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O currículo

Depara-se aqui com uma questão fundamental, na qual se coloca em


discussão o papel da educação e atuação do profissional frente ao mundo
tecnológico desafiador. Para tanto, parte-se do princípio de que os paradigmas
vigentes durante grande parte do século XX serviram de modelo para a
educação forma, valorizando uma concepção tradicional e rígida no
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.

Diante dessa perspectiva, o aprender articulado exclusivamente a mudanças


de comportamento, se fortalece mediante uma prática excessivamente diretiva
tanto na forma de planejar como de implementar o ensino. Essa proposta
culmina com a falta de liberdade ação discente e na posição docente de
reprodutor do conhecimento.

Como conseqüência o aprender privilegia a preparação para o mercado de


trabalho e se efetiva por meio da fragmentação dos conteúdos previstos nos
livros didáticos sabe-se que os conteúdos padronizados, norteados pelos livros
didáticos deixam de explicitar os processos de Ensinos voltados para relações
como a comunidade local, regional, nacional e planetário. Em função da
instabilidade produzida mediante a incapacidade dessa perspectiva
padronizastes em dar respostas aos problemas atuais, principalmente a partir
das ultimas décadas do século xx, a educação formal torna-se alvo de
mudanças possíveis mediantes alternativas que consideram as necessidades
dos discentes, seus desejos e seus sonhos.

Na visão de freire (1981), é possível mudar se considerando o contexto em


que se está inserido, uma vez que se está inserido, uma vez que a mudança
supõe aproximação ao objeto e compromisso com o vir a ser. Diante disso,
estar dentro do sistema é garantir espaços de participação. Estar fora dele é
poder observá-lo, sem deixar se absorver por suas estruturas e lutar para sua
transformação. Isso requer a implicação de agentes locais e externos, criando
uma rede de emancipação e de busca por melhores condições de vida.

Nesse processo inovador vale ressaltar que vivemos, neste século,


modificações produzidas por uma sociedade em processo acelerado de
transformação, cabendo a educação um papel determinado no
desenvolvimento do ser humano. O fato de ingressarmos gradativamente na
sociedade da informação, ressignifica a valorização dada ao conhecimento e
as formas de acessá-la e transformá-la. Sem duvida, o conhecimento tem se
tornado um dos bens mais preciosos e deve ser disponibilizado a todos, não
havendo mais espaço para a prática que centraliza a socialização do
conhecimento a fontes restritas de informação.

Diante disso, a educação formal pode ser concebida como um dos aspectos
cruciais de transformação, que permite ao ser humano desenvolver suas
potencialidades para intervir no contexto em que vive consciente do seu papel
na sociedade.

Finalidade da Escola

Vive-se na era da informação que nunca esteve tão acessível como agora,
mesmo a quem não tem acesso à escola. Portanto, a função primordial da
escola é formar indivíduos capazes de interpretar toda essa informação de
forma crítica. Enfim, a função da escola é ensinar a aprender, a lidar com o
conhecimento. a tarefa educacional de qualificar a população para o exercício
da cidadania requer da escola, a discussão e a definição de seus (próprios)
pressupostos, rumos e finalidades, vistos na relação
indivíduo/escola/sociedade e ancorados no conceito contemporâneo de
cidadania.

Hoje, entendemos que a escola deve estar voltada para a formação de um ser
humano crítico e auto-crítico, pautado em princípios éticos, de valorização da
dignidade e dos direitos humanos, bem como de respeito às diferenças
individuais e socioculturais, capaz de mobilizar-se por aspirações justas
visando ao bem comum. Em outras palavras, a constituição de identidades
autônomas, sujeitos em situação, dotadas de competências e de valores:
cidadãos.

Consciente de seu papel, a escola tem uma contribuição decisiva a dar no


processo de construção da cidadania, acreditando que a atuação solidária de
pessoas autônomas pode levar à melhoria da sociedade. Consciente também
de que não é a única instância para dar conta da problemática social, inclusive
porque é parte desse contexto, a comunidade escolar deve estar alerta para a
complexidade do mundo contemporâneo. A escola deve funcionar como
mediadora, realçando as identidades culturais locais, regionais e nacionais, a
partir do novo pano de fundo que se desenho nesse fim de milênio. Para
enfrentar os desafios atuais, a escola deve estar capacitada a refletir, a criar e
a interferir frente às transformações sócio-econômicas e tecnológicas que
afetam também seu cotidiano.

Sem poder prever os rumos dessas transformações, a escola deve dar aos
alunos os instrumentos básicos de uma formação geral para que possam ler
decodificar, inserir-se e atuar num mundo com novas realidades, tornando-se
assim capazes de utilizar seu instrumental básico como alicerce de futuras
construções profissionais e individuais, buscando preservar a autonomia e a
identidade em meio à globalização.
A consolidação da educação básica e superior como componente da educação
escolar e como direito de todos os cidadãos é um objetivo não somente do
governo, mas de toda a sociedade brasileira. Portanto, além de garantir as
condições de acesso e permanência de crianças, jovens e adultos nesses
componentes educacionais, é preciso construir um projeto político-pedagógico
de educação básica e superior de qualidade, comprometido com as múltiplas
necessidades sociais e culturais da população.

Falar em inovação e projeto político-pedagógico tem sentido se não


esquecermos qual é a preocupação fundamental que enfrenta o sistema
educativo: melhorar a qualidade da educação pública para que todos aprendam
mais e melhor. Essa preocupação se expressa muito bem na tríplice finalidade
da educação em função da pessoa, da cidadania e do trabalho. Desenvolver o
educando, prepará-lo para o exercício da cidadania e do trabalho significa a
construção de um sujeito que domine conhecimentos, dotado de atitudes
necessárias para fazer parte de um sistema político, para participar dos
processos de produção da sobrevivência e para desenvolver-se pessoal e
socialmente.
Veiga, em relação ao projeto-político pedagógico considera que o fundamental
é que a escola seja palco de inovação e investigação e torne-se autônoma por
um referencial teórico- metodológico que permita a construção de sua
identidade e exerça seu direito a diferença, à singularidade, à transparência, à
solidariedade, e à participação.

Projeto Político- Pedagógico, Inovação, Gestão Escolar

Os inúmeros problemas educacionais e o verdadeiro papel da educação formal


são motivos de ampla discussão na sociedade moderna. Torna-se necessário
empreender um esforço coletivo para vencer as barreiras e impedir que
inviabilizam a construção de uma escola pública que eduque de fato para um
exercício pleno da cidadania e seja instrumento real de transformação social. A
construção de um projeto político - pedagógico pode contribuir para estabelecer
novos paradigmas de gestão e de prática pedagógica que levem a instituição

escolar a transgredir a chamada “Educação Tradicional” cujo conteudismo de

Currículo

O currículo aparece como conjunto de objetivos de aprendizagem selecionados


que deve dar lugar a criação de experiências apropriadas que tenham efeitos
acumulativos avaliáveis, de forma que se possa manter o sistema numa
revisão constante, para que nele se operem as oportunas recomendações.

inspiração positivista está longe de corresponder às necessidades e aos


anseios de todos que participam do cotidiano escolar.

Diante do exposto observa-se que para o ensino ser satisfatório e que atinja
a todos os objetivos a serem alcançados durante o processo educativo é
necessário mudar a concepção de que o aluno é um ser passivo e estável.
Para isso, a organização do currículo não deve basear-se nos conteúdos como
algo fixa, mas sim partir de uma concepção em que o mesmo deve ser
integrado, que leve em conta um horizonte educativo, planejado não com
metas, mas sim como objetivo de processo.

Na contemporaneidade, pensar em educação e compreender a cerca da


aprendizagem que ao invés de dar ênfase aos conteúdos, resultados,
quantidades de informações e conceitos a serem memorizados e/ou
compreendidos reconhecem a importância do processo de uma metodologia
voltada para a qualidade da aprendizagem que valoriza pesquisa e os
trabalhos em grupo, ou individual. Isso implica, em uma educação programada
em currículos mais flexíveis e adaptados as condições do educando
contribuindo assim com a formação social e cultural do mesmo, voltada para a
realidade dos sujeitos que estão em constantemente com a tecnologia. Com a
introdução da tecnologia na educação o processo ensino-aprendizagem deve
ser reavaliado constantemente para atender as demandas que a sociedade
atual e tecnologicamente transformada exige.

As Tecnologias e o processo de transformação educacional

Ao tratar sobre as tecnologias é importante analisar que, dentro do processo


educacional a mesma não deixou de ter sua vinculação com a condição
técnica; enquanto um recurso a serviço do pedagógico.

A analise da técnica que se considera fundamental par entendimento deste


processo de transformação educacional, parte da compreensão de que a
técnica por si só não garante a existência humana. O homem supera essa
compreensão pensando sobre a ciência, como elementos envolvidos.

Compeende-se que a acelerada modernização tecnológica pela qual a

Referi-se a tecnologia como possibilidade de aprendizagem significativa


entender que ela é um elemento inovador para resolver os problemas
educacionais, mas que ela contribui para o ensino-aprendizagem, assim como
a construção do conhecimento.
sociedade vem passando, é capaz de mudar o destino da economia, do poder
militar e do bem-estar social.

Nessa perspectiva vale ressaltar que cabe aos educadores empregar os


mecanismos tecnológicos, na construção de uma prática pedagógica voltada
para o avanço do conhecimento, considerando-se que a base de qualquer
reforma educacional deve-se incorporar os pressupostos tanto de uma
pedagogia da autonomia e da indagação (Freire, 1997 e 2000).

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