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DIDÁTICA: A ARTE DE TRANSMITIR O CONHECIMENTO

O ato de ensinar, em síntese, implica êxito, que nada mais é que a própria aprendizagem.
Ensinar é um tipo de atividade que não se resolve com o emprego de técnicas e regras consideradas
como neutras. Para garantir o seu êxito, deve haver aprendizagem.

Ter de forma clara quais são os objetivos de ensino e quais passos deverão ser tomados
para que esse objetivo seja alcançado é fundamental para uma educação de qualidade.

Para uma discussão analítico-comportamental destes objetivos, é importante salientar que


ensino é entendido como atividade que deve preparar o aluno para o futuro, possibilitando o
desenvolvimento de habilidades e a aquisição de conhecimentos sobre o mundo e sobre si mesmo,
necessários à sua sobrevivência como membro da espécie, como indivíduo e como participante de
uma cultura.

A educação deve promover a liberdade do aluno, ensinando-o a lidar eficientemente com


seu ambiente e a agir por si próprio, tornando-se independente de outros que lhe digam o que deve
fazer, aprendendo a alterar os fatores determinantes de seu comportamento, estabelecendo
condições que fogem aos padrões pré-estabelecidos, a fim de que o aluno possa reagir a vários tipos
de controles externos e a emitir respostas que são comumente caracterizadas como originais.

CONCEITO DE DIDÁTICA
O termo “didática” é derivado do grego didaktiké, que significa, em outras palavras, “arte
de ensinar”. Atualmente, diversas são as definições para didática, mas quase a totalidade delas
refere-se como técnica, ciência ou arte de ensinar

Didática consiste na análise e desenvolvimento de técnicas e métodos que podem ser


utilizados para ensinar determinado conteúdo para um indivíduo ou um grupo. A didática faz parte
da ciência pedagógica, sendo responsável por estudar os processos de aprendizagem e ensino.

Nessa perspectiva a didática pode ser definida como um ramo da ciência pedagógica
voltada para a formação do aluno em função de finalidades educativas e que tem como objeto de
estudo os processos de ensino e aprendizagem e as relações que se estabelecem entre o ato de
ensinar (professor) e o ato de aprender (aluno).

Ela favorece uma aprendizagem qualitativa, tendo em vista, focalizar sempre o melhor para
os alunos e viabilizar facilidades no trabalho do professor, tornando suas ações seguras e precisas.
Em suma, a didática é a disciplina que fundamenta a prática docente.

A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA
A Didática é o principal ramo de estudo da pedagogia. Ela investiga os fundamentos, as
condições e os modos de realização da instrução e do ensino. A ela cabe converter objetivos
sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função
desses objetivos.

Muitos são os problemas que surgem, quando se parte da teoria para a prática, e quando se
chega na prática a história é outra. É por isso que indispensável a junção de teoria e prática, é dever
do professor atualizar-se constantemente, será eficiente se conservar tanto a competência de ensinar,
quanto a de aprender. A didática é essencial para a prática pedagógica, a partir da teoria o professor
organiza e seleciona os materiais que irão facilitar no processo de ensino aprendizagem, cabe ao
professor ser flexível nas distintas formas que cada aluno tem de aprender, observar as
particularidades. O professor deve oferecer através de sua didática, algo que deixe os alunos
interessados, comprometidos com o conhecimento.
Libâneo (2002, p. 64) clarifica que a: “educação compreende o conjunto dos processos,
influências, estruturas, ações que intervém no desenvolvimento humano do indivíduo e grupos na
sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e
classes sociais, visando à formação do ser humano (…) é uma prática social, que modifica os seres
humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma configuração a nossa
existência individual e grupal.”

Como dizia Santos (2003): A didática passou de apêndice de orientações mecânicas e


tecnológicas para um atual (…) modo de crítico de desenvolver uma prática educativa, forjada de
um projeto histórico, que não se fará tão somente pelo edificador, mas pelo educador,
conjuntamente, com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade.

No âmbito da educação escolar não se pode ensinar de qualquer maneira, de forma


aleatória, precisa-se de orientações, subsídios, um guia do docente, e a didática é esse suporte que
veio proporcionar eficácia e eficiência no trabalho do educador.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
A formação continuada de professores tem sido entendida hoje como um processo
permanente e constante de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade dos educadores. Ela
é realizada após a formação inicial e tem como objetivo assegurar um ensino de qualidade cada vez
maior aos alunos.

Podemos definir a formação básica de professores como o processo obrigatório para que
esse profissional esteja habilitado a dar aulas. Já a formação complementar pode incluir seminários,
workshops e cursos livres na área de interesse do profissional, além de pós-graduação. A
atualização do professor é uma prática necessária ao exercício da atividade docente. Atualizar
significa estar aprendendo sempre, conhecendo novos saberes.

A atualização é uma ação que está presente, a todo instante na nossa vida. Atualizamos
nossos saberes, nossas atitudes, valores e pensamentos. Mas é na escola que ela se destaca como a
principal ferramenta docente, ativa no processo ensino aprendizagem. É considerada uma tarefa de
valor didático pedagógico docente.

É talvez o recurso mais utilizado pelos professores nas escolas, desde o sempre, atualizar
foi considerado importante para o profissional e a cada dia que passa torna-se comum participar em
cursos, seminários, eventos culturais, palestras, sempre com o objetivo de enriquecer o
conhecimento e se preparar para o tão competitivo mercado de trabalho.

Na educação a atualização do professor tem sido vista como uma arte. Estar em contato
com as ciências, é um processo que facilita a construção dos saberes, numa perspectiva dinâmica de
atendimento às realizações humanas. É importante ter em mente que precisamos estar a par dos
acontecimentos ligados à nossa profissão, de que maneira eles acontecerão, sobre quais conteúdos
curriculares estarão relacionados.

A atualização do professor é a ferramenta necessária para a construção de seu próprio saber


e tão necessária para o exercício de sua profissão.

O PROCESSO DE EDUCAÇÃO
O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos
sociais e de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua história e
experiências passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação no
presente.

O legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia Antiga - Esparta e Atenas –
constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas
sociedades no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo
de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares
e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de
desempenho. Por outro lado, Atenas tinha no logos (conhecimento) seu ideal educativo mais
importante. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função
da prática da democracia entre iguais.

Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres da


retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de
construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz intelectual, porém em
oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais do que
ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não
simplesmente da mera retórica. Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o
pensamento socrático contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da
experiência e do conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito
relevantes para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade.

Surgem na Europa as primeiras escolas nos moldes das atuais, com crianças nas carteiras e
professores em salas de aula. A história da educação no Brasil começou em 1549 com a chegada
dos primeiros padres jesuítas, inaugurando uma fase que haveria de deixar marcas profundas na
cultura e civilização do país.

O mundo mudou. Como resultado das transformações econômicas e sociais, essa visão do
século XX da educação caducou. Um professor já não pode prever com confiança os tipos de
conhecimentos e competências de seus alunos trabalhados ao longo da vida. A transmissão de
valores tradicionais já não é mais garantida.

Com as mudanças do século XXI, os educadores enfrentam um cenário radicalmente


diferente de desafios. Hoje, temos que preparar os alunos para trabalhar e viver em um mundo que
só podemos imaginar vagamente. A maioria dos estudantes que entra no jardim de infância hoje
provavelmente atuará no futuro em categorias de trabalho ainda não criadas.

A figura do professor mudou muito ao longo das décadas. Ele não é mais visto como
alguém que detém todo o conhecimento disponível na área em que atua. Tampouco é preciso que o
aluno passe horas na biblioteca com uma pilha de livros para que encontre o que busca. Na
educação do século XXI, o conhecimento está fora da redoma.

AS HABILIDADES PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO


1. HABILIDADES DE VIDA E CARREIRA:
Envolve desenvolver Flexibilidade e Adaptação; Iniciativa e Autodirecionamento; Interação
social e intercultural; Produtividade; e Liderança e Responsabilidade.
2. HABILIDADES DE APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO:
Envolve desenvolver Pensamento crítico, Resolução de problemas e Entendimento;
Comunicação e Colaboração; e Criatividade e Inovação.
3. HABILIDADES DE INFORMAÇÃO, MÍDIA E TECNOLOGIA
Envolve desenvolver Acesso à informação; Uso e gestão de informação; Mídia analítica;
Criação de produtos de mídia; e Tecnologia aplicada efetivamente.
Nenhuma dessas habilidades diz respeito a conteúdos puramente acadêmicos ou
intelectuais, mas sim a junção entre o desenvolvimento das habilidades socioemocionais,
intrapessoais e interpessoais. Resumidamente, as habilidades do século XXI são formadas por um
conjunto de conhecimentos e práticas que envolvem as capacidades de atingir objetivos, trabalhar
com outras pessoas e gerir suas emoções.
FATORES QUE VÃO IMPACTAR A EDUCAÇÃO DO FUTURO
1. Automatização de escolhas
Inteligência artificial e algoritmos que permitem às máquinas realizarem tarefas até pouco
tempo impensadas fazem parte da educação do futuro. Sistemas inteligentes estão tornando as
experiências cada vez mais automatizadas, com o objetivo de aumentar a eficiência e personalizar a
interação. Ao mesmo passo questiona-se a privacidade, a autonomia e a liberdade de expressão.
2. Cérebros acelerados
Tecnologia e neurociência andam juntas na educação do futuro. Elas estão transformando a
capacidade cognitiva dos indivíduos tanto de forma intencional quanto não intencional. Isso serve
para adaptá-los às interações com robôs e sistemas digitais, com as outras pessoas e seu entorno.
3. Narrativas tóxicas
Narrativas e métricas que estão fazendo sucesso são cada vez mais prejudiciais em relação
a comportamentos e escolhas, o que gera cada vez mais prejuízos à sociedade, aos indivíduos e às
instituições de ensino.
4. Novas geografias
As geografias locais estão sendo reformuladas em resposta à economia de transição e
volatividade climática. Padrões de produção em pequena escala, de migração e esforços para
desenvolver ativos culturais estão juntos em prol dessa mudança.
À medida que esses fatores ficam mais fortes, a educação do futuro também deverá
desenvolver uma série de práticas, exercícios, papéis e estruturas dentro das instituições. Entre eles,
há quatro citados no estudo, os quais você vê a seguir:

Referências bibliográficas
HUGO, Assmann. Curiosidade e Prazer de Aprender – O papel da curiosidade na
aprendizagem criativa. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2004.

LIBÂNEO, José C. Ainda as perguntas: o que é pedagogia, quem é o pedagogo, o que deve ser o
curso de pedagogia. In: PIMENTA, S. G. (Org.). Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas.
São Paulo: Cortez, 2002. p. 59–97.

SANTOS, A. Didática sob a ótica do pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2003.

SANTOS, Julio César Furtado. Aprendizagem significativa: modalidades de aprendizagem e o


papel do professor. 1ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2008.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. O professor e o combate à alienação imposta. São Paulo, Cortez
& Autores Associados, 1991.

SKINNER, B. F. Tecnologia do ensino. São Paulo: EPU, 1972.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo:
Libertad, 1994 (Cadernos Pedagógicos do Libertad,2).

ZABALLA, Vidiella Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto alegre: Artmed, 1998.

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