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Sandra Madebe

Desafios de Educação Contemporânea

(Licenciatura em Ensino de Biologia 1º ano)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2020
Sandra Madebe

Desafios de Educação Contemporânea

(Licenciatura em Ensino de Biologia 1º ano)

Trabalho individual da Disciplina de


Fundamentos de Pedagogia para fins
avaliativos, orientado pelo dr. Edgar
Manuel.

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa
2020
ÍNDICE
Introdução

Desafios de Educação Contemporânea……………………………………………………............

Principais Desafios da Educação contemporânea


A necessidade de um novo sistema educacional

Os estabelecimentos de ensino público……………………………………………………………

Meditar antes de agir……………………………………………………...……………………….

A modernidade deve ser estudada……………………………………….……………………

A modernidade e suas consequências

Transformar a mente de educando

Professor como Facilitador


Os políticos

Conclusão………………………………………………………………………………………....

Bibliográfia……………...
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Introdução

O conceito de educação contemporânea enfrenta mudanças cada vez mais profundas, uma vez
que acompanha as demandas do mercado profissional, a realidade social e as transformações
do mundo. E a velocidade com que essas mudanças acontecem é reflexo dos avanços
tecnológicos, que, nos últimos tempos, vêm gerando uma revolução em todos os sectores e
também no segmento educacional.

Todos os desafios da educação contemporânea atravessam o espaço escolar. Não existe a


escola e o mundo. O mundo atravessa a escola.

Se formos a acompanhar as demandas do mercado de trabalho, notaremos que há um


descompasso claro entre as demandas de aprendizado requeridas no século XXI e o que é
oferecido pelo sistema educacional actual, cujas bases remontam à Revolução Francesa. Só
essa sentença já evidencia que alguma coisa está fora da ordem.

Diante de tantos cenários, elenco para este trabalho alguns dos principais desafios
relacionados a educação contemporânea, a partir do advento da tecnologia na escola
tradicional e escola contemporânea.
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DESAFIOS DE EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

A Educação contemporânea assume a responsabilidade de habilitar o indivíduo a efectuar


uma leitura original do global, no sentido de promover uma negociação entre conhecimento e
as práticas locais, a fim de gerar uma reflexão que se traduza em acções concretas e benéficas
à sociedade onde se encontra. Nesse sentido expressa um papel resistência ao processo
homogeneizador de condutas, estabelecidas e por muitas vezes impostas, por determinantes de
ordem global, muito além do território local. Tal função atesta uma nova dimensão, que
incorpora a responsabilidade de promover a reflexão sobre o que é ou não adequado a um
determinado local, por meio do Lugar, categoria de análise do espaço geográfico,
possibilidade concreta e viável à compreensão da realidade, condição para uma tomada de
posição frente ao mundo.

Parte-se da premissa que a Educação auxilia o ser humano a aprender a utilizar as ferramentas
de produção de significado e de construção da realidade, para adaptar-se melhor ao mundo em
que se encontra. A educação fornece habilidades, formas de pensar, sentir e falar, utilizar,
modificar e produzir ferramentas, assim como formas preferenciais de usar uma sequência de
estratégias e lógicas que posteriormente podem ser negociadas; ela não é neutra, nem está
destituída de consequências económicas e sociais. Por isso a educação é sempre política, não
está sozinha e não pode ser planejada como se estivesse: existe em uma cultura, que é diversa
e desigual e, por conseguinte, plena de contradições e conflitos.
Neste contexto a escola constitui-se um meio para aquisição de conhecimentos e habilidades,
num empreendimento educacional que inculca crenças, habilidades e sentimentos, a fim de
transmitir e explicar as formas de interpretar o mundo natural e social de sua cultura
patrocinadora. Assim, a escola e o processo de escolarização assumem relevante papel nas
interpretações que cada pessoa constrói sobre si, sobre o outro, sobre o mundo. No
desempenho dessa função, porém, a escola pode incorrer no risco de estabelecer uma
determinada versão de mundo. Entretanto, esse risco é necessário para superar a estagnação e
alienação, uma vez que uma educação eficaz corre riscos ao fomentar a flexibilidade.
Tais considerações prévias, indicam que a Educação assume um papel Específico em relação
ao contexto contemporâneo: o de elemento de resistência ao processo homogeneizador de
condutas, estabelecidas e por muitas vezes impostas, por determinantes de ordem global,
muito além do território local. Tal função expressa uma nova dimensão, que incorpora a
responsabilidade de promover a reflexão sobre o que é ou não adequado a um determinado
local. Nessa perspectiva, se insere o objectivo deste texto: apresentar o estudo do lugar,
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categoria de análise do espaço geográfico, como uma possibilidade concreta e viável à


compreensão da realidade, condição para uma tomada de posição frente ao mundo.
Nesse sentido, um dos desafios que se impõe à educação no contexto contemporâneo, diz
respeito à formação de capacidades críticas, para lidar de maneira propositiva, com a rapidez
com que são estabelecidos novos padrões de conduta, normas e regras de convivência social
que se impõem, numa dinâmica ágil, ao dia a dia do indivíduo. A acção homogeneizadora
tende a neutralizar a diversidade, mediante supressão, desvalorização, mesclagem,
substituição de identidades ou outras particularidades territorializadas, que não se enquadrem
na lógica do mercado globalizado, característica estrutural da sociedade actual.
Neste contexto, a educação se vê diante do desafio de contribuir para a formação de um
cidadão, que não se distancie da ética, que saiba não somente compreender a realidade, em
todas suas complexas relações de causa e efeito, mas principalmente, ter ciência de que dispõe
de possibilidade efectiva para assumir um papel activo na formação de uma sociedade mais
justa e igualitária, mediante a preservação da diversidade cultural e sem abrir mão de
referências identitárias e territorializadas.
Principais Desafios da Educação contemporânea
 A necessidade de um novo sistema educacional

 Muitos anseiam por um novo Sistema educacional diferente e competente. A educação básica
se concretiza por meio da proposição de políticas, programas, acções e estratégias articuladas
ou não pelos diferentes entes federados. Compreender tal processo e buscar a construção de
novas bases para a sua organização, proposição e materialidade, em nível nacional, tendo em
vista a garantia da qualidade social da educação, implica avançar na consolidação de
instâncias de participação e deliberação colectivas, envolvendo a sociedade brasileira.  
(CONEB, 2008, p. 3).

Envolver a sociedade brasileira gera uma educação democrática, opinativa e analisada em


várias visões e grupos de pessoas que não são educadores, mas, têm excelentes ideias para a
educação actual. Pois, vale lembrar: não são sós os educadores que educam; os responsáveis
pelos de menores também têm que contribuírem.

 Os estabelecimentos de ensino público

Observando atentamente veremos que são tantos os problemas educacionais e políticos que
estão destruindo as escolas, principalmente as públicas.
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O problema está fundamentado num sistema económico ideológico que, ironicamente, a


própria escola contribui para se propagar. Seu projecto pedagógico não tem uma análise social
do homem na sociedade em que vive. Mas sim, a acção humana sobre ou sob a sociedade
produtiva. No sector educacional não parece novidade o que o governo vem fazendo com a
educação pública. Alega insistentemente que a escola pública está ruim e que seus
trabalhadores precisam de formação adequada. Por outro lado, são mínimos os salários desses
profissionais. Outra característica neoliberal na educação são as chamadas “ajudas” às
famílias para que mantenham os filhos na escola. O Estado deveria sim, está promovendo
políticas públicas de geração de emprego e qualidade de vida da população. Ao contrário,
submete a população excluída à manutenção da exclusão, e mais, fortalece os ideários da
privatização da educação. (Prada, 2008, p.4).

Conforme Pietrocola (2008 p. 2), a educação está enfrentando sérias dificuldades “os
estabelecimentos de ensino não apresentam qualidade e sua acção pedagógica e gestão
administrativa se caracterizam pela improdutividade”. Exactamente por isso que a mesma
deve buscar novos rumos, é preciso agir com inteligência e motivação. Os desafios a serem
enfrentados são grandes, precisa-se de compreensão e discernimento do que será bom ou ruim
numa nova educação. É necessário um novo Sistema de Educação Básica, mas também
reflectir e buscar tal mudança com conhecimento e sabedoria para não cometer os mesmos
erros do passado e do presente actual em que estamos vivendo.

Dentre os desafios da escola no mundo contemporâneo, pode-se destacar a dificuldade em


despertar o interesse e a curiosidade dos alunos no processo de aprendizado, pois isso exige a
quebra de paradigmas. E, sumariamente, esse movimento consiste na associação de práticas
pedagógicas que se mostram eficientes na educação contemporânea e a adopção de novos
elementos que estimulem essa geração de nativos digitais na construção do conhecimento.

Em paralelo, a escola no mundo contemporâneo deve reconhecer a importância de aproximar


os atores da comunidade escolar – alunos, pais, professores, coordenadores – a fim de
participarem activamente do desenvolvimento educacional das crianças. A propósito, esse é o
cerne da gestão escolar democrática, assunto que discutimos em outra oportunidade.

Essa valorização do processo de aprendizado promove o meio, o “como chegar à solução”,


por meio das perguntas correctas, o incentivo à reflexão crítica e a formação do pensamento,
em vez de focar no fim, na resposta rápida, pronta, memorizada e habitualmente transmitida
pelo professor.   
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 Meditar antes de agir

Primeiramente antes de criticarmos a educação, devemos analisar o que estamos fazendo para
melhorá-la seja nas escolas, no nosso lar, numa conversa com crianças etc. Afinal ela está
presente em todos os locais que frequentamos.

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de


muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para
aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos
a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. (BRANDÃO, 1986,
p.07)

Exactamente porque todos nós envolvemos pedaços da vida com a educação é que devemos
reflectir bastante sobre nossas acções e atitudes em relação à mesma tanto na parte de ensinar
como também saber ouvir. Pois, sem reflexões, sem capacidade de mover e transformar o que
está ao nosso redor.

Sabemos que, enquanto sujeitos sociais, só poderemos avançar em qualquer campo de nossas
vidas e nos desenvolvermos enquanto seres humanos quando exercermos nossas capacidades
de reflexão. Esta capacidade de reflectir, nos auxilia para o aprimoramento e desenvolvimento
de nossas competências e habi8lidades de pensar e de saber, de saber e de fazer e de pensar o
saber fazer e fazer pensar. Pensar criticamente sobre nossas acções e condutas quotidianas na
escola possibilita ampliarmos nosso campo de visão e buscarmos a construção de novas
visões, que transcendam os limites da tradição e que ousem a construção de novas formas de
ser e está actuando em educação, seja esta a educação na escola, na família ou nos diferentes
espaços sociais onde interagirmos, (ABREU, 2008.p.03).

 A modernidade deve ser estudada

Uma pergunta que deve ser feita por todos os educadores em geral (pais, professores e
responsáveis legais): será que os nossos filhos ou alunos estão aprendendo o que tentamos
transmitir para eles ou estão aprendendo o que a modernidade ensina? Será que dão valor aos
seus tutores ou a mídia em geral? Segundo Maria Lúcia de Arruda Aranha (2006, p. 360).

A consequência é que o ser humano se vê afastado do seu centro, isto é, da sua dimensão
autónoma (crítica e reflexiva), e incapaz de gerir seu próprio destino. Dá-se também o
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enfraquecimento dos laços de uma desejável intersubjectividade, marcada pela solidariedade e


cooperação, já que nessa ordem empobrecida da universalização da razão instrumental
predominam o egoísmo, a competição e a exploração.       

A humanidade é capaz de não ser crítica, não reflectir e está instalada num mundo capitalista,
cujo prega o egoísmo, a competição e a exploração como forma de sobrevivência. O que
podemos então esperar das crianças e dos adolescentes que observam os adultos como
modelo. E por falar em modelo, através das televisões, internet a mídia tem cada vez mais
crescido. Mas, vale lembrar que o que é exposto para o público infantil, jovem e adolescente;
pode ser certo ou errado. E, a maioria das vezes é o errado. Fazendo com que o mesmo
valorize mais a modernidade, a mídia em geral, acumulando assim o gostar-por-gostar e não
dando muito valor a educação que lhe é ensinada, por que talvez um filme ou uma novela o
ensinou algo novo mais valorizado pelo mesmo.

 A modernidade e suas consequências

Já que a modernidade serve de referência para as crianças, os jovens e os adolescentes então


podem perceber que não é nada fácil fazer educação com tantos desenhos, novelas, filmes
violentos e certos tipos de programas que influenciam os estudantes, vários na escola como
também fora dela. Por outro lado, não podemos desistir, afinal são em momentos difíceis que
surgem as grandes ideias. E elas poderão mudar o rumo da educação para sempre; mas para
isso é preciso que se instale em contra preposição aos ensinamentos da mídia.

 Transformar a mente de educando

Por isso que todos têm que fazer educação para o bem e não para o mal. O que deve ser feito?
Primeiro criar uma forma de mostrar aos responsáveis dos educandos que eles também têm
que contribuírem e muito. Deverão estar atento ao mundo, a modernidade e a mídia e verem
que os seus filhos, netos sobrinhos e alunos e etc. Estão aprendendo no dia-a-dia, para assim
orientarem os mesmos sobre os certos ou errados.  

Os professores têm que estarem tentando fazer seus educando enxergarem outro mundo
através das indicações de excelentes leituras, pois, “os livros não transformam o mundo. Os
livros transformam as pessoas, e as pessoas é que transformam o mundo.” (VARGAS, 2008,p.
07 apud QUITANA). Se são as pessoas que transformam o mundo, então vamos transformar
nossa educação, como? Cada um fazendo a sua parte; o que realmente deve ser feito.

 Professor como Facilitador


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Por isso, na educação contemporânea, o professor assume o papel de facilitador nesse


processo de aprendizado, deixando de ser o único meio de acesso ao conhecimento dentro da
sala de aula. Por sua vez, o professor passa a preparar o aluno para pensar, reflectir e
desenvolver o pensamento crítico, a partir de uma aprendizagem mais activa e no acesso aos
conhecimentos explícitos, geralmente, em dispositivos e plataformas. “Todos os programas
educacionais devem se dedicar a ensinar aquilo que o indivíduo não tem acesso por si só.”

“Esse é um efeito colateral perverso do tradicional modelo educacional. Se o indivíduo


assume o risco de buscar um caminho distinto e não obtém a solução padrão, mesmo
considerando que a jornada seja criativa ou instigante, a avaliação tende a ser negativa.”

 Os políticos

Precisam ouvir opiniões de quem entende e trabalha na área educacional e não agirem
segundo suas ideias, pensando que só virá o bem, pois, o que acaba acontecendo é o
empobrecimento da educação. E só que os que perdem são os estudantes que estão iniciando
uma jornada sequencial; a onde não se pode errar no começo de uma série lectiva; porque o
erro deixa coisas importantes fora da aprendizagem dos mesmos.

Essa política antiga deve tomar nova postura e ouvir pensamentos diferentes não são sós
porque o ser humano que está ensinado é um simples professor que não merece ser ouvido,
ele é que tem que ser ouvido.   Pois, já tem um vasto conhecimento no sector em que actua;
mais do que nunca é reafirmado que só haverá mudança se houver união das comunidades,
empresários, professores, entidades, pais e governantes. Assim, poderemos traçar planos e
mudar o que parece impossível em nossos dias: trabalho infantil, violência, conscientizar e
transformar jovens e os adolescentes; fazendo com que não se envolva com drogas. Mas para
isso é preciso que sejamos modelos e os exemplos vêm de cima, afinal, é a mídia que mexe
com a cabeça do público jovem e adolescente em geral.
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Conclusão

Diante do exposto, pode-se concluir que a educação contemporânea, diante do desafio de


promover a formação de um cidadão para uma sociedade mais justa e igualitária, assume uma
responsabilidade que envida esforços, que podem ser conjugados de um modo efectivo e
eficiente, também, no âmbito da escolarização. Nesse contexto, o conceito de lugar apresenta-
se como um elemento de mediação para que tal responsabilidade seja assumida.

Sem dúvidas, esse é um novo olhar sobre o sistema educacional e um dos principais desafios
quando o assunto é educação contemporânea, uma vez que mexe com a estrutura da educação
básica e a preparação para o profissional do futuro. Está claro que o processo de adaptação a
esse novo mundo é confuso, tumultuado e gera muito desconforto. Por outro lado, esse é o
tempo em que todos estão inseridos e no qual é possível se beneficiar do bónus da ignorância
para a criação de um novo paradigma na educação.
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Bibliografia

PRADA, Lenir Rosa André. Educação contemporânea: ato político ou económico. Pós-


Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia.

ABREU, Jayme. Educação, sociedade e desenvolvimento. Rio de Janeiro: MEC/INEP/Centro


Brasileiro de Pesquisas Educacionais, Vol.8, 1968.
MANACORDA, Mario Alighiero. Marx e a pedagogia moderna. São Paulo: Cortez: Autores
Associados, 1991. MANACORDA, Mario Alighiero. Depoimento. In Revista da Associação
Nacional de Educação (ANDE), Ano 5,N.º 10, 1986.

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