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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Contudo, é apenas no século 19 que a leitura e a escrita começam a ser


encaradas de maneira associada. O ensino da escrita é simplificado. J. B.
Graser foi um dos primeiros mestres a trabalhar com a escrita antes da leitura
de maneira sistemática. Primeiro ensinava as letras; depois, as sílabas, e por
último, as palavras. Tal modelo ficou conhecido como abordagem aditiva, ou
seja, que parte do simples para o complexo.

No Brasil, até meados de 1930, a escolarização da grande massa que ia à


escola não passava do segundo ou terceiro ano. Após esse período em que a
escola passa a ser gratuita e para todos, sob o controle do poder público,
torna-se necessário encontrar uma forma de ensinar a muitas crianças de uma
só vez. Surge, assim, a figura do mestre, com a função de ensinar a muitas
crianças de maneira segura e eficaz. A partir daí buscou-se modelos de
escolas primárias, de formação de professores, técnicas renovadoras em
países como Alemanha, Holanda e Inglaterra. Ocorre uma busca pelo melhor
método para ensinar a ler, pois se acreditava que o fracasso escolar era
decorrente do uso inadequado dos métodos. No Brasil, surge o método misto,
oriundo da mescla do método global e do método fonético. Aparece, então, a
cartilha, baseada em análise e síntese, e estruturada a partir de um silabário.

O professor para se tornar um construtivista necessita, antes de qualquer


coisa, aprofundar-se nos estudos dessa teoria (é importante que você se
lembre de que dissemos que não é um método, mas sim uma teoria). Precisa,
também, desenvolver a habilidade de respeito ao nível de desenvolvimento do
educando, seus interesses, acompanhar o seu raciocínio sem limitá-lo com
questionamento ou orientações que direcionem seu pensamento, desviando-o
do caminho que deseja ou a que pode chegar. Não se pode desprezar o
conceito de avaliação e de erro. Não podemos afirmar que a criança errou,
mas, sim, que não alcançou a etapa subsequente em que se encontra. Isso
implica em ver a avaliação como um meio auxiliar para o professor na sua
tarefa, e não como um instrumento para rotular os alunos.

Surge, assim, o termo letramento com a finalidade de designar o estado ou


condição de um indivíduo que não só sabe ler e escrever - não só é
alfabetizado – mas, também, sabe exercer as práticas sociais de leitura e de
escrita que circulam na sociedade em que vive. Letramento é informar-se
através da leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir com a
imprensa diária, fazer uso dela, selecionando o que desperta interesse.

Alfabetizar letrando é desenvolver o trabalho de alfabetização enfocando os


usos e as funções de língua, instrumentalizando os educandos para lidarem
com situações práticas e cotidianas que envolvam a leitura e a escrita, sempre
de forma contextualizada e Alfabetização e Letramento I significativa.
Alfabetizar letrando é contribuir para que os alunos saibam "fazer uso de
diferentes tipos de material escrito, compreendê-los, interpretá-los e extrair
deles informações" para alfabetizar letrando é preciso entender em qual
concepção de linguagem a proposta se baseia, pois, de acordo com sua
concepção, é que será estruturado o ensino de língua. A língua constitui-se
como um conjunto de regras e modos de funcionamento, mas também é um
conjunto aberto e múltiplo de práticas orais ou escritas, desenvolvidas por
sujeitos historicamente situados.

Assim, faz-se necessário que as práticas pedagógicas deixem de ser iniciativas


instrucionais para se tornarem intervenções educativas. É imperioso que o
professor alfabetizador entenda a criança e com ela estabeleça uma relação
dialógica, significativa e compromissada com a construção do conhecimento.

A função social da escola, como concebemos, é oferecer caminhos para que o


pensamento crítico se desenvolva e permita ao aluno avançar em seu
conhecimento.

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Fase da Negligência, também conhecida por muitos como a fase da


exclusão total. Nesse momento da história, as sociedades greco-romanas
valorizavam a beleza e a perfeição. As pessoas que nasciam com qualquer tipo
de deficiência não correspondiam, certamente, a esses padrões e eram
abandonadas, perseguidas ou até mesmo mortas. Assim, podemos entender
que eram excluídas da sociedade. Já na Idade Média, a sociedade concebia a
deficiência como algo sobrenatural, ou seja, as pessoas que nasciam com
qualquer tipo de deficiência eram vistas como seres possuídos pelo demônio,
portanto, deveriam ser maltratadas e marginalizadas pela sociedade, além
disso, muitos foram vítimas da inquisição. a Fase da Institucionalização, que se
originou, também, dos primeiros avanços da medicina, pois a deficiência passa
a ser associada à doença, vista por muitos como contagiosa, como uma
ameaça para a sociedade, fazendo com que as pessoas vítimas da deficiência
fossem isoladas, tratadas e institucionalizadas, em geral, em hospitais
psiquiátricos e/ou manicômios.
a Fase da Criação de Serviços Educacionais, também conhecida como fase da
integração, que aconteceu no século 20, com as primeiras iniciativas oficiais e
particulares no atendimento às pessoas com necessidades educacionais
especiais. Foram fundados institutos, escolas particulares e instituições que
continuam a existir até os dias atuais e são consideradas referências nacionais,
oferecendo atendimento educacional especializado a essas pessoas. A
instituição mais conhecida é a APAE - Associação de Pais e Amigos do
Excepcional, embora não atenda ao modelo ideal almejado na fase atual,
representa uma grande conquista
a Fase Atual, na qual estamos caminhando na busca pela inclusão. Aos
poucos, os serviços relacionados à educação especial vão se ampliando e
garantindo o acesso, a permanência e buscando o sucesso das pessoas com
necessidades educacionais especiais no ensino regular.

Uma escola inclusiva, por exemplo, deve prever em seu Projeto Pedagógico: a
adaptação física do ambiente escolar, visando à eliminação de barreiras,
adaptação e/ou modificação do sistema de avaliação; organização do ambiente
da sala de aula, o que envolve o número de alunos por sala e a distribuição dos
alunos com necessidades especiais; flexibilidade quanto à temporalidade no
desenvolvimento do currículo, entre outras.

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

O Estruturalismo foi elaborado por Titchener. Para esse teórico, o objeto de


estudo da Psicologia era os elementos básicos da consciência. Por essa razão,
ele quis analisar os processos psíquicos conscientes.
O Funcionalismo teve como idealizador William James. Ele estudou a
consciência, mas, na verdade, foi além do que é a consciência e se perguntou:
para que serve a consciência? Desse modo, ele deu ênfase à mente em
funcionamento. William James buscou compreender o funcionamento da
consciência partindo do princípio de que o homem a utilizava para se adaptar
ao meio. Esse teórico ressaltava a importância do pragmatismo, ou seja,
acreditava que só era válido na Psicologia aquilo que era útil. No que se refere
ao ser humano, este seria útil quando conseguisse se adaptar ao meio.

O Associacionismo compreendia a mente como um complexo de ideias que se


relacionavam entre si. Portanto, para os associacionistas, a aprendizagem,
também, ocorria pela associação das ideias.

O fundador da Psicanálise foi Freud. Freud alegava que, para compreender o


comportamento humano, deveríamos ir além da consciência, pois não seriam
apenas os conteúdos conscientes que influenciariam o comportamento, mas,
também, os conteúdos inconscientes. Dessa forma, o mérito de Freud foi a
descoberta do inconsciente. No inconsciente, estão os elementos instintivos
que nunca foram conscientes e que não são acessíveis à consciência.

A transferência, ocorre quando o aluno transfere para o professor a sensação


de segurança que pode ter experimentado na tenra infância em relação a seus
pais ou cuidadores, desenvolvendo uma relação de confiança. A
contratransferência implica na forma como o professor reage ao seu aluno, ou
seja, qual sua reação à transferência do aluno. É de grande ajuda quando essa
reação emocional é compreendida pelo professor, servindo a ele como guia.
Para o estudo do desenvolvimento humano, ele pode ser dividido em quatro
fases: A primeira delas trata da "infância", que, segundo várias teorias, pode
ser dividida em "primeira infância" (zero a dois anos), "segunda infância" (anos
pré-escolares) e "terceira infância" (anos escolares). Outra fase de
desenvolvimento, muito importante para a Psicologia da Educação, é a
adolescência. Nessa fase, nós trocamos a infância pela vida adulta.

De acordo com Palácios et al. (2004), a primeira infância inicia-se com a queda
do coto umbilical e termina quando a criança aprende a andar, a falar, podendo
nutrir-se independentemente do organismo da mãe. Nessa fase, surge a
primeira dentição, e é iniciada a fase de representação mental, ou seja, a
criança não precisa mais estar na presença do objeto para pensar nele

A segunda infância inicia-se por volta dos dois anos, quando a criança começa
a utilizar sua linguagem oral, sua aptidão para locomoção e sua representação
mental, encerrando-se aos seis ou sete anos, quando ingressa no primeiro
ciclo do Ensino Fundamental. As habilidades psicomotoras, a aquisição da
linguagem oral e a evolução do pensamento são, portanto, aspectos
fundamentais para essa fase do desenvolvimento.

Na fase escolar, espera-se, pois, mais autonomia para a realização de


atividades diárias e habilidades para o enfrentamento de desafios, sejam eles
referentes à resolução de problemas, ou a relações interpessoais. A criança
adquire nessa fase, progressivamente, a plena prontidão do esquema corporal.
O movimento corporal está liberado para a aquisição da motricidade fina
(consegue dedilhar o polegar contra a polpa dos outros dedos).

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