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Cláudia Alberto Cumbane

O Contributo das Teorias de Desenvolvimento na Perspectiva Didáctico-Pedagógico

Licenciatura em Ensino de Português

Universidade Save
Maxixe
2022

Cláudia Alberto Cumbane


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Índice
1. Introdução....................................................................................................................3
2. Revisão da Literatura.................................................................................................4
2.1. Behaviorismo e Aprendizagem..............................................................................4
2.2. Teoria Experiencial................................................................................................4
2.2.1. Características Fundamentais da Aprendizagem Experiencial...........................5
2.3. Cognitivismo..........................................................................................................5
2.3.1. Teorias Cognitivas: Jerome Bruner....................................................................5
2.4. Teoria Walloniana..................................................................................................6
2.4.1. Movimento..........................................................................................................6
2.4.2. Afectividade........................................................................................................6
2.4.3. Inteligência..........................................................................................................7
2.4.4. Pessoa (Formação do eu)....................................................................................7
3. Conclusão...................................................................................................................8
4. Referências Bibliográficas.........................................................................................9
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1. Introdução

Estudo encontra-se ligado por uma tríade de entre Psicologia, Educação e


Aprendizagem e as teorias de desenvolvimento assentam-se na psicologia, abordando
diversas maneiras à forma como os indivíduos aprendem, adquirem os conhecimentos e,
principalmente, a forma como os conhecimentos/centeúdos devem ser transmitidos para
os mesmos, neste caso em específico para os alunos. Grosso modo, no presente
trabalho, far-se-á um cruzamento entre a psicologia e a Didáctica numa tentativa de
mostrar o contributo dessas teorias na perspectiva didáctico-pedagógico.

Importa destacar que as teorias de desenvolvimento são necessárias no contexto


pedagógico, por que permitem aos professores contextualizar a aprendizagem, ou por
outra, são um recurso necessário pois, permitiram que se faça um enquadramento da
teoria com as necessidades individuas dos alunos, permitindo que o processo de ensino
e aprendizagem ocorra de maneira dosada, controlada.

Neste trabalho, objectiva-se compreender o contributo das teorias de


desenvolvimento, enveredando em torno das teorias que se servem de pilares para a
sustentação da mesma. Neste contexto, o trabalho é qualitativo e aplicou-se o método de
pesquisa bibliográfica que consiste, em ler diferentes materiais científicos publicados,
dentre os quais, livros, revistas, artigos, internet, etc. Com vista a trazer substâncias
teóricas mais sustentáveis para o trabalho. Para o efeito, a técnica de análise do
conteúdo, constituirá também o cavalo de pesquisa, dada a natureza do trabalho.

Assim, o trabalho está estruturado da seguinte maneira: introdução, onde


fizeram-se breves notas sobre o trabalho, objectivo geral, e as respectivas metodologias
de trabalho; desenvolvimento, onde detalhadamente se desenvolve o trabalho, podendo
o leitor achar uma breve contextualização de cada teoria, historial, o olhar didáctico-
pedagógico e um cruzamento entre ambas, as ilações de relevo onde se fazem sentir os
subsídios finais e por fim as referências bibliográficas das quais se basearam para o
presente trabalho.
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2. Revisão da Literatura

2.1. Behaviorismo e Aprendizagem

Foi no início do século XX que surge grandes estudos referentes ao


comportamento por John Broadus Watson nos Estados Unidos. O Behaviorismo
(palavra derivada do inglês behavior, que significa comportamento), ou
comportamentalismo dispõe de uma pluralidade de teóricos a serem explorados, que
estudam fenómenos psíquicos ligados ao comportamento dos seres. Nessa óptica,
invoca-se Neto e de Melo (s/d), que asseveram que uma das definições tonantes em
volta do comportamentalismo é referente a Watson, que propugna que “o
comportamento é como as modificações percebidas no organismo, ocorridas em virtude
de estímulos” (p. 3).

Em virtude da definição acima, pode-se chegar a conclusão de que o


comportamento se evidencia através de reacções com efeito de uma acção, e que essas
mesmas reacções estão ligadas a emoções associadas aos estímulos, como irritação,
amor, medo, raiva, ansiedade, entre vários. E, esse pensamento aplicado ao processo de
ensino-aprendizagem, verifica-se principalmente, em sala de aula, à medida em para o
professor se-lhe-é exigido uma atitude motivadora, oferecendo ao aluno estímulos,
recompensas em seu comportamento, pois isso, vai estimular os mesmos à
aprendizagem.

2.2. Teoria Experiencial

Na visão de Pimentel (2007:160) aprendizagem experiencial parte da seguinte


premissa: todo desenvolvimento profissional prospectivo decorre da aprendizagem
actual, assim como o desenvolvimento já constituído é imprescindível para o
aprendizado. Aprender pela experiência não significa que qualquer vivência redunda em
aprendizagem. Esta aprendizagem é, sobretudo, mental. Assim sendo, apropriar (tornar
próprios) os saberes procedentes da experiência demanda processos contínuos de acção
e reflexão.

A tónica dessa teoria no processo de ensino e aprendizagem, tem que ver com a
aplicação dos conhecimentos adquiridos no momento sem se descurar dos antigos, ou
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seja, o contributo dessa teoria na perspectiva didáctico-pedagógico assenta-se no facto


de que está teoria permite ao professor canalizar suas energias para o conteúdo novo,
mas sem desconsiderar o que já foi aprendido e que é sabido.

De acordo com a perspectiva de Kolb, o homem é um ser integrado ao meio


natural e cultural, capaz de aprender a partir de sua experiência; mais precisamente, da
reflexão consciente sobre a mesma. Uma pessoa aprende motivada por seus próprios
propósitos, isto é, empenha-se deliberadamente na obtenção de aprendizado que lhe faça
sentido (Pimentel, 2007, p. 160).

2.2.1. Características Fundamentais da Aprendizagem Experiencial

o Avalia-se aprendizagem pelos processos, não pelos produto;


o O desenvolvimento é unilinear e multilinea;
o Aprender é um processo contínuo e ascendente, impulsionado pela experiência.

2.3. Cognitivismo
Tal como atestam os autores acima (Op. Cit) o cognitivismo ocupa-se do estudo
dos processos que relacionam a mente com o conhecimento, reflectindo, por exemplo,
implicações de como o ser compreende e organiza informações. Em outras palavras,
segundo Nunes e Silveira (2009), “por cognição entende-se o processo através do qual
conhecemos e atribuímos significados à realidade” (p. 4).

2.3.1. Teorias Cognitivas: Jerome Bruner

Nesta abordagem o autor, não olha para a complexidade da matéria como


escolho à aprendizagem. "É possível ensinar qualquer assunto, de uma maneira honesta,
a qualquer criança em qualquer estágio de desenvolvimento". Levando-se em conta o
desenvolvimento intelectual da criança, a tarefa de ensinar determinada matéria é a de
representar a estrutura deste conteúdo em termos da visualização que a criança tem das
coisas. Ou seja, o pensamento acima referido, pode-se perceber que para o autor, não
importa o grau de complexidade do conteúdo, mas com boas metodologias e estratégias,
é possível ensinar qualquer conteúdo.
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Em sua abordagem, Bruner enfatiza a aprendizagem por descoberta, que ajuda o


aluno a resolver problemas e procurar preencher algumas lacunas, o que vai despertar a
curiosidade no aluno, motivando-o dessa forma a querer aprender. E além disso, a
aprendizagem por espiral, é uma estratégia eficaz para os alunos, por que vai permiti-los
abordar o mesmo assunto em diversos anos de aprendizagem, o que vai fortalecer mais
o seu entendimento no assunto.

A aprendizagem por descoberta, é também essencial para a aprendizagem, por


que desperta a curiosidade, que é a forma de conseguir estimular uma pessoa num
determinado assunto, nas para isso, a actividade do professor, torna-se mais complexa e
cuidadosa, por que ele, precisa trazer conteúdos de forma que interessam aos alunos, os
motive a querer descobrir mais por conta própria.

2.4. Teoria Walloniana

Dautro e Lima (s/d) propugnam que a intenção de explicar o desenvolvimento


cognitivo da criança, Wallon criou o conceito de “campos funcionais” que seriam
categorias de actividades cognitivas específicas. Na concepção de Wallon, existe quatro
campos funcionais – movimento (ato motor ou motricidade), afectividade, inteligência e
pessoa (formação do eu).

2.4.1. Movimento

O movimento possibilita às crianças situações que lhe proporcionarão


aprendizado e é isso que fará a individualização entre a criança e o meio, ou seja, o
movimento e as emoções, irão de forma complementar, ajudar no processo de formação
do eu, criando na criança um senso de particularização, de singularidade entre ela e o
ambiente que a cerca.

2.4.2. Afectividade

A afectividade, para Wallon, é entendida como um conjunto funcional que


responde pelos estados de bem-estar e mal-estar quando o homem é atingido e afeta o
mundo que o rodeia. Inda na visão deste teórico, afectividade são manifestações de
dimensões tanto psicológicas como biológicas. Onde as manifestações psicológicas são
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representadas pelos sentimentos e desejos, e as manifestações biológicas são


representadas pelas emoções,

2.4.3. Inteligência

Segundo a teoria psicogenética de Wallon, o surgimento da inteligência está


vinculado tanto a factores biológicos como sociais. Daí a afirmação de que a génese da
inteligência é genética e organicamente social”. Os factores biológicos referem-se ás
emoções que tem o papel de estabelecer “uma relação imediata dos indivíduos entre si”.

2.4.4. Pessoa (Formação do eu)

A pessoa, na concepção walloniana, é um campo funcional ao mesmo tempo que


se constitui dos outros campos como afectividade, ato motor, e a inteligência. Num
primeiro momento, as actividades cognitivas infantis encontram-se não claramente
distintas. Nesse momento o bebe não se vê como um indivíduo singular (diferenciado)
ou seja, há uma indiferenciação do eu - outro e do eu – ambiente. O bebe confunde-se
com o meio. Embora em Wallon haja essa indiferenciação, o bebe não deixa de existir
como ser social, pois este sabe comunicar-se desde o seu nascimento, como forma de
sobrevivência.
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3. Conclusão

As ilações de relevo obtidas aquando da realização do trabalho, permitiram que


se alinhasse a pesquisa com o objectivo do trabalho, a medida que ficou sabido que as
teorias de desenvolvimento presam por uma estruturação dos conteúdos que, acima de
tudo, respeite a evolução dos alunos. Grosso modo, percebeu-se com o trabalho que
toda a teoria precisa de uma sustentabilidade no processo de ensino. Partindo da forma
que o professor olha para os seus alunos e a forma como elabora os conteúdos
devidamente para o caso.

Por que é importante olhar para cada caso especial, e desenhar estratégias para
esse aluno, de modo que consiga realmente se incluir à sala e a aprendizagem. Sempre
deixar o aluno confiante e motivado, pontos que vão agregar no fim e vão melhorar a
interacção do aluno e consequentemente permitir melhorar o seu nível cognitivo e de
aprendizagem.
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4. Referências Bibliográficas

Dautro, G. M; Lima, W. V. M. (S/d). A Teoria Psicogenética de Wallon e sua Aplicação


na Educação. Paraíba.

Neto, O. S; Melo, U. A. (S/d). Behaviorismo, Humanismo e Cognitivismo: Implicações


com a Educação Escolar.

Nunes, A. I. B. L; Silveira, R. N. (2009). Psicologia da aprendizagem: Processos,


Teorias e Contextos. 2ª ed. Brasília.

Pimenel, A. (2007). A Teoria da Aprendizagem Experiencial como Alicerce de Estudos


sobre Desenvolvimento Profissional.

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