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DIDÁTICA
SUMÁRIO
UNIDADE I
PRINCÍPIOS DA DIDÁTICA
TEORIAS PEDAGÓGICAS
UNIDADE III
AS BASES FILOSÓFICAS/IDEOLÓGICAS
UNIDADE IV
UNIDADE V
PLANEJAMENTO
AVALIAÇÃO ESCOLAR
UNIDADE VII
Referências Bibliográficas..............................................................................................66
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UNIDADE I
Verificamos que a Didática alterou profundamente, no decorrer dos anos, o conceito do processo
educativo. Já não se parte do pressuposto de que a intenção de ensinar resulte em uma aprendizagem
real, enfoca-se hoje, o final do processo que é o ato de aprender.
Assim sendo, se faz necessário considerar a Didática como binômio humano(aluno-professor) e o
binômio cultural (matéria e método), ambos voltados para que os objetivos sejam alcançados.
Assim sendo, faz necessário um estudo comparativo entre a Didática tradicional e a Didática
Moderna, levando em consideração suas respectivas posições, em relação aos cinco componentes,
como sinaliza Guapyassu ((2000, p.25).
Para Luiz Alves em seu livro “Sumário para a Didática” apresenta algumas definições para Didática:
1) “Didática é a disciplina pedagógica de caráter prático e normativo que tem como objetivos
específicos a técnica do ensino, isto é, a técnica de incentivar e orientar eficazmente os alunos na
sua aprendizagem”.
2) “Definida, em relação ao seu conteúdo,, é o conjunto sistemático de princípios e normas, recursos
e procedimentos específicos para orientar os alunos na aprendizagem das matérias programadas,
tendo em vista, seus objetivos educativos”.
• É a reflexão sistemática sobre o processo de ensino-aprendizagem que acontece no sistema
escolar, mas diretamente em sala de aula, buscando alternativas para os problemas da prática
pedagógica.
• A Didática, como reflexão sistemática é o estudo das teorias de ensino e aprendizagem aplicadas
ao processo educativo, como aos resultados obtidos.
• Estão presentes na disciplina Didática, várias áreas do conhecimento que pesquisam o
desenvolvimento humano, como: Filosofia, Sociologia, Psicologia, Antropologia, História Política
e Teorias de Comunicação.
• Como a aprendizagem é um processo intencional, isto é, orientado por objetivos a serem
alcançados por seus participantes; interessa, então, que esse processo consiga levar ao aluno
aprender, pela organização de condições apropriadas.
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• A sua principal função é como fazer o educando aprender.
Nessa linha de pensamento, citamos Luckesi (in: CANDAU, 2005, p. 26) para reafirmar sobre a
questão em discussão:
O papel da didática destina-se a atingir u fim – “a formação do educador”. [...]
entendo eu que o que, de imediato, nos interessa, a mim e aos presentes, é o
educador, na formação do qual a didática pretende ter um papel a seguir. [...], cabe
destacar que a didática, desde os tempos imemoriais dos gregos, significa um
modo de facilitar o ensino e a aprendizagem, de modo, de condutas desejáveis. Lá
entre os nossos ancestrais históricos, a didática foi utilizada, especialmente, na
transmissão, aqui entre nós, utilizamos a didática para transmissão de conteúdos
tanto morais como cognitivos. Com um aparente acentuamento hipertrofiado para
este último. A educação institucionalizada qu8e compõe a nossa circunstância
histórica está, aparentemente, destinada à transmissão, quase que exclusiva, de
conteúdos dos diversos âmbitos do conhecimento científico. Todavia, sabemos
todos nós, que nas atividades do magistério e outras afins, existe uma carga
imensa de conteúdos moralizantes, ou, ao menos, subjacentemente
ideolologizante. Comprovando isso, então aí os livros didáticos que, sob uma capa
de “objetividade” científica, transmitem a pura ideologia dominante.
Dessa forma, é necessário que ocorra algumas premissas para que o processo ensino-
aprendizagem seja alcançado por todos os alunos, nos quais consideramos relevantes:
• O professor precisa motivar o aluno;
• É necessário que haja uma relação intrínseca entre o ensino e a aprendizagem;
• Não há ensino quando não existe aprendizagem;
• Promover a participação de todos; utilizando técnicas e recursos;
• Analisar o desenvolvimento bio-psico-socila de cada aluno;
• Elogiar, valorizar as atitudes positivas, pois motivação gera motivação;
• Reconhecer se o aluno tem conhecimento prévio, ou seja, se existe prontidão para tal
conhecimento que pretende que ele aprenda;
• Perceber se ao aluno tem maturação suficiente para alcançar os objetivos propostos;
• A aprendizagem precisa partir de uma situação concreta;
• Incentivar o aluno a interagir durante as aulas;
• Cabe ao professor oferecer um ambiente adequado para que ocorra o ensino-aprendizagem.
Assim sendo, o professor carece perceber que o mundo atual exige, cada vez mais, que a sua prática
docente precisa transformar as informações em conhecimento, pois o processo histórico-cultural constrói
meios de interação humano-social que necessitam de que as informações sejam transformadas em
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opiniões, para que, os professores, possam melhor entender o mundo e, assim, compreender melhor seus
alunos.
Entretanto, cabe ao professor ter a capacidade de entender que cada aluno é um ser único, com
características próprias.
A maneira mais adequada de partir para uma ação docente eficaz, é iniciar, lentamente ao mundo da
ciência, devido à complexidade que o ato educativo exige. Isto implica em que o cotidiano das práticas
docentes seja iluminado pelos diferentes campos de conhecimento.
Dessa forma, é fundamental que o educador torne sua abordagem mais consistente, passando pelas
teorias de Piaget (1896 – 1980), Vygotsky (1896- 1934), Freneit (1920 1966), Wallon ( ) e Paulo
Freire (1921 -19947) por considerarmos os pressupostos teóricos destes autores premissas fundamentais
ao sucesso do processo ensino-aprendizagem.
Vygotsky tem a preocupação de buscar a compreensão do sujeito “interativo”, pois acredita que a
constituição do indivíduo se funda a partir das relações intra e interpessoais.
O autor assinala que, a partir da abordagem histórico-social, é que o indivíduo se orienta e analisa a
construção do conhecimento ou do pensamento, ou seja, pela unidade dinâmica da relação
pensamento/linguagem. Para o autor não há lugar para dicotomia, tudo está em movimento, pois acredita
que não há fenômeno isolado. A vida é formada por elementos contraditórios, coexistindo em uma
totalidade rica, viva, e em constante mudança. Portanto, o indivíduo não pode ser fragmentado ou
imobilizado, de forma artificial.
c) Problematização: nesta etapa Freire não buscava apenas que os alunos falassem de política, mas
fundamentalmente, compreendessem a importância de sua interferência na vida política. Sendo assim,
Freire considera que o educador é o contribuinte para a “desocultação” das verdades postas pela ideologia
dominante. É a superação da visão mágica, evidencia-se a necessidade de uma ação concreta, cultural,
social e política para a superação dos obstáculos do processo homogeneização.
Para Freire, todo educador precisa ser “substantivamente político e adjetivamente pedagógico”
(1998, P. 28), pois a figura do professor é essencial para construir nos alunos a consciência crítica,
possibilitando-os a serem sujeitos de sua própria história de vida.
Freire sempre criticou as pessoas que acreditam na educação como capaz de, por si só, promover as
transformações democráticas que a sociedade tanto necessita. Com isso, ele recrimina a crença de que só
depois das mudanças infra-estruturais acontecerem é que podemos desenvolver uma educação com o
potencial transformador.
Segundo Paulo Freire, o indivíduo é um sujeito ativo na sociedade porque vive em permanente
movimento histórico, cujas transformações ocorrem pelas ações mútuas.
Para o autor, o educador precisa ter uma formação sob uma perspectiva holística, em que articule a
relação dialética, prática x teoria x prática, comprometida com os interesses amplos da maioria da
população, com a democracia, com a, justiça, com a liberdade e os direitos da cidadania, ou seja, que o
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educador assuma o papel de mediador na construção da cidadania, na conjuntura histórica em que se
insere.
Sendo assim, Paulo freire sinaliza que o papel do educador hoje é de eterno pesquisador, pois só
assim ele é capaz de se tornar um eficaz e interessado divulgador de conhecimentos histórico e
criticamente construídos, coletivamente. Portanto, a compreensão de educar está na aplicação dos
conhecimentos que venham contribuir para o avanço das condições social, econômica e política.
Neste entendimento, é de grande importância que reflitamos a respeito das palavras de FREIRE
(1996):
A responsabilidade ética, política e profissional do ensinante lhe coloca o dever de
se preparar, de se capacitar, de se formar antes mesmo de iniciar sua atividade
docente. Esta atividade exige que sua preparação, sua capacitação, sua formação
se tornem processos permanentes. Sua experi6encia docente, se bem percebida e
bem vivida, vai deixando claro que ela requer uma formação permanente do
ensinante. Formação que se funda na análise crítica de sua prática (p. 28).
Wallon confere então um papel de destaque para a função da escola, pois para ele, o meio escolar
é indispensável ao desenvolvimento da criança, pois ela não deve receber exclusivamente a ação do meio
familiar, mas também apresenta a necessidade de freqüentar meios menos estruturados e menos
carregados efetivamente.
Para ele “[…] a escola é um meio mais rico, mais diversificado e oferece à criança a oportunidade
de conviver com seus contemporâneos e com adultos que não possuem o mesmo status que seus pais”
(Wallon apud WEREBE, 1986). Ou seja, a educação é um fato social e a escola possibilita à criança de
viver novos relacionamentos (pais, professores, colegas), que promove a aprendizagem social e a tomada
de consciência da sua própria personalidade.
A gênese da inteligência para Wallon (1995) genética e organicamente social, ou seja, "o ser
humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar"
(Dantas, 1992, p. 75). Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na
psicogênese da pessoa completa.
Henri Wallon (1995) reconstruiu o seu modelo de análise ao pensar no desenvolvimento
humano, estudando-o a partir do desenvolvimento psíquico da criança. Assim, o desenvolvimento da
criança aparece descontínuo, marcado por contradições e conflitos, resultado da maturação e das
condições ambientais, provocando alterações qualitativas no seu comportamento em geral.
Wallon (1995) realiza um estudo que é centrado na criança contextualizada ,cujo ritmo no
qual se sucedem as etapas do desenvolvimento, é descontínuo, marcado por rupturas, retrocessos e
reviravoltas, provocando em cada etapa profundas mudanças nas anteriores.
Wallon (1998) atribui à emoção que, como os sentimentos e desejos, são manifestações da
vida afetiva, um papel fundamental no processo de desenvolvimento humano. Entende-se por emoção
formas corporais de expressar o estado de espírito da pessoa, ou seja, são manifestações físicas, alterações
orgânicas, como frio na barriga, secura na boca, choro, dificuldades na digestão, mudança no ritmo da
respiração, mudança no batimento cardíaco, etc., enfim, reações intensas do organismo, resultantes de um
estado afetivo penoso ou agradável.
A palavra emoção significa, originariamente, "E" (do latim ex) = para fora, "moção" =
movimento. "A emoção é o movimento da vida em cada um de nós. Trata-se do movimento que brota no
interior e se expressa no exterior; é o movimento de minha vida que me diz - e que diz às pessoas à minha
volta - quem eu sou" (FILLIOZAT, 2000, p.61) .
Quando nasce uma criança, todo contato estabelecido com pessoas que cuidam dela é feito
via emoção. A criança manifesta corporalmente o que está sentindo; por exemplo, quando está com o
desconforto da fome ou frio, ela chora.
Wallon (1995) destaca o caráter social da criança neste sentido, pois se não houvesse a
atenção do adulto, nessa fase inicial de sua vida, atendendo-a naquilo que ela precisa que é manifestada
em forma de emoção, a criança simplesmente morreria.
Além disso:
chorar, gritar, estremecer são remédios para as inevitáveis tensões da vida. A
existência de um bebê é repleta de frustrações, de questionamentos de medos, de
manifestações de raiva... Por mais bem cuidados que sejam, todos os bebês têm
necessidade de chorar. A emoção permite que eles recuperem as energias,
consigam reconstruir-se, depois de terem sofrido um desgosto (op.cit, p.15).
Segundo Wallon (1995), quando, em alguma situação da nossa vida, há o predomínio da função
cognitiva, estamos voltados para a construção do real, como quando classificamos objetos, fazemos
operações matemáticas, definimos conceitos etc. Bem como há o predomínio da função afetiva. Neste
momento estamos voltados para nós mesmos, fazendo uma elaboração do EU. Como exemplo: as
experiências carregadas de emoção: o nascimento de um filho, a perda de um ente querido, ou algo assim.
No impacto da emoção, nossa preocupação é a construção que fazemos de um novo eu, a mulher que se
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transforma mãe, o esposo que se torna viúvo... São as "Alternâncias Funcionais" (Wallon, 1998) que
persistem durante toda nossa vida, não sendo possível um equilíbrio harmônico entre estas funções
(cognitiva e afetiva), mas um conflito constante, e o domínio de uma sobre a outra.
Daí a colocação de Dantas (1990): "a razão nasce da emoção e vive de sua morte" (p.54).
Tudo começa com o choro inicial da criança, o desconforto das cólicas, do frio ou calor
demasiado, a exploração do próprio corpo, que representam o predomínio da emoção, da função afetiva, a
construção do eu, que nesse primeiro momento, é o eu corporal. Mais para frente, graças à sua
independência alcançada pela capacidade de locomover-se sozinha, passa à exploração mais intensa dos
objetos, desenvolvendo sua tarefa de construir, de forma sensório-motora, o real. Temos aqui então o
predomínio da função cognitiva.
Com o surgimento da linguagem, a criança amplia sua área de conhecimento dos objetos
do mundo real, e acaba por compreender mais de si, pois já pode, graças à linguagem, se desprender do
aqui e agora, indo ao seu passado ou a programar seu futuro. Nesse momento, precisa diferenciar-se do
Outro, daqueles a quem até então estava como que absorvida no seu meio social. Querendo ser diferente
daqueles, não aceitando mais as imposições que são feitas pelos adultos (fase do negativismo), imitando-
os e assim percebendo as diferenças entre si mesmas e o modelo imitado, a criança vai construindo sua
psique, aqui volta o predomínio da função afetiva.
Conforme a criança vai crescendo, as crises emotivas vão se reduzindo, os ataques de
choro, birras, surtos de alegria, cenas tão comuns na infância, vão sendo melhores controladas pela razão,
em um trabalho de desenvolvimento da pessoa, cujas emoções vão sendo subordinadas ao controle das
funções psíquicas superiores, da razão.
A criança volta-se naturalmente ao mundo real, em uma tentativa de organizar seus
conhecimentos adquiridos até então, é novamente o predomínio da função cognitiva.
Na adolescência, cai na malha da emoção novamente, cumprindo uma nova tarefa de
reconstrução de si, desde o eu corporal até o eu psíquico, percebendo-se em um mundo por ele mesmo
organizado, diferentemente. Assim, por toda a vida, razão e emoção vão se alternando, em uma relação de
filiação, e ao mesmo tempo de oposição.
Portanto, todo processo de educação significa também a constituição de um sujeito. A
criança, seja em casa, na escola, em todo lugar; está se constituindo como ser humano, através de suas
experiências com o outro, naquele lugar, naquele momento. A construção do real vai acontecendo, através
de informações e desafios sobre as coisas do mundo, mas o aspecto afetivo nesta construção continua,
sempre, muito presente. Daí a necessidade de se perceber a pessoa com um ser integral.
Ao estudarmos o processo de aprendizagem, sob esta ótica, encontramos em Alicia
Fernández, (1990) a enorme contribuição, em que destaca que o processo de aprender supõe a presença de
quatro fatores: ORGANISMO (individual herdado); CORPO (construído através das suas experiências);
INTELIGÊNCIA (autoconstruída interacionalmente); e o DESEJO (energia, pulsão, inconsciente).
Atividades Complementares
Bases
Filosóficas/Ideológicas • Tomismo,
• Empirismo
• Positivismo
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3.2. ABORDAGEM DA ESCOLA NOVA
• Baseia-se nos interesses da criança, há uma grande
preocupação com a sua natureza psicológica.
• A formação do caráter moral se dá por meio do
Características gerais esclarecimento da vontade, que se alcança pela instrução.
• Torna-se de enorme importância o professor educar os
sentimentos e os desejos dos alunos por meio do controle de
suas idéias.
• Reconhecimento da necessidade de se usar um método para a
educação da vontade.
Educar para a liberdade.
• Bases filosóficas: Existencialismo e Fenomenologia
• Considerado como uma pessoa situada no mundo, em
Homem processo contínuo de descoberta de seu próprio ser, ligando-
se às outras pessoas e outros grupos.
• Considerado um ser de potencialidades que terão de ser
desenvolvidas.
• É um ser único, seja em sua vida interior, em suas
percepções e avaliações do mundo..
Atividades Complementares
Atividades Complementares
Como nos relata Paulo Freire (1996) a educação se transforma de tempo em tempo, devido às
transformações ocorridas na economia, no social e no cultural de um país. Entretanto, somente a
educação não é capaz de transformar a realidade vigente, ela apenas auxilia.
UNIDADE V - PLANEJAMENTO
5.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Você sabia que a educação escolar nem sempre existiu? Várias instituições sociais é quem exerciam
a função de educar a criança, como por exemplo, a família, a igreja, o trabalho etc. (ARANHA, 1996).
Com o passar do tempo, devido às necessidades, o sistema escolar tivera que surgir. Assim sendo, o
aparecimento da escola se dá pelas necessidades socioeconômicas, de acordo, com o tempo e as
necessidades dos grupos sociais.
A educação dada anterior ao surgimento da escola, mesmo sendo intencional, não tinha explícito um
rígido controle às regras.
Daí a necessidade da criação da escola para que elaborar um projeto de ação planejada, intencional e
formal mais efetiva, cuja educação seria controlada por um grupo de profissionais especializados, em
substituição da educação somente informal ou educação do senso comum.
Segundo Aranha (1986), senso comum é o conhecimento adquirido por tradição, herdado pelos
nossos antepassados e no qual acrescentamos os resultados da experiência vivida na coletividade a que
pertencemos. Trata-se de um conjunto de idéias que nos permite interpretar a realidade, bem como de um
corpo de valores que nos ajuda a avaliar, julgar e, portanto agir.
Dessa forma, o conhecimento a partir do senso comum não é refletido e se encontra misturado à
crença e aos preconceitos, porque é um conhecimento ingênuo (não crítico), fragmentário (porque é
assistemático e muitas vezes sujeito às incoerências) e conservador (resiste às mudanças).
Isto significa que o primeiro estágio de conhecimento precisa ser superado em direção à abordagem
crítica e coerente, características estas que não precisam ser necessariamente atributos de forma mais
requintada de conhecer, tais como a ciência ou a filosofia.
Em outras palavras, o senso comum precisa ser transformado em conhecimento sistemático, este
entendido como a elaboração coerente do saber e como explicitação das intenções conscientes dos
indivíduos livres. Segundo o filósofo Gramsci, o conhecimento sistemático é “o núcleo sadio do senso
comum” (In: ARANHA, 1993, P. 35).
Qualquer homem, se não foi ferido em sua liberdade e dignidade e teve ocasião de desenvolver a
habilidade crítica, será capaz de desenvolver a autoconsciência, de elaborar criticamente o próprio
pensamento e de analisar adequadamente a situação em que vive. É nesse estágio que o conhecimento
sistemático se aproxima da filosofia, da filosofia da vida.
Percebemos que não é automática a passagem do conhecimento assistemático ou informal ao
conhecimento sistemático, sendo um dos obstáculos ao processo, é encontrado na difusão da ideologia.
Se fizermos uma análise de como se entrecruzam as necessidades socioeconômicas e o surgimento
da instituição escolar, verificamos que o surgimento se dá pelas dificuldades das sociedades primitivas.
Você deve estar se perguntando: Por que e como isto acontece?
Então tentarei relatar para dirimir sua curiosidade.
Nas sociedades primitivas a educação é exercida pelos membros que a constituem. Nesse processo,
como nos ressalta Aranha (1996, p. 54): “quando a produção dos bens ultrapassa o consumo imediato,
fazendo surgir os excedentes, a estrutura da sociedade também se altera, e as divisões de tarefas tendem a
acentuar as diferenças sócias.”
Como assim, você deve estar indagando? Pois bem, o saber, por exemplo, que na tribo é coletivo,
entretanto, torna-se privilégio do segmento mais rico, com isso fortalece uma forma de poder.
Daí a necessidade do surgimento da escola, como transmissora do saber acumulado, embora restrito
somente a alguns.
A partir daí as formas de educar e os fins de educação vão mudando com o decorrer do tempo, de
acordo com as exigências da sociedade em que se vive.
Segundo Danilo Gandin (1998):
Um agricultor que conhecesse tudo sobre a terra e sobre plantas, teria, mesmo assim,
pouca colheita se não dispusesse de nenhum instrumento de trabalho.
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Sendo assim, é imprescindível à prática pedagógica a descoberta, em caminhada conjunta,
corpo docente e discente, enfim, com toda comunidade escolar, para realizar um reinventar pedagógico
didático, com vistas a contribuir para a formação de indivíduos críticos, reflexivos, conscientes e
preparados para a realidade contemporânea.
Neste contexto, a atualização e a informação são instâncias necessárias para educação no
mundo atual, desde que não sejam alheias às relações de saber e de poder.
Assim sendo, mais do que nunca, o educador deve compreender que o conhecimento não se dá
de forma isolada, mas no intercâmbio com mundo, através das diferentes linguagens e fontes de
informação, possibilitando à reflexão crítica em prol da transformação do educador.
Nesta perspectiva, corroboramos com Jerome Bruner (In: SALTO PARA O FUTURO, 1998, p.
96) que nos ratifica:
O primeiro objeto de qualquer ato de aprendizagem, acima e além do prazer que
nos possa dar, é o que deverá servir-nos no presente e valer-se no futuro.
Aprender não deve apenas levar-nos até algum lugar, mas também permitir-nos,
ir além [...].
Dessa forma, acreditamos que educar significa transmitir cultura e preparar todo indivíduo para
conviver na sociedade. Logo, educação e, contudo, universal e é litígio de toda as sociedades. Entretanto,
devemos compreender que a educação engloba funções de manutenção, socialização, repressão e
transformação do mundo que, além de garantir a continuidade histórica está impregnada de ideologia
(CHAUÍ, 1999).
Na medida em que a sociedade se faz mais complexa, é necessário que a escola passe a preparar
suas novas gerações. A proposta é emergir a sua condição de menoridades social e assumirmos um
compromisso solidário de pensar, organizar e conduzir as práticas educativas com um compromisso de
luta política e social, é fundamental.
Nesse entendimento, compreendermos que a base de qualquer ideal, ou projeto de escola, se
situa à vontade do desejo, não somente por aqueles que formalmente a instituem, mas, sobretudo, por
aqueles que a fazem no dia-a-dia, dando-lhe vida e efetividade.
Dessa forma, que a relação entre alunos e professores, durante o decorrer do nosso curso a
distancia, será de forma eficiente e prazerosa.
Assim sendo, ao discorrermos sobre as práticas educativas, precisam ser instituídas e mantidas, no
eixo de transformar-se, para que possamos conduzir os educandos à aquisição de entendimentos e modos
de entendimento da realidade educacional, a fim de enfocar a atenção ao fenômeno educativo, ou seja, a
prática docente.
Nesse contexto, acreditamos quando falamos em educação, é necessário sinalizar que ela é uma
atividade em que professores e alunos, mediatizados pela realidade, aprendam e extraiam do conteúdo de
aprendizagem, um nível de consciência dessa mesma realidade, para nela atuarem, em um sentido de
transformação social (LUCKESI, 2002).
Nesse bojo, é imprescindível que se busque uma nova organização para a escola, partindo de
uma ousadia não somente a partir dos educadores, mas juntamente com os pais, alunos e funcionários,
enfim com toda a comunidade escolar.
Assim, como exigência política e social do novo século, a nova organização de trabalho
pedagógico está no planejamento. Logo, a partir da Didática, que significa ensinar, instruir, fazer
aprender, ou como nos ressalta Comênio (In: ARANHA, 1996, p.107): “arte de ensinar tudo a todos” ou
como NOS afirma Candau (200) reflexão sistemática que busca alternativas para resolver os problemas
da prática pedagógica. Isto é, sinalizar o verdadeiro papel da escola, a fim de que possamos construir uma
educação de fato para o exercício pleno de cidadania.
É a Didática que nos proporciona o estudo das teorias de ensino e de aprendizagem aplicadas ao
processo educativo, realizada na escola bem como nos resultados obtidos durante o processo ensino-
aprendizagem, a fim de transformar o espaço escolar em um local onde se aprenda a aprender, a conviver
e a ser, respeitando as diferenças e os novos paradigmas de gestão e práticas pedagógicas.
Sendo assim, os educadores precisam buscar com seu trabalho, resultados positivos de
aprendizagem; transformações significativas baseadas em propostas coerentes, consistentes e críticas.
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Daí a importância da análise crítica do material que se pretende viabilizar na construção de
instrumentos que facilitem a prática de uma educação escolar “portadora de um projeto político-
pedagógico” claro, eficaz de se concretizar na sala de aula, porque sem a mudança no dia-a-dia de
professores e de alunos, não haverá transformação educacional útil.
Alguns conceitos básicos serão importantes sobre a Didática como:
• Ressaltar a unidade ensino-aprendizagem como indissolúvel e interdependente, não
somente enquanto processo, mas também, nas repercussões que incidem sobre o professor
e aluno;
• Compreender que professor e aluno aprendem, modificam-se e modificam a realidade;
• Sinalizar que o propósito da educação, enquanto prática social.
No conjunto ensino-aprendizagem, percebemos que os procedimentos adequados precisam ser bem
planejados, com vistas a facilitar a aprendizagem, constituindo-se em estímulos, a fim de favorecer a
construção da autonomia do aluno, que é o objetivo primordial da educação.
Como nos afirma Freire (1996, p.13): “ninguém educa ninguém, mas, ao mesmo tempo, ninguém
se educa inteiramente sozinho”. Nesse entendimento, as pessoas se educam mediadas por determinado
objeto de conhecimento que é a própria realidade, que está aí para ser desafiada, conhecida e
transformada.
Diante desta exposição, concluímos que a educação não é uma dádiva, nem doação de uma
pessoa que sabe diante de outras que não sabem, mas algo que se apresenta como desafio tanto para o
educador quanto para o educando.
Conforme afirma Oliveira (1991, p.3): ”Educar é um desafio para própria realidade composta de
situações-problema, de inquietações, de angústias e de aspirações do grupo. Isto constitui a matéria prima
do processo educacional [...].”!
Para esclarecer essa afirmação usamos palavras de Antunes (2003, p.11): “para que possamos
aprofundar uma discussão sobre como se aprende, e essencial que antes se conceitue aprendizagem, a
qual pode ser definida como uma mudança relativamente permanente no comportamento que resulta da
experiência”.
Logo, não podemos deixar de considerar que a escola não precise ser a preparação para estudos
longos, mas enxergá-la como uma preparação de todos os indivíduos para vida (PERRENOUD, 2000).
No processo ensino-aprendizagem, a educação é intencional, logo precisa ser orientado por
objetivos a serem alcançados, logo é necessário que se organizem condições apropriadas para que os
alunos aprendam. Sendo assim, se faz necessário, que o professor desempenhe bem o seu trabalho. É
assim indagamos, como? Sendo a resposta, pela Didática, cujos aspectos que a compõem são: o
planejamento, que é composto por objetivos, seleção de conteúdos, técnicas, recursos de ensino e
organização do processo de avaliação
Operacional Político.
Isto tudo nos leva à questão da PARTICIPAÇÃO. Mas, afinal, qual o verdadeiro conceito de
participação? Há três níveis em que a participação pode ser exercida, conforme Libâneo (1985):
1) A colaboração;
2) Nível de decisão;
3) Construção em conjunto.
O terceiro nível, o de Construção em conjunto, é o que se pretende hoje, porque se caracteriza
em envolver as pessoas, igualmente, em que todos cresçam juntos, transformam a realidade, criam o
novo, em proveito de todos e com o trabalho coordenado.
“Num planejamento de ensino, os processos de decisão são múltiplos e para cada etapa
existem várias alternativas. Estas devem ser selecionadas de tal forma que uma constitua pré-
requisito para a etapa seguinte” (CAPPELLETI, 1998, p.15)
Em nível de escola, a previsão global e sistemática de toda ação a ser desencadeada está presente no
Plano Escolar. Este está envolvido por proposições amplas e gerais, de aprendizagem, ou seja, o plano
curricular e as que ultrapassam a situações específicas do professor, em sua classe, isto é, plano de ensino.
O planejamento de Ensino, alicerçado nas linhas mestras de ação da escola, se constitui em uma
especificação do Planejamento Curricular, por se tratar de um meio utilizado pelo professor para adequar,
à realidade de sua turma, as diversões proposições contidas no plano curricular.
O planejamento de Ensino não é apenas um conhecimento teórico ou um esquema racional sobre o
que se deverá fazer em uma determinada situação. É fundamentalmente uma técnica operativa em que se
inter-relacionam os fundamentos teóricos com as exigências de ordem prática e imediata.
Como um processo de tomada de decisões se concretiza em um plano definido de ação do professor
e dos alunos, a fim de tornar o ensino mais produtivo.
Desta forma, o professor que deseja obter um bom desempenho de suas funções precisa elaborar e
organizar seu planejamento, consubstanciando-o em planos de diferentes níveis de complexidade,
conforme a abrangência da ação a ser empreendida.
Assim a grande importância do planejamento do professor reside em:
• Evitar a rotina e a improvisação;
• Contribuir para a realização dos objetivos visados;
• Prever e superar dificuldades;
• Promover a eficiência do ensino, porque é condição essencial para o êxito de todo e qualquer
empreendimento;
• Organizar, antecipadamente, o trabalho docente;
• Garantir maior segurança na direção do ensino;
• Garantir economia de tempo e energia;
• Tornar o ensino mais atraente e adequado à realidade.
Para que o professor possa planejar adequadamente sua tarefa e atender às necessidades do aluno,
ele carece considerar o conhecimento da realidade. Este conhecimento constitui o pré-requisito para o
planejamento de ensino. O levantamento de dados e fatos importantes de uma realidade, que possam ser
interpretados, o que constitui a SONDAGEM.
Uma vez realizada a sondagem, o professor procede ao estudo cuidadoso dos dados coletados,
obtendo um resultado. Esta conclusão a que o professor chega, após a análise dos dados, constitui o
DIAGNÓSTICO.
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5.2.8. CARACTERÍSTICAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO
UNIDADE: todas as atividades planejadas devem manter perfeita coesão entre si convergindo para os
objetivos propostos.
CONTINUIDADE: envolve a previsão das etapas do trabalho, de tal forma que haja integração entre
elas e que nada fique jogado ao acaso.
FLEXIBILIDADE: deve permitir possíveis reajustamentos do plano em marcha, com a possibilidade de
inserção ou supressão de alguns elementos de acordo com as necessidades e/ou interesses dos alunos.
PRECISÃO E CLAREZA: os enunciados devem ser claros e precisos, com indicações exatas e
sugestões concretas para o trabalho a ser realizado.
OBJETIVIDADE: o planejamento deve basear-se em condições reais e imediatas de local, de tempo, de
recursos e de desenvolvimento dos alunos.
No que se refere ao planejamento de ensino, compete ao professor tomar decisões quanto aos
aspectos supracitados.
Uma etapa crucial básica é a formulação dos objetivos. Cabe ao professor formular os objetivos em
função dos quais desenvolverá todo o trabalho durante o período letivo. Esses objetivos devem ser
definidos a partir do que for estabelecido no planejamento curricular, levando em conta a comunidade, o
aluno e a matéria de ensino. Portanto, é necessário não perder de vista a realidade da turma em que se vai
atuar, logo, é necessário relacionar os objetivos em nível da capacidade dos alunos.
A determinação de objetivos é importante tanto para o professor quanto para o aluno:
a) Para o professor, na tarefa de direcionar as atividades docentes, de relacionar conteúdos,
estratégias e instrumentos de avaliação;
b) Para o aluno, na percepção do que foi definido como fundamental no curso, do que se espera
dele e a que ponto deverá chegar.
46
Freqüentemente, observamos professores que justificam insucesso de seus alunos com a célebre
expressão: “falta de base”. Esquecem-se de que os alunos, por mais que se empenhem, não têm condições
de atingir determinados objetivos por estarem além de sua capacidade.
De umas décadas para cá, grande ênfase vem sendo dada aos objetivos, pois sem eles a ação da
escola não passaria de um conjunto desordenado e desconexo de aulas (VASCONCELLOS, 2005).
Objetivos de ensino são afirmações que indicam uma desejada mudança de comportamento no
aluno.
Ao responder à pergunta: “o que devo ensinar?”, o professor está tratando dos conteúdos
programáticos, que servirão de instrumental para o alcance dos objetivos. Eles constituem a essência do
processo conceitos, princípios que ao receber um tratamento pedagógico transforma-se em conteúdo
programático.
Após elaborar os objetivos e determinar os conteúdos programáticos, é necessário escolher a
estratégia de ensino, isto é, os meios que serão utilizados para facilitar a aprendizagem dos alunos e
conduzi-los em direção aos objetivos.
Para Vilarinho (1994), a seleção de estratégias deve basear-se:
• Nos conteúdos pretendidos
• No nível de desenvolvimento dos alunos
• Nos recursos disponíveis
• Nos critérios de avaliação
• Nos objetivos, no tempo disponível.
Assim, as estratégias escolhidas precisam favorecer o dinamismo das aulas, para se constituírem
num forte elemento de atuação sobre a motivação dos alunos.
Há necessidade de se variar as estratégias de ensino, o que permite atender às diferenças individuais
existentes no grupo de alunos. Se o professor escolhe uma “única maneira de dar aula”, sempre os
mesmos alunos serão beneficiados e os mesmos serão prejudicados, uma vez que não estão sendo
atendidos os diferentes estilos de aprendizagem.
A avaliação deve ser encarada como um processo contínuo, sistemático, integral e cumulativo,
presente em todas as etapas do trabalho escolar, contribuindo para a sua constante melhoria. Sempre que
haja ensino e aprendizagem haverá avaliação.
Avaliar envolve julgamento de valor e, portanto, é imprescindível à tomada de decisões e à
renovação educacional. Ao realizar a avaliação; o professor pode saber se a mudança aconteceu no
sentido e no grau esperados.
FLEXIBILIDE
Devem permitir possíveis reajustamentos do plano em
marcha, com a possibilidade de inserção ou
supressão de alguns elementos de acordo com as
necessidades e/ou interesses dos alunos.
Os esquemas ora sugeridos originam-se de nossas experiências, não significando modelos rígidos a
serem seguidos. Representam pontos de partida, podendo e devendo ser modificados de acordo com os
diferentes momentos e situações.
Observa-se, além disso, que qualquer plano como um trabalho didático, pessoal e criativo, é
desenvolvido em função da realidade de um determinado grupo.
Objetivos Carga
• Geral Conteúdos Horária Estratégia de Avaliação
• Específicos Programáticos Ensino,
O professor é o responsável pelos resultados de seu próprio ensino. Esses resultados, porém advém
da descrição específica do que ele espera que o estudante possa alcançar depois de vivenciar o processo
ensino-aprendizagem. Dessa forma, ele precisa basear-se em objetivos, porque:
Os objetivos educacionais têm como proposta formulações explícitas das
mudanças que, se espera, ocorram nos alunos mediante ao processo educacional;
isto é, dos modos como os alunos modificam seu pensamento, seus sentimentos e
suas ações (BLOOM, 1974, p.24)..
Dessa forma, ao traçar um objetivo o professor precisa ter clareza do que se pretende e saber e
como vai fazer para trabalhar em cada situação.
Existem diversas classificações de objetivos, que vão desde formulações mais amplas até
desempenhos específicos.
Dessa forma podemos classificar os objetivos em GERAIS e ESPECÍFICOS, em nível de
especificação.
OBJETIVOS GERAIS
São os mais complexos, resultados da aprendizagem, alcançados em um período, mais amplo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São mais simples e alcançáveis em menor tempo; explicitam desempenho observável. Por exemplo:
objetivos da disciplina, de unidade e da aula.
Um objetivo bem definido é aquele que comunica claramente ao aluno a intenção educativa
do professor (LIBÂNEO, 1998, p. 32)
Para formular os objetivos os verbos devem ser usados no infinitivo, porque indicam uma ação a ser
executada.
Sugestões de verbos a empregar na formulação de objetivos:
Analisar, aplicar, argumentar, articular, assinalar, avaliar, caracterizar, comparar, compreender,
construir, criar, criticar, deduzir, definir, desenvolver, identificar pesquisar planejar, propiciar,
reconhecer, selecionar, utilizar e outros.
Dessa forma, a mais importante tarefa do professor, em relação aos conteúdos, é selecionar os bens
culturais formativos capazes de estimular o desenvolvimento do aluno como, também, conhecer bem a
disciplina com a qual trabalha e se vê obrigado a atualizar seu cabedal de conhecimentos, continuamente.
É imprescindível, que a seleção dos conteúdos seja realizada em função dos objetivos propostos,
como também, respeitar o nível evolutivo do aluno, os interesses e as necessidades da comunidade. Isto é
possível através dos elementos apontados pelo diagnóstico realizado ao iniciar o trabalho, e implícitos na
determinação dos objetivos. Ao mesmo tempo, o professor precisa cuidar da organização seqüencial dos
mesmos, a fim de possibilitar o aluno passar de um estágio de conhecimentos concretos, a outros cada vez
mais abstratos.
Nessa ótica, é fundamental que o professor faça a previsão de conteúdos, baseado em adequado
diagnóstico da realidade a fim de propiciar, entre outros aspectos, indicações preciosas quanto a
conteúdos dominados, conteúdos a recuperar e conteúdos passíveis de enriquecimento.
Sendo assim, o professor para concorrer com que a situação ensino-aprendizagem seja um autêntico
prazer, tanto para ele quanto para os alunos, precisa planejar metodicamente seu trabalho e com precisão
as informações, dominar o teor da disciplina ministrada, a fim de evitar a improvisação, tão prejudicial à
atividade escolar.
O enfoque em relação aos conteúdos curriculares precisa ser visto como meio para que os alunos
desenvolvam as capacidades que lhes permitam produzir e usufruir bens culturais, sociais e econômicos,
e não mais, como fim em si mesmo.
Dessa forma, a abordagem de conteúdos precisa se assentar ao binômio transmissão-incorporação.
Isto porque, a aprendizagem está na análise, no pensar e na produção de conhecimentos e não na
reprodução procedida de forma mecânica.
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Assim sendo, os conteúdos e o tratamento que a eles devem ser dados assumem papel central,
pois é a partir deles que os propósitos da escola são operacionalizados, ou seja, manifestados em ações
pedagógicas.
Qualquer que seja a linha pedagógica, professores e alunos, trabalham,
necessariamente, com conteúdos. O que diferencia radicalmente as propostas é a
função que se atribui aos conteúdos no contexto escolar e, em decorrência disso,
as diferentes concepções quanto à maneira como devem ser selecionados e
tratados (FAUSTINE, 1998, p. 90).
A escola precisa tomar como objeto de aprendizagem conteúdos de diferentes naturezas, por ser ela
responsável com a formação ampla do aluno. Nesse entendimento, os conteúdos precisam ser abordados
em tr6es grandes categorias: conteúdos conceituais, que envolvem a abordagem de conceitos, fatos e
princípios; conteúdos procedimentais, referentes a procedimentos; e conteúdos atitudinais, que envolvem
a abordagem de valores, normas e atitudes.
Conteúdos Conceituais: refere-se à construção ativa das capacidades intelectuais para operar com
símbolos, idéias, imagens e representações que permitem organizar a realidade, que ocorre, em um
primeiro momento, de maneira eminentemente mnemônica, em que a memorização não deva ser
entendida como processo mecânico, mas como memória significativa. P
Sendo assim, se faz necessário que se considere como uma etapa que torne o aluno capaz de representar
informações de maneira genérica para poder relacioná-las com outros conteúdos. Quando o aluno atribuir
significados aos conteúdos aprendidos e relacioná-los a outros, estamos permitindo que ele aprenda
conceitos. A aprendizagem de conceitos se dá por aproximações sucessivas.
Conteúdos Procedimentais: refere-se aos procedimentos de um saber fazer, que envolve tomar
decisões e realizar uma série de ações, de forma ordenada e não aleatória, para alcançar uma meta. Os
conteúdos procedimentais estão sempre presentes no projeto de ensino, pois uma pesquisa, um
experimento, um resumo, uma maquete são proposições de ações presentes nas salas de aula. Ao ensinar
procedimentos, também, se ensina certo modo de pensar e produzir conhecimento.
Dessa forma, parafraseamos, mais uma vez, Faustine (1998) que assim nos afirma:
É preciso analisar os conteúdos referentes a procedimentos não do ponto de vista
de uma aprendizagem mecânica, mas a partir do propósito fundamental da
educação, que é fazer com que os alunos construam instrumentos para analisar,
por si mesmos, os resultados que obtêm e os processos que colocam em ação para
atingir as metas a que se propõem. Por exemplo: para realizar uma pesquisa, o
aluno pode copiar um trecho da enciclopédia, embora este não seja o
procedimento mais adequado. É preciso auxiliá-lo, ensinando os procedimentos
apropriados, para que possa responder com êxito à tarefa que lhe foi proposta. É
preciso que o aluno aprenda a pesquisar em mais de uma fonte, registrar o que for
relevante, relacionar as informações obtidas para produzir um texto de pesquisa
(op.cit, p. 92).
II
a) O trabalho docente entendido, como atividade pedagógica do professor desenvolvido junto aos
alunos, busca assegurar o domínio mais seguro e duradouro possível dos conhecimentos
científicos.
b) Os aspectos que compõe a Didática, durante a caminhada da teoria até a prática, são sociológicos,
psicológicos e filosóficos.
c) Os objetivos são classificados quanto à especificação, em gerais e específicos.
d) Os fatores sociais assim como os problemas familiares, não interferem na aprendizagem.
e) O planejamento de ensino deve prever os objetivos, conteúdos, procedimentos, recursos e
avaliação.
Estão corretas as afirmações das letras:
1) a, b, c.
2) a, b, d..
3) a, b, e.
4) a, b, c, e .
5) a, b, c, d, e.
III) Elabore um planejamento de aula, cujo conteúdo seja coerente ao seu curso.
Tomada de decisão
Avaliar ficou definido como verificar até que ponto os objetivos foram
alcançados, os objetivos são o referencial da avaliação escolar. No campo da
educação os objetivos, são definidos como formulações explícitas das mudanças
que se espera que ocorram nos alunos mediante o processo educacional, isto é,
formulações dos modos como os alunos modificam sus pensamentos, seus
sentimentos e suas ações. (FONTANA, p. 15, 2000)
A separação é mais uma questão de ênfase no conhecimento, nos valores, nos interesses e na ação.
Isto porque, o ser humano necessita ser visto de forma holística, ou seja, global, pois é um ser que pensa,
ama, age e interage.
Oral
dissertativa
PROVAS Escrita objetiva
consulta
Prática real
simulada
Quando realizamos uma avaliação é necessária que ela seja feita pelas diversas questões, pois
avaliar tem um sentido amplo, logo precisa ser feita de formas diversas, com instrumentos variados,
mesmo sendo o mais comum, em nossa cultura, a prova escrita.
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Moretto (2005) afirma que “em lugar de apregoarmos os maléficos da prova é preciso que a
avaliação procure atingir seu real objetivo, que é de verificar se houve aprendizagem significativa dos
conteúdos relevantes” (p.96)
Nessa linha de pensamento, Moretto (op.cit) propõe alguns princípios que sustentam a concepção de
avaliação de aprendizagemo:
Lacuna
Acasalamento (correspondência)
Certo ou errado (falso ou verdadeiro)
Ordenação
Múltipla escolha
Os instrumentos, acima apontados, podem ser usados em quaisquer dos momentos de avaliação
(diagnóstica, formativa e somativa), assumindo características diferentes.
Exercícios Complementares
1) Em geral a avaliação da aprendizagem tem sido uma prática ameaçadora, autoritária e seletiva.
No entanto, se assumida com um instrumento de compreensão do processo de aprendizagem dos
alunos, cuja finalidade maior seja a identificação de caminhos mais eficientes, a avaliação pode
contribuir para o NÃO esforço:
a) Das aptidões.
b) Da autonomia.
c) Da socialização.
d) Das desigualdades sociais.
e) Da integração escola e comunidade.
2) A seguir, estão listados alguns procedimentos que o professor deve adotar para realizar uma
avaliação:
I) Determinar com precisão a área de conhecimento a ser verificada, o aluno deve saber o
que estudar.
II) Estimular o julgamento dos trabalhos pelo aluno ou pela classe, o aluno irá aprendendo
a julgar e perceberá que a nota não é uma arma que o professor usa contra ele.
III) Evitar o acidental e o fator sorte, o aluno deve saber o que vai ser exigido dele e anota
deve expressar rigorosamente o aproveitamento.
IV) Aceitar o resultado como um diagnóstico da sua ação.
Assinale o item que indica os procedimentos corretos, dentre os citados:
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I, II, III e IV.
3)Professora Rita redigiu, ao final do relatório de seus alunos, algumas características que as
consideravam essenciais, em sua avaliação como:
“Ana é viva demais”. Luís é desorganizado”. .Paulo é desanimado”. “Joana é deficiente”, “Júlia
é mal-humorada”, “Vanessa é tímida demais”, ”Miguel é mal-educado.” “Só Rafael é normal”.
Esta professora entende avaliação como
a) Utilização de critérios adequados para classificar os alunos.
b) Identificação de características individuais dentro de turmas heterogêneas.
c) Atribuição de rótulos que contribuem para exclusão dos alunos.
d) Constatação de diversidade para repudiar as atitudes de preconceito racial.
e) Reconhecimento das diferenças para valorizar as vivências dos alunos.
4) Apesar da avaliação da aprendizagem ser de responsabilidade do professor, não significa que
seja dele a função de avaliar. Delegá-la aos alunos, em determinados momentos, é uma condição
didática necessária para a construção de instrumentos de auto-regulação para diferentes
aprendizagens. A avaliação da aprendizagem que tem por objetivo levar o aluno a refletir sobre
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seus deveres e seu envolvimento com as tarefas escolares e a tomar consciência de seu
desempenho como estudantes denomina-se
a) Auto-avaliação.
b) Avaliação externa.
c) Avaliação somativa.
d) Avaliação cooperativa.
e) Avaliação contínua.
8) Após, concluído o estudo do tema selecionado, o professor avaliou que aprendizagem tinha sido
realizada com sucesso, além de ter havido interesse e participação entusiasmada dos alunos, entre
outras razões, pelo fato de que esteve presente, na situação descrita, o aspecto:
a) Sociorganizacional, ou seja, a aprendizagem foi facilitada pelos critérios de organização das
turmas, que consideravam o desempenho escolar.
b) Sociocomunicacional, isto é, o entrosamento entre os alunos e funcionários favoreceu uma relação
harmoniosa em sala de aula.
c) Socioemocional, referente às relações interpessoais entre professor e alunos e às normas
disciplinares indispensáveis ao trabalho docente.
d) Sociocognitivo, relativo à boa forma de construção dos conhecimentos escolares por professor e
alunos.
I) Sóciopolítico, relativo ao grau de conscientização envolvido necessariamente no
5) Quais as características acima um projeto pedagógico de gestão democrática e participativa
deve, necessariamente, apresentar?
a) I e II.
b) III e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
6) Estudando o folclore brasileiro, um professor estabeleceu os seguintes objetivos:
1. Identificar as origens do folclore brasileiro.
2. Participar voluntariamente de eventos para divulgação do folclore brasileiro.
3. Executar ritmos folclóricos usando seu próprio corpo.
3) “Classe não é auditório para o aluno e tribuna para o professor: é oficina em que se pensa,
debate, manipula, pesquisa, constrói" (Lauro de Oliveira Lima).
A estratégia para estudo de um assunto que está mais de acordo com essa proposição é:
a) interpretação de textos sobre o assunto, sistematização feita pelo professor e exercícios escritos.
b)pesquisa do assunto em textos variados, organização de resumos e exercícios escritos.
c)pesquisa do assunto em fontes variadas, discussão em grupo e registro de conclusão.
d)síntese do assunto no quadro-de-giz, explicação oral e registro.
e)exposição oral do assunto, leitura de textos e questionário.
4) “Os meios de comunicação alterando o meio ambiente, alteram a nossa percepção sensorial, sob
formas novas e originais”. A “extensão de algum sentido, em particular, muda a nossa maneira de
pensar e agir - o modo pelo qual percebemos o mundo” (Mac Luhan)
De acordo com a opinião de Mac Luhan, podemos afirmar que, na sociedade moderna, em relação
ao uso de recursos materiais de ensino, o professor deve:
a) utilizar recursos variados e selecionados, de acordo com os alunos e o tipo de informação a
transmitir.
b) ilustrar suas aulas utilizando variados recursos de comunicação, para torná-las mais interessantes.
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c)utilizar álbum seriado para acompanhar suas explicações em relação a qualquer assunto.
d)utilizar recursos didáticos variados que explorem todos os sentidos dos alunos.
e)usar material audiovisual em qualquer atividade de ensino.
5) Um professor de 8ª série, aplicando uma avaliação diagnostica no início do ano, verificou que a
maioria dos alunos não dominava totalmente os conteúdos da disciplina estudados na série anterior.
O procedimento que o professor utilizará para superar essa dificuldade é:
a) Recordar, com todos os alunos, o programa da 7ª série só depois iniciar o estudo dos novos
conteúdos.
b) Começar o estudo dos conteúdos de 8ª série, usando material de objetivação e tirando as dúvidas que
surgirem.
c) Ensinar novamente os conteúdos da série anterior, pois são pré-requisitos para a aprendizagem dos
novos conteúdos.
d) Desenvolver o programa de 8ª série normalmente., pois ele não é responsável pelo que ocorreu no
ano anterior.
e) Trabalhar diversificadamente em grupo atendendo às dificuldades evidenciadas e iniciar, depois, o
programa de 8ª série..
6) Durante os encontros para a preparação do ano letivo em uma escola, alguns tópicos foram
considerados como os mais importantes. Dentre estes, destaca-se o conhecimento da realidade dos
estudantes e, por isso, no planejamento das atividades, foi preciso levar em conta:
a) A realidade expressa nos programas escolares estabelecidos.
b) A vivência limitada das pessoas de grupos sociais minoritários.
c) O meio ambiente das classes mais favorecidas daquela região.
d) O contexto sociocultural específico da realidade dos alunos.
e) O modelo social idealizado pelos pais dos alunos da escola.
7 ) A prática escolar distingue-se de outras práticas educativas, como as que acontecem na família,
no trabalho, n mídia, no lazer e nas demais formas de convivência social, por construir uma ação:
a) planejada, intencional e ocasional.
b) espontânea, ocasional e assistemática.
c) sistemática, iintencional e planejada.
e) sistemática, ocasional e intencional.
d) assistemática, planejada e espontânea.
8) No trabalho do professor a avaliação constitui uma tarefa didática e permanente que deve
acompanhar o processo ensino-aprendizagem. Assim, uma das funções pedagógicas da avaliação é:
a) verificar as falhas existentes e definir providências a serem tomadas.
b) verificar o quanto cada aluno aprendeu através do uso do instrumento de medida.
c) organizar os alunos em grupo para lhes dar orientação mais adequada dentro da turma.
d) realizar um diagnóstico do processo educativo, buscando aprimorá-lo.
e) cumprir uma formalidade legal dando conceitos aos alunos, ao final de cada bimestre.
9) Analise as afirmativas abaixo e assinale com (V) nas corretas e com (F) nas falsas:
a) De umas décadas para cá, grande ênfase vem sendo dada aos objetivos, pois sem eles a ação da
escola não passaria de um conjunto desordenado e desconexo de aulas. ( )
b) Para que o professor possa planejar adequadamente sua tarefa e atender às necessidades do aluno,
de levar em consideração dados e fatos importantes da realidade do aluno. Esse conhecimento
constitui o pré-requisito para o planejamento, sendo conhecido como sondagem. ( )
c) Os componentes do planejamento de ensino são: os objetivos, os conteúdos programáticos, as
estratégias de ensino e a avaliação. ( )
d) Quanto ao domínio os objetivos se classificam em cognitivos, afetivos e psicomotores.
e) Um objetivo bem definido é aquele que comunica claramente ao aluno a intenção educativa do
professor. ( )
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10)Leia as afirmativas abaixo:
12) Elabore um planejamento de aula, cujo conteúdo seja coerente ao seu curso.
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Unidade VII - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Atividades Complementares:
2) A equipe de uma escola pública propôs-se a elaborar o projeto pedagógico da instituição com as
seguintes características:
I) A participação de todos os atores envolvidos na comunidade escolar;
II) Expressão da cultura local;
III) Manifestação de um conjunto de princípios e práticas visando a uma nova realidade;
IV) Determinação dos objetivos e formas de avaliação referente ao PPP.
4) Além de constituir uma exigência formal, contida inclusive na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, o projeto pedagógico revela-se uma necessidade cotidiana das instituições
educativas e um instrumento eficaz para implementação de suas ações.
Nessa perspectiva, o projeto pedagógico caracteriza-se, essencialmente, como:
FREIRE, Paulo. Medo e ousadia: cotidiano do professor: São Paulo: Paz e Terra, 1990.
______. Professor sim & tia não: cartas a ousar. São Paulo: Olho d’Água, 1993.
FUSARI, Maria Felisminda. Tecnologias de comunicação na escola e elos com a melhoria das
relações sociais: perspectivas para a formação de professores mais criativos na realização desse
compromisso. Tecnologia educacional.v.22 (112/113) Jul/Out,1993.
MARES GUIA, Walfrido. Perspectivas para a educação. In: Perspectivas da educação brasileira.
Fórum de ciência e cultura, UFRJ, 1994.
MAURY, Liliane. Freneit e a pedagogia. São Paulo: Martins Fontes, 1996
MORAN, José Manuel. A escola do amanhã: desafio do presente – educação, meios de comunicação e
conhecimento. Tecnologia Educacional. São Paulo. v.22 (113-114) jul/out. 1993
MORETTO, V.Prova: um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas. Rio de Janeiro,
DP&A, 2002
PIAGET, J. Psicologia e pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1969. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
VALENTE, Vânia Cristina pires Nogueira. Novas tecnologias mudam métodos tradicionais de ensino.
UNESP?Bauru: Pólo Computacional, s/d (mimeo).
WALLON, H: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Isabel Galvão. Ed. Vozes, 1995.