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Material Teórico
Material Complementar
DESAFIO
Situação-Problema 1
Situação-Problema 2
Situação-Problema 3
Problema em Foco
ATIVIDADE
Atividade de Entrega
R EFER ÊN CIAS
Referências
1/8
Material Teórico
Olá, estudante!
Vamos iniciar a disciplina abordando os conceitos necessários para que você possa realizar a
atividade através das situações-problema mais à frente.
Introdução
Estamos começando o Projeto Integrador Transdisciplinar em Pedagogia. Esta Disciplina é bastante
interessante para a sua formação, tanto acadêmica quanto profissionalmente, pois lhe proporcionará
a possibilidade de articular os diferentes conceitos desenvolvidos em seu curso, criando situações
de simulação da realidade, por meio dos estudos de caso e lhe colocando diante de tomadas de
decisão.
A elaboração de um projeto de intervenção, partindo da escolha de um dos estudos de caso que
serão apresentados, possibilita a reflexão sobre a situação e decisão que você tomará para resolver
tal situação. Estes momentos serão muito ricos para a sua formação profissional.
Não se esqueça de consultar os seus materiais acumulados no decorrer das disciplinas cursadas,
pois certamente lhe auxiliarão nas tomadas de decisão e, se for necessário, realize outras pesquisas
que possam complementar seus estudos.
Bom trabalho!
Objetivos De Aprendizagem
A Disciplina Projeto Integrador Transdisciplinar possibilita ao estudante:
Reflita
Você sabe a diferença entre os conceitos inter, pluri, multi e
transdisciplinaridade?
Pensar de forma mais ampla as questões vem sendo pauta de discussão de diferentes áreas do
conhecimento – e não é diferente na Pedagogia. A própria base epistemológica da área traz a noção
da interdisciplinaridade.
Glossário
Epistemologia: substantivo feminino [...]
Você já deve ter escutado várias vezes a expressão “sair da caixinha”, não é mesmo? A ideia destes
conceitos tem relação com esta expressão.
Glossário
Disciplina: substantivo feminino [...]
O significado, de forma geral, parte do pressuposto da existência de regras, que serão seguidas e
nortearão ações, certo? Por exemplo, “aquele sujeito é disciplinado”.
Ademais, na escola o termo também é utilizado: “No quinto ano os estudantes terão seis disciplinas”.
Você acha que os significados são diferentes? Com certeza, não. Quando utilizamos o termo
disciplina, na escola, estamos tratando de conhecimentos que foram organizados seguindo regras
científicas e que constituíram uma disciplina que segue princípios daquela determinada área de
conhecimento – viu como os sentidos se aproximam?
Quando olhamos uma praça, pensamos necessariamente em Botânica, por exemplo? A Botânica é
uma subárea da Biologia. Normalmente, não pensamos isso, não é mesmo? Apenas observamos a
beleza das plantas.
Quando vemos um arco-íris formado após uma chuva, pensamos na Lei da Física que explica esse
fenômeno? Não; tiramos uma fotografia e a postamos em nossas redes sociais, não é mesmo?
Aonde queremos chegar com tudo isso? A organização do conhecimento em disciplinas foi uma
“invenção” da própria Ciência e de suas especificidades. O homem, conforme foi pesquisando as
coisas do mundo, descobrindo novas coisas, sentiu a necessidade de organizar este conhecimento e
o classificar, criando categorias que se tornaram as diferentes áreas do conhecimento e suas
subáreas. A escola acabou incorporando este modo de organização e levou para sua estrutura,
criando as disciplinas escolares.
Cada vez mais vemos a criação de novas áreas de conhecimento que, até pouco tempo, podiam ser
discussões pontuais dentro de uma grande área. Um exemplo recente foi o surgimento da Ecologia
como área do conhecimento. Tratava-se de subárea da Biologia e discutia o meio ambiente e os
seres vivos que vivem nele, mas a discussão sobre meio ambiente ficou tão importante que a
Ecologia, com seus estudos avançados, tornou-se uma área específica do conhecimento,
separando-se, de certa forma, da Biologia.
Trocando Ideias...
Compreendemos que pensar a Ecologia sob o modo simplificado reduz o
campo de visão e de compreensão sobre a realidade dos fenômenos, visto
que este modelo separa o sujeito do objeto de estudo, o ensino da
pesquisa, o aluno do professor, a teoria e prática, definindo como verdade
aquilo que é verificável, quantificável, objetivo, evidente. Neste modelo, a
Ecologia toma uma forma puramente aplicada, pois vive em um sistema
fechado, onde não comporta trocas com o exterior. Porém, entendemos
que toda Ciência depende de outra para ser compreendida como, por
exemplo, a Ecologia dependeu da Biologia para emergir e ganhar sua
própria forma (NEVES; BORGES; SOUZA, 2015, p. 6.603)
Voltemos para a nossa discussão inicial sobre a ideia de disciplina e “sair da caixinha”.
A interdisciplinaridade deve ser encarada, acima de tudo, como uma forma de vermos e agirmos
sobre as coisas – e não somente como uma metodologia a ser aplicada.
Enquanto relação entre interdisciplinaridade e integração, podemos entender que esse processo
pode ser mais intenso ou menos intenso, de modo que podemos pensar em diferentes níveis de
interdisciplinaridade. Comecemos, então, pela multidisciplinaridade.
De acordo com Paviani (2008, p. 53), na multidisciplinaridade com o que ele chama de “aproximações
externas”.
“[...] realiza-se uma soma de resultados, os de pontos de vista sobre o mesmo objeto ou
problema. Cada Disciplina continua intocável, não sofre nenhuma interferência em sua
estrutura interna. Esse procedimento reúne Ciências e disciplinas a serviço de
finalidades artificiais, sem uma interação teórica e metodológica. ”
Figura 1 – Esquema da multidisciplinaridade
Note que há três figuras colocadas uma ao lado da outra: círculo azul com a escrita em seu interior –
Disciplina A –; retângulo verde com a escrita em seu interior – Disciplina B –; triângulo laranja com a
escrita em seu interior – Disciplina C. De cada uma dessas figuras sai uma flecha direcionada a um
retângulo amarelo, que está abaixo destas figuras e, dentro dele, escrito Projeto D.
Passando para um nível um pouco mais elevado temos a pluridisciplinaridade. Partiremos do mesmo
gráfico utilizado para representar a multidisciplinaridade, mas alteraremos as relações; vejamos:
Figura 2 – Representação gráfica da pluridisciplinaridade
Perceba que há figuras colocadas uma ao lado da outra, ligadas por flechas que possuem ponteiras
e que indicam movimento para os dois lados. Círculo azul com a escrita em seu interior – Disciplina A
–; retângulo verde com a escrita em seu interior – Disciplina B –; triângulo laranja com a escrita em
seu interior – Disciplina C. Abaixo destas figuras temos um retângulo amarelo e, dentro dele, escrito
Projeto D. Saindo dele temos uma flecha de cada lado com ponteiras indicando para cima em
direção ao círculo azul e ao triângulo laranja.
Nesta representação podemos observar que a colocação das flechas interligando as figuras, que
representam as disciplinas, criou um movimento de cooperação entre as quais. Porém, ainda não há
uma relação real. As disciplinas continuam isoladas; cada uma com os seus objetivos específicos e o
projeto sendo um produto isolado deste trabalho.
O nível mais elevado de cooperação seria, portanto, a interdisciplinaridade – vamos analisar o seu
gráfico?
Figura 3 – Representação gráfica da interdisciplinaridade
Note que há quatro peças com formato de roldanas interligadas. A primeira é uma roldana azul com
a escrita – Disciplina A –; conectada a esta temos a roldana verde com a escrita – Disciplina B –;
conectada a ela figura a roldana laranja com a escrita – Disciplina C –; e por último, conectada à
roldana laranja há uma roldana amarela com a escrita – Projeto D. Ligando as roldanas temos flechas
que circulam o gráfico, indicando movimento contínuo.
Este gráfico traz uma ideia de dinamismo, de movimento, já que roldanas interligadas sugerem peças
de um motor que funciona harmonicamente. O projeto, igualmente representado por uma roldana,
mostra que ele faz parte do processo e foi resultado do trabalho de todos.
rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos não seria
suficiente. Seria preciso uma atitude e postura interdisciplinar. Atitude de busca,
envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento.
1. Integração de conteúdos;
Glossário
Trans-: (latim trans, além de)
prefixo
Elemento que significa além de, para além de, em troca de, ao través,
para trás, através. (Algumas vezes contrai-se em tras- [trasbordar], em
tres- [tresmalhar] e em tra- [tramontana].)
De acordo com Rodrigues (2016 apud SOMMERMAN; MELLO; BARROS, 2002, p. 2), o conceito de
transdisciplinaridade é:
“[...] uma teoria do conhecimento, é uma compreensão de processos, é um diálogo entre
as diferentes áreas do saber e uma aventura do espírito. [...] é uma nova atitude, é a
assimilação de uma cultura, é uma arte, no sentido da capacidade de articular a
multirreferencialidade e a multidimensionalidade do ser humano e do mundo. [...]
Implica, também, em aprendermos a decodificar as informações provenientes dos
diferentes níveis que compõem o ser humano e como eles repercutem uns nos outros.
A transdisciplinaridade transforma nosso olhar sobre o individual, o cultural e o social,
remetendo para a reflexão respeitosa e aberta sobre as culturas do presente e do
passado, do Ocidente e do Oriente, buscando contribuir para a sustentabilidade do ser
humano e da sociedade.”
Assim, para que o professor desenvolva propostas que sigam na direção da interdisciplinaridade – e
até mesmo da transdisciplinaridade –, terá que rever suas ideias sobre habilidades e competências.
Se pensarmos na escola que tínhamos a quatro ou cinco décadas atrás, quais eram as habilidades
que se solicitavam dos alunos? A mais solicitada era, sem dúvida, a habilidade de memorizar,
especialmente cobrada nas avaliações. Outra habilidade muito solicitada era a cópia. As duas juntas
eram a base da educação. Essas habilidades fazem sentido para a nossa educação atual? Mais do que
isso, fazem sentido para os nossos alunos de hoje?
Resgataremos o conceito de competência estabelecido por Perrenoud (1999), de modo que para
esse autor a ideia de competência é a capacidade de, diante de uma situação-problema, o indivíduo
articular conceitos para resolver problemas de forma inédita e criativa. De acordo com Silva e
Felicetti (2014, p. 19)
“[...] o autor, Perrenoud, igualmente afirma que competências não são objetivos, não são
induções e deduções, onde são utilizados esquemas de alto nível. Portanto, para o autor,
a habilidade é uma série de procedimentos mentais que o indivíduo aciona para resolver
uma situação real, onde ele precise tomar uma decisão. Por exemplo, quando um aluno
está aprendendo a multiplicar ele utiliza a habilidade da adição e da conservação do
número, que ele já possui, para resolver o novo problema.”
Podemos concluir que, segundo Silva e Felicetti (2014, p. 20), as habilidades são relacionadas à
prática do saber fazer e surgem das competências já desenvolvidas que se transformam em
habilidades.
Todos os autores que discutem essa questão tendem a ser unânimes em dizer que, para que
habilidades e competências sejam desenvolvidas nos alunos, torna-se necessário que os
professores mudem a forma de pensar a educação.
Pensar interdisciplinarmente, ou seja, desenvolver ações pensadas de forma a envolver os
diferentes atores do processo, especificar objetivos comuns, dialogar e trocar experiências
correspondem à verdadeira proposta interdisciplinar. Esta postura é o que esperamos de equipes de
trabalho, porém, a cultura do trabalho individual ainda é forte em nós.
Vídeos
ASSISTA
ASSISTA
Viu como estes conceitos têm relação com o início de nossa discussão?
Nesta Disciplina a ideia é que você vá além, no sentido de pensar além das disciplinas e se colocar
em uma postura transdisciplinar; olhar para além do que está estabelecido para poder avançar,
propor soluções inovadoras, dinâmicas, que possam ser compartilhadas com profissionais de outras
áreas e, acima de tudo, ter o indivíduo, a pessoa que está sob os seus cuidados e futura pedagoga,
como o centro de suas ações.
A busca será sempre o desenvolvimento das crianças e dos jovens, sendo este o foco da atuação
pedagógica.
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Material Complementar
LEITURAS
Interdisciplinaridade de A a Z
https://bit.ly/3LFNErB
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Situação-Problema 1
Caro(a), estudante.
Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.
Maria é uma pedagoga, professora da Educação Infantil e a coordenação da escola solicitou que ela
e as outras duas professoras, que também atuam com a mesma faixa etária, adequassem o
planejamento das turmas às novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a
Educação Infantil. O documento da BNCC traz a proposta dos campos de experiência, que se
organizam de forma interdisciplinar.
- BRASIL, 2018, p. 43
Assim, a coordenação pediu que as professoras pensem sobre as alterações e entreguem uma
proposta de trabalho. Cada uma delas foi para sua sala, pensaram as propostas e encaminharam para
a coordenação.
Estas profissionais estão agindo de acordo com qual dos princípios estudados em nossa Disciplina?
Qual proposta de ação você sugeriria para uma intervenção mais eficiente em relação à elaboração
da nova proposta de currículo?
Estas perguntas não precisam ser respondidas de forma escrita, mas lhe auxiliarão nas tomadas de
decisão no momento de elaborar o Projeto de Intervenção.
Boa atividade!
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Situação-Problema 2
Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.
Gisele, a coordenadora da Escola Somos Todos Felizes, como era usual, reuniu-se com seus
professores do Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano, para conversarem sobre as alterações
sugeridas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), previstas para os currículos. Essa escola
conta com pedagogos que assumiam as disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências,
História e Geografia, além de professores especialistas para Inglês, Artes e Educação Física.
De acordo com a BNCC, precisamos pensar o currículo nas seguintes áreas: Linguagens, Matemática,
Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino Religioso.
A coordenação pediu que os professores sugerissem uma reorganização que contemplasse o que o
documento da BNCC propunha. Gisele pediu que eles se organizassem da seguinte forma:
professores de História, Geografia e Ciências formariam um grupo, professores de Língua
Portuguesa e Matemática, outro grupo, enquanto os especialistas poderiam transitar entre os dois
grupos.
Os grupos conversaram e, posteriormente, cada um foi para sua casa e ficaram de enviar suas
propostas individuais para Gisele. A coordenação recebeu, então, as diferentes propostas.
Como você vê esta situação?
Estas profissionais estão agindo de acordo com qual dos princípios estudados em nossa Disciplina?
Qual proposta de ação você sugeriria para uma intervenção mais eficiente em relação à elaboração
da nova proposta?
Estas perguntas não precisam ser respondidas de forma escrita, mas lhe auxiliarão nas tomadas de
decisão no momento de elaborar o Projeto de Intervenção.
Boa atividade!
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Situação-Problema 3
Atente-se à situação profissional que você precisará entender para poder realizar a atividade.
A professora Rosana recebeu a turma do 1º ano do Ensino Fundamental naquele início de ano letivo.
Na organização atual, é neste ano que as crianças começarão o processo de alfabetização.
Rosana pegou o seu plano de ensino de 2021, fez uma breve revisão e achou que estava adequado.
Ela tinha elaborado um plano de ensino para cada disciplina e manteve assim. Em seus planos havia
objetivos específicos para cada disciplina, bem como uma lista de conteúdos e as metodologias que
usaria para desenvolver as suas aulas.
Finalizada a sua revisão, encaminhou para a coordenação.
Esta profissional está agindo de acordo com qual dos princípios estudados em nossa Disciplina?
Essa proposta de ação será eficiente para as ações solicitadas pela coordenação?
Estas perguntas não precisam ser respondidas de forma escrita, mas lhe auxiliarão nas tomadas de
decisão no momento de elaborar o Projeto de Intervenção.
Boa atividade!
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Problema em Foco
Caro(a) aluno(a),
Em cada estudo de caso, algumas perguntas que servirão de Norte na elaboração de seu projeto de
intervenção poderão ser aproveitadas.
Atividade de Entrega
Referências
PAVIANI, J. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. 2. ed. Caxias do Sul: Educs, 2008. (e-book).
SILVA, G. B.; FELICETTI, V. L. Habilidades e competências na prática docente. Educação Por Escrito,
Porto Alegre, v. 5, n. 1, p. 17-29, 2014. Disponível em:
<https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/porescrito/article/view/14919/11497>. Acesso
em: 06/03/2022.
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