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Psicopedagogia

Módulo II

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Sumário

Unidade 3 – Processo de Ensino-Aprendizagem............................................................ 3


3.1 – O processo de ensino-aprendizagem e as práticas de avaliação escolar ............. 3
3.2 – Desenvolvimento e aprendizagem: bases neurológicas ..................................... 9
3.3 – Desenvolvimento e aprendizagem: bases afetivas ........................................... 13
3.4 – Desenvolvimento e aprendizagem: bases intelectuais ou cognitivas ................ 19
Unidade 4 – Avaliação e Intervenção Psicopedagógiga ............................................... 23
4.1 – Diagnóstico psicopedagógico ......................................................................... 23
4.2 – Avaliação psicopedagógica............................................................................. 40
4.3 – Recursos psicopedagógicos e ambiente de trabalho ........................................ 70
Encerramento.............................................................................................................. 78
Bibliografia................................................................................................................. 79
Unidade 3 – Processo Ensino-Aprendizagem

Olá!

Nesta terceira unidade do curso, abordaremos o processo ensino-aprendizagem,


quais as práticas a serem avaliadas pelos professores/alunos e como funciona.

Também veremos as bases de aprendizagem neurológicas, afetivas e cognitivas,


e como essas bases se relacionam com a aprendizagem do indivíduo.

Bom curso!

3.1 – O processo de ensino-aprendizagem e as práticas de avaliação


escolar

Para analisar os diversos


conceitos que envolvem o processo de
ensino-aprendizagem, é preciso perceber
as diferentes épocas que foram
desenvolvidas as práticas, como também
compreender sua evolução no decorrer
da história de produção do saber do
homem.

A concepção de aprendizagem surgiu das investigações de rotina da psicologia,


de investigações baseadas no pressuposto de que toda instrução e conhecimento provêm
da experiência. Considerando assim o sujeito como um ser vazio, sem saberes e
conhecimentos, com a única função de detentor de conhecimento.

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Este primeiro conceito é baseado no positivismo que inspirou diversos
conhecimentos, como o behaviorismo, que acredita que a aprendizagem se dá pela
mudança de comportamento do qual é resultado do treino ou da experiência. São
sustentados pelos trabalhos dos condicionamentos de respostas para posteriormente
serem pró-ativos.

Contradizendo estes conceitos que delimitam o ser humano como passivo e não
produtor, acaba surgindo a Gestalt racionalista. Não existe aprendizagem e sim
entendimento, sendo que a linha racionalista não crê no conhecimento contraído, porém
defende o conhecimento como resultado de uma pré-formação biológica do indivíduo.

Por fim, chega à psicologia genética representada por Piaget, Vygotsk e Wallon,
da qual leva a uma concepção de aprendizagem a partir da comparação e colaboração do
conhecimento do empirismo, behaviorismo e gestáltico.

Fonte: pt.wikinourau.org

A psicologia genética está presente em várias áreas de atuação, como a da saúde,


por exemplo, o indivíduo é tratado como um todo, ou seja, um padrão abrangente.

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Contudo, esta é uma visão sistêmica e, portanto, amplia-se o conceito de educação, ou
seja, o conceito do processo de ensino-aprendizagem.

O processo de ensino-aprendizagem vai desde o destaque ao papel do professor


como transmissor de conhecimento, até as compreensões atuais que interpretam o
processo de ensino-aprendizagem como um todo, associado ao papel do educando.

As atuais repercussões do processo ensino-aprendizagem permitem identificar


um agrupamento de ideias de diversas correntes teóricas, sobre a profundidade dos
termos ensino e aprendizagem. Podemos apontar como fatores do processo as
contribuições da psicologia contemporânea em relação à aprendizagem, que nos leva a
repensar a prática educativa, buscando um conceito que explicite esse processo.

Ainda assim, a grande maioria das escolas continua atuando de maneira


empírica, moldando alunos com pouca ou nenhuma capacidade para resolver problemas,
expressar opiniões críticas ou mesmo abandonar o velho hábito de decorar os conteúdos
ensinados, mantendo-se a hierarquia estabelecida entre educador e educando. O
desfecho para tal situação está na investigação de como os alunos aprendem e como o
processo de ensinar pode transmitir aprendizagem.

Afirmamos ainda, que o resultado está em partir da teoria e colocar em prática os


conhecimentos contraídos ao longo do tempo, de forma crítica-reflexiva-laborativa:
crítica e reflexiva para pensar os conceitos atuais e passados, identificando o que há de
melhor; laborativa não só para mudar, como também para criar novos conhecimentos.

“Para que se repensem as ciências humanas e a


possibilidade de um conhecimento científico
humanizado há que se romper com a relação
hierárquica entre teoria, prática e metodologia.
Teoria e prática não se cristalizam, mas se
redimensionam, criam e são também objetos de
investigação. Nesse sentido, pesquisa é a

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atividade básica da ciência na sua indagação e
construção da realidade. É a pesquisa que
alimenta a atividade de ensino/aprendizagem e a
atualiza”. (DIAS, 2001)

Paulo Freire afirma que: “daí que seja tão fundamental conhecer o
conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do
conhecimento ainda não existente. Ensinar, aprender e pesquisar lidam com esses dois
momentos do ciclo gnosiológico: o que ensina e se aprende do conhecimento já
existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente. A
dodiscência – docência – discência – e a pesquisa, indicotomizáveis, são assim
práticas requeridas por estes momentos do ciclo gnosiológico.”.

Refletir o processo de ensino-aprendizagem de forma dialética, agregando à


pesquisa, promovendo a formação de novos conhecimentos, conduzindo à ideia de seres
humanos como indivíduos inacabados, capazes de uma curiosidade progressiva, aqui,
considerada como uma curiosidade epistemológica, uma capacidade de refletir
criticamente o aprendido, ou seja, com a capacidade de levar uma continuidade no
processo ensinar-aprender.

No processo pedagógico, alunos e professores são sujeitos e devem atuar


conscientemente. Não se trata apenas de sujeitos do processo de conhecimento e
aprendizagem, mas de seres humanos mergulhados numa cultura e com histórias
peculiares de vida. Os conteúdos de ensino e as atividades propostas se compõem nessa
trama da constituição complexa do indivíduo.

O processo de ensino-aprendizagem possui um teor que é, ao mesmo tempo,


produção e produto. Parte de um conhecimento que é formal (adquirido na escola/
curricular) e outro que é dissimulado, oculto e deriva dos indivíduos.

Todo feito educativo deriva, na maioria das vezes, das particularidades, do


empenho e das possibilidades dos sujeitos participantes, alunos, professores,

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comunidades escolares e outros elementos do processo. Portanto, a educação se dá em
grupo, mas não perde de vista o indivíduo que é ímpar (contextual, histórico, particular
e complexo). Assim, é necessário assimilar que o processo ensino-aprendizagem é um
elo entre indivíduos que possuem sua história de vida e estão colocados em contextos de
vida próprios.

Devido à diversidade individual e pela potencialidade que pode oferecer a


produção de conhecimento, consequentemente ao processo de ensino e aprendizagem,
concluímos que há necessidade de estabelecer vínculos relevantes entre as experiências
de vida dos alunos, aos conteúdos oferecidos pela escola e às exigências da sociedade,
estipulando também relações necessárias para compreensão da realidade social em que
vive e para estimulação em direção às novas aprendizagens com sentido verdadeiro.

Considerar cada indivíduo como um contribuinte no sistema de ensinar-aprender


é compartilhar da apresentação de Giusta, apontando que se deve afastar a dicotomia
transmissão x produção do saber transmitindo uma concepção de aprendizagem que
possibilita libertar:

A singularidade do conhecimento, através de uma visão da relação


sujeito/objeto, em que se afirma, simultaneamente, a objetividade do mundo e a
subjetividade;

O fato da vida dos indivíduos, como justificativa para toda e qualquer pesquisa.

Recordando que o processo de ensino-aprendizagem acontece a todo o momento


e em qualquer lugar. E aí fica a pergunta: Qual o papel da escola? Como ela deve ser
considerada? Qual o papel do professor?

É ofício da escola realizar a mediação entre o conhecimento preliminar dos


alunos e o sistematizado, possibilitando acesso ao conhecimento científico. Nessa
diretriz os alunos caminham, ao mesmo tempo, na ocupação do conhecimento
sistematizado, na capacidade de buscar e organizar informações, no desenvolvimento de

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seu pensamento e na formação de conclusões. O processo de ensino tem o dever de
possibilitar a adequação dos conteúdos e da própria atividade de conhecer.

A escola é um cenário de ações e reações onde ocorre o saber-fazer. É composta


por peculiaridades políticas, sociais, culturais e críticas, ou seja, é um sistema vivo e
aberto, e, por isso, deve ser considerada como um constante processo de evolução,
influenciando e sendo influenciada pelo ambiente, onde existe um feedback dinâmico e
contínuo.

O professor é inserido neste ambiente não como um indivíduo superior em


hierarquia com o aluno, como depositário do saber-fazer, mas como igual, onde o
relacionamento entre ambos efetiva o processo de ensinar-aprender.

O papel do professor é proporcionar direção e orientação à atividade mental dos


alunos, de modo que cada um deles seja um sujeito consciente, ativo e autônomo. É seu
dever compreender o funcionamento do processo ensino-aprendizagem para descobrir o
seu papel no grupo e separadamente. Pois, além de professor, ele é ser humano com
direitos e obrigações diversas.

Permanece hoje, o desafio de tornar as práticas educativas mais apropriadas


com a realidade, mais humanas e com teorias capazes de incluir o indivíduo como um
todo, motivando o conhecimento e a educação.

Fonte: prof2000.pt
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3.2 – Desenvolvimento e aprendizagem: bases neurológicas

Fonte: neuropsicopedagogiaemfoco.blogspot.com

Todo o processo de aquisição de informação pelo cérebro passa pelos caminhos


sensoriais, que permitem “captar” as qualidades do mundo externo e transmiti-las ao
sistema nervoso central.

A integração sensório motora cortical é fundamental para a estrutura perceptiva.


A área cortical humana é muito grande e é responsável por agregar informações
sensitivo sensoriais que tem sua origem interna ou externamente, ou seja, informações
próprias de nossa formação social e informações que recebemos de fontes externas.

O cérebro humano possui uma estrutura de sistemas complexos extremamente


organizados e no cognitivismo computacional, ele é entendido como um computador
que processa a informação e emite respostas pertinentes. Claro que nessa metáfora não
consideramos as complexas conexões e atividades realizadas por ele.

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Estudos de experimentação realizados em animais demonstraram que os
processos neurobiológicos, presentes no processo de aprendizagem, atuam nos
processos de aquisição e armazenamento da memória, no desempenho em determinadas
tarefas e no aprendizado espacial. Atualmente estão disponíveis, devido ao avanço
tecnológico, novos instrumentos de avaliação em humanos, possibilitando uma
evolução nos conhecimentos científicos dos processos de aprendizagem.

São nos dois primeiros anos de vida que acontece o desenvolvimento mais
marcante do cérebro, já que é nesta fase que ele dobra de tamanho, o hipocampo
aumenta significativamente, entre outros desenvolvimentos que também acontecem. E
não podemos evitar de dizer que o cuidado dos pais e o ambiente que essa criança
dispõe, influenciam muito em sua formação, em seu desenvolvimento e em sua
aprendizagem.

As bases neurobiológicas para o desenvolvimento comportamental e


aprendizagem incluem complexas manifestações de investigação. A harmonia dos dados
de diferentes grupos de pesquisa detectou um palco de permanentes mudanças que,

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atualmente, está fundamentado em alguns achados com maior grau de reprodução entre
os pesquisadores.

O sistema de linguagem é constituído por diversos subsistemas, mas, aqui,


enfatizamos os mecanismos referentes à leitura, principalmente. Por outro lado, o
sistema de aprendizagem é ainda muito mais complexo, mas há indicadores que
insinuam grande interação com a linguagem, sobretudo quando suportado por estudos
de pacientes com lesões cerebrais ou alterações comportamentais.

Neste sentido, podemos afirmar que o sistema neural motor e de linguagem


respondem sempre que uma ação é observada, como forma de compreender a
racionalização e concepção imaginativa do ato. Por este motivo, tal sistema está
relacionado à predisposição de integração de estímulos nas circunstâncias da
aprendizagem.

Dessas novas teorias que surgiram após os estudos sobre neuroimagem, foi
levantado um novo modelo de processamento de linguagem. Já o processo de leitura
tem sido pautado como dependente do processo de linguagem.

A contribuição da avaliação neuropsicológica da criança é uma extensão do


processo de ensino-aprendizagem, já que possibilita criar vínculos entre as funções
corticais superiores, como a linguagem, a atenção e a memória; e a aprendizagem
simbólica como a escrita e a leitura, por exemplo.

O padrão neuropsicológico dos impedimentos da aprendizagem busca reunir


uma amostra de funções mentais superiores, envolvidas na aprendizagem simbólica que
é correlativo com a organização funcional do cérebro. Sem essa condição, a
aprendizagem não acontece normalmente.

As funções psicológicas e o funcionamento cerebral são relatados, considerando


o cérebro como um sistema inter-relacionado a partir de três funções:

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Unidade para regular o tônus, o zelo e os estados mentais (área de projeção que
abrange a formação reticular);

Unidade para arrecadar, analisar e armazenar explicações (área de projeção que


abrange parietal, occipital e temporal primários; área de associação que abrange
parietal, occipital e temporal secundários);

Unidade para designar, regrar e realizar a atividade (área de sobreposição que


abrange as áreas pré-frontais e frontais).

Cada unidade funcional abrange um conjunto de órgãos ou de áreas corticais


que, em conjunto, constituem o grande sistema neuropsicológico da aprendizagem
humana.

Certamente, a aprendizagem é fruto do desenvolvimento dessas unidades


funcionais que estão organizadas verticalmente e se estabelecem geneticamente da
primeira unidade (reflexos) à terceira unidade (intenções), passando pela segunda
unidade (experiências e ações multissensoriais). Assim, por exemplo, as aprendizagens
complexas como a leitura, assentam sobre aprendizagens compostas, como a
discriminação e a identificação perceptiva, que, por sua vez, decorrem de aprendizagens
simples, como a aquisição de postura bípede e das aquisições apreensivas na primeira
idade.

A leitura, um dos processos mais difíceis da aprendizagem, abrange a


discriminação visual de símbolos gráficos (grafemas) através de um processo de
decodificação que acontece na segunda unidade, só possível com um processo de
atenção seletiva regulada pela primeira unidade.

A importância da abordagem neuropsicológica da aprendizagem está na


observação dos quadros clínicos, particularizados sobre as bases anatomofuncionais do
cérebro e não no tipo de teste empregado.

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Ao fornecer elementos para investigar a percepção do funcionamento intelectual
da criança, a neuropsicologia pode harmonizar-se com diferentes profissionais, como
médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, impulsionando uma
intervenção terapêutica mais eficiente.

3. 3 – Desenvolvimento e aprendizagem: bases afetivas

O desenvolvimento das funções


psíquicas, incluindo o aprendizado, pertence a
situações inerentes ao equipamento
biopsicológico e a inversão afetiva dessas
funções.

A palavra aprender é de origem latina:


“ex-ducere” – expressar um processo interior
para o exterior. Sendo interior o mundo mental,
interno, dos afetos, emoções, sentimentos,
pensamentos, sonhos e fantasias que são
princípios que compõem a subjetividade individual, cada vez mais singular na cultura
contemporânea.

Na teoria, o aprendizado é a evolução ou desenvolvimento de um complexo de


funções cognitivo afetivo que inclui processos e sistemas neuropsicoafetivos, e,
também, socioculturais dos quais participam da vida adaptativa do sujeito ao meio e às
suas necessidades, dentro dos seus limites, na procura de maior autonomia. Tais
sistemas são interligados e são influenciados externamente no ambiente físico e
psicossocial. Estes sistemas se estimulam de forma mútua e conquistam, no decorrer do
processo de desenvolvimento, uma autonomia funcional que deriva das capacidades
integrativas das experiências objetivas e subjetivas do indivíduo.

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A psiquiatria comprova que as dificuldades de aprendizado, global e específica,
são consequências das nossas relações, como as primeiras relações afetivas e até mesmo
antes do nascimento, em função da hipotética imaginação dos pais e do ambiente.

Distúrbios neuroperceptivos pré-existentes são agentes causadores da


organização e da dinâmica das dificuldades relacionais. Nos processos prematuros de
desenvolvimento e no estudo dos seus desvios, torna-se difícil determinar qual fator
teve início primeiro. Mesmo assim, são situações separadas que precisam de atenção
geral e não apenas voltadas para as dificuldades específicas.

As dificuldades de aprendizagem podem ter causas particulares que acarretam


problemas emocionais. Mas o oposto também é verídico: questões psicoemocionais
gerando adversidades específicas. As dificuldades de aprendizado podem ser a
manifestação de sintomas de conflitos psíquicos inconscientes, resultantes de inibições,
repressões, cisões, projeções, ansiedades e fobias que cruzam os processos de
simbolização e de representação.

Há casos cuja dificuldade de aprendizagem é consequente à não aquisição ou à


aquisição deficiente, ou distorcida na construção do mundo interno, da organização do
ego e superego. Tecnicamente, podemos considerar que se trata de fenômenos que
atuam no processo de simbolização, de maneira a interferir de forma negativa em alguns
mecanismos psicológicos, como defesa do ego, estruturação do self, processo de
identificação, intolerância às frustrações, entre outros.

O dilema das dificuldades para perceber e discriminar o que se apresentam na


primeira infância, ou durante a vida escolar, é o que interfere na escola e no
comportamento, como expressão de conflitos inconscientes que afetam as funções do
ego, inclusive a organização do pensamento, a leitura, a escrita, a compreensão e a
expressão do mundo simbólico. Devemos ressaltar sempre que não se trata de seres
humanos completamente formados, ou seja, trata-se de indivíduos que ainda passam por
desenvolvimento tanto biológico quanto funcional.

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Quem nunca teve uma experiência de ter passado por situações de angústia,
sentido sua mediação no jeito de perceber o mundo interno e externo? São momentos
que abalam a capacidade de pensar, de analisar ou de associar. Uma criança que sofra
repetitivamente estados crônicos de ansiedade e mesmo de angústia, pode ter
perturbações na percepção da realidade interna e externa, bem como na estrutura de
respostas libertadoras ou elaboradas.

Para haver um desenvolvimento adequado das possibilidades psíquicas, e,


portanto, das funções inerentes ao aprendizado, é imprescindível a existência de um
bom vínculo inicial parental por meio do qual se estabeleça o sentimento de confiança
básica. A qualidade das relações afetivas interfere no desenvolvimento dos processos
biológicos, nas defesas imunológicas, no ganho pôndero-estatural, entre outros.

Por meio da troca mãe-bebê, sem esquecer da função paterna complementar e


decisiva no processo de triangulação, o bebê terá disposição para desenvolver o que
Winnicott chamou de espaço transicional, no qual a cultura, o conhecimento e o
aprendizado terão lugar.

Dependendo das características de desenvolvimento e a determinação desta


triangulação, exemplificada pela elaboração da relação simbiótica entre o bebê e sua
mãe, com a separação proporcionada pela entrada do terceiro elemento que é o pai, é
possível estabelecer as noções do eu, tu, ele; o entendimento do espaço bi e
tridimensionais cruciais para a formação, o desenvolvimento da atividade simbólica e da
linguagem em suas diferentes formas de expressão.

Winnicott mostra a importância do espaço, do objeto e dos fenômenos


transicionais para o desenvolvimento dos elementos simbólicos e, consequentemente, da
cultura. A capacidade simbólica pode ser entendida:

“como a capacidade de explorar a perda do


objeto e o desejo de recriá-lo no interior de si mesmo
que dão ao indivíduo uma liberdade inconsciente na

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utilização dos símbolos; o fato de que o indivíduo a
explora como uma de suas próprias criações permite-
lhe sua livre utilização. A formação do símbolo reina
sobre a capacidade de comunicar, pois toda
comunicação é feita através de um símbolo.”. (Hanna
Segal).

Assim, para que haja um aprendizado produtivo é fundamental a experimentação


do objeto real externo, seja por meio do universo da ilusão ou do universo real
propriamente dito, através de experiências, como uso de brincadeiras, de fantasias, de
confronto de experiências e tudo mais que possa estabelecer o contato da mãe e do
objeto real.

Os distúrbios da aprendizagem se apresentam frequentemente sobre aquelas


funções em livre desenvolvimento, por receberem mais investimento afetivo. Distúrbios
de orientação têmporo-espacial, por exemplo, uma simples falta de sincronismo na
relação afetiva entre mãe e bebê pode ocasionar problemas ligados às tensões
emocionais.

Para o diagnóstico das dificuldades de aprendizagem é insuficiente uma reunião


responsável dos sintomas e da história do paciente. É importante indicar a qualidade das
relações emocionais do presente e do passado-presente, ou seja, dos aspectos infantis
presentes nas relações. Será possível, assim, levantar possibilidades sobre a existência
de fatores psicológicos e emocionais na organização psíquica do sujeito.

Somente conhecer a criança, não basta! É indispensável compreender a criança


que está na cabeça dos pais e os pais que estão na cabeça da criança, como as
expectativas, os papéis, as fantasias, as condições socioculturais e as emocionais, até
mesmo antes do nascimento e, sobretudo, durante os primeiros anos de vida.

Entender ainda que a compreensão da família interfere na constituição do espaço


interno, na formação e no desenvolvimento dos objetos que representam o afeto e o

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mundo exterior. Estes elementos participam do processo de aprendizagem e da dinâmica
na mediação entre sujeito e o mundo ao seu redor. Possível ansiedade na relação do
casal ou em um dos pais é compreendida pela criança, interferindo e mobilizando
fantasias ou mesmo desordenando o desenvolvimento de funções, como o de dar e
receber, o de unir e separar, o de dividir e multiplicar, o de experimentar ou evitar a
experiência emocional.

A obtenção de aprendizado e de conhecimento resulta na capacidade de suportar


tensão e frustração na aquisição do novo. Por isso, é essencial que se tenha o cuidado de
procurar entender a gênese do fenômeno, se as dificuldades apresentadas pela criança
são as expressões de conflitos emocionais dela, da família, do meio sociocultural ou
proveniente de um conjunto do qual a criança é o emergente, ou seja, o sintoma de uma
rede complexa de relações maçantes que interferem no processo de aprendizagem.

É impossível avaliar as dificuldades de aprendizagem separadamente dos


processos relacionais familiares e socioculturais, com o risco de se dividir o sujeito e
proporcionar o desenvolvimento de sentimentos de exclusão.

Para exemplificar estas questões complexas que envolvem as primeiras relações


afetivas e a aprendizagem, vamos ilustrar o caso de um rapaz de 15 anos. As inúmeras
dificuldades sociais e de aprendizagem fizeram com que ele procurasse à psicoterapia
psicanalítica e um trabalho psicopedagógico complementar.

Davi é muito tímido, de aparência frágil e parece deficiente. Sente vergonha ao


fazer algo errado. Já repetiu de ano duas vezes. Desde o início do ensino fundamental
precisou de reforço pedagógico. Suas dificuldades escolares tomaram maiores
proporções na quinta série, em geometria, depois em matemática e ciências. Relaciona-
se melhor com crianças menores. É motivo de deboche entre os colegas. Primeiro filho
e único homem entre suas irmãs. Tem pouca iniciativa.

Mantém-se distante das irmãs e quase não se relaciona com o pai, mas se
descontrai na companhia da mãe. Apresenta pesadelos após filmes de terror, apesar de

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sentir grande atração pelo gênero. Vive imaginando ser um astro do futebol profissional
no futuro, mas não se empenha. Desiste ao ter de enfrentar dificuldades, mesmo as mais
comuns. Tem poucos colegas e não se mantém em grupo. Suas qualidades esportivas
não correspondem às suas expectativas. É motivo de agressão entre os colegas. Ele tem
muitos medos. Fez várias tentativas de tratamento psicoterápico e psicopedagógico com
resultados que deixam a desejar. Possui o mínimo de autonomia. Quer sempre agradar e
tem pavor de errar.

Não apresenta um envolvimento afetivo muito profundo, nem tampouco


curiosidade cognitiva, tornando-o lento e demonstrando que não possui energia. Neste
sentido, aprende apenas de forma mecânica, apresentando boa qualidade na
compreensão e mantendo um bom vocabulário. Por outro lado, tem grande dificuldade
no desenvolvimento da metalinguagem. É possível observar também, uma capacidade
adequada para leitura com destaque para a habilidade de entonação, velocidade e
pontuação, porém, possui uma elaboração oral melhor que a escrita tendo como
contraponto uma visão rígida dos fatos, com pouca mobilidade de pensamento e grande
dificuldade de analisar e sintetizar informações.

Em sua história de vida existem fatos significativos que permitem suspeitar da


importância da qualidade dos vínculos precoces na relação mãe-bebê-família. A
sucessão de situações traumáticas resultou na vivência angustiante e trágica de sua
relação com o mundo, com as novas experiências. Seu nascimento se deu em meio a um
processo de mudanças e grandes expectativas por parte dos pais, com relação a uma
mudança para o exterior, o que acabou deixando a gravidez e o seu nascimento para
segundo plano. Em razão da viagem, a gravidez foi repleta de conflitos e discussões,
culminando com um processo de depressão, observada na mãe, logo após seu
nascimento. Para agravar a situação, no período em que estiveram fora do país,
passaram por grandes dificuldades de adaptação, o mesmo ocorreu com o retorno para
casa.

O texto de Winnicott intitulado “Tudo começa em casa” apresenta, de maneira


singular, a importância de se estabelecer vínculos afetivos desde a gravidez, com o

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objetivo de constituir o sentimento de ser e desenvolver as potencialidades psíquicas. É
através de trocas entre a mãe e o bebê que se organiza um continente psíquico no qual
poderão aflorar e progredir as potencialidades psíquicas construtivas, destrutivas e
reparadoras. Por isso é importante estabelecer limites, uma vez que o limite do uso do
objeto afetivo pelo bebê, seguido por frustações em níveis adequados, trazem para a
criança níveis suportáveis de prazer e desprazer, o que contribui para o desenvolvimento
de aspectos contraditórios do fazer.

Este processo progressivo necessita da capacidade de ilusão e de desilusão,


elementos participativos do processo de simbolização, devendo ocorrer através da
incorporação e projeção dos objetos do mundo interno, ou seja, para o bebê trata-se de
símbolos que representam objetos reais. Por meio desses processos iniciais adequados
da continência afetiva acolhedora, o bebê desenvolve conhecimento e aprendizado,
coincidente ao processo de identificação imitativos e criativos, re-significados pelos
pais e pelo meio ambiente, durante as contínuas trocas que ocorrem na vida relacional.

3.4 – Desenvolvimento e aprendizagem: bases intelectuais ou cognitivas

Para cada novo aprendizado são


formadas novas redes de conexão que se
alternam em expansão e número de
ligações. As primeiras palavras são
demonstrações cognitivas que são
correspondentes aos ilimitados números
de ligações em rede das células nervosas.

O desenvolvimento e expansão das redes neuromaturacionais são responsáveis


diretas pela ascendência da capacidade cognitiva. As capacidades cognitivas dependem
da expansão e consolidação neuromaturacional. Portanto, podemos concluir que assim
como na relação cognição/neuromaturação observada anteriormente, o processo de
aprendizagem pode ser representado pela didática/neurociências.

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Quanto maior e mais intrínseco for o conhecimento dos processos orgânicos e
entre eles o neurológico, fisiológico e psicológico do ser, mais requintado e abrangente
será a abordagem didático-pedagógica, facilitando e desfazendo os obstáculos ao
entendimento do saber. E quanto mais ciências se envolver com a educação, dedicando-
lhe atenção e artifícios, sobretudo ao processo ensino/aprendizagem, maiores facilidades
tomarão as redes de difusão do conhecimento. Como exemplo: “o vendedor que
conhecer bem seu cliente terá maior facilidade na oferta de seus produtos e serviços.”.

No mesmo sentido, o professor que conhecer as profundezas do ser, com todas


as complexidades que o envolvem, terá maior facilidade e obterá resultados através da
escolha, da adaptação e da disposição dos conteúdos a ofertar para crescimento e
evolução do aluno. A técnica, a didática e os recursos a serem ocupados, porém
individualizados, serão elaborados na medida em que mais soubermos sobre os nossos
alunos.

Ao investigarmos o conhecimento nas bases neurocientíficas do


desenvolvimento humano e da aprendizagem, esclarecemos fundamentalmente que:

No máximo reforço, superamos os caminhos na cognição da qual se forma;

No mínimo reforço, mais frágeis são os caminhos à cognição;

Na maior diversidade e incentivos à cognição, há maiores facilidades à


interiorização, formação e/ou expansão de redes sinápticas e memorização
prolongada;

Na maior diversidade e incentivos, há mais expansão das bases


neuromaturacionais à cognição, sendo contrário na falta de variedade dos
estímulos.

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Reforçamos a relevância em ofertar ao ser em formação, o máximo de
conhecimentos possíveis ao desenvolvimento das redes neuromaturacionais, ou seja,
elas são as bases de toda capacidade de aprendizado.

As emoções têm papel único na extensão da memória. O sistema límbico


(passagem obrigatória de sinais captados pelos sentidos) divide as emoções, enviando
os sinais para seus semelhantes, como sentimentos de prazer, frustração, felicidade,
medo, alegria, raiva, tristeza, entre outros sentimentos, tornando-nos seres de tantas
emoções, variando em intensidade e expansão, depressão ou pânico.

Podemos afirmar que o sistema límbico executa parte do que denominamos


consciência. Entretanto, sua consciência é inconsciente ao ser e se apresenta em forma
de reação imediata. Neste sentido, praticamente não há interferência em algumas
situações de reflexos puros.

Consideramos as emoções como bases do aprendizado pelos estímulos


eletroquímicos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, com autêntica expansão
psicomaturacional a partir do fortalecimento e neuroexpansão das redes sinápticas,
frente aos sentimentos de plenitude e felicidade (liberação de acetilcolina e dopamina)
quando da consecução de atividades e aquisição de novos conhecimentos que formam
elos com os que já estão depositados (codificados).

Os conteúdos, os conhecimentos, os saberes, as experiências e as vivências,


quando associados às emoções, se instalam com mais facilidade na memória do que por
força da impressão emocional, se mantendo por longos períodos e podendo permanecer
por toda a vida.

Os sentimentos, portanto, são cruciais aos estímulos da percepção e atenção. Um


filme ou uma lembrança com um toque emocional, obtém um espaço especial em
nossos interiores e ganha a química de nosso ser. Os conteúdos necessitam alcançar um
significado para que o sistema límbico o torne inesquecível.

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Com finalidade na memorização, é preciso que os conteúdos sejam colocados
para proporcionar ao aluno uma experiência pessoal. Aprendizados alternados com
relaxamento, lazer ou com estímulos de outros seguimentos conectados à sua
memorização, como música, artes plásticas, teatro, atividades físicas, têm maior
resultado na sua fixação prolongada.

Portanto, reafirmamos que, quanto mais diversificados forem os recursos


didáticos, maiores serão as possibilidades de memorização. Do ponto de vista
neurológico, os sinais elétricos serão distribuídos entre órgãos sensoriais, como visão,
audição, tato, olfato e demais órgãos que contribuirão para aguçar a memorização.

A neurodidática propõe um sustento de conhecimentos diretamente


proporcionais à capacidade neuromaturacional dos seres. Sendo assim, não há espaço às
avaliações reprovativas. Os dons e talentos individuais, se respeitados, acrescentarão
maiores perspectivas de desenvolvimento do ser. O processo de aprendizagem é
dependente de um ambiente que ofereça segurança e certa provocação ao aluno.

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Unidade 4 – Avaliação e Intervenção Psicopedagógica

Olá!

Nesta última unidade do curso veremos como se faz a avaliação psicopedagógica


e quais os passos para se realizar o diagnóstico.

Também conheceremos a anamnese, a EOCA (Entrevista Operativa Centrada na


Aprendizagem) e o papel dos pais ou do responsável legal nesta fase do diagnóstico.

Por fim entenderemos quais recursos podem ser utilizados para avaliação,
diagnóstico e tratamento psicopedagógico.

4.1 – Diagnóstico psicopedagógico:

23
O diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a função de apoio e será a base que dará
suporte ao psicopedagogo para fazer o encaminhamento necessário. Bossa afirma que
isso:

“É um processo que permite ao profissional


investigar e levantar hipóteses provisórias que serão ou
não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para
isso, aos conhecimentos práticos e teóricos. Esta
investigação permanece durante todo o trabalho de
diagnóstico através de intervenções e da escuta
pedagógica para que se possa decifrar os processos que
dão sentido ao observado e norteiam a intervenção.”

Ainda segundo Bossa: “Na epistemologia convergente todo o processo


diagnóstico é estruturado para que se possa observar a dinâmica de interação entre o
cognitivo e o afetivo de onde resulta o funcionamento do sujeito.”.

Veja abaixo, o modelo de diagnóstico, o contrato de prestação de serviço de


análise e recomendações de tratamento:

Diagnóstico Psicopedagógico

Estrutura do diagnóstico psicopedagógico clínico:

1. Coleta de dados: entrevistas (anamnese) com o sujeito separadamente ou com ele e


sua família (no caso de crianças e adolescentes); observação, quando for o caso, do
sujeito avaliado em situação escolar; sessão lúdica centrada na aprendizagem e ou
EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem);

2. Construção dos eixos históricos de análise: horizontal (momento presente) e vertical


(do momento do nascimento até o presente);

24
3. Elaboração do primeiro sistema de hipóteses: orientará a escolha dos instrumentos de
diagnóstico a serem utilizados;

4. Aplicação de instrumentos de acordo com o sistema de hipóteses inicial: diagnóstico


operatório, avaliação do desempenho em atividades de leitura, escrita, psicomotricidade
e/ou matemática; testes projetivos psicopedagógicos;

5. Elaboração do segundo sistema de hipóteses: orientará a proposta de intervenção a ser


apresentada ao cliente;

6. Devolução: apresentação dos resultados obtidos, acompanhada de proposta de


intervenção, quando for o caso, definindo o enquadramento do trabalho a ser realizado e
o prognóstico.

Duração: oito sessões, no máximo, são suficientes para que a ação diagnóstica
seja realizada.

– Duas sessões para a fase de coleta de dados;


– Cinco sessões para aplicação de instrumentos de avaliação psicopedagógica;
– Uma sessão de devolução.

O objetivo do diagnóstico psicopedagógico não é de descobrir deficiências no


sujeito, em sua família ou na instituição escolar à qual pertence, mas permitir que se
abra um espaço para que ele possa ver a si mesmo, para que a família se veja na relação
com ele e para que a escola possa também pensar a respeito de sua implicação, nas
dificuldades ou desejos do qual ele apresenta.

Por isso, não adianta aplicar um número infindável de testes, pensando que eles
terão a condição de predizer a situação do cliente e suas possibilidades. O terapeuta
consciente de sua função de ajuda, de cuidado, sabe que o ser humano é imprevisível e
que cabe a ele se aproximar das possibilidades que o cliente apresenta, encarando-as
como âncoras que poderão fixar espaços de ampliação de seu potencial.
25
Para o psicopedagogo, seu cliente é um ser aprendente/ensinante e esta
característica é que o torna verdadeiramente humano. E como todo ser humano, ele
aprende. Não existe possibilidade de não aprendizagem. O que pode acontecer é que
algumas pessoas se deparam com obstáculos neste processo e precisam de ajuda,
enquanto outras conseguem superá-los sozinhas.

Avaliação do Desempenho do Aluno em Sala de Aula

Sr.(a) Professor(a)

O(a) aluno( )
______________________________________________________________________
está sendo submetido a uma avaliação psicopedagógica , a fim de obtermos maiores
informações sobre sua performance escolar, solicitamos a sua colaboração, preenchendo
o questionário anexo.

Antecipadamente agradeço e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos


que se façam necessários

São Paulo,___________de___________________de________.

______________________________
Psicopedagoga

Consultório:
Contatos: e-mail:

26
Questionário

1 – CONSEGUE TERMINAR UMA ATIVIDADE ANTES DE PASSAR A


SEGUINTE?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

2 – PARECE CONHECER A MATÉRIA, MAS NÃO A APLICA QUANDO


SOLICITADA?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

3 – FAZ PERGUNTAS: ( ) OPORTUNAS ( ) INOPORTUNAS ( ) NÃO


PERGUNTA

4 – APRESENTA PROBLEMAS DE FALA? (trocas de fonemas, gagueira, outros)


( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________
Obs:___________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5 – FALA ALTO DEMAIS?


( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

6 – APRESENTA TIQUES DE QUALQUER TIPO? (barulhos com boca, movimentos,


outros)
( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

27
7 – DEMONSTRA HABILIDADES NAS ATIVIDADES MOTORAS FINAS?
(desenhar, cortar, amarrar, pintar, outras)
( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

8 – DEMONSTRA HABILIDADES NAS ATIVIDADES MOTORAS GLOBAIS?


(esporte, ginástica, outras)
( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

9 – ESCRITA: ( sublinhe as mais frequentes)


A) APRESENTA TROCAS, INVERSÕES OU OMISSÕES DE LETRAS?
B) LETRA FEIA, TRÊMULA, ILEGÍVEL?
C) NÚMEROS MAL FEITOS, SEM ORDEM, ESPALHADOS?

10 – FAZ USO DO DEDO OU OUTRO TIPO DE APOIO NA LEITURA?


( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

11 – PARECE ANSIOSO POR:


( ) ACERTAR ( ) ERRAR

12 – PEDE AJUDA QUANDO NECESSITA?


( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

13 – PREFERE CRIANÇAS:
( ) MAIORES ( ) MENORES ( ) DA MESMA IDADE / E TAMBÉM
( ) AS MAIS TÍMIDAS ( ) AS QUE MAIS SE SOBRESSAEM

14 - PARTICIPA DAS BRINCADEIRAS:


( ) COLABORANDO ( ) COMPETINDO ( ) RETRAINDO-SE ( ) LIDERANDO

28
( ) NÃO PARTICIPA

15 – PRATICA ATIVIDADES FÍSICAS PERIGOSAS SEM AVALIAR AS


CONSEQUÊNCIAS?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES
_______________________________________________

16 - COMO VOCÊ PERCEBE O ALUNO(A) ? (qual a sua queixa)


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
__________________________________________________

INFORMAÇÕES DO(A) PROFESSOR(A) INFORMANTE:

NOME:________________________________________________________________
E-MAIL:________________________________________
ASSINATURA:________________________________________________________

INFORMAÇÕES DA ESCOLA:

NOME_______________________________________________________________

29
ENDEREÇO:___________________________________________________________
_________________________________________________CEP:_________________
TELEFONE:___________________________________
COORDENADOR(A):___________________________________________________

SÃO PAULO, ___________ DE __________________________ DE _____________

Consultório:
Contatos: e-mail:

Contrato de Prestação de Serviço Psicopedagógico

CONTRATADA : _______________________, licenciada em


_____________________e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica,
neste instrumento qualificado, doravante contratante, tem justo e contratado o seguinte:

Cláusula 1a. – A especialista se obriga a aplicar os recursos diagnósticos de origem


clínica conforme a necessidade do paciente, seguindo a sequência abaixo descrita:

1 – QUEIXA: Entrevista que aborda as múltiplas formulações feitas pelos pais, escola
ou paciente;

2 – SESSÃO LÚDICA CENTRADA NA APRENDIZAGEM; Observação dos


processos cognitivos, afetivo-sociais em suas interferências mútuas, no modelo de
aprendizagem do paciente);

3 - - E.O.C.A: Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem ( observação dos


conhecimentos, atitudes, destrezas, mecanismos de defesa, ansiedades, áreas e
expressão da conduta, níveis de operatividade etc);

30
4 – ANAMNESE: Entrevista realizada com os pais, dedicada à reconstrução da história
do paciente;

5 – AVALIAÇÃO DA LEITURA E ESCRITA: Verificar o nível de consciência


fonológica, a organização do pensamento, a fluência na leitura e a competência na
escrita;

6 – AVALIAÇÃO PERCEPTIVO MOTORA: Investigação do processo da modalidade


de aprendizagem;

7 – PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO: Detectar ausência de estrutura


cognoscitiva adequada que permite a organização dos estímulos, de modo a possibilitar
a aquisição dos conteúdos programáticos ensinados em sala de aula;

8 – PROVAS PROJETIVAS: detectar obstáculos afetivos existentes no processo de


aprendizagem de nível escolar;

9 – AVALIAÇÃO PSICOMOTORA: investigação quanto ao domínio e o


conhecimento do próprio corpo;

10 – INFORME PSICOPEDAGÓGICO :
Devolução: relato dos resultados obtidos ao longo do diagnóstico na área pedagógica,
cognitiva e afetivo-social.

Encaminhamento: indicações de atendimentos que se fazem necessários como:


tratamento psicopedagógico, psicoterápico, fonoaudiológico, terapêutico-familiar,
acompanhamento escolar etc.

Cláusula 2ª. – O serviço prestado à contratante da sequência diagnóstica citada, é


concluído em aproximadamente oito sessões, tendo a duração de 50 minutos cada
sessão.

31
Parágrafo único: O pagamento é efetuado assim que se inicia o tratamento.

CONTRATANTE :

Sr(a)_______________________________________________________
portador(a) do RG n.___________________, CPF n.___________________________
residente na __________________________________________________________,
bairro_______________________________, cidade______, fone:________________.
Os deveres do contratante acima estão relacionados nos seguintes termos :

Cláusula 1a. – Participar das entrevistas quando solicitado;

Cláusula 2a. – Não omitir ou negligenciar fatos que possam comprometer no


diagnóstico;

Cláusula 3a. – Cooperar com o diagnóstico, acatando as possíveis orientações do


terapeuta;

Cláusula 4a. – Não faltar às sessões. Caso ocorra, deve ser justificado com
antecedência. Esta falta não será abatida no valor mensal do diagnóstico;

Cláusula 5a. – O responsável deverá entregar e retirar a criança no horário estabelecido,


não será tolerado atraso;

Cláusula 6a. – Crianças menores de 13 anos deverão estar acompanhadas de


responsáveis maiores no trajeto consultório e casa, salvo termo de responsabilidade dos
responsáveis;

Cláusula 7a. – Dias inativos por feriados, onde o atendimento seja inviabilizado, não
exime o pagamento, não podendo ser remarcado;

32
Cláusula 8a. – O valor da mensalidade referente as sessões é de R$ ______,____
mensais, sendo um atendimento(s) por semana , iniciando dia ___/___/______;

Clausula 9a. – A data de pagamento das mensalidades dos atendimentos serão até o dia
dez de cada mês.

Parágrafo Único – Pontualidade nas datas de pagamentos das mensalidades dos


atendimentos, evitando assim maiores transtornos .

Cláusula 10a. – A desistência das sessões diagnósticas só ocorrerão por expressa e por
escrita comunicação, com antecedência de 30 dias da rescisão contratual pelo
contratante;

Cláusula 11ª. – O presente contrato tem duração até o final dos atendimentos descritos
na cláusula 8a., e poderá ser rescindido nas seguintes hipóteses:
a) pelo contratado;
b) pelo contratante;
c) por inadimplência.

Parágrafo Único: Em todos os casos de rescisão citados, o Contratante fica obrigado


pagar o valor da parcela do mês em que ocorrer a rescisão.

Cláusula 12ª. – Por estarem justos e contratados, assinam o presente instrumento em


duas vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas abaixo, para que se
produzam todos os efeitos legais.

São Paulo, ______ de __________________ de 20______

Assinatura do Contratante:_______________________________________________
Assinatura do Contratado:_______________________________________________

Fonte: http://psicopedagogaterezabuss.blogspot.com.br/2010/07/diagnostico-psicopedagogico_07.html

33
Conforme Weiss: “O objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é
identificar os desvios e os obstáculos básicos no modelo de aprendizagem do sujeito,
que o impede de crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social.”.

Não há qualquer dúvida que o diagnóstico psicopedagógico deve ser


considerado tão ou mais importante que seu próprio tratamento, uma vez que muitas
famílias acreditam que uma mudança de comportamento do paciente se deu justamente
no período do diagnóstico. Em razão disso, os profissionais devem realizar o
diagnóstico levando em consideração toda e qualquer mudança de comportamento do
paciente.

Para exemplificar como o diagnóstico interfere na vida do sujeito e sua família,


citaremos um exemplo de Weiss: uma paciente, uma adolescente de 18 anos cursando a
7ª série de escola especial, queixou-se à mãe que ela (Weiss, a psicopedagoga) estava
forçando-a a crescer. Ela elaborou esse pensamento porque tinha medo de perder o
papel da doente que necessitava da atenção exclusiva da família. Os pais perceberam
que isto realmente poderia acontecer e o mesmo motivo sustentava seu casamento
terminado. O profissional e a família concordaram em interromper o diagnóstico.

Bossa nos ensina que a forma de se executar o tratamento na clínica, ao fazer um


diagnóstico, varia entre os profissionais, dependendo da postura teórica adotada por
cada um. Assim, para Visca que desenvolveu seu trabalho utilizando a linha da
epistemologia convergente, o diagnóstico deve ter início já na primeira consulta (tanto
dos pais quanto do próprio paciente) encerrando-se na devolutiva. Contudo, é de suma
importância realizar entrevistas prévias com os pais ou responsável, para que se levante
informações básicas, como:

Identificação da criança, com destaque para informações pessoais e dados de seu dia
a dia, como a escola que estuda, a série, a turma, o horário, o nome da professora,
entre outros dados importantes;

Motivo da consulta;

34
Procura do psicopedagogo: por indicação;

Atendimento anterior;

Expectativa da família e da criança;

Esclarecimento sobre o trabalho psicopedagógico;

Definição de local, data e horário para a realização das sessões e honorários.

A proposta de Visca é o esquema sequencial proposto pela epistemologia convergente:

Ações do entrevistador Procedimentos internos do entrevistador

EOCA 1º sistema de hipóteses;


Linhas de investigação.

Testes Escolha de instrumentos;


2º sistema de hipóteses;
Linhas de investigação.

Anamnese Verificação e decantação do 2º


sistema de hipótese;
Formulação do 3º sistema de
hipóteses.
Elaboração do informe
Elaboração de uma imagem do
sujeito (irrepetível) que articula a
aprendizagem com os aspectos
energéticos e estruturais, a-
históricos e históricos que a
condicionam.

Neste caso, o especialista propõe iniciar o diagnóstico utilizando a técnica da


Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA) e não pelo método da
Anamnese. Tal decisão se pauta no seguinte argumento: “... os pais, invariavelmente
ainda que com intensidades diferentes, durante a anamnese tentam impor sua opinião,

35
sua ótica, consciente ou inconscientemente. Isto impede que o agente corretor se
aproxime ‘ingenuamente’ do paciente para vê-lo tal como ele é, para descobri-lo.”.

Os profissionais seguidores da linha da epistemologia convergente realizam a


anamnese após as provas, para que não haja excesso de informações trazidas pela
família, pois acreditam que fica distorcido o olhar sobre aquela criança e influencia no
resultado do diagnóstico.

Mas como dissemos antes, cada especialista adota uma linha de diagnóstico. No
caso de Weiss, ela inicia seu diagnóstico pela anamnese, conforme a sequência
apresentada, como no quadro abaixo:

1º – Entrevista Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S.);

2º – Anamnese;

3º – Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças);

4º – Complementação com provas e testes (quando for necessário);

5º – Síntese diagnóstica – prognóstico;

6º – Devolução – encaminhamento.

O resultado final, muito provavelmente, será o mesmo. A diferença é acreditar


na linha de diagnóstico adotada e sentir confortável em sua aplicação.

Como este curso está baseado na epistemologia convergente, abordaremos a


anamnese ao final e iniciaremos falando sobre a EOCA (Entrevista Operativa Centrada
na Aprendizagem). A realização da EOCA tem a finalidade de investigar o modelo de
aprendizagem do sujeito, sendo sua prática baseada na psicologia social de Pichón
Rivière, nos postulados da psicanálise e no método clínico da Escola de Genebra.
(BOSSA, 2000, p. 44).

36
Para que fique mais claro, a EOCA segundo Visca, é realizada como de pedir ao
paciente que apresente ao entrevistador “o que sabe fazer, o que lhe ensinaram a fazer e
o que aprendeu a fazer”, utilizando materiais e ferramentas disponíveis sobre a mesa de
entrevistas, após a seguinte observação do entrevistador: “este material é para que
você, o use se precisar para mostrar-me o que te falei que queria saber de você”
(VISCA, 1987, p. 72).

EOCA – Modelo

EOCA - ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM

Nome:________________________________________________
Idade :________________________________________________

Gostaria que você mostrasse o que sabe fazer, o que te ensinaram e o que aprendeu.
Escolaridade do aluno: ______________________________
Alguma repetência? ( ) sim ( ) não Qual?______________________________

Disciplina favorita? ________________________________


Por quê ?____________________________________________
Desde quando?________________________________________

Disciplina de que não gosta?_________________________


Por quê?_____________________________________________
Desde quando?________________________________________
Disciplina(s) indiferente(s)_________________________

Sempre foram essas? ( ) sim ( ) não


Por quê?_____________________________________________

O que deseja fazer quando crescer?___________________


Por quê?_____________________________________________

Como foi sua entrada na escola atual?________________________

Teve outras? ( ) sim ( ) não Como foi?________________________

Você sabe por que está aqui comigo hoje? ( ) sim ( ) não
O que achou da ideia?________________________________
37
Você quer estar aqui ou veio porque sua mãe, o colégio ou o seu professor o obrigou?

Eles têm razão? ( ) sim ( ) não

Se pudesse e tivesse que fazer algo para um aluno que se parecesse com você em sala de
aula, o que aconselharia, a fazerem:

Aos pais:____________________________________________

Aos professores:______________________________________

Você gosta de:

Use este material se precisar, para mostrar-me o que você conhece a respeito do que
sabe fazer, do que lhe ensinaram e o que aprendeu. Desenhe, escreva, faça alguma coisa
que lhe venha à cabeça.

ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

Marque as questões observadas.

Em relação à temática:

( ) fala muito durante todo o tempo da sessão;


( ) fala pouco durante todo o tempo da sessão;
( ) verbaliza bem as palavras;
( ) expressa com facilidade;
( ) apresenta dificuldades para se expressar verbalmente;
( ) fala de suas ideias, vontades e desejos;
( ) mostra-se retraído para se expor;
( ) sua fala tem lógica e sequência de fatos;
( ) parece viver num mundo de fantasias;
( ) tem consciência do que é real e do que é imaginário;
( ) conversa com o terapeuta sem constrangimento.
Observação: _________________________________________

Em relação à dinâmica (consiste em tudo que o cliente faz):

( ) o tom de voz é baixo;


38
( ) o tom de voz é alto;
( ) sabe usar o tom de voz adequadamente;
( ) gesticula muito para falar;
( ) não consegue ficar assentado;
( ) tem atenção e concentração;
( ) anda o tempo todo;
( ) muda de lugar e troca de materiais constantemente;
( ) pensa antes de criar ou montar algo;
( ) apresenta baixa tolerância à frustração;
( ) diante de dificuldades desiste fácil;
( ) tem persistência e paciência;
( ) realiza as atividades com capricho;
( ) mostra-se desorganizado e descuidado;
( ) possui hábitos de higiene e zelo com os materiais;
( ) sabe usar os materiais disponíveis e conhece a utilidade de cada um;
( ) ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los;
( ) não guarda o material que usou;
( ) apresenta iniciativa;
( ) ocupa todo o espaço disponível;
( ) possui boa postura corporal;
( ) deixa cair objetos que pega;
( ) faz brincadeiras simbólicas;
( ) expressa sentimentos nas brincadeiras;
( ) leitura adequada à escolaridade;
( ) interpretação de texto adequada à escolaridade faz cálculos;
( ) escrita adequada à escolar.
Observação: _________________________________________

Em relação ao produto (é o que o sujeito deixa registrado no papel):

( ) desenha e depois escreve;


( ) escreve primeiro e depois desenha;
( ) apresenta os seus desenhos com forma e compreensão;
( ) não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos e escrita;
( ) se nega a descrever sua produção para o terapeuta;
( ) sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar;
( ) demonstra insatisfação com os seus feitos;
( ) sente-se capaz para executar o que foi proposto;
( ) sente-se incapaz para executar o que foi proposto;
( ) os desenhos estão no nível da idade do entrevistado;
( ) prefere matérias que lhe possibilite construir, montar ou criar;
( ) fica preso no papel e lápis;
( ) executa a atividade com tranquilidade;
( ) demonstra agressividade de alguma forma em seus desenhos, em suas criações
ou no comportamento;
( ) é criativo(a).

39
Observação: _________________________________________

Conclusão: _____________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

São Paulo, ______de __________________de 2012.

Fonte: http://psicopedagogia-sp.com/pdfsite/SESS%c3O%20L%daDICA%20CENTRADA%20NA%20APRENDIZAGEM.pdf

4.2 – Avaliação psicopedagógica

Durante a avaliação, o entrevistador


poderá oferecer diversos materiais para o
paciente. Dentre os mais utilizados pelo
psicopedagogo, destacamos as folhas de papel,
borracha, caneta, tesoura, régua, livros ou
revistas, barbantes, cola, lápis, massa de
modelar, lápis de cor, lápis de cera, quebra-
cabeça ou ainda, outros materiais que julgar
necessário.

O entrevistado tende a comportar-se de


diferentes maneiras após ouvir a recomendação. Alguns, imediatamente pegam o
material e começam a desenhar ou escrever. Outros começam a falar, outros pedem que
lhe digam o que fazer e outros simplesmente ficam inertes. Neste último caso, Visca nos
sugere aplicar o que ele chamou de modelo de alternativa múltipla, cuja finalidade é
estimular respostas por parte do sujeito. Visca exemplifica: “você pode desenhar,
40
escrever, fazer alguma coisa de matemática ou qualquer coisa que lhe venha à
cabeça...”.

“No outro extremo encontramos a criança que não


tem qualquer contato com os objetos. Às vezes se trata de
uma evitação fóbica que pode ceder ao estímulo. Outras
vezes se trata de um desligamento da realidade, uma
indiferença sem ansiedade na qual o sujeito se dobra, às
vezes, sobre seu próprio corpo e outras vezes, permanece
numa atividade quase catatônica.” (1992, p. 53).

Piaget, em “Psicología de la Inteligência”, coloca que:

“O indivíduo não atua senão quando experimenta


a necessidade, ou seja, quando o equilíbrio se acha
momentaneamente quebrado entre o meio e o organismo,
a ação tende a reestabelecer este equilíbrio, quer dizer,
precisamente, a readaptar o organismo...” (PIAGET apud
VISCA, 1991, p. 41).

De acordo com Visca, o que nos interessa observar na EOCA são “...seus
conhecimentos, atitudes, destrezas, mecanismos de defesa, ansiedades, áreas de
expressão da conduta, níveis de operatividade, mobilidade horizontal e vertical etc.”
(1987, p. 73).

41
Instrumentos de avaliação no consultório psicopedagógico

1. Desenho da figura humana;

2. Reconhecimento das partes do corpo;

3. Desenho da família;

4. Técnicas projetivas psicopedagógicas de Jorge Visca;

5. Figuras geométricas de Zaldo Rocha;

6. Provas de lateralidade;

7. Teste de orientação espacial;

8. Teste de orientação direito/esquerda;

9. Observação de atividades viso-motor;

10. Pesquisa de coordenação ampla (coordenação dinâmica);

11. Hora do jogo;

12. Torre de Hanói (adolescentes);

13. Diagnóstico operatório (provas piagetianas);

14. Entrevista do realismo nominal (nível de leitura e escrita);

15. Provas pedagógicas variadas.

42
A avaliação acontece entre 8 a 10 sessões, podendo confirmar ou não alguma
dificuldade de aprendizagem.

A intervenção começa a partir desta confirmação!

Fonte: http://psico09.blogspot.com.br/2012/03/instrumentos-de-avaliacao-no.html

Ainda durante a avaliação, o psicopedagogo deverá observar três aspectos


fundamentais que serão base para um sistema de hipóteses. São eles:

A temática: deve-se observar tudo aquilo que o paciente fala;

A dinâmica: deve-se observar tudo o que paciente faz, como, por exemplo,
gestos, sinais, posturas etc;

O produto: deve-se observar o resultado do trabalho com os materiais


disponibilizados pelo psicopedagogo.

Visca (1987) observa que iremos obter nesta primeira entrevista, um conjunto de
observações que deverão ser submetidas a uma verificação mais rigorosa, constituindo o
próximo passo para o processo diagnóstico.

É da EOCA que o psicopedagogo extrairá o primeiro sistema de hipóteses e


definirá sua linha de pesquisa. Logo após, são selecionadas as provas piagetianas para o
diagnóstico operatório, as provas projetivas psicopedagógicas e outros instrumentos de
pesquisa complementares.

Visca apresenta em seu livro “El diagnostico operatório em la practica


psicopedagogica”, as provas no método clínico, aplicadas por Piaget na Escola de
Genebra, apresentando os passos realizados com grupos de estudos e cursos voltados
para o ensino do diagnóstico psicopedagógico. Visca diz que: “A aplicação das provas
operatórias tem como objetivo determinar o nível de pensamento do sujeito realizando

43
uma análise quantitativa, e reconhecer as diferenças funcionais realizando um estudo
predominantemente qualitativo.”.

Explica ainda que as provas: “... no siempre han sido adecuadamente entendidas
y utilizadas de acuerdo com todas las posibilidades que las mismas poseen”, ou seja, as
provas não são aplicadas em todas as suas possibilidades devido a uma possível
dificuldade de sua correta aplicação, evolução e extração das conclusões úteis para
entender a aprendizagem.

Segundo Weiss:

“As provas operatórias têm como objetivo


principal determinar o grau de aquisição de algumas
noções-chave do desenvolvimento cognitivo, detectando o
nível de pensamento alcançado pela criança, ou seja, o
nível de estrutura cognoscitiva com que opera.”

MODELO DE RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

NOME: __________________________________________________________

NASCIMENTO: ____/_____/_____

IDADE: _____________

ESCOLARIDADE:_____________________________

A/C : Coordenadora Pedagógica

MOTIVO DA CONSULTA: ________________________________


44
COLETA DE DADOS:__________________________________

1 – Anamnese: comentários;

2 – Sessão lúdica centrada na aprendizagem: comentários.

INSTRUMENTOS:

Para a investigação diagnóstica foram utilizados os seguintes instrumentos:

– DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO (Piaget): foram aplicadas as provas para a análise do


desenvolvimento cognitivo organizadas por Piaget, mais comentários;

– AVALIAÇÃO PERCEPTIVO-MOTORA (Borel Maisonny): foram aplicadas as


provas para verificação do desenvolvimento perceptivo-motor, organizadas por Borel
Maisonny e adaptadas para a realidade brasileira por Regina Morizot, mais comentários;

– AVALIAÇÃO DA LEITURA/ESCRITA (Regina Morizot): foram aplicadas as


provas para avaliação da leitura/escrita, com os seguintes resultados, mais comentários;

– CONCLUSÕES:

De acordo com os dados coletados durante a avaliação psicopedagógica, concluímos


que as dificuldades apresentadas pelo________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

PROGNÓSTICO:

45
Caso os tratamentos tenham continuidade e a família consiga estabelecer limites
disciplinares sem autoritarismo ou permissividade, que possam contribuir para a
construção de sua autonomia, o ____________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

São Paulo, _____ de ___________ de 20 ______ .

____________________________________________

Ass e carimbo do profissional

Fonte: http://psicopedagogia-sp.com/pdfsite/SESS%c3O%20L%daDICA%20CENTRADA%20NA%20APRENDIZAGEM.pdf

É importante estar atento ao volume de provas aplicadas em uma mesma sessão,


uma vez que, segundo ele, as respostas podem ser contaminadas. Tudo deve ser anotado
pelo psicopedagogo, de forma detalhada, desde suas falas, atitudes e soluções para
questões, até mesmo a forma de arrumar seu material. Todas as anotações serão de
grande valia para interpretação das condutas.

Na avaliação, as respostas são divididas em três níveis:

Nível 1: sem alteração, ou seja, a pessoa não atinge nem mesmo o nível
operatório;

Nível 2 ou intermediário: apresenta alteração em alguns momentos e em outros


não, com respostas oscilantes, instáveis e incompletas;

Nível 3: respostas seguras, demonstrando noção e sem oscilações.

Weiss faz a seguinte afirmação sobre as diferentes condutas em provas distintas:

46
“... pode ocorrer que o paciente não obtenha êxito
em apenas uma prova, quando todo o conjunto sugere a
sua possibilidade de êxito. Pode-se ver se há um
significado particular para a ação dessa prova que sofra
uma interferência emocional: encontramos várias vezes
crianças, filhos de pais separados e com novos casamentos
dos pais, que só não obtinham êxito na prova de
intersecção de classes. Podemos ainda citar crianças muito
dependentes dos adultos que ficam intimidadas com a
contra-argumentação do terapeuta, e passam a concordar
com o que ele fala, deixando de lado a operação que já são
capazes de fazer.”

Em relação às crianças com alguma deficiência mental ela nos diz que:

No caso de suspeita de deficiência mental, os estudos de B. Inhelder (1944) em


“El diagnóstico del razonamiento en los débiles mentales” mostram que os oligofrênicos
(QI 0-50) não chegam a nenhuma noção de conservação; os débeis mentais (QI 50-70)
chegam a ter êxito na prova de conservação de substância; os fronteiriços (QI 70-80)
podem chegar a ter sucesso na prova de conservação de peso; os chamados de
inteligência normal “obtusa” ou “baixa”, podem obter êxito em provas de conservação
de volume e, às vezes, quando bem trabalhados, podem atingir o início do pensamento
“formal”.

O psicólogo Jorge Visca, criador das técnicas projetivas psicopedagógicas,


entende que as provas projetivas têm por função investigar os vínculos de uma pessoa,
em três segmentos específicos, são eles: a escola, a família e si próprio, sendo possível
reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que
constituem o vínculo de aprendizagem.

Sobre as provas projetivas Weiss observa que:

47
“O princípio básico é de que a maneira do sujeito
perceber, interpretar e estruturar o material ou situação,
reflete os aspectos fundamentais do seu psiquismo. É
possível, desse modo, buscar relações com a apreensão do
conhecimento, como procurar, evitar, distorcer, omitir, ou
esquecer algo que lhe é apresentado. Podem-se detectar,
assim, obstáculos afetivos existentes nesse processo de
aprendizagem de nível geral e especificamente escolar.”

Para Sara Paín, “o que podemos avaliar através do desenho ou relato é a


capacidade do pensamento para construir uma organização coerente e harmoniosa,
elaborando a emoção. Também permitirá avaliar a deteriorização que se produz no
próprio pensamento.”.

De acordo com a epistemologia convergente, após a aplicação das provas


operatórias e das técnicas projetivas, o psicopedagogo levantará o segundo sistema de
hipóteses e organizará sua linha de pesquisa para a anamnese que, como vimos
anteriormente, terá lugar no final do processo diagnóstico, de modo que não interrompa
a percepção do avaliador. Weiss nos diz que as observações sobre o funcionamento
cognitivo do paciente não se restringe às provas do diagnóstico operatório; elas devem
ser feitas no decorrer do processo diagnóstico. Na anamnese, verifica-se com os
pais como se deu essa construção e as adulterações ocorridas no percurso, ou seja, trata-
se de uma ferramenta essencial para o processo de diagnóstico.

Através da anamnese é possível compreender situações do passado e do presente


do indivíduo, bem como possíveis variáveis existentes em seu meio. Através dela é
possível verificar padrões familiares sobre a história do indivíduo, preconceitos,
expectativas, relações familiares e demais informações que possam ser depositadas
sobre ele.

Na pior das hipóteses sobre a importância da anamnese, podemos considerá-la


como uma incursão na vida do paciente, buscando uma reflexão desde a origem do

48
paciente, bem como de sua família. Segundo Weiss, o objetivo da anamnese é “colher
dados significativos sobre a história de vida do paciente.”.

Neste sentido, colher dados nada mais é do que realizar entrevistas com os pais
ou responsáveis para, a partir daí, levantar o máximo de informações possíveis e
consequente análise com levantamento do terceiro sistema de hipóteses. Porém, para ter
sucesso em todo o processo, tanto o levantamento de informações quanto as análises,
elas devem ser muito bem conduzidas e registradas.

Assim, o profissional deve ter em mente que, para conseguir o máximo de


informações, os entrevistados devem estar à vontade e com liberdade para expor seus
sentimentos sobre o indivíduo. Tal liberdade permite que os entrevistados recordem
detalhes sobre o indivíduo, que serão fundamentais para a análise do psicopedagogo.
Weiss adota a mesma técnica de permitir que os entrevistados falem livremente, porém,
considera importante direcionar a entrevista sempre que houver necessidade.

De acordo com Paín, a história vital nos permitirá “...detectar o grau de


individualização que a criança tem com relação à mãe e a conservação de sua história
nela.”.

É importante iniciar a entrevista falando sobre a gravidez, o pré-natal e a


concepção. Weiss nos informa que a história do paciente tem início no momento da
concepção. Os estudos de Verny (1989) sobre a psicologia pré-natal e perinatal, vêm
reforçar a importância desses momentos na vida do indivíduo e, de algum modo, nos
aspectos inconscientes de aprendizagem”.

MODELO DE ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA

49
Informante: _____________________________________ Data____/____/_____

Dados Gerais

Nome
______________________________________________________________________

Data de Nascimento ____/______/______ Sexo _________________ posição familiar


____________________

Pai_______________________________ Idade __________ Profissão ___________

Mãe _______________________________ Idade__________ Profissão __________

Irmão__________________________ Idades

__________________________________

Endereço ____________________________ Nº ______ Bairro___________

Telefones____________

Escola _________________________ Série ___________ Turno _______________

Endereço _______________________________________________ Telefones

Profissionais Responsáveis
______________________________________________________________________

Faz outros Atendimentos? _______ Quais __________________________________

50
Com Quem? _______________________________ Telefones? __________________

Indicado por___________________________________________________________

QUEIXAS OU MOTIVO DA CONSULTA (palavra dos pais)


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________

HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA QUEIXA

Início (data) e circunstâncias


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Acredita devido a quê (motivações)


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________

Desenvolvimento, agravamento e melhora do sintoma


____________________________________________

Como os pais lidam com o sintoma?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Repercussões sociais (família, escola, vizinhança etc)

______________________________________________________________________

51
Ideias do cliente sobre seus problemas e atitudes em relação a eles (indiferença,
resistência, interesse pelo o atendimento etc?

______________________________________________________________________

ESCOLARIDADE

Quando e como foi a entrada do filho na escola?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Qual o critério utilizado para a escolha da escola?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Como os pais perceberam a evolução do filho na escola (destacar cada etapa escolar,
por exemplo, alfabetização?). Como, nesta evolução, os pais viram a capacidade e os
pontos fracos do filho?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Qual a contribuição dos pais neste processo?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Que atividade escolar o filho mais gosta? _____________________________________

Como age frente às lições de casa?__________________________________________

E os pais?_____________________________________________________________

Qual a quantidade de lições de casa? ________________________________________

Em qual horário e local faz as lições?________________________________________

52
Necessita de auxílio?______

Que dificuldades o filho apresenta nas disciplinas escolares?


_____________________________________________________________________

Desde quando?_________________________________________________________

Percebe causas? ______________________________________________________

Pais relacionam as dificuldades com algum fato familiar?


____________________________________________________________________

Qual a opinião do professor?


________________________________________________________________

Reprovação? __________________________________________________________

Por quê? ______________________________________________________________

Mudanças de escola? ___________________________________________________

Por quê?_____________________________________________________________

Recebe ajuda extra-escolar?_____________________________________________

Desde quando?_______________________________________________________

Como se relaciona com os colegas de classe?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Algum fato da história escolar do filho faz lembrar a história dos pais? E a dos irmãos?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

CONCEPÇÃO

53
( Pesquisar a resposta emocional dos pais ao anúncio da gravidez: houve rechaço, houve
desejo aberto de abortar, aceitaram com alegria etc).

A criança foi desejada?


____________________________________________________________________

Ordem nas gestações_______________ Ordem nos nascimentos ________________

Abortos _____________ Naturais ______________

Provocados_____________________________________

Por quê?
______________________________________________________________________

Filhos falecidos?________________________________ causas:_________________


_____________________________________________________________________

A criança é adotada? ____________________________________________________

Com que idade veio para família? __________________________________________

GESTAÇÃO

Teve dificuldades para engravidar? _________________________________________

Quando tempo após o casamento veio o primeiro filho? Por quê?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

54
COM RELAÇÃO AO CLIENTE

Enjôos ou vômitos?________________ Quando? ______________________________

Quais as sensações psicológicas sentidas durante a gravidez?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Quando sentiu a criança mexer? Como reagiu a esta sensação?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Fez pré-natal?____

Exames de raio-X
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Transfusão de sangue

______________________________________________________________________

Hemorragias?
______________________________________________________________________

Doenças? Tomou alguma medicação? Fumou ou bebeu?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Observações:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

55
CONDIÇÕES DO NASCIMENTO

Descrição do parto:

______________________________________________________________________
__________________________________________________________________

Maternidade natural, fórceps ou cesariana? __________________________________

Por quê? ____________________

Posição do bebê (cefálico? pélvico? Outra? Qual? _______ _____________________

Nasceu no tempo ou prematuro ? _______Chorou logo?______ Cor ao nascer


_________

Precisou de oxigênio?_______________ Icterícia? _____________________________

Outras complicações? ____________________________________________________

Quanto tempo após o parto a mãe entrou em contato com a criança?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Sentiu que a criança despertou nos pais: correspondeu às expectativas, desiludiu-os,


desejara que fosse de outro sexo?

______________________________________________________________________
__________________________________________________________________

Qual a participação do pai durante e após o nascimento?________________________

Alguém ajudou a cuidar da criança?


______________________________________________________________________

56
DESENVOLVIMENTO

Dorme bem? ___________________________________________________________

Pula quando dorme? ____________________________________________________

Levanta pernas e braços? ________________________________________________

Esbugalha os olhos sem acordar?___________________________________________

Baba à noite?___________________________________________________________

Desde quando?_____________

Sua à noite____________________________ desde quando____________________

Fala dormindo? ________________________ desde quando ____________________

Grita durante o sono? ____________________ desde quando?___________________

Range os dentes?______________________ desde quando? ___________________

É sonâmbulo?___________________________ desde quando ____________________

Tem pesadelos? _______________________ desde quando?_____________________

Lembra do que aconteceu no dia seguinte?

_______________________________________________________

Dorme em quarto separado dos pais? ___________ desde quando?________________

Como separaram?
______________________________________________________________________

Dorme com alguém no quarto? _____ acorda e vai para cama dos pais? _____Atitude
dos pais?

57
______________________________________________________________
______________________________________________________________________

ALIMENTAÇÃO

Descreva a situação de amamentação (quantas horas depois do parto, intervalo entre as


mamadas, interesse em amamentar, receptividade do filho, sucção, digestão, sensações
da mãe, comportamento do filho no colo da mãe, ambiente de amamentação etc.).
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Com que idade passou a receber alimentação salgada?

____________________________________________________________

Atitude da mãe e do filho no desmame?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Come normalmente?_______________ Do que gosta? ____________

Recebe ajuda? _____ de quem?____________________________________________

Desejo dos pais frente à alimentação?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

Com que idade sorriu? ______ Fixou a cabeça? ______ sentou? _______ engatinhou?

______ andou? _________

58
Usou andador? ________ tinha tendência a cair? ________ ia de encontro a móveis e

objetos? ____________

Tinha dificuldades de movimentos? _______ balbuciou (emitiu sons) _______ com que

idade falou as primeiras palavras? ______________________________________

quais foram?____________________________ trocou sons? ______________ quais

_______________________________ até qual idade? _________ Gaguejou ou

gagueja? _____________________________________________________________

Dentição? ____________________________________________________________

Dominância ( ) destra, ( ) esquerdo. Atitude dos

pais?_________________________________________________________________

E que idade se iniciou controle de fezes e urina?

______________________________________________________________________

Quando adquiriu o controle noturno?

______________________________________________________________________

Comportamento e sentimentos?_____________________________________________

Atitude dos pais? ________________________________________________________

Dificuldade de prestar atenção? ____________________________________________

59
MANIPULAÇÕES

Uso chupeta ou dedo?______ até quando?______ roeu ou roe unhas?_______ até

quando? _______________________________________________________________

Apresentou ou apresenta algum tique nervoso?_________________________________

qual? _________________________________________________________________

Atitude dos pais frente a esse hábito?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Tem medo de pessoas, animais, barulhos estranhos, altura, escuro etc.?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Mentira furtos ou fugas de casa?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Atitude dos pais?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

SEXUALIDADE

Curiosidade sexual: Pergunta sobre as questões sexuais, sobre nascimento de crianças,


comparações com sexo oposto e com que idade se manifestam as perguntas?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

60
Masturbação: realiza abertamente ou não? _______ desde quando? ________________

frequência? ____________________________________________________________

Atitude dos pais?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Alguma experiência sexual precoce? _____ foi dada alguma informação sexual, por

quem?_________________________________________________________________

Obs:___________________________________________________________________
______________________________________________________________________

SOCIABILIDADE

Traz crianças para brincar em casa?

_____________________________________Quem? ___________________ sai com

outras criança? _____________________________________Quem?______________

Brinca ou dorme na casa de outras pessoas? _______________ como reage?

_____________________________________________________________________

Desce do prédio ou sai na rua para brincar? _________ tem companheiros? _______ de

que idade? ____________________________________________________________

Domina ou é dominado?____________ adapta-se facilmente ao meio? _________ tipo

de brincadeira que prefere? ___________________________ e a que rejeita?

______________________________________________________________________

61
Trabalha ou trabalhou? ________________________________________________

com que idade e por quê? ________________________________________________

REAÇÕES EMOCIONAIS

Como você descreve o temperamento da criança?_______________________________

______________________________________________________________________

Chora facilmente? _______________ tem medos? ________ de quê? ______________

como costuma reagir?____________________________________________________

Qual atitude dos pais?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Tem ciúmes de quem?


_____________________________________________________

atitude dos pais:


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Como reage às ordens e proibições?


______________________________________________________________________

E a dor e frustrações?
______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

62
Que soluções utilizam: aproxima-se das pessoas, isola-se ou espera que a procure?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Há autoagressão?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

DOENÇAS

Qual doença já teve? (doenças da infância, alergias problemas cardíacos, respiratórios


etc) com que idade?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Tem febre constante _______ quantos graus ______ convulsões_______ com febre ou

se febre ______________________________________________________________

Ficou roxo alguma vez _____ tonturas ______ cirurgias _____________________

quais ______________________________________________idade____________

Quedas? ___________________________Qual reação? _________________________

hospitalização?______________________ Motivo______________ tempo _________

Usa algum medicamento__________________________________________________

63
Apresenta alguma dificuldade auditiva ou visual?

______________________________________________________________________

ANTECEDENTES FAMILIARES

Doenças familiares: quem tem ou teve?

___________________________________________________________

Doença mental? Quem?

Internações?____________________________________________________________

Neurológico _________ faz uso de álcool, drogas quem?

_____________________________________________

AMBIENTE FAMILIAR

Pais vivem juntos separados há quanto tempo? ___________________ ouve acordo

com quem ficaria com a criança, que acordo _____Qual idade a criança tinha _____ que

explicações lhe deram ___________________________________________________

Como reagiu ______________________________________________________

Brigam na frente da criança?_____________________________________________

EM CASO DE OUTRO CASAMENTO

Como a criança reagiu? Se dá bem com o padrasto ou madrasta?______ novos

Irmãos?_______________________ Quantos?________________ Idade?________

64
Descreva a relação entre irmãos:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

A criança demonstra preferência por algum dos seus irmão?__________________

dificuldades com o outro? ______ julga-se mais ou menos querido pelos pais? ______

Como se relaciona com os pais?


__________________________________________________

RELAÇÂO DO COTIDIANO

Um dia comum da pessoa pesquisada:

_____________________________________________________________

Um final de semana:

______________________________________________________________

O dia do seu aniversário:

______________________________________________________________________

Acontecimentos significativo:

___________________________________________________________________

Data ___ /___/_____

______________________________
Psicopedagoga

Fonte: http://psicolucia.blogspot.com.br/p/sites-de-pesquisas.html

65
É importante que o psicopedagogo entre em assuntos delicados como uma
possível gravidez indesejada, por exemplo, mesmo com toda a liberdade, se a pergunta
não for direcionada, certamente os familiares terão certo receio em dizer
espontaneamente. Esse tipo de questionamento é importante, pois dependendo da
resposta, será possível determinar o tipo de afetividade oferecida pelos pais ou
responsáveis com relação ao indivíduo.

Também é importante descobrir comportamentos de aprendizagem não


escolares, como quando aprendeu a engatinhar, a segurar a mamadeira sozinho, a
controlar necessidades básicas com a respectiva retirada da fralda, entre outros detalhes
comuns para bebês em desenvolvimento. O objetivo, segundo Weiss, é determinar a
importância da família no desenvolvimento cognitivo do indivíduo.

É importante saber sobre o desenvolvimento geral da criança, como sucederam


seus controles, sua aquisição de hábitos, sua aquisição da fala, sua alimentação, seu
sono, se ocorreram na faixa etária de desenvolvimento, ou se houve atrasos. Segundo
Sara Pain: “isto nos permite estabelecer um quociente aproximado de desenvolvimento,
que se comparará com o atual, para determinar o deterioramento ou incremento no
processo de evolução.”.

Alguns pais retardam o desenvolvimento, privando a criança com atitudes, como


comer sozinha para não se sujar, tirar as fraldas para não ter o trabalho de limpar ou
trocar as roupas etc. Isto é o chamado hipoassimilação, segundo Pain, “os esquemas de
objeto permanecem empobrecidos, bem como a capacidade de coordená-los.”.

Por outro lado há casos de hiperassimilação, que segundo a mesma autora, os


pais forçam a criança a ter atitudes das quais ela ainda não está madura para assimilar,
podendo por em risco seu desenvolvimento.

Investigar a evolução escolar é primordial, quando começou a frequentar a


escola, sua adaptação, o primeiro dia de aula, as possíveis rejeições, o entusiasmo,

66
porque escolheram aquela escola, as trocas de escola, por fim, as dimensões positivas e
negativas das consequências de aprendizagem.

Como dissemos, não basta apenas questionar, para a realização de um bom


diagnóstico é preciso que todos os detalhes estejam anotados na anamnese. Concluída a
anamnese, o psicopedagogo levantará o terceiro sistema de suposições. A anamnese
deverá ser comparada com todo o trabalho de diagnóstico, para fazer a devolutiva e o
encaminhamento necessário.

Devolução no dicionário é o ato de devolver, de dar de volta. No sentido da


clínica psicopedagógica a devolução ou devolutiva é uma comunicação verbal, feita aos
pais e ao paciente sobre os resultados que foram obtidos através de uma investigação
que se utilizou do diagnóstico para obter resultados.

“... talvez o momento mais importante desta


aprendizagem seja a entrevista dedicada à devolução do
diagnóstico, entrevista que se realiza primeiramente com
o sujeito e depois com os pais (quando se trata de uma
criança, é claro)” (PAÍN, 1992, p. 72).

Segundo Weiss, no caso da criança, “é preciso fazer a devolução utilizando-se


de uma linguagem adequada e compreensível para sua idade para que não fique
parecendo que há segredos entre o terapeuta e os pais, ou que o terapeuta a traiu.”.

É normal que, neste momento, exista muita ansiedade para todos os envolvidos
no processo, seja o psicopedagogo, o paciente ou o responsável. Por isso, é comum no
momento de realizar a devolutiva, confirmar suspeitas que foram levantadas durante
todo o processo de diagnóstico.

Muitos pais ou responsáveis pela criança não têm a menor ideia do que sabem
sobre seu filho. É imprescindível que se tenha cuidado com a situação e determinar a
mudança, se não tiver essa disposição é melhor não efetuar um contrato de tratamento.

67
Weiss aconselha ordenar as informações sobre o paciente nas áreas pedagógica,
cognitiva e afetivo-social, e em seguida, reorganizar a sequência dos assuntos a serem
abordados e qual será o foco. É indispensável um roteiro, pois evita que o
psicopedagogo se perca e que os pais não fiquem confusos.

É indispensável trabalhar com muito afeto e seriedade, transmitindo segurança e


isenção. É importante focar, inicialmente, os aspectos mais otimistas do paciente para
que se sinta reconhecido. Na maioria das vezes, a criança está com sua autoestima tão
baixa que somente apontar os aspectos negativos, pode acarretar em algo mais
preocupante, o que acaba com as expectativas de rumos melhores.

Após, devemos citar os pontos motivadores dos problemas de aprendizagem.


Posterior a esta atuação, tem que se relatar as recomendações, como troca de escola,
atenuar a superproteção dos pais, incentivar a leitura em casa, entre outras
recomendações; enfim, as indicações que são os atendimentos que considera necessário,
como o psicológico, o fonoaudiológico, o psiquiátrico, entre outros.

Nos casos de neuroses graves, especialmente quadro psicótico, é necessário um


tratamento psicoterápico inicial, até que o paciente atinja um ponto tal que tenha
condições de perceber a sua própria necessidade de aprender e crescer, no que diz
respeito à escolaridade. É preciso que se instale nele o desejo de aprender.

Também haverá momentos em que será necessário o encaminhamento para


mais de um profissional. Isto fica comprometido em famílias de baixo nível
socioeconômico. É importante que no momento da devolutiva, o profissional indique
instituições particulares e públicas gratuitas ou com variadas formas de pagamento,
evitando assim que a dificuldade levantada pelo diagnóstico, não fique sem um
desfecho.

Cada profissional indicado, em cada um dos segmentos, deverá receber o


informe. Trata-se de um laudo final com as conclusões do que foi diagnosticado durante
todo o processo, porém, por razões de proteção do paciente, o informe deverá ser

68
adaptado para cada tipo de profissional que irá recebê-lo, evitando que, com isso, as
informações sigilosas cheguem às pessoas que não tenham capacidade para interpretá-
las.

A mesma autora sugere o seguinte roteiro para o informe:

Dados pessoais;

Motivo da avaliação – encaminhamento;

Período da avaliação e número de sessões;

Instrumentos usados;

Análise dos resultados nas diferentes áreas: pedagógica, cognitiva, afetivo-


social, corporal etc;

Síntese dos resultados – hipótese diagnóstica;

Prognóstico;

Recomendações e indicações;

Observações: acréscimo de dados conforme casos específicos.

4.3 – Recursos psicopedagógicos e ambiente de trabalho

69
Não existem recursos específicos para
psicopedagogia, geralmente jogos, atividades
artísticas, orais, escritas ou tudo que o profissional
julgue necessário para desenvolver a capacidade
de aprender.

Segundo Fernandez: “o importante é


proporcionar um espaço de confiança e
criatividade, onde possamos dar um sentido
criativo e lúdico ao nosso trabalho”.

Os jogos são os recursos mais utilizados e adequados, pois eles são reveladores,
onde inclusive o próprio jogador passa a se conhecer melhor através deles. Ele constrói,
já que depende de uma ação do indivíduo, e, os profissionais de psicopedagogia
trabalham com técnicas que permitem uma articulação de aspectos objetivos, e também
subjetivos, que são necessários para aprendizagem.

O jogo exige observação, levantamento de hipóteses e empatia. Além de


proporcionar autonomia moral e seguimento de regras. O psicopedagogo consegue
observar a dinâmica da aprendizagem. Winnicot afirma que: “é no jogo que a criança
relaciona as ideias com a função corporal.”.

No momento do jogo é possível compreender certos aspectos que


desencadearam uma patologia no aprender, sendo que:

O espaço de aprendizagem e o espaço de jogar são parecidos;

Os dois processos possuem os seguintes momentos: inventário e organização;

Integração;

70
A forma desenvolvida no jogo e o tipo de tratamento do objeto esclarecem o
quadro de aprendizagem;

O ato de brincar desenvolve as significações de aprender;

A criança se expressa de forma totalmente lúdica.

Sugestão de jogos:

1 – Trilha

Objetivo: Vai depender do desafio estipulado.

Material necessário: Uma folha de papel cartão, ou EVA, ou A3 para servir de


tabuleiro, papéis coloridos para fazer as casas da trilha e cartões que corresponderão aos
desafios.

Jeito de fazer e de jogar: Ao confeccionar a trilha, apenas numere as casas e estipule


as cores, pois essa mesma trilha irá servir pra vários desafios. Exemplos de desafios:
completar uma palavra ou frase, cálculos, formar frase, perguntas sobre os assuntos
trabalhados, leitura de palavras, figuras para escreverem o nome delas na lousa.

2 – Jogo da memória relacionando palavra X com a figura (de 2 a 4 jogadores)

Objetivo: Construir e jogar o jogo, juntamente com a criança, para melhor fixação das
palavras.

Material necessário: Um quadrado de cartolina, revistas contendo variados tipos de


figuras, cola, tesoura, canetinhas, papel rascunho, lápis, borracha, computador,
impressora.

71
Jeito de Fazer e de jogar: Pede-se à criança que escolha uma figura da revista, para
recortar e colar num dos quadrados. Escrever o nome da figura a lápis em uma folha de
rascunho, depois escreva em outro pedaço de cartolina com a canetinha. Para reforçar
ainda mais, escreva no computador a mesma palavra.

Repetir este procedimento todas as vezes que as figuras forem escolhidas para o jogo.
No final, imprima as palavras digitadas e deixe a criança levar para casa.

3 – Massa de modelar (individual)

Objetivo: Construir letras e formar palavras fazendo relação tátil cinestésica.

Material necessário: Massa de modelar, lápis, borracha e papel.

Receita da massa de modelar:

– 1 xícara de trigo;
– 1 xícara de água fervendo;
– 1 colher de sopa de sal;
– 2 colheres de sopa de vinagre;
– ½ xícara de creme para mãos.

Misturar tudo e ir acrescentando trigo até dar o ponto. Para a massinha ficar colorida,
use anilina ou pó para refresco.

Jeito de Fazer e de jogar: Escrever uma palavra usando a massa de modelar.

Essa palavra pode ser sobre um assunto trabalhado, partir de uma figura, enfim, cada
professor escolhe a melhor maneira. Pedir que passe o dedo indicador sobre as letras
feitas com a massa (de olhos abertos). Após, peça que feche os olhos e novamente passe

72
o dedo sobre as letras. Quando concluído, pede-se para escrever numa folha a palavra
tateada.

Variação: com areia

Objetivos: Discriminação tátil, perceptiva das letras escrita e leitura.

Material necessário: Areia colorida e caderno para registro.

Jeito de Fazer e de jogar: Deixar que as crianças escrevam em cartões, as letras do


alfabeto, passar cola e despejar areia por cima (cada criança deverá ter um alfabeto
completo em um saquinho). Após as letras estarem secas, pedir que sorteiem uma letra
do saquinho, passem o dedo indicador sobre ela com os olhos abertos e depois com os
olhos fechados. Depois desses dois movimentos, pedir que registrem a letra no
caderno.

4 – Você é esperto? (duplas)

Objetivo: Desenvolver a habilidade de cálculo mental.

Material necessário: 30 cartas numeradas (+1 +2 +3 +4 +5 -1 -2 -3 -4 -5), repetir 3x,


uma folha para registro, lápis e borracha.

Jeito de fazer e de jogar: Pense e diga um número de 2 a 10. Escolha aleatoriamente


dez cartas do monte, sem olhar. Entregue as cartas escolhidas para seu companheiro.
Seu companheiro irá virar as cartas uma a uma, e você deve, com o numero escolhido e
dito por você, somar ou subtrair a quantidade indicada. Estipular quantas vezes cada um
jogará e depois cada jogador poderá somar quantos pontos fez no total.

Exemplo: Registro
Nome dos Jogadores – Nº escolhido – Cartas sorteadas – Total do cálculo

73
Pedro 3 +4+3+6-5-1+5-1-2+2-4 10
Caio 9 -3+4-5+2+4+1-4-3+1+5 11

Fonte: http://criseducando.blogspot.com.br/2010/02/sugestoes-de-jogos-psicopedagogicos.html

Exercício para trabalhar dificuldade de escrita

Objetivos

· Atenção;
· Leitura;
· Fluência;
· Escrita;

Material
Gravador
Fichas contendo:
termos de ligação (com, as, uma...). envelope 1
– palavras (martelo, boneca...). envelope 2
– expressões (casa bonita, sapato alto...). envelope 3
– frases (estou muito cansada, quero jogar video-game...). envelope 4
– palavras semelhantes (atentado - atestado, grama-drama...). envelope 5
– palavras sem sentido (pipocança, tombeira...) de acordo com as necessidades e
dificuldades da criança. envelope 6
– palavras com dificuldades ortográficas, coletadas nas atividades da criança. envelope
7
– textos simples, contendo uma pequena expressão em cada ficha (ex.: o leão e o tigre
brigaram com o jacaré e o jabuti.). envelope 8
– A quantidade de palavras em cada envelope é da escolha do terapeuta.

74
Procedimentos

Explicar à criança que o terapeuta irá gravar o que ela ler. Pede-se para a criança ler o
que está escrito nas fichas, conforme o terapeuta as for mostrando. Mostrar as fichas
uma a uma.

Não corrigir, caso haja erro na leitura. Se a criança disser "não sei" passe a ficha para o
final, reapresentando-a. No fim da leitura das fichas, desligue o gravador. Espalhe as
fichas lidas sobre a mesa, e explique à criança que será ligada a gravação de sua leitura
e ela deverá achar a ficha correspondente à palavra ouvida.
Espalhe as fichas lidas sobre a mesa e explique à criança que ela
mesma deverá operar o gravador, pedindo que localize a ficha correspondente a palavra
ouvida. O terapeuta maneja o gravador e a criança escreve a palavra escutada.

Quando a criança já estiver mais segura, o terapeuta passa o gravador para que a
própria criança controle, conforme sua necessidade para escrita. Efetue os
mesmos procedimentos com cada envelope e só passe para o seguinte quando
sentir segurança da criança, na leitura naquela etapa.

Fonte: http://www.adrianalucchin.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=81:jogos-psicopedagogicos-para-
desenvolver-leitura-e-raciocinio-logico&catid=43:artigos&Itemid=63

75
Sugerimos os seguintes jogos para você dispor no atendimento:

Carrinhos Cadeira Espelho

Caixas
Jogos de alfabeto Dominó

Andadores Fantoches
Jogos de memória

Rádio com CD Livros de histórias diversas


Ábacos

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Brinquedos diversos Peças de encaixe

O profissional deve dispor ainda de equipamentos e materiais psicopedagógicos


que poderão ser utilizados durante todo o processo. Dentre eles, destacamos:

Teste das Matrizes Progressivas Coloridas Raven;

Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC – III);

Teste Columbia de Maturidade Mental;

Material para realização de anamnese, como formulários, fichas e técnica de


entrevista;

Materiais de uso escolar, como: lápis de cor, folhas, giz de cera, canetinhas,
caneta e livros com abordagens específicas;

Jogos e brincadeiras que deverão avaliar habilidades específicas, como:


interação, o atendimento de ordens, a persistência, a atenção, entre outras.

77
Encerramento

Caro(a), aluno(a)!

Chegamos ao final do curso de Psicopedagogia. Durante o curso você aprendeu


quais são os fundamentos, a história e conheceu as diferentes áreas de trabalho
psicopedagógico clínico e institucional. Também aprendemos como funciona o
processo de ensino-aprendizagem, as bases neurológicas, afetivas e cognitivas do
desenvolvimento e aprendizagem.

Esperamos que você tenha compreendido o trabalho psicopedagógico, bem


como a utilizar os recursos convenientes para enriquecer o seu trabalho. O
psicopedagogo tem um papel fundamental na sociedade contemporânea para
compreensão das dificuldades de aprendizado e também nas empresas. Continue
estudando e ampliando seus conhecimentos psicopedagógicos que, certamente, você
terá muito êxito na área.

É necessário ressaltar que este curso não possui valor acadêmico, constituindo
apenas um apanhado geral sobre os principais aspectos que envolvem a área e
estimando-os a continuar melhorando suas competências, participando de programas
mais específicos em sua área de atuação. Faça a avaliação do módulo II, quando se
sentir preparado(a) e confiante!

Boa sorte e sucesso!

78
Bibliografia

BOSSA, N. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1994.

VISCA, J. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia convergente. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1987

WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de


aprendizagem escolar. Rio de Janeiro, DP&A, 2003.

PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto


Alegre, Artes Médica, 1985.

FERNANDEZ. Alícia. Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas,1991

– Fundamentos da Psicopedagogia < http://www.artigonal.com/ciencia-


artigos/fundamentos-da-psicopedagogia-4890392.html > Acesso em 05/07/2012

– Fundamentos da Psicopedagogia
http://mariamasarelapsicopedagoga.blogspot.com.br/2011/04/fundamentos-da-
psicopedagogia.html> Acesso em 05/07/2012

– História da psicopedagogia
http://aosolhosdaalma.vilabol.uol.com.br/psicopedagogiaum.htm> Acesso em
09/07/2012

– Neurobiologia da Aprendizagem <


http://www.alfaebeto.org.br/Arquivos/Documentos/Neurobiologia_da_Aprendizegem_v
er_final_2008.pdf~ > Acesso em 15/07/2012

– Desenvolvimento e aprendizado bases cognitiva <


http://www.slideshare.net/rsavi/cognio > Acesso em 15/07/2012

– Desenvolvimento e aprendizado <


http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=431> Acesso em
16/07/2012

– Recursos Psicopedagógicos <


http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/artigos_teresinha_recursospsicop.htm> Acesso
em 17/07/2012

79
– Diagnóstico < http://psicopedagogaterezabuss.blogspot.com.br/2010/07/diagnostico-
psicopedagogico_07.html>Acesso > em 13/07/2012

– Avaliação Psicopedagógica <


http://umolharpsicopedagogico.blogspot.com.br/2010_01_01_archive.html >Acessado
em 11/06/2012

– Avaliação Psicopedagógica <


http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/JNIC/RESUMOS/resumo_1821.html >Acessado
em 12/07/2012

–Avaliação Psicopedagógica < http://consulpsicoped.blogspot.com.br/p/avaliacao-


psicopedagogica.html>Acesso em 10/07/2012

– Teste de Leitura < pt.scribd.com/doc/59774541/Teste-da-Leitura> Acesso em


17/07/2012

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