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Essa educação tradicional parece que não teme os riscos de seguir o modelo em
que se diz o que é certo e o que é errado, mostrando que essa educação é a normal. Em
outras palavras, a educação tradicional segue normas, padronizações e consequentemente,
aprisiona o saber. Deste modo, o aluno sai da escola, formado, mas de acordo com uma
fôrma pré-estabelecida pelo currículo.
Enfim, essa educação tira das pessoas a capacidade de pensar, de formar suas
próprias opiniões, de criticar o que lhe foi imposto pelas “normas”.
Por outro lado, e felizmente, temos a chamada pedagogia de projetos que tem
como objetivo trabalhar a interdisciplinaridade, oportunizando olhar o mundo com outros
e bons olhos, modelo este que de alguns anos para cá vem conquistando seu espaço. A
diversidade cultural, a crítica e a problematização são características positivas que vem à
tona junto com a pedagogia de projetos.
Para Sacristán e Goméz (2000, p. 14) a escola deve prover os indivíduos “não só
e nem principalmente, de conhecimentos, ideias, habilidades e capacidades formais, mas
também, de disposições, atitudes, interesses e pautas de comportamento”. Assim, seu
objetivo básico é socializar o aluno para prepará- los para sua incorporação no mundo do
trabalho, ou seja, ser produtivo e se incorporar à vida adulta e pública, tornando-se
cidadão do mundo.
Se analisada sob o ponto de vista de sua existência formal, segundo Mauá Junior
(2005) citado por Costa (2006), a escola sempre teve como foco principal a educação
sistematizada, em especial a escola pública básica, que atende as camadas populares
preparando-as para o mercado de trabalho. A expressão da produção de seus resultados
centra-se na aprendizagem medida por meio de avaliações somativas, como produto do
esforço pessoal.
Para que ela exerça essas funções, e concordando com Pimenta (2002) é preciso
abdicar dessa construção arcaica que perpetua a situação de dominação e democratizar,
ampliando as oportunidades de aprendizagem, melhorando as condições de participação
das camadas sociais menos favorecidas.
Já falamos do PPP em outro momento, mas como ele é documento norteador das
práticas no ambiente educacional, nunca é demais expor algum detalhe sobre o mesmo.
Para Costa (2006, p. 96) o PPP deve ter como objetivo primordial a organização
do trabalho pedagógico. Ele apresenta-se articulado ao compromisso sociopolítico ao
preocupar-se com a formação de um determinado tipo de homem ao mesmo tempo em
que se torna pedagógico por definir ações educativas e possuir características necessárias
às escolas para cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. O PPP tem a ver com
a organização do trabalho da escola como um todo e como organização da sala de aula
(ação educativa), incluindo relação com o contexto social imediato, trabalhar conflitos,
superar relações competitivas e autoritárias, procurando preservar a visão de totalidade.
Veiga (1998) sintetiza muito bem a missão do PPP que como instrumento de
planejamento coletivo, procura resgatar a unidade do trabalho escolar, garantindo que
não haja uma divisão entre os que planejam e os que executam.
O currículo tem que ser entendido como a cultura real que surge de uma série de
processos, e não como um objeto delimitado e estático que se pode planejar e depois
implantar. É preciso dispensar a ideia de que as decisões já vêm prontas. Desde as tarefas
acadêmicas reais que são desenvolvidas, a forma como a vida interna das salas de aula e os
conteúdos de ensino se vinculam com o mundo exterior, as relações grupais, o uso e o
aproveitamento de materiais, as práticas de avaliação, etc., tudo isso é dinâmico e muda
de acordo com cadarealidade (SACRISTÁN, 1995).
Forquin (1996) citado pelo CEAE (2007) conceitua currículo como o conjunto
daquilo que se ensina e daquilo que se aprende, de acordo com uma ordem de
progressão determinada, no quadro de um dado ciclo de estudos. Um currículo é, assim,
um programa de estudos ou um programa de formação, mas considerado em sua
globalidade, em sua coerência didática e em sua continuidade temporal, isto é, de
acordo com a organização sequencial das situações e das atividades de aprendizagem às
quais dá lugar.
Ferreira (2000) citado por Costa (2006, p.82), ao tratar o currículo, afirma que
este:
Mas, é importante observar que esta ampla definição pode adotar variados
matizes e as mais variadas formas de acordo com as diferentes concepções de
aprendizagem que orientam o currículo. Melhor dizendo: segundo o que se entenda por
aprender e ensinar, o conceito de currículo varia, como também varia a estrutura sob a
qual é organizado (DAVINI, 1989).
1.3.1.1 Formal
Chama-se educação formal a que é ministrada formando parte do sistema de
educação oficialmente reconhecido, com estrutura e organização aprovada pelos
organismos competentes e cujos produtos (aprendizagem ou desempenhos alcançados
pelo aluno) são verificados por meio de avaliação e legitimados por diplomas ou
certificados (DAVINI, 1989).
Para finalizar, Davini (1989) infere que o currículo que se sustenta na estrutura
formal do conhecimento terá que enfrentar sempre a contradição que se estabelece entre
o conhecimento parcelado e a realidade como instância totalizadora, entre os dados
abstratos e a prática.
1.3.1.2 Integrado
O currículo integrado pode ser definido como um plano pedagógico e sua
correspondente organização institucional que articula dinamicamente trabalho e ensino,
prática e teoria, ensino e comunidade. As relações entre trabalho e ensino, entre os
problemas e suas hipóteses de solução devem ter sempre, como pano de fundo, as
características socioculturais do meio em que este processo se desenvolve.
1.3.1.3 Transdisciplinar
1.3.1.4 Multidisciplinar
Segundo Fleck (2007) é um termo que pode ser utilizado quando da integração
de diferentes conteúdos de uma mesma disciplina. Ex.: meio ambiente (água-ar-solo),
tendo ainda como outra possibilidade, a justaposição de diferentes conteúdos de
disciplinas distintas, sem preocupação de integração, o que no seu entendimento não
levaria a uma prática cooperativa.
1.3.1.5 Pluridisciplinar
1.3.1.6 Oculto
2 A interdisciplinaridade
Trata-se de uma prática que não dilui as disciplinas no contexto escolar, mas que
amplia o trabalho disciplinar na medida em que promove a aproximação e a articulação
das atividades docentes numa ação coordenada e orientada para objetivos bem definidos
(CARLOS, 2006, p.7)
Com isso o saber continua dividido, mas o aluno compreende que a ramificação
do saber é apenas uma forma facilitada de se estudar a parte de um todo; e que o mesmo
vale para as disciplinas, onde cada conteúdo destas faz parte de uma totalidade.
Deliza (2007) citando Bochiniak (2000, p. 68) define em poucas palavras o que é
interdisciplinaridade: “atitude de superação de toda e qualquer visão fragmentada e ou
dicotômica que ainda mantemos de nós mesmos, do mundo e da realidade”, e ainda sobre
como escolher conteúdos a mesma autora aborda que o que se pretende destacar é o
alerta da Pedagogia da Pesquisa para o fato de que nessa medida perde e ganha
importância o processo de seleção de conteúdos a ser repensado pela escola, porque
nessa perspectiva interdisciplinar o enfoque estabelecido para a escolha dos conteúdos
desloca-se para a efetiva função maior que eles tenham na escola, qual seja, a de
constituírem em meros pretextos sobre os quais desenvolver as atividades (DELIZA,
2007).
Heloísa Luck (1995, p. 60) é outra autora, citada por Siqueira (2001, p. 92) que
reflete sobre o assunto e, segundo ela, a interdisciplinaridade pressupõe mais que a
interação entre duas ou mais disciplinas, “a interdisciplinaridade pretende superar a
fragmentação do conhecimento e para tanto necessita de
uma visão de conjunto para que se estabeleça coerência na articulação dos
conhecimentos”.
E por fim, a escola ganha porque além de cumprir seu programa de maneira ágil
e eficiente, observa os alunos quando comentam sobre as
experiências vivenciadas e com certeza, os problemas com disciplina tendem a diminuir
em função dos trabalhos em grupo.