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Curso: PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

Disciplina: EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA – BASES TEÓRICAS

Discente: JANICE WASCHOW LISE

Tutor: MARCIA ANDELO


A escola deveria ser o local apropriado para práticas democráticas, ou seja, um espaço
em que todos os sujeitos envolvidos tivessem oportunidade de expressar suas ideias, refletir
sobre elas e defendê-las. No entanto, ainda percebemos que muitas práticas pedagógicas não
valorizam, suficientemente, as possíveis contribuições da escuta dos alunos para o
aprimoramento do processo educacional (ROSADO, 2010).

Gadotti (2007), por sua vez, argumenta que a escola é um lugar bonito, um lugar cheio de
vida, seja ela uma escola com todas as condições de trabalho, seja ela uma escola onda falta tudo.
Mesmo faltando tudo, nela existe o essencial: gente.

As problemáticas atuais que envolvem a escola são, em grande medida, oriundas das
transformações que a sociedade contemporânea vivencia; nesse sentido, estas transformações,
refletem-se nas diversas interações que ocorrem no contexto da escola, sobretudo no espaço da
sala de aula, e têm tornado cada vez mais complexa a natureza das relações que se estabelecem
no cotidiano escolar.

É possível dizer que a escola tem a tarefa de aproveitar as experiências do sujeito diante
da incansável aventura humana de desconstrução e reconstrução dos processos imanentes à
realidade dos fatos cotidianos, buscando ampliar sua visão de mundo e almejando entender os
diferentes pontos de vista e assim, procurar traçar orientações possíveis para a realização de um
espaço escolar melhor (AQUINO, 1996, p. 52).

A escola é o espaço não só de acolhimento das diferenças humanas e sociais encarnadas


na diversidade de sua clientela, mas fundamentalmente o locus a partir do qual se engendram
novas diferenças, se instauram novas demandas, se criam novas apreensões acerca do mundo já
conhecido. Em outras palavras, escola é, por excelência, a instituição da alteridade e do
estranhamento, marcas indeléveis da medida de transformalidade da condição humana
(AQUINO, 2000).
Em meio a tantas informações que advém das tecnologias da informação e de
comunicação, devese ter o cuidado, enquanto docente, para não acreditar que informação é
conhecimento. Acreditamos, portanto, que o papel destas tecnologias seja de suma importância
para a sociedade actual e também para a educação escolar, sobretudo, porém, quando o grande
papel do professor seja o de fazer com que tais informações possam ser transformadas em
conhecimento, junto ao corpo discente. Sabemos também que não seja tarefa tão fácil para o
professor, pois se fazer com que o aluno pense, é algo que requer a uma boa formação tanto em
termos pedagógicos como saber fazer uso das notas tecnologias da informação e comunicação.

É nessa relação, na qual focamos nosso olhar, uma vez que buscamos compreender os
aspectos e elementos que a constitui, dentre eles a busca pelo conhecimento e mais
especificamente, o grande papel do professor, hoje, que é, a nosso ver, criar estratégias e
ambientes de aprendizagem, em especial, fazer que com as informações sejam transformada em
conhecimento

Um dos caminhos para que a escola organize o espaço a fim de reconhecer as


diversidades e atender com qualidade os alunos é a elaboração do Projeto Político Pedagógico. A
comunidade deve engajar na luta em torno de uma proposta que garanta o direito de todos os
alunos que compartilhem em um mesmo espaço escolar, sem que haja discriminação, promover a
qualidade e valorizar as diferenças. Para romper com o paradigma da exclusão e discriminação é
necessário contar com a participação de todos.

O ambiente escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita integração.
Ao cosntruirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos a intenção de fazer, de
realizar. Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o possível. É antever um
futuro diferente do presente. O Projeto Político Pedagógico não deve ser construído com a ideia
de um documento obrigatório, mas sim como a maneira pela qual a escola vai guiar-se e realizar
as ações determinadas no projeto.

De acordo com os Parâmetros Curriculares para a educação inclusiva (1998), o Currículo


é construído a partir do projeto pedagógico da escola e deve viabilizar a operacionalização do
mesmo, orientando as atividades educativas, as formas de executá-las e definindo as suas
finalidades. O mesmo documento usa as palavras “Adequações Curriculares” para referir-se ao
mesmo como sendo um elemento dinâmico da educação para todos e que a sua viabilização para
os alunos com necessidades educacionais especiais, pode ser realizando através da flexibilização,
na prática educacional, com o objetivo de atender todos os alunos.

As Políticas Públicas colocam para os sistemas de ensino, a responsabilidade de garantir


que nenhum aluno seja discriminado, de reestruturar as escolas de ensino regular, de elaborar
projeto pedagógico inclusivo, de programar propostas e atividades diversificadas, de planejar
recursos para promoção da acessibilidade nos ambientes e de atender às necessidades
educacionais especiais, de forma que todos os alunos tenham acesso pleno ao Currículo.

A educação inclusiva, entendida sob a dinâmica didático-curricular, é aquela que


proporciona ao aluno com necessidades educacionais especiais, participar das atividades
cotidianas da classe regular, aprendendo as mesmas coisas que os demais, mesmo que de modos
diferentes, preferencialmente sem defasagem idade-série. Sendo o professor, o agente mediador
do processo de ensino aprendizagem, cabe a ele o papel de fazer as adequações necessárias ao
currículo (GLAT, 2004).

É de fundamental importância salientar que o currículo não deve ser concebido de


maneira a ser o aluno quem se adapte aos moldes que a escola oferece, mas como um campo
aberto à diversidade. Essa diversidade não é no sentido de que cada aluno poderia aprender
conteúdos diferentes, mas sim aprender conteúdos de diferentes maneiras. Para efetivar tal
acontecimento, ao planejar, professor precisa estabelecer expectativas altas e criar oportunidades
para todos os alunos aprenderem com sucesso, incluídos todos.

Moreira e Baumel (2001) escrevem que, as adaptações curriculares não podem correr o
risco de produzirem na mesma sala de aula um Currículo de segunda categoria, que possa
denotar a simplificação ou retirar do contexto referente ao conhecimento. Com isso, não querem
dizer que o aluno incluído não necessite de adaptações curriculares, mas argumentam em favor
de uma inclusão real, que repense o currículo escolar.

Mais do que nunca, o educador deve se manter atualizado e bem informado não apenas
em relação aos fatos e acontecimentos, mas, principalmente, em relação à evolução das práticas
pedagógicas e às novas tendências educacionais. A formação continuada tem muito a contribuir
nesse processo, uma vez que permite que o educador agregue conhecimento capaz de gerar
transformação e impacto nos contextos profissional e escolar.

A formação continuada tem muito a oferecer nesse processo, porque ajuda o professor a
melhorar cada vez mais suas práticas pedagógicas e com isso apoiar os alunos na construção de
conhecimentos, e não apenas no acúmulo de informações.

A formação continuada de professores tem sido entendida hoje como um processo


permanente e constante de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade dos
educadores. Ela é realizada após a formação inicial e tem como objetivo assegurar um ensino de
qualidade cada vez maior aos alunos.

Para Romanowski (2009), a formação continuada é uma exigência para os tempos


atuais.Desse modo, pode-se afirmar que a formação docente acontece em continuum,iniciada
com a escolarização básica, que de pois se complementa nos cursos de formação inicial, com
instrumentalização do professor para agir na prática social, para atuar no mundo e no mercado de
trabalho.

Na teoria de desenvolvimento intelectual de Vygotsky, sustenta que todo conhecimento é


construído socialmente, no âmbito das relações humanas.Essa teoria tem por base o
desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico enfatizando o
papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento ,sendo essa teoria considerada,
histórico social. O conhecimento que permite o desenvolvimento mental se dá na relação com os
outros .Nessa perspectiva o professor constrói sua formação , fortalece e enriquece seu
aprendizado.Portanto é importante ver a pessoa do professor e valorizar o saber de sua
experiência Nóvoa (1997.p.26).

Estudos indicam que existe necessidade de que o professor seja capaz de refletir sobre a
sua prática e direcioná-la segundo a realidade em que atua, voltada aos interesses e das
necessidades dos alunos. Nesse aspecto, Freire, (1996, p.43) afirma que : “ É pensando
criticamente a prática de hoje ou de ontem é que pode melhorar a próxima prática”.Dessa forma
há uma necessidade de o educador adequar o conteúdo ao nível cognitivo e a experiência das
crianças para que os mesmos possam ser compreendidos por qualquer aluno.
Para maior mobilização de conceito de reflexão na formação de professores é necessário
criar condições de trabalho em equipe entre discente.Sendo assim isso sugere que a escola deve
criar espaço para seu crescimento. Além de bons salários e de formação adequada é preciso
garantir uma gestão escolar competente, onde acabe com o isolamento da sala de aula.
REFERÊNCIAS:

AQUINO, Julio R. Groppa. A desordem na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e


conhecimento. In: ______. (org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São
Paulo: Sammus Editorial Ltda., 1996. cap. 3.

FREIRE, Paulo, pedagogia da autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, M. A escola e o professor: Paulo Freire e a paixão de ensinar. São Paulo: Publisher
Brasil, 2007.

MOREIRA, L.C; BAUMEL, R.C.R.de.C. Currículo em Educação Especial: tendência e debates.


Educar, Curitiba, nº. 17, p.125-137. Editora da UFPR, 2001.

NÓVOA, Antônio. Escola nova. A revista do Professor. Ed. Abril. Ano. 2002, p,23.

ROMANOWSKI, Joana Paulin.Formação e Profissionalização docente. Curitiba: Ibpex,


2007. LOIOLA, Rita. Formação continuada. Revista nova escola. São Paulo: Editora
Abril. nº: 222.p.89, maio 2009.

ROSADO, C. T. C. L. Educação escolar para crianças – o que dizem sujeitos deste direito? 2010.
197f. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.

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