Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Feira de Santana-BA
2017
2
Orientador(a):
Almirante Tamandaré
2020
3
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTO TEÓRICO
familiares que ficaram na cidade, descobriram que no outro dia da partida a casa
deles foi atingida por uma bomba que destruiu sua casa e de seus vizinhos deixando
tudo no chão, eles ficaram chocados com as fotos que enviaram, isso mesmo que
trouxe alívio pelo livramento trouxe muita tristeza pois sabiam que já não existia
nenhuma possibilidade de volta a ponto da mãe de zana entrar em um colapso tão
profundo que a esquizofrenia ficou tão grave que foi necessário ser internada e
desde então, a vida para essas crianças não ficou nada fácil. E a conclusão dessa
pesquisa através da investigação concluímos que o Zana tem muita carência de
família e saudade de sua casa, dificuldade para se concentrar e de prestar atenção ,
se distrai com facilidade, e muita dificuldade de socialização com outras crianças
inclusive as próprias irmãs, muita tendência ao isolamento. Compreensível pois a
jornada até chegar em um lar de verdade na Alemanha eles passaram por vários
campos de refugio vivendo de tenda em tenda e na verdade não conseguimos ainda
saber nem dele nem da família todas as situações que passaram até chegar na
Alemanha.
3 METODOLOGIA
4 DIAGNOSTICO
1.2 Observação
4.3 Anamnese
como o uso da mamadeira, andar, cantar, correr, comer sozinho, pular e outros. Seu
desenvolvimento de modo geral, alterações perinatais, história clínica e história da
família (WEISS, 2013)
Como eu estava em outro país e esta criança tinha uma história obvia, por
causa do refugio, esta entrevista foi bem delicada e respeitosa a sua situação.
Tivemos acesso aos seu diagnostico e documentos fornecidos pela escola.
A anamnese foi realizada por um amiga próxima da família S.C que acolheu
assim que o governo permitiu a permanecia na Alemanha, relatando que o pai é
bem distante das crianças tendo que lidar com a casa pois a mãe está internada de
esquizofrenia. Com as irmãs mais velhas de 10 e 11 anos o pai deixa elas sozinhas
em casa e vai fazer as obrigações que o governo obriga os estrangeiros refugiados
no pais submeterem, como aprender o idioma alemão e fazer um curso
profissionalizante para ser encaminhado ao trabalho o mais rápido possível.
Depois da guerra a senhora mãe do Zana não suportou a ideia de ir embora
de seu País na mesma noite que deixaram sua casa, uma bomba destruiu sua casa,
eles andaram muito até chegar a fronteira onde havia outras famílias esperando
para atravessar o mar e começar uma jornada até a Alemanha, Zana ainda era
muito pequeno mas toda a tensão e maus tratos com certeza marcou a sua história.
Seu desenvolvimento neuropsicomotor foi considerado lento, somente
depois dos dois anos, e umas das primeiras palavras foram “papa” e “mama”, Sua
amamentação foi normal e a passagem de alimentação também, é importante
ressaltar que ele come com bastante ansiedade, colocando vários pedaços de
alimentos ao mesmo tempo na boca a ponto de não conseguir mastigar direito.
Zana tem um sono bem agitado, mexe muito na cama e ainda molha a cama
fazendo xixi enquanto dorme.
A sua casa é muito bagunçada e suja, devido a ausência dos pais as
crianças não conseguem organizar nem limpar devidamente. Nossa equipe com
autorização dos pais fizemos uma faxina, a verdade é que o serviço social estava
ameaçando levar as crianças para um abrigo até que os pais pudessem regularizar
a situação das crianças, mas o pai pediu a ajuda da presidente da JOCUM naquela
cidade e assim recebeu as intervenções e ajuda que precisava para amparar a
família.
16
também a figura do carro de massinha de de alguma forma como ele e sua família
foram tirados deste lugar esse carro também pode leva-lo para “casa” de novo que é
exatamente o que está no meio da folha, uma “CASA”.
A criança desenhou nos dois lados da folha, este desenho armadilha, nisto é
o mais importante o que foi desenhado no verso da folha (RIBEIRO, 2015). Quando
observado o que estava desenhado no verso da folha notamos que as figuras sem
definições representam a confusão que está a sua casa e sua vida familiar, a falta
da mãe a impaciência do pai e a inexperiência das irmãs que cuidam de quase tudo
dentro de casa.
desenhado o mar, ele já foi pegando a mesma ficha para dar o nome ao mar com a
ficha da banana e assim foi perguntado por que este é o nome do mar? Qual é a
palavra maior e ele respondeu, do mar e qual a palavra menor ele respondeu
banana.
Foi questionado qual era a ficha da banana e ele pegou a ficha do mar.
Sendo assim concluímos que o aprendente não superou a fase do realismo
e através de sua escrita também concluídos que ainda está na se pré -silábica,
segundo a Emília Ferreiro, onde a criança ainda não identifica e não compreende
que a escrita representa o som da fala. É importante considerar que ele está se
adaptando em outra língua e com isso as dificuldades aumentam, e ainda com toda
a adaptação desta criança no País todos os dias ele pode ter uma vivencia nova da
cultura que o recebeu. Não deixamos de considerar também a situação dos pais que
poderiam cooperar muito neste processo se estivessem bem emocionalmente e em
casa.
Nas duas provas em que o Zana realizou foi claro observar que ainda se
encontra no nível 1, ou seja que se refere as condutas não conservativas, onde ele
conclui que após as transformações, um dos bastões da massinha foi analisado com
o maior volume do que o outro, e da mesma forma o comprimento do barbante
também ficou maior.
Consideramos observar de de acordo com as fases de desenvolvimento de
Piaget, a idade cronológica de Zana na realização dos testes, não corresponde com
a sua idade mental, e também conforme Oliveira (2011), aproximadamente aos 7
anos , a criança representa o estágio de desenvolvimento na fase pré operatória,
finalizando este estágio consegue raciocinar o mundo de forma mais amadurecida e
logica.
Neste estágio a criança inicia a sua noção de espaço, tempo e ordem e no
final desta fase também a criança consegue adquirir a construção de conceitos de
conservação de massa e de volume, como também determinar conceito de tempo e
números. O Zana com 7 anos ele ainda está na fase 2: pré-operatório, mas com
algumas ressalvas de seu desenvolvimento, a sua interpretação ainda é muito lenta
para a realidade de seus estímulos, não presta muito atenção no que dizemos a ele
mas por vezes está prestando muito atenção no que acontece em sua volta, porém
se encontra distraído em alguns momentos que deveria está atento. Mas o seu
raciocínio ainda não é logico como o esperado para sua idade, mas ele está curioso
e aberto para novas descobertas.
irmãs vem de vontade própria e como é comum na cidade as crianças vão para
escola e programas socais sozinhas sem a companhia dos pais.
A falta de detalhes no desenho do Zana do seu aniversário é um alerta, pois
sinaliza que ele não tem ou não quer compartilhar lembranças de seu aniversário,
que provavelmente foi um tempo de tristeza ou de negligencia dos próximos, ou até
não foi lembrado,, o mais provável é que diante de toda a situação de refugio seus
pais não deram a devida importância para este momento especial do Zana.
A sua atitude com as coisas espalhadas na mesa entendemos que ele já
possui um modelo de conduta social mesmo que tímida, evidenciando que assim,
sua aquisição e propriedade de aprendizagem assistemática, que como segundo
VISCA (1991), acontece através de uma interação com um grupo para no futuro
desenvolver o desempenho do seu papel na sociedade.
Em relação ao seu desenvolvimento psicomotor ele apresenta, certamente
normal, seus traços são aceitáveis como normal a sua idade e como segura o lápis é
com segurança. Mas se distrai como material alheio querendo vê e pegar o material
dos colegas.
Observa-se no aspecto cognitivo/pedagógico que o aprendente tem
dificuldades de aprendizado, ele não reconhece todas as letras e tem duvidas , não
consegue escrever corretamente as letras de seu próprio nome. Apresentando esta
falta de atenção e concentração se distraindo com muita facilidade, demora a ouvir e
obedecer aos comandos e agita-se com pressa para finalizar suas tarefas sem se
importar com a diligencia e fazer corretamente.
Ao realizar as provas operatórias observamos que o aluno está no Nível 1,
que se refere as condutas conservativas, onde a criança conclui que após as
transformações de uma matéria o seu volume se torna maior que o outro, ou seja
um dos bastões de massinha foi analisado por ele e considerado maior volume que
o outro, e assim como o comprimento do barbante que ele concluiu que ficou em um
tamanho maior que o outro.
O Zana ainda apresenta na fase pré operatório, que se inicia aos 2 e termina
aos 7 anos. Espera-se que no final deste estágio a criança consiga raciocinar sobre
o mundo de forma lógica e madura, e assim a criança está aprendendo a ter noção
de espaço, do tempo e da ordem. É no final desta fase que é esperado que a
criança desenvolva construindo conceitos de conservação de massa e volume, bem
como dominar os conceitos de tempo e de números (OLIVEIRA,2011).
28
Apesar do Zana já ter noção de tempo, não tem de espaço e ordem, e não
compreende os conceitos de conservação de massa e volume e consegue
diferenciar números de letras, mas tem dificuldades de fazer contagem e cálculos.
No seu teste de superação do realismo nominal, foi possível concluir que o
aprendente ainda não supera esta faze por causa de sua escrita ainda se encontra
na fase pré silábica, que segundo a Emília Ferrero, a criança ainda não
compreendeu que a escrita representa o som da fala. Com muita dificuldade e
reflexão ele dá seu analise sobre a escolha que fez dos nomes dos objetos.
Neste caso a criança não se apropria do objeto de aprendizagem, sendo
assim, o modelo desta aprendizagem é hipoacomodativo, internalizando os
elementos do meio e hiperassimilativo, não se submete ao aprender há um
predomínio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos pois só revela os detalhes
internos do seu sofrimento.
Esta criança já tem um diagnostico psicopedagógico disponibilizado em sua
escola onde apresenta características de DDA (Distúrbio do déficit de Atenção),
consideramos que pelos traumas que já passaram em ocorrência a situação de
refúgio da Síria até a Alemanha não será fácil organizar seus sentimentos e
emoções para assim ter um aprendizagem normalizada conforme sua idade.
O Distúrbio do Déficit de Atenção é consequente de suas distrações e muita
alteração da sua atenção, é impulsivo e tem velocidade nas atividades física e
mental, uma criança que possui DDA nem sempre apresenta hiperatividade física,
no entanto sempre tem a disposição a distrações. E a sua impulsividade é causada
pelo despertar de suas maiores emoções diante das pequenas coisas a sua
hiperatividade costuma ser mental que física, porém é muito pesado para quem a
tem pois seu cérebro está em constante atividade (SILVA,2003)
O diagnóstico de DDA é sempre complexo segundo Silva (2003), pois a
tendência é que as crianças sejam geralmente com características do DDA, pois
assim o que faz definir é um comportamento com mais intensidade e constância.
29
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
investigar o que realmente está acontecendo com este individuo que clama por
dignidade e respeito, e por muitas vezes ser criança, infelizmente não tem voz, é por
isso que como futura psicopedagoga tenho anseio de ser uma voz para os que não
tem voz onde quer que eu esteja. Quando se aprende e adquire conhecimento
estamos abrindo janelas em seus olhos para vê o que antes estava oculto, para
desfrutar de uma cosmovisão correta e abrangente na responsabilidade de
compartilhar aquilo que recebeu, só quem um dia não viu dará tanto valor por aquilo
que vê hoje.
REFERENCIAS
BARBOSA, Priscila Maria Romero. Emília Ferreiro, Ana Teberosky e a gênese da língua
escrita. 2015. Disponível em: <http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/emilia-
ferreiro-ana-teberosky-ea-genese-da-lingua-escrita>. Acesso em: 09 out 2020
FAGALI, Eloísa Quadros; Vale, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia institucional aplicada: A
aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula. 11 ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
93 p.
32
SILVA, Cátia Cilene da. Introdução à psicopedagogia. 1 ed. Paraná: Intersaberes, 2012.
___ . Psicopedagogia: Novas contribuições. Trad. Andreia de Assis Peixoto e Maria Izabel
Peixoto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. 44 WEISS, Maria Lúcia Lemme.
Psicopedagogia clínica: Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 14ª
ed. Rio de Janeiro: Lamparina editora, 2012. 194 p.