O ensino e a aprendizagem exercem papéis centrais na didática, fornecendo subsídios para que o professor possa atuar em sala de aula e preparar seus alunos para viverem numa sociedade que hoje é balizada pelo aprender – não só na escola e não somente durante a infância, mas em todos os campos sociais e ao longo de toda a vida. Entender o que é o processo de ensino-aprendizagem e como esses conceitos se encontram presentes no cotidiano dos professores significa perceber que o professor pode estar seguindo alguma tendência pedagógica que irá alicerçar suas práticas, pois o ensino normalmente se associa com o professor e as formas como ele procura ensinar, transmitir seus conhecimentos, informações e conteúdos a seus alunos. Já a aprendizagem está relacionada com aquele que recebe tais ensinamentos, que podem ser aprendidos ou não. Destaca-se, já de início, que compreender bem esses termos é muito importante para a prática profissional do docente. Desde o início da humanidade, o homem procura ensinar aos seus como viver, proteger-se e alimentar-se num ambiente hostil. As concepções iniciais sobre o ensino no interior das escolas contêm a ideia da transmissão de conhecimentos que são levados pelo professor, que os detém, aos seus alunos, que os recebem passivamente e se desenvolvem intelectualmente a partir deles. Essa visão sobre o ensino se encontra aliada à pedagogia liberal tradicional. O aprender remete, ao sujeito que aprende, suas condições pessoais, motoras, cognitivas e emocionais. Essas esferas serão decisivas para que a aprendizagem possa ocorrer, pois, de forma conjunta, fornecem as condições essenciais para que o aluno aprenda, tornando significativo o que o professor ensina e mudando suas ideias e comportamentos. O relatório Educação: um tesouro a descobrir foi proposto pela UNESCO em 1996, apresentando os quatro pilares pelos quais a educação mundial deveria ser pautada no século XXI. É importante destacar que, por estar-se vivendo a década do avanço da globalização e da universalização das comunicações digitais via Internet, isso fez com que o mundo se reconfigurasse em relação ao espaço/tempo e em relação ao trabalho e emprego, exigindo novas competências a serem desenvolvidas pelos colaboradores nas empresas. Essas mudanças envolvem rapidez de adaptação a mudanças, flexibilidade, resiliência, liderança, inovação e empreendedorismo, entre muitas outras. Os quatro pilares da educação para o século XXI propõem ações específicas a serem realizadas em cada um deles, como o preparo profissional necessário (aprender a fazer), os conhecimentos que devem ser buscados e desenvolvidos durante toda a vida (aprender a conhecer), as formas de relacionar-se, aceitando as características de cada um e suas diferenças (aprender a conviver), e a busca por outras dimensões de entendimento do ser humano, inclusive espirituais e emocionais (aprender a ser). MÓDULO 2 O Cotidiano Escolar e suas práticas UA 2 pedagógicas A organização do cotidiano escolar demanda um planejamento criterioso e bem fundamentado, com vistas à garantia de uma rotina que atenda aos propósitos da escola e expresse significativamente as suas intenções pedagógicas. Para isso acontecer, faz-se necessário que o professor ofereça subsídios aos alunos e promova a participação, a reflexão e a autonomia a partir de saberes construídos diariamente no decorrer do processo de ensino, levando em consideração os conhecimentos construídos dentro e fora da sala de aula. Entre os elementos constitutivos da aula, destacam- se: o professor como mediador, interlocutor e promotor do diálogo; o aluno como parte integrante do contexto e responsável por buscar novos saberes; o processo de construção do conhecimento e como se dá a relação entre o ensino e a aprendizagem; o planejamento da prática, que permite delinear e nortear os caminhos para se alcançar a aprendizagem que se deseja e, por fim, os recursos didáticos, que serão utilizados durante todo o andamento do trabalho. A forma pela qual o processo de ensino e aprendizagem é sistematizado perpassa a organização e planejamento de uma aula. É por meio dela que o professor poderá propor e trabalhar com diferentes conteúdos, metodologias e recursos que promovam a interação e a construção de novos conhecimentos, com vistas no protagonismo estudantil e na implementação de uma postura crítico reflexiva, inerentes à formação humana. Pensar as atividades pedagógicas de forma organizada dentro da rotina do professor faz parte do cotidiano escolar e o auxilia a fundamentar as ações diárias. Dentro da organização do trabalho pedagógico, é importante destacar alguns aspectos relevantes que devem ser levados em consideração pelos professores. Entre eles, a questão do planejamento das atividades que serão oferecidas aos alunos, o tempo estimado para desenvolver a proposta de trabalho e a rotina diária, que auxilia tanto professores quanto alunos a sistematizar seus conhecimentos e compreender como será a aula em cada dia. O planejamento é um dos fatores mais relevantes para auxiliar o professor na organização do seu trabalho, sendo uma atividade constante de reflexão acerca das nossas opções e ações. Além disso, o professor tem a oportunidade de organizar e reorganizar o seu trabalho, levando em consideração aspectos referentes à realidade da turma e sua composição. De acordo com Libâneo (1994, p. 65): “O centro da atividade escolar não é o professor nem a matéria, é o aluno ativo e investigador. O professor incentiva, orienta e organiza situações de aprendizagem, adequando-as às capacidades de características individuais dos alunos”. Nesse sentido, o professor contribui para esse importante trabalho, visto que é responsável em educar para a vida em sociedade, a fim de que o aluno se torne uma pessoa crítica, reflexiva, consciente e responsável pela transformação da realidade em que está inserida. A relação recíproca entre professor e aluno abre muitas possibilidades de aprendizagem. É possível promover a autonomia, o pensamento reflexivo, pensar nas ações cotidianas que estão presentes no trabalho escolar e traçar estratégias que busquem uma educação de qualidade. MÓDULO 2 A didática em espaços não escolares UA 3 Quando se discute em quais espaços é oportunizada a educação e de que maneira ela acontece, logo vem à mente o ambiente escolar da sala de aula. No entanto, a educação se faz presente em toda a sociedade, de diferentes maneiras e nos mais variados espaços sociais, e tem como objetivo expandir a intencionalidade educativa para outros contextos e situações. Ao longo de todo percurso de sua vida, o indivíduo apreende conhecimentos decorrentes de suas próprias experiências e por meio de relações sociais estabelecidas com outras pessoas. Essas relações acontecem na família, nos grupos de amigos e nas instituições educadoras formais e não formais. A ação educativa não se restringe apenas aos espaços escolares e às instituições de ensino. Ela pode transcorrer em diferentes esferas e nas mais variadas situações. Diante do atual cenário da educação, a atuação e o papel do pedagogo também sofrem modificações, visto que ele deve estar preparado para atuar em diferentes áreas e campos de trabalho, preocupando-se com o desenvolvimento social e intelectual do grupo no qual está inserido, promovendo transformações na sociedade e refletindo constantemente sobre sua prática. Os espaços de educação não formal, conforme Simson, Park, Fernandes (2001) deverão ser desenvolvidos de acordo com alguns princípios, tais como: -Apresentar caráter voluntário; -Proporcionar elementos para a socialização e solidariedade; -Visar o desenvolvimento social; -Favorecer a participação coletiva; -Proporcionar a investigação e, sobretudo a participação dos membros do grupo de forma descentralizada. O pedagogo é o profissional que se preocupa com a formação integral dos indivíduos e trabalha na promoção da aprendizagem para capacitar os sujeitos a exercerem ações na sociedade nos mais diversos espaços, seja por meio de trabalhos em grupo, cursos, oficinas, trocas de experiências, seja na organização de atividades que promovam a integração e interação entre os envolvidos. MÓDULO 2 A importância da didática na formação UA 4 do professor A didática se caracteriza pela mediação e pelo estudo dos saberes necessários à prática docente, sendo um dos principais instrumentos para a formação do professor, visto que a partir dela é possível conceber os ensinamentos necessários e pertinentes à prática diária. Seguindo essa concepção, a partir da formação continuada é possível desenvolver um conhecimento profissional que permita instigar o professor a buscar, refletir, questionar e investigar ações que estejam pautadas em práticas cotidianas e que, por meio desse aperfeiçoamento contínuo, abram-se novas possibilidades de discussões, socializações e desenvolvimento de práticas permanentes de pesquisa colaborativa. A didática, de acordo com Libâneo (1994, p. 28), “[...] é uma contínua interpenetração entre teoria e prática, a teoria vinculada aos problemas reais postos pela experiência prática e a ação prática orientada teoricamente”. Nesse sentido, ela estuda os saberes necessários à prática docente e é um dos principais instrumentos para a formação do professor, visto que a partir dela é possível conceber os ensinamentos necessários e pertinentes à prática diária. Freire (1991, p. 80) traz a questão da formação de professores como indispensável para a prática da escola e apresenta alguns princípios básicos que orientam o exercício docente, com vistas à educação para a qualidade social. Entre esses princípios, está: "a prática pedagógica requer a compreensão da própria gênese do conhecimento, ou seja, de como se dá o processo de conhecer”. Por meio dos espaços de construções coletivas e da proposta de trabalho apresentada pela escola, nas reuniões pedagógicas, é possível debater a didática, estimular a participação, promover o espírito de equipe e trabalhar de maneira efetiva o planejamento, a avaliação e as metodologias desenvolvidas pelos professores, a fim de implementar ações voltadas para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem e propícias à tomada de decisão entre os envolvidos. As reuniões pedagógicas são momentos durante o ano letivo em que toda a equipe de professores de uma escola se encontra com o coordenador para discutir e acompanhar o andamento do processo de ensino. Elas são um importante momento para reflexões e construções conjuntas de conhecimentos, bem como para reorganização dos trabalhos diários e dos problemas pedagógicos, abrindo espaços para discussões e problematizações por meio de ideias, valores e significados sobre aspectos relativos ao processo de ensino-aprendizagem compartilhados e estabelecidos coletivamente. O coordenador pedagógico é um dos responsáveis por planejar os espaços coletivos de saberes docentes, mediar as relações e estabelecer um diálogo aberto, processual e contínuo, de maneira que as questões pedagógicas assumam um caráter primordial nas discussões e nos espaços de reuniões, possibilitando aos educadores a construção da autonomia, da liderança e da dialogicidade, a reflexão pessoal, a discussão de práticas diárias e a troca de experiências. “Ensinar não é transferir FRASE DA conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria SEMANA: produção ou a sua construção.” Paulo Freire
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)