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SOLANGE DO NASCIMENTO SILVA

AVALIAR AS CONTRIBUIÇÕES DA INSERÇÃO


DO SOFTWARE NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS
COM NECESSIDADES ESPECIAIS.

Petrolina/PE
2012
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AVALIAR AS CONTRIBUIÇÕES DA INSERÇÃO DO SOFTWARE NA


EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS.
EVALUATE THE CONTRIBUTIONS OF INTEGRATION SOFTWARE IN
EDUCATION OF CHILDREN WITH SPECIAL NEEDS.

Solange do Nascimento Silva

Resumo

O artigo busca avaliar as contribuições da inserção do software na educação de


crianças com necessidades especiais. Tendo como premissa que o software educativo
possibilita que o aprendiz obtenha novos conhecimentos. Sendo imprescindível
convidar o aluno a ser o protagonista de sua aprendizagem, incentivando que esse
construa seu conhecimento através da sua relação com o meio, sendo o software
educativo um instrumento que estimule sua aprendizagem e o pensamento crítico.
Assim, utilizou-se o software educativo “os jogos Mimocas” que tem a proposta de
busca promover as competências cognitivas e de comunicação de crianças que
apresentem um grau de deficiência cognitiva ou retardo mental. Selecionou-se os
critérios de avaliação que foram considerados mais pertinentes para avaliação desse
software educativo com o intuito de constatar ou não a utilidade do mesmo, na
aprendizagem de crianças com necessidades cognitivas especiais.

Abstract

The article seeks to assess the contributions of software integration in the


education of children with special needs. Taking as its premise that the educational
software enables the learner to obtain new knowledge. Being indispensable invite the
student to be the protagonists of their learning, motivating that build their knowledge
through their relationship with the environment, and educational software instrument
that stimulates their learning and critical thinking. Thus, we used the educational
software "games Mimocas" who has proposed seeks to promote cognitive skills and
communication, children who have a degree of cognitive impairment or mental
retardation. Were selected evaluation criteria that were considered most relevant for
evaluating this educational software in order to ascertain whether or not its usefulness in
learning of children with special cognitive needs.

Palavras-chave: software educativo, necessidades cognitivas especiais.

Key-words: educational software, special cognitive needs.


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SUMÁRIO

1Introdução................................................................................................................................4

2Contexto sócio – histórico da exclusão ..................................................................................5

3A educação especial................................................................................................................6

4Software educativo..................................................................................................................8

5Apresentação do software educativo.......................................................................................9

6Critério de avaliação do software educativo...........................................................................10

7Considerações finais ...............................................................................................................12

8Referencia Bibliográfica..........................................................................................................12
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1. Introdução

Este artigo busca avaliar as contribuições da inserção do software na educação


de crianças com necessidades especiais. Tendo como premissa que o software educativo
possibilita que o aprendiz obtenha novos conhecimentos. Segundo Valente (2000), o
uso de software na educação iniciou-se na década de 1940, quando pesquisadores
americanos desenvolveram simuladores de voo. Desde essa época o computador tornou-
se uma ferramenta indispensável no processo de ensino/aprendizagem, contudo é
importante salientar que o software educativo precisa ser usado dentro de um contexto
educacional propício e inovador. Sendo imprescindível convidar o aluno a ser o
protagonista de sua aprendizagem, incentivando que esse construa seu conhecimento
através da sua relação com o meio, sendo o software educativo um instrumento que
estimule sua aprendizagem e o pensamento crítico.

O construtivismo preocupa-se com o processo mediante o qual os


alunos constroem conhecimento. A forma como os alunos constroem
o conhecimento depende do que eles já sabem o que, por sua vez,
depende do tipo de experiências que tiveram da forma como
organizam essas experiências em estruturas de conhecimento e das
convicções que usam para interpretar objetos e acontecimentos que
encontram no mundo. As ferramentas cognitivas são ferramentas para
ajudar os alunos a organizarem e a representarem o que sabem
(JONASSEN, 2000, p.24).

Para o presente trabalho, utilizou-se o software educativo “os jogos Mimocas”,


que tem a proposta de busca promover as competências cognitivas e de comunicação de
crianças que apresentem um grau de deficiência ou retardo mental. Nessa perspectiva,
Fino (1998), traz a visão de construtivismo de Papert, que acreditava que o papel do
professor consiste em saturar o ambiente de aprendizagem com os nutrientes cognitivos,
a partir dos quais os alunos constroem conhecimento.

Os construtivistas afirmam que nós construímos nossa própria


realidade através da interpretação das nossas experiências no mundo.
Os professores sempre presumiram que, quando dizem algo aos
alunos, eles devem entendê-lo da mesma forma que o professor o
entende. No entanto, os alunos não podem aprender apenas ouvidos os
professores, uma vez que não possuem um conjunto de experiências e
interpretações comuns. (JONASSEN, 2000, p.24).
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2. Contexto sócio – histórico da exclusão

As representações sociais e culturais de cada comunidade determinam a


deficiência como fenômeno humano, devido o desenvolvimento cientifico, ético e
econômico em diferentes épocas. Esse fenômeno sempre foi marcado por preconceitos,
discriminações e rejeição da sociedade. A literatura da antiga Roma mostra que as
crianças com algum tipo de deficiência nascida até o inicio da era cristã eram afogados
por serem considerados anormais e débeis. Na cultura indígena as crianças que nasciam
com algum tipo de transtorno mental e ou deficiência física eram consideradas um mal
pressagio. A tradição orientava que essas crianças deveriam ser deixadas para morrer na
floresta, enterradas vivas, sufocadas com folhas ou envenenadas. Infelizmente não é
coisa do passado, algumas tribos brasileiras ainda realizam essa prática, ou seja, o
infanticídio.

A própria religião, com toda sua força cultural, ao colocar o homem


como “imagem e semelhança de Deus”, ser perfeito, inculcava a ideia
da condição humana como incluindo perfeição física e mental. E não
sendo “parecidos com Deus”, os portadores de deficiências (ou
imperfeitos) eram postos à margem da condição humana. (MAZZOTA,
1995, p. 16).

De acordo com Silva (1987), em algumas tribos as deficiências físicas e mentais


eram causadas por maus espíritos que habitavam seu corpo e nelas arquitetavam e se
deleitavam, possibilitando aos demais membros da tribo a normalidade. Enquanto outras
tribos acreditavam que a deficiência era oriunda de forças sobrenaturais (animismo) e de
feitiçaria.

Na Grécia antiga, Platão relata no seu livro A república que as


crianças mal constituídas ou deficientes eram sacrificadas ou
escondidas pelo poder público. A Idade Média conviveu com grandes
contradições e ambivalência em relação às atitudes e sentimentos
frente à deficiência. Os deficientes mentais, os loucos e criminosos
eram considerados, muitas vezes, possuídos pelo demônio, por isso
eram excluídos da sociedade. Aos cegos e surdos eram atribuídos dons
e poderes sobrenaturais. No pensamento dos filósofos cristãos, a
crença também oscilava entre culpa e expiação de pecados e,
finalmente, com Santo Tomás de Aquino, a deficiência passa a ser
considerada como um fenômeno natural da espécie humana. Essas
contradições geravam ambivalência de sentimentos e atitudes que iam
da rejeição extrema, passando por piedade e comiseração e até a
superproteção, fazendo com que surgissem assim as ações de cunho
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social, religioso e caritativo de proteção e cuidados como: hospitais,


prisões e abrigos. (BRUNO, 2006, p.9)

A educação de pessoas com deficiência iniciou-se na Europa de forma segregada


e excludente, com o intuito assistencialista e terapêutico devido uma preocupação
religiosa e filantrópica. Com a evolução da ciência, começou-se a busca de explicações
para as causas das deficiências que, do ponto de vista da medicina, possuía um caráter
genético. Segundo Bruno (2006), os primeiros programas que possibilitavam melhor
atenção, cuidados básicos de saúde, alimentação, moradia e educação de indivíduos
portadores de deficiência que eram marginalizados e abandonados pela sociedade,
surgiram nos Estados Unidos e no Canadá. Nesse contexto, Fonseca afirma que:

O direito à igualdade de oportunidades educacionais é o resultado de


uma luta histórica dos “militantes” dos direitos humanos, luta que
implica a obrigatoriedade de o Estado garantir gratuitamente unidades
de ensino para todas as crianças, que sejam ou não deficientes.
(FONSECA, 1995, p.10).

No Brasil a inclusão é garantida por leis que defende a criação e execução de


políticas públicas para a formação de professores, buscando atenuar a exclusão de
crianças e adolescentes no âmbito escolar. É importante salientar que a educação
inclusiva não é apenas inserir em sala de aulas, crianças e adolescente com e sem
necessidades especiais. Para Moreira (2006), a inclusão significa integrar de forma
significativa esses aluno, possibilitando-os adaptação, acomodação, incorporação e sua
integração na sociedade.

3. A educação especial

A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, no seu artigo 58º refere-se á


educação especial como modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente
na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Logo, a
essência da inclusão está em inserir de fato o aluno no processo educacional,
considerando as especificidades do mesmo. Conforme Mazzote (1995) a compreensão
da educação especial e do educando com necessidades especiais refletidas nas posições
governamentais federais eram pautadas em uma visão estática que dificultava a
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percepção dessas necessidades, pelas quais a educação deve ser responsável. Diversas
situações identificadas como educação especial, nada tinha de especial e outras sequer
poderiam ser considerados educacionais.

O termo necessidades educacionais especiais refere-se a todas aquelas


crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função de
deficiências ou dificuldades de aprendizagem. As escolas têm de
encontrar maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as
que têm deficiências graves (BRASIL, 1994, pp. l7-l8).

Na opinião de Mazzote (1995) até 1990 as políticas de educação especial


refletiam o sentido de assistencialismo terapêutico atribuído pelo Ministério da
Educação - MEC. A partir de 1990 surgiram indicadores da busca de interpretar a
educação especial como modalidade de ensino. No entanto, ainda assim, é uma visão
reducionista, pois a considera como uma questão meramente metodológica ou de
procedimentos didáticos. Não tendo uma visão multidisciplinaridade, nem tão pouco
reconhece as diversas habilidades desses alunos.
Apple (2011) acredita que Spencer estava certo quando lembrou aos educadores
que uma das perguntas fundamentais que deveria se fazer sobre o processo de
escolarização era: “Que tipo de conhecimento vale mais?”. Considerando que não é uma
questão apenas educacional, mais sim intrinsecamente ideológica e política.
Conforme Sousa (2002) em uma escola aberta que busca a democracia e à
diversidade social e cultural, considera que é urgente uma visão do currículo não como
uma área simplesmente técnica, nem tão pouco tem função de organizar o conhecimento
escolar, muito menos como instrumento ingênuo e neutro, despojado de intenções
sociais, que procura estudar os melhores procedimentos, métodos e técnicas de bem
ensinar. Mas sim, um componente político que interage com a ideologia, a estrutura
social, a cultura e o poder.

A escola, apesar de proclamar a sua função de instrumento


democrático de mobilidade social, acaba por ter afinal a função, talvez
inconsciente por parte dos seus agentes educativos, de legitimar e, em
certa medida, perpetuar as desigualdades de oportunidades dos alunos.
Isto porque a escola, nos critérios de julgamento que utiliza, é levada a
considerar os privilégios de ordem social como “méritos” ou “dons
pessoais”, ajudando a manter um sistema de poder através da
transmissão da cultura dominante da sociedade. A escola exerce, de
forma arbitrária, uma “violência simbólica” sobre os alunos. (SOUSA,
2002, p.20).
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Conforme as Diretrizes de Educação Especial no ensino Básico (2001), os


sistemas escolares se organizem para o atendimento na classe comum, mediante a
elaboração de projetos pedagógicos orientados pela política da inclusão. No projeto
político pedagógico deve estar claro o compromisso da escola com o êxito no processo
de ensino e aprendizagem, com o provimento de recursos pedagógicos especiais
necessários, apoio aos programas educativos e capacitação de recursos humanos para
atender às demandas desses alunos (BRASIL, 2001a).

4. Software Educativo

O computado tem sido muito útil e proveitoso como ferramenta educacional no


processo de ensino/aprendizagem. Contudo é importante salientar que os softwares
educativos quando usando nesse processo precisa ter um objetivo, pois caso contrario se
torna algo dispensável e sem utilidade no processo de ensino aprendizagem. Papert
(1997), afirma que a escola não está sensível as mudança ocorridas, é apoiada pelo
estranho alento de sua disseminação pelo mundo, considerando que o método de ensino
é o mesmo independente da tecnologia existe ou não. “Já estive em sala de aula com
um computador em cada carteira, e perguntei a mim próprio se o professor, viajante no
tempo demoraria uma hora ou apenas cinco minutos a recompor-se da surpresa inicial e
a percebe-se de que, afinal, a mudança não era assim tão grande (PAPERT, 1997,
p.213)”.
A escolha de um software educativo como ferramenta de ensino/aprendizagem
precisa levar em consideração a sua funcionalidade, utilidade, confiabilidade, eficiência,
facilidade de atualizações, portabilidade e custo. Na opinião de Valente (2000), os
softwares educativos são distribuídos de acordo com a maneira que o conhecimento é
manuseado. Podendo ser caracterizada como uma versão computadorizada dos métodos
tradicionais de ensino. Considerando que os tutoriais, exercícios e praticas, jogos e
simulações são as categorias mais utilizadas.
Conforme Papert (1997), existem três forças poderosas operando na
transformação da escola, a primeira força é constituída pela grande indústria, que busca
a mudança do ensino, devido interesses econômicos e não estão preocupados como os
computadores serão utilizados; a segunda força é formada pela revolução na
aprendizagem, na qual a escola busca aproximar a aprendizagem estabelecida na escola
daquela posta em prática na indústria; e a terceira força é mais poderosa: o poder das
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crianças, considerando que aquelas que têm um computador em casa e uma forte cultura
de aprendizagem, são agentes de mudanças na escola.
Na opinião de Fino (1998), é valido ressaltar que o software educativo adequado
à teoria vigente são aqueles que possibilitam ao aprendiz acesso a uma diversidade de
exploração, que permitam que esses assumam o controle sobre o curso dos
acontecimentos e negocie a sequencia das operações envolvidas. Nessa mesma linha,
Jonassen (2000) entende que um sistema de gestão de bases de dados pode ser usado
como ferramenta cognitiva, ajudando os alunos a integrar e inter-relacionar conteúdos,
tornando-os mais significativos e memorizáveis. Possibilitando que esses construam
bases de dados que exigem uma organização das informações, identificando as
dimensões subjacentes do conteúdo. O que comunga com a opinião de Fino (1998)
quando este afirma que precisa estimular o aprendiz a ter:

[...] iniciativa [...], e onde o erro possa redundar em nova oportunidade


de aprender. Um software que não tenha sido concebido para
"ensinar" e testar coisas, mas que não impeça o aprendiz de ganhar e
testar competências. Um software, finalmente, que "resista" ao
desenvolvimento cognitivo do aprendiz, permitindo-lhe níveis de
invenção e resolução de problemas de complexidade crescente.
(FINO, 1998, p.5).

5. Apresentação do Software educativo

Os jogos da mimocas, produzidos por Luisa Contrim e Teresa Condeço, consiste


em um software educativo que busca promover as competências cognitivas e
comunicativas, principalmente, para crianças com necessidade educacionais especiais.
Este software foi desenvolvido pela Associação Portuguesa de portadores de Trissomia
21 e a Escola Superior de Gestão de Santarém, com o apoio da Secretaria Nacional para
Reabilitação e integração das Pessoas com Deficiências. O software apresenta como
principais objetivos:

1. Promover o desenvolvimento da linguagem compreensiva e expressiva, a


memória auditiva a curto-prazo, discriminação auditiva e visual e o
processamento auditivo da informação;
2. Promover a inteligibilidade, utilizando a palavra escrita como suporte visual
da palavra oral;
3. Aumentar o léxico e promover o desenvolvimento da gramática, recorrendo
a atividades baseadas no processamento e na memória visual;
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4. Adequar o programa “Aprender a ler para aprender a falar” a um ambiente


multimídia interativo.

Os jogos da mimocas trazem cenas do cotidiano, apresentando alternativas erradas e


certas. Toda vez que apresenta o contexto pode-se ouvir o nome do mesmo. As palavras
podem ser trocadas, tanto as certas como as erradas, é um jogo que pode ser usado
também, com crianças sem nenhum transtorno mental de 3 a 6 ou 7 anos.

6. Critérios de avaliação do Software educativo

Conforme a opinião de Fino (2003), é responsabilidade da escola e do professor


escolha dos critérios a serem utilizados para avaliação dos softwares educativos,
considerando os objetivos desses nas atividades pedagógicas dos educandos. No
encontro do seminário de avaliação do software educativo, ministrado pelo professor
doutor Paulo Brazão, os educandos, elaboraram em grupos, critérios de avaliação de
software educativo, dentre esses, alguns foram usados neste trabalho com o intuito de
constatar ou não a utilidade do software educativo “Os jogos da mimocas”, como:

 Atender aos objetivos pedagógico/cognitivos propostos pela atividade;

 O conteúdo;

 O papel do professor como mediador entre o Software Educativo e o aluno


possibilitando estimular o desenvolvimento cognitivo;

 A estimulação e a interação significativa entre os pares no nível de colaboração


e troca de informação;

 A possibilidade do aprendiz encontrar formas de contribuir na inovação do


software educativo;

 A possibilidade de permitir a criação de novas ferramentas que possam ser


compartilhadas;

 O Software Educativo estimular o compromisso social;

 Ser um instrumento lúdico, facilitador da aprendizagem.

Os jogos da mimocas podem atender aos objetivos pedagógico/cognitivos


propostos pela atividade, pois contribuem para que a criança com retardo mental possa
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discriminar e apreender brincando situações do cotidiano, o que deve usar primeiro a


meia ou o sapato, estimulando a criança a pronunciar as palavras. Conforme Daniels
(2003), Vygotsky acredita que a pedagogia não é indiferente, porque sempre adotou um
padrão social e visão política socialista.
O conteúdo do jogo é simples e bem colorido chamando a atenção da criança.
Esse software educativo é um simulador, pois cria situações semelhantes com a
realidade, possibilitando que a criança que apresenta déficit cognitivo apreenda de
forma lúdica e de entretenimento. Considerando que o software educativo de simulação
intermédia às situações abstratas com o real, possibilitando que a criança com retardo
mental tenha uma maior clareza do mundo físico. Sendo o professor um mediador entre
o Software Educativo e o aluno possibilitando estimular o desenvolvimento cognitivo.
Conforme Daniels (2003), Vygotsky afirma que a aprendizagem precisa ter uma
característica mais centrada no aluno, na independência e na auto-gestão da
aprendizagem.
Os jogos de mimocas consistem em um instrumento lúdico, facilitador da
aprendizagem, instigando a crianças com necessidades cognitivas especiais a obter
autonomia na construção de seus conhecimentos, indo de encontro com a opinião do
construtivismo, na qual acredita que o conhecimento deve ser adquirido através da
construção não apenas da transmissão.
Observa-se que o jogo não estimula a interação significativa entre os pares, no
nível de colaboração e troca de informação, pois o educando não precisam se relacionar
outras pessoas para fazer as atividades e nem possibilita que o aprendiz encontre outras
formas de contribuir na inovação do software educativo. Apresentando dificuldade de
permitir a criação de novas ferramentas que possam ser compartilhadas. Vale ressaltar
que Software Educativo pode estimular o compromisso social e a interação de crianças
com retardo mental no mundo digital.

7. Considerações Finais

Os softwares educativos podem contribui na educação de crianças com


necessidades especiais. Pois, o mesmo possibilita que o aprendiz construa novos
conhecimentos de uma forma lúdica. Assim, o computador pode ser um aliado no
ensino/aprendizagem de crianças com necessidades especiais, porém quando usado sem
objetivo, pode ser algo dispensável. Logo, para se avaliar um software educativo antes
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de tudo precisa conhecer as teorias das aprendizagens, buscando compreender qual é o


papel do computador na sala de aula, do professor e do aluno. Estimulando a criança
com necessidades especial a tornarem-se autônomas e protagonistas de seu processo
educativo. Pois, existem varias formas de avaliar um software educativo, cada educador
juntamente com a escola, precisam estabelecer os critérios, considerando qual objetivo
pedagógico deseja alcançar.

8. Referencia Bibliográfica

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