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PREFEITURA MUNICIPAL DO NATAL

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


ESCOLA MUNICIPAL ALMERINDA BEZERRA FURTADO

PLANO DE AÇÃO PARA ATUAR NA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA:


DESAFIO E PERSPECTIVAS NA FORMAÇÃO DOCENTE EM SERVIÇO.

Milene Oliveira da Cruz Fernandes

E-mail: milene_oc01@yahoo.com

Natal-RN
Janeiro/2017
PLANO DE AÇÃO PARA ATUAR NA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA:
DESAFIO E PERSPECTIVAS NA FORMAÇÃO DOCENTE EM SERVIÇO.

APRESENTAÇÃO

O presente Plano de Ação para atuação na Coordenação Pedagógica do


Escola Municipal Almerinda Bezerra Furtado tem como objetivo orientar as
ações de natureza eminentemente pedagógica. Nesse sentido, está apoiado
em bases teóricas e legais previstas, inclusive, no Projeto Político Pedagógico
da escola e no PDE. O presente documento possibilita a construção de
orientações, primando por oferecer um ensino de qualidade, enxergando o
educando como um sujeito que possui potencialidades e competências que
privilegiam a formação da cidadania.
É importante informar que este documento foi fruto da reflexão dos
documentos oficiais, visando à realização de um trabalho pedagógico pautado
em uma ação coletiva e responsável.

JUSTIFICATIVA

Esse Plano de Ação justifica-se pela saída da coordenadora Hélia Maria


Lima para assumir a direção pedagógica da Escola Municipal Almerinda
Bezerra Furtado. Nesse sentido, surge a necessidade de uma profissional para
atuar na função da coordenação pedagógica, uma vez que a escola conta com
15 turmas sendo da tipologia da escola “A”, onde um coordenador pedagógico
deve ficar responsável por no máximo 12 turmas. Dessa forma, é necessária
inserção de mais uma coordenadora no turno matutino.

Partindo dessa necessidade, viemos através deste Plano de Ação


pleitear a vaga à coordenação, pois acreditamos ter as habilidades e as
competências necessárias para exercer de modo competente a função de
coordenador pedagógico, pois já atuamos como coordenadora pedagógica em
diversos momentos da carreira profissional. Inicialmente, ainda durante a
graduação, coordenamos a área pedagógica do Projeto Nova Descoberta, uma
parceria da UFRN com o Instituto Ayrton Senna. Durante os 15 anos de
experiência profissional na área educacional, ainda fomos coordenadora por 4
anos em uma escola particular e 3 anos coordenadora geral da Escola
Estadual Djalma Aranha Marinho, atualmente atuando na educação municipal
de Natal como professora da Escola Municipal Professora Almerinda Bezerra
Furtado e cedida da Secretaria Estadual de Educação e Cultura para a
Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Rio Grande do Norte, realizando
atendimentos pedagógicos individualizados, todos esses anos dedicados a
educação nos deixa confiante em realizar esse trabalho. Contribuindo para o
enfrentamento desse novo desafio.

O coordenador é um dos agentes de mudanças das práticas dos


professores mediante as articulações externas que realiza entre
estes, num movimento de interações permeadas por valores,
convicções, atitudes; por meio de suas articulações internas, que
sua ação desencadeia nos professores, ao mobilizar suas
dimensões políticas, humano-interacionais e técnicas reveladas
em sua prática [...] (ORSLOU, 2002, p. 29).

Nesse sentido, podemos dizer que o coordenador pedagógico deve


estar muito bem preparado profissionalmente, pois essa função é por si só
complexa e essencial, uma vez que assume um papel político que visa
compreender e atuar na realidade da instância escolar, nos seus desafios e
dificuldades diversas.

Para Ferreira (2001) coordenar significa dispor segundo certa


ordem e método; organizar e/ou dirigir, dando orientação; ligar-se
coerentemente. Isso pressupõe de certo modo o trabalho do coordenador, ou
seja, ele é aquele organiza, orienta e harmoniza o trabalho do grupo,
considerando que o ato de coordenar está vinculado ao ato de lidar com
grupos, dentro de um determinado contexto em que o mesmo esteja inserido,
no nosso caso o escolar.

A complexidade supracitada do trabalho da coordenação exige


que os profissionais dessa área busquem se aperfeiçoarem e estudarem para
desenvolverem uma prática consciente e responsável, visto que “essa tarefa
formadora, articuladora é difícil, primeiro, porque não há formulas prontas a
serem reproduzidas [...]”. (GARRIDO 2000, p.9).
O trabalho do coordenador é tão complexo porque tem o intuito
de aperfeiçoar práticas. Isso pressupõe reconhecer limites e deficiências na
própria prática, pois mudar implica no enfrentamento inevitável e delicado de
conflitos entre os sujeitos do processo educativo (professores, alunos, pais e a
hierarquia do sistema escolar).

Conscientes da nossa nova função, nos propomos a assumir uma


postura clara ao mesmo tempo criar formas variadas de estimular o
envolvimento, a participação e organização das práticas. Isso considerando
que uma das funções do coordenador seria contribuir para a formação
continuada e em serviço dos professores com a finalidade de promover o
respaldo do corpo docente e discente, enfim da comunidade escolar.

CONCEPÇÃO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

[...] a escola como lugar central da educação, numa visão


descentralizada do sistema; oferece garantia visível e sempre
aperfeiçoável da qualidade esperada no processo educativo; sinaliza
o processo educativo como construção coletiva dos professores
envolvidos; indica a função precípua da escola que, a par de
administrar bem, deve sobretudo, cuidar da política educativa e
liberá-la. (MARTINS, 1997, p.51)

A concepção de ensino e de aprendizagem que está mais relacionada à


realidade atual é o ensino sócio-construtivista. Nessa concepção devem ser
respeitados os conhecimentos prévios trazidos pelos alunos, que servirão
como ponto de partida para a prática pedagógica.
O professor deve propor questões desafiadoras a serem resolvidas
pelos estudantes fazendo-os pensar e gerar ideias, promovendo um momento
de discussão e ampliação dos conhecimentos prévios.
Conforme sforni e Galuch (2005, p. 7),

É papel da escola tomar como ponto de partida os


conhecimentos prévios, com o claro objetivo de transformá-los,
envolvendo-os em problematizações cujas resoluções exijam
novos e, por vezes, conhecimentos mais complexos do que os
iniciais. Procedimentos de ensino desta natureza favorecem a
articulação entre o conteúdo que faz parte do currículo escolar
e o seu uso cotidiano.
Nesse contexto, ensinar e aprender tornasse uma atividade prazerosa e
extremamente produtiva, à medida que o aluno percebe a relação entre o que
está aprendendo e sua vida.

Nossas ações educativas são planejadas nesse sentido percebendo a


sala de aula como um espaço de interação e de desenvolvimento das funções
psicológicas e cognitivas dos alunos.
O afeto na relação pedagógica e a atenção no educador para o
desenvolvimento e conhecimento é a base para a construção do nosso
trabalho para atuar na coordenação pedagógica.

MISSÃO DA ESCOLA

Nossa escola tem por missão, proporcionar ao educando uma educação


de qualidade visando a participação de toda a comunidade escolar,
incentivando a criatividade com o compromisso de formar cidadãos críticos
em um ambiente de respeito ao indivíduo comprometidos na construção de
um destino coletivo mais humanizado.

VISÃO DE FUTURO DA ESCOLA

Pretendemos assegurar um trabalho de qualidade a toda Comunidade


Escolar, primando pela criatividade, com compromisso e participação,
valorizando a formação do educando para o exercício da cidadania.

OBJETIVO GERAL

Objetivamos realizar a inserção e integração à coordenação pedagógica


dessa escola realizando um trabalho pautado nas experiências acumuladas na
nossa trajetória profissional, tendo como referencial os documentos oficiais de
regem a educação e a função de coordenador pedagógico desse município.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Guiados pela responsabilidade e ética profissional, pretendemos cumprir
com o que diz a Lei complementar nº 147/2015,da Prefeitura de Natal/RN, no
seu Art.14, no que compete aos coordenadores pedagógicos:

Art. 14 - Compete aos Coordenadores Pedagógicos:

I. implementar a operacionalização das Diretrizes Curriculares Nacionais;


II. coordenar, acompanhar e avaliar o Projeto Político Pedagógico da Unidade
de Ensino, garantindo a execução das ações;
III. elaborar, com o coletivo escolar, plano de trabalho que contemple as
especificidades do seu turno de atuação estabelecendo a sistemática das
ações pedagógicas desenvolvidas em consonância com o plano de
trabalho da Unidade de Ensino;
IV. elaborar, semestralmente, o relatório das atividades pedagógicas;
V. identificar as vulnerabilidades do processo de ensino e aprendizagem e
propor ações interventivas com vistas à melhoria do processo;
VI. coordenar, juntamente com o Diretor Pedagógico, a adequação do
Calendário Escolar, a elaboração do Regimento e o Projeto Político
Pedagógico da Unidade de Ensino, com base nas diretrizes emanadas da
Secretaria Municipal de Educação;
VII. participar das discussões e decisões do Conselho de Classe;
VIII. propiciar um clima de ordem, amizade e cooperação entre os docentes,
funcionários, pais e alunos;
IX. articular e mediar os processos formativos dos docentes na própria unidade
de ensino e junto a Secretaria Municipal de Educação;
X. subsidiar, quando necessário, os membros do Conselho Escolar com
informações pertinentes à implementação do Projeto Político Pedagógico;
XI. analisar e divulgar, sistematicamente, com a equipe docente, os dados de
desempenho do processo de ensino e de aprendizagem, tendo em vista
estabelecer estratégias e intervenções que garantam a aprendizagem e
desenvolvimento do aluno;
XII. participar de discussão no Conselho Escolar sobre a evolução dos
indicadores educacionais: abandono escolar, aprovação e aprendizagem,
providenciando os dados necessários à análise dos resultados do
desempenho dos alunos;
XIII. Articular as lideranças estudantis para efetiva participação em suas
entidades representativas e nos colegiados existentes na Unidade de
Ensino.

METAS

 Pautar o trabalho nas ações do Projeto Político Pedagógico (PPP)


reformulando-o sempre que necessário;

 Propiciar um espaço onde os educadores possam pensar, discutir, trocar


experiências, pesquisar, intervir sobre sua prática juntamente com os
demais educadores que compõem o corpo da instituição;
 Promover espaços de trocas afetivos e desafios inter-pessoais para que
o grupo cresça e se transforme em equipe de trabalho com desafios e
prioridades a se concretizar.
 Elaborar em conjunto com a equipe gestora condições para melhor os
índices do IDEB da escola;
 Proporcionar momentos onde a família possa interagir com escola;
 Organizar à construção de um projeto coletivo de melhoria de ensino;
 Dar continuidade aos projetos existentes e elaborar novos projetos
atendendo as necessidades da escola;
 Identificar as causas da repetência e do baixo rendimento escolar dos
alunos.

METODOLOGIA DE TRABALHO
Concebemos as reuniões pedagógicas como espaços de reflexão crítica,
coletiva e constante sobre a prática cotidiana da sala de aula e da instituição
em geral. Neste espaço deve ocorrer:

 Trocas de experiências;
 Sistematização da própria prática resgatando os saberes docentes;
 Pesquisa;
 Desenvolvimento de atitudes de cooperação e co-responsabilidade;
 Elaboração de formas de intervenções pessoais e/ou coletivas
possibilitando a integração entre diferentes áreas, segmentos e níveis de
conhecimento;
 Avaliação do trabalho;
 Replanejamento do trabalho.

Destacamos ainda, que a necessidade de fazer o trabalho deve


considerar os reais problemas da escola e da comunidade em que estamos
inseridos, o que exige um debruçar sobre o que queremos fazer, para quê e
para quem. Desse modo, buscaremos soluções para as problemáticas que
surgem no interior da escola através dos vários segmentos: professores,
funcionários, família, alunos e conselho escolar. Para tanto, se faz necessário
considerar o currículo e a intervenção adequada junto aos alunos dentro e fora
de sala de aula.

Considerando o coordenador pedagógico como o profissional articulador e


mediador de conflitos utilizando-se da reflexão/ação. Demonstrando assim, a
idéia de continuidade, ampliação, melhoria do fazer pedagógico cotidiano, onde
o foco são as relações interpessoais, a oralidade e o pensamento coletivo.

AVALIAÇÃO

A avaliação da coordenação pedagógica ocorrerá de forma contínua e


será realizada através da observação dos docentes, direção, conselho escolar;
bem como outros participantes da comunidade educacional.
Outra forma relevante de avaliar é a auto-avaliação. Nesse momento, o
coordenador tem a oportunidade de refletir sobre sua prática percebendo os
pontos positivos e negativos do seu trabalho.
A coordenação também irá avaliar os processos de ensino-
aprendizagem, utilizando instrumentos como observações sistemáticas,
relatórios, formulários, dentre outros, mas sempre em consonância com a Lei
de avaliação do município cujo portaria é de nº 193/2014 de 29 de Dezembro
de 2014 no qual estabelece normas para avaliação do processo de ensino e
aprendizagem da rede municipal de ensino de Natal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O coordenador pedagógico atua como um mediador junto ao


corpo docente, através de diferentes situações, maneiras e momentos,
considerando o trabalho desenvolvido junto também do coletivo levando em
conta as especificidades de cada parte do cenário educativo que intervêm.

Diante disso entendemos que o coordenador pedagógico é fundamental


no espaço escolar. Cabe a ele, juntamente com a direção, consolidar a tão
almejada gestão democrática. Sua presença na escola deve promover o
fortalecimento das relaçõesinterpessoais saudáveis, valorizando a
comunicação, diálogo, participação e respeito mútuo.
Seu papel, junto aos docentes, é partilhar conhecimento, dá a
assistência necessária para o favorecimento do processo de ensino e
promoção da aprendizagem, e estimular os professores fazendo-os se
perceberem como pilar fundamental da qualidade do ensino, por meio dos
planejamento e encontros de formação na escola. Esses momentos
constituem-se importantes ações do coordenador para busca, troca de
experiências, aprendizado para discutir os problemas pedagógicos, questões
que angustiam suas práticas, relatar prática cotidiana
Para Freire (1982) o coordenador pedagógico é, primeiramente, um
educador e como tal deve estar atento ao caráter pedagógico das relações de
aprendizagem no interior da escola. Deve levar os professores a
ressignificarem suas práticas, resgatando a autonomia sobre seu trabalho sem,
no entanto, se distanciar do trabalho coletivo da escola.
O coordenador torna-se um mediador – articular desses encontros,
suprindo necessidades, possibilitando novas sugestões e promovendo a
formação continuada, com o intuito de atender as necessidades do processo
educativo e, consequentemente, a qualidade educação. Isso pressupões uma
atuação junto ao corpo docente possibilitando situações e momentos
necessárias para estruturação da prática profissional.

Os desafios que o coordenador pedagógico encontra na escola são


muitos, mas com conhecimento, disposição e comprometimento para assumir
essa função atuaremos com coerência. Assim temos ciência desses desafios e
estamos dispostos a enfrentá-los.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. Lei 9394/96 de 20 de dezembro de 1996.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Minidicionário da língua


portuguesa. 4 ed. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 2001.

FREIRE, Paulo. Educação: Sonho possível. In: Brandão, Carlos Rodrigues


(org). O Educador: Vida e Morte. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Graal, 1982.

GALUCH, Maria Terezinha Belanda e SFORNI, Marta Sueli de Faria.


Aprendizagem conceitual nas séries inicias do ensino fundamental. In ANAIS –
II Segundo Congresso Internacional e VII Semana de Psicologia –
Psicologia: Sociedade e Sabres em transformação. Maringá: Universidade
Estadual de Maringá, 2005,v.1,p.1-12.

GARRIDO, Elsa. Espaço de formação continuada para o professor-


coordenador. In: ______. O coordenador pedagógico e a formação docente.
São Paulo: Edições Loyola, 2000. p. 9 – 11.

MARTINS, Rosilda Baron. Educação para a cidadania: projeto político


pedagógico como elemento articulador. In: VEIGA, Ilma Passos de Castro;
RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves de. Escola: espaço do projeto político
pedagógico.. 5 ed. Campinas-SP: Papirus, 2001. p. 49-83
NATAL. PREFEITURA MUNICIPAL. Secretaria Municipal de Educação. Lei
Complementar nº 147/2015 de 04 de fevereiro de 2015.

NATAL. PREFEITURA MUNICIPAL. Secretaria Municipal de Educação. Lei


Complementar nº 193/2014 de 29 de dezembro de 2014.

ORSOLOU, Luiza Angelina Marino. O coordenador / formador com um dos


agentes de transformação da / na escola. In: ______. ALMEIDA, Laurinda
Ramalho de;

PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. (org.)
Coordenador pedagógico e o cotidiano da escola. São Paulo: Loyola, 2003.
p. 135 à 143.

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