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Tais abordagens tem sido alvo de diferentes estudiosos, como por exemplo, LIBÂNEO (1982),
MIZUKAMI (1986) e SAVIANI (1984) que analisam essas correntes teóricas segundo critérios
diferenciados.
Segundo Saviani (1984, p.9) a abordagem tradicional mostra que "a escola surge como um
antídoto à ignorância, logo, um instrumento para equacionar o problema da marginalidade.
Seu papel é difundir a instrução, transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade e
sistematizá-los logicamente."
Assim, o indivíduo implantado nesse mundo terá a função de fazer descobertas, e a partir de
que essa realidade também se modifica esse ser sofrerá modificações, possibilitando
mudanças na sua maneira de pensar e agir. Já o professor, o intermediador dessas
descobertas, terá que planejar maneiras para a moldagem do comportamento:
O professor teria a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema de ensino-
aprendizagem, de forma tal que o desempenho do aluno seja maximizado, considerando-se
igualmente fatores tais como economia de tempo, esforços e custos. (MIZUKAMI, 1986, p. 31)
O homem não nasce com um fim determinado, mas goza da liberdade plena e apresenta como
um projeto permanente e inacabado. Não é um resultado, cria-se a si próprio. É portanto,
possuidor de uma existência não condicionada a priori. (MIZUKAMI, 1986, p. 38)
O enfoque cognitivista tem a escola como ambiente que dá condições necessárias para que o
aluno aprenda por si só. Ela é a intermediadora para a descoberta do discente a um mundo
desafiador, onde não há rotina, garantindo-o assim, a compreensão e o conhecimento.
Na abordagem sociocultural temos como principal difusor dessa ideia Freire (1996). Para este
autor o conhecimento é inacabado, contínuo, é o meio que deve proporcionar ferramentas
para a aquisição da aprendizagem. O homem como ser inacabado está em constante
aprendizado, sendo elaborador e criador do seu próprio conhecimento.
É nesse local de troca de conhecimento, onde o aluno terá de encontrar motivação para o
aumento da qualidade no ensino-aprendizagem, transformando essa motivação como meio
facilitador da aprendizagem, impossibilitando a dificuldade do aprendizado.
A motivação intrínseca é autoregulada pela própria pessoa, onde o fator motivacional só será
ativado a partir do momento em que o indivíduo percebe que está suprindo seus desejos ou
suas necessidades biológicas. É algo que reside na própria pessoa, vindo de dentro para fora.
[...] o homem decide conscientemente o que quer ou não quer fazer. Pode interessar-se pelo
estudo da matemática por considerar que esse estudo lhe será útil no trabalho, na convivência
social, ou apenas para satisfazer sua curiosidade ou porque se sente bem quando estuda
matemática. (PILETTI, 2004, p. 66)
É justo dizer que motivação abrange várias áreas da psicologia, possuindo uma complexidade
que viabiliza o estudo desse fator em diferentes camadas do ato educativo. Todo esse estudo
fornece ferramentas para o aperfeiçoamento do nosso sistema educacional, adequando o
professor e aluno para um meio social diferenciado pela maneira de pensar e agir.
Nos dias atuais o ensino de uma Língua Estrangeira ocupa um espaço de grande importância
na formação crítica e social dos alunos das escolas públicas ou privadas do Brasil.
Porém, a influência de uma Língua e Estrangeira no Brasil não é algo novo. No caso da Língua
Inglesa, data-se que o vínculo entre Brasil e Inglaterra surgiu por volta de 1530, com a chegada
do inglês e aventureiro Willian Hawkins. Depois disso, outros assim como esse aventureiro,
atravessaram o Continente e foram bem recebidos pelos povos lusitanos, que naquele tempo,
eram os grandes colonizadores das terras brasileiras.
No início o único objetivo de conhecer uma Língua Estrangeira era a questão da praticidade,
que facilitava relações diplomáticas e comerciais entre outros países. Com o tempo essa
questão deixa de ser primordial, já que por volta do século XIX um dos requisitos para
ingressar no Curso Superior seria o domínio de outro idioma.
Com o passar do tempo o ensino de Língua Estrangeira ocupa outro espaço no cenário escolar.
Hoje em dia a sua aprendizagem tem como meta central a formação de alunos críticos-
reflexivos, aptos a discutirem a importância do ensino de outra língua junto com a realidade
que eles se encontram.
Podemos dizer que na atualidade a inclusão de outro idioma no currículo escolar, deve possuir
caráter de obrigatoriedade nas escolas de ensino no Brasil.
Ensinar uma Língua Estrangeira possibilita aquisição de novos conhecimentos e contribui para
o crescimento pessoal do discente:
[...] ao ensinar uma língua estrangeira, é essencial uma compreensão teórica do que é a
linguagem, tanto do ponto de vista dos conhecimentos necessários para usá-la quanto em
relação ao uso que fazem desses conhecimentos para construir significados no mundo social.
(PCN, 1998, p. 27)
O ensino de uma Língua Estrangeira (LE) ultrapassa as barreiras da sala de aula. Num mundo
competitivo, no qual o mercado procura a todo instante profissionais aptos a estabelecer uma
boa comunicação, que facilite a política comercial e diplomática entre países, é de extrema
necessidade a presença de indivíduos que possuam o determinado domínio em outro idioma.
As escolas de ensino público do Brasil optaram por aderir como disciplinas essenciais na
formação do discente: o Espanhol e o Inglês. Na atualidade esses dois idiomas ocupam uma
posição relevante perante o cenário mundial.
Sabe-se que o Inglês é considerado a "língua franca". Isto significa que saber Inglês é ter
possibilidade de interagir no meio informatizado e globalizado, no qual sempre estamos nos
deparando com expressões americanizadas.
No caso do espanhol digamos que seu valor é tão importante como o do Inglês. De acordo com
Catino e Geogina (2004, p. 8) a Língua Espanhola é "falada por mais de 400 milhões de pessoas
em todo globo terrestre, abrange regiões africanas, européias e principalmente a America, que
na sua totalidade aproximadamente 21 países tem como língua oficial o Castelhano."
Toda essa pluralidade, relacionada à influência da Língua Estrangeira no sistema escolar, está
impulsionando a formação de profissionais na área de Linguagens e Códigos, e assim levando
ao meio escolar ferramentas motivadoras para a aprendizagem e fortalecimento do ensino de
idiomas.
Sabe-se que a Educação Básica é composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio. Durante todo esse período é de responsabilidade do sistema escolar
desenvolver no educando consciência integra de valores, para que este mesmo possa
desempenhar na sociedade seu papel de cidadão, assim, conseguir subsídios para continuar
seus estudos e ingressar no mercado de trabalho.
Visando tal objetivo, na atualidade podemos observar que a presença da Língua Inglesa nas
escolas está se tornando algo frequente. Quebrando o paradigma que o aprendizado da língua
moderna estava vinculado somente às escolas particulares, ou a cursos de ensino de idiomas,
caracterizados por valores altíssimos, impossibilitando as camadas sociais menos favoráveis a
ter acesso a um segundo idioma.
Apesar de estarmos cientes que a educação de uma Língua Estrangeira não permeia ato
obrigatório na Educação Infantil e nem nos períodos iniciais da Educação Fundamental,
sabemos que é de estimado valor a assimilação da diversidade cultural presente em nosso país
por meio de uma Língua Estrangeira.
Tendo como fonte esse pressuposto, a utilização da Língua Inglesa desde o Ensino Infantil
ajudará a construir em cada indivíduo uma base concreta de consciência dos seus direitos e
deveres junto à sociedade, além de aproximar o estudante à cultura de outros povos,
propicionando a integração no mundo globalizado.
Na Educação Infantil é explícito que o ensino de língua inglesa não visará aquisição de
conhecimentos gramaticais e nem por ventura avaliará o aluno através de uma prova escrita e
individual, com o intuito de obter uma nota. A meta a ser adquirida com o ensino da Língua
Inglesa é ingressar o discente num mundo de descobertas, animando o educando a se
comunicar de maneira lúdica no idioma de estudo.
Segundo o artigo 31 da LDB nº 9394196 (1998) "na educação infantil a avaliação far-se-á
mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental."
Enquanto nas escolas privadas o inglês é tido como disciplina nobre, que realmente é parte
essencial para a formação do individuo, na rede pública a Língua Estrangeira é taxada como
disciplina optativa possuindo função somente complementar, sem emprego na vida do
individuo.
Há muito tempo tem-se pensado dessa maneira, mas aos poucos essa realidade está sendo
mudada. A Língua Inglesa hoje como disciplina escolar, tanto nas escolas públicas, quanto nas
particulares é algo que está enobrecendo o aluno.
Tendo em vista a importância da Língua Inglesa no cenário mundial e na realidade na qual nos
encontramos a função do inglês no Ensino Médio será aprimorar e fortalecer os
conhecimentos da Língua Inglesa adquiridos durante todo Ensino Fundamental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CATINO, Georgina. Espanhol para o Ensino Médio: volume único. 1ª ed. São Paulo: Scipicione,
2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 10ª ed. São Paulo: Cortez, 1994.
LIMA, Diógenes. Ensino Aprendizagem de língua inglesa: conversa com especialistas. 1ª ed.São
Paulo: Parábola Editorial, 2009.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. 1ªed São Paulo: EPU,
1986.
PILETTI, Nelson. Psicologia educacional 17ª ed. São Paulo: Ática, 2004.
SAVIANI, Dermeval, A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas 10ª ed. Capinas
SP. 2006.