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Aline Medeiros dos Santos - alinemedeiros634@gmail.com - CPF: 003.948.621-47


Sumário

1. Surgimento da Técnica 3

2. Subpersonalidades 4

3. Regras básicas da subpersonalidade 5

4. Intenção positiva 6

5. Terapia de Partes com hipnose 7


5.1 Hipnose e Lugar Seguro 7
5.2 Eliciar e particionar o problema 8
5.3. Encontrar a parte que carrega o problema 9
5.4. Nominando as partes 10
5.5. Trabalho de Partes 11
5.5.1. Expressão da Subpersonalidade 11
5.5.2. Memórias da Subpersonalidade 12
5.5.3. Psicodrama das partes 13
5.5.4. Negociação das partes 13

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1. Surgimento da Técnica

A Gestalt, é uma doutrina que defende que, para se compreender as partes, é


preciso, antes, compreender o todo. Refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o
que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar". De acordo com a teoria gestáltica, não
se pode ter conhecimento do "todo" por meio de suas partes, pois o “todo” é outro e não a
soma de suas partes.

Por exemplo, se juntarmos a parte A com a parte B, não teremos como resultado a
soma das partes (A+B) mas sim a criação de uma terceira parte, a parte C.Segundo o
critério da transponibilidade, independentemente dos elementos que compõem determinado
objeto, a forma é que sobressai.

Um outro exemplo, seriam as letras R, O, S, A que não apenas constituem uma


palavra em nossa mente, mas evoca também a imagem da flor, seu cheiro e seus
simbolismos. Propriedades essas que não tem relação direta com as letras que formam a
palavra.

A partir da Gestalt, dois modelos teóricos influenciaram fortemente o


desenvolvimento da Terapia das Partes. Temos a influência do IFS (Internal Family
Systems?) e do modelo de terapia Ego State de John e Helen Watkins.

Schwartz publicou seu livro principal em 1995, baseado em seu trabalho do início
dos anos 80; os Watkinses publicaram o deles em 1997, com base em seu trabalho desde o
início dos anos 70. A terapia de partes foi fortemente influenciada por esses modelos, mas
ela se difere em vários pontos.

Em outros protocolos, as “partes” a serem trabalhadas já são definidas ou


pré-definidas, como os estados do ego ou arquétipos. Diferente disso, a terapia de partes vê
a criação de partes, potencialmente ao longo da vida de uma pessoa, como uma expressão
de um processo de desenvolvimento humano universal que permite que as pessoas se
ajustem aos seus ambientes em mudança, tanto externos quanto físicos, bem como
mudanças internas provocadas pelo crescimento e amadurecimento.

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2. Subpersonalidades

O conteúdo primário de uma subpersonalidade, é um conjunto de memórias


autobiográficas que estão ligadas umas às outras por meio de um ou um pequeno número
de temas, como perda de um ente querido, um abuso, constrangimento pessoal ou
momentos alegres da vida.

É comum termos uma consciência mínima sobre a existência de “partes” nossas e


em alguns casos, há uma consciência plena da existência dessa parte. Cada
subpersonalidade tem um senso de identidade pessoal e um desejo de continuar a existir.

A maneira como expressamos nossas emoções ambivalentes sobre as coisas na


linguagem do nosso dia-a-dia reflete o reconhecimento de nossa multiplicidade natural. Por
exemplo, uma pessoa insatisfeita no trabalho pode dizer: “Uma parte de mim está tão
cansada da política no escritório, mas eu sei que meu sustento depende desse trabalho”.

Na maioria das vezes, uma subpersonalidade acaba tendo uma auto-representação


consistente. Mas podem ocorrer casos em que a subpersonalidade ainda não tem uma
auto-representação visual antes da terapia, mas acaba que essa parte geralmente adota
uma rapidamente.

Subpersonalidades que ainda não foram nominadas, podem variar


consideravelmente de acordo com o contexto que são necessárias. A partir do momento em
que essas subpersonalidades são nominadas, há uma padronização na subpersonalidade.
Você vai perceber que durante o processo terapêutico, algumas personalidades já vem com
seus nomes antes mesmo da terapia. Enquanto outras não tem nominação e preferem
assim, existem partes que não tem nome mas desejam ter.

Os nomes e as auto-representações visuais internas são muitas vezes metáforas,


mas o que eles representam são fenômenos reais da mente. À medida que surgem
situações novas e desafiadoras na vida de uma pessoa, essa pessoa desenvolve novas
partes para lidar com os desafios, se as partes existentes forem incapazes de funcionar no
ambiente alterado. A maioria desses momentos de criação de partes é negativa e dolorosa
de alguma forma, mas experiências positivas poderosas também podem criar novas partes.

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3. Regras básicas da subpersonalidade

Por muitas vezes, pode ser instintivo que seu cliente queira eliminar alguma
subpersonalidade durante o processo terapêutico. Como no momento do processo
terapêutico a subpersonalidade muitas vezes representa um comportamento/emoção
negativa, é comum que seu cliente acredite que a solução correta seja simplesmente
eliminar a parte.

Porém, isso não é possível. Como nossas subpersonalidades são moldadas de


acordo com nossas memórias e experiências, é impossível eliminar uma parte, pois ela é
constituída de memórias. Para eliminar a parte, seria necessário eliminar também as
memórias, o que sabemos não ser possível.

É necessário que seu cliente compreenda que todas as partes, mesmo que em
algum momento causem emoções negativas, são partes importantes e vitais da sua
personalidade. Por isso, não podem ser reprimidos ou eliminados. Mas podem ser
trabalhados e transformados.

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4. Intenção positiva

Como já citado anteriormente, é instintivo que em alguns casos, o cliente queira


simplesmente eliminar ou reprimir uma subpersonalidade. Porém, é importante saber que
cada subpersonalidade tem uma intenção positiva por trás.

Sabemos que nossa mente tem um instinto relativamente simples: busca prazer e
foge da dor. Compreendendo esse conceito básico, fica simples de concluir que nossas
subpersonalidades tem um instinto muito semelhante, buscando prazer e nos fazendo fugir
da dor.

Então, toda subpersonalidade que temos, acaba sendo criada com uma intenção
positiva, ou seja, há uma intenção da parte em “proteger” o sujeito. O que ocorre, é que
muitas vezes as intenções positivas de uma parte vão “contra” a intenção positiva de outra
parte. Aí surge o que chamamos de conflito interno.

Portanto, quando uma subpersonalidade está tendo um comportamento dito como


“negativo”, isso ocorre simplesmente porque essa parte está tentando continuar com sua
“intenção positiva”, mas está indo contra a “intenção positiva” de outra subpersonalidade.

Porém, é válido lembrar que essa mesma subpersonalidade que é responsável por
essas emoções negativas, também é responsável por várias outras emoções positivas,
porém, em situações diferentes. Cada parte tem seu propósito e intenção positiva.

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5. Terapia de Partes com hipnose

O protocolo de terapia de partes é muito simples de ser aplicado. Você como


terapeuta, perceberá que a prática levará você a ter cada vez melhores resultados. O
protocolo abaixo segue a linha aplicada com hipnose:

5.1 Hipnose e Lugar Seguro

O primeiro passo do protocolo é hipnotizar o seu cliente. Não há indução


específica para esse protocolo, o ideal é que você aplique a indução que mais você se
sente confortável em aplicar.

É importante também fazer um bom aprofundamento. Apesar da técnica não


necessitar que seu cliente esteja no estado sonambúlico, quanto mais profundo seu cliente
se encontra, mais fácil será o processo de terapia de partes.

Instalar e ancorar o lugar seguro também é de extrema importância. Mesmo que o


protocolo de terapia de partes tenha um risco muito baixo de ab-reação, por segurança, é
indicado que seja instalado o lugar seguro. É uma garantia para seu cliente e um ponto de
partida para a terapia: Se seu cliente está no lugar seguro, ele está pronto para a terapia.

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5.2 Eliciar e particionar o problema

O início do protocolo de terapia de partes se dá com o ato de eliciar o problema. A


separação de partes fica muito mais simples após eliciar do problema, pois já separa um
gama de emoções e comportamentos quando o problema é eliciado.

Você pode eliciar o problema como um todo e depois focar no particionamento


desse problema ou já pode eliciar diretamente o problema particionado. Quanto mais
específico for o problema, mais fácil será localizar a parte interna relevante e iniciar o
processo terapêutico.

Por exemplo, seu cliente pode vir a sua clínica com queixa de baixa auto-estima.
Apesar de ser útil para eliciar o problema, “baixa auto-estima” não é muito específico e pode
ter uma gama de comportamentos e sentimentos relacionados. Ou seja, é constituído de
várias subpersonalidades. Por isso, é necessário eliciar o problema e eliciar também o
particionamento escolhido. Você pode por exemplo, eliciar “não saber dizer NÃO!” dentro
do problema de auto-estima do seu cliente.

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5.3. Encontrar a parte que carrega o problema

É muito importante particionar corretamente o problema, pois assim fica muito mais
fácil de encontrar a parte (subpersonalidade) responsável pelo problema. Uma maneira
simples de encontrar a parte que carrega o problema, é simplesmente trazendo uma
memória sobre o problema.

Você pode, por exemplo, dizer “Quero que você lembre daquele dia em que alguém
pediu para fazer algo que você não queria fazer e você não soube dizer não”. Isso irá eliciar
o problema e já eliciar também o particionamento do problema que você quer trabalhar.

Agora, basta trazer a parte responsável pelo problema. Para isso, você pode
dizer ao seu cliente “Imagine agora que essa parte sua, que não sabe dizer não, está agora
na sua frente”. Você pode também solicitar ao seu cliente para criar essa imagem, como
“Essa sua parte que não sabe dizer não, quero que você crie uma representação visual
dessa parte, para você poder conversar e interagir com ela”.

A ideia é exatamente essa, criar uma representação visual interna da


subpersonalidade a ser trabalhada. Se em algum momento seu cliente tiver dificuldades em
criar uma representação visual dessa parte, você pode estimular novamente a memória,
aumentar os sentimentos que o cliente está sentindo e tentar trazer a representação da
subpersonalidade novamente.

Caso seu cliente ainda encontre dificuldades em criar uma representação interna
daquela parte, você pode fazer com que seu cliente retorne a uma memória em que a
subpersonalidade está ativada e interaja com ela através dessa memória. Processo muito
semelhante à ressignificação do protocolo de regressão de memória da Comunidade
Marcilio.

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5.4. Nominando as partes

Após definidas as partes, o processo de nominar as partes é de extrema


importância. Lembre-se que ao nomina-las, você está rotulando e isolando uma gama de
comportamentos, sentimentos e pensamentos específicos que vão ser trabalhados.

Evite de sugerir nomes para as partes do seu cliente. Sempre solicite que ele crie o
nome para a parte, ou que ele pergunte à parte qual é o nome dela.

Se ocorrer o cliente não aceitar nominar a parte ou a subpersonalidade não “aceitar”


nome, você pode se referir a essa subpersonalidade como “a sua parte que tem TAL
comportamento”

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5.5. Trabalho de Partes

Após a definição da parte associada ao problema, você pode optar por uma gama
de abordagens e maneiras de trabalhar com essas partes. Neste curso, trouxe as quatro
principais técnicas de trabalho de partes, que podem ser aplicadas e trabalhadas nos
momentos mais propícios.

5.5.1. Expressão da Subpersonalidade

Em alguns casos de conflitos internos, muitas vezes parece difícil fazer com que
uma subpersonalidade mude seu comportamento. Algumas intenções positivas são muito
difíceis de serem compreendidas por outras subpersonalidades, fazendo com que o conflito
interno seja sempre alimentado.

Porém, vale lembrar que, mesmo que cada subpersonalidade tenha suas intenções
positivas, todas elas sempre estarão trabalhando para o bem do seu cliente. Por mais que
cada uma tenha seus motivos, todas são motivadas pelo bem do todo. É nesse ponto que a
técnica de Expressão da Subpersonalidade entra em cena.

Você pode, por exemplo, conversar com a “subpersonalidade problemática” e


solicitar que ela se expresse e explique as outras subpersonalidades porque ela está tendo
esse tipo de comportamento.

Através da expressão, é possível fazer com que as outras partes compreendam e


acolham a parte problemática, pois compreendem que há uma intenção positiva em
defender o “todo” por essa parte. É possível que, com a expressão da subpersonalidade, as
outras partes entrem menos em conflito por compreenderem o comportamento dela ou pode
ocorrer de outras partes se disporem a ajudar a parte problemática para que ela transforme
seu comportamento.

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5.5.2. Memórias da Subpersonalidade

Essa é uma técnica complementar a técnica do tópico anterior, porém, utilizada em


uma situação exatamente oposta. Neste caso, vamos trabalhar personalidades que não
sabem porque se comportam assim ou não conseguem mudar seus comportamentos
devido a eventos passados que ocorreram com elas.

Como subpersonalidades são constituídas de memórias, há casos em que estão


incluídas nessas memórias, eventos traumáticos. Assim, podemos ter comportamentos
ditados por memórias reprimidas ou até mesmo comportamentos com mecanismos de
proteção.

Ao encontrar dificuldades para trabalhar com uma das partes, pode-se sempre
trabalhar com suas memórias para que facilite o trabalho de partes. Existem três
abordagens simples de memórias que você pode fazer com seu cliente, que vão trazer
excelentes resultados:

Auto-Conhecimento: Muitas vezes, apenas fazer com que a parte “assista” as


memórias das quais ela é constituída para entender seu comportamento. Muitas vezes, o
conhecimento das origens do seu comportamento podem ajudar sua parte a mudar esse
comportamento de vez.

Ressignificar memórias: Em alguns casos, os eventos traumáticos do passado não


permitem que uma subpersonalidade mude seu comportamento. O trauma alimenta o
comportamento, fazendo com que seja impossível que essa subpersonalidade mude
sozinha. Nesses casos, é necessário ressignificar as memórias traumáticas que constituem
a subpersonalidade.

Trabalho de Metáforas: Caso você não queira ressignificar as memórias, você pode
fazer um trabalho de metáforas para essa parte. Você pode, por exemplo, usar a metáfora
da “luz azul” para auxiliar a parte problemática ou pode criar uma poderosa metáfora visual,
como por exemplo, colocar a subpersonalidade em uma cachoeira, fazendo com que as
águas levassem as memórias e sentimentos ruins embora.

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5.5.3. Psicodrama das partes

A técnica de psicodrama, tem uma aplicação incrível que depende exclusivamente


da criatividade do terapeuta. No psicodrama das partes, você pode utilizar da técnica de
teatralização para auxiliar no processo terapêutico.

Com as partes bem definidas, você pode utilizá-las nas técnicas de psicodrama das
partes. Uma técnica muito interessante é a de criação de cenários. É possível, por
exemplo, você criar uma situação problemática hipotética e solicitar primeiramente que a
Subpersonalidade problemática passe pela situação. Depois, você pode pedir para a outra
subpersonalidade passar pela mesma situação. Podendo assim, trabalhar com o ponto de
vista de ambas as subpersonalidades e facilitando uma resolução de partes.

Outra técnica que pode ser aplicada é a de reviver memórias. Você pode solicitar
para o seu cliente regressar a uma memória específica e solicitar que ele reviva a situação,
sendo influenciado por uma das partes e depois influenciada pela outra parte. Dessa
maneira, é possível ver as mudanças, efeitos positivos e negativos que ocorrem com o seu
cliente ao ser influenciado pela parte problemática e pela parte que quer resolver o
problema.

5.5.4. Negociação das partes

Essa é a técnica mais popular para resolução na terapia de partes. A negociação de


partes tem um conceito simples: fazer ambas as partes chegarem em um acordo ou um
consenso. Mesmo sendo um conceito simples, você pode utilizar técnicas para deixar a
negociação mais simples e facilitar o processo terapêutico. Durante todo o processo de
partes, o terapêuta sempre vai atuar como um mediador entre as partes.

Motivação. Uma das técnicas iniciais de negociação de partes é trabalhar as


motivações de cada parte. Você pode tentar entender e solicitar para que as partes
expliquem suas motivações para os comportamentos. Conflitos mais leves podem ser
resolvidos dessa maneira.

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Listas. É possível, durante a negociação, solicitar que as partes criem listas. Essas
listas tem como objetivo facilitar a argumentação entre as partes. Então você pode solicitar,
por exemplo, listar “motivos para continuar com o comportamento X”, listar “os malefícios
que o comportamento Y tem”, listar “comportamentos da parte X que me afetam” entre
outros.

Acordo de Cláusulas. Nem sempre é possível que as partes se aceitem e entrem


em acordo harmoniosamente. Há muitos casos em que o acordo vai ser desconfortável para
ambas as partes. Isso porque para que elas entrem em acordo, ambas vão precisar ceder
em alguns momentos, para o bem do “todo”. Nesse caso, o acordo acontece com as partes
se comprometendo a modificar um comportamento em benefício da outra parte e
vice-versa. Lembre-se que é um acordo, não um convencimento. É preciso que seja bom
para todas as partes.

Assim como ocorre em um acordo entre duas pessoas, um acordo entre duas
subpersonalidades pode “não ir tão bem” quanto parecia durante o processo terapêutico.
Isso ocorre, porque após a terapia, o seu cliente volta à sua vida normal. E é durante o
dia-a-dia que o acordo é posto à prova.

Essas mudanças prometidas realmente foram efetivadas? Como isso alterou o


“todo”? Que comportamento não conseguiu ser modificado mesmo após o acordo? Muitas
vezes, ao ir para o dia-a-dia, as subpersonalidades perceberam algumas dificuldades não
previstas anteriormente durante o acordo. Então, não tem problema se você precisar
trabalhar com as mesmas partes novamente.

Dependendo do tipo de comportamento ou até mesmo, do tipo de subpersonalidade,


podem ser necessários mais trabalhos com as mesmas subpersonalidades. Você pode
auxiliar em novos acordos, mudanças nos acordos anteriores ou até mesmo, a utilização de
outras técnicas (como memória de partes ou psicodrama das partes por exemplo) antes de
tentar fazer uma negociação novamente entre as partes.

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