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CONCEITOS DE ENSINO, ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM1

Bruna da Silva Alves2


Naiara Elzinger2
Cléria Maria Wendling3
Introdução

O presente artigo pretende apresentar um levantamento preliminar decorrente


das primeiras ações desenvolvida no Programa Institucional de Bolsas para a Iniciação a
Docência (PIBID). O projeto desenvolvido pelo grupo de bolsista do curso de
pedagogia/campus de Cascavel conta com a participação de 15 sujeitos dois quais fazem
parte, uma professora coordenadora do projeto, duas professoras supervisoras da rede
municipal de ensino e doze acadêmicos(as) do curso de pedagogia.
O grupo trabalha questões básicas de alicerce da docência, a saber: o sentido da
profissão; o que é ser professor na sociedade em que vivemos; como ser professor; a
escola concreta; a realidade dos alunos nas escolas de ensino fundamental; a realidade
dos professores nessas escolas; o processo de reflexão sobre a prática educativa; os
processos de alfabetização dos alunos; o teor e a qualidade dos materiais didáticos; o
processo de implementação do currículo básico de Cascavel; entre outros.
Este artigo, portanto, tem origem no PIBID e objetiva abordar de maneira inicial
a concepção de ensino, alfabetização e linguagem. Com base em pesquisas feitas para
entender os conceitos analisaremos algumas das aplicações destes temas conforme o
ponto de vista de diversos autores que realizam trabalhos de investigação sobre este
assunto, e se interessam por essa área.
Segundo Israel Scheffler, o processo de ensino "pode ser caracterizado como
uma atividade que visa promover a aprendizagem e que é praticada de modo a respeitar
a integridade intelectual do aluno e a sua capacidade para julgar de modo

1
Trabalho vinculado ao PIBID/ Subprojeto do curso de Pedagogia campus de Cascavel. Financiado pela
CAPES.
2
Acadêmicas do curso de Pedagogia da UNIOESTE campus de Cascavel e Bolsistas PIBID
3
Docente do curso de Pedagogia da UNIOESTE campus de Cascavel e coordenadora do sub-projeto da
do PIBID/Pedagogia
independente". Em análise feita por John Passmore da citação anterior, o ato de ensinar
ou promover a aprendizagem não consiste necessariamente em conseguir alcançá-la, o
ensino é apenas uma tentativa de promoção da aprendizagem, sem garantia de realmente
conseguir efetivá-la, isto é, se o aluno não aprendeu, não significa que o seu professor
não o ensinou.
O autor define a palavra “Ensinar” como: ”Palavra que possui uma
multiplicidade de aplicações idiomáticas que não cabem numa definição capaz de nos
dar a "essência" ou o "verdadeiro significado" de ensinar. Qualquer tipo de definição
leva imediatamente a contra-exemplos. Passmore (1994) ressalta o cuidado que
devemos ter para não criarmos conceitos errados a respeito do ato de ensinar na
tentativa de defini-lo.
Partindo para uma visão psicanalítica, em artigo publicado a respeito do que é o
ensino, a autora Márcia Muller, afirma existir uma busca incansável de ensinar, ou de
ensinar a ensinar, priorizando sempre o conhecimento científico sem dar espaços para
outras abordagens pautadas no ensino como uma busca inalcançável. Segundo o
professor da rede municipal e estadual de ensino do estado de São Paulo e membro do
fórum de discussão multidisciplinar de ensino, João Matias Santos, quando questionado
a respeito do que é o ensino, afirma:

“Ensinar é um processo no qual uma informação, valor ou atitude é


transmitida para um interlocutor que por sua vez faz sua síntese particular e
apreende a informação e a interioriza de maneira que lhe seja significativa,
com esta visão é fácil evidenciar que este é um processo contínuo que pode
ser sistemático e centrado na figura do professor como orientador de uma
das formas ou etapas deste processo, no entanto, outras etapas também são
significativas e a própria inserção do indivíduo num meio social faz deste
último um grande palco do processo de ensinar e aprender. No meio social
os diferentes tipos de organização se encarregam de expor ao indivíduo as
diferentes formas de aprender, portanto, cada um deles ensina.”

Para Passmore, perante isto, dir-nos-ão que não há “essências” ou significados


verdadeiros”. No entanto, para falar de forma sensata e clara sobre ensino, necessitamos
de uma definição precisa. Pois para estas definições precisas que já permeiam ao longo
da historia que vem desde Platão. As definições desempenham um papel importante na
geometria Euclidiana. Já no século XVIII era voz corrente que a sociologia não era bem
sucedida como a física porque nela se utilizavam termos obscuros e maus definidos,
opinião que ainda hoje persiste. Assim ensinar é um ato de intelectualizar o individuo
para uma dada sociedade, e isto, já ocorre no processo histórico da educação, ensinar
não é simplesmente repassar conteúdos mas sim procurar com que o assunto em pauta
seja entendido, reconhecido, aprendido e discutido, portanto o ensino, o aprendizado
esta na dependência de quem repassa e de quem recebe.
Não se pretende com isto dizer que não há nunca vantagens em se dar uma
definição, ou, pelo menos, uma descrição geral da forma como pensamos usar a palavra.
Por vezes necessitamos remover ambigüidades. Por outras palavras quando percebemos
que não estamos a ser compreendidos, torna-se necessário esclarecer: quando usamos
determinadas palavras temos que observar o sentido que a ela daremos, pois quem a
recebe poderá fazer a interpretação que lhe convier, desta forma, ensinar, aprender
depende do uso adequado da definição da dada palavra.
É lógico que surgirão certas confusões resultante do fato de usarmos umas vezes
a palavra “ensino” como significado qualquer tentativa de levar uma pessoa aprender
algo e, outras vezes, para significar que se consegue que alguém efetivamente aprenda
alguma coisa, assim ocorrem as ambigüidades. Desta forma garantimos com sucesso a
expressão ensino, tendo em vista que sua importância identifique claramente o conceito
de aprendizado, para tanto ensinar algo a uma turma é estabelecer um roteiro pratico e a
mesmo tempo teórico para esclarecer e conduzir de forma eficaz o que ensinar.
Neste ponto, a um contraste interessante entre ensino e educação. Este porque a
palavra educação cria de fato ambigüidade incomoda. Por vezes, a palavra é utilizada
como sinônimo de formação em termos gerais. Para Hume tem em mente quando
condena a educação como fonte das nossas crenças confusas e irracionais. Mas outras
vezes, educação significa apenas escolaridade. Outras vezes, educação significa, de
modo ainda mais restrito exatamente os 15% do orçamento nacional relativos a
educação. Outras vezes ainda, educação significa um determinado tipo de escolaridade
por aqueles a quem chamamos pessoas cultas.
Neste contexto a educação passa exclusivamente por inovações, pois ao longo
do seu processo histórico, ensinar, aprender passava prioritariamente na sala de aula, na
atualidade o aprendizado, o ensinar extrapolou as paredes da sala de aula ganhando
dimensões até mesmo na mídia. A palavra educação considera uma definição normal de
ensino. Contudo temos que assinalar que o ensino significa tentar ensinar e quando bem
sucedido expressa a ideologia de uma classe social que por sua vez buscou na educação
o aprendizado para transformar o seu cotidiano, a sua sociedade, a sua tribo onde
encontra-se inserido, portanto quando reportamos a educação temos que analisá-la como
forma, como fato de mudanças radicais em um sistema que tramita ainda no tradicional,
desta maneira ensinar, alfabetizar não é simplesmente repassar conteúdo para o aluno,
mas sim fazer com que entenda que o mesmo faz parte deste sistema e dele depende a
sua trajetória educacional.
Por outro lado temos que nos deter no que realmente é alfabetização, este
processo ocorre nas series iniciais do ensino fundamental é nestas series que se desenha
uma concepção ampla da forma de ensinar, alfabetizar não é unicamente ensinar as
primeiras letras do alfabeto ou a tabuada, mas sim estabelecer conexão entre a teoria e o
aprendizado, o individuo aprende aquilo que o professor ensina o método tradicional de
ensinar, de alfabetizar era o conceito de decorar hoje estigmatizado este conceito mudou
para troca de experiência o professor ensina o aluno aprende, sempre observando a
realidade que este aluno encontra-se inserido, exemplificando: se o aluno convive em
uma sociedade violenta aprendera a violência, se convive em uma sociedade passiva
aprendera a ser paciente, contudo ao ensinar o professor terá um duplo papel alem de
alfabetizar terá que mostrar a ele que através da educação do aprendizado ele poderá
transformar sua realidade. Desta forma a educação passa ser um agente transformador
de realidades, sem fugir do seu papel principal primeiramente de alfabetizar e logo em
seguida o de ensinar.
Conceituar alfabetização é também conceituar forma de linguagem e de ensino,
pois estão intrinsecamente ligadas uma na dependência da outra, assim primeiramente
alfabetizamos, em seguida ensinamos e logo após temos a linguagem, pois é nela que se
desprendem as maneiras corretas de concluir o estado próprio da educação. Neste
sentido o professor em suas funções deve prioritariamente analisar a historia de vida de
seus alunos, pois os mesmos advêm de diferentes contextos sociais, perpassam por
diversidades de funções possuem modo próprio de falar, estilos, concepções e conceito
único de vida, desta maneira a alfabetização se dará conforme as possibilidades que sua
realidade identificou para este. O aluno ao adentrar a escola, se vê em um mundo
totalmente diferente da sua realidade nas primeiras séries iniciais o alfabetizar
dependera de instrumentos adequados para o aprendizado, por isso a linguagem
utilizada devera ser de fácil entendimento para que este aluno não se sinta coagido a
deixar logo nas primeiras séries iniciais o seu aprendizado.
A alfabetização significa ter o domínio do sistema de escrita e o uso da
linguagem em praticas sociais, neste caso ler e escrever se torna uma necessidade do
aluno e ensinar se torna um fato real do professor. A linguagem escrita é um sistema
que se estrutura no uso e para o uso, escrito e falado sempre contextualizado. No
entanto, a condição básica para o uso escrito da língua, que é a apropriação do sistema
alfabético, envolve, da parte dos alunos aprendizados muito específicos independentes
do contexto de uso relativos aos componentes do sistema fonológico da língua e as suas
inter-relações.
Considerando que os alfabetizandos vivem numa sociedade letrada em que a
língua esta presente de maneira visível e marcante nas atividades cotidianas
inevitavelmente eles terão contato com textos escritos e formularão hipóteses sobre sua
utilidade, seu funcionamento e sua configuração. Excluir essa vivencia da sala de aula,
por um lado pode ter o efeito de reduzir e artificializar o objeto de aprendizagem que é a
escrita, possibilitando que os alunos desenvolvam concepções inadequadas e
disposições negativas a respeito desse objeto. Por outro lado, segundo Monteiro e
Baptista (2009) deixar de explorar a relação extra escolar dos alunos com escrita
significa perder oportunidade de conhecer e desenvolver experiências culturais ricas e
importantes para integração social e o exercício da cidadania.
A respeito da construção conceitual da oralidade, escrita e leitura de acordo com
Cagliari, “as línguas evoluem com o tempo, se transformam e vão adquirindo
peculiaridades próprias em função de seu uso por comunidades específicas” a
linguagem deve se desenvolver de forma espontânea, a criança vai aos poucos
adquirindo a “habilidade de bem falar” por meio dos contatos com o ambiente no qual
está inserida e das relações que estabelece com a cultura e com o seu contexto social.
Segundo a autora Estela Maris Giordani Colognese et. al. em “A Construção da
Linguagem Escrita” “o professor deve permitir, incentivar e produzir a linguagem num
espaço interativo nos quais todos os diálogos, sejam estabelecidos pela negociação
recíproca de intenções bem como de pressuposições”, ou seja, o professor deve
propiciar aos alunos um ambiente favorável ao processo de desenvolvimento de suas
estruturas cognitivas, facilitando a capacidade de representação e organização mental
bem como adaptações de ações e comportamentos ao meio. Nesse aspecto o recurso
lingüístico se torna essencialmente importante para a interação e aprendizagem escrita
dos alunos, que devem apropriar-se da linguagem como um sistema de codificação
socializado.
Ao analisarmos o vocabulário dos alunos quando ingressam na escola, podemos
observar que eles já apresentam conhecimentos de língua portuguesa de acordo com
aspectos econômicos, políticos e culturais, cabe a escola por sua vez direcionar práticas
pedagógicas, de forma que proporcionem aos alunos melhor sistematização e
compreensão da norma culta para de enriquecer e facilitar a comunicação:

A escola não ensina os alunos a falarem, haja visto, que a linguagem falada
é incorporada pela criança na interação com sujeitos falantes. A escola
auxilia na reorganização do discurso oral e a sistematização da linguagem
escrita, a fim de cumprir com as exigências da norma culta.(COLOGNESE,
1996, p. 69)

A escola tem como papel fundamental criar mecanismos e oportunidades de


dominação da língua padrão, oral e escrita partindo para a valorização dos discursos dos
indivíduos estabelecendo significações, a autora ainda afirma que “o ato de escrever, na
verdade, implica em se ter algo a dizer a alguém e saber fazê-lo, com clareza, coerência
e coesão”.
Wells (2008) ressalta a importância que a linguagem tem no processo de
aquisição dos conhecimentos trabalhados em sala de aula, o professor assume
responsabilidades pela forma como escolhe repassar as informações e conhecimentos:

“O que os estudantes aprendem daquilo que lhes é apresentado não depende


apenas do que trazem para o encontro de aprendizagem na forma de seu
repertório linguístico e conhecimento do mundo, mas também no conteúdo e
da forma do que lhes é apresentado e, ainda mais importante, das
oportunidades que lhes são dadas para entrar na negociação com o professor,
no que diz respeito ao significado e à significância para eles daquilo que se
espera que aprendam”. (Wells, 2008, p. 77)

Para a compreensão da linguagem falada e escrita segundo Herbert D. Simons e


Sandra Murphy nos anos inicias, a escola acarreta uma série de transformações sociais,
lingüísticas e cognitivas para as crianças, que inevitavelmente devem aprender cooperar
e interagir com os colegas para formar uma base comunicativa. É necessário que a
criança entenda e estabeleça relações com as novas estratégias discursivas com as quais
ela mantém contato, identificando a contextualização e as diferenças entre a linguagem
falada e a escrita, “ainda que possam exigir estratégias de referência um tanto
diferentes, as formas de comunicação falada e escrita exigem que os participantes
construam um contexto para a interpretação.”
Nessa perspectiva os autores James Collins e Sarah Michaels, apontam
estratégias discursivas que promovam a aquisição da alfabetização, de acordo com
pesquisas realizadas sobre a linguagem infantil no ensino fundamental, constata-se a
seguinte questão, os escritores precisam criar um público imaginário, assim como as
crianças também necessitam de esforço para saírem do contexto atual que vivem, para
um possível tempo e espaço que ainda não existem, quando são solicitadas a escreverem
um texto. Quanto mais a criança exercita sua imaginação e capacidade de interpretação,
mais fácil será a tarefa de por as suas “palavras na página”.
O repertório lingüístico da criança na oralidade se da de maneira improvisada,
simples e direta, difere da forma escrita, que possui itens lexicais, construções
sintáticas, consideradas mais complexas e conscientemente planejadas. A grosso modo,
podemos entender que a linguagem falada é menos importante e muito diferente da
linguagem escrita, o que absolutamente é um pensamento errôneo, pois a linguagem
cotidiana e de senso comum da criança a fornecerá elementos básicos para a construção
do pensamento mais elaborado. Conforme os autores as diferenças entre a língua escrita
e falada não são tão absolutas como imaginamos, se restringem ao nível e a ordem do
discurso, sendo que a linguagem oral dispõe de recursos como a entonação, informações
gestuais e cinestésicas que a escrita não possui.
“Ao aprender a se alfabetizar na escola, a criança deve aprender a mudar
Dessas estratégias discursivas conversacionais que trouxe de casa, as quais
dependem da inferência lingüística em níveis múltiplos, para as estratégias
mais discursivas que preparam para a prosa expositiva escrita. No mesmo
grau em que as estratégias discursivas de casa diferem das da escola, a
transição entre a fala e a escrita escolar tornam-se mais complexa.” (Barton
e Hamilton,1998; Cazden, John e Hymes, 1972-75; Ivanic,1997; Kress,
1993)

Retomando Wells (2008), é importante compreender que no processo de


alfabetização, alunos e professores estão em constante interação, mas que ambos
enfrentam dificuldades corriqueiras durante as relações de ensino-aprendizagem, como
a superlotação das salas de aula, problemas do controle físico, falta de conhecimentos a
respeito da vida dos alunos fora da sala de aula e pressão para manter-se dentro do
regime da escola e das exigências do currículo básico.Tais aspectos demonstram que a
alfabetização é também um processo conflituoso, pelo qual o professor muitas vezes é
visto como culpado pela não apropriação do aluno da linguagem formal.

Considerações finais ...

Tendo em vista que a leitura é a condição essencial para que a pessoa possa
compreender o mundo, os outros, as próprias experiências e as necessidades de inserir-
se no mundo da escrita, torna imperativo que o aluno desenvolva habilidades
lingüísticas para que possa ir alem da simples decodificação de palavras. É preciso levá-
lo a captar porque o escritor esta dizendo o que o texto esta dizendo, ou seja, ler as entre
linhas. Pode-se fazer mais proporcionar ao aluno experiência de leitura que o leve não
só similar ao que o texto diz, mas também como e para quem diz.
Desta maneira conclui-se que o ensino, o aprendizado a alfabetização formão o
tripé de busca para a integralidade educacional, sendo assim o conceito pratico e teórico
na formulação de novas leis no que se refere à educação. Por outro lado temos que
considerar que o professor sujeito próprio de levar este ensino ao aluno cabe a ele o
papel de coadjuvante da historia da educação e o aluno, o espectador no palco onde se
vislumbra o alfabetizar, o ensinar e o aprender.
Neste contexto a historia da educação se desenha de maneira singular, ou seja, é
feita exclusivamente por ela não deixando de lado o que o novo processo impõe, assim
trabalha com uma nova roupagem entre a metodologia e a didática, pois tendem a levar
o conhecimento de maneira a intelectualizar a pessoa para as diversidades que a vida lhe
impõe, sendo assim uma sociedade se faz através da educação, pois nela são lhe
atribuídos papeis principais de alfabetizar, ensinar e aprender, tudo isto acontecendo no
contexto da linguagem e da escrita. Pois a linguagem é a forma mais primitiva da
educação e que permanece até hoje nos campos da vida cotidiana a escrita vem com
papel secundário, tendo em vista que primeiro falamos para depois aprendermos a
escrever esta fala.
Sendo assim podemos concluir que toda sociedade, toda classe social passa pelo
processo amplo da historia da educação, o aluno, o professor, a escola fazem parte de
uma realidade e cabe a eles de forma segura estabelecer parâmetros adequados para o
aprendizado levando em consideração a historia de cada um. Portanto ao falarmos em
alfabetização nos remetemos novamente ao papel principal no processo escolar, pois as
primeiras séries iniciais do ensino fundamental nos dão o direito de aprender e o
professor com o dever de ensinar.
A alfabetização e a linguagem estão diretamente associadas ao processo de
ensino, três eixos que se relacionam com a finalidade de fornecer ao aluno meios e
formas de estabelecer conexões com a realidade, através da sistematização e
contextualização de conhecimentos, o professor por sua vez deve conhecer o
desenvolvimento dos seus alunos e tentar buscar metodologias aperfeiçoando cada vez
mais sua prática pedagógica.
Com base nas reflexões da autora Antônia Edna Brito, que aborda a aquisição da
língua escrita como um processo sociocultural podemos reforçar os aspectos acima
mencionados, nas palavras da autora:

O fato de não estar preparado, do ponto de vista teórico-metodológico, para


o desenvolvimento das novas propostas, provocou e tem provocado sérios
equívocos na prática pedagógica do professor alfabetizador. Esses equívocos
referem-se ao papel do professor na sala de aula, que em razão da
aplicabilidade de uma nova proposta, sem a sua adequada preparação,
termina por deixar a turma entregue a situações espontâneas de
aprendizagem (BRTO, 2007).

Podemos compreender que ainda existem muitos aspectos a serem estudados e


analisados no que diz respeito à alfabetização, linguagem e ensino, dos quais todos os
professores devem interessar-se, pois o cotidiano da sala de aula muitas vezes coloca o
professor em situações inesperadas e desafiadoras, que exigem conhecimentos teóricos
e práticos, principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, o educador precisa
estar constantemente atualizado e envolvido em pesquisas educacionais que o levem
cada vez mais ao complexo entendimento dos métodos e processos educativos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAPTISTA, Mônica Correia. Crianças menores de sete anos, aprendizagem da língua


escrita e o ensino fundamental de nove anos. In. MACIEL, F. I. P. Et. al (orgs) A
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Horizonte: UFMG / FAE / CEALE, 2009.
BRITO, Antonia Edna. Prática pedagógica alfabetizadora: a aquisição da língua
escrita como processo sociocultural. Rev. Iberoamericana de Educación n.º 44/4 – 10
de nov de 2007 Disponível em: www.rieoie.org/deloslectores/1877Brito.pdf acesso em:
6/08/2010 ás 21:20 hs
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ed. Toledo, 1996.
JENNY, Cook-Gumperz et. al. A construção social da alfabetização. 2. ed. Porto
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MACIEL, F. I. P. Et. al (orgs) A criança de seis anos, a linguagem escrita e o ensino
fundamental de nove anos. Belo Horizonte: UFMG / FAE / CEALE, 2009.
MONTEIRO, Sara Mourão e BAPTISTA, Mônica Correia. Dimensões da proposta
pedagógica para o ensino da Linguagem Escrita em classes de crianças de seis anos. In.
MACIEL, F. I. P. Et. al (orgs) A criança de seis anos, a linguagem escrita e o ensino
fundamental de nove anos. Belo Horizonte: UFMG / FAE / CEALE, 2009.
PASSMORE, John. O conceito de ensino. Tradução de Olga Pombo com base numa
primeira versão de Manuel José Seixas Constantino, aluno finalista da licenciatura em
Ensino da Matemática em 1994/95.

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