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UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
Prof. Ivan Tesck
Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
Prof. Norberto Siegel
Revisão de Conteúdo: Prof.ª Márcia Maria Junkes
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-239-9
APRESENTAÇÃO.......................................................................7
CAPÍTULO 1
Concepções de Leitura, Texto e Ensino ..............................9
CAPÍTULO 2
O Papel da Escola no Aprimoramento
das Habilidades de Leitura ...................................................31
CAPÍTULO 3
Práticas Linguísticas de Leitura no
Ensino Fundamental e Médio................................................57
CAPÍTULO 4
Pedagogia de Projetos e o Ensino de Leitura...................75
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Você está convidado(a) a entrar agora neste estudo sobre o ensino de leitura.
Boa leitura, bons estudos!
A autora.
C APÍTULO 1
Concepções de Leitura,
Texto e Ensino
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Contextualização
Lemos por prazer, lemos para adquirir conhecimento, lemos para nos
informar, enfim, lemos com os mais diversos objetivos, e lemos os mais variados
textos e não-textos. Ao falar de leitura, podemos estar diante de um conceito mais
amplo, como leitura de mundo, podemos falar de leitura de imagens, de leituras
de diferentes textos e, também, de diferentes leituras de um mesmo texto.
Veja o que nos diz Marisa Lajolo em seu livro Do mundo da leitura para
a leitura de mundo, a respeito da amplitude do que pode ser entendido como
leitura:
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O Ensino da Leitura
Como você pode perceber, falar sobre leitura é falar sobre uma atividade
bastante ampla que, embora não constitua uma disciplina autônoma, pode
ser tomada como um objeto de estudo por uma variada gama de áreas de
conhecimento. Precisamos, então, especificar a que tipo de leitura estamos nos
referindo.
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Atividade de Estudos:
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O Ensino da Leitura
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Nesse sentido, todo ato de leitura leva em conta a visão de um leitor como
sujeito ativo, produtor de sentidos, que compreende e interpreta textos a partir
de suas próprias experiências, de seus conhecimentos e das práticas sociais
envolvidas em cada evento discursivo.
www.museulinguaportuguesa.org.br
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O Ensino da Leitura
Atividade de Estudos:
Leitura e Letramento
O conceito de leitura está intimamente ligado a outro conceito que será de
grande importância no ensino de língua materna em geral e, mais especificamente,
no ensino de leitura. Estamos falando do conceito de letramento.
Termos despertado que justamente este conceito está relacionado com o uso social
para o fenômeno da língua. Essa ideia de graus ou níveis de letramento pode ser
de letramento […]
significa que já pensada a partir do contínuo escuta>fala>leitura>escritura; ou seja,
compreendemos que de um processo contínuo de desenvolvimento da linguagem, pois os
nosso problema não
é apenas ensinar a diferentes tipos e graus de letramento estão ligados às necessidades
ler e escrever, mas é, e exigências de uma sociedade e de cada indivíduo no seu meio
sobretudo, levar os social. (SOARES, 1999; FREITAG; GORSKI, 2008).
indivíduos – crianças
e adultos – a fazer
uso da leitura e da Veja o que diz Soares (1999, p. 58):
escrita, envolver-se
em práticas sociais Termos despertado para o fenômeno de letramento […]
de leitura e de significa que já compreendemos que nosso problema não
escrita. (SOARES, é apenas ensinar a ler e escrever, mas é, sobretudo, levar
1999, p. 58). os indivíduos – crianças e adultos – a fazer uso da leitura e
da escrita, envolver-se em práticas sociais de leitura e de
escrita.
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Atividade de Estudos:
Todavia, Koch e Elias (2007) observam que, para uma compreensão mais
completa dos sentidos de um texto, é preciso que o leitor recorra também ao seu
conhecimento enciclopédico (ou conhecimento do real e do mundo, nas palavras
19
O Ensino da Leitura
Boa parte do que de Antunes, 2007). Este conhecimento, segundo as autoras, abrange
é interpretado conhecimentos gerais sobre o mundo e também “conhecimentos
está implícito no
texto e precisa alusivos a vivências pessoais e eventos espacio-temporalmente
ser recuperado situados, permitindo a produção de sentidos”. (KOCH ; ELIAS, 2007,
a partir de outras p.42).
estratégias que vão
além da simples
decodificação de Note que a atividade de leitura conta, portanto, com um
itens linguísticos.
conhecimento partilhado entre autor e leitor. Assim, boa parte do que
é interpretado está implícito no texto e precisa ser recuperado a partir
de outras estratégias que vão além da simples decodificação de itens linguísticos.
Veja que Antunes (2007, p. 55) se refere a isso quando afirma que:
Kleiman (2002, p.20-1) observa, por sua vez, que o conhecimento de mundo:
Kleiman explica que este texto foi usado em um teste para demonstrar
como a ativação do nosso conhecimento prévio, relevante para o contexto,
interfere na compreensão da leitura. A maioria das pessoas que leram o texto
acima o consideraram vago demais e quando solicitadas a escreverem o que se
lembravam dele, estas lembranças eram fragmentadas e distorcidas
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Um exemplo bem simples disso é quando alguém nos pergunta Você sabe
que horas são? Há muitas maneiras de interpretar essa frase, mas o contexto
mais comum seria aquele em que a pessoa está pedindo que informemos a ela
que horas são no momento da pergunta, e o menos provável é aquele em que
ela quer saber se sabemos que horas são. Na interpretação mais habitual da
sentença, nosso conhecimento ilocucional nos permite identificar a intenção
da pergunta e interpretá-la adequadamente, informando, no mais das vezes, a
hora a nosso interlocutor. É pouco provável que respondamos com um simples
Sei, a menos que estejamos querendo brincar (ou irritar, talvez) com nosso
interlocutor.
21
O Ensino da Leitura
discurso. Este conhecimento, segundo Koch (2002, p.48), permite evitar possíveis
mal-entendidos ou conflitos ocorridos no processo de comunicação a partir, por
exemplo, de realces ou grifos no texto, que asseguram a interpretação desejada.
Koch (2002) salienta ainda que, para cada um destes sistemas existe um
conhecimento específico que regula, adapta e atualiza o uso de cada sistema de
acordo com as necessidades dos interlocutores no momento da interação. Ou
seja, na atividade de leitura, por exemplo, este sistema específico coloca os outros
sistemas em prática na medida em que o leitor precisa deles a fim de realizar o
processamento textual.
Isso significa dizer também que o leitor, considerado aqui como um sujeito
ativo em interação com o texto e com o autor, ao construir os sentidos de um
texto, faz antecipações, formula hipóteses que serão confirmadas ou rejeitadas no
decorrer da leitura. Para as rejeitadas, volta a levantar novas hipóteses, testando-
as a partir dos conhecimentos arquivados na memória e ativados na interação
com o texto. (KOCH; ELIAS, 2007).
Para fechar esta seção, vejamos o trecho de Kleiman (2002) que resume o
conhecimento prévio que o leitor coloca em jogo quando lê:
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Atividade de Estudos:
A intertextualidade
pode ser definida
Leitura, Intertextualidade e como: elemento
constituinte e
Produção de Sentidos constitutivo do
processo de
escrita/leitura e
Vejamos agora um conceito extremamente importante na atividade que compreende
de leitura e de construção de sentidos: a intertextualidade, a qual pode as diversas
ser definida como: maneiras pelas
quais a produção/
elemento constituinte e constitutivo do processo recepção de um
de escrita/leitura e que compreende as diversas dado texto depende
maneiras pelas quais a produção/recepção de um de conhecimentos
dado texto depende de conhecimentos de outros de outros textos
textos por parte dos interlocutores, ou seja, dos por parte dos
diversos tipos de relações que um texto mantém interlocutores, ou
com outros textos. (KOCH; ELIAS, 2007, p.86).
seja, dos diversos
tipos de relações
Embora existam vários tipos de intertextualidade, seguiremos que um texto
aqui Koch et al. (2007) e trataremos dos quatros tipos básicos de mantém com outros
intertextualidade: a temática, a estilística, a implícita e a explícita, bem textos. (KOCH;
ELIAS, 2007, p.86).
23
O Ensino da Leitura
Isto fica claro, por exemplo, quando lemos um texto acadêmico de uma área
da qual temos pouco conhecimento ou, ainda, quando o texto veicula informações
muito especializadas de determinadas áreas com as quais não temos muita
intimidade. A produção de sentidos a partir da leitura, nestes casos, será
prejudicada.
Oração do internauta
Satélite nosso que estais no céu, acelerado seja o vosso link,
venha a nós o vosso host, seja feita vossa conexão, assim em
casa como no trabalho.
O download nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai nosso
tempo perdido no Chat, assim como nós perdoamos os banners
de nossos provedores.
Não nos deixeis cair a conexão e livrai-nos do Spam,
Amém! (KOCH ; BENTES; CAVALCANTE, 2007, p. 20).
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Um bom exemplo disso são os filmes Shrek, Shrek 2 e Shrek Terceiro, nos
quais há o tempo inteiro o uso da intertextualidade com outros filmes, outras
histórias, outros personagens, como o gato de botas, os três porquinhos, as
princesas dos contos de fadas, as fadas-madrinhas, etc. Inclusive, há nestes
filmes intertextualidade com a estrutura própria dos contos de fadas, em que há
uma princesa em perigo que deve ser salva por um príncipe, com o qual se casará
e viverá feliz para sempre no final da história:
Atividade de Estudos:
25
O Ensino da Leitura
chave para compreendermos por que e como a leitura rompe com a fragmentação
disciplinar criada, de um modo geral, pela escola.
Atividade de Estudos:
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Figura 3 – Iceberg
Algumas Considerações
Vimos neste capítulo que a leitura é uma atividade ligada a práticas sociais
e que pressupõe diversos tipos de conhecimento que vão desde o conhecimento
mais básico dos sinais gráficos até um conhecimento mais amplo sobre gêneros
textuais e usos interativos da linguagem.
Para fechar este capítulo, vejamos o que nos diz Soares (1999, p. 48) sobre
a leitura:
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Capítulo 1 Concepções de Leitura, Texto e Ensino
Referências
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem
pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007.
______. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola, 2003.
FIORIN, José Luiz. Gêneros e tipos textuais. In: MARI, Hugo; WALTY, Ivete;
VERSIANI, Zélia. (Org.). Ensaios sobre leitura. Belo Horizonte: Editora PUC
Minas, 2005. p.101-117.
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O Ensino da Leitura
_____. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 5. ed. São Paulo: Ática,
1988.
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C APÍTULO 2
O Papel da Escola no
Aprimoramento das Habilidades
de Leitura
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
Habilidades de Leitura
Contextualização
Neste capítulo, vamos retomar a concepção de leitura que adotamos no capítulo
1, baseada na concepção interativa da linguagem e mostrar quais as implicações
de assumi-la para o ensino da leitura. Além disso, vamos entender um pouco
como acontece o aprendizado da leitura pela criança para, então, discutirmos que
habilidades de leitura queremos desenvolver nos nossos alunos.
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O Ensino da Leitura
Atividade de Estudos:
Silva (1998) procura mostrar que para formar leitores é preciso em É preciso em
primeiro lugar que o professor seja leitor, goste de ler e passe para seus primeiro lugar que
o professor seja
alunos o encantamento e a beleza de se ler um bom livro e, mais que
leitor, goste de
isso, mostre a seus alunos a importância que a leitura, nas suas mais ler e passe para
variadas funções, tem na vida cotidiana. seus alunos o
encantamento e a
Ainda sobre esta questão, Anne-Marie Chartier (2005), por beleza de se ler um
exemplo, em uma pesquisa com futuros professores, realizada no bom livro.
(SILVA, 1998).
Instituto Universitário de Formação de Mestres, na França, mostra que
quando estes tratam da pedagogia da leitura, demonstram a necessidade de expor
os alunos a gêneros textuais diversos, sem hierarquizá-los. Contudo, quando
interrogados sobre suas práticas de leitura, estes mesmos futuros professores
parecem selecionar na memória as “verdadeiras leituras”, daquelas consideradas
em um primeiro momento como menos importantes, como evidencia o relato que
segue: “Evidentemente, também li romances policiais e histórias em quadrinhos,
mas isso não conta”. (CHARTIER, 2005, p. 90).
O que isto ilustra? Que nós professores, às vezes, ainda trazemos arraigados
alguns resquícios das concepções de língua e de leitura a que fomos expostos
quando estudantes ainda, em que a atividade de leitura estava intimamente associada
à leitura dos clássicos, voltada para a instrução cultural e que pouco tinha a ver com
as práticas de leitura vividas pelos leitores no cotidiano. Vários autores mostram que
esses ecos do passado influenciam nossas práticas pedagógicas em relação à leitura
sem muitas vezes nos darmos conta disso.
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O Ensino da Leitura
Por outro lado, esta desconfiança pode ser traduzida também como uma
incompreensão do que seja teoria e prática e da interdependência que existe
entre ambas, ou ainda como uma acomodação por parte dos professores,
que esperam receber passivamente “fórmulas prontas“ para sua prática
pedagógica, de forma que os dispense de “estudar , de pesquisar, de avaliar,
de criar, de inventar e reinventar sua prática, o que naturalmente supõe
fundamentação teórica, ampla, consistente e relevante.” (ANTUNES, 2003,
p.40).
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
Habilidades de Leitura
• uma atividade de leitura sem interesse, sem função, pois aparece inteiramente
desvinculada dos usos sociais que se faz da leitura atualmente;
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O Ensino da Leitura
Atividade de Estudos:
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
Habilidades de Leitura
Com isso, o que Antunes(2003) quer nos mostrar é que se estamos pensando
nas práticas pedagógicas de leitura a partir de uma concepção interacionista
da linguagem, isso significa vincular o ensino da leitura a práticas sociais de
leitura, incluindo aquelas próprias do ambiente escolar, como, por exemplo, o
desenvolvimento das habilidades de leitura dos textos das outras disciplinas da
grade curricular. Ou seja, o desenvolvimento das habilidades de leitura para a
aquisição de novos conhecimentos institucionalizados, próprios do meio escolar.
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O Ensino da Leitura
Podemos dizer que • leitura interativa: que sirva como um lugar de encontro entre
a construção de quem escreveu e quem lê, a fim de que haja a produção de sentidos;
sentidos de um texto
não está apenas
no texto e no leitor, • leitura em duas vias: que sirva para que os alunos percebam a
mas sim em todo o dependência mútua entre a atividade de escrever e a atividade de ler
material linguístico
que o constitui e em e compreender;
todo o conhecimento
anterior que o leitor já
tem do objeto de que • leitura motivada: que sirva para mostrar aos alunos as vantagens
trata o texto. de saber ler e de poder ler, explicando os objetivos da atividade, por
que ele deve ler o texto e, assim, despertar o aluno a fazê-lo bem;
• leitura também por “pura curtição”: estimular com muita frequência a leitura
gratuita sem cobrança, leitura pelo gosto de ler textos que despertem esse
gosto;
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
Habilidades de Leitura
Para fechar esta seção, vejamos o trecho abaixo, de Beisiegel (1988, p. 21),
sobre o papel da escola na formação de seus alunos:
A população conseguiu escola, isto é fundamental. E ela
precisa continuar lutando para que esta escola deixe de ser de
mentira e se transforme em alguma coisa que corresponda a
seus interesses. Uma escola que corresponde aos interesses
populares não será, nunca, uma escola que se limite a
ensinar leitura, cálculo e outras noções elementares. Deverá
ser, também, uma escola que discuta, ao mesmo tempo, o
próprio conhecimento que está sendo transmitido, explicite
os conceitos, os conteúdos ideológicos que estão sendo
transmitidos. Os chamados “conteudistas” são objetivamente
conservadores nas suas colocações.
Kleiman (1989), ao falar sobre ensino de leitura, nos coloca duas questões
importantes: Como podemos falar de ensino de leitura? Ensinar a fazer o quê?
• mostrar que quanto mais o leitor consegue prever o conteúdo do texto, melhor
será sua compreensão;
Ensinar a ler implica A partir disso, ensinar a ler implica muito mais que ensinar
“criar uma atitude apenas um conjunto de estratégias de leitura, ensinar a ler implica
que faz da leitura a
procura da coerência” “criar uma atitude que faz da leitura a procura da coerência”
(KLEIMAN, 1989, (KLEIMAN, 1989, p. 152). Mas como criar essa atitude?
p. 152).
Em primeiro lugar, como observa a autora, é preciso sensibilizar o aluno para
os elementos linguísticos que sustentam o quadro referencial proposto pelo autor
do texto, hierarquizando ou salientando informações, dando coesão e coerência,
sustentando a progressão temática do texto etc.
Nesta mesma direção, Koch e Elias (2007) mostram que muitos dos
mecanismos textuais, tais como a referenciação, a coesão, a coerência e a
sequenciação textuais são atividades discursivas, uma vez que representam
escolhas feitas pelo leitor a partir do material linguístico disponível no momento da
interação verbal. Sensibilizar o aluno para isso faz parte do que chamamos ensino
de leitura. Isso significa, portanto, que ensinar leitura abrange também ensinar
o aluno a perceber os mecanismos de coesão, de coerência, de referenciação
etc., dos textos e de que forma tais mecanismos contribuem para a produção de
sentido.
Um exemplo disso, apresentado em Koch e Elias (2007), é o uso dos
hiperônimos com funções anafóricas, os quais podem retomar termos pouco
usuais, ativando, assim, o conhecimento prévio do interlocutor:
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
Habilidades de Leitura
Kleiman (1989, p. 152), por sua vez, observa que também é preciso “criar
condições na sala de aula para que a criança interaja globalmente com o autor via
o texto”. Isso significa, conforme a autora, que a leitura em voz alta, por exemplo,
é uma estratégia interessante para avaliar e desenvolver certas habilidades, tais
como descobrir se o aluno reconhece regras ortográficas. Entretanto, não é o tipo
de atividade que auxilia nas habilidades de compreensão do texto, uma vez que
o aluno não pode utilizar, durante a leitura em voz alta, estratégias de voltar a
sequências do texto que não ficaram claras na primeira leitura.
Kleiman (1989) mostra, inclusive, que o uso excessivo da leitura Também é preciso
em voz alta pode ser um fator inibidor do desenvolvimento do bom leitor. “criar condições
Isto porque o aluno estará mais preocupado com a decodificação da na sala de aula
escrita e com a correta pronúncia das palavras, além da pressão de estar para que a
criança interaja
naquele momento sob a mira da avaliação do professor e dos colegas.
globalmente com o
Desse modo, as condições para que o leitor se envolva na busca dos autor via o texto”.
significados do texto a partir de estratégias de regressão e releitura que
forem necessárias ficarão prejudicadas. E isso ainda se agravará mais no caso
do nível fundamental, em que as crianças não apresentam desenvoltura total na
leitura.
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O Ensino da Leitura
O que se poderia fazer neste caso? Kleiman (1989) afirma que o primeiro
passo é ter claros os objetivos da leitura para que o aluno possa adaptar suas
estratégias de leitura e de abordagem ao texto a ser lido e aos objetivos da leitura
em questão. A este respeito, Antunes (2003) observa que qualquer processo
pedagógico impõe o cuidado em se prever e se avaliar a todo momento as
concepções, os objetivos, os procedimentos e os resultados que temos alcançado,
a fim de que possamos efetivamente ampliar as competências comunicativas e
interacionais dos alunos.
Ler textos sem Ler textos sem objetivos claros de leitura é o tipo de prática
objetivos claros de pedagógica que pode ser evitada a partir de uma concepção de
leitura é o tipo de
prática pedagógica leitura interacionista, pois, neste caso, é importante que o aluno
que pode ser evitada saiba porque está lendo determinado texto e qual o papel social
a partir de uma deste. Assim, a leitura e o texto deixam de ser pretextos para outras
concepção de leitura
interacionista. atividades escolares e se tornam práticas sociais consistentes com
objetivos claros para o aluno.
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
Habilidades de Leitura
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O Ensino da Leitura
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
Habilidades de Leitura
Por fim, quando a criança consegue adivinhar o sentido de uma O que temos visto,
palavra a partir de pistas contextuais mais distantes, ela já apresenta portanto, desde
uma capacidade pragmática do uso da linguagem, “capaz de criar um as discussões
mundo coerente a partir da linguagem.” (KATO, 1998, p.36). feitas no capítulo
1 deste caderno
de estudos, é que,
O que temos visto, portanto, desde as discussões feitas no capítulo
além de o aprendiz
1 deste caderno de estudos, é que, além de o aprendiz em leitura passar em leitura passar
por estágios de desenvolvimento de seu letramento, se considerarmos por estágios de
o letramento como um contínuo, que pressupõe o contato com novos desenvolvimento
gêneros textuais, o sujeito leitor sempre estará aprimorando suas de seu letramento,
habilidades de leitura. se considerarmos
o letramento como
um contínuo,
No caso do desenvolvimento das habilidades de leitura no ensino que pressupõe o
fundamental, nós professores precisamos atentar para o fato de que contato com novos
estamos ensinando muito mais do que decodificar palavras, frases, gêneros textuais, o
textos; estamos ensinando o nosso aluno a tomar o gosto pela leitura, sujeito leitor sempre
estamos ensinando o nosso aluno sobre a importância social da leitura estará aprimorando
suas habilidades de
para sua vida cotidiana, para o desenvolvimento contínuo do seu
leitura.
letramento. Estamos dando o primeiro passo para que aqueles alunos
que ainda não perceberam a importância social e interacional da leitura
possam desenvolver suas habilidades de leitura em direção a isso.
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O Ensino da Leitura
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O Ensino da Leitura
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
Habilidades de Leitura
Atividades de Estudos:
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O Ensino da Leitura
Silva nos mostra, portanto, que podemos contribuir para formar leitores,
independentemente da idade destes indivíduos. Se no Ensino Fundamental
o ensino da leitura deve enfatizar o valor social das práticas de leitura
tanto no ambiente escolar como fora dele, garantindo, assim, o sucesso do
desencadeamento das práticas de letramento dos alunos, o que devemos
entender por ensino de leitura no Ensino Médio?
É a partir da
leitura que o aluno O papel das práticas de leitura aqui é fundamental porque é a partir
desenvolverá delas que se dará toda a produção de sentidos. É a partir da leitura que
competências de o aluno desenvolverá competências de compreensão e interpretação
compreensão e
interpretação de de textos na interação social.
textos na interação
social.
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O Papel da Escola no Aprimoramento das
Capítulo 2
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Atividade de Estudos:
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Capítulo 2
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Algumas Considerações
Neste capítulo, apresentamos e discutimos a concepção de leitura
interacionista e sua influência nas práticas pedagógicas de ensino de leitura.
Além disso, também refletimos sobre o que é exatamente ensinar leitura e quais
as habilidades de leitura nos propomos a desenvolver no Ensino Fundamental
e Médio a partir do quadro teórico proposto aqui e embasados nas diretrizes
propostas pelos PCN para o ensino da leitura. No próximo capítulo, veremos
como podemos pensar as práticas de ensino da leitura a partir destas propostas
dadas pelos PCN em relação à formação de cidadãos leitores críticos e de uma
concepção sociointeracionista da linguagem.
Referências
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem
pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007.
_____. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola, 2003.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris; SOUZA, Maria Alice Fernandes de. Falar, ler,
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O Ensino da Leitura
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Práticas Linguísticas de Leitura no
Capítulo 3 Ensino Fundamental e Médio
Contextualização
Neste capítulo, vamos abordar o ensino de leitura a partir das propostas dos
PCN, retomando o que estudamos nos capítulos anteriores em relação ao ensino
de leitura a partir de uma postura sociointeracionista da linguagem. A seguir,
vamos discutir a controversa prática de leitura nos livros didáticos.
Vejamos agora, então, como podemos planejar nossas aulas de leitura partir
de tais pressupostos. Para começar esta conversa, vamos ler o que os PCN nos
trazem sobre o ensino da leitura:
59
O Ensino da Leitura
Outra questão que Barbosa (2001) coloca em relação aos gêneros discursivos
como objeto de ensino e aprendizagem é quanto a que gêneros selecionar. Como
bem nota a autora, os PCN já nos dão pistas de que nesta escolha se deve levar
em conta as necessidades dos alunos e suas possibilidades de aprendizagem.
Assim, os PCN priorizam os gêneros de ordem pública e oferecem uma listagem
destes, os quais devem priorizar as práticas sociais de escuta, fala, leitura e
escritura (lembre-se aqui do contínuo que estudamos no capítulo 1 deste caderno
de estudos). Vejamos a listagem oferecida pelos PCN:
60
Práticas Linguísticas de Leitura no
Capítulo 3 Ensino Fundamental e Médio
GÊNEROS DISCURSIVOS
61
O Ensino da Leitura
Domínio da Capacidades
Grupos Exemplário
comunicação social desenvolvidas
É o da cultura
literária ficcional, Contos de fadas,
como manifestação Capacidade de lendas, fábulas,
Gêneros da estética e ideológica, mimesis da ação narrativas de aventura,
ordem do que necessita através da criação narrativas de ficção
narrar de instrumentos de uma intriga no científica, romance
específicos para domínio do verossímil. policial, crônica
sua compreensão literária, etc.
e apreciação.
Relato de experiência
vivida, diários,
É o da memória e o Representação
Gêneros testemunhos,
da documentação pelo discurso de
da ordem autobiografias, notícia,
das experiências experiências vividas e
do relatar reportagem, crônicas
humanas vivenciadas. situadas no tempo.
jornalísticas, relato
histórico, biografia, etc.
Textos de opinião,
diálogo argumentativo,
Discussão de
carta do leitor, carta
assuntos sociais
Gêneros da Capacidades de de reclamação, carta
controversos, visando
ordem do sustentar, refutar e de solicitação, debate
um entendimento e
argumentar negociar posições. regrado, editorial,
um posicionamento
requerimento, ensaio,
perante eles.
resenhas críticas,
artigo assinado, etc.
Seminário, conferência,
Veiculam o verbetes de
conhecimento enciclopédia, texto
Capacidade de
Gêneros da mais sistematizado explicativo, tomada
apresentação textual
ordem do que é transmitido de notas, resumos
de diferentes formas
expor culturalmente - de textos explicativos
dos saberes.
conhecimento ou expositivos,
científico e afins. resenhas, relato de
experiência científica.
Englobam textos Receitas, instruções de
Gêneros da variados de instrução, uso ou de montagem,
Exigem a regulação
ordem do regras e normas bulas, regulamentos,
mútua de
instruir ou do e que pretendem regimentos, estatutos,
comportamentos.
prescrever a prescrição ou a constituições, regras
regulação de ações. de jogos, etc.
62
Práticas Linguísticas de Leitura no
Capítulo 3 Ensino Fundamental e Médio
Repare que agora já temos de onde partir para o trabalho com a leitura.
Vamos, então, pensar em como trabalhar a leitura em sala de aula, partindo do
agrupamento de textos proposto em Barbosa (2001).
Atividade de Estudos:
63
O Ensino da Leitura
Além do trabalho com gêneros textuais, os quais irão propiciar uma leitura
como prática social, os PCN também preconizam que, para formar leitores,
é preciso ainda condições favoráveis para a prática de leitura, as quais dizem
respeito tanto a recursos materiais disponíveis como ao uso que se faz destes.
Vejamos as condições propostas pelos PCN:
65
O Ensino da Leitura
Este tipo de postura, tanto por parte do professor como por parte do aluno,
evidenciam uma concepção de leitura na qual há um único sentido “correto” a ser
apreendido, além de impedir que alunos e professor possam comparar, confrontar
suas leituras. Repare que se estamos pensando o ensino de leitura a partir de
uma concepção sociointeracionista da linguagem, isso significa, como vimos no
capítulo 1, que o leitor é um sujeito ativo que produz sentidos a partir de seus
conhecimentos prévios na leitura e das condições contextuais em que tais textos
se inserem.
Ou seja, como bem colocam Koch e Elias (2007), não existe um sentido a
priori para os textos, mas uma construção a partir da interação sujeitos-texto, se o
professor induz a produção de sentido de determinado texto, ele está apresentando a
sua leitura, impedindo que o aluno construa uma leitura própria.
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Práticas Linguísticas de Leitura no
Capítulo 3 Ensino Fundamental e Médio
67
O Ensino da Leitura
Justificativa: a maioria dos alunos não tem o hábito de leitura dos jornais de
sua região.
Além disso, as autoras observam que a maneira como ele está estruturado
propicia que se represente a leitura como uma mera extração de mensagem, já
que leva o professor a reproduzir leitura escolar, na qual seu papel é levar o aluno
69
O Ensino da Leitura
A primeira questão que Perini (1998) nos coloca é em relação aos objetivos do
aprendizado da leitura na escola: “Para que ler?”. Além disso, o autor direciona
sua preocupação no estudante típico das escolas brasileiras, aquele que:
pertence a uma família de baixa renda; tem pais analfabetos
(funcionais ou totais); provavelmente não ficará mais que
uns poucos anos na escola; e, finalmente, tem muito pouca
oportunidade de contato com material escrito fora da escola
(PERINI, 1998, p. 80).
Atividade de Estudos:
autores que você fez nesta seção. Observe, por exemplo, que
tipos de perguntas de interpretação são feitas sobre o texto, se
exigem uma compreensão e uma produção de sentidos para
além da materialidade linguística do texto ou se as perguntas não
ultrapassam as informações explícitas que os textos veiculam.
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Algumas Considerações
Neste capítulo, discutimos as práticas de leitura a partir dos PCN,
evidenciando a importância do trabalho com gêneros textuais e indicando uma
proposta de agrupamento para este trabalho. Vimos, um exemplo de trabalho com
o gênero jornalístico apresentado por Camagnani (2002).
Referências
BARBOSA, Jacqueline Peixoto. Do professor suposto pelos PCN ao professor
real de língua portuguesa: são os PCN praticáveis?. In: ROJO, Roxane (org.).
A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCN. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 2001. p. 149-182.
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Práticas Linguísticas de Leitura no
Capítulo 3 Ensino Fundamental e Médio
73
O Ensino da Leitura
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C APÍTULO 4
Pedagogia de Projetos e o
Ensino de Leitura
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 4 Seleção por Competências
Contextualização
Nos capítulos anteriores, estudamos a questão do ensino da leitura partindo
de uma concepção de língua sociointeracionista, segundo a qual a produção
de sentidos de um texto se dá na interação entre sujeitos e texto. Estudamos,
também, que tipo de habilidades de leitura queremos desenvolver nos nossos
alunos, tendo como ponto de partida o desenvolvimento/aprimoramento de seu
letramento. Sabemos que trabalhar a leitura a partir desta perspectiva exige do
professor o papel fundamental de leitor competente.
Projetos interdisciplinares e os
PCN
Kleiman e Moraes (1999, p.16) levantam algumas questões que A disciplinaridade,
explicariam a tão conhecida crise de leitura na escola. A primeira questão “refere-se a
que as autoras levantam diz respeito ao fato de que a leitura é considerada uma abordagem
território do professor de língua. Isso significa que as discussões em torno epistemológica
do assunto recaem sempre para o professor de língua materna, assim dos objetos de
conhecimento
como, também, muitas vezes a “culpa” pelo fracasso dos alunos em suas
questionando
práticas de leitura. a segmentação
entre os diferentes
A segunda questão, que está relacionada a esta primeira, é que campos de
o professor de outras matérias é mero informador, sem nenhuma saber produzida
responsabilidade pelo ensino e aprendizagem da leitura, como se os por uma visão
compartimentada
conhecimentos veiculados por suas disciplinas não passassem pelo
(disciplinar), que
crivo interacional da leitura. apenas informa
sobre a realidade
A terceira e última questão colocada pelas autoras diz respeito sobre a qual a
à ideia de que o desenvolvimento das habilidades de leitura passe escola, tal como
somente pelo acesso a livros consagrados pelos cânones acadêmicos. é conhecida,
historicamente
Lembre-se da discussão levantada no capítulo 2 deste caderno de
se constituiu.”
estudos acerca do posicionamento dos professores em relação à leitura (KLEIMAN;
e a seus papéis como leitores. MORAES, 1999,
p. 22).
Assim, Kleiman e Moraes (1999) mostram que, de acordo com
77
Técnicas e Processos de Seleção
A interdisciplinaridade:
Repare que esta última maneira de encarar a leitura e a escrita vai ao encontro
do que propõem os PCN em relação ao ensino de leitura e ao desenvolvimento
de cidadãos letrados e críticos a partir da concepção sociointeracionista de
linguagem, texto e leitura.
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Capítulo 4 Seleção por Competências
Uma questão importante que surgiu, conforme a autora, foi ajudar o professor
a relacionar o conteúdo de sua disciplina com os diversos textos da mídia a que os
alunos tinham acesso, por exemplo. Para essa discussão, foi importante discutir
o conceito de interdisciplinaridade e as possibilidades concretas de práticas de
interdisciplinaridade por parte dos professores.
Lima (2007) apresenta com mais detalhes dois dos temas escolhidos
pelos grupos de professores: “Gravidez na adolescência” e “Leitura do jornal”.
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Técnicas e Processos de Seleção
Além disso, este exemplo mostra que a prática de leitura envolve vários
aspectos contextuais nos quais o texto está inserido, incluindo a leitura de
imagens, de ilustrações, de aspectos materiais e contextuais, que auxiliam o leitor
a produzir sentidos.
Atividade de Estudos:
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Técnicas e Processos de Seleção
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Algumas Considerações
Neste capítulo, conhecemos e discutimos a proposta dos PCN de trabalhar
com o ensino da leitura em projetos interdisciplinares, com temas transversais,
baseada na concepção de linguagem sociointeracionista. A título de ilustração,
exemplificamos o trabalho com projetos a partir da proposta apresentada por Lima
(2007).
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Capítulo 4 Seleção por Competências
Enfim, vimos que ensinar leitura não é nada fácil e requer, portanto, uma
consciência por parte do professor em relação às concepções de língua que
estão por trás desta prática pedagógica. Longe de esgotar o tema, este caderno
de estudos procurou mostrar a você um panorama dos estudos em leitura, bem
como ilustrar o trabalho com a leitura, sem, contudo, passar fórmulas prontas de
como e o que ensinar em leitura.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
fundamental. Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do
ensino fundamental: Língua portuguesa. Brasília, DF: MEC – SEF, 1997.
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