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1. Surgimento da Técnica 3
2. Subpersonalidades 4
4. Intenção positiva 6
Por exemplo, se juntarmos a parte A com a parte B, não teremos como resultado a
soma das partes (A+B) mas sim a criação de uma terceira parte, a parte C.Segundo o
critério da transponibilidade, independentemente dos elementos que compõem determinado
objeto, a forma é que sobressai.
Schwartz publicou seu livro principal em 1995, baseado em seu trabalho do início
dos anos 80; os Watkinses publicaram o deles em 1997, com base em seu trabalho desde o
início dos anos 70. A terapia de partes foi fortemente influenciada por esses modelos, mas
ela se difere em vários pontos.
Por muitas vezes, pode ser instintivo que seu cliente queira eliminar alguma
subpersonalidade durante o processo terapêutico. Como no momento do processo
terapêutico a subpersonalidade muitas vezes representa um comportamento/emoção
negativa, é comum que seu cliente acredite que a solução correta seja simplesmente
eliminar a parte.
É necessário que seu cliente compreenda que todas as partes, mesmo que em
algum momento causem emoções negativas, são partes importantes e vitais da sua
personalidade. Por isso, não podem ser reprimidos ou eliminados. Mas podem ser
trabalhados e transformados.
Sabemos que nossa mente tem um instinto relativamente simples: busca prazer e
foge da dor. Compreendendo esse conceito básico, fica simples de concluir que nossas
subpersonalidades tem um instinto muito semelhante, buscando prazer e nos fazendo fugir
da dor.
Então, toda subpersonalidade que temos, acaba sendo criada com uma intenção
positiva, ou seja, há uma intenção da parte em “proteger” o sujeito. O que ocorre, é que
muitas vezes as intenções positivas de uma parte vão “contra” a intenção positiva de outra
parte. Aí surge o que chamamos de conflito interno.
Porém, é válido lembrar que essa mesma subpersonalidade que é responsável por
essas emoções negativas, também é responsável por várias outras emoções positivas,
porém, em situações diferentes. Cada parte tem seu propósito e intenção positiva.
Por exemplo, seu cliente pode vir a sua clínica com queixa de baixa auto-estima.
Apesar de ser útil para eliciar o problema, “baixa auto-estima” não é muito específico e pode
ter uma gama de comportamentos e sentimentos relacionados. Ou seja, é constituído de
várias subpersonalidades. Por isso, é necessário eliciar o problema e eliciar também o
particionamento escolhido. Você pode por exemplo, eliciar “não saber dizer NÃO!” dentro
do problema de auto-estima do seu cliente.
É muito importante particionar corretamente o problema, pois assim fica muito mais
fácil de encontrar a parte (subpersonalidade) responsável pelo problema. Uma maneira
simples de encontrar a parte que carrega o problema, é simplesmente trazendo uma
memória sobre o problema.
Você pode, por exemplo, dizer “Quero que você lembre daquele dia em que alguém
pediu para fazer algo que você não queria fazer e você não soube dizer não”. Isso irá eliciar
o problema e já eliciar também o particionamento do problema que você quer trabalhar.
Agora, basta trazer a parte responsável pelo problema. Para isso, você pode
dizer ao seu cliente “Imagine agora que essa parte sua, que não sabe dizer não, está agora
na sua frente”. Você pode também solicitar ao seu cliente para criar essa imagem, como
“Essa sua parte que não sabe dizer não, quero que você crie uma representação visual
dessa parte, para você poder conversar e interagir com ela”.
Caso seu cliente ainda encontre dificuldades em criar uma representação interna
daquela parte, você pode fazer com que seu cliente retorne a uma memória em que a
subpersonalidade está ativada e interaja com ela através dessa memória. Processo muito
semelhante à ressignificação do protocolo de regressão de memória da Comunidade
Marcilio.
Evite de sugerir nomes para as partes do seu cliente. Sempre solicite que ele crie o
nome para a parte, ou que ele pergunte à parte qual é o nome dela.
Após a definição da parte associada ao problema, você pode optar por uma gama
de abordagens e maneiras de trabalhar com essas partes. Neste curso, trouxe as quatro
principais técnicas de trabalho de partes, que podem ser aplicadas e trabalhadas nos
momentos mais propícios.
Em alguns casos de conflitos internos, muitas vezes parece difícil fazer com que
uma subpersonalidade mude seu comportamento. Algumas intenções positivas são muito
difíceis de serem compreendidas por outras subpersonalidades, fazendo com que o conflito
interno seja sempre alimentado.
Porém, vale lembrar que, mesmo que cada subpersonalidade tenha suas intenções
positivas, todas elas sempre estarão trabalhando para o bem do seu cliente. Por mais que
cada uma tenha seus motivos, todas são motivadas pelo bem do todo. É nesse ponto que a
técnica de Expressão da Subpersonalidade entra em cena.
Ao encontrar dificuldades para trabalhar com uma das partes, pode-se sempre
trabalhar com suas memórias para que facilite o trabalho de partes. Existem três
abordagens simples de memórias que você pode fazer com seu cliente, que vão trazer
excelentes resultados:
Trabalho de Metáforas: Caso você não queira ressignificar as memórias, você pode
fazer um trabalho de metáforas para essa parte. Você pode, por exemplo, usar a metáfora
da “luz azul” para auxiliar a parte problemática ou pode criar uma poderosa metáfora visual,
como por exemplo, colocar a subpersonalidade em uma cachoeira, fazendo com que as
águas levassem as memórias e sentimentos ruins embora.
Com as partes bem definidas, você pode utilizá-las nas técnicas de psicodrama das
partes. Uma técnica muito interessante é a de criação de cenários. É possível, por
exemplo, você criar uma situação problemática hipotética e solicitar primeiramente que a
Subpersonalidade problemática passe pela situação. Depois, você pode pedir para a outra
subpersonalidade passar pela mesma situação. Podendo assim, trabalhar com o ponto de
vista de ambas as subpersonalidades e facilitando uma resolução de partes.
Outra técnica que pode ser aplicada é a de reviver memórias. Você pode solicitar
para o seu cliente regressar a uma memória específica e solicitar que ele reviva a situação,
sendo influenciado por uma das partes e depois influenciada pela outra parte. Dessa
maneira, é possível ver as mudanças, efeitos positivos e negativos que ocorrem com o seu
cliente ao ser influenciado pela parte problemática e pela parte que quer resolver o
problema.
Assim como ocorre em um acordo entre duas pessoas, um acordo entre duas
subpersonalidades pode “não ir tão bem” quanto parecia durante o processo terapêutico.
Isso ocorre, porque após a terapia, o seu cliente volta à sua vida normal. E é durante o
dia-a-dia que o acordo é posto à prova.
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