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Introdução
A ação educativa não se restringe apenas aos espaços escolares e às
instituições de ensino. Ela pode transcorrer em diferentes esferas e nas
mais variadas situações. Diante do atual cenário da educação, a atuação e
o papel do pedagogo também sofrem modificações, visto que ele deve
estar preparado para atuar em diferentes áreas e campos de trabalho,
preocupando-se com o desenvolvimento social e intelectual do grupo no
qual está inserido, promovendo transformações na sociedade e refletindo
constantemente sobre a sua prática.
Neste capítulo, você vai estudar sobre a importância desse profissional
em todas as modalidades de educação: intencional e não intencional.
Além disso, vai aprender sobre as contribuições de Paulo Freire para a
educação e as práticas de ensino em espaços não escolares, a partir de
uma didática que esteja voltada para a compreensão da realidade e dos
saberes comunitários.
2 A didática em espaços não escolares
É importante que essa proposta de educação não formal funcione como espaço
e prática de vivência social, que reforce o contato com o coletivo e estabeleça
laços de afetividade com esses sujeitos. (...) As atividades de educação não
formal precisam ser vivenciadas com prazer em um local agradável, que per-
mita movimentar-se, expandir-se e improvisar, possibilitando oportunidades
de troca de experiências.
[...] a formação assume um papel que transcende o ensino que pretende uma
mera atualização científica, pedagógica e didática e se transforma na possibili-
dade de criar espaços de participação, reflexão e formação para que as pessoas
aprendam a se adaptem para poder conviver com a mudança e a incerteza.
A educação popular, então, vem para romper com o ensino que antes era
transmitido verticalmente e abre possibilidades de reflexão, diálogo e respeito
aos diferentes saberes, a partir de um trabalho voltado para a realidade e as
necessidades dos envolvidos. Além disso, Maciel (2011) destaca que a educação
popular passa a ter maior organização a partir da articulação dos compromissos
políticos assumidos com movimentos sociais populares — movimentos de
classe cujo objetivo é a condução da transformação da sociedade a partir do
lugar político popular.
8 A didática em espaços não escolares
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Gadotti (2006, p. 163) questiona por que a educação pode ser transformadora
e complementa: “Porque o trabalho educativo é essencialmente político e é o
político que é transformador”.
Assim, o sujeito é um agente político e participante ativo de transformação
do mundo e da sua história, a partir de um projeto de sociedade que tenha como
eixo central o ser humano, a sua autonomia, responsabilidade e capacidade de
promover a superação de sua própria prática. Logo, parte-se do pressuposto da
educação enquanto formação do sujeito e de suas múltiplas potencialidades.
O ato de ensinar-aprender envolve sujeitos que vivem a prática, mediados por objetos
de conhecimento. Para que essa prática se faça democrática, é fundamental que se
estabeleça uma relação horizontal entre educador-educando, no ato de construção,
(re)construção do conhecimento (SAUL, 2014).