problema e o aproveitar para um tema de pesquisa a ser
aprendizagem ao longo da vida) e à realização de metas (e.g., investigado: Como a relação professor-aluno pode contri-
Propostas de Metas 2021- Organização dos Estados Ibero-
buir no processo ensino-aprendizagem?
americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura e, ainda,
Desafios da União Europeia para 2020). O professor e sua prática
O estabelecimento de metas de aprendizagem (men-
suráveis por níveis, ciclos e anos), o que está em sintonia Muitos professores que atuam nas escolas não se dão conta
com as políticas de educação que têm vindo a ser imple- da importante dimensão que tem o seu papel na vida dos
mentadas, serve de referencial para a validação de mo- alunos. Nesse sentido, um dos aspectos que se quer res-saltar
dalidades de avaliação ligadas às classificações (avaliação neste artigo é a importância da formação do professor e da
sumativa), aos critérios (avaliação aferida) e à comparabili- compreensão que ele deve ter em relação a esse assunto. Pois,
dade nacional e internacional (avaliação normativa). não há como acontecer na escola uma educação ade-quada às
Tal lógica não só é uma faceta visível da política de necessidades dos alunos sem contar com o com-prometimento
prestação de contas - em que o resultado vale mais que o ativo do professor no processo educativo.
processo e onde os resultados da aprendizagem, operacio- Entretanto, ao aproximar-se da figura de alguns pro-
nalizáveis em metas de aprendizagem, representam um re- fessores, percebe-se que muitos, baseados no senso co-
gresso aos objectivos curriculares de nível/ciclo/ano e aos
mum, acreditam que ser professor é apropriar-se de um
conteúdo e apresentá-lo aos alunos em sala de aula.
objectivos mínimos, só que agora trabalhados no sentido da
Mudar essa realidade é necessário para que uma nova
avaliação de competências (Joannaert, 2009; Scallon, 2009, relação entre professores e alunos comece a existir dentro
Audigier & Tutiaux-Guillon, 2008) - , bem como faz parte de das escolas. Para tanto, é preciso compreender que a tarefa
um processo de valorização social da educação e formação, docente tem um papel social e político insubstituível, e que
essencialmente na perspectiva da teoria do ca-pital humano. no momento atual, embora muitos fatores não contribuam
A relação professor-aluno tem sido uma das principais para essa compreensão, o professor necessita assumir uma
preocupações do contexto escolar. Nas práticas educativas, o postura crítica em relação a sua atuação recuperando a es-
que se observa é que, por não se dar a devida atenção à sência do ser “educador”.
temática em questão, muitas ações desenvolvidas no am- E para o professor entender o real significado de seu
biente escolar acabam por fracassar. Daí a importância de trabalho, é necessário que saiba um pouco mais sobre sua
estabelecer uma reflexão aprofundada sobre esse assunto, identidade e a história de sua profissão.
considerando a relevância de todos os aspectos que carac- Teríamos que conseguir que os outros acreditem no
terizam a escola. que somos. Um processo social complicado, lento, de de-
Ao levar em consideração a escola como a única ins- sencontros entre o que somos para nós e o que somos
tituição demarcada, com a possibilidade da construção para fora [...] Somos a imagem social que foi construída
sistematizada do conhecimento pelo aluno, foi de funda- sobre o ofício de mestre, sobre as formas diversas de
mental importância à criação de algumas possibilidades e exer-cer este ofício.
condições favoráveis, nas quais alunos e professores pu- Sabemos pouco sobre a nossa história (ARROIO, 2000, p.29).
deram refletir sobre sua prática e passaram a atuar num clima Fazendo uma correlação com esse ponto de vista, não se
mais condizente com a realidade de uma escola. Isso se deu pode deixar de destacar e valorizar os fenômenos histó-
porque, quanto mais instrumentalizados se sentiam melhor rico-sociais presentes na atividade profissional do profes-
acontecia o desenvolvimento das ações realizadas por esses sor. Nessa perspectiva, jamais poderá ser compreendido o
sujeitos. Assim, pôde-se perceber que é sempre trabalho individual do professor desvinculado do seu
imprescindível rever alguns aspectos da realidade atual da papel social, dessa forma estar-se-ia descaracterizando o
escola, no sentido de propiciar condições favoráveis, que sentido e o significado do trabalho docente.
possibilitem o interesse de professores e alunos, para que Considerando a emergência de se trabalhar a identida-
constantemente pensem sobre essa realidade. Só dessa de do professor, percebe-se uma vasta bibliografia sobre a
forma poderão conquistar o reconhecimento e a valoriza-ção profissão docente, a qual tem apresentado muitas ideias e
de suas ações, por parte de toda a comunidade escolar. questionamentos, principalmente sobre a formação dos
Sabe-se que existe uma preocupação por parte de professores, e, mais especificamente, sobre a formação re-
muitos estudiosos e pesquisadores em contribuir para um flexiva dos professores.
trabalho mais rico e significativo nas escolas. No entanto, percebe-se que ainda não existe um con-
Mas, ao se fazer uma análise do atual contexto senso quanto ao significado exato do que seja o professor
escolar, nota-se que ainda são muito perceptíveis no reflexivo, embora haja muitos estudos e pesquisas nessa
cotidiano da escola, as reclamações e insatisfações por linha teórica.
parte dos profes-sores em relação aos alunos e vice-versa. Segundo Pimenta (2002), faz-se necessário compreen-
Ou seja, a relação professor-aluno parece ser permeada der com mais profundidade o conceito de professor re-
por animosidades ou conflitos. Diante de tantos flexivo, pois o que parece estar ocorrendo é que o termo
desconfortos pedagógicos, houve alguns impasses: tornou-se mais uma expressão da moda, do que uma
Entender ou repreender? Orientar ou ignorar? meta de transformação propriamente dita.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Para Libâneo, é fundamental perguntar: que tipo de Não há como esperar que as pessoas ajam da mesma
reflexão o professor precisa para alterar sua prática, pois forma, tenham a mesma atitude diante de um mesmo fato. A
para ele. cada experiência vivida, a cada conhecimento aprendido
A reflexão sobre a prática não resolve tudo, a expe- vamo-nos dando conta de nosso papel como pessoa no
riência refletida não resolve tudo. São necessárias estraté- mundo, resignificando a nossa presença, o nosso motivo de
gias, procedimentos, modos de fazer, além de uma sólida existência, adquirindo uma nova consciência, ampliando a
cultura geral, que ajudam a melhor realizar o trabalho e
nossa esfera de presença de ser. (COELHO, 2001).
melhorar a capacidade reflexiva sobre o que e como
mudar (LIBÂNEO, 2005,p. 76) “O professor autoritário, o professor licencioso, o pro-
Assim, se percebe que pensar sobre a formação de pro- fessor competente, sério, o professor incompetente, irres-
fessores é conceber que o professor nunca está acabado e ponsável, o professor amoroso, o professor mal-amado,
que os estudos teóricos e as pesquisas são fundamentais, no sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio,
sentido de que é por intermédio desses instrumentos que os burocráti-co, racionalista, nenhum deles passa pelos
professores terão condições de analisar criticamen-te os alunos sem dei-xar sua marca”. (FREIRE, 1996, p.73).
contextos históricos, sociais, culturais e organizacio-nais, nos
quais ocorrem as atividades docentes, podendo assim intervir Segundo Freire (1996, p.77), “toda prática educati-va
demanda a existência de sujeitos, um, que ensinando,
nessa realidade e transformá-la.
aprende, outro, que aprendendo ensina”. Isso significa que
Professor Reflexivo deve haver a interação entre o ensino e a aprendizagem e
que, a educação provém da relação entre professor e alu-
O professor deve ser um facilitador do processo de ensi-no- no.
aprendizagem junto ao aluno, em todo o contexto no qual ele O professor tem que criar situações propiciando a
está inserido, e estar em atualização continuada mediante as aquisição de conhecimento e habilidades de seus alunos,
mudanças que ocorrem no mundo globalizado de hoje. chegando assim até eles. Deve criar situações onde o
Pilão (1998, p.15) esclarece que, quando ocorre a aluno deverá testar todas suas habilidades motora, física,
aprendizagem reflexiva, o educando articula o que apren-deu verbal, mental, social, emocional, para que ele se
e reflete sobre os processos e as decisões que foram sobressaia de qualquer situação.
adotadas pelo processo, partindo daí um entendimento com A prática educativa, segundo o mesmo autor (idem, p.
mais capacidade de transferir aquele conhecimento que 79), não é neutra, pois, qualquer que seja a postura do
construiu. A aprendizagem é colaborativa, os alunos edu-cador, ela será o reflexo de sua posição política, seja
trabalham com naturalidade na construção do conheci- ela de neutralidade, de concordância, de pragmatismo,
mento, da comunidade, explorando as habilidades de cada seja ela de luta, de não acomodação, de progressismo.
um, enquanto fornecem apoio moral, modelam e observam A intenção da nova prática educativa, na qual se dá
as contribuições de cada membro envolvido no processo. importância ao relacionamento entre educadores e edu-
Ao insistir em conteúdos “cientificamente” estabeleci- candos, é criar condições para que os alunos se tornem
dos, a escola acaba por se afastar da realidade concreta, pessoas que pensem bem, e busquem conhecimento por
tornando o estudo sem sentido para a maioria dos alunos. si próprios.
Contribui para a evasão escolar, sobretudo dos alunos Na sua prática pedagógica o professor também
mais pobres e dos alunos trabalhadores. (ARROYO, 1998). apren-de com o aluno. Para Freire (1996, p.124), “a
O que aqui se pretende demonstrar é que o aluno capacidade do educador de conhecer o objeto refaz-se, a
deve aprender os conhecimentos novos, porém, esse cada vez, através da própria capacidade de conhecer dos
conheci-mento deve trazer em pauta todos os aspectos alunos, do desenvolvimento de sua compreensão crítica”.
marcantes da educação que recebeu. De acordo com Dewey (1971, p.6), essa maneira de en-
Há pouco tempo, portanto, e ainda presente em mui-tos sinar cria uma distância entre o saber do professor e o sa-ber
estabelecimentos de ensino, o ensino e aprendizagem, eram da criança, o que faz com que o educando não encon-tre
consideradas ações distintas de mundos distanciados, sendo conexões, por exemplo, entre significados de palavras novas
um dominante e o outro dominado; algo que repre-sentava e antigas, impedindo qualquer participação mais ativa dos
uma prática pedagógica tradicional autoritária, impo-sitiva. alunos no desenvolvimento do que é ensinado.
Era centrada no professor que ensinava, sem dar asas aos Pilão (1998, p. 20) também destaca a importância da
educandos para que pudessem mostrar interesse, saber, participação do educando, esclarecendo que o papel do
criatividade e, principalmente, sem mesmo poder questionar. aluno não pode ser passivo, com a simples ação de anotar,
Todo educador apresenta-se como uma referência memorizar e reproduzir um saber sem questionamentos. E,
para a formação dos educandos e, é muito importante a segundo a autora, o educador não pode ser apenas mero
maneira como se relaciona com eles. A forma de contato expositor de conteúdos, cobrando a reprodução exata do
é fundamental para que se sintam inteligentes e capazes. saber transmitido, pois enfatiza que a aprendizagem exige
“Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. participação ativa dos sujeitos que interagem.
A gente se faz educador, a gente se forma, como educa- O educador deve auxiliar os educandos a utilizar os
dor, permanentemente, na prática e na reflexão da conhecimentos que adquiriram, por isso, deve utilizar es-
prática”. (FREIRE, 1991, p. 58). tratégias para que eles contem coisas pessoais e opinem

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
sobre os acontecimentos. Segundo Pilão (1998, p.20), “o Para Libâneo (1991, p. 54): “aprender é um ato de co-
aluno traz consigo um enorme arsenal de conhecimentos, nhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real
elaborações, valores, inteligências, adquiridos antes da vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma
fase escolar”. aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conheci-
De acordo com Dewey (1971, p. 9) essa relação deve mento que o educando transfere representa uma resposta
servir para descontrair o ambiente de forma que todos à situação de opressão a que se chega pelo processo de
sejam respeitados em suas diferenças, fazendo com que compreensão, reflexão e crítica”.
todos participem das atividades propostas. Dessa O importante é que o aluno consiga compreender
maneira, com o pensamento autônomo e crítico, o aquilo que o professor transmite, que pense, e que, com isso,
educando parti-cipa da construção da sociedade. consiga criar, questionar e principalmente, se pronun-ciar,
Pilão (1998, p. 20) também entende que esse conheci- seja contra ou a favor daquilo que lhe é exposto. Dessa forma
mento é construído socialmente e, que o educador, dessa surgem os cidadãos que futuramente podem trans-formar
forma, preparará o ambiente para que desenvolva habilida- seu país, podendo participar das questões políticas e
des cognitivas no aluno, respeitando seu desenvolvimento econômicas, exercendo seus direitos. O professor, por sua
individual e ultrapassando dificuldades que os alunos pos- vez, torna-se um cidadão também evoluído, atualizado e
sam presenciar em determinadas situações. transforma-se também em aprendiz de seus alunos, pois
“O professor precisa ser um aprendiz ativo e cético na aprende a lidar com as diferenças com as realidades que
sala de aula, que convida os alunos a serem curiosos e crí- antes não conhecia.
ticos... e criativos”. (FREIRE, 2007, p.19) “É muito fácil entrar e sair pela porta da sala ao soar dos
Assim, como se pode notar, não se encaixa um indiví- sinos que determinam o troca-troca de professores, é
duo que ensina e um indivíduo que aprende, ou seja, de simples, pois cumprimos nossa obrigação: ministramos
um lado alguém que é dono do saber, e, de outro lado, nossas aulas. Não importa muito o que acontece an-tes ou
alguém que não é capaz de pensar sem a ajuda de outros, depois dela, se tudo deu certo, então tudo bem, mas o
alguém que se coloca como mero receptor de mensagens problema é a concepção de cada educador quan-to ao
transmitidas pelos “donos” da informação. sentimento de “está tudo bem”, pois a maioria se detém a
achar que se não houve nenhuma briga em sala de aula, se
O Papel do Aluno os alunos não gritaram uns com os outros, se ninguém o
enfrentou ou colocou o dedo na sua cara e comportamentos
bom lembrar que, a responsabilidade não se enqua- do gênero, então tudo se encontra na mais perfeita ordem.
dra mais somente encima do educador. Alguns educado- Melhor dizendo, se a sala esta-va mais apática do que
res, considerados mais conservadores, devem repensar agitada, “está tudo bem”, não há muito tempo para perder
suas ações, reorganizar-se, mudar sua forma de agir e sua com outras coisas, afinal, há uma pressão por parte da
visão do papel do aluno no processo educativo. coordenação em relação a conteúdo, disciplina e
Não se deve pensar, de acordo com Pilão (1998, p. 25) cumprimento de horários. Isso acontece mes-mo, é verdade,
que o aluno, devido ao fato de ser considerado o centro do mas os educadores têm que se ater aos comportamentos
processo, deva ser deixado em total liberdade para fazer o adversos que há na sala de aula, como: apatia, desinteresse,
que bem entender, sendo o professor relegado à posição de falta de atenção, e claro, desorgani-zação e tumulto, se
mero observador e não de interventor da aprendizagem. observarmos bem, o que esses meni-nos precisam é de um
Para Perrenoud (2000, p. 46), a escola passa a ser um pouco de cuidado e interesse por parte daquele que eles têm
lugar onde o educando tem direito a ensaios e erros, onde como exemplo: o professor. É necessário que este participe
expõe suas dúvidas, explicita seus raciocínios e toma cons- mais da vida do alunado! O “aluno-problema”, geralmente,
ciência de como se aprende, permitindo tornar visíveis os só necessita de atenção, de uma conversa amigável. Durante
processos, os ritmos e os modos de pensar e de agir. A uma atividade em sala, por exemplo, chame o estudante em
aprendizagem inclui projetos de situações problema, que um canto e exponha o que vem observando; pergunte se há
fazem com que o aluno participe em um esforço coletivo algo que está o incomodando em sala ou em casa; se ele está
para elaborar um projeto e construir novas competências. chateado com os pais ou com amigos; se está preocupado
Pede-se a ele que, de alguma maneira, em seu ofício de com al-guém, e assim por diante. Tenha uma conversa
aluno, torne-se um prático reflexivo. sincera e respeitosa: exponha o que não está gostando na
Em muitas situações o professor não terá como se guiar atitude do aluno, mas enfatize os pontos positivos e diga que
somente por critérios técnicos, pré-estabelecidos, ele terá acredita que ele pode melhorar e que você estará o
que utilizar critérios de acordo com aquilo que se apresenta. observando mais daquele dia em diante, cuidado para não
Segundo Behrens e José (2001, p.16), todos os edu- parecer es-peculativo e nem impertinente, para isso, deixe
cadores devem saber que necessitam discutir e dar ciên- bem claro que você está preocupado porque tem o
cia aos educandos sobre seu contrato didático, aceitando observado dis-tante, calado ou então, muito desordeiro. Diga
sugestões de melhoramento e contribuições significativas que você está ali para ajudá-lo a se sentir melhor, mais
dos alunos, especialmente por entender que o interessado confortável ou mais interativo. Explique a importância de
em aprender a aprender é o aluno. Além disso, o papel do participar da aula, pergunte o que ele tem achado das aulas,
docente é o de articular o saber elaborado à produção do sempre em tom amigável e calmo. Muitas vezes damos às
conhecimento do aluno. costas

90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

para nossos alunos, porque já temos problemas demais. O aprendizado e a progressão da criança depen-dem:
No entanto, a melhor forma de resolver toda e qualquer
situação é através do diálogo e da compreensão. Em meio - Do processo por ela desenvolvido; -
à pressa do dia a dia a sim tempo para conversar com um Do patamar em que ela se encontra;
aluno, só depende do interesse do professor! Uma - Das possibilidades que o ambiente escolar lhe
simples conversa estreitará relações, criando vínculos de propicia.
confiança e amizade, que deixará o clima em sala muito A proposta pedagógica deve valorizar:
melhor, há duas formas de se ter atenção e disciplina da - A interpretação das capacidades da criança pelo
turma: ou você é ditador até com o barulho do mosquito professor, através de critérios capazes de sinalizar pro-
que voa em sala ou você é apaziguador e nota quando gressivos avanços no processo de alfabetização.
seu aluno está emocionalmente alterado.”
Também é necessário ter a clareza dos conceitos de
Recursos didáticos para alfabetização alfabetizar e letrar:
- Alfabetizar não se reduziria ao domínio das “pri-
Atualmente, as discussões que envolvem o ciclo de al- meiras letras” (alfabetizar);
fabetização e o Ensino Fundamental de nove anos passam - Saber utilizar a língua escrita nas situações em que
por reflexões e questionamentos que estão diretamente esta é necessária, lendo e produzindo textos (letrar);
relacionados às atividades que precisam ser desenvolvidas - Ter clareza sobre capacidades e conhecimentos que
no espaço escolar. Ao defendermos a entrada da criança precisam ser desenvolvidos para que uma criança seja
de seis anos no primeiro ano do ciclo de alfabetização, es- considerada alfabetizada;
tamos defendendo que não se trata apenas de incluir os - Saber como distribuí-los ao longo dos três anos
meninos e as meninas na escola, mas encontrar novas lin- iniciais da Educação Fundamental;
guagens, novas categorias, novas estratégias para enfren- - Saber o que cada criança deve ser capaz de reali-zar
tar formas inéditas de exclusão que, hoje, se produzem e
a cada período do Ciclo de Alfabetização.
se reproduzem. E uma das maiores exclusões do sistema
educacional brasileiro é de crianças e jovens que não têm Como planejar projetos didáticos e sequências di-
domínio e fluência das habilidades da leitura e da escrita. dáticas ao longo de três anos de forma integrada entre os
Partindo do princípio de que orientações curriculares anos e as diferentes áreas de conhecimento?
são “conhecimentos” e não podem designar “conteúdos”, Os materiais didáticos e de apoio pedagógico le-vam
cujo termo é restrito, nossa opção teórico-metodológica é em conta o ciclo de alfabetização?
por “capacidades”, termo amplo o suficiente para abran- Nesta edição temática, pretende-se focalizar a
ger todos os níveis de progressão, desde os primeiros discussão e a análise de propostas de planejamento e
atos motores até a leitura e a produção textual. Uma organização de rotinas, que possam colaborar com o
proposta curricular de alfabetização ancorada nas
capacidades diz respeito àquilo que uma pessoa precisa trabalho de gestores e professores alfabetizadores. Além
saber para ser al-fabetizada. disso, pretende- se apresentar relatos de profes-soras que
Defendemos que uma proposta curricular que atenda planejam e organizam suas rotinas de for-ma integrada,
ao ciclo de alfabetização passa necessariamente pela dis- com diferentes áreas de conhecimento. Pretende-se,
tribuição gradual das capacidades ao longo dos três anos, ainda, mostrar a importância de organizar diferentes
sem que se tenha uma sobrecarga em determinado ano e, agrupamentos nos três anos, adequando os modos de
sim, uma organização coerente e adequada aos conheci- organização do ciclo aos objetivos preten-didos.
mentos e à idade dos alunos.
As reflexões sobre planejamento e organização de Sequência didática para desenvolver a leitura e
uma proposta de alfabetização que contemple esse produção de gêneros textuais
aprendiza-do devem possibilitar ao professor uma
visualização mais clara dos objetivos de seu trabalho em O objetivo do segundo texto da edição temática é
sala de aula e das metas que deve procurar atingir, nos apresentar uma prática escolar de leitura e produção
três anos do ciclo de alfabetização. escrita de uma professora do 3º ano ciclo de alfabeti-
Uma proposta envolve um processo permanente de zação do Ensino Fundamental. Procura-se evidenciar os
experimentação e reflexão na ação pedagógica, para a me- procedimentos metodológicos utilizados pela professo-ra,
lhoria da qualidade da educação brasileira. Entendemos que as interações estabelecidas com/entre os alunos, as
as práticas de ensino e as experiências dos professores são oportunidades de aprendizagem geradas pelos eventos
imprescindíveis e podem favorecer a ampliação dos re- de letramento. O evento de letramento analisado trata da
ferenciais teóricos e culturais dos docentes e de sua auto- elaboração de um texto descritivo, que teve como foco a
nomia no trabalho no ciclo de alfabetização. produção do gênero perfil. São analisadas e co-mentadas
Uma proposta para o ciclo de alfabetização precisa le- as etapas do trabalho com os alunos em sala de aula e
var em consideração alguns princípios, entre eles, desta- mostrados os textos produzidos por alguns deles ao final
camos: deste interessante evento de letramento.

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

As histórias em quadrinhos (hqs) nas sequências Dessa forma, o conjunto de atividades que compõem
di-dáticas (sd): o prazer no fazer, ensinar e aprender a rotina escolar das crianças nos anos iniciais do Ensino
Fundamental se caracteriza pela diversidade das
Para a autora do terceiro texto da edição temática, “as atividades propostas em sala de aula. A organização que
HQs cumprem com diferentes funções da leitura: la-zer, se dará às atividades de alfabetização e de letramento
humor, informação e, ainda, são uma forma prazerosa para deve obedecer a dois critérios didáticos: a sequência das
quem ensina e para quem aprende.” A autora destaca, atividades e a integração entre elas.
também, que “a combinação atrativa da linguagem visual e São exemplos de atividades pedagógicas: os jogos e
verbal e a rápida comunicação podem fazer parecer que as brincadeiras pedagógicos, os exercícios individuais, a pro-
HQ são apenas um artefato de diversão, mas elas não são dução coletiva de textos escritos, a leitura autônoma e co-
apenas isto e podem se tornar um grande aliado do pro- letiva de textos, as rodas de leitura, a confecção de livros
fessor em seu trabalho com linguagem, história, geografia, infantis, a produção de jornal e informativos escolares etc.
matemática, etc.” Após analisar as HQs e incluir vários e Esse texto está organizado em duas partes. Na primeira
sugestivos exemplos deste gênero textual, a autora mostra será discutida a relação entre as atividades pedagógicas e os
como desenvolver a SD com os alunos, ressaltando que, procedimentos de ensino. Na segunda parte serão dis-
nesta etapa, é feita a apresentação da proposta e, em se- cutidos, a partir de exemplos de planejamentos de ensino
guida, o trabalho com os módulos – também conhecidos para uma turma do primeiro ano, os dois critérios de orga-
como oficinas – com sugestões de atividades. Esses módu- nização das atividades pedagógicas.
los/oficinas deverão propor situações didáticas desafiado-ras
e desconhecidas dos alunos. Procedimentos de ensino e atividades pedagógicas:
a operacionalização do planejamento de ensino
Sequências e atividades pedagógicas para alfabe-
tização As metas gerais de aprendizagem em alfabetização e
letramento, nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
O primeiro texto da edição temática apresenta as se- abrangem a compreensão do princípio da base alfabética
quências didáticas/atividades pedagógicas, que são to- do sistema de escrita; a apreensão das regras ortográficas
das as estratégias didáticas usadas em sala de aula para das palavras; a aquisição da fluência no processo de
mobilizar os processos de aprendizagem dos aprendizes. leitura; o desenvolvimento das habilidades de leitura,
Segundo a autora do texto: “Elas operacionalizam os pro- resultantes da compreensão do funcionamento da
cedimentos de ensino para que as metas de modalidade escrita; o desenvolvimento das habilidades de
aprendizagem estabelecidas no planejamento do produção de textos escritos e a identificação e
professor sejam alcan-çadas”. apropriação dos usos sociais da língua escrita.
“Dessa forma, o conjunto de atividades que compõem Para cada uma dessas metas gerais de aprendizagem
a rotina escolar das crianças nos anos iniciais do Ensino devem ser estabelecidos os objetivos específicos de
Fundamental se caracteriza pela diversidade das ativida- ensino para cada ano e turma dos anos iniciais, levando-
des propostas em sala de aula.” A autora apresenta, como se em conta a trajetória e o nível de aprendizagem dos
exemplos de atividades pedagógicas: os jogos e brinca- alunos. A partir daí, torna-se necessário definir os
deiras pedagógicos, os exercícios individuais, a produção procedimentos de ensino e as atividades pedagógicas que
coletiva de textos escritos, a leitura autônoma e coletiva irão operacio-nalizar o plano de ensino. O esquema
de textos, as rodas de leitura, a confecção de livros abaixo representa o modelo desse sistema didático.
infantis, a produção de jornal e informativos escolares etc.
Vamos discutir aqui as atividades pedagógicas da lei- Metas gerais de aprendizagem em Alfabetização e
tura e da escrita desenvolvidas em turnas do primeiro ano Letramento
do Ensino Fundamental. Sequências didáticas/atividades ↓
pedagógicas são todas as estratégias didáticas usadas em
sala de aula para mobilizar os processos de aprendizagem Objetivos Específicos de Ensino
dos aprendizes.
Elas operacionalizam os procedimentos de ensino ↓
para que as metas de aprendizagem estabelecidas no
planeja-mento de ensino do professor sejam alcançadas. Procedimentos de Ensino
No que se refere à aprendizagem inicial da língua escrita,
é possí-vel dizer que há uma demanda por atividades ↓
pedagógicas específicas e adequadas aos seus três níveis
de ensino da alfabetização e do letramento: Atividades Pedagógicas
- Sistema de escrita,
- Leitura e produção de textos escritos, - Esquema: Sistema didático do planejamento de ensino
Usos sociais da língua escrita.

92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Os procedimentos de ensino-aprendizagem – formas de proceder que alunos e professores adotam para aprender e
ensinar no contexto escolar (Monteiro, 2010) – pode ser compreendido como ações cognitivas que permitem ao aprendiz
refletir sobre os conteúdos escolares, através dos encaminhamentos de ensino planejados pelos professores.
Na alfabetização e no letramento, os procedimentos de ensino estão relacionados ao desenvolvimento da consciên-
cia metalinguística, que se refere à capacidade de manipular e refletir sobre a estrutura da língua (Maluf, 2006; Roazzi &
Carvalho, 1991). A consciência metalinguística abrange diferentes estruturas linguísticas: o fonema e a sílaba (consciência
fonológica); a palavra (consciência de palavra); a frase (consciência sintática) e o texto (consciência discursiva).
No eixo da escrita e da leitura relacionadas ao processamento da palavra, os procedimentos de ensino estão relacio-
nados ao desenvolvimento da consciência fonológica e da consciência de palavra, à compreensão da relação entre a lin-
guagem oral e escrita, à automatização do reconhecimento da palavra escrita, ao desenvolvimento da escrita ortográfica.
Podemos citar como exemplos de procedimentos nesse eixo de trabalho a leitura do próprio nome e de nomes dos
colegas em listas de nomes; a leitura de palavras e frases pelas crianças com o objetivo de desenvolver a fluência; a
leitura de pe-quenos textos com autonomia, a escrita compartilhada e autônoma de palavras e frases.
No eixo da produção e leitura de textos escritos, os procedimentos devem possibilitar o desenvolvimento das estra-
tégias de compreensão e produção de textos, a ampliação do vocabulário pelo aluno e a compreensão de textos curtos
lidos pela professora e com autonomia, a produção compartilhada de textos adequados ao gênero, aos objetivos, ao
leitor visado (planejamento, produção e revisão). As perguntas de compreensão de textos diversos (identificação do
assunto, lo-calização de informações explícitas, interpretação, avaliação) que podem ser propostas em conversas coletivas
sobre textos, livros e revistas lidos e as atividades de leitura de pequenos textos e de livros com poucos textos, a
produção compartilhada de textos (toda a turma, pequenos grupos e duplas de alunos) são procedimentos comuns na
rotina escolar das crianças que estão em processo de aprendizagem inicial da língua escrita.
O exemplo de planejamento apresentado a seguir mostra como o sistema didático funciona, tendo-se como
referência o eixo de ensino sistema de escrita.
“A consciência metalinguística abrange diferentes estruturas linguísticas: o fonema e a sílaba (consciência fonológica);
a palavra (consciência de palavra); a frase (consciência sintática) e o texto (consciência discursiva)”.

Exemplo 1

Sistema didático do planejamento de ensino para uma turma do 1º ano - crianças em processo de compreensão do
princípio alfabético do sistema de escrita.

Objetivos Procedimentos
Nível de Ensino Meta Geral
Específicos de Ensino
- Identificação de número de
As crianças devem sílabas de palavras.
ser capazes de
Compreender o
analisar palavras - Comparação de Palavras quanto
Princípio alfabético
Sistema de escrita. orais e escritas, ao tamanho, com base no número
do sistema de
com base em de sílabas.
escrita. suas unidades
silábicas. - Identificação de palavras que
começam com a mesma sílaba.

Atividades didáticas
Brincadeira de contar sílabas de palavras: as crianças em trio passam um toquinho de madeira a cada sílaba das
palavras sorteadas pela professora – nomes de frutas: banana, maçã, abacaxi, laranja, uva. A professora registra em
um cartaz, em frente de cada palavra escrita, a quantidade de sílabas de cada palavra. Nessa atividade as crianças
poderão contar e comparar a quantidade de sílabas das palavras selecionadas.
As crianças são orientadas a comparar novamente o número de sílabas de duas palavras (boneca e bola) e
contar o número de letras das palavras, que estarão escritas no quadro da sala. As crianças serão orientadas a
identificarem a sílaba “bo” nas duas palavras. Depois da atividade oral, as fichas das duas palavras serão
exploradas em pequenos grupos com as seguintes orientações: 1. fazer um desenho para cada uma delas em
uma folha de papel ofício; 2. colorir de vermelho as sílabas iguais no início das palavras; 3. dizer outras palavras
que comecem com a sílaba “bo”, como a sílaba colorida nas duas palavras.

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
A rotina de trabalho escolar e as atividades propostas em sala de aula são fundamentais para a aprendizagem dos alu-nos.
Mas, tendo-se como referência o sistema didático de planejamento de ensino, elas precisam estar associadas às metas de
aprendizagem e aos procedimentos de ensino definidos do planejamento geral para cada turma. Atividades propostas
aleatoriamente, sem que se tenha clareza do seu papel pedagógico, não resultam em aprendizagem para as crianças.
As atividades descritas no exemplo 1 nos mostram como se pode planejar e desenvolver atividades equivocadas, que
pouco irão acrescentar aos conhecimentos dos alunos. A professora, ainda que tenha pautado seu planejamento nas
metas, não apresentou um bom planejamento. Ao trazer este “modelo”, a intenção foi contrapor este exemplo aos outros
exem-plos que se seguem, por acreditar que planejamentos como estes estão muito presentes nas salas de aula das
turmas de alfabetização.

Os critérios de organização das atividades pedagógicas

Conforme foi dito anteriormente, as atividades didáticas devem ser planejadas de acordo com os níveis de ensino da
língua escrita: sistema de escrita, leitura e produção de textos escritos e uso social da língua escrita. A diversidade de ati-
vidades pedagógicas propostas em sala de aula precisa se apresentar para as crianças de modo organizado e coeso. Isso
pode ser garantido se forem observados dois critérios didáticos: a sequência das atividades e a integração entre elas.
A sequência das atividades garante que as ações de aprendizagem sejam contínuas, ou seja, que partam consecuti-
vamente umas das outras, permitindo o aprofundamento e a ampliação do conhecimento dos alunos. A integração diz
respeito ao relacionamento entre as ações pedagógicas, visando dar unidade às temáticas abordadas em sala de aula e à
exploração de determinados recursos pedagógicos e materiais escritos.
Vamos nos valer novamente da análise de exemplos de planejamento de ensino nos quais esses critérios foram ado-
tados pela professora.

Exemplo 2

Planejamento de ensino para uma turma do 1º ano - crianças em processo de compreensão do princípio alfabético
do sistema de escrita

Procedimentos
Nível de Ensino Meta Geral Objetivos Específicos
de Ensino
As crianças devem expressar
opinião sobre a obra, A princesa - Participação em eventos
que escolhia, demonstrando de leitura em sala de aula,
compreensão do texto lido pela nos quais é preciso ouvir
Apreciar uma professora. com atenção leitura oral
Leitura. narrativa literária. Título: A princesa que escolhia da professora e participar
Autora: Ana Maria Machado. de conversas e atividades
Ilustradora: Graça Lima. sobre a história lida em sala
Editora: Nova Fronteira de aula.
Ano de publicação: 2011 (2ª edição)

Atividades pedagógicas
Roda de leitura do livro A princesa que escolhia. A leitura será realizada em dois dias seguidos. No primeiro dia,
após a leitura de parte do livro, as crianças serão estimuladas a expressar suas opiniões sobre o livro (observando
ilustrações, formato, cores etc.) e sobre a história (respondendo a perguntas de compreensão).
No segundo dia, para se retomar a leitura, os alunos serão estimulados a fazer o reconto da parte lida no dia
anterior, tendo-se o livro como recurso para a memória da narrativa e a elaborarem hipóteses para o desfecho da
história.
No terceiro dia, a professora irá propor a produção de um álbum de princesas: as crianças terão oportunidade de
participar da produção coletiva de pequenos textos descrevendo as características das princesas dos contos de fada
e de histórias que atualizam esses contos a partir de seus personagens.
Tendo como referência a produção coletiva do álbum, a professora selecionará 2 ou 3 palavras que comecem com uma
mesma sílaba para propor atividades de análise de palavras, conforme procedimentos de ensino definidos no nível do
sistema de escrita do plano de ensino. As atividades podem ser realizadas no terceiro ou no dia da semana.

94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
A presença da roda de leitura do livro na rotina escolar dos alunos é um estímulo à prática de leitura como entreteni-
mento e exercício à liberdade de pensamento. É possível observar que o planejamento da leitura do livro prevê ações nas
quais não apenas o texto escrito é objeto de reflexão, mas também o livro passa a ser foco da atenção das crianças – as
crianças serão estimuladas a expressar suas opiniões sobre o livro (observando ilustrações, formato, cores etc.) e sobre a
história (respondendo a perguntas de compreensão). As práticas efetivas de leitura em sala de aula que aproximam as
crianças dos materiais de escrita são extremamente importantes para a formação de novos leitores.
A interrupção e a retomada da leitura junto aos alunos, usando-se a estratégia do reconto e da antecipação da história me-diada
pelas ilustrações do livro, favorecem o desenvolvimento de capacidades de interpretação do texto escrito. A proposta de elaboração
coletiva de pequenos textos descritivos para a produção de um “álbum de princesas” contribui para o desenvolvimento de capacidades
de produção de textos escritos. As propostas que tomam o texto como unidade do trabalho pedagógico são fundamentais para que as
crianças aprendam não apenas a construir significados para os textos escritos que leem e organizar o discurso escrito na produção
textual, mas também para que elas observem semelhanças e diferenças entre o texto escrito e o oral.
Por fim, atividades de análise de palavras com base nos procedimentos de ensino definidos no nível do sistema de
escrita – ganham significado quando são selecionadas dentre aquelas usadas na produção textual coletiva. A análise de
palavras, visando à compreensão do sistema de escrita e à aprendizagem das correspondências entre letras e sons,
precisa ser proposta de forma sistemática, observando-se os avanços das crianças ao longo do processo de alfabetização.
A contextualização e a exploração lúdica das palavras são princípios da abordagem didática nesse nível de ensino,
que deve considerar ainda os aspectos linguísticos definidos como objeto de aprendizagem para as crianças.
A sequência das três atividades pedagógicas propostas nesse planejamento permite o engajamento das crianças em
ações relacionadas entre si que favorecem o desenvolvimento de aprendizagens em diferentes eixos de ensino. Dessa
forma, observa-se que a organização das ações correspondentes ao procedimento definido no planejamento baseia-se
na integração das ações das crianças como critério de organização das atividades pedagógicas.
Exemplo 3
Planejamento de ensino para uma turma do 1º ano - crianças em processo de compreensão do princípio alfabético
do sistema de escrita

Nível de Ensino Meta Geral Objetivos Específicos Procedimentos de Ensino


- Identificação das sílabas de palavras
As crianças devem ser compostas por sílabas cv e ccv, oralmente.
capazes de identificar
Compreender o - Associar as Sílabas identificadas
sílabas de palavras,
Sistema de escrita. princípio alfabético do oralmente e por escrito, oralmente aos seus correspondentes na
sistema de escrita. compostas por sílabas escrita.
cv e ccv. - Identificação de palavras compostas das
mesmas sílabas das palavras analisadas.

Atividades pedagógicas

Jogo das sílabas: A professora seleciona 10 palavras compostas por sílabas cv e ccv. Exemplos: pedra – cobra. As
crianças, de posse de cartões com imagens correspondentes às palavras selecionadas, devem encontrar o cartão com
a imagem que representa a palavra composta por uma sílaba sorteada pela professora.
2- Ao final do jogo, as crianças devem escolher duas palavras. A professora confecciona fichas de palavras para que
as crianças possam observar a escrita das palavras escolhidas por elas, fazendo o reconhecimento, com ajuda da
professora, das sílabas escritas correspondentes às sílabas orais sorteadas.
3- Jogo de encontrar palavras: as crianças recebem uma cartela com várias palavras escritas. Elas devem encontrar
palavras escritas com as mesmas sílabas das palavras escolhidas na atividade anterior.
Podemos observar nessa sequência de atividades que dirigem a atenção das crianças para um tipo de sílaba a conti-
nuidade de ações voltadas para a análise da estrutura silábica ccv. Na primeira atividade, identificam-se oralmente sílabas desse
tipo em várias palavras. Na segunda, estabelece-se a relação entre sílaba oral e sua forma escrita em duas palavras. Por último,
identificam-se as sílabas escritas nas duas palavras escolhidas pelas crianças em outras palavras escritas listadas pela professora.
Essa organização tende a oferecer oportunidade para que as crianças ampliem a possibilidade de reconhecimento da estrutura
silábica em estudo em outras palavras e aprofundem seus conhecimentos sobre as correspondências letra-som.

95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

As sequências das atividades apresentadas neste tex- Assim, o resultado é que o tempo escolar fica muito
to tiveram como objetivos mostrar que se pode fazer um compartimentado e hierarquizado. Isto significa que a
bom ou mau trabalho didático na aquisição do sistema de gra-de curricular, que fixa o tempo de cada disciplina,
escrita alfabética com sequências específicas para esta concede mais tempo – que normalmente é apenas de
aquisição. Um bom trabalho com sequências didáticas uma hora ou menos – para disciplinas que são
voltadas para a aquisição do sistema alfabético precisa ser consideradas de mais im-portância em detrimento de
planejado em uma interação dialógica com as crianças, outras, que acabam ficando prejudicadas por terem
em que elas sejam desafiadas a resolver seus conflitos menos tempo para serem desen-volvidas.
cogni-tivos sobre a língua. De pouco adianta ter metas e
obje-tivos específicos se as propostas de sequências Comentando sobre esse assunto e sobre o resultado
didáticas não passam de meras atividades avulsas e imediato no desenvolvimento escolar dos alunos, Enguita
(1989) diz:
desconexas do mundo e do saber das crianças.
A sucessão de períodos muito breves – sempre de me-
nos de uma hora – dedicados a matérias muito diferentes
entre si, sem necessidade de sequência lógica entre elas, sem
TEMPOS E ESPAÇOS ESCOLAR: OS ASPECTOS atender à melhor ou à pior adequação de seu conteú-do a
períodos mais longos ou mais curtos e sem prestar nenhuma
LEGAIS PARA O SEU FUNCIONAMENTO.
atenção à cadência do interesse e do trabalho dos
estudantes; em suma, a organização habitual do horá-rio
escolar ensina ao estudante que o importante não é a
O calendário escolar é de extrema importância, pois qualidade precisa de seu trabalho, a que o dedica, mas sua
ele é um elemento constitutivo da organização do cur- duração. A escola é o primeiro cenário em que a criança e o
rículo escolar. É ele que mostra a quantidade de horas que jovem presenciam, aceitam e sofrem a redução de seu
os professores de cada matéria terão para usar em sala de
trabalho a trabalho abstrato. (ENGUITA, 1989, p.180)
aula, as avaliações, cursos, os feriados, as férias, períodos
em que o ano se divide, os dias letivos, as ativi-dades Desse modo, vários autores, como Veiga (p. 30) con-
extracurriculares (como campeonatos interclasse, festa cordam que é necessário reformular a forma em que o
junina, entre outros) e as atividades pedagógicas (como tempo escolar é organizado, para alterar a qualidade do
trabalho coletivo na escola, conselho de classe e paradas
trabalho pedagógico.
pedagógicas).
O professor também necessita de tempo para conhe- Fonte:https://educador.brasilescola.uol.com.br/orien-
cer melhor seus alunos, exercer sua formação continuada
tacao-escolar/organizacao-tempo-escolar.htm
dentro do ambiente escolar, participar de cursos e pales-
tras de formação continuada, preparar suas aulas, diários, A imagem concebida historicamente da escola, na
avaliações, atividades didáticas e acompanhar e avaliar o qual crianças de determinadas idades freqüentariam um
projeto político-pedagógico em ação. espaço projetado para ensinar em períodos fixos de
Os professores precisam de tempo para conhecer de tempo, não corresponde à imagem, tampouco à realidade
perto o desenvolvimento de seus alunos, para formação hoje difun-didas. Quem conhece a escola de ensino
continuada, para preparar suas aulas, para conhecer o fundamental sabe muito bem como cada dia se configura.
projeto-político pedagógico de sua escola. Tanto alunos como professores não são apenas sujeitos
O estudante também precisa de tempo para, entre contemplativos na instituição. No cotidiano, os
outras coisas, se organizar e criar seus espaços para além professores se deparam com muitos desafios advindos de
da sala de aula. aspectos administrativos, po-líticos, pedagógicos.
Além disso, essa organização do tempo escolar de Entrelaçado aos referidos desafios está a busca por
cada escola deve levar em consideração a realidade, a compreender o significado da diversidade em sala de aula
região e a estrutura de cada instituição e dos alunos. Por e chegar ao ponto de desenvolver um trabalho
exemplo, em regiões onde a maioria da população, o que pedagógico voltado a tal questão.
engloba os alunos, trabalha na área rural, o calendário Mas o que pressupõe para a escola, para o professor
escolar deve levar em conta as épocas de safra e entres- e para os alunos a questão da diversidade?
safra. Caso os alunos fossem questionados acerca da diver-
Essa organização do tempo escolar é normalmente sidade, poderiam responder como Tatiana Belinky em sua
feita no momento da elaboração do projeto-político-pe- obra, cujo título é Diversidade: ?Diversidade – Um é feio-so…
dagógico (PPP) de cada escola. outro é bonito… um é certinho…. outro, esquisito?. Ou
As pessoas mais indicadas para a organização desse até assim: ?Um é ligeiro… outro é mais lento… um é bran-
tempo escolar são os próprios professores, por conhe- quelo… outro é sardento?. A resposta dos alunos poderia
cerem as necessidades e a realidade da sala de aula. No também deixar muitas pessoas a pensar, pois poderiam
entanto, verifica-se que, na maioria dos casos, são espe- dizer: ?Um carrancudo… outro, tristonho… um divertido…
cialistas e membros de outras áreas, os responsáveis por outro, enfadonho?. Porém, não é possível deixar de men-
esta parte. cionar o quanto os alunos se percebem marginalizados

96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
quando, em determinadas atividades propostas em sala
de aula, precisam seguir um padrão, segundo o qual O REGIMENTO ESCOLAR SUA IMPORTÂNCIA,
pouco podem expressar de sua maneira de compreender
ou não, e interagem como necessitam seus docentes. ELABORAÇÃO E APLICABILIDADE.
Sob a ótica do professor, a diversidade pressupõe mu-
danças na dinâmica de relações com os alunos, alterações
nas atividades diárias, de modo que todos possam alcançar O regimento escolar é um conjunto de regras que
um nível de reflexão, expressem seu pensamento e traba- definem a organização administrativa, didática, pedagó-
lhem juntos, partindo de suas possibilidades intrínsecas. gica, disciplinar da instituição, estabelecendo normas que
Assim, com o intuito de garantir a plenitude do processo, se deverão ser seguidas para na sua elaboração, como, por
faz necessário revisar determinadas práticas, principal-mente exemplo, os direitos e deveres de todos que convivem no
aquelas relacionadas à organização dos grupos de trabalho ambiente. Define os objetivos da escola, os níveis de
em sala de aula e fora dela, bem como às ques-tões voltadas ensino que oferece e como ela opera. Dividindo as
ao tempo e ao espaço. Em outras palavras, é imprescindível responsabili-dades e atribuições de cada pessoa, evitando
ao docente conhecer mais e melhor a questão da assim, que o gestor concentre todas as ordens, todo o
aprendizagem, perceber a importância em se conhecer trabalho em suas mãos, determinando o que cada um
enquanto pessoa passível e carente de aprendi-zado, e que deve fazer e como deve fazer.
seu modo de aprender tem um elo com sua forma de O Regimento deve surgir da reflexão que a escola tem
ensinar. sobre si mesma, porém, deve estar de acordo com a le-
O docente, para tratar da diversidade, precisa rediscutir gislação e a ordem que é aplicada no país, estado e mu-
atitudes e/ou atividades de caráter homogeneizador, pre- nicípio. Ele é um o documento administrativo e normativo
sentes nos muitos processos de aprendizagem. de uma unidade escolar que, fundamentado na proposta
O dito popular ?o Sol nasce para todos?, na relação pedagógica e coordena o funcionamento da escola, regu-
ensino-aprendizado, pode representar uma cruel realidade, lamentando ações entre os representantes do processo
pois todos os alunos são expostos ao mesmo tipo de ativi- educativo. Ele deve ser baseado em um texto referencial e
dade, modelo de ensino e parâmetros de avaliação. Cada em princípios democráticos, adotados pela Secretaria de
estudante tem seu ritmo, tempo próprio, experiência pré-via, Estado da Educação que são a base para promover a dis-
particular motivação diante da escolaridade e modo de cussão, a reflexão e a tomada de decisão pelos membros
conhecer único, além de estabelecer referenciais, a fim de se da escola, buscando respostas às questões referentes ao
localizar e reconhecer no espaço escolar. processo de ensino e aprendizagem.
Para a escola tratar da diversidade, será necessário re- Toda instituição deve possuir um conjunto de normas
pensar o projeto pedagógico, a organização do tempo e do e regras que regulem a suas propostas explicitadas em
espaço, considerando a necessidade de compreender quanto um documento que deve está disponível para a consulta
e como o tempo é despendido em atividades sig-nificativas de toda a comunidade escolar.
para o desenvolvimento dos conteúdos, quais espaços são O momento de construção do Regimento Escolar deve
utilizados e com qual intenção. Enfim, ques-tionar o que propiciar o aperfeiçoamento da qualidade da educação, es-
representa tempo e espaço na aprendizagem. tabelecendo a responsabilidade de cada um dos segmentos
A diversidade pressupõe que os envolvidos no que compõem a instituição escolar como forma de garantir o
proces-so educativo concebam a aprendizagem como a cumprimento de direitos e deveres da comunidade escolar.
interação entre a natureza e o meio. Segundo Coll (1996, Ele deve estar de acordo com uma proposta de gestão
p.334) o aluno precisa sentir-se à vontade e confiante nas democrática, assim ele possibilitará a qualidade do ensi-no,
relações com os adultos com os quais interage, mas fortalecendo a autonomia pedagógica e valorizando a
também que a recíproca seja verdadeira. participação da comunidade escolar que está representa-da
Lima (1999, p.8) apresenta uma questão muito através dos órgãos colegiados, como, por exemplo, o
relevan-te sobre a aprendizagem e a relação com o Conselho Escolar e o grêmio estudantil. Outro objetivo do
tempo, quando afirma que o planejamento não deve Regimento é o cumprimento das ações educativas estabe-
antever apenas situa-ções de aprendizagem, mas deve lecidas no Projeto Político-Pedagógico da escola.
também prever o pla-nejamento do tempo necessário à A escola deve ser percebida como um espaço que fa-
execução e reflexão no que concerne às referidas vorece a discussão dos conhecimentos históricos acumu-
situações. O aluno poderá então estabelecer relações lados pela sociedade. É através dessa construção coletiva
elaboradas, processar a informação, reformular a ação. que teremos uma organização capaz de efetivar uma edu-
Portanto, refletir sobre a questão do tempo e do es- cação de qualidade, gratuita e para todos, além de formar
paço no planejamento das atividades escolares traduz-se cidadãos críticos capazes de transformar a sua realidade.
em um eixo muito importante para o desenvolvimento de Dessa forma, podemos conclui que o Regimento Escolar é
ações que auxiliem tanto professores quanto alunos. essencial para uma instituição escolar que busca a
qualida-de do ensino numa perspectiva democrática.
Fonte:http://www.tribunapr.com.br/noticias/mundo/
discutir-a-diversidade-o-tempo-e-o-espaco-na-escola-o-- Fonte: https://www.infoescola.com/educacao/regi-
que-significa/ mento-escolar/

97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

O processo da conceituação
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
Na busca pela compreensão do que se observou
na atividade experimental, se inicia o processo de reflexão
do aluno. É neste momento que ele toma consciência de
suas próprias ações, procura uma explicação para o fenô-
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, meno observado e estabelece relações com o que
já foi abordado em tópicos anteriores. pensava anteriormente. Como já se sabe, não é fácil para
o aluno abrir mão de sua hipótese inicial. Por isso, é
essencial que o tempo na sala de aula seja dedicado às
discussões entre os alunos.
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO Nessas conversas, comunicam o que observaram e
desenvolvem argumentos. A princípio, podem fazê-lo apenas
CONHECIMENTO CIENTÍFICO PELA CRIANÇA.
sob a forma de relato ou descrições de suas ações. Contudo,
esta fase é importante para que estabeleçam, em
pensamento, relações lógico-matemáticas e causais. Pen-
O que é trabalhar com a face cognitiva da experiência? sando no que fazem, estabelecem relações que, gradual-
Reconhecemos pelo menos dois significados diferentes para mente, vão se desvinculando da sua própria ação sobre o
“experiência”: fazer experiências e saber experimen-tar. O objeto para observar as modificações físico-químicas que
primeiro se manifesta no plano concreto quando os alunos ocorreram com o objeto de estudo. Nessa passagem – das
expressam suas representações implícitas (o que já ações executadas pelo próprio sujeito para a relação entre os
observaram sobre o fenômeno). O segundo se manifesta atributos do objeto – se inicia a conceituação.
num plano abstrato, o do procedimento experimental, no Fonte: http://educacao.estadao.com.br/blogs/colegio-
qual as representações são construídas e permitem substi- -ofelia-fonseca/como-se-da-a-construcao-do-conheci-
tuir a experiência real pela experiência mental.
mento-cientifico-pela-crianca/
A passagem de um para o outro não é simples.
Muitas das experiências que propomos na educação
infan-til estão mais próximas do fazer experiências, nas CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS.
quais os alunos se mostram entusiasmados pelo prazer da
ação e do ensaio sem se preocupar com a investigação. A
par-tir do 2º ano, as aulas de Ciências podem contribuir
para que o aluno construa ferramentas que o ajudem a A expressão “concepções pedagógicas” é correlata de
apurar a sua observação dos fenômenos em busca do “idéias pedagógicas”. A palavra pedagogia e, mais particu-
“saber ex-perimentar”. larmente, o adjetivo pedagógico têm marcadamente res-
sonância metodológica denotando o modo de operar, de
De acordo com o pensamento do biólogo e pensa-
realizar o ato educativo. Assim, as idéias pedagógicas são as
dor Jean Piaget, é certo que o saber experimentar será de-
idéias educacionais entendidas, porém, não em si mes-mas,
senvolvido pelos alunos a partir dos 10-11 anos, pois exige mas na forma como se encarnam no movimento real da
deles o pensamento formal que é necessário para anteci-par educação orientando e, mais do que isso, constituindo a
hipoteticamente resultados, próprios do plano mental. própria substância da prática educativa. As concepções
Então, deve-se concluir que precisamos esperar a educacionais, de modo geral, envolvem três níveis: o nível da
progressão dos estágios de desenvolvimento intelectual para filosofia da educação que, sobre a base de uma reflexão
radical, rigorosa e de conjunto sobre a problemática educa-
que os alunos estejam prontos para saber experimen-tar?
tiva, busca explicitar as finalidades, os valores que expres-
Mais vale retomar o ponto de vista de Vygostski , outro
sam uma visão geral de homem, mundo e sociedade, com
pensador do campo da educação, e considerar as práticas
vistas a orientar a compreensão do fenômeno educativo; o
experimentais como motivação intelectual dos alunos para
nível da teoria da educação, que procura sistematizar os
lidar na sua zona de desenvolvimento proximal, na qual ul-
conhecimentos disponíveis sobre os vários aspectos envol-
trapassa suas possibilidades conceituais de momento, na
vidos na questão educacional que permitam compreender o
medida em que as situações de aprendizagem se apresen- lugar e o papel da educação na sociedade. Quando a teoria
tem na interação com o professor e com o grupo. da educação é identificada com a pedagogia, além de
“O pensamento formal não surge quando eles estão compreender o lugar e o papel da educação na socie-dade, a
a dormir (aliás, nem todos os adultos têm imediatamente teoria da educação se empenha em sistematizar, também, os
acesso a ele), mas, pode ser estimulado através de ativida- métodos, processos e procedimentos, visando a dar
intencionalidade ao ato educativo de modo a garantir sua
des exigentes mas acessíveis, por meio do esforço coletivo
eficácia; finalmente, o terceiro nível é o da prática pe-
e individual”.[1]
dagógica, isto é, o modo como é organizado e realizado o

98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

ato educativo. Portanto, em termos concisos, podemos en- Outro pensador influente no processo ensino -apren-
tender a expressão “concepções pedagógicas” como as di- dizagem é Lev Vygotsky. Ele desenvolveu a idéia de que o
ferentes maneiras pelas quais a educação é compreendida, indivíduo não nasce com características pré-determi-
teorizada e praticada. Na história da educação, de modo nadas para a inteligência e para o estado emocional, mas
geral, e na história da educação brasileira, em particular, sim, evolui intelectualmente quando interagido constan-
produziram-se diferentes concepções pedagógicas, cujas temente a reflexões sobre questões internas e das in-
fluências do mundo social.
características são apresentadas nos verbetes seguintes.
Para Vygotksy, a função da mediação social nas re-
Fonte:http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/ lações entre o indivíduo e o seu meio, ocorre através de
ferramenta, e na atividade física intraindivíduo é fei-ta
glossario/verb_c_concepcao_pedagogica.htm
através de sinais. Mesmo que o indivíduo nasça com
predisposição para algo, ele dependerá do aprendizado
ao longo de sua vida, adquirido durante as relações per-
TEORIAS EDUCACIONAIS. meadas pelo seu grupo social.
Já para Wallon, o meio é um complemento indispen-
sável ao ser vivo que supre suas necessidades e as suas
aptidões sensório-motoras e, depois, psicomotoras. Um
Várias teorias tentaram e tentam interpretar e propor estado de desequilíbrio ou crise emocional tem impacto
alternativas para o agir humano na sociedade e nele o agir direto sobre as ações. Sob o efeito de emoções descon-
pedagógico. Nem todas, porém, contribuem efetivamente troladas também se perde o comando das ações.
para dar melhores perspectivas e entusiasmo a prática do- A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard
cente. Há casos, em que uma teoria, apesar de seus aspec-tos Gardner, propõe a existência de um espectro de inte-
válidos para finalidades específicas, no seu todo, acaba por ligências a comandar a mente humana. De acordo com
gerar descrença, passividade, decepção. Gardner, as sete inteligências são: lógico-matemática;
A participação do aluno na construção de seu saber, tão lingüística; espacial; físico-cinestésico; interpessoal; in-
comentado e proposto, como uma ação imprescindí-vel no trapessoal e musical.
processo ensino-aprendizagem para esse momento histórico Outra contribuição significativa para a atualidade foi a
atual, necessita de aprofundamento em estudos anteriores pesquisa realizada pela psicolinguística argentina Emília
baseados em grades pensadores para que pos-samos refletir Ferreira, diagnosticando as fases de apreensão da escrita,
e compreender como se deu todo o processo educacional denominando psicogênese da língua escrita. De acordo
anterior para desta forma, buscar-se maneiras adequadas de com esta teoria, todas as crianças passam por quatros
direcionar os caminhos que irão levar aos ob-jetivos fases até que esteja alfabetizada: pré-silábica; silábica;
propostos para o que se propõe a educação atual. silábico-alfabético e alfabético.
Para que o sistema educacional consiga progressão Hoje temos teorias mais avançadas como a teoria da
em sua meta é necessário que todos os educadores complexidade e a teoria da autopoiese, onde a primeira
possam estar conhecendo as diversas teorias educacionais nos propicia a proximidade da realidade, numa perspec-
que vi-goraram e as condizentes ao período histórico tiva de relações de trabalho, de família, de sociedade, de
atual, po-dendo dessa forma, se aperfeiçoarem meio ambiente ou de qualquer outra manifestação de
continuadamente, oferecendo perspectivas inovadoras e organização que a cultura propicie.
instigantes aos seus alunos e a si mesmo. A Teoria Autopoiese ou autopoiesis (do grego auto
A teoria de Paulo Freire remete-nos a reflexão acerca “próprio”, poiesis “criação”) é um termo que surgiu na
da metodologia educacional, que por bem, faz mais parte década de 70 pelos biólogos e filósofos chilenos: Fran-
do passado que do presente educacional, denominando cisco Varela e Humberto Maturana para designar a capa-
de educação bancária, onde o professor é o depositante e cidade dos seres vivos de produzirem a si próprios.
o aluno o depositário do saber, restando para o segundo Com todas essa gama de teorias existentes, em to-
apenas render “juros”, sem possibilidades de críticas refle- dos os períodos históricos, fica difícil destacar uma que
xivas. “Ninguém ensina nada a ninguém e as pessoas não seria a ideal, mesmo porque vivemos em realidades
aprendem sozinha” (FREIRE, in ROMÃO, 2001:23). distintas com especifidades em cada região, o docente
PIAGET constatou com seus estudos, que a experiência é precisa sim está a par das experiências realidadas, de es-
importante para que ocorra o momento da assimilação do tudos feitos por filósofos, teóricos e pesquisadores que
conhecimento, segundo o biólogo, quando o aluno ex- poderão contribuir para a reflexão do fazer pedagógico,
perimenta o saber, ele constrói um caminho mais breve ao mas não estamos falando de receita como é o desejo de
entendimento do fenômeno estudado. Portanto, a inte-ração muitos educadores, que se crie um modelo para ser
do indivíduo com o meio físico e biológico, quanto maior e utilizado.
mais cedo, propicia o desenvolvimento do pen-samento. Ele
define a inteligência como a adaptação que tem como Fonte: https://www.webartigos.com/artigos/as-teo-
característica o equilíbrio entre o organismo e o meio, que rias-educacionais-e-suas-contribuicoes-para-a-pratica--
resulta na interação entre o processo de assi-milação e pedagogica-na-atualidade-brasileira/47704
acomodação, que é o motor da aprendizagem.

99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
-se debilitada, o comportamento é inseguro e inconstante.
PROJETOS PEDAGÓGICOS. Perde-se o poder de decisão, o poder de crítica, de ques-
tionamentos, e ela poderá, mais tarde, tornar-se um adulto
que não sabe questionar, repetitivo e sem ideais concretos.
Para que a função educativa do jogo fosse garanti-da,
efetuou-se o projeto dentro do planejamento escolar.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, Buscou-se não fugir dessa perspectiva, almejando a cons-
já foi abordado em tópicos anteriores. trução de novos conhecimentos. Priorizou-se o conteúdo,
discernindo o momento adequado de brincar e jogar para
aprender, com clareza para que o objetivo proposto não
fosse ineficaz ou insignificante para o educando. Dessa for-
CURRÍCULO E AVALIAÇÃO. DIDÁTICA GERAL E
ma, foi possível diagnosticar se a atividade preestabelecida
PRÁTICA DE ENSINO. estava sendo proveitosa no desenvolvimento do aluno, de
modo que sua aprendizagem ocorresse.
A importância dos jogos em grupo deve ser valoriza-
da, pois seu uso em aula pode desenvolver a habilidade
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, de coordenar pontos de vista, considerando, também, que
já foi abordado em tópicos anteriores as atividades em grupo são mais frutíferas, sendo que por
meio deles as crianças se mostram mais ativas, atentas às
suas jogadas e às dos colegas.
O LÚDICO COMO INSTRUMENTO DE O jogo é, por excelência, integrador, sempre trazendo
um caráter de novidade, o que o torna importante para
APRENDIZAGEM. motivar a criança, para que ela se conheça melhor, cons-
truindo interiormente o seu mundo. Esta atividade é uma das
formas que mais propicia a construção do conheci-mento.
HOLZMANN descreve como os jogos podem ser im-
O lúdico apresenta uma grande versatilidade que pos-
portantes para iniciar uma relação, pois se apresentam como
sibilita inovar sempre, fazendo com que o educador seja
possibilidade de desenvolver a comunicação e a criatividade,
realmente um facilitador da aprendizagem e garantindo a
integrando e equilibrando o sentir, o pensar e o agir. Ade-
participação ativa dos educandos.
mais, os jogos oferecem a vivência de um início de processo
De acordo com ALVES: Há brinquedos que são desafios
de autonomia e integração criativa ao meio, e oportunizam
ao corpo, à sua força, habilidade, paciência... E há brinque-
uma comunicação simbólica e autêntica entre as pessoas.
dos que são desafios à inteligência. A inteligência gosta de
Jogos podem trazer reflexão, ordem, desordem, cons-
brincar. Brincando ela salta e fica mais inteligente ainda.
trução e desconstrução de ideais, de mundo, de idéias, de
Brinquedo é tônico para a inteligência. Mas se ela tem de
experiências ou das mais variadas relações.
fazer coisas que não são desafios, ela fica preguiçosa e em-
Possibilitam uma abertura para o novo, tornando pos-
burrecida. Todo conhecimento científico começa com um
sível que as pessoas se expressem de forma diferenciada.
desafio: um enigma a ser decifrado!
(...) Acontece neste momento uma comunicação pro-
Sempre que um desafio se apresenta, a criança é es-
funda, sem medos, nem ameaças, onde cada um se
timulada a reagir. Basta observar como ela gosta de ser o
expres-sa livremente no lúdico. O jogo é ficção e ao
destaque na sala de aula, de se mostrar quando sabe algo e
mesmo tempo realidade. (HOLZMANN, 1998, p.19).
de se colocar antes dos colegas. Ela precisa ser provocada.
Quando se inserem conteúdos por meio do lúdico,
Usar jogos para ensinar arte pode ser considerado como uma
quer por meio do jogo, quer por uma brincadeira, esta-
estratégia metodológica, para conseguir que esse alu-no olhe
belecem-se vínculos com os estudantes porque se têm a
para o professor, ouça o que ele diz, se concentre, para que a
nítida impressão, embora seja apenas impressão, de que
aprendizagem se concretize. O discurso do pro-fessor deve
se está apenas brincando, e isso tira um pouco da
ser mais atrativo do que tudo que se encontra a volta do
resistência muitas vezes demonstrada por eles.
aluno, pelo menos naquele momento.
Atividades educativas que se utilizam do lúdico tam-
SANTOS observa que as instituições já sabem que o
bém resolvem por muitas vezes problemas de convivência
brinquedo é a essência da criança, e reflete que os alunos
e socialização, minimizando questões de relacionamento
maiores também podem tirar proveito dessa ferramenta.
tão comuns nessa fase das crianças que explodem no
Defende ainda o quanto isso vem sendo discutido e que a
con-texto escolar.
“educação pela via da ludicidade propõe-se a uma nova
postura existencial cujo paradigma é um novo sistema de Segundo FERRAZ e FUSARI (1993), considera-se im-
aprender brincando”. (2006, p. 23-24) portante a inclusão do brinquedo e da brincadeira como
Quando se deseja alfabetizar esteticamente, que se parte integrante dos métodos e procedimentos, incorpo-
comece respeitando as fases do desenvolvimento psico-
radas às aulas de Arte, pois as experiências com brincadei-
ras, quando estruturadas adequadamente, podem motivar
lógico das crianças. Quando uma criança é cerceada nos seus
processos construtivos e expressivos dentro dos
direitos à livre expressão, a personalidade desenvolve-
conteúdos da disciplina.

100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
O jogo pode ser utilizado para introduzir conteúdos, o mero controle de habilidades. É muito mais abrangente.
verificar aprendizagem, fixar conceitos já estudados e ain- Sua importância é notável, já que, por meio dessas ativi-
da resgatar conteúdos anteriores. Essa prática favorece dades, a criança constrói o seu próprio mundo. (SANTOS,
uma melhoria na relação interpessoal, havendo ainda um 1995, p.4).
reforço nos valores de respeito, reciprocidade e confiança. Em sua visão é pela brincadeira que a criança aprende
Quando se propõe trabalhar conteúdos de Arte por meio sobre a natureza, os eventos sociais, a dinâmica interna e a
de jogos, é preciso dominar a função e o desenvolvimento estrutura de seu corpo. A criança que brinca livremente, no
dos jogos e brincadeiras no mundo infantil, interligando- seu nível, à sua maneira, não está apenas explorando o
os à sala de aula. mundo ao seu redor, mas também comunicando sentimen-
Os benefícios que a utilização de jogos e brincadeiras tos, ideias, fantasias, intercambiando o real e o imaginário.
pode acrescentar à educação foram abordados e defen- O brincar está relacionado ao prazer. Uma brincadeira
didos por diferentes educadores em diferentes épocas. criativa ou não deve sempre proporcionar prazer à criança.
Autores como Piaget, Vigotsky, Kamii, Kischimoto, Mélai- Além disso, enquanto estimula o desenvolvimento in-
ne Klein, Meira, Moyles, Ferraz e Fuzari, Benjamin, Santos, telectual da criança, também ensina, sem que ela perceba,
entre outros, abordam o assunto sob vários aspectos, os hábitos mais necessários ao seu crescimento, como
con-tribuindo para o aprofundamento de questões de per-sistência, perseverança, raciocínio, companheirismo,
entre outros.
suma importância até a atualidade.
Dessa forma, o brincar e o jogar, na Educação Infantil, devem
Fonte: PETRAUSKI, J. M.; DIAZ, M. O lúdico como ser visto como uma estratégia utilizada pelo educa-dor e
recur-so metodológico para o ensino de arte. deve privilegiar o ensino dos conteúdos da realidade, tendo
Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/ o brincar um lugar de destaque no planejamen-
portals/pde/arquivos/1659-8.pdf to pedagógico.

O PAPEL DO PROFESSOR COMO AGENTE DE


O JOGO E O BRINCAR. TRANS-FORMAÇÃO
Uma vez que o professor é responsável pela orienta-
ção, seja teórica, metodológica e técnica, pode-se consi-
derar que, nesse sentido, ele é um agente transformador,
Quando abordamos assuntos relacionados à tendo em vista que contribui para a transformação dos
Educação Infantil, sabemos que se trata da faixa etária de seus alunos.
zero a cinco anos de idade, conforme recente definição da Tal realidade exige, portanto consciência crítica de to-
Lei n.11.114, de 16 de maio de 2005, e que essa faixa dos os que trabalham com a educação. O importante é
etária compreende a primeira etapa da educação básica. saber que ainda hoje não se pode esquecer essa
A inserção da criança na instituição da Educação In-fantil consciên-cia crítica, de questionar diante das políticas
representa uma das oportunidades dela ampliar os seus educacionais existentes. Para Ruiz (2003, s/p), o
conhecimentos na sua nova fase de vida, ela vivência profissional da educação precisa ter uma posição muito
aprendizagens inéditas que passam a compor seu univer-so, clara, isto é, primar pela mu-dança. Para autora:
que envolve uma diversidade de relações e de atitudes; Os papéis dos profissionais de educação necessitam ser
maneiras alternativas de comunicação entre as pessoas; o repensado. Esses não podem mais agir de forma neutra nessa
estabelecimento de regras e de limites e um conjunto de sociedade de conflito, não pode ser ausente apoian-do-se
valores culturais e morais que são transmitidos a elas. apenas nos conteúdos, métodos e técnicas, não pode mais
A aceitação e a utilização de jogos e brincadeiras como ser omisso, pois os alunos pedem uma posição desses
uma estratégia no processo de ensinar e do aprender têm profissionais sobre os problemas sociais, mas como alguém
ganhado força entre os educadores e pesquisadores nes-ses que tem opinião formada sobre os assuntos mais emergentes
últimos anos, por considerarem, em sua grande maioria uma e que está disposto ao diálogo, ao conflito, à
forma de trabalho pedagógico que estimula o racio-cínio e problematização do seu saber. (RUIZ, 2003, s/p).
favorece a vivência de conteúdos e a relação com situações O professor pode ser sim um agente de transforma-
do cotidiano. ção, principalmente em situações que exigem um posicio-
O jogo como estratégia de ensino e de aprendizagem namento firme de sua parte. Não apenas na sala de aula,
em sala de aula deve favorecer a criança a construção do mas na sociedade, no ambiente escolar ou universitário e
conhecimento científico, proporcionando a vivência de si- estar atento ás discussões no que se refere ao mundo à
tuações reais ou imaginárias, propondo à criança desafios sua volta. É importante, participar de grupos de estudos,
e instigando-a a buscar soluções para as situações que se envol-verem-se em pesquisas, incentivar seus alunos a
apresentam durante o jogo, levando-a a raciocinar, trocar buscarem sempre a conhecer mais.
ideias e tomar decisões. O professor, em vez de ser um agente de transforma-
O brincar é, portanto, uma atividade natural, espon- ção nos processos de ensino e aprendizagem, é utilizado
tânea e necessária para criança, constituindo-se em uma peça como instrumento a serviço de interesses que regem os
importantíssima a sua formação seu papel transcende modelos educacionais instituídos nas escolas e nas univer-

101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
sidades. Com isso, aqueles profissionais preocupa-dos CONTRIBUIÇÕES QUE A BRINCADEIRA E O JOGO
com a melhoria do ensino e com a educação, são tidos PROPORCIONAM NO DESENVOLVIMENTO NA EDUCA-
como problema, tendo em vista à concep-ção
ÇÃO INFANTIL
conservadora predominante ainda na sociedade.
O professor tem que partir de experiências e co- A atividade lúdica tem conquistado um grande espaço
nhecimentos dos alunos e oferecer atividades signi- na Educação Infantil. O brincar é a essência da infância e seu
ficativas, favorecendo-as compreensão do que está sendo uso permite o trabalho pedagógico que possibilita a
feito por intermédio do estabelecimento de relações entre produção do conhecimento e também a estimulação da
afetividade na criança. A função educativa da brincadeira
escola e o meio social.
oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu
ALGUMAS FUNÇÕES DO PROFESSOR FRENTE AOS conhecimento e sua compreensão do mundo. Portanto, as
disciplinas apresentada por meio de atividades lúdicas tor-
JOGOS
nam-se envolvente e favorece a construção de significados
Uma das responsabilidades do educador é pro-mover de conhecimentos próprios do mundo da criança.
a socialização entre os alunos, auxiliando-os, dentro da A ludicidade é uma necessidade da criança em qual-
sua faixa etária e potencialidades, a con-viver com seus quer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O
brincar facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pes-
grupos, enfatizando o grupo escolar. Independentemente
soal, social e cultural, colabora para uma boa saúde
do nível de educação, as ações pedagógicas visam, de mental, facilita os processos de socialização, comunicação,
certa maneira, promover a boa convivência social, o expres-são e construção de conhecimento.
conhecimento do outro e o respeito pela diferença. As atividades lúdicas são a essência da infância, por isso,
As atividades lúdicas escolhidas pelos educado-res, ao abordar este tema não podemos deixar de nos re-ferir
além de oportunizarem diversão e aprendizado como também à criança. Ao retornar a história e a evolução do
própria função pedagógica, devem considerar, também, o homem na sociedade, vamos perceber que a criança nem
desenvolvimento das pessoas envolvidas. sempre foi considerada como é hoje. Antigamente, ela não
O trabalho pedagógico com o conhecimento pode tinha existência social, era considerada miniatura do adulto,
adquirir maior significado na medida em que é ou quase adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era rela-
desenvolvido por meio de diferentes abordagens tivo, nas classes altas era educada para o futuro e nas classes
metodológicas. baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao
O jogo, atividades lúdicas, brincadeiras, se usa-dos trabalho, colaborando na geração da renda familiar.
adequadamente, contribuem significativamente na Essa importante etapa da infância seguem por duas
construção e compreensão do conhecimento, é uma fa-ses do desenvolvimento de Piaget, que são o período
atividade essencial no desenvolvimento e na sen-sório motor (0 a 2 anos) e o período operatório
aprendizagem da criança, é importante que o pro-fessor concreto (2 a 7 anos). Cunha (1988) estabelece condutas,
conheça cada tipo e seu objetivo, para pro-mover um ações e tipos de brinquedos e jogos para a aprendizagem
trabalho de qualidade nesse aspecto. e o desen-volvimento infantil, de acordo com as fases do
A brincadeira ou o jogo somente tem validade se desenvolvi-mento proposto por Piaget. Segundo a autora,
usado na hora certa, e essa hora é determinada pelo a conduta sensória motora compreende as ações de
professor, ele é quem determina para o aluno qual o repetição, reco-nhecimento sensório motor, generalização
objetivo do jogo, das regras e do tempo. sensória moto-ra e o raciocínio prático.
Durante todo o processo de desenvolvimento fí-sico, Brincando, a criança entra em contato com as dife-
moral e social da criança, os ambientes em que elas estão renças culturais existentes no grupo, resolve problemas e
inseridas e as brincadeiras espontâneas ou dirigidas amplia sua forma de ver e entender o mundo, ampliando
podem contribuir de forma significati-va na sua formação seus conceitos. Por exemplo, quando uma criança brinca
integral. É importante à criança brincar, pois ela irá se de casinha, ela entra em contato com diferentes olhares
desenvolver permeada por relações cotidianas e, assim, ou conceito de mãe, o que pode ampliar o seu próprio
vai construindo sua identidade, a imagem de si e do conceito. Nesse sentido. O brincar cria as condições para
mundo que a cerca. o desenvolvimento infantil, pois a brincadeira amplia a
A criança é um ser sociável que se relaciona com o possi-bilidade de pensar e de atuar sobre seu próprio
mundo que a cerca. De acordo com sua compreen-são e cotidiano. Sendo assim, brincar não é apenas passatempo,
potencialidades, ela brinca espontaneamente e mas uma atividade que lhe permite trabalhar com sonhos,
independentemente de seu ambiente e contexto. Por isso, fantasias, angústias e conhecimentos.
quanto maior o número de brincadeiras in-fantis inseridas O ATO DE BRINCAR
nas atividades pedagógicas, maior será o
desenvolvimento da criança. Mas, por isso, deve -se Uma grande parte dos educadores da faixa de 0 a 5 anos
respeitar cada uma das fases de seu desen-volvimento, a utiliza o jogo e as brincadeiras como prática pedagó-gica
fim de que os objetivos sejam atingi-dos. diária, defendendo seu uso como um excelente recur-so à
aprendizagem e desenvolvimento das crianças.

102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Porém algumas vezes o jogo é entendido como certo de casinha vivência o papel da mãe em sua casa, enquan-
equívoco pelas instâncias educativas, principalmente pelos to o Davi vivência o papel do pai. O jogo simbólico é de
professores, quando confundem o conceito de jogos, em que certa forma, uma maneira de a criança comunicar ao
na maioria das vezes a criança fica solta, escolhen-do o que outro aquilo que sente,
quer fazer, sem suporte de um adulto. Em outra ocasião, Jogo de regras: é caracterizado pelo conjunto de leis
ainda alguns professores tratam o jogo como ele-mento que é imposto pelo grupo. Dessa forma, necessita de par-
facilitador de aprendizagem, mas exercem estre-mo controle ceiros que aceitem o cumprimento das obrigações defini-
da criança por meio de jogos e brincadeiras (OLIVEIRA, 2002). das nas regras. É um jogo estritamente social.
O fato é que qualquer uma dessas con-cepções afasta o As atividades de jogos e brincadeiras na escola de Edu-
professor da parceria, da interação com seu aluno e é isso cação Infantil trazem muitas vantagens para o processo de
que precisamos ter extremo cuidado, pois uma proposta que ensino e aprendizagem, são elementos para o desenvolvi-
contemple jogos para a Educação Infantil, deve ter o cuidado mento das crianças, mas cabe aos professores criarem pro-
de oferecer as atividades espe-cíficas (jogos e brincadeiras); postas pedagógicas que aliem o aprendizado e a grande
mas também as interações entre crianças e crianças, entre
diversão que o jogo e brincadeira proporcionam. BREVE
crianças e seus professores.
A criança de dois e quatro anos possui sua atividade HISTÓRICO SOBRE O JOGO
motora muito ativa, gosta de correr, pular, arrastar, puxar e
empurrar. Quanto à linguagem, há uma melhor organiza-ção, Etimologicamente a palavra JOGO vem do latim LO-
o que permite à criança falar mais facilmente, articu-lando CUS, que significa gracejo, zombaria e que foi empregada
melhor as palavras. A partir dos dois anos, a criança se refere no lugar de ludus: brinquedo, jogo, divertimento, passa-
às pessoas e objetos pelo nome e nessa atividade há um tempo.
aumento considerável de seu vocabulário. Almeida (1978), afirma que os jogos não devem ser
A criança também é mais sociável nessa faixa de idade; fins, mas meios para atingir objetivos. Estes devem ser
entretanto, o sentimento de posse que adquire em relação apli-cados para o benefício educativo.
aos seus brinquedos começa a aparecer. Também nessa Os jogos devem ser construídos de atividades perma-
idade, sua energia, exuberância, imaginação e curiosidade nentes nos espaços da Educação Infantil, pois por meio de-
estão a toda força. Todo aprendizado que uma brincadei-ra les é possível que a criança trabalhe de forma integral, ou
permite é fundamental para a formação da criança em todas seja, nos aspectos físicos, psicológicos, cognitivos e sociais.
as etapas de sua vida e para o seu desenvolvimento auditivo, No jogo simbólico, já abordado no item anterior, algu-
motor, de espaço e tempo, e da linguagem. mas projeções permitem obter informações sobre a criança.
O jogo ou a brincadeira são instrumentos básicos da São elas citadas por Aroeira, Soares e Mendes (1996, p. 167):
vida psíquica da criança. A criança procura o jogo como Combinações simples - Fernanda conversa com um
necessidade e não como uma distração. É pelo jogo que a pedaço de madeira: “ta bom, eu vou te dar comida”. Ela
criança se revela: as suas inclinações boas e más, a sua usa o objeto para representar a criança com fome.
vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela Combinações compensatórias – proibido de subir a
traz de latente no seu eu em formação, torna-se visível es-cada, Malthus cria um personagem que subirá a
pelo jogo e pelos brinquedos que ela executa. escada. Usa a fantasia para enfrentar a frustração.
Para Piaget (1978), os jogos são caracterizados em três Combinações liquidantes – Fabiana, ao cair, diz para si
grandes tipos: jogos de exercícios (0 a 2 anos), jogo sim- mesma: “não foi nada” para encarar a situação de desprazer.
bólico (2 a 6 anos) e jogo de regras (6 anos em diante). Combinações simbólicas antecipatórias – Thiago pre-
Segundo o próprio autor, é “a função é que vai diferenciar sencia um assalto (cena real), depois conta que seu pai ba-
esses jogos que não têm outra finalidade a não ser o pró- teu no assaltante até sangrar (imaginário). Ele tenta enten-
prio prazer do funcionamento” (PIAGET, 1978) . A seguir, uma der a violência e a importância do pai como protetor.
pequena explicação de cada um desses tipos de jo- Combinações simbólicas ordenadas – brincar de pre-
gos: parar batizados e aniversários implica ordenação, arruma-
Jogos de exercício: é a primeira forma de jogo que a ção, organização e sequência. É uma tentativa de
criança conhece e aparece antes do desenvolvimento ver- organizar a realidade.
bal completo. Tem como característica o fato de a criança
brincar pelo prazer do conhecimento do objeto, da ex- É preciso também contemplar os jogos de exercícios,
ploração, do desenvolvimento motor ou, como o próprio realizados com o próprio corpo, iniciando com movimen-
nome diz, do puro exercício. Nessa fase, a criança brinca tos simples e avançando para os mais complexos; os
basicamente sozinha ou com a mãe, ou quem representa jogos sensoriais, que estimulam as experiências sensoriais
a figura materna. e cria-tividade da criança; os jogos de linguagem, que
Jogos simbólicos: é uma forma de jogo em que a crian- auxiliam na comunicação (rodas, canções, apresentações
ça faz de conta que outra pessoa ou se imagina em outra faladas); e os jogos de regras.
situação, ou atribui outra função a um objeto. Por exem-plo: Os jogos com regras manifestam-se por volta dos cin-
Anabel brinca de casinha, faz comidinha de mentira; Davi que co anos de idade. Neles, as crianças jogam juntas e come-
está de posse de um prato de papelão imagina que é a çam a estabelecer regras, por exemplo: amarelinha,
direção de um carro, Anabel que está brincando bolinha de gude, queimada.

10
3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Fonte:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/ dos discursos da e na escola. Por esse ponto de vista, tor-


artigos/pedagogia/a-importancia-do-jogo-e-da-brinca- na-se pouco provável que possamos simplesmente recor-
deira-na-educacao-infantil/53362 rer à ajuda do conhecimento e da prática
tradicionalmente acumulados em educação especial, uma
vez que trazem uma perspectiva da educação especial
que se constitui sob a égide de outras concepções e
PRÁTICA EDUCATIVA.
outras referências teóricas (2004, p. 44).
No entendimento de Mendes (2008, p. 118):

A prática educativa é algo mais do que expressão do [...] as práticas curriculares são entendidas como as
ofício dos professores, é algo que não lhes pertencem por ações envolvidas na elaboração e implementação do cur-
inteiro, mas um traço cultural compartilhado, assim como rículo. São práticas nas quais convivem ações teóricas e
o médico não possui o domínio de todas as ações para práticas, refletidas e mecânicas, normativas, orientadoras,
favorecer a saúde, mas as compartilha com outros agen- reguladoras, cotidianas. Desde a proposição de currículos
tes, algumas vezes em relação de complementariedade e pelos órgãos governamentais, à recontextualização feita
de colaboração, e, em outras, em relação de atribuições. A desses discursos pela escola e pelos seus sujeitos, tudo é
prática educativa tem sua gênese em outras práticas que entendido aqui como práticas curriculares.
interagem com o sistema escolar e, além disso, é No currículo produzido pelas práticas curriculares se
devedora de si mesma, de seu passado. São características expressa o que a escola entende como conhecimento, o que
que po-dem ajudar-nos a entender as razões das prioriza, que saberes privilegia e transmite, assim como que
transformações que são produzidas e não chegam a sujeito pretende formar e que sujeito de fato forma.
acontecer (SACRIS-TÁN, 1999, p. 91). Essa autora reforça seu ponto de vista sobre práticas
curriculares, dizendo:
Na escola, diante de um aluno com deficiência que,
como os demais, vive num mundo em constante evolução, [...] quando estudamos a escola estamos diante de
com as dinâmicas e complexidades de um sujeito em de- práticas curriculares que são o exercício característico da
senvolvimento, com características únicas, implicados, so- escola na organização e desenvolvimento do currículo, ou
bretudo, com as tramas relacionais, num contexto social em seja, dos conteúdos e das formas de sua transmissão, o
que convivem família e comunidade, influenciadas pelo meio que inclui atividades e tarefas propostas, bem como
social, por valores pessoais, e um ambiente físico, geográfico acompa-nhamento dos alunos no processe ensino-
e histórico que não podem ser dissociados de sua existência. aprendizagem. São aquelas implementadas e
Os pais e seus filhos com deficiência convi-vem em um
recontextualizadas nos con-dicionantes escolares (tempo-
espaço) envolvendo as práti-cas de seleção e distribuição
mundo social, permeado de exigências de toda ordem, da
dos conhecimentos escolares (Mendes, 2008, p. 118).
mesma forma os alunos na escola.
Garcia nos diz o seguinte sobre práticas pedagógicas: [...] na: Enquanto isso, Oliveira (2008, p. 174) assim se posicio-
a prática pedagógica pode ser dividida em “práticas de
caráter antropológico” e “práticas pedagógicas institu- As ações dos professores nas salas de aulas não se
cionalizadas”. A autora explica que a primeira diz respeito à desenvolvem isoladamente, não são resultados apenas de
perspectiva social pela qual se compreende a educa-ção suas características pessoais (suas crenças, valores, expec-
escolar como um espaço cultural compartilhado, não tativas), mas refletem o tipo de cultura da instituição, con-
exclusivo de uma classe profissional concreta, ainda que siderada no contexto mais amplo das políticas de
conceda certa legitimidade técnica à ação docente. Já a se- reformas e mudanças educacionais que exercem
gunda se refere à atividade docente realizada nos sistemas influências no co-tidiano da escola e, consequentemente,
educacionais e às organizações escolares em que estão in-
nas práticas dos professores.
seridos. Neste sentido, “a prática profissional depende das
decisões individuais, que não estão isentas da influência de Fonte:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/
normas coletivas e de regulações organizacionais”. Portan-to, artigos/pedagogia/o-significado-de-praticas-pedagogi-
o conceito de prática pedagógica não se limita apenas às
cas/25705
ações dos professores em sala de aula (GARCIA, 2005 apud
PLETSCH, 2010, p. 158).
Ferreira, por sua vez, apresenta significativas
recomen-dações à maneira de atuar na escola com vistas
à aprendi-zagem e desenvolvimento dos alunos:
Pensando na educação dos sujeitos com deficiência, a
busca de códigos pedagógicos apropriados é necessária,
mas não suficiente se não ressignificarmos as relações de
existência concreta destes alunos no âmbito da prática e

104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
geral, tanto para o ensino fundamental (primeiro grau,
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. com oito anos de escolaridade obrigatória) quanto para o
ensi-no médio (segundo grau, não- obrigatório),
proporcionar aos educandos a formação necessária ao
desenvolvimento de suas potencialidades como elemento
de auto-realiza-ção, preparação para o trabalho e para o
Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um
exercício cons-ciente da cidadania.
referencial de qualidade para a educação no Ensino Funda-
Também generalizou as disposições básicas sobre o
mental em todo o País. Sua função é orientar e garantir a
currículo, estabelecendo o núcleo comum obrigatório em
coerência dos investi- mentos no sistema educacional, so- âmbito nacional para o ensino fundamental e médio.
cializando discussões, pesquisas e recomendações, subsi- Man-teve, porém, uma parte diversificada a fim de
diando a participação de técnicos e professores brasileiros, contemplar as peculiaridades locais, a especificidade dos
principalmente daqueles que se encontram mais isolados, planos dos estabelecimentos de ensino e as diferenças
com menor contato com a produção pedagógica atual. individuais dos alunos. Coube aos Estados a formulação
Por sua natureza aberta, configuram uma proposta de propostas cur-riculares que serviriam de base às
flexível, a ser concretizada nas decisões regionais e locais escolas estaduais, muni-cipais e particulares situadas em
sobre currículos e sobre programas de transformação da seu território, compondo, assim, seus respectivos sistemas
realidade educacional empreendidos pelas autoridades de ensino. Essas propostas foram, na sua maioria,
governamentais, pelas escolas e pelos professores. Não reformuladas durante os anos 80, segundo as tendências
configu- ram, portanto, um modelo curricular homogêneo educacionais que se generalizaram nesse período.
e impositivo, que se sobreporia à competência político--
Em 1990 o Brasil participou da Conferência Mundial
executiva dos Estados e Municípios, à diversidade sócio-
de Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia, convo-
cultural das diferentes regiões do País ou à autonomia de
cada pela Unesco, Unicef, PNUD e Banco Mundial. Dessa
professores e equipes pedagógicas.
conferência, assim como da Declaração de Nova Delhi —
O conjunto das proposições aqui expressas responde
assinada pelos nove países em desenvolvimento de maior
à necessidade de referenciais a partir dos quais o sistema
contingente populacional do mundo —, resultaram posi-
educacional do País se organize, a fim de garantir que,
ções consensuais na luta pela satisfação das necessidades
res-peitadas as diversidades culturais, regionais, étnicas,
básicas de aprendizagem para todos, capazes de tornar
reli-giosas e políticas que atravessam uma sociedade
universal a educação fundamental e de ampliar as oportu-
múltipla, estratificada e complexa, a educação possa atuar,
nidades de aprendizagem para crianças, jovens e adultos.
decisi-vamente, no processo de construção da cidadania,
Tendo em vista o quadro atual da educação no Brasil e
tendo como meta o ideal de uma crescente igualdade de
os compromissos assumidos internacionalmente, o Minis-
direitos entre os cidadãos, baseado nos princípios
tério da Educação e do Desporto coordenou a elaboração do
democráticos. Essa igualdade implica necessariamente o
Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003),
acesso à tota-lidade dos bens públicos, entre os quais o
concebido como um conjunto de diretrizes políticas em
conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes.
contínuo processo de negociação, voltado para a recupera-
Entretanto, se estes Parâmetros Curriculares Nacionais
ção da escola fundamental, a partir do compromisso com a
podem funcionar como elemento catalisador de ações na
eqüidade e com o incremento da qualidade, como também
busca de uma melhoria da qualidade da educação brasi-leira,
com a constante avaliação dos sistemas escolares, visando ao
de modo algum pretendem resolver todos os pro-blemas seu contínuo aprimoramento.
que afetam a qualidade do ensino e da aprendiza-gem no O Plano Decenal de Educação, em consonância com o
País. A busca da qualidade impõe a necessidade de que estabelece a Constituição de1988, afirma a necessida-
investimentos em diferentes frentes, como a formação inicial de e a obrigação de o Estado elaborar parâmetros claros
e continuada de professores, uma política de salários dignos, no campo curricular capazes de orientar as ações educati-
um plano de carreira, a qualidade do livro didático, de vas do ensino obrigatório, de forma a adequá-lo aos
recursos televisivos e de multimídia, a disponibilidade de ideais democráticos e à busca da melhoria da qualidade
materiais didáticos. Mas esta qualificação almejada im-plica do ensi-no nas escolas brasileiras.
colocar também, no centro do debate, as atividades escolares Nesse sentido, a leitura atenta do texto constitucio-
de ensino e aprendizagem e a questão curricular como de nal vigente mostra a ampliação das responsabilidades do
inegável importância para a política educacional da nação poder público para com a educação de todos, ao mesmo
brasileira. tempo que a Emenda Constitucional n. 14, de 12 de
setem-bro de 1996, priorizou o ensino fundamental,
Breve histórico disciplinando a participação de Estados e Municípios no
tocante ao fi-nanciamento desse nível de ensino.
Até dezembro de 1996 o ensino fundamental esteve
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio-
estruturado nos termos previstos pela Lei Federal n. 5.692,
nal (Lei Federal n. 9.394), aprovada em 20 de dezembro de
de 11 de agosto de 1971. Essa lei, ao definir as diretrizes e
1996, consolida e amplia o dever do poder público para
bases da educação nacional, estabeleceu como objetivo
com a educação em geral e em particular para com o en-

105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
sino fundamental. Assim, vê-se no art. 22 dessa lei que a O processo de elaboração dos
educação básica, da qual o ensino fundamental é parte in-
tegrante, deve assegurar a todos “a formação comum in- Parâmetros Curriculares Nacionais
dispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes O processo de elaboração dos Parâmetros Curriculares
meios para progredir no trabalho e em estudos posterio- Nacionais teve início a partir do estudo de propostas curri-
res”, fato que confere ao ensino fundamental, ao mesmo culares de Estados e Municípios brasileiros, da análise rea-
tempo, um caráter de terminalidade e de continuidade. lizada pela Fundação Carlos Chagas sobre os currículos ofi-
Essa LDB reforça a necessidade de se propiciar a to- ciais e do contato com informações relativas a experiências
dos a formação básica comum, o que pressupõe a formu- de outros países. Foram analisados subsídios oriundos do
lação de um conjunto de diretrizes capaz de nortear os Plano Decenal de Educação, de pesquisas nacionais e inter-
currículos e seus conteúdos mínimos, incumbência que, nacionais, dados estatísticos sobre desempenho de alunos do
nos termos do art. 9º, inciso IV, é remetida para a União. ensino fundamental, bem como experiências de sala de aula
Para dar conta desse amplo objetivo, a LDB consolida a difundidas em encontros, seminários e publicações.
organização curricular de modo a conferir uma maior fle- Formulou-se, então, uma proposta inicial que, apre-
xibilidade no trato dos componentes curriculares, reafir- sentada em versão preliminar, passou por um processo de
mando desse modo o princípio da base nacional comum discussão em âmbito nacional, em 1995 e 1996, do qual
(Parâmetros Curriculares Nacionais), a ser complementa- participaram docentes de universidades públicas e parti-
da por uma parte diversificada em cada sistema de ensino culares, técnicos de secretarias estaduais e municipais de
e escola na prática, repetindo o art. 210 da Constituição educação, de instituições representativas de diferentes
Federal. áreas de conhecimento, especialistas e educadores.
Em linha de síntese, pode-se afirmar que o currículo, Desses interlocutores foram recebidos apro-
tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino ximadamente sete-centos pareceres sobre a proposta
médio, deve obrigatoriamente propiciar oportunidades inicial, que serviram de referência para a sua reelaboração.
para o estudo da língua portuguesa, da matemática, do
mundo físico e natural e da realidade social e política, A discussão da proposta foi estendida em inúmeros
enfatizando- se o conhecimento do Brasil. Também são encontros regionais, organizados pelas delegacias do MEC
áreas curriculares obrigatórias o ensino da Arte e da Edu- nos Estados da federação, que contaram com a participa-
cação Física, necessariamente integradas à proposta pe- ção de professores do ensino fundamental, técnicos de
dagógica. O ensino de pelo menos uma língua estrangeira se-cretarias municipais e estaduais de educação, membros
moderna passa a se constituir um componente curricular de conselhos estaduais de educação, representantes de
obrigatório, a partir da quinta série do ensino fundamen- sin-dicatos e entidades ligadas ao magistério. Os
tal (art. 26, § 5o). Quanto ao ensino religioso, sem onerar resultados apurados nesses encontros também
as despesas públicas, a LDB manteve a orientação já ado- contribuíram para a reelaboração do documento.
tada pela política educacional brasileira, ou seja, constitui Os pareceres recebidos, além das análises críticas e
disciplina dos horários normais das escolas públicas, mas sugestões em relação ao conteúdo dos documentos, em sua
é de matrícula facultativa, respeitadas aspreferências ma- quase-totalidade, apontaram a necessidade de uma política
nifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis (art. 33). de implementação da proposta educacional inicial-mente
O ensino proposto pela LDB está em função do obje- explicitada. Além disso, sugeriram diversas possibi-lidades de
tivo maior do ensino fundamental, que é o atuação das universidades e das faculdades de educação
de propiciar a todos formação básica para a cidada- para a melhoria do ensino nas séries iniciais, as quais estão
nia, a partir da criação na escola de condições de apren- sendo incorporadas na elaboração de novos programas de
dizagem para: formação de professores, vinculados à im-plementação dos
“I - o desenvolvimento da capacidade de aprender,
Parâmetros Curriculares Nacionais.
tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da
escrita e do cálculo; A PROPOSTA DOS PARÂMETROS CURRICULARES
II - a compreensão do ambiente natural e social, do NACIONAIS EM FACE DA SITUAÇÃO DO ENSINO FUN-
sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em
DAMENTAL
que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendiza- Durante as décadas de 70 e 80 a tônica da política edu-
gem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e ha- cacional brasileira recaiu sobre a expansão das oportunida-
bilidades e a formação de atitudes e valores; des de escolarização, havendo um aumento expressivo no
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos la- acesso à escola básica. Todavia, os altos índices de repetên-
ços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em cia e evasão apontam problemas que evidenciam a grande
que se assenta a vida social” (art. 32). insatisfação com o trabalho realizado pela escola.
Verifica-se, pois, como os atuais dispositivos relativos Indicadores fornecidos pela Secretaria de Desenvolvi-
à organização curricular da educação escolar caminham mento e Avaliação Educacional (Sediae), do Ministério da
no sentido de conferir ao aluno, dentro da estrutura fede- Educação e do Desporto, reafirmam a necessidade de revi-
rativa, efetivação dos objetivos da educação democrática. são do projeto educacional do País, de modo a concentrar a
atenção na qualidade do ensino e da aprendizagem.

106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Número de alunos e de estabelecimentos No entanto, a grande maioria da população estudantil acaba


desistindo da escola, desestimulada em razão das altas taxas
A oferta de vagas está praticamente universalizada no de repetência e pressionada por fatores sócioeconômicos
País. O maior contingente de crianças fora da escola en- que obrigam boa parte dos alunos ao trabalho precoce.
contra-se na região Nordeste. Nas regiões Sul e Sudeste As taxas de repetência evidenciam a baixa qualidade do
há desequilíbrios na localização das escolas e, no caso das ensino e a incapacidade dos sistemas educacionais e das es-
grandes cidades, insuficiência de vagas, provocando a colas de garantir a permanência do aluno, penalizando prin-
exis-tência de um número excessivo de turnos e a criação cipalmente os alunos de níveis de renda mais baixos.
O “represamento” no sistema causado pelo número
de escolas unidocentes ou multisseriadas.
excessivo de reprovações nas séries iniciais contribui de
A maioria absoluta dos alunos frequentava escolas forma significativa para o aumento dos gastos públicos,
pú-blicas (88,4%) localizadas em áreas urbanas (82,5%), ainda acrescidos pela subutilização de recursos hu-manos
como resultado do processo de urbanização do País nas e materiais nas séries finais, devido ao número reduzido
últimas décadas, e da crescente participação do setor de alunos.
público na oferta de matrículas. O setor privado responde Uma das consequências mais nefastas das elevadas
apenas por 11,6% da oferta, em consequência de sua taxas de repetência manifesta-se nitidamente nas acen-
participação de-clinante desde o início dos anos 70. tuadas taxas de distorção série/idade, em todas as séries
No que se refere ao número de estabelecimentos de do ensino fundamental (gráfico 9). Apesar da ligeira
ensino, ao todo 194.487, mais de 70% das escolas são ru- queda observada em todas as séries, no período 1984-94,
rais, apesar de responderem por apenas 17,5% da deman- a situa-ção é dramática:
da de ensino fundamental. Na verdade, as escolas rurais • mais de 63% dos alunos do ensino fundamental têm
concentram-se sobretudo na região Nordeste (50%), não idade superior à faixa etária correspondente a cada série;
só em função de suas características sócioeconômicas, • as regiões Sul e Sudeste, embora situem-se abaixo
mas também devido à ausência de planejamento do da média nacional, ainda apresentam índices bastante
processo de expansão da rede física. eleva-dos, respectivamente, cerca de 42% e de 54%;
A situação mostra-se grave ao se observar a evolução da • as regiões Norte e Nordeste situam-se bem acima
distribuição da população por nível de escolaridade. Se é
da média nacional (respectivamente, 78% e 80%).
verdade que houve considerável avanço na escolarida-de
correspondente à primeira fase do ensino fundamental
(primeira a quarta séries), é também verdade que em re-lação Para reverter esse quadro, alguns Estados e
aos demais níveis de ensino a escolaridade ainda é muito Municípios começam a implementar programas de
insuficiente: em 1990, apenas 19% da população do País aceleração do flu-xo escolar, com o objetivo de promover,
possuía o primeiro grau completo; 13%, o nível médio; e 8% a médio prazo, a melhoria dos indicadores de rendimento
possuía o nível superior. Considerando a importância do escolar. São iniciativas extremamente importantes, uma
ensino fundamental e médio para assegurar a formação de vez que a pes-quisa realizada pelo MEC, em 1995, por
cidadãos aptos a participar democraticamente da vida social, meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação
esta situação indica a urgência das tarefas e o esfor-ço que o Básica (SAEB) mostra que quanto maior a distorção
estado e a sociedade civil deverão assumir para superar a idade/série, pior o rendimen-to dos alunos em Língua
médio prazo o quadro existente.
Portuguesa e Matemática, tanto no ensino fundamental
Com efeito, mais do que refletir as desigualdades re- como no médio. A repetência, por-tanto, parece não
gionais e as diferenças de gênero e cor, o quadro de esco- acrescentar nada ao processo de ensino e aprendizagem.
larização desigual do País revela os resultados do
processo de extrema concentração de renda e níveis Desempenho
O perfil da educação brasileira apresentou significati-
elevados de pobreza.
vas mudanças nas duas últimas décadas. Houve substan-
Promoção, repetência e evasão cial queda da taxa de analfabetismo, aumento expressivo
do número de matrículas em todos os níveis de ensino e
Em relação às taxas de transição1, houve substancial crescimento sistemático das taxas de escolaridade média
melhoria dos índices de promoção, repetência e evasão do da população.
ensino fundamental. Verifica-se, no período de 1981-92, ten- A progressiva queda da taxa de analfabetismo, que
dência ascendente das taxas de pro- moção — sobem de passa de 39,5% para 20,1% nas quatro últimas décadas,
55% em 1984, para 62% em 1992 — acompanhada de queda foi paralela ao processo de universalização do
razoável das taxas médias de repetência e evasão, que atin- atendimento escolar na faixa etária obrigatória (sete a
gem, respectivamente, 33% e 5% em 1992. quatorze anos), tendência que se acentua de meados dos
Essa tendência é muito significativa. Estudos indicam que anos 70 para cá, sobretudo como resultado do esforço do
a repetência constitui um dos problemas do quadro educa- setor público na promoção das políticas educacionais.
cional do País, uma vez que os alunos passam, em média, 5 Esse movimento não ocorreu de forma homogênea. Ele
anos na escola antes de se evadi- rem ou levam cerca de 11,2 acompanhou as carac-terísticas de desenvolvimento
anos para concluir as oito séries de escolaridade obrigatória. sócioeconômico do País e reflete suas desigualdades.

107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Por outro lado, resultados obtidos em pesquisa realiza- Não se pode deixar de levar em conta que, na atual rea-
da pelo SAEB/95, baseados em uma amostra nacional que lidade brasileira, a profunda estratificação social e a injusta
abrangeu 90.499 alunos de 2.793 escolas públicas e priva- distribuição de renda têm funcionado como um entrave para que
das, reafirmam a baixa qualidade atingida no desempenho uma parte considerável da população possa fazer valer os seus
dos alunos no ensino fundamental em relação à leitura e direitos e interesses fundamentais. Cabe ao governo o papel de
principalmente em habilidade matemática. assegurar que o processo democrático se desenvol-va de modo
Os resultados de desempenho em matemática mostram a que esses entraves diminuam cada vez mais. É papel do Estado
um rendimento geral insatisfatório, pois os percentuais em democrático investir na escola, para que ela prepare e
sua maioria situam-se abaixo de 50%. Ao indicarem um ren- instrumentalize crianças e jovens para o processo democrático,
dimento melhor nas questões classificadas como de com- forçando o acesso à educação de qualidade para todos e às
preensão de conceitos do que nas de conhecimento de pro- possibilidades de participação social.
cedimentos e resolução de problemas, os dados parecem Para isso faz-se necessária uma proposta educacional
confirmar o que vem sendo amplamente debatido, ou seja, que tenha em vista a qualidade da formação a ser
que o ensino da matemática ainda é feito sem levar em con- oferecida a todos os estudantes. O ensino de qualidade
ta os aspectos que a vinculam com a prática cotidiana, tor- que a socie-dade demanda atualmente expressa-se aqui
nando-a desprovida de significado para o aluno. Outro fato como a pos-sibilidade de o sistema educacional vir a
que chama a atenção é que o pior índice refere-se ao campo propor uma práti-ca educativa adequada às necessidades
da geometria. sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade
Os dados apresentados pela pesquisa confirmam a brasileira, que consi-dere os interesses e as motivações
ne-cessidade de investimentos substanciais para a dos alunos e garanta as aprendizagens essenciais para a
melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem no formação de cidadãos autônomos, críticos e
ensino funda-mental. participativos, capazes de atuar com competência,
Mesmo os alunos que conseguem completar os oito dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem.
anos do ensino fundamental acabam dispondo de menos O exercício da cidadania exige o acesso de todos à to-
conhecimento do que se espera de quem concluiu a esco- talidade dos recursos culturais relevantes para a interven-
laridade obrigatória. Aprenderam pouco, e muitas vezes o ção e a participação responsável na vida social. O domínio
que aprenderam não facilita sua inserção e atuação na so- da língua falada e escrita, os princípios da reflexão mate-
ciedade. Dentre outras deficiências do processo de ensino mática, as coordenadas espaciais e temporais que organi-
e aprendizagem, são relevantes o desinteresse geral pelo zam a percepção do mundo, os princípios da explicação
tra-balho escolar, a motivação dos alunos centrada científica, as condições de fruição da arte e das
apenas na nota e na promoção, o esquecimento precoce mensagens estéticas, domínios de saber tradicionalmente
dos assuntos estudados e os problemas de disciplina. presentes nas diferentes concepções do papel da
Desde os anos 80, experiências concretas no âmbito educação no mun-do democrático, até outras tantas
dos Estados e Municípios vêm sendo tentadas para a exigências que se im-põem no mundo contemporâneo.
transfor-mação desse quadro educacional mas, ainda que Essas exigências apontam a relevância de discussões
tenham obtido sucesso, são experiências circunscritas a sobre a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos,
a recusa categórica de formas de discriminação, a impor-
realidades específicas.
tância da solidariedade e do respeito. Cabe ao campo
Professores edu-cacional propiciar aos alunos as capacidades de
O desempenho dos alunos remete-nos diretamente à vivenciar as diferentes formas de inserção sóciopolítica e
necessidade de se considerarem aspectos relativos à cultural. Apresenta-se para a escola, hoje mais do que
forma-ção do professor. Pelo Censo Educacional de 1994 nunca, a ne-cessidade de assumir-se como espaço social
foi feito um levantamento da quantidade de professores de construção dos significados éticos necessários e
que atuam no ensino fundamental, bem como grau de constitutivos de toda e qualquer ação de cidadania.
escolaridade. Do total de funções docentes do ensino No contexto atual, a inserção no mundo do trabalho e
fundamental (cerca de 1,3 milhão), 86,3% encontram-se do consumo, o cuidado com o próprio corpo e com a saúde,
na rede pública; mais de 79% relacionam-se às escolas da passando pela educação sexual, e a preservação do meio
ambiente são temas que ganham um novo estatuto, num
área urbana e apenas 20,4% à zona rural.
universo em que os referenciais tradicionais, a partir dos
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DOS PARÂMETROS quais eram vistos como questões locais ou individuais, já não
CURRICULARES NACIONAIS dão conta da dimensão nacional e até mesmo inter-nacional
Na sociedade democrática, ao contrário do que ocorre que tais temas assumem, justificando, portanto, sua
nos regimes autoritários, o processo educacional não pode consideração. Nesse sentido, é papel preponderante da
ser instrumento para a imposição, por parte do governo, de escola propiciar o domínio dos recursos capazes de levar à
um projeto de sociedade e de nação. Tal projeto deve resul- discussão dessas formas e sua utilização crítica na
tar do próprio processo democrático, nas suas dimensões perspectiva da participação social e política.
mais amplas, envolvendo a contraposição de diferentes in- Desde a construção dos primeiros computadores, na
teresses e a negociação política necessária para encontrar metade deste século, novas relações entre conhecimento e
soluções para os conflitos sociais. trabalho começaram a ser delineadas. Um de seus efeitos

108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
a exigência de um reequacionamento do papel da edu- nesse sentido que o estabelecimento de uma refe-
cação no mundo contemporâneo, que coloca para a escola rência curricular comum para todo o País, ao mesmo tem-
um horizonte mais amplo e diversificado do que aquele que, po que fortalece a unidade nacional e a responsabilidade
até poucas décadas atrás, orientava a concepção e do Governo Federal com a educação, busca garantir, tam-
construção dos projetos educacionais. Não basta visar à
bém, o respeito à diversidade que é marca cultural do
capacitação dos estudantes para futuras habilitações em
País, mediante a possibilidade de adaptações que
termos das especializações tradicionais, mas antes trata-se de
ter em vista a formação dos estudantes em termos de sua integrem as diferentes dimensões da prática educacional.
capacitação para a aquisição e o desenvolvimento de novas Para compreender a natureza dos Parâmetros Curricula-res
competências, em função de novos saberes que se produzem Nacionais, é necessário situá-los em relação a quatro níveis de
e demandam um novo tipo de profissional, pre-parado para concretização curricular considerando a estrutura do siste-ma
poder lidar com novas tecnologias e lingua-gens, capaz de educacional brasileiro. Tais níveis não representam etapas
responder a novos ritmos e processos. Es-sas novas relações sequenciais, mas sim amplitudes distintas da elaboração de
entre conhecimento e trabalho exigem capacidade de propostas curriculares, com responsabilidades diferentes, que
iniciativa e inovação e, mais do que nunca, “aprender a devem buscar uma integração e, ao mesmo tempo, autonomia.
aprender”. Isso coloca novas demandas para a escola. A Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem o
educação básica tem assim a função de garantir condições primeiro nível de concretização curricular.
para que o aluno construa instrumentos que o capacitem São uma referência nacional para o ensino fundamen-tal;
para um processo de educação permanente. estabelecem uma meta educacional para a qual devem
Para tanto, é necessário que, no processo de ensino e convergir as ações políticas do Ministério da Educação e do
aprendizagem, sejam exploradas: a aprendizagem de me- Desporto, tais como os projetos ligados à sua competência
todologias capazes de priorizar a construção de estratégias na formação inicial e continuada de professores, à análise e
de verificação e comprovação de hipóteses na construção do compra de livros e outros materiais didáticos e à avalia-ção
conhecimento, a construção de argumentação capaz de nacional. Têm como função subsidiar a elaboração ou a
controlar os resultados desse processo, o desenvolvimen-to revisão curricular dos Estados e Municípios, dialogando com
do espírito crítico capaz de favorecer a criatividade, a as propostas e experiências já existentes, incentivando a
compreensão dos limites e alcances lógicos das explica-ções discussão pedagógica interna das escolas e a elaboração de
propostas. Além disso, é necessário ter em conta uma projetos educativos, assim como servir de material de
dinâmica de ensino que favoreça não só o descobrimento reflexão para a prática de professores.
das potencialidades do trabalho individual, mas também, e Todos os documentos aqui apresentados configuram
sobretudo, do trabalho coletivo. Isso implica o estímulo à uma referência nacional em que são apontados conteúdos e
autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de objetivos articulados, critérios de eleição dos primeiros,
segurança em relação às suas próprias capacidades, inte- questões de ensino e aprendizagem das áreas, que per-
ragindo de modo orgânico e integrado num trabalho de meiam a prática educativa de forma explícita ou implícita,
equipe e, portanto, sendo capaz de atuar em níveis de in- propostas sobre a avaliação em cada momento da escolari-
terlocução mais complexos e diferenciados. dade e em cada área, envolvendo questões relativas a o que
e como avaliar. Assim, além de conter uma exposição sobre
Natureza e função dos Parâmetros Curriculares seus fundamentos, contém os diferentes elementos curricu-
Na-cionais lares — tais como Caracterização das Áreas, Objetivos, Or-
Cada criança ou jovem brasileiro, mesmo de locais com ganização dos Conteúdos, Critérios de Avaliação e Orienta-
pouca infraestrutura e condições sócioeconômicas desfavorá- ções Didáticas —, efetivando uma proposta articuladora dos
veis, deve ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente propósitos mais gerais de formação de cidadania, com sua
elaborados e reconhecidos como necessários para o exercício da operacionalização no processo de aprendizagem.
cidadania para deles poder usufruir. Se existem diferenças sócio- Apesar de apresentar uma estrutura curricular com-pleta,
culturais marcantes, que determinam diferentes necessidades de os Parâmetros Curriculares Nacionais são abertos e flexíveis,
aprendizagem, existe também aquilo que é comum a todos, que uma vez que, por sua natureza, exigem adap-tações para a
um aluno de qualquer lugar do Brasil, do interior ou do litoral, de construção do currículo de uma Secretaria ou mesmo de uma
uma grande cidade ou da zona rural, deve ter o direito de apren- escola. Também pela sua natureza, eles não se impõem como
der e esse direito deve ser garantido pelo Estado. uma diretriz obrigatória: o que se pretende é que ocorram
Mas, na medida em que o princípio da equidade re- adaptações, por meio do diálogo, entre estes documentos e
conhece a diferença e a necessidade de haver condições as práticas já existentes, desde as definições dos objetivos até
diferenciadas para o processo educacional, tendo em vista as orientações didáticas para a manutenção de um todo
a garantia de uma formação de qualidade para todos, o coerente.
que se apresenta é a necessidade de um referencial co- Os Parâmetros Curriculares Nacionais estão situados
mum para a formação escolar no Brasil, capaz de indicar historicamente — não são princípios atemporais. Sua va-
aquilo que deve ser garantido a todos, numa realidade lidade depende de estarem em consonância com a reali-dade
com características tão diferenciadas, sem promover uma social, necessitando, portanto, de um processo pe-riódico de
uni-formização que descaracterize e desvalorize avaliação e revisão, a ser coordenado pelo MEC.
peculiaridades culturais e regionais.

109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

O segundo nível de concretização diz respeito às pro- rência entre o que se pensa estar fazendo e o que realmen-te
postas curriculares dos Estados e Municípios. Os Parâme- se faz. Tais práticas se constituem a partir das concepções
tros Curriculares Nacionais poderão ser utilizados como educativas e metodologias de ensino que permearam a for-
recurso para adaptações ou elaborações curriculares reali- mação educacional e o percurso profissional do professor, aí
zadas pelas Secretarias de Educação, em um processo incluídas suas próprias experiências escolares, suas experiên-
cias de vida, a ideologia compartilhada com seu grupo social
defi-nido pelos responsáveis em cada local.
e as tendências pedagógicas que lhe são contemporâneas.
O terceiro nível de concretização refere-se à elaboração da As tendências pedagógicas que se firmam nas escolas
proposta curricular de cada instituição escolar, contextualizada na brasileiras, públicas e privadas, na maioria dos casos não
discussão de seu projeto educativo. Entende-se por projeto edu- aparecem em forma pura, mas com características
cativo a expressão da identidade de cada escola em um processo particula-res, muitas vezes mesclando aspectos de mais
dinâmico de discussão, reflexão e elaboração contínua. Esse pro- de uma linha pedagógica.
cesso deve contar com a participação de toda equipe pedagó-gica, A análise das tendências pedagógicas no Brasil deixa
buscando um comprometimento de todos com o trabalho realizado, evidente a influência dos grandes movimentos educacionais
com os propósitos discutidos e com a adequação de tal projeto às internacionais, da mesma forma que expressam as especifi-
características sociais e culturais da realidade em que a escola está cidades de nossa história política, social e cultural, a cada pe-
inserida. É no âmbito do projeto educativo que professores e equipe ríodo em que são consideradas. Pode-se identificar, na tra-
pedagógica discutem e organizam os obje-tivos, conteúdos e dição pedagógica brasileira, a presença de quatro grandes
critérios de avaliação para cada ciclo. tendências: a tradicional, a renovada, a tecnicista e aquelas
Os Parâmetros Curriculares Nacionais e as propostas das marcadas centralmente por preocupações sociais e políticas.
Secretarias devem ser vistos como materiais que subsidiarão a Tais tendências serão sintetizadas em grandes traços que
escola na constituição de sua proposta educacional mais ge-ral, tentam recuperar os pontos mais significativos de cada uma
num processo de interlocução em que se compartilham e das propostas. Este documento não ignora o risco de uma
explicitam os valores e propósitos que orientam o trabalho certa redução das concepções, tendo em vista a própria sín-
educacional que se quer desenvolver e o estabelecimento do tese e os limites desta apresentação.
currículo capaz de atender às reais necessidades dos alunos. A “pedagogia tradicional” é uma proposta de educação
O quarto nível de concretização curricular é o momen-to centrada no professor, cuja função se define como a de vi-
da realização da programação das atividades de ensino e giar e aconselhar os alunos, corrigir e ensinar a matéria.
aprendizagem na sala de aula. É quando o professor, segun- A metodologia decorrente de tal concepção baseia-se na
do as metas estabelecidas na fase de concretização anterior, exposição oral dos conteúdos, numa sequência predeter-
faz sua programação, adequando-a àquele grupo específico minada e fixa, independentemente do contexto escolar; en-
de alunos. A programação deve garantir uma distribuição fatiza-se a necessidade de exercícios repetidos para garantir
planejada de aulas, distribuição dos conteúdos segundo um a memorização dos conteúdos. A função primordial da es-
cronograma referencial, definição das orientações didáticas cola, nesse modelo, é transmitir conhecimentos disciplinares
prioritárias, seleção do material a ser utilizado, planejamen-to para a formação geral do aluno, formação esta que o leva-rá,
de projetos e sua execução. Apesar de a responsabilidade ser ao inserir-se futuramente na sociedade, a optar por uma
essencialmente de cada professor, é fundamental que esta profissão valorizada. Os conteúdos do ensino correspondem
seja compartilhada com a equipe da escola por meio da cor- aos conhecimentos e valores sociais acumulados pelas gera-
responsabilidade estabelecida no projeto educativo. ções passadas como verdades acabadas, e, embora a escola
Tal proposta, no entanto, exige uma política educacional vise à preparação para a vida, não busca estabelecer relação
que contemple a formação inicial e continuada dos professores, entre os conteúdos que se ensinam e os interesses dos alu-
uma decisiva revisão das condições salariais, além da organiza- nos, tampouco entre esses e os problemas reais que afetam a
ção de uma estrutura de apoio que favoreça o desenvolvimento sociedade. Na maioria das escolas essa prática pedagógica
do trabalho (acervo de livros e obras de referência, equipe téc- se caracteriza por sobrecarga de informações que são
nica para supervisão, materiais didáticos, instalações adequadas veiculadas aos alunos, o que torna o processo de aquisição
para a realização de trabalho de qualidade), aspectos que, sem
de conhecimento, para os alunos, muitas vezes burocratiza-
do e destituído de significa- ção. No ensino dos conteúdos, o
dúvida, implicam a valorização da atividade do professor.
que orienta é a organização lógica das disciplinas, o apren-
Fundamentos dos Parâmetros dizado moral, disciplinado e esforçado.
Curriculares Nacionais Nesse modelo, a escola se caracteriza pela postura con-
servadora. O professor é visto como a autoridade máxima,
A TRADIÇÃO PEDAGÓGICA BRASILEIRA um organizador dos conteúdos e estratégias de ensino e,
A prática de todo professor, mesmo de forma inconscien-te, portanto, o guia exclusivo do processo educativo.
sempre pressupõe uma concepção de ensino e aprendiza-gem A “pedagogia renovada” é uma concepção que inclui
que determina sua compreensão dos papéis de profes-sor e várias correntes que, de uma forma ou de outra, estão liga-
aluno, da metodologia, da função social da escola e dos das ao movimento da Escola Nova ou Escola Ativa. Tais cor-
conteúdos a serem trabalhados. A discussão dessas questões é rentes, embora admitam divergências, assumem um mesmo
importante para que se explicitem os pressupostos pedagó-gicos princípio norteador de valorização do indivíduo como ser
que subjazem à atividade de ensino, na busca de coe- livre, ativo e social. O centro da atividade escolar não é o

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
professor nem os conteúdos disciplinares, mas sim o pelo golpe militar de 1964; teve seu desenvolvimento re-
aluno, como ser ativo e curioso. O mais importante não é tomado no final dos anos 70 e início dos anos 80. Nessa
o ensino, mas o processo de aprendizagem. Em oposição proposta, a atividade escolar pauta-se em discussões de
à Escola Tra-dicional, a Escola Nova destaca o princípio da temas sociais e políticos e em ações sobre a realidade so-
aprendizagem por descoberta e estabelece que a atitude cial imediata; analisam-se os problemas, seus fatores de-
de aprendizagem parte do interesse dos alunos, que, por terminantes e organiza-se uma forma de atuação para
sua vez, aprendem fundamentalmente pela experiência, que se possa transformar a realidade social e política. O
pelo que descobrem por si mesmos. profes-sor é um coordenador de atividades que organiza
O professor é visto, então, como facilitador no proces- e atua conjuntamente com os alunos.
so de busca de conhecimento que deve partir do aluno. A “pedagogia crítico social dos conteúdos” que surge
Cabe ao professor organizar e coordenar as situações de no final dos anos 70 e início dos 80 se põe como uma rea-
aprendizagem, adaptando suas ações às características in- ção de alguns educadores que não aceitam a pouca rele-
dividuais dos alunos, para desenvolver suas capacidades e vância que a “pedagogia libertadora” dá ao aprendizado
habilidades intelectuais. do chamado “saber elaborado”, historicamente acumula-
A ideia de um ensino guiado pelo interesse dos do, que constitui parte do acervo cultural da humanidade.
alunos acabou, em muitos casos, por desconsiderar a A “pedagogia crítico social dos conteúdos” assegura a
necessida-de de um trabalho planejado, perdendo-se de função social e política da escola mediante o trabalho
vista o que deve ser ensinado e aprendido. Essa com conhecimentos sistematizados, a fim de colocar as
tendência, que teve grande penetração no Brasil na classes populares em condições de uma efetiva
década de 30, no âmbito do ensino pré-escolar (jardim de participação nas lutas sociais. Entende que não basta ter
infância), até hoje influen-cia muitas práticas pedagógicas. como conteúdo escolar as questões sociais atuais, mas
Nos anos 70 proliferou o que se chamou de “tecnicismo que é necessário que se tenha domínio de
educacional”, inspirado nas teorias behavioristas da apren- conhecimentos, habilidades e ca-pacidades mais amplas
dizagem e da abordagem sistêmica do ensino, que definiu para que os alunos possam inter-pretar suas experiências
uma prática pedagógica altamente controlada e dirigida pelo de vida e defender seus interesses de classe.
professor, com atividades mecânicas inseridas numa As tendências pedagógicas que marcam a tradição
proposta educacional rígida e passível de ser totalmente educacional brasileira e aqui foram expostas sinteticamen-
programada em detalhes. A supervalorização da tecnologia te trazem, de maneira diferente, contribuições para uma
programada de ensino trouxe consequências: a escola se proposta atual que busque recuperar aspectos positivos
revestiu de uma grande auto suficiência, reconhecida por ela das práticas anteriores em relação ao desenvolvimento e à
e por toda a comunidade atingida, criando assim a falsa ideia aprendizagem, realizando uma releitura dessas práticas à
de que aprender não é algo natural do ser humano, mas que luz dos avanços ocorridos nas produções teóricas, nas
depende exclusivamente de especialistas e de téc-nicas. O investigações e em fatos que se tornaram observáveis nas
que é valorizado nessa perspectiva não é o pro-fessor, mas a experiências educativas mais recentes realizadas em dife-
tecnologia; o professor passa a ser um mero especialista na rentes Estados e Municípios do Brasil.
aplicação de manuais e sua criatividade fica restrita aos No final dos anos 70, pode-se dizer que havia no Brasil,
limites possíveis e estreitos da técnica utilizada. A função do entre as tendências didáticas de vanguarda, aquelas que
aluno é reduzida a um indivíduo que reage aos estímulos de tinham um viés mais psicológico e outras cujo viés era mais
forma a corresponder às respostas esperadas pela escola, sóciológico e político; a partir dos anos 80 surge com maior
para ter êxito e avançar. Seus interesses e seu processo evidência um movimento que pretende a integração en-tre
particular não são considerados e a atenção que recebe é essas abordagens. Se por um lado não é mais possível deixar
para ajustar seu ritmo de aprendizagem ao pro-grama que o de se ter preocupações com o domínio de conhe-cimentos
professor deve implementar. Essa orientação foi dada para as formais para a participação crítica na sociedade, considera-se
escolas pelos organismos oficiais durante os anos 60, e até também que é necessária uma adequação pedagógica às
hoje está presente em muitos materiais didáticos com caráter características de um aluno que pensa, de um professor que
estritamente técnico e instrumental. sabe e aos conteúdos de valor social e formativo. Esse
No final dos anos 70 e início dos 80, a abertura po-lítica momento se caracteriza pelo enfoque cen-trado no caráter
decorrente do final do regime militar coincidiu com a intensa social do processo de ensino e aprendi-zagem e é marcado
mobilização dos educadores para buscar uma educação pela influência da psicologia genética.
crítica a serviço das transformações sociais, eco-nômicas e O enfoque social dado aos processos de ensino e
políticas, tendo em vista a superação das desi-gualdades aprendizagem traz para a discussão pedagógica aspectos
existentes no interior da sociedade. Ao lado das de extrema relevância, em particular no que se refere à
denominadas teorias crítico reprodutivistas, firma-se no meio maneira como se devem entender as relações entre de-
educacional a presença da “pedagogia libertadora” e da senvolvimento e aprendizagem, à importância da relação
“pedagogia crítico social dos conteúdos”, assumida por interpessoal nesse processo, à relação entre cultura e edu-
educadores de orientação marxista. cação e ao papel da ação educativa ajustada às situações
A “pedagogia libertadora” tem suas origens nos mo- de aprendizagem e às características da atividade mental
vimentos de educação popular que ocorreram nofinal dos construtiva do aluno em cada momento de sua escolari-
anos 50 e início dos anos 60, quando foram interrompidos dade.

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

A psicologia genética propiciou aprofundar a com- ESCOLA E CONSTITUIÇÃO DA CIDADANIA


preensão sobre o processo de desenvolvimento na cons-
trução do conhecimento. Compreender os mecanismos A importância dada aos conteúdos revela um compro-
pelos quais as crianças constroem representações internas misso da instituição escolar em garantir o acesso aos sabe-
de conhecimentos construídos socialmente, em uma pers- res elaborados socialmente, pois estes se constituem como
pectiva psicogenética, traz uma contribuição para além instrumentos para o desenvolvimento, a socialização, o
exercício da cidadania democrática e a atuação no sentido de
das descrições dos grandes estágios de desenvolvimento.
refutar ou reformular as deformações dos conhecimen-tos, as
A pesquisa sobre a psicogênese da língua escrita che- imposições de crenças dogmáticas e a petrificação de
gou ao Brasil em meados dos anos 80 e causou grande valores. Os conteúdos escolares que são ensinados de-vem,
impacto, revolucionando o ensino da língua nas séries portanto, estar em consonância com as questões so-ciais que
iniciais e, ao mesmo tempo, provocando uma revisão do marcam cada momento histórico.
tratamento dado ao ensino e à aprendizagem em outras Isso requer que a escola seja um espaço de formação
áreas do conhecimento. Essa investigação evidencia a ati- e informação, em que a aprendizagem de conteúdos deve
vidade construtiva do aluno sobre a língua escrita, objeto necessariamente favorecer a inserção do aluno no dia a
de conhecimento reconhecidamente escolar, mostrando a dia das questões sociais marcantes e em um universo
presença importante dos conhecimentos específicos sobre cultural maior. A formação escolar deve propiciar o
a escrita que a criança já tem, os quais, embora não desenvolvimen-to de capacidades, de modo a favorecer a
coinci-dam com os dos adultos, têm sentido para ela. compreensão e a intervenção nos fenômenos sociais e
A metodologia utilizada nessas pesquisas foi muitas ve-zes culturais, assim como possibilitar aos alunos usufruir das
interpretada como uma proposta de pedagogia constru-tivista manifestações culturais nacionais e universais.
para alfabetização, o que expressa um duplo equívoco: redução No contexto da proposta dos Parâmetros Curriculares
do construtivismo a uma teoria psicogenética de aquisição de Nacionais se concebe a educação escolar como uma
língua escrita e transformação de uma investiga-ção acadêmica práti-ca que tem a possibilidade de criar condições para
em método de ensino. Com esses equívocos, difundiram-se, sob que to-dos os alunos desenvolvam suas capacidades e
o rótulo de pedagogia construtivista, as ideias de que não se aprendam os conteúdos necessários para construir
devem corrigir os erros e de que as crian-ças aprendem fazendo instrumentos de compreensão da realidade e de
“do seu jeito”. Essa pedagogia, dita construtivista, trouxe sérios participação em relações sociais, políticas e culturais
problemas ao processo de ensino e aprendizagem, pois diversificadas e cada vez mais amplas, condições estas
desconsidera a função primordial da es-cola que é ensinar, fundamentais para o exercício da cidadania na construção
intervindo para que os alunos aprendam o que, sozinhos, não de uma sociedade democrática e não excludente.
têm condições de aprender. A prática escolar distingue-se de outras práticas edu-
A orientação proposta nos Parâmetros Curriculares Na- cativas, como as que acontecem na família, no trabalho, na
cionais reconhece a importância da participação construtiva do mídia, no lazer e nas demais formas de convívio social, por
aluno e, ao mesmo tempo, da intervenção do professor para a constituir-se uma ação intencional, sistemática, planejada e
aprendizagem de conteúdos específicos que favore-çam o continuada para crianças e jovens durante um período
desenvolvimento das capacidades necessárias à forma-ção do contínuo e extenso de tempo. A escola, ao tomar para si o
indivíduo. Ao contrário de uma concepção de ensino e objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com com-
aprendizagem como um processo que se desenvolve por etapas,
petência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como
em que a cada uma delas o conhecimento é “acaba-do”, o que
objeto de ensino, conteúdos que estejam em consonância
se propõe é uma visão da complexidade e da pro-visoriedade do
com as questões sociais que marcam cada momento histó-
conhecimento. De um lado, porque o objeto de conhecimento é
rico, cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas
“complexo” de fato e reduzi-lo seria falsi-ficá-lo; de outro,
porque o processo cognitivo não acontece por justaposição, essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos e
senão por reorganização do conhecimento. É também deveres. Para tanto ainda é necessário que a instituição
“provisório”, uma vez que não é possível chegar de imediato ao escolar garanta um conjunto de práticas planejadas com o
conhecimento correto, mas somente por aproxi-mações propósito de contribuir para que os alunos se apropriem dos
sucessivas que permitem sua reconstrução. conteúdos de maneira crítica e construtiva. A escola, por ser
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, tanto nos objeti- uma instituição social com propósito explicitamen-te
vos educacionais que propõem quanto na conceitualização educativo, tem o compromisso de intervir efetivamente para
do significado das áreas de ensino e dos temas da vida so- promover o desenvolvimento e a socialização de seus alunos.
cial contemporânea que devem permeá-las, adotam como Essa função socializadora remete a dois aspectos: o de-
eixo o desenvolvimento de capacidades do aluno, processo senvolvimento individual e o contexto social e cultural. É
em que os conteúdos curriculares atuam não como fins em si nessa dupla determinação que os indivíduos se constroem
mesmos, mas como meios para a aquisição e desenvolvi- como pessoas iguais, mas, ao mesmo tempo, diferentes de
mento dessas capacidades. Nesse sentido, o que se tem em todas as outras. Iguais por compartilhar com outras pes-soas
vista é que o aluno possa ser sujeito de sua própria forma- um conjunto de saberes e formas de conhecimento que, por
ção, em um complexo processo interativo em que também o sua vez, só é possível graças ao que individual-mente se
professor se veja como sujeito de conhecimento. puder incorporar. Não há desenvolvimento indi-

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
vidual possível à margem da sociedade, da cultura. Os rede pública é a mudança de rumo da educação diante da
pro-cessos de diferenciação na construção de uma orientação política de cada governante. Às vezes as trans-
identidade pessoal e os processos de socialização que formações propostas reafirmam certas posições, às vezes
conduzem a padrões de identidade coletiva constituem, outras. Esse movimento de vai e volta gera, para a maioria
na verdade, as duas faces de um mesmo processo. dos professores, um desânimo para se engajar nos
A escola, na perspectiva de construção de cidadania, projetos de trabalho propostos, mesmo que lhes pareçam
precisa assumir a valorização da cultura de sua própria co- interes-santes, pois eles dificilmente terão continuidade.
munidade e, ao mesmo tempo, buscar ultrapassar seus li- Em síntese, as escolas brasileiras, para exercerem a
mites, propiciando às crianças pertencentes aos diferentes função social aqui proposta, precisam possibilitar o cultivo
grupos sociais o acesso ao saber, tanto no que diz dos bens culturais e sociais, considerando as expectativas
respeito aos conhecimentos socialmente relevantes da e as necessidades dos alunos, dos pais, dos membros da
cultura bra-sileira no âmbito nacional e regional como no comunidade, dos professores, enfim, dos envolvidos di-
que faz parte do patrimônio universal da humanidade. reta- mente no processo educativo. É nesse universo que
O desenvolvimento de capacidades, como as de re-lação o aluno vivencia situações diversificadas que favorecem o
interpessoal, as cognitivas, as afetivas, as motoras, as éticas, aprendizado, para dialogar de maneira competente com a
as estéticas de inserção social, torna-se pos-sível mediante o comunidade, aprender a respeitar e a ser respeitado, a
processo de construção e reconstrução de conhecimentos. ouvir e a ser ouvido, a reivindicar direitos e a cumprir obri-
Essa aprendizagem é exercida com o aporte pessoal de cada
gações, a participar ativamente da vida científica, cultural,
um, o que explica por que, a partir dos mesmos saberes, há
social e política do País e do mundo.
sempre lugar para a construção de uma infinidade de
significados, e não a uniformidade destes. Os conhecimentos ESCOLA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA E PERMA-
que se transmitem e se recriam na escola ganham sentido NENTE
quando são produtos de uma construção dinâmica que se Nessa perspectiva, é essencial a vinculação da escola
opera na interação constante entre o saber escolar e os com as questões sociais e com os valores democráticos, não
demais saberes, entre o que o aluno aprende na escola e o só do ponto de vista da seleção e tratamento dos con-
que ele traz para a escola, num processo contínuo e teúdos, como também da própria organização escolar. As
permanente de aquisição, no qual in-terferem fatores normas de funcionamento e os valores, implícitos e explíci-
políticos, sociais, culturais e psicológicos. tos, que regem a atuação das pessoas na escola são deter-
As questões relativas à globalização, as transforma-ções minantes da qualidade do ensino, interferindo de maneira
científicas e tecnológicas e a necessária discussão ético significativa sobre a formação dos alunos.
valorativa da sociedade apresentam para a escola a imensa Com a degradação do sistema educacional brasileiro,
tarefa de instrumentalizar os jovens para participar da cultura, pode-se dizer que a maioria das escolas tende a ser apenas
das relações sociais e políticas. A escola, ao po-sicionar-se um local de tra balho individualizado e não uma organi-
dessa maneira, abre a oportunidade para que os alunos zação com objetivos próprios, elaborados e manifestados
aprendam sobre temas normalmente excluídos e atua pela ação coordenada de seus diversos profissionais.
propositalmente na formação de valores e atitudes do sujeito Para ser uma organização eficaz no cumprimento de
em relação ao outro, à política, à economia, ao sexo, à droga, propósitos estabelecidos em conjunto por professores,
à saúde, ao meio ambiente, à tecnologia, etc. coordenadores e diretor, e garantir a formação coerente
Um ensino de qualidade, que busca formar cidadãos de seus alunos ao longo da escolaridade obrigatória, é
capazes de interferir criticamente na realidade para trans- im-prescindível que cada escola discuta e construa seu
formá-la, deve também contemplar o desenvolvimento de projeto educativo.
capacidades que possibilitem adaptações às complexas Esse projeto deve ser entendido como um processo
condições e alternativas de trabalho que temos hoje e a lidar que inclui a formulação de metas e meios, segundo a par-
com a rapidez na produção e na circulação de novos ticularidade de cada escola, por meio da criação e da
conhecimentos e informações, que têm sido avassaladores e valo-rização de rotinas de trabalho pedagógico em grupo
crescentes. A formação escolar deve possibilitar aos alu-nos e da co-responsabilidade de todos os membros da
condições para desenvolver competência e consciência comunidade escolar, para além do planejamento de início
profissional, mas não restringir-se ao ensino de habilidades de ano ou dos períodos de “reciclagem”.
imediatamente demandadas pelo mercado de trabalho. A experiência acumulada por seus profissionais é na-
A discussão sobre a função da escola não pode igno-rar turalmente a base para a reflexão e a elaboração do proje-to
as reais condições em que esta se encontra. A situa-ção de educativo de uma escola. Além desse repertório, outras
precariedade vivida pelos educadores, expressa nos baixos fontes importantes para a definição de um projeto edu-cativo
salários, na falta de condições de trabalho, de metas a serem são os currículos locais, a bibliografia especializada, o contato
alcançadas, de prestígio social, na inércia de grande parte com outras experiências educacionais, assim como os
dos órgãos responsáveis por alterar esse quadro, provoca, na Parâmetros Curriculares Nacionais, que formulam questões
maioria das pessoas, um descrédito na transformação da essenciais sobre o que, como e quando ensinar, constituindo
situação. Essa desvalorização objetiva do magistério acaba um referencial significativo e atualizado sobre a função da
por ser interiorizada, bloqueando as mo-tivações. Outro fator escola, a importância dos conteúdos e o trata-mento a ser
de desmotivação dos profissionais da dado a eles.

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Ao elaborar seu projeto educativo, a escola discute e O núcleo central da integração de todas essas con-
explicita de forma clara os valores coletivos assumidos. De- tribuições refere-se ao reconhecimento da importância da
limita suas prioridades, define os resultados desejados e atividade mental construtiva nos processos de aquisição de
incorpora a auto- avaliação ao trabalho do professor. As-sim, conhecimento. Daí o termo construtivismo, denominando
organiza-se o planejamento, reúne-se a equipe de tra-ba- essa convergência. Assim, o conhecimento não é visto como
lho, provoca-se o estudo e a reflexão contínuos, dando algo situado fora do indivíduo, a ser adquirido por meio de
sentido às ações cotidianas, reduzindo a improvisação e as cópia do real, tampouco como algo que o indivíduo constrói
condutas estereotipadas e rotineiras que, muitas vezes, são independentemente da realidade exterior, dos demais indi-
contraditórias com os objetivos educacionais compartilha- víduos e de suas próprias capacidades pessoais. É, antes de
dos. mais nada, uma construção histórica e social, na qual inter-
A contínua realização do projeto educativo ferem fatores de ordem cultural e psicológica.
possibilita o conhecimento das ações desenvolvidas pelos A atividade construtiva, física ou mental, permite
diferentes professores, sendo base de diálogo e reflexão inter-pretar a realidade e construir significados, ao mesmo
para toda a equipe escolar. Nesse processo evidencia-se a tem-po que permite construir novas possibilidades de
necessida-de da participação da comunidade, em especial ação e de conhecimento.
dos pais, tomando conhecimento e interferindo nas Nesse processo de interação com o objeto a ser co-
propostas da escola e em suas estratégias. O resultado nhecido, o sujeito constrói representações, que funcionam
que se espera é a possibilidade de os alunos terem uma como verdadeiras explicações e se orientam por uma ló-gica
experiência escolar coerente e bem-sucedida. interna que, por mais que possa parecer incoerente aos olhos
Deve ser ressaltado que uma prática de reflexão cole-tiva de um outro, faz sentido para o sujeito. As ideias
não é algo que se atinge de uma hora para outra e a escola é “equivocadas”, ou seja, construídas e transformadas ao lon-
uma realidade complexa, não sendo possível tratar as go do desenvolvimento, fruto de aproximações sucessivas,
questões como se fossem simples de serem resolvidas. Cada são expressão de uma construção inteligente por parte do
escola encontra uma realidade, uma trama, um con-junto de sujeito e, portanto, interpretadas como erros construtivos.
circunstâncias e de pessoas. É preciso que haja in-centivo do A tradição escolar — que não faz diferença entre
poder público local, pois o desenvolvimento do projeto erros integrantes do processo de aprendizagem e simples
requer tempo para análise, discussão e reelabora-ção en-ganos ou desconhecimentos — trabalha com a ideia
de que a ausência de erros na tarefa escolar é a
contínua, o que só é possível em um clima institucional
manifestação da aprendizagem. Hoje, graças ao avanço
favorável e com condições objetivas de realização.
da investigação científica na área da aprendizagem,
Aprender e ensinar, construir e interagir tornou-se possível in-terpretar o erro como algo inerente
ao processo de apren-dizagem e ajustar a intervenção
Por muito tempo a pedagogia focou o processo de en- pedagógica para ajudar a superá-lo. A superação do erro
sino no professor, supondo que, como decorrência, estaria é resultado do processo de incorporação de novas ideias
valorizando o conhecimento. O ensino, então, ganhou au- e de transformação das anteriores, de maneira a dar conta
tonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios das contradições que se apresentarem ao sujeito para,
métodos e o processo de aprendizagem ficou relegado a assim, alcançar níveis supe-riores de conhecimento.
segundo plano. Hoje sabe-se que é necessário ressignificar a O que o aluno pode aprender em determinado momen-
unidade entre aprendizagem e ensino, uma vez que, em to da escolaridade depende das possibilidades delineadas
última instância, sem aprendizagem o ensino não se realiza. pelas formas de pensamento de que dispõe naquela fase de
A busca de um marco explicativo que permita essa desenvolvimento, dos conhecimentos que já construiu
ressignificação, além da criação de novos instrumentos de anteriormente e do ensino que recebe. Isto é, a intervenção
análise, planejamento e condução da ação educativa na es- pedagógica deve-se ajustar ao que os alunos conseguem
cola, tem se situado, atualmente, para muitos dos teóricos da realizar em cada momento de sua aprendizagem, para se
educação, dentro da perspectiva construtivista. constituir verdadeira ajuda educativa. O conhecimento é
A perspectiva construtivista na educação é configurada resultado de um complexo e intrincado processo de modi-
por uma série de princípios explicativos do desenvolvimen-to ficação, reorganização e construção, utilizado pelos alunos
e da aprendizagem humana que se complementam, in- para assimilar e interpretar os conteúdos escolares.
tegrando um conjunto orientado a analisar, compreender e Por mais que o professor, os companheiros de clas-se
explicar os processos escolares de ensino e aprendizagem. e os materiais didáticos possam, e devam, contribuir para
A configuração do marco explicativo construtivista que a aprendizagem se realize, nada pode substituir a
para os processos de educação escolar deu-se, entre ou- atuação do próprio aluno na tarefa de construir signifi-
tras influências, a partir da psicologia genética, da teoria cados sobre os conteúdos da aprendizagem. É ele quem
sóciointeracionista e das explicações da atividade modifica, enriquece e, portanto, constrói novos e mais po-
significa-tiva. Vários autores partiram dessas ideias para tentes instrumentos de ação e interpretação.
desenvolver e conceitualizar as várias dimensões Mas o desencadeamento da atividade mental constru-
envolvidas na educa-ção escolar, trazendo inegáveis tiva não é suficiente para que a educação escolar alcance os
contribuições à teoria e à prática educativa. objetivos a que se propõe: que as aprendizagens este-jam
compatíveis com o que significam socialmente.

114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
O processo de atribuição de sentido aos conteúdos A aprendizagem é condicionada, de um lado, pelas
es-colares é, portanto, individual; porém, é também possibilidades do aluno, que englobam tanto os níveis de
cultural na medida em que os significados construídos organização do pensamento como os conhecimentos e
remetem a for-mas e saberes socialmente estruturados. ex-periências prévias, e, de outro, pela interação com os
Conceber o processo de aprendizagem como proprie- outros agentes.
dade do sujeito não implica desvalorizar o papel determi- Para a estruturação da intervenção educativa é funda-
nante da interação com o meio social e, particularmente, mental distinguir o nível de desenvolvimento real do po-
com a escola. Ao contrário, situações escolares de ensino tencial. O nível de desenvolvimento real se determina como
e aprendizagem são situações comunicativas, nas quais os aquilo que o aluno pode fazer sozinho em uma situação
alunos e professores atuam como co-responsáveis, ambos determinada, sem ajuda de ninguém. O nível de desenvolvi-
com uma influência decisiva para o êxito do processo. mento potencial é determinado pelo que o aluno pode fa-zer
A abordagem construtivista integra, num único esque- ou aprender mediante a interação com outras pessoas,
ma explicativo, questões relativas ao desenvolvimento in- conforme as observa, imitando, trocando ideias com elas,
dividual e à pertinência cultural, à construção de conheci- ouvindo suas explicações, sendo desafiado por elas ou con-
mentos e à interação social. Considera o desenvolvimento trapondo-se a elas, sejam essas pessoas o professor ou seus
pessoal como o processo mediante o qual o ser humano colegas. Existe uma zona de desenvolvimento próximo, dada
assume a cultura do grupo social a que pertence. Processo pela diferença existente entre o que um aluno pode fazer so-
no qual o desenvolvimento pessoal e a aprendizagem da zinho e o que pode fazer ou aprender com a ajuda dos ou-
experiência humana culturalmente organizada, ou tros. De acordo com essa concepção, falar dos mecanismos
seja, socialmente produzida e historicamente acumulada, de intervenção educativa equivale a falar dos mecanismos
não se excluem nem se confundem, mas interagem. Daí a interativos pelos quais professores e colegas conseguem
impor-tância das interações entre crianças e destas com ajustar sua ajuda aos processos de construção de significa-
parceiros experientes, dentre os quais destacam-se dos realizados pelos alunos no decorrer das atividades esco-
professores e ou-tros agentes educativos. lares de ensino e aprendi- zagem.
O conceito de aprendizagem significativa, central na Existem ainda, dentro do contexto escolar, outros me-
perspectiva construtivista, implica, necessariamente, o tra- canismos de influência educativa, cuja natureza e funciona-
balho simbólico de “significar” a parcela da realidade que se mento em grande medida são desconhecidos, mas que têm
conhece. As aprendizagens que os alunos realizam na escola incidência considerável sobre a aprendizagem dos alunos.
serão significativas à medida que conseguirem estabelecer Dentre eles destacam-se a organização e o funcionamento
relações substantivas e não-arbitrárias entre os conteúdos da instituição escolar e os valores implícitos e explícitos que
escolares e os conhecimentos previamente construídos por permeiam as relações entre os membros da escola; são fato-
eles, num processo de articulação de novos significados. res determinantes da qualidade de ensino e podem chegar a
Cabe ao educador, por meio da intervenção pedagó- influir de maneira significativa sobre o que e como os alunos
gica, promover a realização de aprendizagens com o maior aprendem.
grau de significado possível, uma vez que esta nunca é Os alunos não contam exclusivamente com o contexto
absoluta — sempre é possível estabelecer alguma relação escolar para a construção de conhecimento sobre conteú-
entre o que se pretende conhecer e as possibilidades de dos considerados escolares. A mídia, a família, a igreja, os
observação, reflexão e informação que o sujeito já possui. amigos, são também fontes de influência educativa que in-
A aprendizagem significativa implica sempre alguma cidem sobre o processo de construção de significado desses
ousadia: diante do problema posto, o aluno precisa elabo-rar conteúdos. Essas influências sociais normalmente somam--se
hipóteses e experimentá-las. Fatores e processos afe-tivos, ao processo de aprendizagem escolar, contribuindo para
motivacionais e relacionais são impor- tantes nesse consolidá- lo; por isso é importante que a escola as conside-
momento. Os conhecimentos gerados na história pessoal e re e as integre ao trabalho. Porém, algumas vezes, essa mes-
educativa têm um papel determinante na expectativa que o ma influência pode apresentar obstáculos à aprendizagem
aluno tem da escola, do professor e de si mesmo, nas suas escolar, ao indicar uma direção diferente, ou mesmo oposta,
motivações e interesses, em seu autoconceito e em sua auto- daquela presente no encaminhamento escolar. É necessário
estima. Assim como os significados construídos pelo aluno que a escola considere tais direções e forneça uma interpre-
estão destinados a ser substituídos por outros no transcurso tação dessas diferenças, para que a intervenção pedagógica
das atividades, as representações que o aluno tem de si e de favoreça a ultrapassagem desses obstáculos num processo
seu processo de aprendizagem também. É fundamental, articulado de interação e integração.
portanto, que a intervenção educativa escolar propicie um Se o projeto educacional exige ressignificar o proces-so
desenvolvimento em direção à disponibilidade exigida pela de ensino e aprendizagem, este precisa se preocupar em
aprendizagem significativa. preservar o desejo de conhecer e de saber com que todas as
Se a aprendizagem for uma experiência de sucesso, o crianças chegam à escola. Precisa manter a boa qualidade do
aluno constrói uma representação de si mesmo como al- vínculo com o conhecimento e não destruí-lo pelo fracasso
guém capaz. Se, ao contrário, for uma experiência de fracas- reiterado. Mas garantir experiências de sucesso não significa
so, o ato de aprender tenderá a se transformar em ameaça, e omitir ou disfarçar o fracasso; ao contrário, significa conse-
a ousadia necessária se transformará em medo, para o qual a guir realizar a tarefa a que se propôs. Relaciona-se, portanto,
defesa possível é a manifestação de desinteresse. com propostas e intervenções pedagógicas adequadas.

115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
O professor deve ter propostas claras sobre o que, integração entre elas. Quanto às questões sociais relevantes,
quando e como ensinar e avaliar, a fim de possibilitar o pla- reafirma-se a necessidade de sua problematização e análise,
nejamento de atividades de ensino para a aprendizagem de incorporando-as como temas transversais. As questões so-
maneira adequada e coerente com seus objetivos. É a partir ciais abordadas são: ética, saúde, meio ambiente, orientação
dessas determinações que o professor elabora a pro- sexual e pluralidade cultural.
gramação diária de sala de aula e organiza sua intervenção Quanto ao modo de incorporação desses temas no currí-
de maneira a propor situações de aprendizagem ajustadas às culo, propõe-se um tratamento transversal, tendência que se
capacidades cognitivas dos alunos. manifesta em algumas experiências nacionais e internacio-
Em síntese, não é a aprendizagem que deve se ajus- nais, em que as questões sociais se integram na própria con-
tar ao ensino, mas sim o ensino que deve potencializar a cepção teórica das áreas e de seus componentes curriculares.
De acordo com os princípios já apontados, os
aprendizagem.
conteúdos são considerados como um meio para o
ORGANIZAÇÃO DOS PARÂMETROS desenvolvimento amplo do aluno e para a sua formação
como cidadão. Por-tanto, cabe à escola o propósito de
CURRICULARES NACIONAIS
possibilitar aos alunos o domínio de instrumentos que os
A análise das propostas curriculares oficiais para o en- capacitem a relacionar co-nhecimentos de modo
sino fundamental, elaborada pela Fundação Carlos significativo, bem como a utilizar es-ses conhecimentos na
Chagas, aponta dados relevantes que auxiliam a reflexão transformação e construção de novas relações sociais.
sobre a organização curricular e a forma como seus Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam os
componentes são abordados. conteúdos de tal forma que se possa determinar, no
Segundo essa análise, as propostas, de forma geral, momen-to de sua adequação às particularidades de
apontam como grandes diretrizes uma perspectiva demo- Estados e Muni-cípios, o grau de profundidade
crática e participativa, e que o ensino fundamental deve apropriado e a sua melhor forma de distribuição no
se comprometer com a educação necessária para a decorrer da escolaridade, de modo a constituir um corpo
formação de cidadãos críticos, autônomos e atuantes. No de conteúdos consistentes e coerentes com os objetivos.
entanto, a maioria delas apresenta um descompasso entre A avaliação é considerada como elemento favorecedor
os objeti-vos anunciados e o que é proposto para da melhoria de qualidade da aprendizagem, deixando de
alcançá-los, entre os pressupostos teóricos e a definição funcionar como arma contra o aluno. É assumida como parte
de conteúdos e as-pectos metodológicos. integrante e instrumento de auto-regulação do processo de
A estrutura dos Parâmetros Curriculares Nacionais ensino e aprendizagem, para que os objetivos propostos se-
buscou contribuir para a superação dessa contradição. A jam atingidos. A avaliação diz respeito não só ao aluno, mas
integração curricular assume as especificidades de cada também ao professor e ao próprio sistema escolar.
componente e delineia a operacionalização do processo A opção de organização da escolaridade em ciclos,
educativo desde os objetivos gerais do ensino fundamen- ten-dência predominante nas propostas mais atuais, é
tal, passan- do por sua especificação nos objetivos gerais referenda-da pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. A
de cada área e de cada tema transversal, deduzindo des- organização em ciclos é uma tentativa de supe- rar a
ses objetivos os conteúdos apropriados para configurar as segmentação ex-cessiva produzida pelo regime seriado e
reais intenções educativas. Assim, os objetivos, que defi- de buscar princípios de ordenação que possibilitem maior
nem capacidades, e os conteúdos, que estarão a serviço integração do conhe-cimento.
do desenvolvimento dessas capacidades, formam uma Os componentes curriculares foram formulados a partir
unida-de orientadora da proposta curricular. da análise da experiência educacional acumulada em todo o
Para que se possa discutir uma prática escolar que real- território nacional. Pautaram-se, também, pela análise das
mente atinja seus objetivos, os Parâmetros Curriculares Na- tendências mais atuais de investigação científica, a fim de po-
cionais apontam questões de tratamento didático por área e derem expressar um avanço na discussão em torno da busca
por ciclo, procurando garantir coerência entre os pressu-
de qualidade de ensino e aprendizagem.
postos teóricos, os objetivos e os conteúdos, mediante sua
operacionalização em orientações didáticas e critérios de A organização da escolaridade em ciclos
avaliação. Em outras palavras, apontam o que e como se
pode trabalhar, desde as séries iniciais, para que se alcan- Na década de 80, vários Estados e Municípios reestrutura-
cem os objetivos pretendidos. ram o ensino fundamental a partir das séries iniciais. Esse pro-
As propostas curriculares oficiais dos Estados estão or- cesso de reorganização, que tinha como objetivo político mi-
ganizadas em disciplinas e/ou áreas. Apenas alguns Muni- nimizar o problema da repetência e da evasão escolar, adotou
cípios optam por princípios norteadores, eixos ou temas, que como princípio norteador a flexibilização da seriação, o que
visam tratar os conteúdos de modo interdisciplinar, buscando abriria a possibilidade de o currículo ser trabalhado ao longo de
um período de tempo maior e permitiria respeitar os di-ferentes
integrar o cotidiano social com o saber escolar.
ritmos de aprendizagem que os alunos apresentam.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, optou-se por um Desse modo, a seriação inicial deu lugar ao ciclo básico
tratamento específico das áreas, em função da importância com a duração de dois anos, tendo como objetivo propiciar
instrumental de cada uma, mas contemplou-se também a maiores oportunidades de escolarização voltada para a al-

116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
fabetização efetiva das crianças. As experiências, ainda que Os conhecimentos adquiridos na escola passam por um
tenham apresentado problemas estruturais e necessidades processo de construção e reconstrução contínua e não por
de ajustes da prática, acabaram por mostrar que a organi- etapas fixadas e definidas no tempo. As aprendizagens não
zação por ciclos contribui efetivamente para a superação dos se processam como a subida de degraus regulares, mas
problemas do desenvolvimento escolar. Tanto isso é verdade como avanços de diferentes magnitudes.
que, onde foram implantados, os ciclos se manti-veram, Embora a organização da escola seja estruturada em
mesmo com mudanças de governantes. anos letivos, é importante uma perspectiva pedagógica
Os Parâmetros Curriculares Nacionais adotam a propos- em que a vida escolar e o currículo possam ser assumidos
ta de estruturação por ciclos, pelo reconhecimento de que tal e trabalhados em dimensões de tempo mais flexíveis. Vale
proposta permite compensar a pressão do tempo que é ressaltar que para o processo de ensino e aprendizagem
inerente à instituição escolar, tornando possível distribuir os se desenvolver com sucesso não basta flexibilizar o
conteúdos de forma mais adequada à natureza do processo tempo: dispor de mais tempo sem uma intervenção
de aprendizagem. Além disso, favorece uma apresentação efetiva para garantir melhores condições de
menos parcelada do conhecimento e possibilita as aproxima- aprendizagem pode ape-nas adiar o problema e
ções sucessivas necessárias para que os alunos se apropriem perpetuar o sentimento negativo de auto estima do aluno,
dos complexos saberes que se intenciona transmitir. consagrando, da mesma forma, o fracasso da escola.
Sabe-se que, fora da escola, os alunos não têm as mes- A lógica da opção por ciclos consiste em evitar que o
mas oportunidades de acesso a certos objetos de conhe- processo de aprendizagem tenha obstáculos inúteis, des-
cimento que fazem parte do repertório escolar. Sabe-se necessários e nocivos. Portanto, é preciso que a equipe
também que isso influencia o modo e o processo como pe-dagógica das escolas se co-responsabilize com o
atribuirão significados aos objetos de conhecimento na si- processo de ensino e aprendizagem de seus alunos. Para
tuação escolar: alguns alunos poderão estar mais avança-dos a concre-tização dos ciclos como modalidade
na reconstrução de significados do que outros. organizativa, é neces-sário que se criem condições
Ao se falar em ritmos diferentes de aprendizagem, é institucionais que permitam destinar espaço e tempo à
preciso cuidado para não incorrer em mal-entendidos pe- realização de reuniões de pro-fessores, para discutir os
rigosos. Uma vez que não há uma definição precisa e clara diferentes aspectos do processo educacional.
de quais seriam esses ritmos, os educadores podem ser Ao se considerar que dois ou três anos de escolaridade
le-vados a rotular alguns alunos como mais lentos que pertencem a um único ciclo de ensino e aprendizagem, po-
outros, estigmatizando aqueles que estão se iniciando na dem-se definir objetivos e práticas educativas que permi-tam
intera-ção com os objetos de conhecimento escolar. aos alunos avançar continuadamente na concretização das
No caso da aprendizagem da língua escrita, por exem-plo, metas do ciclo. A organização por ciclos tende a evitar as
se um aluno ingressa na primeira série sabendo escrever frequentes rupturas e a excessiva fragmentação do percurso
alfabeticamente, isso se explica porque seu ritmo é mais rápido escolar, assegurando a continuidade do processo educati-vo,
ou porque teve múltiplas oportunidades de atuar como leitor e dentro do ciclo e na passagem de um ciclo ao outro, ao
escritor? Se outros ingressam sem saber sequer como se pega permitir que os professores realizem adaptações sucessivas
um livro, é porque são lentos ou porque estão interatuando pela da ação pedagógica às diferentes necessidades dos alunos,
primeira vez com os objetos com que os outros intera-tuam sem que deixem de orientar sua prática pelas expectativas de
desde que nasceram? E, no caso desta última hipótese, por mais aprendizagem referentes ao período em questão.
rápidos que possam ser, será que poderão em alguns dias Os Parâmetros Curriculares Nacionais estão organiza-dos
percorrer o caminho que outros realizaram em anos? em ciclos de dois anos, mais pela limitação conjuntural em
Outras vezes, o que se interpreta como “lentidão” é a que estão inseridos do que por justificativas pedagógi-cas.
expressão de dificuldades relacionadas a um sentimento Da forma como estão aqui organizados, os ciclos não trazem
de incapacidade para a aprendizagem que chega a causar incompatibilidade com a atual estrutura do ensino
bloqueios nesse processo. É fundamental que se conside- fundamental. Assim, o primeiro ciclo se refere às primeira e
rem esses aspectos e é necessário que o professor possa segunda séries; o segundo ciclo, à terceira e à quarta séries; e
intervir para alterar as situações desfavoráveis ao aluno. assim subsequentemente para as outras quatro séries.
Em suma, o que acontece é que cada aluno tem, habi- Essa estruturação não contempla os principais proble-
tualmente, desempenhos muito diferentes na relação com mas da escolaridade no ensino fundamental: não une as
objetos de conhecimento diferentes e a prática escolar quarta e quinta séries para eliminar a ruptura desastrosa
tem buscado incorporar essa diversidade de modo a que aí se dá e tem causado muita repetência e evasão,
garantir respeito aos alunos e a criar condições para que como também não define uma etapa maior para o início
possam progredir nas suas aprendizagens. da escolaridade, que deveria (a exemplo da imensa
maioria dos países) incorporar à escolaridade obrigatória
A adoção de ciclos, pela flexibilidade que permite, as crian-ças desde os seis anos. Portanto, o critério de
pos-sibilita trabalhar melhor com as diferenças e está dois anos para a organização dos ciclos, nos Parâmetros
plena-mente coerente com os fundamentos Curriculares Nacionais, não deve ser considerado como
psicopedagógicos, com a concepção de conhecimento e decorrência de seus princípios e fundamentações, nem
da função da escola que estão explicitados no item como a única es-tratégia de intervenção no contexto atual
Fundamentos dos Parâme-tros Curriculares Nacionais. da problemática educacional.

117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
A organização do conhecimento escolar: Áreas e ciais, por essa importância inegável que têm na formação
Temas Transversais dos alunos, já há muito têm sido discutidas e frequente-
As diferentes áreas, os conteúdos selecionados em mente incorporadas aos currículos das áreas ligadas às
cada uma delas e o tratamento transversal de questões Ciências Naturais e Sociais, chegando até mesmo, em
sociais constituem uma representação ampla e plural dos algumas propostas, a constituir novas áreas.
campos de conhecimento e de cultura de nosso tempo, Mais recentemente, algumas propostas indicaram a
cuja aquisição contribui para o desenvolvimento das necessidade do tratamento transversal de temáticas sociais
capa-cidades expressas nos objetivos gerais. na escola, como forma de contemplá-las na sua comple-
O tratamento da área e de seus conteúdos integra uma xidade, sem restringi-las à abordagem de uma única área.
série de conhecimentos de diferentes disciplinas, que con- Adotando essa perspectiva, as problemáticas sociais
tribuem para a construção de instrumentos de compreen-são são integradas na proposta educacional dos Parâmetros
e intervenção na realidade em que vivem os alunos. A Curriculares Nacionais como Temas Transversais. Não
concepção da área evidencia a natureza dos conteúdos constituem novas áreas, mas antes um conjunto de temas
tratados, definindo claramente o corpo de conhecimentos e que aparecem transversalizados nas áreas definidas, isto é,
o objeto de aprendizagem, favorecendo aos alunos a permeando a concepção, os objetivos, os conteúdos e as
construção de representações sobre o que estudam. Essa orientações didáticas de cada área, no decorrer de toda a
caracterização da área é importante também para que os escolaridade obrigatória. A transversalidade pressupõe
professores possam se situar dentro de um conjunto defi- um tratamento integrado das áreas e um compromisso
nido e conceitualizado de conhecimentos que pretendam das relações interpessoais e sociais escolares com as
que seus alunos aprendam, condição necessária para pro- questões que estão envolvidas nos temas, a fim de que
ceder a encaminhamentos que auxiliem as aprendizagens haja uma coerência entre os valores experimentados na
com sucesso. vivência que a escola propicia aos alunos e o contato
Se é importante definir os contornos das áreas, é tam- intelectual com tais valores.
bém essencial que estes se fundamentem em uma con- As aprendizagens relativas a esses temas se explicitam
cepção que os integre conceitualmente, e essa integração na organização dos conteúdos das áreas, mas a discussão
seja efetivada na prática didática. Por exemplo, ao traba-lhar da conceitualização e da forma de tratamento que devem
conteúdos de Ciências Naturais, os alunos buscam receber no todo da ação educativa escolar está especifica-
informações em suas pesquisas, registram observações, da em textos de fundamentação por tema.
anotam e quantificam dados. Portanto, utilizam-se de co- O conjunto de documentos dos Temas Transversais
nhecimentos relacionados à área de Língua Portuguesa, à de comporta uma primeira parte em que se discute a sua ne-
Matemática, além de outras, dependendo do estudo em cessidade para que a escola possa cumprir sua função so-cial,
questão. O professor, considerando a multiplicidade de os valores mais gerais e unificadores que definem todo o
conhecimentos em jogo nas diferentes situações, pode tomar posicionamento relativo às questões que são tratadas nos
decisões a respeito de suas intervenções e da manei-ra como temas, a justificativa e a conceitualização do tratamen-to
tratará os temas, de forma a propiciar aos alunos uma transversal para os temas sociais e um documento espe-cífico
abordagem mais significativa e contextualizada. para cada tema: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Plura-lidade
Para que estes parâmetros não se limitassem a uma Cultural e Orientação Sexual, eleitos por envolverem
orientação técnica da prática pedagógica, foi considerada problemáticas sociais atuais e urgentes, consideradas de
a fundamentação das opções teóricas e metodológicas da abrangência nacional e até mesmo de caráter universal.
área para que, a partir destas, seja possível instaurar refle- A grande abrangência dos temas não significa que de-
xões sobre a proposta educacional indicada. Na apresen- vam ser tratados igualmente; ao contrário, exigem adapta-
tação de cada área são abordados os seguintes aspectos: ções para que possam corresponder às reais necessidades de
descrição da problemática específica da área por meio de cada região ou mesmo de cada escola. As características das
um breve histórico no contexto educacional brasileiro; jus- questões ambientais, por exemplo, ganham especifi-cidades
tificativa de sua presença no ensino fundamental; funda- diferentes nos campos de seringa no interior da Amazônia e
mentação epistemológica da área; sua relevância na
na periferia de uma grande cidade.
socie-dade atual; fundamentação psicopedagógica da
proposta de ensino e aprendizagem da área; critérios para Além das adaptações dos temas apresentados, é im-
organiza-ção e seleção de conteúdos e objetivos gerais da portante que sejam eleitos temas locais para integrar o
área para o ensino fundamental. componente Temas Transversais; por exemplo, muitas ci-
A partir da Concepção de Área assim fundamentada, dades têm elevadíssimos índices de acidentes com vítimas
segue-se o detalhamento da estrutura dos Parâmetros Cur- no trânsito, o que faz com que suas escolas necessitem
riculares para cada ciclo (primeiro e segundo), especifican-do incorporar a educação para o trânsito em seu currículo.
Objetivos e Conteúdos, bem como Critérios de Avalia-ção, Além deste, outros temas relativos, por exemplo, à paz ou
Orientações para Avaliação e Orientações Didáticas. ao uso de drogas podem constituir subtemas dos temas
Se a escola pretende estar em consonância com as gerais; outras vezes, no entanto, podem exigir um trata-
demandas atuais da sociedade, é necessário que trate de mento específico e intenso, dependendo da realidade de
questões que interferem na vida dos alunos e com as quais cada contexto social, político, econômico e cultural. Nesse
se veem confrontados no seu dia a dia. As temáticas so- caso, devem ser incluídos como temas básicos.

118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
OBJETIVOS volvimento, entre outras formas afirmando claramente seus
Os objetivos propostos nos Parâmetros Curriculares princípios éticos, incentivando a reflexão e a análise crítica de
Nacionais concretizam as intenções educativas em termos de valores, atitudes e tomadas de decisão e possibilitando o
capacidades que devem ser desenvolvidas pelos alunos ao conhecimento de que a formulação de tais sistemas é fruto de
longo da escolaridade. A decisão de definir os objeti-vos relações humanas, historicamente situadas. Quanto à capacidade
educacionais em termos de capacidades é crucial nes-ta de inserção social, refere-se à possibilidade de o aluno perceber-
proposta, pois as capacidades, uma vez desenvolvidas, se como parte de uma comunidade, de uma classe, de um ou
podem se expressar numa variedade de comportamentos. O vários grupos sociais e de comprometer- se pessoalmente com
professor, consciente de que condutas diversas podem estar questões que considere relevantes para a vida coletiva. Essa
vinculadas ao desenvolvimento de uma mesma capa-cidade, capacidade é nuclear ao exercício da ci-dadania, pois seu
tem diante de si maiores possibilidades de atender à desenvolvimento é necessário para que se possa superar o
diversidade de seus alunos. individualismo e atuar (no cotidiano ou na vida política) levando
Assim, os objetivos se definem em termos de em conta a dimensão coletiva. O apren-dizado de diferentes
capacida-des de ordem cognitiva, física, afetiva, de formas e possibilidades de participação social é essencial ao
relação interpes-soal e inserção social, ética e estética, desenvolvimento dessa capacidade.
tendo em vista uma formação ampla. Para garantir o desenvolvimento dessas capacidades é
A capacidade cognitiva tem grande influência na pos- preciso uma disponibilidade para a aprendizagem de modo
tura do indivíduo em relação às metas que quer atingir nas geral. Esta, por sua vez, depende em boa parte da história de
mais diversas situações da vida, vinculando-se diretamente êxitos ou fracassos escolares que o aluno traz e vão
ao uso de formas de representação e de comunicação, en- determinar o grau de motivação que apresentará em relação
volvendo a resolução de problemas, de maneira consciente às aprendizagens atualmente propostas. Mas depen-de
ou não. A aquisição progressiva de códigos de represen- também de que os conteúdos de aprendizagem tenham
tação e a possibilidade de operar com eles interfere dire- sentido para ele e sejam funcionais. O papel do professor
tamente na aprendizagem da língua, da matemática, da nesse processo é, portanto, crucial, pois a ele cabe apresen-
representação espacial, temporal e gráfica e na leitura de tar os conteúdos e atividades de aprendizagem de forma que
imagens. A capacidade física engloba o autoconhecimento e os alunos compreendam o porquê e o para que do que
o uso do corpo na expressão de emoções, na superação de aprendem, e assim desenvolvam expectativas positivas em
estereotipias de movimentos, nos jogos, no desloca-mento relação à aprendizagem e sintam-se motivados para o traba-
com segurança. A afetiva refere-se às motivações, à lho escolar. Para tanto, é preciso considerar que nem todas
autoestima, à sensibilidade e à adequação de atitudes no as pessoas têm os mesmos interesses ou habilida- des, nem
convívio social, estando vinculada à valorização do resul-tado aprendem da mesma maneira, o que muitas vezes exige uma
dos trabalhos produzidos e das atividades realizadas. Esses atenção especial por parte do professor a um ou outro aluno,
fatores levam o aluno a compreender a si mesmo e aos para que todos possam se integrar no processo de aprender.
outros. A capacidade afetiva está estreitamente ligada à A partir do reconhecimento das diferenças existentes entre
capacidade de relação interpessoal, que envolve com- pessoas, fruto do processo de socialização e do desenvolvi-
preender, conviver e produzir com os outros, percebendo mento individual, será possível conduzir um ensino pautado
distinções entre as pessoas, contrastes de temperamento, de em aprendizados que sirvam a novos aprendizados.
intenções e de estados de ânimo. O desenvolvimento da A escola preocupada em fazer com que os alunos de-
inter-relação permite ao aluno se colocar do ponto de vista senvolvam capacidades ajusta sua maneira de ensinar e se-
do outro e a refletir sobre seus próprios pensamentos. No leciona os conteúdos de modo a auxiliá-los a se adequarem
trabalho escolar o desenvolvimento dessa capacidade é às várias vivências a que são expostos em seu universo cul-
propiciado pela realização de trabalhos em grupo, por tural; considera as capacidades que os alunos já têm e as po-
práticas de cooperação que incorporam formas participa- tencializa; preocupa-se com aqueles alunos que encontram
tivas e possibilitam a tomada de posição em conjunto com os dificuldade no desenvolvimento das capacidades básicas.
outros. A capacidade estética permite produzir arte e apreciar Embora os indivíduos tendam, em função de sua natu-
as diferentes produções artísticas produzidas em diferentes reza, a desenvolver capacidades de maneira heterogênea, é
culturas e em diferentes momentos históricos. A capacidade importante salientar que a escola tem como função po-
ética é a possibilidade de reger as próprias ações e tomadas tencializar o desenvolvimento de todas as capacidades, de
de decisão por um sistema de princípios segundo o qual se modo a tornar o ensino mais humano, mais ético.
analisam, nas diferentes situações da vida, os valores e Os Parâmetros Curriculares Nacionais, na explicitação das
opções que envolvem. A construção in-terna, pessoal, de mencionadas capacidades, apresentam inicialmente os
princípios considerados válidos para si e para os demais Objetivos Gerais do ensino fundamental, que são as grandes
implica considerar-se um sujeito em meio a outros sujeitos. O metas educacionais que orientam a estruturação curricular. A
desenvolvimento dessa capacidade permite considerar e partir deles são definidos os Objetivos Gerais de Área, os dos
buscar compreender razões, nuanças, condicionantes, Temas Transversais, bem como o desdobramento que estes
consequências e intenções, isto é, permite a superação da devem receber no primeiro e no segundo ciclos, como forma
rigidez moral, no julgamento e na atuação pessoal, na de conduzir às conquistas intermediárias necessárias ao
relação interpessoal e na compreensão das re-lações sociais. alcance dos objetivos gerais. Um exemplo de desdobra-
A ação pedagógica contribui com tal desen- mento dos objetivos é o que se apresenta a seguir.

119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Objetivo Geral do Ensino Fundamental: utilizar diferen- Nesta proposta, os conteúdos e o tratamento que a
tes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica, cor- eles deve ser dado assumem papel central, uma vez que é
poral — como meio para expressar e comunicar suas ideias, por meio deles que os propósitos da escola são opera-
interpretar e usufruir das produções da cultura. cionalizados, ou seja, manifestados em ações pedagógi-
Objetivo Geral do Ensino de Matemática: analisar in- cas. No entanto, não se trata de compreendê-los da for-
formações relevantes do ponto de vista do conhecimento ma como são comumente aceitos pela tradição escolar. O
e estabelecer o maior número de relações entre elas, projeto educacional expresso nos Parâmetros Curriculares
fazendo uso do conhecimento matemático para Nacionais demanda uma reflexão sobre a seleção de con-
interpretá-las e ava-liá-las criticamente. teúdos, como também exige uma ressignificação, em que
Objetivo do Ensino de Matemática para o Primeiro Ci- a noção de conteúdo escolar se amplia para além de fatos
clo: identificar, em situações práticas, que muitas informa- e conceitos, passando a incluir procedimentos, valores,
ções são organizadas em tabelas e gráficos para facilitar a nor-mas e atitudes. Ao tomar como objeto de
leitura e a interpretação, e construir formas pessoais de re- aprendizagem escolar conteúdos de diferentes naturezas,
gistro para comunicar informações coletadas. reafirma-se a responsabilidade da escola com a formação
Os objetivos constituem o ponto de partida para se refletir ampla do alu-no e a necessidade de intervenções
sobre qual é a formação que se pretende que os alunos obte- conscientes e planeja-das nessa direção.
nham, que a escola deseja proporcionar e tem possibilidades de Neste documento, os conteúdos são abordados em
realizar, sendo, nesse sentido, pontos de referência que devem três grandes categorias: conteúdos conceituais, que
orientar a atuação educativa em todas as áreas, ao longo da envol-vem fatos e princípios; conteúdos procedimentais e
escolaridade obrigatória. Devem, portanto, orientar a seleção de con-teúdos atitudinais, que envolvem a abordagem de
conteúdos a serem aprendidos como meio para o desen- valores, normas e atitudes.
volvimento das capacidades e indicar os encaminhamentos di- Conteúdos conceituais referem-se à construção ativa das
dáticos apropriados para que os conteúdos estudados façam capacidades intelectuais para operar com símbolos, ideias,
sentido para os alunos. Finalmente, devem constituir-se uma re- imagens e representações que permitem organi-zar a
ferência indireta da avaliação da atuação pedagógica da escola. realidade. A aprendizagem de conceitos se dá por
As capacidades expressas nos Objetivos dos Parâmetros aproximações sucessivas. Para aprender sobre digestão,
Curriculares Nacionais são propostas como referenciais ge- subtração ou qualquer outro objeto de conhecimento, o
rais e demandam adequações a serem realizadas nos níveis aluno precisa adquirir informações, vivenciar situações em
de concretização curricular das secretarias estaduais e mu- que esses conceitos estejam em jogo, para poder construir
nicipais, bem como das escolas, a fim de atender às deman- generalizações parciais que, ao longo de suas experiên-cias,
das específicas de cada localidade. Essa adequação pode ser possibilitarão atingir conceitualizações cada vez mais
feita mediante a redefinição de graduações e o reequacio- abrangentes; estas o levarão à compreensão de princípios, ou
seja, conceitos de maior nível de abstração, como o princípio
namento de prioridades, desenvolvendo alguns aspectos e
da igualdade na matemática, o princípio da con-servação nas
acrescentando outros que não estejam explícitos.
ciências, etc. A aprendizagem de conceitos permite organizar
CONTEÚDOS a realidade, mas só é possível a partir da aprendizagem de
Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem uma conteúdos referentes a fatos (nomes, imagens,
mudança de enfoque em relação aos conteúdos curricu- representações), que ocorre, num primeiro mo-mento, de
lares: ao invés de um ensino em que o conteúdo seja visto maneira eminentemente mnemônica. A memo-rização não
como fim em si mesmo, o que se propõe é um ensino em deve ser entendida como processo mecânico, mas antes
que o conteúdo seja visto como meio para que os alunos como recurso que torna o aluno capaz de repre-sentar
desenvolvam as capacidades que lhes permitam produzir informações de maneira genérica — memória signi-ficativa
e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos. — para poder relacioná-las com outros conteúdos.
A tendência predominante na abordagem de conteúdos Dependendo da diversidade presente nas atividades
na educação escolar se assenta no binômio transmissão-in- realizadas, os alunos buscam informações
corporação, considerando a incorporação de conteúdos pelo (fatos), notam regularidades, realizam produtos e ge-
aluno como a finalidade essencial do ensino. Existem, no neralizações que, mesmo sendo sínteses ou análises par-
entanto, outros posicionamentos: há quem defenda a ciais, permitem verificar se o conceito está sendo aprendi-
posição de indiferença em relação aos conteúdos por con- do. Exemplo 1: para
siderá-los somente como suporte ao desenvolvimento cog- compreender o que vem a ser um texto jornalístico é
nitivo dos alunos e há ainda quem acuse a determinação necessário que o aluno tenha contato com esse texto, use-o
prévia de conteúdos como uma afronta às questões sociais e para obter informações, conheça seu vocabulário, conheça
políticas vivenciadas pelos diversos grupos. sua estrutura e sua função social. Exemplo 2: a solidariedade
No entanto, qualquer que seja a linha pedagógica, só pode ser compreendida quando o aluno passa por
professores e alunos trabalham, necessariamente, com situações em que atitudes que a suscitem este-jam em jogo,
conteúdos. O que diferencia radicalmente as propostas é de modo que, ao longo de suas experiências, adquira
a função que se atribui aos conteúdos no contexto escolar informações que contribuam para a construção de tal
e, em decorrência disso, as diferentes concepções quanto conceito. Aprender conceitos permite atribuir significa-dos
à maneira como devem ser selecionados e tratados. aos conteúdos aprendidos e relacioná-los a outros.

120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Tal aprendizado está diretamente relacionado à se- Já os conteúdos atitudinais permeiam todo o conhe-
gunda categoria de conteúdos: a procedimental. Os pro- cimento escolar. A escola é um contexto socializador, ge-
cedimentos expressam um saber fazer, que envolve tomar rador de atitudes relativas ao conhecimento, ao professor,
decisões e realizar uma série de ações, de forma ordenada aos colegas, às disciplinas, às tarefas e à sociedade. A não--
e não aleatória, para atingir uma meta. Assim, os conteú- compreensão de atitudes, valores e normas como conteú-dos
dos procedimentais sempre estão presentes nos projetos escolaresfaz com estes sejam comunicados sobretudo de
de ensino, pois uma pesquisa, um experimento, um resu- forma inadvertida — acabam por ser aprendidos sem que
mo, uma maquete, são proposições de ações presentes haja uma deliberação clara sobre esse ensinamento. Por isso,
nas salas de aula. é imprescindível adotar uma posição crítica em relação aos
No entanto, conteúdos procedimentais são abordados valores que a escola transmite explícita e im-plicitamente
muitas vezes de maneira equivocada, não sendo tratados mediante atitudes cotidianas. A consideração positiva de
como objeto de ensino, que necessitam de intervenção di- certos fatos ou personagens históricos em de-trimento de
reta do professor para serem de fato aprendidos. O apren- outros é um posicionamento de valor, o que contradiz a
dizado de procedimentos é, por vezes, considerado como pretensa neutralidade que caracteriza a apre-sentação
algo espontâneo, dependente das habilidades individuais. escolar do saber científico.
Ensinam-se procedimentos acreditando estar- se ensinan-do Ensinar e aprender atitudes requer um
conceitos; a realização de um procedimento adequa-do posicionamento claro e consciente sobre o que e como se
passa, então, a ser interpretada como o aprendizado do ensina na escola. Esse posicionamento só pode ocorrer a
conceito. O exemplo mais evidente dessa abordagem ocorre partir do estabe-lecimento das intenções do projeto
no ensino das operações: o fato de uma criança saber educativo da escola, para que se possam adequar e
resolver contas de adição não necessariamente cor-responde selecionar conteúdos bási-cos, necessários e recorrentes.
à compreensão do conceito de adição. É sabido que a aprendizagem de valores e atitudes é
É preciso analisar os conteúdos referentes a proce-
de natureza complexa e pouco explorada do ponto de
dimentos não do ponto de vista de uma aprendizagem
vista pedagógico. Muitas pesquisas apontam para a im-
portância da informação como fator de transformação de
mecânica, mas a partir do propósito fundamental da edu-
valores e atitudes; sem dúvida, a informação é necessária,
cação, que é fazer com que os alunos construam instru-
mas não é suficiente. Para a aprendizagem de atitudes é
mentos para analisar, por si mesmos, os resultados que
necessária uma prática constante, coerente e sistemática,
obtêm e os processos que colocam em ação para atingir as
em que valores e atitudes almejados sejam expressos no
metas a que se propõem. Por exemplo: para realizar uma
relacionamento entre as pessoas e na escolha dos
pesquisa, o aluno pode copiar um trecho da enciclopédia,
assuntos a serem tratados. Além das questões de ordem
embora esse não seja o procedimento mais adequado. É
emocional, tem relevância no aprendizado dos conteúdos
preciso auxiliá -lo, ensinando os procedimentos apropria-dos, atitudinais o fato de cada aluno pertencer a um grupo
para que possa responder com êxito à tarefa que lhe foi social, com seus próprios valores e atitudes.
proposta. É preciso que o aluno aprenda a pesquisar em mais
Embora esteja sempre presente nos conteúdos especí-
de uma fonte, registrar o que for relevante, re-lacionar as
ficos que são ensinados, os conteúdos atitudinais não têm
informações obtidas para produzir um texto de pesquisa.
sido formalmente reconhecidos como tal. A análise dos
Dependendo do assunto a ser pesquisado, é possível orientá-
conteúdos, à luz dessa dimensão, exige uma tomada de
lo para fazer entrevistas e organizar os dados obtidos,
procurar referências em diferentes jornais, em filmes, decisão consciente e eticamente comprometida, interferin-do
comparar as informações obtidas para apresen-tá-las num diretamente no esclarecimento do papel da escola na
seminário, produzir um texto. Ao exercer um determinado formação do cidadão. Ao enfocar os conteúdos escolares sob
procedimento, é possível ao aluno, com aju-da ou não do essa dimensão, questões de convívio social assumem um
professor, analisar cada etapa realizada para adequá-la ou outro status no rol dos conteúdos a serem abordados.
corrigi-la, a fim de atingir a meta proposta. A consideração Considerar conteúdos procedimentais e atitudinais como
dos conteúdos procedimentais no proces-so de ensino é de conteúdos do mesmo nível que os conceituais não implica
fundamental importância, pois permi-te incluir aumento na quantidade de conteúdos a serem tra-balhados,
conhecimentos que têm sido tradicionalmente excluídos do porque eles já estão presentes no dia a dia da sala de aula; o
ensino, como a revisão do texto escrito, a argumentação que acontece é que, na maioria das vezes, não estão
construída, a comparação dos dados, a ve-rificação, a explicitados nem são tratados de maneira cons-ciente. A
documentação e a organização, entre outros. diferente natureza dos conteúdos escolares deve ser
Ao ensinar procedimentos também se ensina um cer-to contemplada de maneira integrada no processo de en-sino e
modo de pensar e produzir conhecimento. Exemplo: uma das aprendizagem e não em atividades específicas.
questões centrais do trabalho em matemática refere-se à Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os conteúdos
validação. Trata- se de o aluno saber por seus próprios meios referentes a conceitos, procedimentos, valores, normas e
se o resultado que obteve é razoável ou absurdo, se o atitudes estão presentes nos documentos tanto de áreas
procedimento utilizado é correto ou não, se o argumento de quanto de Temas Transversais, por contribuírem para a
seu colega é consistente ou contraditório. aquisição das capacidades definidas nos Objetivos Gerais do
Ensino Fundamental. A consciência da importância des-

121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
ses conteúdos é essencial para garantir-lhes tratamento Dada a diversidade existente no País, é natural e
apropriado, em que se vise um desenvolvimento amplo, desejá-vel que ocorram alterações no quadro proposto. A
harmônico e equilibrado dos alunos, tendo em vista sua definição dos conteúdos a serem tratados deve considerar
vinculação à função social da escola. Eles são apresentados o desen-volvimento de capacidades adequadas às
nos blocos de conteúdos e/ou organizações temáticas. características so-ciais, culturais e econômicas particulares
Os blocos de conteúdos e/ou organizações temáti-cas de cada localidade. Assim, a definição de conteúdos nos
são agrupamentos que representam recortes internos à área Parâmetros Curricula-res Nacionais é uma referência
e visam explicitar objetos de estudo essenciais à suficientemente aberta para técnicos e professores
aprendizagem. Distinguem as especificidades dos conteú- analisarem, refletirem e tomarem decisões, resultando em
dos, para que haja clareza sobre qual é o objeto do traba-lho, ampliações ou reduções de certos aspectos, em função
tanto para o aluno como para o professor — é impor-tante
das necessidades de aprendizagem de seus alunos.
ter consciência do que se está ensinando e do que se está
aprendendo. Os conteúdos são organizados em função da AVALIAÇÃO
necessidade de receberem um tratamento didá-tico que A concepção de avaliação dos Parâmetros Curriculares
propicie um avanço contínuo na ampliação de co- Nacionais vai além da visão tradicional, que focaliza o
nhecimentos, tanto em extensão quanto em profundidade, con-trole externo do aluno mediante notas ou conceitos,
pois o processo de aprendizagem dos alunos requer que os para ser compreendida como parte integrante e intrínseca
mesmos conteúdos sejam tratados de diferentes ma-neiras e ao pro-cesso educacional.
em diferentes momentos da escolaridade, de for-ma a serem A avaliação, ao não se restringir ao julgamento sobre
“revisitados”, em função das possibilidades de compreensão sucessos ou fracassos do aluno, é compreendida como um
que se alteram pela contínua construção de conhecimentos e conjunto de atuações que tem a função de alimentar, susten-
em função da complexidade conceitual de determinados tar e orientar a intervenção pedagógica. Acontece contínua e
conteúdos. Por exemplo, ao apresentar problemas referentes sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do
às operações de adição e subtração. Exemplo 1: Pedro tinha 8 conhecimento construído pelo aluno. Possibilita conhecer o
bolinhas de gude, jogou uma par-tida e perdeu 3. Com quanto ele se aproxima ou não da expectativa de aprendi-
quantas bolinhas ficou? (8 - 3 = 5 ou 3 + ? = 8). Exemplo 2: zagem que o professor tem em determinados momentos da
Pedro jogou uma partida de bolinha de gude. Na segunda escolaridade, em função da intervenção pedagógica realiza-
partida, perdeu 3 bolinhas, ficando com 5 no final. Quantas da. Portanto, a avaliação das aprendizagens só pode aconte-
bolinhas Pedro ganhou na primeira partida? (? - 3 = 5 ou 8 - cer se forem relacionadas com as oportunidades oferecidas,
3 = 5 ou 3 + ? = 8). O problema 1 é resolvido pela maioria isto é, analisando a adequação das situações didáticas pro-
das crianças no início da escolaridade obrigató-ria em função postas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios
do conhecimento matemático que já têm; no entanto, o que estão em condições de enfrentar.
problema 2 para ser resolvido necessita que o alu-no tenha A avaliação subsidia o professor com elementos para uma
tido diferentes oportunidades para operar com os conceitos reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos
envolvidos, caso contrário não o resolverá. O mes-mo instrumentos de trabalho e a retomada de aspec-tos que devem
conteúdo — adição e subtração — para ser compreendi-do ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o
requer uma abordagem mais ampla dos conceitos que o processo de aprendizagem individual ou de todo grupo. Para o
envolvem. Com esses exemplos buscou-se apontar também aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas
que situações aparentemente fáceis e simples são complexas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de
tanto do ponto de vista do objeto como da aprendizagem. seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita
No problema 2 a variação no local da incógnita solicita um definir prioridades e localizar quais aspectos das ações
tipo de raciocínio diferente do problema 1. A complexidade educacionais demandam maior apoio.
dos próprios conteúdos e as necessidades das aprendiza- Tomar a avaliação nessa perspectiva e em todas essas
gens compõem um todo dinâmico, sendo impossível esgotar dimensões requer que esta ocorra sistematicamente du-
a aprendizagem em um curto espaço de tempo. O conheci- rante todo o processo de ensino e aprendizagem e não
mento não é um bem passível de acumulação, como uma so-mente após o fechamento de etapas do trabalho,
espécie de doação da fonte de informações para o aprendiz. como é o habitual. Isso possibilita ajustes constantes, num
Para o tratamento didático dos conteúdos é preciso mecanis-mo de regulação do processo de ensino e
considerar também o estabelecimento de relações internas aprendizagem, que contribui efetivamente para que a
ao bloco e entre blocos. Exemplificando: os blocos de con- tarefa educativa te-nha sucesso.
teúdos de Língua Portuguesa são língua oral, língua escrita, O acompanhamento e a reorganização do processo de
análise e reflexão sobre a língua; é possível aprender sobre a ensino e aprendizagem na escola inclui, necessariamente,
língua escrita sem necessariamente estabelecer uma rela-ção uma avaliação inicial, para o planejamento do professor, e
direta com a língua oral; por outro lado, não é possível uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho.
aprender a analisar e a refletir sobre a língua sem o apoio da A avaliação investigativa inicial instrumentalizará o
língua oral, ou da escrita. Dessa forma, a inter-relação dos professor para que possa pôr em prática seu planejamento
elementos de um bloco, ou entre blocos, é determina-da de forma adequada às características de seus alunos. Esse é o
pelo objeto da aprendizagem, configurado pela proposta momento em que o professor vai se informar sobre o que o
didática realizada pelo professor. aluno já sabe sobre determinado conteúdo para, a partir

122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
daí, estruturar sua programação, definindo os conteúdos e o arraigados nas práticas escolares — a fim de que os resul-
nível de profundidade em que devem ser abordados. A tados da avaliação possam ser concebidos como indica-
avaliação inicial serve para o professor obter informações dores para a reorientação da prática educacional e nunca
necessárias para propor atividades e gerar novos conhe- como um meio de estigmatizar os alunos.
cimentos, assim como para o aluno tomar consciência do que Utilizar a avaliação como instrumento para o
já sabe e do que pode ainda aprender sobre um deter- desenvol-vimento das atividades didáticas requer que ela
minado conjunto de conteúdos. É importante que ocorra não seja interpretada como um momento estático, mas
uma avaliação no início do ano; o fato de o aluno estar antes como um momento de observação de um processo
iniciando uma série não é informação suficiente para que o dinâmico e não-linear de construção de conhecimento.
professor saiba sobre suas necessidades de aprendizagem. Em suma, a avaliação contemplada nos Parâmetros
Mesmo que o professor acompanhe a classe de um ano para Curriculares Nacionais é compreendida como: elemento
o outro, e tenha registros detalhados sobre o desem-penho integrador entre a aprendizagem e o ensino; conjunto de
dos alunos no ano anterior, não se exclui essa inves-tigação ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção
inicial, pois os alunos não deixam de aprender du-rante as pedagógica para que o aluno aprenda da melhor forma;
férias e muita coisa pode ser alterada no intervalo dos conjunto de ações que busca obter informações sobre o que
períodos letivos. Mas essas avaliações não devem ser foi aprendido e como; elemento de reflexão contínua para o
aplicadas exclusivamente nos inícios de ano ou de semes-tre; professor sobre sua prática educativa; instrumento que
são pertinentes sempre que o professor propuser no-vos possibilita ao aluno tomar consciência de seus avan-ços,
conteúdos ou novas sequências de situações didáticas. dificuldades e possibilidades; ação que ocorre durante todo o
processo de ensino e aprendizagem e não apenas em
importante ter claro que a avaliação inicial não im-plica a momentos específicos caracterizados como fechamen-to de
instauração de um longo período de diagnóstico, que acabe grandes etapas de trabalho. Uma concepção desse tipo
por se destacar do processo de aprendizagem que está em pressupõe considerar tanto o processo que o aluno
curso, no qual o professor não avança em suas propostas, desenvolve ao aprender como o produto alcançado. Pres-
perdendo o escasso e precioso tempo escolar de que dispõe. supõe também que a avaliação se aplique não apenas ao
Ela pode se realizar no interior mesmo de um processo de aluno, considerando as expectativas de aprendizagem, mas
ensino e aprendizagem, já que os alunos põem às condições oferecidas para que isso ocorra. Avaliar a
inevitavelmente em jogo seus conhecimentos pré-vios ao aprendizagem, portanto, implica avaliar o ensino ofere-cido
enfrentar qualquer situação didática.
— se, por exemplo, não há a aprendizagem esperada
O processo também contempla a observação dos significa que o ensino não cumpriu com sua finalidade: a de
avanços e da qualidade da aprendizagem alcançada pe-
fazer aprender.
los alunos ao final de um período de trabalho, seja este
determinado pelo fim de um bimestre, ou de um ano, seja Orientações para avaliação
pelo encerramento de um projeto ou sequência didática.
Na verdade, a avaliação contínua do processo acaba por Como avaliar se define a partir da concepção de ensino e
subsidiar a avaliação final, isto é, se o professor acompanha o aprendizagem, da função da avaliação no processo edu-
aluno sistematicamente ao longo do processo pode sa-ber, cativo e das orientações didáticas postas em prática. Em-bora
em determinados momentos, o que o aluno já apren-deu a avaliação, na perspectiva aqui apontada, aconteça
sobre os conteúdos trabalhados. Esses momentos, por outro sistematicamente durante as atividades de ensino e apren-di
lado, são importantes por se constituírem boas situa-ções zagem, é preciso que a perspectiva de cada momento da
para que alunos e professores formalizem o que foi e o que avaliação seja definida claramente, para que se possa
não foi aprendido. Esta avaliação, que intenciona averiguar a alcançar o máximo de objetividade possível.
relação entre a construção do conheci- mento por parte dos Para obter informações em relação aos processos de
alunos e os objetivos a que o professor se propôs, é aprendizagem, é necessário considerar a importância de
indispensável para se saber se todos os alunos estão uma diversidade de instrumentos e situações, para
aprendendo e quais condições estão sendo ou não favoráveis possibi-litar, por um lado, avaliar as diferentes
para isso, o que diz respeito às responsabilida-des do sistema capacidades e con-teúdos curriculares em jogo e, por
educacional. outro lado, contrastar os dados obtidos e observar a
Um sistema educacional comprometido com o desen- transferência das aprendiza-gens em contextos diferentes.
volvimento das capacidades dos alunos, que se expressam É fundamental a utilização de diferentes códigos, como o
pela qualidade das relações que estabelecem e pela pro- verbal, o oral, o escrito, o gráfico, o numérico, o pictórico, de
fundidade dos saberes constituídos, encontra, na forma a se considerar as diferentes aptidões dos alunos. Por
avaliação, uma referência à análise de seus propósitos, exemplo, muitas vezes o aluno não domina a escrita
que lhe per-mite redimensionar investimentos, a fim de suficientemente para expor um raciocínio mais comple- xo
que os alunos aprendam cada vez mais e melhor e sobre como compreende um fato histórico, mas pode fa-zê-
atinjam os objetivos propostos. lo perfeitamente bem em uma situação de intercâmbio oral,
Esse uso da avaliação, numa perspectiva democrática, como em diálogos, entrevistas ou debates. Conside-rando
só poderá acontecer se forem superados o caráter de ter- essas preocupações, o professor pode realizar a ava-liação
minalidade e de medição de conteúdos aprendidos — tão por meio de:

123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
observação sistemática: acompanhamento do pro- nização lógica e interna dos conteúdos, as particularidades de
cesso de aprendizagem dos alunos, utilizando alguns ins- cada momento da escolaridade e as possibilidades de aprendi-
trumentos, como registro em tabelas, listas de controle, zagem decorrentes de cada etapa do desenvolvimento cogni-
diário de classe e outros; tivo, afetivo e social em uma determinada situação, na qual os
análise das produções dos alunos: considerar a va- alunos tenham boas condições de desenvolvimento do ponto de
riedade de produções realizadas pelos alunos, para que se vista pessoal e social. Os critérios de avaliação apontam as
possa ter um quadro real das aprendizagens conquistadas. experiências educativas a que os alunos devem ter acesso e são
Por exemplo: se a avaliação se dá sobre a competência dos consideradas essenciais para o seu desenvolvimento e sociali-
alunos na produção de textos, deve-se considerar a zação. Nesse sentido, os critérios de avaliação devem refletir de
totalidade dessa produção, que envolve desde os primei-ros forma equilibrada os diferentes tipos de capacidades e as três
registros escritos, no caderno de lição, até os registros das dimensões de conteúdos, e servir para encaminhar a progra-
atividades de outras áreas e das atividades realizadas mação e as atividades de ensino e aprendizagem.
especificamente para esse aprendizado, além do texto pro- É importante assinalar que os critérios de avaliação re-
duzido pelo aluno para os fins específicos desta avaliação; presentam as aprendizagens imprescindíveis ao final do ciclo
atividades específicas para a avaliação: nestas, os alu- e possíveis à maioria dos alunos submetidos às condições de
nos devem ter objetividade ao expor sobre um tema, ao aprendizagem propostas; não podem, no entanto, ser
responder um questionário. Para isso é importante, em pri- tomados como objetivos, pois isso significaria um
meiro lugar, garantir que sejam semelhantes às situações de injustificável rebaixa-mento da oferta de ensino e,
aprendizagem comumente estruturadas em sala de aula, isto consequentemente, o impedi-mento a priori da possibilidade
é, que não se diferenciem, em sua estrutura, das atividades de realização de aprendizagens consideradas essenciais.
que já foram realizadas; em segundo lugar, deixar claro para Os critérios não expressam todos os conteúdos que foram
os alunos o que se pretende avaliar, pois, inevitavelmente, os
trabalhados no ciclo, mas apenas aqueles que são fundamentais
alunos estarão mais atentos a esses aspectos.
para que se possa considerar que um aluno adquiriu as capaci-
Quanto mais os alunos tenham clareza dos conteúdos e
dades previstas de modo a poder continuar aprendendo no ci-
do grau de expectativa da aprendizagem que se espera, mais
clo seguinte, sem que seu aproveitamento seja comprometido.
terão condições de desenvolver, com a ajuda do professor,
Os Critérios de Avaliação por Área e por Ciclo, definidos
estratégias pessoais e recursos para vencer dificuldades.
nestes Parâmetros Curriculares Nacionais, ainda que indiquem o
A avaliação, apesar de ser responsabilidade do profes-
tipo e o grau de aprendizagem que se espera que os alunos
sor, não deve ser considerada função exclusiva dele. Dele-gá-
tenham realizado a respeito dos diferentes conteúdos, apre-
la aos alunos, em determinados momentos, é uma con-dição
sentam formulação suficientemente ampla para ser referên-cia
didática necessária para que construam instrumen-tos de
para as adaptações necessárias em cada escola, de modo a
auto-regulação para as diferentes aprendizagens. A auto-
poderem se constituir critérios reais para a avaliação e, por-
avaliação é uma situação de aprendizagem em que o aluno tanto, contribuírem para efetivar a concretização das intenções
desenvolve estratégias de análise e interpretação de suas educativas no decorrer do trabalho nos ciclos. Os critérios de
produções e dos diferentes procedimentos para se avaliar. avaliação devem permitir concretizações diversas por meio de
Além desse aprendizado ser, em si, importante, porque é diferentes indicadores; assim, além do enunciado que os defi-ne,
central para a construção da autonomia dos alu-nos, cumpre deverá haver um breve comentário explicativo que contri-bua
o papel de contribuir com a objetividade de-sejada na para a identificação de indicadores nas produções a serem
avaliação, uma vez que esta só poderá ser cons-truída com a avaliadas, facilitando a interpretação e a flexibilização desses
coordenação dos diferentes pontos de vista tanto do aluno critérios, em função das características do aluno e dos objetivos e
quanto do professor. conteúdos definidos.
Critérios de avaliação Exemplo de um critério de avaliação de Língua Portugue-
Avaliar significa emitir um juízo de valor sobre a realidade sa para o primeiro ciclo: “Escrever utilizando tanto o co-
que se questiona, seja a propósito das exigências de uma ação nhecimento sobre a correspondência fonográfica como
que se projetou realizar sobre ela, seja a propósito das suas sobre a segmentação do texto em palavras e frases.
consequências. Portanto, a atividade de avaliação exige critérios Com este critério espera-se que o aluno escreva textos
claros que orientem a leitura dos aspectos a serem avaliados. alfabeticamente. Isso significa utilizar corretamente a letra (o
No caso da avaliação escolar, é necessário que se estabe- grafema) que corresponda ao som (o fonema), ainda que a
leçam expectativas de aprendizagem dos alunos em conse- convenção ortográfica não esteja sendo respeitada. Espera-
quência do ensino, que devem se expressar nos objetivos, se, também, que o aluno utilize seu conhecimento sobre a
nos critérios de avaliação propostos e na definição do que segmentação das palavras e de frases, ainda que a convenção
será con-siderado como testemunho das aprendizagens. Do não esteja sendo respeitada (no caso da pala-vra, podem
contraste entre os critérios de avaliação e os indicadores tanto ocorrer uma escrita sem segmentação, como em
expressos na produção dos alunos surgirá o juízo de valor, ‘derepente’, como uma segmentação indevida, como em ‘de
que se constitui a essência da avaliação. pois’; no caso da frase, o aluno pode separar frases sem
Os critérios de avaliação têm um papel importante, pois utilizar o sistema de pontuação, fazendo uso de recursos
explicitam as expectativas de aprendizagem, considerando ob- como ‘e’, ‘aí’, ‘daí’, por exemplo)”.
jetivos e conteúdos propostos para a área e para o ciclo, a orga- A definição dos critérios de avaliação deve considerar

124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
aspectos estruturais de cada realidade; por exemplo, mui- A repetência deve ser um recurso extremo; deve ser
tas vezes, seja por conta das repetências ou de um estudada caso a caso, no momento que mais se adequar a
ingresso tardio na escola, a faixa etária dos alunos de cada aluno, para que esteja de fato a serviço da escola-
primeiro ciclo não corresponde aos sete ou oito anos. ridade com sucesso.
Sabe-se, também, que as condições de escolaridade em A permanência em um ano ou mais no ciclo deve ser
uma escola rural e multisseriada são bastante singulares, o compreendida como uma medida educativa para que o
que determinará expectativas de aprendizagem e, aluno tenha oportunidade e expectativa de sucesso e
portanto, de critérios de avaliação bastante diferenciados. motivação, para garantir a melhoria de condições para a
A adequação dos critérios estabelecidos nestes parâ- aprendizagem. Quer a decisão seja de reprovar ou apro-
metros e dos indicadores especificados ao trabalho que var um aluno com dificuldades, esta deve sempre ser
cada escola se propõe a realizar não deve perder de vista acompanhada de encaminhamentos de apoio e ajuda
a busca de uma meta de qualidade de ensino e para garantir a qualidade das aprendizagens e o desen-
aprendiza-gem explicitada na presente proposta. volvimento das capacidades esperadas.
Decisões associadas aos resultados da avaliação Tão As avaliações oficiais: boletins e diplomas
importante quanto o que e como avaliar são as de-
cisões pedagógicas decorrentes dos resultados da avalia-ção, Um outro lado na questão da avaliação é o aspecto
que não devem se restringir à reorganização da prática normativo do sistema de ensino que diz respeito ao con-
educativa encaminhada pelo professor no dia a dia; devem se trole social. À escola é socialmente delegada a tarefa de
referir, também, a uma série de medidas didáticas com- promover o ensino e a aprendizagem de determinados
plementares que necessitem de apoio institucional, como o conteúdos e contribuir de maneira efetiva na formação de
acompanhamento individualizado feito pelo professor fora seus cidadãos; por isso, a escola deve responder à socie-
da classe, o grupo de apoio, as lições extras e outras que dade por essa responsabilidade. Para tal, estabelece uma
cada escola pode criar, ou até mesmo a solicitação de profis- série de instrumentos para registro e documentação da
sionais externos à escola para debate sobre questões emer- avaliação e cria os atestados oficiais de aproveitamento.
gentes ao trabalho. A dificuldade de contar com o apoio Assim, as notas, conceitos, boletins, recuperações, apro-
institucional para esses encaminhamentos é uma realidade vações, reprovações, diplomas, etc., fazem parte das de-
que precisa ser alterada gradativamente, para que se pos- cisões que o professor deve tomar em seu dia a dia para
sam oferecer condições de desenvolvimento para os alunos responder à necessidade de um testemunho oficial e so-
com necessidades diferentes de aprendizagem. cial do aproveitamento do aluno. O professor pode apro-
A aprovação ou a reprovação é uma decisão pedagó- veitar os momentos de avaliação bimestral ou semestral,
gica que visa garantir as melhores condições de aprendi- quando precisa dar notas ou conceitos, para sistemati-zar
zagem para os alunos. Para tal, requer-se uma análise dos os procedimentos que selecionou para o processo de
professores a respeito das diferentes capacidades do aluno, avaliação, em função das necessidades psicopedagógicas.
que permitirão o aproveitamento do ensino na próxima sé- É importante ressaltar a diferença que existe entre a
rie ou ciclo. Se a avaliação está a serviço do processo de en- comunicação da avaliação e a qualificação. Uma coisa é a
sino e aprendizagem, a decisão de aprovar ou reprovar não necessidade de comunicar o que se observou na avalia-
deve ser a expressão de um “castigo” nem ser unicamente ção, isto é, o retorno que o professor dá aos alunos e aos
pautada no quanto se aprendeu ou se deixou de aprender pais do que pôde observar sobre o processo de aprendi-
dos conteúdos propostos. Para tal decisão é importante zagem, incluindo também o diálogo entre a sua avaliação
considerar, simultaneamente aos critérios de avaliação, os e a auto-avaliação realizada pelo aluno. Outra coisa é a
aspectos de sociabilidade e de ordem emocional, para que a qualificação que se extrai dela, e se expressa em notas ou
decisão seja a melhor possível, tendo em vista a continuida- conceitos, histórico escolar, boletins, diplomas, e cum-
de da escolaridade sem fracassos. No caso de reprovação, a prem uma função social. Se a comunicação da avaliação
discussão nos conselhos de classe, assim como a considera- estiver pautada apenas em qualificações, pouco poderá
ção das questões trazidas pelos pais nesse processo decisó- contribuir para o avanço significativo das aprendizagens;
rio, podem subsidiar o professor para a tomada de decisão mas, se as notas não forem o único canal que o professor
amadurecida e compartilhada pela equipe da escola. oferece de comunicação sobre a avaliação, podem cons-
Os altos índices de repetência em nosso país têm sido tituir-se uma referência importante, uma vez que já se
objeto de muita discussão, uma vez que explicitam o fracas-so instituem como representação social do aproveitamento
do sistema público de ensino, incomodando demais tanto escolar.
educadores como políticos. No entanto, muitas vezes se cria uma
falsa questão, em que a repetência é vista como um pro-blema ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
em si e não como um sintoma da má qualidade do ensino e, A conquista dos objetivos propostos para o ensino
consequentemente, da aprendizagem, que, de for-ma geral, o fundamental depende de uma prática educativa que te-
sistema educacional não tem conseguido resolver. Como nha como eixo a formação de um cidadão autônomo e
resultado, ao reprovar os alunos que não realizam as participativo. Nessa medida, os Parâmetros Curriculares
aprendizagens esperadas, cristaliza-se uma situação em que o Nacionais incluem orientações didáticas, que são subsí-
problema é do aluno e não do sistema educacional. dios à reflexão sobre como ensinar.

125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Na visão aqui assumida, os alunos constroem signifi- construção de seus próprios conhecimentos, valoriza suas
cados a partir de múltiplas e complexas interações. Cada experiências, seus conhecimentos prévios e a interação
aluno é sujeito de seu processo de aprendizagem, enquan-to professor-aluno e aluno-aluno, buscando essencialmente a
o professor é o mediador na interação dos alunos com os passagem progressiva de situações em que o aluno é di-
objetos de conhecimento; o processo de aprendizagem rigido por outrem a situações dirigidas pelo próprio aluno.
compreende também a interação dos alunos entre si, es- A autonomia refere-se à capacidade de posicionar-se,
sencial à socialização. Assim sendo, as orientações didáti-cas elaborar projetos pessoais e participar enunciativa e coo-
apresentadas enfocam fundamentalmente a interven-ção do perativamente de projetos coletivos, ter discernimento,
professor na criação de situações de aprendizagem coerentes organizar-se em função de metas eleitas, governar-se, par-
com essa concepção. ticipar da gestão de ações coletivas, estabelecer critérios e
Para cada tema e área de conhecimento correspon-de eleger princípios éticos, etc. Isto é, a autonomia fala de uma
um conjunto de orientações didáticas de caráter mais relação emancipada, íntegra com as diferentes dimen-sões
abrangente — orientações didáticas gerais — que indicam da vida, o que envolve aspectos intelectuais, morais, afetivos
como a concepção de ensino proposta se estabelece no e sóciopolíticos . Ainda que na escola se destaque a
tratamento da área. Para cada bloco de conteúdo corres- autonomia na relação com o conhecimento — saber o que se
pondem orientações didáticas específicas, que expressam quer saber, como fazer para buscar informações e
como determinados conteúdos podem ser tratados. Assim, as possibilidades de desenvolvimento de tal conhecimento,
orientações didáticas permeiam as explicitações sobre o manter uma postura crítica comparando diferentes visões e
ensinar e o aprender, bem como as explicações dos blocos reservando para si o direito de conclusão, por exemplo —,
de conteúdos ou temas, uma vez que a opção de recorte de ela não ocorre sem o desenvolvimento da autonomia moral
conteúdos para uma situação de ensino e aprendizagem é (capacidade ética) e emocional que envolvem auto--respeito,
também determinada pelo enfoque didático da área. respeito mútuo, segurança, sensibilidade, etc.
No entanto, há determinadas considerações a fazer a Como no desenvolvimento de outras capacidades, a
respeito do trabalho em sala de aula, que extravasam as fron- aprendizagem de determinados procedimentos e atitudes
teiras de um tema ou área de conhecimento. Estas conside- — tais como planejar a realização de uma tarefa, identificar
rações evidenciam que o ensino não pode estar limitado ao formas de resolver um problema, formular boas pergun-tas e
estabelecimento de um padrão de intervenção homogêneo e boas respostas, levantar hipóteses e buscar meios de verificá-
idêntico para todos os alunos. A prática educativa é bastan-te las, validar raciocínios, resolver conflitos, cuidar da própria
complexa, pois o contexto de sala de aula traz questões de saúde e da de outros, colocar- se no lugar do outro para
ordem afetiva, emocional, cognitiva, física e de relação pes- melhor refletir sobre uma determinada situação, con-siderar
soal. A dinâmica dos acontecimentos em uma sala de aula é as regras estabelecidas — é o instrumento para a construção
tal que mesmo uma aula planejada, detalhada e consistente da autonomia. Procedimentos e atitudes dessa natureza são
dificilmente ocorre conforme o imaginado: olhares, tons de objeto de aprendizagem escolar, ou seja, a es-cola pode
voz, manifestações de afeto ou desafeto e diversas outras va- ensiná-los planejada e sistematicamente criando situações
riáveis interferem diretamente na dinâmica prevista. No texto que auxiliem os alunos a se tornarem progressi-vamente
que se segue, são apontados alguns tópicos sobre didática mais autônomos. Por isso é importante que desde as séries
considerados essenciais pela maioria dos profissionais em iniciais as propostas didáticas busquem, em apro-ximações
educação: autonomia; diversidade; interação e cooperação; sucessivas, cada vez mais essa meta.
disponibilidade para a aprendizagem; organização do tem-
O desenvolvimento da autonomia depende de supor-tes
po; organização do espaço; e seleção de material.
materiais, intelectuais e emocionais. No início da esco-
Autonomia laridade, a intervenção do professor é mais intensa na defini-
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais a autonomia é ção desses suportes: tempo e forma de realização das ativi-
tomada ao mesmo tempo como capacidade a ser desen- dades, organização dos grupos, materiais a serem utilizados,
volvida pelos alunos e como princípio didático geral, resolução de conflitos, cuidados físicos, estabelecimentos de
orien-tador das práticas pedagógicas. etapas para a realização das atividades. Também é pre-ciso
A realização dos objetivos propostos implica necessa- considerar tanto o trabalho individual como o coletivo
riamente que sejam desde sempre praticados, pois não se cooperativo. O individual é potencializado pelas exigências
desenvolve uma capacidade sem exercê-la. Por isso didáti-ca feitas aos alunos para se responsabilizarem por suas ações,
é um instrumento de fundamental importância, na me-dida suas ideias, suas tarefas, pela organização pessoal e coletiva,
em que possibilita e conforma as relações que alunos e pelo envolvimento com o objeto de estudo. O trabalho em
educadores estabelecem entre si, com o conhecimento que grupo, ao valorizar a interação como instrumento de desen-
constroem, com a tarefa que realizam e com a institui-ção volvimento pessoal, exige que os alunos considerem dife-
escolar. Por exemplo, para que possa refletir, participar e renças individuais, tragam contribuições, respeitem as regras
assumir responsabilidades, o aluno necessita estar inseri-do estabelecidas, proponham outras, atitudes que propiciam o
em um processo educativo que valorize tais ações. desenvolvimento da autonomia na dimensão grupal.
Este é o sentido da autonomia como princípio didático É importante salientar que a autonomia não é um esta-
geral proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais: uma do psicológico geral que, uma vez atingido, esteja garanti-do
opção metodológica que considera a atuação do aluno na para qualquer situação. Por um lado, por envolver a ne-

126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

cessidade de conhecimentos e condições específicas, uma são fundamentais as situações em que possam aprender a
pessoa pode ter autonomia para atuar em determinados dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, apro-
campos e não em outros; por outro, por implicar o estabe- veitar críticas, explicar um ponto de vista, coordenar ações
lecimento de relações democráticas de poder e autoridade é para obter sucesso em uma tarefa conjunta, etc. É essen-
possível que alguém exerça a capacidade de agir com au- cial aprender procedimentos dessa natureza e valorizá-los
tonomia em algumas situações e não noutras, nas quais não como forma de convívio escolar e social. Trabalhar em
pode interferir. É portanto necessário que a escola busque grupo de maneira cooperativa é sempre uma tarefa difícil,
sua extensão aos diferentes campos de atuação. Para tanto, é mesmo para adultos convencidos de sua necessidade.
necessário que as decisões assumidas pelo professor auxi- A criação de um clima favorável a esse aprendizado
liem os alunos a desenvolver essas atitudes e a aprender os depende do compromisso do professor em aceitar contri-
procedimentos adequados a uma postura autônoma, que só buições dos alunos (respeitando-as, mesmo quando apre-
será efetivamente alcançada mediante investimentos sis- sentadas de forma confusa ou incorreta) e em favorecer o
respeito, por parte do grupo, assegurando a participação
temáticos ao longo de toda a escolaridade.
de todos os alunos.
Diversidade Assim, a organização de atividades que favoreçam a
As adaptações curriculares previstas nos níveis de concre- fala e a escrita como meios de reorganização e reconstru-
tização apontam a necessidade de adequar objetivos, conteú- ção das experiências compartilhadas pelos alunos ocupa
dos e critérios de avaliação, de forma a atender a diversidade papel de destaque no trabalho em sala de aula. A comuni-
existente no País. Essas adaptações, porém, não dão conta da cação propiciada nas atividades em grupo levará os
diversidade no plano dos indivíduos em uma sala de aula. alunos a perceberem
Para corresponder aos propósitos explicitados nestes a necessidade de dialogar, resolver mal-entendidos,
parâmetros, a educação escolar deve considerar a diver- ressaltar diferenças e semelhanças, explicar e exemplificar,
sidade dos alunos como elemento essencial a ser tratado apropriando-se de conhecimentos.
para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem. O estabelecimento de condições adequadas para a
Atender necessidades singulares de determinados alunos é interação não pode estar pautado somente em questões
estar atento à diversidade: é atribuição do professor conside-rar cognitivas. Os aspectos emocionais e afetivos são tão
a especificidade do indivíduo, analisar suas possibilidades de rele-vantes quanto os cognitivos, principalmente para os
aprendizagem e avaliar a eficácia das medidas adotadas. alunos prejudicados por fracassos escolares ou que não
A atenção à diversidade deve se concretizar em medi- estejam interessados no que a escola pode oferecer. A
das que levem em conta não só as capacidades afetivida-de, o grau de aceitação ou rejeição, a
intelectuais e os conhecimentos de que o aluno dispõe, competitividade e o ritmo de produção estabelecidos em
mas também seus interesses e motivações. Esse conjunto um grupo interferem diretamente na produção do
constitui a ca-pacidade geral do aluno para aprendizagem trabalho. A participação de um aluno muitas vezes varia
em um deter-minado momento. em função do grupo em que está inserido.
Desta forma, a atuação do professor em sala de aula Em síntese, a disponibilidade cognitiva e emocional dos
deve levar em conta fatores sociais, culturais e a história alunos para a aprendizagem é fator essencial para que haja
educativa de cada aluno, como também características uma interação cooperativa, sem depreciação do cole-ga por
pessoais de déficit sensorial, motor ou psíquico, ou de su- sua eventual falta de informação ou incompreensão.
perdotação intelectual. Deve-se dar especial atenção ao Aprender a conviver em grupo supõe um domínio progres-
aluno que demonstrar a necessidade de resgatar a auto-- sivo de procedimentos, valores, normas e atitudes.
estima. Trata-se de garantir condições de aprendizagem a A organização dos alunos em grupos de trabalho in-
todos os alunos, seja por meio de incrementos na inter- fluencia o processo de ensino e aprendizagem, e pode ser
venção pedagógica ou de medidas extras que atendam às otimizada quando o professor interfere na organização
necessidades individuais. dos grupos. Organizar por ordem alfabética ou por idade
A escola, ao considerar a diversidade, tem como valor não é a mesma coisa que organizar por gênero ou por
máximo o respeito às diferenças — não o elogio à desi- capaci-da- des específicas; por isso é importante que o
gualdade. As diferenças não são obstáculos para o cum- professor discuta e decida os critérios de agrupamento
primento da ação educativa; podem e devem, portanto, dos alunos. Por exemplo: desempenho diferenciado ou
ser fator de enriquecimento. próximo, equi-líbrio entre meninos e meninas, afinidades
Concluindo, a atenção à diversidade é um princípio para o trabalho e afetividade, possibilidade de
comprometido com a eqüidade, ou seja, com o direito de cooperação, ritmo de tra-balho, etc.
todos os alunos realizarem as aprendizagens Não existe critério melhor ou pior de organização de
fundamentais para seu desenvolvimento e socialização. grupos para uma atividade. É necessário que o professor
decida a forma de organização social em cada tipo de ati-
Interação e cooperação vidade, em cada momento do processo de ensino e apren-
Um dos objetivos da educação escolar é que os alunos dizagem, em função daqueles alunos específicos. Agrupa-
aprendam a assumir a palavra enunciada e a conviver em mentos adequados, que levem em conta a diversidade dos
grupo de maneira produtiva e cooperativa. Dessa forma, alunos, tornam-se eficazes na individualização do ensino.

127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Nas escolas multisseriadas, as decisões sobre agrupa- Nesse enfoque de abordagem profunda da aprendi-
mentos adquirem especial relevância. É possível reunir zagem, o tempo reservado para a atuação dos alunos é
gru-pos que não sejam estruturados por série e sim por determinante. Se a exigência é de rapidez, a saída mais
objeti-vos, em que a diferenciação se dê pela exigência co-mum é estudar de forma superficial. O professor
adequada ao desempenho de cada um. precisa buscar um equilíbrio entre as necessidades da
O convívio escolar pretendido depende do estabeleci- aprendiza-gem e o exíguo tempo escolar, coordenando-o
mento de regras e normas de funcionamento e de compor- para cada proposta que encaminha.
tamento que sejam coerentes com os objetivos definidos no Outro fator que interfere na disponibilidade do aluno
projeto educativo. A comunicação clara dessas normas pos- para a aprendizagem é a unidade entre escola, sociedade
sibilita a compreensão pelos alunos das atitudes de discipli- e cultura, o que exige trabalho com objetos sócioculturais
do cotidiano extra-escolar, como, por exemplo, jornais, re-
na demonstradas pelos professores dentro e fora da classe.
vistas, filmes, instrumentos de medida, etc., sem esvaziá-
Disponibilidade para a aprendizagem los de significado, ou seja, sem que percam sua função
social real, contribuindo, assim, para imprimir sentido às
Para que uma aprendizagem significativa possa acon- ativida-des escolares.
tecer, é necessária a disponibilidade para o envolvimento do Mas isso tudo não basta. Mesmo garantindo todas es-sas
aluno na aprendizagem, o empenho em estabelecer re-lações condições, pode acontecer que a ansiedade presente na
entre o que já sabe e o que está aprendendo, em usar os situação de aprendizagem se torne muito intensa e im-peça
instrumentos adequados que conhece e dispõe para alcançar uma atitude favorável. A ansiedade pode estar ligada ao
a maior compreensão possível. Essa aprendi-zagem exige medo de fracasso, desencadeado pelo sentimento de in-
uma ousadia para se colocar problemas, bus-car soluções e capacidade para realização da tarefa ou de insegurança em
experimentar novos caminhos, de maneira totalmente relação à ajuda que pode ou não receber de seu professor,
diferente da aprendizagem mecânica, na qual o aluno limita ou de seus colegas, e consolidar um bloqueio para aprender.
seu esforço apenas em memorizar ou estabe-lecer relações Quando o sujeito está aprendendo, se envolve inteira-
diretas e superficiais. mente. O processo, assim como seu resultado, repercutem de
A aprendizagem significativa depende de uma motivação forma global. Assim, o aluno, ao desenvolver as ativida-des
intrínseca, isto é, o aluno precisa tomar para si a necessidade e a escolares, aprende não só sobre o conteúdo em ques-tão
vontade de aprender. Aquele que estuda apenas para pas-sar de mas também sobre o modo como aprende, construin-do
ano, ou para tirar notas, não terá motivos suficientes para uma imagem de si como estudante. Essa auto imagem é
também influenciada pelas representações que o professor e
empenhar-se em profundidade na aprendizagem.
seus colegas fazem dele e, de uma forma ou outra, são
A disposição para a aprendizagem não depende exclu- explicitadas nas relações interpessoais do convívio escolar.
sivamente do aluno, demanda que a prática didática garan-ta Falta de respeito e forte competitividade, se estabelecidas na
condições para que essa atitude favorável se manifeste e classe, podem reforçar os sentimentos de incompetên-cia de
prevaleça. Primeiramente, a expectativa que o professor tem certos alunos e contribuir de forma efetiva para con-solidar o
do tipo de aprendizagem de seus alunos fica definida no seu fracasso.
contrato didático estabelecido. Se o professor espera uma O aluno com um autoconceito negativo, que se consi-
atitude curiosa e investigativa, deve propor priorita-riamente dera fracassado na escola, ou admite que a culpa é sua e
atividades que exijam essa postura, e não a pas-sividade. se convence de que é um incapaz, ou vai buscar ao seu
Deve valorizar o processo e a qualidade, e não apenas a redor outros culpados: o professor é chato, as lições não
rapidez na realização. Deve esperar estratégias criativas e servem para nada. Acaba por desenvolver
originais e não a mesma resposta de todos. comportamentos pro-blemáticos e de indisciplina.
A intervenção do professor precisa, então, garantir que o Aprender é uma tarefa árdua, na qual se convive o tem-
aluno conheça o objetivo da atividade, situe-se em rela-ção à po inteiro com o que ainda não é conhecido. Para o suces-so
tarefa, reconheça os problemas que a situação apre-senta, e da empreitada, é fundamental que exista uma relação de
seja capaz de resolvê-los. Para tal, é necessário que o confiança e respeito mútuo entre professor e aluno, de
professor proponha situações didáticas com objetivos e maneira que a situação escolar possa dar conta de todas as
determinações claros, para que os alunos possam tomar questões de ordem afetiva. Mas isso não fica garantido ape-
decisões pensadas sobre o encaminhamento de seu tra- nas e exclusivamente pelas ações do professor, embora se-
balho, além de selecionar e tratar ajustadamente os con- jam fundamentais dada a autoridade que ele representa, mas
teúdos. A complexidade da atividade também interfere no também deve ser conseguido nas relações entre os alunos. O
envolvimento do aluno. Um nível de complexidade muito trabalho educacional inclui as intervenções para que os alu-
elevado, ou muito baixo, não contribui para a reflexão e o nos aprendam a respeitar diferenças, a estabelecer vínculos
debate, situação que indica a participação ativa e compro- de confiança e uma prática cooperativa e solidária.
missada do aluno no processo de aprendizagem. As ativi- Em geral, os alunos buscam corresponder às expectati-
dades propostas precisam garantir organização e ajuste às vas de aprendizagem significativa, desde que haja um clima
reais possibilidades dos alunos, de forma que cada uma não favorável de trabalho, no qual a avaliação e a observação do
seja nem muito difícil nem demasiado fácil. Os alunos devem caminho por eles percorrido seja, de fato, instrumen-to de
poder realizá-la numa situação desafiadora. auto-regulação do processo de ensino e aprendiza-

128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

gem. Quando não se instaura na classe um clima favorável tratado dessa maneira, passa a ser objeto de aprendi-
de confiança, compromisso e responsabilidade, os zagem e respeito, o que somente ocorrerá por meio de
investimentos sistemáticos ao longo da escolaridade.
encami-nhamentos do professor ficam comprometidos.
É importante salientar que o espaço de aprendiza-
Organização do tempo gem não se restringe à escola, sendo necessário pro-por
A consideração do tempo como variável que interfere atividades que ocorram fora dela. A programação deve
na construção da autonomia permite ao professor criar si- contar com passeios, excursões, teatro, cinema, visitas a
tuações em que o aluno possa progressivamente fábricas, marcenarias, padarias, enfim, com as
controlar a realização de suas atividades. Por meio de possibilidades existentes em cada local e as necessida-des
erros e acertos, o aluno toma consciência de suas de realização do trabalho escolar.
possibilidades e constrói mecanismos de auto-regulação No dia a dia devem-se aproveitar os espaços ex-
que possibilitam decidir como alocar seu tempo. ternos para realizar atividades cotidianas, como ler, contar
Por essa razão, são importantes as atividades em que histórias, fazer desenho de observação, buscar materiais
o professor seja somente um orientador do trabalho, ca-
para coleções. Dada a pouca infra-estrutura de muitas
bendo aos alunos o planejamento e a execução, o que os
levará a decidir e a vivenciar o resultado de suas decisões escolas, é preciso contar com a improvisação de espaços
sobre o uso do tempo. para o desenvolvimento de atividades es-pecíficas de
Delegar esse controle não quer dizer, de modo al- laboratório, teatro, artes plásticas, música, esportes, etc.
gum, que os alunos devam arbitrar livremente a respeito Concluindo, a utilização e a organização do espaço e
de como e quando atuar na escola. A vivência do controle do tempo refletem a concepção pedagógica e inter-ferem
do tempo pelos alunos se insere dentro de limites crite-
diretamente na construção da autonomia.
riosamente estabelecidos pelo professor, que se tornarão
menos restritivos à medida que o grupo desenvolva sua Seleção de material
autonomia. Todo material é fonte de informação, mas nenhum
Assim, é preciso que o professor defina claramente as deve ser utilizado com exclusividade. É importante ha-ver
atividades, estabeleça a organização em grupos, disponi- diversidade de materiais para que os conteúdos possam
bilize recursos materiais adequados e defina o período de ser tratados da maneira mais ampla possível.
execução previsto, dentro do qual os alunos serão livres O livro didático é um material de forte influência na
para tomar suas decisões. Caso contrário, a prática de sala prática de ensino brasileira. É preciso que os pro-fessores
de aula torna-se insustentável pela indisciplina que gera. estejam atentos à qualidade, à coerência e a eventuais
Outra questão relevante é o horário escolar, que deve restrições que apresentem em relação aos objetivos
obedecer ao tempo mínimo estabelecido pela legislação educacionais propostos. Além disso, é im-portante
vigente para cada uma das áreas de aprendizagem do considerar que o livro didático não deve ser o único
cur-rículo. A partir desse critério, e em função das opções material a ser utilizado, pois a variedade de fontes de
do projeto educativo da escola, é que se poderá fazer a informação é que contribuirá para o aluno ter uma visão
distri-buição horária mais adequada. ampla do conhecimento.
No terceiro e no quarto ciclos, nos quais as aulas se Materiais de uso social frequente são ótimos recur-
organizam por áreas com professores específicos e tempo sos de trabalho, pois os alunos aprendem sobre algo que
previamente estabelecido, é interessante pensar que uma tem função social real e se mantêm atualizados sobre o
das maneiras de otimizar o tempo escolar é organizar que acontece no mundo, estabelecendo o vín-culo
aulas duplas, pois assim o professor tem condições de necessário entre o que é aprendido na escola e o
propor atividades em grupo que demandam maior tempo conhecimento extra- escolar. A utilização de materiais
diversificados como jornais, revistas, folhetos, propa-
(aulas curtas tendem a ser expositivas).
gandas, computadores, calculadoras, filmes, faz o alu-no
Organização do espaço sentir-se inserido no mundo à sua volta.
Uma sala de aula com carteiras fixas dificulta o trabalho É indiscutível a necessidade crescente do uso de
em grupo, o diálogo e a cooperação; armários trancados não computadores pelos alunos como instrumento de
ajudam a desenvolver a autonomia do aluno, como também aprendizagem escolar, para que possam estar atuali-zados
não favorecem o aprendizado da preservação do bem em relação às novas tecnologias da informação e se
coletivo. A organização do espaço reflete a concepção instrumentalizarem para as demandas sociais pre-sentes e
metodológica adotada pelo professor e pela escola. futuras.
Em um espaço que expresse o trabalho proposto nos A menção ao uso de computadores, dentro de um
Parâmetros Curriculares Nacionais é preciso que as cartei- amplo leque de materiais, pode parecer
ras sejam móveis, que as crianças tenham acesso aos ma- descabida perante as reais condições das escolas, pois
teriais de uso frequente, as paredes sejam utilizadas para muitas não têm sequer giz para trabalhar. Sem dú-vida
exposição de trabalhos individuais ou coletivos, desenhos, essa é uma preocupação que exige posicionamen-to e
murais. Nessa organização é preciso considerar a possi- investimento em alternativas criativas para que as metas
bilidade de os alunos assumirem a responsabilidade pela sejam atingidas.
decoração, ordem e limpeza da classe. Quando o espaço é

129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Considerações finais conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e
A qualidade da atuação da escola não pode depender adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos bási-
somente da vontade de um ou outro professor. É preci-so a cos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade
participação conjunta dos profissionais (orientadores, em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
supervisores, professores polivalentes e especialistas) para utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemáti-
tomada de decisões sobre aspectos da prática didática, bem ca, gráfica, plástica e corporal
como sua execução. Essas decisões serão necessaria-mente — como meio para produzir, expressar e comunicar
diferenciadas de escola para escola, pois dependem do suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais,
ambiente local e da formação dos professores. em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes
As metas propostas não se efetivarão a curto prazo. É intenções e situações de comunicação;
necessário que os profissionais estejam comprometidos, saber utilizar diferentes fontes de informação e recur-sos
disponham de tempo e de recursos. Mesmo em condições tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;
ótimas de recursos, dificuldades e limitações sempre es- questionar a realidade formulando-se problemas e
tarão presentes, pois na escola se manifestam os conflitos tratando de resolvê-los, utilizando para isso o
existentes na sociedade. pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a
As considerações feitas pretendem auxiliar os professo- capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos
res na reflexão sobre suas práticas e na elaboração do proje- e verificando sua ade-quação.
to educativo de sua escola. Não são regras a respeito do que
devem ou não fazer. No entanto, é necessário estabelecer ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DOS
acordos nas escolas em relação às estratégias didáticas mais PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
adequadas. A qualidade da intervenção do professor sobre o
aluno ou grupo de alunos, os materiais didáticos, horá-rios, Todas as definições conceituais, bem como a estrutura
espaço, organização e estrutura das classes, a seleção de organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais, fo-ram
pautadas nos Objetivos Gerais do Ensino Fundamen-tal, que
conteúdos e a proposição de atividades concorrem para que
estabelecem as capacidades relativas aos aspectos cognitivo,
o caminho seja percorrido com sucesso.
afetivo, físico, ético, estético, de atuação e de in-serção social,
OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL de forma a expressar a formação básica neces-sária para o
exercício da cidadania. Essas capacidades, que os alunos
Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como devem ter adquirido ao término da escolaridade obrigatória,
objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam ca- devem receber uma abordagem integrada em todas as áreas
pazes de: constituintes do ensino fundamental. A sele-ção adequada
• compreender a cidadania como participação social e dos elementos da cultura — conteúdos — é que contribuirá
política, assim como exercício de direitos e deveres políti- para o desenvolvimento de tais capacidades arroladas como
cos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de soli- Objetivos Gerais do Ensino Fundamental.
dariedade, cooperação e repúdio às injustiças, Os documentos das áreas têm uma estrutura comum:
respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; iniciam com a exposição da Concepção de Área para todo
• posicionar-se de maneira crítica, responsável e cons- o ensino fundamental, na qual aparece definida a
trutiva nas diferentes situações sociais, utilizando o fundamen-tação teórica do tratamento da área nos
diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar Parâmetros Curri-culares Nacionais.
decisões co-letivas; Os Objetivos Gerais de Área, da mesma forma que os Ob-
• conhecer características fundamentais do Brasil nas jetivos Gerais do Ensino Fundamental, expressam capacidades
dimensões sociais, materiais e culturais como meio para que os alunos devem adquirir ao final da escolaridade obriga-
construir progressivamente a noção de identidade tória, mas diferenciam-se destes últimos por explicitar a con-
nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País; tribuição específica dos diferentes âmbitos do saber presentes na
• conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio só- cultura; trata-se, portanto, de objetivos vinculados ao corpo de
ciocultural brasileiro, bem como aspectos sócioculturais conhecimentos de cada área. Os Objetivos Gerais do Ensino
de outros povos e nações, posicionando-se contra Fundamental e os Objetivos Gerais de Área para o Ensino Fun-
qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, damental foram formulados de modo a respeitar a diversidade
de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras social e cultural e são suficientemente amplos e abrangentes
carac- terís-ticas individuais e sociais; para que possam conter as especificidades locais.
• perceber-se integrante, dependente e agente trans- O ensinar e o aprender em cada ciclo enfoca as necessi-
formador do ambiente, identificando seus elementos e as dades e possibilidades de trabalho da área no ciclo e indica
interações entre eles, contribuindo ativamente para a me- os Objetivos de Ciclo por Área, estabelecendo as conquis-tas
lhoria do meio ambiente; intermediárias que os alunos deverão atingir para que
• desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo progressivamente cumpram com as intenções educativas
e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, gerais. Segue-se a apresentação dos Blocos de Conteúdos
física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e e/ou Organizações Temáticas de Área por Ciclo. Esses con-
de inserção social, para agir com perseveran- ça na busca teúdos estão detalhados em um texto explicativo dos con-
de conhecimento e no exercício da cidadania; teúdos que abrangem e das principais orientações didáticas

130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
que envolvem. Nesta primeira fase de definição dos Parâme- ideia para a prática. Elas não se deram conta de que há uma
tros Curriculares Nacionais, segundo prioridade dada pelo diferença grande entre trabalhar de maneira integrada - tendo
Ministério da Educação e do Desporto, há especificação dos um bom projeto político-pedagógico (PPP), no qual os
Blocos de Conteúdos apenas para primeiro e segundo ciclos. conteúdos conversam - e a crença de que todos os temas
A eleição de objetivos e conteúdos de área por ciclo está precisam ser abordados pela equipe docente inteira. “Há hoje
diretamente relacionada com os Objetivos Gerais do Ensino uma preocupação excessiva em relacionar áreas, como se isso
Fundamental e com os Objetivos Gerais de Área, da mesma fosse pré-requisito para obter um bom resultado”, explica Bea-
forma que também expressa a concepção de área adotada. triz Gouveia, coordenadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
Os Critérios de Avaliação explicitam as aprendizagens Tomemos como exemplo uma sequência sobre ani-mais
fundamentais a serem realizadas em cada ciclo e se marinhos para a Educação Infantil. O principal con-teúdo é
consti-tuem em indicadores para a reorganização do de Ciências, mas, na tentativa de tornar a proposta
processo de ensino e aprendizagem. Vale reforçar que tais interdisciplinar, é sugerido que em Matemática os alunos
critérios não devem ser confundidos com critérios de contem os animais estudados. “O resultado é um trabalho
aprovação e repro-vação de alunos. que não aprofunda o ensino dos temas eleitos e aborda su-
O último item são as Orientações Didáticas, que discu- perficialmente as várias áreas, sem garantir aprendizagens
tem questões sobre a aprendizagem de determinados con- efetivas”, comenta Denise. Em vez de ser uma atividade in-
teúdos e sobre como ensiná-los de maneira coerente com a terdisciplinar, o que se tem é um tema subdividido.
fundamentação explicitada anteriormente.
Outro problema comum é considerar interdisciplinar
um trabalho de uma área específica, que apenas aproveita
recursos de outra. Usar um texto científico em uma aula
de Ciências, por exemplo, não é trabalhar Língua
PROJETOS INTERDISCIPLINARES. Portuguesa. Isso porque se os alunos apenas leram em
sala não houve esforço voltado ao ensino da língua. “Faz
parte da atua-ção do professor de Ciências refletir sobre o
que é ler na disciplina em que leciona e as especificidades
Você certamente já participou, ou já ouviu falar, de dos textos que utiliza. Não é preciso que isso seja feito
projetos interdisciplinares. O modelo está incluído no co- pelo docente de Língua Portuguesa”, explica Ana
tidiano de diversas escolas e é uma boa alternativa para
Espinosa, professora de Ciências da Educação, da
integrar diferentes matérias e dar espaço para que alguns
Universidade de Buenos Aires (UBA), na Argentina.
temas sejam abordados de uma maneira mais completa.
Muitas vezes, há um grande engajamento da comunida-de Quando e como realizar um projeto
escolar nessas iniciativas, mas não fica claro o que os alunos
aprenderam em cada uma das disciplinas. Por isso, é preciso Trabalhos integrados podem ser propostos tanto por um
olhar com atenção como a proposta está sendo construída, mesmo professor, que organiza uma sequência com objetivos
quais temas serão envolvidos e o que vai ser de fato relativos a mais de uma área, quanto por dois ou mais docentes,
ensinado aos estudantes (A divisão em disciplinas é uma que atuam juntos. Para realizar um bom projeto, é importante
prática necessária para a organização das escolas e do começar se perguntando se há conteúdos específicos de cada
ensino. É claro que o conhecimento não se limita a uma ou uma das disciplinas que podem ser trabalhados juntos e se a ar-
outra área. “Na vida, os conteúdos estão integrados”, res- ticulação entre eles ajudará no aprendizado. É essencial prestar
salta Denise Guilherme, assessora pedagógica de formação atenção se o aluno passará a um nível maior de conhecimento
de professores de redes municipais de Educação. Essa visão em todas as áreas. Caso isso ocorra em apenas uma delas, é
mais ampla do saber existe desde a Antiguidade clássica, mas melhor repensar. Lembre-se de que não precisa incluir muitas
o conceito de interdisciplinaridade só ganhou força no final disciplinas - em geral, um tema só é relevante para poucas.
da década de 1960, quando universitários franceses brigaram Definidas as áreas, as etapas do trabalho precisam ser
pelo fim da fragmentação dos conteúdos e por um pensadas conjuntamente. “Os professores devem trabalhar
aprendizado mais voltado a temas políticos e sociais. em parceria e observar como aproveitar bem os pontos de
As reivindicações encontraram eco no Brasil pelos ensi- interseção favoráveis ao aprendizado dos estudantes”, explica
namentos de Paulo Freire (1921-1997). O educador defen-dia Denise. Nessa etapa, é importante definir um pla-nejamento
que era preciso entender de maneira geral o universo em que para cada disciplina, com diagnóstico inicial, expectativas de
se está inserido para só então estudar as parti-cularidades de aprendizagem, sequência de atividades e proposta de
cada assunto. “Faltando aos homens uma compreensão avaliação. E precisam ser colocados os objeti-vos gerais que
crítica da totalidade em que estão, não po-dem conhecê-la. vão envolver as diversas frentes.
Para conhecê-la, seria necessário partir do ponto inverso. Com o planejamento feito, é hora de colocá-lo em prática,
Seria indispensável ter antes a visão totali-zada do contexto lembrando sempre de conversar com o colega para garantir os
para, em seguida, separarem ou isolarem os elementos”, resultados. Assim, a interdisciplinaridade deixa de ser uma moda
explica no livro Pedagogia do Oprimido Com o tempo, esses pedagógica e passa a ser útil ao aprimoramento do ensino.
conceitos foram incorporados ao dis-curso dos docentes e
chegaram às salas de aula. Algumas escolas, no entanto, não Tema: https://novaescola.org.br/conteudo/1702/inter-
souberam bem como transpor a disciplinaridade-que-funciona

131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

O papel da escola ao trabalhar Temas transversais é


TEMAS TRANSVERSAIS. facilitar, fomentar e integrar as ações de modo contextua-
lizado, através da interdisciplinaridade e transversalidade,
buscando não fragmentar em blocos rígidos os conheci-
mentos, para que a Educação realmente constitua o meio
Os temas transversais são constituídos pelos Parâme-tros de transformação social.
Curriculares Nacionais (PCN’s) e compreendem seis áreas:
Ética (Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo, Solidarie-dade), Fonte: https://educador.brasilescola.uol.com.br/ges-
Orientação Sexual (Corpo: Matriz da sexualidade, relações de tao-educacional/os-temas-transversais-na-escola-basica.
gênero, prevenções das doenças sexualmente Transmissíveis) htm
, Meio Ambiente (Os ciclos da natureza, so-ciedade e meio
ambiente, manejo e conservação ambiental) , Saúde
(autocuidado, vida coletiva), Pluralidade Cultural (Plu-ralidade DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NA
Cultural e a Vida das Crianças no Brasil, constituição da
pluralidade cultural no Brasil, o Ser Humano como agente
NOVA LDB.
social e produtor de cultura, Pluralidade Cultural e Cidadania)
e Trabalho e Consumo (Relações de Trabalho; Trabalho, Con-
sumo, Meio Ambiente e Saúde; Consumo, Meios de Comu-
nicação de Massas, Publicidade e Vendas; Direitos Humanos, Prezado Candidato , o tema acima supraciotado ,
Cidadania). Podemos também trabalhar temas locais como: já foi abordado em tópicos anteriores.
Trabalho , Orientação para o Trânsito, etc.
Os temas transversais expressam conceitos e valores básicos
à democracia e à cidadania e obedecem a questões importan-tes AMBIENTE EDUCACIONAL E FAMILIAR,
e urgentes para a sociedade contemporânea. A ética, o meio
ambiente, a saúde, o trabalho e o consumo, a orientação sexual e
a pluralidade cultural não são disciplinas autônomas, mas temas
que permeiam todas as áreas do conhecimento, eestão sendo
Trataremos, agora a relação entre escola e a família;
intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas
destacaremos alguns importantes aspectos no que se
famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano.
refe-re ao papel e responsabilidades dessas duas
Os Temas Transversais caracterizam-se por um conjun-to
instituições, e como as mesmas interagem na consecução
de assuntos que aparecem transversalizados em áreas
de um objetivo comum: a aprendizagem das crianças.
determinadas do currículo, que se constituem na neces-
A sociedade tem passado por profundas mudanças
sidade de um trabalho mais significativo e expressivo de
nas últimas décadas, mudanças estas que tem afetado de
temáticas sociais na escola.Alguns critérios utilizados para a
forma fundamental a estrutura e equilíbrio das famílias. A
sua constituição se relacionam à urgência social ,a abran-
escola também, ainda que de forma mais lenta e compas-
gência nacional, à possibilidade de ensino e aprendizagem na
sada, tem procurado se adaptar a essas mudanças, mas o
Educação Básica e no favorecimento à compreensão do
que urge nos nossos dias é a interação entre ambas, pro-
ensino/aprendizagem, assim como da realidade e da par-
movendo uma maior eficiência na educação e ensino das
ticipação social. São temas que envolvem um aprender so-
crianças.
bre a realidade, na realidade e da realidade, preocupando--se
“Costuma-se dizer que a família educa e a escola en-
também em interferir na realidade para transformá-la.
sina, ou seja, à família cabe oferecer à criança e ao adoles-
Os temas transversais atuam como eixo unificador, em
cente a pauta ética para a vida em sociedade e a escola
torno do qual organizam-se as disciplinas, devendo ser
instruí-lo, para que possam fazer frente às exigências
tra-balhados de modo coordenado e não como um
com-petitivas do mundo na luta pela sobrevivência”
assunto descontextualizado nas aulas. O que importa é (OSORIO, 1996, p.82).
que os alu-nos possam construir significados e conferir A escola como detentora do conhecimento científico
sentido àquilo que aprendem. Quando enfocamos o tema deve fornecer e promover nessa relação, todo seu cabe-
transversal Tra-balho e Consumo, poderemos enfatizar a dal de conhecimento de forma que esse esforço leve em
informação das relações de trabalho em várias épocas e a consideração os aspectos particulares da situação social e
sua dimensão histórica, assim como comparar diversas cultural hora vigente, e que influenciam de forma decisiva
modalidades de trabalho, como o comunitário, a o equilíbrio familiar.
escravidão, a exploração, o trabalho livre, o assalariado. Por sua vez as famílias, responsáveis pelo desenvolvi-
Poderemos também analisar a influência da publicidade mento social e psicológico de seus filhos, devem buscar a
na vida das pessoas, enfocan-do a Industria Cultural. interação com a escola, promovendo, questionando, su-
Refletir como a propaganda disse-mina atitudes de vida,
gerindo e interagindo de forma a fornecer elementos que
padrões de beleza e condutas que manifestam valores e
através de discussões e ampla comunicação com os edu-
expectativas. Analisar criticamente o anseio de consumo e
cadores promovam as iniciativas que vão de encontro às
a autêntica necessidade de adquirir produtos e serviços.
necessidades dos educando.

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Uma ligação estreita e continuada entre os profes- Quando a criança se sente ouvida, apoiada, prestigia-
sores e os pais leva, pois, a muita coisa mais que a uma da, se sente mais estimulada para aprender e aproveitar
informação mutua: este intercâmbio acaba resultando em todas as oportunidades que a escola promove.
ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoa-mento Neste processo ganha a criança, a família e a escola.
real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das
Neste processo somos todos vencedores!
preocupações profissionais dos pais, e ao pro-porcionar,
reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da Fonte:http://www.escolavillare.com.br/a-importancia--
escola, chega-se até mesmo a uma divisão de
da-participacao-dos-pais-na-vida-escolar-dos-filhos/
responsabilidades... (PIAGET, 1972 Apud JARDIM,
2006,p.50).
Necessário se faz uma abordagem individualizada
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
dessas duas instituições para uma melhor compreensão
INDÍGENA.
de sua situação atual e como isso influencia a relação
família escola, foco dessa abordagem.
Fonte:https://monografias.brasilescola.uol.com.br/
educacao/interacao-entre-escola-familia-no-processo-- Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de
manifestações culturais do Brasil que sofreram algum grau de
ensino-aprendizagem.htm
influência da cultura africana desde os tempos do Bra-sil
colônia até a atualidade. A cultura da África chegou ao Brasil,
em sua maior parte, trazida pelos escravos negros na época
PARTICIPAÇÃO DOS PAIS. do tráfico transatlântico de escravos. No Brasil a cultura
africana sofreu também a influência das culturas europeia
(principalmente portuguesa) e indígena, de forma que
características de origem africana na cultura brasilei-ra
A demonstração de interesse pela vida escolar dos encontram-se em geral mescladas a outras referências
filhos é parte fundamental em seu processo de aprendi- culturais. Traços fortes da cultura africana podem ser en-
zagem. Ao perceber que pais e família se interessam por contrados hoje em variados aspectos da cultura brasileira,
seus estudos e por suas experiências escolares a criança como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as
sente- se valorizada, desenvolvendo-se de forma segura e festividades populares. Os estados do Maranhão, Per-
com boa autoestima. nambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Quando a criança entra na escola traz consigo expe- Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais
riências adquiridas no convívio com meios anteriores o influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela
que lhe permitirá formar uma determinada visão sobre si quantidade de escravos recebidos durante a época do trá-
mesma. fico como pela migração interna dos escravos após o fim do
O convívio na escola significa para ela, uma amplia- ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste. Ainda que
ção em sua esfera de relações. Na escola a criança co- tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no sé-
nhecerá outras crianças com as quais deverá comparti- culo XIX, os aspectos da cultura brasileira de origem africa-na
lhar uma parte de sua vida, além de estabelecer relações passaram por um processo de revalorização a partir do
com adultos que não pertencem a sua família. século XX que continua até os dias de hoje.
Acompanhar o crescimento educacional dos filhos
aumenta suas habilidades sociais e diminui a chance de Evolução histórica
problemas comportamentais. Quanto maior o envolvi-
mento dos pais nas experiências escolares das crianças, Escravos africanos no Brasil, oriundos de várias na-
mais facilidade de fazer amigos elas terão!
ções (Rugendas, c. 1830).
Sendo assim, quanto mais os pais conversam sobre a
escola, visitam o local, se envolvem com as lições e os De maneira geral, tanto na época colonial como
trabalhos e incentivam o progresso educacional dos filhos duran-te o século XIX a matriz cultural de origem
em casa, melhores serão suas habilidades sociais. europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as
A participação familiar na vida escolar dos filhos leva- manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas
os, dentre outras coisas, à demonstração de um maior vezes desprezadas, desestimuladas e até proibidas. Assim,
autocontrole e à manifestação de um comporta-mento as religiões afro--brasileiras e a arte marcial da capoeira
cooperativo. foram frequente-mente perseguidas pelas autoridades.
Os pais precisam entender, no entanto, que acom- Por outro lado, algu-mas manifestações de origem
panhar a vida escolar dos filhos não deve significar ape- folclórico, como as conga-das, assim como expressões
nas cobrar. O acompanhamento pressupõe muito mais do musicais como o lundu, foram toleradas e até estimuladas.
que isso. É necessário estimular, motivar, valorizar, ensinar, Entretanto, a partir de meados do século XX, as ex-
conversar, prestigiar, discutir. Nessa parceria, a cobrança é pressões culturais afro-brasileiras começaram a ser gra-
a última ferramenta a ser utilizada. dualmente mais aceitas e admiradas pelas elites brasileiras

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem e Vivaldo da Costa Lima, as Iyalorixás Mãe Stella e Giselle
todas as manifestações culturais foram aceitas ao mesmo Cossard, também conhecida como Omindarewa a francesa, o
tempo. O samba foi uma das primeiras expressões da cul- professor Agenor Miranda, a advogada Cléo Martins e o
tura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou posição professor de sociologia Reginaldo Prandi, entre outros.
de destaque na música popular, no início do século XX. Os negros trazidos da África como escravos geralmen-te
Posteriormente, o governo da ditadura do Estado eram imediatamente batizados e obrigados a seguir o
Novo de Getúlio Vargas desenvolveu políticas de Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as reli-giões
incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro- de origem africana conseguiram permanecer através de
brasileira encon-trou caminhos de aceitação oficial. Por prática secreta ou o sincretismo com o catolicismo.
exemplo, os desfiles de escolas de samba ganharam nesta Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase
época aprovação go-vernamental através da União Geral que totalmente suas raízes africanas, como é o caso das casas
das Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1934. tradicionais de Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras
Outras expressões culturais seguiram o mesmo cami- formaram-se através do sincretismo religioso, como o
nho. A capoeira, que era considerada própria de bandidos Batuque, o Xambá e a Umbanda. Em maior ou menor grau, as
e marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre Bimba religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo
ao presidente Vargas, que então a chamou de “único es- e da encataria europeia, assim como da paje-lança
porte verdadeiramente nacional”. ameríndia[4]. O sincretismo manifesta-se igualmente na
A partir da década de 1950 as perseguições às tradição do batismo dos filhos e o casamento na Igreja
religiões afro-brasileiras diminuíram e a Umbanda passou Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma
a ser se-guida por parte da classe média carioca[1]. Na religião afro-brasileira.
década se-guinte, as religiões afro-brasileiras passaram a Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou
ser celebra-das pela elite intelectual branca. forros, muitas vezes associavam-se em irmandades religio-
Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a sas católicas. A Irmandade da Boa Morte e a Irmandade de
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das
a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e mais importantes, servindo também como ligação entre o
médio incluam no currículo o ensino da história e cultura catolicismo e as religiões afro-brasileiras. A própria prática do
afro-brasileira. catolicismo tradicional sofreu influência africana no cul-to de
santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão,
Estudos afro-brasileiros Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio de
Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto preferencial de
Bloco afro Ilê Aiyê na Bahia
santos facilmente associados com os ori-xás africanos como
O interesse pela cultura afro-brasileira manifesta-se pelos São Cosme e Damião (ibejis), São Jorge (Ogum no Rio de
muitos estudos nos campos da sociologia, antropolo-gia, Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos
etnologia, música e linguística, entre outros, centrados na populares como a Escrava Anastácia; e em ladainhas, rezas
expressão e evolução histórica da cultura afro-brasileira (como a Trezena de Santo Antônio) e festas religiosas (como
Muitos estudiosos brasileiros como o advogado Edi-son a Lavagem do Bonfim onde as escadarias da Igreja de Nosso
Carneiro, o médico legista Nina Rodrigues, o escritor Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia são lavadas com água
Jorge Amado, o poeta e escritor mineiro Antonio Olinto, o de cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé).
escritor e jornalista João Ubaldo, o antropólogo e museó- As igrejas pentencostais do Brasil, que combatem as
logo Raul Lody, entre outros, além de estrangeiros como religiões de origem africana, na realidade têm várias in-
o sociólogo francês Roger Bastide, o fotografo Pierre Ver- fluências destas como se nota em práticas como o batis-
ger, a pesquisadora etnóloga estadunidense Ruth Landes, mo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação
o pintor argentino Carybé, dedicaram-se ao levantamento de entidades espirituais (vistas como maléficas). Enquanto
de dados sobre a cultura afro-brasileira, a qual ainda não o Catolicismo nega a existência de orixás e guias, as igre-
tinha sido estudada em detalhe jas pentencostais acreditam na sua existência, mas como
Alguns infiltraram-se nas religiões afro-brasileiras, demônios.
como é o caso de João do Rio, com esse propósito; outros Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir
foram convidados a fazer parte do Candomblé como religiões de origem africana, embora um número maior
mem-bros efetivos, recebendo cargos honorificos como de pessoas sigam essas religiões de forma reservada.
Obá de Xangô no Ilê Axé Opô Afonjá e Ogan na Casa Inicialmente desprezadas, as religiões afro-brasileira
Branca do Engenho Velho, Terreiro do Gantois, e foram ou são praticadas abertamente por vários intelec-
ajudavam financeira-mente a manter esses Terreiros. tuais e artistas importantes como Jorge Amado, Dorival
Muitos sacerdotes leigos em literatura se dispuseram a Caymmi, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, Gilberto Gil,
escrever a história das religiões afro-brasileiras, recebendo a Maria Bethânia (que freqüentavam o terreiro de Mãe Me-
ajuda de acadêmicos simpatizantes ou membros dos can- nininha), Gal Costa (que foi iniciada para o Orixá
domblés. Outros, por já possuírem formação acadêmica, Obaluaye), Mestre Didi (filho da iyalorixá Mãe Senhora),
tornaram-se escritores paralelamente à função de sacer-dote, Antonio Risé-rio, Caribé, Fernando Coelho, Gilberto Freyre
como é caso dos antropólogos Júlio Santana Braga e José Beniste (que foi iniciado no candomblé ketu).

134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Filhas-de-santo do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá na A culinária baiana é a que mais demonstra a influên-
Bahia Religiões afro-brasileiras cia africana nos seus pratos típicos como acarajé, caruru,
vatapá e moqueca. Estes pratos são preparados com o
Babaçuê - Pará azeite - de -dendê, extraído de uma palmeira africana
Batuque - Rio Grande do Sul trazi-da ao Brasil em tempos coloniais. Na Bahia existem
Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e duas maneiras de se preparar estes pratos “afros”. Numa,
Santa Catarina mais simples, as comidas não levam muito tempero e são
Candomblé - Em todos estados do Brasil fei-ta nos terreiros de candomblé para serem oferecidas
Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São aos orixás. Na outra maneira, empregada fora dos
Paulo Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo terreiros, as comidas são preparadas com muito tempero
Macumba - Rio de Janeiro e são mais saborosas, sendo vendidas pelas baianas do
Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São
acarajé e de-gustadas em restaurantes e residências.
Paulo Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
Tambor-de-Mina - Maranhão Música e dança
Terecô - Maranhão
Umbanda - Em todos estados do música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de
Brasil Xambá - Alagoas, Pernambuco influências de toda a África subsaariana com elemen-tos
Xangô do Nordeste - Pernambuco da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia, que
Confraria produziu uma grande variedade de estilos.
Irmandade dos homens pretos A música popular brasileira é fortemente influencia-da
Sincretismo pelos ritmos africanos. As expressões de música afro--
brasileira mais conhecidas são o samba, maracatu, ijexá,
Arte coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê
Como aconteceu em toda parte do continente ameri-
Tecelã do terreiro de Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá, cano onde houve escravos africanos, a música feita pelos
Salvador, Bahia afro- descendentes foi inicialmente desprezada e mantida
O Alaká africano, conhecido como pano da costa no na marginalidade, até que ganhou notoriedade no início
Brasil é produzido por tecelãs do terreiro de Candomblé Ilê do século XX e se tornou a mais popular nos dias atuais.
Axé Opô Afonjá em Salvador, no espaço chamado de Casa do Instrumentos afro-brasileiros:
Alaká. Mestre Didi, Alapini (sumo sacerdote) do Culto aos Afoxé
Egungun e Assògbá (supremo sacerdote) do culto de Oba- Agogô
luaiyê e Orixás da terra, é também escultor e seu trabalho é Atabaque
voltado inteiramente para a mitologia e arte yorubana.[6] Na Berimbau
pintura foram muitos os pintores e desenhistas que se dedi- Tambor
caram a mostrar a beleza do Candomblé, Umbanda e Batu-
que em suas telas. Um exemplo é o escultor e pintor argen- Fonte: https://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_
tino Carybé que dedicou boa parte de sua vida no Brasil es- brasileira/3_III.php
culpindo e pintando os Orixás e festas nos mínimos detalhes,
suas esculturas podem ser vistas no Museu Afro-Brasileiro e A cultura indígena abarca a produção material e
tem alguns livros publicados do seu trabalho. Na fotografia o imaterial de inúmeros e distintos povos em todo o mun-
francês Pierre Fatumbi Verger, que em 1946 conheceu a do. É importante destacar que não há uma cultura indí-
Bahia e ficou até o último dia de vida, retratou em preto e gena, mas várias, e cada povo desenvolveu suas próprias
branco o povo brasileiro e todas as nuances do Candomblé, tradições religiosas, musicais, de festas, artesanatos, den-
não satisfeito só em fotografar passou a fazer parte da reli- tre outras.
gião, tanto no Brasil como na África onde foi iniciado como
História
babalawo, ainda em vida iniciou a Fundação Pierre Verger em
Grosso modo, as populações indígenas foram aque-
Salvador, onde se encontra todo seu acervo fotográfico.
las dominadas escravizadas durante o período colonial e
Culinária neocolonial, mas que, a despeito disso, preservaram, em
muitos casos, sua continuidade histórica e social até os
A feijoada brasileira, considerada o prato nacional do dias atuais.
Brasil, é frequentemente citada como tendo sido criada Não obstante, a palavra “índio” foi uma criação euro-
nas senzalas e ter servido de alimento para os escravos na peia para designar aqueles que viviam no Extremo Orien-
época colonial. Atualmente, porém, considera-se a te, portanto, a “identidade indígena” somente surgiu em
feijoada brasileira uma adaptação tropical da feijoada oposição à europeia após o advento do colonialismo.
portuguesa que não foi servida normalmente aos Sem espanto, muitos costumes indígenas assombra-
escravos. Apesar dis-so, a cozinha brasileira regional foi ram os colonizadores, tal qual o canibalismo, a feitiçaria, o
muito influenciada pela cozinha africana, mesclada com incesto e o infanticídio neonatal.
elementos culinários euro-peus e indígenas.

135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Saiba tudo sobre o Dia do Índio. mais pelas mulheres, as quais lançam mão de vários tran-
çados para confeccionar cestos para diversos fins e argila
Estrutura Social para obter vasilhas, potes, objetos rituais, adornos, dentre
De modo geral, as sociedades indígenas são socieda- outros.
des sem propriedade privada, de habitação coletiva, igua- As mulheres também são responsáveis pela produção
litárias, descentralizadas politicamente e com status social de tecido (geralmente algodão), mas as roupas confeccio-
distinto segundo a divisão do trabalho. nadas variam de acordo com o clima ou são inexistentes,
Normalmente, os homens se encarregam da constru- como no Brasil.
ção da aldeia, da guerra, caça e pesca, da liderança tribal e Por fim, ambos os sexos praticam a pintura corporal,
dos rituais xamânicos, enquanto as mulheres lidam do normalmente com desenhos abstratos e geométricos, car-
plantio e da colheita, preparam os alimentos e produzem regados de simbologias (de guerra, de proteção, etc.);
tecidos, adornos e utensílios. A educação das crianças é esse tipo de pintura também pode ser encontrado em
geralmente, compartilhada por todos, contudo, nos anos
animais, utensílios, árvores e rochas.
iniciais, é a mulher quem cuida dos filhos.
As culturas indígenas são, via de regra, baseada na Aprofunde sua pesquisa. Leia: Arte Indígena Brasileira
ora-lidade; contudo, mesmo na ausência da escrita, uma
e Arte Plumária.
diver-sidade de sinais e de outras formas gráficas
cumprem o papel comunicativo. Cultura Material
As tribos costumam manter entre si laços de A cultura material indígena se resume a algumas
parentes-co e reciprocidade, em famílias monogâmicas ou ferra-mentas, armas, adornos e, muitas vezes, habitações,
poligâmi-cas. Apesar disso, a liderança não possui caráter para povos caçadores-coletores nômades, os quais
hereditá-rio, pois é meritória na maioria das vezes. praticam pesca e agricultura de subsistência e se mudam
periodi-camente, segundo a sazonalidade e a
Religião
disponibilidade de recursos naturais.
Do ponto de vista religioso, as culturas indígenas são
marcadas pela presença do xamã (pajé no Brasil), os quais Cultura Indígena no Brasil
são responsáveis pela mediação entre o plano espiritual e No Brasil, as tribos indígenas são caçadoras-coletoras
material, bem como pela preservação e difusão do conhe- de tradição oral e, recentemente, estão se sedentarizando
em reservas indígenas. Estima-se que esta população
cimento da tribo.
tenha chegado a cinco milhões de habitantes, contudo,
Em seus rituais, normalmente panteístas (animismo), hoje são cerca de 300 etnias, com um número muito
reverenciam os ancestrais, os elementos, as plantas, ani- inferior ao que já foi (421.000).
mais e os seres mitológicos. Outro fato curioso é o uso de Não obstante, na cultura material desses índios, desta-
alucinógenos e outras substâncias rituais, como tabaco e cam-se a confecção da arte plumária e da pintura corporal, já
bebidas alcoólicas, utilizados para fazer a ligação com o que é raro a confecção de tecidos para vestimentas. São
mundo espiritual. Mais um aspecto interessante é a per- produtores de mandioca, da qual produzem o beiju e do
cepção indígena do Tempo e do Universo, para os quais milho, com o qual fazem pamonha.
não há uma linearidade bem definida. Constroem habitações de madeira e palha chamadas
“Ocas”, onde podem viver uma ou mais famílias. O líder
Arte e Artesanato Indígena guerreiro é o cacique, enquanto o chefe espiritual é o
Os objetos produzidos pelas culturas indígenas, ape-sar pajé. As principais tribos indígenas atualmente no Brasil
do evidente valor estético, não são considerados “arte” pelos são: Guarani, Ticuna, Caingangue, Macuxi, Terna,
seus produtores, pois são de uso cotidiano ou ritual, bem Guajajaras, Ia-nomâmi, Xavante, Pataxó e Potiguara.
como para troca com povos vizinhos. Assim, entre es-ses
povos, destaca-se a importância da música, dança, arte Fonte: https://www.todamateria.com.br/cultura-indi-
plumária, cestaria, cerâmica, tecelagem e a pintura corporal. gena/
Não obstante, a música é utilizada em ocasiões especiais
como nos ritos de guerra, nas festas de plantação e colheita e
nos ritos de iniciação. Ora, a cultura indígena utiliza a música
como uma forma de contar suas histórias e lhe atribui pode-res
mágicos, com os quais são capazes de afetar a ordem cos-
mológica. De igual modo, a dança possui funções similares às da
música nas sociedades indígenas; normalmente as danças são do
tipo circulares, com o intuito de obter colheitas fartas, espantar
espíritos malignos, curar doenças, etc.
Por outro lado, a arte plumária possui funções mais de-
corativas (cocares e braceletes) e, via de regra, é restrita aos
homens; enquanto a cestaria e a cerâmica são praticadas

136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
TÍTULO III
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL. Do Direito à Educação e do Dever de Educar

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar públi-


ca será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (qua-
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.
tro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da se-
guinte forma: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
2013)
a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796, de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
2013)
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº
TÍTULO I 12.796, de 2013)
c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, de
Da Educação
2013)
Art. 1º A educação abrange os processos formativos II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cin-
que se desenvolvem na vida familiar, na convivência co) anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 12.796,
huma-na, no trabalho, nas instituições de ensino e de 2013)
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da III - atendimento educacional especializado gratuito
sociedade civil e nas manifestações culturais. aos educandos com deficiência, transtornos globais do
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se de- desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
senvolve, predominantemente, por meio do ensino, em transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, prefe-
instituições próprias. rencialmente na rede regular de ensino; (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental
do trabalho e à prática social. e médio para todos os que não os concluíram na idade
TÍTULO II própria; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes-
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, quisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
inspi-rada nos princípios de liberdade e nos ideais de um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
solidarie-dade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o condições do educando;
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. VII - oferta de educação escolar regular para jovens e
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguin- adultos, com características e modalidades adequadas às
tes princípios: suas necessidades e disponibilidades, garantindo -se aos
I - igualdade de condições para o acesso e permanên- que forem trabalhadores as condições de acesso e perma-
cia na escola; nência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas
divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; da educação básica, por meio de programas suplementa-
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; res de material didático-escolar, transporte, alimentação
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; e assistência à saúde; (Redação dada pela Lei nº
V - coexistência de instituições públicas e privadas de 12.796, de 2013)
ensino; IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, defini-
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimen- dos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno,
tos oficiais; de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do pro-
VII - valorização do profissional da educação escolar; cesso de ensino -aprendizagem.
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma X – vaga na escola pública de educação infantil ou de
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda
IX - garantia de padrão de qualidade; criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos
X - valorização da experiência extra-escolar; de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de 2008).
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e Art. 5o O acesso à educação básica obrigatória é di-
as práticas sociais. reito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. de cidadãos, associação comunitária, organização sindical,
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ain-
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem da, o Ministério Público, acionar o poder público para exi-
gi-lo. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
ao longo da vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018)
§ 1o O poder público, na esfera de sua competência
federativa, deverá: (Redação dada pela Lei nº 12.796,
de 2013)

137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o


idade escolar, bem como os jovens e adultos que não con- Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes
cluíram a educação básica; (Redação dada pela Lei para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino
nº 12.796, de 2013) médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos míni-
II - fazer-lhes a chamada pública; mos, de modo a assegurar formação básica comum;
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüên- IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o
cia à escola. Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Públi- para identificação, cadastramento e atendimento, na edu-
co assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obri- cação básica e na educação superior, de alunos com altas
gatório, nos termos deste artigo, contemplando em segui- habilidades ou superdotação; (Incluído pela Lei nº
da os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as 13.234, de 2015)
prioridades constitucionais e legais. V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste educação;
artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, VI - assegurar processo nacional de avaliação do ren-
na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sen- dimento escolar no ensino fundamental, médio e superior,
do gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente. em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade compe- a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do
tente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, ensino;
poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade. VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade e pós-graduação;
de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de VIII - assegurar processo nacional de avaliação das
acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemen- instituições de educação superior, com a cooperação dos
te da escolarização anterior. sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de
Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efetuar a ensino;
matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e
(quatro) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de edu-
12.796, de 2013) cação superior e os estabelecimentos do seu sistema de
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas ensino. (Vide Lei nº 10.870, de 2004)
as seguintes condições: § 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Na-
I - cumprimento das normas gerais da educação cional de Educação, com funções normativas e de supervi-
nacio-nal e do respectivo sistema de ensino; são e atividade permanente, criado por lei.
II - autorização de funcionamento e avaliação de § 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a
quali-dade pelo Poder Público; IX, a União terá acesso a todos os dados e informações
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o necessários de todos os estabelecimentos e órgãos edu-
previsto no art. 213 da Constituição Federal. cacionais.
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão
TÍTULO IV ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que
Da Organização da Educação Nacional mantenham instituições de educação superior.
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e institui-
Mu-nicípios organizarão, em regime de colaboração, os ções oficiais dos seus sistemas de ensino;
respec-tivos sistemas de ensino. II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na
§ 1º Caberá à União a coordenação da política oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a
nacional de educação, articulando os diferentes níveis e distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo
sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e com a população a ser atendida e os recursos financeiros
supletiva em relação às demais instâncias educacionais. disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organi- III - elaborar e executar políticas e planos educacionais,
zação nos termos desta Lei. em consonância com as diretrizes e planos nacionais de
Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento) educação, integrando e coordenando as suas ações e as
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colabo- dos seus Municípios;
ração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e insti- avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educa-
tuições oficiais do sistema federal de ensino e o dos Terri- ção superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
tórios; V - baixar normas complementares para o seu sistema
III - prestar assistência técnica e financeira aos de ensino;
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com
desenvolvimen-to de seus sistemas de ensino e o prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem,
atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação
exercendo sua função redistri-butiva e supletiva; dada pela Lei nº 12.061, de 2009)

138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos,
estadual. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) além de participar integralmente dos períodos dedicados
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento pro-
competências referentes aos Estados e aos Municípios. fissional;
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: VI - colaborar com as atividades de articulação da es-
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e insti- cola com as famílias e a comunidade.
tuições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da
às políticas e planos educacionais da União e dos Estados; gestão democrática do ensino público na educação básica,
II - exercer ação redistributiva em relação às suas es- de acordo com as suas peculiaridades e conforme os se-
colas; guintes princípios:
III - baixar normas complementares para o seu sistema I - participação dos profissionais da educação na ela-
de ensino; boração do projeto pedagógico da escola;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabeleci- II - participação das comunidades escolar e local em
mentos do seu sistema de ensino; conselhos escolares ou equivalentes.
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-es- Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unida-
colas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida des escolares públicas de educação básica que os integram
a atuação em outros níveis de ensino somente quando es- progressivos graus de autonomia pedagógica e adminis-
tiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área trativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais
de competência e com recursos acima dos percentuais mí- de direito financeiro público.
nimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
e desenvolvimento do ensino. (Regulamento)
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede I - as instituições de ensino mantidas pela União;
municipal. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003) II - as instituições de educação superior criadas e man-
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, tidas pela iniciativa privada;
por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor III - os órgãos federais de educação.
com ele um sistema único de educação básica. Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as Federal compreendem:
normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a in- I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente,
cumbência de: pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - as instituições de educação superior mantidas pelo
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e Poder Público municipal;
financeiros; III - as instituições de ensino fundamental e médio cria-
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas- das e mantidas pela iniciativa privada;
-aula estabelecidas; IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Fe-
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de deral, respectivamente.
cada docente; Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de
V - prover meios para a recuperação dos alunos de me- educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada,
nor rendimento; integram seu sistema de ensino.
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, crian- Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreen-
do processos de integração da sociedade com a escola; dem:
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus I - as instituições do ensino fundamental, médio e de
filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a fre- educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;
quência e rendimento dos alunos, bem como sobre a exe- II - as instituições de educação infantil criadas e manti-
cução da proposta pedagógica da escola; (Redação das pela iniciativa privada;
dada pela Lei nº 12.013, de 2009) III – os órgãos municipais de educação.
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis
juiz competente da Comarca e ao respectivo representante classificam-se nas seguintes categorias administrativas:
do Ministério Público a relação dos alunos que apresen- (Regulamento) (Regulamento)
tem quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorpora-
percentual permitido em lei. (Incluído pela Lei nº das, mantidas e administradas pelo Poder Público;
10.287, de 2001) II - privadas, assim entendidas as mantidas e adminis-
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: tradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
I - participar da elaboração da proposta pedagógica Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadra-
do estabelecimento de ensino; rão nas seguintes categorias: (Regulamento) (Re-
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a gulamento)
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem
alunos de menor rendimento; as características dos incisos abaixo;

139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
- comunitárias, assim entendidas as que são insti- por transferência, para candidatos procedentes de
tuídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais outras escolas;
pessoas jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem independentemente de escolarização anterior, me-
fins lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora diante avaliação feita pela escola, que defina o grau de
representantes da comunidade; (Redação dada pela Lei nº de-senvolvimento e experiência do candidato e permita
12.020, de 2009) sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme
III - confessionais, assim entendidas as que são insti- regula-mentação do respectivo sistema de ensino;
tuídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais III - nos estabelecimentos que adotam a progressão
pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e regular por série, o regimento escolar pode admitir
ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior; formas de progressão parcial, desde que preservada a
IV - filantrópicas, na forma da lei. seqüência do currículo, observadas as normas do
respectivo sistema de ensino;
TÍTULO V IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alu-
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensi- nos de séries distintas, com níveis equivalentes de adian-
no tamento na matéria, para o ensino de línguas
CAPÍTULO I estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
Da Composição dos Níveis Escolares V - a verificação do rendimento escolar observará os
seguintes critérios:
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: avaliação contínua e cumulativa do desempenho do
I - educação básica, formada pela educação infantil, aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
ensino fundamental e ensino médio; quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre
II - educação superior. os de eventuais provas finais;
possibilidade de aceleração de estudos para alunos
CAPÍTULO II com atraso escolar;
DA EDUCAÇÃO BÁSICA possibilidade de avanço nos cursos e nas séries me-
Seção I diante verificação do aprendizado;
Das Disposições Gerais aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
obrigatoriedade de estudos de recuperação, de pre-
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desen- ferência paralelos ao período letivo, para os casos de
volver o educando, assegurar-lhe a formação comum in- baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas
dispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe institui-ções de ensino em seus regimentos;
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. VI - o controle de freqüência fica a cargo da escola,
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em sé- conforme o disposto no seu regimento e nas normas do
ries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima
de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para
na idade, na competência e em outros critérios, ou por aprovação;
forma diversa de organização, sempre que o interesse do VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históri-
proces-so de aprendizagem assim o recomendar. cos escolares, declarações de conclusão de série e diplo-
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive mas ou certificados de conclusão de cursos, com as espe-
quando se tratar de transferências entre estabelecimentos cificações cabíveis.
situados no País e no exterior, tendo como base as § 1º A carga horária mínima anual de que trata o in-ciso I
normas curriculares gerais. do caput deverá ser ampliada de forma progressiva, no
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às ensino médio, para mil e quatrocentas horas, devendo os
peculia-ridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos,
critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso pelo menos mil horas anuais de carga horária, a partir
reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei. de 2 de março de 2017. (Incluído pela Lei nº 13.415, de
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e 2017)
médio, será organizada de acordo com as seguintes § 2o Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de
regras comuns: educação de jovens e adultos e de ensino noturno regular,
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas adequado às condições do educando, conforme o inciso VI
horas para o ensino fundamental e para o ensino médio, do art. 4o.(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades
trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames res-ponsáveis alcançar relação adequada entre o número
finais, quando houver; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de alunos e o professor, a carga horária e as condições
de 2017) mate-riais do estabelecimento.
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino,
a primeira do ensino fundamental, pode ser feita: vista das condições disponíveis e das características re-
a) por promoção, para alunos que cursaram, com apro- gionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento
veitamento, a série ou fase anterior, na própria escola; do disposto neste artigo.

140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino sais, nos currículos escolares de que trata o caput deste
fundamental e do ensino médio devem ter base nacional artigo, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensi- julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
no e em cada estabelecimento escolar, por uma parte di- observada a produção e distribuição de material didáti-
versificada, exigida pelas características regionais e locais co adequado. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. § 10. A inclusão de novos componentes curriculares
(Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) de caráter obrigatório na Base Nacional Comum Curri-
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem cular dependerá de aprovação do Conselho Nacional de
abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portu- Educação e de homologação pelo Ministro de Estado da
guesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico Educação. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
e natural e da realidade social e política, especialmente Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino funda-
do Brasil. mental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se
§ 2o O ensino da arte, especialmente em suas ex- obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e
pressões regionais, constituirá componente curricular indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
obrigatório da educação básica. (Redação dada § 1o O conteúdo programático a que se refere este
pela Lei nº 13.415, de 2017) artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultu-
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagó- ra que caracterizam a formação da população brasileira,
gica da escola, é componente curricular obrigatório da a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo
educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: da história da África e dos africanos, a luta dos negros e
(Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou supe- brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade
rior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas so-
1º.12.2003) cial, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão
que, em situação similar, estiver obrigado à prática da ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em
educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de especial nas áreas de educação artística e de literatura e
1º.12.2003) história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645,
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de de 2008).
outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação bási-
1º.12.2003) ca observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de I - a difusão de valores fundamentais ao interesse so-
1º.12.2003) cial, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao
VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, bem comum e à ordem democrática;
de 1º.12.2003) II - consideração das condições de escolaridade dos
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta alunos em cada estabelecimento;
as contribuições das diferentes culturas e etnias para a III - orientação para o trabalho;
formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes IV - promoção do desporto educacional e apoio às
indígena, africana e européia. práticas desportivas não- formais.
§ 5o No currículo do ensino fundamental, a partir do Art. 28. Na oferta de educação básica para a popu-
sexto ano, será ofertada a língua inglesa. (Redação lação rural, os sistemas de ensino promoverão as adap-
dada pela Lei nº 13.415, de 2017) tações necessárias à sua adequação às peculiaridades da
§ 6o As artes visuais, a dança, a música e o teatro são vida rural e de cada região, especialmente:
as linguagens que constituirão o componente curricular I - conteúdos curriculares e metodologias apropria-
de que trata o § 2o deste artigo. (Redação dada das às reais necessidades e interesses dos alunos da zona
pela Lei nº 13.278, de 2016) rural;
§ 7o A integralização curricular poderá incluir, a cri- II - organização escolar própria, incluindo adequação
tério dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas en- do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às con-
volvendo os temas transversais de que trata o caput. dições climáticas;
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
§ 8º A exibição de filmes de produção nacional cons- Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo,
tituirá componente curricular complementar integrado à indígenas e quilombolas será precedido de manifestação
proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que
obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais. considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de
(Incluído pela Lei nº 13.006, de 2014) Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação
§ 9o Conteúdos relativos aos direitos humanos e à e a manifestação da comunidade escolar. (Incluído
prevenção de todas as formas de violência contra a crian- pela Lei nº 12.960, de 2014)
ça e o adolescente serão incluídos, como temas transver-

141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Seção II 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão re-
Da Educação Infantil gular por série podem adotar no ensino fundamental o
re-gime de progressão continuada, sem prejuízo da
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da edu- avaliação do processo de ensino-aprendizagem,
cação básica, tem como finalidade o desenvolvimento in- observadas as nor-mas do respectivo sistema de ensino.
tegral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos 3º O ensino fundamental regular será ministrado em
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas
ação da família e da comunidade. (Redação dada pela a utilização de suas línguas maternas e processos próprios
Lei nº 12.796, de 2013) de aprendizagem.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o en-
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de sino a distância utilizado como complementação da
até três anos de idade; apren-dizagem ou em situações emergenciais.
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cin- 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obri-
co) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, gatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e
de 2013) dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do
com as seguintes regras comuns: (Redação dada pela Adolescente, observada a produção e distribuição de
Lei nº 12.796, de 2013) material didático adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525,
I - avaliação mediante acompanhamento e regis- de 2007).
tro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; como tema transversal nos currículos do ensino fundamen-
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) tal.(Incluído pela Lei nº 12.472, de 2011).
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) ho- Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é
ras, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de parte integrante da formação básica do cidadão e consti-
trabalho educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796, tui disciplina dos horários normais das escolas públicas de
de 2013) ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de
horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de
jornada integral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) 22.7.1997)
IV - controle de frequência pela instituição de educa- 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedi-
ção pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (ses- mentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e
senta por cento) do total de horas; (Incluído pela Lei estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos
nº 12.796, de 2013) professores.(Incluído pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
V - expedição de documentação que permita atestar 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, cons-
os processos de desenvolvimento e aprendizagem da tituída pelas diferentes denominações religiosas, para a de-
criança. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) finição dos conteúdos do ensino religioso. (Incluído pela
Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
Seção III Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental in-
Do Ensino Fundamental cluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em
sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com dura-ção de permanência na escola.
de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando--se aos 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das
6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 2º O ensino fundamental será ministrado progres-
11.274, de 2006) sivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender,
ensino.
ten-do como meios básicos o pleno domínio da leitura, da
es-crita e do cálculo; Seção IV
II - a compreensão do ambiente natural e social, do Do Ensino Médio
sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em
que se fundamenta a sociedade; Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica,
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendiza- com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
gem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e I - a consolidação e o aprofundamento dos conheci-
habi-lidades e a formação de atitudes e valores; mentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos o prosseguimento de estudos;
laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania
em que se assenta a vida social. do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições
ensino fundamental em ciclos. de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
- o aprimoramento do educando como pessoa hu- on-line, de tal forma que ao final do ensino médio o edu-
mana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da cando demonstre: (Incluído pela Lei nº 13.415, de
autonomia intelectual e do pensamento crítico; 2017)
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tec- I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos
nológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria que presidem a produção moderna; (Incluído pela
com a prática, no ensino de cada disciplina. Lei nº 13.415, de 2017)
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular defini-rá II - conhecimento das formas contemporâneas de lin-
direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, guagem. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, Art. 36. O currículo do ensino médio será composto
nas seguintes áreas do conhecimento: (Incluído pela Lei nº pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários for-
13.415, de 2017) mativos, que deverão ser organizados por meio da oferta
I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância
13.415, de 2017) para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de
II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei ensino, a saber: (Redação dada pela Lei nº 13.415, de
nº 13.415, de 2017) 2017)
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (In-cluído I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada
pela Lei nº 13.415, de 2017) pela Lei nº 13.415, de 2017)
IV - ciências humanas e sociais aplicadas. (In-cluído II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada
pela Lei nº 13.415, de 2017) pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 1o A parte diversificada dos currículos de que trata o III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Reda-
caput do art. 26, definida em cada sistema de ensino, de-verá ção dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
estar harmonizada à Base Nacional Comum Curricular e ser IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação
articulada a partir do contexto histórico, econômico, dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
social, ambiental e cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de V - formação técnica e profissional. (Incluído pela
2017) Lei nº 13.415, de 2017)
§ 2o A Base Nacional Comum Curricular referente ao § 1o A organização das áreas de que trata o caput e
ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas das respectivas competências e habilidades será feita de
de educação física, arte, sociologia e filosofia. (In-cluído acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de
pela Lei nº 13.415, de 2017) ensino. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3o O ensino da língua portuguesa e da matemática I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
será obrigatório nos três anos do ensino médio, assegu- 13.415, de 2017)
rada às comunidades indígenas, também, a utilização das II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415,
respectivas línguas maternas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
de 2017) III – (revogado). (Redação dada pela Lei nº
§ 4o Os currículos do ensino médio incluirão, obriga- 11.684, de 2008)
toriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar § 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferen- § 3o A critério dos sistemas de ensino, poderá ser
cialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de composto itinerário formativo integrado, que se traduz na
oferta, locais e horários definidos pelos sistemas de ensino. composição de componentes curriculares da Base Nacio-
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) nal Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos,
§ 5o A carga horária destinada ao cumprimento da Base considerando os incisos I a V do caput. (Redação
Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
de acordo com a definição dos sistemas de ensino. § 5o Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) de vagas na rede, possibilitarão ao aluno concluinte do
§ 6o A União estabelecerá os padrões de desempenho ensino médio cursar mais um itinerário formativo de que
esperados para o ensino médio, que serão referência nos trata o caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional § 6o A critério dos sistemas de ensino, a oferta de
Comum Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) formação com ênfase técnica e profissional considerará:
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 7o Os currículos do ensino médio deverão conside- I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor
rar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo
trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumen-
e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e so- tos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem pro-
cioemocionais. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) § 8o fissional; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação II - a possibilidade de concessão de certificados inter-
processual e formativa serão organizados nas re-des de mediários de qualificação para o trabalho, quando a for-
ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas mação for estruturada e organizada em etapas com termi-
orais e escritas, seminários, projetos e atividades nalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)

143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
7o A oferta de formações experimentais relacionadas Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e,
ao inciso V do caput, em áreas que não constem do Catá- facultativamente, a habilitação profissional poderão ser de-
logo Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua senvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio
continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conse-lho ou em cooperação com instituições especializadas em edu-
Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inser-ção cação profissional. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
no Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível mé-
anos, contados da data de oferta inicial da formação. dio será desenvolvida nas seguintes formas: (Incluído
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) pela Lei nº 11.741, de 2008)
8o A oferta de formação técnica e profissional a que I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela
se refere o inciso V do caput, realizada na própria insti- Lei nº 11.741, de 2008)
tuição ou em parceria com outras instituições, deverá ser II - subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha con-
aprovada previamente pelo Conselho Estadual de Educa- cluído o ensino médio. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
ção, homologada pelo Secretário Estadual de Educação e Parágrafo único. A educação profissional técnica de
certificada pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº nível médio deverá observar: (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017) 11.741, de 2008)
9o As instituições de ensino emitirão certificado com I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes cur-
validade nacional, que habilitará o concluinte do ensino riculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional
médio ao prosseguimento dos estudos em nível superior de Educação; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
ou em outros cursos ou formações para os quais a conclu- II - as normas complementares dos respectivos siste-
são do ensino médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela mas de ensino; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Lei nº 13.415, de 2017) III - as exigências de cada instituição de ensino, nos
10. Além das formas de organização previstas no art. termos de seu projeto pedagógico. (Incluído pela Lei
23, o ensino médio poderá ser organizado em módulos e nº 11.741, de 2008)
adotar o sistema de créditos com terminalidade específica. Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível mé-
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) dio articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B
11. Para efeito de cumprimento das exigências cur- desta Lei, será desenvolvida de forma: (Incluído pela
riculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão Lei nº 11.741, de 2008)
reconhecer competências e firmar convênios com institui- I - integrada, oferecida somente a quem já tenha con-
ções de educação a distância com notório cluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado de
reconhecimento, mediante as seguintes formas de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica
comprovação: (Incluí-do pela Lei nº 13.415, de 2017) de nível médio, na mesma instituição de ensino, efetuan-
I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, do-se matrícula única para cada aluno; (Incluído pela
de 2017) Lei nº 11.741, de 2008)
II - experiência de trabalho supervisionado ou outra II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensi-
experiência adquirida fora do ambiente escolar; (Incluí-do no médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas
pela Lei nº 13.415, de 2017) distintas para cada curso, e podendo ocorrer: (Incluído
III - atividades de educação técnica oferecidas em ou- pela Lei nº 11.741, de 2008)
tras instituições de ensino credenciadas; (Incluído pela Lei a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as
nº 13.415, de 2017) oportunidades educacionais disponíveis; (Incluído pela
IV - cursos oferecidos por centros ou programas ocu- Lei nº 11.741, de 2008)
pacionais; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se
V - estudos realizados em instituições de ensino nacio- as oportunidades educacionais disponíveis; (Incluído
nais ou estrangeiras; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) pela Lei nº 11.741, de 2008)
VI - cursos realizados por meio de educação a distância c) em instituições de ensino distintas, mediante convê-
ou educação presencial mediada por tecnologias. (In- nios de intercomplementaridade, visando ao planejamento
cluído pela Lei nº 13.415, de 2017) e ao desenvolvimento de projeto pedagógico unificado.
12. As escolas deverão orientar os alunos no proces- (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
so de escolha das áreas de conhecimento ou de atuação Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissio-
profissional previstas no caput.(Incluído pela Lei nº nal técnica de nível médio, quando registrados, terão valida-
13.415, de 2017) de nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na
educação superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Seção IV-A Parágrafo único. Os cursos de educação profissional
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio técnica de nível médio, nas formas articulada concomitan-
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) te e subseqüente, quando estruturados e organizados em
etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste certificados de qualificação para o trabalho após a conclu-
Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do são, com aproveitamento, de cada etapa que caracterize
educando, poderá prepará-lo para o exercício de profis- uma qualificação para o trabalho. (Incluído pela Lei nº
sões técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) 11.741, de 2008)

144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Seção V III – de educação profissional tecnológica de gra-
Da Educação de Jovens e Adultos duação e pós-graduação. (Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008)
Art. 37. A educação de jovens e adultos será desti- § 3o Os cursos de educação profissional tecnológi-
nada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade ca de graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no
de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade que concerne a objetivos, características e duração, de
própria e constituirá instrumento para a educação e a acordo com as diretrizes curriculares nacionais estabe-
aprendizagem ao longo da vida. (Redação dada lecidas pelo Conselho Nacional de Educação. (In-
pela Lei nº 13.632, de 2018) cluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuita- Art. 40. A educação profissional será desenvolvida
mente aos jovens e aos adultos, que não puderam efe- em articulação com o ensino regular ou por diferentes
tuar os estudos na idade regular, oportunidades educa- estratégias de educação continuada, em instituições
cionais apropriadas, consideradas as características do especializadas ou no ambiente de trabalho. (Re-
alunado, seus interesses, condições de vida e de traba- gulamento) (Regulamento) (Regulamento)
lho, mediante cursos e exames. Art. 41. O conhecimento adquirido na educação
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o aces- profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, po-
so e a permanência do trabalhador na escola, mediante derá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certi-
ações integradas e complementares entre si. ficação para prosseguimento ou conclusão de estudos.
§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articu- (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
lar -se, preferencialmente, com a educação profissional, Art. 42. As instituições de educação profissional e
na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão
11. 741, de 2008) cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e a matrícula à capacidade de aproveitamento e não ne-
exames supletivos, que compreenderão a base nacional cessariamente ao nível de escolaridade. (Redação
comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de
estudos em caráter regular. dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-- CAPÍTULO IV
se-ão: DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para
os maiores de quinze anos; Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do
maiores de dezoito anos. espírito científico e do pensamento reflexivo;
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos II - formar diplomados nas diferentes áreas de co-
educandos por meios informais serão aferidos e nhecimento, aptos para a inserção em setores profis-
sionais e para a participação no desenvolvimento da
reconhecidos mediante exames.
sociedade brasileira, e colaborar na sua formação con-
CAPÍTULO III tínua;
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação
Da Educação Profissional e Tecnológica científica, visando o desenvolvimento da ciência e da
(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008) tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse
modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no em que vive;
cumprimento dos objetivos da educação nacional, inte- IV - promover a divulgação de conhecimentos cul-
gra- se aos diferentes níveis e modalidades de educação turais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da
e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008) publicações ou de outras formas de comunicação;
§ 1o Os cursos de educação profissional e tecno- V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoa-
lógica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, mento cultural e profissional e possibilitar a correspon-
possibilitando a construção de diferentes itinerários for- dente concretização, integrando os conhecimentos que
mativos, observadas as normas do respectivo sistema vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual siste-
e nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de matizadora do conhecimento de cada geração;
2008) VI - estimular o conhecimento dos problemas do
§ 2o A educação profissional e tecnológica abran- mundo presente, em particular os nacionais e regionais,
gerá os seguintes cursos: (Incluído pela Lei nº prestar serviços especializados à comunidade e estabe-
11.741, de 2008) lecer com esta uma relação de reciprocidade;
I – de formação inicial e continuada ou qualificação VII - promover a extensão, aberta à participação da
profissional; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) população, visando à difusão das conquistas e benefí-cios
II – de educação profissional técnica de nível médio; resultantes da criação cultural e da pesquisa cien-tífica e
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) tecnológica geradas na instituição.

145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

VIII - atuar em favor da universalização e do aprimora- 2º No caso de instituição pública, o Poder Execu-tivo
mento da educação básica, mediante a formação e a capa- responsável por sua manutenção acompanhará o
citação de profissionais, a realização de pesquisas pedagó- processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais,
gicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que se necessários, para a superação das deficiências.
aproximem os dois níveis escolares. (Incluído pela Lei 3o No caso de instituição privada, além das san-ções
nº 13.174, de 2015) previstas no § 1o deste artigo, o processo de rea-valiação
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes poderá resultar em redução de vagas autoriza-das e em
cursos e programas: (Regulamento) suspensão temporária de novos ingressos e de oferta de
I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferen- cursos. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
tes níveis de abrangência, abertos a candidatos que aten- 4o É facultado ao Ministério da Educação, median-te
dam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de en- procedimento específico e com aquiescência da ins-
sino, desde que tenham concluído o ensino médio ou equi- tituição de ensino, com vistas a resguardar os interesses
valente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007). dos estudantes, comutar as penalidades previstas nos §§
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham 1o e 3o deste artigo por outras medidas, desde que ade-
concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido quadas para superação das deficiências e irregularidades
classificados em processo seletivo; constatadas. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
III - de pós-graduação, compreendendo programas de 5o Para fins de regulação, os Estados e o Distrito
mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfei- Federal deverão adotar os critérios definidos pela União
çoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em para autorização de funcionamento de curso de gradua-
cursos de graduação e que atendam às exigências das ins- ção em Medicina. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
tituições de ensino; Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular,
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias
aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas institui- de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo
ções de ensino. reservado aos exames finais, quando houver.
§ 1º. Os resultados do processo seletivo referido no 1o As instituições informarão aos interessados, an-tes
inciso II do caput deste artigo serão tornados públicos de cada período letivo, os programas dos cursos e demais
pelas instituições de ensino superior, sendo obrigatória a componentes curriculares, sua duração, requisi-tos,
divulgação da relação nominal dos classificados, a respec- qualificação dos professores, recursos disponíveis e
tiva ordem de classificação, bem como do cronograma das critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respec-
chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para tivas condições, e a publicação deve ser feita, sendo as 3
preenchimento das vagas constantes do respectivo edital. (três) primeiras formas concomitantemente: (Reda-ção
(Incluído pela Lei nº 11.331, de 2006) (Renumerado do dada pela lei nº 13.168, de 2015)
parágrafo único para § 1º pela Lei nº 13.184, de 2015) I - em página específica na internet no sítio eletrô-
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as ins- nico oficial da instituição de ensino superior, obedecido
tituições públicas de ensino superior darão prioridade de o seguinte:(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) a) toda
matrícula ao candidato que comprove ter renda familiar publicação a que se refere esta Lei deve ter
inferior a dez salários mínimos, ou ao de menor renda fa- como título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída pela lei nº
miliar, quando mais de um candidato preencher o critério 13.168, de 2015)
inicial. (Incluído pela Lei nº 13.184, de 2015) b) a página principal da instituição de ensino supe-
§ 3o O processo seletivo referido no inciso II considerará rior, bem como a página da oferta de seus cursos aos
as competências e as habilidades definidas na Base Nacional ingressantes sob a forma de vestibulares, processo sele-
Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) tivo e outras com a mesma finalidade, deve conter a liga-
Art. 45. A educação superior será ministrada em insti- ção desta com a página específica prevista neste inciso;
tuições de ensino superior, públicas ou privadas, com va- (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
riados graus de abrangência ou especialização. (Regula- c) caso a instituição de ensino superior não possua
mento) (Regulamento) sítio eletrônico, deve criar página específica para divul-
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, gação das informações de que trata esta Lei; (In-cluída
bem como o credenciamento de instituições de educação pela lei nº 13.168, de 2015)
superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodi-
camente, após processo regular de avaliação. (Regulamen- d) a página específica deve conter a data completa
to) (Regulamento) (Vide Lei nº 10.870, de 2004) de sua última atualização; (Incluída pela lei nº
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências 13. 168, de 2015)
eventualmente identificadas pela avaliação a que se re- II - em toda propaganda eletrônica da instituição de
fere este artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, ensino superior, por meio de ligação para a página re-
conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, ferida no inciso I; (Incluído pela lei nº 13.168, de
em intervenção na instituição, em suspensão temporária 2015)
de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamen- III - em local visível da instituição de ensino superior
to. (Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei e de fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº
nº 10.870, de 2004) 13.168, de 2015)

146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmen- Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-
te, de acordo com a duração das disciplinas de cada curso -ão na forma da lei. (Regulamento)
oferecido, observando o seguinte: (Incluído pela lei Art. 50. As instituições de educação superior, quando
nº 13.168, de 2015) da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas
a) caso o curso mantenha disciplinas com duração di- de seus cursos a alunos não regulares que demonstra-
ferenciada, a publicação deve ser semestral; (Incluída rem capacidade de cursá-las com proveito, mediante
pela lei nº 13.168, de 2015) processo seletivo prévio.
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do Art. 51. As instituições de educação superior creden-
início das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) ciadas como universidades, ao deliberar sobre critérios
c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão
docente até o início das aulas, os alunos devem ser co- em conta os efeitos desses critérios sobre a orientação
municados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº do ensino médio, articulando-se com os órgãos norma-
13.168, de 2015) tivos dos sistemas de ensino.
V - deve conter as seguintes informações: (Incluí- Art. 52. As universidades são instituições pluridisci-
do pela lei nº 13.168, de 2015) plinares de formação dos quadros profissionais de nível
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e culti-
ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) vo do saber humano, que se caracterizam por: (Re-
b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricu- gulamento) (Regulamento)
lar de cada curso e as respectivas cargas horárias; (In- I - produção intelectual institucionalizada mediante
cluída pela lei nº 13.168, de 2015) o estudo sistemático dos temas e problemas mais re-
c) a identificação dos docentes que ministrarão as au- levantes, tanto do ponto de vista científico e cultural,
las em cada curso, as disciplinas que efetivamente minis- quanto regional e nacional;
trará naquele curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a II - um terço do corpo docente, pelo menos, com
qualificação profissional do docente e o tempo de casa do titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;
docente, de forma total, contínua ou intermitente. (In- III - um terço do corpo docente em regime de tempo
cluída pela lei nº 13.168, de 2015) integral.
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveita- Parágrafo único. É facultada a criação de universida-
mento nos estudos, demonstrado por meio de provas e des especializadas por campo do saber. (Regulamen-
outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados to) (Regulamento)
por banca examinadora especial, poderão ter abreviada a Art. 53. No exercício de sua autonomia, são assegu-
duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos radas às universidades, sem prejuízo de outras, as se-
sistemas de ensino. guintes atribuições:
§ 3º É obrigatória a freqüência de alunos e I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos
professores, salvo nos programas de educação a distância. e programas de educação superior previstos nesta Lei,
§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o
no período noturno, cursos de graduação nos mesmos caso, do respectivo sistema de ensino; (Regula-
padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo mento)
obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, ga- II - fixar os currículos dos seus cursos e programas,
rantida a necessária previsão orçamentária. observadas as diretrizes gerais pertinentes;
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhe- III - estabelecer planos, programas e projetos de
cidos, quando registrados, terão validade nacional como pesquisa científica, produção artística e atividades de
prova da formação recebida por seu titular. extensão;
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão IV - fixar o número de vagas de acordo com a capa-
por elas próprias registrados, e aqueles conferidos por ins- cidade institucional e as exigências do seu meio;
tituições não-universitárias serão registrados em universi- V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimen-
dades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação. tos em consonância com as normas gerais atinentes;
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por univer- VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
sidades estrangeiras serão revalidados por universidades VII - firmar contratos, acordos e convênios;
públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou VIII - aprovar e executar planos, programas e pro-
equi-valente, respeitando-se os acordos internacionais de jetos de investimentos referentes a obras, serviços e
reci-procidade ou equiparação. aquisições em geral, bem como administrar rendimentos
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expe- conforme dispositivos institucionais;
didos por universidades estrangeiras só poderão ser reco- IX - administrar os rendimentos e deles dispor na
nhecidos por universidades que possuam cursos de pós-- forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos res-
graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de pectivos estatutos;
conhecimento e em nível equivalente ou superior. X - receber subvenções, doações, heranças, legados e
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a cooperação financeira resultante de convênios com
transferência de alunos regulares, para cursos afins, na hi- entidades públicas e privadas.
pótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo.

147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
1º Para garantir a autonomia didático-científica das Art. 56. As instituições públicas de educação superior
universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pes- obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegu-
quisa decidir, dentro dos recursos orçamentários disponí- rada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de
veis, sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) que participarão os segmentos da comunidade institu-
cional, local e regional.
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos; Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocu-
(Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) parão setenta por cento dos assentos em cada órgão
II - ampliação e diminuição de vagas; (Redação dada colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da ela-
pela Lei nº 13.490, de 2017) boração e modificações estatutárias e regimentais, bem
III - elaboração da programação dos cursos; (Re- como da escolha de dirigentes.
dação dada pela Lei nº 13.490, de 2017) Art. 57. Nas instituições públicas de educação supe-
IV - programação das pesquisas e das atividades de rior, o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas
extensão;(Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
semanais de aulas. (Regulamento)
V - contratação e dispensa de professores; (Re-dação
dada pela Lei nº 13.490, de 2017) CAPÍTULO V
VI - planos de carreira docente. (Redação dada pela DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Lei nº 13.490, de 2017)
2o As doações, inclusive monetárias, podem ser di- Art. 58. Entende -se por educação especial, para os
rigidas a setores ou projetos específicos, conforme acordo efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar
entre doadores e universidades. (Incluído pela Lei nº oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,
13.490, de 2017) para educandos com deficiência, transtornos globais do
3o No caso das universidades públicas, os recursos das desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
doações devem ser dirigidos ao caixa único da institui- (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
ção, com destinação garantida às unidades a serem benefi- § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio
ciadas.(Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017) especializado, na escola regular, para atender às pecu-
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público liaridades da clientela de educação especial.
gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para § 2º O atendimento educacional será feito em clas-
atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e ses, escolas ou serviços especializados, sempre que, em
financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus função das condições específicas dos alunos, não for
planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. possível a sua integração nas classes comuns de ensino
(Regulamento)(Regulamento) regular.
1º No exercício da sua autonomia, além das atribui- § 3º A oferta de educação especial, nos termos do
ções asseguradas pelo artigo anterior, as universidades caput deste artigo, tem início na educação infantil e es-
pú-blicas poderão: tende -se ao longo da vida, observados o inciso III do art.
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e ad- 4º e o parágrafo único do art. 60 desta Lei. (Re-dação
ministrativo, assim como um plano de cargos e salários, aten- dada pela Lei nº 13.632, de 2018)
didas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis; II - Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos
elaborar o regulamento de seu pessoal em confor- educandos com deficiência, transtornos globais do de-
midade com as normas gerais concernentes; senvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investi- (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
mentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acor- I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
do com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor; organização específicos, para atender às suas necessi-
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; dades;
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às II - terminalidade específica para aqueles que não
suas peculiaridades de organização e funcionamento; puderem atingir o nível exigido para a conclusão do
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
com aprovação do Poder competente, para aquisição de aceleração para concluir em menor tempo o programa
bens imóveis, instalações e equipamentos; escolar para os superdotados;
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras III - professores com especialização adequada em ní-vel
providências de ordem orçamentária, financeira e médio ou superior, para atendimento especializado, bem
patrimo-nial necessárias ao seu bom desempenho. como professores do ensino regular capacitados para a
2º Atribuições de autonomia universitária poderão integração desses educandos nas classes comuns; IV -
ser estendidas a instituições que comprovem alta educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
qualifica-ção para o ensino ou para a pesquisa, com base integração na vida em sociedade, inclusive condi-ções
em avalia-ção realizada pelo Poder Público. adequadas para os que não revelarem capacidade de
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu inserção no trabalho competitivo, mediante articula-ção
Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
desenvolvimento das instituições de educação superior apresentam uma habilidade superior nas áreas artís-
por ela mantidas. tica, intelectual ou psicomotora;

148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

V - acesso igualitário aos benefícios dos programas so- Parágrafo único. A formação dos profissionais da edu-
ciais suplementares disponíveis para o respectivo nível do cação, de modo a atender às especificidades do exercício
ensino regular. de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes
Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro etapas e modalidades da educação básica, terá como fun-
nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação damentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
matriculados na educação básica e na educação superior, a I – a presença de sólida formação básica, que propicie
fim de fomentar a execução de políticas públicas destina- o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de
das ao desenvolvimento pleno das potencialidades desse suas competências de trabalho; (Incluído pela Lei nº
alunado. (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015) 12.014, de 2009)
Parágrafo único. A identificação precoce de alunos II – a associação entre teorias e práticas, mediante es-
com altas habilidades ou superdotação, os critérios e pro- tágios supervisionados e capacitação em serviço; (In-
cedimentos para inclusão no cadastro referido no caput cluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
deste artigo, as entidades responsáveis pelo cadastramen- III – o aproveitamento da formação e experiências an-
to, os mecanismos de acesso aos dados do cadastro e as teriores, em instituições de ensino e em outras atividades.
políticas de desenvolvimento das potencialidades do alu- (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
nado de que trata o caput serão definidos em regulamento. Art. 62. A formação de docentes para atuar na educa-
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino ção básica far-se-á em nível superior, em curso de licen-
estabelecerão critérios de caracterização das instituições ciatura plena, admitida, como formação mínima para o
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exercício do magistério na educação infantil e nos cinco
exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em ní-
e financeiro pelo Poder Público. vel médio, na modalidade normal. (Redação dada pela
Parágrafo único. O poder público adotará, como alter- lei nº 13.415, de 2017)
nativa preferencial, a ampliação do atendimento aos edu- § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu-
candos com deficiência, transtornos globais do desenvolvi- nicípios, em regime de colaboração, deverão promover a
mento e altas habilidades ou superdotação na própria rede formação inicial, a continuada e a capacitação dos profis-
pública regular de ensino, independentemente do apoio às sionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056,
instituições previstas neste artigo. (Redação dada de 2009).
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos pro-
pela Lei nº 12.796, de 2013)
fissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecno-
TÍTULO VI logias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº
12.056, de 2009).
Dos Profissionais da Educação
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação esco- dará preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fa-
lar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo zendo uso de recursos e tecnologias de educação a distân-
sido formados em cursos reconhecidos, são: (Reda- cia. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
ção dada pela Lei nº 12.014, de 2009) § 4o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu-
I – professores habilitados em nível médio ou superior nicípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e
para a docência na educação infantil e nos ensinos funda- permanência em cursos de formação de docentes em nível
mental e médio; (Redação dada pela Lei nº 12.014, superior para atuar na educação básica pública. (In-
de 2009) cluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
II – trabalhadores em educação portadores de diploma § 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Mu-
de pedagogia, com habilitação em administração, planeja- nicípios incentivarão a formação de profissionais do ma-
mento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem gistério para atuar na educação básica pública mediante
como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas programa institucional de bolsa de iniciação à docência
áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009) a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de
III – trabalhadores em educação, portadores de diplo- graduação plena, nas instituições de educação superior.
ma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
afim. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) § 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos nota mínima em exame nacional aplicado aos concluintes
respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em
de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, cursos de graduação para formação de docentes, ouvido
atestados por titulação específica ou prática de ensino em o Conselho Nacional de Educação - CNE. (Incluído
unidades educacionais da rede pública ou privada ou das pela Lei nº 12.796, de 2013)
corporações privadas em que tenham atuado, exclusiva- § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, de
mente para atender ao inciso V do caput do art. 36; (In- 2013)
cluído pela lei nº 13.415, de 2017) § 8o Os currículos dos cursos de formação de docen-
V - profissionais graduados que tenham feito comple- tes terão por referência a Base Nacional Comum Curricular.
mentação pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Na- (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) (Vide Lei nº 13.415,
cional de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) de 2017)

149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valoriza-
o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de con- ção dos profissionais da educação, assegurando-lhes, in-
teúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, in- clusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira
cluindo habilitações tecnológicas. (Incluído pela Lei do magistério público:
nº 12.796, de 2013) I - ingresso exclusivamente por concurso público de
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada provas e títulos;
para os profissionais a que se refere o caput, no local de II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive
trabalho ou em instituições de educação básica e superior, com licenciamento periódico remunerado para esse fim;
incluindo cursos de educação profissional, cursos superio- III - piso salarial profissional;
res de graduação plena ou tecnológicos e de pós-gradua- IV - progressão funcional baseada na titulação ou habi-
ção. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) litação, e na avaliação do desempenho;
Art. 62-B. O acesso de professores das redes públicas V - período reservado a estudos, planejamento e ava-
de educação básica a cursos superiores de pedagogia e liação, incluído na carga de trabalho;
licenciatura será efetivado por meio de processo seletivo VI - condições adequadas de trabalho.
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) § 1o A experiência docente é pré-requisito para o exer-
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso previsto no cício profissional de quaisquer outras funções de magis-
caput deste artigo os professores das redes públicas mu- tério, nos termos das normas de cada sistema de ensino.
nicipais, estaduais e federal que ingressaram por concurso (Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006)
público, tenham pelo menos três anos de exercício da pro- § 2o Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e
fissão e não sejam portadores de diploma de graduação. no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são conside-
(Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017) radas funções de magistério as exercidas por professores
§ 2o As instituições de ensino responsáveis pela ofer- e especialistas em educação no desempenho de ativida-
ta de cursos de pedagogia e outras licenciaturas definirão des educativas, quando exercidas em estabelecimento de
critérios adicionais de seleção sempre que acorrerem aos educação básica em seus diversos níveis e modalidades,
certames interessados em número superior ao de vagas incluídas, além do exercício da docência, as de direção de
disponíveis para os respectivos cursos. (Incluído unidade escolar e as de coordenação e assessoramento
pela Lei nº 13.478, de 2017) pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006)
§ 3o Sem prejuízo dos concursos seletivos a serem de- § 3o A União prestará assistência técnica aos Estados,
finidos em regulamento pelas universidades, terão priori- ao Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de con-
dade de ingresso os professores que optarem por cursos cursos públicos para provimento de cargos dos profissio-
de licenciatura em matemática, física, química, biologia e nais da educação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de
língua portuguesa. (Incluído pela Lei nº 13.478, de
2017) 2013)
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão: TÍTULO VII
(Regulamento) Dos Recursos financeiros
I - cursos formadores de profissionais para a educa-
ção básica, inclusive o curso normal superior, destinado à Art. 68. Serão recursos públicos destinados à
formação de docentes para a educação infantil e para as educação os originários de:
primeiras séries do ensino fundamental; I - receita de impostos próprios da União, dos
II - programas de formação pedagógica para porta- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
dores de diplomas de educação superior que queiram se II - receita de transferências constitucionais e outras
dedicar à educação básica; transferências;
III - programas de educação continuada para os III - receita do salário-educação e de outras contribui-
profis-sionais de educação dos diversos níveis. ções sociais;
Art. 64. A formação de profissionais de educação para IV - receita de incentivos fiscais; V -
administração, planejamento, inspeção, supervisão e outros recursos previstos em lei.
orien-tação educacional para a educação básica, será feita Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos
em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os
pós--graduação, a critério da instituição de ensino, Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas
garantida, nesta formação, a base comum nacional. respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita
Art. 65. A formação docente, exceto para a educação resultante de impostos, compreendidas as transferências
superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezen- constitucio-nais, na manutenção e desenvolvimento do
tas horas. ensino público. (Vide Medida Provisória nº 773, de 2017)
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério (Vigência en-cerrada)
superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritaria- § 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida
mente em programas de mestrado e doutorado. pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por pios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não
uni-versidade com curso de doutorado em área afim, será considerada, para efeito do cálculo previsto neste
poderá suprir a exigência de título acadêmico. artigo, receita do governo que a transferir.

150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
2º Serão consideradas excluídas das receitas de im- V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para
postos mencionadas neste artigo as operações de crédito beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar;
por antecipação de receita orçamentária de impostos. VI - pessoal docente e demais trabalhadores da
3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos educa-ção, quando em desvio de função ou em atividade
mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a re-ceita alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.
estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quan-do for o Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e de-
caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, senvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos
com base no eventual excesso de arrecadação. balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a
4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal.
e as efetivamente realizadas, que resultem no não atendi- Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, priorita-
mento dos percentuais mínimos obrigatórios, serão apu- riamente, na prestação de contas de recursos públicos, o
radas e corrigidas a cada trimestre do exercício financeiro. cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Fe-
5º O repasse dos valores referidos neste artigo do deral, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- Transitórias e na legislação concernente.
nicípios ocorrerá imediatamente ao órgão responsável Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o
pela educação, observados os seguintes prazos: Distrito Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mí-
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de nimo de oportunidades educacionais para o ensino fun-
cada mês, até o vigésimo dia; damental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno,
II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigé- capaz de assegurar ensino de qualidade.
simo dia de cada mês, até o trigésimo dia; Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este ar-
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao tigo será calculado pela União ao final de cada ano, com
final de cada mês, até o décimo dia do mês subseqüente. validade para o ano subseqüente, considerando variações
6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a cor- regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades
reção monetária e à responsabilização civil e criminal das de ensino.
autoridades competentes. Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e
Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e de- dos Estados será exercida de modo a corrigir,
senvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas à progressivamen-te, as disparidades de acesso e garantir o
consecução dos objetivos básicos das instituições educacio-nais padrão mínimo de qualidade de ensino.
de todos os níveis, compreendendo as que se destinam a: § 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docen- fórmula de domínio público que inclua a capacidade de
te e demais profissionais da educação; atendimento e a medida do esforço fiscal do respectivo
II - aquisição, manutenção, construção e conservação Estado, do Distrito Federal ou do Município em favor da
de instalações e equipamentos necessários ao ensino; manutenção e do desenvolvimento do ensino.
III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados § 2º A capacidade de atendimento de cada governo
ao ensino; será definida pela razão entre os recursos de uso constitu-
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas cionalmente obrigatório na manutenção e
vi-sando precipuamente ao aprimoramento da qualidade desenvolvimen-to do ensino e o custo anual do aluno,
e à expansão do ensino; relativo ao padrão mínimo de qualidade.
V - realização de atividades-meio necessárias ao fun- § 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e
cionamento dos sistemas de ensino; 2º, a União poderá fazer a transferência direta de recursos
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de a cada estabelecimento de ensino, considerado o número
escolas públicas e privadas; de alunos que efetivamente freqüentam a escola.
VII - amortização e custeio de operações de crédito § 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser
destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos
VIII - aquisição de material didático-escolar e manu- Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino
tenção de programas de transporte escolar. de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 e
Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua
desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com: capacidade de atendimento.
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no ar-
ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, tigo anterior ficará condicionada ao efetivo cumprimento
que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua pelos Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto
qualidade ou à sua expansão; nesta Lei, sem prejuízo de outras prescrições legais.
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às
caráter assistencial, desportivo ou cultural; esco-las públicas, podendo ser dirigidos a escolas
III - formação de quadros especiais para a administra-ção comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:
pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos; I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distri-
IV - programas suplementares de alimentação, assis- buam resultados, dividendos, bonificações, participações
tência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pre-
outras formas de assistência social; texto;

151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
II - apliquem seus excedentes financeiros em educação; III Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.639,
- assegurem a destinação de seu patrimônio a outra de 9.1.2003)
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Po- Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de
der Público, no caso de encerramento de suas atividades; novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.
IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos re- (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
cebidos. Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimen-
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser to e a veiculação de programas de ensino a distância, em
destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de continuada. (Regulamento) (Regulamento)
recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares § 1º A educação a distância, organizada com abertura
da rede pública de domicílio do educando, ficando o e regime especiais, será oferecida por instituições especifi-
Poder Público obrigado a investir prioritariamente na camente credenciadas pela União.
expansão da sua rede local. § 2º A União regulamentará os requisitos para a reali-
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e zação de exames e registro de diploma relativos a cursos
extensão poderão receber apoio financeiro do Poder de educação a distância.
Público, inclu-sive mediante bolsas de estudo. § 3º As normas para produção, controle e avaliação de
programas de educação a distância e a autorização para
TÍTULO VIII sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de
Das Disposições Gerais ensino, podendo haver cooperação e integração entre os
diferentes sistemas. (Regulamento)
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colabo- § 4º A educação a distância gozará de tratamento dife-
ração das agências federais de fomento à cultura e de as- renciado, que incluirá:
sistência aos índios, desenvolverá programas integrados de I - custos de transmissão reduzidos em canais comer-
ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilingüe ciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em ou-
e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes ob- tros meios de comunicação que sejam explorados median-
jetivos: te autorização, concessão ou permissão do poder público;
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, (Redação dada pela Lei nº 12.603, de 2012)
a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação II - concessão de canais com finalidades exclusivamen-
de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas te educativas;
e ciências; III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o Público, pelos concessionários de canais comerciais.
acesso às informações, conhecimentos técnicos e científi- Art. 81. É permitida a organização de cursos ou insti-
cos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas tuições de ensino experimentais, desde que obedecidas as
e não-índias. disposições desta Lei.
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as nor-
sistemas de ensino no provimento da educação intercultu- mas de realização de estágio em sua jurisdição, observada
ral às comunidades indígenas, desenvolvendo programas a lei federal sobre a matéria. (Redação dada pela Lei
integrados de ensino e pesquisa. nº 11.788, de 2008)
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada
comunidades indígenas. pela Lei nº 11.788, de 2008)
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluí- Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica,
dos nos Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes admitida a equivalência de estudos, de acordo com as
objetivos: nor-mas fixadas pelos sistemas de ensino.
I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua ma- Art. 84. Os discentes da educação superior poderão
terna de cada comunidade indígena; ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas
II - manter programas de formação de pessoal espe- res-pectivas instituições, exercendo funções de monitoria,
cializado, destinado à educação escolar nas comunidades de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos.
indígenas; Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação
III - desenvolver currículos e programas específicos, própria poderá exigir a abertura de concurso público de
neles incluindo os conteúdos culturais correspondentes às provas e títulos para cargo de docente de instituição públi-ca
respectivas comunidades; de ensino que estiver sendo ocupado por professor não
IV - elaborar e publicar sistematicamente material di- concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos
dático específico e diferenciado. assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do
§ 3o No que se refere à educação superior, sem prejuízo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
de outras ações, o atendimento aos povos indígenas efe- Art. 86. As instituições de educação superior constituí-
tivar-se-á, nas universidades públicas e privadas, mediante das como universidades integrar-se-ão, também, na sua
a oferta de ensino e de assistência estudantil, assim como condição de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional
de estímulo à pesquisa e desenvolvimento de programas de Ciência e Tecnologia, nos termos da legislação especí-
especiais. (Incluído pela Lei nº 12.416, de 2011) fica.

152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
TÍTULO IX Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o
Das Disposições Transitórias regime anterior e o que se institui nesta Lei serão resol-
vidas pelo Conselho Nacional de Educação ou, mediante
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se delegação deste, pelos órgãos normativos dos sistemas
um ano a partir da publicação desta Lei. de ensino, preservada a autonomia universitária.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publica- Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
ção desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Pla- cação.
no Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024,
dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mun- de 20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro
dial sobre Educação para Todos. de 1968, não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de no-
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela lei nº vembro de 1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e,
12.796, de 2013) ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044,
§ 3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e decretos--lei
supletivamente, a União, devem: (Redação dada pela que as modificaram e quaisquer outras disposições em
Lei nº 11.330, de 2006) contrário.
I - (revogado); (Redação dada pela lei nº
12.796, de 2013) Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da Indepen-
a) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº dência e 108º da República.
11.274, de 2006)
b) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº Este texto não substitui o publicado no DOU de
11.274, de 2006) 23.12.1996
c) (Revogado) (Redação dada pela Lei nº
11.274, de 2006)
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens
e adultos insuficientemente escolarizados; HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO.
III - realizar programas de capacitação para todos os
professores em exercício, utilizando também, para isto, os
recursos da educação a distância;
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fun- O processo de educação do homem foi fundamental
damental do seu território ao sistema nacional de avalia- para o desenvolvimento dos grupos sociais e de suas res-
ção do rendimento escolar. pectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela lei nº história e experiências passadas é essencial para a com-
12.796, de 2013) preensão dos rumos tomados pela educação no presente.
§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivan-
do a progressão das redes escolares públicas urbanas de Educação na antiguidade
ensino fundamental para o regime de escolas de tempo
integral. Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade
§ 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao como a fonte principal sobre a qual a civilização ocidental se
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados ergueu, o legado deixado pelas principais cidades es-tados
aos seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimen- da Grécia Antiga – Esparta e Atenas – constitui-se como
to do art. 212 da Constituição Federal e dispositivos legais princípio de organização social e educativa que ser-viu de
pertinentes pelos governos beneficiados. modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos.
Art. 87-A. (VETADO). (Incluído pela lei nº 12.796, Reconhecida por seu poder militar e caráter guer-reiro, o
de 2013) modelo de educação espartano baseava-se na dis-ciplina
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e
Municípios adaptarão sua legislação educacional e de en- códigos de conduta, no estímulo da competitividade en-tre
sino às disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por
a partir da data de sua publicação. (Regulamento) outro lado, Atenas tinha no logos (conhecimento) seu ideal
(Regulamento) educativo mais importante. O exercício da palavra, assim
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus esta- como a retórica e a polêmica, era valorizado em fun-ção da
tutos e regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas prática da democracia entre iguais. Como herança da
dos respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes educação ateniense surgiram os sofistas, considerados
estabelecidos. mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o palavras para que seus alunos fossem capazes de construir
disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos. argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento so-
venham a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a fista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais do
contar da publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo que ensinar a falar - através de perguntas cujas respos-tas
sistema de ensino. dependiam de uma análise lógica e não simplesmente

153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

da mera retórica. Apesar de concepções opostas, tanto o Em função dessa trajetória histórica, cabe salientar que a
pensamento sofista como o pensamento socrático contri- Educação não atendeu sempre aos mesmos tipos de
buíram para a educação contemporânea através da valori- objetivos e toda a sua análise requer, antes de tudo, um
zação da experiência e do conhecimento prévio do aluno intenso esforço de reflexão e contextualização. Através deste
enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes caminho pode-se melhor compreender métodos e teorias
para o sucesso na aprendizagem do aluno na contempo- educacionais, pois observamos traços presentes nas práticas
educativas atuais que remetem a herança deixada pelos
raneidade.
modelos educativos analisados até aqui. Se, de um lado, está
Educação na Idade Média o valor da disciplina e do conhecimento a ser transmitido
pela escola; e, de outro lado, a ideia de que o conhecimento
Podemos reconhecer traços da tradição espartana na é construído e consequentemente ninguém ensina nada a
educação medieval. Os estudantes eram formados de acor- ninguém de forma definitiva; é importante a constatação de
do com o pensamento conservador da época e a educa-ção que essas correntes de pensamento não se excluem, uma vez
desenvolvida em consonância com os rígidos dogmas da que nos dias atuais é necessário con-ciliar o valor do
Igreja Católica. Cabe ressaltar que até o século XVII os valores conhecimento ao valor do engajamento dos alunos como
morais e até mesmo os ofícios responsáveis pela garantia da estratégia para sanar as exigências de um mundo em
subsistência eram transmitidos em grande par-te dentro dos contínuo desenvolvimento e marcado pelo flu-xo constante
próprios círculos familiares, sendo que esses valores e de informação disponível a uma ampla gama de pessoas
códigos de conduta eram profundamente influen-ciados pelo situadas em diferentes regiões do mundo.
pensamento religioso. Em contrapartida, com as Reformas Como salienta Moacir Gadotti, o conhecimento tem
Religiosas e o Renascimento inicia-se uma nova era para o presença garantida em qualquer projeção que se faça so-
Ocidente e é marcada pelo ressurgimento dos ideais bre o futuro; contudo, os sistemas educacionais ainda não
atenienses nos discursos sobre os objetivos da Educação. O conseguiram avaliar de maneira satisfatória o impacto das
conhecimento era tipo como um corpo sagra-do, essa matriz tecnologias da informação sobre a Educação. Logo, será
de pensamento permaneceu dominante e foi grande preciso trabalhar em dois tempos: o tempo do passado e
responsável pela concepção do papel da edu-cação desde o o tempo do futuro. Fazendo de tudo para superar as con-
desaparecimento do Antigo Regime até a constituição dos dições de atraso e, ao mesmo tempo, criando condições
Estados Nacionais: o conhecimento passa a ser organizado para aproveitar as novas possibilidades que surgem
para ser transmitido pela escola, através da autoridade do através desses novos espaços de conhecimento.
professor enquanto sujeito detentor do saber e mantenedor
da ordem e da disciplina.

Educação moderna ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE.
Foi esse modelo de educação escolar centrado na fi-
gura do professor como transmissor do conhecimento
que se expandiu ao longo dos séculos XVIII e XIX,
impulsionado pela Revolução Industrial e a consequente Presidência da República
urbanização e aumento demográfico. Além disso, o Casa Civil
fortalecimento e ex-pansão de regimes democráticos Subchefia para Assuntos Jurídicos
influenciou a reivindica-ção pelo acesso a escola
enquanto direito do cidadão e à educação passa a ser LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
atribuída a tarefa de formar cidadãos, cientes de direitos e
deveres e capazes de exercê-los pe-rante a sociedade. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
A partir de meados do século XIX, portanto, o modelo e dá outras providências.
hierarquizado e autoritário de educação que caracterizou O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
as instituições escolares até então passou a ser questio- Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
nado por educadores como Maria Montessori, na Europa,
e John Dewey, nos Estados Unidos. Impulsionados pelo Título I
desenvolvimento dos estudos de psicologia sobre apren- Das Disposições Preliminares
dizagem e desenvolvimento humano, e com críticas a pe-
dagogia tradicional e a forma como os conteúdos curricu- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à
lares eram impostos aos alunos, esses e outros criança e ao adolescente.
educadores passaram a reivindicar a participação ativa Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei,
dos alunos no processo de aprendizagem. Desta forma e a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
como mencio-nado anteriormente, essas propostas adolescen-te aquela entre doze e dezoito anos de idade.
resgataram princípios atenienses de educação ao valorizar Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-
a experiência anterior do aluno e seus conhecimentos se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
prévios à aprendizagem escolar. dezoito e vinte e um anos de idade.

154
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os 1o O atendimento pré-natal será realizado por pro-
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem fissionais da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asse- 13.257, de 2016)
gurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as 2o Os profissionais de saúde de referência da gestan-
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o de- te garantirão sua vinculação, no último trimestre da gesta-
senvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em ção, ao estabelecimento em que será realizado o parto,
condições de liberdade e de dignidade. ga-rantido o direito de opção da mulher. (Redação dada
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei apli- pela Lei nº 13.257, de 2016)
cam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discrimina- 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
ção de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, et-nia assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos
ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, primária, bem como o acesso a outros serviços e a gru-
ambiente social, região e local de moradia ou outra condi- pos de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº
ção que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade 13.257, de 2016)
em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 4o Incumbe ao poder público proporcionar assis-
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da socie- tência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e
dade em geral e do poder público assegurar, com abso- pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as
luta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei nº
à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 12.010, de 2009) Vigência
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá
liberdade e à convivência familiar e comunitária. ser prestada também a gestantes e mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como
a gestantes e mães que se encontrem em situação de pri-
de: Parágrafo único. A garantia de prioridade compreen- vação de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
a) primazia de receber proteção e socorro em quais- 2016)
quer circunstâncias; 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
b) precedência de atendimento nos serviços públicos acompanhante de sua preferência durante o período do
ou de relevância pública; pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
c) preferência na formulação e na execução das (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
políti-cas sociais públicas; 7o A gestante deverá receber orientação sobre alei-
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas tamento materno, alimentação complementar saudável e
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
de qualquer forma de negligência, discriminação, explora- esti-mular o desenvolvimento integral da criança.
ção, violência, crueldade e opressão, punido na forma da (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus 8o A gestante tem direito a acompanhamento sau-
direi-tos fundamentais. dável durante toda a gestação e a parto natural
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e
con-ta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do outras inter-venções cirúrgicas por motivos médicos.
bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
e a condição peculiar da criança e do adolescente como 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de
pes-soas em desenvolvimento.
pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às
Título II consultas pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Dos Direitos Fundamentais 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e
Capítulo I mulher com filho na primeira infância que se encontrem
Do Direito à Vida e à Saúde sob custódia em unidade de privação de liberdade, am-
biência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em
à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais articulação com o sistema de ensino competente, visando
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. nº 13.257, de 2016)
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos Art. 9º O poder público, as instituições e os empre-
programas e às políticas de saúde da mulher e de plane- gadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento
materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a
jamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
medida privativa de liberdade.
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e
Os profissionais das unidades primárias de saúde de-
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no
âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela senvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
Lei nº 13.257, de 2016) visando ao planejamento, à implementação e à avaliação

155
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de cas-
materno e à alimentação complementar saudável, de for- tigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
ma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) -tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoria-
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neo- mente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
natal deverão dispor de banco de leite humano ou unida- localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
de de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
de 2016) § 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoria-
atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são mente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da
obrigados a: Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
I - manter registro das atividades desenvolvidas, 2016)
através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito § 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
anos; entrada, os serviços de assistência social em seu compo-
II - identificar o recém -nascido mediante o registro nente especializado, o Centro de Referência Especializado de
de sua impressão plantar e digital e da impressão digital Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Siste-ma de
da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão
autoridade administrativa competente; conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e tera- faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação
pêutica de anormalidades no metabolismo do recém - de violência de qualquer natureza, formu-lando projeto
nas-cido, bem como prestar orientação aos pais; terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se
IV - fornecer declaração de nascimento onde cons- necessário, acompanhamento domiciliar. (In-cluído pela Lei
tem necessariamente as intercorrências do parto e do de- nº 13.257, de 2016)
senvolvimento do neonato; Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao progra-mas de assistência médica e odontológica para a
neonato a permanência junto à mãe. preven-ção das enfermidades que ordinariamente afetam
VI - acompanhar a prática do processo de amamen- a po-pulação infantil, e campanhas de educação sanitária
tação, prestando orientações quanto à técnica adequada, para pais, educadores e alunos.
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, uti- § 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
lizando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei nº recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado
13.436, de 2017) (Vigência) do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cui- § 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção
dado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o prin- trans-versal, integral e intersetorial com as demais linhas
cípio da equidade no acesso a ações e serviços para pro- de cui-dado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído
moção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
pela Lei nº 13.257, de 2016) § 3o A atenção odontológica à criança terá função
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas ne- o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré -natal, e,
cessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de
reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela
§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamen- Lei nº 13.257, de 2016)
te, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, § 4o A criança com necessidade de cuidados odon-
próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tra- tológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de
tamento, habilitação ou reabilitação para crianças e ado- Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
lescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às § 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos
suas necessidades específicas. (Redação dada pela Lei nº seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou ou-tro
13.257, de 2016) instrumento construído com a finalidade de facilitar a
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da
frequente de crianças na primeira infância receberão criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. (In-
formação específica e permanente para a detecção de si-
cluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência)
nais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como
para o acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído Capítulo II
pela Lei nº 13.257, de 2016) Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liber-
cuidados intermediários, deverão proporcionar condições dade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas
para a permanência em tempo integral de um dos pais ou em processo de desenvolvimento e como sujeitos de di-
responsável, nos casos de internação de criança ou ado- reitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição
lescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) e nas leis.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Art. 16. O direito à liberdade compreende os - encaminhamento a cursos ou programas de orien-
seguintes aspectos: tação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
comunitários, ressalvadas as restrições legais; especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - opinião e expressão; V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - crença e culto religioso; Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo se-
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; rão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de ou-
V - participar da vida familiar e comunitária, sem dis- tras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de
criminação; 2014)
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. Capítulo III
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabili- Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
dade da integridade física, psíquica e moral da criança e Seção I
do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da Disposições Gerais
identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças,
dos espaços e objetos pessoais. Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser cria-do
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em
crian-ça e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer família substituta, assegurada a convivência familiar e
tra-tamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvi-mento
ou constrangedor. integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido
ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou em programa de acolhimento familiar ou institucional terá
de tratamento cruel ou degradante, como formas de sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses,
corre-ção, disciplina, educação ou qualquer outro devendo a autoridade judiciária competente, com base em
pretexto, pe-los pais, pelos integrantes da família
relatório elaborado por equipe interprofissional ou multi-
ampliada, pelos res-ponsáveis, pelos agentes públicos
disciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibili-
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
dade de reintegração familiar ou pela colocação em família
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28
ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
programa de acolhimento institucional não se prolongará
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou puni-
por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada neces-
tiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou
o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, sidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente
de 2014) fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de pela Lei nº 13.509, de 2017)
2014) § 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) adolescente à sua família terá preferência em relação a
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou qualquer outra providência, caso em que será esta incluída
forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao em serviços e programas de proteção, apoio e promoção,
adolescen-te que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) b) art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
de 2014) § 4o Será garantida a convivência da criança e do ado-
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) lescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas
os responsáveis, os agentes públicos executores de medi- hipóteses de acolhimento institucional, pela en-tidade
das socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de responsável, independentemente de autorização judicial.
cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento § 5o Será garantida a convivência integral da criança
cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, com a mãe adolescente que estiver em acolhimento insti-
educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, tucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes § 6o A mãe adolescente será assistida por equipe es-
medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade pecializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509,
do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) de 2017)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse
de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi- nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
quiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe in- centes com remota possibilidade de reinserção familiar ou
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509,
apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando de 2017)
inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e § 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento
puer-peral. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão
§ 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária po- ser executados por órgãos públicos ou por organizações
derá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
mediante sua expressa concordância, à rede pública de § 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamen-to,
saúde e assistência social para atendimento especializado. os responsáveis pelo programa e pelos serviços de aco-
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) lhimento deverão imediatamente notificar a autoridade ju-
§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos diciária competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casa-
o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por mento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e quali-
igual período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) ficações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e relativas à filiação.
de não existir outro representante da família extensa apto a Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de
receber a guarda, a autoridade judiciária competente de-verá condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispu-ser a
decretar a extinção do poder familiar e determinar a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em
colocação da criança sob a guarda provisória de quem es- caso de discordância, recorrer à autoridade judiciá-ria
tiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva competente para a solução da divergência. (Expressão
programa de acolhimento familiar ou institucional. (Incluí-do substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guar-
§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe da e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda,
ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer
indicado, deve ser manifestada na audiência a que se re- cumprir as determinações judiciais.
fere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm
entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) direitos iguais e deveres e responsabilidades compar-tilhados
§ 6o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § no cuidado e na educação da criança, devendo ser
7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do e culturas, assegurados os direitos da criança esta-belecidos
dia seguinte à data do término do estágio de convivência. nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais
§ 8o Na hipótese de desistência pelos genitores - ma- não constitui motivo suficiente para a perda ou a
nifestada em audiência ou perante a equipe interprofissio- suspensão do poder familiar. (Expressão substituída pela
nal - da entrega da criança após o nascimento, a criança Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
será mantida com os genitores, e será determinado pela § 1o Não existindo outro motivo que por si só
Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento fa- autorize a decretação da medida, a criança ou o
miliar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. (Incluído adolescente será mantido em sua família de origem, a
pela Lei nº 13.509, de 2017) qual deverá obriga-toriamente ser incluída em serviços e
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
nasci-mento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não im-
§ 10. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) plicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de aco- de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclu-
lhimento institucional ou familiar poderão participar de progra- são, contra o próprio filho ou filha. (Incluído pela Lei nº
ma de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 12.962, de 2014)
§ 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar
pro-porcionar à criança e ao adolescente vínculos serão decretadas judicialmente, em procedimento
externos à instituição para fins de convivência familiar e contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem
comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento como na hipó-tese de descumprimento injustificado dos
nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e deveres e obri-gações a que alude o art. 22. (Expressão
financeiro. (In-cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) §
3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou Seção II
adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimen- Da Família Natural
to. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser apa- Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
drinhado será definido no âmbito de cada programa de formada pelos pais ou qualquer deles e seus
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adoles- descendentes. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou 6o Em se tratando de criança ou adolescente indíge-na
ampliada aquela que se estende para além da unidade ou proveniente de comunidade remanescente de qui-lombo,
pais e filhos ou da unidade do casal, formada por pa- é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
rentes próximos com os quais a criança ou adolescente 2009) Vigência
convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. I - que sejam consideradas e respeitadas sua identi-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento pode- como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis
rão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separada- com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e
mente, no próprio termo de nascimento, por testamen-to, pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
mediante escritura ou outro documento público, qualquer 2009) Vigência
que seja a origem da filiação. II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deixar descendentes. III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é federal responsável pela política indigenista, no caso de
direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, pe-
rante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá
podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdei-ros,
acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. Vigência
Art. 29. Não se deferirá colocação em família
Seção III substitu-ta a pessoa que revele, por qualquer modo,
Da Família Substituta incompatibili-dade com a natureza da medida ou não
Subseção I ofereça ambiente familiar adequado.
Disposições Gerais Art. 30. A colocação em família substituta não admi-
tirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á a entidades governamentais ou não-governamentais, sem
mediante guarda, tutela ou adoção, independentemen-te autorização judicial.
da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira
desta Lei. constitui medida excepcional, somente admissível na mo-
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adoles- dalidade de adoção.
cente será previamente ouvido por equipe interprofis- Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o
sional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau responsável prestará compromisso de bem e fielmente
de compreensão sobre as implicações da medida, e terá desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
sua opinião devidamente considerada. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Subseção II
§ 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de Da Guarda
idade, será necessário seu consentimento, colhido em
audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
Vigência material, moral e educacional à criança ou adolescente,
§ 3o Na apreciação do pedido levar- se-á em con-ta conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
afetividade, a fim de evitar ou minorar as conse-quências § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de
decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente,
2009) Vigência nos pro-cedimentos de tutela e adoção, exceto no de
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob ado- adoção por estrangeiros.
ção, tutela ou guarda da mesma família substituta, res- § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora
salvada a comprovada existência de risco de abuso ou dos casos de tutela e adoção, para atender a situações
outra situação que justifique plenamente a excepciona- pecu-liares ou suprir a falta eventual dos pais ou
lidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer responsável, podendo ser deferido o direito de
caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fra- representação para a prática de atos determinados.
ternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em fa- con-dição de dependente, para todos os fins e efeitos de
mília substituta será precedida de sua preparação gra- direi-to, inclusive previdenciários.
dativa e acompanhamento posterior, realizados pela § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infân-cia e contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a
da Juventude, preferencialmente com o apoio dos medida for aplicada em preparação para adoção, o de-
técnicos responsáveis pela execução da política munici- ferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros
pal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluí-do não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, as-sim
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência como o dever de prestar alimentos, que serão objeto

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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de regulamentação específica, a pedido do interessado ou Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto
do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
no art. 24.
2009) Vigência
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de Subseção IV
assis-tência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o Da Adoção
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger--
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência se-á segundo o disposto nesta Lei.
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em progra- § 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à
mas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhi- qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recur-
mento institucional, observado, em qualquer caso, o cará- sos de manutenção da criança ou adolescente na família
ter temporário e excepcional da medida, nos termos desta natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou § 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído
casal cadastrado no programa de acolhimento familiar pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
po-derá receber a criança ou adolescente mediante § 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses
guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) biológi-cos, devem prevalecer os direitos e os interesses
§ 3o A União apoiará a implementação de serviços de do ado-tando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
acolhimento em família acolhedora como política pública, Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo,
os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhi- de-zoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a
mento temporário de crianças e de adolescentes em re- guar-da ou tutela dos adotantes.
sidências de famílias selecionadas, capacitadas e acompa- Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao
nhadas que não estejam no cadastro de adoção. (Incluído adota-do, com os mesmos direitos e deveres, inclusive
pela Lei nº 13.257, de 2016) sucessó-rios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, esta- paren-tes, salvo os impedimentos matrimoniais.
duais, distritais e municipais para a manutenção dos ser- § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho
viços de acolhimento em família acolhedora, facultando- do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o
se o repasse de recursos para a própria família adota-do e o cônjuge ou concubino do adotante e os
acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) respectivos parentes.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado,
tem-po, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descen-
dentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de
Ministé-rio Público.
vocação hereditária.
Subseção III Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito)
Da Tutela anos, independentemente do estado civil. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos
a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação do adotando.
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união
prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e estável, comprovada a estabilidade da família. (Redação
implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou anos mais velho do que o adotando.
qualquer documento autêntico, conforme previsto no § 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os
parágrafo úni-co do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto
janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e
(trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na
pedido destinado ao controle judicial do ato, observando cons-tância do período de convivência e que seja
o procedimento pre-visto nos arts. 165 a 170 desta Lei. comprovada a existência de vínculos de afinidade e
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência afetividade com aque-le não detentor da guarda, que
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão ob- justifiquem a excepciona-lidade da concessão. (Redação
servados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na § 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que de-
disposição de última vontade, se restar comprovado que a monstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a
medida é vantajosa ao tutelando e que não existe ou-tra guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei
pessoa em melhores condições de assumi-la. (Redação no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por
após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer sentença judicial, que será inscrita no registro civil
no curso do procedimento, antes de prolatada a mediante manda-do do qual não se fornecerá certidão.
sentença.(In-cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos § 2º O mandado judicial, que será arquivado,
legítimos. cancelará o registro original do adotado.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá
e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de
ado-tar o pupilo ou o curatelado. sua residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos Vigência
pais ou do representante legal do adotando. § 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato po-
1º. O consentimento será dispensado em relação derá constar nas certidões do registro. (Redação dada
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ou tenham sido destituídos do poder familiar. (Expressão § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determi-
2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos nar a modificação do prenome. (Redação dada pela Lei nº
de idade, será também necessário o seu consentimento. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de con- § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida
vivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máxi- pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando,
mo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança observa-do o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
ou adolescente e as peculiaridades do caso. (Redação (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito
1o O estágio de convivência poderá ser dispensado em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese
se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá
adotante durante tempo suficiente para que seja possível força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº
avaliar a conveniência da constituição do vínculo. 12.010, de 2009) Vigência
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 8o O processo relativo à adoção assim como outros a
2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se
a dispensa da realização do estágio de convivência. seu armazenamento em microfilme ou por outros meios,
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência garantida a sua conservação para consulta a qualquer tem-
2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste po. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
artigo pode ser prorrogado por até igual período, § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
median-te decisão fundamentada da autoridade judiciária. adoção em que o adotando for criança ou adolescente
(Incluí-do pela Lei nº 13.509, de 2017) com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei
3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente nº 12.955, de 2014)
ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de ado-
no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e ção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única
cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, vez por igual período, mediante decisão fundamentada da
mediante decisão fundamentada da autoridade judi-ciária. autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua
3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo, origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao
deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação
não o deferimento da adoção à autoridade judiciária. dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção
4o O estágio de convivência será acompanhado pela po-derá ser também deferido ao adotado menor de 18
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da (dezoi-to) anos, a seu pedido, assegurada orientação e
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº
responsáveis pela execução da política de garantia do di-
12.010, de 2009) Vigência
reito à convivência familiar, que apresentarão relatório mi-
nucioso acerca da conveniência do deferimento da medi-da. Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o po-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência der familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela
5o O estágio de convivência será cumprido no terri- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tório nacional, preferencialmente na comarca de residência Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada co-
da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade marca ou foro regional, um registro de crianças e adoles-
limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência centes em condições de serem adotados e outro de pes-
do juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela
soas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009)
Lei nº 13.509, de 2017) Vigência

161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia 12. A alimentação do cadastro e a convocação cri-
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o teriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo
Ministé-rio Público. Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
2º Não será deferida a inscrição se o interessado Vigência
não satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor
das hipóteses previstas no art. 29. de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado pre-
3o A inscrição de postulantes à adoção será prece- viamente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei
dida de um período de preparação psicossocial e jurídica, nº 12.010, de 2009) Vigência
orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos res- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ponsáveis pela execução da política municipal de garan- II - for formulada por parente com o qual a criança
tia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetivi-
12.010, de 2009) Vigência dade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
4o Sempre que possível e recomendável, a preparação III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou
referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adoles-
e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em cente, desde que o lapso de tempo de convivência com-
condições de serem adotados, a ser realizado sob a orienta- prove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não
ção, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da seja constatada a ocorrência de má- fé ou qualquer das
Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsá- situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluí-
veis pelo programa de acolhimento e pela execução da po- do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lítica municipal de garantia do direito à convivência familiar. 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,
5o Serão criados e implementados cadastros esta- que preenche os requisitos necessários à adoção, con-
duais e nacional de crianças e adolescentes em condições forme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à 2009) Vigência
adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pes-
6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais soas interessadas em adotar criança ou adolescente com
residentes fora do País, que somente serão consultados na deficiência, com doença crônica ou com necessidades
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos ca- específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído
dastros mencionados no § 5o deste artigo. (Incluído pela pela Lei nº 13.509, de 2017)
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na
7o As autoridades estaduais e federais em matéria de qual o pretendente possui residência habitual em país--
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbin-do-lhes parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993,
a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Ma-
do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) téria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto
Vigência no 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja adotar criança em
8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de outro país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei nº
48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e 13.509, de 2017)
adolescentes em condições de serem adotados que não § 1o A adoção internacional de criança ou adoles-
tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das cente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à lugar quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei
adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o nº 12.010, de 2009) Vigência
deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela - que a colocação em família adotiva é a solução
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adequada ao caso concreto; (Redação dada pela Lei nº
9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar 13.509, de 2017)
pela manutenção e correta alimentação dos cadastros, II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
com posterior comunicação à Autoridade Central Federal colocação da criança ou adolescente em família adotiva
Brasi-leira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da
10. Consultados os cadastros e verificada a ausência inexistência de adotantes habilitados residentes no Bra-sil
de pretendentes habilitados residentes no País com perfil com perfil compatível com a criança ou adolescente, após
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; (Re-dação
adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realiza-do dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção III - que, em se tratando de adoção de adolescente,
internacional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) este foi consultado, por meios adequados ao seu está-gio
11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interes- de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a
sado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que medida, mediante parecer elaborado por equipe
possível e recomendável, será colocado sob guarda de família interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do
cadastrada em programa de acolhimento familiar. art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Vigência

162
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
2o Os brasileiros residentes no exterior terão prefe- 1o Se a legislação do país de acolhida assim o au-
rência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional torizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
de criança ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela internacional sejam intermediados por organismos creden-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ciados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
3o A adoção internacional pressupõe a intervenção 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira
das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
de adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
12.010, de 2009) Vigência ado-ção internacional, com posterior comunicação às
Art. 52. A adoção internacional observará o procedi- Autorida-des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
mento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as se- oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet.
guintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência 3o Somente será admissível o credenciamento de
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em ado-tar organismos que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pe-dido de gência
habilitação à adoção perante a Autoridade Central em I - sejam oriundos de países que ratificaram a Conven-
matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim ção de Haia e estejam devidamente credenciados pela Au-
entendido aquele onde está situada sua residência habitual; toridade Central do país onde estiverem sediados e no país
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de acolhida do adotando para atuar em adoção internacio-
II - se a Autoridade Central do país de acolhida con- nal no Brasil; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
siderar que os solicitantes estão habilitados e aptos para - satisfizerem as condições de integridade moral,
adotar, emitirá um relatório que contenha informações competência profissional, experiência e responsabilidade
so-bre a identidade, a capacidade jurídica e adequação exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Cen-tral
dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
e médica, seu meio social, os motivos que os animam e Vigência
sua aptidão para assumir uma adoção internacional; III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência formação e experiência para atuar na área de adoção in-
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o ternacional; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordena-mento
Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
12.010, de 2009) Vigência Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº
IV - o relatório será instruído com toda a documen- 12.010, de 2009) Vigência
tação necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por 4o Os organismos credenciados deverão ainda: (In-
equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas con-
vigência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
V - os documentos em língua estrangeira serão devida- com-petentes do país onde estiverem sediados, do país
mente autenticados pela autoridade consular, observados os de aco-lhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
tratados e convenções internacionais, e acompanhados da (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
respectiva tradução, por tradutor público juramentado; II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualifi-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cadas e de reconhecida idoneidade moral, com comprova-da
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigên- formação ou experiência para atuar na área de adoção
cias e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia
do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Bra-
acolhida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sileira, mediante publicação de portaria do órgão federal
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Central Estadual, a compatibilidade da legislação estran- - estar submetidos à supervisão das autoridades
geira com a nacional, além do preenchimento por parte competentes do país onde estiverem sediados e no país
dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e sub- de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funciona-
jetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que mento e situação financeira; (Incluído pela Lei nº 12.010,
dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, de 2009) Vigência
será expedido laudo de habilitação à adoção IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem
ano; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência como relatório de acompanhamento das adoções in-
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado ternacionais efetuadas no período, cuja cópia será encami-
será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o nhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluído pela
Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encon- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tra a criança ou adolescente, conforme indicação efetua-da V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Au-
pela Autoridade Central Estadual. (Incluído pela Lei nº toridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade
12.010, de 2009) Vigência Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois)

163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a ou suspender a concessão de novos credenciamen-tos
cidada-nia do país de acolhida para o adotado; (Incluído sempre que julgar necessário, mediante ato administra-tivo
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os Vigência
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal Bra- Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
sileira cópia da certidão de registro de nascimento estran- descredenciamento, o repasse de recursos provenientes
geira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam de organismos estrangeiros encarregados de intermediar
concedidos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pedidos de adoção internacional a organismos nacionais
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acar- Vigência
retar a suspensão de seu credenciamento. (Incluído pela Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Ado-
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou es- lescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo
trangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. (Incluí-
internacional terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser con- em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de
cedida mediante requerimento protocolado na adoção tenha sido processado em conformidade com a
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) legislação vigente no país de residência e atendido o dis-
dias anteriores ao término do respectivo prazo de posto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será
validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência automaticamente recepcionada com o reingresso no
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
concedeu a adoção internacional, não será permitida a 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alí-
saí-da do adotando do território nacional. (Incluído pela nea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sen-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
judiciária determinará a expedição de alvará com autoriza- 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em
ção de viagem, bem como para obtenção de passaporte, país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez
constando, obrigatoriamente, as características da criança reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da
ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. (In-
sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
aposição da impressão digital do seu polegar direito, ins- Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for
truindo o documento com cópia autenticada da decisão e o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do
certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº país de origem da criança ou do adolescente será co-nhecida
12.010, de 2009) Vigência pela Autoridade Central Estadual que tiver proces-sado o
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a pedido de habilitação dos pais adotivos, que comu-nicará o
qualquer momento, solicitar informações sobre a situação fato à Autoridade Central Federal e determinará as
das crianças e adolescentes adotados. (Incluído pela Lei nº providências necessárias à expedição do Certificado de
12.010, de 2009) Vigência Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos 2009) Vigência
credenciados, que sejam considerados abusivos pela Auto- 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
ridade Central Federal Brasileira e que não estejam devida- Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela
mente comprovados, é causa de seu descredenciamento. decisão se restar demonstrado que a adoção é manifesta-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mente contrária à ordem pública ou não atende ao interes-se
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem superior da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº
ser representados por mais de uma entidade credenciada 12.010, de 2009) Vigência
para atuar na cooperação em adoção internacional. 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção,
(Incluí-do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou do- imediatamente requerer o que for de direito para resguar-
miciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) dar os interesses da criança ou do adolescente,
ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, comunican-do-se as providências à Autoridade Central
de 2009) Vigência Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com di- origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rigentes de programas de acolhimento institucional ou fa- Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
miliar, assim como com crianças e adolescentes em condi- for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no
ções de serem adotados, sem a devida autorização país de origem porque a sua legislação a delega ao país de
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com deci-

164
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

são, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que III - elevados níveis de repetência.
não tenha aderido à Convenção referida, o processo de Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, expe-
adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído riências e novas propostas relativas a calendário, seriação,
currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
Capítulo IV fundamental obrigatório.
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
valores culturais, artísticos e históricos próprios do contex-to
Lazer
social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à edu- liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
cação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
preparo para o exercício da cidadania e qualificação para União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e
o trabalho, assegurando-se-lhes: espaços para programações culturais, esportivas e de
I - igualdade de condições para o acesso e
lazer voltadas para a infância e a juventude.
permanên-cia na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores; Capítulo V
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo Do Direito à Profissionalização e à Proteção
recorrer às instâncias escolares superiores;
no Trabalho
IV - direito de organização e participação em entida-
des estudantis; Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
residência. (Vide Constituição Federal)
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é
ter ciência do processo pedagógico, bem como participar re-gulada por legislação especial, sem prejuízo do
da definição das propostas educacionais. disposto nesta Lei.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação
adolescente: técni-co-profissional ministrada segundo as diretrizes e
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusi- bases da legislação de educação em vigor.
ve para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratui- aos seguintes princípios:
dade ao ensino médio; I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao en-
III - atendimento educacional especializado aos por- sino regular;
tadores de deficiência, preferencialmente na rede regular II - atividade compatível com o desenvolvimento do
de ensino; adolescente;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças III - horário especial para o exercício das atividades.
de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é
13.306, de 2016) assegurada bolsa de aprendizagem.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesqui-sa Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previden-
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às ciários.
condições do adolescente trabalhador; Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é
VII - atendimento no ensino fundamental, através de asse-gurado trabalho protegido.
programas suplementares de material didático-escolar, Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em re-
transporte, alimentação e assistência à saúde. gime familiar de trabalho, aluno de escola técnica,
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é assistido em entidade governamental ou não-
direito público subjetivo. governamental, é ve-dado trabalho:
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de
poder público ou sua oferta irregular importa um dia e as cinco horas do dia seguinte;
responsabili-dade da autoridade competente. II - perigoso, insalubre ou penoso;
§ 3º Compete ao poder público recensear os educan- III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e
dos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola. IV - realizado em horários e locais que não permitam
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de a freqüência à escola.
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. Art. 68. O programa social que tenha por base o
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino traba-lho educativo, sob responsabilidade de entidade
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: governa-mental ou não-governamental sem fins
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão participe condições de capacitação para o exercício de
esco-lar, esgotados os recursos escolares; atividade regular remune-rada.

165
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
1º Entende-se por trabalho educativo a atividade VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a
laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao de- articulação de ações e a elaboração de planos de atua-ção
senvolvimento pessoal e social do educando prevalecem conjunta focados nas famílias em situação de violência,
sobre o aspecto produtivo. com participação de profissionais de saúde, de assistência
2º A remuneração que o adolescente recebe pelo social e de educação e de órgãos de promoção, proteção
trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos e defesa dos direitos da criança e do adolescente.
de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 69. O adolescente tem direito à Parágrafo único. As famílias com crianças e
profissionalização e à proteção no trabalho, observados adolescen-tes com deficiência terão prioridade de
os seguintes aspec-tos, entre outros: atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desen- e proteção. (Incluí-do pela Lei nº 13.010, de 2014)
volvimento; Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que
II - capacitação profissional adequada ao mercado de atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras,
devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas
trabalho.
a reco-nhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas
Título III ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e
Da Prevenção adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Capítulo I Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
Disposições Gerais co-municação de que trata este artigo, as pessoas
encarrega-das, por razão de cargo, função, ofício,
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de amea- ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência
ça ou violação dos direitos da criança e do adolescente. ou guarda de crian-ças e adolescentes, punível, na forma
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os deste Estatuto, o in-justificado retardamento ou omissão,
Municípios deverão atuar de forma articulada na elabora- culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
ção de políticas públicas e na execução de ações destina- Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a in-
das a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel formação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e
ou degradante e difundir formas não violentas de educa- produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar
ção de crianças e de adolescentes, tendo como principais de pessoa em desenvolvimento.
ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não
I - a promoção de campanhas educativas excluem da prevenção especial outras decorrentes dos
permanentes para a divulgação do direito da criança e do princípios por ela adotados.
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos im-portará em responsabilidade da pessoa física ou
instrumen-tos de proteção aos direitos humanos;
jurídica, nos termos desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Capítulo II
Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Da Prevenção Especial
Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Ado- Seção I
lescente e com as entidades não governamentais que atuam Da informação, Cultura, Lazer, Esportes,
na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
Diversões e Espetáculos
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - a formação continuada e a capacitação dos profis- Art. 74. O poder público, através do órgão competen-
sionais de saúde, educação e assistência social e dos de-mais te, regulará as diversões e espetáculos públicos, informan-
agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos do sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
direitos da criança e do adolescente para o desenvolvi-mento recomendem, locais e horários em que sua apresentação
das competências necessárias à prevenção, à iden-tificação se mostre inadequada.
de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
as formas de violência contra a criança e o adoles-cente; es-petáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pací- destaca-da sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
fica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o especifi-cada no certificado de classificação.
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem di-versões e espetáculos públicos classificados como
a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a adequa-dos à sua faixa etária.
atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e Parágrafo único. As crianças menores de dez anos so-
responsáveis com o objetivo de promover a informação, a mente poderão ingressar e permanecer nos locais de
reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de apre-sentação ou exibição quando acompanhadas dos
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no pais ou responsável.
processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

166
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente 1º A autorização não será exigida quando:
exibirão, no horário recomendado para o público infanto tratar-se de comarca contígua à da residência da
juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída
culturais e informativas. na mesma região metropolitana;
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresenta- a criança estiver acompanhada:
do ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
sua transmissão, apresentação ou exibição. grau, comprovado documentalmente o parentesco;
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcio- de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
nários de empresas que explorem a venda ou aluguel de pai, mãe ou responsável.
fitas de programação em vídeo cuidarão para que não 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais
haja venda ou locação em desacordo com a classificação ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.
atri-buída pelo órgão competente. Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a au-
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo de- torização é dispensável, se a criança ou adolescente:
verão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
obra e a faixa etária a que se destinam. respon-sável;
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializa- ex-pressamente pelo outro através de documento com
das em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo. firma reconhecida.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as ca- Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
pas que contenham mensagens pornográficas ou nenhuma criança ou adolescente nascido em território na-
obscenas sejam protegidas com embalagem opaca. cional poderá sair do País em companhia de estrangeiro
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao residente ou domiciliado no exterior.
público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas Parte Especial
alcoólicas, taba-co, armas e munições, e deverão respeitar Título I
os valores éticos e sociais da pessoa e da família. Da Política de Atendimento
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que ex- Capítulo I
plorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por Disposições Gerais
casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas,
ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja per- Art. 86. A política de atendimento dos direitos da crian-
mitida a entrada e a permanência de crianças e adolescen-tes ça e do adolescente far-se-á através de um conjunto articu-
lado de ações governamentais e não-governamentais, da
no local, afixando aviso para orientação do público.
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Seção II Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
Dos Produtos e Serviços (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - políticas sociais básicas;
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assis-
de: Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente
tência social de garantia de proteção social e de prevenção e
I - armas, munições e explosivos; redução de violações de direitos, seus agravamentos ou
II - bebidas alcoólicas; reincidências; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
III - produtos cujos componentes possam causar de- III - serviços especiais de prevenção e atendimento
pendência física ou psíquica ainda que por utilização in- médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tra-
devida; tos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles IV - serviço de identificação e localização de pais, res-
que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de pro- ponsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
vocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida; V - proteção jurídico-social por entidades de defesa
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; dos direitos da criança e do adolescente.
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. VI - políticas e programas destinados a prevenir ou
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou ado- abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a
lescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento con- garantir o efetivo exercício do direito à convivência
gênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
ou responsável.
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob for-ma
Seção III de guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio
Da Autorização para Viajar familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído
comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou res- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ponsável, sem expressa autorização judicial. Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

167
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
I - municipalização do atendimento; I - orientação e apoio sócio-familiar;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e na- II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
cional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos III - colocação familiar;
de-liberativos e controladores das ações em todos os IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei
níveis, assegurada a participação popular paritária por nº 12.010, de 2009) igência
meio de organizações representativas, segundo leis V - prestação de serviços à comunidade; (Redação
federal, esta-duais e municipais; dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - criação e manutenção de programas específicos, VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº
observada a descentralização político-administrativa; 12.594, de 2012) (Vide)
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e mu- VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº
nicipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos 12.594, de 2012) (Vide)
da criança e do adolescente; VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, (Vide)
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assis- § 1o As entidades governamentais e não
tência Social, preferencialmente em um mesmo local, para governamen-tais deverão proceder à inscrição de seus
efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente programas, es-pecificando os regimes de atendimento, na
a quem se atribua autoria de ato infracional; forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Direitos da Crian-ça e do Adolescente, o qual manterá
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encar- registro das inscrições e de suas alterações, do que fará
regados da execução das políticas sociais básicas e de as- comunicação ao Conse-lho Tutelar e à autoridade
sistência social, para efeito de agilização do atendimento judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de crianças e de adolescentes inseridos em programas de § 2o Os recursos destinados à implementação e ma-
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rá- nutenção dos programas relacionados neste artigo serão
pida reintegração à família de origem ou, se tal solução se previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos
mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência
família substituta, em quaisquer das modalidades Social, dentre outros, observando-se o princípio da priori-
previstas no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº dade absoluta à criança e ao adolescente preconizado
12.010, de 2009) Vigência pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo
VII - mobilização da opinião pública para a indispen- caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela
sável participação dos diversos segmentos da sociedade. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo
VIII - especialização e formação continuada dos pro- Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-
fissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à lescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se
primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direi- critérios para renovação da autorização de funcionamento:
tos da criança e sobre desenvolvimento infantil; (Incluído (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 13.257, de 2016) I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei,
IX - formação profissional com abrangência dos di- bem como às resoluções relativas à modalidade de aten-
versos direitos da criança e do adolescente que favoreça a dimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos
intersetorialidade no atendimento da criança e do adoles- da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; (Incluído
cente e seu desenvolvimento integral; (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
13.257, de 2016) II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desen- atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e
volvimento infantil e sobre prevenção da violência. (Incluí- pela Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei
do pela Lei nº 13.257, de 2016) nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e III - em se tratando de programas de acolhimento
dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da institucional ou familiar, serão considerados os índices de
crian-ça e do adolescente é considerada de interesse sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família
substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010,
público re-levante e não será remunerada.
de 2009) Vigência
Capítulo II Art. 91. As entidades não-governamentais somente
Das Entidades de Atendimento poderão funcionar depois de registradas no Conselho
Seção I Mu-nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o
Disposições Gerais qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à
autoridade judiciária da respectiva localidade.
Art. 90. As entidades de atendimento são responsá- § 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído
veis pela manutenção das próprias unidades, assim como pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pelo planejamento e execução de programas de proteção a) não ofereça instalações físicas em condições ade-
e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, quadas de habitabilidade, higiene, salubridade e seguran-
em regime de: ça;

168
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
b) não apresente plano de trabalho compatível com adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento
os princípios desta Lei; ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.
c) esteja irregularmente constituída; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. § 5o As entidades que desenvolvem programas de
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções acolhimento familiar ou institucional somente poderão re-
e deliberações relativas à modalidade de atendimento ceber recursos públicos se comprovado o atendimento
pres-tado expedidas pelos Conselhos de Direitos da dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído
Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 6o O descumprimento das disposições desta Lei
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do acolhimento familiar ou institucional é causa de sua desti-
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua tuição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade
renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo. administrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010,
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de § 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três)
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial aten-
se-guintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, ção à atuação de educadores de referência estáveis e qua-
de 2009) Vigência litativamente significativos, às rotinas específicas e ao aten-
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da dimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto
reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
de 2009) Vigência Art. 93. As entidades que mantenham programa de
II - integração em família substituta, quando esgota-dos acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional
os recursos de manutenção na família natural ou ex-tensa; e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia
determinação da autoridade competente, fazendo comu-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pos; III nicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz
- atendimento personalizado e em pequenos gru- da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co- (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
-educação; Parágrafo único. Recebida a comunicação, a
V - não desmembramento de grupos de irmãos; autorida-de judiciária, ouvido o Ministério Público e se
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará
outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; as medidas necessárias para promover a imediata
VII - participação na vida da comunidade local; VIII reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se
- preparação gradativa para o desligamento; por qualquer razão não for isso possível ou recomendável,
IX - participação de pessoas da comunidade no pro- para seu encami-nhamento a programa de acolhimento
cesso educativo. familiar, institucio-nal ou a família substituta, observado o
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve progra- disposto no § 2o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
ma de acolhimento institucional é equiparado ao guar- 12.010, de 2009) Vigência
dião, para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
12.010, de 2009) Vigência internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem I - observar os direitos e garantias de que são
pro-gramas de acolhimento familiar ou institucional titulares os adolescentes;
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
(seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação objeto de restrição na decisão de internação;
de cada crian-ça ou adolescente acolhido e sua família, III - oferecer atendimento personalizado, em peque-
para fins da rea-valiação prevista no § 1o do art. 19 desta nas unidades e grupos reduzidos;
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de
§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes res-peito e dignidade ao adolescente;
Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a per- V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
manente qualificação dos profissionais que atuam direta preservação dos vínculos familiares;
ou indiretamente em programas de acolhimento VI - comunicar à autoridade judiciária,
institucio-nal e destinados à colocação familiar de crianças periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou
e adoles-centes, incluindo membros do Poder Judiciário, impossível o reata-mento dos vínculos familiares;
Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº VII - oferecer instalações físicas em condições
12.010, de 2009) Vigência adequa-das de habitabilidade, higiene, salubridade e
§ 4o Salvo determinação em contrário da autorida-de segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
judiciária competente, as entidades que desenvolvem VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
programas de acolhimento familiar ou institucional, se ne- adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
cessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odonto-
de assistência social, estimularão o contato da criança ou lógicos e farmacêuticos;

169
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
X - propiciar escolarização e profissionalização; suspensão total ou parcial do repasse de verbas pú-
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; blicas;
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que deseja- interdição de unidades ou suspensão de programa;
rem, de acordo com suas crenças; cassação do registro.
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; XIV 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por
- reavaliar periodicamente cada caso, com interva-lo entidades de atendimento, que coloquem em risco os di-
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à reitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado
autoridade competente; ao Ministério Público ou representado perante autoridade
XV - informar, periodicamente, o adolescente judiciária competente para as providências cabíveis, inclu-sive
interna-do sobre sua situação processual; suspensão das atividades ou dissolução da entidade.
XVI - comunicar às autoridades competentes todos (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto- 2o As pessoas jurídicas de direito público e as or-
-contagiosas; ganizações não governamentais responderão pelos danos
XVII - fornecer comprovante de depósito dos perten- que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
ces dos adolescentes; caracterizado o descumprimento dos princípios norteado-res
XVIII - manter programas destinados ao apoio e das atividades de proteção específica. (Redação dada pela Lei
acom-panhamento de egressos;
nº 12.010, de 2009) Vigência
XIX - providenciar os documentos necessários ao
exer-cício da cidadania àqueles que não os tiverem; Título II
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e Das Medidas de Proteção
circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus Capítulo I
pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, Disposições Gerais
acompanhamento da sua formação, relação de seus per-
tences e demais dados que possibilitem sua identificação e a Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao
individualização do atendimento. adoles-cente são aplicáveis sempre que os direitos
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações cons- reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
tantes deste artigo às entidades que mantêm programas I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
de acolhimento institucional e familiar. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sável;II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou respon-
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude III - em razão de sua conduta.
este artigo as entidades utilizarão preferencialmente os
recur-sos da comunidade. Capítulo II
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que Das Medidas Específicas de Proteção
abri-guem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda
que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo pode-
pro-fissionais capacitados a reconhecer e reportar ao rão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. substituídas a qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em
(Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas
Seção II que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e co-
Da Fiscalização das Entidade munitários.
Art. 95. As entidades governamentais e não-governa- Parágrafo único. São também princípios que regem a
mentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judi- aplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
ciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares. 2009) Vigência
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de I - condição da criança e do adolescente como su-
con-tas serão apresentados ao estado ou ao município, jeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares
confor-me a origem das dotações orçamentárias. dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de na Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
atendi-mento que descumprirem obrigação constante do 2009) Vigência
art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
de seus dirigentes ou prepostos: (Vide Lei nº 12.010, de aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei
2009) Vi-gência deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
I - às entidades governamentais: direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
a) advertência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
b) afastamento provisório de seus dirigentes; c) III - responsabilidade primária e solidária do poder pú-
afastamento definitivo de seus dirigentes; blico: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo
II - às entidades não-governamentais: nos casos por esta expressamente ressalvados, é de
a) advertência; responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de

170
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
governo, sem prejuízo da municipalização do - matrícula e freqüência obrigatórias em
atendimento e da possibilidade da execução de estabeleci-mento oficial de ensino fundamental;
programas por entida-des não governamentais; (Incluído IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou co-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência munitários de proteção, apoio e promoção da família, da
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e 13.257, de 2016)
direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
consideração que for devida a outros interesses legítimos no psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela
da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
pri-vada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção das autorida- IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei
des competentes deve ser efetuada logo que a situação nº 12.010, de 2009) Vigência
de perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 1o O acolhimento institucional e o acolhimento fa-
2009) Vigência miliar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exer- como forma de transição para reintegração familiar ou, não
cida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja sendo esta possível, para colocação em família substituta,
ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº
à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência § 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergen-ciais
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das
deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afas-tamento
que a criança ou o adolescente se encontram no da criança ou adolescente do convívio familiar é de
momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei competência exclusiva da autoridade judiciária e impor-tará
nº 12.010, de 2009) Vigência na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser tenha legítimo interesse, de procedimento judicial
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável
para com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (In-
12.010, de 2009) Vigência cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
X - prevalência da família: na promoção de direitos e § 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser
na proteção da criança e do adolescente deve ser dada encaminhados às instituições que executam programas de
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem acolhimento institucional, governamentais ou não, por
na sua família natural ou extensa ou, se isso não for pos- meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autori-
sível, que promovam a sua integração em família adotiva; dade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o I - sua identificação e a qualificação completa de seus
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela
capacidade de compreensão, seus pais ou responsável Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que II - o endereço de residência dos pais ou do
determinaram a intervenção e da forma como esta se pro- responsá-vel, com pontos de referência; (Incluído pela Lei
cessa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o III - os nomes de parentes ou de terceiros
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de interessados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus nº 12.010, de 2009) Vigência
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar IV - os motivos da retirada ou da não reintegração
nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada Vigência
pela autoridade judiciária competente, obser-vado o disposto § 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Incluí-do pela Lei nº do adolescente, a entidade responsável pelo programa de
12.010, de 2009) Vigência acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas individual de atendimento, visando à reintegração familiar,
no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em
dentre outras, as seguintes medidas: contrário de autoridade judiciária competente, caso em que
I - encaminhamento aos pais ou responsável, também deverá contemplar sua colocação em família
median-te termo de responsabilidade; substituta, observadas as regras e princípios desta Lei. (In-
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

171
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
5o O plano individual será elaborado sob a respon- 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
sabilidade da equipe técnica do respectivo programa de Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
atendimento e levará em consideração a opinião da criança Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescen-te
ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável. e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência implementação de políticas públicas que permitam reduzir o
6o Constarão do plano individual, dentre outros: número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar
(In-cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e abreviar o período de permanência em programa de
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; acolhimento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 102. As medidas de proteção de que trata este
II - os compromissos assumidos pelos pais ou respon- Capítulo serão acompanhadas da regularização do
sável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o
com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou assento de nascimento da criança ou adolescente será feito
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da
esta vedada por expressa e fundamentada determi-nação autoridade judiciária.
judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação 2º Os registros e certidões necessários à regulariza-
em família substituta, sob direta supervisão da autoridade ção de que trata este artigo são isentos de multas, custas
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
Vigência 3o Caso ainda não definida a paternidade, será defla-
7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no grado procedimento específico destinado à sua averigua-ção,
local mais próximo à residência dos pais ou do respon-sável conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezem-bro de
e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
que identificada a necessidade, a família de origem será 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é
incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de dispensável o ajuizamento de ação de investigação de pa-
promoção social, sendo facilitado e estimulado o con-tato ternidade pelo Ministério Público se, após o não compa-
com a criança ou com o adolescente acolhido. (Incluí-do pela recimento ou a recusa do suposto pai em assumir a pa-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para
8o Verificada a possibilidade de reintegração fami- adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
liar, o responsável pelo programa de acolhimento familiar 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a
ou institucional fará imediata comunicação à autoridade qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são
judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de ab-soluta
de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela prioridade. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação re-
9o Em sendo constatada a impossibilidade de rein- querida do reconhecimento de paternidade no assento de
tegração da criança ou do adolescente à família de origem, nascimento e a certidão correspondente. (Incluído dada
após seu encaminhamento a programas oficiais ou comu-
pela Lei nº 13.257, de 2016)
nitários de orientação, apoio e promoção social, será envia-
do relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual Título III
conste a descrição pormenorizada das providências toma-das Da Prática de Ato Infracional
e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da Capítulo I
entidade ou responsáveis pela execução da política mu- Disposições Gerais
nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a
destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
descri-ta como crime ou contravenção penal.
10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
destituição do poder familiar, salvo se entender necessá- dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
ria a realização de estudos complementares ou de outras Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda. considerada a idade do adolescente à data do fato.
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança cor-
11. A autoridade judiciária manterá, em cada comar-ca
responderão as medidas previstas no art. 101.
ou foro regional, um cadastro contendo informações
atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de Capítulo II
acolhimento familiar e institucional sob sua responsabili- Dos Direitos Individuais
dade, com informações pormenorizadas sobre a situação
jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua li-
sua reintegração familiar ou colocação em família substituta, berdade senão em flagrante de ato infracional ou por or-
em qualquer das modalidades previstas no art. dem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência com-petente.

172
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identifi- 3º Os adolescentes portadores de doença ou defi-
cação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser ciência mental receberão tratamento individual e
informado acerca de seus direitos. especiali-zado, em local adequado às suas condições.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts.
lo-cal onde se encontra recolhido serão incontinenti 99 e 100.
comu-nicados à autoridade judiciária competente e à Art. 114. A imposição das medidas previstas nos in-
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. cisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena suficientes da autoria e da materialidade da infração, res-
de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. salvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser de- Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
terminada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. sempre que houver prova da materialidade e indícios sufi-
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
cientes da autoria.
basear-se em indícios suficientes de autoria e materialida-de,
demonstrada a necessidade imperiosa da medida. Seção II
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não Da Advertência
será submetido a identificação compulsória pelos órgãos
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de con- Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
frontação, havendo dúvida fundada. verbal, que será reduzida a termo e assinada.
Capítulo III Seção III
Das Garantias Processuais Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua li- Art. 116. Em se tratando de ato infracional com re-
berdade sem o devido processo legal. flexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre ou- for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o
tras, as seguintes garantias: ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato prejuízo da vítima.
infracional, mediante citação ou meio equivalente; Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade,
II - igualdade na relação processual, podendo con- a medida poderá ser substituída por outra adequada.
frontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as
provas necessárias à sua defesa; Seção IV
III - defesa técnica por advogado; Da Prestação de Serviços à Comunidade
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
neces-sitados, na forma da lei; Art. 117. A prestação de serviços comunitários con-
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autorida- siste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,
de competente; por período não excedente a seis meses, junto a
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas
res-ponsável em qualquer fase do procedimento.
comunitários ou governamentais.
Capítulo IV Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme
Das Medidas Sócio-Educativas as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas du-
Seção I rante jornada máxima de oito horas semanais, aos sába-
Disposições Gerais dos, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a
não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a au- de trabalho.
toridade competente poderá aplicar ao adolescente as se-
guintes medidas: Seção V
I - advertência; Da Liberdade Assistida
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade; Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre
IV - liberdade assistida; que se afigurar a medida mais adequada para o fim de
V - inserção em regime de semi-liberdade; acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
VI - internação em estabelecimento educacional; VII § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
- qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em entidade ou programa de atendimento.
con-ta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo míni-
a gra-vidade da infração. mo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorro-
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será gada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
admitida a prestação de trabalho forçado. orientador, o Ministério Público e o defensor.

173
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a su- § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III
pervisão da autoridade competente, a realização dos se- deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, de-
guintes encargos, entre outros: vendo ser decretada judicialmente após o devido processo
I - promover socialmente o adolescente e sua família, legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a
em programa oficial ou comunitário de auxílio e internação, havendo outra medida adequada.
assistência social; Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entida-de
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento es-colar exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; III - destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
diligenciar no sentido da profissionalização do critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; Parágrafo único. Durante o período de internação, in-
clusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
IV - apresentar relatório do caso.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de
Seção VI liber-dade, entre outros, os seguintes:
Do Regime de Semi-liberdade I - entrevistar-se pessoalmente com o representante
do Ministério Público;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser deter- II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; III
minado desde o início, ou como forma de transição para o - avistar-se reservadamente com seu defensor;
meio aberto, possibilitada a realização de atividades IV - ser informado de sua situação processual,
exter-nas, independentemente de autorização judicial. sempre que solicitada;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionali- V - ser tratado com respeito e dignidade;
zação, devendo, sempre que possível, ser utilizados os re- VI - permanecer internado na mesma localidade ou
cursos existentes na comunidade. naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou res-
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplican- ponsável;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
do-se, no que couber, as disposições relativas à internação.
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
Seção VII IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e as-
Da Internação seio pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de
Art. 121. A internação constitui medida privativa da higiene e salubridade;
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepciona- XI - receber escolarização e profissionalização;
lidade e respeito à condição peculiar de pessoa em XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
desen-volvimento. XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
§ 1º Será permitida a realização de atividades XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua cren-
externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo ça, e desde que assim o deseje;
expressa de-terminação judicial em contrário. XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, de- de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
vendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão daqueles porventura depositados em poder da entidade;
fundamentada, no máximo a cada seis meses. XVI - receber, quando de sua desinternação, os docu-
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de mentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
inter-nação excederá a três anos. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo § 2º A autoridade judiciária poderá suspender tem-
ante-rior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em porariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se
regi-me de semi-liberdade ou de liberdade assistida. existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialida-
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um de aos interesses do adolescente.
anos de idade. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade físi-
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será pre- ca e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
cedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
adequadas de contenção e segurança.
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o po-
derá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciá- Capítulo V
ria. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Da Remissão
Art. 122. A medida de internação só poderá ser apli-
cada quando: Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante para apuração de ato infracional, o representante do Mi-
gra-ve ameaça ou violência a pessoa; nistério Público poderá conceder a remissão, como forma
II - por reiteração no cometimento de outras de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e
infrações graves; conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à
III - por descumprimento reiterado e injustificável da personalidade do adolescente e sua maior ou menor
medida anteriormente imposta. parti-cipação no ato infracional.

174
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a Art. 132. Em cada Município e em cada Região Ad-
concessão da remissão pela autoridade judiciária ministrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
importará na sus-pensão ou extinção do processo. Conselho Tutelar como órgão integrante da administração
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, pela população local para mandato de 4 (quatro) anos,
nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo in- permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo
cluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas de escolha. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-li- Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho
berdade e a internação. Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão I - reconhecida idoneidade moral;
po-derá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, II - idade superior a vinte e um anos;
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu III - residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o lo-
representante legal, ou do Ministério Público.
cal, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar,
Título IV inclusive quanto à remuneração dos respectivos
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação
dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou respon- I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº
sável: 12.696, de 2012)
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de
ou comunitários de proteção, apoio e promoção da 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído
família; (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) pela Lei nº 12.696, de 2012)
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696,
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicôma- de 2012)
nos; IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696,
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou de 2012)
psi-quiátrico; V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696,
IV - encaminhamento a cursos ou programas de de 2012)
orien-tação; Parágrafo único. Constará da lei orçamentária munici-
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acom- pal e da do Distrito Federal previsão dos recursos neces-
panhar sua freqüência e aproveitamento escolar; sários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remune-
VI - obrigação de encaminhar a criança ou ração e formação continuada dos conselheiros tutelares.
adolescente a tratamento especializado; (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
VII - advertência; Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
VIII - perda da guarda; constituirá serviço público relevante e estabelecerá pre-
IX - destituição da tutela; sunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº
X - suspensão ou destituição do poder familiar. (Ex-
12.696, de 2012)
pressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas Capítulo II
nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto Das Atribuições do Conselho
nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opres- Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
são ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
a autoridade judiciária poderá determinar, como medida previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previs-
cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. tas no art. 101, I a VII;
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, II - atender e aconselhar os pais ou responsável, apli-
a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a cando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
crian-ça ou o adolescente dependentes do agressor. III - promover a execução de suas decisões, podendo
para tanto:
(Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011)
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
Título V educação, serviço social, previdência, trabalho e seguran-
Do Conselho Tutelar ça;
Capítulo I b) representar junto à autoridade judiciária nos casos
Disposições Gerais de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e que constitua infração administrativa ou penal contra os
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade direitos da criança ou adolescente;
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de
adolescente, definidos nesta Lei. sua competência;

175
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
VI - providenciar a medida estabelecida pela Capítulo V
autorida-de judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I Dos Impedimentos
a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII - expedir notificações; Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conse-
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito lho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro
de criança ou adolescente quando necessário; e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio,
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
da proposta orçamentária para planos e programas de Parágrafo único. Estende-se o impedimento do con-
atendimento dos direitos da criança e do adolescente; selheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade
X - representar, em nome da pessoa e da família, judiciária e ao representante do Ministério Público com
con-tra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em
inciso II, da Constituição Federal;
exercício na comarca, foro regional ou distrital.
XI - representar ao Ministério Público para efeito das
ações de perda ou suspensão do poder familiar, após es- Título VI
gotadas as possibilidades de manutenção da criança ou Do Acesso à Justiça
do adolescente junto à família natural. (Redação dada Capítulo I
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Disposições Gerais
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos gru-
pos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e ado-lescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos
o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do que dela necessitarem, através de defensor público ou ad-
convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Minis- vogado nomeado.
tério Público, prestando-lhe informações sobre os moti- § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da
vos de tal entendimento e as providências tomadas para a Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumen-
orientação, o apoio e a promoção social da família. (Incluí- tos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão repre-
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente sentados e os maiores de dezesseis e menores de vinte e
po-derão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
forma da legislação civil ou processual.
de quem tenha legítimo interesse.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador
Capítulo III especial à criança ou adolescente, sempre que os interes-
Da Competência ses destes colidirem com os de seus pais ou responsável,
ou quando carecer de representação ou assistência legal
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de ainda que eventual.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, poli-
competência constante do art. 147.
ciais e administrativos que digam respeito a crianças e
Capítulo IV ado-lescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
Da Escolha dos Conselheiros Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato
não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do -se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, paren-
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e reali- tesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobreno-
zado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Di- me. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
reitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Minis- Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a
tério Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) que se refere o artigo anterior somente será deferida pela
§ 1o O processo de escolha dos membros do autoridade judiciária competente, se demonstrado o inte-
Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o
resse e justificada a finalidade.
território na-cional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro
domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da Capítulo II
eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) Da Justiça da Infância e da Juventude
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no Seção I
dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de Disposições Gerais
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
§ 3o No processo de escolha dos membros do Con- Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar
selho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, pro- varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude,
meter ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionali-
qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor. dade por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e
(In-cluído pela Lei nº 12.696, de 2012) dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.

176
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Seção II designar curador especial em casos de apre-
Do Juiz sentação de queixa ou representação, ou de outros
procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz interesses de criança ou adolescente;
da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa conhecer de ações de alimentos;
função, na forma da lei de organização judiciária local. determinar o cancelamento, a retificação e o
Art. 147. A competência será determinada: suprimento dos registros de nascimento e óbito.
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; Art. 149. Compete à autoridade judiciária discipli-nar,
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adoles- através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
cente, à falta dos pais ou responsável. I - a entrada e permanência de criança ou adoles-
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a cente, desacompanhado dos pais ou responsável, em:
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as estádio, ginásio e campo desportivo;
regras de conexão, continência e prevenção. bailes ou promoções dançantes;
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à boate ou congêneres;
autoridade competente da residência dos pais ou res- casa que explore comercialmente diversões
ponsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abri- eletrônicas;
gar a criança ou adolescente. estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e
§ 3º Em caso de infração cometida através de trans- televisão.
missão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais II - a participação de criança e adolescente em:
de uma comarca, será competente, para aplicação da pe- espetáculos públicos e seus ensaios;
nalidade, a autoridade judiciária do local da sede esta- certames de beleza.
dual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autori-
todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo dade judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
estado. os princípios desta Lei;
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é com- as peculiaridades locais;
petente para: a existência de instalações adequadas;
I - conhecer de representações promovidas pelo Mi-
o tipo de freqüência habitual ao local;
nistério Público, para apuração de ato infracional atribuí-
a adequação do ambiente a eventual participa-
do a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
ção ou freqüência de crianças e adolescentes;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão
a natureza do espetáculo.
ou extinção do processo;
2º As medidas adotadas na conformidade deste
tes; III - conhecer de pedidos de adoção e seus inciden- artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, veda-das
IV - conhecer de ações civis fundadas em interes-ses as determinações de caráter geral.
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
Seção III
adolescente, observado o disposto no art. 209;
V - conhecer de ações decorrentes de irregularida- Dos Serviços Auxiliares
des em entidades de atendimento, aplicando as medidas
cabíveis; Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de sua proposta orçamentária, prever recursos para
infrações contra norma de proteção à criança ou adoles- manutenção de equipe interprofissional, destinada a
cente; assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conse- Art. 151. Compete à equipe interprofissional den-tre
lho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. outras atribuições que lhe forem reservadas pela le-
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou ado- gislação local, fornecer subsídios por escrito, median-te
lescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim
Justiça da Infância e da Juventude para o fim de: desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação,
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a ime-
b) conhecer de ações de destituição do poder fami- diata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a
liar, perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expres- livre manifestação do ponto de vista técnico.
são substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o servidores públicos integrantes do Poder Judiciário
casamento; responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou
d) conhecer de pedidos baseados em discordância de quaisquer outras espécies de avaliações técni-cas
paterna ou materna, em relação ao exercício do poder fa- exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a
miliar; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de
Vigência perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-cluído pela
quando faltarem os pais; Lei nº 13.509, de 2017)

177
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Capítulo III fissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de
Dos Procedimentos uma das causas de suspensão ou destituição do poder fa-
Seção I miliar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei,
Disposições Gerais e observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de 2017.
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei apli- § 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades in-
cam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na le- dígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe
gislação processual pertinente. interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1o des-te
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, artigo, de representantes do órgão federal responsável
prio-ridade absoluta na tramitação dos processos e pela política indigenista, observado o disposto no § 6o do
procedi-mentos previstos nesta Lei, assim como na art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes. Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de
seus procedimentos são contados em dias corridos, excluí-do testemunhas e documentos.
o dia do começo e incluído o dia do vencimento, veda-do o § 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os
prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério meios para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Público. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 2o O requerido privado de liberdade deverá ser ci-
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não cor- tado pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
responder a procedimento previsto nesta ou em outra lei, § 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça
a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e houver procurado o citando em seu domicílio ou residência
ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação,
Ministério Público. informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qual-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se quer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a
aplica para o fim de afastamento da criança ou do citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e se-
adolescente de sua família de origem e em outros guintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
procedimentos neces-sariamente contenciosos. (Incluído Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. local incerto ou não sabido, serão citados por edital no
prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o
Seção II envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei nº
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar 13.509, de 2017)
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e
Vigência
de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de
do poder familiar terá início por provocação do Ministério res-posta, contando-se o prazo a partir da intimação do
Público ou de quem tenha legítimo interesse. (Expressão des-pacho de nomeação.
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado
Art. 156. A petição inicial indicará: de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; momen-to da citação pessoal, se deseja que lhe seja
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência nomeado de-fensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
do requerente e do requerido, dispensada a qualificação Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária re-
em se tratando de pedido formulado por representante quisitará de qualquer repartição ou órgão público a apre-
do Ministério Público; sentação de documento que interesse à causa, de ofício
III - a exposição sumária do fato e o pedido; ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, des- Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido
de logo, o rol de testemunhas e documentos. concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspen- dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
são do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual
julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou ado- prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
lescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requeri-
res-ponsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº mento das partes ou do Ministério Público, determinará a
12.010, de 2009) Vigência oitiva de testemunhas que comprovem a presença de
§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária uma das causas de suspensão ou destituição do poder
determinará, concomitantemente ao despacho de citação familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406,
e independentemente de requerimento do interessado, a de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art. 24
realização de estudo social ou perícia por equipe interpro- desta Lei. (Re-dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

178
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, Seção IV
de 2017) Da Colocação em Família Substituta
§ 3o Se o pedido importar em modificação de guar-
da, será obrigatória, desde que possível e razoável, a Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos
oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de colocação em família substituta:
de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as I - qualificação completa do requerente e de seu
implicações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de even-tual cônjuge, ou companheiro, com expressa
2009) Vigência anuência des-te;
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles II - indicação de eventual parentesco do requerente e
forem identificados e estiverem em local conhecido, de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou
ressalvados os casos de não comparecimento perante a adoles-cente, especificando se tem ou não parente vivo;
Justiça quando devidamente citados. (Redação dada pela III - qualificação completa da criança ou adolescente
Lei nº 13.509, de 2017) e de seus pais, se conhecidos;
§ 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liber- IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
dade, a autoridade judicial requisitará sua apresentação anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
para a oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade ju- rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
diciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-
cinco dias, salvo quando este for o requerente, desig- -se-ão também os requisitos específicos.
nando, desde logo, audiência de instrução e julgamen- Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido des-
to. tituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de aderido expressamente ao pedido de colocação em famí-
2017) lia substituta, este poderá ser formulado diretamente em
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministé-rio cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes,
Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se dispensada a assistência de advogado. (Redação dada
oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
por escrito, manifestando-se sucessivamente o reque-
(Re-dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
rente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo de I - na presença do Ministério Público, ouvirá as par-
20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) tes, devidamente assistidas por advogado ou por
minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) defensor público, para verificar sua concordância com a
§ 3o A decisão será proferida na audiência, poden-do adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da
a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data data do proto-colo da petição ou da entrega da criança
para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. em juízo, toman-do por termo as declarações; e (Incluído
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o Quando o procedimento de destituição de po- II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído
der familiar for iniciado pelo Ministério Público, não pela Lei nº 13.509, de 2017)
haverá necessidade de nomeação de curador especial em § 2o O consentimento dos titulares do poder familiar
favor da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei nº será precedido de orientações e esclarecimentos
13.509, de 2017) prestados pela equipe interprofissional da Justiça da
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do pro- Infância e da Ju-ventude, em especial, no caso de adoção,
cedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao sobre a irrevoga-bilidade da medida. (Incluído pela Lei nº
juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do 12.010, de 2009) Vigência
poder familiar, dirigir esforços para preparar a crian-ça ou § 3o São garantidos a livre manifestação de vontade
o adolescente com vistas à colocação em família dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) informações. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou § 4o O consentimento prestado por escrito não terá
a suspensão do poder familiar será averbada à mar-gem validade se não for ratificado na audiência a que se refere
do registro de nascimento da criança ou do ado-lescente. o § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o O consentimento é retratável até a data da reali-
Seção III zação da audiência especificada no § 1o deste artigo, e os
Da Destituição da Tutela pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10
(dez) dias, contado da data de prolação da sentença de
Art. 164. Na destituição da tutela, observar- se-á o extinção do poder familiar. (Redação dada pela Lei nº
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei 13.509, de 2017)
processual civil e, no que couber, o disposto na seção § 6o O consentimento somente terá valor se for dado
anterior. após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

179
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
7o A família natural e a família substituta receberão a I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas
devida orientação por intermédio de equipe técnica inter- e o adolescente;
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela III - requisitar os exames ou perícias necessários à
execução da política municipal de garantia do direito à con- comprovação da materialidade e autoria da infração.
vivência familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante,
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a reque- a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
rimento das partes ou do Ministério Público, determinará ocorrência circunstanciada.
a realização de estudo social ou, se possível, perícia por Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou respon-
equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de sável, o adolescente será prontamente liberado pela auto-
guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o ridade policial, sob termo de compromisso e responsabili-
estágio de convivência. dade de sua apresentação ao representante do Ministério
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda pro- Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia
visória ou do estágio de convivência, a criança ou o adoles- útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato
cente será entregue ao interessado, mediante termo de res- infracional e sua repercussão social, deva o adolescente
ponsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência permanecer sob internação para garantia de sua segurança
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pessoal ou manutenção da ordem pública.
pe-ricial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade poli-
adoles-cente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério cial encaminhará, desde logo, o adolescente ao represen-
Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade tante do Ministério Público, juntamente com cópia do
judiciária em igual prazo. auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a au-
perda ou a suspensão do poder familiar constituir pressu- toridade policial encaminhará o adolescente à entidade de
posto lógico da medida principal de colocação em família atendimento, que fará a apresentação ao representante do
substituta, será observado o procedimento contraditório Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
previsto nas Seções II e III deste Capítulo. (Expressão subs- § 2º Nas localidades onde não houver entidade de
tituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade po-
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda licial. À falta de repartição policial especializada, o adoles-
poderá ser decretada nos mesmos autos do cente aguardará a apresentação em dependência separada
procedimento, observado o disposto no art. 35. da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipó-
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar- tese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
se--á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade
no art. 47. policial encaminhará imediatamente ao representante do
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescen-te Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim
sob a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhi- de ocorrência.
mento familiar será comunicada pela autoridade judiciária Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver
entidade por este responsável no prazo máximo de 5 indícios de participação de adolescente na prática de ato
(cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência infracional, a autoridade policial encaminhará ao
represen-tante do Ministério Público relatório das
Seção V investigações e demais documentos.
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de
ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado
Ado-lescente
em compartimento fechado de veículo policial, em condi-
Art. 171. O adolescente apreendido por força de or- ções atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco
dem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade à sua integridade física ou mental, sob pena de responsa-
judiciária. bilidade.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de Art. 179. Apresentado o adolescente, o representan-te
ato infracional será, desde logo, encaminhado à do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
autoridade policial competente. apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,
Parágrafo único. Havendo repartição policial especiali- devidamente autuados pelo cartório judicial e com infor-
zada para atendimento de adolescente e em se tratando de mação sobre os antecedentes do adolescente, procederá
ato infracional praticado em co-autoria com maior, preva- imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível,
lecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o re-
adulto à repartição policial própria. presentante do Ministério Público notificará os pais ou
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional co- responsável para apresentação do adolescente, podendo
metido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a requisitar o concurso das polícias civil e militar.
autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. Art. 180. Adotadas as providências a que alude o arti-
106, parágrafo único, e 107, deverá: go anterior, o representante do Ministério Público poderá:

180
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
I - promover o arquivamento dos autos; § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
II - conceder a remissão; adolescente aguardará sua remoção em repartição po-
III - representar à autoridade judiciária para aplicação licial, desde que em seção isolada dos adultos e com
de medida sócio-educativa.
instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
concedida a remissão pelo representante do Ministério máximo de cinco dias, sob pena de responsabi-lidade.
Público, mediante termo fundamentado, que conterá o Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade responsável, a autoridade judiciária procederá à oi-tiva
judiciária para homologação. dos mesmos, podendo solicitar opinião de profis-sional
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a qualificado.
autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
cumprimento da medida. remissão, ouvirá o representante do Ministério Públi-co,
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remes- proferindo decisão.
sa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de
despacho fundamentado, e este oferecerá representação, medida de internação ou colocação em regime de se-mi-
designará outro membro do Ministério Público para apre- liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o
sentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que adolescente não possui advogado constituído, no-meará
só então estará a autoridade judiciária obrigada a homo- defensor, designando, desde logo, audiência em
logar. continuação, podendo determinar a realização de dili-
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do gências e estudo do caso.
Ministério Público não promover o arquivamento ou con- § 3º O advogado constituído ou o defensor nomea-
ceder a remissão, oferecerá representação à autoridade do, no prazo de três dias contado da audiência de apre-
judiciária, propondo a instauração de procedimento para sentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as tes-
mais adequada. temunhas arroladas na representação e na defesa pré-via,
§ 1º A representação será oferecida por petição, que cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato interprofissional, será dada a palavra ao repre-sentante do
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, Ministério Público e ao defensor, sucessi-vamente, pelo
podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária insta- tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por
lada pela autoridade judiciária. mais dez, a critério da autoridade judi-ciária, que em
§ 2º A representação independe de prova pré-consti- seguida proferirá decisão.
tuída da autoria e materialidade. Art. 187. Se o adolescente, devidamente notifica-do,
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a não comparecer, injustificadamente à audiência de
con-clusão do procedimento, estando o adolescente apresentação, a autoridade judiciária designará nova data,
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. determinando sua condução coercitiva.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade ju- Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
diciária designará audiência de apresentação do adoles- suspensão do processo, poderá ser aplicada em qual-quer
cente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou ma- fase do procedimento, antes da sentença.
nutenção da internação, observado o disposto no art. 108 Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qual-
e parágrafo. quer medida, desde que reconheça na sentença:
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável se-rão I - estar provada a inexistência do fato;
cientificados do teor da representação, e notificados a II - não haver prova da existência do fato;
comparecer à audiência, acompanhados de advogado. III - não constituir o fato ato infracional;
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, IV - não existir prova de ter o adolescente concor-
a autoridade judiciária dará curador especial ao adoles- rido para o ato infracional.
cente. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a adolescente internado, será imediatamente colocado em
autoridade judiciária expedirá mandado de busca e liberdade.
apreensão, deter-minando o sobrestamento do feito, até Art. 190. A intimação da sentença que aplicar me-
a efetiva apresen-tação. dida de internação ou regime de semi-liberdade será
§ 4º Estando o adolescente internado, será feita:
requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da I - ao adolescente e ao seu defensor;
notificação dos pais ou responsável. II - quando não for encontrado o adolescente, a seus
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela au- pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
toridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabele- § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-
cimento prisional. se -á unicamente na pessoa do defensor.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as carac- § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescen-te,
terísticas definidas no art. 123, o adolescente deverá ser deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da
imediatamente transferido para a localidade mais próxima. sentença.

181
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Seção V-A 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848,
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). (Incluído pela
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investi- Lei nº 13.441, de 2017)
gação de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança Parágrafo único. O agente policial infiltrado que
e de Adolescente” deixar de observar a estrita finalidade da investigação
responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela Lei
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na inter- nº 13.441, de 2017)
net com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240, Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial,
dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes as informações necessárias à efetividade da identidade
regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) fic-tícia criada. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I – será precedida de autorização judicial devidamente Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os esta Seção será numerado e tombado em livro específico.
limi-tes da infiltração para obtenção de prova, ouvido o (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Minis-tério Público; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Pú- eletrônicos praticados durante a operação deverão ser re-
blico ou representação de delegado de polícia e conterá a gistrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-
dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investiga- tanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
das e, quando possível, os dados de conexão ou Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados
cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas; citados no caput deste artigo serão reunidos em autos
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) apartados e apensados ao processo criminal juntamente
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, com o inqué-rito policial, assegurando-se a preservação
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade
não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demons- das crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído pela
trada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade
Lei nº 13.441, de 2017)
judi-cial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público pode- Seção VI
rão requisitar relatórios parciais da operação de infiltração Da Apuração de Irregularidades em Entidade
antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º
de Atendimento
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste Art. 191. O procedimento de apuração de irregulari-
artigo, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) dades em entidade governamental e não-governamental
I – dados de conexão: informações referentes a hora, terá início mediante portaria da autoridade judiciária ou
data, início, término, duração, endereço de Protocolo de re-presentação do Ministério Público ou do Conselho
Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão; Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
(In-cluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a au-
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e toridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
endereço de assinante ou de usuário registrado ou auten- liminarmente o afastamento provisório do dirigente da
ticado para a conexão a quem endereço de IP, en-tidade, mediante decisão fundamentada.
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no
atribuído no momento da conexão. prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo jun-
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não tar documentos e indicar as provas a produzir.
será admitida se a prova puder ser obtida por outros Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo ne-
meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) cessário, a autoridade judiciária designará audiência de
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração ins-trução e julgamento, intimando as partes.
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
autorização da medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações
pela Lei nº 13.441, de 2017) finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou de-
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Pú- finitivo de dirigente de entidade governamental, a auto-
blico e ao delegado de polícia responsável pela operação, ridade judiciária oficiará à autoridade administrativa ime-
com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (In- diatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
cluído pela Lei nº 13.441, de 2017) substituição.
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a
identidade para, por meio da internet, colher indícios de autorida-de judiciária poderá fixar prazo para a remoção
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, das irregu-laridades verificadas. Satisfeitas as exigências, o
241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. processo será extinto, sem julgamento de mérito.

182
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigen- IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Ca-
te da entidade ou programa de atendimento. dastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Seção VII V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela
Da Apuração de Infração Administrativa às Nor- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mas de Proteção à Criança e ao Adolescente VI - atestados de sanidade física e mental; (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 194. O procedimento para imposição de penali- VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela
dade administrativa por infração às normas de proteção à Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
criança e ao adolescente terá início por representação do VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído
Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário cre- Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48
denciado, e assinado por duas testemunhas, se possível. (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
natureza e as circunstâncias da infração. I - apresentar quesitos a serem respondidos pela
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração se- equi-pe interprofissional encarregada de elaborar o
guir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso estudo téc-nico a que se refere o art. 197-C desta Lei;
con-trário, dos motivos do retardamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
apre-sentação de defesa, contado da data da intimação, postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº
que será feita: 12.010, de 2009) Vigência
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for la- III - requerer a juntada de documentos complementa-res
vrado na presença do requerido;
e a realização de outras diligências que entender neces-
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habi-
sárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
litado, que entregará cópia do auto ou da representação ao
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juven-
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não
tude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá
for encontrado o requerido ou seu representante legal;
subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou
postulantes para o exercício de uma paternidade ou
não sabido o paradeiro do requerido ou de seu represen-
maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios
tante legal.
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo le-
gal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministé- § 1o É obrigatória a participação dos postulantes em
rio Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo. programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventu-de,
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-veis pela
judiciária procederá na conformidade do artigo anterior, execução da política municipal de garantia do di-reito à
ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção
julgamento. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-- Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e
estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de ado-
ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador do
lescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com
requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos.
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciá- (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
ria, que em seguida proferirá sentença. § 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa
Seção VIII obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo in-
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à
Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste: adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo progra-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ma de acolhimento familiar e institucional e pela execução da
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, política municipal de garantia do direito à convivência
de 2009) Vigência familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 3o É recomendável que as crianças e os adolescen-
2009) Vigência tes acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou sejam preparados por equipe interprofissional antes da
casamento, ou declaração relativa ao período de união es- in-clusão em família adotiva. (Incluído pela Lei nº 13.509,
tável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2017)

183
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da parti- - os recursos terão preferência de julgamento e
cipação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a au- dis-pensarão revisor;
toridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
designando, conforme o caso, audiência de instrução e jul- VII - antes de determinar a remessa dos autos à supe-
gamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência rior instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determi-nará a fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no
juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos prazo de cinco dias;
ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escri-
prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência vão remeterá os autos ou o instrumento à superior instân-
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será cia dentro de vinte e quatro horas, independentemente de
ins-crito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos
sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo autos dependerá de pedido expresso da parte interessada
com ordem cronológica de habilitação e conforme a ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados
disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. da intimação.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente art. 149 caberá recurso de apelação.
poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz
nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quan- efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será re-
do comprovado ser essa a melhor solução no interesse do cebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se
adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tra-tar de adoção internacional ou se houver perigo de
§ 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe inter- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
profissional. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou
§ 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita a
adoção, será dispensável a renovação da habilitação, bas- apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito
tando a avaliação por equipe interprofissional. (Incluído devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção
§ 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilita-do, e de destituição de poder familiar, em face da relevância
à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do das questões, serão processados com prioridade absoluta,
perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação con-cedida. devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribui-
§ 5o A desistência do pretendente em relação à guar- ção, e serão colocados em mesa para julgamento sem
da para fins de adoção ou a devolução da criança ou do revi-são e com parecer urgente do Ministério Público.
adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adoção importará na sua exclusão dos cadastros de Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em
adoção (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessen-ta)
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habili- dias, contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº
tação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogá- 12.010, de 2009) Vigência
vel por igual período, mediante decisão fundamentada da Parágrafo único. O Ministério Público será intimado
da data do julgamento e poderá na sessão, se entender
autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
neces-sário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído
Capítulo IV pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Dos Recursos Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a ins-
tauração de procedimento para apuração de responsabili-
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da dades se constatar o descumprimento das providências e
Infân-cia e da Juventude, inclusive os relativos à execução do prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela
das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
de Processo Civil), com as seguintes adaptações: (Redação Capítulo V
dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Do Ministério Público
I - os recursos serão interpostos independentemente
de preparo; Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nes-
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de de- ta Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
claração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa Art. 201. Compete ao Ministério Público:
será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº I - conceder a remissão como forma de exclusão do
12.594, de 2012) (Vide) processo;

184
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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- promover e acompanhar os procedimentos relati- § 3º O representante do Ministério Público, no exercí-
vos às infrações atribuídas a adolescentes; cio de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os encontre criança ou adolescente.
procedimentos de suspensão e destituição do poder fa- § 4º O representante do Ministério Público será res-
miliar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guar- ponsável pelo uso indevido das informações e
diães, bem como oficiar em todos os demais procedimen-tos documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
da competência da Justiça da Infância e da Juventude; § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inci-
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência so VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos inte- Público:
ressados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a) reduzir a termo as declarações do reclamante, ins-
a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer taurando o competente procedimento, sob sua presidên-
administradores de bens de crianças e adolescentes nas cia;
hi-póteses do art. 98; b) entender-se diretamente com a pessoa ou autori-
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para dade reclamada, em dia, local e horário previamente noti-
a proteção dos interesses individuais, difusos ou cole-tivos ficados ou acertados;
relativos à infância e à adolescência, inclusive os de-finidos c) efetuar recomendações visando à melhoria dos
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal; ser-viços públicos e de relevância pública afetos à criança
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita
instruí-los: adequação.
expedir notificações para colher depoimentos ou Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injus- for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
tificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polí- defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hi-
cia civil ou militar; pótese em que terá vista dos autos depois das partes, po-
requisitar informações, exames, perícias e docu- dendo juntar documentos e requerer diligências, usando
mentos de autoridades municipais, estaduais e federais, os recursos cabíveis.
da administração direta ou indireta, bem como promover Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qual-
ins-peções e diligências investigatórias; quer caso, será feita pessoalmente.
c) requisitar informações e documentos a particulares Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público
e instituições privadas; acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
inves-tigatórias e determinar a instauração de inquérito Art. 205. As manifestações processuais do represen-
policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas
tante do Ministério Público deverão ser fundamentadas.
de prote-ção à infância e à juventude;
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias Capítulo VI
legais assegurados às crianças e adolescentes, promoven-do Do Advogado
as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou res-
habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, ponsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse
na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de
afetos à criança e ao adolescente; que trata esta Lei, através de advogado, o qual será inti-
X - representar ao juízo visando à aplicação de pena- mado para todos os atos, pessoalmente ou por
lidade por infrações cometidas contra as normas de prote- publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
ção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária
responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível; XI - in-tegral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
inspecionar as entidades públicas e particulares de Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a
atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido,
de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessá- será processado sem defensor.
rias à remoção de irregularidades porventura verificadas; § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
XII - requisitar força policial, bem como a nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo,
colaboração dos serviços médicos, hospitalares, constituir outro de sua preferência.
educacionais e de as-sistência social, públicos ou § 2º A ausência do defensor não determinará o adia-
privados, para o desempenho de suas atribuições. mento de nenhum ato do processo, devendo o juiz
1º A legitimação do Ministério Público para as nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o
ações cíveis previstas neste artigo não impede a de só efeito do ato.
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando
Constituição e esta Lei. se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver
2º As atribuições constantes deste artigo não ex- sido indicado por ocasião de ato formal com a presença
cluem outras, desde que compatíveis com a finalidade do
da autoridade judiciária.
Ministério Público.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Capítulo VII 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Mi-nistérios Públicos da União e dos estados na defesa
Difusos e Coletivos dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
2º Em caso de desistência ou abandono da ação
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à legiti-mado poderá assumir a titularidade ativa.
criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão to-
oferta irregular: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mar dos interessados compromisso de ajustamento de
I - do ensino obrigatório; sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de
II - de atendimento educacional especializado aos título executivo extrajudicial.
portadores de deficiência; Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses
III – de atendimento em creche e pré-escola às crian- protegi-dos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies
ças de zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei de ações pertinentes.
nº 13.306, de 2016) Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as nor-
IV - de ensino noturno regular, adequado às mas do Código de Processo Civil.
condições do educando; 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
V - de programas suplementares de oferta de pú-blica ou agente de pessoa jurídica no exercício de
material didático-escolar, transporte e assistência à saúde atribui-ções do poder público, que lesem direito líquido e
do edu-cando do ensino fundamental; certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à rege-rá pelas normas da lei do mandado de segurança.
família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como Art. 213. Na ação que tenha por objeto o
ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem; cumprimen-to de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; concederá a tutela específica da obrigação ou
VIII - de escolarização e profissionalização dos determinará providên-cias que assegurem o resultado
adoles-centes privados de liberdade. prático equivalente ao do adimplemento.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
1º Sendo relevante o fundamento da demanda e ha-
promoção social de famílias e destinados ao ple-no exercício
vendo justificado receio de ineficácia do provimento final,
do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após jus-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência X - de
tificação prévia, citando o réu.
programas de atendimento para a execução das medidas
2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior
socioeducativas e aplicação de medidas de prote-
ou na sentença, impor multa diária ao réu, independente-
ção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem mente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível
da proteção judicial outros interesses individuais, difusos com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumpri-
ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, mento do preceito.
prote-gidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito
Pará-grafo único pela Lei nº 11.259, de 2005) em julgado da sentença favorável ao autor, mas será
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças devida desde o dia em que se houver configurado o
ou adolescentes será realizada imediatamente após noti- descumpri-mento.
ficação aos órgãos competentes, que deverão comunicar Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo
o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e compa- gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
nhias de transporte interestaduais e internacionais, forne- Adoles-cente do respectivo município.
cendo-lhes todos os dados necessários à identificação do 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o
desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005) trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão pro- execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos
postas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o di-
processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Fe- nheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de
deral e a competência originária dos tribunais superiores. cré-dito, em conta com correção monetária.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados concor- recursos, para evitar dano irreparável à parte.
rentemente: Art. 216. Transitada em julgado a sentença que im-
I - o Ministério Público; puser condenação ao poder público, o juiz determinará a
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito remessa de peças à autoridade competente, para
Fede-ral e os territórios; apuração da responsabilidade civil e administrativa do
III - as associações legalmente constituídas há pelo agente a que se atribua a ação ou omissão.
menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em jul-
a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, gado da sentença condenatória sem que a associação au-
dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia tora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério
autorização estatutária. Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

186
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a Título VII
pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados na Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de Capítulo I
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), quando Dos Crimes
reconhecer que a pretensão é manifestamente infun- Seção I
dada. Disposições Gerais
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
associação autora e os diretores responsáveis pela Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
propositura da ação serão solidariamente condenados ao contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão,
décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilida-de sem prejuízo do disposto na legislação penal.
por perdas e danos. Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao pro-
haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorá- cesso, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
rios periciais e quaisquer outras despesas. Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
20. Qualquer pessoa poderá e o servidor públi-co
pública incondicionada
deverá provocar a iniciativa do Ministério Público,
prestando -lhe informações sobre fatos que constituam Seção II
objeto de ação civil, e indicando -lhe os elementos de Dos Crimes em Espécie
convicção.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigen-te
tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e
Ministério Público para as providências cabíveis. prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interes-sado parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta mé-
poderá requerer às autoridades competentes as certidões dica, declaração de nascimento, onde constem as intercor-
e informações que julgar necessárias, que se-rão rências do parto e do desenvolvimento do neonato:
fornecidas no prazo de quinze dias. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob Parágrafo único. Se o crime é culposo:
sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
pessoa, organismo público ou particular, certidões, Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de iden-
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o tificar corretamente o neonato e a parturiente, por
qual não poderá ser inferior a dez dias úteis. ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas exames referi-dos no art. 10 desta Lei:
todas as diligências, se convencer da inexistência de Pena - detenção de seis meses a dois anos.
fundamento para a propositura da ação cível, promo-verá Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
informativas, fazendo- o fundamentadamen-te. liber-dade, procedendo à sua apreensão sem estar em
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita
informação arquivados serão remetidos, sob pena de se da autorida-de judiciária competente:
incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Superior do Ministério Público. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a pro- procede à apreensão sem observância das formalidades
moção de arquivamento, em sessão do Conselho Su- legais.
perior do Ministério público, poderão as associações Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
que serão juntados aos autos do inquérito ou anexa-dos co-municação à autoridade judiciária competente e à
às peças de informação. família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a Pena - detenção de seis meses a dois anos.
exame e deliberação do Conselho Superior do Minis-tério Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
Público, conforme dispuser o seu regimento. au-toridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a constrangi-mento:
promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro Pena - detenção de seis meses a dois anos.
órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou ado-
couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de lescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da
1985. apreensão:

187
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberda- por meio de sistema de informática ou telemático, fotogra-
de: fia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo ex-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. plícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Ministério Público no exercício de função prevista nesta (In-cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Lei: § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de I – assegura os meios ou serviços para o armazena-
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem mento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o
judicial, com o fim de colocação em lar substituto: caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou computadores às fotografias, cenas ou imagens de que
pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa: trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. 2008)
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem ofe- § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o
rece ou efetiva a paga ou recompensa. deste artigo são puníveis quando o responsável legal pela
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de de-
des-tinado ao envio de criança ou adolescente para o sabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput
exterior com inobservância das formalidades legais ou deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
com o fito de obter lucro: Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qual-
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. quer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro
Parágrafo único. Se há emprego de violência, gra- que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
ve ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de envolven-do criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº
12.11.2003) 11.829, de 2008)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
pena correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, § 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois ter-
filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo ços) se de pequena quantidade o material a que se refere
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
adolescente: (Reda-ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008) § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. tem a finalidade de comunicar às autoridades
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts.
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a parti- for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
cipação de criança ou adolescente nas cenas referidas no I – agente público no exercício de suas funções;
caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena. (Incluí-do pela Lei nº 11.829, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) II – membro de entidade, legalmente constituída, que
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento,
comete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) o processamento e o encaminhamento de notícia dos cri-
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretex- mes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº
to de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coa- III – representante legal e funcionários responsáveis de
bitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
11.829, de 2008) computadores, até o recebimento do material relativo à
III – prevalecendo-se de relações de parentesco con- notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao
sangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo
quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.
ou com seu consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
de 2008) Art. 241-C. Simular a participação de criança ou ado-
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou lescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou meio de adulteração, montagem ou modificação de foto-
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: grafia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) vi-sual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

188
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a
divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o submissão de criança ou adolescente às práticas referi-das
material produzido na forma do caput deste artigo. (In- no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 23.6.2000)
Art. 241- D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a
por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de cassação da licença de localização e de funcionamento do
com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11. estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
829, de 2008) Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 12.015, de 2009)
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído
I – facilita ou induz o acesso à criança de material pela Lei nº 12.015, de 2009)
contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando -se de
11.829, de 2008) quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo
II – pratica as condutas descritas no caput deste ar- da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
tigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma 2o As penas previstas no caput deste artigo são au-
pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei mentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
nº 11.829, de 2008) induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25
Art. 241 -E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei,
de julho de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
compreende qualquer situação que envolva criança ou Capítulo II
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou si- Das Infrações Administrativas
muladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança
ou adolescente para fins primordialmente sexuais (Incluí- Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável
do pela Lei nº 11.829, de 2008) por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fun-
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente damental, pré-escola ou creche, de comunicar à autorida-
ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente de competente os casos de que tenha conhecimento, en-
arma, munição ou explosivo: volvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação criança ou adolescente:
dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entre- aplicando -se o dobro em caso de reincidência.
gar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a crian- Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de en-
ça ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, tidade de atendimento o exercício dos direitos constantes
outros produtos cujos componentes possam causar de- nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
pendência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº Pena - multa de três a vinte salários de referência,
13.106, de 2015) aplicando -se o dobro em caso de reincidência.
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autori-
se o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada zação devida, por qualquer meio de comunicação, nome,
pela Lei nº 13.106, de 2015) ato ou documento de procedimento policial, administra-
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente tivo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente atribua ato infracional:
fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, Pena - multa de três a vinte salários de referência,
pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar aplicando -se o dobro em caso de reincidência.
qualquer dano físico em caso de utilização indevida: § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. Art. parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envol-
244- A. Submeter criança ou adolescente, como tais vido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostitui- diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos,
ção ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de de forma a permitir sua identificação, direta ou indireta-
23.6.2000) mente.
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa
da perda de bens e valores utilizados na prática criminosa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista
em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adoles- neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a
cente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fede- apreensão da publicação ou a suspensão da programação
ral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de da emissora até por dois dias, bem como da publicação
terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, de do periódico até por dois números. (Expressão declara in-
2017) constitucional pela ADIN 869-2).

189
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
de seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de re- reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão
gularizar a guarda, adolescente trazido de outra comarca do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por
para a prestação de serviço doméstico, mesmo que até quinze dias.
autori-zado pelos pais ou responsável: Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente
Pena - multa de três a vinte salários de referência, fita de programação em vídeo, em desacordo com a
apli-cando-se o dobro em caso de reincidência, classifica-ção atribuída pelo órgão competente:
independen-temente das despesas de retorno do Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
adolescente, se for o caso. caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determi-
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os de- nar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
veres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78
ou guarda, bem assim determinação da autoridade e 79 desta Lei:
judiciá-ria ou Conselho Tutelar: (Expressão substituída Pena - multa de três a vinte salários de referência,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência du-plicando-se a pena em caso de reincidência, sem
Pena - multa de três a vinte salários de referência, prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
apli-cando-se o dobro em caso de reincidência. Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacom- ou o empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre
panhado dos pais ou responsável, ou sem autorização es- o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão,
crita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, ou sobre sua participação no espetáculo: (Vide Lei nº
motel ou congênere: (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 12.010, de 2009) Vigência
2009). Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá deter-
2009). minar o fechamento do estabelecimento por até quinze
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de dias.
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de pro-
mento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. videnciar a instalação e operacionalização dos cadastros
(Incluí-do pela Lei nº 12.038, de 2009). previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº (três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
12.038, de 2009). gência
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autori-
qual-quer meio, com inobservância do disposto nos arts. dade que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e
83, 84 e 85 desta Lei: de adolescentes em condições de serem adotadas, de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, pes-soas ou casais habilitados à adoção e de crianças e
apli-cando-se o dobro em caso de reincidência. adoles-centes em regime de acolhimento institucional ou
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
espetá-culo público de afixar, em lugar visível e de fácil Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigen-te
acesso, à entrada do local de exibição, informação de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária
faixa etária espe-cificada no certificado de classificação: de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
Pena - multa de três a vinte salários de referência, interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído
apli-cando-se o dobro em caso de reincidência. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
representações ou espetáculos, sem indicar os limites de (três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
idade a que não se recomendem: gência
Pena - multa de três a vinte salários de referência, dupli- Parágrafo único. Incorre na mesma pena o
cada em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa funcionário de programa oficial ou comunitário destinado
de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade. à garantia do direito à convivência familiar que deixa de
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, es- efetuar a co-municação referida no caput deste artigo.
petáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de sua classificação: Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no in-
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; ciso II do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
du-plicada em caso de reincidência a autoridade judiciária Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
po-derá determinar a suspensão da programação da 10.000,00 (dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº
emissora por até dois dias. 13.106, de 2015)
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congê- Medida Administrativa - interdição do
nere classificado pelo órgão competente como inadequa- estabelecimento comercial até o recolhimento da multa
do às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo: aplicada. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)

190
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Disposições Finais e Transitórias Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calen-


dário de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias conta- de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente
dos da publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei em sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei nº
dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às 12.594, de 2012) (Vide)
diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e § 1o A doação de que trata o caput poderá ser de-
ao que estabelece o Título V do Livro II. duzida até os seguintes percentuais aplicados sobre o
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios imposto apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às 12.594, de 2012) (Vide)
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei. I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações (Vide)
aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente (Vide)
comprova-das, sendo essas integralmente deduzidas do III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
imposto de renda, obedecidos os seguintes limites: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) § 2o A dedução de que trata o caput: (Incluído pela
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lu- I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do
cro real; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) imposto sobre a renda apurado na declaração de que
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado trata o inciso II do caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº
pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observa-do 12.594, de 2012) (Vide)
o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei
1997. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei
§ 1o-A. Na definição das prioridades a serem nº 12.594, de 2012) (Vide)
atendidas com os recursos captados pelos fundos b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído
nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do adolescente, se-rão consideradas as disposições do c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela
Plano Nacional de Pro-moção, Proteção e Defesa do Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Direito de Crianças e Adoles-centes à Convivência Familiar III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído
e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Infância. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou de-
§ 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos duções em vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de (Vide)
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações § 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente data de vencimento da primeira quota ou quota única do
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de imposto, observadas instruções específicas da Secretaria
guarda, de crianças e adolescentes e para programas de da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594,
atenção integral à primeira infância em áreas de maior ca- de 2012) (Vide)
rência socioeconômica e em situações de calamidade. (Re- § 4o O não pagamento da doação no prazo estabe-
dação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) lecido no § 3o implica a glosa definitiva desta parcela de
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministé- dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimen-
rio da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará to da diferença de imposto devido apurado na Declara-
a comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos ção de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 4º O Ministério Público determinará em cada co- § 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apu-
marca a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo rado na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pe-los
incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nº 8.242, de 12.10.1991) municipais, distrital, estaduais e nacional concomitante-
§ 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de mente com a opção de que trata o caput, respeitado o
26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do caput: limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
I - será considerada isoladamente, não se Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art.
submetendo a limite em conjunto com outras deduções 260 poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
do imposto; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
II - não poderá ser computada como despesa ope- I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas
racional na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e (In-
12.594, de 2012) (Vide) cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

191
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
- do imposto devido mensalmente e no ajuste Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
anual, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto será considerado na determinação do valor dos bens doa-
anual-mente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) dos, exceto se o leilão for determinado por autoridade ju-
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro diciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do período a que se refere a apuração do imposto. (Incluí- Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts.
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da
Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído pela
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie de- Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração
vem ser depositadas em conta específica, em instituição das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Ado-
financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que lescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:
trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Vide) I - manter conta bancária específica destinada exclusi-
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela vamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei
administração das contas dos Fundos dos Direitos da nº 12.594, de 2012) (Vide)
Criança e do Ado-lescente nacional, estaduais, distrital e II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído
municipais devem emitir recibo em favor do doador, pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
assinado por pessoa competente e pelo presidente do III - informar anualmente à Secretaria da Receita
Conselho correspon-dente, especificando: (Incluído pela Fede-ral do Brasil as doações recebidas mês a mês,
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) identifican-do os seguintes dados por doador: (Incluído
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide) a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) 2012) (Vide)
e endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de b) valor doado, especificando se a doação foi em espé-
2012) (Vide) cie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obriga-
do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ções previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais di-
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste arti- vulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei nº
go pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os 12.594, de 2012) (Vide)
valores doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº
2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
deve conter a identificação dos bens, mediante descrição atendimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei
em campo próprio ou em relação anexa ao comprovan-te, nº 12.594, de 2012) (Vide)
informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou III - os requisitos para a apresentação de projetos a
CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
12. 594, de 2012) (Vide) da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador ou municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
deverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante do- ca-lendário e o valor dos recursos previstos para
cumentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) implementa-ção das ações, por projeto; (Incluído pela Lei
(Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - baixar os bens doados na declaração de bens e di- V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destina-
reitos, quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, ção, por projeto atendido, inclusive com cadastramento na
no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e
de 2012) (Vide) a Adolescência; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficia-
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) dos com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
declaração do imposto de renda, desde que não exceda o (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
valor de mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada
(Vide) Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incenti-
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. vos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide)

192
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos Pena - reclusão de três a nove anos.»
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte item:
atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual- “Art. 102
quer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presi- Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da
dência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da União, da administração direta ou indireta, inclusive fun-
Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, dações instituídas e mantidas pelo poder público federal
arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos Fun- promoverão edição popular do texto integral deste
dos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, dis- Estatu-to, que será posto à disposição das escolas e das
trital, estaduais e municipais, com a indicação dos respec- entidades de atendimento e de defesa dos direitos da
tivos números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias criança e do adolescente.
específicas mantidas em instituições financeiras públicas, Art. 265-A. O poder público fará periodicamente
destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescente
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nos meios de comunicação social. (Redação dada dada
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil pela Lei nº 13.257, de 2016)
expedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput
nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de será veiculada em linguagem clara, compreensível e ade-
2012) (Vide) quada a crianças e adolescentes, especialmente às
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído dada
da criança e do adolescente, os registros, inscrições e alte- pela Lei nº 13.257, de 2016)
rações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após
desta Lei serão efetuados perante a autoridade judiciária sua publicação.
da comarca a que pertencer a entidade. Parágrafo único. Durante o período de vacância deve-
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos rão ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
estados e municípios, e os estados aos municípios, os esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
recursos referentes aos programas e atividades previstos Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e
nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos direi-tos 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e
da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis. as demais disposições em contrário.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tute- Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência
lares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela
e 102º da República.
autoridade judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro Este texto não substitui o publicado no DOU
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes
16.7.1990 e retificado em 27.9.1990
alterações:
1) Art. 121
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de
um terço, se o crime resulta de inobservância de regra
téc-nica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão
em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de um terço, se o crime é praticado contra
pessoa menor de catorze anos.
2) Art. 129
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qual-
quer das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
art. 121.
3) Art. 136
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
pra-ticado contra pessoa menor de catorze anos.
4) Art. 213
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze
anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze
anos:

193
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

EXERCÍCIOS A indicação de etapas do desenvolvimento da aula


significa que todas as aulas devam seguir um es-quema
Muito se tem discutido sobre a rotina no cotidia- rígido e complexo.
no das instituições de educação infantil. Sobre ela pode-- Somente está(ao) correta(s):
se dizer que:
quanto mais rígidos os horários previamente es- I
tabelecidos pela direção, mais sucesso teremos na reali- II
zação dos objetivos desejados com a criança; III
(B) a organização do tempo de forma rígida é fator de I e II
pressão e desgaste para adultos e crianças, que pre-cisam II e III.
de uma rotina livre de horários marcados e ativi-dades
pré-estabelecidas; “Organizar os conteúdos é estruturar a sequên-cia
lógica em que eles serão apresentados ao aluno.”
(C) pais e filhos precisam adaptar-se à rotina estabe-
(MALHEIROS, Bruno T. Didática Geral. Rio de Janeiro: LTC,
lecida na instituição sob o preço de termos que ser uma
2012, p. 97)
instituição diferente para cada família; portanto, assim
Dessa forma, os conteúdos devem ser organizados,
como nos hospitais pacientes se submetem à rotina, nas
instituições de educação infantil também deve ser assim; considerando-se três critérios. São eles:
(D) é um instrumento que dinamiza a aprendizagem e importância do conteúdo; grau de dificuldade;
é grande facilitadora do desenvolvimento e das per- novidade.
cepções da criança sobre o tempo e o espaço; a rotina continuidade; grau de dificuldade; importância do
fonte de segurança para a criança, orientando não só conteúdo.
suas ações como também as do educador; continuidade; sequência; integração.
(E) é sinônimo de monotonia; a palavra-chave para a sequência; importância do conteúdo; grau de
organização do tempo nas instituições é criatividade, já dificuldade.
que o planejamento é um instrumento pouco eficaz para (E) integração; facilidade de ensino; importância do
o trabalho com crianças pequenas. conteúdo.
Nas últimas décadas, a organização do tempo e O brincar fornece à criança a possibilidade de
do espaço ocupou grande parte dos temas quando o as- construir uma identidade autônoma e criativa. A crian-ça
sunto se refere à Educação Infantil. Estudos indicam que: que brinca entra no mundo do trabalho, da cultura e do
A estrutura física estimula e facilita (ou não) o de- afeto pela via da:
senvolvimento da autonomia. (A) família;
Um ambiente favorecedor do desenvolvimento da (B) imaturidade;
autonomia da criança está intrinsecamente relacionado ao (C) representação e da experimentação;
planejamento de suas instalações físicas. (D) coerção.
O espaço físico da sala de aula deve ser pensado, de
modo que a criança fique fora de alcance de quais-quer Quanto ao processo de avaliação na educação
objetos, mesmo de brinquedos, evitando assim que ela infantil, analise as assertivas, e em seguida, assinale a
tenha autonomia para alcançá-los. alternativa que aponta a(s) correta(s).
I. A expectativa em relação à aprendizagem da criança
Estruturas facilitadoras são aquelas, por exemplo,
deve estar sempre vinculada às oportunidades e
que oportunizam, sem perigos ou riscos, que a criança
experiências que foram oferecidas a ela.
tome água, pegue toalhas e materiais diversos, vá ao ba-
II. Deve-se ter em conta que não se trata de avaliar a
nheiro, sem o auxílio de um adulto. Assinale a alternativa criança, mas sim as situações de aprendizagem que lhe
que indica todas as afirmativas corretas. foram oferecidas.
(A) É correta apenas a afirmativa 2.
III. Será necessária uma observação cuidadosa das
(B) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
crianças, buscando compreender as situações e plane-jar
(C) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
(D) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4. situações que contribuam para superação das difi-
(E) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4. culdades.
Apenas I.
Sobre a organização e estruturação didática da Apenas II e III.
aula, pode-se afirmar: Apenas I e III.
I. A estruturação da aula é um processo que implica I, II e III.
inflexibilidade e rigorosidade em relação aos conteúdos e
materiais. Sobre a avaliação na Educação Infantil, podemos
II. O trabalho docente, sendo uma atividade inten- afirmar que ela:
cional e planejada, requer estruturação e organização a
fim de que sejam atingidos os objetivos do ensino. (A) deve ser baseada em julgamentos.

194
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
avalia-se para quantificar o que foi aprendido. 11. (UFG/CS/2016) A inclusão escolar está articula-da
faz parte do processo de aprendizagem e é essen-cial a movimentos sociais mais amplos, que exigem maior
conhecer cada criança. igualdade e mecanismos mais equitativos de acesso a
considera o “erro” como parte do resultado final. bens e serviços. A diversidade existente na escola
possibilita o conflito, o dissenso e a imprevisibilidade.
08. Sobre avaliação assinale a alternativa incorreta: Segundo Man-toan (2006),
(A) o direito à educação para todos é garantido com o
Para que possa se constituir como um instrumen-to cumprimento e a aplicação da lei, sumariamente, às situa-
voltado para reorientar a prática educativa, a avaliação ções discriminadoras.
deve se dar de forma sistemática e contínua, tendo como (B) a inclusão prevê a desigualdade de tratamento
objetivo principal a melhoria da ação educativa. O pro- como forma de restituir uma igualdade que foi rompida
fessor, ciente do que pretende que as crianças aprendam, por formas segregadoras do ensino especial e regular.
pode selecionar determinadas produções das crianças ao (C) a condição de igualdade nas escolas requer a concep-
longo de um período para obter com mais precisão infor- ção de que todos os alunos sejam iguais em todas as situações.
mações sobre sua aprendizagem. (D) as escolas especiais substituem a escola comum,
Na educação infantil, a avaliação quantitativa é um pois oferecem atendimento educacional especializado e
excelente instrumento avaliativo e se preocupa com a
não são organizadas por níveis e seriações.
pro-moção e a retenção dos alunos.
A avaliação mediadora exige a observação indivi-dual (VUNESP/2017) Entre outras concepções apre-
de cada aluno, atenta ao seu momento no processo de sentadas no Referencial Curricular Nacional de Educação
construção do conhecimento. Infantil, educar a criança refere-se
As situações de avaliação devem se dar em ativida-des (A) aos cuidados relativos às suas necessidades físicas.
contextualizadas para que se possa observar a evolu-ção das (B) ao ensino centrado no desenvolvimento de sua ca-
crianças. É possível aproveitar as inúmeras ocasiões em que pacidade cognitiva.
as crianças falam, leem e escrevem para se fazer um (C) ao ensino estruturado a partir das linguagens
acompanhamento de seu progresso. A observação é o escri-ta, científica, artística e matemática.
principal instrumento para que o professor possa avaliar o (D) aos cuidados, brincadeiras e aprendizagens inte-
gradas, de modo a contribuir para o seu desenvolvimento
processo de construção da linguagem pelas crianças.
integral.
Nas escolas de educação infantil, a criança aprende (E) ao convívio prazeroso entre as crianças, o que
mais ou menos a brincar com outras crianças e a se tor- torna a escola um espaço de atividades pedagógicas
nar familiarizada com os materiais que a preparam para as
produtivas. Parte inferior do formulário
aprendizagens futuras. No entanto, o que mais influencia
nessas experiências primordiais é o encontro com a (CEC/2017) O Referencial Curricular Nacional da
profes-sora. Isso se explica pelo fato de que: Educação Infantil é um documento que “se constitui em um
(A) a escola é o segundo lar e a professora tem que conjunto de referências e orientações pedagógicas que visam
ser igual à mãe; a contribuir com a implantação ou implementação de
(B) a professora é a segunda mãe e a criança deve se práticas educativas de qualidade que possam promover e
identificar com ela; ampliar as condições necessárias para o exercício da ci-
(C) é através da professora que a criança se encontra dadania das crianças brasileiras”. Considerando as especifi-
com o sistema educacional, suas normas e regras; cidades cognitivas, afetivas, emocionais e sociais das crian-
(D) é uma falácia acreditar que toda escola é boa; ças de zero a cinco anos, o RCNEI (p. 13, 1998) descreve 5
(E) é uma utopia dizer que toda criança gosta de ir à escola. (cinco) princípios norteadores para a prática educativa, que
visam promover o exercício da cidadania. De acordo com
O trabalho direto com crianças pequenas exige que o esses princípios, selecione a alternativa que contempla de
professor tenha uma competência polivalente. Ser pro-
forma correta as expressões que designam essas catego-rias,
fessor polivalente significa:
na sequência em que estão colocadas a seguir.
(A) saber lidar com as ciências do comportamento so-
mente, de modo a mostrar-se atualizado junto às famílias I. O respeito à dignidade e aos ________das crianças,
e à direção da escola; consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, eco-
(B) trabalhar com conteúdos que abranjam desde cui- nômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.;
dados básicos essenciais até conhecimentos específicos II. O direito das crianças a ______, como forma parti-
das diversas áreas do conhecimento; cular de expressão, pensamento, interação e comunicação
(C) ter conhecimento de psicologia e pedagogia e for- infantil;
mação específica em relações humanas; III. O acesso das crianças aos __________ disponíveis,
(D) conhecer as normas da instituição e saber traba- ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à
lhar em grupo de forma democrática e participativa; (E) expressão, à comunicação, à interação social, ao pensa-
ter contato com a família dos alunos e saber cativar, com mento, à ética e à estética;
seu carisma, todos os pais/ responsáveis das crianças.

195
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
IV. A socialização das crianças por meio de sua parti- A sequência está correta em:
cipação e inserção nas mais diversificadas __________, sem (A) F, V, F, F
discriminação de espécie alguma; (B) V, F, F, F
V. O atendimento aos cuidados essenciais associados (C) V, V, V, F
(D) F, F, V, F
à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua __________.
(E) F, V, V, V
(A) direitos, brincar, bens socioculturais, atividades
cul-turais, cidadania. Respostas
(B) deveres, estudar, livros, atividades culturais, iden-
tidade. D/ 02. D/ 03. B/ 04. C/ 05. C/
D/ 07. C/ 08. B/ 09. C/ 10. B/ 11. B
nia. (C) cuidados, interagir, livros, práticas sociais, cidada- D/ 13. D/ 14. E/ 15. E
(D) direitos, brincar, bens socioculturais, práticas so-
ciais, identidade.
(E) deveres, brincar, livros, atividades culturais, cida-
dania. ANOTAÇÕES
14. (NUCEPE/2017) Assinale as alternativas que ex-
pressam os princípios que embasam o Referencial
Curricu-lar Nacional para a Educação infantil. ___________________________________________________
I. O direito das crianças a brincar, como forma parti-
cular de expressão, pensamento, interação e comunicação ___________________________________________________
infantil.
___________________________________________________
II. O atendimento aos cuidados essenciais associados
à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade. ___________________________________________________
III. A socialização das crianças por meio de sua parti-
cipação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, ___________________________________________________
sem discriminação de espécie alguma.
IV. O acesso das crianças aos bens socioculturais dis- ___________________________________________________
poníveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades ___________________________________________________
relativas à expressão, à comunicação, à interação social,
ao pensamento, à ética e à estética. ___________________________________________________

São verdadeiras as alternativas: ___________________________________________________


(A) apenas I, II e IV.
(B) apenas I, II e III ___________________________________________________
(C) apenas II, III e IV. ___________________________________________________
(D) apenas I e III.
(E) I, II, III e IV. ___________________________________________________

15. (CONSULPLAN/2017) De acordo com o Refe- ___________________________________________________


rencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, mar-
___________________________________________________
que V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas:
( ) Constitui-se em um conjunto de normas pedagógi- ___________________________________________________
cas que visam contribuir com a implantação ou
implemen-tação de práticas educativas de qualidade. ___________________________________________________
( ) Tem a função de contribuir com as políticas e pro-
gramas de Educação Infantil, socializando informações, ___________________________________________________
discussões e pesquisas, subsidiando o trabalho educativo ___________________________________________________
de técnicos, professores e demais profissionais da Educa-
ção Infantil e apoiando os sistemas de ensino estaduais e ___________________________________________________
municipais.
( ) Possui um conjunto de propostas, diversas e hetero- ___________________________________________________
gêneas quanto à sociedade brasileira, refletindo o nível de
articulação de instâncias determinantes na construção de um ___________________________________________________
projeto educativo para a Educação Infantil. ___________________________________________________
( ) Este documento foi elaborado pelo Ministério da
Educação e do Desporto e está em consonância com a ___________________________________________________
LDB atual.

196
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES de comportamento; preocupa-se em explicar os


comportamentos observáveis do educando, desprezando
(SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) Leia a análise de outros aspectos da conduta humana tais
atentamente o texto a seguir. Os processos de ensino só como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os
podem se realizar a medida que o educando esti-ver sentimentos e a fantasia, entre outros; defende a
maduro para efetivar determinada aprendizagem; a necessidade de medir, comparar, testar, experimentar e
prática escolar não desafia, não amplia, nem instru- controlar o comportamento e desenvolvimento do
mentiza o desenvolvimento do educando, uma vez que educando e sua aprendizagem, objetivando com isso,
esta se restringe naquilo que o educando já conquistou; a controlar o comportamento do educando.
educação pode apenas aprimorar um pouco aquilo que o * Disponível em: http://penta2.ufrgs.br/edu/intera/
educando é. O texto trata-se de uma:
A) Maturação. cap1-afet-interat-aprend.htm.
B) Experiência ativa. RESPOSTA: “D”.
C) Teoria inativa.
D) Comunicação humana 3. (SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) Na
teoria ambientalista, atribui-se, exclusivamente, ao
A teoria inativa considera que o meio ou ambiente ambiente a construção das características humanas,
pouco pode fazer pelo indivíduo, quando acredita que o privilegiando a experiência como fonte de
sujeito nasce pronto, pode-se dizer que a subjetividade conhecimento. Esta teoria preocupa-se em explicar:
não é inata devido ao fato de que cada pessoa adquire ao A) Práticas pedagógicas espontâneas.
longo do seu desenvolvimento, características próprias
que não seria possível nascer com elas. Segundo Torres do. B) Os comportamentos observáveis do educan-
(2003), a respeito de como as identidades se constroem,
C) A pedagogia do dom.
precisamos levar em conta as condições históricas, sociais
e econômicas em que o indivíduo está inserido, a D) Processo de construção.
compreensão de que a identidade não é preexistente ao
O Ambientalismo, como o próprio nome dá a
homem e que a analise do “mundo interno” exige o
entender, valoriza o ambiente no aprendizado humano.
conhecimento do “mundo externo” que estão em
Ou seja, a criança desenvolve suas características em
movimento contínuo de construção e desconstrução.
função das condições do meio em que vive. Esta visão
*Texto adaptado de Marcos P. Silva. Disponível em: considera as estimulações que o meio proporciona como
http://marcospsilva7.blogspot.com.br/2008/06/partindo- fonte de aprendizado. Para os ambientalistas, o mais
do-ponto-de-que-teoria-inativa.html importante são os fatores exógenos, aquilo que está fora
do indivíduo. A criança nasce sem características
RESPOSTA: “C”.
psicológicas, seria como uma massa a ser modelada,
(SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) Leia, estimulada e corrigida pelo meio em que vive. O papel da
atentamente, o texto a seguir. “Desprezar a análise de escola seria o de estimular a criança com novas
outros aspectos da conduta humana tais como: o ra- aprendizagens. Para os ambientalistas, a criança não sabe,
ciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a é uma folha em branco. O saber está com o(a)
fantasia; defende a necessidade de medir, comparar, professor(a) e, portanto, ele(a) precisa transmitir o
testar, experimentar e controlar o comportamento e conhecimento para a criança, que o recebe de forma
desenvolvimento do educando e sua aprendizagem, passiva. De acordo com essa concepção, educar alguém
objetivando com isso, controlar o comportamento do seria moldar o seu comporta- mento, seu caráter, seu
educando”. O texto trata da: conhecimento, dando à criança tudo aquilo que ela não
A) Relação homem/mundo. tem. Dentro da concepção ambientalista, a educação é
B) Afetividade e cognição C) centrada no(a) professor(a) que, como adulto, é visto
Interatividade como o(a) dono(a) da verdade, devendo ensinar e
D) Teoria ambientalista do desenvolvimento estimular as crianças.
* Referências:
A teoria ambientalista busca sua inspiração na filosofia LOPES, K. R; MENDES, R. P; FARIA, V. L. B. de.
empirista (a experiência como fonte de conhecimento) e Educação de crianças: Programa de formação de
positivista (objetividade e neutralidade no conhecimento da professores de educação infantil. Coleção PROINFANTIL;
realidade humana; o ser humano é entendido como objeto e (Unidade 1). Brasília: MEC. Secretaria de Educação Básica.
os fatos sociais como coisas, ou seja, objeto de um interesse Secretaria de Educação a Distância, 2005.
meramente prático). A teoria ambientalista, também Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/
chamada behaviorista ou comportamentalista, atribui arquivos/pdf/Educinf/mod_ii_vol2unid1.pdf
exclusivamente ao ambiente a constituição das características
humanas, privilegiando a experiência como fonte de RESPOSTA: “B”.
conhecimento e de formação de hábitos

197
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

(SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) A O currículo tem que ser entendido como a cultura real
Educação, neste método, é tecida em conjunto por que surge de uma série de processos, mais que como um
alunos e professores, frente aos exercícios da leitura e objeto delimitado e estático que se pode planejar e depois
da escrita praticadas exaustivamente nas aulas. Assim, implantar; aquilo que é, na realidade, a cultura nas salas de
mestres e aprendizes atuam juntos na construção do aula, fica configurado em uma série de processos: as deci-
conhecimento, assessorados pela incidência da sões prévias acerca do que se vai fazer no ensino, as tarefas
problemática social mais atual e pelo arsenal de acadêmicas reais que são desenvolvidas, a forma como a vida
saberes já edificados, patrimônio intransferível do ser interna das salas de aula e os conteúdos de ensino se
humano. O texto se refere a: vinculam com o mundo exterior, as relações grupais, o uso e
Teoria do saber. o aproveitamento de materiais, as práticas de avaliação, etc
Teoria do Ler e Saber. (Sacristán, J.G., 1995).
Teoria da Paradidática.
Teoria do Construtivismo. RESPOSTA: “C”.

Para Piaget, a pessoa, a todo o momento interage com a (SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) Para ser
realidade, operando ativamente objetos e pessoas. O considerada como possuidora de certa habilidade, a
conhecimento é construído por informações advindas da criança tem que demonstrar que pode cumprir a tarefa
interação com o ambiente, na medida em que o conheci- sem nenhum tipo de ajuda. Denomina- se essa capaci-
mento não é concebido apenas como sendo descoberto dade de realizar tarefas de forma independentes:
espontaneamente, nem transmitido de forma mecânica pelo NDP - Nível de Desenvolvimento Potencial.
meio exterior, mas como resultado de uma interação na qual ZDP - Zona de Desenvolvimento Proximal.
o sujeito é sempre um elemento ativo na busca ati-va de PDH - Processo de Desenvolvimento de habili-
compreender o mundo que o cerca (MOREIRA, 1999). dade.
Entende-se, então, de acordo com essa teoria, que o de- NDR - Nível de Desenvolvimento Real.
senvolvimento cognitivo é resultado de situações e expe-
riências desconhecidas advinda da interação com o meio, Para Vygotsky, a aprendizagem e o desenvolvimento
onde o sujeito procura compreender e resolver as interro- estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida do
gações. Com isso, o aluno exerce um papel ativo e constrói indivíduo. Nível de desenvolvimento real: Referente as
seu conhecimento, sob orientação do professor, buscando con-quistas que já estão consolidadas na criança, ela já
informações, propondo soluções, confrontando-as com as de apren-deu e domina. Indica os processos mentais da
seus colegas, defendendo-as e discutindo. Essa teoria criança que já se estabeleceram. Representa as funções já
permite utilizar todo o potencial de interação da internet amadureci-das. Exemplos: andar de bicicleta, cortar com
para criar um ambiente que gere conhecimento teórico e tesoura, do-minar o teclado.
prático através da construção gradual do conhecimen-to por
meio de participação ativa. Oferece oportunidade para *Texto adaptado de Raquel D`Ely. Disponível em: https://
reflexão. A construção do conhecimento pelos alunos é fruto repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/116361/
de sua ação, o que faz com que eles se tornem cada vez mais TEORIA%20SOCIO%20INTERACIONISTA.pdf?sequence=1
autônomos intelectualmente.
*Referências: RESPOSTA: “D”.
MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de Aprendizagem.
São Paulo: Epu, 1999. (SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) É um tipo
de avaliação que tem por função básica a classifi-
RESPOSTA: “D”. cação dos alunos, sendo realizada no final de um curso
ou unidade de ensino, classificando os alunos de acor-
(SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) A do com os níveis de aproveitamento previamente
concepção de organização curricular expressa formas esta-belecidos. O texto acima descreve uma:
de concretização das intenções pedagógicas. Com Avaliação formativa.
base nesta temática é FALSO afirmar: Avaliação somativa.
A) O currículo real acontece dentro da sala de aula Avaliação diagnostica.
com professores e alunos a cada dia em decorrência de Avaliação personalizada.
um pro-jeto pedagógico e dos planos de ensino.
B) Currículo é o conjunto de todas as experiências de co- Avaliação Somativa: É uma modalidade avaliativa pon-
nhecimento, proporcionada pela instituição aos educandos. tual que ocorre ao fim de um processo educacional (ano,
C) A organização é um currículo a partir da lógica semestre, bimestre, ciclo, curso etc.). Atém-se à determina-
seria-da a analise do progresso dos educandos. ção do grau de domínio de alguns objetivos pré-estabe-
D) O currículo é a ligação entre a cultura e a socieda- lecidos propondo-se a realizar um balanço somatório de uma
de exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e ou várias sequencias de um trabalho de formação. É também
a cultura herdada e a aprendizagem dos alunos; entre a chamada de avaliação das aprendizagens.
teoria e a pratica possível, dadas determinadas condições.

198
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

*Disponível em: http://www.portalavaliacao.caedufjf.net/ RESPOSTA: “A”.


pagina-exemplo/tipos-de-avaliacao/avaliacao-somativa/
(SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) Na
RESPOSTA: “B”. relação profesor-aluno envolve interesses e intenções,
sendo esta interação o expoente das consequências,
(SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) A res- pois a educação é uma das fontes mais importantes do
peito da Avaliação Formativa, é INCORRETO afirmar: desenvolvimento comportamental e agregação de va-
A) A avaliação formativa não tem como objetivo lores nos membros da espécie humana.
classificar ou selecionar. Logo, a relação entre professor e aluno depende,
B) Fundamenta-se nos processos de aprendizagem fundamentalmente:
em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais. I. Do clima estabelecido pelo aluno.
C) Uma avaliação não precisa conformar-se a ne- II. Da relação empática com seus alunos.
nhum padrão metodológico para ser formativa. III. Da sua capacidade de ouvir, refletir e discutir.
D) O sentido e a finalidade da avaliação formativa IV. Da criação das pontes entre seu conhecimento
deve ser o de conhecer melhor o professor, suas e os deles.
Assinale a alternativa correta.
compe-tências e suas técnicas de trabalho.
A) Somente I, II e III estão corretas.
Também chamada de avaliação para as aprendizagens, a B) Somente I, II e IV estão corretas
avaliação formativa tem seu foco no processo ensino-- C) Somente II, III e IV estão corretas
aprendizagem. Alguns teóricos chegam a nomear essa D) Somente I, III e IV estão corretas
modalidade com o nome de avaliação formativa diagnós-tica.
A avaliação formativa não tem finalidade probatória e está Becker (1997), afirma que na transferência, constituir
incorporada no ato de ensinar, integrada na ação de uma identificação simbólica é uma forma de desenvolver
formação. Alguns autores consideram que a avaliação ao adolescente sua posição discursiva. Verificar-se, que o
formativa englobe as outras modalidades de avaliação já que aluno precisa admitir estar numa relação transferencial
com o professor que não estar ali só para transferir
ela se dá durante o processo educacional. Seu caráter é
informações, mais para considerar cada aluno
especificamente pedagógico.
singularmente. O sujei-to do qual ocupa a psicanálise é o
*Disponível em: http://www.portalavaliacao.caedufjf. sujeito do inconsciente enquanto manifestação única e
net/pagina-exemplo/tipos-de-avaliacao/avaliacao-forma- singular. Para o aluno ser tomado como sujeito é
necessário que o educador tam-bém o seja, que envolva
tiva/
sua prática com aquilo que lhe é peculiar, o estilo. Logo a
RESPOSTA: “D”. relação professor-aluno depende fundamentalmente do
clima estabelecido pelo professor, da relação empática
9.(SEPLAG/MG – PEDAGOGIA – BFC/2013) A ava- com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e
liação ______________________ é realizada no início do discutir o nível de compreensão dos alu-nos e da criação
processo ensino-aprendizagem, com a finalidade de detectar das pontes entre o seu conhecimento e o deles.
eventuais dificuldades de aprendizagem auxiliando o *Referências:
______________ no planejamento de suas ações.
Assinale a alternativa que completa correta e res- Texto adaptado de Andréia Freitas;
pectivamente as lacunas. BECKER, F. Da ação à operação: o caminho da apren-
Diagnostica / Professor. dizagem em J.piaget e Paulo Freire. Rio de Janeiro: DPIA
Formativa / Gestor
Formativa / Coordenador pedagógico. Editora Palmarinca, 1997
Somativa / Professor.
RESPOSTA: “C”.
O conceito de avaliação diagnóstica não recebe uma
definição uniforme de todos os especialistas. No entanto 11. (PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-
pode-se, de maneira geral, entendê-la como uma ação GIA - BIORIO/2011) Por gestão participativa entende-
avaliativa realizada no início de um processo de aprendi- -se:
I - envolvimento de todos que fazem parte direta
zagem, que tem a função de obter informações sobre os
ou indiretamente no processo educacional;
conhecimentos, aptidões e competências dos estudantes II - compartilhamento na solução de problemas e
com vista à organização dos processos de ensino e apren- nas tomadas de decisão do diretor escolar;
dizagem de acordo com as situações identificadas. III - implementação, monitoramento e avaliação
*Disponível em: http://www.portalavaliacao.caedufjf. dos resultados;
IV - estabelecimento de objetivos claros e
net/pagina-exemplo/tipos-de-avaliacao/avaliacao-diag-
democrá-ticos;
nostica/ V - visão de conjunto associada a uma posição hie-
rárquica.

199
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
Estão corretas as afirmativas: *Disponível em: http://www.londrina.pr.gov.br/index.
A) I, II e III; php?option=com_content&view=article&id=734&Itemid
B) I, III e IV;
=373&fontstyle=f-smaller&limitstart=2
C) II, III e V;
D) I, IV e V; RESPOSTA: “D”.

O trabalho escolar é uma ação de caráter coletivo, rea- (PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-GIA -
lizado a partir da participação conjunta e integrada dos BIORIO/2011) A interação professor-aluno é um
membros de todos os segmentos da comunidade esco-lar. aspecto fundamental da organização da situação didá-
Portanto, afirmar que sua gestão pressupõe a atuação tica. Segundo Libâneo, podem-se ressaltar dois aspec-
participativa representa um pleonasmo de reforço a essa tos para a realização do trabalho docente:
importante dimensão da gestão escolar. Assim, o envolvi- A) o aspecto social, que se refere à integração de
mento de todos os que fazem parte, direta ou indiretamen- cada aluno ao seu meio social e o aspecto atitudinal, que
te, do processo educacional no estabelecimento de objeti- se refere à aquisição de conhecimentos acadêmicos a
vos, na solução de problemas, na tomada de decisões, na serem utilizados na vida pessoal de cada aluno;
proposição, implementação, monitoramento e avaliação de B) o aspecto técnico e emocional, que se refere ao
planos de ação, visando os melhores resultados do pro-cesso desenvolvimento da autonomia e das qualidades mo-
educacional, é imprescindível para o sucesso da ges-tão rais e o aspecto intelectual, que se refere a aprendiza-
gem com vistas a orientação de trabalhos independen-
escolar participativa (Luck, Freitas, Girling, Keith, 2002).
te dos alunos;
RESPOSTA: “B”. C) o aspecto psicopedagógico clínico, que diz res-
peito ao sujeito aprendente e ao aspecto acadêmico,
12. (PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-GIA que diz respeito aos objetivos do processo de ensino,
- BIORIO/2011) O FUNDEB – Fundo de Manutenção e a transmissão de conhecimentos, hábitos e atitudes;
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização D) o aspecto cognoscitivo, que diz respeito a
dos Profissionais da Educação é formado: formas de comunicação dos conteúdos escolares e o
A) por vínculos financeiros com a esfera Federal, aspecto sócio- emocional, que diz respeito às relações
Estadual e Municipal de acordo com o censo demográ- pessoais entre professor e alunos e às normas
fico; disciplinares indis-pensáveis ao trabalho educativo;
B) com apoio do Banco do Brasil para a criação
de um fundo de créditos em favor dos Estados e Podemos ressaltar dois aspectos da interação profes-sor-
Municí-pios; aluno no trabalho docente: O aspecto cognoscitivo (que diz
C) pelos recursos do Governo Federal, Estadual e respeito a formas de comunicação dos conteúdos escolares e
Municipal para definir um orçamento exclusivamente às tarefas escolares indicadas pelos alunos) e o aspecto
para a educação; sócio-emocional (que diz respeito as relações pes-soais entre
D) com recursos provenientes das três esferas do o professor e o aluno e as normas disciplinares
governo (Federal, Estadual e Municipal), sendo um indispensáveis ao trabalho docente) afirma Libâneo (1998).
fun-do contábil;
*Referências:
O FUNDEB não é considerado Federal, Estadual, nem SOUZA, Verônica Alves de M. A relação professor-alu-
Municipal, por se tratar de um Fundo de natureza contá-bil, no na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ar-
formado com recursos provenientes das três esferas de lindo Ramalho nas séries iniciais do Ensino Médio
governo (Federal, Estadual e Municipal); pelo fato da arre- Noturno no município de Solânea-PB. 2007. 60 f.
cadação e distribuição dos recursos que o formam serem Monografia (Espe-cialização) CFT/UFPB.
realizadas pela União e pelos Estados, com a participação do
Banco do Brasil, como agente financeiro do Fundo e, por fim, RESPOSTA: “D”.
em decorrência dos créditos dos seus recursos se-rem
realizados automaticamente em favor dos Estados e (PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGOGIA -
Municípios de forma igualitária, com base no nº de alunos. BIORIO/2011) A escola, por ser uma instituição social
Esses aspectos do FUNDEB o revestem de peculiaridades que com propósito explicitamente educativo, tem o
transcendem sua simples caracterização como Federal, compromisso de intervir efetivamente para promover o
Estadual ou Municipal. Assim, dependendo da ótica que se desenvolvimen-to e a socialização de seus alunos. Essa
observa, o Fundo tem seu vínculo com a esfera Federal (a função socializa-dora remete a dois aspectos:
União participa da composição e distribuição dos recursos), a A) a intersocialização entre diferentes grupos e a
Estadual (os Estados participam da composição, da distri- aquisição de conhecimentos científicos;
buição, do recebimento e da aplicação final dos recursos) e a B) a compreensão do mundo acadêmico e
Municipal (os Municípios participam da composição, do integração entre os sujeitos aprendentes;
recebimento e da aplicação final dos recursos). C) a capacidade de crítica e o desenvolvimento de
téc-nicas;

200
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

o desenvolvimento individual e o contexto social e representação e da experimentação;


cultural; coerção;

Essa função socializadora remete a dois aspectos: o de- A importância do brincar para a criança é uma cons-
senvolvimento individual e o contexto social e cultural. É trução histórica, quando brinca a criança experimenta sen-
nessa dupla determinação que os indivíduos se constroem sações antes desconhecidas, entra no mundo do adulto,
como pessoas iguais, mas, ao mesmo tempo, diferentes de reproduz as relações sociais e de trabalho de forma lúdica
todas as outras. Iguais por compartilhar com outras pes-soas e se apropria do mundo em seu processo de construção
um conjunto de saberes e formas de conhecimento que, por como sujeito histórico-social. Para a pesquisadora Wa-
sua vez, só é possível graças ao que individual-mente se jskop (2001), a criança que brinca pode adentrar o mundo
puder incorporar. Não há desenvolvimento in-dividual do trabalho pela via da representação.
possível à margem da sociedade, da cultura. Os processos de
diferenciação na construção de uma identi-dade pessoa e os *Referências:
processos de socialização que conduzem a padrões de Texto adaptado de Aline Fernandes Guimarães;
identidade coletiva constituem, na verdade, as duas faces de WAJSKOP, G. Brincar na pré-escola. 5.ed. São Paulo:
um mesmo processo (PARÂMETROS CUR-RICULARES Cortez, 2001.
NACIONAIS, 1997).
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “D”.
(PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-GIA -
(PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-GIA - BIORIO/2011) A concepção sócio-interacionista do
BIORIO/2011) Uma criança de cinco anos apre-senta as desenvolvimento se apoia na ideia de interação in-
seguintes características psicossociais, EXCETO: divíduo-meio e vê a aquisição de conhecimento como
A) maior estabilidade nas aulas e na escola; um processo construído pelo indivíduo durante toda
B) grande capacidade observadora começando a
sua vida. Essa concepção se diferencia da inatista por-
imitar o que foi observado;
que a inatista:
C) interesse por experiências sensórias – motoras,
A) parte do pressuposto de que os eventos que
empreendendo aquilo que está dentro das suas possi-
ocorrem após o nascimento não são essenciais para o
bilidades;
desenvolvimento, pois o indivíduo já nasce com pa-
D) quando lhe dão os meios necessários, sabe tra- drões inatos de comportamento;
balhar individualmente; B) assemelha-se à interacionista quando considera
Segundo Erikson citado por Rocha (2002), a terceira que os dois elementos – o biológico e o social – não
crise do desenvolvimento psicossocial ocorre entre 3 e os podem ser dissociados;
6 anos. As crianças aprendem a desenvolver as suas pró- C) defende a visão ambientalista da reciprocidade
prias atividades, têm prazer quando são bem sucedidas e de influências entre indivíduo e meio ambiente;
tornam-se determinadas. Se não lhes é permitido desen- D) assemelha-se à ambientalista porque a ambien-
volver as suas próprias iniciativas, podem desenvolver talista chama a atenção para a plasticidade do ser hu-
sen-timentos de culpa por querer ser independentes. mano, embora ele seja um sujeito passivo;
Montei-ro (2005) cita também Santrok que diz: À medida
que as crianças em idade pré-escolar enfrentam um A aplicação da concepção inatista na educação gera
mundo social cada vez mais alargada, aumentam os imobilismo e resignação, pois se considera que as diferen-ças
desafios e neces-sitam de desenvolver comportamentos não são superadas, uma vez que o meio não interfere no
mais significativos para responder a esses desafios. desenvolvimento da criança. Considera-se também que o
*Referências: resultado da aprendizagem é exclusivamente do aluno,
Texto adaptado de Ângela Maria Semedo Pereira Ta- isentando de responsabilidade o professor e a escola.
vares;
Rocha, Ana; Fidalgo, Zilda. Psicologia. 12º ano. Lisboa: *Texto adaptado de Alberto Abreu. Disponível em:
Texto editora, 2002. http://albertoabreu.wordpress.com/2006/07/18/inatismo/

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “A”.

16. (PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO- (PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-


GIA - BIORIO/2011) O brincar fornece à criança a GIA - BIORIO/2011) A avaliação mediadora exige que
possi-bilidade de construir uma identidade autônoma o professor observe atentamente o movimento de
e cria-tiva. A criança que brinca entra no mundo do cada aluno no processo de construção do
trabalho, da cultura e do afeto pela via da: conhecimento. Tal atitude NÃO exige do professor:
A) família; A) uma ação direta com o aluno a partir de muitas
B) imaturidade; tarefas orais e escritas;

201
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
B) interpretar, refletir e investigar teoricamente oferecer escola para todos, exceto nos estados que
as soluções apresentadas pelo aluno, segundo seu não têm competência para assumir o atendimento aos
estágio de desenvolvimento do pensamento; portadores de necessidades especiais;
C) respeito à subjetividade diante das soluções promover somente espaços de inclusão em esco-
apresentadas, bem como em razão dos estágios evo- las de periferia;
lutivos; formar, qualificar profissionais, conscientes de sua
D)atenção às experiências de vida do aluno, no responsabilidade ética frente à inclusão;
sentido de fazê-lo reproduzir a forma correta, abrir vagas em classes regulares nas escolas,
repetidas vezes, diante do erro; mesmo que não haja profissional qualificado /
especia-lizado;
A avaliação mediadora propõe um modelo baseado
no dialogo e aproximação do professor com o seu aluno O princípio democrático da educação para todos só se
de forma que as práticas de ensino sejam repensadas e evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em
mo-dificadas de acordo com a realidade sociocultural de todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alu-nos com
seus alunos, nesta perspectiva de avaliação o erro é deficiência. A inclusão, como consequência de um ensino de
considerado como parte do processo na construção do qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola
conhecimento e não como algo passível de punição, na brasileira novos posicionamentos e é um moti-vo a mais para
visão mediado-ra o professor é capaz de criar situações que o ensino se modernize e para que os professores
desafiadoras que tornem capaz a reflexão e ação aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica
tornando a aprendizagem mais significativa. num esforço de atualização e reestruturação das condições
atuais da maioria de nossas escolas de nível básico. O motivo
*Texto adaptado do Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos. que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva
para as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade
RESPOSTA: “D”. de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se
tornem aptas para responder às necessidades de cada um de
(PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO- seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair
GIA - BIORIO/2011) Considera-se que o professor nas teias da educação espe-cial e suas modalidades de
adota uma postura de avaliação mediadora quando: exclusão.
A) corrige tarefas e provas do aluno para verificar
respostas certas e erradas e, a partir daí, tomar deci- *Texto adaptado de Maria Teresa Eglér Mantoan. Dis-
sões;
ponível em: http://www.pro-inclusao.org.br/textos.html
B) analisa teoricamente as várias manifestações
dos alunos em situações de aprendizagem para RESPOSTA: “C”.
acompa-nhar as hipóteses que ele vem formulando;
C) enaltece procedimentos competitivos e classifi- 21. (PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-
catórios com base em certo / errado; GIA - BIORIO/2011) Para elaborar seu plano anual, a
D) faz manifestações periódicas quanto ao aprovei- professora do 1º ano do ensino fundamental solicita
todo o material que registra o desenvolvimento das
tamento do aluno, segundo modelo predeterminado;
crianças. Esse pedido indica que ela entende os instru-
O processo de aprendizagem torna-se continuo atra- mentos de observação e registros como fundamentais
vés da avaliação mediadora, uma vez que o professor no ensino infantil e séries iniciais por que:
pos-sui ferramentas de intervenção adequadas para que A) contêm as formas de expressão, da capacidade
os alu-nos se apropriem de conhecimentos significativos, de concentração, do envolvimento nas atividades, de
sem o sentimento de obrigação, ou seja, o aprendizado satisfação com a própria produção e com pequenas
ocorre de maneira natural com mais facilidade de conquistas de cada criança;
internalização do conteúdo aplicado em sala de aula. B) registram as dificuldades e impedimentos físi-
cos, cognitivos e emocionais no processo de aquisição
*Disponível em: http://www.trabalhosfeitos.com/en- de novos conhecimentos como forma de rotular cada
criança;
saios/Avalia%C3%A7%C3%A3º-Mediadora/549901.html
C) expressam quem são as crianças com mais
RESPOSTA: “B”. facili-dade e com mais capacidade de entendimento
do mun-do formal e informal;
(PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO- D) representam o cotidiano escolar do trabalho do
GIA - BIORIO/2011) Inserida nos programas dos últi- professor e da vida das crianças auxiliando a visão do
mos governos, a educação inclusiva tem sido motivo coletivo como forma de realimentação do
de controvérsias e procedimentos por vezes radicais
planejamen-to, somente, dos objetivos atitudinais;
das escolas.
Em relação à inclusão, o seguinte compromisso Para que o professor possa propiciar situações de
deve ser assumido pela escola brasileira: aprendizagem, é necessária a observação, pois é muito

202
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

importante o professor observar sempre o seu aluno, pois no máximo, deveria ser. O sujeito não exerce ação sobre o
diante dessas observações, pode proporcionar um novo objeto do conhecimento. Ele é considerado como uma
aprendizado. Esse processo avaliativo destina-se ao pro- “tabula rasa”, todas as informações do mundo exterior vão
fessor ser criativo, e desempenhar papéis onde forneça o sendo impressas através dos sentidos. Assim, o conheci-
progresso dos alunos, seja por meio de experiências edu- mento é o registro dos fatos, a simples cópia do real. O
cativas, que expressem a construção do conhecimento, e Positivismo prima pela objetividade e concebe a
aprendiza-gem como mudança de comportamento, como
avançar no seu desenvolvimento.
resultado do treino e da experiência. Segundo Tyler (1949)
*Texto adaptado de Maeli Sorato Manarin. Dis- “a ava-liação é um processo destinado a verificar o grau
ponível em: http://www.bib.unesc.net/biblioteca/ em que mudanças comportamentais estão ocorrendo, a
avaliação deve julgar o comportamento dos alunos, pois o
sumario/000041/000041FD.pdf
que se pretende em educação é justamente modificar tais
RESPOSTA: “A”. com-portamentos”. Nessa perspectiva, aprender é mudar
de comportamento. Subtende-se então que avaliar é
(PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-GIA - medir a quantidade de mudanças do comportamento e
BIORIO/2011) A avaliação escolar tem três tipos de isso se es-tabelece na chamada “avaliação por objetivos”.
função. A avaliação somativa tem como caracterís- *Texto adaptado de Sandra Zákia Lian Souza.
ticas, EXCETO:
A) visar a subjetividade face a complexidade das RESPOSTA: “B”.
di-mensões em que ela se realiza;
B) ser realizada ao final do ano ou curso; (PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-GIA -
C) ter resultados mais gerais como objetivos; BIORIO/2011) Na educação infantil, o atendimen-to
pelos profissionais deve incorporar, de forma inte-
D) visar os resultados pré-estabelecidos;
grada, o educar e o cuidar, pois tem como
Avaliação Somativa: Exteriorizada como avaliação final, característica geral:
porque acontece no fim de um processo de educação e A) salientar a dualidade das intenções do ensino
aprendizagem, tem uma função classificatória, em razão de sis-temático e assistemático como pressuposto de
que vão convir a uma classificação do estudante conforme os desen-volvimento cognitivo, emocional e afetivo;
níveis de aplicação no fim de uma unidade, de um mó-dulo, B) promover situações de interação em que o cui-
de uma disciplina, de um semestre, de um ano, de um curso. dar tem uma função básica e única de alicerce para o
A avaliação somativa promove a definição de esco-pos, desenvolvimento das capacidades infantis;
frequentemente se baseia nos conteúdos e procedi-mentos C) entender o educar como atividade diversa do
de medida, como provas, teste objetivo, disserta-ções- cuidar que envolve situações de aprendizagem com
argumentativas. Colabora para a avaliação somativa, tanto a intencionalidade de espaço e tempo orientada pelos
avaliação diagnóstica quanto a avaliação formativa, que a adultos;
avaliação da aprendizagem é um ciclo de interven-ções D) propiciar o desenvolvimento da identidade das
pedagógicas de um mesmo processo. crianças por meio de aprendizagens diversificadas,
rea-lizadas com elementos da cultura em situações de
*Texto adaptado de Marcondes de Sousa. in-teração.
RESPOSTA: “A”. Cuidar e educar é impregnar a ação pedagógica de
consciência, estabelecendo uma visão integrada do de-
(PREFEITURA DE TERESÓPOLIS/RJ – PEDAGO-GIA - senvolvimento da criança com base em concepções que
BIORIO/2011) A professora Irene pensa que ava-liar respeitem a diversidade, o momento e a realidade, pecu-
significa não só medir mudanças comportamentais, mas liares à infância. Desta forma, o educador deve estar em
também a aprendizagem. Para quantificar os resul-tados, permanente estado de observação e vigilância para que não
ela está apoiada na racionalidade instrumental transforme as ações em rotinas mecanizadas, guiadas por
preconizada pela seguinte concepção de avaliação: regras. Consciência é a ferramenta de sua prática, que
A) interacionista; embasa teoricamente, inova tanto a ação quanto à própria
B) positivista; C) teoria. Cuidar e educar implica reconhecer que o desenvol-
cognitivista; D) vimento, a construção dos saberes, a constituição do ser não
ocorre em momentos e de maneira compartimentada.
construtivista;
*Texto adaptado de Nilza Aparecida Forest e Sílvio
Na ótica da teoria Positivista, sob as lentes do empiris- Luiz Indrusiak Weiss.
mo, o conhecimento surge a partir das experiências que o
sujeito acumula através dos tempos utilizando-se da ob- RESPOSTA: “D”.
servação seguindo até a obtenção das ideias sistemáticas. O
ambiente torna-se, portanto, o fator determinante da
aprendizagem e não apenas um fator condicionante como,

203
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
(PREFEITURA DE PATROCÍNIO/MG – PEDAGO- salidade objetivados e solidários, entre os quais situa a si
GIA – FUNDEP/2012) A criança é um sujeito sociocul- mesma como um objeto específico, agente e paciente dos
tural e aprende a partir das múltiplas interações que
eventos que nele ocorrem” (Piaget).
estabelece com o meio.
Analise as seguintes afirmativas sobre o desen- *Disponível em: fundelta.com.br/webroot/doc/
volvimento infantil.
d067829bf9.docx
I. É a partir das relações com o outro que a crian-
ça vai se apropriando das significações socialmente RESPOSTA: “C”.
construídas e assim pode perceber e estruturar a rea-
lidade. (PREFEITURA DE GRAMADO/RS – PEDAGOGIA –
II. O adulto tem papel fundamental no desen- FUNDATEC/2013) Segundo Silva (2010), analise as
volvimento infantil. É ele quem determina o que a sen-tenças abaixo: Os que praticam o bullying
criança deve ou não aprender, limitando seu universo mostram-se bastante hábeis em manipular, mentem
social e protegendo -a inclusive de si mesma. sem qualquer constrangimento e não respeitam
III. Estimular a criança a desenvolver a linguagem hierarquias (1ª par-te). No recreio, as vítimas de
corporal, musical, plástica, dramaturgia, bem como a bullying encontram- se isoladas do grupo ou perto de
linguagem escrita e falada nos primeiros anos de vida algum adulto e mos-tram-se tristes, deprimidas ou
pode acarretar excesso de estímulo e inibir a criança. aflitas (2ª parte). As ví-timas provocadoras são aquelas
A partir dessa análise, pode-se concluir que: capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas
A) apenas a afirmativa I está correta. B) contra si mesmas (3ª parte). Quais estão corretas?
apenas a afirmativa II está correta. C) A) Apenas a 2ª parte.
apenas a afirmativa III está correta. D) B) Apenas a 3ª parte.
todas as afirmativas estão erradas. C) Apenas a 1ª e a 3ª partes.
D) A 1ª, 2ª e a 3ª partes.
A criança aprende a partir das múltiplas interações
que estabelecem com o meio sócio cultural. E é partici- Martins (2005) classifica três grandes formas de
pando, ativamente de uma comunidade educativa, que a bullying. A primeira envolve comportamentos “diretos e
físicos”, o que inclui atos como agredir fisicamente, rou-
criança tem oportunidade de estabelecer inúmeras trocas
bar ou estragar objetos alheios, extorquir dinheiro, forçar
com as outras crianças, com adultos e com ins-trumentos comportamentos sexuais, obrigar a realização de ativida-
culturais (livros, brinquedos, jogos, objetos) Podemos des servis, ou a ameaça desses itens. A segunda forma
dizer desta forma que, a criança é um sujeito sociocultural. inclui comportamentos “diretos e verbais”, como insultar,
apelidar, “tirar sarro”, fazer comentários racistas, homofó-
*Disponível em: http://www.aquarelakidsjoinville. bicos ou que digam respeito a qualquer diferença no
outro. Por último, há os comportamentos “indiretos” de
com.br/a-escola
bullying, como excluir sistematicamente uma pessoa, fazer
RESPOSTA: “A”. fofocas ou espalhar boatos, ameaçar excluir alguém de
um grupo para obter algum favorecimento ou, de maneira
(PREFEITURA DE PATROCÍNIO/MG – PEDA- geral, ma-nipular a vida social de outrem.
GOGIA – FUNDEP/2012) Segundo Piaget, o desen- *Texto adaptado de Priscilla Linhares Albino e Marlos
volvimento da criança se processa por meio de uma
Gonçalves Terêncio.
sequência de estágios. Sobre os estágios do desen-
volvimento infantil, assinale a afirmativa CORRETA. RESPOSTA: “D”.
A) A criança só é promovida de um estágio a ou-
tro depois de uma avaliação criteriosa do adulto. (PREFEITURA DE GRAMADO/RS – PEDAGOGIA
B) Desde o primeiro estágio, a criança já é capaz – FUNDATEC/2013) Conforme Wadsworth, no estágio
de interiorizar suas ações diferenciando objetos de pré-operatório, vários são os tipos de representações
seus representantes. que têm relevância no desenvolvimento, EXCETO:
C) Os esquemas de ações iniciais, originários dos A) a imitação diferida.
reflexos e instintos, formam a base para outros mais B) o jogo simbólico.
complexos. C) a abstração reflexiva.
D) No segundo estágio, a capacidade de repre- D) a imagem mental.
sentações é ilimitada, pois a criança já entende o
ponto de vista da outra pessoa. Pré-operatório: É nesta fase que surge, na criança, a
capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por
Progressivamente, a criança vai aperfeiçoando tais uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta
movimentos reflexos e adquirindo habilidades e chega ao substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função
final do período sensório-motor já se concebendo dentro simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido
de um cosmo “com objetos, tempo, espaço, cau- como o estágio da Inteligência Simbólica. Macedo (1991)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo
lembra que a atividade sensório-motor não está esquecida alteração na integração das percepções – é importante
ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois ve- ressaltar que não existe perda das funções sensoriais,
rifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua apren-
cognitivas e/ou motoras.
dizagem, permitindo que a mesma explore melhor o am-
biente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimen-tos *Referências:
e percepções intuitivas. A criança deste estágio: ROTTA, Newra Tellecha, et al. Transtornos da Apren-
• É egocêntrica, centrada em si mesma, e não con- dizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar.
segue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
Porto Alegre: Artmed, 2006.
• Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma
explicação (é fase dos “por quês”). RESPOSTA: “A”.
• Já pode agir por simulação, “como se”.
• Possui percepção global sem discriminar detalhes. (ALVORADA DO SUL/PR – PEDAGOGIA –
• Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. AMEAS/PROSPERITY/2014) Para Libâneo (1994) O
planejamento escolar é uma tarefa docente que in-clui
*Texto adaptado de Malcon Tafner. Disponível em: tanto a previsão das atividades em termos de
http://www.cerebromente.org.br/n08/mente/construtivis- organização e coordenação em face dos objetivos
propostos, quanto a sua revisão e adequação no de-
mo/construtivismo.htm
correr do processo de ensino. O Planejamento é:
RESPOSTA: “C”. A) A utilização dos conhecimentos acumulados
dos professores pelo seu caráter inovador.
(PREFEITURA DE GRAMADO/RS – PEDAGOGIA – B) É um documento que formula metas, pre-vê
FUNDATEC/2013) Segundo Aranha, há um método ações, institui procedimentos e instrumentos de ação e
cuja ênfase está no reconhecimento de que os propõe esforço coletivo.
sentidos são a porta para todo conhecimento. Esse C) Um processo de racionalização, organização e
método é deno-minado: coordenação da ação docente, articulando a ativida-de
A) Intuitivo. escolar e a problemática do contexto social.
B) Construtivista. D) É uma atividade que não depende de reflexão
C) Sintético. acerca das nossas opções e ações, com relação ao
D) Cinestésico. rumo que queremos dar ao nosso trabalho.
A ênfase no método estava: [...] no reconhecimento de O planejamento escolar é uma tarefa docente que
que os sentidos são a porta para todo o conhecimento. inclui tanto a previsão das atividades em termos de or-
Ao contrário da tradição, que valoriza o ensino discursivo, ganização e coordenação em face dos objetivos propos-
que atua por raciocínio lógico e, portanto, é abstrato, bus- tos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do
ca-se começar a instrução primária educando a sensibili- processo de ensino. O planejamento é um meio para
dade, pela qual percebemos cores, formas, sons, luz etc. É programar as ações docentes, mas é também um mo-
esta que prepara e antecipa a intuição intelectual, quando mento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à ava-
então percebemos as relações (de igualdade, causalidade liação.
etc.) entre as coisas. Ou seja, rejeitando a educação livres-
ca, a criança deveria aprender a ler o mundo visível, pela *Referência:
observação e percepção das relações entre os fenômenos LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez,
(ARANHA, 2006). 1994 (Coleção magistério 2° grau. Série formação do
professor).
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “C”.
(PREFEITURA DE GRAMADO/RS – PEDAGOGIA –
FUNDATEC/2013) _________________________ é um sintoma (PREFEITURA DE BOM DESPACHO/MG – PEB I -
frequente em crianças disléxicas e pode ser detectada REIS & REIS/2013) Segundo Barbosa e Horn, no livro
desde a idade pré-escolar. “Projetos Pedagógicos na Educação Infantil, o que tem
Conforme Rotta (2006), a lacuna do trecho acima sido denominada como Crise na Escola”:
fica corretamente preenchida por: A) O fato de grande parte de a população ter tido
A) A disgnosia espacial acesso a escolaridade ao longo do século, porem essa
B) A hiperatividade C) A frequência não ter garantido a aprendizagem;
fobia B) O fato de que apenas 76% da população ter tido
D) O transtorno hipercinético acesso a escolaridade;
C) O fato de que apenas 11% da população ter tido
Denominam-se disgnosias as alterações das gnosias na acesso ao ensino superior;
criança, evitando o uso do termo agnosia, que se refere à D) Nenhuma das anteriores.
perda da função. A disgnosia decorre do atraso ou da

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor - Pedagogo

Podemos pensar no que tem sido denominado como como ponto de partida e posteriormente canções para se-
“crise na escola”, o fato de grande parte da população ter rem mimadas, ritmadas que levem a movimentos regulares
tido acesso à escolaridade ao longo do século, porém esta corporais e poderão ser criadas também canções simples
frequência não garantiu a aprendizagem. Houve ausência de para principiantes. O objetivo principal deve ser de desper-
sentido em frequentar uma instituição com característi-cas tar a sensorialidade musical da criança realizando ativida-des
do início da modernidade em tempos pós-modernos. que despertem reações afetivas, devendo o professor Ter
preocupação constante com a formação de hábitos auditivos,
RESPOSTA: “A”. desenvolvimento da memória musical e da aten-ção,
condição essa necessária para o desenvolvimento mu-sical,
(PREFEITURA DE BOM DESPACHO/MG – PEB I
mas de suma importância para a educação em geral.
REIS & REIS/2013) Com base no Livro “10 Novas
Com-petências para ensinar”, de Perrenoud, assinale a *Texto adaptado de Jane de Oliveira Faria.
alter-nativa que não faz parte dessas competências:
A) Organizar e dirigir situações de aprendizagem; RESPOSTA: “B”.
B) Trabalhar individualmente com foco na
execução laborativa; 35. (PREFEITURA DE BOM DESPACHO/MG – PEB I -
C) Participar da administração da escola; REIS & REIS/2013) No tocante a apreciação em artes
D) Envolver os alunos em suas aprendizagens e em visuais, qual das alternativas abaixo se aplicam as
crian-ças de zero a três anos:
seus trabalhos.
A) Conhecimento da diversidade de produções ar-
As 10 competências são: tísticas, como desenhos, pinturas, esculturas, constru-
1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem; ções, fotografias, colagens, ilustrações, cinema etc.;
2. Administrar a progressão das aprendizagens; B) Apreciação das suas produções e das dos
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de dife- outros, por meio da observação e leitura de alguns dos
renciação; elemen-tos da linguagem plástica;
4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em C) Observação e identificação de imagens diversas; D)
seu trabalho; Observação dos elementos constituintes da lin-
5. Trabalhar em Equipe; guagem visual: ponto, linha, forma, cor, volume, con-
6. Participar da administração da escola; trastes, luz, texturas.
7. Informar e envolver os pais;
8. Utilizar novas tecnologias; A instituição deve organizar sua prática em torno da
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da pro- aprendizagem em arte, garantindo oportunidades para
fissão; que as crianças sejam capazes de: ampliar o
10. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da pro- conhecimento de mundo que possuem, manipulando
fissão. diferentes objetos e materiais, explorando suas
características, propriedades e possibilidades de manuseio
RESPOSTA: “B”. e entrando em contato com formas diversas de
expressões artísticas; utilizar diversos materiais gráficos e
(PREFEITURA DE BOM DESPACHO/MG – PEB I - plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas
REIS & REIS/2013) Em crianças de 4 a 6 anos o trabalho
possibilidades de expressão e comuni-cação.
com a apreciação musical deverá apresentar obras que
despertem o desejo de ouvir e interagir, pois para es-sas *Disponível em: unipvirtual.com.br/material/UNIP/LI-
crianças ouvir é, também, movimentar-se, já que as
CENCIATURA/.../mod_15.doc
crianças percebem e expressam-se globalmente. Nesse
contexto, essas crianças deverão, exceto: RESPOSTA: “C”.
A) Escutar obras musicais de diversos gêneros,
esti-los, épocas e culturas, da produção musical
brasileira e de outros povos e países;
B) Participar em situações que integrem músicas,
canções e movimentos corporais;
C) Reconhecer elementos musicais básicos: frases,
partes, elementos que se repetem etc.;
D) Saber informações sobre as obras ouvidas e so-
bre seus compositores para iniciar seus conhecimentos
sobre a produção musical.
Considerando a idade das crianças nesta etapa, o de-
senvolvimento da percepção rítmico-melódica, poderá ser
feito de modo indireto, através das canções folclóricas

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