1) O documento discute as transformações no ensino de história ao longo do tempo e a importância de se ter uma metodologia ativa e dialética na sala de aula.
2) Também ressalta a importância da avaliação para medir o progresso dos estudantes e da gestão para melhorar os resultados com base no feedback das avaliações.
3) Destaca ainda estratégias de ensino ativas como jogos e discussões para despertar o interesse dos alunos além das aulas expositivas.
1) O documento discute as transformações no ensino de história ao longo do tempo e a importância de se ter uma metodologia ativa e dialética na sala de aula.
2) Também ressalta a importância da avaliação para medir o progresso dos estudantes e da gestão para melhorar os resultados com base no feedback das avaliações.
3) Destaca ainda estratégias de ensino ativas como jogos e discussões para despertar o interesse dos alunos além das aulas expositivas.
1) O documento discute as transformações no ensino de história ao longo do tempo e a importância de se ter uma metodologia ativa e dialética na sala de aula.
2) Também ressalta a importância da avaliação para medir o progresso dos estudantes e da gestão para melhorar os resultados com base no feedback das avaliações.
3) Destaca ainda estratégias de ensino ativas como jogos e discussões para despertar o interesse dos alunos além das aulas expositivas.
Disciplina: Metodologias do Ensino e Aprendizagem em História
Prof. Dr. José Antônio Moraes do Nascimento Henrique Arthur Lopes
Durante o semestre tivemos a oportunidade de aprender e compreender muitas das
qualidades necessárias para ser um “bom professor”. Uma das questões fundamentais nessa construção e nesse crescimento que tivemos foi aprender que durante muito tempo o ensino em geral no Brasil, incluindo a disciplina de história, era rodeado por uma leitura hierarquizada professor/aluno. No entanto, percebemos que essa visão da educação está ultrapassada, visto que é muito mais benéfico para o aprendizado e desenvolvimento dos estudantes (que deveria ser o propósito principal da educação) que se tenha uma visão ampla das responsabilidades pelo ensino aprendiagem, que não deve ser apenas do estudante, mas sistêmica, ou seja, a educação é um projeto e compromisso da instituição, da escola, dos professores, dos estudantes e da sociedade como um todo. Dito isto, vejo que para ser um professor de história devo me permanecer em uma constante postura de ouvinte, isto é, ter a capacidade de compartilhar e oferecer aquilo que aprendi, mas sempre entendendo para quem direciono este aprendizado. Neste sentido corroboro o que professor Mario Sergio Cortella ressalta: “Só é um bom ensinante, quem for um bom aprendente”. Assim, como qualquer outro professor, o ensinante de história necessita:“ter humildade pedagógica: que eu não sei tudo o tempo todo, e de todos os modos”. ( https://youtu.be/usoHTDQW5Pw. Acesso em: 30/11/2022) Além disso, é preciso estar em constante atualização, visto que os conteúdos, as estratégias, as normas e estruturas sociais (especialmente dos jovens) estão sempre mudando. É preciso assim, manter a mente ampla, aberta para compreender os estudantes no lugar e no contexto em que se situam e a partir disso oferecer o “sabor” do aprendizado em uma dinâmica de troca e não hierárquica como tradicionalmente se estabeleceu. Este aspecto de atualização e de estar atento à permanente mudança da sociedade também se aplica à disciplina de história. A matéria foi sendo construída e transformada ao longo do tempo no Brasil e no mundo e, como nosso professor José Antônio Nascimento ressaltou durante as aulas, o ensino de história esteve, da chegada dos europeus até hoje, em um processo de transformação, e nessa transformação as razões para o ensino de história também mudaram. Até o século XVIII, o ensino da história foi protagonizado pelos Jesuítas, no qual o estudo sempre teve um viés religioso e sem caráter científico. A história só seria definida como disciplina a partir do século XIX, mas mesmo então era utilizada para glorificar os feitos dos “grandes homens”, especialmente das pessoas ligadas à nobreza. O discurso histórico era sempre permeado por um caráter ideológico e nacionalista. A disciplina foi criando corpo no século XX, porém, com algumas exceções (como na Era Vargas) sempre nesse sentido de fortalecimento de uma identidade nacional. Apenas no final do século começa-se a valorizar a racionalidade e o cientificismo. A partir de então, o ensino de história passa a ter a preocupação com a cidadania. Não mais pensando apenas nos grandes feitos, a história passa a preocupar-se com o pensar crítico sobre a realidade que nos circunda, com as construções identitárias, e passa a não ser apenas um relato passivo sobre os acontecimentos, mas adquire intencionalidade, de demonstrar as pluralidades de visões de mundo, de instigar a autonomia e pensamento crítico da realidade, e de assumir uma postura de pesquisa e de ensino. Quando penso sobre essas razões para o ensino de história e busco na memória exemplos de uma aula e um professor que praticou essa intencionalidade lembro com muito carinho, uma aula que nunca esqueci, e que acredito que não esquecerei e descrevo a seguir: Ainda que recente (no semestre passado) tive aula de Brasil Império na UNISC, com um professor muito especial: pesquisador na área, com muito conhecimento sobre o assunto, além de ter um grande cuidado com cada um dos estudantes no que diz respeito ao tempo e contexto individuais. Na aula tivemos a oportunidade de debater sobre o período regêncial e tive a possibilidade de apresentar um trabalho sobre o tema. Lembro-me de ter estudado bastante o conteúdo, mas ficar bastante nervoso para apresentar. O professor e os colegas, no entanto, tiveram paciência e ouviram toda a apresentação e até uma música que tinha escolhido para apresentar junto com o trabalho. O que me marcou durante essa aula, assim como em várias outras, foi que o professor nos forneceu um ambiente em que pudessemos praticar desde cedo nossa autonomia como estudantes e (se tudo correr bem) futuros docentes. Me senti realmente em um local seguro de aprendizagem e percebi que este ambiente foi construído e planejado com muito cuidado por esse professor. Foi uma forma de me empoderar dos conteúdos da matéria, de forma que além de compreender o assunto eles tivessem significado para minha vida e eu pudesse partilhá-los com o grupo através da apresentação do trabalho. Foi um momento muito importante na minha jornada e quando eu tiver oportunidade de exercer a docência buscarei fazer atividades neste mesmo sentido, pois já vi que é uma maneira potente de nos conectarmos com a disciplina. O ensino de história é, portanto, também ter autonomia e criticidade para percebermos em nosso contexto sociocultural o que realmente funciona. Contudo, a simples experiência ou a memória do que foi bom ou ruim não é suficiente, é preciso ter sempre em mente a utilização de um rigor metodológico. O autor Celso Vasconcellos nos explica que para se ensinar história é necessário que “o sentido do próprio estudo tem que ser levado em conta para que encontremos uma disciplina significativa”( https://youtu.be/CUADal7ry_k . Acesso em: 30/11/2022) isto é, não basta que estudemos apenas o conteúdo da disciplina, mas que esse conteúdo tenha sentido para nossa realidade e nossas vidas. Para tanto, a metodologia mais utilizada e que o autor corrobora é a dialética. A metodologia dialética surge de uma crítica às metodologias tradicionais, às quais viam a educação como transmissão de conhecimento. A dialética se caracteriza pela visão do estudante como um ser humano ativo e de relações, que constrói o conhecimento na comunicação com os outros e com o mundo. Ao invés de incentivar a passividade como tradicionalmente se fazia, agora se prioriza e se incentiva a reflexão. A Metodologia Dialética é constituída por três momentos, que vão direcionar a aula. Em primeiro lugar a “Síncrese”: que é a mobilização para o conhecimento, seguido da “Análise”: a construção do conhecimento e finalizando com a “Síntese”: um fechamento, a síntese mesmo do que foi estudado. (VASCONCELLOS. Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In: Revista de Educação AEC. Brasília. Abril de 1992. n.83) A partir de uma metodologia bem estabelecida, tendo a aula corrido bem, é necessário saber se a educação está tendo os resultados pretendidos. Se aquilo que se planejou no início do ano está tendo o fim pretendido. Para isso, um instrumento fundamental na prática de qualquer professor é a avaliação. O professor Cipriano Luckesi, doutor em educação pela PUC-SP, define avaliação como um instrumento para “Garantir o sucesso, o melhor resultado de um determinado curso de ação.”; “A avalaição é utilizada como um diagnóstico que analisa e sinaliza se atingimos ou não as qualidades que esperavamos ou desejavamos atingir.” (https://youtu.be/JqSRs9Hqgtc. Acesso em: 01/12/2022). Isto posto, fica claro que sem avaliação não há como se ter a medida do avanço que determinada pessoa ou grupo tenham feitos. É como se ficassemos à deriva, sem qualquer referencial que nos ajude a administrar nossa evolução. Isto serve para qualquer área da vida, mas sua ausência é pontualmente prejudicial quando se diz respeito à educação. Porém, é importante salientar que a avaliação pela avaliação não constrói nada. Ela é um instrumento de medida, um mecanismo que ajuda a entender onde estamos situados na trilha da aprendizagem. Mas o que vai trazer as mudanças para que a avaliação se transforme é a gestão. Nisto o professor Luckesi também ressalta: “A avaliação simplesmente diz: ‘o produto da sua atividade ainda não tem o resultado que você espera’, então você quer fazer o quê a partir disso?’. Assim a avaliação produz um indicativo e a produção de novos resultados, mais favoráveis, depende da gestão.” (https://youtu.be/JqSRs9Hqgtc. Acesso em: 01/12/2022). Essa gestão se dá por meio das políticas públicas de ensino, da própria instituição e, também, pelo próprio professor. Este último, pode, a partir do feedback recebido pelas avaliações, repensar suas estratégias outro ítem fundamental na “mochila” docente. As estratégias de ensinagem devem sempre levar em conta os estudantes. O professor assim deve buscar meios para despertar o interesse de seus alunos. Quanto maior seu repertório de estratégias e técnicas, maiores as chances de uma aula alcançar e fazer sentido para os estudantes e ter bons resultados de aprendizagem. Dentre as principais estratégias (fora da tradicional aula-palestra) podemos citar: aula expositiva dialogada, estudo de texto, estudo dirigido, EAD, exercícios, jogos, discussões e até brincadeiras sempre com os meios adequados e seguros obviamente, que direcionem os estudantes ao aprendizado. Cabe salientar que os processos descritos acima só terão sentido na realidade nacional se tiverem coerência com a legislaçlão do país. Deste modo, é importante que o professor tenha rigor em apresentar os conteúdos baseado no referencial da LDB e da BNCC, além da escolha criteriosa de um bom livro didático. No entanto, as alterações legislativas ocorridas nas políticas de educação nos últimos anos, em especial a Lei nº 13.415/2017 que alterou a LDB e estabeleceu novas diretrizes para o ensino médio, dentre as quais a redução da carga horária das disciplinas de ciências humanas, o aumento das disciplinas das ciências exatas, a inserção de trilhas ou itinerários formativos e outras mudanças que de iníco tem tido bastante dificuldade para serem estabelecidas nas instituições de ensino, principalmente pela falta de estrutura. Essas mudanças ocorreram no nosso país mas tem origem em decisões de órgãos interncionais, que desde a década de 90 passam a ter a escola secundária com central em sua “agenda”, isso se dá, dentre outros fatores, pelo aumento da relevância do ensino médio para as necessidades do mercado de trabalho. Para concluir, percebi durante deste semestre que a prática docente não é nem um pouco fácil. Ao contrário, requer de nós todo esforço possível para se desenvolver as capacidades, os recursos e os ambientes necessários para que uma boa aula possa acontecer. Essa aula vai muito além do próprio ambiente em que os alunos se encontram. Ela é construída com um bom planejamento, um cultivo amoroso das relações com colegas professores e com os estudantes, do uso adequado das metodologias e de estratégias, do olhar de sí enquanto ser aprendente e em desenvolvimento e de “muuuita” paciência. É sempre um exercício, como diz o prof. Leandro Karnal, de plantar carvalho e não eucaliptos, fazendo uma analogia com algo que se cultiva, mas que provavelmente não se verá os resultados, mas que a motivação e o empenho estão vinculados à olhar além de sí e de seu próprio tempo e, ao contrário, olhar para e por aqueles que se ensina e para o futuro que pode ser construído para eles (https://youtu.be/oPUHX029ETI. Acesso em: 02/12/2022).