ESCOLA INOVADORA

Um desafio real

Ildênia Querino de Morais Nascimento1

Resumo:

A escola do século XXI ou escola inovadora, precisa, primeiramente, preparar suas lideranças,
para que desenvolvam habilidades e competências voltadas para o ensino/aprendizagem de
forma que possam atender os educandos de maneiras diversificadas e mais satisfatórias do que
os meios tradicionais de ensino, ainda tão presentes nas instituições educacionais ao redor do
mundo. O ensino inovador se torna mais significativo para o aluno, pois faz uso de tudo aquilo
que possa ser proveitoso para ele, como as novas tecnologias, a flexibilidade curricular, de
espaço, de duração, a interação com outros colegas de idades diferentes, com seus professores,
com a comunidade ou com outras pessoas que possam efetivamente ajudá-los a se tornarem
protagonistas do seu próprio conhecimento, dando espaço e liberdade para construir um novo
jeito se tornar um cidadão ativo na construção de uma nova sociedade. Nessa formação do
aluno, a escola e seus professores devem construir valores como autonomia, cooperação, na
busca de consolidar uma educação de qualidade para os novos tempos, abraçando as gerações
atuais e as vindouras.

Palavras-chave: Escola Inovadora. Habilidades. Competências. Educação.

Abstract (resumo em inglês):

(vale o mesmo que para o Resumo)

1
Ildênia Querino de Morais Nascimento: Graduada em Letras pela UEG – Universidade Estadual do Goiás, com
Especialização em Educação Infantil com Ênfase em Alfabetização e Letramento pela Faculdade Phênix de Ciência
Humanas e Sociais do Brasil. Mestranda em Tecnologias Emergentes em Educação pela Must University.
Professora da rede pública estadual do Goiás e da rede municipal em Águas Lindas de Goiás. E-mail:
denaguna@gmail.com.
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The 21st century school or innovative school, needs, first, to prepare its leaders, so that they
develop skills aimed at teaching/learning so that they can serve students in different and more
satisfactory ways than the traditional means of teaching, still so present in educational
institutions around the world. Innovative teaching becomes more meaningful for the student, as
it makes use of everything that can be beneficial to them, such as new technologies, flexibility
in the curriculum, space, duration, interaction with other colleagues of different ages, with their
teachers, with the community or with other people who can effectively help them to become
protagonists of their own knowledge, giving space and freedom to build a new way to become
an active citizen in the construction of a new society. In this student training, the school and its
teachers must build values such as autonomy, cooperation, in the search to consolidate a quality
education for the new times, embracing current and future generations.

Keywords: Innovative School. Skills. Education.

1 Introdução

Com as mudanças no mundo, o surgimento de novas tecnologias e o surgimento de

novas demandas da sociedade, a escola, querendo inovar, deve buscar uma preparação efetiva

dos membros da gestão e do corpo docente para alcançar os objetivos e metas planejadas com

relação a educação dos alunos.

O ensino tradicional não consegue formar o aluno na sua totalidade, pois no ensino

tradicional o conhecimento é depositado no aluno, sem o tornar ativo na construção do seu

próprio conhecimento. Vivemos tempos em que a informação é acessível a todos e o professor

não tem mais a mesma função de depositar conhecimento, mas de incentivar a pesquisa e a

construção de indivíduos autônomos, que buscam o aprender a aprender. Nisso o ensino

tradicional não é mais suficiente para suprir as necessidades dos alunos.

O uso de tecnologias, a flexibilidade de tempo, espaço e de currículo, facilitam muito

na formação de alunos protagonistas do próprio conhecimento. A interação por meio da

curiosidade com pessoas de diferentes idades e de diferentes setores da sociedade, também

propicia uma formação mais completa fazendo o aluno perceber que a autonomia é importante,
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mas a cooperação também é. Diversas escolas pelo mundo abraçam metodologias inovadoras

na busca de construir esse tipo de cidadão.

2 A inevitabilidade da formação para as escolas do século XXI

As mudanças no mundo e o surgimento de novas tecnologias exigem que as escolas se

transformem de forma a atender essa nova geração, já se adaptando à próxima, para isso é

importante investir em formação daqueles que estarão à frente dos novos modelos de escola

com liberdade para inovar. Essa inovação deve atender as particularidades de locais e

indivíduos, tendo a coletividade na construção de experiências educacionais alternativas para

romper com os modelos tradicionais, ao qual, ainda, as escolas se mantêm enraizadas.

2. 1 A formação das lideranças escolares

Liderança escolar compreende as pessoas que estão envolvidas na gestão escolar e no

corpo docente, entendendo que esses profissionais têm papéis estratégicos na formação de seus

pares e no que tangem suas responsabilidades, devem ter autonomia para fazer aquilo que for

necessário.

O diretor escolar sempre busca manter ou melhorar a qualidade do ensino/aprendizagem

na escola, independente dos incidentes na comunidade, da precariedade do prédio, dos recursos

materiais, financeiros e da relação entre os envolvidos. É por isso, que o gestor precisa além de

estar capacitado, precisa também de uma equipe que o auxilie a tomar as medidas necessárias

para desenvolver todo tipo de estratégia que se fizer necessária para mudar o quadro de sua

escola.

No que diz respeito ao corpo docente, além de uma formação continuada são necessários

mais envolvimento e comprometimento nas escolhas pedagógicas do grupo, pois é o professor

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que causa o maior impacto no desempenho dos alunos. Um professor comprometido, bem

remunerado, valorizado pelo sistema é muito mais eficaz dentro do ambiente escolar.

Numa escola que se prepara para o futuro, as lideranças têm um papel fundamental na

preparação do ambiente para os educandos, mas deve propiciar meios do próprio educando

construir a sua educação em conjunto com os adultos ao seu redor. Numa escola assim o

professor deve se posicionar como um mentor, preparando o indivíduo para se tornar autônomo,

criativo, buscando sempre soluções para os problemas encontrados. A BNCC (Base Nacional

Comum Curricular) tem como competências gerais o conhecimento, o pensamento científico,

crítico e criativo, o repertório cultural, a comunicação, a cultura digital, o trabalho e projeto de

vida, a argumentação, o autoconhecimento e autocuidado, a empatia e cooperação e a

responsabilidade e cidadania, a construção da BNCC fez com que o Brasil desse mais um passo

em direção a formação de cidadãos com as características e competências citadas acima. Os

profissionais da escola têm um grande desafio pela frente de desenvolver essas competências

nos alunos.

2. 2 O protagonismo juvenil

Nos moldes da educação tradicional conseguimos muitos resultados positivos, porém

atualmente esses resultados não têm mais o mesmo alcance, visto que a informação está

disponível para todos de forma mais rápida e mediante pesquisa simples em qualquer navegador

na internet. O que os alunos precisam é de pessoas que os impulsionem a pesquisarem, a

entender como filtrar as informações mais relevantes, a investigarem, a produzir por conta

própria, enfim a ser ator principal em ações que dizem respeito a resolução de problemas na

escola ou na sociedade. O educando precisa estar no centro das tomadas de decisões com a

devida orientação, ou seja, ele passa a ser aquele que vai em busca das soluções e deixa de ser

tratado como um problema.

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O papel do professor nessa transformação do aluno em protagonista é importantíssimo,

para isso o professor passa a ser um facilitador e coautor participante dos acontecimentos,

buscando organizar e incentivar o aluno, enquanto o aluno deve agir de maneira efetiva,

decidindo, produzindo, questionando, buscando soluções, dessa forma estimulando o seu

próprio crescimento. Portanto é necessário um bom orientador para aquele que será um cidadão

atuante na busca do bem comum dentro dos interesses de transformação da sociedade.

O aluno precisa entender a importância da busca pelo conhecimento, se tornando o

principal ator das transformações da sua vida e da sociedade, estimulando seu crescimento

pessoal e o seu comprometimento com a cidadania, respondendo pelos seus atos, assumindo

sempre a responsabilidade por suas ações. Dessa forma ampliará seu protagonismo com relação

as competências pessoais (aprender a ser), as competências sociais (aprender a conviver), as

competências produtivas (aprender a fazer) e as competências cognitivas (aprender a aprender).

3 Escolas Inovadoras

A escola do século XXI vem emergindo como uma evolução do ensino tradicional, no

Brasil pro exemplo com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil em

1988, que fixou os conteúdos mínimos para o ensino fundamental, depois em 1996 com a

aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), que regulamenta uma

Base Nacional para a Educação Básica, logo após isso em 1997, são consolidados os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano, depois em 1998

para o Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano e em 2000 o PCNEM (Parâmetros Curriculares

Nacionais para o Ensino Médio); De 2008 a 2010 o Programa Currículo em Movimento buscou

melhorar a qualidade da Educação Básica incluindo a educação infantil; Em 2010 ocorre a

Conferência Nacional de Educação (CONAE) com especialistas em educação, na sequência são

criadas Resoluções que definem novas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica e para a
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Educação Infantil; Em 2012 surge o PNAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade

Certa), em 2013 o PNFEM Pacto Nacional de Fortalecimento do Ensino Médio, logo após isso

surge a Lei n. 13.005 em 2014 que regulamenta o Plano Nacional de Educação (PNE), no

mesmo ano acontece a 2ª CONAE e a partir daí deu-se início a criação da BNCC que ao mesmo

tempo que propõe uma certa liberdade com relação a conteúdos, instiga o professor a buscar

desenvolver competências e habilidades nos alunos, com a intenção de torná-los sujeitos na

construção de sua própria educação e não apenas receptores de informações.

Pelo mundo a fora, mais do que ter uma ou outra escola “especial” os sistemas de ensino

têm se modernizado estipulando padrões para atender as novas gerações, principalmente de

forma igualitária, garantindo aos educandos uma educação que os leve a protagonizar na vida

e na sociedade.

3. 1 Escolas inovadoras pelo mundo

Algumas escolas pelo mundo são referência na forma em que atuam como a Summerhill

School no Reino Unido, que existe desde de 1927 e funciona em regime de internato, o seu

currículo é formado pelas mesmas disciplinas que compõem a base curricular britânica, porém

todas as aulas são opcionais, cabendo ao aluno decidir quando ou se estudaria determinada

disciplina, nesta escola os grupos de estudos são divididos por faixa etária dos 5 aos 7, dos 8

aos 10 e dos 11 aos 15 anos. Em Portugal, uma escola que se destaca é a Escola da Ponte,

fundada em 1976, com um modelo de educação que visa ampliar a voz e a autonomia de seus

alunos, não existe separação por série, tendo os alunos a liberdade de estudar com colegas de

diferentes idades um determinado tema. Nos Estados Unidos a escola Altitude é muito parecida

com as escolas anteriores, diferindo principalmente no uso de ferramentas online no cotidiano

dos alunos. Na Argentina a Escuela de La Nueva Cultura La Cecilia, busca preparar os

estudantes para os desafios da vida e não apenas para o mercado de trabalho ou a universidade,
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os alunos não são separados por série ou idade, têm uma alimentação vegetariana, com seu

currículo sendo definido pelos próprios alunos. Na Holanda um exemplo de escola inovadora é

a Steve Jobs School, onde o foco da instituição é a tecnologia, onde as aulas tradicionais são

substituídas por um modelo totalmente interativo onde os alunos relacionam os conteúdos

através da tecnologia, alinhando o desenvolvimento de habilidades com às necessidades da

sociedade atual.

Além das escolas citadas acimas outras se apresentam com características bem

marcantes, como a resolução de problemas reais pelos próprios estudantes (Ørestad

Gymnasium - Dinamarca), a igualdade total ensinando as crianças a julgarem as pessoas por

suas ações e não por estereótipos (Egalia - Suécia), a formação profissional e empreendedora

dos alunos (The Bath Studio School - Inglaterra), a integração do ensino formal com o informal

envolvendo a comunidade local (Ritaharju School - Finlândia). Estes são exemplos de escolas

que aceitaram o desafio de inovar e estão construindo um novo conceito de educação.

3. 2 Escolas inovadoras no Brasil

No Brasil temos alguns exemplos de escolas inovadoras como a Escola Lumiar que

aposta na tecnologia e na autonomia dos alunos, fazendo bastante uso das TICs (Tecnologias

da Informação e Comunicação), tendo unidades em vários países. O Núcleo Avançado em

Educação (NAVE) em Pernambuco mescla o ensino tradicional com o profissionalizante na

área das mídias digitais, com as ferramentas tecnológicas que são tão presentes no cotidiano

dos educandos.

Pelo Brasil diversas escolas buscam reinventar seus currículos para dar mais autonomia

e responsabilidade ao aluno, para flexibilizar seus horários e atender a melhor sua clientela,

para valorizar a cultura, as vivências, a criatividade e a cooperatividade, em alguns aspectos se

assemelham a Escola da Ponte e a outras pelo mundo, porém não possuem a mesma liberdade
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curricular que elas. Dentre as escolas que se destacam no Brasil temos a Cieja Campo Limpo

(SP), Escola Canadá (Viamão - RS), Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Guido

Lermen (Lajeado - PR), Escola Estadual de Ensino Profissional Alan Pinho Tabosa (Pentecoste

- CE), EMEF Desembargador Amorim Lima (SP), que procuram inovar e estarem de acordo

com o currículo nacional, buscando fazer com que o aluno seja o centro de uma formação

responsável e autônoma.

4 Considerações Finais

Uma escola inovadora busca o protagonismo do aluno, independentemente dos

métodos, coloca o aluno sempre como centro da aprendizagem, seja com currículo aberto ou

não, com ou sem muitas limitações, faz, também, do professor um mentor, um cooperador e

não apenas um transmissor de conhecimentos, mas alguém que leva o aluno a buscar

conhecimento.

É perceptível que o que restringe uma escola de se tornar inovadora, não é a falta espaço

físico ou de recursos financeiros, mas a falta de mentes que pensem de forma diferente do que

é tradicional e fácil de se fazer. Seguir e executar aquilo que muitos já fizeram e deram certo é

fácil, porém para inovar existem riscos, e é por isso, que muitos gestores se apegam tanto aos

padrões moldados até aqui, inovando apenas naquilo que for realmente necessário.

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