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Apresentação
Nesta aula compreenderemos no que consiste um trabalho de pesquisa, com seus métodos e procedimentos, além dos
diversos tipos de entrevistas participativas para a prática do estágio supervisionado. Diante disto, discutiremos sobre a
importância desse material e também, da preparação do pesquisador para a observação do cotidiano escolar. Será feita
uma reflexão sobre a trajetória da experiência de formação escolar individual, destacando os diferentes estereótipos de
professores existentes em nossa sociedade com o intuito de ajudar na reflexão de como cada aluno foi formado ao longo
de sua vida escolar através de um resgate da memória, trabalhada aqui como uma construção da história.
Objetivos
Compreender no que consiste um trabalho de pesquisa, com seus métodos e procedimentos;
Refletir sobre a trajetória da experiência de formação escolar individual, destacando os diferentes estereótipos de
professores existentes em nossa sociedade;
Entender que a vida escolar pode ser compreendida a partir de um resgate da memória, trabalhada aqui como uma
construção da história.
Introdução
Para que possamos mergulhar no cotidiano escolar e explorarmos todas as suas possibilidades, cheiros, gostos e sairmos
deste mergulho com aprendizado, temos que refletir sobre quais são os caminhos teóricos e metodológicos da pesquisa
educacional, pois é esta que irá nos levar a experimentar esse cotidiano, transformando a sala de aula em um laboratório, que
irá ajudar na formação de sua identidade profissional.
Por isso, nesta terceira aula, trataremos sobre a pesquisa que dará origem ao relatório enquanto o produto final de uma busca e
reflexão participativa.
O estágio supervisionado está em consonância com este princípio; é ele que irá ajudar na sua formação inicial, através da
pesquisa participativa nas unidades escolares que será desenvolvida ao longo dos Estágios I, II e III.
Mais do que cumprir uma determinação legal do MEC, as 400 horas do
campo de estágio são determinantes para a sua formação, pois iremos
refletir sobre as dinâmicas observadas por você nas escolas, ou seja, vamos
pesquisar, refletir e produzir conhecimentos sobre a prática docente, sobre
a formação de sentido que conjuga sensibilidade, intenção, orientação e
significação.
A reflexão neste contexto é ponto de partida para novos questionamentos, experiências pedagógicas que transformam o futuro
professor em um investigador de sua realidade, dos seus saberes: construindo-os, desconstruindo-os e (re) construindo-os.
Ser professor é uma construção cotidiana onde o trabalho se dá em um mundo mutável, em constante transformação.
Leitura
Para uma maior reflexão sobre o papel do estágio na formação inicial do professor, leia o texto de MALYSZ, Sandra T. Estágio em
parceria universidade-educação básica. (p. 16 a 25.) In: PASSIVI, Elza Yasuko (Org.). Prática de Ensino de Geografia e Estágio
Supervisionado. São Paulo. Contexto, 2007, que se encontra em sua biblioteca virtual.
(Fonte: Shutterstock).
É difícil definir precisamente o que é uma pesquisa científica, pois na verdade ela aparece a partir de várias formas, de acordo
com o período ou o contexto na qual está sendo utilizada.
Na verdade a pesquisa é uma parte do desenvolvimento de um trabalho científico que se diferencia em sua essência do senso
comum, pois este aparece como uma forma de compreensão do mundo resultante de um conjunto de experiências
acumuladas por um grupo, povo ou cultura e pode ser vista como a construção de um saber que resulta das experiências
vividas do cotidiano.
O trabalho científico não apreende a realidade de forma tão imediata e espontânea. Ele é:
Observe a definição do que é pesquisa para alguns autores. (Fonte: Shutterstock).
Se relacionarmos as três definições, podemos observar que a pesquisa é a construção de um conhecimento novo, na qual são
utilizadas técnicas e metodologias para a exploração de novas realidades. Além disso, ela é contínua, ou seja, seus resultados
não carregam em si uma verdade absoluta, podem ser mutáveis.
A pesquisa pode ser utilizada para o indivíduo construir um conhecimento sobre si mesmo ou sobre o mundo observado, o que
contribui para uma explicação, sistematização e resoluções de problemas relacionados ao espaço no qual a sociedade está
inserida, por exemplo.
Observamos então, que a pesquisa possui um papel social e que este tem um caracter fundamental na busca e legitimação do
conhecimento científico, pois este conhecimento leva ao registro de seu tempo e tem um compromisso com a
reaidadehistórico-social na qual é produzido.
A pesquisa científica que você desenvolverá nessa disciplina será parte da construção de um trabalho acadêmico, nesse caso:
o relatório final de prática de ensino em História I.
Por isso, é importante perceber que trazer para o campo da formação docente reflexões sobre a relevância da pesquisa
científica como mecanismo de articulação entre a ciência da educação, e entre formação docente e a realidade escolar
representa um compromisso político com a produção e democratização do conhecimento.
Atenção
Essas reflexões também são fundamentais para que você pense sobre a importância social de sua formação continuada, bem
como sobre o quanto é fundamental associar a teoria à prática, a partir da leitura dos textos sugeridos ao longo de seu curso e da
observação do cotidiano escolar.
Você pode ainda procurar as suas próprias fontes de pesquisa, entretanto, alertamos para o fato de que a pesquisa através da
Internet deve ser realizada em sites com credibilidade, como por exemplo, sites de universidades, centros de pesquisa, jornais,
revistas etc. Procure evitar pesquisar em blogs, pois os mesmos são de caráter pessoal e o seu conteúdo não foi submetido à
uma comissão de avaliação científica.
Saiba mais
Saiba Como fazer uma investigação da realidade.
O Relatório e a Pesquisa
Está claro que o nosso relatório será desenvolvido a partir de uma pesquisa de campo participativa, onde poderão ser utilizados
os diferentes instrumentos ligados à pesquisa qualitativa. O relatório de estágio supervisionado é parte do movimento de
produção de conhecimento científico.
A pesquisa sobre o cotidiano escolar produz conhecimento teórico-prático fundamental para as discussões no meio
acadêmico, sobretudo para os cursos de formação docente, tanto quanto podem fundamentar as práticas docentes nas
escolas. Por isso, conhecer a escola não é apenas quantificar, ou adquirir noções de seu funcionamento administrativo e
pedagógico, mas, principalmente, compreender seu papel como instituição produtora de conhecimentos científicos a partir de
um contexto sociopolítico.
Ao fazermos uma pesquisa de campo, que terá como produto final o relatório, temos que ter uma preparação para que
possamos entrar nesse cotidiano escolar que é um espaço-tempo de produções e enredamentos de saberes, imaginações,
criações, memórias, projetos institucionais, discursos, representações e significados.
Você perceberá que existe toda uma gama de ações diversas neste espaço-tempo com o qual nós, pesquisadores,
estabeleceremos relações com os sujeitos que lá estarão, o que quer dizer que faremos parte do cotidiano estudado.
Por isso estudar esse cotidiano utilizando um modelo tradicional, focado, somente no olhar, na quantificação não dá conta da
complexidade e da realidade escolar, temos que incluir outros sentimentos, atitudes e sentidos como: discutir, compartilhar,
ajudar, ouvir, tocar, degustar, cheirar, compartilhar.
Não se esqueça de que, apesar da nossa pesquisa caracterizar-se por possuir uma estrutura, pois trouxemos os principais
pontos a serem observados na escola, conforme o observado na aula 1, você também pode e deve construí-la de forma
espontânea, pois as relações presentes na escola também são reinventadas diariamente.
Não perca o foco! Uma formação profissiona reflexiva deve Buscar uma
educação transformadora, o que implica no questionamento do caráter da
formação inicial dos professores, do papel das instituições escolares e,
especialmente, no papel da prática do estágio supervisionado;
A reflexão deve ainda ultrapassar o plano da competência, no sentido do aprender a refletir, e se posicionar como um caminho
para a compreensão dos problemas e necessidades, dando sentido às ideias, à teoria (BARRETO, 2006). Vale ressaltar que os
caminhos que conduzem à práxis são norteados pela teoria e pela consciência de que ela é determinante da práxis. Teoria e
prática são indissociáveis (KOSIK,1976, p. 23 apud BARRETO, 2006, p. 21).
A formação inicial de professores em História, ou seja, nossa graduação, e o estágio devem buscar apoio na investigação da
realidade, intencionalmente, marcados por um processo dialético contínuo entre os professores-formadores e os futuros
professores.
Saiba mais
Entenda melhor como é feita essa investigação da realidade
Em relação a todas as idas que serão realizadas na instituição escolhida para o campo de estágio, será importante fazer
registros sistemáticos que permitam identificar os principais momentos vivenciados durante as observações e as atuações
pedagógicas.
Isso porque, durante o decorrer do estágio, são muitas situações que irão surgir, e será o caderno de campo que facilitará a
dissertação dos aspectos mais importantes, com uma riqueza de detalhes que só o registro diário permitirá. Além desses
aspectos, descrever todos os acontecimentos considerados importantes ou incomuns que ocorreram no dia, para que, em
seguida, na universidade, durante a aula, o estagiário possa compartilhar em sala com a professora e os outros colegas de
estágio.
É possível encontrar instituições que não oferecem estrutura de trabalho adequada, capaz de permitir um atendimento de
qualidade às crianças. Os relatórios dos estagiários são documentos que permitirão denunciar as inadequações que não
atendem aos critérios e diretrizes indicados pelo Governo Federal. É preciso fazer considerações que contextualizem a prática
inadequada, relacionando-a, em algumas circunstâncias, à ausência da formação continuada destinada aos professores, às
reuniões de equipe e à supervisão pedagógica.
Resgatar a memória da importância de professores, e da escola na sua vida de aluno, com as suas referências e valores
construídos, as lembranças agradáveis e as experiências desagradáveis, por exemplo, possibilita uma abordagem que
ressignifica a situação atual vivida, ampliando a perspectiva do ser professor.
Através da memória temos a oportunidade para o exercício de reflexão e autorreflexão, a partir do rememorar e avaliar as
vivências marcantes de nossa vida escolar, pois, ao mesmo tempo.
Comentário
A prática da memória é fundamental para reflexão e autorreflexão, sobre o itinerário de formação do futuro professor, provocando
a relembrar a época escolar da infância e/ou adolescência.
A partir das lembranças e e da data de anáise sobre estas,tomamos ciência dos(pré) conceitos subjetivos do ser professor e o
ser aluno. Desta maneira abre-se um espaço para o exercício do refletir sobre si mesmo, suas ideias e pensamentos
possibiitando a construção de uma nova rede de significados do que significa ser professor e aluno.
Através dos resgates de memória podemos identificar, também, as qualidades dos professores com relação ao afeto, cuidado,
dedicação e paciência.
Além dessas posturas e atitudes do professor, há o destaque do trabalho de mediação pedagógica efetuado pelo docente,
demonstrando o mérito de ‘aprenderensinaraprender’ o conteúdo com prazer e gosto.
Ao investigar a sua biografia, entende-se momentos e sentimentos na promoção do autoconhecimento, que ajudam na tomada
da consciência reflexiva do passado, das situações e das redes de relações complexas que o formam como um ser histórico,
como nos alerta Paulo Freire.
Dica
Escolha uma ou mais fotografias da sua infância ou adolescência escolar e relate, por escrito, suas lembranças desse período.
Certamente você, ao fazer esse exercício, rememorou várias imagens de sua escola e de seus professores, bem como refletiu
sobre as transformações ocorridas desde então. A imagem que você possuía de sua escola e de seus professores condiz com a
atual? O que mudou?
Notas
Título modal 1
Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente
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indústria tipográfica e de impressos.
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Referências
indústria tipográfica e de impressos.
ALVES, Neila Guimarães; AZEVEDO, Joanir Gomes de. (Orgs.) Formação de professores: possibilidades do imprevisível. Rio de
Janeiro: DP&A, 2004.
BOTH, Ivo José. Avaliação planejada, aprendizagem consentida e ensinada. É ensinando que se avalia/é avaliando que se
ensina Ibex: Curitiba, 2008.
DINIZ, Reinaldo Ramos; OLIVEIRA, Inês Barbosa (Orgs.) Ação sindical, ação educativa e produção acadêmica. Rio de Janeiro:
DP&A, 2004.
ESTEBAN, Maria Teresa (Org.).Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
MACEDO, Elizabeth; OLIVEIRA, Inês B.; MANHÃES, Luiz Carlos; ALVES, Nilda (Orgs.). Criar currículo no cotidiano. São Paulo:
Cortez, 2002.
PASSIVI, Elza Yasuko (Org.). Prática de ensino de geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007.
PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez Editora, 2002.
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O processo histórico social de elaboração das políticas públicas em educação no Brasil, através da reflexão sobre os
conceitos de instituído e o instituinte em educação.