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Introdução

Os fundamentos Científicos da Pedagogia

 concepção de educação
 papel da escola
 concepção de estudante
 concepção de docente
 concepção de ensino e aprendizagem
 concepção de avaliação da aprendizagem~

Concepção de educação

Desde a década de 1990 ocorrem discussões nacionais e internacionais sobre a educação para
o século XXI e o engajamento com a aprendizagem dos estudantes, compreendida como o
processo de desenvolvimento de competências para fazer frente aos desafios do mundo
contemporâneo. Em termos gerais, com base nos pilares delineados pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, do inglês United Nations
Educational, Scientific and Cultural Organization) para a educação do século XXI, pode-se
considerar que tais competências incluem, de forma não exclusiva, a capacidade do estudante
de (DELORS et al., 2000):

 aprender a conhecer: inclui as capacidades de formular problemas, definir objectivos e


especificar e aplicar metodologias, técnicas e ferramentas na solução de problemas;

 aprender a fazer: implica ser capaz de empregar conceitos, métodos, técnicas e


ferramentas próprios de determinado campo profissional;

 aprender a conviver: abrange a capacidade de se comunicar de forma eficaz, trabalhar


em equipe, respeitar as normas de convívio social levando em conta os direitos e
deveres individuais e colectivos;

 aprender a ser: diz respeito a ser capaz de agir eticamente e comprometido com o
respeito aos direitos humanos.

Entendendo que a educação precisa contribuir para a formação integral do estudante e para a
prática de sua cidadania, os Colégios contemplam uma visão de educação dentro da dimensão
socio ambiental comprometida com o processo de construção do conhecimento, respeitando o
ser humano com suas diferenças, limitações, possibilidades individuais e sociais e seu modo
de inserção, considerando o espaço colectivo, familiar, comunitário e ambiental.
Fundamenta-se no ensino, na pesquisa e na extensão, incentivando o estudante a buscar
conhecimentos múltiplos, necessários para o seu desenvolvimento integral, tornando-se capaz
de evoluir no seu modo de pensar, sentir, agir e interagir na sociedade como um ser crítico,
ético, criativo, aberto a mudanças e capaz de modificar sua própria história.
Papel da escola

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais
de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

“A escola é o lugar institucional de um projecto educacional. Isso quer dizer que ela deve
instaurar-se como espaço-tempo, como instância social que sirva de base mediadora e
articuladora dos outros dois projectos que a ver com o agir humano: de um lado o projecto
político da sociedade e, de outro, os projectos pessoais dos sujeitos envolvidos na educação”

Considera-se que as acções no ambiente escolar devam representar o compromisso da


instituição com o fortalecimento da cidadania e intencionalidade educacional, fomentando o
estabelecimento de um diálogo colectivo. O trabalho pedagógico precisa desenvolver, de
forma equilibrada, processos educacionais de informação e formação para estimular o
exercício da cidadania, da actuação do indivíduo na sociedade, com senso crítico, iniciativa,
criatividade, autonomia e responsabilidade cultural e socio ambiental.

É necessário aproximar o estudante e suas famílias do ambiente escolar na busca de uma


educação integral. Considera-se que a escola contribui para que o indivíduo construa uma
clara compreensão da sociedade e de suas transformações culturais, políticas e socio
ambientais.

Assim, defende-se, também, a ideia de que a escola é um lugar em que a educação é


considerada em seus múltiplos sentidos, repletos de histórias e significados, considerando a
importância de a escola abarcar a bagagem pessoal do estudante.

Compreende-se que a função da escola é promover experiências e vivências, mediante as


quais crianças e jovens possam se apropriar de conhecimentos científicos, desenvolver suas
capacidades e habilidades intelectuais, desenvolver sensibilidades e aprender valores
culturais, éticos, estéticos e ambientais. Nesse sentido, a educação é construída e
compartilhada e a formação de cidadãos é uma responsabilidade conjunta da escola, da
família e da sociedade.

Concepção de estudante

O estudante está no centro do processo de ensino e aprendizagem. Para que ele desenvolva
um conjunto de competências previamente definido como objectivo de aprendizagem,
enquanto alguém inserido na sociedade, ele é considerado um sujeito social com saberes e
competências que devem ser levados em conta no processo de ensino.

Concepção de docente

O professor é um ser social e histórico, sempre em movimento, pois constrói valores e


atitudes, agindo com um modo próprio de estar no mundo e de ver as coisas. Cada professor
tem sua identidade, uma forma pessoal que o distingue dos outros, fruto das interacções
sociais complexas nas sociedades contemporâneas e que define um modo de ser no mundo,
num dado momento, numa dada cultura, numa história.

Para Roldão (2006), o que distingue o professor de outros profissionais é o saber necessário à
função de ensinar, que se situa em um duplo referencial: ensinar como professar um saber e
ensinar como fazer para que o outro seja conduzido a aprender/apreender. O primeiro
referencial de ensinar foi importante em um contexto histórico que já passou. Nos dias
actuais, as necessidades da sociedade, cujo acesso à informação é facilitado, são outras, e por
isso o profissional de ensino torna-se um facilitador que instiga o estudante a aprender e
consequentemente apreender.

Dessa forma, o professor torna-se indispensável, com o compromisso de auxiliar seus


estudantes a “tornarem-se sujeitos pensantes, capazes de construir elementos categoriais de
compreensão e apropriação crítica da realidade” (LIBÂNEO, 2011, p. 11).

Para conduzir o processo de ensino e aprendizagem, o docente tem como responsabilidades a


definição, o planejamento, a execução, o acompanhamento e a avaliação de situações que
promovam a aprendizagem, actividades essas norteadas pelas concepções e pelos princípios
previstos no PPP do Colégio, assim como nos objectivos da educação básica conforme
legislação vigente.

É fundamental que o professor desenvolva as seguintes competências:

 Competência técnico-científica: ser capaz de se manter actualizado e de abordar os


conteúdos em relação a sua área de conhecimento;

 Competência pedagógica: saber organizar e dirigir situações de aprendizagem em que


actue como orientador e mediador, empregar metodologias de aprendizagem
inovadoras e novas tecnologias de informação e comunicação em situações de
aprendizagem e acompanhar e avaliar a efectividade das situações de aprendizagem;

 Competência relacional: ser capaz de agir e de orientar os estudantes quanto ao


respeito à vida, à dignidade, à liberdade, à democracia, à diversidade, ao meio
ambiente, às relações humanas, levando em conta valores e atitudes éticas por meio
do diálogo e do respeito ao outro;

 Competência organizacional: agir em conformidade com o estatuto, os regimentos e


as resoluções da Instituição, bem como actuar de forma comprometida com as
concepções, com a missão e com e as directrizes institucionais.

As competências supre estacadas são relevantes para que o professor possa exercer a tarefa de
ensinar, pois ele necessita conhecer muito bem o conteúdo da disciplina que lecciona, além
de dominar os saberes do campo da educação. Esses saberes permitem desenvolver sua
actividade, proporcionando a aprendizagem do estudante e não simplesmente a transmissão
do conteúdo. É importante ressaltar que ensinar é uma acção do professor para mobilizar e
mediar a aprendizagem de um conteúdo do qual o estudante necessita apropriar-se (VOIGT;
PESCE; GARCIA, 2016).
Concepção de ensino e aprendizagem

No Colégio Univille SFS, alinhado ao que preconiza o PPI da Universidade (UNIVILLE,


2016, p. 69), “o processo de ensino e aprendizagem acontece sobremaneira na interacção
dialógica entre estudantes e professores” e, por essa razão, está em contínua construção e
aperfeiçoamento.

Nessa perspectiva, a aprendizagem é compreendida como uma construção do sujeito que se


dá por meio do desenvolvimento de competências que possibilitem uma actuação cidadã,
consciente, crítica, solidária, criativa e autónoma diante das exigências e necessidades da
sociedade.

Sob a óptica do ensino, considerado como uma acção intencional, o processo engloba o
domínio dos conteúdos, o planejamento, a execução, o acompanhamento e a avaliação das
situações que promovam a aprendizagem e a construção de um ambiente de interacção que
favoreça o diálogo e o respeito mútuo, além da responsabilidade e do comprometimento com
os objectivos do ensinar e do aprender.

Concepção de avaliação da aprendizagem

No Colégio Univille SFS compreende-se que a “avaliação da aprendizagem é um acto


necessário” e que abriga “uma crítica pedagógica que inclui desempenho e posturas docentes
e discentes”. É realizada de forma contínua, cumulativa e sistemática com o objectivo de
diagnosticar a situação de aprendizagem de cada estudante em relação à proposta curricular e
pedagógica. A avaliação não pode priorizar apenas o resultado ou o processo, mas precisa,
como prática de investigação, interrogar a relação ensino e aprendizagem, possibilitando a
identificação dos conhecimentos construídos e das dificuldades existentes, sempre
privilegiando a forma dialógica e a busca por melhorias.

No Colégio Univille SFS entende-se que a avaliação deva ser um processo para construir uma
reflexão crítica sobre a prática, tanto por parte dos professores quanto dos estudantes. Para
Lowman (2004), examinar tem um efeito poderoso sobre as atitudes dos estudantes, sobre o
modo como estudam e sobre o que aprendem. Para os professores, possibilita identificar os
avanços e as dificuldades e o que fazer para superar os obstáculos.

Com base em Lowman (2004), Hoffmann (2000) e Romão (1998), o Colégio Univille SFS
desenvolve seu processo de avaliação nas seguintes dimensões:

 Diagnóstica: possibilita a sondagem inicial de competências, habilidades e


conhecimentos do estudante em determinada área, identificando o nível de
aprendizagem de conteúdo. É utilizada para estimar possíveis dificuldades de
aprendizagem, possibilitando a adequação dos instrumentos pedagógicos às
necessidades de aprendizagem do estudante;
 Formativa: é usada no percurso do processo de ensino e aprendizagem como forma de
monitoramento do rendimento do estudante, das deficiências das metodologias de
ensino e sobre a necessidade de possíveis alinhamentos de curso do planejamento de
ensino. A preocupação central é colectar dados para reorientar o processo de ensino-
aprendizagem, tendo como objectivo verificar se o que foi proposto pelo professor em
relação aos conteúdos está sendo atingido;

 Cumulativa: identifica aquilo que o estudante vai aprendendo no decorrer das aulas,
permitindo ao professor um acompanhamento individualizado;

 Somativa: tem como objectivo traduzir de forma quantitativa os resultados objectivos


no processo educativo com a atribuição de notas e/ou conceitos que permitam
verificar se o estudante pode ser promovido ou não de uma série para outra;

 Emancipadora: promovendo a autocrítica, essa avaliação pode ser realizada


individualmente ou em grupo e permite ao estudante tomar consciência do que
aprendeu, da forma como estudou e do que pode ser melhorado. Também o professor
pode empregar esse tipo de avaliação para refletir sobre sua prática e as melhorias
possíveis.

A avaliação constitui um momento reflexivo sobre teoria e prática no processo de ensino-


aprendizagem. Ao avaliar, o professor estará constatando as condições de aprendizagem dos
estudantes, para, a partir daí, prover meios para sua recuperação. Portanto, avaliação não é
um ato, é um processo, solicitando intenso envolvimento dos seus protagonistas.

Psicologia Geral

A palavra Psicologia é a junção de 2 palavras gregas:

Psique + Logia

Psique = Mente

Logia = Estudo

Psicologia pode ser conceituada como o estudo da mente do ser humano. E como a Psicologia
faz isso? Através do estudo do comportamento, das atitudes, pensamento e aprendizagens do
ser humano. A Psicologia tem vários autores e diferentes abordagens referentes ao seu
estudo. São exemplos das Escolas da Psicologia o Behaviorismo e a Psicanálise. O
Behaviorismo (que é o estudo do nosso comportamento) ganhou destaque por estudar, através
da observação, o comportamento do ser humano e dos animais. Estudou o comportamento de
ratos, pombos e macacos.

Já a Psicanálise tem como foco o estudo da mente do indivíduo, mais precisamente o


inconsciente. Percebam que é um estudo mais profundo, uma vez que o inconsciente é a
nossa “caixa preta”, onde estão guardados nossos pensamentos e desejos mais reprimidos,
como traumas, desejos proibidos. No decorrer desta aula, vamos estudar melhor cada uma
dessas Escolas da Psicologia.
Psicologia como Ciência

A Psicologia é uma ciência que estuda a mente e o comportamento do ser humano e de


animais através de suas relações com o meio físico e social.

Teoria ou Filosofia da Educação

A filosofia da educação é o campo da filosofia que se ocupa da reflexão sobre os processos


educativos, os sistemas educativos, a sistematização de métodos didácticos, entre outros
temas relacionados com a pedagogia. O seu escopo principal é a compreensão das relações
entre o fenómeno educativo e o funcionamento da sociedade, e vários pensadores dele se
ocuparam. Uma das grandes questões da filosofia da educação é a dicotomia entre a educação
como transmissão do conhecimento versus a educação crítica, como um incentivo à
habilidade questionadora por parte do aluno. Como se conhece e o que significa conhecer
também são questões abordadas e problematizadas pela filosofia da educação.

As teorias de aprendizagem são estruturas conceituais que descrevem como o conhecimento é


absorvido, processado e retido durante a aprendizagem. As influências cognitivas,
emocionais e ambientais, bem como a experiência anterior, desempenham um papel na forma
como a compreensão, ou uma visão de mundo, é adquirida ou alterada e o conhecimento e as
habilidades são retidos.

Idealismo

Platão - Data: 424/423 a.C - 348/347 a.C

A filosofia de Platão foi baseada em sua visão da República ideal, onde o indivíduo era
melhor servido ao ser subordinado a uma sociedade justa. Ele defende remover as crianças
dos cuidados de suas mães e cuidar delas através do Estado, com grande cuidado para
diferenciar as crianças adequadas para as várias castas, a maior delas recebendo a melhor
educação, para que elas possam agir como guardiões da cidade e cuidar dos menos aptos. A
educação seria holística, incluindo fatos, habilidades, disciplinas físicas, e música e arte, que
ele considerava a maior forma de esforço.

Platão acreditava que o talento não era distribuído geneticamente e portanto deveria ser
encontrado em crianças de qualquer classe social. Ele desenvolveu isso ao insistir que aqueles
considerados aptos deveriam ser treinados pelo Estado para que fossem qualificados para
assumir o papel de uma classe dominante. Isso estabelece, essencialmente, um sistema
de educação pública selectiva baseada na premissa que uma minoria educada da população é,
por virtude da sua educação, suficiente para uma governança sadia.

Os escritos de Platão contém algumas das seguintes ideias:

A educação elementar deveria ser confinada para a classe guardiã até a idade de 18 anos,
seguido de dois anos de treinamento militar compulsório, e depois ensino superior para
aqueles que estivessem qualificados. Enquanto que o ensino elementar moldava a alma para
responder ao ambiente, o ensino superior ajudava a alma a procurar pela verdade que a
ilumina. Tanto os meninos como as meninas recebiam o mesmo tipo de educação. Educação
elementar consistia de música e ginástica visando treinar e misturar qualidades gentis e fortes
nos indivíduos e criar uma pessoa harmoniosa.

Ao chegar aos 20 anos, é feita uma selecção. Os melhores receberiam um curso avançado em
matemática, geometria, astronomia e harmónica. O primeiro curso na área de ensino superior
duraria dez anos. Esse curso seria para aqueles que estão mais aptos para a ciência. Aos 30
anos seria feita uma nova selecção; os qualificados estudariam dialéctica
e metafísica, lógica e filosofia pelos próximos cinco anos. Eles estudariam a ideia do bem e
os primeiros princípios dos seres. Depois de aceitar uma posição júnior nas forças armadas
por quinze anos, a pessoa teria completado sua educação teórica e prática aos cinquenta anos.

Immanuel Kant

Data: 1724 – 1804

Immanuel Kant acreditava que a educação se diferencia do treinamento no sentido de que o


primeiro envolve pensamento, no que o último não. Além de ensinar a razão, era de
importância central para ele que fosse desenvolvido o carácter e o ensino das máximas
morais. Kant era um grande apoiador do ensino público e aprender ao fazer.

Campo Prático

Michel de Montaigne

Data: 1553 – 1592

Em um de seus Ensaios, intitulado “Sobre a educação das crianças”, Michel de


Montaigne aborda o tema da educação. É uma tentativa de mudança do sistema de educação
da época para os filhos da nobreza. Ou seja, Montaigne traça um plano de educação
aristocrática.

Montaigne se mostra sempre contrariado à formação dos jovens por meio de objetos de
estudos que fogem da vontade dos mesmos. A sua teoria da educação consiste em os jovens
tenham liberdade nas suas escolhas, quererem aquilo sob o qual sua alma está mais
inclinada. Para isso, o jovem precisa ter contato prévio com todas as coisas possíveis e depois
escolher quais lhe agradam mais. A partir disso, começa de fato a educação do jovem. O que
Montaigne está buscando romper aqui é com a tradição da educação baseada
pela memorização por meio da leitura dos clássicos, ou seja, o jovem seria apenas um mero
repetidor, e nada de útil tem nisso.

O autor começa a crítica em cima daqueles que praticavam à docência na época: “Obest
plerumque iis, qui discere volunt, auctoritas eorum, qui docent.” (A autoridade dos que
querem ensinar é, no mais das vezes, nociva para os que querem aprender). A crítica nesse
pensamento é em relação a imposição de ideias do professor sobre o aluno e com isso as
particularidades e desejos do aluno vão sendo deixadas de lado, ou melhor, não importam.
Temos, como vimos, nessa época uma formação pautada por cópias e repetições de
pensamento. Montaigne diz que “Tanto nos submeteram às andadeiras que já não temos os
passos soltos: nosso vigor e nossa liberdade se extinguiram.” É, para o autor, problemática
essa educação que atrofia o aluno e não mais o deixa aflorar seus próprios pensamentos,
caminhar por conta própria.

Como para Montaigne o aluno deve ser instruído de diversas formas e caminhos, e depois
escolher seu próprio caminho, a escolha de um bom docente seria fundamental. Teria que ser
um docente que provoque o aluno e apenas aponte direções. Um docente que dialogue com o
aluno o tempo todo e o aluno não pode apenas aceitar, mas necessariamente duvidar. É por
meio dessa dúvida que surge de fato o papel da educação, ou seja, o papel da educação é
aflorar o ser do aluno diante dos seus interesses, dúvidas. É o aluno e suas vontades que
definem o caminho. Esse aluno também deve ser treinado para todos os momentos e não só
mentalmente, mas também fisicamente: “É preciso acostumá-lo ao sofrimento e à dureza dos
exercícios, a fim de treiná-lo para o sofrimento e a dureza da luxação, da cólica, do cautério:
e também da prisão, e da tortura.”

Uma educação pautada não apenas na escola significa mostrar que tudo que está diante dos
nossos olhos é de possível aprendizagem, ou seja, o mundo ao nosso redor é um livro. Para
Montaigne, a sabedoria “livresca”, uma sabedoria quase que descolada da realidade, em
muito atrapalha o aluno. Dentro desse livro que é o mundo, devemos nos posicionar quase
que como em frente a um espelho, e conforme nossa posição, nosso ângulo ou perspectiva,
aprendemos de múltiplas formas. No mundo o aluno deve ser colocado diante de interações
humanas e viagens ao redor do mundo. Só diante de tudo isso, é que o aluno começa a
praticar de fato seus aprendizados e consegue distinguir, a respeito do que aprendeu, o que
serve para cada ocasião. Como diz Montaigne o aluno deve ter “...mais vontade de tornar-se
homem hábil do que homem erudito...”. O hábil utiliza seu saber e avalia a sua necessidade
diante da sua realidade.

Teorias educacionais

 Tradicional
 Escola Nova
 Renovada
 Não-diretiva
 Progressista
 Libertária
 Libertadora
 Crítico social dos conteúdos

A educação, bem como o processo educativo, deve ser orientada por metodologias que permitam
atender aos objectivos propostos pelos docentes. Conforme Nérice (1978, p.284), a metodologia
do ensino pode ser compreendida como um “conjunto de procedimentos didácticos, representados
por seus métodos e técnicas de ensino”, esse conjunto de métodos são utilizados com o intuito de
alcançar objectivos do ensino e de aprendizagem, com a máxima eficácia e, por sua vez, obter o
máximo de rendimento.

Etimologicamente, considerando a sua origem grega, a palavra metodologia advém de methodos, que
significa META (objectivo, finalidade) e HODOS (caminho, intermediação), isto é caminho para se
atingir um objectivo. Por sua vez, LOGIA quer dizer conhecimento, estudo. Assim, metodologia
significaria o estudo dos métodos, dos caminhos a percorrer, tendo em vista o alcance de uma meta,
objectivo ou finalidade.

Partindo dessa formulação um tanto simplista, a metodologia do ensino seria, então, o estudo das
diferentes trajectórias traçadas/planejadas e vivenciadas pelos educadores para orientar/direccionar o
processo de ensino-aprendizagem em função de certos objectivos ou fins educativos/formativos.

Didáctica geral

É o principal ramo da pedagogia que tem como objectivo ensinar as metodologias e técnicas
que possibilitam a aprendizagem do aluno por parte do professor.

Pedagogia especial ou defectologia

A pedagogia especial ou Defectologia ocupa-se sobre problemas da educação, daqueles que


são desfavorecidas no seu desenvolvimento psíquico e físico, apoiando-se na pedagogia
geral.

Ainda pode ser definida como ciência que estuda os problemas das instituições educativas
para as crianças e os jovens que o requerem uma atenção especial.

A pedagogia especial pode ser diferenciar-se de harmonia com tipo de diferença e


consequentemente, também com carácter de trabalho educativo nas seguintes disciplinas
restritas:
- SURDOPEDAGOGIA,
-TIFLOPEDAGOGIA,
-OLIGOFLENOPEDAGOGIA,
-ETOPEDAGOGIA,
-LOGOPEDAGOGIA,
-SONATOPEDAGOGIA,

Pedagogia especial ou defeictologia – comporta as disciplinas investigam as particularidades


de ensino e a educação de crianças com deficiência como:

A Surdopedagogia – estuda e investiga os métodos de ensino e educação de crianças com


problemas auditivos.

A Tiflopedagogia – estuda e investiga os métodos de ensino e educação de crianças com


problemas visuais.

A Oligofrenopedagogia – estuda e investiga os métodos de ensino e educação de crianças


com problemas mentais.

Etopedagogia (do gr. ethos = valores) é a pedagogia da família ou a pedagogia de valores.


A Logopedia – estuda e investiga os métodos de ensino e educação de crianças com
problemas de fala.

Administração e gestão escolar


O que é administração escolar?

A administração escolar é o planejamento, organização e aplicação dos recursos essenciais


para o funcionamento da instituição. Assim, sua principal função é garantir o alinhamento
dos diversos sectores de modo que tenham as condições necessárias para alcançar os
objectivos gerais da escola.

Por isso, é função da administração escolar controlar recursos como profissionais que
trabalham na instituição, equipamentos e materiais necessários, recursos financeiros e o
tempo de todos os envolvidos, por exemplo.

As actividades realizadas envolvem o planejamento e coordenação de estratégias


administrativas, definição de orçamentos, metas e objectivos, organização e monitoramento
de cronogramas e calendários, delegação de actividades, entre outros.

Assim, é responsabilidade desta área lidar com as questões técnicas e de planejamento


estratégico, controlando os processos internos e externos para que as acções sejam executadas
com a melhor qualidade possível.

Esse trabalho é realizado pelo director da escola, que tem a missão de actuar junto aos
professores e alunos, além de liderar as equipes administrativas que fazem parte da
instituição.

Assim, por meio da administração escolar, o director consegue mobilizar pais, alunos,
professores, equipe pedagógica e membros da comunidade escolar para aprimorar cada vez
mais o processo de ensino e aprendizagem.

O que é gestão escolar?

Enquanto a administração é ligada à parte técnica, a gestão escolar é relacionada ao aspecto


humano da escola. Por isso, é a área responsável por dar significado aos recursos e
direccionar o modo como serão utilizados no dia-a-dia.

A gestão escolar, portanto, é voltada a incentivar a liderança, motivar a equipe para dar
ênfase à qualidade do currículo e motivar a participação dos pais para garantir a qualidade do
ensino.

Nesse sentido, faz parte das suas actividades orientar os colaboradores sobre sua actuação,
mantê-los motivados e promover o aprimoramento e a qualificação de cada um, por
exemplo.

Assim, por oferecer uma visão ampla da escola, esta área é um dos elementos mais
importantes para que os sectores continuem cumprindo suas metas tendo em vista os
objectivos organizacionais.
As principais funções da gestão escolar são:

 Atuar de maneira ativa para garantir o acesso do aluno à escola;

 Criar medidas para assegurar a permanência de alunos e professores na instituição;

 Manter uma comunicação eficaz entre a escola e os responsáveis pelos alunos,


comunidade e corpo docente;

 Realizar a adequação do conteúdo pedagógico de acordo com a realidade local;

 Organizar as disciplinas, professores, turmas e espaços para garantir a qualidade das


aulas.

Com isso, é possível abordar os aspectos concretos da rotina escolar e garantir que a
instituição tenha as condições necessárias para ensinar os alunos e formar cidadãos
com habilidades e competências desenvolvidas.

A gestão escolar também é responsabilidade do diretor da instituição, que precisa analisar as


necessidades de cada setor e levar em conta suas particularidades para criar uma relação mais
harmoniosa entre todos.

Essas atividades são bastante complexas e demandam tempo e esforço dos profissionais, que
podem ficar sobrecarregados com o acúmulo de funções. Para facilitar esse trabalho, é
fundamental contar com tecnologia de ponta para otimizar o tempo e manter a escola
organizada.

Metodologia de Ensino

Etimologicamente, considerando a sua origem grega, a palavra metodologia advém de


methodos, que significa META (objectivo, finalidade) e HODOS (caminho, intermediação),
isto é caminho para se atingir um objectivo. Por sua vez, LOGIA quer dizer conhecimento,
estudo. Assim, metodologia significaria o estudo dos métodos, dos caminhos a percorrer,
tendo em vista o alcance de uma meta, objectivo ou finalidade.

Uma metodologia nada mais é que o direccionamento para a realização de algum objectivo,
alcançando a “linha de chegada”. A origem do termo vem do latim “methodus” e se difundiu
no meio da educação como o campo que estuda a forma com que o conhecimento é
produzido.

Em outras palavras, a metodologia de ensino compreende todas as ferramentas que os


educadores utilizam para transmitir os seus conhecimentos aos alunos. Cada professor utiliza
um método para tal, em busca da melhor forma de motivar crianças e jovens, direccionando-
os ao aprendizado.

Logo, é possível perceber que é a soma de atitudes que molda a forma como
os professores ministram as suas aulas e lidam com o conhecimento transmitido aos seus
alunos. Nesse processo, podem ser utilizadas ferramentas como a leitura, os recursos visuais
(filmes, vídeos do YouTube, vídeo aulas ou qualquer gravação) e sonoros.

Metodologia de ensino tradicional

A metodologia tradicional de ensino parte do princípio em que o professor é o narrador dos


fatos e os alunos, os ouvintes. Dentro do espaço da sala de aula, o educador prepara o
conteúdo previamente e o transmite aos estudantes, que têm a função de assimilar e
memorizar o que foi ensinado.

O ensino na metodologia tradicional é feito a partir de aulas padronizadas e materiais prontos,


comumente em forma de apostilas. Por meio desses recursos, os alunos estudam com o
objetivo de adquirir conhecimentos técnicos e alcançar boas notas. Para auxiliar aqueles que
não conseguem atingir o mínimo solicitado pela escola, existem as atividades de recuperação.

Metodologia tradicional de ensino sociointeracionista

Os alunos são incentivados a inovar, liderar projectos, criar soluções e lidar com outras
pessoas. Eles são reconhecidos tanto por seus resultados conquistados quanto pelo esforço
que empregaram nesse percurso. A escola que cria raízes sociointeracionistas acredita que o
conhecimento é construído aos poucos, tendo o professor como um condutor até o
aprendizado.

A intenção é que esses estudantes, com todos esses benefícios, desenvolvam habilidades
socio emocionais, como:

 proactividade;
 pensamento crítico;
 colaboração com colegas;
 criatividade;
 perseverança.
Metodologia de ensino Montessori

Diferentemente das metodologias em que o professor é um condutor do ensino ou mesmo o


próprio protagonista do processo, nas escolas montessorianas há o profissional observador.
Esse educador, no caso, tem o objectivo de monitorar bem de perto o aprendizado de crianças
e jovens, verificando a evolução e descobrindo as razões que bloqueiam o seu aprendizado,
de fato. A avaliação é feita, então, por meio dessa observação.

O currículo dessas escolas é multidisciplinar. Elas acreditam que as experiências são a melhor
forma de aprendizado, já que unem diferentes disciplinas para tal. Além disso, deixam todos
os objectos das salas de aula ao alcance das crianças, para motivar o aprendizado por meio
dos sentidos.

Os princípios que caracterizam o conceito Montessori são:


 educar para a paz: construindo cidadãos para que, desde pequenos, respeitem as outras
pessoas e saibam conviver em sociedade;

 educar pela ciência: os conceitos científicos devem guiar a aprendizagem dos alunos;

 educação cósmica: além do respeito às pessoas, é ensinado a respeitar a natureza,


vivendo de forma harmónica.

História da pedagogia

Pedagogia é a ciência que tem como objecto de estudo a educação, o processo de ensino e
a aprendizagem. O sujeito é o ser humano como educando, mais normalmente entendida
como a abordagem do ensino é a teoria e prática da aprendizagem e como esse processo
influencia e é influenciado pelo desenvolvimento social, político e psicológico dos alunos.

A pedagogia, tomada como disciplina académica, é o estudo de como os conhecimentos e


habilidades são transmitidos em um contexto educacional e considera as interacções que
ocorrem durante o processo de ensino-aprendizagem. Tanto a teoria quanto a prática da
pedagogia variam muito, pois reflectem diferentes contextos sociais, políticos e culturais.

A pedagogia é muitas vezes descrita como o acto de ensinar. A pedagogia adoptada pelos
professores molda suas acções, julgamentos e estratégias de ensino levando em consideração
teorias de aprendizagem, entendimentos dos alunos e suas necessidades, e as origens e
interesses de cada aluno. Seus objectivos podem ir desde a promoção da educação liberal (o
desenvolvimento geral do potencial humano) até as especificidades mais restritas da
educação profissional (a transmissão e aquisição de habilidades específicas). As pedagogias
convencionais ocidentais vêem o professor como detentor do conhecimento e o aluno como
receptor do conhecimento (descrito por Paulo Freire como "métodos bancários"), mas as
teorias da pedagogia identificam cada vez mais o aluno como agente e o professor como
facilitador.

As estratégias instrutivas são regidas pelo conhecimento prévio e experiência do aluno,


situação e ambiente, bem como pelos objectivos de aprendizagem estabelecidos pelo aluno e
pelo professor. Um exemplo seria o método socrático.

História

A Grécia clássica pode ser considerada o berço da Pedagogia, pois foi na Grécia que
nasceram as primeiras ideias acerca da acção pedagógica, ponderações que vão influenciar,
por muitos anos, a educação e cultura ocidentais e vincular a imagem do Pedagogo à
formação das crianças.

Na antiga Grécia, eram chamados de pedagogos os escravos que acompanhavam as crianças


que iam para a escola. Como escravo, ele era submisso à criança, mas tinha que fazer valer
sua autoridade quando necessária. Por esse motivo, esses escravos desenvolveram grande
habilidade no tracto com as crianças.
Nos séculos XVII e XVIII, inicia-se uma era de debates no campo da educação, tendo, como
foco, a importância de actualizar os processos pedagógicos e rever o próprio conceito
de infância. Nomes importantes deste período são Comenius e Rousseau. No final do século
XIX e princípios do século XX, os debates sobre educação e, principalmente, as novas
pesquisas no campo da psicologia do desenvolvimento e aprendizagem, com ênfase na
criança, levaram a que um grande número de profissionais, de diversos campos,
desenvolvessem reflexões, pesquisas e experiências pedagógicas envolvendo métodos de
ensino, as relações pedagógicas e as possibilidades e limites dos diferentes contextos
educativos, dando corpo a vários movimentos, dentre eles o da Escola Nova e a Pedagogia
Waldorf. No restante do século XX, a pedagogia foi se institucionalizar como campo de
conhecimento científico e profissional e a formação passou a ocorrer
nas Universidades em cursos superiores que cuidam dos assuntos relacionados à educação
por excelência, tratando-se, portanto, de uma Licenciatura.

No Brasil, legalmente, a história do curso de Pedagogia começou nas décadas de 1930,


quando intelectuais se reuniram e lançaram juntos o "Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nova". Este documento trazia diversas reivindicações, buscando um ensino universalizado e
acessível para todos, também a construção de mais escolas. Fundamentado neste documento,
cria-se a Universidade de São Paulo, em 1934, e a Universidade do Distrito Federal, em
1935. Ademais, em 1937, com a instituição do Estado Novo de Vargas, foi promulgada a Lei
n° 452, que estabeleceu a Universidade do Brasil. Mas, o curso de Pedagogia só foi
regulamentado em 1939, com o Decreto nº 1 190/39. O decreto organizou os cursos em
seções, sendo eles Filosofia, Ciências, Letras e Pedagogia. Além destes, havia a especialidade
em Didáctica. O modelo da época ficou conhecido como 3+1, ou seja, a formação inicial
concedia o título de bacharel e, quem desejava a licenciatura, teria que fazer mais um ano de
didáctica. A formação era fragmentada, porém, ao longo dos anos o curso sofreu diversas
modificações no que tange ao currículo e actuação.

Hoje em dia, o curso é mais completo, abrangendo tanto conteúdos que formam pedagogos
para actuar em sala de aula, quanto para actuar em áreas de gestão, supervisão, empresas,
hospitais, etc.

Pensadores

Sócrates

Sócrates (470 a.C. — 399 a.C.) empregou o método socrático ao se envolver com um aluno
ou colega. Este estilo não transmite conhecimento, mas tenta fortalecer a lógica do aluno,
revelando as conclusões da afirmação do aluno como erróneas ou apoiadas. O instrutor neste
ambiente de aprendizagem reconhece a necessidade dos alunos de pensar por si mesmos para
facilitar sua capacidade de pensar sobre problemas e questões. Foi descrito pela primeira vez
por Platão nos Diálogos Socráticos.

Platão
Platão (428/427 ou 424/423 a.C. — 348/347 a.C.) descreve um sistema de educação
na República (375 aC) no qual os direitos individuais e familiares são sacrificados ao Estado.
Ele descreve três castas: uma para aprender um ofício; um para aprender ideias literárias e
estéticas; e um para ser treinada em ideias literárias, estéticas, científicas e filosóficas. Platão
via a educação como uma realização da alma e, ao realizar a alma, o corpo posteriormente se
beneficiava. Platão via a educação física para todos como uma necessidade para uma
sociedade estável.

Aristóteles

Aristóteles (384 a.C. — 322 a.C.) compôs um tratado, Sobre a Educação, que foi
posteriormente perdido. No entanto, ele renunciou à visão de Platão em obras posteriores,
defendendo uma educação comum obrigatória a todos os cidadãos pelo Estado. Uma pequena
minoria de pessoas que residiam nas cidades-estados gregas nessa época eram consideradas
cidadãos e, portanto, Aristóteles ainda limitava a educação a uma minoria na Grécia.
Aristóteles defende que a educação física deve preceder os estudos intelectuais.

Quintiliano

Marcus Fabius Quintilianus (35 d.C. — 100 d.C.), Quintiliano, publicou sua pedagogia
na Institutio Oratoria (95 EC). Ele descreve a educação como um assunto gradual e coloca
certas responsabilidades no professor. Ele defende a educação retórica, gramatical, científica
e filosófica.

Tertuliano

Tertuliano (155 d.C. — 240 d.C.) foi um estudioso cristão que rejeitou toda a educação pagã,
insistindo que este era "um caminho para a sabedoria falsa e arrogante dos filósofos antigos".

Jerônimo

São Jerônimo (347 d.C. — 30 de Setembro de 420 d.C.) foi um estudioso cristão que
detalhou sua pedagogia das meninas em inúmeras cartas ao longo de sua vida. Ele não
acreditava que o corpo precisasse de treinamento e, portanto, defendia o jejum e a
mortificação para subjugar o corpo. Ele só recomenda a Bíblia como material de leitura, com
exposição limitada, e adverte contra instrumentos musicais. Ele defende contra deixar as
meninas interagirem com a sociedade e de ter "afeição por um de seus companheiros do que
por outros". Ele recomenda ensinar o alfabeto por blocos de marfim em vez de memorização
para que "se aprenda brincando". Ele é um defensor do reforço positivo, afirmando "Não a
repreenda pela dificuldade que possa ter em aprender. Pelo contrário, encoraje com elogios..."

Jean Gerson

Jean Charlier de Gerson (13 de Dezembro de 1363 — 12 de julho de 1429), o diretor da


Universidade de Paris , escreveu em De parvulis ad Christum trahendis "As crianças
pequenas são mais facilmente controladas por carícias do que pelo medo", apoiando uma
abordagem mais gentil do que sua predecessores. Ele também afirma: "Acima de tudo, que o
professor se esforce para ser um pai para seus alunos". Ele é considerado um precursor
de Fenelon.

John Amos Comenius

John Amos Comenius (28 de marco de 1592 — 15 de Novembro de 1670) é considerado o


pai da educação moderna.

Johann Pestalozzi

Johann Heinrich Pestalozzi (12 de Janeiro de 1746 — 17 de Fevereiro de 1827), fundador de


várias instituições educacionais tanto nas regiões de língua alemã quanto francesa da Suíça e
escreveu muitas obras explicando seus princípios revolucionários modernos de educação. Seu
lema era "Aprender de cabeça, mão e coração".

Johann Herbart

A filosofia educacional e pedagogia de Johann Friedrich Herbart (4 de Maio de 1776 — 14


de Agosto de 1841) destacou a correlação entre o desenvolvimento pessoal e os benefícios
resultantes para a sociedade. Em outras palavras, Herbart propôs que os seres humanos se
realizem uma vez que se estabeleçam como cidadãos produtivos. O Herbartianismo refere-se
ao movimento sustentado pelas perspectivas teóricas de Herbart. Referindo-se ao processo
de ensino, Herbart sugeriu cinco etapas como componentes cruciais. Especificamente, essas
cinco etapas incluem: preparação, apresentação, associação, generalização e aplicação.
Herbart sugere que a pedagogia se relaciona a ter pressupostos como educador e um conjunto
específico de habilidades com um objectivo final deliberado em mente.

John Dewey

A pedagogia de John Dewey (20 de Outubro de 1859 — 1 de junho de 1952) é apresentada


em várias obras, incluindo My Pedagogic Creed de 1897 ("Meu credo pedagógico"), The
School and Society de 1900 ("Escola e Sociedade"), The Child and the Curriculum de 1902
(Crianças e o Currículo), Democracy and Education de 1916 ("Democracia e
Educação"), Escolas do Amanhã (1915) com Evelyn Dewey e Experiência e Educação
(1938). Aos seus olhos, o propósito da educação não deve girar em torno da aquisição de um
conjunto pré-determinado de habilidades, mas sim a realização de todo o potencial e a
capacidade de usar essas habilidades para um bem maior (Meu Credo Pedagógico, Dewey,
1897). Dewey defendia uma estrutura educacional que encontrasse um equilíbrio entre a
transmissão de conhecimento e, ao mesmo tempo, levasse em conta os interesses e as
experiências do aluno (The Child and the Curriculum, Dewey, 1902). Dewey não apenas
reimaginou a forma como o processo de aprendizagem deveria ocorrer, mas também o papel
que o professor deveria desempenhar nesse processo. Ele previu uma divergência entre o
domínio de um conjunto pré-seleccionado de habilidades para o cultivo da autonomia e do
pensamento crítico tanto no professor quanto no aluno.

Paulo Freire
Paulo Reglus Neves Freire (19 de Setembro de 1921 — 2 de Maio de 1997) foi um educador
e filósofo brasileiro que foi um dos principais defensores da pedagogia crítica. Ele é mais
conhecido por seu influente trabalho Pedagogia do Oprimido, que é geralmente considerado
um dos textos fundamentais do movimento de pedagogia crítica.

Pedagogia moderna

Um artigo do Kathmandu Post publicado em 3 de Junho de 2018 descreveu o habitual


primeiro dia de aula em um calendário académico. Os professores encontram seus alunos
com traços distintos. A diversidade de atribuições entre crianças ou adolescentes supera as
semelhanças. Os educadores têm que ensinar alunos com diferentes origens culturais, sociais
e religiosas. Esta situação implica uma estratégia diferenciada em pedagogia e não a
abordagem tradicional para os professores cumprirem os objectivos de forma eficiente.

A Instrução Diferenciada pode ser qualificada como "esforços dos professores em responder
às inconsistências entre os alunos na sala de aula". A diferenciação refere-se aos métodos de
ensino. (...) A Instrução Diferenciada oferece aos alunos uma variedade de alternativas para
adquirir informações. Os princípios primários que compõem a estrutura da Instrução
Diferenciada incluem avaliação formativa e contínua, colaboração em grupo, reconhecimento
dos diversos níveis de conhecimento dos alunos, resolução de problemas e escolha em
experiências de leitura e escrita.

Howard Gardner ganhou destaque no sector educacional por sua Teoria das Inteligências
Múltiplas. Ele nomeou sete dessas inteligências em 1983: Linguística, Lógica e Matemática,
Visual e Espacial, Corpo e Cinestésica, Musical e Rítmica, Intrapessoal e Interpessoal. Os
críticos dizem que a teoria é baseada apenas na intuição de Gardner, em vez de dados
empíricos. Outra crítica é que a inteligência é muito idêntica para tipos de personalidade. A
teoria de Howard Gardner veio da pesquisa cognitiva e afirma que essas inteligências ajudam
as pessoas a " conhecer o mundo, entender a si mesmas e às outras pessoas ". Essas
diferenças contestam um sistema educacional que pressupõe que os alunos podem "entender
os mesmos materiais da mesma maneira e que uma medida colectiva padronizada é muito
imparcial em relação às abordagens linguísticas na instrução e avaliação, bem como, até
certo ponto, aos estilos lógicos e quantitativos .

Pedagogia das idades

A idade escolar

Desenvolvimento cognitivo

Jean Piaget (1896-1980) foi um dos grandes estudiosos do desenvolvimento cognitivo. Ele
parte do pressuposto de que o desenvolvimento mental não pode ser dissociado do
crescimento físico e defende que há um paralelismo entre eles. A inteligência, para Piaget,
modifica-se à medida que a criança se desenvolve e parte de um continuum entre reflexos
biológicos, movimentos espontâneos e hábitos adquiridos, que podemos localizar na fase de
bebê (no período sensório-motor), até alcançar as habilidades de realizar operações
abstractas, características do período operatório formal (final da adolescência).
É, portanto, um processo de conhecimento que tem como material tanto a informação do
meio em que vivemos quanto o que já está registrado na nossa memória, ou seja, a
inteligência se constrói a partir da interacção entre o organismo e o ambiente.

Piaget descobriu que o desenvolvimento da criança pode ser dividido em estágios mais ou
menos delimitados, de forma que um estágio anuncia o posterior, assim como é condição
necessária para ele. Piaget propôs quatro estágios do desenvolvimento cognitivo: (a) o
sensóriomotor (de 0 a 2 anos), em que o bebê entende o mundo a partir dos seus sentidos e
das suas acções motoras; (b) o pré-operatório (de 2 a 6 anos), em que a criança passa a
utilizar símbolos, classificar objectos e utilizar lógica simples; (c) o operatório concreto (de 7
a 11 anos), em que inicia o desenvolvimento de operações mentais como adição, subtracção e
inclusão de classes; e (d) o operatório formal (de 12 anos em diante), em que o adolescente
organiza ideias, eventos e objectos, imaginando e pensando dedutivamente sobre eles. Os
estágios seguem uma ordem fixa de desenvolvimento, mas as pessoas passam por eles em
velocidades diferentes (BEE, 1997; PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).

Neste momento, vamos exemplificar o período operatório concreto, que caracteriza o


pensamento na idade escolar. Nesta fase há um grande salto em termos qualitativos. A
criança em idade escolar apresenta uma capacidade de raciocinar sobre o mundo de uma
forma mais lógica e adulta, embora adquira a habilidade de realizar essas operações apenas
no concreto, ou seja, vendo, pegando, experimentando.

Especialmente no início deste estágio, é imprescindível que as aprendizagens contemplem


oportunidades de contar, comparar, analisar, experimentar, rever. Uma estratégia interessante
é unificar áreas para optimizar o aprendizado. Estamos falando de, ao trabalhar um tema que
pode ser específico de qualquer área, utilizar a Matemática, a Língua Portuguesa e outras
áreas do conhecimento. Por exemplo, o tema de Ciências “A importância da água para a
sobrevivência humana” pode ser trabalhado em Ciências, enquanto pesquisa sobre a origem
da água, em Língua Portuguesa, na qual pode ser elaborado um texto sobre o assunto (grafia
correcta das palavras, parágrafos, construção de frases etc.), em Matemática, com a
realização de problemas que envolvem questões do cotidiano (como analisar a conta de água,
qual foi o gasto de um mês para outro, análises de técnicas eficazes para a economia de água
etc.).

Podemos observar que Piaget (1960), ao descrever comportamentos que as crianças estão
aprendendo dos sete aos 11, 12 anos, contempla comportamentos descritos no exemplo
acima.

O autor defende que, ao final deste período, o rol de comportamentos descritos a seguir deve
estar instalado no repertório comportamental da maioria das crianças. Entre eles, estão:
pensamento espacial (calcular distâncias, saber ir e voltar da escola, calcular o tempo de ir e
vir de algum lugar, decifrar mapas); noção de causa e efeito (saber que atributos afectam um
resultado); classificação e seriação (organiza objectos em categorias, em classes e
subclasses); raciocínio indutivo (parte de fatos específicos, particulares, para conclusões
gerais); noção de conservação (a quantidade é a mesma independente da forma) e habilidade
para lidar com números, solucionando problemas matemáticos envolvendo as quatro
operações (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).

Com essas habilidades, a criança em idade escolar está em uma fase de grande avanço
cognitivo e com capacidade para compreender os conteúdos abordados em sala de aula.

Ela apresenta também interesse em organizar colecções e está apta a participar de jogos com
regras complexas. Todo esse processo é gradual, mas o ambiente deve oportunizar situações
sistemáticas e organizadas para que isso aconteça.

Desenvolvimento emocional e social

Ao longo da idade escolar (de 6 a 11 anos), o crescimento cognitivo possibilita que as


crianças desenvolvam conceitos mais elaborados sobre ela mesma, assim como maior
controle emocional. Mas o que é a emoção? A emoção pode ser definida como uma resposta
(tristeza, medo, raiva, alegria) que é produzida por uma informação que vem do mundo
externo ou interno a nós. Elas podem ser positivas ou negativas, são automáticas,
inconscientes e preparam o nosso corpo para agir diante do perigo, de situações incómodas
ou mesmo diante de situações prazerosas. Ao tomarmos consciência dessas reacções
emocionais, experimentamos sentimentos que precisamos aprender a reconhecer e a lidar.

Cada vez mais tem sido reconhecida a importância da inteligência emocional (BISQUERRA,

2012), a capacidade de nos conhecermos, de saber ouvir, de se colocar no lugar do outro, da


solidariedade, da convivência, enfim, de viver melhor.

A adolescência

São muitas as culturas em que ritos de passagem existem para demarcar o fim da infância.

Em diversas delas, significa o início da vida adulta. Nas sociedades mais complexas, por
exigir maior formação para o ingresso no mercado de trabalho, a passagem para a vida adulta
pode ser mais longa e menos claramente demarcada.

Para a classe média brasileira, o final da adolescência significa ter competência para ganhar
seu próprio sustento e independência, o que pode acontecer por volta de 22 anos de idade ou
com o ensino superior completo. Todavia, para uma grande parcela da população, esta fase
termina por volta de 16 anos, com a possibilidade legal de ingresso no mercado de trabalho e,
muitas vezes, com uma gravidez não planejada. Nestes casos, a ocupação não é especializada,
resultando em ganhos baixos e pouca probabilidade de superar o ciclo da pobreza. A
adolescência, como um fenómeno cultural, não tem um final demarcado. Dizemos que o fim
da adolescência ocorre quando a pessoa assume papéis sociais adultos, como independência
emocional, afectiva e económica, possibilidade de responder à legislação, de poder votar,
casar-se, dirigir etc. São esses pequenos “rituais” que vão colocando as pessoas no lugar de
adultas, deixando a adolescência para trás.

A adolescência, portanto, é um fenómeno social e cultural que é visto de diferentes modos,


dependendo do contexto social. É diferente da puberdade, que é um fenómeno universal, uma
vez que as modificações do corpo, como crescimento e amadurecimento orgânico, vão
ocorrer de modo semelhante para todas as pessoas, em quaisquer contextos.

Desenvolvimento cognitivo

Enquanto desenvolvimento cognitivo, segundo Piaget, os adolescentes chegam ao estágio


mais elevado das operações mentais, que é o das operações formais, quando são capazes de
formular pensamentos abstractos. Podem aprender álgebra e cálculo, apreciam metáforas e
alegorias, pensam em termos do que poderiam ser, imaginam possibilidades, geram e testam
hipóteses (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).

Nesta fase, o adolescente se liberta do concreto e é capaz de, considerando determinadas


situações, imaginar um conjunto de transformações possíveis. Seu desenvolvimento cognitivo
é resultante de um desenvolvimento adequado nos estágios antecedentes, uma elaboração
mais complexa das estruturas sensoriomotoras e dos agrupamentos das operações concretas
(DAVIS, 1982). Este autor defende que, para o alcance desse estágio, é preciso um misto de
maturação cerebral e a expansão das oportunidades ambientais.

O pensamento do adolescente se organiza a partir da linguagem ou de outro sistema


simbólico, como a matemática. Por estes caminhos, ele é competente para formular hipóteses,
chegando a conclusões que independem da verdade de fato ou da observação. É capaz de
pensar em alternativas de acção, substituindo eventos concretos por suposições. Isto é, diante
de um problema, é capaz de levantar todas as hipóteses possíveis e, a partir delas, tirar
conclusões.

Isso caracteriza o tipo de pensamento desse estágio, o hipotético-dedutivo. Seu pensamento


está além das possibilidades do seu cotidiano (DAVIS, 1982).

Desenvolvimento emocional e social

A adolescência é uma etapa de oportunidades e riscos. Para Erikson (1968), na adolescência a


crise psicossocial enfrentada é a da identidade versus confusão de papéis. Não é mais uma
criança dependente, mas ainda não é um adulto independente. Os adolescentes estão no limiar
do amor, da vida profissional e da participação na sociedade adulta. Uma necessidade dessa
etapa é a busca da própria identidade. Para formar sua identidade, os adolescentes precisam
afirmar e organizar suas habilidades, suas necessidades, seus interesses e seus desejos de
modo a definir os papéis que irão desempenhar na sociedade (ERIKSON, 1968). É um tempo
de fazer escolhas, muitas delas duradouras, como a profissão e ter filhos. E o que percebemos
é que, muitas vezes, os jovens assumem um trabalho ou a maternidade/paternidade sem que
essas escolhas sejam conscientes de fato. Enfrentam a questão: Quem sou eu? Uma vez
expostos a valores de amigos ou de outras pessoas de seu convívio externo, questionam os
valores familiares, reflectem sobre todos eles e fazem opções sobre os valores que irão
adoptar como seus, compondo sua própria identidade, que influenciará suas escolhas pessoais
e profissionais.

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